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Universidade Federal Fluminense – Faculdade de Direito

Disciplina: Teoria do Estado II


Professora: Wanise Cabral
Alunos: Gustavo de Oliveira Escocard
Neusa Maria Muniz da Silva Paula

Data: 04/09/2018

Fichamento dos Capítulos 4.1 e 5.2 do livro “Elementos da Teoria Geral do Estado”, de
Dalmo de Abreu Dallari

Capítulo 04
ESTADO E GOVERNO
Estado moderno e democracia
A ideia de Estado Democrático surge no século XVIII, com a ideia de valores fundamentais
da pessoa humana, e se torna objetivo a se alcançar pelos sistemas políticos dos séculos XIX e
XX. A base deste conceito é, sem dúvidas, a noção de governo do povo, como a própria
etimologia do termo “democracia”.
Traçando um paralelo com o conceito de democracia aplicado à Grécia antiga, temos que em
alguns aspectos o Estado Moderno se assemelha e em outros diverge. Na Grécia era praticada
a ideia de governo do povo – que é o ponto em comum – no entanto, o grupo que compunha o
povo era distinto do Estado Moderno. Na Grécia o povo era aquele cidadão preparado para a
vida pública, que não se envolvia em atividades comerciais; já no Estado Moderno, cidadão é
todo o tipo de gente – estando aí a diferença entre os dois modelos.
O surgimento do Estado Democrático moderno se deu como uma reação ao poder absolutista,
com grande influência dos jusnaturalistas, como Locke e Rousseau. Três grandes movimentos
forneceram os princípios norteadores do Estado Democrático:
a) Revolução Inglesa (1689): “Bill os rights”
b) Revolução Americana (1776): Declaração de Independência das treze colônias
americanas.
c) Revolução Francesa (1789): Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
Uma síntese dos princípios dos Estados Democráticos pode ser dada com esses três itens:
a) A supremacia da vontade popular;
b) A preservação da liberdade;
c) A igualdade de direitos.

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Capítulo 05
PROBLEMAS DO ESTADO CONTEMPORÂNEO
Intervenção do Estado na sociedade
O Estado Moderno nasceu absolutista, com suas características sendo confundidas com as do
monarca. No século XVIII o poder público era visto como inimigo da liberdade individual e
qualquer ato que buscasse favorecer o coletivo era mal visto.
Stuart Mill teve papel importante na não intervenção do Estado. Ele apresenta três objeções
fundamentais à interferência do governo:
a) Ninguém é mais capaz de realizar qualquer negócio ou determinar como ou por que
deva ser realizado do que aquele que está diretamente interessado;
b) Mesmo que os indivíduos não realizem tão bem o que se tem em vista, como o fariam
os agentes do governo, é melhor ainda que o indivíduo o faça, como elemento da
própria educação mental;
c) Cada função que se acrescenta às que o governo já exerce, provoca maior difusão da
influência que lhe cabe sobre esperanças e temores, convertendo, cada vez mais, a
parte ativa e ambiciosa do público em parasitas do poder público, ou de qualquer
partido que aspire ao poder.
O Estado Liberal, como resultante da ascensão da burguesia, organizou-se de maneira a ser o
mais fraco possível, caracterizando-se como Estado Mínimo, com funções de mera vigilância
da ordem social. Isto favoreceu a implantação do constitucionalismo e da separação de
poderes, pois ambos implicavam o enfraquecimento do Estado.
Como ponto positivo deste Estado mínimo pode-se elencar o progresso econômico e a criação
das circunstâncias necessárias à revolução industrial. No entanto, como consequência deste
individualismo, os mais fortes eram favorecidos e os mais fracos não tinham o favor de
ninguém para que se erguessem economicamente.
A grande oferta de mão-de-obra estimulava os baixos salários e péssimas condições de
trabalho, o que foi fator motivador para o início do movimento socialista, já no século XIX.
Neste momento se deu o início do intervencionismo do Estado, transitando do Estado mínimo
para o Estado de serviço.
Marca do estado intervencionista foi o governo de Roosevelt nos Estados Unidos com a
política do new deal, reconhecida até por seus inimigos políticos como bem sucedida. Este
governo fez com que o declarado liberal Lippmann publicasse uma obra inaugurando o
chamado neoliberalismo.
No fim do século XX surge um novo termo neste debate: globalização. A globalização pode
ser a expressão de reconhecimento da existência de inovações econômicas e financeiras, mas
está bem longe de significar a integração mundial das sociedades humanas e dos grumos
nacionais – conforme argumentam alguns teóricos.

Bibliografia:
DE ABREU DALLARI, Dalmo. Elementos de teoria geral do Estado. Saraiva, 2007.

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