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Au l a s 19 –2O j a n Audi tó r io 2 

p ú b l ic a s 11h O O –17h O O e sa l a 1
O R G A N I Z AÇ ÃO

Programa Gulbenkian
Educação para a Cultura e Ciência

E S C O L A S PA R C E I R A S

O U T R O S PA R C E I R O S
1O ×  1O 3

progra m a

Sábad o, 1 9 d e J aneiro
1 1hOO—A u d itório 2

O robô ajuda
12 h15—sala 1

Querem vir comer à cantina?


14 h 3O—aud itório 2

A clonagem
15 h15—au d itório 2

Ensino × Arte – partilha
de uma experiência
1 6 h15—sala 1

Palavras, poesia e planeta


Domingo, 2O d e J aneiro
1 1hOO—aud itório 2

Posso Escrever Sobre Mim?


12 h15—au d itó rio 2

Falar em inglês
14 h 3O—sala 1

Habitáculo(s) de memórias
15 h3O—aud itório 2

O caderno como oficina


de excelência
1 6 h15—au d itório 2

Partilhar filosoficamente
1O ×  1O 4

O Programa Gulbenkian
Educação para a Cultura e
Ciência promoveu o projeto
piloto 1O × 1O com o intuito
de envolver professores,
artistas e alunos num trabalho
de valorização de conteúdos
curriculares do ensino
secundário, estimulando a
interação de perspetivas, dos
saberes e da criatividade
de cada um. O projeto visou
especialmente estimular os
professores, sujeitos a uma
rotina difícil e desgastante,
contribuindo para a renovação
do seu reportório de ferramentas
pedagógicas e de estratégias de
comunicação na sala de aula.
1O ×  1O 5

E nqua d ra m ento através de uma “aula pública” a


É pertinente partilhar dificuldades e realizar na Fundação Gulbenkian
práticas de sucesso no que toca ao e também na própria Escola.
envolvimento dos alunos na grande
aventura que é aprender. P erfil d os participantes
O que fazer para tornar a matéria Foram convidados dez artistas no
curricular relevante para o aluno, ativo, de várias idades e expressões
relacionando-a com o universo das artísticas – artes visuais, cinema,
suas experiências e interrogações? música, performance, teatro e dança
Será que podemos desenvolver novas – todos eles com experiência no
abordagens ao ensino de disciplinas ensino, nuns casos em contexto formal,
como o português ou a matemática? noutros em contexto não formal.
Como passar do ensino sequencial e Foram selecionados, através de
transmissivo para a aventura de ensinar candidatura, dez professores do ensino
aprendendo e aprender participando? secundário também de várias idades
O objetivo do projeto 1O × 1O foi e disciplinas: biologia, economia,
esse: explorar o potencial de uma português, artes visuais, informática,
colaboração estreita entre professores inglês e filosofia.
e artistas para dar respostas a estas Dez artistas para dez professores.
perguntas. Pensámos assim num
processo com três passos fundamentais. O s d ez professores
O primeiro foi uma Residência de � Ana Margarida Nunes, área de
6 dias na Fundação Gulbenkian Biologia e Geologia, do Agrupamento
onde os artistas e os professores de Escolas da Abrigada
desenvolveram uma relação forte e � Ana Maria Fernandes, área de
cúmplice de partilha de saberes e Filosofia, do Agrupamento de Escolas
experiências em ambiente informal. Alves Redol
O segundo aconteceu nas escolas � António Joaquim Martins,
durante o primeiro período deste ano da área de Filosofia, destacado
letivo de 2O12/2O13. Consistiu na a exercer funções no M.E.
conceção de um projeto pedagógico � Dora Cristina dos Santos, área de
singular, por uma dupla de professor/ Inglês, da Escola Secundária Seomara
artista, para aplicar em sala de aula da Costa Primo
e no contexto da disciplina, algumas � Ilda Maria Dinis, área de Economia
das micropedagogias exploradas e Contabilidade, do Agrupamento
durante a Residência. Os alunos foram de Escolas Alves Redol
chamados a participar ativamente � Fernanda Maria do Rosário,
durante o processo e a contribuir da área da Biologia e Geologia,
com as suas dúvidas e sugestões. da Escola Secundária D. Pedro Ⅴ
Cada artista ajudou o seu parceiro � Maria Lemos Bárcia, área
professor a idealizar uma forma de de Português, da Escola Secundária
partilhar esta experiência com a com 3º ciclo Padre António Vieira
comunidade educativa – professores, � Mário Linhares, área das Artes
artistas, educadores, investigadores, Visuais, do Colégio de Santa Doroteia
encarregados de educação – � Paulo Jorge Torcato, área
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da Informática, do Agrupamento a equilibrar a duração do projeto


de Escolas da Portela e Moscavide com a disponibilidade do professor.
� Pedro Miguel de Jesus, área E porque se trata de um projeto piloto,
das Artes Visuais, do Colégio contamos com dois avaliadores para
de Santa Doroteia acompanhar o projeto durante as suas
várias etapas e produzir uma análise
O s d ez artistas rigorosa dos pontos fortes e fracos da
� Ágata Mandillo, área da Música metodologia adotada, bem como do
e contadora de histórias impacto do projeto no trabalho dos
� Aldara Bizarro, área da Dança professores e dos próprios artistas.
� AntonioPedro, áreas da Música
e do Cinema A s escolas
� Margarida Mestre, áreas da Voz � Agrupamento de Escolas
e Movimento da Abrigada
� Maria Gil, área do Teatro � Agrupamento de Escolas
� Miguel Horta, área das Artes Visuais Alves Redol
e contador de histórias � Agrupamento de Escolas
� Pedro Sena Nunes, área do Cinema da Portela e Moscavide
� Ricardo Jacinto, áreas das Artes � Colégio de Santa Doroteia
Visuais e Música � Escola Secundária D. Pedro Ⅴ
� Simão Costa, áreas da Música � Escola Secundária com 3.º ciclo
e Tecnologias digitais interativas Padre António Vieira
� Sofia Cabrita, área do Teatro � Escola Secundária Seomara
da Costa Primo
Me d ia d ores
� Dina Mendonça, investigadora de O utros parceiros
filosofia, pós-doutoramento do Instituto Um projeto com estas características
de Filosofia de Linguagem requer dos participantes uma grande
� Judith Silva Pereira, avaliadora e capacidade de abertura, exposição,
consultora acreditada pelo Conselho disponibilidade e capacidade de risco.
Científico da Formação Contínua, no Para contar à partida com o empenho
Centro de Formação António Sérgio dos professores, foi decidido lançar
� Susana Gomes da Silva, educadora uma convocatória aberta a qualquer
e curadora educativa, coordenadora professor do ensino secundário
do setor educativo do Centro de Arte associado a uma escola da área
Moderna, FCG da grande Lisboa. Nesse sentido
foi preciosa a colaboração de dois
P rotocolos e avaliaçõ es Centros de Formação de Escolas
Para tudo acontecer com alguma em todo o processo de preparação,
tranquilidade e organização, o projeto divulgação e seleção dos professores
foi integrado no plano de atividades que se candidataram.
das escolas parceiras através de � Centro de Formação de Escolas
protocolos estabelecidos com as António Sérgio
respetivas direções; o calendário � Centro de Formação de Escolas
de trabalhos foi estudado de forma Centro-Oeste das Caldas da Rainha
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O Robô ajuda!
Conceção Paulo Torcato e A l dara Bizarro

A presentação Paulo Torcato e alunos da tur m a 12 º G

E scola Escola Secun dá ria A rco- í ris

Duração 45’

Local Auditório 2

Agradecimentos diretora da escola Marina S i mão,

professoras T eresa Ferreira e Teresa Baptista ,

d irectora de turma Ana C ara m elo e Ju d ith S ilva Pereira .

S inopse interesses tão diferentes e definir


Projetos de desenvolvimento de robôs atividades de modo a transformar
móveis são um meio extremamente dois grupos numa turma coesa e
eficaz de aproximar e captar jovens envolvida no projeto. A colaboração da
para a área das ciências e em coreógrafa revelou-se especialmente
particular para a área das engenharias útil a este nível, propondo atividades
e tecnologias da informação. Sempre que cruzavam elementos dos dois
que se pode aliar a observação ao cursos e funcionando assim como um
desenvolvimento dos próprios robôs, há poderoso elemento aglutinador.
uma motivação acrescida, pelo esforço As aulas tiveram uma forte componente
realizado na criação de algo novo e prática e experimental, com acesso
com um comportamento autónomo. a equipamento para construção,
programação e teste de robôs móveis,
E nqua d ra m ento providenciado pela escola.
d o projeto na escola Procurou-se envolver outros
A turma 12º G é constituída por professores, quer da área artística
22 alunos, 21 de nacionalidade quer da área científica, o que permitiu
portuguesa e 1 de nacionalidade trazer outras dinâmicas e reforçar a
colombiana, 11 raparigas e 11 rapazes, integração do projeto na escola.
com idade média de 17 anos. Metade Para além do trabalho de descoberta
dos alunos frequenta o Curso de do corpo e da sua dimensão emocional
Ciências e Tecnologias, tendo Biologia e pensante dentro da sala de aula, a
como disciplina específica, e a outra coreógrafa procurou também explorar
metade frequenta o Curso de Artes uma relação coreográfica com a ação
Visuais, tendo Desenho A como do robô.
disciplina específica. Todos frequentam Outro aspeto importante nesta
a disciplina Aplicações Informáticas B colaboração, foi proporcionar maior
onde foi implementado o projeto. conforto dentro da sala de Informática,
Foi grande o desafio de conciliar pelo que se realizou mesmo uma
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transformação da sala, limpando-a todos participavam. Estes exercícios


e pintando-a. Aproveitou-se esta tinham a forma de jogos proforma
operação para expor trabalhos já para que não se desse conta que se
existentes dos alunos da área artística, estava a dançar. Foram pequenos
que contribuíram para tornar a apontamentos que serviram também
sala mais acolhedora, despertando para a coreógrafa se integrar na turma.
um sentimento de pertença e de Posteriormente foram definidos
responsabilidade no seio da turma. objetivos mais concretos, para a
construção de um protótipo que ocupou
Descrição su m á ria várias semanas de trabalho (projeto,
d o processo desenvolvimento e teste). Nesta fase
A metodologia usada, inspirada foi incentivada uma participação em
no project based learning permitiu diferentes subsistemas do protótipo
estimular a participação ativa dos para dar maior visibilidade aos
alunos no processo de aprendizagem, pequenos progressos parciais.
valorizando os seus conhecimentos e
experiências, envolvendo-os na análise, Paulo Torcato
discussão, identificação e procura de Nasceu em 1962 na Venezuela.
soluções. Licenciado em Matemática Aplicada
Nas sessões iniciais foram – Ramo Informática pela Universidade
apresentadas aos alunos várias Autónoma de Lisboa. Leciona
tecnologias e soluções típicas, Matemática e Informática desde 1989.
designadamente tecnologias É formador nas áreas de Tecnologias
de sensores para robôs móveis, Educativas e Didática Específica de
locomoção, morfologia e interação com Informática. Exerce funções como
o ambiente, bem como arquiteturas professor cooperante no Mestrado em
de processamento. Estas sessões Ensino da Informática da Universidade
iniciais tiveram uma primeira parte de Lisboa.
teórica recorrendo essencialmente ao
método demonstrativo e à exploração A ldara Bizarro
do kit de robótica seguindo-se uma Nasceu em 1965 em Moçambique.
segunda parte de experimentação livre, Estudou dança em Lisboa, em Nova
para ajudar os alunos que tomavam Iorque e Berlim. Desde 199O que
contacto com a Robótica pela primeira dirige os seus trabalhos contando
vez a ganhar sensibilidade, por atualmente com cerca de vinte
experiência própria, a uma tecnologia obras apresentadas nas melhores
que lhes era nova. salas do país. Tem trabalhado como
O trabalho da coreógrafa orientou-se formadora e professora de dança em
para a descoberta do corpo dentro da instituições como a Fundação Calouste
sala de aula. Para isso estipulou-se um Gulbenkian, o CCB, o Centro Cultural
momento dentro da própria aula para Vila Flor, Forum Dança e Escola
desenvolver exercícios físicos em que Superior de Dança.
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Querem vir
comer à cantina?
Conceção Ilda Dinis e A ntonioP e d ro

A presentação I lda Dinis, alunos e p úb lico presente

E scola Escola Secun dá ria d e A lv es R e d ol

Duração 45’

Local sala 1

Agra decimentos à equipa da G ul b en k ian , aos colegas e artistas

en volvid os no projeto, às aux iliares d e ação e d ucati va , pelo

apoio prestado, à Direção da E scola , Moz C arrapa , Margari da

Mestre , Bazar do Vídeo.

S inopse Área Integração, foi escolhido para


Partindo de uma apropriação pessoal o 1O × 1O um dos temas do programa,
da matéria – de onde vem aquilo que a Globalização.
uso ou tenho – analisam-se os vários O facto de estarem inseridos no
sentidos incluídos no conceito de Ensino Profissional e de serem alunos
globalização, suas etapas e fatores que que vêm já de um passado escolar
contribuíram para a sua constituição. específico (CEF), marcado por algum
Explicitação do tema através do insucesso, influencia a forma de
resultado das metodologias utilizadas lecionar dos professores, resultando
ao longo do processo 1O × 1O: objetos em metodologias especiais, algo
audiovisuais produzidos em conjunto facilitadoras quando comparadas
por alunos, professor e artista. às do ensino dito “normal”, com
consequências ao nível da participação
E nqua d ra m ento e da autonomia dos alunos.
d o projeto na escola E o facto de serem duas turmas, juntas
A turma envolvida é do 12º ano e em apenas algumas disciplinas, tem
resulta da junção de duas – uma influência no modo de estar – há uma
do Curso Profissional de Técnicos nítida separação – e aprender dos
de Gestão e outra do Curso alunos. Admitindo que para aprender
Profissional de Técnicos de Gestão é preciso errar e não ter medo de o
de Equipamentos Informáticos, num fazer, o facto de se estar pouco à
total de 12 alunos, entre os 17 e os 22 vontade num grupo não é facilitador
anos, e que pretendem, na sua maioria, de uma aprendizagem feliz e dinâmica.
ingressar brevemente no mercado de Dentro deste contexto, a relação
trabalho. No âmbito da disciplina de da turma com a dupla foi positiva,
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tendo-se estabelecido um clima de � Abordagens criativas aos conteúdos


cooperação entre esta e grande parte – partindo da matéria, tentámos ter
dos alunos. Mas nem todos: houve uma estratégia para cada bloco de
quem permanecesse alheado, distante, conteúdos: Made in – pesquisa sobre a
ou mesmo regularmente ausente. deslocalização e suas consequências
Apesar disso notou-se um aumento sociais e económicas a partir de um
generalizado da participação. objeto de cada aluno, com fotografias
O projeto foi bem acolhido na e gravação áudio dos resultados de
comunidade educativa e enquadra-se cada pesquisa; China Blue – montagem/
na missão definida no projeto educativo edição de um trailer a partir de um
do Agrupamento. documentário sobre as fábricas de jeans
na China; No Logo – gravação vídeo de
Descrição su m á ria excertos do livro de Naomi Klein, ditos e
d o processo filmados por cada aluno;
O processo teve as seguintes etapas: Jogos Pedagógicos – resolução da
� Reconhecimento de territórios – pergunta mistério Porque está a Ana
observação participante, conversas a fazer o trabalho da Rosa?, sobre
informais e entrevistas, quer entre a deslocalização, e Debate Global Jeans,
dupla quer com os alunos, tentando sobre multinacionais/comércio local/
perceber o que, para ambas as partes, comércio justo/globalização, com role
funciona bem e aquilo que pode ser playing e filmagens.
melhorado no processo letivo. Desta
análise chegámos, entre outras, à I lda Diniz
conclusão de que existe um aumento Professora efetiva do Grupo 43O
geral de interesse e participação quando – Economia e Gestão, na Escola
se consegue que os conteúdos se Secundária de Alves Redol. Licenciada
relacionem com as vivências pessoais de em Organização e Gestão de Empresas,
cada aluno. Para além desta premissa Mestre em Supervisão em Educação,
orientadora, pareceu-nos importante exerceu cargos de Coordenadora de
reforçar o espírito de grupo desta turma Departamento, Presidente do Conselho
mista e tentar variadas abordagens Pedagógico, Vice-Presidente do
pedagógicas, contrariando alguma Conselho Executivo e Coordenadora de
previsibilidade e continuidade de Projetos Comenius (PICO e VIEWERS).
métodos, quer dentro da disciplina quer
entre as várias disciplinas do curso (como A ntonio P e d ro
é o caso do recurso ao Power Point). Músico e cineasta. Atualmente, para
� Aquecimentos e jogos de grupo além de compor para dança, cinema e
– exercícios para quebrar a rotina e vídeo, desenvolve projetos de “cinema
reforçar a coesão do grupo envolvendo ao vivo”, como Sopa nuvem – um thriller
a voz e o corpo. Alteração recorrente gastronómico, (uma encomenda do
da posição das mesas e cadeiras CCB), e realiza vários espetáculos e
na sala, exagerando a ideia de anti ateliers onde filma, toca e compõe,
rotina – quando não sabemos o que vai tentando aprofundar a relação entre
acontecer, temos necessariamente de imagem, música e som. É codirector
estar mais alerta! artístico da Companhia Caótica.
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A clonagem
(não tem aula pública, apenas descrição do processo de trabalho)

Conceção Fernanda d o R osá rio e Margarida Mestre

A presentação Margarida Mestre

E scola Escola secun dá ria D. P e d ro V

Duração 1O’

Local Auditório 2

Agradecimentos Aos alunos e à escola que tão be m

acolheu o projeto.

S inopse Ao longo das aulas foram libertando


No processo de clonagem o indivíduo a sua fisicalidade, entregando-se às
clonado possui a mesma informação propostas que lhes eram feitas com
genética do indivíduo que lhe deu gosto. O momento de exploração vocal
origem. Com o desenvolvimento da foi sempre muito apreciado e bem
ciência e da tecnologia, tornou- participado.
-se possível clonar animais. Quais A aula prática teve uma regularidade
as vantagens e inconvenientes da semanal. A professora participava com
clonagem? Quais os problemas éticos os alunos na exploração do movimento
que se colocam à clonagem humana? e da voz intervindo com explicações
teóricas quando era necessária alguma
E nqua d ra m ento clarificação de conceitos.
d o projeto na escola No momento em que o processo
A escola, na pessoa do seu diretor, foi suspenso os alunos tinham
acolheu o projeto de forma simpática desenvolvido uma investigação acerca
e disponível. do tema da clonagem que lhes serviria
Todo o processo prático, até início de para, em duplas, defenderem ou não
Dezembro, decorreu dentro da sala de esse processo biológico em forma de
aula com a professora, a artista e os jogo de adivinhação. A interpretação
alunos. desses papéis/personagens seria
A turma, do 11ª ano, era composta posteriormente trabalhada e faria
por dez alunos com bom e médio parte de um momento da aula pública.
aproveitamento escolar, interessados
nas matérias e muito disponíveis Descrição su m á ria
para participar nas aulas práticas d o processo
orientadas pela artista. A metodologia de trabalho,
Os alunos, curiosos, começaram essencialmente colaborativa,
o projeto com uma atitude tímida, compreendia a introdução ao tema
como que "escondidos" fisicamente. da aula feita pela professora, seguida
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de uma sessão de exploração física momento de pensamento livre e


e vocal dos conceitos orientada autónomo sobre si e sobre os outros,
pela artista. Os processos físicos contribuindo para intensificar a
característicos das matérias ligadas à interiorização do tema e abrir portas
biologia eram vivenciados através do para o seu aprofundamento.
corpo e do seu movimento, incluindo Entretanto a professora decidiu
a apropriação/exploração vocal e interromper o trabalho e desistir da
musical dos conceitos/palavras-chave aula pública.
entretanto introduzidos. Sempre
que necessário os exercícios foram F ernan da d o R osá rio
complementados por suporte de Nasceu em Lisboa em 1959. Licenciou-
música ou de imagem projetada. -se em Biologia, ramo científico (1983)
A dupla foi seguindo esta maneira e ramo educacional (1986), pela
de atuar, procurando ajustar o Faculdade de Ciências de Lisboa.
cruzamento de linguagens entre a Mestre em Ciências da Terra e da
professora e a artista e estruturando Vida, pela FCL (2OO5) é professora
a aula pública a partir dos processos de Biologia há 31 anos. Dinamizou um
pedagógicos que se revelavam mais núcleo de microbiologia na Escola onde
eficazes. atualmente exerce a docência.
A exploração criativa das matérias da
biologia foi passando para as mãos dos Margari da Mestre
alunos de forma gradual, à medida que Formação em pedagogia, sonoplastia
adquiriam o vocabulário de movimento e dança pelo Fórum-dança. Mestre
e voz necessário para resolverem as em Artes Performativas – Teatro do
propostas de “tradução” que lhes eram movimento pela ESTC de Lisboa.
lançadas. Estudou voz com vários professores,
Na fase apropriada, a filósofa Dina em especial com Shelley Hirsch e Lynn
Mendonça foi convidada a orientar Book, em Nova Iorque. Desenvolve um
mais uma sessão de pensamento trabalho de pesquisa e experimentação
sobre o tema escolhido, a Clonagem, em redor do cruzamento das
estabelecendo uma ponte para o linguagens do texto, corpo e voz,
tema da Liberdade que tinha ficado realizando regularmente ateliers
por aprofundar na sessão anterior. resultantes desse trabalho. Autora de
O exercício de reflexão sobre o tema trabalhos nas áreas da performance,
proposto expandiu-se assim num da poesia sonora e recital de poesia.
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Ensino × Arte –
partilha de uma
experiência
Conceção Ana Maria d e A b reu Fernand es e Ágata Man d illo

A presentação Ana Maria d e A b reu Fernand es

E scola Secun dária de A lv es R e d ol – Vila Franca d e Xira

Duração 45’

Local Auditório 2

Agradecimentos Conceição Leitão, Dina Men d onça , Margari da

Mestre , Margarida Silva , Ju d ith S ilva P ereira e S i m ão Costa.

S inopse compreendidas entre os 15 e os 16 anos.


Esta aula pública estabelece um Os alunos têm um bom domínio técnico
diálogo entre a experiência pessoal da fotografia e nessa medida utilizou-se
e profissional da Professora Ana a fotografia como forma de expressão
Fernandes e o trabalho que foi co base para trabalhar conceitos
construído com os alunos na sala de teóricos, propor novos exercícios e
aula ao longo dos últimos 2 meses. Será desenvolver o projeto, trabalhando
uma partilha de resultados entremeada para esse fim outro tipo de expressões
pela experiência deste processo/ em que os alunos aparentavam ter
projeto que foi o 1O × 1O. mais dificuldades, nomeadamente na
construção de pensamento crítico,
E nqua d ra m ento d o projeto capacidade de argumentação e
na escola expressão através da escrita. O grupo
O trabalho foi desenvolvido com uma foi recetivo ao projeto e à presença
turma do 2º ano do curso profissional da dupla na sala de aula desde o
de Técnico de Fotografia, no âmbito primeiro momento e nas palavras dos
da disciplina de Área de Integração. próprios alunos, foi possível encontrar
O tema selecionado para desenvolver o “momentos de descoberta”. Também
projeto com os alunos foi a estética e a é de salientar que o desenvolvimento
experiência artística, trabalhado entre do projeto teve resultados ao nível da
o período de 27 de novembro de 2O12 inclusão, na medida em que permitiu
a 21 de janeiro de 2O13. a melhor integração de um dos alunos
O grupo é formado por 8 alunos, no grupo e no seu processo de ensino-
6 raparigas e 2 rapazes, com idades aprendizagem.
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Outro aspeto relevante foi a relação e pedagógicas possam mostrar que


a parceria que se estabeleceu desde o é possível envolvermo-nos para nos
início com a Professora Margarida Silva desenvolvermos, enquanto professores
de Projeto e Produção de Fotografia e e alunos, mas sobretudo enquanto
com a Professora Conceição Leitão de pessoas.
Português. O trabalho desenvolvido com os alunos
passou por pôr em prática um conjunto
Descrição su m á ria de micropedagogias – algumas delas
d o processo experimentadas no decorrer da
A ideia que está na base do trabalho residência 1O × 1O em Julho; e outras
desenvolvido pela dupla tem como atividades como exercícios de escrita
lema “quem não se envolve, não se criativa, sessão de voz e corpo – para
desenvolve”. Esta aula procura ser a qual convidámos a Margarida
mais do que um relato na primeira Mestre, debate/sessão de Filosofia
pessoa e propõe-se antes como um com a Dina Mendonça, entre outras.
reflexo de um pequeno percurso
partilhado entre professor, alunos A na Maria d e A b reu F ernan d es 
e uma equipa de intervenientes Licenciada em Filosofia pela Faculdade
educativos mais abrangente. O 1O × 1O de Letras da UL em 1984. Professora
tem sido um processo que tomou de Filosofia e Psicologia na Escola
forma de projeto e reflete um trabalho Secundária de Alves Redol desde 1994.  
de cruzamento disciplinar. Partindo Outras Atividades: Projeto Filosofia
da experiência artística – focando para Crianças (199O-1994); Projeto
possíveis pressupostos pedagógicos – do Laboratório dos Porquês (1997/98);
quisemos ressaltar a importância da Jornadas de Sensibilização às Questões
experimentação enquanto ferramenta do Ambiente e da Cidadania (1998/99).
de aprendizagem e dar um passo a
caminho de um ensino que se quer Ágata Man d illo
reflexivo e inclusivo. Queremos partilhar Nascida em 1983. Licenciada em
esta experiência, os seus resultados Antropologia pelo ISCTE. Frequenta
e as suas especificidades, não na atualmente o 2º ano de Doutoramento,
esperança que possa de alguma na área da Pedagogia, Criatividade
forma propor-se como experiência e Novas Tecnologias Digitais, na
generalizável, mas ressalvadas todas Universidade de Brighton, UK, no
as suas idiossincrasias, esperar que Departamento de Educação com
se possa definir como um exemplo uma bolsa da FCT. Tem desenvolvido
bem-sucedido de uma experiência trabalho criativo em projetos
de arte no ensino e cujas estratégias interdisciplinares. É contadora
de histórias desde 2OO6.
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Palavras,
poesia e planeta
Conceção Ana Margarida Nunes e Miguel Horta

A presentação Ana Margarida Nunes e Miguel Horta

E scola Agrupamento d e escolas da A b rigada

Duração 45’

Local Sala 1

agradecimentos Corpo d ocente d o agrupa m ento d e escolas

da Abrigada, em especial a equipa pedag ógica da tur m a PI E F 2

e d ireção da escola .

S inopse vontade conjunta. A turma, constituída


Como uma metodologia não formal por 7 rapazes e 2 raparigas entre os
pode servir para promover a escrita, 15 e os 18 anos, aderiu bem ao projeto,
a poesia e a ilustração com base em talvez por se perspetivarem aulas
temas de ciências naturais. Partilha bem diferentes do habitual e porque,
dos processos vividos com uma turma desde a primeira hora, lhes dissemos
PIEF (Percurso Integrado de Educação que o objetivo era construir com eles
e Formação) e descobrir em conjunto. Procuramos
sempre incluir os colegas da equipa
E nqua d ra m ento d o projeto pedagógica neste processo, que
na escola participaram connosco nas aulas.
Foi com muita abertura e interesse que A relação com o artista convidado não
o Agrupamento de escolas de Abrigada foi sempre pacífica ao longo do tempo,
acolheu o projeto 1O × 1O. Sendo o porque desafiar, questionar e testar
lema deste grupo de escolas Valorizar limites é a forma de comunicar da
o trabalho, promovendo o sucesso, maioria destes jovens. Tivemos de lhes
percebe-se porque é uma das poucas mostrar que há formas bem melhores
escolas que acolhe turmas PIEF, um de nos relacionarmos com os outros e
programa de fim de linha para alunos que não íamos desistir deles, mesmo
com grave insucesso escolar e com que fosse essa a vontade em alguns
fortes probabilidades de abandonarem momentos. Tivemos de lhes mostrar
a escola. Na Abrigada, constrói-se em que as aulas podem ser interessantes,
conjunto, incluindo todos no processo. divertidas e que o conhecimento é a
Quisemos trabalhar com os alunos que melhor ferramenta que podem levar
mais dificuldades têm em entrar nesta para a vida.
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Descrição su m á ria Informação complementar em


d o processo miguel-horta.blogspot.pt onde se
Quem sou eu no Mundo? Eis o nosso pode consultar um conjunto de textos
ponto de partida para o trabalho que quase funcionaram como diário
com os jovens da turma PIEF. Uma da intervenção.
das marcas do nosso trabalho foi a
alteração do espaço físico da sala de A na Maria N unes
aula, propondo em cada sessão uma Nasceu em 1975 em Oliveira de
dinâmica coletiva a que chamámos Azeméis. Professora de Ciências
Plenário; puxando pela participação, Naturais e Biologia e Geologia há
devolvendo na palavra, promovendo a 16 anos. Licenciada em Biologia pela
comunicação crítica; enfim, seduzindo Universidade de Coimbra e mestre em
para a partilha de conhecimentos. Ensino da Geologia e Biologia pela
Através de uma metodologia não Universidade de Aveiro. Desenvolve
formal fomos lançando vários experiências pedagógicas na área
desafios (micropedagogias) que nos da Cidadania e das Ciências, com
permitiram chegar mais próximo dos a aplicação do jogo como ferramenta
jovens. Valorizámos sempre a cultura de aprendizagem (role-play, jogos
de origem e as vivências de cada de tabuleiro, etc).
participante, relacionando essas
referências com as ciências naturais. Miguel Horta
Trouxemos para a sala de aula livros, Pintor e mediador cultural. Autor e
a poesia, a ilustração, a narração oral, orientador de oficinas pedagógicas
a expressão plástica, ferramentas e de intervenções urbanas e
web e muita comunicação, tentando promotor da leitura e da escrita em
aproveitar ao máximo os momentos diferentes contextos, incluindo grupos
pedagógicos em que poderíamos marginalizados (prisões, necessidades
transmitir conhecimento. Foi dada uma educativas especiais, etc.). Autor/
atenção especial às competências ilustrador infanto-juvenil. Contador
sociais, promovendo a cooperação, a de histórias. Formador na área da
postura comportamental, a autonomia mediação cultural. Expôs Troncos
das ideias e o processo de avaliação e Marés na Galeria Appleton Square
conjunta. em 2O12.
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Posso Escrever
Sobre Mim?
A experiência autobiográfica como ponto de partida para uma prática de escrita em contexto de sala de aula

Conceção Maria Bárcia e Maria G il

A presentação Maria Bá rcia, Maria G il e alunos

Escola Escola Secundária C/ 3º Ciclo Padre António Vieira, Lisboa

Duração 45’

Local Auditório 2

Agradecimentos À Equipa d o 1O ×  1O; à E scola S ecun dá ria Pa d re

A ntó nio Vieira ; aos Encarregad os d e E d ucação da tur m a C T 4 ;

à d upla Pedro J esus/Si m ão Costa e à tur m a 11º D d o Colégio

das Doroteias; à Lua C h eia Teatro Para To d os; à Dina Men d onça;

à J udith Silva Pereira fun da m ental com as suas sugestõ es

e apoio e a todos os professores e artistas.

S inopse dificuldades em se relacionarem como


Começamos a aula por apresentar turma. O projeto seria desenvolvido
alguns dos materiais escritos pelos na disciplina de Português e foi
alunos durante as doze sessões de desenhado tendo por objeto um
trabalho, para depois refletirmos conteúdo do programa – os Textos
sobre o impacto que as escritas Autobiográficos. Por ser o início de
auto/biográficas podem ter no um ciclo de estudos, importava que
desbloqueio da escrita. Partilhamos os alunos escrevessem pouco mas
micropedagogias utilizadas durante o muitas vezes, o que nem sempre é fácil
processo e terminamos com algumas dado o bloqueio que essa atividade
respostas criativas dos alunos sobre a representa para a maior parte deles.
sua experiência neste projeto. Numa primeira abordagem, interessava
pois desmontar esse bicho que é a
E nqua d ra m ento escrita e fazê-los sentirem-se capazes
d o projeto na escola para depois… escreverem, escreverem,
É uma turma de 1Oº ano, de Ciências escreverem. A relação com a dupla
e Tecnologias constituída por 21 passaria, assim, pela relação com
elementos (11 raparigas e 1O rapazes). o projeto que pareceu aos alunos
Os alunos não se conheciam, vinham incompreensível de partida – não
de escolas diferentes e pareciam ter percebiam várias coisas: quem era
1O ×  1O 18

a artista, o que é que fazia ali, para assuntos, artistas, cientistas. Também
que servia o projeto, que aulas eram saímos da sala e da escola, em grupo,
aquelas, o que se esperava deles e assistimos a um espetáculo que fala
no limite para que servia a disciplina de como ‘ler o mundo’ para sermos
de Português já que eles já sabiam melhores leitores. Por este motivo,
ler e escrever (sic). Se no início quando soubemos que a dupla Pedro
detetámos algum receio, descrença Jesus/Simão Costa estaria a trabalhar
e desmotivação, um grupo que não a memória, um tema comum, pensámos
se conhecia, o nosso objetivo foi que seria interessante uma partilha de
essencialmente formar uma equipa de experiências. Como trabalhariam um
trabalho, para o qual foi fundamental mesmo tema escolas, turmas, anos,
a forma como ‘a matéria’ iria ser disciplinas diferentes? Essa colaboração
apreendida – o falarem/escreverem resultou na exposição dos materiais
sobre si próprios, sobre as suas vidas, criados pela turma orientada pela dupla
mas também a inclusão dos pais/ Pedro Jesus/Simão Costa na Biblioteca
comunidade no projeto a desenvolver. da nossa escola e numa sessão de
escrita na rua orientada por Maria Gil,
Descrição su m á ria em que as duas turmas se encontraram.
d o processo
A metodologia de trabalho entre a Maria Bá rcia
dupla foi definida da seguinte forma: a Nasceu em Lisboa em 197O.
turma teria 2 aulas de 9O minutos por Licencia-se em Estudos Portugueses
semana, uma teórica com a professora na Faculdade de Ciências Sociais e
e outra prática com a professora e com Humanas da UNL e é professora da
a artista. Ao longo do tempo, a dupla disciplina de Português há 2O anos.
foi-se encontrando e comunicando Foi professora de português para
regularmente numa atitude de atenção estrangeiros em Macau, ensinou
constante ao que se ia passando invisuais e a maioria da sua atividade
durante o processo, refletindo, revendo desenvolveu-se em meios escolares
e reajustando a planificação das aulas à desfavorecidos.
medida que se ia avançando. Pareceu-
nos importante, dado o espanto e Maria G il
resistência iniciais manifestados pelos Nasceu em Lisboa, em 1978. Atriz,
alunos face às metodologias utilizadas, encenadora e diretora artística do
que em todas as sessões houvesse Teatro do Silêncio. Foi professora
lugar a uma explicação inicial do que de teatro durante oito anos no
ia acontecer e permitir também uma ensino básico, secundário e superior.
reflexão final do que se fez. Assim, Atualmente é voluntária na área da
as sessões funcionariam como um escrita criativa trabalhando com
ritual com abertura e fecho. Depois pessoas com doença mental crónica.
apareceu ‘a matéria’ – afinal onde Os seus textos e os seus espetáculos
está a matéria? E a matéria eram eles são sempre sobre a forma como
e o mundo que os rodeia. Daí que se vê e habita o mundo, são sempre
procurou, desde o início, estabelecer autobiográficos.
relações com outras disciplinas, outros
1O ×  1O 19

Falar
em inglês
(não tem aula pública, apenas descrição do processo de trabalho)

Conceção Dora Santos e Sofia C a b rita

A presentação Sofia C a b rita

E scola Escola Secun dá ria S eom ara da Costa Pri m o, Falagueira

Duração 1O’

Local Auditório 2

Agradecimentos Comuni da d e escolar da E scola Secun dá ria

S eo mara da Costa Prim o.

S inopse de Comércio e Técnico de Gestão.


Apresentação sumária do trabalho A turma caracteriza-se por apresentar
desenvolvido pela dupla: a introdução níveis de inglês muito diferentes, pouca
de novos elementos na aula que relação enquanto grupo e objetivos
alteram o ritual conhecido (o espaço, a escolares distintos. A relação da dupla
relação professor aluno, a preparação com os alunos foi sendo criada aula a
do professor); o contexto escolar e o aula, a artista foi sendo apresentada
envolvimento de docentes e discentes à Escola, integrada na sua dinâmica,
no plano de trabalho desenhado. de modo a que o trabalho realizado
pela dupla fosse devidamente
E nqua d ra m ento d o projeto contextualizado e tivesse frutos dentro
na escola do tempo limitado do projeto.
A disciplina de Inglês aparece, nesta
escola, como uma das duas disciplinas Descrição su m á ria
que, juntamente com a Matemática, d o processo
apresenta piores resultados. O nosso trabalho enquanto dupla
O trabalho desta dupla assentou artista/professor foi elaborado
na procura de pedagogias que faseadamente. Em primeiro lugar
motivassem os alunos a olharem para o importou estabelecer objetivos
inglês como uma ferramenta necessária concretos relacionados com aquela
ao presente e ao futuro e, sobretudo, que a professora indicava ser a maior
que experimentassem o entusiasmo de dificuldade dos alunos: a expressão
falar numa língua estrangeira. A turma oral (associada à falta de vocabulário,
escolhida pela professora corresponde à timidez, ao medo de errar, à falta
à união de duas turmas de 11º ano de prática). Depois, tratou-se de criar
dos cursos profissionais de Técnico e recriar exercícios que ajudassem
1O ×  1O 20

a superar as questões identificadas, os professores, existe uma enorme


sempre sob a temática curricular do necessidade de receber formação
Consumo. Fomos fazendo ajustes, continuada nestas áreas. Perto do
semana a semana, de acordo com os final a professora decidiu desistir
resultados obtidos, com as reações do da aula pública.
grupo e com o avanço da matéria.
O outro ponto de intervenção prendeu- Dora Santos
-se com as regras que pautavam a Nasceu em Lisboa, em 1965.
aula propriamente dita, muitas vezes Licenciada em Línguas e Literaturas
refém de uma previsibilidade que Modernas, variante de Estudos
facilitava a distração, atrasos, pouca Portugueses e Ingleses, pela Faculdade
participação e reforçado esforço de Letras (Lx, 1994). Mestre em
vocal, físico e emocional da professora. Ciências de Educação: especialização
Assim, trabalhámos no sentido de em Informática Educacional,
intervir no espaço físico da sala, nas U. Católica (Lx, 2OO7), é professora
regras de comunicação, no modo de Inglês desde 1992 e formadora
como começava e acabava a aula reconhecida pelo IEFP desde 2OO3.
e na gestão menos angustiante do
tempo. Foi de uma grande importância S ofia C a b rita
para esta dupla o entendimento de Nasceu em Lisboa, em 1981.
que era preciso intervir também no Pós-graduada em Comunicação
sentido de gerir melhor o dispêndio de e Artes pela FCSH, formada pelas
energia da professora, fazendo um uso escolas de Teatro do Gesto Estudis de
adequado da voz e do corpo. Assim, Teatre (Barcelona, 2OOO) e Kíklos-
foi proposto pela artista ao grupo de -Scuola (Pádua, 2OO2) e licenciada
professores, uma micro formação a que em Formação de Atores pela ESTC
chamámos “O corpo e voz na relação (Lisboa, 1999). Encenadora, atriz,
de comunicação”. A afluência foi muito locutora e professora de teatro
superior à esperada porque, segundo no ensino superior, secundário e
alternativo.
1O ×  1O 21

Habitáculo(s)
de memórias
Conceção Pedro J esus e S i m ão Costa

A presentação Pedro Jesus, S i m ão Costa e alunos

E scola Colégio de Santa Doroteia

Duração 45’

Local Sala 1

Agra decimentos À Gul b en k ian e ao C entro d e For m ação d e

E scolas António Sérgio; Dina Men d onça, Ju d ith Silva Pereira ,

Maria Manuel; I r. Maria da Conceição A m ori m e Prof. J oão

Moreno; J acinto Lucas P ires, R ui Li m a Miran da , Pe d ro Ben vin d o

e A na F ino, J osé Pequeno, A lex an d ra Paio e Bá r bara Varela ,

Maria Bárcia , Maria G il e alunos d o 1OºC T4 da E scola

secun dária Padre António Vieira .

S inopse desenvolver a sua ação tentando


Cada aluno/autor foi convidado a romper os limites tradicionais da
criar um heterónimo com identidade escola, normalmente definidos pela
e recursos próprios, através do qual rigidez dos programas e a geografia
respondesse aos enunciados de física delimitada pelos seus muros. Por
partida: a pesquisa, pelo desenho, outro lado, os professores que integram
de modos de expressão que o departamento têm procurado
permitissem superar dificuldades envolver-se, a título individual, na busca
e constrangimentos; a conceção e partilha de conhecimento através
e materialização de um objeto/ da participação e organização de
habitáculo para as memórias do encontros significativos de coletivos
personagem criado. Ambiciona-se, de professores e autores ligados às
nesta aula, dar a ver as memórias artes visuais.
entretanto construídas. Esta participação no projeto 1O × 1O é,
dessa procura, também, consequência.
E nqua d ra m ento d o projeto E, nesse sentido, constituiu-se como
na E scola oportunidade de dar continuidade
Nos últimos anos, o Colégio de Santa a essa ideia de alargamento e
Doroteia, e de modo particular o seu enriquecimento das propostas
departamento de Artes, tem procurado curriculares a envolver os alunos.
1O ×  1O 22

A turma onde o projeto se concretizou envolvidas no 1O × 1O com a dupla


é constituída por 4 alunos do curso constituída pela professora Maria
de artes visuais a frequentar o 11º Bárcia e a atriz Maria Gil. Contacto
ano, recetivos à aprendizagem pela com autores que implementaram
descoberta e ao aprender fazendo. projetos artísticos numa lógica de
Com noção do caráter exploratório do autoiniciativa: Jacinto Lucas Pires,
desafio proposto aos alunos, a dupla escritor; José Pequeno, arquiteto;
tentou que as respetivas intervenções Rui Lima Miranda, gestor. Fruição e
ajudassem a: tornar tão claros quanto desmontagem de esculturas sonoras
possível os enunciados de partida; do projeto C-vib, da autoria do
acompanhar, provocar, sugerir e músico Simão Costa, na Fundação
incentivar os autores nos seus novos Gulbenkian. Construção dos
processos de ver e dar a ver. Sempre habitáculos. Criação de um espaço de
numa lógica de complementaridade partilha online em ambiente tumblr do
e não de sobreposição, diversas processo seguido. Conceção coletiva
estratégias de dar a ver o som do projeto de aula pública.
procuraram contribuir para uma
melhor compreensão dos conteúdos P e d ro J esus
específicos da gramática visual. Nasceu em 1977 no Funchal. É
arquiteto (FA-UTL). Trabalha em
Descrição su m á ria arquitetura e design. Pós-graduado
d o processo em Desenho Urbano pelo ISCTE, IUL.
Encontros regulares para partilha de Professor de Artes Visuais no Colégio
ideias e hipóteses de caminho a seguir. de Santa Doroteia, Lisboa. Membro da
Exercícios introdutórios à utilização das direção da Aproged. Tem participado
memórias como material de criação. e colaborado na organização de
Criação de heterónimos criativos. encontros de professores de Desenho
Elaboração de enunciados de e Geometria Descritiva. Vive e trabalha
exercícios de desenho, a partir dos em Lisboa.
constrangimentos dos heterónimos
criados, a responder ao longo do S i m ão Costa
trimestre. Participação em visita de Nasceu em 1979. O seu trabalho liga
estudo à exposição O museu é o mundo, objetos/instrumentos, eletrónica/
de Helio Oiticica, no Museu Berardo. código informático, materializando
Elaboração de projeto de criação peças sonoras que envolvem vários
de objeto/habitáculo de memórias meios e formas (concertos, instalações,
para os heterónimos. Visionamento de etc.). Trabalha a solo e em colaboração
experiências de representação visual com músicos, artistas plásticos,
do som e analogias com processos de intérpretes e performers. Desenvolve
manipulação dos elementos estruturais projetos educativos que relacionam
da linguagem plástica. Momentos de tecnologia e criatividade. O seu
cruzamento de experiências com a trabalho tem sido apresentado em
turma 1OºCT4 da Escola Secundária Portugal e no estrangeiro.
Padre António Vieira, igualmente
1O ×  1O 23

O caderno
como oficina
de excelência
Conceção Mário L inh ares e R icar d o Jacinto

A presentação Mário Lin h ares, R icard o Jacinto e alunos

E scola Colégio de Santa Doroteia

Duração 45’

Local Auditório 2

Agradecimentos Margarida Batista , Joana Couceiro, I n ê s Falcão,

C arlota Belo, Catarina Lourenço; Jacinto Lucas Pires, E d uar d o

Salav isa, Pedrita (Pedro Ferreira e R ita João) , Lapin, I r . Maria

da Conceição Amorim e João Moreno.

S inopse Tecnologias – e três de formação


Desde pequenos que a escola nos geral – Português, EMRC e Formação
ensina a usar uma capa dura com Humana.
argolas dentro, folhas com linhas, O processo de trabalho da dupla com
separadas por cartolinas – é o famoso as alunas baseou-se numa presença
dossiê! Contudo, não seria fascinante semanal durante as aulas de Desenho
aprendermos, desde cedo, o encanto A, onde foram lançados exercícios
de registar num caderno os conteúdos que pretendiam gerar metodologias
teóricos e práticos, relacioná-los e tirar de trabalho que proporcionassem
novas conclusões, tal como se faz na surpresas e acasos. Desde cartografias
vida profissional? sonoras a retratos metamorfoseados,
passando por registos quotidianos
E nqua d ra m ento d o projeto a partir de textos, até à conjugação
na escola de conteúdos teóricos com práticos
A turma é composta por 5 elementos entre diferentes disciplinas. Todo o
do género feminino a estudar no processo foi acompanhado, dialogado
12.º ano de escolaridade. O seu e avaliado regularmente entre alunas,
currículo escolar tem três disciplinas o professor e o artista, havendo uma
de formação artística – Desenho relação perfeitamente articulada com
A, Oficina de Artes e Materiais e a escola.
1O ×  1O 24

Descrição su m á ria pensamento e prática artística.


d o processo Durante todo o processo foi
O trabalho desenvolvido pela dupla constantemente solicitado às alunas
iniciou-se com a definição prévia de um olhar critico e argumentativo
um conjunto de exercícios e estratégias sobre o seu caderno, nas respostas
de aplicação e desenvolvimento do que davam aos exercícios propostos,
projeto no contexto da escola e da bem como nas suas propostas de
turma em particular, estabelecendo um articulação com as outras disciplinas
conjunto de objetivos e uma cronologia ou atividades extracurriculares.
de exercícios e atividades.
A dupla encontrou-se todas as M á rio Lin h ares
segundas feiras com a turma, durante Nasceu em Oeiras, vive em Sintra
duas horas letivas, e neste período e trabalha em Lisboa. Estudou na
reviram e discutiram em conjunto com António Arroio, depois em Viana
as alunas os exercícios propostos do Castelo e, mais tarde, Design de
na sessão anterior, propondo novas Equipamento na FBAUL. Desde cedo
abordagens que muitas vezes começou a conjugar o ensino e o design
incorporaram as matérias de outras trabalhando em várias instituiçoes
disciplinas ou interesses pessoais públicas e privadas. Está a terminar o
das alunas. Mestrado em Ensino das Artes Visuais
Durante o trimestre um conjunto de pela Universidade de Lisboa.
profissionais, cuja prática implicava
uma relação muito frequente com um R icar d o J acinto
caderno, foi convidado a falar sobre Nasceu em Lisboa, em 1975. Curso de
esta relação e sobre o seu modo de Escultura e curso avançado de Artes
usar este objeto. Interessou-nos dar Plásticas no AR.CO e licenciatura em
um panorama alargado desta questão Arquitetura pela FAUTL. Intercâmbio
e para isso convidámos um escritor, na School of Visual Arts, Nova Iorque.
um urban sketcher, dois designers de Estudou Música no Hot Clube e
equipamento, que mostraram os seus Composição na Academia de Amadores
próprios cadernos e falaram da sua de Música. Realiza exposições,
experiencia prática e um professor de concertos e performances em Portugal
desenho que fez um enquadramento e no estrangeiro. Colabora regularmente
histórico do uso e importância do diário com outros artistas plásticos,
gráfico/cadernos de apontamentos no coreógrafos, músicos e performers.
1O ×  1O 25

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filosoficamente
Conceção António R . Martins e P e d ro S ena Nunes

I nterv enientes António R . Martins e alunos d o 1 O º ano

d e escolaridade da Escola S ecun dá ria Pa d re A ntó nio Vieira

Duração 3O'

Local Auditório 2

Agradecimentos J udit h S ilva P ereira , Maria Le m os Bá rcia ,

A lunos 1 Oº ano Escola S ecun daria A ntónio Pa d re A ntó nio

Vieira , Nuno Costa e J oão P elica .

S inopse dia a dia poderão mostrar a presença


Sabe-se que na vida corrente filosófica?
associamos sentidos às coisas sem que Na presente experiência pretendemos
previamente tenhamos pensado nisso. valorizar o processo, não partir de
Um professor dialoga, na presença de definições acabadas. Foi como ir do
um realizador e de um operador de filosofar para o que é a Filosofia. A
câmara, com alunos da área científica imagem é semelhante ao objeto, mas
do ensino secundário, sobre o interesse parece estar por detrás do espelho.
e desinteresse pela Filosofia. Parece mas não está…, vemos nós que,
relativamente à imagem, também nos
E nqua d ra m ento d o projeto encontramos por detrás do espelho…
na escola Ou seja: há o ver que é refletido e um
Embora esta tenha sido uma dupla ver refletinte, que é filosófico.
com um projeto sem escola e sem A relação com os alunos procurou
turma, percebemos que as nossas mostrar, assim, que filosofar é um ver
intenções tornariam o projeto por detrás do espelho.
adaptável a qualquer turma, em A partir do filme será traçada uma
qualquer circunstância, pelo que visão de futuro.
aceitámos o desafio de nos cruzarmos
com alunos da Escola Secundaria Descrição su m á ria
Padre António Vieira com o objetivo d o processo
de escutar, explorar e apreender a Começámos por desenvolver uma
interpretação, utilidade e relação mútua descoberta das nossas áreas
que os alunos têm com a Filosofia no de interesse: a filosofia e o cinema
mundo do seu quotidiano. Pergunta-se, e tentámos cruzá-las nos vários
portanto: Que exemplos do profundo encontros que fomos tecendo. Como
1O ×  1O 26

dupla atípica, uma vez que não e desinteresses gerais e particulares


tínhamos nem escola, nem turma, pela filosofia. O filme dá a pensar
nem alunos, fomos ajustando a nossa um mundo de repercussões, mais
reflexão numa contínua e genérica disponível, sempre ligado à filosofia,
soma de etapas sobre as questões que está no centro do diálogo.
que a filosofia suscita, em particular Conclusão: não há uma relação direta
as situações de distância e antipatia entre as intenções, e, neste caso, o
sugeridas por muitos alunos. resultado.
Mediante a elaboração de um texto,
que seria base de uma interpretação A ntó nio R . Martins
fílmica, iniciámos o processo de Professor de Filosofia desde 1992.
pesquisa para a criação do espaço Formador na mesma área desde 1999.
cénico, bem como o trabalho de
interpretação. Posteriormente, fomos P e d ro S ena N unes
orientados, pela equipa coordenadora Nasceu em Lisboa em 1968. Estudou
do projeto 1O × 1O, para procurar o cinema em diferentes escolas
contacto direto com alunos do ensino europeias. Foi cofundador do Teatro
secundário como fonte informativa Meridional. Realiza documentários,
para a reescrita do texto. ficções e spots. É professor da ETIC
Os relatos de experiência e relação e diretor artístico da Vo’Arte. Criador
com a filosofia por parte dos alunos multidisciplinar e codiretor do
transformaram-se em matéria fílmica, InShadow e InArte. Colabora com a
para editarmos de forma aliciante uma CiM na integração de pessoas com
sequência representativa dos interesses necessidades especiais. Recebeu vários
prémios nacionais e internacionais.
1O × 1O é um projeto piloto que
promove a colaboração entre
artistas e professores de diversas
disciplinas do ensino secundário,
com o objetivo de desenvolver
estratégias de aprendizagem
eficazes para captar a atenção,
motivar e envolver os alunos na sala
de aula. Teve início em julho de 2O12
com uma Residência dedicada à
reflexão e partilha de experiências
entre professores e artistas, seguida
de um período de 3 meses de
trabalho nas escolas, implicando
1O duplas de professores/artistas
e a participação dinâmica dos
respetivos alunos. O resultado
deste processo pedagógico é agora
apresentado na Fundação através
da realização de aulas públicas
que assumem diferentes formatos.

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