Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INSTITUTO DE BIOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA MARINHA e
AMBIENTES COSTEIROS
Projeto:
Flabelligeridae (Polychaeta: Terebellida) da Bacia de Campos:
Taxonomia e aspectos ecológicos.
Apresentação de Resultados
NITERÓI- RJ
2014
1 – Resumo
3 - Andamento
O primeiro ano do mestrado foi dedicado quase que integralmente ao cumprimento das
disciplinas do curso. O segundo ano foi dedicado à análise dos poliquetas. Do total de
163 amostras e 1225 indivíduos, 142 amostras e 1187 indivíduos já foram analisados. O
cronograma inicial foi alterado em função da grande quantidade de espécies novas
encontradas, o que exige maior tempo para o reconhecimento e descrição adequados. No
total foram encontrados 9 gêneros diferentes, 7 examinados até agora, 14 espécies
possivelmente novas e 2 já descritas. Sendo 7 gêneros e 2 espécies como novas
ocorrências para o Brasil. Até o fim de dezembro todos os indivíduos estarão
identificados, fotografados e a avalição da distribuição batimétrica realizada. Um artigo
científico sobre o gênero Diplocirrus está em fase final de preparação e estima-se sua
submissão até outubro para a Zootaxa.
4 – Resultados
Diplocirrus sp. 1
Figura 1
Material tipo. Holótipo (HAB17 I5 R3), 140 m, 21 Jul. 2009, (21º 22' 58,560" S, 40º 15'
15,721" W), XX parátipos (HAB13 I5 R2), 147 m, 06 Jul. 2009 (21º 22' 57,858" S 40º
15' 15,648" W), Oceano Atlântico, Bacia de Campos, Brasil.
Túnica papilada, com uma fina camada de sedimentos composto por grãos finos. Papilas
curtas em relação ao comprimento da cerda, papila digitada, capitada. Sedimento
cobrindo somente a base da papila; papila com 1/4 do comprimento da notocerda; 8
fileiras de papilas no setígero 10, papila até duas vezes mais longas nos parapódios, do
mesmo comprimento ao longo de todo corpo.
Parapódio birreme, reduzido; cerdas emergem da parede corporal. Todos os setígeros com
o mesmo comprimento. Caixa cefálica composta por cerdas do setígero 1; cerdas do
mesmo comprimento da largura corporal, e direcionadas dorsalmente. Noto e neurocerdas
com o mesmo comprimento a partir do setígero 2, sendo as primeiras com metade do
comprimento da largura corporal e a segunda com 3/4 do comprimento da notocerda.
Todas as noto- e neurocerdas multiarticuladas, afilando nas extremidades. Artículos mais
longos na base e diminuindo até a extremidade da notocerda; neurocerdas com artículos
de mesmo comprimento, ponta falcada suave. 4 a 5 notocerdas por feixe de cerdas ao
longo do corpo todo; margem ântero-dorsal do setígero 1 papilada como nos segmentos
posteriores; 3 a 4 neurocerdas por feixe de cerdas ao longo de todo corpo. Sem gonóporos
ventrolaterais.
Diplocirrus sp. 2
Figura 2
Material tipo. Holótipo (HAB8 E6 R3), 387,1 m, 31 Jan. 2009, (22º 25' 54,966" S, 40º
17' 39,534" W), Oceano Atlântico, Bacia de Campos, Brasil.
Túnica fina, papilada, sedimentos finos aderidos à base das papilas, papila digitada
capitada; papilas com o mesmo comprimento ao longo do corpo, até 4 vezes mais longas
que as demais ao redor das cerdas, inúmeras fileiras de papilas no setígero 10; papilas
mais longas com 1/5 do comprimento da notocerda mediana.
Diplocirrus sp. 3
Figura 3
Material tipo. Holótipo (HAB11 D3 R2) (sem dados), 1 parátipo (HAB16 C3 R3), 77
m, 03 Jul. 2009 (22º 46' 50,350" S 41º 3' 39,080" W), 1 parátipo (HAB11 D3 R2), 1
paratipo (HAB11 D3 R3) (sem dados), 1 parátipo (HAB16 B4 R2), 107 m, 02 Jul. 2009
(23º 10' 0,820" S 41º 3' 12,720" W), Oceano Atlântico, Bacia de Campos, Brasil.
Túnica com uma fina camada de sedimentos compostos por grãos finos, papilada. Papilas
com metade do comprimento da neurocerda digitada. Sedimento cobre somente a base da
papila; maior quantidade de papilas na região anterior e posterior do corpo e nos
parapódios, todas do mesmo comprimento; 4 fileiras por setígero.
Capuz cefálico não exposto. Região anterior não dissecada para evitar maiores danos.
Pherusa scutigera – Nonato & Luna, 1970: 91, 92, figs 79-83.
Material examinado. 1 espécime (HAB13 I5 R2), 145 m, 06 Mar. 2009, (21º 22' 57,720"
S, 40º 15' 15,324" W), 2 espécimes (HAB16 H5 R1), 147 m, 07 Jul. 2009, (21º 42' 33,480"
S, 40º 9' 5,740" W), Oceano Atlântico, Bacia de Campos, Brasil.
Caixa cefálica com cinco vezes o comprimento da largura corporal. Caixa cefálica
composta pelos setígeros 1-2; neurocerdas do setígero 1 e 2 com o dobro do comprimento
das notocerdas. Cerdas da caixa cefálica arranjadas em uma série curta, com 5 cerdas por
feixe de cerdas.
Margem anterior dorsal do primeiro setígero papilada, mas sem projeções na sua região
mediana. Setígeros 1-2 com longas papilas restritas à base dos parapódios. Setígero 1
muito curto, setígeros 2 e 3 mais longos (1/3 maior) que o primeiro°. Grãos de areia
cimentada no escudo anterior, circundando os setígeros 1-2, escudo deprimido, suave
dorsalmente, inchado, mais áspero ventralmente. Transição gradual das neurocerdas da
caixa cefálica para as cerdas do restante do corpo; neurocerdas falcadas a partir do
setígero 9. Lobos gonopodiais não visualizados.
Região posterior cônica; pigídio com ânus terminal, sem cirro anal.
Comentários. Neste estudo os indivíduos apresentam neurocerdas falcadas a partir do
setígero 8, enquanto que na descrição original em todas as espécies elas começam partir
do setígero 9. Como essa foi a única diferença constatada, acredita-se ser a mesma espécie
podendo haver uma variação intraespecífica dependendo, por exemplo, da ontogenia.
Piromis Kinberg 1867:338, Grube 1877a:65, 68, Day 1967:663, Fauchald 1977:117.
Balanochaeta Chamberlin, 1919:397 (Type species: Trophonia eruca Claparède,
1868, pela designação original).
Piromis sp. 1
Material tipo. Holótipo (HAB13 H5 R3), 147 m, 10 Jul. 2009, (21º42' 33,525" S, 40º 9'
5,094" W), 1 parátipo (HAB11 A5 R2), 142 m, 01 Mar. 2009, (23º 36' 9,919" S, 41º 21'
35,952" W), 1 parátipo (HAB11 B2 R1), 53 m, 27 Fev. 2009, (22º 37' 30,846" S, 41º 21'
57,612" W), 1 parátipo (HAB13 I5 R2), 147m, 06 Mar. 2009, (21º 22' 57,858" S, 40º 15'
15,648" W), Oceano Atlântico, Bacia de Campos, Brasil.
Descrição. Holótipo completo com 22 mm de comprimento, 1,3 mm de largura, caixa
cefálica com 1,3 mm, e 68 setígeros. Corpo cilíndrico afunilado na região anterior e
inflado na posterior; Parátipos com 5-22 mm de comprimento, 0,5-1,3 mm de largura,
caixa cefálica com 0,5-1,2 mm, e 35-68 setígeros.
Túnica espessa com grãos de sedimento maiores na região dorsal; grãos de areia cobrem
o corpo todo, exceto a região posterior (no holótipo); papilas digitadas, presentes somente
próximas às cerdas, 2 a 3 por feixe de cerdas parapodial.
Capuz cefálico não exposto. Caixa cefálica formada pelos setígeros 1 e 2, com o mesmo
comprimento da largura corporal. Cerdas organizadas em fileiras curtas, feixes de cerdas
laterais e ventrolaterais. Primeiro setígero com 6 a 8 notocerdas e 3 a 4 neurocerdas por
feixe de cerdas parapodial; segundo setígero com 3 a 4 noto- e neurocerdas por feixe de
cerdas; terceiro setígero com 3 a 4 neurocerdas e 4 a 6 notocerdas por feixe de cerdas.
Margem dorsal anterior do setígero 1 com lobo mediano, projetado anteriormente, com
três papilas distais. Todos os setígeros de mesmo comprimento.
Região posterior inflada, sem partículas de sedimento, anus dorsoterminal, sem cirros.
Comentários. Piromis sp. 1 não se aproxima de nenhuma espécie anteriormente descrita
pois possui neurocerdas falcadas bidentadas a partir do setígero 2, até agora todas as
espécies relatadas as neurocerdas bidentadas são a partir do setígero 4.
Piromis sp. 2
Material tipo. Holótipo (HAB9 I8 R1 0/2), 993 m, 03 Fev. 2009, (21º 11' 0,156" S, 40º
9' 4,644" W), 1 parátipo (HAB6 A7 R1 0/2), 693,7 m, Inv. 2008 (23º 39' 15,540" S, 41º
18' 36,340" W), Oceano Atlântico, Bacia de Campos, Brasil.
Túnica espessa, com poucos grãos de sedimento; parede do corpo quase descoberta, com
3 a 4 papilas visíveis somente próximo às cerdas.
Caixa cefálica composta somente pelo primeiro setígero. Cerdas organizadas em fileiras
curtas, todas dorsolaterais; 2 notocerdas por feixe de cerdas até o setígero 5; 4 notocerdas
e 3 neurocerdas por feixe de cerdas em todos os setígeros seguintes; Todos os setígeros
com o mesmo comprimento. Noto- e neurocerdas aumentando gradativamente de
comprimento em direção à extremidade posterior do corpo, com exceção do primeiro par
de notocerdas que é mais longo; nos setígeros posteriores as noto- e neurocerdas tem 3x
o comprimento das suas respectivas do 2º setígero. No 10º setígero a neurocerda tem 1/3
do comprimento da notocerda.
Material tipo. Holótipo (HAB11 D1 R2), 29 m, 26 Fev. 2009, (22º 6' 37,752" S, 40º 54'
50,256" W), Oceano Atlântico, Bacia de Campos, Brasil.
Túnica grossa cobrindo a maior parte das papilas, com poucos sedimentos aderidos; grãos
maiores na superfície dorsal. Papilas expostas organizadas em filas longitudinais, duas
dorsais e quatro ventrais.
Caixa cefálica ¼ mais longa que a largura corporal Caixa cefálica composta pelos
setígeros 1 e 2. Cerdas organizadas em fileiras curtas; dorsolaterais no primeiro setígero,
lateral no segundo. Setígero 1 com 5 notocerdas e 4 neurocerdas por feixe de cerdas
parapodial; setígero 2 com 7 notocerdas e 3 neurocerdas. Margem dorsal anterior do
setígero 1 com 2 papilas distais. Setígeros 1-4 e 15-29com a mesma largura, do 4-15 com
o dobro dessa largura. Transição gradual das cerdas da caixa cefálica para as corporais.
Neurocerdas multiarticuladas bidentadas do setígero 3 ao 14; e anquilosadas bidentadas
a partir do setígero 15. Lobos gonopodiais não visualizados.
Região posterior levemente afunilada, cônica. Pigídio contraído. Ânus dorsal sem cirro
anal.
Comentários. Piromis sp. 3 e Piromis sp. 2 possuem túnicas com poucos grãos de
sedimento, parede do corpo quase descoberta de grânulos e artículos das neurocerdas
iguais em comprimento.
Piromis sp. 3 se distancia de Piromis sp. 2 por possuir os setígeros 1 e 2 envolvidos na
caixa cefálica, enquanto Piromis sp. 2 apresenta somente o setígero 1.
Piromis sp. 3 possui o setígero 1 com 5 notocerdas e 4 neurocerdas por feixe de cerdas
parapodial, e Piromis sp. 2 apenas 2 noto- e 3 neurocerdas.
Piromis sp. 3 apresenta setígeros de comprimentos variados e Piromis sp. 2 todos os
setígeros com o mesmo comprimento.
Piromis sp. 3 se assemelha ainda a Piromis amoureuxi (Salazar- Vallejo, 2011)
proveniente do Mar do Caribe, porque possuem túnica com poucos grãos de sedimento,
parede do corpo quase descoberta, e duas fileiras de papilas dorsais e quatro ventrais.
Porém, Piromis sp. 3 possui os setígeros 1 e 2 envolvidos na caixa cefálica, e P.
amoureuxi apenas 1-3.
Piromis sp. 3 apresenta o setígero 1 com 5 noto e 4 neurocerdas por feixe de cerdas,
enquanto P. amoureuxi 6-7 noto e 3-4 neurocerdas.
Piromis sp. 3 possui os setígeros 1 a 4 com o mesmo comprimento, por outro lado, P.
amoureuxi possui os setígeros 1-3 progressivamente mais longos.
Piromis sp. 3 também se assemelha a Piromis brisegnoi (Salazar-Vallejo, 2011) porque
ambas possuem túnicas com poucos grãos de sedimento e parede do corpo quase
descoberta. Entretanto, Piromis 3 apresenta papilas expostas organizadas em filas
longitudinais, 2 dorsais e 4 ventrais, P. brisegnoi não possui um padrão de organização
das papilas.
Piromis sp. 3 apresenta os setígeros 1 e 2 envolvidos na caixa cefálica, já P. brisegnoi
possui os setígeros 1-3.
Piromis sp.3 possui o setígero 1 com 5 noto- e 4 neurocerdas por feixe de cerdas
parapodial, enquanto P. brisegnoi tem 10 noto- e 6 neurocerdas.
Piromis sp. 4
Material tipo. Holótipo (HAB17 B2 R2), 53 m, 16 Jul. 2009, (22º 45' 44,850" S, 41º 45'
39,494" W), 2 parátipos (HAB17 A3 R1), 80 m, 15 Jul. 2009, (23º 1' 43,375" S, 41º 58'
36,922" W), Oceano Atlântico, Bacia de Campos, Brasil.
Caixa cefálica ¼ mais longa que a largura do corpo. Caixa cefálica composta pelos
setígeros 1-3; cerdas organizadas em fileiras curtas: dorsolateral no setígero 1, lateral no
setígero 2-3. Setígero 1 com 5 noto- e 4 neurocerdas de cada lado; setígeros 2-3 com 5
noto e 4 neurocerdas de cada lado.
Diagnose. Corpo cilíndrico. Túnica espessa, opaca ou transparente. Caixa cefálica bem
desenvolvida; notocerda dorsal, às vezes muito longa. Margem anterior do setígero 1
papilada, sem projeção dorsal. Papilas do corpo, muitas vezes minúsculas, abundante ao
longo do corpo, por vezes, dispostas em filas. Noto e neurocerdas posteriores com poucos
artículos longos (oligo-articulado). Neurocerdas posteriores com poucos artículos,
articulação distal curta e inteiras, alongada e fina, ou curtas e aristada foliosa. Brânquias
cirriformes, surgindo sobre uma placa branquial em forma de língua.
Pycnoderma sp. 1
Material tipo. Holótipo (HAB9 CANAC7 R1), 780 m, 06. Mar. 2009, (21º 47' 22,386"
S, 40º 2' 1,578" W). 1 Parátipo (HAB6 C7 R2 2/5), 689,4 m, Inv. 2008, (22º 59' 48,140"
S, 40º 47' 51,140" W); 1parátipo (HAB6 B7 R2 0/2), 724,2 m, Inv. 2008, (23º 12' 57,480"
S, 40º 57' 42,860" W). Oceano Atlântico, Bacia de Campos, Brasil.
Margem dorsal anterior do setígero 1 lisa. Setígeros anteriores sem papilas longas
especiais. Setígeros 1-4 com o mesmo comprimento, mais largos do que longos. Transição
gradual das cerdas da caixa cefálica para o segmento seguinte; neurocerdas mais grossas
com artículos longos substitui completamente as capilares no setígero 21.
Região posterior inflada, pigídio cônico, ânus terminal, sem cirros anais.
Espécie tipo. Siphonostomum cariboum Grube & Ørsted in Grube, 1859, por designação
original
Diagnose. Corpo anteriormente inflado, com uma cauda posterior cilíndrica. Caixa
cefálica bem desenvolvida. Escudo dorsal raramente ausente, que se estende pelos
setígeros 1-4 e muitas vezes com uma placa anterior articulada, raramente continuada
ventralmente com um revestimento mais fino. Papilas corporais pequenas, capitadas ou
clavadas, em fileiras distintas, ao menos nos setígeros anteriores. Neuropódios anteriores
com ganchos de transição longos ou pseudocompostos. Neurocerdas posteriores simples,
anquilosadas, falcadas, às vezes com borda. Brânquias em duas fileiras: fileira proximal
separados em dois grupos laterais, cada um com dois ou mais filamentos, muitas vezes
arranjadas em espiral; fileira distal com 4 filamentos maiores do que o que os filamentos
proximais. Lobos nefridiais entre fileiras branquiais. Extremidade posterior do animal
com alguns neuroganchos. Animal achatado em substratos duros ou compactos.
Material examinado. Três espécimes (HAB13 I5 R1), 142 m, 06 Mar. 2009, (21º 22'
59,082" S, 40º 15' 16,710" W), três espécimes (HAB16 H5 R1), 147 m, 07 Jul. 2009, (21º
42' 33,480" S, 40º 9' 5,740" W), dois espécimes (HAB16 H5 R2), 148 m, 07 Jul. 2009,
(21º 42' 33,090" S, 40º 9' 5,810" W), Oceano Atlântico, Bacia de Campos, Brasil.
Caixa cefálica com algumas cerdas quebradas e outras inteiras, com o dobro do
comprimento da largura corporal ou maior. Caixa cefálica formada pelos setígeros 1 e 2.
Cerdas organizadas em fileiras curtas, nas laterais do corpo; setígero 1 com 3 a 5 noto- e
2 a 3 neurocerdas por feixe de cerdas parapodial; setígero 2 com 3 noto- e 2 neurocerdas.
Margem dorsal anterior do setígero 1 projetada anteriormente, sem papilas. Setígero 1-2
ligeiramente mais curto do que o setígero 3; setígeros seguintes do mesmo comprimento
e menores que o 1º e 2º. Areia cimentada anteriormente ao escudo estendendo-se
posteriormente ao mesmo até o setígero 4 e parte do 5, e ventralmente ao longo dos
setígeros 1-2, alcançando o eixo médio-ventral. Transição gradual das cerdas da caixa
cefálica para cerdas seguintes; cerdas pseudocompostas nos setígeros 3 a 8, neurocerdas
falcadas a partir do 9º setígero.
Região posterior afinando em um lobo hemisférico; pigídio com ânus terminal, sem cirros
anais.
Comentários. Os indivíduos aqui examinados apresentam a maior parte das
características de Semiodera salazarae descrita em 2012 por Salazar-Vallejo. Entretanto,
a espécie foi descrita para o Pacífico Oriental, no México, a 1 m de profundidade. No
presente estudo, foi coletada a 147 m de profundidade da Bacia de Campos.
Tendo em vista que tanto cerdas quanto papilas são estruturas frágeis e facilmente
perdidas durante o processo de coleta e triagem do material, é possível que na contagem
das mesmas possa ter algum equívoco, por razão disso os exemplares aqui examinados
foram mantidos em “compare com”.
Therochaeta Chamberlin, 1919: 397. — Hartman 1965: 179-180— Fauchald 1977: 117.
Material examinado. Holótipo (HAB8 C10 R1), 1954 m, 27 Jan. 2009, (23º 8' 20,580"
S, 40º 36' 46,944" W), Oceano Atlântico, Bacia de Campos, Brasil.
Capuz cefálico exposto mas muito danificado, por isso não foi possível analisar as
características. Margem do capuz cefálico com pequenas papilas.
Caixa cefálica muito longa, com metade do comprimento corpóreo. Não foi possível
observar quais setígeros estão envolvidos na caixa cefálica pois as cerdas estão quebradas.
Parapódios dos setígeros 1 e 2 mais desenvolvidos em relação aos demais. No setígero 1
somente 1 neurocerda presente no lado esquerdo, notocerdas quebradas. Primeiro setígero
com 1/2 do comprimento do setígeros 2 e 3. Segundo setígero com todas as cerdas
quebradas em sua base. Setígeros 3 e 4 com notocerdas multiarticuladas; neurocerdas
quebradas. Quarto setígero com o dobro do comprimento do setígero 3. Setígero 5 ao 13
com o mesmo comprimento dos setígeros 2 e 3º. Notocerdas todas quebradas a partir do
setígero 5 até o final do corpo (com exceção do último setígero); neurocerdas.
Região posterior afilando gradativamente; pigídio com ânus terminal, sem cirro anal.
Therochaeta 2
Material tipo. Holótipo (HAB8 F8 R2 0/2), 1020 m, 24 Jan. 2009, (22º 14' 43,734" S,
39º 53' 35,610" W). 2 Parátipos (HAB4 F9 R1 0/2), 1299,3 m, 29 Mai. 2009, (22º 25'
44,148" S, 39º 54' 4,764" W). Oceano Atlântico, Bacia de Campos, Brasil.
Espécie tipo. Trophoniella avicularia Caullery, 1944, por designação original (Hartman
1959: 423).
Diagnose. Corpo cilíndrico.Caixa cefálica presente. Túnica espessa, maior parte com
grãos de sedimento. Tubérculos dorsais presentes ou ausentes.Papilas dispostas em
fileiras longitudinais, frágeis, clavadas, às vezes imperceptíveis. Setígeros medianos com
neurocerdas simples multiarticuladas ou anquilosadas, distalemnte falcadas ou
bidentadas. Setígeros posteriores com neurocerdas anquilosadas, posicionadas em uma
linha reta, subdistalmente afinando ou expandida, extremidade em pontiaguda, bidentada
ou bífida, nunca mucronada. Brânquias geralmente abundantes, curtas, com filamentos
cirriformes, arranjadas em um lobo linguiforme; raramente alguns filamentos branquiais
arranjados em uma placa plana.
Trophoniella sp. 1
Material tipo. Holótipo (HAB13 FOZ14 R2), 24 m, 08 Mar. 2009 (21º 17' 27,528" S,
40º 48' 27,096" W). Oceano Atlântico, Bacia de Campos, Brasil.
Túnica grossa, papilada, com partículas de sedimento na região dorsal e lateral do corpo.
Margem dorsal anterior do primeiro setígero não papilada. Setígeros anteriores com
papilas longas.
Noto- e neurocerdas da caixa cefálica até o setígero 4 quebradas. Não foi possível
observar quais setígeros estão envolvidos na caixa cefálica pois as cerdas estão quebradas.
Ambas cerdas dispostas em uma série curta. Transição abrupta das cerdas da caixa
cefálica para as cerdas corporais.
Essas espécies diferem entre si, pois Trophoniella sp. 1 possui 4 fileiras de papilas dorsais
e 6 ventrais arranjadas longitudinalmente, já T. americana possui 4 ventrais e 3 dorsais.
Enquanto Trophoniella sp. 1 possui margem dorsal anterior do primeiro setígero não
papilada, em T. americana não há papilas.
Trophoniella sp. 1 possui 5-6 noto- e 3 neurocerdas no primeiro setígero. Por outro lado,
T. americana apresenta 2-3 noto- e 4-5 neurocerdas.
Se diferenciam entre si, pois Trophoniella sp. 1 possui 4 fileiras de papilas dorsais e 6
ventrais dispostas em uma linha longitudinal, em T. tumbensis as papilas são dispostas
em 4 fileiras na região ventral.
Além disso, Trophoniella sp. 1 possui 5-6 noto- e 3 neurocerdas no primeiro setígero,
enquanto T. tumbensis12 noto- e 10 neurocerdas.
Margem dorsal anterior do primeiro setígero não papilada em Trophoniella sp. 1, por
outro lado T. tumbensis possui margem papilada com um lobo bífido.
Em Trophoniella sp. 1 há 3 papilas por feixe de cerdas nas noto- e neurocerdas, contudo,
em Trophoniella sp. 3 há apenas 2 papilas.
Trophoniella sp. 2
Material tipo. Holótipo: (HAB16 B3 R1), 77 m, 02 Jul. 2009, (22º 59' 42,887" S, 41º 21'
13,754" W). Oceano Atlântico, Bacia de Campos, Brasil.
Túnica grossa, papilada, coberta por partículas de sedimento não imersas na túnica;
grânulos maiores na região dorsal e lateral do corpo.
Margem dorsal anterior do primeiro setígero papilada, longas com projeções bífidas.
Setígeros anteriores com papilas longas. Notopódios direcionados anteriormente.
Tubérculos dorsais mais desenvolvidos na região anterior.
Papilas longas, capitadas, pouco visíveis por estarem cobertas por sedimento.
Não foi possível saber quais setígeros estão envolvidos na caixa cefálica, pois as cerdas,
dispostas em ums série curta, estão quebradas
Trophoniella sp. 3
Material tipo. Holótipo (HAB16 H4 R1), 97 m, 07 Jul. 2009, (21º 42' 49,510" S, 40º 10'
21,100" W). Oceano Atlântico, Bacia de Campos, Brasil.
Descrição. Holótipo completo com 12 mm de comprimento, 1,5 mm de largura, caixa
cefálica com 3,3 mm, e 52 setígeros. Corpo cilíndrico, região posterior ligeiramente
cônica. Coloração pálida.
Túnica grossa, papilada, com partículas de sedimento na região dorsal e lateral do corpo.
Margem dorsal anterior do primeiro setígero papilada. Setígeros anteriores com papilas
longas.
Não foi possível saber quais setígeros estão envolvidos na caixa cefálica pois as cerdas
estão quebradas; cerdas dispostas transversalmente muito próximas umas as outras.
Transição abrupta das cerdas da caixa cefálica para as cerdas dos demais setígeros.
Notocerdas compostas por 3-4 cerdas por feixe de cerdas em todos os setígeros; 3
neurocerdas por feixe de cerdas até o setígero 13. Setígero 4 em diante com notocerdas
apresentando o mesmo comprimento, assim como as neurocerdas. Setígero 14 em diante
com 4 neurocerdas por feixe de cerdas parapodial.
Referências Bibliográficas
Hartmann- Shroder, G. (1962). — Die Polychaeten des Eulitorals. Zur Kenntnis des
Eulitorals der chilenischen Pazifikküste und der argentinischen Küste Südpatagoniens
unter besonderer Berücksichtigung der Polychaeten und Ostracoden. Mitteilungen aus
dem Hamburgischen Zoologischen Museum und Institut 60 (Ergänzungsband): 57-167.
Monro, C. C. A. (1928). — Papers from Dr. Th. Mortensen’s Pacific expedition 1914-16,
45. On the Polychaeta collected by Dr. Th. Mortensen off the coast of Panama.
Videnskabelige Meddelelser fra Dansk Naturhistorisk Forening 85: 75-103 (reprint has
28-7-1928 on the last page; this is the publication date).