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NOÇÕES DE DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: ESTATUTO DA

CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (LEI FEDERAL Nº. 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990)

O Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA, é um conjunto de normas do ordenamento


jurídico brasileiro que tem como objetivo a proteção integral da criança e do adolescente,
aplicando medidas e expedindo encaminhamentos para o juiz. É o marco legal e regulatório dos
direitos humanos de crianças e adolescentes.

O ECA estabelece direitos à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à


profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade, à convivência familiar e
comunitária para meninos e meninas, e também aborda questões de políticas de atendimento,
medidas protetivas ou medidas socioeducativas, entre outras providências. Trata-se de direitos
diretamente relacionados à Constituição da República de 1988.

Dispõe, ainda, que nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, por qualquer pessoa
que seja, devendo ser punido qualquer ação ou omissão que atente aos seus direitos
fundamentais.

Princípios Norteadores:

Princípio da Proteção Integral.

Em seu artigo 227, a Constituição Federal trás o princípio da Proteção Integral indica o dever da
família, da sociedade e do Estado de zelar pela inviolabilidade dos direitos fundamentais da
criança e do adolescente, deixando-os a salvo de qualquer forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão.

Princípio da Prioridade Absoluta.

O princípio da prioridade absoluta determina que a criança e o adolescente devem ser tratados
com absoluta preferência, pela sociedade e. em especial, pelo Poder Público.

O próprio ECA traz em quais aspectos essa prioridade absoluta deve ser observada (art. 4º,
parágrafo único):
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância
e à juventude.

Princípio do Respeito à Condição Peculiar da Criança e


do Adolescente de Pessoa em Desenvolvimento.

Por esse princípio entendemos que as crianças e adolescentes são pessoas em condições
peculiares de desenvolvimento. Apresentam hipossuficiência frente à defesa dos seus próprios
interesses, além de possuírem interesses especiais.

Princípio da Participação Popular.

Este princípio decorre do artigo, 204, II da Constituição Federal, que garante a participação da
população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas públicas e no
controle das ações em todos os níveis relacionados à infância e à juventude.
Título I
Das Disposições Preliminares

Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade
incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.

Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às pessoas
entre dezoito e vinte e um anos de idade.

Portanto, Criança é a pessoa com até 12 anos de idade incompletos; Adolescente é a pessoa
entre 12 e 18 anos de idade. O critério adotado para distinguir essas pessoas foi o cronológico, ou
seja, verifica-se apenas a idade da pessoa e não sua capacidade de discernimento para a
prática de alguma conduta.

EXCEÇÃO: Art. 2º, parágrafo único, ECA: Excepcionalmente, nos casos previstos em lei, aplicam-
se as regras atinentes ao ECA, ao ser de 18 até 21 anos de idade.

De acordo com os Artigos 27 do Código Penal; 228 da CF; e 104 do ECA, os menores de 18 anos
são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial, ou
seja, ECA. Em conformidade com o Art. 103 do Eca, Crime ou Contravenção Penal, praticados por
criança ou adolescente, recebe a denominação de Ato Infracional.

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