Você está na página 1de 10

CASOS DA SUPREMA CORTE AMERICANA

MARBURY VS. MADISON (1803)

“Tida como a decisão mais importante da história da Suprema Corte, Marbury vs.
Madison estabeleceu o princípio da revisão judicial e do poder da Corte em determinar a
constitucionalidade de atos legislativos e executivos.

O caso surgiu de uma disputa política subseqüente à eleição presidencial de 1800 na


qual Thomas Jefferson, um republicano-democrata, derrotou o presidente em exercício,
John Adams, um federalista. Nos últimos dias da administração de Adams, o
Congresso, dominado pelos federalistas, criou vários cargos no Judiciário, inclusive o
de 42 juízes de paz no Distrito de Colúmbia. O Senado confirmou as nomeações, o
presidente assinou-as, e coube ao secretário de Estado selar e entregar as nomeações. Na
pressa dos atos de última hora, o secretário que saía não entregou as nomeações de
quatro juízes de paz, incluindo a de William Marbury.

O novo secretário de Estado sob o presidente Jefferson, James Madison, recusou-se a


entregar as comissões porque a nova administração estava indignada com a tentativa dos
federalistas de encaixar membros de seu partido na magistratura. Marbury entrou com
uma ação na Suprema Corte exigindo que Madison lhe entregasse a comissão.

Se a Corte decidisse a favor de Marbury, Madison ainda poderia recusar-se a entregar a


comissão e a Corte não teria meios de impor sua deliberação. Se a Corte decidisse
contra Marbury, arriscaria submeter o Judiciário aos jeffersonianos ao permitir-lhes que
negassem a Marbury o cargo a que tinha direito legal. O presidente da Corte, John
Marshall, resolveu o dilema determinando que a Suprema Corte não tinha autoridade
para agir naquele caso. Marshall declarou a Seção 13 da Lei Judiciária, que dera à Corte
esse poder, inconstitucional, porque ampliava a jurisdição original da Corte para além
da jurisdição definida pela própria Constituição. Ao decidir não se pronunciar sobre o
caso, a Suprema Corte garantiu sua posição como árbitro final nas questões legais.”

FONTE: http://www.embaixada-americana.org.br/government/ch6.htm

DRED SCOTT VS. SANDFORD (1857)

“Dred Scott era um escravo cujo dono, John Emerson, transportou-o do Missouri, um Estado
onde a escravidão era permitida, para Illinois, onde a escravidão era proibida. Anos depois,
Scott voltou ao Missouri com Emerson. Scott acreditava que, por ter vivido num Estado livre,
não deveria mais ser considerado escravo.

Emerson morreu em 1843 e, três anos depois, Scott processou a viúva de Emerson
requerendo a liberdade. Scott ganhou o processo numa corte de Missouri em 1850, mas
em 1852 a suprema corte estadual revogou a decisão do tribunal inferior. Enquanto isso,
a Sra. Emerson tornou a casar-se e Scott tornou-se propriedade legal do irmão dela,
John Sanford (grafado incorretamente como Sandford nos anais da corte). Scott
processou Sanford requerendo a liberdade num tribunal federal que decidiu contra Scott
em 1854.

Quando o caso chegou à Suprema Corte, os juízes decidiram que Scott não se tornara
livre por ter vivido num Estado com liberdade e que, como era negro, Scott não era um
cidadão, portanto não tinha o direito de entrar com um processo num tribunal.

A decisão foi muito criticada e contribuiu para a eleição de Abraham Lincoln, que se
opunha à escravidão, como presidente em 1860, apressando o início da Guerra Civil de
1861. Dred Scott vs. Sandford foi derrubado pela 13ª Emenda da Constituição, que
aboliu a escravatura em 1865, e pela 14ª Emenda, que garantiu a cidadania aos antigos
escravos, em 1868.”

FONTE: http://www.embaixada-americana.org.br/government/ch6.htm

CASO PLESSY VS. FERGUNSON (1896)


“Plessy v. Ferguson (de 1896) foi um caso marcante decidido pela Suprema Corte dos
Estados Unidos que decidiu sobre a constitucionalidade do direito dos estados da
União de impor a segregação racial em locais públicos sob a doutrina do "separate but
equal" ("separados mas iguais").
A corte decidiu, por 7 votos a 1, declarar que a segregação nos estados do sul não
violava a Constituição dos Estados Unidos (em particular a 14ª Emenda que afirmava
que todos os cidadãos eram iguais perante a lei). O juiz Henry Billings Brown, ao falar
pela maioria que aprovou a decisão, afirmou que a segregação feita no estado
da Luisiana não implicava em inferioridade, aos olhos da lei, dos afro-americanos e que
a separação por raça em locais e serviços públicos era uma mera questão política. A voz
dissidente dentro da Corte, o juiz John Marshall Harlan, condenou veementemente seus
colegas e afirmou que esta decisão seria tão negativamente marcante quanto o "Caso
Dred Scott". Ele complementou dizendo que a lei dos Estados Unidos não afirmava que
o país tinha um sistema de castas, que a constituição não via a cor da pele de seus
cidadãos e que todos eram iguais perante a lei. Vários juristas concordaram com Harlan
e a nação se dividiu a respeito. Os estados sulistas, contudo, se regozijaram pois agora
seu sistema de segregação por raça tinha uma base jurídica para se apoiar.[2]
O "Separados mas iguais", graças a esta decisão, se tornou a doutrina jurídica
nos Estados Unidos (especialmente no sul) para justificar a segregação racial no país.
Ela só foi derrubada pela Suprema Corte em 1954 com a decisão Brown v. Board of
Education. Neste novo caso, os juízes tomaram o caminho contrário aos seus pares de
quase sessenta anos atrás ao afirmar que a segregação não era constitucional.”
FONTE: https://pt.wikipedia.org/wiki/Plessy_v._Ferguson
BROWN VS. CONSELHO DE EDUCAÇÃO (1954) (CORTE WARREN)

“Antes desse histórico caso, muitos Estados e o Distrito de Colúmbia tinham sistemas
escolares segregados racialmente, amparados na decisão de 1896 da Suprema Corte no
caso Plessy vs. Ferguson, que permitia a segregação se as instalações fossem
equivalentes. Em 1951, Oliver Brown, de Topeka, no Kansas, desafiou a doutrina
“separados mas iguais” ao processar a diretoria da escola da cidade em benefício de sua
filha de oito anos. Brown queria que a menina freqüentasse a escola dos brancos que
ficava a cinco quarteirões de sua casa e não a escola para negros que ficava vinte e um
quarteirões mais adiante. Ao decidir que as escolas eram substancialmente iguais, o
tribunal federal decidiu contra Brown.

Enquanto isso, pais de outras crianças negras na Carolina do Sul, na Virgínia e em


Delaware entraram com processos similares. O tribunal de Delaware entendeu que as
escolas para negros eram de qualidade inferior à dos brancos e ordenou que as crianças
negras fossem transferidas para as escolas dos brancos, mas os dirigentes destas escolas
apelaram da decisão na Suprema Corte.

A Corte ouviu os argumentos de todos esses casos ao mesmo tempo. As alegações


apresentadas pelos litigantes negros incluíam dados e testemunhos de psicólogos e
cientistas sociais explicando por que eles consideravam a segregação danosa para as
crianças negras. Em 1954, uma Suprema Corte unânime entendeu que “...no campo da
educação, não há lugar para a doutrina ‘separados, mas iguais’” e resolveu que a
segregação nas escolas públicas negava às crianças negras “a igual proteção das leis
garantida pela 14ª Emenda”.”

FONTE: http://www.embaixada-americana.org.br/government/ch6.htm

CASO LOVING VS. VIRGINIA, 388 U.S. 1 (1967)

No caso Pace vs. Alabana, julgado em 1883, a Suprema Corte norte-americana declarou
constitucional uma lei do Estado do Alabama que punia com maior severidade a prática
sexual inter-racial. Tendo em vista que os praticantes da relação sexual recebiam a
mesma punição, não havia, sustentava a Corte, violação à Cláusula da Igual Proteção da
Décima Quarta Emenda. Tal entendimento tornou-se conhecido por “igual
discriminação” ou “exceção igual à igual proteção”. Em Shelley vs. Kraemer, julgado
em 1948, a Suprema Corte recusou-se a aplicar o precedente firmado em Pace. Anos
mais tarde, tornou-se evidente a inconsistência de Pace face ao princípio da não-
discriminação, enunciado em Brown vs. Board of Education, de 1954.

Richard Perry Loving, um homem branco, e Mildred Jeter, uma mulher negra, para
esquivarem-se da “lei antimiscigenação” do Estado da Virgínia, a Racial Integrity Act,
de 1924, que proibia e punia a união inter-racial, resolveram se casar no Distrito de
Colúmbia. Ao retornarem àquele Estado, foram condenados e sentenciados a um ano de
prisão. A sentença, contudo, poderia ser suspensa sob a condição de que o casal
deixasse a Virgínia. Mudaram-se então para o Distrito de Colúmbia, onde ajuizaram
uma ação para desconstituir a referida decisão. Na década de 1960, a Virgínia era um
dos dezesseis Estados do sul dos Estados Unidos que adotavam tais leis.

A Suprema Corte norte-americana declarou inconstitucional a lei estadual por entender


que estabelecia uma classificação racial proibida pela Cláusula da Igual Proteção da
Décima Quarta Emenda. “Sob a nossa Constituição”, afirmou o presidente Earl Warren,
“contrair ou não contrair matrimônio com uma pessoa de outra raça é uma liberdade do
indivíduo e não pode ser infringida pelo Estado”. Com essa decisão, a Corte anulou
Pace, e pôs fim a restrições legais ao casamento baseadas na raça.

O caso Loving foi julgado em 12 de junho de 1967, e decidido à unanimidade.

Fonte:http://brunocazevedo.blogspot.com.br/2010/10/amor-interracial-caso-loving-
vs.html e BLOG DIREITO CONSTITUCIONAL AMERICANO

UCLA VS BAKKE (1978)

“A Suprema Corte dos Estados Unidos reúne uma rica coleção de precedentes sobre as
políticas de ação afirmativa. Cabe destacar, inicialmente, que o tema foi enfrentado pelo
tribunal no precedente Regents of the University of California v. Bakke (1978). O caso
teve início quando Allan Bakke, um homem branco de aproximadamente 35 (trinta e
cinco) anos de idade tentou, por 02 (duas) vezes, a admissão na Escola de Medicina da
Universidade da Califórnia em Davis. Ele foi reprovado em ambas as oportunidades,
tendo em vista que a escola reservava 16 (dezesseis) vagas em cada classe de 100 (cem)
alunos para "minorias qualificadas", como parte do programa de ação afirmativa da
Universidade. As notas obtidas por Bakke superavam a nota dos alunos beneficiados
pela ação afirmativa nos 02 (dois) anos em que Bakke tentou a vaga na Universidade,
sem obter êxito.

Bakke, inconformado com a existência de reserva de vagas para minorias, questionou


perante a Suprema Corte dos Estados Unidos se a Universidade da California violava a
Emenda XIV da Constituição norte-americana [05], que estabelece o direito da igualdade
de todos perante a lei, ao praticar uma ação afirmativa com base em critério racial. Por
fim, Bakke alegou a violação da Lei dos Direitos Civis de 1964, que vedava a
discriminação praticada contra grupos raciais.[06]

A Suprema Corte norte-americana, ao analisar a questão, firmou o posicionamento de


que o sistema de cota racial, por si só considerado, não violava a Lei dos Direitos Civis
de 1964. No entanto, a Corte asseverou que o uso rígido de quotas raciais, como
foi empregado pela Universidade da California, violava a Emenda XIV da Constituição
norte-americana.”

FONTE: https://jus.com.br/artigos/16975/precedentes-sobre-a-pratica-de-politicas-
publicas-de-acao-afirmativa-no-direito-norte-americano
CASO CRISWOLD VS. CONNECTICUT (1965)

“Foi no conhecidíssimo caso Griswold v. Connecticut (1965) que a Suprema Corte


declarou a inconstitucionalidade de lei estadual que houvera proibido a distribuição e o
uso de contraceptivos.

A lei estadual chegara a prever multa de não menos de $ 50,00 (cinquenta dólares) e
prisão por não menos de 60 dias e não mais do que 1 ano, e todos aqueles que
auxiliassem, sugerissem ou incitassem o uso de contraceptivos igualmente estariam
incursos nas mesmas penas.

O caso envolveu a prisão de Estelle Griswold, Diretora-Executiva da Liga de


Planejamento Familiar do Estado de Connecticut.

O mais interessante dessa decisão foi observar que o Juiz Douglas, diferentemente da
tradição instalada na Suprema Corte e relativa ao reconhecimento do direito à
intimidade como natural decorrência do substantive due process of law, resolveu
concluir que o direito individual promanava implicitamente do Bill of Rights.

Também merece registro o fato de que, na hipótese, a decisão não se ateve a questões
relacionadas ao direito de evitar filhos, mas simplesmente à garantia destinada a
proteger o quarto do indivíduo contra a intromissão da polícia, isto é, a intimidade da
pessoa.”

FONTE: http://boletimcientifico.escola.mpu.mp.br/boletins/bc-28-e-29/a-suprema-
corte-dos-estados-unidos-e-o-direito-a-intimidade

CASO EISENSTADT VS. BAIRD (1972)

“Quando determinado indivíduo foi processado em razão de fornecer uma caixa de


contraceptivo a uma mulher.

O Juiz Brennan, ao decidir a questão, esclareceu:

[...] se é que o direito à intimidade significa alguma coisa, é o direito do indivíduo,


casado ou solteiro, de se ver livre contra intromissões estatais indevidas em assuntos tão
fundamentalmente afetos à pessoa como a decisão de ter ou evitar filhos[...]”

FONTE: http://boletimcientifico.escola.mpu.mp.br/boletins/bc-28-e-29/a-suprema-
corte-dos-estados-unidos-e-o-direito-a-intimidade
CASO ROE VS WADE:

“No famoso caso Roe v. Wade, a Suprema Corte reconheceu o direito ao aborto como
decorrência do direito à intimidade.

Sendo o caso-chave para solução de todas as controvérsias do passado e que ainda


persistem nos Estados Unidos sobre o direito ao aborto, evidentemente que Roe tem
despertado a viva curiosidade de estudiosos e juristas norte-americanos, não sendo
poucos os artigos e estudos acadêmicos a respeito.

De modo específico, a Corte terminou por adotar entendimento segundo o qual a


maternidade, ou número excessivo de filhos, pode representar angústia e sofrimento
para a vida da mulher, com possíveis repercussões em sua saúde física e mental, tendo
rejeitado a tese do Estado de que o feto é pessoa e que havia interesse absoluto na
proteção à vida. E assim se pronunciou em razão de não haver norma constitucional
alguma a partir da qual se pudesse, de qualquer forma, ser subentendido que o termo
“pessoa” poderia significar a inclusão de “fetos”.

A decisão final foi na linha da admissibilidade do aborto, desde que consumado até o
término do primeiro trimestre de gestação, quando o Estado não poderia impor qualquer
restrição ao livre arbítrio da mulher, mas sim apenas regular a prática do aborto, tal
como disciplinados também outros procedimentos médicos. No segundo trimestre, o
Estado ainda não pode intervir para proscrever a prática do aborto, mas pode regular a
prática de forma que esteja relacionada à saúde da mulher, admitindo-se, então,
contenções ao livre arbítrio feminino. Finalmente, no que se relaciona ao terceiro e
último trimestre de gestação, o Estado pode proibir o aborto, exceto para preservar a
vida ou a saúde da mãe.

Por fim, merece registro o pronunciamento da Corte segundo o qual “[...] forced
motherhood is sex inequality [...]”, ou seja, “maternidade forçada é discriminação
sexual”.”

FONTE: http://boletimcientifico.escola.mpu.mp.br/boletins/bc-28-e-29/a-suprema-
corte-dos-estados-unidos-e-o-direito-a-intimidade

CASO BOWERS VS HARDWICK (1986):

“A Suprema Corte dos Estados Unidos protege a autodeterminação em tema de


orientação sexual?
O primeiro caso examinado foi Bowers v. Hardwick (1986), em que Michael Hardwick
foi preso, em quarto de hotel, por manter relação sexual com pessoa do mesmo sexo.

O caso se desenvolveu da seguinte forma: o policial se dirigiu ao hotel onde se


encontrava Hardwick para tratar de assunto completamente estranho à situação, tendo
sido atendido por uma camareira que, ao recebê-lo na porta, indicou-lhe em qual
apartamento encontrava-se Hardwick.

Alegando ter testemunhado relação entre pessoas do mesmo sexo, o policial prendeu
Hardwick por violar e lei do estado da Geórgia sobre sodomia, que previa o seguinte:
“A pessoa comete crime de sodomia quando mantém qualquer ato sexual que envolva o
órgão sexual de uma pessoa e a boca ou o ânus de outra”.

A Suprema Corte, numa decisão por 5 a 4, julgou válida a lei estadual, fixando a
exegese de que as conclusões do Tribunal relacionadas à intimidade sempre estiveram
vinculadas a assuntos afetos à família e à procriação, e atividade homossexual não se
encaixava no contexto desses direitos.”

FONTE: http://boletimcientifico.escola.mpu.mp.br/boletins/bc-28-e-29/a-suprema-
corte-dos-estados-unidos-e-o-direito-a-intimidade

CASO LAWRENCE VS TEXAS (2003):

“O pronunciamento em Hardwick foi posteriormente revisto em Lawrence v.


Texas (2003), quando dois homens foram condenados e multados em $ 200,00
(duzentos dólares), de acordo com lei do Estado do Texas, que proibia “intercurso
sexual desviado” (deviate sexual intercourse).

O Juiz Kennedy, sintetizando a decisão da Corte, registrou que

[...] as leis [...], no caso, são dispositivos que pretendem nada mais do que proibir
determinado ato sexual. As penalidades e propósitos, todavia, têm muito maior alcance,
atingindo a mais íntima conduta humana, o comportamento sexual, e no local mais
reservado, a casa. [...]”

FONTE: http://boletimcientifico.escola.mpu.mp.br/boletins/bc-28-e-29/a-suprema-
corte-dos-estados-unidos-e-o-direito-a-intimidade

CASO OLMSTEAD VS EUA (1928)


“Dois anos depois, um novo caso colocou a questão no centro dos debates: em Seattle,
agentes federais espionaram as conversas do ex-tenente da polícia Roy Olmstead,
suspeito de tráfico de rum. Apesar da ilegalidade das escutas, a justiça deu razão à
polícia e condenou Olmstead. A decisão abalou os corredores dos tribunais. O juiz
Frank Rudkin afirmou na ocasião que as ameaças criminais não podiam justificar
práticas ilegais da polícia: “Nenhum agente federal tem o direito de escutar as conversas
telefônicas de outra pessoa e utilizá-las contra ela. Agentes assim são lamentáveis e
intoleráveis. Aceitá-los seria admitir o fracasso de nossos ancestrais em estabelecer,
para seus filhos, um Estado que garanta a liberdade e a prosperidade”.1

Em 1928, Olmstead levou seu caso para a Suprema Corte dos Estados Unidos e recebeu
o apoio de empresas como a Seattle Pacific Telephone e a Telegraph Company, que
publicaram uma declaração defendendo o direito dos contrabandistas de discutir sem ser
espionados: “Quando duas linhas telefônicas se conectam na central [de uma operadora
telefônica], elas devem ser, supõe-se, reservadas exclusivamente aos usuários dessas
linhas, e nesse sentido pertencem a eles, exclusivamente. Um terceiro que intercepta
essa comunicação viola, ao mesmo tempo, o direito de propriedade dos usuários e o da
empresa de telefonia”.2 Hoje seria difícil imaginar que algum provedor de acesso à
internet ou uma empresa de telecomunicações defenderia os direitos à vida privada de
seus clientes. Questionados por Snowden, Facebook, Google, MSN e similares
preferem ignorar o tema...

A Suprema Corte finalmente sentenciou contra Olmstead, por cinco votos contra quatro.
Um dos juízes, Louis Brandeis, manifestou sua oposição ferrenha à decisão: “O crime é
contagioso. Se o Estado age fora da lei, incentiva os outros a fazer o mesmo, convida à
anarquia. Declarar que, na luta contra o crime, os fins justificam os meios – ou seja, que
o Estado pode cometer crimes com o objetivo de obter uma condenação criminal – terá
consequências terríveis. A Suprema Corte deve se opor resolutamente a essa doutrina
perniciosa”.3”

FONTE: http://www.diplomatique.org.br/artigo.php?id=1476

CASO MAPP VS OHIO (1966)

“Em Mapp v. Ohio (1961) a Corte desenvolveu a doutrina das exclusionary rules para
proscrever, também para os Estados membros, a utilização das provas obtidas por meios
ilícitos, através de uma construção sobre a proibição de buscas e apreensões
desarrazoadas (4ª emenda) e do devido processo legal (5ª emenda para a União e 14ª
emenda estendendo-o para os Estados).”

FONTE: http://publicadireito.com.br/artigos/?cod=c93fd94c6c44b267

CASO STANLEY VS GEORGIA (1969)


“Já em Stanley v. Georgia (1969), os fatos ocorreram quando policiais, em
cumprimento de um mandado judicial, realizaram uma busca e apreensão na casa
de Stanley. Durante a realização da diligência, os policiais encontraram filmes de 08
(oito) milímetros. Ao ver os filmes, os policiais concluíram que os filmes eram
obscenos e os apreenderam. Stanley foi posteriormente condenado pela Corte estadual
pela posse de materiais de conteúdo obsceno.[07][08]

Posteriormente, a Suprema Corte dos Estados Unidos deparou-se com a discussão se a


Lei do Estado da Georgia violava a liberdade de expressão protegida pela Emenda I da
Constituição norte-americana. No mérito, a Suprema Corte entendeu que a Constituição
proibia que se transformasse em crime a possessão privada de material obsceno. A
Corte asseverou que os direitos de informação e de privacidade eram fundamentais para
a existência de uma sociedade livre. Por fim, restou estabelecido que "o Estado não
tinha o direito de dizer aos cidadãos, no interior de suas residências, quais livros ele
poderia ler e quais filmes se poderia assistir". Destacou-se, ainda, que a tradição
consolidada pela Constituição dos Estados Unidos era no sentido de que o "Estado não
tinha o poder de controlar o que se passava na mente das pessoas". Dessa maneira, a
Corte realizou uma distinção entre a posse privada de material obsceno e a produção e a
distribuição desses materiais. [09][10]

Também não se pode deixar de mencionar o precedente Cohen v. California (1971). O


caso teve início quando um trabalhador de 19 (dezenove) anos realizou um protesto
contra a guerra do Vietnã, ao usar uma jaqueta com os seguintes dizeres: "Fuck The
Draft. Stop The War". [11]Cohen acabou sendo condenado no Estado da Califórnia, que
proibia a realização de condutas maliciosas e ofensivas que perturbassem a paz e a
tranquilidade da vizinhança. [12]

A Suprema Corte dos Estados Unidos voltou a enfrentar a discussão sobre a possível
violação da Emenda I da Constituição Federal que protege a liberdade de expressão. Ao
analisar o mérito do presente caso, a Corte asseverou que a Lei do Estado da Califórnia
violou a liberdade de expressão. A Corte entendeu que a mensagem colocada na jaqueta
pelo jovem, apesar de ser ofensiva, não era direcionada para ninguém. Além disso, não
havia nenhuma evidência de que alguém se sentiu incomodado pelos dizeres na jaqueta.
Por fim, a Corte asseverou que "deveria se proteger os 02 (dois) elementos da liberdade
de expressão, quais sejam, o direito de expressar emoções e o direito de expressar
idéias".”

FONTE: https://jus.com.br/artigos/17476/freedom-of-speech

CASO KOREMATSU VS UNITED STATES (1947)

Em Korematsu v. United States (1944) discutia-se também a criação da zona de


confinamento. Em 1937, Fred Korematsu foi processado por ter violado a zona de
confinamento e permanecido na cidade de San Leandro/California. A Suprema Corte
entendeu na oportunidade que o ato da autoridade militar que excluía os japoneses e
descendentes de determinada área não representa hostilidade contra o autor ou a sua
raça, mas sim o temor de invasão da Costa Oeste Americana por forças hostis ao país.
Em 1948, o Presidente Trumansancionou o Japanese American Evacuation Clains
Act para tentar resolver todos os problemas oriundos da realocação dos japoneses
durante a 2º grande guerra. Na década de 1980, o Governo americano resolveu indenizar
as vítimas do ato. Em 1993, houve um pedido de desculpas do Presidente Bill Clinton e
pagamento de indenização. Um fato que merece especial atenção é que os japoneses não
foram torturados, além de terem amplo acesso ao Poder Judiciário durante todo o
período de confinamento.

FONTE: https://jus.com.br/artigos/11777/a-luta-em-defesa-da-igualdade-e-das-
liberdades-publicas-no-direito-norte-americano

CASO DENNIS VS UNITED STATES (1951)


“Em Dennis v. US (1951) a Corte considerou constitucional o Smith Act de 1940, que
criminalizava o discurso subversivo dos adeptos do partido comunista. Neste caso a
Corte considerou que não deveria substituir a vontade dos representantes eleitos do
povo e que o partido comunista era efetivamente um “perigo claro e presente” para a
segurança nacional.”

FONTE: UM PANORAMA HISTÓRICO DA CORTE SUPREMA AMERICANA.


DE ÁVILA, Thiago André Pierobom.

Você também pode gostar