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DIREITO INTERNACIONAL

Prof. Mateus Silveira


NACIONALIDADE

A nacionalidade pode ser adquirida de dois modos: Originária e Derivada.

Originária: Adquirida com o nascimento


Derivada ou Secundária: Adquirida por vontade posterior

Nacionalidade originária pode se dar por dois critérios:


           Ius soli – É nacional aquele que nascer no solo do país (compreendendo
extensões territoriais como navios de guerra e navios mercantes em alto mar);
            Ius sanguinis – É nacional aquele que for filho, ou seja, que tiver o SANGUE
de nacional do país;

A opção, em qualquer tempo (mas depois de atingida a maioridade), pela


nacionalidade brasileira. Assim, os filhos de brasileiros nascidos no exterior que
vierem a residir no Brasil e, depois disso, alcançarem a maioridade, já poderão (de
imediato) ingressar em juízo (Justiça federal) a fim de exercer o direito de opção
pela nacionalidade brasileira. Nesse último caso, manifestada a opção, o Estado
não lhes pode negar o reconhecimento da nacionalidade, pois aqui se está diante
do que se denomina nacionalidade potestativa, que é aquela em que o efeito
pretendido depende exclusivamente da vontade do interessado.

Os que vierem a residir no Brasil enquanto menores terão que aguardar a


maioridade para o exercício do direito de opção, ficando na condição de
brasileiros natos sub conditione (qual seja, a condição de opção pela
nacionalidade brasileira, em qualquer tempo, após atingida a maioridade aos 18
anos). Aqui, tem-se que a nacionalidade potestativa fica suspensa até alcançar-se a
maioridade de 18 anos
ATENÇÃO: as mudanças do art. 12, I, “c” da CF que ocorreram com a EC de revisão
nº 3 de 1994 (tirou a possibilidade do registro em repartição competente no
exterior) e a EC nº 54/2007, pois as mesmas criaram uma situação para os
nascidos entre as duas revisões que está regulada no art. 95 do ADCT:

Art. 95. Os nascidos no estrangeiro entre 7 de junho de 1994 e a data da


promulgação desta Emenda Constitucional, filhos de pai brasileiro ou mãe
brasileira, poderão ser registrados em repartição diplomática ou consular
brasileira competente ou em ofício de registro, se vierem a residir na República
Federativa do Brasil. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007)

No Brasil a regra é o ius soli – nasceu em solo brasileiro será brasileiro. Contudo,
temos exceções onde a Constituição adotou o ius sanguinis.
Art. 12. São brasileiros:
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros,
desde que estes não estejam a serviço de seu país;
              ius soli + não ser filho de estrangeiros que esteja a serviço do seu país no
Brasil. É a Regra da nacionalidade no nosso país

b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que


qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
              ius sanguinis + o trabalho no exterior para o BR

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que


sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na
República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a
maioridade, pela nacionalidade brasileira;
        1º Parte: ius sanguinis + registro no exterior na repartição pública
competente (em regra consulados)
        2º Parte: nascimento no exterior + ius sanguinis + venha a residir no
Brasil + maioridade + opção pela nacionalidade
Posição do STF:
"São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira,
desde que venham a residir no Brasil e optem, em qualquer tempo, pela nacionalidade
brasileira. A opção pode ser feita a qualquer tempo, desde que venha o filho de pai
brasileiro ou de mãe brasileira, nascido no estrangeiro, a residir no Brasil. Essa opção
somente pode ser manifestada depois de alcançada a maioridade. É que a opção, por
decorrer da vontade, tem caráter personalíssimo. Exige-se, então, que o optante tenha
capacidade plena para manifestar a sua vontade, capacidade que se adquire com a
maioridade. Vindo o nascido no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, a residir
no Brasil, ainda menor, passa a ser considerado brasileiro nato, sujeita essa nacionalidade a
manifestação da vontade do interessado, mediante a opção, depois de atingida a
maioridade. Atingida a maioridade, enquanto não manifestada a opção, esta passa a
constituir-se em condição suspensiva da nacionalidade brasileira." (RE 418.096, rel. min.
Carlos Velloso, julgamento em 22-3-2005, Segunda Turma, DJ de 22-4-2005.)

NACIONALIDADE
DERIVADA OU SECUNDÁRIA NO BRASIL

A nacionalidade derivada pode se dar por três motivos diferentes: casamento,


trabalho ou residência, a constituição brasileira menciona somente a hipótese de
residência como forma de adquirir nacionalidade originária para estrangeiro.

II - naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos
originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano
ininterrupto e idoneidade moral;
1º Parte: poderão se naturalizar os estrangeiros que cumprirem os requisitos
constantes na lei (ATENÇÃO a Lei é Nova: Lei nº 13.445/17 – Lei de Migração);
2º Parte: poderão se naturalizar os indivíduos originários de países de língua
portuguesa que tenham residência ininterrupta de 1 ano no país e idoneidade
moral.

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes na República Federativa


do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde
que requeiram a nacionalidade brasileira.  
Para o estrangeiro não originário de país com língua portuguesa as exigências são
a residência ininterrupta no território nacional por mais de 15 anos, ausência de
condenação penal e requerimento de naturalização.
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade
em favor dos brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os
casos previstos nesta Constituição. (Parágrafo   com redação dada pela Emenda
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)

O caso do presente parágrafo trata-se de uma quase nacionalidade ou como a


doutrina tem chamado brasileiros por equiparação. A reciprocidade se evidencia
no presente caso, com o Decreto nº 3.927/01 promulgou o Tratado de Amizade,
Cooperação e Consulta, entre a República Federativa do Brasil e a República
Portuguesa, celebrado em Porto Seguro em 22 de abril de 2000.
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados,
salvo nos casos previstos nesta Constituição.

DISTINÇÕES
CONSTITUCIONAIS

art. 5º, LI

art. 12, 3º

art. 12, § 4º, I

art. 89, VII (Conselho da República – seis brasileiros natos)

art. 222 (propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão – brasileiros natos


ou naturalizados há mais de 10 anos).
Art. 12
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas;

§ 4º Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:


I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade
nociva ao interesse nacional;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente
em Estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou
para o exercício de direitos civis;
VII – de Ministro de Estado da Defesa. (Inciso acrescido pela Emenda
Constitucional  nº 23, de 1999) 

Atenção, pois se todos os


ministros do STF devem ser
brasileiros natos, temos mais
um cargo que é exclusivo de
brasileiro nato, contudo, o
mesmo na está na lista do
parágrafo 3º, que é o cargo de
Presidente do CNJ (art. 103, § 1º,
da CF).

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