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OPINIÃO OPINION S465

Direitos sexuais e reprodutivos:


desafios para as políticas de saúde

Sexual and reproductive rights: challenges for


health policies

Maria Betânia Ávila 1

1 SOS CORPO – Gênero Abstract This article discusses sexual and reproductive rights in the sense of a stance that as-
e Cidadania. Rua Real
sumes a perspective of transformations in social relations, the struggle against prejudices, the
da Torre 593, Recife, PE
50610-000, Brasil. guarantee of well-being, and finally the relationship between sexuality, reproduction, and citi-
betania@soscorpo.org.br zenship. The article then proceeds to reflect on health policy challenges in these fields, emphasiz-
ing such issues as: guaranteed resources, quality and quantity of health services in response to
demands by the population, and cultural changes that produce a new view of the relationship
between health professionals and health system clients, based on the principles of citizenship:
recognition others as entitled to freedom and equality.
Key words Professional-Patient Relations; Sexuality; Gender

Resumo São desenvolvidas algumas considerações sobre direitos reprodutivos e direitos se-
xuais, no sentido de colocar um posicionamento sobre eles na perspectiva transformadora das
relações sociais, da luta contra os preconceitos, da garantia do bem-estar e finalmente, da rela-
ção entre sexualidade, reprodução e cidadania. Em um segundo momento são feitas algumas re-
flexões sobre os desafios para uma política de saúde nestes campos, onde são enfatizadas ques-
tões como: garantia de recursos, qualidade e quantidade de serviços de saúde que respondam às
demandas da população e mudanças culturais que produzam uma nova visão sobre a relação
entre profissionais de saúde e usuárias/as, baseadas nos princípios da cidadania: reconhecimen-
to do outro como sujeito dotado de liberdade e igualdade.
Palavras-chave Relações Profissional-Paciente; Sexualidade; Gênero

Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 19(Sup. 2):S465-S469, 2003


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Para chegarmos aos desafios de uma política Isto é, a heterossexualidade como forma “na-
pública de saúde concernente ao campo dos tural” de relação foi garantida por meio da re-
direitos reprodutivos e direitos sexuais, coloca- pressão sexual às outras formas de expressão
se como necessário apresentarmos antes algu- sexual. É justamente contra essa visão moral
mas considerações sobre esses conceitos. Isso que os movimentos gay e lésbico formam suas
porque como em qualquer outro caso, os direi- lutas e aportam sua contribuição estratégica
tos podem ter várias abordagens dependendo para a emergência dos direitos sexuais em uma
da visão teórico-política com base na qual são relação política com o movimento feminista.
colocados em perspectiva. Para os movimentos de gays e de lésbicas, essa
O feminismo lançou os questionamentos e é uma questão central na configuração de no-
a idéias que vão historicamente produzir o con- vos sentidos para a cidadania. De uma certa
ceito de direitos reprodutivos e servir de base forma, há uma recuperação das reflexões e lu-
para a construção de direitos sexuais. Pode-se tas originais do feminismo contemporâneo,
dizer que no primeiro caso há uma autoria ori- superando-se (em sentido dialético) a centrali-
ginal do feminismo, e no segundo uma autoria dade da heterossexual que pautava, na origem,
compartilhada entre vários movimentos soci- as manifestações por liberdade sexual e repro-
ais, sendo os mais relevantes o movimento gay, dutiva.
o movimento lésbico e o movimento feminista. Considero de grande importância tratar es-
Hoje, esses conceitos estão amplamente utili- ses direitos no sentido libertário e igualitário, e
zados, pode-se mesmo afirmar que há uma dis- não no sentido prescritivo de constituição de
puta de significados em torno deles, que englo- um modelo e regras para o exercício da sexua-
ba muitos outros atores e sujeitos para além lidade e da vida reprodutiva. E dessa forma,
desses que estão ligados a suas origens. também contradizer a tradição que regula-
Isto quer dizer que esses direitos estão re- mentou e normatizou – no sentido repressivo e
conhecidos como valores democráticos e estão discriminador – a sexualidade e a reprodução.
na agenda política dos contextos nacionais e Contradizer também uma “modernidade” mer-
internacionais. cadológica que propõe uma concepção de se-
Na perspectiva feminista aqui adotada, os xualidade e de reprodução livres com base na
direitos reprodutivos dizem respeito à igual- lógica do mercado, a partir da qual todas as re-
dade e à liberdade na esfera da vida reproduti- lações da vida social são reduzidas a operações
va. Os direitos sexuais dizem respeito à igual- mercantilistas. Os agentes dessa ideologia de
dade e à liberdade no exercício da sexualidade. mercado produzem um discurso que perverte
O que significa tratar sexualidade e reprodução o sentido da cidadania ao colocar o consumo
como dimensões da cidadania e conseqüente- como a nova forma de acesso à liberdade, re-
mente da vida democrática. duzindo o sentido da vida à possibilidade de
Tratá-los como dois campos separados é consumir. Os meios midiáticos são usados, a
uma questão crucial no sentido de assegurar a exaustão, para uma persuasão que leve ao con-
autonomia dessas duas esferas da vida, o que sumo, o que leva as pessoas a buscar os dese-
permite relacioná-los entre si e com várias ou- jos produzidos pelo mercado. Na igualdade
tras dimensões da vida social. É também um re- propalada pelo mercado, homens e mulheres
conhecimento das razões históricas que leva- são iguais pela redução dos dois a objetos.
ram o feminismo a defender a liberdade sexu- O que considero de especial relevância é
al das mulheres como diretamente relaciona- que ao não pensar esses direitos como prescri-
da à sua autonomia de decisão na vida repro- ções de modelos sobre sexualidade e reprodu-
dutiva. A luta no campo ideológico para rom- ção, devemos abordá-los como campos éticos.
per com a moral conservadora, que prescrevia E também compreender a relação entre direi-
para as mulheres a submissão da sexualidade à tos e poder. E sobre esses campos, encontro em
reprodução, teve um significado muito forte na Marilena Chauí (1998), referências que nos tra-
história da prática política e do pensamento fe- zem luzes sobre os sentidos que quero trazer
ministas. E continua tendo. Essa mesma moral para esses conceitos.
é também definidora da heterossexualidade “O agente ético é pensado como sujeito éti-
como expressão “natural” de relacionamento co, isto é, como um ser racional e consciente que
sexual e como a única que deveria ser aceita sabe o que faz, como um ser livre que decide e
socialmente. A heterossexualidade como nor- escolhe o que faz, e como um ser responsável
ma foi o esteio desse modelo de sexualidade que responde pelo que faz. ...Enfim, a ação só é
baseado em sexo-procriação. Meios repressi- ética se realizar a natureza racional, livre e res-
vos foram historicamente instaurados para ponsável do agente e se o agente respeitar a ra-
mantê-lo como comportamento hegemônico. cionalidade, liberdade e responsabilidades dos

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outros agentes, de sorte que a subjetividade éti- jas, partidos políticos e outros setores no senti-
ca é uma intersubjetividade. A subjetividade e a do de conter avanços no campo legal e das po-
intersubjetividade éticas são ações e a ética é líticas sociais.
que existe pela e na ação dos sujeitos indivi- Mais recentemente, temos assistido ao sur-
duais e sociais, definidos por laços e formas de gimento de homens organizados que defen-
sociabilidade criados também pela ação hu- dem os direitos reprodutivos para as mulheres
mana em condições históricas determinadas” e também a extensão desses direitos para os
(Chauí, 1998:33). A questão da autonomia é homens. Os homens organizados que defen-
também colocada por essa autora como um dem essa proposição também estão se contra-
elemento central da liberdade que constitui o pondo ao modelo patriarcal ainda hegemôni-
agente ético. co. A relação dos homens frente à sexualidade
Segundo Chauí (1998), baseando-se no que e à reprodução está inscrita em um padrão de
ela diz ser o núcleo do pensamento espinosiano relações sociais baseado na desigualdade de
– ter direitos é também ter poder. Portanto um gênero, e a alteração desse padrão é uma rup-
direito não é concedido, mas algo que é con- tura com essa ordem do poder patriarcal insti-
quistado e conservado, porque ele é um poder. tuída pelos próprios homens. A questão do po-
Chauí (2003:22-23), partindo daí, diz que nes- der é um campo a ser explorado nas discussões
ses termos, “na sociedade brasileira, a maioria políticas sobre esses direitos na perspectiva fe-
da população está desprovida de direitos por- minista. Esse modelo hegemônico distancia os
que está desprovida de poderes. E que portanto, homens dos cuidados paternais e os libera da
o processo político no Brasil, ao ser um processo responsabilidade com a prevenção da gravidez
de criação de direitos, é um processo de consti- indesejada e também das doenças sexualmen-
tuição de poderes, populares, sociais, culturais – te transmissíveis. Alterar esse modelo signifi-
que se exprimem como poderes políticos. Nós es- ca buscar uma sociabilidade na qual o sentido
tamos num processo de constituição dos direi- da paternidade e da maternidade sejam com-
tos-poderes, mas nós não os temos ainda. O que pletamente transformados, levando a uma di-
temos é aquilo que ainda classicamente se cha- visão sexual igualitária do trabalho no âmbito
ma a democracia formal. Mas é preciso uma de- doméstico e em particular nas tarefas de cui-
mocracia social e cultural”. dar das crianças na vida cotidiana. Assumir a
Compreendo que o processo de constru- responsabilidade e a divisão de tarefas na con-
ção dos direitos reprodutivos e direitos sexuais tracepção, prevenção de doenças sexualmen-
se integra ao processo mais amplo do movi- te transmissíveis e certamente em todas as ou-
mento dialético de construção da democracia. tras dimensões da vida reprodutiva. Não se tra-
Para as mulheres, a condição de sujeito cons- ta portanto de garantir a inclusão dos homens
trutores de direitos, e nesse caso construtoras nos direitos reprodutivos, mas os direitos re-
de direitos reprodutivos e direitos sexuais, sig- produtivos significam uma transformação de
nifica romper com a heteronomia a que sem- uma forma de inserção dos homens na esfera
pre estiveram submetidas, em relação ao uso reprodutiva. A transformação cultural é uma
de seus próprios corpos, uma vez que todas as dimensão estratégica para produção de uma
regras e tabus que controlaram e reprimiram nova forma de relação entre os homens e as
suas vivências corporais na sexualidade e na mulheres com base nos direitos reprodutivos.
reprodução foram historicamente determina- Direitos sexuais ao colocar as relações se-
das pelos homens. Essa repressão e esse con- xuais como relações sociais a serem considera-
trole do corpo e da sexualidade são elementos das no plano da cidadania, a serem portanto
centrais da dominação patriarcal e da sua re- mediadas e garantidas nas necessidades que
produção. produzem por meio de direitos, colocam a he-
É importante ressaltar que a persistente de- terossexualidade e a homossexualidade como
sigualdade entre homens e mulheres é um im- práticas sexuais igualmente livres. A meu ver é
pedimento para a liberdade reprodutiva e se- necessário romper com uma concepção de prá-
xual das mulheres. A violência na vida cotidia- tica sexual como elemento identitário do pon-
na tem sido um forte mecanismo de manuten- to de vista da inserção social das pessoas. Con-
ção da dominação sobre a vida sexual das mu- sidero que o fato de isso estar presente como
lheres. No terreno político, há uma forte rea- elemento de definição das pessoas ainda reve-
ção por parte dos setores conservadores contra la uma visão de “exceção” em relação à homos-
as propostas feministas de transformação so- sexualidade, uma vez que é em relação à práti-
cial e cultural nestes campos. Um exemplo con- ca homossexual que a expressão sexual de al-
tundente é a reação contrária à legalização do guém se torna uma identificação social. Algo
aborto. Essa reação produz alianças entre igre- que é descrito como marca de alguém. Ser he-

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terossexual ou homossexual é uma questão da mentos e curas necessários. Esse bem-estar diz
vida privada, que de um lado não pode ser uma respeito ao estado de saúde física e mental.
questão secreta, no sentido de ser interditada Uma política pública de saúde comprome-
de aparecer socialmente, mas por outro, não tida com a promoção integral dos direitos re-
deve se tornar necessariamente uma identifi- produtivos e sexuais representará uma con-
cação pública de alguém. quista política para democracia. Fortalecerá o
Diferentemente são as organizações polí- processo de democratização da sociedade bra-
ticas identificadas como movimentos gay, lés- sileira, contribuindo para superar suas heran-
bico, etc. Nesses casos são identidades cons- ças autoritárias, patriarcais e homofóbicas.
truídas politicamente, na luta pela conquista Contribuirá também, para alterar os limites
de direitos específicos, para transformar a rea- impostos pelo Estado à vida privada e assim
lidade social. Penso que parte dessa transfor- contribuirá para uma cidadania que se estende
mação é justamente superar a atitude social à vida cotidiana. É importante lembrar a in-
de identificar as pessoas pela sua expressão se- fluência do poder e saber médicos nas defini-
xual, o que ocorre ainda com conotações de jul- ções tradicionais das regras que serviram para
gamento. reprimir e controlar as vivências sexual e re-
produtiva. Influência que se deu tanto no âm-
bito da instituição familiar quanto dos servi-
Desafios para as políticas de saúde ços de saúde. O saber no campo da saúde ao se
deslocar do lugar de sustentação da repressão
Para o exercício efetivo desses direitos, torna- para o lugar de garantia de direitos passa por
se necessário uma transformação da lógica na um processo de transformação. Estamos por-
qual está baseada o sentido das leis que dizem tanto, tratando de superar processos que le-
respeito ao exercício da reprodução e das rela- vem a uma democratização da vida social.
ções amorosas e sexuais. Uma transformação Na América Latina e no Brasil em particu-
que vai no sentido de deslocar o princípio lógi- lar, a saúde como dimensão da política pública
co da prescrição e controle, para o princípio da tem sido um tema central para todos os setores
ética e da liberdade. Políticas públicas dirigi- que trabalham e agem politicamente em torno
das a esses direitos devem estar voltadas para dos direitos reprodutivos e dos direitos sexuais.
a justiça social, e para isso, elas têm de ser for- A demanda por políticas de saúde como base
muladas e executadas levando em conta as de- para o exercício desses direitos é tão intensa e
sigualdades de gênero, de classe, de raça e de priorizada pelos movimentos sociais, que pro-
expressão sexual. A transformação de mentali- duziu em um determinado momento uma res-
dade é um processo incontornável para vivên- trição na compreensão desses direitos como
cia desses direitos. Chego mesmo a afirmar que exclusivos ao campo da saúde enquanto direi-
os direitos sexuais e os direitos reprodutivos tos sociais. Neste sentido, é fundamental forta-
trazem consigo a prerrogativa de a construção lecer a importância da saúde e ao mesmo tem-
de um novo imaginário social sobre os temas po afirmar a relação desses direitos com outras
dos quais eles tratam. esferas da política pública e da vida social.
A demanda por políticas sociais na área da A demanda por políticas sociais na área da
saúde constitui um campo de ação estratégico saúde está baseada em uma visão de direitos
para os sujeitos que defendem os direitos re- reprodutivos e sexuais como parte dos direitos
produtivos e sexuais. sociais, como defesa de um Estado promotor de
A relação entre saúde e direitos reproduti- bem-estar e de transformação social. A cidada-
vos e sexuais nos leva a pensar sobre essa rela- nia tem sido trabalhada como instrumento de
ção com base nas necessidades geradas pela combate à desigualdade social, à conquista de
vivência reprodutiva e pelo exercício da sexua- direitos e como um meio de instituir um novo
lidade. Dito de outra maneira, a reprodução e a processo democrático assentado sobre o com-
sexualidade devem constar como áreas espe- promisso com a justiça social, com a ética e com
cíficas da política geral de saúde pública. Gra- uma moral que seja instauradora da dignidade
videz, parto, puerpério, aleitamento materno, humana, como valor coletivo que promova a
concepção, contracepção, aborto, doenças se- superação dos preconceitos e discriminações.
xualmente transmissíveis e violência sexual São exemplares dessa configuração a luta
são questões cruciais que hoje estão colocadas pelo Programa de Assistência Integral à Saúde
para a política de saúde. Isso significa que o da Mulher e a luta por uma política de saúde
poder público deve assegurar nestes campos voltada para HIV/AIDS.
os meios de promover bem-estar, de prevenir Os desafios estão em vários níveis e vou sa-
contra morbi-mortalidade e de assegurar trata- lientar os que considero de imediato como es-

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tratégicos. No campo econômico, se coloca a ca e mental. Em segundo, sem ordem de priori-


necessidade incontornável de mudança para dade, no instante que isso acontece ocorre uma
uma política econômica redestributiva que as- violação dos direitos humanos, sem os quais
segure recursos suficientes na promoção do não existe a realização da cidadania. Os tabus e
bem-estar social. Junto com isso vem, em mui- os preconceitos sobre a vida sexual e reprodu-
tos casos, a reconstrução do setor público de tiva ao longo da história recente, têm se consti-
saúde dotando-o de meios físicos adequados, tuído em um impedimento para uma atenção
tecnologia e recursos humanos que respon- integral de qualidade nesses terrenos. Tornar a
dam com eficiência aos problemas da popula- prática preventiva uma rotina que leve de fato
ção. Sobre os recursos humanos quero salien- à preservação e à promoção da saúde, inver-
tar a questão da formação em dois sentidos: a tendo o quadro atual de saúde da população, é
formação técnica para lidar com reprodução e um desafio que exige uma estratégia de educa-
questões da sexualidade, mas a formação en- ção para saúde voltada para a qualificação dos
quanto consciência de cidadania que implica o profissionais e também como parte da atenção
se reconhecer e reconhecer o/a outro/a como à saúde prestada à população em geral.
cidadão/ã. Há nesse campo um desafio espe- Por último, quero ressaltar o desafio de o
cífico no plano cultural/ideológico que é o de poder público reconhecer que as políticas de
romper com o conservadorismo e o preconcei- saúde voltadas para reprodução e sexualidade
to que não só discriminam socialmente, mas devem ser consideradas como parte das atri-
afetam a saúde física e mental das pessoas e as buições de um Estado laico e democrático, e
vulnerabilizam. O preconceito não pode fazer portanto, suas ações devem responder à garan-
parte da relação entre os profissionais da saú- tia dos direitos da população e, neste sentido
de e os/as usuários/as dos serviços. Se e quan- não podem ser formuladas nem implantadas
do isso acontece ocorrem dois graves proble- segundo as normas e os preceitos de qualquer
mas. Em primeiro lugar, a pessoa vítima do pre- religião.
conceito vai ter um prejuízo para sua saúde físi-

Referências

CHAUÍ, M., 1998. Ética e violência. Teoria e Debate,


39:33-34.
CHAUÍ, M., 2003. Entrevista concedida a Fernando
Eichenberg. Primeira Leitura, 17:22-23.

Recebido em 25 de agosto de 2003


Aprovado em 2 de setembro de 2003

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