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1 – PETRÓLEO E GÁS

1.0 – Petróleo
Petróleo é uma palavra com origem no latim em que petro significa pedra e óleo, por reconhecimento
direto, quer dizer oleum, matéria na forma de óleo. Assim seu significado é “Óleo de Pedra”.
Segundo a American Society of Technical Materials (ASTM), o petróleo é:

“Uma mistura de ocorrência natural, constituindo-se


predominantemente de hidrocarbonetos e derivados orgânicos
sulfurados, nitrogenados e oxigenados, a qual pode ser removida
da terra no estado líquido. O petróleo bruto está comumente
acompanhado por quantidades variáveis de substâncias
estranhas, tais como água, matéria inorgânica e gases. A remoção
dessas substâncias estranhas não modifica a condição de mistura
do petróleo cru. No entanto, se houver qualquer processo que
altere apreciavelmente a composição do óleo, o produto resultante
não poderá mais ser considerado como petróleo.”

1.1 Origem do Petróleo


Embora objeto de muitas discussões no passado, hoje se tem como certa a sua origem orgânica,
constituindo-se por uma combinação de moléculas de carbono e hidrogênio em níveis variáveis.
Estima-se que os óleos mais novos tenham menos de dois milhões de anos e os mais antigos cerca
de 500 milhões. Admite-se que a sua origem esteja ligada à decomposição de organismos vegetais e
animais, causada pela pouca oxigenação e pela ação de bactérias. Tal material decomposto foi, ao
longo de milhões de anos, se acumulando no fundo dos mares e dos lagos e, sob a ação do calor e
da pressão provocada pelo seguido empilhamento de camadas, transformou-se, mediante reações
termoquímicas, em óleo e gás.
Popularmente, acredita-se que um poço de petróleo é um grande lago subterrâneo ou algo parecido
com uma enorme piscina de um líquido negro. Na realidade, o reservatório é uma formação rochosa
de material poroso impregnado de pequenas gotículas de óleo, semelhante a uma esponja
encharcada.
O petróleo não se acumula na rocha onde foi gerado, chamada rocha-geradora. O petróleo migra
através das rochas porosas e permeáveis em direção às áreas com menor pressão, até encontrar

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uma camada impermeável que bloqueie o seu escapamento para a superfície. Chama-se rocha-
reservatório a rocha armazenadora do petróleo, e trapas, alçapões ou armadilhas os obstáculos
naturais que impedem a sua migração para zonas de pressões ainda mais baixas. Os geólogos
acreditam que grande parte do petróleo gerado se perdeu na superfície, por falta desses obstáculos.
O petróleo pode ser encontrado próximo da superfície ou em profundidades superiores a cinco mil
metros, em terra ou no mar. Assim, para encontrá-lo se faz necessária a combinação de todos os
fatores, numa relação de tempo e espaço perfeita: existência de uma bacia sedimentar, embora nem
todas possuam acumulações comerciais de óleo ou gás, e existência de rochas geradoras, rochas-
reservatório e rochas impermeáveis, em adequada associação. A ausência de uma dessas condições,
ao longo do processo geológico, eliminou a possibilidade de existência de acumulação de petróleo em
muitas áreas sedimentares do mundo, ou acarretou sua presença em quantidades tão pequenas, que
não compensam a exploração.
O petróleo é uma substância oleosa, inflamável, menos densa que a água, com cheiro característico e
de cor variando entre o negro e o castanho escuro.
O óleo que se extrai do subsolo é uma mistura de compostos orgânicos com predominância de
hidrocarbonetos e pequenas quantidades de substâncias sulfuradas, nitrogenadas e oxigenadas. Há
presença de compostos inorgânicos, entretanto são considerados impurezas. Na mistura
hidrocarbônica encontra-se desde o metano, substância com apenas um carbono, até compostos com
mais de 50 átomos de carbono, sendo predominantes os alcanos de cadeia linear.
A história do uso do petróleo é bastante antiga. Estudos arqueológicos descrevem que próximo ao
ano 300 A.C., Alexandre – O Grande já utilizava este material para embeber as tochas e assim
afastar os elefantes usados como animais de guerra. As antigas civilizações, como a babilônica,
egípcia e fenícia, já utilizavam o asfalto e o betume para calafetação de embarcações, pavimentação
de estradas, construção de prédios e com finalidades medicinais e religiosas. Nas civilizações do
Novo Mundo, dos índios pré-colombianos, também se encontram registros do conhecimento da
existência e do uso do petróleo.
A Indústria de Petróleo tem cerca de 150 anos e surgiu quando algumas pessoas que faziam
escavações para obtenção de sal defrontaram-se com pedras encharcadas de óleo. Inicialmente a
idéia de escavar o solo em busca das tais pedras se mostrou cara e demorada, o que fez com que a
Companhia de Óleo Petrolífero da Pensilvânia (Pennsylvania Rock Oil Company - PROC) modificasse
a proposta e investisse no processo de perfuração de poço.
No Brasil, o interesse pela pesquisa de petróleo começou no século XIX. As primeiras concessões
foram registradas em 1858, quando o Marquês de Olinda assinou o Decreto nº 2.266 que concedeu a
José Barros Pimentel o direito de extrair mineral betuminoso para fabricação de querosene nas
proximidades de Ilhéus, na Bahia, área hoje conhecida como Bacia de Camamu.
Em 1859, o inglês Samuel Allport, durante a construção da Estrada de Ferro Leste Brasileiro,
observou o gotejamento de óleo em Lobato, no subúrbio de Salvador.

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A partir de então, até 1907, foram registradas concessões de exploração na região costeira dos
estados da Bahia e do Maranhão e em São Paulo, nas proximidades da cidade de Rio Claro.
Em 1907, além da iniciativa particular, pesquisas também foram realizadas por órgãos públicos,
principalmente pelo Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil (SMGB - criado em 1907) e pelo
Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM - criado em 1933), além do Governo do Estado
de São Paulo. Mas as dificuldades eram imensas, porque faltavam recursos, equipamentos e pessoal
qualificado.
Em 1953, o Presidente Getúlio Vargas assinou, em 3 de outubro, a Lei nº 2.004, que instituiu o
monopólio estatal da pesquisa, lavra, refino e transporte do petróleo e seus derivados e criou a
Petróleo Brasileiro S.A., PETROBRAS, para exercê-lo.
Tal monopólio foi ampliado em 1963, abrangendo também as atividades de importação e exportação
de petróleo e seus derivados. Em agosto de 1997, em função da Lei nº 9.478, o Brasil passou a
admitir a presença de outras empresas para competir com a PETROBRAS em todos os ramos da
atividade petrolífera.
Na década da criação da PETROBRAS a produção de óleo não chegava a 1,5% das necessidades do
país e assim a nova empresa investiu claramente nas atividades exploratórias e na formação e
especialização de corpo técnico. O esforço permitiu o constante aumento das reservas, primeiro nas
bacias terrestres e, a partir de 1968, também no mar (onde a primeira descoberta, o campo de
Guaricema, no litoral do Estado de Sergipe, foi realizada em 1969).
Em 1974, ocorreu um grande marco na bem sucedida história da PETROBRAS: a localização do
campo de Garoupa, a primeira descoberta na Bacia de Campos, no litoral do Estado do Rio de
Janeiro. Posteriormente, a partir de meados da década de 80, a PETROBRAS dirigiu suas atividades
de exploração, sobretudo para as regiões de águas profundas da Bacia de Campos, culminando com
descobertas de campos gigantes, como Marlim, Albacora, Barracuda e Roncador.
Hoje, a Bacia de Campos é a maior província produtora de petróleo do país e uma das maiores
províncias produtoras de petróleo em águas profundas do mundo.
Em 2006, o Brasil conquistou a auto-suficiência de produção de petróleo.
A PETROBRAS é hoje a maior empresa brasileira e uma das quinze maiores empresas de petróleo
do mundo (segundo Petroleum Intelligence WeeKly - PIW) sendo uma sociedade anônima de capital
aberto que tem como subsidiárias a Petroquisa, a Petrobrás Distribuidora, a Gaspetro, a Transpetro e
Petrobrás Comercializadora de Energia Ltda.

a) Petroquisa

A Petroquisa surgiu em 1967 para viabilizar a indústria petroquímica brasileira, porque, até então, o
país importava todos os produtos petroquímicos básicos. Implantou os três pólos petroquímicos
brasileiros (São Paulo, Bahia e Rio Grande do Sul), um pólo cloroquímico (Alagoas) e unidades

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petroquímicas em Pernambuco e no Rio de Janeiro. A atuação da Petroquisa tem permitido que o
Brasil seja auto-suficiente em produtos petroquímicos básicos, intermediários e finais.

b) Petrobrás Distribuidora

Criada em 1971, opera na distribuição e comercialização de produtos e derivados de petróleo, álcool


e outros combustíveis. É a maior distribuidora do Brasil, atuando nos segmentos da indústria,
automotivo, marítimo, ferroviário e da aviação.

c) Gaspetro

Esta subsidiária surgiu em maio de 1998. Tem como objetivos a produção, o comércio, a importação,
a exportação, a armazenagem, o transporte e a distribuição de gás natural, de gás liquefeito de
petróleo e de gases raros de quaisquer origens; de fertilizantes, suas matérias-primas e produtos
correlatos; de energia termoelétrica; de sinais de dados, voz e imagem por meio de sistemas de
comunicação por cabo e rádio. A Gaspetro conta com o Centro de Tecnologias do Gás (CTGÁS), que
se destaca como um exemplo de modernidade e eficiência na área de pesquisa científica e
desenvolvimento de recursos humanos do atual mercado mundial de gás natural. Localizado em
Natal, no Rio Grande do Norte, o CTGÁS tem como principal objetivo aumentar a produtividade e
estimular a confiabilidade das atuais formas de utilização do gás natural.

d) Transpetro

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Criada em 1998, dentre suas atribuições estão as atividades de transporte marítimo do Sistema
PETROBRAS, podendo também prestar serviços de transporte a terceiros. Com a gradativa
integração da Frota Nacional de Petroleiros (FRONAPE), a TRANSPETRO opera no transporte e
armazenagem de granéis, petróleo, derivados e de gás, por meio de dutos, terminais ou embarcações
próprias ou de terceiros. Além disso, também tem por objetivos construir e operar novos dutos,
terminais ou embarcações, mediante associação com outras empresas.

Figura 1.1 – Navio Petroleiro

e) Petrobrás Comercializadora de Energia Ltda.

Criada em julho de 2002, a Petrobras Comercializadora de Energia Ltda. surgiu para permitir a
atuação da Petrobras nas novas atividades da indústria de energia elétrica no Brasil. A subsidiária alia
em seu portifólio a alta credibilidade do nome que lhe deu origem à busca de uma presença agressiva
no mercado, numa estratégia que combina preço, adequação do produto ao cliente e agregação de
valor mediante a prestação de serviços diferenciados.
A Petrobras Comercializadora de Energia Ltda. tem como objetivos a comercialização dos blocos de
energia elétrica contratados pela Petrobras, bem como a prestação de serviços técnicos e
administrativos relacionados a essas atividades. A subsidiária tem como sócias a Petrobras e a
Petrobras Gás S.A. - Gaspetro, com 99% e 1% de participação, respectivamente.
Além destas, ainda se pode citar as empresas controladas e coligadas como a PETROBRAS
Negócios Eletrônicos S.A., PETROBRAS International Finance Company (PIFCO) e Downstream
Participações S.A.
Estas empresas compõem o Sistema PETROBRÁS, que atua do poço ao posto e é especializado nos
segmentos relacionados à indústria do petróleo: exploração e produção; refino, comercialização e
transporte; distribuição de derivados; gás e energia e petroquímico.

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Cabe, entretanto ressaltar que a abertura do mercado para outras empresas gerou um novo perfil de
desafios e oportunidades, já que se verifica o regime de competição caracterizada pela mudança da
visão da corporação, que deixa de ser uma empresa de petróleo para ser uma empresa de energia.

1.2 Exploração e Produção – E&P


A Petrobras, desfrutando do reconhecimento internacional, com tecnologia própria para águas ultra-
profundas, está produzindo petróleo a preços competitivos em campos offshore (marítimos) a
profundidades cada vez maiores, atraindo o interesse de companhias petrolíferas de todo mundo,
com as quais tem assinado acordos de parceria para a exploração e produção de suas reservas na
enorme plataforma submarina brasileira. A abertura da área de exploração e produção para parceiros
internacionais gerou, por sua vez, oportunidades E&P em outras partes do mundo, principalmente
onde o know how da Petrobras possa contribuir para a realização de negócios. Um exemplo disso é a
expansão da presença da Companhia no Golfo do México e na Costa Oeste da África, onde sua
experiência em águas profundas adiciona valor aos empreendimentos.
Esta etapa foi durante muito tempo uma busca baseada em tentativas e assim, o investimento nas
operações levavam a resultados desanimadores e dispendiosos, uma vez que para cada 300 poços
perfurados, somente 1 efetivamente produzia. A descoberta de uma jazida ou poço é uma tarefa que
envolve muito estudo e análise de dados geofísicos e geológicos das bacias sedimentares.
A Geologia realiza estudos na superfície que permitem um exame detalhado das camadas de rochas
onde possa haver acumulação de petróleo. A Geofísica, mediante o emprego de certos princípios da
física, faz uma verdadeira radiografia do subsolo.

Figura 1.2 – Exploração de Petróleo

Os dados geofísicos e geológicos obtidos são bons indicadores de locais onde existe probabilidade de
se encontrar petróleo.
Apesar de toda essa tecnologia, a única maneira de assegurar que efetivamente existe óleo é através
da perfuração de poços exploratórios, mesmo sendo um investimento bastante alto.

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1.2.1 – Perfuração

A perfuração é a segunda etapa na busca de petróleo. Ela consiste inicialmente, na verificação


concreta da viabilidade de produção. Primeiro efetua-se a perfuração do poço pioneiro e na
seqüência, de poços de extensão que definem a dimensão do reservatório e assim a viabilidade
comercial da produção. Para cada 100 poços exploratórios perfurados em busca de petróleo e gás
natural, a PETROBRAS obteve no período 2003 a 2005 índices de sucesso maiores do que 40%,
superiores à média mundial, que fica em torno de 20%.
Um campo de petróleo consiste em um conjunto de poços perfurados em determinada região,
denominados de poço de desenvolvimento.
A perfuração que ocorre em terra é conhecida como “onshore” e a perfuração marítima, “offshore”. Os
equipamentos utilizados nesta etapa são sondas que são instaladas em plataformas fixas,
plataformas móveis ou navios-sondas.

Figura 1.3 – Perfuração de poços de petróleo

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1.2.2 – Tipos de Plataformas

Plataformas Fixas - Foram as primeiras unidades utilizadas. Têm sido as preferidas nos campos
localizados em lâminas d`água de até 300m de profundidade. Geralmente as plataformas fixas são
constituídas de estruturas modulares de aço, instaladas no local de operação com estacas cravadas
no fundo do mar. As plataformas fixas são projetadas para receber todos os equipamentos de
perfuração, estocagem de materiais, alojamento de pessoal, bem como todas as instalações
necessárias para a produção dos poços.

Figura 1.4 – Plataforma fixa.

Plataformas Flutuantes – Sãos constituídas, basicamente, de uma balsa equipada com estrutura de
apoio, ou pernas, que, acionadas mecânica ou hidraulicamente, movimentam-se para baixo até
atingirem o fundo do mar. Em seguida, inicia-se a elevação da plataforma acima do nível da água, a
uma altura segura e fora da ação das ondas. Essas plataformas são móveis, sendo transportadas por
rebocadores ou por propulsão própria. Destinam-se à perfuração de poços exploratórios na
plataforma continental, em lâmina d`água que varia de 5 a 130m de profundidade.

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• Balsa
equipada com
estrutura de
apoio, ou
pernas. As pernas
acionadas
mecânica ou
hidraulicamente,
movimentam-se
para baixo, até
atingirem o
fundo do mar

Figura 1.5 – Plataforma flutuante de produção

Destinam-se
à perfuração
de poços
exploratórios
na
plataforma
continental,
em lâmina
d`água que
varia de 5 a
130m de
profundidade

Figura 1.6 – Plataforma flutuante de perfuração.

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1.2.3 – Produção

A fase de extração do petróleo começa após a avaliação da extensão da jazida. Os fluidos que
migram da rocha geradora são extraídos através de uma coluna de produção, tubulação que serve
duto de transporte, enquanto que o controle da vazão espontânea desses fluidos é realizado pela
árvore de natal - nome dado ao equipamento composto por um conjunto de válvulas instalado na
superfície do poço.
Quando o óleo não pode ser extraído dos poços pelos processos naturais (surgência) e artificiais
(elevação artificial), é utilizada a recuperação secundária, cujo objetivo é também maximizar o volume
de petróleo a ser produzido das jazidas (extraído).
A recuperação secundária pode ser realizada por técnicas tradicionais, ou seja, através da injeção de
água (ou de gás), ou por meio de técnicas mais sofisticadas, como por exemplo, a injeção de gás
carbônico e de polímeros, entre outras.

1.2.4 – Refino

O refino vem acompanhando de perto as transformações que a Petrobras vivencia nos últimos anos,
adequando-se ao novo modelo de mercado do setor no Brasil. O desafio de processar a crescente
produção de óleo pesado brasileiro, permitindo a conversão para derivados de alto valor agregado,
vem sendo vencido com investimentos e grandes avanços tecnológicos.
A Petrobras tem batido sucessivos recordes em suas refinarias, desenvolvendo tecnologia própria e
possibilitando que o petróleo nacional, de característica mais pesada, possa render uma percentagem
maior de produtos nobres e aumentar a rentabilidade do negócio.
A atuação do downstream (abastecimento) é fundamental para consolidar os objetivos estratégicos da
Petrobras, que caminha para se transformar numa corporação de alto desempenho na área de
energia. A intenção é firmar sua liderança no mercado brasileiro, além de expandir suas atividades no
exterior, sobretudo em outros países da América Latina.

1.2.5 – Transporte e Armazenamento

A empresa subsidiária da Petrobras responsável pelas atividades de transporte e armazenamento é a


Petrobras Transporte S.A., a Transpetro. A empresa tem como missão atuar de forma rentável na
indústria de petróleo e gás, nos mercados nacional e internacional, como fornecedora de serviços de
transporte e armazenamento, respeitando o meio ambiente, considerando os interesses dos seus
acionistas e contribuindo para o desenvolvimento do país.
Através de navios e dutos, o petróleo pode ser transportado dos campos de produção ou dos
terminais até as refinarias.

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Depois de processado é também transportado para os centros consumidores ou para os terminais de
embarque, a fim de serem levados para outras partes do país.
Os dutos são classificados em:

• oleodutos (transporte de líquidos) ou gasodutos (transporte de gases)


• terrestres (construídos em terra) ou submarinos (construídos no fundo do mar)

Outras modalidades de transporte, como o rodoviário e o ferroviário, são ocasionalmente empregados


para a transferência de petróleo e derivados.
O Brasil possui extensa rede de dutos, que interligam campos petrolíferos, terminais marítimos e
terrestres, bases de distribuição, fábricas e aeroportos, além de contar com uma frota de navios-
tanque.
Quanto se fala em sistema de armazenamento, observa-se uma capacidade que gira em torno de 70
milhões de barris.
A atividade de distribuição engloba as seguintes etapas:

• aquisição
• armazenamento
• transporte
• comercialização e
• controle de qualidade dos combustíveis.

1.2.6 – Distribuição

Prestar sempre os melhores serviços em mais de sete mil postos espalhados por diversas cidades e
rodovias do país é o objetivo da Petrobras Distribuidora. Com uma trajetória marcada por iniciativas
pioneiras e resultados expressivos, a BR mantém a liderança no mercado brasileiro de distribuição de
derivados de petróleo, tendo mais de dez mil grandes empresas como clientes.

1.3 Derivados de Petróleo

O processamento do petróleo dá origem a quase uma centena de produtos que poderão ter utilização
imediata ou serão precursores de outros materiais importantes para o mercado consumidor. A tabela
abaixo mostra uma listagem básica de alguns destes produtos e suas respectivas utilizações.
Quando se fala em derivados de petróleo imediatamente se pensa em combustível. Afinal, o que é
combustível?

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Combustível é todo ou qualquer produto com finalidade de produzir energia, seja diretamente, a partir
de sua queima, ou pela sua transformação em outros produtos combustíveis.
Os combustíveis são classificados como energéticos e não energéticos, considerando as suas
características e propriedades físicas. São especificados por meio de Resoluções de Órgãos Oficiais
como o Conselho Nacional de Petróleo e o Departamento Nacional de Combustíveis (DNC), sendo
analisados e avaliados segundo métodos definidos pela Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT) e/ ou American Society for Tests and Materials (ASTM).

Tabela 1.1 – Derivados de petróleo e suas utilizações.

Produto Utilização Produto Utilização


Querosene de Iluminação e
Gás ácido Produção de enxofre
iluminação combustível
Combustível para
Eteno Petroquímica Querosene de aviação
aviões
Combustível para
Dióxido de carbono Fluido refrigerante Óleo diesel
ônibus, caminhões, etc.
Lubrificantes de
máquinas e motores em
Propanos especiais Fluído refrigerante Lubrificantes básicos
geral
Fabricação de velas,
Propeno Petroquímica Parafinas
indústria de alimentos
Butanos especiais Propelentes Óleos combustíveis Combustíveis industriais
Gás liquefeito de Combustível Produção de negro de
petróleo doméstico Resíduo aromático fumo
Óleo extensor de
Gasolinas Combustível Extrato aromático
borracha e plastificante
Naftas Solventes Óleos especiais Usos variados
Naftas para
Petroquímica Asfaltos Pavimentação
petroquímica
Indústria de produção
Aguarrás mineral Solventes Coque de ferro e alumínio

Produção de ácido
Solventes de borracha Solventes Enxofre
sulfúrico
Produção de
Petroquímica, detergentes
Hexano comercial N-Parafinas
extração de óleos biodegradáveis

Solventes diversos Solventes Benzeno Petroquímica


Petroquímica,
Tolueno Xilenos Petroquímica, solventes
solventes

São exemplos de combustíveis energéticos os álcoois combustíveis, diesel, gases, gasolina, nafta
energética, óleos combustíveis e querosene.
Os não energéticos são asfaltos, coque, gases liquefeitos não energéticos, gases não energéticos,
gasóleo petroquímico, lubrificantes, nafta não energética, parafinas e solventes.

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1.3.1 – Lubrificantes

Lubrificantes são compostos químicos que, uma vez introduzidos entre duas superfícies em contato,
são capazes de reduzir o atrito, calor e desgaste, provocando um movimento suave e de fácil
deslizamento.
Existem três classes de lubrificantes:

• Básicos: matéria-prima para a fabricação de óleos lubrificantes acabados, podem ser


naftênicos ou parafínicos.
• Acabados: Processados, aditivados ou industrializados de modo geral, tendo como
matéria-prima os lubrificantes básicos.
• Pré-industrializados: se tornam óleos acabados fora da refinaria de origem.

1.3.2 – Parafinas

As parafinas são obtidas no processo de desparafinação de óleos lubrificantes, de forma a se obter o


ponto de fluidez dos óleos na faixa adequada. As parafinas são precipitadas a baixas temperaturas
com o auxílio de solventes e recuperadas em filtros rotativos. São utilizadas pela indústria de velas,
papéis, lona, baterias, pilhas, laticínios, frigoríficos e alguns produtos químicos.

1.3.3 – Solventes

Os solventes são classificados a partir de sua cadeia carbônica. Podem ser alifáticos ou aromáticos.
Um ponto a ser destacado é a diferenciação entre solvente, thinner e diluente, segundo suas
aplicações industriais:

• Solvente: é a substância que se encontra maior quantidade em uma solução.


• Thinner: é um líquido usado para estender a solução, mas sem alterar o poder de
dissolução do solvente.
• Diluente: é um material usado para estender a solução de forma a alterar o poder
ativo do solvente.

São solventes alifáticos aqueles constituídos em maior percentual de hidrocarbonetos parafínicos ou


alifáticos saturados. Exemplos: aguarrás, solventes para borracha e hexano.
Os solventes aromáticos são: benzeno, tolueno e xileno. Neste caso, para serem assim classificados
devem ter na sua composição mais de 85% dos hidrocarbonetos aromáticos. Apresentam elevado
grau de toxidez.

21
1.4 Indústria Petroquímica

A petroquímica é um dos setores industriais mais recentes da história da humanidade. Seu


aparecimento data do final do século XIX, quando uma resina, a baquelite, foi desenvolvida para
substituir o marfim na produção de bolas de bilhar.

1.4.1 – Histórico

O primeiro produto petroquímico fabricado em larga escala foi o álcool isopropílico, em 1920.
Por volta de 1930, os pesquisadores Ziegler e Natta desenvolveram a tecnologia que possibilitou pela
primeira vez a produção de polietileno. Inserida no amplo segmento petrolífero, a petroquímica utiliza,
principalmente, nafta (subproduto do petróleo) e gás etano para produzir as matérias-primas que,
após sucessivos processos industriais, serão transformadas em artigos tão diversos como
medicamentos, utilidades plásticas, tintas, tubulações, vestuário, defensivos agrícolas etc.

1.4.2 – Características do Setor Petroquímico

A indústria petroquímica é o setor mais expressivo e dinâmico da diversificada indústria química


nacional. Chama-se de indústria petroquímica toda ou qualquer empresa inserida na cadeia produtiva
constituída por unidades ou empresas de primeira geração, que são as produtoras de básicos
petroquímicos – olefinas (eteno, propeno e butadieno) e aromáticos (benzeno, tolueno e xilenos) –, e
de unidades ou empresas de segunda geração, que são, sobretudo, as produtoras de intermediários e
resinas termoplásticas. As empresas de terceira geração, mais conhecidas por empresas de
transformação plástica, são os clientes da indústria petroquímica que transformam os produtos da
segunda geração e intermediários em materiais e artefatos utilizados por diversos segmentos, como o
de embalagens, construção civil, elétrico, eletrônico e automotivo.

• Companhias de Petróleo Não Integradas - Primeira Geração - São as produtoras de


petroquímicos básicos, produtos resultantes da primeira transformação de correntes
petrolíferas (nafta, gás natural, etano etc.) por processos químicos (craqueamento a vapor,
pirólise, reforma a vapor, reforma catalítica etc.).
Os principais produtos primários são as olefinas (eteno, propeno e butadieno) e os aromáticos
(benzeno, tolueno e xilenos). Secundariamente, são produzidos ainda solventes e
combustíveis.

22
Companhias Petroquímicas - Segunda Geração - São as produtoras de resinas
termoplásticas (polietilenos e polipropilenos) e de intermediários, produtos resultantes do
processamento dos produtos primários, como MVC, acetato de vinila, TDI, óxido de propeno,
fenol, caprolactama, acrilonitrila, óxido de eteno, estireno, ácido acrílico etc. Esses
intermediários são transformados em produtos finais petroquímicos, como PVC, poliestireno,
ABS, resinas termoestáveis, polímeros para fibras sintéticas, elastômeros, poliuretanas,
bases para detergentes sintéticos e tintas etc.

Indústria de Transformação - Terceira Geração - São as empresas de transformação que


fornecem embalagens, peças e utensílios para os segmentos de alimentação, construção
civil, elétrico, eletrônico, automotivo, entre outros. As empresas transformadoras localizam-se,
em geral, próximas ao mercado consumidor.

Figura 1.7 – Esquema simplificado da cadeia produtiva petroquímica - Fonte ABIQUI

A indústria petroquímica global assim como a nacional se organizam em pólos para aproveitar as
sinergias logísticas, de infra-estrutura e de integração operacional, e, com isso, minimizar os custos.
As unidades que formam um pólo petroquímico são, principalmente, as de primeira e segunda
geração, podendo estar empresarialmente integradas ou não.

23
2 GÁS NATURAL – UM PRECURSOR
VERSÁTIL

O gás natural é um combustível limpo, um produto sem restrições ambientais e que reduz
significativamente os índices de poluição. O combustível do futuro, como já está sendo chamado,
colabora diretamente para a melhoria da qualidade de vida nas grandes metrópoles. Utilizado como
matéria-prima nas indústrias siderúrgica, química, petroquímica e de fertilizantes, o gás natural
fornece calor, gera eletricidade e força motriz. Na área de transportes, tem a capacidade de substituir
o óleo diesel, a gasolina e o álcool, participando assim, direta e indiretamente da vida de toda a
população.
O gás natural é uma nova e promissora alternativa que se abre no horizonte energético brasileiro. Por
todas as suas virtudes energéticas, econômicas e ambientais, o gás natural deverá multiplicar a sua
presença na matriz energética brasileira, saltando dos atuais 8,9% para 12% em 2015. Além disso, a
área de Gás & Energia atua no desenvolvimento de fontes alternativas de energia e investe em
conservação de energia e energia renovável, como forma de agregar valor aos seus negócios.
No início deste novo milênio, a Petrobras começou a implementar um importante plano de
reestruturação com o objetivo de se tornar uma Empresa de Energia. A Petrobras produz energia para
o conforto do homem e usa toda a tecnologia a seu alcance para transformar as diferentes fontes
energéticas em progresso e crescimento. Ao investir em energia eólica, solar, biodiesel, biogás, entre
outras, a Companhia ajuda a diversificar a matriz energética brasileira.
Essas ações fazem parte do Plano Estratégico da Petrobras que entre suas metas, prevê para 2010,
que 10% da energia elétrica consumida em toda Companhia seja obtida a partir de fontes renováveis.
O Gás Natural (GN) por muitos anos foi descartado por ser considerado inútil, sendo queimado,
gerando chamas gigantescas capazes de serem vistas de uma nave espacial. Hoje, é um dos mais
valiosos combustíveis que dispomos, considerando principalmente as questões de preservação do
meio ambiente.
Atualmente, a busca de alternativas para o seu consumo é justificada pela facilidade de logística do
transporte e por ter uma combustão completa mais limpa que os outros combustíveis, devido aos
baixos níveis de contaminantes.
O Brasil tem identificado grandes reservas, mas tem optado por explorar o gás da Bolívia e da
Argentina que possuem campos mais produtivos que os nossos.
É importante lembrar que o gás é um combustível fóssil, não renovável e que questões relativas às
dificuldades de exploração dos poços e seu esgotamento constituem obstáculos a serem vencidos.

24
2.1 Histórico

Os primeiros registros históricos do gás natural demonstram que a sua descoberta ocorreu no Irã
entre 6000 e 2000AC. O então chamado “fogo eterno”, símbolo religioso de algumas seitas da
Pérsia, era alimentado por um material gasoso, que escapava de fraturas de rochas, possivelmente o
GN.
Na China, o GN já era conhecido desde 900 a.C., entretanto em 211 a.C. encontra-se registro do uso
do primeiro sistema de exploração de GN pelo uso de canalizações feitas com varas de bambu. Este
primeiro poço de exploração tinha profundidade de 1000 metros e o produto obtido era utilizado como
agente de secagem de pedras de sal.
Nos anos de 1800, o GN teve seu principal uso na iluminação, entretanto não em residências, uma
vez que o transporte era precário e assim somente as principais ruas das grandes cidades o tinham
como gerador de luz.
Nos Estados Unidos, o primeiro gasoduto com fins comerciais entrou em operação em Nova York, em
1821, fornecendo energia aos consumidores para iluminação e preparo de alimentos.
Em 1885, Robert Bunsen inventou um queimador que misturou o ar com gás. O queimador, chamado
de “Bico de Bunsen”, ampliou o uso quando demonstrou que era provedor de calor para cocção e
aquecimento de residências. Atualmente, tais queimadores são muito utilizados em laboratórios para
realização de diferentes experimentos.
No final de 1930, os avanços na tecnologia de construção de gasodutos viabilizaram o transporte do
GN em longos percursos. A necessidade de reconstrução pós-guerra durou até o ano de 1960 e foi
responsável pela instalação de milhares de quilômetros de dutos, proporcionado pelos avanços em
metalurgia, técnicas de soldagem e construção de tubos. Desde então, o gás natural passou a ser
utilizado em grande escala por vários países, devido às inúmeras vantagens econômicas e
ambientais.
As perspectivas atuais de utilização do GN são extremamente positivas, já que a demanda por
combustíveis não-poluentes para uso industrial, comercial e na área de transportes, bem como, para
geração termelétrica aumenta expressivamente.
A utilização do Gás Natural no Brasil começou modestamente por volta de 1940, com as descobertas
de óleo e gás na Bahia, atendendo às indústrias localizadas no Recôncavo Baiano.
O grande marco do GN ocorreu com a exploração da Bacia de Campos, no Estado do Rio de Janeiro,
na década de 80. O desenvolvimento da bacia proporcionou um aumento no uso da matéria-prima,
elevando em 2,7% a participação do GN na matriz energética nacional. O Governo Federal tem como
meta elevar a participação do GN na matriz energética para cerca de 12% até 2010.

25
2.2 O que é Gás Natural?

O gás natural é um combustível fóssil encontrado em rochas porosas no subsolo, podendo estar
associado ou não ao petróleo. É uma mistura de hidrocarbonetos gasosos constituída de 70 a 98% de
metano, 1 a 10% de etano e traços de propano, butano, pentano e hexanos. Geralmente apresenta
baixos teores de contaminantes como o nitrogênio, dióxido de carbono, água e compostos de enxofre.
Esta composição o torna mais leve que o ar e com um calor de combustão na faixa de 8000 a 10000
Kcal/mol. Dissipa-se facilmente na atmosfera no caso de vazamento. Além disso, é incolor e inodoro,
queimando com uma chama quase imperceptível. Por questões de segurança, o GN comercializado é
odorizado com enxofre.

2.2.1 – Origem

Sua origem é em tese semelhante ao do petróleo, ou seja, é oriundo de matéria orgânica proveniente
da decomposição de organismos aquáticos das bacias marinhas ou lacustres, vegetais carregados
pelas correntes fluviais e microorganismos que se encontravam nos sedimentos depositados. Todo
esse material acumulado ao longo dos milênios em certas situações geológicas, acabou por
rearrumar-se numa espécie de hidrocarboneto primordial, o querogêneo, o qual foi transformado
progressivamente, devido às condições de pressão e temperatura crescentes, até dar origem ao que
chamamos hoje de Gás Natural.
O Gás Natural pode ser encontrado no subsolo de bacias sedimentares. Podendo estar acompanhado
ou não de petróleo. O reservatório onde o gás está dissolvido no óleo ou sob forma de capa de gás é
chamado de Reservatório de Gás Associado. O esquema a seguir mostra de forma simplificada este
tipo de reservatório.

Figura 2.1 – Esquema de um reservatório de gás associado.

26
Outra possibilidade é o Reservatório de Gás Não-associado. Neste caso, o gás está livre ou junto de
pequena quantidade de óleo. Estes reservatórios são os de maior ocorrência no mundo. O esquema a
seguir mostra um esboço deste caso.

Figura 2.2 – Esquema de um reservatório de gás não-associado.

2.3 Cadeia Produtiva do Gás Natural

Consiste na rede de inter-relações que permite identificar o fluxo dos setores envolvidos neste
sistema industrial, da matéria-prima ao consumo final do produto.

2.3.1 – Exploração e Explotação

EXPLORAÇÃO EXPLOTAÇÃO
Processamentos Perfuração -
Geofísicos Avaliação

Aplicação de Avaliação
Definição de bacias para Ferramentas de Geológica de Projeto
prospecção Exploração Não-sísmicas Formação Instalações

Completação
Exploração
Recompletação
Geológica

Figura 2.3 – Atividades de exploração e explotação do gás natural.

27
• Exploração: etapa onde são feitos os estudos relativos à ocorrência, potencial de produção,
estudos geológicos e de viabilidade econômica. Como boa parte das reservas de gás ocorre
associado como petróleo, os métodos e técnicas utilizadas são iguais.

• Explotação: atividades relativas à instalação dos sistemas de operação, perfuração,


completação, recompletação e de segurança.

2.3.2 – Usos do Gás Natural

O uso do Gás Natural tem destaque como combustível para geração de força motriz, para
aquecimento direto, calor de processo, climatização de ambientes, matéria-prima na indústria
petroquímica ou como redutor siderúrgico. Tem sido aplicado em diferentes ramos da indústria como
a de alimentos e bebidas, cimento, cerâmica, têxtil, ferro gusa e aço, ferros-ligas,
mineração/pelotização, química, não-ferrosos, papel/celulose e outras. Na área de transportes é
utilizado como substituto do óleo diesel, gasolina e álcool.

Gás domiciliar - No uso em residências, o gás natural é chamado de "gás domiciliar". É um mercado
em franca expansão, especialmente nos grandes centros urbanos de todo País. As companhias
distribuidoras estaduais têm planos de grande ampliação de suas redes, e o aumento do consumo de
gás domiciliar demanda investimentos expressivos em conversões e em recebimento e adaptações
nas residências.

Gás veicular - No uso em automóveis, ônibus e caminhões, o gás natural recebe o nome de "gás
veicular", oferecendo vantagem no custo por quilômetro rodado. Como é seco, o gás natural não
provoca resíduos de carbono nas partes internas do motor, o que, de um lado, aumenta a vida útil do
motor e o intervalo de troca de óleo e, do outro, reduz significativamente os custos de manutenção.

Figura 2.4 – Bomba de gás veicular – GNV

28
Indústria - Utilizado como combustível, o gás natural proporciona uma combustão limpa, isenta de
agentes poluidores, ideal para processos que exigem a queima em contato direto com o produto final,
como, por exemplo, a indústria de cerâmica e a fabricação de vidro e cimento. O gás natural também
pode ser utilizado como redutor siderúrgico na fabricação de aço e, de formas variadas, como
matéria-prima: na indústria petroquímica, principalmente para a produção de metanol, e na indústria
de fertilizantes, para a produção de amônia e uréia.

Termelétricas - A participação em projetos de usinas termelétricas é uma prioridade da Gaspetro e


se insere na estratégia de ação definida para o Sistema Petrobras, pelo Governo Federal, através do
Ministério de Minas e Energia, com o objetivo de contribuir para assegurar o suprimento de energia
elétrica nos próximos anos. Em turbinas termelétricas, combinado com caldeiras recuperadoras de
calor, o gás pode ter dupla função: geração de energia elétrica e produção de vapor. Esse processo
tem o nome de cogeração e, por sua segurança operacional e economia, vem sendo utilizado por
diversas indústrias no país e no mundo.

29
3 GLOSSÁRIO DO SETOR DE
PETRÓLEO & GÁS

A
Agência Nacional do Petróleo – ANP
Órgão regulador do setor de Petróleo e Gás Natural no Brasil
AHTS (Anchor Handling Tug Supply)
Navio rebocador de apoio e manuseio de âncoras. Embarcação destinada à operação de reboque e
manuseio de âncoras através de guincho especial instalado em seu convés e capacidade de manobra
bastante desenvolvida.

B
Barril (bbl)
Unidade de volume equivalente a 158,98 litros.
Barril de óleo equivalente (boe)
Normalmente usado para expressar volumes de petróleo e gás natural na mesma unidade de medida
(barris) pela conversão do gás natural à taxa de 1.000 m3 de gás para 1 m3 de petróleo. 1 m3 de
petróleo = 6,289941 barris de petróleo.
Para o barril de óleo equivalente internacional corresponde aproximadamente 6.000 pés cúbicos de
gás natural.
Batimetria
Medida de profundidade de uma massa de água como os mares, lagos, rios (topografia do fundo
imerso).
Bloco
Pequena parte de uma bacia sedimentar, onde são desenvolvidas atividades de exploração e
produção de petróleo e gás natural.
Bunker
Combustível para abastecer navios.

C
Cabotagem
Navegação realizada próxima à costa, podendo utilizar acidentes geográficos, como cabos (daí seu
nome), como pontos de referência.
Calado
Profundidade do casco.
Campo

30
Área produtora de petróleo ou gás natural a partir de um reservatório contínuo ou de mais de um
reservatório, a profundidades variáveis, abrangendo instalações e equipamentos destinados à
produção.
Claros
Designação genérica de alguns derivados de petróleo, entre os quais a gasolina, o querosene e o
diesel. Possuem coloração clara, daí sua classificação. São líquidos e pouco viscosos.
CREW
Embarcação de transporte de passageiros ou cargas essenciais leves, desenvolvida para atender as
necessidades em águas profundas e distantes da costa.
Cru
Petróleo bruto.

D
Downstream
Atividades de refino do petróleo bruto e tratamento do gás natural.

E
EPC (Engineering, Procurement and Construction)
Projeto, suprimento e construção.

F
FPSO (Floating, Production, Storage & Offloading)
Unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e Transferência de petróleo, construída a partir de
um navio.
FPU (Floating Production Unit)
Unidade Flutuante de Produção de petróleo, construída a partir de um navio.
FSO (Floating, Storage & Offloading)
Unidade Flutuante de Armazenamento e Transferência de petróleo, construída a partir de um navio.

G
Grau API do American Petroleum Institute (ºAPI)
Forma de expressar a densidade relativa de um óleo ou derivado. A escala API, medida em graus,
varia inversamente à densidade relativa, isto é, quanto maior a densidade relativa, menor o grau API.

J
Jaqueta

31
Estrutura de suporte de uma plataforma fixa que vai desde a fundação até pouco acima do nível do
mar e sobre a qual são instalados o convés e/ou módulos.

L
Lâmina d´água
Distância entre a superfície da água e o fundo do mar.
LH (Line Handler)
Navio especializado no manuseio de espias, usado nas operações de transporte ou ancoragem das
plataformas, transportando os cabos entre a plataforma e o rebocador ou até a bóia para conexão
com cabos da âncora.

M
Mini-supply
Como o nome indica é uma versão menor da embarcação de suprimentos, desempenha atividades
multifuncionais.
Monoboia
Bóia onde se ancoram navios em alto-mar.
MPSV (Multipurpose Supply Vessel)
Navio multitarefa, suprimento e manuseio de âncoras.

O
Offshore
Atividades no mar.
Óleo
Porção do petróleo existente na fase líquida nas condições originais do reservatório e que permanece
líquida nas condições de pressão e temperatura de superfície.
Óleo Combustível
Frações mais pesadas da destilação atmosférica do petróleo. Largamente utilizado como combustível
industrial em caldeiras, fornos etc.
Onshore
Atividades em terra.
OSRV (Oil Spill Recovery Vessel)
Navio de combate a derramamento de óleo, dotado de especificações que permitem trabalhar na
mancha de óleo, onde a evaporação do petróleo produz gás natural. O navio é dotado de sistemas
elétricos blindados para evitar a produção de faíscas. Tem equipamentos para aspirar o óleo
derramado e armazenar num tanque a bordo.

32
Panamax
Tipo de navio com capacidade de transportar entre 55.000 e 70.000 toneladas de petróleo ou
derivados e atende as restrições de passagem pelo Canal de Panamá.
Petróleo
Todo e qualquer hidrocarboneto líquido em seu estado natural, a exemplo do óleo cru e condensado.
Petróleo bruto
Petróleo no estado em que se apresenta na natureza, sem ter sofrido processamento.
Plataforma auto-elevável
Plataforma marítima com três ou mais pernas de tamanho variável, que pode ser posicionada em
locais de diferentes profundidades, apoiando as pernas no fundo do mar, elevando-se acima da
superfície marítima.
Plataforma fixa
Plataforma montada sobre estrutura fixa (jaqueta), que se apóia no fundo do mar.
Plataforma semi-submersível
Pataforma marítima com flutuadores, sem apoio no solo submarino.
PSV (Platform Supply Vessel)
Nova geração de navios de suprimento, com maior capacidade de carga, maior potência de motor e
velocidade para enfrentar maiores distâncias, dotados de sistemas de posicionamento dinâmico e
impulsionadores laterais (thrusters) que ampliam sua capacidade de manobra.

R
REPETRO
Importação sem nenhum imposto.
Riser
Porção vertical de uma linha de escoamento para transporte do óleo/gás natural do poço até a
plataforma.
RSV (Research Supply Vessel)
Barco de apoio à pesquisa.

S
Sísmica
Técnica de obtenção de informações geológicas por meio da captação de sinais sonoros refletidos
nas camadas subterrâneas.
Sonda
Equipamento utilizado para realizar perfurações.
Suezmax
Tipo de navio capaz de transportar cerca de um milhão de barris de petróleo (cerca de 130.000 a
150.000 toneladas), atendendo desta forma, as restrições de passagem pelo Canal de Suez.

33
SV (Supply Vessel)
Barco de apoio; barco de suprimento; barco de abastecimento. Termo dado à embarcação,
geralmente um rebocador de alto mar sem dispositivos para reboque ou manuseio, destinada ao
transporte de material e granéis líquidos e sólidos para as unidades ao largo (offshore).

T
Tancagem
Conjunto de tanques.
TS (Tug Supply)
Rebocador. Embarcação de pequeno porte, mas robusta e equipada com potentíssimos motores e
grandes hélices, especialmente projetada para rebocar navios e também usada na indústria de
petróleo para rebocar plataformas marítimas.

U
UEP (Unidade Estacionária de Produção)
Embarcação que permanece posicionada numa mesma locação, geralmente por alguns anos,
ancorada ou, em alguns casos, em posicionamento dinâmico, para receber a produção de poços e
injetar fluidos na formação.
Unidade de Hidrotratamento (UHDT)
Processo usado para remover impurezas tais como enxofre, nitrogênio, oxigênio, haletos e traços de
metais. A operação de hidrotratamento também melhora a qualidade das frações ao converter as
mono e di–olefinas em parafinas, com o propósito de reduzir a formação de goma nos combustíveis.
Unidade de Hidrocraqueamento Catalítico (UHCC)
Processo de craqueamento catalítico realizado sob pressõs parciais de hidrogênio elevadas.
Unidade de Coqueamento Retardado (UCR)
Forma mais severa de craqueamento térmico, transforma resíduo de vácuo em produtos mais leves,
produzindo adicionalmente coque.
Unidade de Alquilação (UALQ)
A alquilação é um processo utilizado para produzir gasolina de alta octanagem a partir do isobutano
formado principalmente durante o craqueamento catalítico ou durante as operações de coqueamento,
mas também proveniente das etapas de reforma catalítica, destilação ou processamento do gás
natural.

Unidade de Craqueamento Catalítico Fluido de Resíduo (URFCC)


Utiliza calor, pressão e catalisador para efetuar a quebra de moléculas menores e mais leves.
Substitui amplamente o craqueamento térmico produzindo mais gasolina de alta octanagem, assim
como menores quantidades de óleos combustíveis pesados e de gases leves, em condições
operacionais mais brandas.

34
Upstream
Atividades de exploração e produção.
UT (Utility)
Navio utilitário para tarefas diversas, transportes de cargas menores e muitas vezes essenciais que
não podem esperar a programação normal dos navios maiores.

W
WSV (Well Simulation Vessel)
Navio de estimulação de poços de petróleo. Embarcação com a capacidade de manobra de
rebocadores de alto-mar e equipamentos capazes de, através de bombas de altíssima pressão,
executarem serviços nos poços de petróleo.

35
4 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA

Existem três maneiras de se representar as idéias e pensamentos: escrevendo , falando e


desenhando.
A maneira de representação mais utilizada na mecânica é o desenho.

4.1 Desenho Técnico x Desenho Artístico


O Desenho Técnico tem como pressuposto a utilização de regras e convenções para sua execução,
conhecidas como Normas Técnicas. Com isso, todos os elementos de um desenho obedecem a um
padrão de representação gráfica. Já o Desenho Artístico é livre e expressa os sentimentos e as idéias
dos artistas.

4.2 O que é ABNT?

Existem normas técnicas que são seguidas mundialmente para elaboração de Desenhos Técnicos.
Por exemplo: Normas ISO =International Organization for Standardization e Normas DIN = Deutsche
Normen, Norma Alemã.
Aqui no Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT é o órgão responsável pela
normalização. Durante o curso vamos conhecer algumas normas aplicadas aos desenhos técnicos
mecânicos.

4.3 Como Elaborar um Desenho Técnico

O primeiro tipo de desenho utilizado na mecânica é o executado à mão livre, conhecido como esboço.
O segundo tipo é desenho técnico definitivo ou desenho para execução, que podem ser feitos com
auxilio de instrumentos específicos, tais como: régua, lápis, borracha, esquadros etc.

36
4.3.1 – Formatos de Papel
A norma que regulamenta o tamanho do papel a ser utilizado nos desenhos é a NBR–5984/1980.
Onde o formato básico é designado por A0 (A zero), que mede 841mm x 1.189mm, resultando em
uma área útil de 1m2. Deste formato saem os demais formatos:

Tabela 4.1 – Formatos de papel para desenho técnico.

FORMATO DIMENSÔES MARGEM


4 A0 1.682 X 2.378 20
2 A0 1.189 X 1.632 15
A0 841 X 1.189 10
A1 594 X 841 10
A2 420 X 594 10
A3 297 X 420 10
A4 210 X 297 5
A5 148 X 210 5
A6 105 X 148 5

Nota: A margem do lado esquerdo para todos os formatos é = 25mm

37
4.3.2 – Legenda

A legenda deve ficar no canto inferior direito nos formatos A3, A2, A1 e A0 e ao longo da folha de
desenho no formato A4.
A Legenda consta de:

1. Título do desenho
2. Número
3. Escala
4. Nome da firma
5. Data e nome
6. Descrição dos componentes: denominação da peça, material, normas, dimensões em
bruto.

6Quant Denominações e observações Peça Material e dimensões

5Data Nome
Des. Assinatura
Cop. do chefe 4( FIRMA )
Visto responsável

Em substituição de:
3Escala 1( TÍTULO ) Substituído por:

2( NÚMERO )

Figura 4.1 – Legenda para desenho técnico

4.3.3 – Escalas

Escala é a proporção definida entre as medidas de uma peça e as do seu respectivo desenho.
Existem três tipos de escalas: Natural, de Ampliação e de Redução, conforme a NBR 8196/1983.

Tabela 4.2 – Tipos de escalas para desenho técnico.

Escala Natural 1:1


Escala de Redução 1:2
Escala de Ampliação 2:1

38
Sempre que possível, deve-se adotar a escala natural 1:1, isto é desenhar o objeto no seu tamanho
natural, pois é aquela que dá ao desenhista idéia mais exata do objeto.
No entanto existem peças que se tornam impossíveis de desenhar no seu tamanho natural, em
virtude de suas grandes dimensões, ou porque são tão pequenas, que os detalhes não podem ser
mostrados claramente. Há necessidade, então, de se fazer o desenho em escala, isto é, ampliando ou
reduzindo, conforme o caso.

39
4.3.4 – Traçado

Os tipos de linha para desenho representados na Tabela abaixo estão conforme norma ABNT
NBR 10068

Tabela 4.3 – Tipos de linhas empregadas para desenho técnico.

N°. NOME EMPREGO


Linha Contínua e Larga

1
A linha é usada para representar arestas e contornos
visíveis

Linha tracejada estreita

2 A linha é usada para representar arestas e contornos


invisíveis

Linha de centro ou linha de simetria

3
A linha é usada para representar os centros dos
elementos paralelos e oblíquos e uma peça simétrica

Linha contínua estreita

4 A linha é usada para representar linhas:


Projetantes auxiliares
Linhas de cotas
Linhas de hachuras

40
4.4 Projeções Ortogonais

4.4.1 – Método Europeu - 1º Diedro

Podemos representar somente 6 projeções ortogonais, caso sejam necessárias mais vistas, essas
serão chamadas de vistas auxiliares.

Figura 4.2 – Projeções ortogonais I – Método Europeu

Nota: Nem sempre é necessário fazer as seis projeções ortogonais, há casos em que se usam três,
duas, uma ou meia vista, conforme a configuração da peça.

41
Figura 4.3 – Projeções Ortogonais II – Método Europeu

4.4.2 – Método Norte Americano - 3º Diedro

Figura 4.4 – Projeções Ortogonais I – Método Norte Americano

42
Figura 4.5 – Projeções Ortogonais II – Método Norte Americano

43
5 EXERCÍCIOS
1. Complete o quadro abaixo:

Dimensão do desenho Escala Dimensão da peça


1:1 300
340 170
65 5:1
45 90
32 1:2
125 25
10:1 1 220

44
2- Analisar a perspectiva e desenhar as vistas.

45
3- Analisar a perspectiva e completar as vistas

46
4- Analisar a perspectiva e as vistas frontal e superior da peça abaixo. Dê o valor das cotas
representadas pelas letras:

N
Q
H
J

O V

I L

S
R
U

X
T

G H I J L M N O
P Q R S T U V X

47
6 BIBLIOGRAFIA

IEZZI, Gelson; [et al.]. Matemática e Realidade, 6asérie. 5. ed. São Paulo, Atual, 2005.
MELCONIAN, Sarkis. Elementos de Máquinas. São Paulo, Editora Érica, 2006.
a
NAME, Miguel Asis. Vencendo com a Matemática, 8 série. 1.ed. São Paulo, Editora do Brasil, 2005.

http://www.aepet.org.br
http://www.gaspetro.com.br
http://www.petrobras.com.br
http://transpetro.com.br

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