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Universidade Estadual de Maringá

Centro de Ciências Exatas


Departamento de Física
Laboratório de Física 1

Aplicações das Leis de Newton para o movimento

Turma: Engenharia civil B- 006

Academicos

Paulo Iácono Vicentin; RA: 96665


Guilherme Gonçalves da Cruz; RA: 93054
Rafael do Nascimento Vasques; RA: 95002

Professor: Ivair A. Santos

Maringá, 30 de julho de 2015


INDICE
1 - Resumo

2 - Introdução

3 - Objetivos

4 – Fundamentação teórica

4.1 - Materiais Utilizados

4.2- Formulas utilizadas

4.3 - Descrições Experimentais

5 - Resultado e Discussões

5.1 Resultado

5.2 Discussão

6 - Conclusão

1. Resumo
Fez-se, experimentalmente, a análise da segunda lei de Newton com o objetivo
de relacionar aceleração com a força resultante que atua sobre um sistema,
composto de massas unidas por um fio, considerado ideal no experimento o
qual passa por uma roldana fixa, também considerada ideal. Um movimento
ocorre na vertical enquanto o outro ocorre na horizontal sobre um trilho de ar,
para amenizar o atrito. A somatória das massas foi mantida constante durante
todo o experimento.

2. Introdução
As leis de Newton abordam as interações entre corpos, e explicam os
movimentos baseando-se nos conceitos de massa e de força, relacionando aos
mesmos às grandezas cinemáticas; posição, velocidade e aceleração.
A primeira lei do movimento de Newton afirma que,
“Todo corpo permanece em repouso ou em movimento retilíneo e uniforme, a
menos que seja obrigado a modificar seu estado pela ação de forças impressas
a ele.”
Essa descoberta teve grande importância para a época, pois ajudava a
explicar sobre o movimento dos corpos através do céu, o que teve relevância
para o desenvolvimento da ciência, já que viagens espaciais não eram sequer
cogitadas até então. Se um corpo continua em movimento uniforme e com
velocidade constante na ausência de forças sobre ele, então não havia a
necessidade de combustível para manter uma nave fora da atmosfera, bastava
apenas impulsioná-la para iniciar o seu movimento e pronto, ou seja, seria
viável a exploração do céu, dos planetas e tudo que estivesse além de nossa
atmosfera.
Como vivemos em um mundo cheio de forças (atrito, resistência do ar,
gravidade, etc.), há uma dificuldade na assimilação desta lei, pois há uma
tendência em se acreditar que o repouso é o estado natural de um corpo e o
“parar naturalmente” o levará a este estado (assim como pensava Aristóteles).
O termo “ausência de forças” significa dizer que a força resultante atuando no
corpo é nula, pois as forças se cancelam.

A segunda lei de Newton afirma que,


“A aceleração de um corpo em movimento é diretamente proporcional a
resultante das forças que atuam sobre ele é inversamente proporcional a sua
massa.”
A segunda lei complementa a primeira lei, reafirmando que para mudar um
estado inicial de um corpo (repouso ou com velocidade constante), é
necessário que a força resultante seja diferente de zero. Com isso, o corpo
adquirirá uma aceleração, aumentando ou diminuindo a sua velocidade, ou
alterando a direção da mesma.
Essa lei também contribuiu para a questão das viagens espaciais. Se
desejarmos que a nave adquira uma maior velocidade em seu trajeto sem que
haja um grande consumo de combustível, a lançamos aproveitado o
posicionamento dos planetas para que seja acelerada pelas forças
gravitacionais destes; ou seja, é necessária a aplicação de uma força (que
nesse caso vem da gravidade) para alterar a velocidade de um corpo.
A terceira lei de Newton afirma que,
“Toda ação corresponde uma reação igual e oposta, ou, as ações mútuas de
dois corpos entre si são sempre dirigidas em direções contrárias.” As forças
atuam em corpos diferentes. Isto significa dizer que as forças se manifestam
em pares, não há força individual, ou ainda, não existe ação sem reação.
A terceira lei também contribuiu para explicar a questão das naves
espaciais. Como os motores expelem partículas de gases na traseira da nave,
o “vácuo” reage aos gases expelidos impulsionando a nave para frente. Por
isso, as naves não gastam muito combustível, já que uma vez em movimento
assim continuarão.

3. Objetivos
3.1 – Objetivo Geral: Obter a equação de Movimento de um móvel que percorre
uma trajetória retilínea, e caracterizar o tipo de movimento. Neste caso, espera-
se encontrar um movimento retilíneo uniformimente variavel, com uma força
resultante atuando sobre o sistema.

3.2 – Objetivo(s) específicos: Confecção e interpretação de gráficos em papel


milimetrado. Aplicaçãoda Teoria de Erros.
4. Fundamentação Teórica
4.1 Materiais Utilizados

A figura 1.0 apresenta os equipamentos e acessórios que serão usados nesta


prática experimental.

Figura 1.0 - Fotografia da montagem experimental do trilho de ar, mostrando os


equipamentos e acessórios.

Na figura 1.0 temos:


a – Trilho de ar (1): Possui na sua parte superior furos uniformes, por onde
sairá o ar, eliminando o atrito do sistema;
b – Sensores de tempo (2): São sensores de luz que nos informa o tempo em
que o móvel passa na devida posição. O primeiro sensor é o que aciona os
demais sensores (tempo inicial);
c – Móvel (3): No experimento denominaremos de carrinho(m=218,60+0,01g),
possui um pino central na parte superior, utilizado para acionar os sensores de
tempo, e em cada lateral devidamente centralizados para colocar as massas
adicionais.
d – Unidade de fluxo de ar (4): Gerador de ar que impulsiona o ar para o trilho.
Ao utilizar zera-se o controlador de fluxo, antes de desligar o equipamento;
e – Mangueira (5): Transmite o fluxo de ar da unidade de fluxo de ar para o
trilho;
f – Suporte lateral (6); Estes possuem como função, evitar o choque do
carrinho, com a extremidade, bem como sua queda;
g – Eletroimã (7): dispositivo que utiliza corrente elétrica que gera um campo
magnético. Sua função é manter o carrinho parado nesta posição, quando uma
força age sobre o carrinho;
h – Acionador do eletroímã (8): Chave seletora nas posições LIGA e DESLIGA.
Este está conectado tanto ao eletroímã quanto ao cronômetro.
i – Cronometro digital (9);
j – Massas (10): Massas em formato de discos, com gramaturas diferentes.
k – Fio inextensível (11): Liga o carrinho ao suporte de massas;
l – Roldana (12): É uma polia situada na extremidade do fio;
Obs: Foi usada uma régua de 30cm que não está aparente na imagem, para
distanciar os sensores de tempo.
4.1 Fórmulas utilizadas

Equações

𝑎.𝑡 2
𝑆 = 𝑆𝑜 + 𝑉𝑜. 𝑡 +
2
Equação 4.1 𝐹r = m. a Equação 4.2
𝑛
√∑𝑖 (𝑥−𝑥)2
σ= Equação 4.3
𝑛−1

𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜−𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝐸𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙


𝐷=| | . 100% Equação 4.4
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜
𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜
𝛿=| | . 100% Equação 4.5
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 (𝑚𝑒𝑑𝑖𝑜) 𝑑𝑎 𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎

4.3 Descrição Experimental

Ajustou-se os sensores de tempo a 15,30,45 e 60cm verificando com a régua


de 0,05cm de incerteza sobre o trilho de ar a partir do primeiro sensor. Fez-se
com que o trilho de ar ficasse alinhado com a horizontal na mesa suporte com
o auxílio do nivelador contido no mesmo. Na primeira parte do experimento
utilizando-se os discos metálicos com 0,01g de incerteza, foram colocados
100g no carrinho localizado no trilho de ar e foram colocados 30g na
extremidade do fio inextensível que estava preso ao carrinho passando pela
roldana e ficando assim suspenso, foi ligado o compressor de ar, zerado o
cronômetro e em seguida foi desligado o eletroímã para iniciar o movimento do
carrinho, analisando assim o movimento através do tempo localizados pelo
cronômetro digital, após feito a marcação dos tempos, retornou-se o carrinho
para posição inicial repetindo o processo por mais cinco vezes. Terminada as
repetições, foi ajustado um novo sistema de massas onde, no carrinho colocou-
se uma massa de 70g e na extremidade do fio 60g de forma que a somatória
da massa do sistema se mantenha constante, o experimento se repetiu da
mesma forma que a anterior, com a marcação dos tempos. Da mesma forma
realizou o experimento mais duas vezes, colocando-se 90g e 120g
respectivamente no carrinho, e no fio inextensível 40g e 10g também
respectivamente. Anotou-se para cada massa todos os dados obtidos referente
aos tempos em que o carrinho passava pelos sensores, dispostos em suas
respectivas posições.

Figura (2): esboço esquemático da montagem experimental


5. Resultado e Dicussão.
5.1 Resultado

Anotou-se os valores de tempos obtidos durante o experimento e calculou-se o


tempo médio somando o resultados obtidos e dividindo pelo numero de
repetições (cinco). Apos a obtenção dos resultados calculou-se o valor médio e
seu respectivo desvio, por meio da calculadora Casio fx-82MS, ou de acordo
com a equação 4.3. Obtém-se as seguintes tabelas:

-Tabelas de espaço x tempo

1.massa do carrinho + massa adicionada = 318,5 massa do bloco solto=


29,95g

S±0,05m t1±0,01s t2±0,01 t3±0,01 t4±0,01 t5±0,01 tm


15 0,546 0,547 0,532 0,531 0,527 0,53±9,24.10-
3

30 0,800 0,803 0,788 0,785 0,778 0,791±0,001


45 0,996 1,000 0,986 0,982 0,973 0,987±0,011
60 1,162 1,166 1,151 1,147 1,137 1,153±0,019

2.massa do carrinho + massa adicionada = 288,60g massa do bloco solto=


60,60g

S±0,05m t1±0,01s t2±0,01 t3±0,01 t4±0,01 t5±0,01 tm


15 0,364 0,362 0,363 0,366 0,366 0,364±1,79.10-
3

30 0,537 0,535 0,536 0,541 0,538 0,537±2,3.10-3


45 0,672 0,669 0,671 0,677 0,673 0,672±2,97.10-
3

60 0,795 0,783 0,785 0,792 0,787 0,788±4,98.10-


3

3.massa do carrinho + massa adicionada =258,90g massa do bloco


solto=90,30g

S±0,05m t1±0,01s t2±0,01 t3±0,01 t4±0,01 t5±0,01 tm


15 0,302 0,300 0,300 0,299 0,299 0,299±1,30.10-
3

30 0,444 0,442 0,441 0,441 0,441 0,441±1,30.10-


3

45 0,555 0,553 0,552 0,552 0,551 0,552±1,52.10-


3

60 0,650 0,659 0,642 0,647 0,645 0,646±3,21.10-


3
4.massa do carrinho + massa adicionada =227,90g massa do bloco
solto=120,80

S±0,05m t1±0,01s t2±0,01 t3±0,01 t4±0,01 t5±0,01 tm


15 0,257 0,257 0,260 0,259 0,257 0,258±1,41.10-
3

30 0,379 0,379 0,382 0,381 0,380 0,380±1,80.10-


3

45 0,473 0,473 0,477 0,476 0,475 0,474±1,79.10-


3

60 0,551 0,554 0,558 0,557 0,556 0,556±1,80.10-


3

Desse modo, sabendo o movimento do carrinho é retilíneo uniformemente


2
variado(MRUV) e a equação da mesma é 𝑆 = 𝑆𝑜 + 𝑉𝑜. 𝑡 + 𝑎.𝑡2 Equação 4.1 de
ainda considerando que que S0 é praticamente igual a 0 e o carrinho sai de um
valor próximo do repouso então, V0=0, temos que:

2.𝑆
=𝑎 (equação 5.1)
𝑡2

Utilizando-se a segunda Lei de Newton, 𝐹r = m. a (Equação 4.2), obteve-se os


seguintes valores da aceleração das respectivas massas: 30g,60g,90g,120g
nos espaços de 15cm,30cm,45cm,60cm.

Para S = 15cm (correspondente ao gráfico 1)


m (g) ± 0,01 Fr (g.cm/s²) ± 0,01 a (cm/s²)
29,95 29351 106,799
60,60 59388 226,173
90,30 88494 333,778
120,80 11838 450,694

Para S = 30cm (correspondente ao gráfico 2)


m (g) ± 0,01 Fr (g.cm/s²) ± 0,01 a (cm/s²)
29,95 29,351 95,896
60,60 59,388 208,07
90,30 88494 307,12
120,80 11838 415,50

Para S = 45cm (correspondente ao gráfico 3)


m (g) ± 0,01 Fr (g.cm/s²) ± 0,01 a (cm/s²)
29,95 29351 92,386
60,60 59388 199,298
90,30 88494 294,30
120,80 11838 398,891
Para S = 60cm (correspondente ao gráfico 4)
m (g) ± 0,01 Fr (g.cm/s²) ± 0,01 a (cm/s²)
29,95 29351 90,265
60,60 59388 193,254
90,30 88494 287,55
120,80 11838 389,57

5.2 Discussão

Os erros observados nos resultados podem ser justificados pelos erros


durante o experimento, como a falta de exatidão das equipes durante a coleta
dos dados, a falta de precisão dos equipamentos utilizados, a força de atrito
existente entre o carrinho e o trilho de ar, que mesmo minimizada, atua no
sistema, a força de resistência do ar, além de possíveis erros no manuseio do
equipamento. O acumulo desses erros ocasiona a propagação de erros,
interferindo em todos os resultados subsequentes. Com a analise dos gráficos,
anexados ao final do relatório, calculou-se a equação da reta através dos
pontos obtidos pela tabela, e desta calculou-se a tangente do ângulo formado
entre a reta e o semieixo positivo x e chegou-se a conclusão de que a mesma
equivale a aproximadamente a massa do sistema. Entretanto, como pode ser
analisado a seguir, houve discrepâncias entre as tangentes para cada gráfico.
Tang α1 = 259,9
Tang α2 = 279,9
Tang α3 = 291,9
Tang α4 = 298,5
De acordo com a segunda lei de newton, 𝐹r = m. a (Equação 4.2),Estes valores
nos levam a especular massa para o sistema de 259,9g , 279,9g, 291,9g e
298,5g respectivamente. Calculando a media destes valores obteremos um
valor de massa para o sistema de: 282,5 ± 16,9g
Como o valor ideal para a massa a ser encontrada era de 349,2g , 348,45g ,
349,2g e 348,7g respectivamente, ou seja, uma media de 348,8 ± 0,4g.
Fazendo uso da Equação 4.4 calcula-se um desvio percentual de 19%

6. Conclusão
O experimento tem por finalidade a interpretação e analise gráfica das leis de
newton, em especial a segunda lei. Mesmo ocorrendo um desvio de 19% do
valor ideal para a massa do sistema, foi encontrado e demonstrado
experimentalmente uma relação entra a força aplicada a um sistema e sua
respectiva aceleração F α a , no caso a constante que define essa proporção é
a massa do sistema comprovando assim que F=M.a Desta forma pode-se
conclui que, mesmo com as discrepâncias de resultados, o a segunda lei de
newton pode ser comprovada experimentalmente.
Bibliografia -
• Halliday, D.; Hesnick, J.; Walker, J.; Fundamentos de física; v.1: mecânica; 8ª
Ed.; Livros Técnicos e Científicos Editora S.A.; Rio de Janeiro; 2008;
• YOUNG, HUNG D. Fisica I / YOING E FREEDMAN; tradução Sonia Midori
Yammamoto; revisão técnica Adir Moysés Luiz, 12ª Ed. São Paulo; Addison
Wesley,2008.

• Manual de Laboratório - Fisica Experimental I- Hatsumi Mukai e Paulo R.G.


Fernandes - 2014

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