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A área do actual concelho de Alcobaça foi habitada pelos Romanos, mas a denominação
ficou-lhe dos Árabes, cuja ocupação denota uma era de progresso a julgar pelas
numerosos topónimos das terras adjacentes que os recordam, tais como
Alcobaça, Alfeizerão, Aljubarrota, Alpedriz e ainda outros topónimos.
Quando Alcobaça foi reconquistada, a localidade tinha acesso ao mar que perto formava a
grande Lagoa da Pederneira que atingia Cós e permitia navegarem as embarcações que
transportavam para o resto do País os frutos deliciosos produzidos na região graças à
técnica introduzida pelos monges de Cister.
Os monges de Cister chegaram a ser senhores de 14 vilas das quais 4 eram portos de
mar: Alfeizerão, São Martinho do Porto, Pederneira e Paredes da Vitória.
Os monges de Alcobaça, além da sua actividade religiosa e cultural- tiveram aulas públicas
desde 1269 e nelas, além de Humanidades, Lógica e Teologia, ensinaram
técnicasagrícolas - desenvolveram uma acção colonizadora notável e perdurável, pondo
em prática as inovações agrícolas experimentadas noutros mosteiros e graças às quais
arrotearam as terras, secaram pauis, introduziram culturas adequadas a cada terreno e
organizaram explorações ou quintas, a que chamavam granjas, criando praticamente a
partir do nada uma região agrícola que se manteve até aos nossos dias como uma das
mais produtivas de Portugal. Joaquim Vieira Natividade refere-se aos monges de
Alcobaça, como os monges-agrónomanos.
Em meados do século XVII, a maioria das terras dos coutos de Alcobaça pertencia já aos
habitantes das vilas e dos seus concelhos.
O mosteiro esteve a saque durante 11 dias em 1833, após o abandono forçado dos
monges, em virtude da vitória liberal na guerra civil. Com a extinção das ordens
religiosasdecretada em 1834, parte do Mosteiro de Alcobaça foi vendido em hasta pública.
Das 14 vilas-concelho apenas Alcobaça e Pederneira (a actual Nazaré) são hoje sede de
concelho, tendo os outros sido entretanto extintos.
Nos antigos coutos, administrados pelos monges cistercienses durante quase 700
(setecentos) anos, subsistem, para além da actividade agrícola por eles introduzida, uma
profusão de elementos arquitéctónicos sobretudo manuelinos, alguns pelourinhos e muitas
casas rurais e anexos agrícolas, como lagares de varas que no século XVII e século
XIX foram utilizados para a extracção do azeite a partir dos olivais da Serra dos
Candeeiros.
Até 12 de Julho de 2001, fazia também parte do município a freguesia da Moita, a qual
entretanto foi transferida para o vizinho concelho da Marinha Grande.
A Real Abadia de Santa Maria de Alcobaça, também referida como Real Abadia de
Alcobaça ou simplesmente Abadia de Alcobaça localiza-se no distrito de Leiria,
em Portugal.
Índice
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1 História
o 1.1 Antedecentes
o 1.2 O reconhecimento do novo rei pelo Papa
o 1.3 Política de povoamento
o 1.4 Mosteiro da Idade Média
o 1.5 Coutos de Alcobaça
o 1.6 Aumento do poder
o 1.7 Posição da abadia dentro do Estado
o 1.8 Dependência do poder real
o 1.9 Congregação Autónoma Portuguesa dos Cistercienses
o 1.10 As três catástrofes
o 1.11 A pilhagem do Mosteiro (1833)
o 1.12 Encerramento dos mosteiros por parte do Estado (1834)
o 1.13 Decadência das instalações do Mosteiro
o 1.14 Reconstrução na Idade Moderna
2 Significado cultural da Abadia
o 2.1 Ensino e economia
o 2.2 Ciência
o 2.3 Arte
o 2.4 Congregações filhas
3 Número de monges
4 Referências
5 Bibliografia
Nos tempos que se seguiram, só foram reparados a ala da fachada ocidental do Mosteiro,
a Igreja e os três claustros a norte. Em 1834, a rainha D.Maria II decretou a abolição de
várias congregações, conventos e mosteiros em Portugal. O motivo prendia-se com
as Guerras Liberais durante as quais surgiram divergências entre a vertente liberal da
monarquia. Em 1820, a Revolução Liberal levou ao reconhecimento da primeira
Constituição pelo rei, o que foi combatido ferozmente tanto pela casa real, como também
por toda a nobreza e pelo clero. D. Miguel I, irmão do rei, principal opositor à Constituição
e ao rei, autoproclamou-se como rei opositor. O abade-geral de Alcobaça, tal como o
fizeram outros clérigos, tomou posição contra a facção liberal, que exigia o afastamento
dos privilégios da Igreja. Em 1834 (Concessão de Évora Monte), venceram os
constitucionalistas. Num decreto, relativo ao encerramento dos mosteiros, ficou
estabelecido que as suas riquezas reverteriam a favor do estado, à excepção dos objectos
relacionados com acções sacras.