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GERÊNCIA DE ENSINO

COORDENADORIA DE RECURSOS DIDÁTICOS

APOSTILA
INSTRUMENTAÇÃO
BÁSICA

Automação Industrial
APOSTILA
INSTRUMENTAÇÃO
BÁSICA

Vantuil Manoel Thebas

Serra, Agosto de 2009.


NÚMEROS E UNIDADES

Notação Científica

A notação científica consiste em escrever um número usando um algarismo de 1 a 9,


uma vírgula(,), o restante do número de acordo com a precisão da informação que o
número original contém e uma potência de base dez (10n).

Exemplos:
.
a) 1462,2 em notação científica será 1,4622 103;
b) 0,000063519874 em notação científica será 6,3519874 .10-5.

Obs.:
 é de fácil observação que a vírgula ao caminhar para a esquerda três vezes
implicou numa potência de dez de 103. Se a vírgula caminhasse 1 vez para a
. .
esquerda ficaria 146,22 101, se a vírgula caminhasse 2 vezes ficaria 14,622 102,
. 5
e se a vírgula caminhasse 5 vezes ficaria 0,014622 10 . Vale lembrar que para
estar em notação cientifica o algarismo antes da vírgula deve ser de 1 a 9,
portanto, estes números não estão em notação científica.

 também se observa que a vírgula ao caminhar para a direita cinco vezes implicou
numa potência de dez de 10-5. Se a vírgula caminhasse 1 vez para a direita ficaria
0,00063519874 . 10-1, se a vírgula caminhasse 3 vezes ficaria 0,063519874 . 10-3,
.
e se a vírgula caminhasse 7 vezes ficaria 635,19874 10-7. Do mesmo modo,
nenhuma das formas escritas neste item estão em notação científica;

Notação Utilizando Prefixos

A notação utilizando prefixo fornece uma noção de grandeza entre dois números, além
de simplificar a sua escrita.
Dois prefixos muito utilizados em nosso dia a dia é o Kilo (k =103) e o Mega (M =106). Por
exemplo, ao sintonizarmos uma rádio procura-se sua freqüência de operação, sendo que
as rádios AM possuem suas freqüências em kHz e as rádios FM possuem suas
freqüências em MHz. Duas rádios bastante conhecidas são a Rádio Gazeta AM com sua
freqüência de operação em 820 kHz e a Rádio Jovem Pan em 100,1 MHz. Qual das
rádios citadas acima possui maior freqüência de operação?
Para responder a essa pergunta é preciso associar o prefixo a uma potência de base 10.
Os prefixos normalmente usados em nosso curso estão na tabela abaixo.
Prefixos Símbolo Valor
tera T 1012 = 1.000.000.000.000
giga G 109 = 1.000.000.000
mega M 106 = 1.000.000
quilo k 103 = 1.000
hecto h 102 = 100
deca da 101 = 10
unidade 1 100 =1
deci d 10-1 = 0,1
centi c 10-2 = 0,01
mili m 10-3 = 0,001
micro µ (u) 10-6 = 0,000 001
nano n 10-9 = 0,000 000 001
pico p 10-12 = 0,000 000 000 001

4
.
Com base na tabela podemos comparar a freqüência da Rádio Gazeta AM 820 103 Hz (ou
820000 Hz, ou em notação científica 8,2.105Hz) com a Rádio Jovem Pan 100,1.106Hz (ou
100100000Hz, ou em notação científica 1,001.108Hz), constatando que a Jovem Pan
possui uma maior freqüência de operação.

Arredondamento

O arredondamento é necessário quando não se precisa utilizar todos os algarismos de


um número ou constante.
Exemplo: Qual o comprimento de um terreno circular, a fim de comprar o arame farpado
para cercá-lo?
. .
O comprimento de um terreno circular é calculado pela relação: Comprimento = 2 Raio
;
Onde  é uma constante igual a 3,1415926535897932384626433832795!
Será que o cálculo precisa ser tão perfeito?
Depende da aplicação! Neste caso, se considerarmos  = 3,14 já será suficiente.
Entretanto podemos arredondar o valor de  usando mais ou menos casas decimais:

3,1 3,14 3,142 3,1416 3,14159

Adotaremos neste curso uma regra de arredondamento simplificada, sendo que o último
algarismo de um número é arredondado para cima caso o algarismo à sua direita for
maior ou igual a 5, e arredondado para baixo caso contrário (menor que 5).

Algarismos Significativos

Quando realizamos medidas de uma variável física, temos normalmente um limite de


precisão determinado pelo equipamento de medição utilizado. A precisão deste
equipamento implica normalmente em obtermos um número que tem uma parte exata e
pelo menos um algarismo duvidoso. Este algarismo duvidoso define o limite da precisão
do medidor, devendo ser estimado ou então obtido por arredondamento. Dizemos que a
quantidade de algarismos significativos de uma medida é o número de algarismos de sua
parte exata e no máximo mais um algarismo duvidoso, quando expressa em notação
científica. É importante observar que os zeros à esquerda de um número não são
algarismos significativos, bem como os demais algarismos duvidosos além do primeiro.

Podemos exemplificar com uma régua milimetrada, muito utilizada no cotidiano escolar
do ensino fundamental e médio. Tais réguas são divididas em intervalos de 1 milímetro,
sendo esta, portanto, a sua precisão. Digamos que alguns estudantes tenham feito as
seguintes medidas de distância utilizando esta régua:
Estudante A: 18,5 cm = 1,85 x 101 cm (3 algarismos significativos)
Estudante B: 18,55 cm = 1,855 x 101 cm (4 algarismos significativos)
Estudante C: 18,545 cm = 1,8545 x 101 cm (4 algarismos significativos)

5
Medição de comprimento com uma régua milimetrada.
O estudante A realizou uma medida que contemplou apenas a parte exata, não indicando
a terceira casa decimal em notação científica. Neste caso, sua medida tem apenas 3
algarismos significativos, enquanto poderia possuir até 4 para esta medida. Foi
exatamente isso que o estudante B fez, realizando uma medida com os três algarismos
exatos e mais um duvidoso, explorando corretamente a precisão do instrumento.
Devemos observar que a terceira casa decimal (1,855 x 10 1) é um algarismo obtido por
estimativa, podendo variar de acordo com quem realiza medida. O estudante C fez uma
estimativa que tenta ir além da precisão do instrumento, estimando dois algarismos ao
invés de apenas um (1,8545 x 101). Neste caso, apenas o primeiro algarismo duvidoso,
correspondente à terceira casa decimal em notação científica, pode ser considerado um
algarismo significativo.

Exercício: Se a medida da figura 1 estivesse sendo feita com uma régua com precisão de
1 cm, qual seriam, na sua opinião, os algarismo significativos da medida, expressa em
centímetros?

Unidades de Medidas

Para medir qualquer grandeza precisamos compará-la com outra de mesma espécie,
tomada como padrão. Muitos padrões foram criados por diversos povos ao longo do
tempo, até que em 1969 foi criado um sistema internacional de unidades (SI), cujas
unidades fundamentais são apresentadas na tabela abaixo.

6
Apesar das unidades fundamentais do SI serem apenas sete, existem outras grandezas
cada qual com sua unidade padrão. Todas as outras unidades de medida são derivadas
das unidades fundamentais. A tabela a seguir mostra algumas unidades derivadas.

Volume Metro Cúbico

Balanceamento de Unidades

Ao realizarmos um cálculo puramente matemático, não nos preocupamos com quaisquer


unidades de medidas envolvidas nos cálculos realizados, pois nesse caso, elas não
existem. O resultado final da operação matemática é somente um número que expressa
uma quantidade calculada qualquer. Como exemplo, temos:

Exemplo 1: 10 / 5 = 2

Exemplo 2: 2 x 5 = 10

Quando realizamos o cálculo de uma grandeza física, no entanto, temos a obrigação de


nos preocuparmos com a unidade que acompanha os números. Nesse caso, não se
trata unicamente de números simplesmente, mas de quantidades de grandezas físicas
medidas por algum instrumento. Como exemplo, temos:
Kgf
Exemplo 3: 10 Kgf / 5 cm2 = 2 Kgf/cm2 => Kgf  cm 2 
cm 2
Kgf
Exemplo 4: 2 Kgf/cm2 x 5 cm2 = 10 Kgf => x cm 2  Kgf
cm 2

No exemplo 3, se analisarmos somente as unidades envolvidas, poderemos verificar que


a unidade do primeiro fator (Kgf) foi dividida pela unidade do segundo fator (cm2) para
formar a unidade do resultado final que é o quociente (Kgf/cm2). Para o exemplo 4,
podemos fazer o mesmo raciocínio, onde a unidade do primeiro fator (Kgf/cm2) foi
multiplicada pela unidade do segundo fator (cm2) para formar a unidade do resultado final
que é o produto (Kgf). Toda vez que nos preocupamos com as unidades de medida no
cálculo de uma grandeza física, estamos fazendo balanceamento de unidades, sendo
este um importante procedimento para evitar erros grosseiros em cálculos de grandezas
físicas.

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Medidas Elétricas

Instrumentos Analógicos e Instrumentos Digitais

Desde muito cedo lidamos com instrumentos de medição em nosso dia a dia, alguns
analógicos e outros digitais. Como exemplos de instrumento de medição digital têm-se o
relógio digital, o termômetro da avenida, trena eletrônica... Já no caso analógico, tem-se
o relógio de ponteiro, o termômetro de uso doméstico, a fita métrica. Para grandezas
elétricas isso não é diferente, existem instrumentos para medição de tensão, corrente,
resistência...tanto analógicos como digitais.

A escolha do tipo de instrumento depende de vários fatores como exatidão na medida,


facilidade de leitura, robustez, custo, vida útil. Há alguns anos os instrumentos digitais
vêm sendo escolhidos em detrimento aos analógicos, de modo que estes últimos estão a
cair em desuso. Porém, ainda são muito encontrados em laboratórios e indústrias.

Num instrumento digital a medida é realizada em incrementos discretos de valores, não


se podendo avaliar valores intermédios, por exemplo, se o mostrador digital (display) é de
3 algarismos e a medida a ser realizada é de 20,47, como será apresentação da mesma?
A resposta é 20,5, ou seja, ocorre um arredondamento do valor, tornando impossível
definirmos com precisão o real valor da medida, que pode ser suposto dentro da faixa de
20,45V a 20.55V. Sendo assim, existe um erro associado à medida.

Já num instrumento analógico o ponteiro pode sofrer qualquer deslocamento,


apresentando uma faixa contínua de valores medidos. Entretanto, a leitura desta medida
feita pelo usuário é que pode apresentar erros. Um erro muito conhecido é o erro de
paralaxe. Ao realizar uma leitura num instrumento de medição analógico, o observador
deve colocar-se bem em frente do mostrador do instrumento, de forma a evitar os erros
de paralaxe, que é cometido ao observar a posição do ponteiro de forma oblíqua, dado
que o ponteiro se encontra, necessariamente, a uma certa distância da superfície da
escala. Outro erro associado a leitura é que
numa dada medição, só por coincidência é que
o ponteiro do instrumento coincide exatamente
com uma divisão da escala. Normalmente o
ponteiro indica uma posição entre duas marcas
da escala, de modo que para avaliar o valor
medido se exige do observador treino e
acuidade visual, além de boa iluminação e
qualidade da graduação (comprimento e
espessura das marcas da escala, espessura do
ponteiro) para avaliar o valor medido.
Por exemplo, na escala ao lado o valor medido
está entre as marcas 126 e 127, assim, deve-se
fazer uma aproximação na medida. Por
exemplo, em 126,4, sendo que este valor não é
exato, pois o algarismo 4 é duvidoso.

Valores Instantâneos, Médios e Eficazes de Sinais Elétricos Contínuos e


Alternados

Os sinais elétricos podem ser categorizados em dois tipos básicos: contínuos ou


alternados. Os sinais contínuos apresentam o mesmo sentido, no caso de corrente
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elétrica, ou mesma polaridade, no caso de tensão elétrica, em qualquer instante de
tempo. Já os sinais alternados apresentam inversão de sentido (corrente) ou polaridade
(tensão).

Os valores instantâneos de um sinal elétrico, como o próprio nome indica, são os


valores em cada instante de tempo. Para medir valores instantâneos, normalmente
utilizamos instrumentos de medida gráficos, como osciloscópio ou analisadores. Esses
instrumentos possuem uma tela onde é mostrado o gráfico da forma de onda de um
sinal elétrico. Utilizando a escala do instrumento, é possível medir valores instantâneos
de sinais elétricos observando sua forma de onda. Na figura abaixo damos exemplo das
formas de onda de um sinal elétrico contínuo constante (a) e de um sinal elétrico
alternado senoidal (b).

V V

9
9

-9

(a) (b)

Formas de onda de sinal de tensão contínuo constante com 9V (a) e sinal de tensão
alternado senoidal com 9V de pico.

O valor instantâneo mais importante de sinais alternados é o valor de pico. Mas estes
sinais também podem ser quantificados pelo valor de pico-a-pico. No caso da figura
acima, o sinal representado na forma de onda (b) tem valor de pico de 9V e valor de pico
a pico de 18V (-9V a 9V). Para sinais contínuos constantes, como o mostrado na figura
acima na forma de onda (a), o valor instantâneo é sempre igual a 9V, independente do
instante de em que é efetuada a medida.

Outro parâmetro importante para quantificar sinais elétricos é o valor médio. O valor
médio é obtido por um cálculo que leva em conta os valores instantâneos do sinal em um
intervalo de tempo, e é calculado de maneira semelhante à média aritmética simples.
Soma-se N valores instantâneos do sinal em um intervalo de tempo e divide-se o
resultado da soma por N.

O valor médio é utilizado normalmente para quantificar sinais contínuos, constantes ou


não. O valor médio geralmente não é utilizado para quantificar sinais alternados, pois o
valor médio de um sinal alternado pode ser zero, sem que necessariamente o sinal seja
nulo. Por exemplo, o valor médio de um sinal senoidal em um período, como o mostrado
na figura (b) anterior, é zero, o que não diz nada a respeito de sua intensidade.

Já que o valor médio não é adequado para quantificar a intensidade de um sinal


alternado, temos que usar outro parâmetro, que é o valor eficaz. O valor eficaz de um
sinal alternado equivale ao valor de um sinal contínuo constante que deve ser aplicado a
um resistor de forma que seja mantida a mesma potência dissipada pelo sinal alternado.

Na tabela abaixo estão listadas as equações para o cálculo do valor médio e do valor
eficaz de diversos sinais alternados em função de seus valores de pico (Vp).
9
Sinal Forma de Onda Valor Médio Valor Eficaz

VP VM = VP VEF = VP
Constante

VP

Senoidal VM = 0 VEF = VP
/ 2

-VP

Senoidal retificado VP
em meia-onda VM = VP /  VEF = VP / 2
completa

VP
Senoidal retificado VEF = VP
VM = 2.VP / 
em onda completa
/ 2

Cálculo de valores médios e eficazes de diversos sinais elétricos.

Medição de Tensão Elétrica

Um voltímetro mede a tensão ou diferença de potencial elétrico V entre seus terminais.


Para fazê-lo medir a tensão elétrica entre dois pontos de um circuito elétrico é necessário
conectar cada terminal do voltímetro num destes pontos.

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Note que quando desejamos medir a
tensão num resistor devemos colocar
o voltímetro em paralelo com o
resistor, de forma que VV = V.
A introdução do voltímetro em paralelo
no circuito diminui a resistência total,
alterando a corrente no circuito e a
tensão a ser medida. Em razão disso
os voltímetros são projetados com
uma elevada resistência interna, de
modo que esse efeito seja
desprezível. Portanto é desejável que
um voltímetro tenha resistência tão
grande quanto possível. Assim, podemos dizer que a corrente num voltímetro é
praticamente zero.

Uma questão muito importante quando medimos uma tensão contínua é a polaridade.
Sendo a tensão definida pela “diferença” de potencial entre dois pontos, a posição dos
terminais do voltímetro influencia no sinal do valor medido.

No caso de voltímetro digital aparece um


sinal negativo no display. Já no caso de
voltímetro analógico, o ponteiro gira para
o outro sentido impossibilitando a leitura.
Cabe destacar que existem voltímetros
analógicos com “zero central” permitindo
a leitura de tensões positivas e negativas.

Quando se mede tensão alternada, a questão da polaridade deixa de existir pelo fato de
que uma tensão alternada muda de polaridade periodicamente.

Medição de Corrente Elétrica

Um amperímetro mede a corrente que o atravessa.


Para fazê-lo medir a corrente I que atravessa o resistor
é necessário conectá-lo em série com o resistor, de
forma que IA = I.
A introdução do amperímetro em série com o resistor
aumenta a resistência total, alterando a corrente a ser
medida. Em razão disso os amperímetros são
projetados com uma resistência interna baixa,
de modo que esse efeito seja desprezível.
Portanto é desejável que um amperímetro
tenha resistência tão pequena quanto
possível. Assim, podemos dizer que a tensão
num amperímetro é praticamente zero.

Assim como ocorre com o voltímetro, a


polaridade influencia no medida da corrente
elétrica alterando o seu sinal.

E do mesmo modo, em corrente alternada tal problema não existe porque a corrente
muda de polaridade periodicamente.

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Medição de Resistência Elétrica

Um ohmímetro mede a resistência entre dois pontos de um circuito


aplicando uma diferença de potencial entre estes pontos e medindo
a corrente drenada. O circuito precisa estar desconectado de
qualquer fonte de alimentação para ter sua resistência medida por
um ohmímetro.
Por exemplo, para medirmos a resistência de um resistor devemos
conectar os terminais do ohmímetro em cada um dos terminais do
resistor. Para isso devemos tomar os seguintes cuidados:

 O resistor não pode estar submetido a nenhuma tensão,


pois isso danificará o instrumento.
 O resistor deve estar desconectado do circuito, caso
contrário a resistência medida será uma associação deste
resistor com outros componentes do circuito.
 O resistor não deve ser segurado com as duas mãos, pois a
resistência do corpo influencia na medida.

Multímetro Digital

É um instrumento de teste portátil,


compacto e operado por bateria utilizado
para medição de varias grandezas.
Possui geralmente as seguintes
características de medida para aplicações
laboratoriais, domésticas e industriais,
variando de acordo com o modelo:

 Tensão Contínua ou Alternada


 Corrente Contínua ou Alternada
 Resistência
 Teste de Diodo
 Teste de Transistor

A escolha da função é feita através de


uma chave seletora, também usada para
escolha da escala.

Por exemplo o modelo ET 1001 da Minipa


é mostrado ao lado com a descrição
frontal do painel. A Figura mostra a
localização dos controles
e terminais:

1. Display: Apresenta o valor da leitura.


2. Chave Rotativa: Liga e desliga o
instrumento e seleciona a função e a faixa de medida.
3. Soquete de hFE: Soquete para medida do hFE de transistores PNP e NPN.
4. Terminais de Entrada: Terminais para conexão das pontas de prova.
COM - Terminal comum para conexão da ponta de prova preta para todas as
medidas, exceto hFE de transistor.
VmA - Terminal positivo para conexão da ponta de prova vermelha para as medidas
de tensão AC e DC, corrente DC até 200mA, resistência e para o teste de diodo.
10A DC - Terminal positivo para conexão da ponta de prova vermelha para a medida
de corrente entre 200mA e 10A.
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Um multímetro digital oferece a facilidade de mostrar diretamente em seu visor, que
chamamos de display de cristal líquido, ou simplesmente display, o valor numérico da
grandeza medida, sem termos que ficarmos fazendo multiplicações (como ocorre com
multímetros analógicos).

Além de sinais elétricos, o multímetro pode ter escalas para outras medidas
específicas como: temperatura, freqüência, semicondutores (escala indicada pelo
símbolo de um diodo), capacitância, ganho de transistores, continuidade (através de
um apito), etc.

Em multímetros digitais o valor da escala já indica o máximo valor a ser medido por
ela, independente da grandeza. Temos abaixo uma indicação de valores encontrados
na prática para estas escalas:

 Escalas de tensão contínua: 200mV, 2V, 20V, 1000V ou 200m, 2, 20, 1000 volts.
 Escalas de tensão alternada: 200V, 750V ou 200, 750 volts.
 Escalas de resistência: 200, 2000, 20K, 200K, 2M ou 200, 2K, 20K, 200K, 20000K
ohms.
 Escalas de corrente contínua: 200u, 2000u, 20m, 200m, 2A, 20A ou 200u, 2m,
20m, 200m, 2, 10 ampères
 Escalas de corrente alternada: 2A, 10A ou 2, 10 ampères

A seleção entre as escalas pode ser feita através de uma chave rotativa, chaves de
pressão, chaves tipo H-H ou o multímetro pode mesmo não ter chave alguma, neste
caso falamos que o multímetro digital é um equipamento de auto-range, ou seja, ele
seleciona a grandeza e a escala que esta sendo medida automaticamente. Em alguns
casos podemos encontrar multímetros que tem apenas uma escala para tensão, uma
para corrente e uma para resistência, este tipo de multímetro também é auto-range,
nele não é preciso se procurar uma escala específica para se medir um determinado
valor de tensão.

Uma coisa muito importante ao se usar um multímetro digital é saber selecionar a


escala correta para a medição a ser feita. Sendo assim podemos exemplificar
algumas grandezas com seus respectivos nomes nas escalas:

 Valor médio de tensão contínua = VCC, DCV, VDC (ou um V com duas linhas
sobre ele, uma tracejada e a outra continua ).
 Valor eficaz de tensão alternada = VCA, ACV, VAC (ou um V com um ~ sobre
ele).
 Valor médio de corrente contínua = DCA, ADC (ou um A com duas linhas sobre
ele, uma tracejada e uma continua).
 Valor eficaz de corrente alternada = ACA (ou um A com um ~ sobre ele).
 Resistência = Ohms.

Quando um multímetro apresenta escalas para medição de capacitância ou ganho


(beta) de transistores normalmente eles tem conectores específicos para isto. Estes
conectores estão indicados no painel do instrumento. É bom lembrar que capacitores
devem ser sempre descarregados antes da medição. Para fazer isto coloque os seus
dois terminais em curto usando uma chave de fenda (se o capacitor tiver mais de um
terminal positivo ele deverão ser colocados em curto com o terra individualmente).

Multímetros digitais normalmente mostram uma indicação que a bateria está se


esgotando, isto normalmente é feito, através de um símbolo de bateria que aparece
continuamente ou que fica piscando no display. Quando isto ocorrer troque a bateria,
multímetros digitais com bateria “fraca” costumam apresentar um grande erro em

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suas leituras. Caso a leitura precise ser monitorada durante um longo tempo este
problema poderá fazer com que você acredite que uma tensão, ou corrente, está
variando, quando ela está fixa e é a bateria do multímetro que está fraca.

A chave de liga-desliga de um multímetro digital pode ser uma das posições da chave
rotativa como pode ser uma chave ao lado do instrumento. Deixe sempre desligado o
multímetro caso não o esteja utilizando.

A maioria dos multímetros digitais que existem a venda são chamados de multímetros
digitais de 3 ½ dígitos (3 dígitos e meio). Isto quer dizer que ele é capaz de medir
grandezas de até 3 números completos mais meio número. Vamos exemplificar para
ficar mais fácil:

Suponha que você vai medir uma tensão de 1250V na escala de 1500V, a leitura que
aparecerá no display será de 1250, ou seja:

 primeiro número = 1 - este dígito é considerado ½ dígito pois não pode assumir
outro valor maior que 1.
 segundo número = 2 - este dígito é considerado um dígito inteiro, pois pode
assumir valores entre 0 e 9.
 terceiro número = 5 - este dígito é considerado um digito inteiro, pois pode
assumir valores entre 0 e 9.
 quarto número = 0 - este dígito também é considerado um digito inteiro, pois pode
assumir valores entre 0 e 9.

Vimos que temos escalas indicadas por diversos valores: 200mA, 2000mV, 20K, mas
o que é isto.

Para explicar vamos estudar uma grandeza por vez:

Tensão elétrica – a tensão elétrica é medida em volts (V).

Seus submúltiplos são milivolts (mV) e microvolts (uV).


Seu múltiplo mais usado é o kilo-volt (KV).

Sempre que façamos uma medida menor que 1 volt o multímetro poderá nos indicar
assim:

0,9 ou assim: 900

Traduzindo: estamos medindo um valor de tensão de 0,9V, portanto a indicação no


display, dependendo da escala utilizada pode ser 0,9 ou 900.

Se estivermos em uma escala indicada por mV o valor apresentado será 900 e


corresponderá a 900mV, se estivermos numa escala indicada por volts o valor será
0,9 e corresponderá a 0,9V.

Veja as comparações abaixo:

 1V = 1.000mV = 1.000.000V
 1.000V = 1KV (1 x K = 1 x 1000 = 1.000V).
 500V = 0,5KV (0,5 x K = 0,5 x 1000 = 500V).

Quando colocamos a letra K depois de um valor de tensão estamos multiplicando


este valor por 1.000 (mil), é por isto que 1.000 volts é igual a 1KV.

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Se você estiver usando um multímetro digital na escala de 1000V e medir 10V
aparecerá no display o seguinte: 10

Se for na escala de 200V aparecerá o seguinte: 10,0

Perceba que o ponto mudará de posição dependendo da escala mas a leitura será
sempre a mesma. Este mesmo critério, do ponto mudar de casa, é usado na medida
de qualquer grandeza.

Analise estes exemplos e faça outras leituras para praticar. Coloque o seu multímetro
em uma escala superior a 200VCA (volts de tensão alternada, que é a tensão que
temos na rede elétrica, tomadas, etc).

Escolha, por exemplo, a escala de 750 VCA e faça a medição, o que aparecerá? Algo
próximo a isto: 127 que você já sabe que é igual a 127 volts alternados.

Veja se o seu multímetro tem uma escala mais baixa do que 750, porém, superior a
127 VCA. Vamos supor uma escala de 200 VCA, qual será a leitura agora? Algo
próximo a: 127,1 que você já sabe que é igual a 127,1 volts alternados.

Qual a diferença de uma escala para a outra?

A diferença está na precisão da leitura. Quanto mais próximo estiver a escala do valor
medido maior a precisão. Você pode perceber isto no exemplo acima. Na escala de
750 medimos 127 e na escala de 200 medimos 127,1.

Então é correto se começar a medir pelas escalas mais baixas?

Não, muito pelo contrário. Se você fizer isto você corre o risco de danificar o seu
multímetro. Sempre se começa a medição pela escala mais alta e, se for possível, se
abaixa a escala para se ter uma leitura com mais precisão.

Mas pode-se mudar de escalas com o multímetro fazendo a medição?

Não, isto pode danificar o seu aparelho. Primeiro se separa as pontas de prova do
lugar medido, depois se muda a escala e somente agora é que se volta a fazer a
medição, encostando as pontas de prova, novamente.

O que representa um sinal de – (menos ou negativo) antes do número no


display?

Representa que você ligou a ponta de prova (+) vermelha no negativo ou vice-versa.
Inverta as pontas e este sinal sumirá.

Corrente elétrica – a corrente elétrica é medida em Amperes (A).

Seu sub-multiplos são miliamperes (mA) e microamperes (A).

Seu múltiplo mais usado é o kiloampere (KA).

É comum termos em multímetros digitais várias escalas de mA. As leituras feitas


nestas escalas podem ser lidas diretamente, ou seja, se fizermos um medição na
escala de 200mA e aparecer 45, estaremos medindo 45mA.

Também é comum em multímetros digitais termos uma escala separada para a


medição de corrente na ordem de amperes. Se numa escala de 10A obtivermos a
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leitura de 2,00 é que estamos medindo 2A. Se nesta mesma escala medirmos 0,950 é
que estamos medindo 0,95A ou 950mA.

Veja as comparações abaixo:

 1A = 1.000mA = 1.000.000uA
 1.000A = 1KA (1 x K = 1 x 1000 = 1.000A)
 500A =0,5KA (0,5 x K = 0,5 x 1000 = 500A)

Da mesma forma que na tensão o K representa o valor numérico multiplicado por


1.000 (mil).

Se você for medir uma corrente continua de 50mA na escala de 10A o valor lido será
0,05 que corresponderá a 50mA. Mas para ter mais precisão é aconselhável se usar
uma escala mais baixa como, por exemplo, a de 200mA.

Então é correto se começar a medir pelas escalas mais baixas?

Não, muito pelo contrário. Se você fizer isto você corre o risco de danificar o seu
multímetro. Sempre se começa a medição pela escala mais alta e, se for possível, se
abaixa a escala para se ter uma leitura com mais precisão.

Mas pode-se mudar de escalas com o multímetro fazendo a medição?

Não, isto pode danificar o seu aparelho. Primeiro se separa as pontas de prova do
lugar medido, depois de muda a escala e somente agora é que se volta a fazer a
medição, encostando as pontas de prova, novamente.

O que representa um sinal de – (menos, negativo) antes do número no display?

Significa que a corrente está circulando, por dentro do multímetro, no sentido inverso,
você deve ter conectado a ponta positiva no negativo ou vice-versa.

Resistência elétrica – a resistência elétrica é medida em Ohms ().

Seus múltiplos são kiloohms (K) e megaohms (M).


Seu submúltiplo mais usado é miliohms (m).

 1 Ohm = 1.000 m
 Ohms = 1 K
 Ohms = 1 M

Quando colocamos a letra K depois de um número estamos multiplicando este


número por mil, portanto 470K é igual a 470.000 ohms.

Quando colocamos a letra M depois de um número estamos multiplicando este


número por 1 milhão, portanto 10M é igual a 10.000.000 ohms.

Em um multímetro digital a máxima resistência possível de ser medida por uma


escala corresponde ao valor da escala, assim, se tivermos uma escala de 200 ohms
poderemos medir uma resistência com um valor de 200 ohms para menos. Se
medirmos uma resistência de 100 ohms a parecerá no display o número 100. Sempre
que medirmos um valor maior do que o máximo valor da escala aparecerá um numero
1 no lado esquerdo do display. Isto indica que devemos tentar medir esta resistência
em uma escala maior.

16
Estas escalas de resistência (preferivelmente a mais baixa) podem ser usadas para a
verificação de curto-circuitos e de continuidade ou não de interruptores, fiações
elétricas, fusíveis, lâmpadas, trilhas de cobre, etc. Alguns multímetros tem uma escala
que apita quando sua pontas de prova são encostadas, com esta escala somos
capazes de verificar se pontos estão em curto ou ligados apenas com o ouvido, sem a
necessidade de olhar para o display.

Em elétrica, na maioria das vezes, mediremos valores baixos de resistência ou


verificaremos se dois pontos não estão em curto (estaremos então medindo valores
muito elevados de resistência e devemos usar escalas mais altas. Caso não exista
curto entre os dois pontos um número 1 aparecerá no lado esquerdo do display).Em
eletrônica temos uma infinidade de valores que podem ser encontrados.

Para utilizar corretamente e com eficiência um multímetro digital é interessante que


você meça valores de tensão, corrente e resistência conhecidos, mude de escalas e
perceba as diferenças. Preste sempre muita atenção no ponto e na escala para fazer
a leitura correta. Lembre-se que:

O ponto mudará de posição dependendo da escala mas a leitura será sempre a


mesma. Este mesmo critério, do ponto mudar de casa, é usado na medida de
qualquer grandeza.

17
Osciloscópio

Uma das grandes dificuldades que os técnicos enfrentam na reparação de circuitos


eletrônicos é esta: os fenômenos que ocorrem nos componentes eletrônicos são
abstratos; ou seja, tudo acontece sem que se possa ver. Consequentemente, toda a
reparação é feita também a partir de raciocínios, de forma abstrata.Daí a importância do
osciloscópio para o técnico. É através desse instrumento que as variações de tensão em
um componente do circuito são transformadas em figuras, ou seja, em formas de ondas
mostradas em uma tela. Isso torna possível uma análise do componente, dentro do
circuito, mais detalhada. Neste capítulo, vamos tratar dos controles básicos e da
preparação do osciloscópio para o uso.

Como dito anteriormente, o osciloscópio é um equipamento que permite ao técnico em


manutenção observar as variações de tensão elétrica em forma de figura em uma tela.
Na tela de um osciloscópio, as imagens são formadas unicamente pelo movimento rápido
de um ponto na horizontal e vertical. Entretanto quando o movimento do ponto é rápido, a
imagem que se observa na tela é uma linha. As imagens se formam na tela do
osciloscópio mediante movimentos simultâneos no sentido vertical e horizontal.
Os controles e entradas do painel do ociloscópio podem ser divididos em quatro grupos :

 controles de ajuste do traço ou ponto na tela;


 controles e entrada de atuação vertical;
 controles e entrada de atuação horizontal;
 controles e entradas de sincronismo.

Controles de ajuste do traço ou ponto na tela

Brilho ou luminosidade (brightness ou intensity): controle que ajusta a


luminosidade do ponto ou traço. Em alguns osciloscópios, vem acoplado à chave
liga-desliga (on/off) do equipamento. Observação: deve-se evitar o uso de brilho
excessivo, pois a tela do osciloscópio pode ser danificada.
Foco (focus): controle que ajusta a nitidez do ponto ou traço luminoso. O foco
deve ser ajustado de forma a obter um traço fino e nítido na tela.
Iluminação da retícula (scale illumination): permite iluminar as divisões
traçadas na tela.

Controles e entrada de atuação vertical

Entrada de sinal vertical ou Y (input): nesta entrada conecta-se a ponta de


prova do osciloscópio. As variações de tensão aplicadas nesta entrada aparecem
sob a forma de figuras na tela do osciloscópio.
Chave de seleção do modo de entrada (CA –GND – CC):
 Na posição GND passa a ser mostrado na tela do osciloscópio uma linha
horizontal. Assim devemos ajustar a sua posição, para cima ou para baixo na tela,
afim de definirmos na tela a referência a qual irá alternar o valor máximo e mínimo
da forma de onda. Observação: o controle permite movimentar a projeção para
cima ou para baixo na tela é Posição vertical (position).
 Na posição CA o osciloscópio irá mostrar apenas sinais alternados, ou seja, se
houver um sinal alternado com alguma componente continua, a forma de onda
visualizada não possuirá o sinal contínuo.
 Na posição CC o osciloscópio irá mostrar o sinal que for inserido em sua entrada,
quer seja contínuo, quer seja alternado, quer seja alternado com componente
contínua.
18
Chave seletora vertical (volt gain ou volt/div): com essa chave é possível
aumentar ou diminuir a amplitude de uma projeção na tela do osciloscópio. A
figura a seguir mostra o que ocorre com
a imagem na tela quando se movimenta
a chave seletora para um mesmo sinal
de entrada.
Entretanto ao ajustar a projeção da onda,
alteramos a escala de medida da amplitude
na tela. Em todos os osciloscópios, essa
chave tem muitas posições, de forma que
se possa fazer com que cada divisão da
tela tenha valores que variam, por exemplo,
de 5mV a 5V.

Em cada posição da chave seletora, o


osciloscópio tem um limite de medição.
Assim, com 8 divisões verticais na tela,
selecionando para 5 V/divisão, pode-se
medir tensões de até 40 V (8 divisões. 5 V/div = 40 V).

Se a tensão aplicada à entrada vertical excede o limite de


medição, o traço sofre um deslocamento tal que
desaparece da tela.

Quando isso acontece, deve-se mudar a posição da chave


seletora de ganho vertical para um valor maior, reajustar a referência e refazer a
medição.

Observação: é importante lembrar que a posição de referência do traço na tela deve ser
conferida a cada mudança de posição da chave seletora de ganho vertical e reajustada,
se necessário.

Ajuste vertical (fine-variable ou vernier): sua função é a mesma que a da chave


seletora vertical, ou seja, aumentar ou diminuir a amplitude da imagem na tela. A
diferença está em que enquanto a chave seletora provoca variações de amplitude em
passos (proporções definidas: 5volt/div, 2volt/div, 1volt/div...), o ajuste fino permite variar
linearmente a amplitude, porém, a escala de medição da tela se torna indefinida. Ou a
partir de um sinal conhecido possa se definir outra escala de medição vertical.

19
Exemplo:

Leitura de uma onda senoidal com valor de pico de 4V sem off-set nas escalas de
5volt/div, 2volt/div e 1volt/div.

Controle de atuação horizontal

Posição horizontal (H. position): consiste no ajuste que permite centrar


horizontalmente a forma de onda na
tela. Girando o controle de posição
horizontal para a direita, o traço se
move horizontalmente para a direita ou
vice-versa.
Chave seletora na base de tempo (H,
sweep ou time/div): é o controle que
permite variar o tempo de deslocamento
horizontal do ponto na tela. Através
desse controle, pode-se ampliar ou
reduzir horizontalmente uma imagem na
tela.

20
O traço na tela de um osciloscópio é formado pelo movimento de um ponto, controlado
pelos circuitos da base de tempo ou varredura horizontal. Através dos controles da base
de tempo é possível fazer com que o ponto se desloque mais rápida ou mais lentamente
na tela do osciloscópio. Esta chave estabelece quanto tempo o ponto leva para percorrer
uma divisão da tela no sentido horizontal. Assim, se a chave seletora da base de tempo
estiver posicionada em 1 ms/div, o ponto leva um milissegundo para percorrer uma
divisão horizontal da tela.

A chave seletora da base de tempo (H sweep ou time/div) é calibrada em valores de


tempo por divisão (ms/div; ms/div; s/div). Através da chave seletora é possível expandir
ou comprimir horizontalmente a figura na tela.

Exemplo: Leitura de uma onda senoidal com um freqüência de 200HZ sem off-set nas
escalas de 1ms/div, .5ms/div e 2ms/div.

Esses controles são comuns a todos os traços do osciloscópio (duplo traço; 4 traços ou
mais). Nos osciloscópios de duplo traço, os controles da base de tempo são comuns aos
dois traços. Esses controles da base de tempo são mostrados a seguir em um modelo de
osciloscópio de traço simples.
Ajuste horizontal (variable): este controle permite ajustar o tempo de

deslocamento do ponto na tela. Atua em conjunto com a chave seletora da base


de tempo. O ajuste fino permite variar linearmente o tempo de deslocamento do
ponto na tela, porém, a escala de medição da tela se torna indefinida ou a partir
de um sinal conhecido possa se definir outra escala de medição horizontal.
Sincronismo da projeção - O sincronismo consiste na fixação da imagem na tela para
facilitar a observação.
Os controles de sincronismo são os enumerados a seguir:

21
 chave seletora de fonte de sincronismo;
 chave de modo de sincronismo;
 controle de nível de sincronismo.

A chave seletora de fonte de sincronismo (“source”)

É uma chave que seleciona o local onde será tomado o


sinal de sincronismo necessário para fixar a imagem na
tela do osciloscópio. Possui, em geral, quatro posições,
conforme mostra a figura abaixo.
 Na posição rede (line), a chave seletora permite o sincronismo com base na frequência da
rede de alimentação do osciloscópio (senoidal 60 Hz). Nessa posição, consegue-se
facilmente sincronizar na tela sinais aplicados na entrada vertical, sinais esse obtidos a partir
da rede elétrica.
 Na posição externo (ext), obtém-se o
sincronismo da imagem com o auxílio de
outro equipamento externo conectado no
osciloscópio. O sinal que controla o
sincronismo nessa posição é aplicado à
entrada de sincronismo.
 Na posição CH1, a chave seletora permite
o sincronismo com base na freqüência do
sinal que está sendo inserido no canal 1.
 Na posição CH2, a chave seletora permite
o sincronismo com base na freqüência do sinal que está sendo inserido no canal 2.

Controle de nível (level ou Trigger Level) de sincronismo.

Esse controle ajusta o valor do sinal que irá iniciar na tela. Em geral se a
chave permanecer na posição central o sinal irá iniciar em zero.
Os osciloscópios de duplo traço permitem visualizar ao mesmo tempo dois sinais na
tela. Ele tem alguns controles que são comuns aos dois traços:

 controles básicos (brilho, foco);


 controles do horizontais (base de tempo e posição).
 As diferenças entre o osciloscópio de traço simples e duplo traço aparecem:
 nas entradas e controles do vertical;
 nos controles e entrada de sincronismo.

Entradas e controles do vertical no osciloscópio duplo traço

As imagens na tela do osciloscópio são uma projeção da tensão aplicada à entrada


vertical. Conseqüentemente, para observar dois sinais simultaneamente é necessário
aplicar duas tensões em duas entradas verticais.
O osciloscópio de duplo traço dispõe de dois grupos de controles verticais:

 um grupo para o canal A ou canal 1 (Channel 1 ou CH1);


 um grupo para o canal B ou canal 2 (Channel 2 ou CH2).

Cada canal vertical controla um dos sinais na tela (amplitude, posição vertical).

22
A figura a seguir coloca em destaque os grupos de controles do canal 1 (CH1) e canal 2
(CH2).

Os grupos de controles verticais dos dois canais geralmente são iguais. Cada canal
dispõe de:
 entrada vertical ou Y (1A e 2A);
 chave seletora CA – 0 – CC (1B e 2B);
 chave seletora vertical (1C e 2C);
 ajuste vertical (1D e 2D);
 posição vertical (1E e 2E).

Esses controles já foram descritos acima.


Alguns osciloscópios dispõem ainda de um inversor (invert), que é um controle que
permite inverter a imagem do canal 2 obtida na tela.

Modo de operação vertical de duplo traço

O osciloscópio de traço duplo dispõe de uma chave seletora que possibilita


o uso de apenas um dos traços na tela; ou seja, como se fosse de traço
simples. Tanto o canal 1 como o canal 2 podem ser utilizados
separadamente.
 Na posição CH1, a parecerá o sinal que está na entrada do canal 1.
 Na posição CH2, a parecerá o sinal que está na entrada do canal 2.
 Na posição DUAL (ou Chopper), aparecerá o sinal do canal 1 e do canal 2.
 Na posição ADD, o sinal do canal 1 e do canal 2 serão somados.

23
Pontas de prova

As pontas de prova são utilizadas para interligar o osciloscópio aos pontos de medição.
Uma das extremidades da ponta de prova é conectada a uma das entradas do
osciloscópio por meio de um conector, geralmente do tipo BNC.
A extremidade livre, por sua vez, serve para fazer a conexão aos pontos de medição. É
provida de uma garra jacaré e de uma ponta de entrada sinal. A garra jacaré, chamada
também de terra da ponta de prova, deve ser conectada ao terra do circuito. e a ponta de
entrada de sinal, por sua vez, conecta-se ao ponto que se deseja medir.

conector BCN

Existem dois tipos de ponta de prova:

 ponta de prova 1:1;


 ponta de prova 10:1.

A ponta de prova 1:1 permite aplicar à entrada do osciloscópio o mesmo nível de tensão
e forma de onda aplicado à ponta de medição.

A ponta de prova 10:1 é divisora de tensão, entregando ao osciloscópio a décima parte


da tensão aplicada à ponta de medição.

As pontas de prova 10:1 são usadas para permitir que o osciloscópio seja empregado
para medição ou observações de sinais com tensões e amplitudes 10 vezes maiores que
o seu limite normal de medição. Assim, um osciloscópio que permita a leitura de tensões

24
até 40V com ponta de prova 1:1, pode ser utilizado em tensões de até 400V (10 x40) com
uma ponta de prova 10:1.

Observação: Existem pontas de prova que dispõem de um botão através do qual se


pode selecionar 10:1 ou 1:1.

Ampliador horizontal

O ampliador (magnifier) é chamado também de expansor e atua na largura


da figura na tela. Em geral, os expansores permitem que a figura seja
ampliada 5 ou 10 vezes no sentido horizontal. Implicando na redução da
escala vertical de em 5 ou 10 vezes.Observação: Nem todos os osciloscópios
trazem este controle.

25
SENSORES DE PRESENÇA

1) CARACTERÍSTICAS GERAIS SENSORES DE PRESENÇA

1.1) INTRODUÇÃO

O uso de sensores e chaves para detecção de posição é muito comum na


automação de máquinas e processos. Suas aplicações costumam ser a
contagem de peças, verificação de posicionamento de uma peça para liberação
de uma próxima fase do processo, seleção entre peças diferentes e determinação
de dimensional de um produto, entre outras. Apesar de parecer um procedimento
simples, muitas vezes um projeto de automação pode sucumbir devido à escolha
errônea de um sensor.

1.2) CLASSE DE PROTEÇÃO DOS SENSORES

Tabela de Proteção IP (de acordo com a IEC 529)


Grau de proteção contra sólidos Grau de proteção contra líquidos
0 Sem proteção 0 Sem proteção
1 Proteção contra objetos sólidos 1 Proteção contra água na vertical ou
maiores que 50 mm respingos leves
2 Proteção contra objetos sólidos 2 Proteção contra água ou respingos
maiores que 12 mm leves com ângulos de até 15 graus
com a vertical
3 Proteção contra objetos sólidos 3 Proteção contra água ou respingos
maiores que 2,5 mm leves com ângulos de até 60 graus
com a vertical
4 Proteção contra objetos sólidos 4 Proteção contra água ou respingos
maiores que 1 mm fortes em qualquer direção
5 Proteção contra pó, limitada 5 Proteção contra jatos de água em
penetração de pó permitida qualquer direção
6 Total proteção contra penetração de 6 Proteção contra fortes jatos de água
pó vindos em qualquer direção
7 Proteção contra penetração de
água durante submersão temporária
8 Proteção contra penetração de
água, podendo operar submerso a
profundidade definida

1.3) FATORES INICIAIS NA ESCOLHA DOS SENSORES

Existem diversas tecnologias de detecção de posição para uso em


automação, e a decisão de utilização entre uma ou outra depende de diversos
fatores, tais como:

1.3.1) O objeto a ser detectado – tipo de material, cor, dimensões, velocidade,


número de operações por hora e etc;

26
1.3.2) Local de instalação – distância do sensor ao objeto, restrições quanto ao
espaço para montagem do sensor, etc;

1.3.3) Condições ambientais – este é um ponto crucial na escolha do sensor


correto. Deve-se observar se há presença de água no ambiente, poeira,
óleo ou produtos químicos. Isto influenciará no grau de proteção adequado
do sensor. Deve-se ficar atento também à temperatura ambiente, pois a
maioria dos sensores com eletrônica embutida trabalham até 55ºC;

1.3.4) Tipo de detecção a ser feita – deve-se definir se o sensor deve indicar
somente a presença ou ausência do objeto, ou se deseja saber a posição
do objeto de um modo analógico;

1.3.5) Tensão de alimentação – deve-se saber a tensão de alimentação


disponível e que tipo de saída se deseja do sensor;

1.3.6) Características dos sensores – deve-se saber a precisão, a repetibilidade


e tempo de resposta desejados;

1.3.7) Custo do sensor e sua vida útil – o custo do produto sempre é um fator
decisivo na escolha. Deve-se, porém, avaliar se o custo baixo inicial não
acarretará um alto custo de manutenção futuro.

1.4) CLASSIFICAÇÃO DOS SENSORES

Os sensores normalmente convertem um valor físico em sinal elétrico. Os


sensores podem ser divididos de acordo com o tipo de sinal de saída em
sensores analógicos e digitais.

1.4.1) Sensores Analógicos – os sensores analógicos geram um sinal


elétrico de saída de acordo com a mudança contínua do valor da
variável física. Esta relação não necessariamente é linear, mas
sempre indica o valor da variável física. Sensores analógicos sempre
oferecem mais informações que sensores digitais;

1.4.2) Sensores Digitais – os sensores digitais geram dois diferentes sinais


de saída, ou seja, “on” ou “off”. A mudança de um estado para outro
ocorre para um valor específico da variável física, e este valor pode
normalmente ser ajustado.

27
Figura 1 – Diferença entre Sensores Analógicos e Digitais

Em resumo, os sensores medem uma grandeza física e entregam um sinal


elétrico como saída. Se esse sinal puder tomar qualquer valor dentro de certos
limites ao longo do tempo, esse sensor é chamado de analógico. Se esse sinal
elétrico só puder tomar dois valores ao longo do tempo, sejam estes sinais de
qualquer amplitude, o sensor é chamado de digital.

1.5) CARACTERÍSTICAS DOS SENSORES

As principais características dos sensores, tanto analógicos quanto digitais


são apresentadas a seguir.

1.5.1) Faixa (Range) – define-se como faixa ou range a todos os níveis de


amplitude da grandeza física medida nos quais se supõe que o sensor
pode operar dentro da precisão especificada. Assim, como exemplo,
um sensor de pressão pode ser fabricado para operar de 60 mmHg até
300 mmHg. A amplitude dessa escala é definida como faixa.

1.5.2) Resolução – define-se como resolução o menor incremento da


grandeza física medida que provoca uma mudança no sinal de saída do
sensor. No caso de sensores digitais, a resolução vai estar dada pelo
menor incremento da grandeza física medida que provoca uma
mudança de 1 bit na leitura de saída do sensor digital.

1.5.3) Sensibilidade – a sensibilidade é a transferência do sensor, quer dizer,


a relação entre a variação do sinal elétrico entregue na saída e a
variação da grandeza física medida. Um sensor de pressão pode ter
uma sensibilidade de 3 mV/mmHg, o qual significa que por cada mmHg

28
que mude a pressão medida, o sinal elétrico entregue na saída mudará
de 3 mV.

1.5.4) Linearidade – dado um determinado sensor, se para variações iguais


da grandeza física medida obtém-se variações iguais do sinal entregue,
então define-se o sensor como linear, caso contrário, define-se como
não – linear.

1.5.5) Histerese – se o sensor entregar um determinado valor de saída para


um estímulo crescente do sinal de entrada ao passar pelo valor X1, e
outro valor diferente na saída para um estímulo decrescente do sinal de
entrada ao passar pelo mesmo valor X1, então nesse caso se diz que
há uma histerese.

1.5.6) Exatidão ou Erro – dada uma determinada grandeza física a ser


medida, a exatidão é a diferença absoluta entre o valor do sinal de
saída entregue pelo sensor e o valor do sinal ideal que o sensor deveria
fornecer para esse determinado valor de grandeza física.

1.5.7) Relação Sinal / Ruído – é a relação entre a potência de um sinal


qualquer entregue na saída do instrumento e a potência do sinal de
ruído, medida como sinal de saída com informação de entrada nula
(sem sinal de entrada). Esta relação pode ser expressa em termos
percentuais ou em dB (decibéis), unidade que representa 10 vezes do
logaritmo da relação Sinal / Ruído.

S/N [dB] = 10*log S[w] / N[w]


Onde:
S/N[dB] – Relação Sinal / Ruído [dB];
S[w] – Potência do Sinal de Saída do Sensor em [W];
N[w] – Potência do Ruído de Saída para entrada nula em [W].

1.5.8) Resposta em Freqüência – qualquer sistema eletrônico que manuseia


sinais elétricos tem suas limitações em freqüência, isto é, sinais em
determinadas freqüências são reproduzidos e em outras não. Não é
diferente no caso dos sensores. Se a grandeza física medida varia sua
amplitude com uma determinada freqüência, é possível que o sinal
elétrico entregue pelo sensor reproduza essas mudanças com a
amplitude adequada, mas se a freqüência dessas mudanças na
grandeza física aumentar, é possível que o sinal de saída entregue pelo
sensor diminua sua amplitude em função da freqüência dessas
mudanças. Desta forma define-se resposta em freqüência de um
sensor como a faixa do espectro que esse consegue reproduzir.

29
2) SENSORES DE PRESENÇA

2.1) INTRODUÇÃO

Existem diversos métodos de detecção de posição usados atualmente na


indústria, desde os mais antigos (chaves fim-de-curso) aos mais modernos.
Abordaremos os mais usados em Automação.

2.2) CLASSIFICAÇÃO DOS SENSORES

Conforme o tipo de tecnologia de detecção os sensores podem ser


classificados em:

2.2.1) Chaves Fim-de-Curso

São os dispositivos mais antigos utilizados para detecção de posição.


Atualmente há uma infinidade de modelos com diversos tamanhos e tipos de
atuadores diferentes. Basicamente, a chave fim-de-curso tem um atuador que é
acionado pelo objeto a ser detectado e que, por sua vez, atua um contato elétrico
que irá enviar a informação. Logo se vê que é necessário o contato físico entre o
objeto a ser detectado e o atuador do sensor. Por isso, deve-se verificar se a
força que o objeto poderá efetuar sobre o atuador é suficiente para acioná-lo, e
esse será um dos fatores importantes na escolha da chave correta.
Uma das grandes vantagens das chaves fim-de-curso é o seu baixo custo.
Por isso o seu uso é corriqueiro, mas deve-se considerar o número de operações
por hora a que será submetida. Como a chave possui partes mecânicas e o
contato elétrico que se desgastam, deve-se calcular a sua vida útil de modo a
evitar trocas constantes.
Atualmente, as chaves fim-de-curso vêm sendo utilizadas em locais de
baixo número de operações bem como em aplicações de segurança.

Figura 1 – Exemplo de chave fim-de-curso

2.2.2) Sensores Magnéticos Reed

Os sensores magnéticos reed são compostos de duas partes, uma ampola


reed encapsulada em invólucro plástico e um ímã. Quando o ímã se aproxima da
ampola, o contato desta se fecha. Este tipo de dispositivo tem dimensões
30
reduzidas e pode substituir chaves fim-de-curso com a vantagem de não haver
desgaste mecânico, pois não há contato entre o ímã e a ampola reed. Devem ser
respeitados os limites elétricos de capacidade de comutação dela.

Figura 2 – Sensor magnético reed Figura 3 – Circuito do sensor reed

Tabela 1 – Código de cores para os fios dos sensores reed

Figura 4 – Resposta característica de um sensor de presença magnético reed

2.2.3) Sensores Indutivos

Os sensores de presença indutivos são amplamente utilizados nos dias de


hoje. Muitas das aplicações onde eram empregadas chaves fim-de-curso
passaram a optar pelos sensores indutivos devido a sua detecção sem contato e
alta vida útil.

2.2.3.1) Princípio de Funcionamento

Os sensores de presença indutivos funcionam gerando um campo


eletromagnético à sua frente. Eles consistem de uma bobina sobre um núcleo de
ferrite, um oscilador, um circuito de disparo de sinais de comando e um circuito de
saída. Quando um objeto-alvo metálico ferroso ou não-ferroso penetra no campo,
a perda de energia ocasionada pelas correntes de fuga no objeto resulta numa
amplitude de oscilação menor. O circuito de disparo então reconhece esta
31
mudança específica de amplitude e, dependendo da magnitude da mudança, gera
um sinal de comando para o circuito de saída (dispositivo de estado sólido).

Figura 5 – Circuito interno do sensor de presença indutivo

A maioria dos sensores indutivos disponíveis no mercado é para a


detecção de presença ou ausência, mas também se pode encontrar modelos que
possuem uma saída analógica proporcional à distância do objeto à face sensora.

Figura 6 – Alvo metálico se aproximando e se afastando do sensor

2.2.3.2) Distância Sensora Nominal (Sn)

E a distância sensora teórica (máxima) que utiliza um alvo-padrão como


acionador e não considera as variações causadas pela industrialização,
temperatura e operação e tensão de alimentação. E o valor em que os sensores
de presença são especificados e pode-se encontrar modelos com distância
sensora nominal de até 30 mm.

2.2.3.3) Alvo Padrão (DIN 50010)

E importante observar que os catálogos dos fabricantes sempre informam a


distância sensora nominal baseada em um objeto-alvo padrão de aço, chamado
alvo padrão.

Figura 7 – Alvo padrão para sensores de presença indutivos

32
A face ativa de um detector de presença indutivo é a superfície frontal, por
onde se irradia um campo eletromagnético de alta freqüência. O alvo padrão é
uma plaqueta quadrada de aço doce, com 1 mm de espessura, com
comprimentos dos lados iguais ao diâmetro da face ativa (L=D, caso 3xSn <
Diâmetro) ou 3 vezes o alcance nominal (L=3xSn, caso 3xSn > Diâmetro).

2.2.3.4) Distância Sensora Real (Sr)

E o valor influenciado pela industrialização, especificado em temperatura


ambiente (20º C) e tensão nominal, com desvio de 10%.

0,9 Sn <= Sr <= 1,1 Sn

2.2.3.5) Distância Sensora Efetiva (Su)

Valor influenciado pela temperatura de operação. Possui um desvio


máximo de 10% sobre a distância sensora real.

0,81 Sn <= Su <= 1,21 Sn

2.2.3.6) Distância Operacional (Sa)

E a distância em que seguramente se pode operar o sensor, considerando


todas as variações de industrialização, temperatura e tensão de alimentação.

0 <= Sa <= 0,81 Sn

2.2.3.7) Fator de Correção ou Fator de Redução

Um fator de redução é usado para determinar o alcance quando se quer


detectar outros materiais que não o aço doce padrão. A composição química do
objeto-alvo tem grande efeito no alcance de detectores de presença indutivos.
Caso o material de seu objeto-alvo seja de um outro material, deve-se multiplicar
a distância sensora informada por um fator de redução (segundo a Tabela 2),
para se determinar o alcance específico para aquele alvo.

Material do Fator de Redução


Objeto
Aço Doce 1,00
Aço Inoxidável 0,85
Latão 0,50
Alumínio 0,45
Cobre 0,40

Tabela 2 – Tabela de fatores de redução para outros materiais

(Alcance Específico) = (Fator de Correção) x (Alcance Nominal)

33
Exemplo:

Um sensor indutivo possui distância de detecção nominal de 8 mm. Qual


seria o alcance específico para um alvo de cobre com as mesmas dimensões que
um alvo padrão?
Resolução:
AEsp-cobre = ANom-sensor x Fatorcobre => AEsp-cobre = 8 mm x 0,40 = 3,2 mm

Conclusão: Se usarmos um alvo de cobre, ele somente será detectado a 3,2


mm de distância do sensor.

2.2.3.8) Relação entre Alvo e Alcance de Detecção

O tamanho e a forma do alvo também podem afetar o alcance. Os


seguintes pontos devem ser usados como orientação geral quanto ao tamanho e
à forma de um objeto:

a) Alvos planos são preferíveis;


b) Alvos arredondados podem diminuir o alcance;
c) Materiais não-ferrosos normalmente diminuem o alcance (válido somente para
as versões de sensores que detectam todos os metais);
d) Alvos menores que a face ativa tipicamente reduzem o alcance;
e) Alvos maiores que a face ativa podem aumentar o alcance;
f) Películas, folhas e filmes metálicos podem aumentar o alcance.

2.2.3.9) Sensores Blindados versus Não-Blindados

Os sensores indutivos podem ser do tipo blindados e não blindados. A


construção blindada inclui uma faixa metálica que envolve o conjunto núcleo de
ferrite / bobina. Já os sensores não blindados não possuem essa faixa.

Figura 8 – Diferença entre sensores indutivos blindados e não-blindados

2.2.3.10) Histerese

Para um alvo que executa movimento cíclico, aproximando e afastando-se


do sensor (especialmente para sensores digitais), a histerese pode tornar-se uma
característica necessária, uma vez que irá evitar oscilações (comutação /
descomutação) na saída do sensor quando o mesmo estiver sujeito a choques e

34
vibrações ou quando o alvo estiver posicionado exatamente no ponto de alcance
nominal do sensor.

Figura 9 – Histerese no sensor

2.2.3.11) Diversidade de Modelos Indutivos

Atualmente há uma ampla gama de modelos com dimensões e formatos


diferentes de sensores, o que permite a aplicação destes sensores em locais de
dimensões reduzidas.

Figura 10 – Diversidade de modelos de sensores de presença indutivos

2.2.3.12) Aplicação dos Sensores de presença Indutivos

A seguir, podemos ver algumas aplicações típicas para os sensores de


presença indutivos, não descartando, porém o emprego desses para quaisquer
outras.

Figura 11 – Aplicações diversas dos sensores de presença indutivos


35
2.2.4) Sensores Capacitivos

Os sensores de presença capacitivos são dispositivos capazes de detectar


a presença de objetos plásticos, líquidos, orgânicos e também os metálicos
detectados pelos sensores indutivos.

2.2.4.1) Princípio de Funcionamento

Eles funcionam gerando um campo eletrostático criado por um oscilador


controlado por capacitor, e detectando mudanças neste campo causadas por um
alvo que se aproxima da face ativa.

Figura 12 – Circuito interno do sensor de presença capacitivo

As partes internas do detector consistem em uma ponta capacitiva, um


oscilador, um retificador de sinal, um circuito de filtragem e um circuito de saída.
Na ausência de um alvo, o oscilador está inativo (não oscila). Quando o objeto a
ser detectado se aproxima da face sensora ele aumenta a capacitância do circuito
com a ponta de compensação até atingir um determinado valor, ativando o
circuito oscilador e conseqüentemente o circuito de saída, fazendo com que o
sensor comute seu estado, de “aberto” para “fechado” e vice-versa.

Figura 13 – Princípio de funcionamento do sensor de presença capacitivo

A capacitância do circuito com a ponta de compensação é determinada


pelo tamanho do alvo, sua constante dielétrica e a distância até a ponta.
Quanto maior o tamanho e a constante dielétrica de um alvo, mais este aumenta
a capacitância. Quanto menor for a distância entre a ponta de compensação e o
alvo, também maior será a capacitância.

2.2.4.2) Constantes Dielétricas


Segue abaixo uma lista parcial de constantes dielétricas (K) para alguns
materiais típicos encontrados na indústria.

36
Tabela 3 – Constantes dielétricas de materiais industriais conhecidos

2.2.4.3) Sensores Blindados versus Não-Blindados

Os detectores de presença capacitivos também podem ser blindados e


não blindados. Os detectores blindados são mais indicados para a detecção de
materiais de constantes dielétricas baixas (difíceis de detectar), devido a seu
campo eletrostático altamente concentrado. Entretanto, isto também os torna
mais suscetíveis a comutação falsa devido à acumulação de sujeira ou umidade
na face ativa do detector. Os detectores não – blindados são mais indicados para
a detecção de materiais de constantes dielétricas altas (fáceis de detectar), pois
seu campo eletrostático é menos concentrado do que o campo da versão
blindada. Os detectores não – blindados também são mais adequados para
aplicações de detecção do nível de líquido através de um suporte plástico, onde o
sensor detecta o líquido no tanque através da parede do suporte.

Figura 14 – Diferença entre sensores capacitivos blindados e não blindados

Os sensores capacitivos possuem um ajuste de sensibilidade


(potenciômetro de ajuste) que permite controlar a distância de atuação bem como
a massa do material que irá permitir o acionamento da saída. Isso facilita sua
37
aplicação para detectar objetos dentro de embalagens, onde se ajusta o sensor
para detectar embalagens cheias e não embalagens vazias. Os sensores
capacitivos possuem uma pequena distância sensora, mas a possibilidade de
detectar objetos não metálicos pode ser vantajosa frente aos indutivos.

2.2.4.4) Fator de Correção ou Fator de Redução


Para um determinado tamanho do objeto-alvo, os fatores de correção para
detectores de presença capacitivos são determinados segundo a constante
dielétrica do material do alvo. Caso o material não seja o alvo padrão, deve-se
multiplicar a distância sensora informada por um fator de redução (segundo a
Tabela 4), para se determinar o alcance específico para aquele alvo. O fator de
redução varia segundo o tipo de material do alvo.

Tabela 4 – Tabela de fatores de redução para outros materiais

2.2.4.5) Aplicação dos Sensores de Presença Capacitivos

A seguir, podemos ver algumas aplicações típicas para os sensores de


presença capacitivos não descartando quaisquer outras aplicações.

Figura 15 – Aplicações diversas dos sensores de presença capacitivos

38
2.2.5) Tipo de Ligação dos Sensores

2.2.5.1) Alimentação Alternada

Se a alimentação disponível for corrente alternada poderemos encontrar


sensores a 2 fios ou a 3 fios. O primeiro tem a vantagem da facilidade de
instalação, pois o sensor é ligado em série com a carga. Caso o sensor escolhido
não tenha a opção de alimentação em corrente alternada, poderá ser usada uma
fonte para sensores.

Figura 16 – Sensor de presença a dois fios

Figura 17 – Sensor de presença de a três fios

2.2.5.2) Alimentação Contínua

Se a alimentação disponível for corrente contínua, usualmente 10 a 30


VCC, também teremos a opção de ligação a 2fios ou a 3 fios. No caso de ligação
a 3 fios torna-se importante verificar o tipo de entrada da carga (PLC ou circuito
eletrônico): se ele possuir entrada positiva deverá ser usado um sensor PNP, mas
se a entrada for negativa, o sensor deve ser NPN.

Figura 18 – Sensor a dois fios Figura 19 – Sensor a três fios

Figura 20 – Sensor de presença a três fios

2.2.5.3) Sensores Conectados em Série

Os detectores podem ser conectados em série com uma carga. Para o


funcionamento adequado em conjunto, a tensão de carga deve ser menor ou igual
à mínima tensão de alimentação menos as quedas de tensão ao longo dos
39
detectores de presença conectados em série. Nesse caso, a carga é acionada
para todos os sensores em “on”.

Figura 21 – Sensores conectados em série

2.2.5.4) Sensores Conectados em Paralelo

Os detectores podem ser conectados em paralelo para energizar uma


carga. A soma das máximas correntes de fuga dos sensores conectados em
paralelo deve ser menor que a corrente máxima para o estado DESLIGADO do
dispositivo de carga. O diodo acrescido destina-se a manter a função individual
de cada sensor. Nesse caso, a carga é acionada para qualquer dos sensores em
“on”.

Figura 22 – Sensores conectados em paralelo

40
2.2.5.5) Sensores com Saída Analógica

No caso de sensores com saída analógica, normalmente se encontram os


seguintes tipos de sinal de saída: 0 a 10 V, ± 10 V, 0 a 5 V, ± 5 V, 0 a 20 mA e 4
a 20 mA. Como normalmente estes sinais são ligados a circuitos de conversão
analógicos digitais de um PLC ou controlador, deve-se também tomar cuidado
com a resolução da entrada destes circuitos, pois de nada adianta usar um sensor
de alta resolução com um controlador que tenha entrada de baixa resolução.

3) SENSORES OPTICOS

3.1) INTRODUÇÃO

Os sensores fotoelétricos ou ópticos utilizam a luz infravermelha para


detectar um objeto. O seu princípio de funcionamento baseia-se em dois circuitos
eletrônicos: um emissor do feixe de luz e outro receptor do mesmo. O emissor
envia um feixe de luz de forma pulsada através de um fotodiodo de modo a evitar
que o receptor confunda esta luz com a luz ambiente. O receptor possui um
fototransistor sensível a luz, e um circuito que reconhece somente a luz vinda do
emissor.

3.2) CONCEITOS BÁSICOS

3.2.1) Fontes de Luz

Um diodo emissor de luz (LED) é um componente eletrônico semicondutor


em estado sólido que emite luz quando percorrido por corrente elétrica. Os LEDs
são feitos para emitir luz com comprimentos de onda ou cores específicas, e
oferecem diferentes características de detecção em função da cor. Os LEDs
infravermelhos são os mais eficientes, pois geram mais luz e menos calor que
qualquer LED de outra cor, sendo usado em detectores onde a máxima saída de
luz é necessária para um alcance estendido.

Figura 1 – Diodo emissor de luz (LED)

Em muitas aplicações, um feixe de luz visível é desejável para facilitar a


instalação ou confirmar o funcionamento do detector. A luz vermelha visível é a
mais eficiente para atender a este requisito. Os LEDs são componentes
resistentes e confiáveis, o que os torna ideais para uso em detectores
fotoelétricos. Eles operam em uma larga faixa de temperatura e são muito
resistentes a danos decorrentes de vibração e choques mecânicos.

41
3.2.2) Sensor de Luz

O sensor de luz (ou fototransistor) é o componente eletrônico usado para


detectar a luz vinda (direta ou refletidamente) do emissor. Fotodiodos ou
fototransistores são componentes robustos em estado sólido que causam uma
mudança na corrente conduzida dependendo da quantidade de luz detectada.
Para melhorar a eficiência de detecção o LED e o fotosensor são freqüentemente
casados espectralmente. O fotosensor e os circuitos associados são chamados
de receptor.

3.2.3) Lentes

Os LEDs emitem luz sobre uma grande área e os fotosensores percebem


esta luz também em uma grande área. Lentes são usadas em frente ao emissor
de luz LED e ao fotosensor para estreitar esta área. À medida que a área é
estreitada, o alcance do LED ou do fotosensor aumenta, aumentando o alcance
de funcionamento para detectores fotoelétricos.

Figura 2 – Lentes no LED e fototransistor

Os detectores fotoelétricos otimizados para grande alcance emitem o feixe


de luz bastante estreito, o que pode dificultar o alinhamento devido ao campo de
visão também ser conseqüentemente estreito. Outros detectores fotoelétricos são
projetados para a detecção de objetos sobre uma grande área, tendo um campo
de visão mais largo e um alcance total mais curto.

3.2.4) Saída

Uma vez que uma mudança suficiente no nível de luz é detectada, o


detector fotoelétrico comuta um dispositivo de saída para prover um sinal para o
controlador lógico a que o detector está conectado. Muitos tipos de saídas de
sinal discreto (digital) ou variável (analógico) estão disponíveis, cada uma com
vantagens e desvantagens particulares.

3.2.5) Margem

Margem (margem de operação, ganho excedente) é um conceito


importante que deve ser bem entendido quando se aplicam detectores
fotoelétricos. A necessidade de reajustes e intervenções do usuário numa
aplicação pode ser minimizada quando se obtém os melhores níveis de margem
para aquela aplicação.
A margem expressa a quantidade de luz emitida pelo LED que é percebida
pelo receptor. Por exemplo: Uma margem 0 ocorre quando nenhuma luz gerada
pelo emissor é detectada pelo receptor. Uma margem 1 é obtida quando a luz
42
detectada é exatamente suficiente para comutar o estado do dispositivo de saída
de “ON” para “OFF” e vice-versa. Uma margem 20 é alcançada quando o
receptor detecta 20 vezes mais luz que a quantidade necessária para comutar o
estado do dispositivo de saída. Normalmente é expressa como uma relação
(20:1) ou como um número inteiro seguido por “X” (20X).

3.2.6) Modulação do LED

Para aumentar o alcance de um detector fotoelétrico, a quantidade de


corrente que o LED conduz deve ser aumentada. Entretanto, os LEDs também
geram calor e há uma quantidade de calor que pode ser gerado sem danificar ou
destruir o LED. Assim sendo, nos detectores fotoelétricos, o emissor é comutado
rapidamente, interrompendo-se sua corrente numa cadência acelerada chamada
de modulação do emissor LED. A taxa ou freqüência de modulação é muitas
vezes maior que 5 KHz, muito mais rápido que o olho humano pode detectar.

Figura 3 – Modulação do LED

3.2.7) Detecção Síncrona

O receptor é projetado para detectar a luz pulsante vindo de um emissor


modulado. Para aumentar ainda mais a confiabilidade da detecção, o receptor e
o emissor são sincronizados: o receptor espera pulsos de luz que são idênticos
àqueles pulsos gerados pelo emissor. A detecção síncrona ajuda um detector
fotoelétrico a ignorar pulsos de luz de outros emissores fotoelétricos por perto ou
de outras fontes de luz pulsante, tais como lâmpadas fluorescentes.

3.3) MODOS DE DETECÇÃO FOTOELÉTRICOS

3.3.1) Tipo Barreira

Também conhecido por feixe transmitido, feixe direto ou sistema barragem.


Nesse tipo de detecção o emissor e o receptor estão contidos em corpos
separados. Estas duas unidades são posicionadas opostamente uma à outra, de
modo que a luz do emissor atinja diretamente o receptor. O alvo deve interromper
(bloquear) o feixe entre o emissor e receptor.

Figura 4 – Detecção por feixe transmitido

43
Detectores de feixe transmitido fornecem o maior alcance e o maior nível
de margem de operação. A margem em aplicações com feixe transmitido com
distância entre emissor e receptor de menos de 10 m pode exceder 10.000X. Por
este motivo, o feixe transmitido é o melhor modo de detecção quando se operar
em ambientes industriais muito empoeirados ou sujos.
A aplicação de feixe transmitido mais confiável tem uma alta margem
quando o alvo está ausente e uma margem zero quando o alvo está presente. A
detecção por feixe transmitido pode não ser adequada para a detecção de alvos
transparentes ou translúcidos: a alta margem permite que o detector “veja
através” destes alvos. Apesar de ser freqüentemente possível reduzir a
sensibilidade do receptor, a detecção por feixe retro-refletido pode fornecer uma
solução melhor para tais tipos de alvos.

3.3.1.1) Vantagens do tipo Barreira

- Podem detectar pequenos objetos a longas distâncias (maior alcance);


- Alta margem em ambientes contaminados;
- A saída não é afetada por reflexões de superfície secundária;
- Os objetos podem ser opacos ou pouco translúcidos.

3.3.1.2) Desvantagens do tipo Barreira

- Mais caro, devido a exigência de emissor e receptor em separado;


- Necessita de duas conexões elétricas em separado;
- O alinhamento do feixe de luz emissor-receptor torna-se muito importante;
- Não detecta objetos completamente transparentes.

3.3.2) Tipo Retro-Reflexivo

O feixe retro-refletido é o modo de detecção mais popular. Um detector


com feixe retro-refletido contém tanto o emissor quanto o receptor em um mesmo
corpo. O feixe de luz gerado pelo emissor é refletido por um objeto refletivo
especial e detectado pelo receptor. O alvo é detectado quando ele bloqueia o
feixe de luz.

Figura 5 – Detecção por feixe retro-refletido

O objeto refletivo pode ser um espelho prismático ou fitas refletoras. As


fitas refletoras não precisam ser alinhadas de forma perfeitamente perpendicular

44
ao detector. Um desalinhamento de até 15º não irá reduzir a margem de
detecção do sensor.
Os detectores por feixe retro-refletido são mais fáceis de instalar que os
detectores de feixe transmitido. Somente a unidade emissora/receptora deve ser
instalada e conectada. Entretanto, a margem quando o alvo está ausente é
tipicamente 10 a 1.000 vezes menores que aquelas na detecção por feixe
transmitido, tornando a detecção por feixe retro-refletido menos desejável em
ambientes altamente contaminados.
São adequados para detectar objetos opacos, translúcidos e até
transparentes. Deve ser tomado cuidado quando se aplicar detectores por feixe
retro-refletido comuns em aplicações onde alvos brilhantes ou altamente refletivos
devem ser detectados, pois as reflexões do próprio alvo podem ser detectadas
como se fossem do refletor. Às vezes é possível orientar o detector e o refletor
(ou fita refletora) de modo que o alvo brilhante reflita a luz para longe do receptor,
por exemplo, montando o sensor a 45º da face refletiva do objeto.

3.3.2.1) Vantagens do tipo Retro-Reflexivo

- Maior facilidade de instalação que o tipo barreira, pois possui corpo único e
é de fácil alinhamento;
- E mais barato que o feixe transmitido porque a fiação é mais simples
(corpo único);
- Possibilidade de detecção de objetos transparentes. Para objetos
transparentes sempre há uma atenuação, permitindo ajustes no
potenciômetro de sensibilidade do sensor de forma a detectar esse objeto;
- Os objetos podem ser opacos, translúcidos e até transparentes.

3.3.2.2) Desvantagens do tipo Retro-Reflexivo

- Uma possível falha no emissor é avaliada como detecção de um objeto;


- O espelho prismático ou fitas refletoras podem se sujar provocando falhas
no funcionamento;
- Possui alcance mais curto que o feixe transmitido;
- Possui menor margem de detecção que por feixe transmitido;
- Pode não detectar objetos brilhantes (usar a polarização).

3.3.2.3) Tipo Retro-Reflexivo Polarizado

Para a detecção de alvos brilhantes pode-se usar detectores por feixe retro-
refletido com luz polarizada. Estes detectores contêm filtros polarizadores na
frente do emissor e do receptor. Estes filtros têm direções de polarização
perpendiculares entre si, ou seja, defasadas de 90º. O detector não é capaz de
“ver” a luz refletida pela maior parte dos alvos, pois a luz polarizada refletida
não pode passar através do filtro polarizador na frente do receptor, não sendo
percebida pelo detector. Resumindo, o detector pode “ver” a reflexão de um
refletor, mas não pode “ver” a luz refletida pela maior parte dos alvos
brilhantes.
Os detectores por feixe retro-refletido com luz polarizada oferecem alcance 30
a 40% menor (e menor margem de detecção) que os refletores por feixe retro-
refletido comuns e usam feixe de luz vermelha visível, o que facilita o
45
alinhamento. Todos os refletores comuns despolarizam a luz e são adequados
para a detecção com luz polarizada retro-refletida. Entretanto, a maior parte
das fitas refletoras não despolariza a luz e são indicadas somente para uso
com detectores por feixe retro-refletido comuns. Existem fitas refletoras
especialmente construídas para retro-refletir a luz polarizada e devem ser
usadas com os detectores por feixe retro-refletido com luz polarizada.

Figura 6 – Detecção com luz polarizada retro-refletida

3.3.3) Tipo Difuso-Refletido

O emissor e o receptor estão numa única unidade. A luz emitida é refletida


no próprio objeto a ser detectado, sendo espalhada pela superfície do alvo em
todos os ângulos possíveis. Apenas uma pequena parte é refletida de volta na
direção do detector e percebida pelo receptor.

Figura 7 – Detecção por feixe difuso

Neste tipo de sensor, deve-se tomar um cuidado especial com a cor do


objeto. Como o receptor detecta a luz refletida pelo objeto, a cor e a rugosidade
do mesmo influenciam no índice de reflexão da luz e logo o sensor irá detectar
objetos de cores claras a uma distância maior que os objetos de cores escuras.

3.3.3.1) Vantagens do tipo Difuso-Refletido

- Não é necessário um refletor (fita refletora) ou espelho;


- Dependendo do ajuste, diferentes objetos podem ser detectados;
- Os objetos podem ser translúcidos, transparentes ou opacos, o suficiente
para que uma percentagem da luz seja refletida.

3.3.3.2) Desvantagens do tipo Difuso-Refletido

- Para menores distâncias é requerida uma menor reflexão das superfícies


dos materiais;
- Para maiores distâncias, maiores taxas de reflexão são requeridas.
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