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Unidade: Texto Dramático

(O
O Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente)
Vicente
Sub-unidade: o Judeu

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Sumário: Revisão dos fenómenos fonéticos. Leitura e análise da «cena» do Judeu.
Tipos de Cómico. Caracterização directa / Caracterização indirecta.

Competências gerais:

- Usar correctamente a língua portuguesa para comunicar de forma adequada e para


estruturar pensamento próprio.
-Pesquisar, seleccionar e organizar informação para a transformar em conhecimento
mobilizável.
-Adoptar estratégias adequadas à resolução de problemas e à tomada de decisões.
-Realizar actividades de forma autónoma, responsável e criativa.

Competências transversais:

- Descobrir a multiplicidade de dimensões da experiência humana, através do


acesso ao património escrito legado por diferentes épocas e sociedades, e que constitui
um arquivo vivo da experiência cultural, cientifica e tecnológica da Humanidade.
-Dominar metodologias de estudo (tais como sublinhar, tirar notas e resumir).
-Transformar informação oral e escrita em conhecimento.
- Exprimir-se oralmente e por escrito de uma forma confiante, autónoma e criativa.

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Competências Conteúdos/ Recursos:
específicas conhecimento explicito:

Compreensão/ expressão • Cena da aula anterior:


oral: Quadro
-personagem-tipo
- Comunicar oralmente tendo em -símbolos
conta a oportunidade, o tempo caracterizadores
disponível e a situação. -Percurso cénico Giz
- Extrair informações de
discursos de diferentes géneros • Revisão dos Power
formais e públicos do oral, cuja fenómenos fonéticos point
complexidade e duração exijam
focalização da atenção por • Personagem do judeu -Suporte
períodos prolongados. televisivo (Filme)

Leitura: • «cena» do Judeu


- Interagir com o universo
textual, a partir da sua Ficha
experiência e conhecimento do • Análise da «Cena do informativa
mundo e da sua competência judeu:
linguística.
-Interpretar linguagens de -leitura dramatizada Suporte de
natureza icónica e simbólica. -leitura expressiva áudio (C.D. com a
-Aprofundar o gosto pessoal pela «cena» do judeu)
leitura. -Percurso cénico
-Símbolo cénico
Expressão escrita: • Personagem-tipo
- Aprofundar a prática da escrita
como meio de desenvolver a
• Caracterização do
compreensão na leitura. Ficha
judeu: directa e
-Produzir textos que revelem a informativa
indirecta
tomada de consciência de
diferentes modelos de escrita.
• Papel do parvo:
- Alargar a competência
argumentos de
comunicativa pela confrontação
acusação.
de variações linguísticas,
• Argumentos de
regionais e sociais com formas
defesa
padronizadas da língua.

Conhecimento
explicito: • Tipos de cómico: Ficha
-Apropriar-se, pela reflexão e Situação informativa
pelo treino, de conhecimentos Carácter
gramaticais que facilitem a Linguagem
compreensão do funcionamento
dos discursos e o
aperfeiçoamento da expressão
pessoal.
- Descobrir aspectos Caderno
fundamentais da estrutura e do • Fenómenos fonéticos
diário.
funcionamento da língua, a partir
de situações de uso.

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Operacionalização:

A professora entra na sala de aula e cumprimenta os alunos. Seguidamente, faz a


chamada e, tal como na aula anterior, diz a estes que o sumário será escrito no final da
mesma, colectivamente.

Depois, a título de recapitulação, a professora pergunta aos alunos acerca do que


fizeram na aula anterior. (“Sobre o que é que falamos na aula anterior? Qual foi a
personagem do Auto que demos na última aula?”) Os alunos responderão que a
personagem tratada foi a Alcoviteira. A professora, à laia de revisão, pede aos alunos
que a relembrem acerca desta personagem. (“Podem relembrar-me o que é que foi dito
na última aula acerca desta personagem?”) Os alunos deverão responder que a
Alcoviteira é uma personagem-tipo, logo, representativa de uma classe, que esta é
caracterizada pelos símbolos que carrega consigo: “seiscentos virgos postiços”, “arcas
de feitiços”, “Cofres de enlheios”, “almários de mentir”. “Furtos alheos”, “couxins de
encobrir”, “moças que vendia”, que esta tem um percurso cénico idêntico ao de algumas
personagens, como por exemplo, o Frade e que o destino final desta é a barca do
Inferno. Nesta altura, a professora pergunta se fizeram os trabalhos de casa e pede para
que um dos alunos leia em voz alta aquilo que escreveu acerca dos argumentos
apresentados pela alcoviteira.

Depois, desta leitura, a professora pergunta aos alunos se estes fizeram a ficha de
trabalho relativa aos fenómenos fonéticos e pergunta se tiveram dificuldades ao fazê-la.
A partir daí, a professora diz, então, que vai recordar os fenómenos fonéticos dados na
aula passada e que para isso precisa da ajuda dos alunos. Mas, antes de se iniciar esta
revisão a professora pergunta aos alunos se estes sabem o porquê da língua ter evoluído
e o porque destes fenómenos acontecerem. Possivelmente, dirão que não sabem e, aí, a
professora explicará que a língua foi evoluindo ao longo dos tempos e evoluiu mediante
fenómenos que foram ocorrendo na língua de forma lenta e inconsciente ou através do princípio
do menor esforçam i.e. a tendência natural que os falantes têm para reduzir ao mínimo o esforço
necessário na pronúncia de certos fonemas. Os fenómenos fonéticos podem estar a ocorrer
há já algum tempo e os falantes não notarem porque a mudança foi gradativa, isto é, foi
ocorrendo lentamente ao longo do tempo até chegar aos vocábulos que conhecemos
hoje, como é o caso do vocábulo Fidalgo que derivou da aglutinação de três palavras:

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“filho de alguém”. Para clarificar ainda mais a questão da mudança linguística, a
professora escreve no quadro alguns exemplos como o “despois”, o“alevantar”, o
“home”; o “arrecuar” ou o “senhore” e pergunta aos alunos quais os fenómenos que
estão ali a ocorrer. A professora dá ainda como exemplo a palavra àgua e pergunta se as
avós deles não dizem de forma diferente a palavra àgua, se não dizem “auga”. Desta
forma, penso que os alunos ficarão mais motivados para a aula.

Após esta explicação, os alunos estarão, então, preparados para rever os fenómenos
fonéticos. Esta revisão é feita questionando os alunos acerca de cada fenómeno
individualmente. Para que haja participação de todos, a professora pode dirigir as
perguntas para alunos a nível individual.

Após esta revisão, a professora pergunta se há dúvidas e corrige alguns exercícios da


ficha que mandou para trabalho de casa. Para esse efeito, pede para que um deles venha
ao quadro e com a ajuda da professora faça a explicação de palavras.

Terminada esta parte, a professora diz aos alunos que a aula desse dia será acerca de
outra cena do Auto da Barca do Inferno: a «cena» do Judeu. Para introduzir a cena e a
personagem, a professora utiliza um pequeno excerto do Filme O Pianista que aborda a
temática da segunda guerra mundial e a perseguição aos judeus. Antes de se iniciar o
visionamento, a professora entrega aos alunos uma ficha informativa que servirá de
contextualização ao filme e às personagens, bem como de apoio para a compreensão do
mesmo. (Anexo 1) É pedido aos alunos que vão preenchendo a ficha à medida que o
filme é visionado.

No final do visionamento, a professora pergunta: “Quem esteve com atenção ao filme


pode-me dizer como é que os judeus são tratados? Quais são as formas de exclusão que
sofrem? Possivelmente, responderão que são discriminados através da identificação e da
segregação. A professora continua a explorar as cenas apresentadas e pergunta:” Qual a
razão para que isto acontecesse? Porque razão os judeus eram discriminados?” Ao que
os alunos poderão responder que estes eram discriminados porque pertenciam a uma
“raça” considerada inferior ou porque para os Nazis estes eram vistos como a fonte de
todos os seus problemas. A professora explica, agora, aos alunos que esta discriminação
não foi exclusiva do século XX, pelo contrário, esta discriminação tem séculos. Durante

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os séculos da inquisição, os judeus foram excluídos, massacrados, convertidos e
expulsos, inclusive, do nosso país. A professora, a título de curiosidade, entrega uma
ficha informativa relativa aos Judeus em Portugal. (anexo 2)
Em seguida, é pedido aos alunos que abram os seus manuais na «cena» do Judeu
(página 125) para que seja possível o início da análise. Mas, antes disso, os alunos
ouvirão a cena através de um suporte de áudio e ser-lhes-á pedido que atentem na forma
como o judeu se apresenta em cena, como é tratado pelas outras personagens e qual o
percurso cénico efectuado por ele. Antes da audição, a professora entrega um glossário
que ajudará os alunos na compreensão da cena.

Após a audição, a professora perguntará aos alunos se gostaram ou não desta leitura
expressiva e se era esta a interpretação que fariam dos diálogos. Caso os alunos
demonstrem interesse, propor-se-lhes-ia que lessem outra vez a «cena» do Judeu, agora
com o intuito de treino de leitura.

Para iniciar a análise da cena, a professora pergunta aos alunos:”Em que medida se pode
afirmar que a movimentação cénica do Judeu é diferente das outras? A qual das barcas
se dirige ele primeiro? Qual é o percurso cénico do judeu durante a cena?”. Os alunos
deverão responder que esta personagem tem um percurso cénico diferente das outras já
que esta não se dirige a barca da Glória, permanecendo sempre no mesmo local. A
professora questiona, então, os alunos: “Porque é que acham que o Judeu tem um
percurso cénico diferente?”, “Porque não tenta o judeu aproximar-se da barca do
paraíso?”Ao que os alunos poderão responder que o judeu é uma personagem pouco
considerada, mesmo discriminada e, por isso, não teria acesso a outra barca que não a
do Inferno. Tendo os alunos dificuldade em responder a estas perguntas, a professora
relembra o que foi falado no início da aula relativamente aos Judeus e à sua condição no
Portugal da época. (“ Não se lembram do que foi falado no início da aula acerca da
discriminação feita aos judeus?” Então, digam-me porque é que ele é das únicas
personagens com percurso cénico diferente?”) Os alunos possivelmente conseguirão
chegar à conclusão de que o Judeu é discriminado pela sua condição social e religiosa.

Continuando a análise, a professora questionaria os alunos sobre a forma como o judeu


é apresentado. (“Depois de terem ouvido a cena, já me podem dizer como se apresenta o
judeu perante o diabo? Que elementos o caracterizam?”) Os alunos deverão responder

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que o elemento que o caracteriza é o bode, que ele se apresenta com um bode às costas.
A professora, então, pergunta: “Nas outras «cenas» aquilo que as personagens traziam
consigo era definidor da sua classe, i.e., símbolos cénicos, será que acontece o mesmo
aqui? Que significado terá o facto do Judeu se apresentar com o bode? Qual a
importância do Judeu se apresentar com o bode?” e “Como interpretam a recusa do
judeu em deixar o bode em Terra?” Os alunos deverão responder que o bode é,
realmente, um símbolo cénico e que este define o Judeu e que ao apresentar-se assim
este está a afirmar a sua religião. A recusa tem a ver com a impossibilidade do judeu de
renegar a sua condição.
Como, possivelmente, seria difícil para os alunos associarem o Bode à religião judaica a
professora poderia informar que o bode para além de símbolo cénico é também símbolo
dessa mesma religião. (“ Não sei se sabem, mas o bode é também representativo da
religião judaica, sendo assim, alguém me consegue dizer, agora, o porquê dele se
apresentar com o bode e o porquê dele não o querer deixar em terra?”)

Para que os alunos fiquem com apontamentos organizados será pedido para que
sublinhem a parte do texto em que é identificado o símbolo e que escrevam ao lado:
Símbolo caracterizador do judeu.

A professora prossegue, perguntando aos alunos qual é o comportamento do diabo


quando o judeu chega à sua barca (“ Como é que o diabo trata o judeu quando este
chega à sua barca?” Que atitude manifesta o diabo para com esta personagem? Ao que
os alunos responderão que o diabo o trata com desprezo e que este não reage bem à
presença do judeu. A professora pergunta: “E onde é que podemos ver isso no texto?”
Os alunos deverão responder com as falas do diabo: “Oh que má hora vieste! (…) que
escusado passageiro”. A professora questiona-os, então, acerca desta atitude para com o
judeu. (“Porque será que o diabo não manifesta o contentamento anteriormente tido com
outras personagens com a chegada do Judeu?”) Os alunos responderão que até o próprio
diabo discrimina a personagem do judeu. A professora diz então que apontem no texto
essa informação. (“ Ao lado da fala do diabo apontem no texto essa informação.”)

Seguidamente, a professora pergunta:” Ao ver o descontentamento do Diabo pela sua


presença como é que o Judeu tenta entrar na Barca do diabo?” Ao que os alunos
responderão que o judeu tenta comprar a sua passagem. (“Que significado se pode

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atribuir a esse meio utilizado pelo judeu ao nível da sua caracterização? Que
importância tem para a sua caracterização que o judeu tente comprar a sua passagem
com dinheiro? O que é que isto nos diz acerca da personagem? Qual foi a personagem
que também quis comprar a sua passagem com dinheiro?”) Provavelmente, os alunos
dirão que este facto o caracteriza como sendo ligado ao dinheiro, dependente do
dinheiro para tudo, em suma, ganancioso, tal como, o onzeneiro, só que o judeu tenta
comprar a passagem para o Inferno, enquanto o Onzeneiro queria ir para o céu. A
professora pergunta aos alunos: ”Tendo em conta as cenas anteriormente dadas, acham
que Gil Vicente teria outra intenção ao representá-lo desta forma? Qual?”. Os alunos
poderão responder que ele está a tentar caracterizar a classe e não um só homem. A
professora faz ainda atentar na fala: Porque não irá o judeu onde vai Brízida Vaz e
pergunta: “Como é que o judeu tenta entrar de novo na barca?” O que é que ele diz
quando o diabo lhe nega, mais uma vez, a entrada? Porque é que acham que ele diz
isso? Que intenção tem o judeu ao dizer isso?” Para ajudar a responder, a professora
dirá que o judeu só diz isso quando o Diabo lhe nega mais uma vez a entrada na barca.
A professora ajuda a concluir que o judeu está a tentar entrar na barca dizendo que se a
Brízida lá entrou que ele também pode lá entrar.

Para explorar melhor a crítica feita ao judeu, a professora diz: “A quem é que o judeu
se dirige depois?” Quais os epítetos que utiliza para designar o fidalgo? Que significam
eles? Que pretende ele do Fidalgo?” Os alunos deverão responder que o Fidalgo é
apelidado de “Meirinho”, “corregedor”, “coronel” porque este, na terra, era o detentor
do poder. Assim sendo, o judeu apela para quem ele acredita que tem o poder de fazê-lo
entrar na barca. A professora questiona: “ São os apelos do Judeu atendidos?” Porquê?
Devendo os alunos responder que não porque, com a morte, o fidalgo perdeu todo
poder, é igual a todos os que já estão na barca. Caso os alunos não consigam responder
às perguntas, então, a professora questioná-los-á desta forma: “Acham que o Fidalgo
ainda tem algum poder? Então o que é que o Judeu está a tentar fazer?” A professora
volta a questioná-los dizendo: “Acham que o judeu tem consciência de que morreu?
Porquê?” Então, porque é que se pode dizer que o judeu ainda se condena mais?” Os
alunos deverão responder que este se condena mais porque não consegue desamarrar-se
dos costumes terrenos, neste caso, de tudo aquilo que o condena.

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Após esta resposta, a professora pede, agora, aos alunos que atentem na fala seguinte e
pergunta-lhes que tipo de linguagem é usada nesta fala e nesta cena. (“Sabem dizer-me
que tipo de Cómico está a ser usada nesta fala e nesta cena? Justifiquem com falas do
texto.”) Os alunos terão que responder que o cómico prevalecente na «cena» do Judeu é
o cómico de linguagem. Podendo justificar isso com as falas do diabo, do judeu e do
parvo:”nem eu nom passo cabrões”, “Azará, pedra miúda, lodo, chanto, fogo, lenha,
caganeira que te venha”, “Furtaste a chiba, Cabrão?”. A professora pede para que lhe
relembrem que tipo de cómico é que até agora foi estudado e em que é cada um
consiste. (“ Relembrem-me os tipos de cómico estudados até agora e em que consiste
cada um deles?” Ao que os alunos deverão responder: cómico de situação, cómico de
linguagem e cómico de carácter. Sendo que o Cómico de situação resulta das
circunstâncias da sua actuação, i.e., das atitudes que toma; O cómico de carácter da
forma como a personagem se apresenta, i.e., da sua maneira de ser; O cómico de
linguagem da forma como as personagens falam i.e. o próprio discurso e o vocabulário
que empregam. A professora entrega uma ficha sistematizadora dos três tipos de
cómico. (vide anexo 3)
A professora pergunta seguidamente: ”Que outras coisas podem caracterizar o judeu
para além das que já foram ditas?” Os alunos podem responder que ele pode ser
caracterizado através das falas do Parvo como falso Cristão-novo, mentiroso. “E comia
a carne da panela no dia de nosso Senhor”, “Ele mijou nos finados n´Érgueja de São
Gião”. Caso os alunos tenham muitas dificuldades para acharem outros elementos
caracterizadores, a professora perguntará: “ Como é que o Parvo o caracteriza? De que é
que ele acusa o judeu?”. Para resumir, a professora pede aos alunos que apontem ao
lado das falas do Parvo e do judeu: Caracterização directa. Nesta altura, será bom
distinguir os dois tipos de caracterização, para isso, a professora dá uma ficha
informativa acerca desta matéria (anexo 4). A professora opta por ler a ficha em voz alta
para esclarecer quaisquer dúvidas que possam surgir a partir dessa mesma leitura.

Depois, com vista a uma análise mais aprofundada da «cena» do Judeu, pede aos alunos
que identifiquem a partir do texto o papel desempenhado pelo Parvo. (“Depois de
termos visto que o Parvo caracteriza a personagem do Judeu, qual é o papel que lhe
podemos atribuir? Qual é o papel do parvo nesta cena?” Caso os alunos tenham
dificuldades em responder, a professora perguntará: “Quem é que acusa o judeu?” Os
alunos terão que responder que o parvo tem o papel de acusador do judeu já que o

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diabo, ao contrário de cenas anteriores, não se manifesta a esse nível. A professora
pergunta agora: “Na maioria das cenas anteriormente estudadas, existe uma acusação e
uma defesa, qual é a defesa apresentada pelo Judeu? O judeu apresenta alguma defesa?”
Os alunos poderão responder que o Judeu se defende com a fala “Porque nom irá o
judeu onde vai Brízida Vaz”. A professora, em seguida questionará: “ Mas será que esta
é uma verdadeira defesa? “ A professora concluirá em conjunto com os alunos que, na
verdade, o judeu não apresenta argumentos de defesa, ele é simplesmente culpado.

Feita esta pequena revisão, a professora faz os alunos atentarem na fala final do judeu,
particularmente, no vocábulo “Dize.” Pretende-se que os alunos ponham em prática
aquilo que aprenderam na última aula. Assim sendo, a professora pergunta: “De acordo
com aquilo que aprendemos na última aula que fenómeno ocorreu aqui na passagem
para o Português contemporâneo?”. Ao que os alunos deverão responder que o
fenómeno ocorrido é o da apócope de – e.
Para terminar a análise da cena, a professora diz aos alunos para relerem a última fala
do Diabo, perguntando-lhes:” O que é que acontece com o judeu?” Ao que os alunos
responderão que é levado à toa. A professora pergunta: “ Qual é a sua sentença? Qual é
o significado subjacente a esta sentença? O que significa ser levado à toa?” Os alunos
deverão responder que através desta sentença, o Judeu é, mais uma vez, discriminado
porque nem sequer tem direito a ir dentro da Barca. Em jeito de conclusão, a professora
pergunta:”Acham que esta seria a sentença justa? Porquê?” Os alunos podem dividir-se.
Pretende-se que cheguem à conclusão que esta seria a sentença dada a um judeu na
época, mas que esta não é, de forma alguma, uma sentença justa.

Chegados ao final da aula: a professora pede a um dos alunos que faça um pequeno
resumo oral de tudo aquilo que foi dito acerca desta personagem. Este resumo deve
conter: percurso cénico; caracterização; Símbolos e personagem tipo. A partir deste
resumo, a professora escreverá no quadro o sumário.
Para finalizar, a professora avisa que a próxima aula será dada pelo professor Rui e que
a cena a analisar será a do Corregedor/ Procurador.
Deste modo, a professora dá a aula por encerrada, arruma as suas coisas,
despede-se dos alunos e sai da sala.

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