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Jesus e Maria Madalena

Artigo de Moacir Sader


Nas diversas histórias contidas na Bíblia, uma apresenta-se intrigante, qual seja, a
ligação de Jesus e Maria Madalena.

Em primeiro lugar, faz-se necessário ser dito, de pronto, que não cabe mais a ideia
errônea de adjetivar pejorativamente Maria Madalena como pecadora, por ter sido
classificada como prostituta pelos textos bíblicos oficiais.

Em verdade, Maria Madalena não foi a prostituta bíblica como tão largamente ficou
conhecida por todos os cristãos. Somente o seu nome era o mesmo de outra Maria,
daquela que Jesus não permitiu ser apedrejada ao dizer, para os seus algozes, que as
pedras poderiam ser atiradas por eles, já que era o costume da época, mas, somente por
quem não tivesse nenhum pecado.

No século VI, a Igreja Católica, em comunicado papal, reconheceu, como equivocada, a


visão de Maria Madalena como pecadora, embora essa imagem esteja ainda tão
estigmatizada.

Com relação a essa visão distorcida e injusta sobre Maria Madalena, pesquisadores das
religiões entenderam que essa sua má fama pode ter surgido em virtude do ciúme dos
outros discípulos, por ela ser mulher, com fortíssima discriminação naquele momento
histórico e, principalmente, por sua especial importância junto a Jesus.

O Mestre do cristianismo ministrava à Maria Madalena conhecimentos espirituais mais


profundos se comparados àqueles ensinados aos demais discípulos, situação que veio à
tona com a descoberta dos evangelhos apócrifos.

Afastada, portanto, essa visão totalmente inadequada sobre Maria Madalena, resta um
olhar muito especial sobre essa importante personagem bíblica e sua relevante atuação
em companhia de Jesus e na implantação do cristianismo.

O realce inicia, considerando que Maria Madalena, juntamente com os outros


discípulos, viajava com Jesus para todos os lugares em sua peregrinação, situação que,
na época, seria inadmissível de acontecer com uma mulher solteira. Possível, portanto,
somente se ela fosse casada com um dos homens da comitiva.

Por conta dessa situação inusitada, muitos estudiosos entendem que, provavelmente, o
mais lógico ou óbvio seria que Maria Madalena fosse casada com Jesus. Até porque,
vale ser complementado, o costume da época não permitia que um homem adulto
ficasse solteiro por muito tempo e assim não seria pertinente que Jesus continuasse sem
se casar até os seus trinta anos.

Desse modo, sendo casados, seria perfeitamente normal estar Maria Madalena
acompanhando Jesus em todos os locais, por ser sua legítima esposa; além do que,
segundo os pesquisadores das religiões, o casamento dos dois teria sido um importante
ato dinástico e sigiloso, uma vez que estavam sendo unidas as famílias de David, filho
de Jessé (Jesus) e de Jônatas, filha de Saul (Maria Madalena), tendo sido o casamento
realizado na casa de Simão com a participação de poucos amigos, porque tal ato
precisava ficar em segredo para que Herodes Antipas não descobrisse que as duas
importantes famílias estavam se unindo dinasticamente.

Essa tese de serem os dois casados, que a princípio muita gente achava absurda, ficou
perfeitamente plausível a partir do descobrimento dos evangelhos apócrifos, nos quais
se via a literalidade de narrativas sobre carinhos especiais entre Jesus e Maria Madalena,
não somente por intermédio de conversas ligadas a temas espirituais profundos, como
também em face dos toques físicos, especialmente beijos na boca, conforme encontrado
no evangelho apócrifo de Felipe, conforme visto no seguinte trecho:

E a companheira do Salvador é Maria Madalena. Cristo amava-a mais do que a todos os


discípulos e costumava beijá-la com frequência na boca. O resto dos discípulos ofendia-
se com isso e expressava sua desaprovação. Diziam a Ele: Porque Tu a amas mais do
que a nós todos?

Em 19/09/2012, ocorreu publicação no Site da revista Veja, destacando mais uma


recente descoberta de manuscrito antigo, documento comprovadamente da mesma
época dos outros evangelhos. Nele, consta incontestavelmente a ligação amorosa
existente entre Jesus e Maria Madalena, conforme visto no trecho: “Jesus disse a eles:
Minha mulher” e “Ela estará preparada para ser minha discípula”. Referia-se
Jesus à Maria Madalena.

A par dessa questão de relacionamento de amor dual, entre homem e mulher, outra
ligação de âmbito espiritual unia, igualmente, Jesus a Maria Madalena, como muito bem
ficou evidenciado em vários evangelhos apócrifos, inclusive no evangelho da própria
Maria Madalena, igualmente descoberto em tempos modernos.

Esses ensinamentos, encontrados no evangelho de Maria Madalena e de Tomé,


constituem-se, essencialmente, na base dos estudos difundidos pelos espiritualistas que
enfocam a necessidade de se buscar a evolução espiritual no interior de cada um,
procurando em si a presença divina e tornando-se uno com ela.

A ligação singular de Jesus e Maria Madalena ensejava muitos questionamentos entre


os próprios discípulos como se vê na fala de Pedro, abaixo transcrita, do evangelho
apócrifo segundo Madalena:

Irmã, sabemos que o Salvador te amava mais do que qualquer outra mulher. Conta-nos
as palavras do Salvador, as de que te lembras, aquelas que só tu sabes e nós nem
ouvimos (...) Será que ele realmente conversou em particular com uma mulher e não
abertamente conosco? Devemos mudar de opinião e ouvirmos ela? Ele a preferiu a
nós? Então Maria Madalena se lamentou e disse a Pedro: Pedro, meu irmão, o que
estás pensando? Achas que inventei tudo isso no meu coração ou que estou mentindo
sobre o Salvador?

Em face desse diálogo entre Pedro e Maria Madalena, Levi interveio:

Pedro, sempre fostes exaltado. Agora te vejo competindo com uma mulher como
adversário. Se o Salvador a fez merecedora, quem és tu para rejeitá-la? Certamente o
Salvador a conhece bem. Daí a ter amado mais do que a nós. É, antes, o caso de nos
envergonharmos e assumirmos o homem perfeito e nos separarmos, como Ele nos
mandou, e pregarmos o Evangelho, não criando nenhuma regra ou lei, além das que o
Salvador nos legou.

Na passagem acima transcrita, fica evidente que havia competição dos homens,
especialmente de Pedro, em relação à Maria Madalena. Tal fato evidencia ser lógica a
tese de que a má fama atribuída a Maria Madalena pode ter sido originada exatamente
dos discípulos homens com o fito de desqualificá-la como discípula especial que era de
Jesus.

O evangelho de Maria Madalena, para complicar ainda mais esse ciúme dos homens,
apresenta ensinamentos de Jesus que não foram passados para os outros discípulos ou
não foram devidamente compreendidos por eles na fala do Mestre. Entre esses
ensinamentos especiais encontramos aquele que diz: o reino de Deus está dentro de
cada pessoa e é necessário manter-se em equilíbrio para não atrair doenças e a
morte física. Essa visão é plenamente aceita atualmente pela medicina alternativa em
todas as suas diversas correntes.

A cura de doenças pela medicina alternativa tem sido realizada através da recomposição
do equilíbrio energético tal como acontece, por exemplo, com o Reiki, que dissolve os
nódulos energéticos existentes no corpo físico e nos corpos sutis, permitindo o
restabelecimento do fluxo normal da energia e a consequente retomada do estado de
saúde. Além disso, a energia do Reiki evita, de modo importante, que novas doenças
surjam, o que aconteceria se os nódulos de energias densas não fossem dissolvidos.

Nas passagens, a seguir, do evangelho de Maria Madalena, podemos ver essa visão
espiritualista de forma inequívoca:

Pedro lhe disse: Já que nos explicaste tudo, dize-nos isso, também: o que é o pecado do
mundo?" Jesus disse: "Não há pecado; sois vós que os criais, quando fazeis coisas da
mesma espécie que o adultério, que é chamado “pecado”. Por isso Deus Pai veio para
o meio de vós, para a essência de cada espécie, para conduzi-la à sua origem”. Em
seguida disse: "Por isso adoeceis e morreis [...]. Aquele que compreende minhas
palavras, que as coloque em prática. A matéria produziu uma paixão sem igual, que se
originou de algo contrário à Natureza Divina. A partir daí, todo o corpo se
desequilibra. Essa é a razão por que vos digo: tende coragem e, se estiverdes
desanimados, procurai força das diferentes manifestações da natureza. Quem tem
ouvidos para ouvir que ouça.

O mais importante, a meu ver, sobre os evangelhos chamados apócrifos, é que eles
enfocam uma espiritualidade intrínseca e não de rituais. Esse tipo de espiritualidade tem
sido atualmente praticado por milhões de pessoas em todo o planeta e em número
crescente a cada dia, sendo essas pessoas conhecidas como espiritualistas, desapegadas
de crenças religiosas, procurando viver a espiritualidade interior. Como bem definido no
evangelho apócrifo de Tomé, Jesus disse:

O reino está dentro de vós e também em vosso exterior. Quando conseguirdes conhecer
a vós mesmos, sereis conhecidos e compreendereis que sois os filhos do Pai vivo. Mas,
se não vos conhecerdes, vivereis na pobreza e sereis a pobreza.
Se não houvesse os textos apócrifos confirmando essa ligação ímpar entre Jesus e Maria
Madalena, seja no âmbito espiritual, quanto de suas ligações de amor dual, os próprios
textos bíblicos oficiais já evidenciariam a grande importância dela para Jesus, por segui-
Lo em todos os lugares; por ter estado o tempo todo próximo ao local de sua
crucificação, enquanto os outros apóstolos se esconderam de medo; e, especialmente,
por ter sido a primeira pessoa que Jesus escolheu para se encontrar após a sua
ressurreição.

Evidente que tudo isso não pode ser visto como mero acaso ou sem a devida
importância. É inconteste que a ligação existente entre os dois se constituiu em algo
profundo e significativo, além dos parâmetros tratados ou interpretados pelas religiões a
partir dos próprios textos oficiais.

Embora a importância de Maria Madalena seja ímpar na Bíblia por estar o tempo todo
ao lado de Jesus, antes de sua morte, durante a crucificação e após a ressurreição, como
referenciado acima, os textos apócrifos vieram inapelavelmente enfatizar a ligação
espiritual e sublime existente entre eles.

Nessa mesma linha de destacada importância, várias informações canalizadas vêm


enfatizando a ligação existente entre Jesus e Maria Madalena como sendo uma união de
almas gêmeas. A encarnação dela na Palestina, por conta disso e pelo que se sabe,
diante dos informes dimensionais, teve por objetivo dar apoio à importante missão de
Jesus porque se sabia, de antemão, que a empreitada do Mestre Espiritual não seria nada
fácil.

Em primeiro lugar, a complexidade acerca da vinda de Cristo e de Maria Madalena


residia no fato de serem os dois bastante evoluídos espiritualmente, oriundos de
dimensões elevadas, o que gera grande dificuldade de viver na baixa densidade da
terceira dimensão. Em segundo lugar, a adversidade estava no propósito de trazer ao
planeta novas visões espirituais, contra tudo o que se tinha até então, o que iria gerar,
inevitavelmente, a intervenção de forças negativas.

A luta não foi tarefa simples (e nem poderia ser), que muito do que Ele efetivamente
ensinou acabou sendo deturpado ou excluído da Bíblia, tal como aconteceu com
inúmeros evangelhos reconhecidos por informe da Igreja. Tudo manipulado por
Constantino, quando do Concílio de Nicéia no ano de 327, pois, que se visava,
primordialmente, a unificação do império romano, de tal maneira que muitas visões das
diversas religiões da época foram introduzidas na Bíblia para agradar às diversas
correntes, como mencionei anteriormente.

Além disso, nos romances Conspiração Interdimensional e Conspiração


Interdimensional 2 Libertação, refiro-me exatamente a outras forças que agiram naquele
momento histórico com o fito de desqualificar a atuação de Jesus, levando-O, inclusive,
à morte como insurreto e, por isso, a sua crucificação, tipo de punição basicamente
aplicável às pessoas que se rebelavam política ou socialmente contra Roma.

Em um dos meus encontros astrais com Jesus, já referidos, Ele me disse que muitos de
seus ensinamentos, de quando esteve na Terra, foram deturpados, não contemplando ao
que de fato Ele ensinou. Neste encontro, Ele estava acompanhado de Maria Madalena,
evidenciando o que já se sabia: nos elevados planos espirituais, Jesus e Maria Madalena
estão juntos e são almas gêmeas.

Lamentavelmente, por razões vãs ou ignorância, apresenta-se de modo absurdo o


conceito de que o sexo seja algo menos nobre ou pecaminoso e não cabível de ser
vivido por seres elevados ou com missões espirituais. Este conceito errôneo é
descabido, posto que as energias geradas pelos sentimentos e pela relação sexual
mostram-se altamente positivas, não somente para o casal, mas, afeta igualmente e de
forma salutar tudo o que é externo e, consequentemente, inclui o planeta, ajudando-o em
seu progresso espiritual. Assim, quanto mais ligação de almas gêmeas acontecerem na
Terra, mais rapidamente estará o planeta no caminho ascensional.

Não se pode, portanto, desassociar o amor incondicional de Jesus do seu especial


sentimento por Maria Madalena, acontecido reciprocamente enquanto viveram na Terra
e tal como ainda está sendo esse amor compartilhado nos planos astrais superiores, onde
os dois vivem juntos, configurando-se em puro amor de almas gêmeas.

“...O amor é a base da felicidade. O ATO SEXUAL, nada


mais é do que uma expressão divina do amor entre um
casal em sua magnitude. É a mais linda expressão de
amor, e o que pode proporcionar ao casal a conexão com
o divino...O ponto ápice da SEXUALIDADE será a sua
conexão com o divino. Mas, para isso, você precisa
desconectar-se completamente do físico. Do visual, da
matéria. Deve manter-se conectado ao seu coração
sempre. Entregar-se de forma leve e amorosa e manter
seu pensamento focado no coração...”

- Mestra Maria Madalena -

Conhecimentos nunca antes revelados sobre a energia sexual, transmitido por Mestra
Nada (Maria Madalena), através da canalização mediúnica de Nisete Machado

Amados filhos e filhas da Luz que são a própria Luz na Terra, venho para dizer a vocês
que na medida em que o Planeta avança cada vez mais na direção da consciência
expandida dos seus habitantes, vão se abrindo novos horizontes diante dos seus olhos e
caem-se os véus que ocultavam as verdades relacionadas a vocês mesmos, as quais se
mantiveram em grande parte ocultas, ou manipuladas pelos jogos de poder, a fim de que
a humanidade não assumisse o comando da sua vida na Terra e se assim estivesse
sujeita a desenvolver submissa as vontades dos seletos detentores de determinados
conhecimentos, dispostos a qualquer custo lhes roubarem o poder.

E isso foi acontecendo em várias campos do desenvolvimento humano e principalmente


com relação ao próprio conhecimento das suas potencialidades.

Então, que caim-se os véus!

Existe em uma grande usina de energia de criação em seus corpos, o impulso sexual, a
libido, a energia sexual ou ectoplasma.

O ectoplasma humano é própria energia sexual em expansão para além da


sexualidade, é energia de criação, materialização, usada para refazimento de
órgãos astrais, nas atividades de curas espirituais, nas diversas criações entre o mundo
físico e espiritual, na reconstrução de corpos espirituais nos postos de socorros astrais,
que provavelmente você já tenha ouvido falar, sendo que é essa energia é produzida nos
corpos dos humanos encarnados.

A humanidade, foi induzido a pensar na sua própria sexualidade como algo feio e
pecaminoso, a fim de que não soubesse o real valor da energia sexual que produzem, a
ponto de se ver como o próprio fruto do pecado, imputando a si mesmo, desde cedo a
culpa, o medo, autopunição e autonegação do seu divino que está em tudo,
inclusive na sua sexualidade.

Enquanto um ser que tem desejos, vontades, objetivos materiais e sonhos, os quais
seriam perfeitamente realizáveis de forma fácil e tranquila, se entendessem e
aceitassem de forma natural a energia da sexualidade que vibra em si, que dá o
poder de criação e manifestação da vida, muitos dos desafios que enfrentam seriam
amenizados ou até mesmo nem teriam se manifestado. Porém a distorção na mente
humana foi tanta, que por vezes ao sentir sua própria libido, já faz pensar que
está sendo obsediado por algum espírito de viciado, negando assim a energia da
vida querendo lhe mostrar que o seu poder de criação está pronto para manifestar
as belezas da terra.

A energia sexual NÃO está somente ligada ao ato coito, aos órgãos sexuais, como
normalmente a mente humana é levada a pensar, bem como não está ligada meramente
a atitude de masturbação, por exemplo, nem as preferências pessoais com relação ao
sexo, nem aos seus medos, nem aos traumas, nem às experiências negativas sofridas,
nem mesmo aos possíveis abusos que tenha passado ou a negação da existência desta
energia em você, bem como não está ligada necessariamente ao gênero, muito menos ao
“capeta” a lhe tentar, como a humanidade está a a séculos sendo levada pensar.

A energia da sua sexualidade não está necessariamente ligada às fantasias eróticas ou


aquele indivíduo de roupa preta até os pés, pronto a exorcizar os seus fantasmas, que só
em pensar ativam as velhas memórias das paredes escuras que antecediam o momento
crucial da sua punição, e muitas outras marcas do tempo, lembranças guardadas nos
porões da alma que em muitos ainda despertam o medo , a inibição e a castração
emocional, levando-os a imaginar que se permitirem que o impulso sexual transite
em seu corpo, mesmo que ninguém saiba, estarão se afastando do espiritual.

Tudo isso, são questões que mesmo em muitos casos sendo fatos extremamente
marcantes e traumáticas, os quais encontram-se misturados na mente ativando
emoções, são totalmente à parte do que realmente se trata a energia sexual enquanto
algo divino.

Chegou a hora da humanidade aprender a distinguir o que é real e belo no imenso


universo que envolve a energia sexual, das dores que lhes foram enrustidas nos seus
campos das emoções por ações meramente humanas na busca do poder através da
dominação.

Querendo ou não, aceitando ou não, com medo ou não, negando ou não,” sexualizado”
ou não, sensualizado ou não, percebendo em si a sensação do libido ou não,
experienciando ou não o prazer, você É um ser sexual, e a energia da sua sexualidade
está fluindo através de você, do contrário, seu corpo físico já estaria morto. Entende?!

Então, a energia sexual é a energia que gera a própria vida, e a vida é o bem maior que
existe na Terra, seria mesmo essa energia feia e pecaminosa?

A energia da sua sexualidade está neste instante em que você lê essa mensagem fluindo
através de você, é a energia da sua própria existência na terra que conduz todos os seu
atos, você está VIVO, está na carne, é o seu próprio ectoplasma (a energia sexual) que
molda todas as coisas em você.

O seu espírito escolheu estar encarnado neste momento da história da Terra, e não
importa de qual lugar das estrelas você veio ou pretende algum dia retornar, foi a
energia sexual que conduziu você para cá, que fez de você um vencedor na corrida pela
vida, que deu forma ao seu corpo físico e a todos os seus órgãos ainda no interior de um
ventre e continua mantendo você aqui para viver a sua experiência pessoal de ascensão
espiritual neste Planeta e assim contribuir para a evolução de toda a humanidade. E isso
é lindo!

Você ainda acredita que nasceu do pecado? Imagina… isso sim, poderia ser
chamado de uma heresia.
A energia sexual é a própria vida, que mantém e multiplica todas as coisas, as
plantas, os animais, é as riquezas do Planeta, mas não querem que você veja disso
de forma a entender a magnitude e beleza desse energia.

Toda a distorção da função e da grandeza do espírito da sexualidade, como as viciações,


abusos e todo o uso de forma dissimulada dessa força, que possam causar algum tipo de
desequilíbrio ou até mesmo destruição, só pode ocorrer a partir da mente meramente
humana que manipula tudo conforme os seus interesses, mas nunca pela própria energia,
pois essa será sempre o que apenas É.

A energia sexual, quando aceita e entendida na sua real função, frequência da vida na
mais perfeita pulsação, passa a fluir de forma equilibrada, vibrando de maneira natural e
bela, criando um campo eletromagnético em torno de você poderosíssimo que age
como um imã a atrair todas as benesses para esta oportunidade de estar vivendo na
carne, bem como repelindo tudo o que não ressoa com a razão da sua existência na
Terra.

A energia sexual começa a fluir através do plexo coccniano, na base da sua coluna
vertebral onde reside uma entidade sutil muito poderosa em forma de uma luz
enrolada, a Kundalini, a qual personifica todos os poderes psíquicos e físicos do ser
humano. Nessa região encontra-se o ponto chave inicial para a geração das energias
sexuais responsáveis por captar e conduzir as frequências necessárias para manter as
funções imprescindíveis para que o espírito se mantenha agindo em um corpo físico,
como se alimentar, beber, dormir, criar e manifestar todos os bens materiais, as
riquezas, o conforto, a vitalidade, a expressão, o equilíbrio, o aprendizado, a capacidade
sexual, a reprodução e perpetuação humana em comunhão com o plexo sexual, um
pouco mais acima.

É a energia que torna possível chegada e encarnação na terra de seres de outros planetas,
que veem para ajudar a acelerar o processo de evolução da humanidade. Já pensaram
nisso?

Pois todos que encarnam aqui, dependem desta energia para se manifestar, mesmo que,
por exemplo, em se tratando de um espírito altamente elevado que é capaz de criar o
próprio corpo material (sutilizado), ele conta com a energia sexual dele próprio
totalmente divinizada, já com os dois polos unificados.

A energia sexual também é responsável pela saúde física e pelo prazer, sim pelo prazer
em sentir essa energia fluir, de vivenciar o êxtase de estar vivo, de poder perceber todos
os dias a alegria de estar vivendo a experiência de poder se manifestar em um corpo na
Terra.

Você está aqui para viver a sua experiência na carne com prazer e não para viver
em conflito com a sua energia sexual, ou com a sua sexualidade, você está aqui
para viver em paz consigo mesmo, em plenitude, usufruindo de tudo que essa
oportunidade na matéria tem para lhe oferecer.

É importante ressaltar que todo o ato sexual, quando não banalizado, é sempre sublime
e altamente espiritual, afinal, seu corpo não é apenas um “pedaço de carne” que pode
ser distribuída livremente a qualquer “mendigo sexual” com o campo energético todo
esfarrapado, faminto de prazer pelo prazer para sugar da sua energia, o seu corpo é a
casa do seu espírito na terra que precisa ser zelado e o único responsável pela
qualidade da energia a fluir na sua casa, é você.

E, existem diversas formas de manifestar a paz e plenitude e que a sua energia sexual
pode lhe proporcionar, permitindo que essa energia se expanda para além do seu chacra
de base e além de você mesmo, transmitindo o prazer de viver para todos os aspectos da
sua vida, fluindo através do seu magnetismo para o mundo ao seu redor, seja por
práticas meditativas, ou mesmo pela masturbação. Pois a masturbação em sendo um
ato consciente e equilibrada não é “pecado”, não atrai obsessores como te falaram,
na verdade, em estando atento, ou seja, percebendo-se como está lidando,
percebendo se está dominando ou sendo se dominado pelos seus desejos, com este
ponte de equilíbrio a masturbação é também uma forma de conhecer a beleza da energia
sexual em si próprio, para no momento que lhe for possível, viver com o parceiro a
comunhão perfeita a causar aquela grande explosão mágica do amor, porém, em se
tornando uma viciação pode ser perigosa, como todo e qualquer outro vício, como o de
comer ou beber demais, mas não somente por se tratar de sexo si, entenda que todo e
qualquer vício rouba a sua liberdade e ser livre é realizar tudo o que pode ser realizado
com consciência e equilíbrio de forma a ajudar a manter a mente saudável.

Outras formas que levam ao mesmo fim, são através de criações artísticas, atividades de
expressão corporal, como dança, exercícios físicos, música, artes plásticas, inventos,
pesquisas, atuação nos avanços das tecnologias, em todos os processos de criações, ou
seja, através de tudo que ponha o seu poder de criar em evidência e do também através
ato sexual entre parceiros, independente de gênero, já que a energia yin sempre será
predominante em um e a energia yang, sempre será predominante em outro.

O seu livre arbítrio só é exercido verdadeiramente através do conhecimento que liberta.

Então, enquanto você não aceitar se libertar dos medos e dogmatismos que lhe foram
impostos para que você se distanciasse da verdadeira função do poder da sua
sexualidade, a qual carrega a energia da vida, não acontecerá o evento da sua ascensão
espiritual, pois o momento da ascensão do espírito, só se dá quando o espírito está
na carne, ou seja, em vida em um corpo físico e se você renega a energia que lhe
trouxe para a vida, você está renegando o espírito da sua própria elevação
espiritual, das riquezas da Terra, da saúde, do equilíbrio, da beleza, do
encantamento, da sedução, da alegria, da leveza e da unificação das forças da terra
com as forças dos céus, ou seja, se você renega a energia da sua sexualidade, você
estará renegando a própria vitória do seu espírito sob a matéria.

Tanto que, quando o verdadeiro espírito da sexualidade estiver ativado em toda a


humanidade, não haverá mais guerras, já que a necessidade de domínio, frieza,
crueldade são reflexos da energia da sexualidade transviada, no equilíbrio dessa
energia todos estarão felizes, em paz consigo mesmos, regozijando-se na vitória sob
si próprios e assim sem a necessidade doentia da disputa de poder sob o outro.

Com o realinhamento do espírito da sexualidade com o divino em toda a


humanidade, não haverá mais pobreza, pois o espírito da sexualidade é o espírito
das infinitas riquezas que pode prover tudo o que o ser humano na matéria
necessita com fluidez e abundância. Não haverá mais doenças, porque o espírito da
sexualidade é a saúde plena que tudo pode curar, não haverá nem mesmo a morte
do corpo físico, o desencarne será uma opção, pois o espírito da sexualidade que
pulsa em você, é o próprio ESPÍRITO da VIDA que sobrepuja quaisquer desafios
da matéria e que jamais permite a um corpo adoecer. E isso é o que nunca
quiseram que você soubesse.

Amados, eu Sou Nada, Maria Madalena, manifesto-me a partir do 6o Raio


Rubi/Dourado, a Chama da compaixão, auto-aceitação, da devoção e paixão pela vida.

Eu estou com vocês nesse caminho da retirada dos véus que cobriam as verdades sobre
as potencialidades do seu espírito para a ascensão do Planeta Terra.

Adonai

A BATALHA DOS SEXOS


Uma mensagem de Maria Madalena canalizada por Pamela Kribbe em
dezembro de 2011

Queridos amigos, queridos irmãos e irmãs,

É com imensa alegria que me encontro aqui neste espaço com vocês. Meu coração se abre
verdadeiramente, porque os amo muito. Agora estou livre dos fardos terrenos e posso
enxergar facilmente sua beleza e sua coragem, enquanto caminham em suas vidas na Terra.
Gostaria que pudessem ver isto por si mesmos. Muitas vezes vocês ficam tão presos no
autojulgamento e na autodepreciação, que têm dificuldade de receber tudo o que lhes é
oferecido. Vejo, com frequência, que a energia de cada um de vocês está amarrada num nó.
Seus olhos estão fechados e vocês estão aprisionados em seus próprios julgamentos
negativos.

É de se esperar que todos vocês tenham que lidar com a sensação de desmerecimento quando
nascem na Terra; isto faz parte da sua estadia neste planeta. De fato, no nível energético, a
Terra está coberta com um sentimento de autodepreciação e julgamento que é passado de
geração para geração. Algumas pessoas são abençoadas por experimentarem, na infância, a
sensação de inocência e espontaneidade, naturais da vida. Mas geralmente, quando uma
alma encarna na Terra como ser humano, sua consciência facilmente se obscurece pela
negatividade e medo que existem aqui.

Estou aqui agora para recordar-lhes a sua natureza verdadeira e ajudá-los a despertar para ela,
em suas vidas diárias, pois embora a energia da Terra possa ser muito densa e pesada, eu
conheço a força de suas almas. Vocês são verdadeiramente os guerreiros da Luz, mesmo que
às vezes pareçam se esquecer disto. Às vezes sinto uma espécie de tristeza por causa disso.
Ainda tenho sentimentos humanos, entendem? E estou conectada com vocês de coração.

Hoje eu gostaria de lhes contar uma história sobre o que aconteceu entre os sexos, entre os
homens e as mulheres, porque muito dessa energia escura, ou desse sentimento profundo de
desmerecimento, tem a ver com essa história. Essa história tem a ver com a área da
sexualidade.

Vocês sabem que a sexualidade deveria ser uma fonte de luz, de amor e um encontro genuíno
entre almas. Em um encontro sexual verdadeiro, os parceiros estão abertos de coração. É
uma experiência de bem-aventurança e êxtase encontrar uma pessoa nesse nível. Mas,
tragicamente, poucas pessoas na Terra conseguem experimentar a união sexual desta
maneira. Existe muita dor intensa nos corações dos homens e mulheres, na área da
sexualidade, porque é nesta área que vocês são mais vulneráveis como seres humanos.

Todos vocês estão cientes da História recente, quero dizer, da História dos últimos quatro ou
cinco mil anos. Nesse período de tempo, a energia feminina foi desvalorizada e humilhada por
uma energia masculina agressiva. No ser humano feminino, isto criou uma ferida, num nível
muito profundo. Mas isto também machucou os homens. Devido a essa energia masculina
agressiva que se fez presente durante toda essa era, os homens não puderam desenvolver seu
lado feminino, sensível. Conectar-se com outra pessoa pelo coração, demonstrar suas
emoções, passou a ser muito difícil para eles. Por outro lado, as mulheres perderem contato
com seu senso de autoestima e autonomia. Como resultado, homens e mulheres se afastaram,
tornaram-se estranhos uns aos outros. E a área da sexualidade, que é a mais sagrada entre
homem e mulher, tornou-se violentada. Em vez de prazerosa, tornou-se uma área de grande
dor.

Agora quero dar um passo além e contar-lhes uma parte da História, que é mais antiga do que
a que vocês conhecem. Houve uma época em que as mulheres tomaram o poder e exerceram-
no sobre os homens. As mulheres ainda podem sentir isso, no fundo de si mesmas. Mesmo
que tenham sido vítimas da agressão masculina em muitas vidas, elas também podem sentir
sua capacidade interior de manipular a energia do homem. Não estou dizendo isto para fazê-
las se sentirem culpadas nem envergonhadas, de maneira nenhuma. Quero apenas chegar à
essência da ferida do homem e da mulher.

Então agora peço a cada um de vocês que sinta se reconhece ou não, dentro de si, a ferida da
qual estou falando. Você consegue sentir amor verdadeiro no relacionamento com o sexo
oposto? Consegue ser uma mulher ou um homem sem se envergonhar, sem nenhuma reserva
em relação ao outro sexo?

Estou lhes dizendo que a sensação de desmerecimento que todos vocês estão enfrentando
está muito relacionada com a ferida sexual nos homens e mulheres. Agora é a hora de curar
essa ferida. Peço às mulheres, especialmente, que se elevem acima das questões de raiva e
desconfiança que experimentam em relação aos homens. Vocês, homens e mulheres, foram
tanto vítimas quanto agressores, ao longo da história dessa batalha.

Então agora, peço a cada um de vocês que imagine que está diante do seu
namorado/namorada. Se não tiver um, simplesmente imagine alguém aí.

Primeiro observe o fluxo de doação: o que você está doando para essa outra pessoa? O que
você é capaz de dar a ela? E dê uma boa olhada no seu próprio corpo enquanto lhe oferece
essa energia. Como você sente isso em seu coração? Como sente isso dentro do seu ventre? Se
perceber que o fluxo de doação se interrompe em alguma área, não julgue, não tente mudá-lo
agora, apenas observe-o.

Agora olhe para o fluxo de recebimento. O que você está recebendo do seu parceiro? O que
você é capaz de receber do seu parceiro? O que você consegue receber?

Provavelmente perceberá que existem áreas nos dois fluxos que parecem bloqueadas dentro
de você. Quero que saiba que esses bloqueios não são apenas seus bloqueios pessoais. Você
os herdou da História. Então não se julgue por isso. O que você é convidado a fazer, neste
momento, é curar essa dor e, assim fazendo, ajudará a curar a dor coletiva da humanidade
também. Você é muito mais forte do que pensa que é.

Convido-o a fazer um pequeno exercício de cura comigo. Agora, não estou lhe pedindo para
curar a dor ou os bloqueios que percebe em si mesmo. Mas estou lhe pedindo que olhe para a
dor ou os bloqueios do seu parceiro. Mantenha as coisas simples. Apenas pergunte ao seu
parceiro: “O que você gostaria de receber de mim hoje? O que seria melhor para você? O
que o ajudaria a se capacitar em sua vida?” E ofereça-lhe isto no nível energético.

Eu gostaria que você tivesse uma compreensão do seu parceiro, especialmente para entender
a dor específica do sexo oposto. A ferida ou a dor são diferentes nos homens e nas mulheres.
Os homens tornaram-se estranhos ao seu próprio lado sentimental, sua própria natureza
feminina. Eles anseiam por uma conexão verdadeira. E as mulheres precisam se conectar com
seu próprio poder e autoestima novamente. Os homens podem ajudar as mulheres a fazer
isto, mostrando-lhes a verdadeira beleza e força delas. As mulheres podem ajudar os
homens, perdoando-os e assumindo a responsabilidade por si mesmas. Pode haver uma
interação tão bonita entre homens e mulheres!

Embora o caminho espiritual consista basicamente em curar a si mesmo, está na hora de


darem-se as mãos para construírem pontes entre homens e mulheres. Ao terem verdadeira
compaixão e compreensão um pelo outro, vocês também curam verdadeiramente a si
próprios. Vocês se elevam acima da velha batalha e, permitem que a área da sexualidade
volte a ser uma área de alegria e companheirismo.

Quando lutar contra sua escuridão interior e uma sensação de desmerecimento, peço a cada
um que reflita sobre o quanto isto se deve às suas feridas como homem ou mulher. Ao estar
consciente deste aspecto, você se torna mais compreensivo consigo e permite mais luz em sua
vida. Na Nova Terra, que está nascendo nestes tempos, homens e mulheres se unirão
novamente em harmonia. Suas energias se complementarão naturalmente. É na área da
sexualidade que a sua alma, a sua energia espiritual, verdadeiramente desce à Terra, do
centro de energia mais elevado para o mais baixo.

Quando há união sexual de coração para coração, vocês voltam ao centro do Paraíso. Vocês
se sentem um só com o Espírito por uns instantes. Originalmente, a sexualidade é uma dádiva
muito preciosa! O fato de ela ter sido obscurecida por uma energia sombria e dolorosa é um
grande fardo para todos vocês; é a causa de muitas de suas emoções de solidão e desespero.
Mas existem vários sinais de esperança nesta época. Homens e mulheres estão realmente
procurando restabelecer a conexão verdadeira uns com os outros. Existe um peso sobre todos
vocês, mas também um grande potencial de cura.
Mais uma vez os convido a enxergar a si mesmos como eu os vejo do outro lado do véu. Peço-
lhes que se tornem um só comigo agora e olhem para si mesmos através dos meus olhos.
Podem se ver como as almas lindas e corajosas que vocês são? Não há nada de errado com
vocês. Nada! Vocês são seres perfeitos. Gostaria que pudessem aceitar isto de mim.

A PRECIOSIDADE DA ENERGIA FEMININA


Maria Madalena e as Vozes da Deusa através de Suzanne Gould
Sedona Journal of Emergence 2007

Boa tarde, filhos do meu coração. Todos vocês são estimados por mim, preciosos além das
palavras. Eu sou Maria Madalena. O que vocês desejam saber de mim? Vocês conhecem a
minha herança? Um segredo na escuridão, isto é o que eu tenho sido por eons – a madona
negra. Minha imagem foi dissimulada, difamada como parte da grandiosa ilusão. A Igreja
Romana me chamou de prostituta, meretriz, a pervertida penitente. Mas de algum modo o
meu legado foi mantido vivo... escondido. Agora eu retornei à luz. Meu nome não é novo. Mas
agora estou dando informações! Eu sou representada em livros, filmes, programas de televisão
– como os tempos mudaram! Meu verdadeiro poder tem sido revelado, assim falando. Eu
estou exposta.

Eu estou aqui para lhes dizer como a energia feminina é preciosa e quanto a voz feminina
precisa ser ouvida neste momento. Mulheres – como portadoras das sementes de sua
linhagem, vocês são da máxima importância. E vocês sabiam que o seu sangue e os fluídos do
seu corpo são especialmente codificados? E as vozes da Deusa – virgem, mãe, idosa – estão se
lamentando, se lamentando, se lamentando, sentindo a destruição da Terra. Vocês podem ter
notado a quantidade extraordinária de chuva ultimamente e que os oceanos têm se
desequilibrado. Os fluidos da Terra estão perturbados.

O Poder das Mulheres

Observem o que aconteceu às mulheres neste momento na história humana. As mulheres


assumiram por algum tempo o papel tanto do masculino quanto do feminino. A energia
feminina quer resplandecer no mundo, mas há ainda há estimulação a ser feita! As energias
masculinas precisam fazer parte do equilíbrio. As mulheres usam muitos chapéus;
freqüentemente elas são mulheres de carreira, esposas, mães, cozinheiras e donas de casa,
todas em uma. Isto pode se tornar opressivo. Muitos – os médicos com os seus hormônios
sintéticos, os políticos com as suas agendas exaustivas e inoportunas – não estão
compreendendo as necessidades das mulheres.

As mulheres são intrinsecamente fortes, elas vêem o que precisa ser atendido e elas o fazem.
Algumas argumentariam que elas são muito mais firmes na longa jornada do que os homens
da espécie, capazes de executar várias atividades ao mesmo tempo, muito mais adaptáveis,
intrinsecamente envolvidas pela cooperação ao invés da competição. E estes traços não são
extremamente necessários no século vinte e um?

A questão para a mulher moderna é: “Eu posso ser única e eu mesma enquanto ainda trago a
essência do que é feminino?” Por que vocês acham que tantos estão interessados em minha
verdadeira natureza neste momento? Talvez a minha súbita revelação seja apenas um reflexo
do que as mulheres estão finalmente se questionando: “Qual é a minha verdadeira imagem?
Como eu quero ser vista no mundo? Os outros me vêem por quem eu verdadeiramente sou,
ou eles vêem somente o que eles querem que eu seja – dócil, subserviente? Eu sou atraída
pelo que os outros esperam de mim? Eu permito que os outros me vejam bem menos do que
eu sou destinada a ser?”

Eu, Maria Madalena, levo a intenção de iluminar o divino, o poder sagrado do feminino. Eu
encarnei nesta existência em particular, com o compromisso, a paixão e a excitação pela
minha jornada, pela minha participação no drama divino. Nesta existência, eu fui sábia,
sacerdotisa, amante, mãe, mística. Eu era algo como uma agitadora, e os homens deste tempo
não sabiam o que fazer comigo. E, entretanto, eu não estava preocupada com o que os outros
pensavam de mim, contanto que eu realizasse a minha missão. As pessoas sempre tiveram
uma forte opinião sobre mim, de um modo ou de outro. Parece que eu trago opiniões
extremas com a minha energia. Bem, eu sempre fui uma apaixonada.

A minha energia é magenta (cor carmesim brilhante), intensa, plena e vigorosa. Chamem-me e
deixem que este campo de energia os envolva e os circunde. Eu quero revigorar a sua vida e
trazer paixão a ela. Eu quero agitar o seu coração ao seu mais intenso chamado. O que faz
você ser unicamente você?

Lembrem-se de Quem Vocês São

Eu quero ouvir o seu chamado. Muitos estão despertando agora, olhando para as suas vidas de
um modo estimulante e dizendo: “Basta!” Subitamente elas estão observando o que está
diante dos seus narizes e dizendo: “Não mais!” As pessoas estão desistindo dos empregos,
abandonando os casamentos, mudando-se para longe, elas sentem o chamado. É um chamado
intensamente pessoal, e ressonante e este é muito familiar. É o verdadeiro chamado de nossa
própria alma. Vocês não podem negá-lo, pois ele é parte de vocês. Entretanto quanto tempo
vocês têm se negado? Não eliminem a parte vital de sua própria paixão. Ao contrário, tenham
a coragem de viver a sua própria verdade e de se expressarem em sua própria voz.

Se vocês segurassem a mão de todos e de cada ser no mundo, o que sentiriam? A vibração, o
sangue da vida, o fio comum que bate e percorre todas as suas veias. E é isto o que os une em
vitalidade. O seu sangue é mais precioso do que vocês pensam. Ele está codificado com a
memória, não apenas da linhagem da sua família, mas de sua linhagem estelar. Quem são
vocês? De onde pensam que surgem? Por que a sua fascinação com as estrelas e o seu impulso
em alcançá-las? Lembrem-se, lembrem-se, lembrem-se quem são vocês? Uma vez que eu fui
escondida nas névoas da história – e percebam que alguns a chamam de sua história e não da
história dela – que é sempre escrita pelos vencedores. Agora, na verdade, eu sou re-lembrada.
Re-membrada. Meus pedaços se uniram novamente, e eu me tornei íntegra. É o momento
para o início do grande equilíbrio, da grande equalização. Foi o tempo do patriarcado por
tempo suficiente. O feminino não surge. Ela se expande. Ela flui e reflui; ela espera e ela
recebe. Imaginem que vocês sejam uma caverna que se abre para receber o mar. Secreto e
profundo, quando o mar recua, vocês podem entrar e quando o mar se eleva novamente,
vocês estão cheios de água e escondidos. O feminino divino, o grande mistério: profundo
como a caverna, mas mais, mais e mais repleta de significado. As Vozes da Deusa se lamentam
e aguardam. Elas querem ser ouvidas.

As Vozes da Deusa se Expressam

Eu sou o ventre da Terra. Eu sou os sulcos dos campos. Eu sou a cúspide da lua. Eu sou as
gotinhas da chuva. Eu sou as ondas do oceano. Eu venho com os feixes do trigo para alimentá-
los, com cestas de frutas para abençoar a sua mesa e com água transparente e fresca para
saciar a sua sede. Eu sou a essência generosa da vida. Eu sou a condutora das crianças, não
para matarem e serem assassinadas, mas para apoiarem a vida, plantarem sementes,
produzirem colheitas, nutrirem a vida. Ah, amor, amor, amor do meu coração, sejam
verdadeiras comigo. Sejam verdadeiras com a Terra. Não sejam mais uma seguidora dos
caminhos insensatos. Corram ao vento comigo em seu cavalo selvagem. Deixem o seu cabelo
fluir livremente. Encontrem o seu centro. Sintam a força que pulsa deste ponto. O centro é o
ponto focal do padrão, como a tecelagem de uma rede de aranhas ou o lançamento do seixo
que agita o lago. Comecem no centro e realizem o seu caminho para fora. Mas se vocês se
distanciarem muito do centro, ficarão perdidas e preocupadas em não poderem encontrar o
seu retorno. Eu estou aqui para ser sentida por todos vocês. Eu sou uma força silenciosa. Eu
estou implícita no silêncio, nas sombras. Vocês podem ter dificuldade em ouvir a minha voz,
desde que o bramido do homem tem me subjugado muito. Mas eu ainda estou aqui. Voltem
ao lugar mais simples, ao silêncio, à paz. É lá que vocês ouvirão a minha voz, sentirão o meu
batimento cardíaco. Comecem pelo início.

Vocês estão complicando demais o seu mundo. A tecnologia desenvolve a tecnologia, e,


entretanto, as coisas estão se afastando mais e mais da essência da vida. Vocês estão mais
felizes? Estão mais satisfeitas? Vocês têm água pura para beber? Seus filhos estão mais
saudáveis? Vocês têm ar mais puro para respirar? A sua vida está mais satisfatória? Vocês
dormem mais sadiamente à noite? Seus animais sabem que a vibração da Terra está
mudando. Todas as espécies estão mudando os seus padrões, mudando-se para lugares
diferentes, desaparecendo completamente. O que levará a despertá-los? Eu estou ainda aqui.
Esperando ainda. Esperando ainda. O Céu e a Terra devem se alinhar de um modo equilibrado
– masculino e feminino, acima e abaixo. A minha mensagem é para a união e a harmonia. Não
é muito tarde.

Maria Madalena Fala

Não foi sempre assim no planeta. Aquele conhecido como Jesus, o Cristo e eu reunimos o
perfeito equilíbrio da energia masculina e feminina, tanto dentro de nós mesmos, como
indivíduos e como complementos divinos. Este desequilíbrio das energias no momento
presente não é a ordem natural, e nós confiamos que não será o modo do futuro. Eu lhes
ofereço hoje a esperança que vocês podem ficar na verdade de quem vocês são e lutarem pelo
equilíbrio. E como a minha identidade esteve por tanto tempo escondida, eu lhes darei uma
palavra hoje sobre o véu que é colocado sobre o seu mundo. Há uma grande ilusão que lhes
está sendo oferecida por aqueles que mantêm o poder em seu mundo.

A Grande Ilusão

É parte da grande ilusão que as mulheres têm menos valor do que os homens, mais fracas,
mais frágeis, incapazes de estarem em posições de poder no mundo. Não é assim! Uma vez,
grandes culturas da deusa matrilinear governaram a Terra. É parte da grande ilusão que a
natureza é simplista e inútil e que vocês devem voltar às substâncias artificiais para a
alimentação e a medicina. Não é assim! Pois a natureza mantém a chave para a saúde e a
riqueza e ela está sendo destruída pela ganância da humanidade. É parte da grande ilusão que
a sexualidade é um pecado e é insegura. Não é assim! Pois é a paixão que desperta o coração
e a alma e é verdadeiramente uma dança sagrada. É parte da grande ilusão que vocês devem
ser parte do tempo linear/relógio, seguirem uma escala artificial que a sociedade dita. Não é
assim! Pois é mais natural seguir os próprios ritmos do seu corpo, moverem-se com o nascer
e o pôr-do-sol e com a mudança das estações. É parte da grande ilusão que vocês vivem
somente uma vez. Não é assim! Pois vocês fazem parte de um grande ciclo de reencarnações
e, além disto, parte de uma grande dança cósmica que continua sempre, infinitamente. É
parte da grande ilusão que vocês devem ter um mediador sacerdotal em seu caminho para
Deus/Deusa. Não é assim! Pois todos vocês ouvirão, sentirão e viverão nesta energia divina a
cada momento de cada dia, se tiverem a coragem de serem ela.

Vocês querem perpetuar a grande ilusão? Ou querem viver no centro de sua própria verdade?
Masculino e feminino, cada um deve escolher. É o momento para que os homens de nosso
planeta incorporem o seu lado feminino, como as mulheres já incorporaram o masculino. Isto
criará um equilíbrio sagrado. O feminino divino deve ser honrado. Os aspectos da Deusa não
exigem adoração; eles pedem somente que as suas vozes sejam ouvidas. Mulheres, assumindo
o seu próprio poder, devem fazer com que as suas energias e a sua presença sejam conhecidos
no mundo. Elas devem ensinar os modos do feminino divino aos homens do planeta, não
compartilhá-los apenas entre outras mulheres. Elas devem fazer a sua marca sem vestir o
manto do poder masculino, formando um caminho que inclua a cooperação e o cuidado entre
todos os sexos, raças e espécies. Eu sou, em amor e serviço a vocês,

Maria Madalena.
Maria Madalena - Canalização

"Eu sou Maria Madalena. Talvez me conheçam, mas poucos de vocês sabem quem sou
na realidade, ou quem fui. Pois sim, fui a companheira do que se chamou Yeshua Ben
Josef. E sim, há muitas histórias a respeito de nós e de nossas vidas. Ambos fomos
Avatares da Nova Era da Consciência "Crística", mas os que escreveram essas histórias
estiveram influenciados por suas crenças de que a única experiência importante era a
masculina, e por isso a vida do Avatar Feminino, Maria Madalena, foi negligenciada e
esquecida.
Mas foi necessário que, para equilibrar a futura Idade Dourada, nascesse um Avatar de
cada sexo, e que eles se unissem como companheiros, criando os perfeitos Modelos das
Funções para a Futura Era de Luz! E assim foi!
Nasci em uma família normal de Israel, mas eu nunca fui "normal". Levava em meu
interior a Chama Sagrada do Feminino Divino do momento em que fui concebida como
humana. Nasci como uma perfeita Menina "Crística". Fui a "filha" encarnada da Mãe
Divina. Igual a Yeshua, fui treinada pelas mulheres nos ensinos secretos dos Essênios.
Como ele, eu era um grande prodígio pelo meu saber e conhecimento das antigas artes
da sabedoria das mulheres que estava bem alem dos meus anos.Sim, queridos, fui
treinada para que fosse a Guardiã da Chama Sagrada da Sabedoria das Mulheres, o
poder do Feminino Divino.

E esse segue sendo ainda meu papel e meu trabalho neste momento. Venho à vocês
porque a Terra Ascendida esta uma vez mais preparada para dar as boas-vindas ao
Avatar Feminino: as filhas da Mãe Divina. Há muitas entre vocês que estão preparadas
para receber o treinamento do Espírito, porque já alcançaram o nível de consciência que
lhes permitirá ser o que eu fui: a portadora da Chama da Mãe Divina.
E que poderosa é esta chama: - é puro Amor Incondicional, e se expressa em todos
os níveis, incluindo o físico e o sexual.
Sim, queridas irmãs, agora que o raio Laranja-Rosa do Amor Divino banhou o seu ser,
limpando e liberando milhares de anos de abuso e de repressão mental, emocional e
sexual, vocês já estão esclarecidas e são livres para expressar a Chama Divina através
de seus corpos.
Os ensinamentos do Feminino Divino são o Êxtase e a Unidade - o direito de
nascimento de toda mulher. E o direito às habilidades e a sabedoria que permitirão
que toda mulher expresse seu Êxtase e sua Alegria através de uma relação que será
uma União Sagrada, uma expressão de sabedoria espiritual e de amor
incondicional. Esta união apaixonada do sexual e do espiritual é o que conduziu a
remoção da história de Maria Madalena e sua União Sagrada com o Yeshua Ben Josef
das histórias que comemoram a vida de Yeshua.
Sim, chamaram-me "prostituta" e "impura", pelo meu conhecimento dos dons do
êxtase sexual. Que triste foi que o caminho do Feminino Divino não fosse honrado ao
mesmo tempo que o caminho do Masculino Divino representado por Yeshua. De fato,
essa omissão conduziu à distorção da verdade a respeito de nossas vidas. Porque o
verdadeiro caminho do Avatar não foi o sofrimento e o martírio. Essa foi uma
interpretação posterior feita por quem tinha outros planos. O verdadeiro caminho
do Avatar foi criar uma direção para o Êxtase e a Unidade através do Amor
Incondicional. E foi alcançado por nós! Foi esta realização que agora nos permite que
levemos à vocês os ensinos da União Sagrada e os caminhos do Feminino Divino e do
Masculino Divino.
Esta foi a maior realização de nossas vidas, e essa Alegria e esse Amor é o que
queríamos transmitir como nosso legado, não o sofrimento nem o derramamento de
sangue das incontáveis guerras e cruzadas disputadas em um entendimento errôneo da
natureza da energia Divina Masculina e do caminho de Yeshua!
Queridas irmãs, à medida que a consciência abandonou seu planeta, foram levadas
a acreditar que era bom que se desconectassem de seus corpos e que reprimissem
sua sexualidade e seus desejos. Foram ensinadas a desconectar o espiritual do
sexual, e assim perderam a Alegria e o Êxtase da união.
Ensinaram-lhes que essa repressão era um "serviço" e que era aprovada por Deus. E
assim, sofreram e ficaram iradas e sem poder, e assim ainda estão muitas de
vocês.Queridas irmãs, é hora de elevar sua consciência novamente e ver que seu corpo é
o Templo de sua Alma e de seu Espírito. É um corpo de Fêmea, um corpo de mulher, e
é o Templo do Feminino Divino.
Esta é uma energia poderosa e sagrada, uma chama da energia Solar Feminina que lhes
permite experimentar a energia da Fonte como uma Grande Mãe. Mas também lhes
permite experienciar o êxtase de uma relação entre Chamas Gêmeas na qual se reunem
o Divino Feminino e o Divino Masculino à serviço da Fonte e de seu Amor por Tudo O
Que É!
Há muito a ser compartilhado sobre o conhecimento do caminho do Feminino Divino, e
com entusiasmo esperamos compartilhar este Amor com vocês nos próximos tempos.
Mas permitam-me terminar onde comecei. Quando aprenderem quem sou, descobrirão
que sou uma parte de vocês: a Mulher Crística ou "Cristal" da Nova Terra.

Autora e canalizadora: Celia Fenn - todos os direitos reservado


Maria Madalena - Uma Grande Mulher,
nem Santa, nem Pecadora
in

 Mirella Faur

Não seja ignorante a meu respeito,


Pois eu sou a primeira e a última.
Eu sou a estimada e a rejeitada.
Eu sou a prostituta e a sagrada.
Eu sou a esposa e a virgem.
Eu sou a mãe e a filha.
Eu sou aquela cujo casamento é grandioso,
e eu não tomei um marido.
Eu sou a parteira e aquela que não dá à luz,
Eu sou o consolo das minhas dores do parto”...

Um trecho do Poema Gnóstico da biblioteca de Nag Hammadi “O trovão, a mente


perfeita”.

(um extenso e enigmático monólogo no qual o Salvador discorre sobre uma série de
afirmações paradoxais sobre a natureza feminina da divindade).

Não há personagem histórico que tenha sofrido tanto o peso das projeções moralistas da
sociedade patriarcal do que Maria Madalena. Vista como pecadora e prostituta, ela
passou a representar a sombra do feminino, seu lado negativo, em oposição à luz
da Virgem Maria, pura e sem pecado original. Esta sombra afetou profundamente
o psiquismo da mulher, provocou uma cisão em sua personalidade e causou toda
sorte de repressão, perseguição e culpa feminina em relação à sexualidade. Ao
longo de milênios, preconceitos disfarçados em religião foram transformados em
acusações, maledicência, perseguição e violência, deturpando as verdades
originais.
Em 591 o papa Gregório I iniciou uma série de sermões sobre Maria Madalena em que
a considerou a “pecadora arrependida” salva pelo encontro com Jesus, ignorando
totalmente o seu papel de líder religiosa e detentora de ampla sabedoria. Os primeiros
padres da Igreja excluíram das escrituras sagradas o registro da vida de uma mulher
que manifestava uma sensualidade sem pudores e, ao mesmo tempo, uma intensa
espiritualidade. Segundo os Evangelhos, sua devoção incondicional a Jesus
despertou ciúmes e inveja entre os discípulos. Madalena era uma mulher
apaixonada, que se entregava inteira em tudo que fazia, tanto que se tornou a
discípula dileta, a companheira, filha e mãe de Jesus. Madalena vivenciava a
dimensão espiritual, corpo e alma integrados, como sabemos hoje dos depoimentos
de místicos sobre o êxtase espiritual. A sua capacidade de mergulhar naquele
estado que hoje conhecemos como “expansão da consciência”, permitiu que ela
visse Jesus ressuscitado. Os padres cristãos negavam a habilidade feminina em
conciliar os opostos, viver a dimensão material junto com a espiritual, integrar
corpo, mente e coração.

Há alguns anos vêm sendo feitos estudos e pesquisas para resgatar a verdadeira história
de Madalena, e nesse trabalho também está sendo resgatado o inconsciente do
cristianismo, fragmentos de uma memória recalcada pelos primeiros patriarcas da
Igreja. Na verdade, desde que apareceu a noção de pecado, o que se tenta exorcizar
é o sexo, em oposição ao espírito. Os inúmeros ensinamentos cristãos sobre amor
incondicional e perdão não conseguiram aplacar o preconceito, o horror feminae dos
homens, o medo irracional do poder feminino e a rejeição contra tudo que lembrava as
antigas tradições pagãs da humanidade que reconheciam e reverenciavam a sacralidade
feminina.

Quando os quatro evangelhos foram selecionados (entre centenas de outros escritos),


por volta do ano 200 d.C. surgiu a distinção entre os evangelhos oficiais canônicos e os
“apócrifos”, aqueles que não foram considerados por não concordarem com os cânones
do cristianismo incipiente. Prevaleceram nessa seleção os preconceitos patriarcais,
porque nos documentos escolhidos não se descrevem as ações e contribuições de
mulheres que viviam nas primeiras comunidades cristãs e que, junto com seus
companheiros, foram igualmente perseguidas e torturadas pelos romanos. Os
Evangelhos Gnósticos, rapidamente excluídos como heréticos pelos padres da Igreja,
favoreciam o dogma que maximizasse o status da Virgem Maria (apesar dela ser
raramente mencionada nos quatro Evangelhos) e minimizasse o papel de Madalena,
principal testemunha da Ressurreição, e também o papel da mulher em geral na
Igreja.

Só recentemente apareceu uma comprovação dos julgamentos errados registrados nas


Escrituras sobre Madalena. Desde o ano de 1896 encontra-se, no Museu Nacional de
Berlim, um texto escrito na língua copta em 150 d.C. e que foi encontrado no século IV
num antiquário da cidade de Achmin, no Egito. Outros fragmentos em grego foram
achados no século XX somando ao todo oito rolos de papiros. Neles são narrados
episódios da vida de Jesus, contados por uma mulher de nome Maria de Magdala,
e foi traduzido como “O Evangelho de Maria Madalena”, fazendo parte dos textos
fundadores do cristianismo. O teólogo e escritor Jean-Yves Leloup vê o surgimento
desse texto, considerado “apócrifo” pela Igreja, como “a emergência da parte recalcada
do cristianismo, aquela que foi negada, escondida, ocultada ao longo dos tempos. E
que, ao ser resgatado, mostrou-se como um caminho mais humanizado e, sobretudo,
feminino, de reconexão com o divino” (O Evangelho de Maria).

Ao tornar Madalena, uma mulher tão íntima de Jesus, na “prostituta penitente” os


padres acabaram por estigmatizá-la, chamando-a, por associação, de Segunda Eva, “o
portal do Demônio” (Tertuliano). Hoje podemos ver como, ao excluir as mulheres,
antigos fanáticos como Orígenes, Agostinho, João Crisóstomo e Jerônimo, em seu
pavor da sexualidade, criaram uma cisão psíquica infeliz na alma ocidental. Maria
Madalena não é apenas um personagem do passado, meio mítica, meio histórica. Sua
figura está presente mais que nunca, nesse novo milênio, quando mulheres em todo
o mundo buscam uma representação do divino feminino para orientar sua
sexualidade. Das brumas do tempo ela ressurge, envolta em seu manto vermelho,
segurando o cálice sagrado e ativando o arquétipo reprimido da nossa plena expressão
como mulheres.

Segundo os Evangelhos, Jesus teria livrado a mulher “pecadora” dos sete demônios e, a
partir daí, ela se tornou sua fiel seguidora. Relatos históricos contam também que ele
teria desafiado os homens que queriam apedrejar a mulher adúltera, dizendo: ...que atire
a primeira pedra quem nunca pecou....Os sete demônios podem simbolizar os sete
chakras, ou centros de energia vital, cada um com seus desejos e apegos respectivos,
que muitas vezes podem dominar e escravizar o ser humano. Só quando a consciência
os domina eles são transcendidos e se tornam nossos servos fieis como um caminho da
energia vital, desde o nível sexual até sua manifestação nos planos mais sutis. Quando
Jesus exorciza os “sete demônios” da Madalena dos Evangelhos, algumas pessoas veem
nisso uma referência secreta ao ritual esotérico de purificação dos sete chakras do corpo
energético. Pode também ser uma referência aos ”Sete Portais” do mito sumério da
“descida de Innana” ao mundo subterrâneo.

A figura de Maria Madalena foi submetida na tradição cristã a uma retaliação


simbólica, sem respeitar o seu verdadeiro ser, de tal maneira, que em lugar da sua
identidade ela passou a simbolizar o pecado sexual, que não se devia cometer. Ao
quebrar o paradigma da estrutura patriarcal, Maria Madalena e Jesus iriam abrir
caminho para outras mulheres. Porém, com o roubo de sua identidade e a difamação
milenar, as mulheres foram dominadas ao longo das gerações. O medo e a ignorância
promoveram no interior de homens e mulheres, a separação: do masculino e
feminino, bem e mal, virtude e pecado, luz e sombra, sexo e espírito – e assim
fragmentada, nossa humanidade adoeceu. Para restaurar a saúde humana,
individual e coletiva precisamos reconciliar os apelos da nossa sexualidade, com o
anseio insaciável de nossa alma.

As primeiras e mais antigas fontes que citam o nome de Maria Madalena na tradição
religiosa do cristianismo são os Evangelhos Canônicos, escritos pelos quatro
evangelistas, Mateus, Marcos, Lucas e João, no século I de nossa era. Esses primeiros
evangelhos foram selecionados entre muitos outros pelo bispo de Lyon, Irineu, sendo os
restantes julgados “apócrifos ou gnósticos”, de pouco valor. A primeira referência a
uma mulher chamada Madalena encontramos em Marcos: “E ali também estavam
algumas mulheres, entre as quais Maria Madalena, Maria mãe de Tiago e Salomé”
(Marcos 15:40). Mais adiante, ele afirma que a unção do corpo morto de Jesus foi
realizado por essas mesmas mulheres. Também Felipe menciona em seu Evangelho
Gnóstico escrito no final do século II, que “Havia três mulheres que andavam com o
Senhor: Maria, sua mãe, a irmã de sua mãe e Miriam Madalena, conhecida como a sua
companheira. Para ele, Miriam era uma irmã, uma mãe e uma esposa”.

Nos primeiros anos do cristianismo Maria Madalena teve um realce significativo entre
os homens e mulheres que seguiam Jesus, sua liderança sendo reconhecida como
mostram os relatos dos Evangelhos da paixão e ressurreição de Cristo. As informações
disponíveis são poucas e se referem ao evento da crucificação e à mensagem de Jesus.
Entretanto, a partir dos dados descritos nos Evangelhos Sinóticos e nos Apócrifos
Gnósticos foi possível sintetizar-se sua biografia. Os textos gnósticos recentemente
descobertos (“A Biblioteca de Nag Hammadi”), que antecedem os manuscritos bíblicos
com 200 anos, deixam mais claro do que nunca que Maria Madalena teve um papel
proeminente no círculo dos primeiros apóstolos, como a principal confidente de
Jesus, chamada de seu koinomos, palavra grega que tecnicamente significa
“consorte” ou “companheira”, sugerindo uma relação sexual. E, da mesma forma
que no rejeitado texto gnóstico Pistis Sophia, ela se destaca como a principal intérprete
da revelação de Jesus do cosmos da luz como “aquela que entendeu o Todo”. Aqui,
como em outros casos na figura de Santa Sofia – o feminino transcendente de muitos
sistemas gnósticos – ela representa o papel da Sabedoria Sagrada no Velho Testamento.

Hoje se sabe que “Miriam de Magdala”, que significa em aramaico a torre do rebanho,
é um título dado a Maria, chamada de Madalena. De família rica, ela e outras
mulheres mantinham o trabalho itinerante de Jesus. Mas só em 1969 a Igreja
Católica Romana corrigiu o seu erro milenar, reconhecendo que nunca houve qualquer
evidência de que ela tenha sido prostituta. Em todas as representações de Maria
Madalena feitas por pintores, ela é sempre mostrada portando nas mãos uma jarra de
alabastro com unguento. Esse vaso é uma referência à unção de Jesus Cristo com a
essência perfumada de nardo, que ela trazia consigo. Primeiramente, ela unge os pés do
Mestre durante uma ceia após Jesus ter ressuscitado o irmão dela, Lázaro; e, finalmente,
após sua crucificação no Gólgota. Essas passagens do Evangelho lembram um refrão
dos Cânticos de Salomão: “Que belos são os teus amores, irmã minha! Ó minha
esposa! Quanto melhor... é o aroma dos teus bálsamos do que o de todas as
especiarias!”.

Estudos metafísicos atuais revelam que, possivelmente, esta unção não fosse apenas
uma devoção espontânea de uma mulher, mas um ato carregado de significado
simbólico, como na cerimônia nupcial do hierogamos, o ritual do casamento sagrado
que unia uma sacerdotisa da Deusa ao rei. Durante milênios, essas celebrações
ritualísticas ocorreram por toda a região e faziam parte das tradições religiosas do
Oriente Médio. O significado da unção com o óleo perfumado de nardo (usado
também em cerimônias tântricas da Índia), feita amorosamente por Maria Madalena em
Jesus durante a ceia na casa de Simão, sugere que tenha sido uma reminiscência dos
antigos rituais do casamento sagrado, repetindo os elementos litúrgicos dos
Cânticos de Salomão. Esta interpretação de uma união conjugal entre Jesus e Maria
Madalena, reconhecida por Hipólito e Orígenes e renegada pela Igreja de Pedro, parece
bastante lógica e coerente com a inclusão do feminino na vida social e religiosa,
conforme Jesus pregava, além de reinstalar o antigo modelo de parceria no âmago da
história cristã. No contexto da cultura grega – língua na qual os evangelhos foram
escritos – a celebração do casamento sagrado era um ritual de consagração em
homenagem à força da vida, à abundância generosa da terra e aos ciclos de vida,
morte e renascimento, compartilhados pela família humana. Na história de Cristo
é visível a repetição do ciclo de vida, morte e renascimento que era celebrado nas
cerimônias das tradições antigas.

Outro símbolo presente nas telas de pintores que retrataram Maria Madalena é uma
torre, que é o significado de Magdal-eder, “a torre do rebanho”; numa passagem
profética de Miquéias, ele fala do sofrimento da noiva destituída, profanada e depois,
exilada, fazendo uma associação de Madalena com a Filha de Sião. Com base no
significado da palavra aramaica magdala, estudiosos atribuíram a Maria o epíteto
de Madalena, significando a “Grande, a Magnífica, a Torre, ou a Fortaleza do
rebanho”. Essa e muitas outras evidências foram retiradas da versão ortodoxa da
história do cristianismo, mas a sagrada união foi a pedra fundamental que os
construtores rejeitaram. O mundo dominado por Roma no século I e a continuação dos
conceitos patriarcais pelos apóstolos cristãos não estavam prontos para adotar o
evangelho da igualdade entre os sexos e da inclusão da mulher na igreja, como
ainda não está.

O Evangelho de Maria é um texto do início do século II, encontrado em Nag Hammadi


e datado por volta do ano 150 d.C.; nele encontram-se referências sobre Maria
Madalena como a apóstola que melhor assimilou os ensinamentos de Jesus e que
dialogava teologicamente com os apóstolos. Ele ilustra o seu papel de “apóstola dos
apóstolos”, sendo retratada como profetisa, mestra e apoio para os outros
discípulos. Esse evangelho foi escrito possivelmente pela comunidade que se formou
em torno de Maria Madalena, e ela, por ter recebido um ensinamento especial e uma
consideração maior de Jesus, atuava como líder entre os discípulos após a sua
ressurreição. Enquanto os outros discípulos choravam e temiam por suas vidas
caso saíssem para evangelizar, ela os confortava e animava para que abrissem seus
corações para compreender e assimilar as palavras de Jesus. Madalena manteve o
seu equilíbrio e a fé fortalecida pela visão que teve, por isso Jesus a louvou por não
ter medo ao vê-lo. Maria Madalena foi capaz de ensinar aos outros e cuidar deles por
ter alcançado a maturidade espiritual e a intuição profética, contrapondo sua força aos
medos, ignorância e críticas. Os discípulos sentiam ciúmes, tratando-a com
desprezo e inveja e questionando suas palavras; eles não aceitavam o fato de Jesus
amá-la mais que a eles, pois “a beijava na boca, descansava sua cabeça no seu peito
e a elogiava pela sua sabedoria”, preferência que a habilitou a agir como uma líder
depois da crucificação. O Evangelho de Maria Madalena fala da revelação especial que
Jesus fez a ela na visão após a sua ressurreição, com um simbolismo avançado de
experiência visionária e descrevendo o itinerário da alma após a morte, que, ao se
libertar das amarras da matéria, alcançava a comunhão com a espiritualidade pura.

Maria Madalena veio de Magdala, cidade que tinha uma localização estratégica, junto
ao mar da Galileia, numa região próspera, que muito sofreu com a ocupação romana e
com as revoltas que esta causava. Era um centro de comércio que fazia parte de uma
rota internacional, onde pessoas de todas as religiões e costumes se encontravam no
mercado, onde se comercializava peixe salgado, tecidos tingidos e produtos
agrícolas. Magdala não é mencionada no Novo Testamento apesar de ter sido o lugar
para onde Jesus e seus discípulos se dirigiram depois de alimentarem quatro mil pessoas
com sete pães e alguns peixes. Normalmente as mulheres nos evangelhos são lembradas
como mãe, mulher e filha de alguém, um costume da sociedade patriarcal. Entretanto,
Madalena não pertencia a nenhum homem, não se sabe se ela era uma mulher jovem ou
solteira, viúva ou se preferiu ficar solteira como algumas mulheres influenciadas pelo
helenismo, que optavam pela liberdade. Tudo indica que possuía alguma riqueza e após
tornar-se a discípula de Jesus o acompanhava junto com os outros discípulos. No
entanto, a sua história verdadeira teria sido mais rebuscada: acredita-se que ela
era uma princesa da Casa de Bethânia, sacerdotisa do templo de Ísis e que ao
casar-se com um descendente da linha de Davi- como Jesus - cumpria uma antiga
profecia. Como sacerdotisa da Deusa ela fundiu seus conhecimentos místicos com
os de Jesus.

O Evangelho de Lucas é o único que relata a presença de Maria Madalena desde o


início do ministério de Jesus na Galileia. Ela não acompanhava Jesus
ocasionalmente, mas fazia parte do seu dia-a-dia e do grupo itinerante e estava no
mesmo nível que os doze apóstolos. Ainda que as informações sobre ela sejam
escassas, comparadas a outros personagens bíblicos, seu nome aparece mais vezes que
qualquer outra mulher no Novo Testamento e, na maioria delas em primeiro lugar.
Somente nos século II e III que a igreja começou a excluir as mulheres do oficio de
ensinar e pregar. É importante lembrar que os evangelhos foram escritos por homens
inseridos numa estrutura eclesial onde o poder pertencia a eles; os escritos registraram
fatos guardados pela sua memória e têm uma diferença temporal de no mínimo trinta
anos, a maior parte deles sendo escritos no final do primeiro século. Pesquisas recentes
confirmam que é pouco provável que algum dos autores do Novo Testamento tenham
conhecido - de fato -Jesus; os relatos bíblicos de Maria, a mãe e de Madalena datam de
50 anos após a morte de Jesus. Além disso, é evidente que a Bíblia atual – que foi
compilada no século IV - passou por inúmeras correções, adições e traduções ao longo
dos séculos, resultando cópias de cópias.

O relato da ressurreição no Evangelho de Marcos é o que dá mais importância a


Madalena. Ela assistiu a crucificação, preparou os aromas e o bálsamo para ungir o
corpo do mestre e testemunhou a ressurreição, foi a portadora da notícia de que Jesus
havia ressuscitado e a primeira com a missão de proclamar a mensagem de Cristo. Ela
tinha ido ao sepulcro de madrugada e quando encontrou a pedra da entrada
revirada viu dois anjos e depois o próprio Jesus, que conversou com ela e lhe pediu
para avisar aos outros discípulos. Desta forma, ela se tornou a figura principal do
relato, pois estava sozinha, chorando ao pé do túmulo; não foi Pedro, nem Paulo
que tiveram esta graça. Quando ela levou a notícia aos apóstolos de que Jesus estava
vivo após sua morte na cruz, eles duvidaram... será que podemos confiar numa
mulher? André a questionou e insinuou que seus ensinamentos eram estranhos, mas
Pedro foi além, e perguntou se o Salvador preferira as mulheres aos seus discípulos.
Pedro revelava um ciúme doentio, pois estava obcecado com a sua perda de prestígio se
fosse instruído por uma mulher e por isso não queria aprender seus ensinamentos.
Quando, mais tarde, ela se apresentava e falava, a multidão era arrebatada por suas
palavras, como ocorreu em Marselha. Mesmo o mais brilhante dos discípulos do sexo
masculino, segundo nos diz o Evangelho de Felipe, silenciava perante sua exposição
apaixonada. Somente o teimoso, invejoso e misógino Pedro negava o profundo
conhecimento de Madalena.

Mesmo sendo Maria Madalena conhecida no imaginário e na tradição ocidental popular


como a prostituta arrependida, a adúltera que Jesus salvou das mãos dos homens que
queriam apedrejá-la e a pecadora cujas lágrimas lavaram os pés de Jesus em preparação
para sua sepultura não há no Novo Testamento ou na literatura cristã primitiva registros
ou indícios que comprovem as acusações sobre a sua moral. Lucas afirmava que a
presença de mulheres seguindo Jesus era fundamental para o grupo, pois por
possuírem recursos próprios elas doavam seus bens e rendas para manter Jesus e
os discípulos. Não há nesses textos indicações de que Cristo considerava a
contribuição das mulheres inferior à dos discípulos; ele não se apegava às
convenções de sua época, mas tinha o desejo de mudar as tradições sociais e isso era
expresso no tratamento que dava as mulheres. O nome de Maria Madalena aparece
em primeiro lugar nos escritos primitivos e nos sinóticos comprova-se que as pessoas
recorriam a Maria Madalena como a Pedro e Paulo. Desta forma evidencia-se que sua
importância ia além da que transparece nos Evangelhos Canônicos.

A ausência de seu nome nos textos assume um significado diferente e surge a pergunta:
qual seria o motivo dessa ausência? Alguns autores consideram que esta omissão não
foi um descuido, mas uma estratégia proposital para excluir as mulheres de posições de
liderança apostólica. No curso da história Maria Madalena sempre desfrutou de
grande popularidade, mas o interesse estava muito mais na condenação da sua
sexualidade e dos seus pecados do que em seus testemunhos. O Evangelho de Maria
Madalena traz o tema da liderança da mulher ao mencionar a controvérsia entre os
discípulos a respeito do exercício da liderança. Eram debatidas várias questões,
inclusive a importância da experiência visionária, a legitimidade da liderança das
mulheres e o sentido do ensinamento de Jesus. Porém, se fosse ensinado que a
autoridade devia basear-se em maturidade espiritual e não em distinção de gênero,
abria-se a possibilidade de um espaço onde a mulher e o homem poderiam exercer a sua
liderança que visasse ensinar, pregar, conduzir e exercer a compaixão pelos outros.

O livro Código Da Vinci, de Dan Brown, alcançou sucesso internacional e uma


impressionante audiência, com sua história brilhantemente tecida em torno de
sociedades secretas, simbolismo esotérico e lendas do Santo Graal. Prevalece a tese,
antes herética, de que Maria Madalena fora consorte e parceira sexual de Jesus, e de que
sua descendência se tornara uma linhagem sanguínea secreta, estendendo-se da Idade
Média aos tempos modernos. A maior parte das polêmicas ideias sobre a relação de
Jesus com Maria Madalena e sobre o Sangreal foi usada como um código para a
linhagem sanguínea sagrada. Uma das razões para a atual popularidade de Madalena é a
expansão do conceito inovador sobre a possível atuação religiosa da mulher, não
mais restrita a intelectuais da Igreja, mas que alcançaria também as mulheres
comuns, sem ser restrita apenas os homens. Assim, milhões de mulheres passaram a
questionar a misoginia e o puritanismo de uma Igreja patriarcal que, há muito, tem
marginalizado Madalena ou a transformado em bode expiatório, em função de sua
flagrante sexualidade. Graças a muitas informações genuínas que Dan Brown coletou
(ao lado de outros autores como Margaret Starbird em The Woman with the Alabaster
Jar e The Goddess in the Gospels, Elisabeth Clare Prophet em Mary Magadelene and
the Divine Feminine), a figura poderosa dessa mulher enigmática está outra vez
tornando-se viva na imaginação do nosso tempo.

De objeto de piedade ou desprezo, Madalena tem se transformado numa heroína


feminista celebrada, um novo modelo para a mulher independente e apaixonada. Aos
poucos, historiadores modernos da Igreja estão reconhecendo que o rótulo de “prostituta
arrependida” foi usado como uma tática difamatória e uma interpretação distorcida dos
Evangelhos. No entanto, para os puritanos e patriarcas que dominaram o Cristianismo, a
“mulher escarlate”, que esteve tão perto do Salvador, é sempre motivo de vergonha e
constrangimento. A causa está na perturbação profunda e patológica dos padres da
Igreja Cristã antiga pela sexualidade das mulheres, pois para eles, sexo era o mais
aterrador dos pecados, resultante direto da transgressão de Eva no Jardim do Éden. Foi
a partir dessa paranoia em relação aos desejos carnais que surgiu o mito
doutrinário de Maria, a Mãe milagrosamente casta e virgem. Pelo poder do
Nascimento Virginal e de uma Igreja de sacerdotes celibatários e freiras virgens,
esperava-se reverter o pecado original de Eva e fugir das tentações do Demônio no
mundo altamente licencioso da Roma Antiga. O resultado tem sido uma continuada
recusa em relação a toda manifestação do feminino conectado com a religião, uma
obsessão com o comportamento sexual e o controle da concepção e a secular
misoginia nas Igrejas, as quais não se cansam de denegrir, diminuir e inferiorizar as
mulheres. Apesar da liberação sexual e da ordenação atual de mulheres, essa
idiossincrasia está longe de ser resolvida, mas o interesse renovado e o retorno da
popularidade de Madalena representa - pelo menos – a esperança de uma solução
possível para que a Igreja Católica mude a sua atitude medieval em relação ao sexo e às
mulheres.
O Surgimento do Feminino Divino constitui uma reação à negação milenar da mulher,
existe atualmente por toda parte uma enorme ânsia pelo sagrado feminino, permeando a
sociedade ocidental e em vias de mudar de vez e para sempre os fundamentos
patriarcais patológicos cristãos. Mulheres de todo o mundo, anseiam por readquirir
sua verdadeira dignidade e serem reconhecidas e aceitas como seres espirituais,
passionais e criativos, iguais aos homens e não submetidas a eles. E a imagem que
pode lhes servir como estandarte é Maria Madalena, a representação da Deusa
ignorada e perdida do cristianismo. Maria Madalena foi uma mulher que desejou
ardentemente, com todos os seus sentidos, o homem e o Deus. Acima de tudo, ela
demonstrou ser plenamente humana, integrando dentro de si o poder assertivo de
uma vontade forte e, ao mesmo tempo, um anseio feminino intenso pela
transcendência, um modelo psíquico do feminino, que pode nos inspirar a todos,
homens e mulheres, no resgate de nossa inteireza humana.

Existem evidências ocultas nos Evangelhos que revelam a posição de Maria Madalena
como sacerdotisa da Deusa. Seu nome Maria de Magdala aponta para o templo tríplice
das deusas Mari-Anna-Ishtar existente em Magdala, também conhecida como a “aldeia
das pombas”, onde elas eram criadas para os templos das deusas. A alegação que
Madalena era prostituta pode ser uma referência ao título de hieródulas dado às
sacerdotisas da Deusa e que foi deturpado depois para “prostitutas sagradas” e
finalmente destituído da referência aos ritos sexuais sagrados. A menção aos “sete
demônios” é uma parte do ritual conhecido como a “descida de Inanna” ou “a iniciação
dos sete véus”, uma das cerimônias mais antigas e que era também praticada no templo
de Mari-Anna-Ishtar. A unção de Yeshua/Jesus com o óleo é uma referência
explicita ao ritual do casamento sagrado, assim como faziam as sacerdotisas
antigas antes de se unirem ao rei. Madalena era vista como a noiva de Jesus, que
ele chamava de ”A mulher que conhecia o todo”. O casamento sacro era um antigo
rito de fertilidade e renovação da terra, muitas vezes seguido da morte do rei ou de
um salvador que oferecia seu sangue ao povo e que renascia depois junto com a
vegetação. No Evangelho de Marcos (14:8-9) Jesus prenunciou a sua própria morte
quando sua cabeça foi ungida pela Madalena e ele se tornou “O ungido”’ ou
Messias. Como símbolos de Madalena são mencionados o manto vermelho (ou às vezes
verde, da renovação da terra), o jarro de alabastro (que passou a ser associado ao Santo
Graal), o unguento de nardo, a pomba e o ovo vermelho (antigos símbolos dos ritos de
fertilidade das deusas Astarte e Eostre).
Em relação à permanência de Maria Madalena na França, existem afirmações históricas
e literárias de que Madalena teria sido uma iniciada em um dos antigos cultos de
Ísis e que a jovem Sara “a egípcia” era sua filha da união com Jesus nascida no
Egito. Sara em hebraico significava ”princesa” e ela era “negra” simbolicamente ou
seja “não reconhecida nas ruas“ atributo dos príncipes da linhagem de Davi
(Lamentações 4:8). Após a crucificação (em torno do ano 42), Lázaro, suas irmãs Maria
Madalena e Martha, junto com Maria Jacobé, Maria Salomé e a jovem Sara, foram
colocados pelos soldados romanos num barco sem velas, nem remos, para assim
perecerem no mar. Depois do barco ser levado pelos ventos, apesar da falta de
equipamento e comida, a embarcação conseguiu resistir às tempestades e aportou numa
praia no Sul da França num vilarejo conhecido atualmente como Saintes Maries-de-la-
Mer. Segundo a lenda, cada um dos viajantes seguiu rumos diferentes; Maria
Madalena depois de ensinar e curar inúmeras pessoas teria ido para Saint Baume,
onde se refugiou em uma gruta no alto da montanha, de muito difícil acesso e lá
passou o resto da sua vida, envolta apenas pelos seus longos cabelos e sendo
alimentada duas vezes por dia pelo mana trazido pelos anjos. A gruta foi e continua
sendo lugar de peregrinação apesar do árduo caminho, mas como também reis
participavam das peregrinações, foi construído o ”chemin de rois”, percorrido a cavalo.
A grande descoberta cristã teria sido em 1279, quando os supostos ossos de Maria
Madalena foram encontrados perto de Saint Maximim. Um documento datado de 710
(que depois desapareceu), encontrado pelo conde Charles de Provence depois de um
aviso num sonho, teria confirmado a autenticidade do achado. Charles gastou sua
fortuna para construir a Basílica de Saint Maximim, onde é guardado o suposto
crânio de Maria Madalena num relicário. Esta igreja era um ponto importante no
culto dos cátaros (cristãos dissidentes que reverenciavam Madalena como esposa
de Jesus e por isso foram considerados hereges e dizimados) e ainda é muito
visitada atualmente, assim como outros lugares cátaros.

O encanto que Maria Madalena provoca em tantos de nós hoje se deve ao fato de que
ela é uma figura complexa e plenamente humana, uma mulher real que desfrutou
dos prazeres da riqueza e do sexo e teve uma relação profunda e mística com o
homem mais importante da literatura religiosa ocidental. Não importa se
conhecermos com precisão histórica os pormenores de sua vida; são as lendas sobre
Maria Madalena e sua relação com Jesus que produzem profunda impressão na
consciência moderna, especialmente na das mulheres. Muitas delas, hoje, desiludidas e
insatisfeitas com as Igrejas, podem começar a admitir para si próprias que
espiritualmente todas anseiam por algo mais que a pureza virginal de Maria e a
redenção dos pecados pela via crucis, podendo questionar sua fé, sem medo do ridículo
ou da vergonha.

O fenômeno do retorno de Maria Madalena e os movimentos espiritualistas centrados


ao redor da sua figura devem ser visto como o despertar profundo na moderna
consciência da ideia de que o princípio divino não pode mais ser separado de sua
contraparte e polaridade feminina. Escritores, psicólogos e sacerdotes descrevem Maria
Madalena como um arquétipo do sagrado feminino, que está cada vez mais em
evidência entre cristãos, espiritualistas e grupos pagãos, sendo honrada em
peregrinações para seus antigos locais sagrados, em rituais ou obras literárias. O
“fenômeno de Madalena” pode ser definido como kairos, o termo grego que significa o
momento oportuno, eternamente pleno e presente. Kairos, em oposição ao chronos ou
tempo linear, denota o momento em que novas forças são consteladas para mudar a
realidade e proporcionar a aparição de algo novo. Madalena, como representante da
Deusa nos seus múltiplos aspectos, reúne em si a amante apaixonada, a consorte
fiel e devotada, a guerreira independente, a parceira compassiva, a aprendiz e a
mestra espiritual. Depois de ser suprimida, denegrida e perseguida ao longo de
dois milênios, a Grande Deusa finalmente retorna em toda sua beleza, sabedoria e
glória, na figura de Maria Madalena, que em suas mãos leva o Graal, que nos pode
curar a todos. “Todas as mulheres fazem parte da linhagem sacra de Madalena; todas
nós somos divinas, é o nosso direito de nascença. Chegou o tempo de retomar o nosso
lugar de poder como mulheres belas, poderosas e brilhantes, portadoras do dom da
vida, da chama sagrada e da sabedoria, para assim devolver o equilíbrio à
humanidade”. (Susan Kehoe Jerkins)

Santa Sara: a Filha de Jesus Cristo e


Maria Madalena
Publicado porGiordano Cimadon
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Tópicoscódigo da vinci, dan brown, filha de jesus, hierosgamos, linhagem sagrada,
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sara kali, três marias

Contam as antigas lendas francesas relacionadas à descendência de Jesus Cristo e Maria


Madalena que durante a perseguição aos cristãos primitivos ocorrida nos anos seguintes
à crucificação, alguns dos discípulos do Grande Kabir e pessoas próximas ao Divino
Casal fugiram da Judeia em um barco e chegaram à costa sul da Gália, atual França.

Naquela modesta embarcação usada para a fuga pelo mar Mediterrâneo estavam os
irmãos Lázaro, Maria Madalena e Marta, juntamente com a mãe dos apóstolos João e
Tiago, chamada Maria Salomé, acompanhados ainda por Maria de Cleofas, a tia de
Jesus, e Maximin d’Aix, um dos setenta e dois discípulos de Jesus Cristo e famoso
evangelizador da região francesa de Aix-en-Provence.

Além de todos eles, participava desta jornada uma jovem de pele morena, supostamente
vinda do Alto Egito para servir à tia de Jesus como aia. Seu nome era Sara, quem
atualmente vem sendo identificada na literatura sobre a descendência familiar de Jesus
Cristo como sendo sua filha com Maria Madalena.

Esta tradição ressurgiu com força na década de 1980, graças à obra O Santo Graal e a
Linhagem Sagrada, dos escritores Michael Baigent, Richard Leigh e Henry Lincoln.
Nos últimos anos, as teorias sobre os frutos da união matrimonial celebrada entre Jesus
e sua principal discípula vêm ganhando cada vez mais força no imaginário popular
graças à publicação de novos romances históricos baseados nas ideias que acabaram
sendo popularizadas pelo escritor Dan Brown.

Alguns autores mais recentes que aproveitam o sucesso do bestseller O Código Da


Vinci e a ideia que identifica o Santo Graal com o Sangue Real dos herdeiros do
Salvador e sua esposa redimida sugerem que Santa Sara, a menina egípcia que
acompanhou os familiares e discípulos de Jesus Cristo na embarcação rumo às terras
francesas, era na verdade a filha do divino casal da Galileia.

Este é o caso do livro The Woman with the Alabaster Jar: Mary Magdalen and the Holy
Grail (A Mulher com o Vaso de Alabastro: Maria Madalena e o Santo Graal), escrito
por Margaret Starbird e publicado em 1993, contendo a ideia de que Santa Sara é a filha
de Jesus e Madalena, e que este fato seria a autêntica fonte da lenda associada com a
mística de Saintes-Maries-de-la-Mer.

Como já mencionamos acima, a tradição local afirma que a cidade de Saintes-Maries-


de-la-Mer foi o porto onde os familiares e discípulos de Jesus desembarcaram de sua
fuga pelo Mediterrâneo. No barco estavam as chamadas Três Marias, Maria Madalena,
Maria Salomé e Maria de Cleofas, as três mulheres que primeiro testemunharam a
tumba vazia de Jesus, e cujas relíquias são o foco de devoção de peregrinos.

Assim que Jesus foi crucificado, as Três Marias e sua comitiva teriam partido da cidade
egípcia de Alexandria acompanhadas de seu tio, José de Arimateia. As lendas francesas
sustentam que a embarcação chegou ao território que hoje corresponde ao sul da França,
onde havia uma fortaleza chamada Oppidum-Ra. O local passou logo a ser conhecido
como Notre-Dame-de-Ratis, pois Ra se tornou Ratis (que em latim significa algo como
“navegar”), para mais tarde tornar-se Notre-Dame-de-la-Mer, e no século XIX, Saintes-
Maries-de-la-Mer.

Margaret Starbird afirma que o nome Sara significa “princesa” em hebraico, um forte
indicativo de que ela seria a descendente esquecida do “sang réal”, o sangue real do Rei
dos Judeus. O esquecimento de Sara teria sido consequência da supressão que o
Catolicismo Romano realizou sobre a veneração e a devoção ao Sagrado Feminino,
resultando num desequilíbrio espiritual da doutrina cristã.

Para a autora, o Cristianismo Primitivo incluía a celebração do chamado Hierosgamos,


que significa “casamento sagrado”, a união sexual divina e divinizante, o mesmo
Sacramento da Câmara Nupcial dos antigos gnósticos, e o Grande Arcano dos gnósticos
contemporâneos, tal como foi ensinado por Samael Aun Weor em sua extensa obra.

Esta celebração oferecia um modelo arquetípico do noivo (Jesus Cristo) e da noiva


(Maria Madalena), ensinando a metafísica da união do Espírito Puro (Real Ser Interior)
com a Alma Arrependida (que vai sendo liberta dos Eus Psicológicos), e a ciência da
união sexual entre homem e mulher. Este último corresponde à mescla inteligente do
erótico com o sagrado, um ato religioso capaz de converter seus adeptos em deuses, ou
seja, de levá-los à união com a Divindade para conhecer seus Mistérios.
Este modelo de unidade conciliadora da dualidade acabou sendo perdido logo nos
primeiros séculos do Cristianismo, uma verdadeira tragédia espiritual que acabou
excluindo as lideranças femininas, o que era muito comum no tempo dos primeiros
discípulos de Jesus. A autora insiste que tal parceria sagrada é universal e apenas reflete
aquela existente em outras regiões do planeta, em contextos religiosos muito anteriores
ao daquele em que se formou a religião do Cristo.

Nos dias atuais, para o bem da retomada do equilíbrio de gêneros na religiosidade cristã
e a revisão da importância da sexualidade para uma espiritualidade conciliadora do
humano com o divino, Santa Sara converteu-se em um instrumento de oposição aos
velhos padrões autoritários e de rigidez hierárquica, onde o masculino impera à força e
às cegas sobre o feminino por puro medo de perder seu poder e de ser tragado pela
sensualidade que secretamente deseja.

E para o esoterismo gnóstico, Santa Sara representa o fruto maravilhoso deste


casamento divino que acontece no interior de cada discípulo que celebra o
Hierosgamos, que recebe o Sacramento da Câmara Nupcial, e que opera com o Grande
Arcano ensinado pelo Gnosticismo nos dias atuais. Este fruto é a alma cristificada, livre
de toda amarra psicológica, das ilusões e dos apegos, pronta para experimentar a
GNOSIS e com ela a VERDADE.

A VERDADEIRA HISTÓRIA DE MARIA MADALENA


https://www.somostodosum.com.br/clube/artigos/autoconhecimento/a-verdadeira-
historia-de-maria-madalena-28922.html

Marias: Falando de Mulheres

Mary, Marie, Miriam, todas são Marias, possivelmente um dos nomes femininos mais
usados. É belo, significativo para nós ocidentais, herdeiros das culturas grega, romana,
judaica e cristã.

Recebemos um legado marcado por “Marias”: machismo-patriarcal, religiões cheias de


paradoxos que estabelecem divisões, dificultando a integridade da pessoa, moldando o
pensamento e aprisionando consciências ao longo de séculos. É sob esse enfoque que
propomos refletir um pouco sobre as Marias e sobre nós, mulheres, todas Marias de
alguma forma.

Na tradição religiosa, a figura feminina surge calcada em Marias: Virgem Maria, mãe
de Jesus, “a nossa senhora” (a dominante) e Maria de Magdala. Essas duas mulheres
tornaram-se ícones da sociedade cristã-católica que surge e impera no ocidente. Quer
queiramos ou não, nossa visão sobre feminilidade vem indelevelmente marcada por uma
das duas.

Maria, mãe de Jesus, é a figura beatífica da “mãe”. Não uma mãe comum como a
natureza possibilita a mulher: é uma mãe divina que concebeu virgem, sem nenhum
contato sexual. E aí começam as cisões impostas à personalidade feminina idealizada na
sociedade ocidental. Ela tem que ser “livre do pecado”, “assexuada”, feita para a
maternidade, que é coisa santa e para a qual deve sacrificar todo seu ser e sua
existência.

Ser mãe, na espécie humana, não pode ser visto apenas como ter filhos biológicos.
Maternidade é antes de tudo função emocional, psicológica. Gerar um corpo é função de
meses; auxiliar na formação da personalidade, orientar para uma vida saudável e
responsável em todos os aspectos é tarefa de muitos anos, que exige sensibilidade,
equilíbrio entre razão e sentimento a fim de que os filhos sejam seres humanos
equilibrados.

Além da matéria, maternidade é o sentimento capaz de dar suporte emocional, psíquico


e educacional a outro ser e assim participar da co-criação da vida. É sentimento,
transcende o decantado instinto materno, típico da fêmea do reino animal, que cessa tão
logo a cria adquira independência.

A fêmea, do reino animal, guiada totalmente pelo instinto, “sacrifica” sua vida adulta à
reprodução, é escrava do instinto que a leva a cios e gestações periódicas. Essa é visão
dominante nas religiões quanto à maternidade: toda mulher nasceu para ser mãe e é aí
que ela se realizará. Conseqüentemente, qualquer método contraceptivo é proibido e o
sexo deve ser praticado apenas com vistas à reprodução, dentro do casamento. Assim, a
mulher estará preservando o legado da “Virgem-mãe”. Entendendo que somos espíritos
imortais, com instinto, sentimento e razão, a visão muda: o ser humano deve ser
consciente e é para conquistar essa qualidade que está encarnado neste mundo. Homem
ou mulher, é preciso estar bem consigo mesmo primeiro, para depois pensar em assumir
responsabilidades quanto ao outro.

A figura de Maria, “mãe de Deus”, é exaltada desde o século VI d.C: era uma figura
totalmente apagada e as mulheres eram criaturas “sem alma”, no sentido literal, de
inexistência mesmo, segundo os conceitos da Igreja que influenciavam em todas as
áreas do saber. Nessa época a figura de Jesus foi divinizada pela Igreja Católica,
passando Ele a ser considerado como o “deus” que se fez homem. Por conta disso os
conceitos de Deus e de Jesus, se fundiram, afastando Jesus do comum da experiência
humana. Mas havia o problema de que como homem Ele havia nascido de uma mulher.
Perguntava-se, então, como um “deus” poderia nascer de um ser sem alma? Uma
possível solução para o impasse: santificar também a mãe de Jesus. Maria passa, então,
a ser uma mulher virgem que concebeu diferentemente de todas as outras e contra todas
as leis da natureza. Aceita-se que todas as mulheres tenham alma e se constrói o mito.
Começam a proliferar os cultos à Maria Santíssima, mãe de Deus, e vem toda uma carga
de adoração às virgens: virgem mãe, virgem Maria, virgem daqui, virgem de lá. Em
todo e qualquer canto onde se coloque uma imagem feminina para servir como exemplo
e ser amada é uma virgem ou é uma mãe. E assim os conceitos em torno da mulher vão
ganhando contornos, ou seja, as virtudes femininas são: ser celibatária ou ser mãe. Toda
mulher virtuosa deverá vivenciar sua sexualidade obedecendo aos instintos para
reproduzir e tornar-se mãe, assim recobrará sua pureza e santidade perdidos pela prática
do pecado sexual; ou então, a mulher será celibatária e se orgulhará de sua extremada
pureza.

Centenas de gerações de mulheres viveram esses conceitos, absolutamente


incompatíveis com a natureza humana. E se, atualmente, com relação à virgindade e à
prática sexual para reprodução muita coisa já mudou, a quantidade de publicações
falando da problemática da sexualidade feminina prova que muito do mito e da secular
castração da mulher ainda permanece enraizado no inconsciente humano. Digo humano,
pois penso que ele ultrapassa os limites do feminino.

A sexualidade feminina e todo contexto que ela envolve, passando pelo papel de mãe,
ainda está cercada de mitos, idealizações e preconceitos incutidos pelo pensamento
religioso, centrado nas “Marias”.

Maria, mãe de Jesus, é retratada como a boa mulher, pois reúne três aspectos: a esposa
de José, mãe exemplar e também a celibatária. Ela não tem formas femininas, seu corpo
está sempre totalmente coberto por mantos que lhe encobrem também os cabelos, a
cabeça sempre baixa. É uma figura assexuada e submissa, de rosto triste, sofredor, olhar
apagado e sem vida. Esse foi e é o ideal propagado pelas religiões para a mulher
ocidental. A busca para vivenciar e atingir esse ideal fez muitas gerações de “mulheres
infelizes e virtuosas”, que eram esposas de maridos com amantes e extremadas mães
superprotetoras e dominadoras, que cobravam dos filhos o sacrifício da própria
existência e felicidade. Chegavam aos quarenta ou cinqüenta anos em crise existencial,
pois com a independência dos filhos não tinham mais razão de viver e tornavam-se “a
SOGRA” – aquela figura terrível para quem ousasse se relacionar com seus rebentos,
ciumenta e competitiva, por ser uma mãe de instintos, não de sentimentos.

Essa cultura religiosa divorciou a mulher da maternidade, divorciou também a esposa da


amante e a mulher de si mesma, da sua natureza, da sua individualidade, algo que
muitas ainda não descobriram que possuem. Essa cultura reduziu a experiência
feminina. Fez com que, embora libertas exteriormente da opressão cultural, muitas
ainda padeçam interiormente, sem conciliação com a própria individualidade e
apresentem-se assim: eu sou a “fulana de tal”, mãe do “beltrano”, mulher do “cicrano”.
Dando a conhecer que primeiro são mães, depois esposas/companheiras e que seus
nomes, sem esses complementos, não dizem nada, ou seja, se não estão tuteladas por
figuras masculinas, inexistem. Entretanto, como estabelecer relacionamentos saudáveis
na base do eu + você, se sempre a própria individualidade foi sufocada, quase
inexpressiva? Isso tudo gera cobranças inevitáveis e onde há cobrança há amor
condicional e, por conseqüência, há desequilíbrio nas relações de dar e receber.

O mito da virgem sagrada mutilou a individualidade e a capacidade feminina.


Obedecendo a esse estereótipo a mulher não poderá ser feliz.
Talvez a compulsão humana por separar, cortar, dividir, destruir unidades, seja um
reflexo da nossa condição evolutiva, da nossa infância espiritual e precisemos, tal qual
as crianças, quebrar nossos brinquedos para ver como funcionam, pois não conseguimos
aprender apenas enxergando o todo, a unidade: daí tantas dicotomias.

Na cisão da feminilidade, operada pelas religiões, nós vemos a outra face da mulher, a
face viciosa, representada por Maria de Magdala, a conhecida Maria Madalena, a
pecadora arrependida.

Interessante que a visão dominante na nossa cultura foi a de Maria, Nossa Senhora;
entretanto, nos Evangelhos, que são a base de toda essa história, ela é citada poucas
vezes, enquanto Maria de Magdala é a mulher mais citada. Apresentada como símbolo
do pecado e como prostituta, embora tudo isso careça de comprovação, é historicamente
conhecido que a Igreja Católica na Idade Média confirmou e difundiu. Toda essa
confusão pelo simples fato de que não se conhece na vida dela uma identificação com
figuras masculinas. Naquela época, a cultura judaica impunha a tutela das mulheres.
Assim, elas eram identificadas como as filhas de ..., a mulher de ..., a irmã de ..., a mãe
de algum homem. Madalena identificava-se pela cidade natal – Magdala – uma pequena
vila de pescadores na Galiléia. Toda sua história leva a crer que ela era uma mulher
sozinha e próspera, e que por isso, era alguém que afrontava preceitos, sendo mal vista
na sociedade por esse comportamento.

A ela atrelou-se tudo o que há de ruim: prostituta, endemoniada, pecadora condenada


pelos sete pecados capitais (inspirados nos sete demônios de que Jesus a libertou),
especialmente a luxúria. Sem dúvida, a principal pecha é de prostituta, aliás, nada como
atacar a sexualidade de uma mulher se o intuito é rebaixá-la e desmoralizá-la.

Tudo o que há de imperfeito e todas as culpas da humanidade repousam sobre a


sexualidade da mulher, cuja precursora foi Eva e posteriormente Madalena, sua mais
fiel filha.

A luxúria é o pecado mais próximo desta Maria-mulher, apresentada como o contra-


ponto da mãe, da virgem. Milhares de mulheres foram educadas, desde o surgimento da
cultura religiosa, cheias de castrações, medos, vergonhas e culpas. O sexo era imundo e
as tornavam impuras: só a maternidade lhe traria a pureza e a santidade que foram
perdidas.

Diferente de Maria, a mãe, Maria Madalena é retratada como o protótipo da mulher


fatal: longos cabelos, seminua, no olhar o brilho do êxtase. Freqüentemente sua imagem
vem acompanhada de um vaso de óleo em clara referência a cena em que banha os pés
de Jesus com uma essência cara e perfumada e seca-os com os próprios cabelos.
Imagem muito sensual, narrada no Evangelho e que Jesus não repudia de forma alguma;
ao contrário, aceita o carinho, entende-o na profundidade da gama de emoções que
representa e no próprio contexto dizendo que, onde quer que seu Evangelho fosse
ensinado, fosse também contado o que aquela mulher havia feito. Podemos supor que
Jesus aceitou o carinho, porque tinha necessidade de conforto num momento crucial de
sua trajetória. A cena fala de sensualidade e de necessidade afetiva. Maria de Magdala é
a figura da mulher com sua individualidade feminina. Afinal, nenhuma de nós nasce
mãe ou esposa ou companheira, ou qualquer outra coisa: antes de tudo somos espíritos
encarnados no sexo feminino. Ao enxovalharem a figura de Madalena, justamente a
imagem da mulher é que foi desprestigiada, bem como seu papel na divulgação cristã.

O conflito feminino Maria Madalena versus Virgem Maria (Nossa Senhora) se reflete
na sociedade na visão de homens e mulheres a respeito da sexualidade feminina e na
maneira com que elas se expressam sexualmente.

Não são poucos os relacionamentos que naufragam quando a mulher se torna mãe. Seus
companheiros afastam-se preferindo a companhia de outras “pecadoras”. Eles entendem
que as esposas se esquecem da sua individualidade em virtude da maternidade e se
esquecem também de que devem somar, e não dividir o afeto.

A Igreja havia criado a cisão entre espírito e sexo através da qual espiritualidade era
sinônimo de abstinência sexual. A história de Maria Madalena e a visão sobre a
sexualidade feminina foram desvirtuadas por incomodar a Igreja neste aspecto, pois
Madalena mostrava uma individualidade feminina, mostrava-se como uma mulher que
viveu ao lado de Jesus, tornando-se discípula e acompanhando-O em todos os
momentos, inclusive quando todos os outros homens O abandonaram e O negaram.

No martírio da crucificação a presença de Maria Madalena ao pé da cruz, até o


momento final, testemunhando seu amor ao Mestre e sua confiança em seus ensinos, é
contada em todos os Evangelhos. Foi também ela quem procurou seu corpo e dialogou
com o Mestre em espírito. Foi nesse momento que Jesus anunciou a sobrevivência à
morte e demonstrou a comunicabilidade do espírito. Fato delatado ao mundo cristão que
nascia.

Uma mulher forte, destemida, polêmica, corajosa e acima de tudo, humana (admitindo
dores e prazeres). Essa é a personalidade de Maria Madalena que me encanta: vejo nela
a representação da individualidade feminina. Até mesmo todas as perseguições que
sofreu e sofre falam dos preconceitos de que a mulher de carne e osso tem sido alvo,
desde aqueles tempos. Essas perseguições não contrapõem o mito, o ideal quase
patológico. A história de Maria Madalena retrata a dignidade da superação, da
dedicação, da coragem de viver suas verdades, da capacidade de entrega incondicional,
sem perder sua individualidade de mulher.

A mulher que se aceita como ser humano antes de qualquer outro papel entenderá que a
lógica será sempre estar bem com sua individualidade e assim desempenhar bem os
outros papéis que a vida lhe oferece, inclusive os relacionados à sexualidade.

A Doutrina Espírita, desmistificando as leis de evolução e de igualdade, convida-nos ao


desenvolvimento de uma personalidade integral, sem mitos, real, reconhecendo e
explorando todas as potencialidades das condições em que encarnamos.

Todas ainda temos algo desse legado de Maria, dessa divisão. É hora de nos tornarmos
apenas Maria, sem múltiplos nem divisões, aprendendo o máximo que a experiência
feminina tem a ensinar.
María Magdalena era “una mujer
adinerada” y no una prostituta
Una investigación en el yacimiento de Magdala desvela
información sobre la vida de la mujer
Madrid 3 AGO 2018 - 12:55 CEST
Ilustración de Danielle Storey para la portada de 'María Magdalena: percepciones desde
la antigua Magdala.

María Magdalena fue “una mujer adinerada, influyente y clave” en la vida de Jesucristo.
Esta es una de las conclusiones de la investigadora Jennifer Ristine en María
Magdalena: percepciones desde la antigua Magdala, un libro presentado el pasado 22
de julio que trata de desvelar los misterios de la mujer a la que la Iglesia católica tachó
durante siglos de adúltera y prostituta. La integración de las referencias bíblicas e
históricas con los recientes descubrimientos arqueológicos hechos en la ciudad de
Magdala (actual Migdal, Israel), donde se cree que nació, han permitido a Ristine
reconstruir parte de su perfil.

“Durante los tiempos de María Magdalena, Magdala ya era un pueblo próspero en la


industria del pescado”, asegura Ristine, directora del Instituto de la Magdalena, en una
entrevista por correo electrónico. Las primeras excavaciones se realizaron en los años
setenta. Pero fue en 2009 cuando los Legionarios de Cristo compraron un terreno en la
zona y “descubrieron la parte norte del pueblo de Magdala”. “Se encontraron una
sinagoga del siglo I, una representación del templo de Jerusalén en piedra [la piedra de
Magdala], baños de purificación ritual, casas domésticas y un puerto”, explica Ristine.
Jennifer Ristine

Jennifer Ristine, autora de ‘María Magdalena: percepciones desde la antigua Magdala’


es una mujer consagrada y miembro del Movimiento Regnum Christi. Originaria de
Chicago, dirige actualmente el Instituto Magdalena en Magdala, (Israel). “Mis
conclusiones no son necesariamente novedosas. Lo que es único en esta narrativa es la
integración de la arqueología en un contexto histórico y geográfico en la vida de María
Magdalena”, asegura.

Pero, ¿era o no una prostituta? Ristine considera que ha habido “muchas


malinterpretaciones en la vida de María Magdalena”. Los hallazgos arqueológicos de la
ciudad bíblica de Magdala, ahora un yacimiento arqueológico con más de 2.000 años de
antigüedad, sugieren que se trataba de un enclave rico. Y al integrar en este contexto las
referencias bíblicas se puede deducir que María Magdalena era “una mujer adinerada de
un pueblo económicamente bien posicionado” y no necesariamente una prostituta,
añade la autora. Esta idea se reafirma, por ejemplo, en los versos de Lucas VIII:1-3:
“Aconteció después, que Jesús iba por todas las ciudades y aldeas, predicando y
anunciando el evangelio del reino de Dios, y los doce con él y algunas mujeres que
habían sido sanadas de espíritus malos y de enfermedades: María, llamada Magdalena,
de la que habían salido siete demonios; Juana, mujer de Chuza, mayordomo de Herodes;
Susana y algunas otras, las cuales le servían con sus bienes”.

La Iglesia Católica ha reconocido la santidad de la Magdalena y la ha proclamado santa.


En 2016 el papa Francisco la nombró apostola apostolurum, “la apóstol de los
apóstoles” —no en vano, según la Biblia, fue la primera en ver a Jesús resucitado— y
desde entonces su fiesta litúrgica se celebra el 22 de julio. Y, sin embargo, fue el papa
Gregorio Magno, en el año 591, uno de los inductores del calificativo de “prostituta”
cuando en su homilía 33 afirmó: “Aquella a quien el evangelista Lucas llama la mujer
pecadora es la María de la cual son expulsados los siete demonios, y qué significan esos
siete demonios, si no todos los vicios”. Con esta aseveración, el sumo pontífice hizo una
fusión de las tres marías: María la pecadora, “que unge los pies del Señor”; María la de
Magdala, liberada por Jesús de siete demonios y entre las mujeres que le asisten; y
María de Betania, hermana de Marta y Lázaro. “La Iglesia de Oriente cree que son tres
mujeres diferentes, mientras que la Iglesia de Occidente cree firmemente en
identificarlas como la misma mujer, María Magdalena”, explica Jennifer Ristine.

Pero no fue Gregorio Magno el único responsable. Según la investigadora, algunos


autores la han asociado con una mujer mencionada en el segundo siglo en el Talmud y
llamada “Miriam Megaddlela”, que significa María con el cabello trenzado. “En la
comunidad judía ese título se adjudicaba a una mujer de mala reputación, una adúltera o
una prostituta”, añade.

Más allá de si fue o no una meretriz, un estigma del que han intentado liberarla los
movimientos feministas, “María Magdalena fue una mujer influyente tanto en lo
económico como en lo social; en lo económico porque era una mujer acomodada, y en
lo social porque a pesar de crecer y vivir en una sociedad religiosa estricta, decide
romper esquemas y seguir a Jesús”, considera Ristine, que cree que la de Magdala es,
ante todo “un modelo de liderazgo para las mujeres”.
Y todavía queda mucho por descubrir sobre ella. Solo se ha excavado el 15% de la
antigua Magdala, de manera que según Jennifer Ristine, futuros hallazgos arqueológicos
pueden ayudar a revelar más detalles sobre el pasado religioso de la ciudad natal de
María Magdalena y desvelar hechos y verdades de uno de los personajes más
misteriosos de los Evangelios.

OS ENSINAMENTOS DE MARIA MADALENA

Há uma diferença enorme entre os mistérios femininos autênticos e os ensinamentos


que nos foram passados. Já vimos a distorção que contaminou a transmissão de Isis.
Existe também uma grande diferença entre a interpretação que vem sendo feita dos
ensinamentos da Madalena, especialmente agora, e as impressões sobre os seus
ensinamentos que as mulheres trazem dentro de si.

Maria Madalena não ensinou de uma forma comum. Emitiu e imprimiu códigos sobre a
estrutura humana e da terra. Atuou ativamente desta forma com seu parceiro e, como
mãe, gravou para a posteridade por meio do poder genético do sangue, quando trouxe à
luz uma nova ramificação do ser humano. Utilizou sua estrutura física feminina ao
máximo e ensinou as mulheres a descobrir este potencial nelas.

Madalena foi uma mestra de mulheres e soube que a maneira pela qual aprendemos é
através da ressonância e da experiência direta das vibrações. Também sabia quantos
ciclos seriam necessários para que pudéssemos contatar estas impressões, traduzi-las e
aplicá-las apropriadamente.

Durante séculos, a interpretação errônea surgiu de ambos os lados. Os homens


enfocaram o aspecto sexual dos ensinamentos e as mulheres a divinizaram ou temeram
a implicação da sua mensagem. Ambos falharam no entendimento da amplitude e da
profundidade da função e da responsabilidade humanas. Agora, é o momento para que
as mulheres abracem a voltagem plena desta transmissão e atuem de acordo com isto.
Temos ainda outras responsabilidades: apagar a programação antiga; ampliar a
convicção de que somos veículos vivos do conhecimento; e reconhecer que o futuro
depende das mulheres, das posturas que adotemos e das emissões que liberemos através
do corpo, da personalidade e da nossa mente-desejo.
A amplitude do poder criativo não pode ser alcançada por meio de quadros, sistemas e
símbolos que somente contém fragmentos de uma verdade viva. Contrastando com o
que nos foi dito, a revelação emerge de uma reserva interna da alma. Até o momento
presente, os mistérios do primeiro grau, ou “os mistérios femininos”, refletem a tradição
de Isis como foi preservada e interpretada pelas escolas herméticas. Em outras palavras,
estes processos refletem as fórmulas egípcias ascéticas, masculinas, repletas de
símbolos e rituais complexos. Estas são austeras e, embora sugiram a profundidade
caótica do Princípio Feminino, carecem de flexibilidade e compreensão da experiência e
sua aplicação direta no mundo.

Com muita reverência e agradecimento por seu legado, isto também se aplica ao
conhecimento enciclopédico de Helena Blavatsky (“Tratado dos Sete
Raios”). Fundadora da Teosofia e mestra de ambos os gêneros, baseou-se no sistema
egípcio dos últimos tempos com o propósito de explicar o extraordinário através de
metodologia científica. O paranormal não é espiritual, é metafísico, uma realidade
nebulosa do mundo físico. Apesar de seus guias terem transmitido conhecimentos
preciosos dos planos superiores, infelizmente estes aspectos ainda permaneceram
incompreensíveis, distantes e incorpóreos. Mesmo que as forças da realidade espiritual
formulem o mundo através de nós, a realidade permanece além de qualquer forma com
a qual possamos nos relacionar. É pré-substancial.

Maria Madalena era uma adepta capaz de produzir a sintonia energética necessária para
atingir os planos superiores e, a partir desta frequência, trazer o que é necessário para a
Obra. No entanto, o importante é que era mulher e, por natureza, tinha conexão direta
com a Terra. Como sacerdotisa de Isis, Maria Madalena desenvolveu e incorporou este
vínculo e o ensinou às outras mulheres.

Uma mulher precisa despertar para o fato que escurece e colore a Criação. Precisa
descobrir como faz isto, como corrigir e como gerar as frequências adequadas ao seu
tempo. Na formação oferecida por Madalena, uma mulher compreendia sua estrutura,
equipamento e como deveria remover do seu horizonte as metas puramente pessoais.
Era fácil consegui-lo quando a força que Jesus emitia ajudava a manter as mulheres
unidas pelo ideal que ele representava. Sem este símbolo externo da aprovação e
autorização masculina, as mulheres teriam que esperar séculos antes de poder encontrar
o propósito e o significado em si mesmas.

A espiritualidade requer uma percepção aguda que ultrapassa os véus dos fenômenos
físicos. Para alcançar a visão e a compreensão espiritual real, como estabelecido para
nós e requerido agora, temos que saber em que consistem estes véus. Isto requer um
reconhecimento de um núcleo individual genuíno de divindade em nosso interior,
conhecido como “Eu Sou”. Sem este contato e centralização, o trabalho espiritual
verdadeiro não será possível. Para abraçar as frequências mais elevadas, devemos
iniciar confrontando, aprendendo a manejar e a sustentar as frequências mais básicas a
partir da perspectiva do Eu real. Para alcançar a “revelação”, devemos transcender a
mente linear e entrar no entendimento através do coração. Isto define a nova onda do
Mestre do Mundo, manifestada pela tríade Maria Mãe, Jesus e Maria Madalena.

Nas escolas egípcias da antiguidade, assim como naquelas em que Maria Madalena foi
formada, a percepção espiritual se desenvolvia na última fase, nos segundo e terceiro
graus, uma vez que transcendiam as realidades físicas e mentais. Então, como agora, se
sabia que isto chega como um presente do espírito e não como uma recompensa. Não se
pode induzir. Requer a resistência e paciência do verdadeiro devoto quando já
desenvolveu plenamente o entendimento do coração como inteligência.

Em seus ensinamentos, Maria Madalena refere-se a este entendimento como “nous”.


Não é sensibilidade emotiva, mas inteligência sensível ou mente superior. Uma vez
atingida a sua estabilização, a revelação abre um caminho de vida que é nada menos que
milagroso. Alcançar este nível de ser era a essência do propósito dos ensinamentos.

Muitas coisas mudaram desde os tempos de Isis, adaptando-se às necessidades


evolutivas da humanidade. Madalena reformulou os mistérios lançando as bases para a
iniciação de forma natural na vida diária, regressando ás origens como experiência
direta e pessoal carregada do poder do coração humano. Daí em diante, os iniciados se
reconheceram por meio de uma sensibilidade refinada desenvolvida em Consciência e
imersão na vida diária repleta de um sentido de ética, justiça e envolvimento
humanitário.

As práticas de Maria Madalena se assemelham à experiência original de descobrimento


interior e de transmissão. Abraçam os mistérios superiores da antiguidade que haviam
sido o legado de mulheres que invocavam para gestar e manifestar a substância cósmica.
O seu trabalho com as mulheres teceu as texturas que definiriam, abririam e
sustentariam a abertura que permitiu a passagem de Jesus entre os mundos.

Madalena era muito respeitada por suas irmãs e foi íntima colaboradora de Maria Mãe
que, por intermédio de Ana, sua mãe, encarnou a frequência e o legado angélico.
Madalena, Jesus e Maria Mãe, trabalhando juntos, formaram uma tríade de poder que
invocou e sustentou a descida das energias do Mestre do Mundo no momento crítico.
Toda atividade executada por um deles era resultado do esforço e da colaboração dos
demais. Madalena era a voz, incorporando a força invisível, a mestra, a exorcista e a
fonte de poder terreno.

Os Mistérios de Maria Madalena

Construindo sobre os mistérios de Isis, Madalena salvaguardou e exaltou o sagrado da


união entre os gêneros e a conexão com os ancestrais ou continuidade indelével dos
descendentes, fundando uma dinastia nobre para a civilização ocidental. Como ocorreu
com Isis, Madalena também tinha uma missão e gestou a descendência divina, oculta do
conhecimento público. Sua formação em magia lunar serviu para enraizar os
ensinamentos que recebeu.

O tempo de Maria Madalena era muito diferente do tempo de Isis, como eram diferentes
as texturas do corpo humano e da terra. As práticas antigas foram reformuladas. A
astrologia que ela praticava surgiu da astronomia. Novas fórmulas, como a Rosa Cruz,
receberam o seu legado, inspirando o espírito templário de devoção e pureza nos
homens e o conhecimento de serem portadoras da Luz nas mulheres. Madalena e seus
filhos, particularmente as mulheres, viajaram pelo mundo plantando as sementes em
certos lugares da terra para ativação futura.
Madalena incutiu a ideia de naturalidade e espontaneidade no rígido legado egípcio,
introduzindo praticas de kundalini em centros secretos com o propósito de captar o
poder e elevar o conceito sobre a sexualidade, especialmente sem parceiro. Abraçou o
andrógino como estado de ser, elevando os mistérios de Isis a um patamar superior, o do
Ser divino original.

Maria Madalena definiu o arquétipo do poder feminino para os tempos futuros. Mas, no
sentido pessoal, definiu também o arquétipo do sofrimento gerado pelas falsas
acusações sobre as mulheres durante séculos, enquanto incansavelmente fez ressoar o
enorme poder do coração. Personificou a experiência interior de mulheres que sofreram
violência e a impotência circundante à crucificação e à decadência do Princípio
Masculino.

“A Ferida de Madalena” fomentaria invisivelmente o estigma feminino, aumentando o


sentimento nas mulheres de desmerecimento e culpa por serem poderosas e
energeticamente atraentes. Secretamente sabemos que somos a pedra angular da
civilização, essenciais para a continuidade da raça, e somos responsáveis pela influência
condicionante que exercemos sobre todas as coisas através da nossa energia física,
emocional e mental. Mesmo assim, a ferida dolorosa foi necessária para cultivar nas
mulheres o impulso e abrir o caminho para o Ciclo Feminino.

Madalena sabia que Sabia e que o mundo não a aceitaria. Também sabia que, como
símbolo, seria mal interpretada e explorada. Sua atividade constante e silenciosa
passaria despercebida até os dias de hoje em que os códigos espirituais que plantou
despertariam na mulher a plenitude do seu poder espiritual e conduziriam os homens
que amam e honram o Principio Feminino a transformar o mudo e a civilização em
verdadeira igualdade.

Tradução: Cláudia Avanzi

domingo, 22 de julho de 2018


Santa Maria Madalena, apóstola dos Apóstolos

Maria Madalena, Maria de Betânia e Maria pecadora, citadas no Evangelho, são


a mesma pessoa, segundo o Papa São Gregório Magno, grande estudioso dos
santos e criador do Calendário Gregoriano. Também os Padres latinos, desde
Tertuliano, Santo Ambrósio, São Jerónimo, Santo Agostinho, até São Bernardo e
São Tomás de Aquino, reconhecem nas três uma e a mesma pessoa: a Santa Maria
Madalena penitente, que seguiu Nosso Senhor durante a Paixão.

Maria Madalena teria nascido em Betânia, cidade da Judeia, de pais muito ricos,
tendo por irmãos Marta e Lázaro. Como parte da sua herança recebera o castelo
de Magdala, de onde lhe veio o nome.

Uma lenda fala da sua esplêndida formosura, cabeleira famosa, do seu engenho,
e relata ser ela casada com um doutor da Lei que a trancava em casa quando saía.
Altiva e impetuosa, Maria teria fugido com um oficial das tropas do César e se
estabelecido no castelo de Magdala, perto de Cafarnaum. As suas desordens e
escândalos logo se espalharam pela região.

Enquanto isso, Nosso Senhor iniciara a sua peregrinação: a fama dos seus
milagres e a santidade de vida estendia-se pelas terras da Palestina. Atormentada
por demónios, e pelos remorsos da sua consciência culpada, Maria foi procurar
Aquele que alguns apontavam como sendo o Messias prometido. O Senhor
apiedou-se dela e livrou-a de sete demónios (Mc 16, 9), tocando-lhe também
profundamente o coração.

A partir de então, começou para Madalena a completa conversão. Horrorizada


ante os seus inúmeros pecados, cativada pela bondade e mansidão de Jesus, ela
procurava uma ocasião em que pudesse mostrar-Lhe o seu reconhecimento e
profundo arrependimento.

Essa ocasião surgiu na casa de Simão — um fariseu, provavelmente de Cafarnaum


—, que havia convidado o Mestre para uma refeição. Durante um banquete ao
qual Jesus participava, inesperadamente Madalena irrompeu na sala, foi
diretamente até Jesus, rompeu um vaso de alabastro que levava apertado ao
peito, e “começando a banhar-Lhe os pés com lágrimas, enxugava-os com os
cabelos da sua cabeça, beijava-os e os ungia com o bálsamo” (Lc 7, 38).

Perdoada, convertida, Maria Madalena foi viver com os seus irmãos em Betânia.
Uma vez, as duas irmãs receberam a visita do Messias. Maria sentou-se junto ao
Salvador para absorver as suas palavras divinas, enquanto Marta se afanava nos
afazeres domésticos para bem receber o seu divino Hóspede. E julgou que a sua
irmã fazia mal, pois em vez de ajudá-la, estava ali sentada esquecida da vida.
Disse Jesus: “Marta, Marta, afadigas-te e andas inquieta com muitas coisas.
Entretanto uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe
será tirada” (Lc 10, 38-42).

Em outra visita do divino Mestre a Betânia, Maria Madalena, já não mais “a


pecadora”, ungiu novamente os pés do Redentor com precioso perfume, o que
levou Judas a reclamar do “desperdício”, pois podiam vender o perfume e “dar o
dinheiro aos pobres”. Nosso Senhor interveio: “Deixai-a; ela reservou isso para o
dia da minha sepultura; porque sempre tendes os pobres convosco, mas a mim
não tendes sempre” (Jo 12, 1-8).

Chegou o momento da Paixão. Aos pés da cruz, Maria Madalena acompanhava


Nossa Senhora e São João Evangelista. Depois do sepultamento, Maria também
estava junto ao túmulo, de fora, chorando. Enquanto chorava, se inclinou para o
interior do sepulcro e viu dois anjos vestidos de branco, sentados no lugar onde o
corpo de Jesus havia sido colocado, um na cabeceira e outro aos pés.

Disseram então "Mulher por que choras?" Ela respondeu: "Levaram meu Senhor
e não sei onde o colocaram". Dizendo isto se voltou e viu Jesus de pé. Mas não
podia imaginar que era Jesus. E Jesus lhe disse: "Mulher por que choras? A quem
procuras?" Pensando ser Ele o jardineiro ela respondeu: "Senhor se foste tu que
O levaste me diga onde O puseste que eu irei busca-LO" Jesus responde: "Maria".
Ela então reconhece-O e grita em hebraico "Raboni!" (que quer dizer Mestre!).
De acordo com uma antiga tradição do Oriente, Maria Madalena acompanhou
São João Evangelista e a Virgem Maria a Éfeso onde morreu e foi sepultada.

No Ocidente, a tradição diz que ela viajou para Provença, França com Santa Marta
e São Lázaro. A tradição conta que São Maximino, um dos 72 discípulos do
Senhor, e São Sidónio (o cego de nascença de que fala o Evangelho, e que foi
curado por Nosso Senhor) e mesmo José de Arimatéia estão entre os que os
acompanharam na conversão da Gália.

São Maximino foi bispo de Aix, e São Lázaro encarregou-se da igreja de Marselha.
Santa Marta reuniu em Tarascão uma comunidade de virgens, e Maria Madalena,
depois de ter trabalhado na conversão dos marselheses, retirou-se para viver na
solidão numa montanha entre Aix, Marselha e Toulon, “La Sainte Baume” (a
Santa Montanha ou Santa Gruta), como dizem os habitantes do lugar. Lá
permaneceu cerca de trinta anos, levando vida contemplativa e penitencial.

Ela foi milagrosamente transportada, pouco antes da sua morte, para junto de
São Maximino, que lhe ministrou os últimos sacramentos. Segundo a tradição, o
seu corpo foi levado para um povoado vizinho –– a Villa Lata, depois chamada
São Maximino –– onde esse bispo havia construído uma capela.

No século VIII, por temor dos sarracenos, as suas relíquias foram trasladadas
para um lugar seguro, tendo ficado esquecidas até que Carlos II, Rei da Sicília e
Conde da Provença, as encontrou em 1272. São Vilibaldo diz que viu a sua tumba
em Éfeso (hoje Turquia) no século VIII. A comuna francesa Vezelay diz ter as suas
relíquias desde o século XI.

É a padroeira das cabeleireiras, estilistas de cabelos, podólogos, pecadoras


penitentes, perfumistas, manicuras, fabricantes de perfumes e de óleos para o
corpo.

Na arte litúrgica da Igreja é representada segurando um alabastro de óleo.

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