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Direito Civil Aula 1 - Histórico

Normas Jurídicas
A norma é uma regra de convivência do ser humano, sobre os diversos aspectos da sua vida social.
A norma é uma abstração que pode ser analisada sob dois aspectos: normas físicas e normas de
convivência social.
A norma física não depende diretamente de considerações humanas, ela rege a natureza e os
fenômenos naturais. O “ser” é regulado pela norma física, pois ocorre da maneira que a natureza
determina que deverá ocorrer. O homem por sua natureza é regido por leis biológicas, físicas e
químicas, quanto a sua própria essência e ações.
Por outro lado, há normas que são decorrentes da convivência social, por elas está determinado o
“dever-ser”, ou seja, estas regras delimitam o comportamento humano perante a convivência
social. O “dever-ser” é determinado por regras consideradas éticas e de conduta, regras estas que
vão determinar como o convívio social será exercido por cada um dos indivíduos que compõem o
grupo social.
A regra ética é a regra imposta como adequada ao grupo social, ou seja, a norma que regula a
conduta humana. São regras impostas pelos indivíduos aos próprios indivíduos como forma de se
alcançar uma conduta considerada adequada. Assim, a conduta ética pode ser considerada como a
conduta esperada pela sociedade, já a conduta antiética é reprovável.
O “ser” é a base do “dever-ser”, ou seja, para alcançar a regra ética de conduta aprovável ou
reprovável o indivíduo tem que ser considerado em si, após este momento é que ele está inserido
na regra ética do “dever-ser”. O Direito é a ciência a que regula o “dever-ser”, ou seja, está dentre
as ciências sociais e éticas, com isso alguns de seus elementos são norma jurídica, autorização
legal, permissão, justiça e equidade.
O termo “direito” vem do latim directum o que significa retidão, porém no mesmo idioma pode
ser comparado ao termo “ius”, ou seja, poder. O direito é o instrumento adequado para o controle
social, dentre as normas éticas existentes, é por meio dele que se promove a organização, a
adequação e a integração da pessoa na sociedade.
A pacificação social depende diretamente das regras éticas existentes. Direito não é sinônimo de
Justiça, mas é o instrumento que promove o controle social para se alcançar a justiça. Para o
termo “ius” temos como correspondente o “poder”, que é a aptidão que o indivíduo ou grupo
possui para exercer sua vontade sobre a vontade alheia. O poder exercido pelo direito é o que
delimita a regra e faz com que o infrator sujeite-se às punições exercidas pela norma.
A sanção é exercida sobre a conduta que transgredir a regra social de convivência é aplicada por
meio patrimonial ou corporal, como forma de constranger o indivíduo a não praticar novamente a
conduta. Além do direito, existem outras normas que são consideradas éticas, como a regras
advindas da religião e da moral.
O direito tem por objetivo a pacificação social, a estabilidade e segurança das relações jurídicas e o
bem comum, com a função de solucionar os conflitos de interesses. As normas que integram a
relações entre a sociedade civil devem promover a solidariedade social e a satisfação das
necessidades humanas, sempre fundada na dignidade da pessoa humana.
Dentre as escolas do Direito, é possível destacar:
- Escola positiva ou científica (1798 – 1857), Augusto Comte, para esta escola a conduta relevante
à sociedade deve ser regrada.
- Escola Racionalista, (427-347 a.C.) Platão e Kant (1724 – 1804), Relacionamento, Livre arbítrio e a
formalidade, a razão deve ser aliada ao conhecimento experimental para se alcançar a verdade
sobre determinados problemas.
- Escola Histórica, Savigny (1779-1861), o foco é o estudo dos costumes sociais e o seu
reconhecimento judicial, sendo o direito decorrente do costume nacional e do trabalho da
jurisprudência.
Jusnaturalismo – direito natural, é o conjunto de regras éticas sociais para elaboração do direito
positivo, o jusnaturalismo prevalece ao direito positivo, pois o direito natural é inerente ao
homem.
A lei não pode ser considerada a única fonte do direito, uma vez que há a necessidade de
utilização de outras fontes e formas de expressão do Direito.
A norma deve ser interpretada de maneira teleológica, alcançando a harmonia entre o texto legal
e a natureza humana.
Juspositivismo – Direito Escrito e Direito não escrito (consuetudinário).

Fontes do Direito:
Lei – fonte primária ou formal – é solene, geral, permanente e vinculativa.
Fontes secundárias ou materiais:
Costumes – práticas reiteradas de atos sociais que se tornam inerentes ao grupo social.
Jurisprudência – Decisões terminativas do Poder Judiciário Brasileiro e Súmulas.
Princípios Gerais do Direito – personalidade individual e coletiva; liberdade; igualdade;
solidariedade social; autonomia da vontade; intangibilidade familiar; legitimação da herança;
perpetuação do bem de família; vedação ao enriquecimento ilícito; boa-fé e irretroatividade da lei;
Princípios inerentes ao homem: viver honestamente, não lesar o próximo e dar a cada um o que é
seu.
Doutrina – entendimentos dos estudiosos do direito.

Bibliografia:
SENISE LISBOA, Roberto. Manual de Direito Civil: Teoria Geral do Direito Civil. v. 1. 8ª ed. São
Paulo: Saraiva, 2013.
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro - Teoria Geral do Direito Civil. v. 1. 31ª ed.,
São Paulo: Saraiva, 2014.

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