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SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO

Camila Rocha,
Karoline A. de Araújo
Kelli S. Lopes.

Santa Cruz do Sul


2018
Termo Consentimento
Nós Camila Rocha, Karoline A. de Araújo e Kelli S. Lopes, responsáveis pela pesquisa Que
escola é esta?,estamos fazendo um convite para você participar como voluntário deste nosso
estudo. Esta pesquisa pretende estudar a relação entre a formação da escola e as Teorias Sociais
(alguns fundamentos sobre as contribuições que os primeiros sociólogos deram para que
pudéssemos compreender melhor a formação do mundo modernos e as relações entre as
pessoas). Acreditamos que ela seja importante, pois proporcionará os elementos necessários
para que entendamos como os papéis institucionais de uma escola, que são exercidos e
constituído de significados pelos indivíduos, apareçam naquele ambiente escolar. Para sua
realização será feito o seguinte: uma entrevista com a (o) professor, Leitura do Projeto Político
Pedagógico da escola e Regimento Escolar, entre outros documentos que possam contribuir
para a pesquisa.Durante todo o período da pesquisa você tem o direito de tirar qualquer dúvida
ou pedir qualquer outro esclarecimento, bastando para isso entrar em contato, com algum dos
pesquisadores. Você tem garantido o seu direito de não aceitar participar ou de retirar sua
permissão, a qualquer momento, sem nenhum tipo de prejuízo ou retaliação, pela sua decisão.
As informações desta pesquisa serão confidencias, e serão divulgadas apenas em sala de aula
na disciplina de Sociologia da Educação na Universidade de Santa Cruz do Sul, não havendo
identificação dos voluntários, a não ser entre os responsáveis pelo estudo, sendo assegurado o
sigilo sobre sua participação.

Autorização:

Eu, , após
a leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com o pesquisador
responsável, para esclarecer todas as minhas dúvidas, acredito estar suficientemente informada,
ficando claro para mim que minha participação é voluntária e que posso retirar este
consentimento a qualquer momento sem penalidades ou perda de qualquer benefício. Estou
ciente também dos objetivos da pesquisa, dos procedimentos aos quais serei submetido e da
garantia de confidencialidade e esclarecimentos sempre que desejar. Diante do exposto
expresso minha concordância de espontânea vontade em participar deste estudo.

________________________
Assinatura do voluntário

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e Esclarecido


deste voluntário para a participação neste estudo.

_____________________
Assinatura do responsável Dados dos pesquisadores
Introdução

O presente trabalho intitulado como “ Vida de professor” através da disciplina de


Sociologia da Educação, composta na grade curricular dos cursos de licenciatura da
Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), de acordo com o primeiro semestre de dois mil e
dezoito. Este trabalho tem por objetivo aproximar a realidade dos docentes em diferentes
contextos escolares com os estudantes ainda na graduação. O trabalho foi elaborado a partir de
uma série de questões feitas pelos próprios estudantes, em que os mesmos desenvolveram um
roteiro de perguntas, e por conseguinte, entrevista - para isso, o professor entrevistado deveria
ter mais de quinze anos de atuação no meio educacional e se sentir à vontade para dialogar.
A escola onde o professor entrevistado atua no momentos fica em uma cidade pequena
e na área central, Instituto Estadual de Educação Ernesto Alves de Oliveira, logo, boa parte do
corpo docente possui uma carreira no magistério bastante consolidada - muitos professores são
aposentados e retornam, outros são concursados; sendo assim, há poucos professores
contratados e jovens na área. É importante frisar que esta escola faz parte do conjunto de
escolas da rede pública do estado do Rio Grande do Sul. A escola por ser um instituto estadual
apresenta Magistério, Educação Básica regular (Ensino Fundamental/Ensino Médio), bem
como, uma presença ativa na comunidade a partir de grupos em prol a cultura (música e
ginástica). A infraestrutura apresenta-se bastante precária e com defasagem nos recursos e
instrumentos em prol a didáticas e ludicidade. No entanto, nota-se grande empenho por parte
da comunidade escola em resgatar essência das benfeitorias realizadas pela mesma durante o
longo período de tempo que vem servido a população local.
A professora entrevistada, trabalha mais de trinta anos na escola - se aposentou e
retornou como contratada 40h. Sempre desenvolveu trabalhos relacionados à pesquisa e
didática nas turmas do magistério da escola; demonstra ser uma pessoa muito carismática e
dedicada, embora em muitos momentos relata o cansaço em ainda estar atuando como docente
e regendo classes. Por ser formada em artes e música, a licenciada tem uma vertente artística
muito forte, notasse isso na maneira em que desenvolve a conversa ( cheia de jargões e
piadas)... embora, no momento da entrevista muito ocupada ela desenvolveu as respostas das
perguntas em silêncio na sala grande e fria dos professores. A professora relata em muitos
momentos da entrevista palavras como oportunidade e facilidade, indicando que a família por
ser abonada sempre a garantiu que seguisse o que lhe interessava- dificilmente o professor da
rede pública tem uma cheia de oportunidades e garantia de escolhas (pessoais e profissionais),
isso chama atenção. Outro ponto em destaque na entrevista e a proximidade da vida pessoal
com a história da escola, por ser natural da mesma cidade em que trabalha em muitos momentos
as histórias cruzam, e ela se torna quase como um personagem vivo das narrativas passadas
neste ambiente - perpassam desde sua infância, juventude, vida adulta, e agora velhice. Acho
interessante também maneira em que a professora direciona o seu olhar a geração de estudantes
presentes atualmente nas salas de aula indicando muitas vezes a falta de interesse e paciência
tomam muito tempo do processo de aprendizagem que por consequência gerar muitas
dificuldades na execução das atividades propostas pelo professor.

Perguntas para a entrevistada:

1. Por que você escolheu essa profissão?

Desde pequena já pretendia ser algo que me sentisse útil e realizada financeiramente, isto é ter
uma profissão. Meus pais sempre me oportunizaram a fazer tudo que tinha interesse. Comecei
a estudar música aos 8 anos - ia a Porto Alegre uma vez por mês e passava o dia lá na na Escola
Musical Chopin - meu pai era muito orgulhoso - fiz 6 anos de curso indo uma vez por mês na
escola e estudando para próxima tarefa, como tinha o dom foi fácil. Teria só feito a prática de
acordeão aos 14 formatura, com anel de música e tudo. Fiz magistério e me encantei logo em
seguida. Bifa! Artes em Cachoeira do Sul - me formei em 1977. Em 1973 comecei na Premem
como professora de música e arte - meu curso foi Educação Artística mais música durante
quatro anos e meio - fiz uma pós em Educação Psicomotora, fiz três concursos na área 1, 2 e
3, logo, fui nomeada. Em torno de 1980 cai no magistério como professora de didática e estou
até hoje. Me aposentei antes dos 50 e continuo com 40 horas. Contratada, amo o que faço hoje,
como supervisora de Práticas Pedagógicas.

2. Quais foram suas maiores dificuldades no início da profissão? Por quê?


Nunca tive dificuldades, sempre tive oportunidades - escolas particulares, estaduais e
conservatório municipal.

3. Como você descobriu que ser professor era realmente o que queria fazer enquanto
profissão e vida? Já pensou ou pensa em trocar de profissão? Em caso afirmativo,
descreva os motivos dessa postura.
No início da vida profissional, cada vez mais encantada - Minha profissão nunca pensei
em trocar, sou realizada como pessoa e estou sempre buscando a melhoria naquilo que sei fazer
e gosto muito. Só vou parar ao 70 anos. Como sou professora de artes pretendo trabalhar com
antiguidades , pois sou apaixonada. Além de música fiz piano, violão, flauta e estou tentando
violino, o que falta é tempo.

4. Na sua concepção como são desenvolvidos os saberes, competências e habilidades


de um professor na atualidade na Rede Pública de Ensino e Educação básica?

Como trabalho no magistério como formadora de professores que trabalham com


projetos em ação dentro da metodologia lúdica didática, sempre em busca de conhecimentos e
recursos - ampliando sempre os saberes participando de eventos, cursos e seminários. Hoje em
dia está difícil esta nova geração., mas acreditamos no potencial deles e investir - muito descaso
com a educação por parte do governo mas nada que torne menos interessados com o ensinar
com os saberes e com o compromisso de ser professora.

Conclusão

A partir da entrevista conseguimos analisar a relação da profissão de professor com a primeira


experiência de trabalho que pode está influenciar diretamente no seu cotidiano. Como a entrevistada,
em questão, que teve um aporte emocional e principalmente financeiro permitiu que ela desenvolvesse
suas habilidades de maneira positiva e prazerosa.
Em outro contexto, essa percepção seria diferente, até mesmo negativa. Acreditamos que a
situação atual promova uma certa indignação, porém, apesar disso ainda encontramos pessoas
entusiasmadas com a carreira de professor, apesar de temos bem clara as circunstâncias do que teremos
de enfrentar. A realidade é diferente e é cada vez mais difícil manter o interesse das crianças nos
assuntos da educação, pois nós mesmos estamos a perder o interesse, de certa forma, em razão da falta
de valorização profissional.
Outra razão pela qual a profissão era muito procurada, além de ser um trabalho
majoritariamente feminino na época, era o retorno financeiro da qual ela possibilita, sendo o oposto nos
dias atuais.
Com isso, concluímos que a realidade do indivíduo, bem como as situações nas quais somos
impostas, nos forma quem somos e dificilmente conseguimos fugir disso. Como o próprio professor nos
disse em aula, e também nos apropriamos a respeito, somos condicionados externamente para nós
mesmos. A constituição do indivíduo depende muito do coletivo e apesar de criticarmos certas atitudes
percebemos o quanto nos aproximamos das mesmas convicções no decorrer de nossas vivências.
Por fim, este trabalho nos proporcionou uma aprendizagem ímpar, em que as múltiplas
realidades se formam e conectam-se da maneira como vemos o mundo e o modo como trabalhamos.

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