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OLHAR DO O
cas Prátic
ativas educa
useu do Mu
te de Art
o do Rio
- 2015 2013 -
M986e
Material educativo.
Inclui bibliografia e índice.
Conteúdo : v.1 Escola do Olhar : práticas educativas do Museu de Arte do Rio 2013-
2015 - v.2 - Seminário Sustentabilidade, Educação e Arte.
ISBN coleção : 978-85-68880-04-3
ISBN v.1 : 978-85-68880-02-9
ISBN v.2 : 978-85-68880-03-6
1. Arte-educação. 2. Arte – Brasil. 3. Museu de arte (instituição). 3. Sustentabilidade.
I. Melo, Janaina. II. Seminário Sustentabilidade, Educação e Arte.
CDU 37+7
24 32 40
GIRA DA RIO DE ONTEM, A FOTO NOSSA
BAIANA RIO DE HOJE DE CADA DIA
CORTEJO E Roda DE Jogo da memória que Imersão fotográfica na
conversa sobre culinária, provoca reflexões sobre região portuária do Rio
música e religiosidade as transformações de Janeiro que relacionou
negras na construção do ocorridas na cidade ao memória, fotografia e
imaginário carioca. longo do tempo. desenho na produção de
um livro de artista.
58
ORGANIZÁRIO
DAS COISAS
DO MUNDO
Um livro colaborativo
composto de módulos
móveis tem como proposta
categorizar todas as
coisas do mundo.
70 78
SETOR DE PIRATA
BUSCA E MEIA-PORÇÃO
APREENSÃO Uma história incluindo
charadas é contada
DO REAL durante a visita às
exposições do museu.
TUDO O QUE EXISTE SERÁ
ORDENADO EM DUAS
CATEGORIAS: REAL E NÃO REAL
94 102
CORPOS PENSE COMO
MOLDADOS UMA CARTA SORTEADA
CONVIDA A VER AS
Este jogo propõe a OBRAS EXPOSTAS DE UMA
experimentação de PERSPECTIVA DIFERENTE.
comportamentos
inusitados para o
corpo no museu.
110 118
QUER TC? DIMENSÕES
Corpos experimentam COLETIVAS
o espaço, tecidos
e outros corpos a DA ARTE
partir de tensões
ProfessorAs em formação
criadas coletivamente.
criaram um coletivo
temporário e realizaram
intervenções no museu a
partir de interesses comuns.
130 138
FORMA DAS CARTAS
PALAVRAS AO VENTO
Criação de poemas POR escrita livre de
MEIO da combinação de uma carta com
recortes de palavras e destinatário incerto.
frases fixadAs no vidro
da entrada do museu.
13
alguns fios soltos que oferecem possibilidades de desdobramentos
e novas abordagens. São laboratórios de ideias constituindo refe-
rências que podem ser exploradas na sala de aula ou em outros
espaços de educação. O que resulta de tais ações são percursos de
aprendizagens e intervenções efetuadas pela equipe durante esse
processo. Na vida do museu, essas atividades continuam a passar
por adaptações, aprofundamentos, reinvenções, complementações
e novas derivas.
As práticas compartilhadas aqui estão divididas em quatro eixos
temáticos, constituídos a partir de questões levantadas pela equipe
de educação para investigar os conteúdos das exposições do MAR.
Assim como o educador ou professor que agenda um encontro de
seu grupo conosco, você pode abrir este livro em qualquer ponto,
começar pelo eixo ou pela atividade que desejar, fazendo seu pró-
prio trajeto por estas páginas:
Vejo o Rio de Janeiro
Quantas cidades existem em uma mesma cidade? De quantos
tempos uma cidade é feita? O que faz com que eu me identifique
como pertencente a uma cidade? Propõe-se um diálogo sobre
os diferentes olhares e percursos relacionados ao Rio de Janeiro
presentes nas exposições do MAR. Interessa-nos discutir como as
representações da cidade e seus aspectos socioculturais contri-
buem para a constituição de um imaginário carioca por meio das
artes, da arquitetura e da prática urbana.
...
O projeto
DE EDUCAÇÃO do MAR.
Quando o museu
é uma escola.
O Museu de Arte do Rio nasce como museu da cidade do Rio de
Janeiro. Ter o Rio como eixo transversal das ações significa reconhecer
que nossas experiências educativas se constituem no movimento da
própria cidade. É necessário, portanto, levar em conta os fluxos que
dela emanam ou são por ela atravessados. Localizado na região por-
tuária, o MAR envolve-se com a porosidade da cidade como território
fértil de questões, não para instaurar respostas definitivas e totais,
mas, ao contrário, para proporcionar reflexões capazes de ativar com
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o público, em cada contexto específico, formas distintas de participa-
ção e formação junto à experiência estética. A integração entre arte
e educação é o horizonte do MAR, que, no trânsito entre essas duas
áreas, concebe, potencializa e mantém públicas todas as suas ações.
O que é educar-se em um museu? O que o museu tem a nos
dizer? Inversamente, o que nós temos a lhe dizer? Sabemos que,
se não todos, boa parte dos museus hoje conta com programas
formativos e departamentos de educação. Mas como essas ques-
tões se colocam para o MAR, que também é uma escola? Para a
instituição, é preciso continuamente atravessar a educação para
se chegar à arte – é nesse sentido que, simbólica e fisicamente, a
circulação do museu inicia-se pela Escola do Olhar, nome de um de
seus edifícios, onde se concentra boa parte das ações que realiza.
Nos espaços do olhar ocorrem cursos, seminários, oficinas práticas,
rodas de conversa e encontros para tomar café da manhã.
A Escola do Olhar se projeta em direção à sociedade e articula parce-
rias com universidades, redes públicas de ensino, instituições muse-
ológicas, a sociedade civil e programas de educação não formal. A
fim de cumprir seus propósitos pedagógicos, a Escola do Olhar criou
seis programas, dentre eles a Biblioteca e Centro de Documentação
e Referência. Há ainda o programa de Visitas Educativas, que envolve
público escolar e não escolar em visitas mediadas às exposições; o
programa de Formação com Professores, que reúne cursos e oficinas
práticos e teóricos para o professor; o programa Arte e Cultura Visual,
que oferece cursos e oficinas sobre pensamento, práticas e linguagens
da arte contemporânea e da história do Rio; o MAR na Academia, que
objetiva o intercâmbio nacional e internacional e a cooperação entre
os centros de pós-graduação em arte; e, por fim, o programa Vizinhos
do MAR, que fomenta o envolvimento e a participação da comunida-
APRESENTAÇÃO
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vivências que permitam ao público construir seu próprio percurso de
fruição e aprendizagem. O MAR objetiva, portanto, instaurar espaços
de possibilidades. Fundamenta-se e acredita na potência de sujeitos
que identificam oportunidades de reconhecimento, trocas e desloca-
mentos. Inscreve-se na cidade como uma situação favorável para a
partilha de conceitos, ideias e saberes. Também interfere na consti-
tuição de comunidades que operam de distintas maneiras a prática
da educação, criando espaços de diálogo continuado no qual entre-
tecemos inquietações e dúvidas. Dispor-nos ao risco, à intervenção e
ao desvio enriquece nossas perspectivas e amplia nossas possibilida-
des de atuar com e nesse território chamado museu.
Janaina Melo
Gerente de Educação
Museu de Arte do Rio - MAR
APRESENTAÇÃO
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que quer
ser
roda.
“Oh, velho Deus dos homens, As kitandas eram um fenômeno tipicamente
africano antes do transporte forçado de africanos
eu quero ser tambor ao Brasil. Mulheres escravizadas, forras e livres,
armavam seus tabuleiros nas ruas de Salvador, Rio
e nem rio
de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais para vender
e nem flor alimentos e produtos. Vestiam diversos trajes e
adornos e provinham de diferentes partes da
e nem zagaia por enquanto África. A partir de 1830, mulheres vindas da Bahia
começaram a chegar ao Rio com roupas e turban-
e nem mesmo poesia.
tes brancos, enfeitadas de balangandãs. “Desde
Só tambor ecoando como a canção da força e da vida então, as ‘baianas’ – que nem sempre eram baia-
nas de fato, mas ganharam esse nome genérico
Só tambor noite e dia pela forma como se apresentavam – desbancaram
no século XVIII, uma educadora negra de turbante e saia palavras que eu escrevi.” Carolina Maria de Jesus
rodada convida a tocar, dançar e cantar samba de roda, Já no final do século XIX, com a presença das
tias baianas, os laços culturais com a ancestra-
maracatu, jongo, coco e ciranda. Experimenta-se cocada
lidade africana eram celebrados em festas que
, tem saia rodada para vestir e instrumentos para tocar. reuniam artistas, músicos e compositores que mais
tarde dariam origem à geração de sambistas que
Tudo pronto, inicia-se um cortejo pelas galerias e diferen- conformou a cultura musical carioca. Tia Perciliana,
Tia Bebiana, Tia Amélia, Tia Rosa e Tia Ciata são
tes espaços do museu. Faz-se, então, a Gira da Baiana.
alguns dos nomes lendários que remontam às
origens do samba no Rio. Hilária Batista de Almeida
ou Tia Ciata (Santo Amaro da Purificação, 1854 -
Rio de Janeiro, 1924) foi uma baiana de saberes
religiosos e culinários. Sua casa tornou-se tradicio-
nal ponto de encontro onde se reuniam grandes
nomes, como Donga, Pixinguinha, João da Baiana,
Sinhô e Heitor dos Prazeres.
A palavra “gira”, nijra no idioma quimbundo , significa “Os mortos enterrados à flor da terra na Gam-
boa clamavam com o lamento dos antepassados,
caminho ou rua. A Gira da Baiana é um cortejo cantado e não demorou para que seu culto fosse celebra-
do.” Rafael Cardoso.
que parte de sambas e cantos religiosos. Após o cortejo,
organiza-se uma roda de conversa e contação de his- A região próxima à Praça Onze e à zona portuá-
ria do Rio de Janeiro, conhecida como Pequena
tórias sobre nossa cultura e memória afro-brasileiras. A África, vincula samba e religiosidade, vida e morte.
No Rua do Valongo, a poucos quarteirões do MAR,
gira também faz referência ao importante papel das tias
situava-se o mercado de escravos do Rio de Janei-
baianas na conformação da cultura carioca. Mulheres ro. Pessoas eram trazidas da Costa da Mina, Guiné,
Luanda e até do Cabo. Entre 1700 e 1740, o mo-
negras quituteiras, benzedeiras e mães de santo eram vimento negreiro no porto carioca quase triplicou:
lideranças sociais que em suas casas, nas ruas próximas de cerca de 28 mil africanos entre 1700 e 1710,
passou para cerca de 66 mil entre 1731 e 1740. Na
ao museu, situado na zona portuária do Rio de Janeiro década de 1750, passaram 75 mil cativos pelo Rio
e, na seguinte, mais de 80 mil pessoas, o que fez
, conformaram espaços de sociabilidade, acolhimento,
do Rio o maior porto de escravos das Américas.
participação e festa. A roda provoca discussões sobre a
Sueli Carneiro, feminista negra, atenta para o
cultura e tradição afro-brasileiras, relacionando samba e fato de que o discurso sobre a opressão feminina
não tem reconhecido a experiência histórica dife-
poesia, ritmo e resistência, dança e feminismo , tradi-
renciada da mulher negra. O mito do sexo frágil,
ção oral e racismo. que justificou o paternalismo com relação à mulher
branca, nunca se aplicou a essas mulheres:
27
“Fazemos parte de um contingente de mulheres
que trabalharam durante séculos como escravas
nas lavouras ou nas ruas, como vendedoras, qui-
tuteiras, prostitutas... Mulheres que não entende-
ram nada quando as feministas disseram que as
mulheres deveriam ganhar as ruas e trabalhar!”
33
que o gênio
humano
foi capaz
de conceber.
Cláudia Cerqueira do Rosário
Este jogo da memória formado por cartas com ima- “Em nossos corpos, se estão certos nossos ho-
mens da ciência, está presente algo do início do
gens de lugares da cidade é composto de diferentes mundo. Em suma, a memória não está apenas no
passado trazido à tona pela recordação, mas está
etapas. A primeira etapa consiste em encontrar duas
presente em nossos corpos, em nosso idioma, no
imagens idênticas. Na segunda rodada, novas cartas que valorizamos, no que tememos e no que espe-
ramos. A memória nos identifica como indivíduos
entram em jogo: o par é feito com duas imagens de e como coletividade. A memória permite mesmo
que estas linhas sejam escritas em sequência
um mesmo lugar, porém de tempos históricos diferen-
coerente.” Cláudia Cerqueira do Rosário.
tes – passado e presente se entrecruzam, propiciando
“Na Atenas contemporânea, os transportes
diálogos. Numa etapa posterior, o jogo torna-se mais coletivos se chamam metaphorai. Para ir para
instigante, pois o critério para relacionar o par de ima- o trabalho ou voltar para casa, toma-se uma
‘metáfora’ – um ônibus ou um trem. Os relatos
gens passa a ser estabelecido pelo jogador a partir de poderiam igualmente ter esse belo nome: todo
dia, eles atravessam e organizam lugares; eles os
suas próprias memórias e afetos. Assim, surgem pares
selecionam e os reúnem num só conjunto; deles
formados por lugares e tempos distintos, revelando que fazem frases e itinerários. São percursos de
espaços.” Michel de Certeau.
a relação passado/presente é sempre uma construção.
Um exemplo de mapa mental são os palá-
RIO DE ONTEM RIO DE HOJE
41
por dia
com
uma câmera
analógica.
FOTO NOSSA DE CADA DIA
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de camadas gerou um livro-objeto. Posteriormente, os “Um modo de atestar a experiência, tirar fotos
é também uma forma de recusá-la − ao limitar
livros foram expostos em uma instalação, mas poderiam
a experiência a uma busca do fotogênico, ao
também ser disponibilizados numa sala de leitura. converter a experiência em uma imagem, um
suvenir.” Susan Sontag
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demais. Nunca poderá repetir a cena para voltar
a fotografá-la.” Henri Cartier-Bresson
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ou as coisas.
2. Gradação em uma
hierarquia.
3. Tudo que se inventa.
ORGANIZÁRIO DAS COISAS DO MUNDO
61
O Organizário das Coisas do Mundo é um grande livro, Na obra Biblioteca dos Enganos, Walmor
Corrêa (Porto Alegre, 1962) cria seres imaginá-
mas também um método de classificação , ordenação rios utilizando como referência as expedições
científicas realizadas no Brasil e em outros
e categorização das coisas do mundo. Tem suas bases na
países da América durante o século XIX. Delas
pesquisa científica e retoma, por isso, alguns procedimen- participavam geógrafos, zoólogos, botânicos e
artistas que misturavam observação científica e
tos comuns aos naturalistas do século XIX, assim como imaginação. Em seu trabalho, Walmor relaciona
arte e ciência retomando as descrições de plan-
aos navegadores que, a partir do século XV, rompendo o
tas e animais catalogados.
limite do mundo desconhecido, lançavam-se por mares e
O autor argentino Jorge Luis Borges (1899-
terras ainda não vistas, porém imaginadas. A imaginação 1986) é um clássico da literatura fantástica.
é central para a descoberta e a invenção. Sua obra O livro dos seres imaginários é uma
espécie de manual inventado de zoologia. Nesse
bestiário fantástico, Borges descreve 116 animais
exóticos, entre monstros, elfos, gnomos e fadas.
Classificar em categorias por analogia, afinidade ou qual-
quer outro elemento comum todas as coisas do mundo
possibilita refletir sobre o modo como cada um nomeia
ORGANIZÁRIO DAS COISAS DO MUNDO
dade investiga como as ciências e as instituições artísticas Wlademir Dias-Pino, um dos fundadores da
poesia concreta, criou livros-poemas em que
são processos de invenção e também meios legitimado- explorava todas as possibilidades do espaço
gráfico da página, como em A Ave. Nos Poemó-
res de formas do saber. Quem tem o poder de organizar
biles de Augusto de Campos e Julio Plaza, os
e nomear as coisas do mundo? textos nas três cores primárias (amarelo, azul e
vermelho) surgem em estruturas tridimensionais
que saltam da superfície do papel quando as
páginas são abertas. O MAR possui uma impor-
tante coleção de livros de artistas brasileiros e
estrangeiros, com mais de 1.000 itens.
63
ORGANIZÁRIO DAS COISAS DO MUNDO
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ORGANIZÁRIO DAS COISAS DO MUNDO
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71
Duração:
até a última
coisa real
do mundo
ser
identificada.
É possível determinar o que é real e o que é não real? No “Crianças de 10 anos de idade decidiram que
‘real’ era tudo o que já tinha existido e ‘não real’
Setor de Busca e Apreensão do Real, o desafio é mapear era o que não tinha existido. Perguntei se elas
conheciam tudo o que já existiu. O critério de
e identificar rastros de realidade nos lugares por onde
realidade, então, mudou: ‘real’ seria tudo o que
se passa: no museu, na escola, na casa, na rua. Todas já existiu, mas que era conhecido por elas.”
Mariana Vilanova, educadora.
as coisas disponíveis no ambiente passam pelo crivo do
O poeta mato-grossense Manoel de Barros
setor e nelas são colados post-its ou pequenos papéis de
afirmou que 90% do que escrevia era invenção
diversos tamanhos e cores carimbados com as palavras e só 10% era mentira. A separação da ideia de
ficção da ideia de mentira é algo próprio da arte.
REAL e NÃO REAL. Arte é ficção, não mentira. Ficcionar ou fingir
“não é propor engodos, porém elaborar estrutu-
ras inteligíveis”, como afirmou o filósofo Jacques
No museu, o setor investiga o que se encontra ao longo do Rancière em seu livro A partilha do sensível.
Essas estruturas inteligíveis, coordenação entre
caminho: obras nas exposições, corredores, janelas, esca-
atos, organização de signos, palavras e imagens
das e até pessoas. A dúvida sobre o caráter real ou não que se reúnem para compor uma obra de arte
são semelhantes àquelas usadas pelos historia-
real das coisas converte-se em oportunidade de discutir
SETOR DE BUSCA E APREENSÃO DO REAL
79
QUE PIRATA
QUE SE PREZE
JÁ NASCE
NO MAR”.
PIRATA MEIA-PORÇÃO
Rabo de sereia e rosa dos
ventos do livro do Pirata
Meia-Porção, elaborado
pelos educadores.
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“Não sei se é verdade (ou se é conto lorotoso dos conta- Uma das formas de operar que resultam na
constituição de algumas coleções pode ser com-
dores de lá), mas foi no mar mais revolto, da noite mais parada àquela de um pirata. Para criar uma cole-
ção, o objeto deve sair de seu contexto, do lugar
escura, no seio da maior das tormentas, envolto em uma
que ocupa no mundo, para ingressar no museu.
imensa escuridão que nasceu, sem mais nem menos, sem Ele deve ser “roubado” de sua vida anterior. Se
analisarmos a história das grandes coleções de
chorar e sem muita força, o Pirata Meia-Porção. Não se objetos do mundo, encontraremos episódios
de conquistas, guerras, saques e disputas que
enganem, senhoras e senhores, com esse nome, pois a
levaram esses objetos aos centros de poder.
grandeza de um pirata se mede mais pela glória de seus
O que faz um curador?
feitos; pela sua força de comando; pela fama espalhada
aos ventos e pelo tamanho de seu tesouro do que pela “Curadores pesquisam, escrevem, educam,
facilitam, levantam fundos, planejam, dirigem,
sua estatura. De fato, Meia-Porção era um tanto pequeno produzem, criam e cuidam dos artistas, obras e
exposições desde seu estágio inicial como ideia
em tamanheza perto de outros piratas, mas, assim como
até muito depois que acontecem. Documentam,
Napoleão, que mesmo sendo um cotoco de gente se fez promovem, apresentam e reapresentam projetos
passados, enquanto buscam novos projetos o
imperar pelas velhas terras da Europa, Meia-Porção se tempo todo. Formam redes, reúnem ideias e
constroem públicos; trabalham de forma fluida e
fez reinar soberano sobre os mares, de forma que seus
independente, dentro, através de, em relação a,
PIRATA MEIA-PORÇÃO
Como toda história de pirata, a nossa também tem um baú todos os espaços das paredes e até do teto: não
apenas objetos e obras de arte, mas principal-
do tesouro. Dentro dele há diversos objetos, todos relacio- mente espécimes dos reinos animal, vegetal
e mineral. Ainda assim, tampinhas de garrafa,
nados à história de Meia-Porção: uma luneta, uma bússola
bolinhas de gude, figurinhas para o álbum, selos,
e um mapa. No final da visita, os educadores lançam uma revistas em quadrinhos e conchinhas do mar
estão aí para comprovar que todos podem cole-
pergunta: o que é um tesouro para você? cionar, e o valor atribuído ao objeto colecionado
é subjetivo.
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souros (relatos, desenhos, palavras, objetos), impressões e
registros gerados pela experiência na visita.
Luneta, papiro, livro
e charadas do pirata,
feitos pelos educadores
do museu.
PIRATA MEIA-PORÇÃO
85
PIRATA MEIA-PORÇÃO
95
um som pra ser seu.
Faça uma competição
de caretas.
Conte até dez com
o corpo.
CORPOS MOLDADOS
O número tirado no dado
define o envelope a ser aberto
e a proposição a ser realizada
pelo participante da atividade
Corpos Moldados.
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Quais os limites do corpo? De que forma um movimento Michel Foucault (1926-1984), historiador e
filósofo francês, no texto “Corpos dóceis”, do livro
distante de nossa rotineira gestualidade pode despertar Vigiar e punir, investigou como instituições como a
escola e o quartel, por exemplo, disciplinam nossos
nossos sentidos? Corpos Moldados é um jogo em que
corpos para organizar e controlar nossas ativida-
os lances de um dado definem a ação dos jogadores. A des. Para Foucault: “É dócil um corpo que pode ser
submetido, que pode ser utilizado, que pode ser
partir de proposições incomuns, conversamos sobre o transformado e aperfeiçoado”.
como a relação do corpo com o espaço da escola, da mos políticos de obediência) […] a coerção discipli-
nar estabelece no corpo o elo coercitivo entre uma
cidade e do museu afeta e influencia os processos de aptidão aumentada e a dominação acentuada”.
103
No museu ou no mundo, diante das coisas, muitas vezes Na Óptica, Euclides (300 a.C.) contrapunha cer-
tas correntes filosóficas que afirmavam que cada
nos perguntamos: o que é isso? As coisas têm nome e as objeto era exatamente do tamanho que o vemos,
defendendo a hipótese de que vemos pequenas
obras também. Mas nem sempre a dureza de certos no-
as coisas distantes porque estão longe, e não por-
mes consegue romper a tensão que encerra o significado que sejam de fato menores do que as que estão
mais próximas. Para os gregos, as coisas mais dis-
do real. Nomes são parte de narrativas inventadas sobre tantes pareciam menores por uma “deformação”
do mundo imposta por nossa condição humana.
as coisas. Sendo assim, se criarmos outras narrativas para
Por isso eles corrigiam na realidade as deforma-
as obras, podemos inventar novos títulos para elas? A ções causadas pela nossa visão. Assim, um templo
parecia ter linhas absolutamente retas justamente
proposta desta atividade é criar novos nomes para as porque não o eram. Enquanto Euclides buscou
descrever as obras, a partir da perspectiva de seu perso- humanos, e que veem a realidade diferentemen-
te dos seres humanos”. Cada um desses agentes
nagem. A legitimidade da legenda é posta em questão constitui uma espécie de “centro do mundo”,
concebendo-se como subjetividade. Assim, os
em prol de novos sentidos e significações.
animais não se compreendem como bichos; pelo
contrário, veem-se dotados de estatuto humano.
105
que, recusa, reflexão, empatia, desgosto, indife-
rença. Quando o público se percebe como agente
ativo na constituição de sentido das obras, seu
papel deixa de ser o de espectador para se tornar
cocriador e coautor. Para Umberto Eco, criador
da teoria da obra aberta, “cada recepção de uma
obra de arte é tanto uma interpretação quanto
uma execução dela”. Toda obra de arte assume,
assim, uma dimensão performativa. Para ele, há
uma colaboração psicológica entre público e autor:
111
COM POR
COM COR
FORMA COM CORPO
Crianças e educadores experimentam
tecidos no Pilotis do MAR.
113
Nossos corpos são conjuntos de formas e cores. Nossas O concretismo no Brasil foi um movimento ar-
tístico e literário ocorrido nas décadas de 1950 e
roupas também formam composições cromáticas com 1960, no qual artistas como Waldemar Cordeiro,
Geraldo de Barros, Luiz Sacilotto, no caso de São
planos diversos. Com tecidos elásticos jogamos no espaço.
Paulo, produziam obras sem buscar qualquer
Criamos tensões entre azuis, vermelhos e amarelos. Rede- conotação simbólica. Utilizando apenas cores e
formas geométricas, seguiam os princípios da
finimos o volume e a geometria dos corpos coletivamente. racionalidade e da matemática para compor em
busca da pura visualidade. No Rio de Janei-
Nos transformamos em esculturas vivas e experimentamos
ro, porém, artistas como Hélio Oiticica, Lygia
a relação de um corpo com o outro, pois é necessário ao Clark e Lygia Pape, que se autodenominavam
neoconcretos, reagiam a favor de uma maior
menos um segundo corpo para tensionar o tecido. Com os experimentação das linguagens e dos sentidos,
119
que se esconde
dentro
do sujeito
que age”
Pedro B. Mendes e Fernanda Kutwak
Dimensões coletivas da arte é um curso de formação com Zona de poesia árida apresentou mais de 55
trabalhos de 16 coletivos de arte e ativismo de
professores que teve como base a exposição Zona de São Paulo presentes no acervo do Museu de Arte
do Rio. Esse conjunto foi formado a partir do
poesia árida .
Prêmio do Edital Marcantonio Vilaça (Funar-
te) e constitui o Fundo Criatividade Coletiva/
Doação Funarte. Vídeos, fotografias, gravuras,
Grupos de professores da educação básica de escolas pú- intervenções e performances constituem uma
zona poética que tem a cidade como centro e a
blicas e privadas experimentaram coletivamente processos
intervenção em espaços públicos como prática.
artísticos como práticas pedagógicas, políticas e de so- Coletivos presentes na exposição: A Revolução
Não Será Televisionada | BijaRi | Catadores de
ciabilidade. A partir da exposição e pensando na ideia de Histórias | Cia. Cachorra | COBAIA | Contrafilé |
coletivo, coletividade e rede, o grupo dedicou-se a debater Dragão da Gravura | EIA | Elefante | Espaço Co-
ringa | Esqueleto Coletivo | Frente 3 de Fevereiro
a seguinte questão: podemos criar espaços de partilha | Mico | Nova Pasta | ocupeacidade | Política do
Impossível
para o desenvolvimento de uma ação comum?
“O ‘nós’, primeira pessoa do plural, contém
a multiplicidade de relações que se esconde
dentro do sujeito que age. Mas, mais que conter,
DIMENSÕES COLETIVAS DA ARTE
121
formação de pessoas em espectadores.
vivenciaram a relação entre arte e ativismo , produção
artística e esfera pública, criação coletiva e gesto poético
na arte política.
DIMENSÕES COLETIVAS DA ARTE
131
UMA SÉRIE
DE RECORTES
DE PALAVRAS
OU TRECHOS
DE POEMAS.
A proposta é criar algo novo a partir de um tipo de matéria Um dos poetas que motivaram esta atividade
foi Mário Chamie, criador da poesia práxis, que
palavra, tão manipulada e desgastada pelos tantos usos surgiu como dissidência da poesia concreta. A
poesia práxis adotava a palavra como organismo
de outros poetas, para refletir, na experimentação e reutili-
vivo gerador de novos organismos vivos, ou seja,
zação dessas frases, sobre a noção de originalidade. de novas palavras. No concretismo, o uso das
possibilidades gráficas das palavras suplantava a
ideia de começo, meio e fim do texto e elimi-
nava o uso do verso para concentrar-se em sua
Relações formais vão sendo constituídas a partir da inte-
materialidade e no aproveitamento do espaço
ração com o suporte e da maneira como os textos produ- branco da página. Por esse uso espacial da pa-
lavra, muitos desses textos foram chamados de
zidos são dispostos para a apreensão do leitor. No museu, poema-objeto. Como Mário Chamie expressou
poemas foram montados sobre as paredes de vidro da em um de seus poemas, “Por trás da palavra”,
esta atividade tenta libertar as palavras de sua
fachada, fazendo com que a transparência e o espaço condição de clausura: “Por trás / de toda palavra
/ há uma trama / cavada. / Só não se cava / nem
vago entre as palavras acrescentassem camadas ao texto.
se sagra / a palavra / enclausurada. / A clausura
Forma das Palavras é fruto da caça de seus autores pelos / da palavra / é a palavra / lacrada; / é a usura
/ da palavra / que não abre / suas veias / se se
sintagmas disponíveis. Os poemas que surgem podem envenena / de nada.”
139
Paulo Bruscky
Convidaram-me a escrever “uma carta para ser lida” por “A arte postal está literalmente inscrita na
translocalidade. Carrega as marcas do lugar nos
alguém. Em uma mesa com diversos materiais, encon- selos colados nos envelopes e nos endereços do
remetente e do destinatário. No entanto – o que é
tro papéis, canetas, lápis com cor ou sem cor, carimbos,
importante – situa-se também além do lugar: viaja
giz de cera, bico de pena, carvão, nanquim, máquina de ou transporta essas marcas de seus contextos a
uma localização distinta. Assim, é enraizada e con-
escrever, selos e envelopes. textual, um movimento que responde a condições
políticas e sociais específicas do lugar, ao tempo
que transcende essas mesmas condições e catego-
Escolho as ferramentas que darão forma aos meus pen- rias.” Zanna Gilbert
samentos e experimento a escrita. Penso nesse alguém “A Arte Correio (Mail Art), Arte por Correspon-
que ao mesmo tempo é indefinido e notável e como dência, Arte Postal, Arte a Domicílio ou qualquer
outra denominação que receba não é mais um
receberá as impressões do que está próximo a mim: dos ‘ismo’, e sim a saída mais viável que existia para
a arte nos últimos anos, e as razões são simples:
lugares que conheci, das pessoas que encontrei, do
antiburguesia, anticomercial, antissistema etc.
que vi, ouvi e senti. Ao redigir a carta, ativo meus senti- Essa arte encurtou as distâncias entre os povos e
países, proporcionando exposições e intercâmbios
dos entre desejos e anseios, dúvidas e certezas, críticas, com grande facilidade, onde não há julgamentos
nem premiações dos trabalhos, como nos velhos
questionamentos e denúncias. Transformo em palavras,
salões e nas caducas bienais. Na Arte Correio, a
CARTAS AO VENTO
riscos, desenhos, colagens, cortes, marcas e rasuras a ci- arte retoma suas principais funções: a informação,
o protesto e a denúncia.” Paulo Bruscky
dade que tenho em mim. Ao final, com a carta dentro do
Como a arte pode questionar as regras de um
envelope ou o envelope como carta, planejo seu destino
sistema? Mesmo sabendo que seria barrado, o artis-
ao acaso do encontro. ta Paulo Bruscky (PE, 1949) levou um envelope de
2 metros a uma agência do correio, acompanhado
por uma multidão. A polícia foi chamada, e ele que-
O destino da carta era variado. O remetente poderia ria que lhe explicassem por que a carta não poderia
ser enviada. A lei do correio, que não estabelecia
optar por entregá-la a uma pessoa específica, deixar que um limite de tamanho para o envelope, teve de ser
modificada. Na ação Sem destino (1970), Bruscky
fosse entregue aleatoriamente a anônimos ou participar
distribuiu a seus amigos envelopes que tinham
de uma troca: deixar uma carta e pegar outra. Esta ativi- o endereço do artista como remetente e a frase
“sem destino” no campo reservado ao endereço do
dade explora a dimensão afetiva da correspondência em destinatário. Depois de fazer intervenções no enve-
lope, bastava colocá-lo numa caixa de correio. De
papel e suas várias formas de escrita. Dialoga também
acordo com a lei da União Postal Universal, cartas
com a arte correio , a história dos meios de comuni- sem destino retornam ao remetente. Assim, Bruscky
recebeu todas as cartas de seus amigos de volta,
cação e suas transformações. As cartas funcionam como sem que eles se preocupassem com o selo.
147
para gerar
outra coisa,
com novo sentido
e atribuição.
OBSOLECÊNCIA PROGRAMADA
149
se desenvolve um projeto científico. O cientista apresenta zem também graves riscos à saúde humana pela
presença de materiais tóxicos, como mercúrio,
seu objeto, respondendo às seguintes perguntas: chumbo, cádmio e arsênico.
Como funciona?
fonte (1917), um urinol assinado, a um júri de arte,
Quem vai utilizar? Duchamp – o inventor do ready-made – estava
colocando em xeque o sistema da arte, questio-
nando o status do objeto de arte. Desde então,
e especialmente nas décadas de 1950 e 1960,
a apropriação de objetos industriais que podem
ser recombinados, acumulados, justapostos e
incorporados tornou-se um procedimento corrente
nas artes visuais.
Para realizar o desafio, é preciso desmembrar equipa- Se você tivesse que colocar tudo o que
precisa para viver numa mala, o que teria dentro
mentos obsoletos, desmontar e desparafusar todas as dela? Somos 7 bilhões de pessoas no planeta
e já deixamos de ser um agente biológico para
roscas, como um processo de reconhecimento da natu-
nos tornarmos uma força geológica capaz de
reza de cada fio, engrenagem e traquitana. Com tudo modificar seu clima e, assim, ameaçar nossa
existência e a de outros seres. A obsolescên-
desmontado, é hora de inventar novos objetos a partir cia programada é uma estratégia da indústria
para aumentar o consumo e obter mais lucros:
dos existentes : seres, máquinas e ferramentas que,
produtos são feitos para ter vida breve. Quando
assim como as peças utilizadas, também se tornarão quebram, muitas vezes não possuem peças de
reposição, obrigando a uma nova compra. Por
obsoletos no futuro. um lado, consumidores devem pressionar os
governos para regular as indústrias e, por outro,
praticar um consumo consciente. A redução do
Crianças e adultos podem construir engenhocas e com- consumo deve ser orientada por uma redistribui-
ção radical da riqueza, já que, por exemplo, um
partilhar juntos o processo de feitura, discutindo o que os
cidadão médio dos EUA consome o equivalente
motivou a inventar seus objetos e que funções ele teriam. ao que é consumido por 32 cidadãos do Quênia
ou da Etiópia.
É aos poucos, na troca, invenção e descoberta, que o signi-
ficado dessa estranha palavra, obsolescência , se revela.
151
OBSOLECÊNCIA PROGRAMADA
153
Com o corte cria-se o espaço; com a dobra,
o volume. Dois cortes e uma dobra ou três
dobras e um corte, uma folha de papel e um
desafio: criar uma escultura.
Faça sua própria escultura
1. Sorteie dois números.
2. Sorteie um papel
colorido.
3. Faça no papel colorido,
155
com a ajuda de uma
tesoura, na ordem que
quiser, o número de cortes
e o número de dobras
sorteados.
CORTE E DOBRA
quantidade de dobras. O acaso determina os elementos de suas obras podem ser vistas em espaços
públicos, dialogando com a paisagem.
definidores da experimentação da proposta do artista,
“Eu gosto de fazer uma escultura que não
permitindo investigar as possibilidades de transposição
deixa resto. Não deixa pedaço nenhum sem
do plano bidimensional para o tridimensional na constru- solução perfeita.”
ção de uma pequena escultura com sustentação própria. “Minha primeira escultura de dobra foi de cobre.
Dobrada. Depois disso continuei cortando e
Com a forma pronta, pode-se experimentá-la de diferen-
dobrando e cortando e dobrando. Isso foi feito
CORTE E DOBRA
tes maneiras no espaço, criar curvas no papel e voltar a em 1952. Tem um tempinho aí fazendo a mesma
escultura o tempo todo. Eu gosto do ferro, gosto
dobrá-lo. A cada gesto, a forma se altera. Pode-se ainda da chapa de ferro, da cor do ferro, é fácil de
trabalhar, não há mistério.” Amilcar de Castro
descobrir o encaixe com outras esculturas de papel.
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MATERIAL EDUCATIVO Jessica Goes, Juan Selva, Juliana Ângelo, Eloisa Elena Nascimento, Nilton Carlos Silva da Concei-
Karen Aquini, Katiucia Pregioni, Laiz Gomes, Monica Moreira Esteves Bernardi ção, Regina Ferreira Barbosa, Renato da
Edição Lais Morais, Laura Potter, Leandro de San- Silva Alexandre, Rose Adriana Augusto,
Museu de Arte do Rio – MAR tana, Leandro Morandi, Leonardo Ricardo, Diretor-presidente Rosinaldo José de Oliveira, Sandra Garcia
Instituto Odeon Leonardo Siqueira, Leticia Caetano, Liliane Carlos Gradim Magalhães, Saulo Moreira dos Santos,
Câmara de Oliveira, Lorrane Santana Cruz, Wellerson da Silva.
GERÊNCIA DE EDUCAÇÃO Lucas Assumpção, Luciana Grizotti, Ludmila Diretor cultural
Janaina Melo Pontes, Ludmilla Gomes, Luis Otávio, Luiz Paulo Herkenhoff Gerência de comunicação
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COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA Mara Pereira, Marcelo Henrique, Márcio ASSESSORA DO DIRETOR CULTURAL Boiteux, Marcello Talone, Mariana Marques,
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Marília Palmeira Natalia Moreira, Natália Nichols, Nícolas Costa, Marcelle Vargas*, Marcos Meireles, Ma-
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Pesquisa e redação Pâmela Nunes, Patrícia Klein, Pedriná Hen- Roberta Kfuri
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ESTUDIO CRU Siqueira, Raniere Dias, Raphaela Machado, GERENTE de conteúdo Baker Valls Pereira, Juliana Moura Pecly dos
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Revisão de textos Teles, Robnei Bonifacio, Rodrigo Batista, Marcelle Cristine Moreira Vargas*, Marcos Iná-
Ciça Corrêa Rodrigo Neves, Ronney Barbosa, Sabrina GERENTE de educação cio Meireles, Marina Duarte Martinez*, Mayra
Kiel Pimenta Gonçalves, Stephanie Andreas, Taísa Alves, Janaina Melo Brauer Morgado, Renato Figueredo Dias.
Tamyres Barros, Tathiane Silva Souza, Tereza
Todas as fotografias são de autoria Neuma, Thyago Corrêa, Thiago Muiz, Ulisses GERENTE de produção Gerência de Produção
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FICHA TÉCNICA
p. 68-69 (vol. 1) e 19 (vol. 2) | Equipe de lace Ramos, Wesley Ribeiro, William Toledo, Camila Macedo**, Daniel Bruch, Keith
educação do MAR Ynaê Cortez, Yuri Baptista. Equipe Soares, Márcia Rego, Stella Paiva.
p. 42-43 (vol. 2) | Francisco de Souza
p. 53 (vol. 1) | Roxane Oliveira Núcleo de projetos e processos * Estagiário ** Jovem aprendiz
p. 39 e 41 (vol. 2) | Observatório-móvel MUSEU DE ARTE DO RIO Bruna Bindes Nascimento Machado*, Clei-
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Mello, Anderson Zatara, Andréa Barboza, Luiz Henrique Sanson [Secretário Chefe do Gerência Administrativo-Financeira
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Amador, Arantxa Ciafrino, Bianca Gonçalves, Marcelo Calero [Secretário Municipal de Ferreira, Daniel Braga de Oliveira Alves, Nichols, Pâmela Nunes, Thyago Corrêa.
Branca Zuma, Bruna Camargos, Bruno Cultura] Diego de Deus da Conceição, Inês Rosa Educadores 2 André Vargas, Daniel Bru-
Machado, Bruno Oliveira, Camilla Gomes, Helena Bomeny [Secretária Municipal de Castilho, Jaqueline Pacheco Fonseca, Leo- no, Daniel Santiso, Diego Xavier, Georges
Carolina Burnier, Casimiro Veloso, Cassia Educação] nardo Caldeira de Souza, Letícia de Lima Marques, Ismael Gonçalves, Janine Maga-
Lyrio, Cassiana Silva, Cassio Andrade, Cata- Washington Farjado [Instituto Rio Patrimô- Nunes, Mariana Candido Domingos Barbo- lhães, Jessica Goes, Lais Morais, Leonardo
rina Vieira Medeiros, Christine Alves, Clarissa nio da Humanidade] sa, Marivanda Batista Cerqueira, Suzanne Ricardo, Leticia Caetano, Mariana Vilanova,
Godoy, Crislane Rocha, Cristina Gonçalves, Alberto Silva [Companhia de Desenvolvi- Dias Moreno, Tania Berman, Thais Maria Matheus Gonçalves, Max Morais, Noan
Cristina Peres, Dally Schwarz, Daniel Bruno, mento Urbano da Região do Porto do Rio Borges Boaventura, Vanessa Nascimento Moreira, Pedro Ricardo, Priscilla Gabrielle,
Darlan Santos, Daniel Santiso, Dayana Pereira de Janeiro S/A] lima, William Vieira Jardim. Rodrigo Batista, Wallace Ramos.
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A tipografia deste livro sofreu intervenções criativas do EstUdio Cru, feitas
especialmente para a Escola do Olhar do Museu de Arte do Rio. Ela está
disponível para download em museudeartedorio.org.br
Este livro foi composto na fonte Amis Pro e impressso pela gráfica Stilgraf sobre
papel Offset 90 gramas (miolo), Offset 180 gramas (capa) e Supremo Alta Alvura
300 gramas (luva) para o Instituto Odeon/Museu de Arte do Rio – MAR.
ISBN 978-85-68880-02-9