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LRTHistóricos 1
TraduçãoCorazón Salvaje
O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
Sinopse
O LEÃO NEGRO
Misteriosamente belo, imensamente rico, o audaz conquistador inglês, era
conhecido como Leão Negro por sua ferocidade de leão. Ninguém podia competir
com ele, até que enfrentou a Lyonene, uma beleza de olhos verdes cujo espírito
fogoso igualava ao dele.
Lyonene suportou inumeráveis perigos para estar ao seu lado, até que um
dia as mentiras maliciosas a conduziram para um grave perigo. Somente Leão
Negro tinha a coragem para destruir a conspiração implacável que os tinha
separado e que tinha ameaçado os laços de amor que tinham jurado não romper
jamais.
As chamas da paixão...
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Saga Montgomery – Livro 1
Capítulo 01
Lyonene ouviu os passos fortes de Lucy na escada de pedra e se
aconchegou sob o grosso cobertor. Os ventos de janeiro assobiavam
no exterior da velha torre e rajadas de vento gelado penetravam pelas
venezianas de madeira, mas sua cama estava quente e tinha a
intenção de ficar nela o máximo possível.
Lucy, agora, era uma mulher velha e estava muito gorda. Tinha
cuidado de Lyonene desde que nasceu e gostava dela como a uma
mãe.
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— Isso você verá no seu devido tempo. Agora, pegue o pente para
que possa desembaraçar o seu cabelo.
— Me conte algo mais sobre ele. De que cor tem os olhos? E seu
cabelo?
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— É muito grande...
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— Dizem que nunca sorri e que nunca riu. Também dizem que a
mulher que o faça rir se casará com ele.
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uma olhada no braço direito de Ranulf, cuja cota de malha, foi feita
perfeitamente na medida, marcava com claridade as linhas dos
músculos. Diziam que, em cima de seu cavalo negro a galope, o Leão
Negro era capaz de partir em dois um poste de carvalho de dez
centímetros de largura. William esperava poder convencer o conde
para que fizesse uma demonstração dessa impossível proeza. O barão
não podia evitar olhar a cota de malha do conde. Divertia-se ao
pensar no difícil que era para ele poder oferecer aos seus doze
cavaleiros uma cota de malha, inclusive uma medíocre, e ali estava
esse homem com uma cota só para torneios. Inclusive seus homens
vestiam esplêndidas cotas de malhas que tinham sido pintadas de
verde ou negra, as cores de Malvoisin.
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uma velha fofoqueira. E o que disse sobre os que vinham ver Lyonene
e para avaliar as propriedades? Era sem dúvida alguma, uma
afirmação muito particular, para fazê-la a um estranho. Teria que
falar seriamente com ela e logo.
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— Bom, me agrada saber que o Leão Negro não passa por cima
do amor aos seus familiares. E disse que minha mãe fala com
facilidade com ele e, além disso, é bonito?
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Com a cabeça baixa não podia ver seu rosto, mas seu cabelo
espesso e encaracolado caía pelas costas até a cintura. Era ruivo, de
um loiro escuro-dourado com milhares de reflexos dançantes pelo
fogo. A túnica estreita revelava sua silhueta, e essa visão o deixou
sem saliva. Cintura estreita, quadris ondulantes e seios macios e
tentadores. Não recordava ter se sentido tão afetado por nenhuma
outra bela mulher.
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“Mon Dieu!” O que estava acontecendo com ele para estar ali
sentado sonhando com uma moça quando tinha tanto trabalho para
fazer? Tinha conhecido muitas garotas bonitas, muitas em efeito, mas
esta era de alguma forma diferente. Quando havia tocado no seu
queixo, pensou que faria a desonra de beija-la diante seus pais e seus
homens. Qual teria sido sua reação se tivesse afundado sua mão no
cabelo dessa jovem desconhecida e...
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— Meu olho! — Gritou, com lágrimas e uma dor cada vez mais
intensa.
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Ele moveu a mão, olhou para outro lado e Lyonene teve medo de
tê-lo ofendido. Sentia que uma estranha estava tomando seu corpo, já
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— Já viu antes?
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Balestra ou besta é uma arma com a aparência de uma espingarda, com um arco de flechas acoplado no
lado oposto da coronha, acionada por gatilho, que projeta dardos similares a flechas, porém mais curtos. (N.T)
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— Não acredito que meu pai possa lhe ensinar grande coisa. —
Ranulf não disse uma palavra, mas com sua expressão ficou claro
que estava de acordo com ela. — Deveria mostrar o arco galés; assim
poderia explicar aos seus homens como usá-lo.
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— Eu acertei!
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lo, ela continuou falando. — Não lhe parece estranho que ambos
tenhamos recebido nomes de leão? Meu pai assegura que no dia do
meu nascimento o olhei com tanto desdém que me puseram nome de
leoa, mas minha mãe disse que pensou no nome de Lyonene pela cor
de meu cabelo.
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Ouviu como Ranulf gemia atrás dela e riu com satisfação pelo
êxito de seu truque. Mas, então, quase cortou a respiração ao sentir
que ele a rodeava pela cintura com seu forte braço e a levantava do
chão, enquanto seguia correndo à mesma velocidade, apesar de levá-
la como carga.
— Eu ganhei. — Ofegou.
Ela secou as lágrimas e, para sua imensa alegria, viu que Ranulf
sorria e suas feições se suavizaram: tinha o aspecto de um moço.
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— E você, Leão, seria a pior mulher com essa maneira que têm
de pegar objetos grandes que cruzam em seu caminho!
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convidados? E o que faz com a lareira acesa pela manhã? Uma fada
dança em sua cabeça?
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Capítulo 02
Ranulf estava muito confuso. Durante muito tempo tinha se
sentido satisfeito. Sempre tinha existido mulheres que tinham lhe
devotado seu corpo livremente, mas em muitas ocasiões elas o
consideravam uma mera conquista, e o que queriam eram poderem
alardear que tinham ido para a cama do Leão Negro. Ranulf nunca
enganou a si mesmo sobre seu status na corte do rei Eduardo. Dos
onze condes, só dois eram jovens e solteiros: seu amigo Dacre de
Saunay e ele. Era consciente de que muitas mulheres venderiam suas
almas para se converter em condessas. E apesar de todos os flertes e
todas as declarações de amor para ele, nenhuma delas tinham
conseguido fazê-lo rir.
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seus homens, eles sabiam mais sobre seu lorde do que ele poderia
imaginar. Todos viam nele um homem atento por debaixo essa férrea
aparência. Deixou de lado essas reflexões e seguiu a seu lorde até a
grande torre de pedra. Embora fosse só por ele mesmo, Corbet
desejava profundamente que a adorável lady Lyonene retornasse a
Malvoisin com eles; seria um prazer poder ver cada dia uma beleza
como dela. Invejava Ranulf.
Quando Ranulf entrou pela porta, viu que lhe tinham atribuído
uma cadeira junto a Lyonene e em seguida se sentiu nervoso como
um menino. Um servente verteu água perfumada sobre suas mãos de
um recipiente com cabeça de dragão, e outro ofereceu um pano de
linho limpo. O sacerdote abençoou a comida e todos sentaram nas
cadeiras. Observaram silenciosamente enquanto um menino cortava
um grande pedaço de pão e o colocava na toalha branca frente à
Lyonene e Ranulf. A comida deveria ser compartilhada entre dois
comensais. Cada um tinha seu próprio copo e os copos dos
convidados de honra e o da família eram de prata com pedras
preciosas incrustadas, sem esculpir.
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— Sinto muito. Não queria rir tanto. Meu pai diz que rio muito e
acredito que tem razão. Está zangado? Vou te dar a melhor parte do
frango.
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— Oh! Não sabia que ficaria tão pouco tempo, acaso Lorancourt
lhe parece um lugar aborrecido? — A voz e a expressão de Lyonene
não podiam ocultar sua decepção.
Ranulf a estudou.
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Ranulf assentiu.
Lyonene não podia entender a sua mãe. Tudo o que fazia estava
errado, assim, depois de um momento, Melite disse a sua filha que
partisse, argumentando que estava muito desajeitada. Lyonene não
via no que tinha atuado diferente nesse dia, mas se apressou em
chegar ao estábulo antes que sua mãe mudasse de ideia.
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— É meu pai. Não vai gostar de me ver aqui sem a Lucy. Devo
me esconder.
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— Lyonene! Necessito-lhe.
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— Deve dizer lady Melite que sir William a necessita e que deve
ir para lá imediatamente.
Tentando não cruzar seu olhar com de Ranulf, cujos olhos podia
sentir ardendo em suas costas, comunicou a mensagem a sua mãe.
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Uma vez a sós, Lyonene não podia olhá-lo. Sua voz ressoou e a
tristeza que havia nela trocou seu estado de ânimo.
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— Me diga se te machucar.
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— Sim, estava rindo tanto que caí no chão e não era capaz de
andar. — Respondeu Lyonene se desfazendo em lágrimas uma vez
mais.
— Minha filha não conhece toda a história. Depois que seu pai a
levou até seu quarto, o velho cavaleiro se negou a ficar um minuto a
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Lyonene não sentia tais medos e esperava com ânsia que o dia
seguinte fosse igual ao que estava terminando. Desejou boa noite aos
seus pais e aos convidados e subiu as escadas de caracol até seu
quarto. Encontrava frente à porta discutindo com a Lucy, quando
Ranulf apareceu.
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Lucy não pôde evitar rir, pois conhecia muito bem a história.
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Capítulo 03
Na manhã seguinte, Lyonene dormiu até tarde, já que Lucy não
estava ali para despertá-la. Ouviu ruído de cavalos e de metal contra
metal. Abriu um pouco a portinhola para ver o que passava embaixo.
Seu pai tinha um campo preparado para treinamento, tinha tirado a
velha areia de um grande terreno e havia voltado a encher com areia
fina e suave. Ali estava a Guarda Negra com todas suas armas, as
armaduras de ferro e um calçado que mostrava a cor negra sob o sol
da manhã. Nunca tinha visto os homens de seu pai treinar tão
duramente e com tanto entusiasmo, como dos de Ranulf. Dois
homens lutavam entre si e outros dois combatiam com grandes
espadas. Outro saltava, sem utilizar as mãos, sobre seu cavalo uma e
outra vez, carregando a armadura de ferro sem problemas. O coração
de Lyonene pulsou forte quando viu como o Leão cavalgava para um
grande poste colocado no terreno e o partia em dois de um só golpe.
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Lyonene sorriu.
— Parece que falei algo que não devia. — Disse a jovem. — Não
pretendia ofender ao seu irmão quando disse que ria muito alto, mas
é que as paredes tremem. Minhas criadas se assombram do ruído que
faz.
Geoffrey se repôs.
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— Que Ranulf permita que alguém toque seu cavalo vai além de
meu entendimento. Imagino que esta informação não terá a mínima
importância comparada com algo, que sim deveria me inquietar, mas
pelo que diz respeito a mim, sou Geoffrey de Warbrooke, modesto
escudeiro de sir Tompkin.
Lyonene o olhou.
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— Vim aqui para te ver, mas ontem pela manhã conheci minha
leoa. Não sei o que está ocorrendo. Do primeiro momento em que
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Pega-rabuda ou pega-rabilonga: (Pica pica) é uma ave da família Corvidae (corvos), com um aspecto
inconfundível.
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contemplei esses olhos verdes, não posso ver nada mais. Ontem de
noite quase não dormi e agora tenho medo de morrer, porque não
consigo me concentrar em meu trabalho. O que me ocorre?
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— Perguntar! Acredita que sou tão idiota? Vai rir na minha cara.
Já é suficiente poder contar aos meus amigos que um conde me
visitou, mas que aspire a ter um conde como genro... ! Não, não vou
aguentar que zombem de mim.
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— Minha filha Lyonene não está... casada e tem idade para isso.
— Prosseguiu o barão. — Me deixou louco durante um ano,
recusando a dúzias de homens que desejavam contrair matrimônio
com ela.
William continuou:
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No sistema feudal, o rei concedia terras a grandes senhores com títulos. Estes, por sua vez, davam terras a
outros senhores menos poderosos, chamados cavaleiros, que em troca, lutavam a seu favor e mantinham a ordem
entre os servos menores sem domínio de terras. Quem concedia a terra era um suserano e quem a recebia era um
vassalo. O vassalo, ao receber a terra, jurava fidelidade a seu senhor. (N.T)
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— E o que faz desse dia frio e cinza um dia tão glorioso. — A voz
do homem tinha um ar muito sério.
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— Os joelhos maltratados?
— Certamente não sei, assim terei que averiguar. Não vou pedir
em matrimônio uma mulher com pernas feias. — Ranulf não sorriu,
mas em seus olhos advertia a alegria.
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desinteressados para levantar sua saia. Segurou suas duas mãos com
uma só das suas.
— Bom, mas até que estejam casados, está sob minha tutela. E
você, jovem, tire as mãos de Lyonene e saiam desse quarto. Não têm
permissão para ficar só com minha menina até depois do casamento.
— Ranulf afastou Lyonene de seu colo e se inclinou para beijá-la. —
Já basta com isso! Têm toda uma vida juntos pela frente. Não tem
sentido querer se cansar muito rápido um do outro.
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— Sim, sim.
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— Tenho mais que certeza. Você que deveria andar com cuidado.
— Comeu uma parte do presunto.
— E com razão...
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Ele olhou para ela por um momento e então mordeu seu dedo,
um pouco forte, até que ela puxou-o de volta.
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Sorriu. Era uma sorte que Lyonene fosse casar com um homem
como Ranulf e não com um fracote como Giles, o garoto que vivia na
propriedade vizinha e que sempre tinha assegurado que um dia se
casaria com Lyonene.
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— O que não compreendo é por que ainda não está casado. Sei
que o esteve, mas foi há muito tempo. Que as mulheres na corte do
rei Eduardo tenham deixado escapar a um homem tão terno e atento
está fora de meu entendimento.
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Geoffrey riu.
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— Não pode ficar comigo até que seja minha esposa, não seria
capaz de suportar. Agora parte, se não quer que a carregue nas
costas.
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— Também vai?
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— Espera muito de mim. Será melhor que vá. Procure que sua
mãe te guarde em um lugar seguro. — Disse duramente e em voz
baixa.
— Se esquecerá de mim?
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Capítulo 04
Melite viu a expressão perdida no rosto de sua filha quando
Lyonene entrou no grande salão. Sabia que seu futuro genro tinha
partido e que três longas semanas de espera se estendiam diante
delas. Suspirou. Para sua filha isso significaria uma eternidade, mas
para ela não parecia tempo suficiente para tudo o que teria que fazer.
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Capítulo 05
Lyonene viu como os raios do sol da manhã iluminavam o chão.
Parecia que tinham passado horas desde que se vestiu. Seu
prometido e os homens de Malvoisin tinham chegado à noite anterior,
e tinham tido que preparar muitos banhos para que estivessem
apresentáveis para o casamento. Não tinha visto Ranulf.
— O que carrega?
A garota soprou.
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— Sim, milady.
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— Basta! Terá toda uma vida com ela, e ao resto de nós só ficará
lamentar sua perda. — O que falava era sir John de Bano, um homem
muito amável que Lyonene conhecia de toda a vida. Dedicou-lhe um
sorriso. — Lady Lyonene deve nós ensinar esse maldito jogo irlandês
com as carroças. William nunca se lembra das regras nem eu
tampouco. Se Giles estivesse aqui, poderia nos ajudar, mas não veio.
Ela começou a dizer Sir John que não iria deixar seu marido,
quando o homem mais velho puxou seu braço, fazendo sinal para ela
vir.
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— É como uma filha para mim, e por isso a atuarei como o faria
um pai e, por isso te direi que não pode falar disso com ninguém,
exceto com o reverendo Hewitt. Suas palavras são um pecado e deve
se arrepender de havê-las pronunciado.
Lyonene baixou a cabeça para que John não visse seus olhos.
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Não houve mais tempo para palavras, pois a banda que tocava
da varada que rodeava o grande salão, triplicou o som e o aposento se
encheu de moças que dançavam vestidas com túnicas. Os convidados
lançavam exclamações de aprovação e afastaram as mesas para que
todos pudessem dançar.
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— Mentiras! Diz que meu amor é uma mentira? O que é que ama
mais nele, seu ouro ou sua condição de conde? Gosta de ser
condessa?
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— Giles, não fique assim. Não sabia o que sentia por mim.
Sempre foi meu amigo.
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Lyonene não viu que Ranulf se movia, mas de repente Giles voou
disparado e aterrissou com um som surdo vários metros mais longe.
Não disse nada mais. O olhar na face de seu marido era aterrador e
ela ficou imóvel.
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— Não sei, só sei que estava mais que zangado. Giles contou
mentiras e agora me odeia.
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— Ranulf...
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Capítulo 06
Ranulf se sentou em frente ao fogo morto, com o manto
escorregando, por seus ombros bronzeados, sem que ele percebesse,
totalmente alheio ao frio. Voltou a encher a taça e deu um grande
gole, com seus sentidos quase anestesiados pelos efeitos do vinho.
Não esperava que a moça fosse virgem. Seus olhos avermelhados
olhavam fixamente ao fogo faiscante. Não tinha esperado muitos dos
acontecimentos das últimas semanas, e estava furioso consigo mesmo
por sua própria falta de honra e por sua falta de controle.
Sua esposa! Sim, estava casado com ela, apenas uma menina,
cujos olhos verdes o tinham perseguido e ocupavam seu pensamento
inclusive nesse momento. Tinha provado ser pura em um sentido,
mas e se era verdade que desejava outro homem, esse moço? Quem
dizia a verdade, ele ou ela? Só o tempo lhe daria uma resposta, uma
vida juntos, de desconcerto e escuridão, estendia-se diante deles.
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— Sim, estão.
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— Meu irmão não será um marido fácil, pois temo que esteja
obcecado pelo passado.
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Ranulf, que falava com sua mãe, acrescentou. — Tenho certeza que
me recompensará bem pelo que faça. Agora, se me desculpar, devo
me despedir de minha mãe.
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— Sempre é assim?
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— Não, não o estou, mas me parece bem que paremos. Você está
bem? Seus olhos... — Olhou para o outro lado, tímida e confusa pela
lembrança da noite anterior.
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Lyonene só tinha olhos para ele, mas o instinto fez que Ranulf se
afastasse e a olhasse enquanto sustentava sua cabeça com a mão e
lhe acariciava a têmpora com o polegar. A contra gosto, Lyonene abriu
os olhos, esfregando o rosto na palma de sua mão, sentia-se tão
pequena ao seu lado!
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seu cavalo e foi procurar uma capela onde pudesse orar pela
segurança dessa gente.
— Sabia que não deixaria que sua joia preciosa estivesse perto
de tanta destruição. — Ouviu dizer a uma voz entre dentes.
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— Sim, isso é verdade, mas Lucy disse uma vez que estava
acostumada a escrever contos e esse tipo de coisas. Lembra-se do
Gilbert?
— Giles... Basta!
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— Tenho cinco cartas como esta, foi muito fácil trocar o nome de
Gilbert para Giles. Quer que leia essa bela missiva de amor que me
escreveu?
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— Ouro.
Lançou uma olhar fora do estábulo e viu que não se viam mais
chama por cima da muralha. Voltou o olhar para Lyonene.
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— Ah! Sabia que tinha razão. Agora devo ir. Faça o que lhe disse
e não me traia.
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Pela primeira vez, olhou ao seu redor e, para sua surpresa, viu
as sólidas muralhas e que a vida tinha continuado durante essa
última hora.
— Não sei. Irei ver. — Ela se dirigiu para a porta seguida pelo
cavaleiro.
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Saga Montgomery – Livro 1
dirigiam para o bosque. Foi então quando ela ouviu a voz de Ranulf,
gritando e dando ordens que não deviam deixar para mais tarde.
Lyonene deu uma cotovelada no cocheiro que dirigiu os cavalos para
onde estava Ranulf.
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Saga Montgomery – Livro 1
— Não acredito.
— Me deixe em paz!
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Saga Montgomery – Livro 1
de saber que não estava tratando de enganá-lo, que não era falsa com
ele. Não? Que queria? Dava-lhe a impressão de que as mulheres
tinham medo do Leão Negro ou o desejavam por suas riquezas.
Lembrou-se de quando seu pai disse uma vez, que seu filho mais
velho nunca poderia matar um homem e nem tampouco poderia
converter-se em campeão da justa do rei. Ranulf se perguntava como
teria reagido frente a esse filho, que tinha sido preparado para a
Igreja, e que hoje era temido por muitos, odiado por alguns, mas
amado por muito poucos. Uma só mulher tinha mudado isso.
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Saga Montgomery – Livro 1
— Sim, logo.
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Saga Montgomery – Livro 1
— Então, me diga do que se trata. Não lhe farei mal por umas
poucas palavras.
Ranulf a empurrou.
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Saga Montgomery – Livro 1
— E milady?
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Saga Montgomery – Livro 1
Capítulo 07
Lyonene observou como Lucy entrava na carroça: era muito
velha e obesa para montar a cavalo. Logo virou para retornar para
junto do seu marido. Durante um momento, Ranulf a olhou
intensamente com seus olhos negros, perscrutando seu rosto antes
de ajudá-la a montar em seu cavalo.
— Temo que seja um mau marido, tal e como disse meu irmão.
Vamos nos sentar aqui e conversar um pouco. — O solo gelado
pareceu penetrar no corpo dela e não pôde reprimir de estremecer. —
Têm frio.
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Saga Montgomery – Livro 1
— Me fale dela.
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Saga Montgomery – Livro 1
— Bastardo! É tão bom, tão puro, que não pode sujar sua
espada com um plebeu, mas já a ensanguentou quando a empunhou
contra a filha de um barão. Acaso acredita que foi amor à primeira
vista ou que foi a prata de sua cota de malha? Tínhamos tudo
planejado, não percebeu? Ontem mexeu entre seus pertences e me
deu esta pedra preciosa. — A jogou nos pés de Ranulf.
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
Acreditei em você uma vez, mas já não posso acreditar mais. Agora,
desapareça da minha vista.
— É muito tarde para suas súplicas. Leve-a daqui para que não
veja o horror que causou.
Subiu a sua sela, deixando que Hugo Fitz Waren ajudasse sua
esposa a montar em seu cavalo. Lyonene não se atrevia olhar aos
outros homens, segura de que estes a odiavam. Por isso,
surpreendeu-se ao notar uma mão no seu joelho, foi um momento
breve, mas tranquilizador. Um por um, saudaram-na solenemente
com a cabeça, indicando que acreditavam em suas palavras e que
aquele moço tinha perdido o juízo.
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Saga Montgomery – Livro 1
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Saga Montgomery – Livro 1
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Saga Montgomery – Livro 1
nem parecia ser feliz como quando estava na casa de seu pai. Tudo
parecia indicar que se tratava de uma armadilha, pela verdade das
palavras do moço.
— O quer que você seja, segue sendo minha esposa, e não pode
me expulsar de seu leito. — Esticou as mantas e se meteu na cama,
aproximando-a dele.
— Ranulf...
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
Com sua mão acariciou seu ventre e notou que estava tensa e
rígida. “Possivelmente esteja pensando no jovem”, disse a si mesmo
enquanto a puxava com força para ele, fazendo que ofegasse de dor.
Agarrou-a pelo queixo para aproximar sua boca da sua.
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Saga Montgomery – Livro 1
Lyonene tomou o vinho tão rápido que engasgou, mas sentia que
necessitava de calor. O irmão Jonathan lhe acariciou o braço.
— Não posso.
— Ouvi dizer que o seu matrimônio foi por amor, que se amaram
desde o primeiro momento.
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Saga Montgomery – Livro 1
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
O monge sorriu.
— Isto não é o que ouvi pelas fofocas dos serventes. Têm que
provar que o quer. Deve fazer tudo o que possa para lhe demonstrar
que se preocupa com ele.
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
por algo que tinha feito. Pensou nas palavras de irmão Jonathan e
prometeu que, de algum jeito, provaria que seu amor por Ranulf era
verdadeiro e que só amava a ele.
Lyonene riu.
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Saga Montgomery – Livro 1
— O que diz não tem nenhum sentido. O moço não fez mais que
cavalgar ao meu lado e falar comigo, isso é tudo. É você com esse
temperamento que vê coisas que não existem.
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
desolação. Oxalá não tivesse dito todas essas coisas, mas seu
temperamento era incontrolável. E o que acontecia com suas nobres
promessas de provar seu amor? Seu marido tinha ordenado que se
afastasse dele, assim não haveria mais oportunidades para provar
seu amor.
Para algo tinham posto seu nome de leoa. Acaso não tinha mais
coragem que uma serva? Não se renderia tão facilmente.
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
Capítulo 08
As carroças estavam preparadas no pátio exterior, Lyonene
colocou uma capa avermelhada sobre os ombros e colocou o capuz
para tampar seu rosto. A preparação de seu plano havia levado
bastante tempo e não queria arruinar todo esse trabalho deixando
alguém no pátio descobri-la. Sua nova criada, Kate, tinha seguido o
seu plano, mas Lyonene a tinha surpreendido olhando-a com uma
expressão estranha no rosto. A moça devia fingir que Lyonene estava
doente e que ninguém podia incomodá-la, exceto ela. Quando a trama
fosse descoberta, Lyonene provavelmente já estaria em Gales. Deu um
chute no chão e pegou o grosso manto de lã de sua serva, já que fazia
muito frio no início da manhã. Lyonene refletiu sobre o que estava
preste a fazer, perguntando-se como seria a reação de Ranulf quando
revelasse sua identidade ante ele. Tinha dito que não queria voltar a
vê-la e se tivesse ousado demais nesta farsa? Não lhe agradava usar
somente um manto de serva, mas embora tivesse tentando, não pôde
levar o fardo com trajes forrados de peles na carroça, já que eles eram
revistados constantemente por vários homens, e o descobrimento de
alguns vestidos como os seus a teria desmascarado e arruinado seu
plano.
— Você, moça!
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
Lyonene a olhou pela primeira vez. Era velha, quase tão velha
como sua mãe, mas as feições de seu rosto mostravam que tinha sido
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
— O que quer dizer com seu Ranulf? Por acaso não tem uma
mulher?
— Tem uma mulher, mas ela não o cuida tal e como ele merece.
É uma estúpida por ter preferido fazer amor com outro que com meu
lorde Ranulf.
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
— Ah, Maude, sinto muito sua falta desde que foi viver no
povoado. Preparou... Algum espetáculo para esta viagem?
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
Sua voz melosa era como uma carícia e Lyonene sabia que ia
tirar o capuz, se isso não terminava logo.
— Não deve ter medo de que tire seu lugar com o lorde, já que
meus dias terminaram e devo viver com a lembrança de suas doces
carícias.
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
— Fala com muita leveza que deseja que uma mulher que não
conhece apodreça no inferno. Possivelmente é lorde Ranulf quem a
rejeita e não é como você pensa.
— Parece que sabe muito deste assunto. E como está tão segura
de que não conheço a mulher de lorde Ranulf? Guarda muito orgulho
para ser uma serva.
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
— Se aproxime.
Outra peça de roupa que Maude tirou da caixa foi uma faixa de
seda cuja utilidade Lyonene não soube adivinhar. A peça seguinte era
um corpete diminuto, delicado e transparente. Também tirou muitos
véus, suaves e sedutores. Lyonene não tinha visto nunca uma seda
como aquela. Ajoelhou-se para tocar esses ornamentos.
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
— Minha mãe era uma sarracena que meu pai trouxe da Terra
Santa. Apaixonou-se por ela durante uma noite em que ela dançava
em algum lugar por lá. Era um homem bom, e não se preocupava que
ela tivesse dançado muitas vezes. — Sua voz soou tensa. — A trouxe
com ele das cruzadas e sempre foi muito bom com ela. Eu era muito
jovem quando ele morreu e, de um dia para o outro, minha mãe
envelheceu. Embora tivesse dançado muitas vezes para meu pai,
depois de sua morte, não voltou a dançar. Mas me ensinou a dançar e
me deu de presente estas roupas de seda. Não fui tão fiel como minha
mãe a nenhum de meus maridos.
— Não o farei! Não sei quais são suas razões, mas não tirarei a
roupa.
— Como supõe que vai pôr estas roupas se não tirar as que está
vestida? Assim não entrarão.
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
Pagaram muito para vir nesta viagem e não pagaram com ouro.
Entende o que quero dizer? Sabem que, às vezes, lorde Ranulf escolhe
uma moça para passar a noite em sua tenda durante estas viagens, e
estão dispostas a vender o que for para obter este privilégio, porque é
um amante suave e complacente, e depois é muito generoso e lhes dá
de presente ouro. — Via como Lyonene olhava com crescente
ansiedade para a tenda de Ranulf — Esta noite não há nenhuma
mulher lá, mas me diga, como se sentirá quando ouvir a risada suave
de uma mulher que vem da tenda ou quando gritar de prazer? Estará
contente de ter rejeitado as sedas de dança de minha mãe? Estaria
satisfeita se se sentasse para ouvir os suspiros de Ranulf quando... ?
— Basta!
Maude sorriu.
— Se não for a sua tenda, terá que ouvir os gritos das outras
mulheres. Quer que te descreva o que me disse uma mulher na
última viagem sobre a cama de lorde Ranulf? — Pôs-se a rir ao ver
que Lyonene cobria os ouvidos. — Então venha comigo e veremos se
aprende a dançar.
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— Sim, sim. Tem efeito sobre ti. Esta seda viu muitas noites de
prazer e guarda estas lembranças.
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4
BAILEY - era um pátio interno fechado com vista para o motte (colina feita a mão) e cercado por uma cerca
de madeira chamado paliçada e outra vala. O bailey era frequentemente em forma de um rim para caber de encontro
a um motte circular, mas poderia ser feito em outras formas de acordo com o terreno. O bailey contaria com um
grande número de edifícios, incluindo um salão, cozinhas, uma capela, quartéis, lojas, estábulos, forjas ou oficinas e
era o centro da atividade econômica do castelo. (N.T.)
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— E você é tão fraco como uma moça. Mais fraco que algumas
moças. — Dizia Ranulf.
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— É... Não, não morderei seu anzol. Têm que vir a Malvoisin
para vê-la.
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Saga Montgomery – Livro 1
— Mmm. Ciúmes tão cedo! Deve ser muito bonita. Têm que me
contar o que se apoderou de você para que se casasse com ela.
Acreditava que Isabel o tinha amargurado para sempre.
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— E o que sabe você do que ela tinha para oferecer, porque ela
veio a meu quarto naquela noite?
— Pois me disse que passar a noite com você seria como passar
a noite entre meninas bonitas.
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Caiu outro véu e Ranulf pôde ver mais de seu bonito corpo. Seu
ventre ondulava, mostrando o adorável segredo de seu umbigo.
Ranulf estava petrificado em sua cama, incapaz de romper o feitiço
paralisador do desejo e a fascinação que ela tinha tecido.
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Saga Montgomery – Livro 1
Lyonene puxou-o para ela, mais perto, cada vez mais perto, e
passou as mãos pelos grandes músculos das costas, glorificando o
poder reservado que detinha. A sensação de seus dedos acariciando
sua pele nua a deixava louca, por sentir sua pele escura e suave sob
suas mãos. Os lábios de Ranulf se transladaram a sua orelha
sussurrando palavras tenras, desconhecidas para ela, sem sentido,
mas ao mesmo tempo, cheias de significação.
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— Permitem-me tentá-lo?
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— Vejo agora por que ela te acha tão... aceitável. Deve pedir a ela
para dançar para você. Ela está...
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Saga Montgomery – Livro 1
Capítulo 09
— Lyonene, qual é o significado disso? Não, não me diga, pois
estou certo de que é Ranulf. Ele é tão insuportável para viver?
— Ranulf, o que aconteceu para que a trate assim? Por que está
vestida de serva e montando um asno? — Geoffrey implorou a seu
impassível irmão. Esperou uma resposta, mas não obteve nenhuma
— Não entendo por que a trata desse modo. É bonita e atrativa, como
pode rechaçá-la? — Seguia sem receber resposta e Geoffrey suspirou
exasperado. — Vou partir com sir Tompkin. Hoje mesmo iremos para
a Cornualha. Ranulf, recorde que é sua esposa.
— Insinua que ela teve algo que ver com o que aconteceu esta
manhã? Que possivelmente deseja a atenção de outros homens?
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Geoffrey sorriu.
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me, acaso sempre faz as coisas como você quer? Acha que um homem
que se dirige à guerra deve ter a carga acrescentada ao ter que
socorrer a uma mulher?
—Acaso acha que minto? O galês Rhys decidiu que queria ser
rei. Agora cavalga para o norte. O rei Eduardo me enviou uma
mensagem para que o encontre e detenha esta rebelião. Acreditava
que deixaria minha ilha para viajar por este frio país somente para
apreciar a paisagem? Já tinha suficiente cuidando com meus homens
e agora tenho que carregar e cuidar de uma nobre.
Merecia tudo isto, ela sabia. Não tinha pensado bem quando
decidiu disfarçar-se de serva. Quantas vezes sua mãe a tinha
castigado por rebeldia e desobediência como essa?
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Ranulf a segurou para que não caísse, e então pôs a cabeça para
trás e deu seu grito de guerra.
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— Está bem para uma menina que protegeu seu marido com seu
próprio corpo. O galês que disparou a flecha...
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— Ranulf...
— Sim, meu amor. Salvou a minha vida. Por que razão não sei.
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— Segue igual?
— E de que pode servir esse amor, quando está aqui, tão perto
da morte? Por que eles não a “quiseram” quando ela estava no meio
da batalha, quando teve que proteger seu marido com seu frágil
corpo? Por que ninguém a impediu que viesse nesta viagem? Por quê?
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— Água.
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— Ileso! Estou mais que ileso! Você salvou minha vida e eu devo
tudo a você. E você, minha doce Leoa, vai ficar bem. E agora têm que
comer.
— E se não o faço?
Nenhuma outra frase poderia ter sido mais expressiva para ela.
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Corbet sorriu.
— É bom ver como seus homens conheçam tão bem a seu lorde,
não é certo?
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— Você vai muito rápida. Fique quieta e vou contar tudo o que
puder sobre uma mesa redonda.
Ranulf se pôs a rir e começou a falar da vida que era tão familiar
para ele e que era completamente nova para sua esposa.
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Capítulo 10
Lyonene e Ranulf estiveram no castelo de Caernarvon durante
seis dias e ela tinha passado o tempo conhecendo às pessoas da corte
e à rainha Leonora. A rainha era uma mulher baixa e tranquila, muito
mais interessada em seus filhos do que na política estadual. Ela e
Lyonene se levavam às mil maravilhas. O rei era um homem
tremendamente alto, ruivo e com uma energia enorme. Não parecia
ficar quieto durante muito tempo.
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— Só quero que se sinta bem. Havia uma dama, uma tal lady
Elisabeth, que parecia estar muito interessada no corte de seu
tabardo, especialmente nos ombros e os braços, pelo menos isso é o
que parecia pela maneira em que acariciava... seu tabardo.
Ele a apertou contra ele até que ela mal conseguia respirar
Seu coração batia rapidamente e ela podia sentir o dele sob suas
mãos. Conseguiu tirar as mãos e as colocar em seu peito.
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— Está aqui! Vejo que meu amigo não mudou muito depois de
haver-se casado com a filha de um barão. Deixa em paz à moça,
Ranulf, e venha falar comigo. Estou seguro de que esta jovem o
esperará, não há dúvida.
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— Fez muito bem, Ranulf. Só por este glorioso cabelo vale a pena
perder a liberdade. — Dacre deu uma palmada no ombro de Ranulf.
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Ranulf, de fato, vigiava sua esposa, pois sua beleza foi realçada
pela de lady Berengaria. As duas mulheres tinham a mesma altura,
uma com tez clara e cabelos castanho-avermelhadas que caíam por
debaixo de sua cintura, em uma abundância de grossos cachos, e a
outra com cabelo ruivo escuro e olhos da mesma cor. Seu cabelo
chegava a uns centímetros de seus quadris e se enrolava a seu redor
em uma perfeita curva. Havia três tranças minúsculas em cada lado
de sua testa, puxadas para a parte traseira de sua cabeça e presas
com uma fita vermelha longa, bordada com pérolas brancas e
minúsculas. A túnica de seda que perfilava sua voluptuosa figura era
da mesma cor que seu cabelo, coberta por um sobretudo impecável de
veludo branco sem mangas.
Lyonene estava vestida de cor azul, com uma túnica verde e azul
que se refletia em seus olhos e uma capa de veludo azul marinho. As
duas mulheres, extraordinariamente belas e delicadas, estavam
causando uma grande confusão no grande salão, uma agitação cheia
de inveja, ciúmes, desejo e, por parte de ambos os maridos, um
instinto de cautela e amparo.
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— Só o fiz rir.
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— Temos muita sorte de ter a uma rainha como ela. Meu pai
ainda conta horrores da anterior.
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Berengaria sorriu.
— Ele não é um troll? Mas vou dizer-lhe que o amei desde que
eu tinha apenas três anos e continuarei a fazê-lo até morrer.
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seria. Ele tinha doze anos e quase tinha a mesma estatura de agora.
Elevei os braços e ele me levantou. Carregou-me por horas, me
falando e me ensinando os ninhos dos pássaros, os insetos que se
arrastavam e compartilhando comigo a bolsa de comida que levava.
Nenhum dos dois se deu conta da hora que era, assim quando
chegamos ao castelo já era tarde. Àquela hora, todos estavam
desesperados e pensavam que estava morta. Minha mãe se
aproximou para me agarrar pelo braço, mas eu não queria soltar
Travers, e quando meu pai finalmente me puxou para longe, eu
chutei e gritei até que Travers veio, beijou minha testa e me disse
para fazer o que era desejado de mim.
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— Sim. Quando tinha quinze anos, meu pai trouxe para mim,
um jovem e seu pai e me disse que deveria me casar com esse
homem. Sabia que meu pai acreditava que conseguiria casar-me,
assim, diante de todos, disse que tinha me casado em segredo e que
levava o filho de meu marido no ventre.
— Não, não podia ser verdade, já que não tinha visto Travers
desde aquele dia e não tinha permitido que nenhum outro homem me
tocasse.
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ele, para dizer a verdade, estava muito satisfeito de ver que teria um
genro com caráter. Mais tarde, disse que seria necessário um homem
assim para viver comigo, já que considerava uma árdua tarefa.
— Mas e você? Não tinha visto Travers desde que era um bebê.
Sentia o mesmo por ele depois de todo esse tempo
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Berengaria sorriu.
— Esse mesmo.
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— Começo a sentir pena por esse pobre menino que vai ter a
uma leoa como mãe. Ele sempre pensará que fará tudo como deseja,
mas na verdade, ela sempre vai ganhar.
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— É lady Lyonene?
Lyonene sorriu.
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Brent relaxou de novo, contente que Lyonene lhe deu uma razão
para ficar ao seu lado, pois era evidente que gostava dela.
— Oh, sim. — Ele respondeu. — Você é uma boa dama, pois não
é velha nem feia.
Lyonene sorriu.
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sua mãe que não puderam dormir toda a noite. — Disse sorrindo
Brent, que a olhou de esguelha para ver sua reação.
— Meu pai só me disse que vou viver com você, mas não
conheço seu marido, que será meu lorde.
— Vê o homem que fala com seu pai? O homem que está vestido
de negro?
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Lyonene sorriu.
— Ou se não, ele...
— Não diga isto! Não pense! Fique aqui e agora vou buscá-lo.
Verá que é muito amável. Se eu, que sou uma simples moça, não lhe
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— Isso é verdade.
Henry riu.
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para todas estas coisas, mas não posso com este moço. Possivelmente
esteja ficando velho. Bom, gostei de falar com você, meu filho.
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— Se for como diz e eles não têm medo é porque formam parte
de minha família, então você tampouco deve me ter medo. Meu pajem
me pertence, assim como a Guarda Negra. Possivelmente o
conhecerão como o “Pajem Negro”.
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— Sim, tudo isto e muito mais. Agora vamos jantar e, assim que
acabemos, iremos ao estábulo e verá meu cavalo.
— Não tenho dúvidas de que ele está dizendo que você come três
meninos por dia e que o escolheu para ajudá-lo em seu horripilante
açougue.
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— Veja como terá que beijar as mulheres, devem saber que está
beijando a um homem. — O pequeno Brent assentiu com a cabeça,
como se acabasse de aprender uma lição importante. — Aproxime-se
Brent, já houve suficiente lições sobre mulheres por hoje. — Disse,
rapidamente indicando a saída do quarto, dedicando um amplo
sorriso a Lyonene antes que ela fechasse a porta de repente.
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— E se estiver?
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Lyonene não pôde evitar recordar de sua dança quando viu a cor
creme do interior. Ranulf deixou de despir-se para observá-la. Então
se desenhou um sorriso no seu rosto. Começou cantarolar a canção
daquela noite.
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— Sim. Pedi a Eduardo que fizesse oito taças de ouro, todas com
esmeraldas como prêmio.
Berengaria riu.
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Berengaria exclamou:
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
Ranulf fez a sua esposa um sinal com a cabeça e ela pôde ver
que tinha atado no braço a fita verde que tinha lhe dado.
Dacre não lutaria contra Ranulf, tal e como o Leão Negro tinha
esperado, embora tivesse gostado de ganhar de seu amigo, mas os
dois condes e seus homens desafiavam aos recém-chegados. Primeiro
lutavam os homens da guarda. Se algum dos recém-chegados
ganhava dos cavaleiros do rei, então deviam lutar contra Ranulf ou
lorde Dacre.
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
— Ordenou que vá vê-lo em sua tenda, pois vai jantar aí. Diz que
não deve vestir-se ainda, já que pode haver outros homens como os
irmãos Ross com quem terá que lutar. — Seu rosto se encheu de
pena. — Tenho que ir comer com meu pai.
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
— Lyonene? — Sussurrou.
Ela puxou a fita verde que pendia de sua tanga e sua mão
instantaneamente cobriu a dela, mas não sem seu gemido de dor.
252
O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
— Oh, milorde, não é esta a espada que utilizou para matar aos
infiéis na Terra Santa? — Sussurrou Brent.
—Sim, é esta.
— E como se chama?
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
— Você é muito amável com o menino. Agora vejo por que ele o
adora. Meu pai nunca passou tanto tempo com os pajens, nem com
seus escudeiros.
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
irmão traidor, David. Quando foi capturado, sua família foi levada ao
castelo de Rhuddlan. Havia dois filhos e sete filhas. Demos os filhos
gêmeos de três anos, a meus cavaleiros para que os educassem. As
filhas e a mulher pediram que as levassem a viver com as monjas. À
mulher e a quatro das filhas o permiti. Agora tentei casar às outras
três. Uma se suicidou. — A multidão emitiu um grito afogado pelo
horror desse pecado mortal.
Lyonene se fixou nos sulcos que havia nos rostos dos homens,
onde a garota tinha arranhado com suas unhas.
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
— Não tema por minha vida. Só é uma mulher que ainda não
conheceu a um homem. Esta noite conhecerá um que a domará.
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
Ranulf a soltou.
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
— Muito bonita.
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
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Saga Montgomery – Livro 1
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Saga Montgomery – Livro 1
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
Ela gemia e ria, porque sabia que tinha poder sobre ele, porque
sabia que era a única que tinha ganhado do Leão Negro. Passou suas
mãos por todo seu corpo, utilizando as unhas e explorando cada
centímetro dele.
267
O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
Capítulo 11
À manhã seguinte Lyonene tratou de aliviar sua dor de cabeça,
mas as brincadeiras de Ranulf não ajudavam. Olhava para o outro
lado quando este a provocava por seus atos da noite anterior. Sentia
que o estômago dava voltas quando Ranulf a tirou da cama e a
segurou firmemente contra ele.
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
Brent olhou sua mãe com tristeza, mas todo sinal de pesar
desapareceu quando Ranulf apareceu com um robusto pônei negro no
pátio e entregou as rédeas a seu novo pajem. Henry de Lacy sorriu e
acusou Ranulf de estar estragando o menino, mas Ranulf afirmou que
tratava a todos seus homens com honra, como mereciam. Lyonene
escondeu seu sorriso ao ver o solene rosto desse menino de seis anos.
269
O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
Tão somente houve um ponto negro em sua feliz volta para casa:
a visão de um cavaleiro que os observava, meio escondido nas
paredes dos estábulos. Ela se lembrou de tê-lo visto uma vez antes,
durante uma guarda. O cavaleiro lhe dedicou um sorriso malicioso e
ela se virou imediatamente.
270
O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
— Agora obteve o que queria. Mas não foi fácil para mim, todos
os dias e todas as noites. — Ignorou o grito de Lyonene, segurou
firmemente sua mão contra ele.
271
O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
Brent, que já não podia conter mais sua excitação por estar
nesse grande castelo, passou correndo ao lado de Lyonene. Ela estava
contente de poder ensinar ao menino a beleza de Malvoisin, e
observou de novo a maravilha dos vitrais, tapeçarias e tapetes.
272
O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
— Aqui está. — Lucy deu a Lyonene uma cesta que ela recolheu
com um movimento lento.
273
O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
Ela sorriu e se aproximou mais dele, passando uma mão por sua
coxa.
— Não. Sou feliz. Mas queria saber como se sentia com respeito
a mim e em relação aos filhos.
Ranulf soprou.
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
Se ele pudesse ter visto seus olhos, não teria caído em sua
armadilha tão facilmente.
— Então era jovem e... — Fez uma pausa. — Não falemos mais
disto.
— Mas meu esposo, devemos falar disto, pois no Natal lhe darei
o mais especial dos presentes.
Ranulf sorriu.
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
— Por favor, não me diga que está aborrecido. Acredito que não
poderia suportá-lo.
Ela assentiu, não muito segura do que via em seu rosto. Ranulf
deixou cair à mão, levantou-se como um raio, e, com as pernas
separadas e as mãos nos quadris, levou a cabeça para trás e lançou o
grito de guerra mais forte, terrível e aterrorizante que jamais se ouviu.
Lyonene tampou os ouvidos para proteger-se desse alarido espantoso
que fazia tremer todo seu corpo.
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
— Não me transportou!
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Saga Montgomery – Livro 1
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
— Me solte e não seja tão bobo. Estou bem, e a força de que faço
a cada dia flui para este menino.
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Saga Montgomery – Livro 1
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Saga Montgomery – Livro 1
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Saga Montgomery – Livro 1
— Sim, milady.
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Saga Montgomery – Livro 1
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
— Não, não posso. Não me peça nunca mais isso. — Sua voz era
baixa e mortal. Ele vestiu calças grossas de lã, depois a camisa de
linho. — Venha aqui, — disse finalmente — devo ir e não quero que
você se atormente.
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
— Tem que correr por mim esta noite. Temos que esquecer os
preconceitos que temos um pelo outro, já que Ranulf nos necessita.
Devemos detê-lo antes que leve a cabo seus planos. — Conduziu o
grande cavalo para fora dos estábulos e subiu na sela de montar. O
animal protestou um pouco, mas ela deu um puxão às rédeas e ele se
acalmou. — Não temos tempo para brincar, vamos.
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
Passaram horas até que viu as primeiras luzes dos botes que
retornavam. Então se precipitou para a praia, fazendo caso omisso
dos homens que corriam para ela e da água que a salpicava. Alguém
a agarrou pelos ombros, mas inquieta não o olhou, pois sua única
preocupação eram os botes que retornavam.
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
A Lyonene de doce voz já não estava aí. A voz que rugia através
do vento e a chuva não era a de uma mulher.
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Saga Montgomery – Livro 1
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
— Ela salvou sua ingrata vida, assim não fale dela desta
maneira.
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Saga Montgomery – Livro 1
Corbet riu.
— Milady!
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
Lyonene sabia que estavam rindo dela. Não tinha feito nada para
que rissem assim!
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Saga Montgomery – Livro 1
— Não, nunca. Tem um passo muito suave e não sei por que
alguém deixa que engorde tanto.
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Saga Montgomery – Livro 1
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Saga Montgomery – Livro 1
— Nunca!
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
Capítulo 12
Tinham esquecido da mulher que Ranulf salvou do mar.
— Não pode cuidar da mulher. Faz muitas horas que não dorme.
Envie-a à Torre da Joia. — Ordenou Ranulf.
— Não se interessa por esta moça que quase lhe custa a vida? —
Inquiriu Lyonene.
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
— Seu pai era duque? Então deve ser franco. — Ela assentiu
com a cabeça e brotou outra lágrima. — Me sinto muito honrado com
sua presença. Pode ficar conosco até que notifiquemos a seus
parentes do seu paradeiro.
Ela se inclinou ainda para ele, sua cabeça quase tocava o ombro
de Ranulf.
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
— Amicia.
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
— Já falarei com ela, mas sobre tudo não diga nada disso a lorde
Ranulf.
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Saga Montgomery – Livro 1
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Saga Montgomery – Livro 1
Lyonene fez uma careta de desgosto, mas faria a tarefa que lhe
tinha encomendado.
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Saga Montgomery – Livro 1
— Parece que vamos ter que passar o dia juntas, já que todas as
suas roupas se danificaram, quer costurar comigo?
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
— É minha convidada e lhe devo tratar como tal, mas não falarei
da vida privada entre meu marido e eu, com você — deixou a costura
na primeira cadeira que encontrou e abandonou a sala. Não ouviu a
risada triunfal de Amicia.
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
palavras, tal e como lhe tinha falado muitas vezes do amor que sentia
por ele. “Sou estúpida”, disse-se. As palavras não importavam: claro
que ele a amava.
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
Atraiu-a para ele e com suas mãos afagou seu ventre nu, como
se inspecionasse como crescia seu filho dia a dia.
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Saga Montgomery – Livro 1
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Saga Montgomery – Livro 1
Lyonene queria rir com Ranulf, mas viu que ele tinha a mesma
expressão que o moço. Passou a mão no ventre e pediu a Deus não
trazer para o mundo um terceiro fanfarrão.
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
— Quem é Martha?
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— Hodder! — Rugiu.
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Saga Montgomery – Livro 1
— A pesar do breve contato com ele, acho que lorde Ranulf é...
muito suscetível a menor insinuação de... romance, digamos assim.
Contem-me, lady Lyonene, como foi seu noivado. Foi difícil chegar a
um acordo com ele, ou o apanharam rapidamente? Interessa-me
muito isto saber. Fazia muito tempo que o conhecia quando se
comprometeram?
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Saga Montgomery – Livro 1
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Ranulf
Sua leoa
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
— Não tenho tempo para seus insultos esta manhã. Se tiver algo
que me dizer, faça, mas vá direto ao ponto.
— Lorde Ranulf! Não deixo de escutar seu nome. Terei esse filho
que tanto espera, mas não acredito que possa dar refúgio a sua
amante durante muito tempo.
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
— Mas como pode dizer isto? Ele nunca a deixa sozinha quando
pode ser evitado. Algo de sua carta a pôs triste?
— Há outras mulheres.
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
— Sim, milady. Está em cima de sua cama, mas não sei ler.
— Traga-me.
Ranulf
Amicia se foi por três dias, três dias de inferno para Lyonene.
Tinha gasto todas as lágrimas. Kate tomou conta dela, e ela estava
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Ranulf
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Saga Montgomery – Livro 1
estado com Amicia. Se ele tivesse insinuado que desejava que sua
mulher fosse vê-lo, Lyonene teria saído correndo, descalça se fosse
preciso, mas não tinha mencionado nada sobre essa possibilidade e
teve muito cuidado em não deixar transparecer seus sentimentos.
Enviou-lhe, além disso, uma carta a Brent, lhe contando coisas sobre
os cavalos e os falcões.
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
Capítulo 13
Passaram três longos dias até que Lyonene recebeu a carta mais
extensa de Ranulf.
Alguém roubou a fita que tão lindamente você me deu. Fiz com
que revolvessem o acampamento, mas não a puderam encontrá-la.
Perdoe minha falta de atenção.
Seu cavaleiro,
Ranulf
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
ele a tivesse visto. Tampouco era possível que Amicia enviasse suas
próprias mensagens ou que tivesse acesso ao selo de Ranulf. Lyonene
recordou as histórias sobre a primeira mulher de Ranulf: dizia-se que
tratou de suicidar-se, de tão infeliz que era. De que maneira a traiu
para que a mulher tratasse de cometer um pecado mortal?
Lyonene assentiu
Ranulf
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
— Não. Mas diga ao meu marido que seu filho está bem e seu
castelo está bem cuidado.
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
oferecia seu amor a uma mulher que fazia pouco tempo que conhecia,
e não a ela.
— Fez toda esta viagem para me perguntar isto? Não poderia ter
enviado outro mensageiro?
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
— Não o odeio.
A dor que ela viu nos olhos de Ranulf oprimiu seu coração como
se um cinto metálico o apertasse.
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Saga Montgomery – Livro 1
— Não, não o conheço. É uma besta negra que veio aqui para me
fazer amor.
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
Lyonene sorriu.
— Dá-me muito crédito. Temo que o Leão Negro não tem muito
poder nestes momentos.
Ranulf riu.
— Uma moça que quer que a tome usando todo este ferro não é
uma dama muito delicada.
— Não, acredito que não sou uma dama quando estou perto de
você. — Lyonene o afastou e lhe deu um beijo. — Ajudarei que tire
esta coisa pesada e depois voltaremos para casa. Possivelmente
poderia compartilhar um banho quente com você.
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
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Saga Montgomery – Livro 1
Ele agarrou seu pulso com tanta força que começaram a brotar
lágrimas de dor dos olhos de Lyonene.
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Saga Montgomery – Livro 1
— Sim, acredito que o farei, pois o trouxe para mim, algo que
umas palavras doces não teriam conseguido.
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Saga Montgomery – Livro 1
— Deveria temer a ira do Leão Negro, pois lhe faz perder tempo
com tanto falar. Não conhece uma melhor maneira de enviar seu
cavaleiro à batalha?
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Saga Montgomery – Livro 1
— Mande-a entrar.
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Saga Montgomery – Livro 1
Amicia sorriu.
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
— O que sinto por meu marido é meu assunto. Se não tiver nada
mais que me dizer, parta.
— Não, milady, tenho muito que dizer. O amor que sente por seu
marido também é meu assunto, pois é um amor que compartilhamos.
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
— Muito bem dito por parte de uma esposa devota. Você vai
sentir o mesmo quando seu marido traga outra para esta bonita sala,
ou sente-se com outra a seu lado na mesa? O que dirá quando
favorecer a outro filho antes que o seu? — Esta última frase disse
quase sussurrando.
— O que quer dizer com outro filho? Ranulf não tem outro filho,
exceto o que levo comigo.
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
— E o que tem que ver o rei com um assunto tão feio como o que
acaba de expor?
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
Ranulf parecia vir até ela de todos os cantos, seu rosto, sua voz,
suas palavras. Não, confiava nele! Este pensamento trouxe novas
esperanças. Talvez Amicia tenha mentido. A letra poderia ter sido
forjada, a fita roubada. Ela não os tinha visto juntos, não tinha
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
Devia ir até ele, sim, devia ver com seus próprios olhos se as
palavras de Amicia eram verdadeiras. Um olhar rápido pela janela
mostrou que era muito tarde, muito tarde para começar a viagem.
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Saga Montgomery – Livro 1
— Está me ameaçando?
— Sim, estou.
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— Hodder, como...?
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voltou para a magra mulher. Amicia falava com ele e Ranulf a estava
escutando atentamente. Seus braços rodearam o pescoço de Ranulf e
Amicia ficou nas pontas dos pés e o beijou.
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O Leão Negro — Jude Deveraux
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— Sim, sei.
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
— Não existe nenhuma maneira pela qual possa pagar o que têm
me feito.
— Devo-lhe minha vida e, além disso, pode ser que seja uma
menina. Ranulf deve deixar seu título a seu primeiro filho varão. Não
suas propriedades. Não arrisco tanto como parece.
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Lyonene assentiu.
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Saga Montgomery – Livro 1
— Pela manhã.
Lyonene não sabia o que fazer. Tinha visto como Amicia beijava
Ranulf, pensou na relação de Ranulf com seu rei e logo pensou em
seu filho.
— Sim, irei.
— Agora vou, mas pela manhã pegue seu cavalo negro. Diga que
na bolsa há roupa para os servos, se alguém perguntar, mas não faça
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
nada que possa parecer suspeito. O navio sairá antes que descubram
que desapareceu. — Amicia abandonou a sala.
Olhou pela última vez seu dormitório, onde tinha sido tão feliz e
fechou a porta.
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
— Chega tarde e Morell teve que dar desculpas pelo seu atraso.
— Disse Amicia com um tom acusador.
— Morell?
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O Leão Negro — Jude Deveraux
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— Sim. — Ela se forçou para olhar em seus olhos azuis. Ele era
bonito de certa forma, elegantemente vestido, com olhos brilhantes,
nariz fino e boca firme.
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— Eu... eu desejo deixar este navio. Há algo que não vai bem.
Não sei o que é, mas decidi que prefiro enfrentar meu marido antes
que... se apresente ante mim.
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Capítulo 14
Hodder cavalgou toda a noite e, só por pura coincidência,
encontrou-se com o conde de Malvoisin enquanto este voltava para o
castelo depois de um sítio tão longo. Corbet ajudou a desmontar do
cavalo ao pequeno homem.
— Não pude ouvir o que diziam assim não sei quais eram seus
planos. Esta manhã cavalgou em direção ao povoado levando roupas
para as servas, mas a noite ainda não havia voltado. Alertei ao
guarda, e toda a ilha foi vasculhada. Passamos horas procurando-a,
mas ninguém soube encontrá-la.
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— Não, não acreditou. Disse que iria vê-lo para comprovar que
não havia nada entre os dois.
— Sim, sim que veio. Kate e eu cavalgamos com ela até seu
acampamento.
— Continue! Deve ter havido mais razões para que minha esposa
se recusasse a me ver, por que ela fugiu de mim.
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— Dois! Não havia nenhum navio que devesse partir hoje. Que
desculpa foi dada para que saíssem dois dos meus navios sem meu
consentimento e quem os dirigia?
— Não, milorde, mas sir Morell disse que tinha muita pressa
para comprar mais ornamentos para sua nova esposa, que você
adora. Disse...
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O Leão Negro — Jude Deveraux
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
Já não estava irado contra sua esposa, mas sentia que tinha alguma
falha nele que fazia com que ela duvidasse dele.
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Saga Montgomery – Livro 1
— Não sei por que se interessa tanto por esta mulher. Não tem
nada que eu não possa lhe dar. Venha e demonstrarei isso.
— Não lhe peço isso. Nenhum homem deve pedir qualquer coisa
a uma mulher como você. Agora faça o que eu digo ou executarei
minhas ameaças.
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Saga Montgomery – Livro 1
a jarra em cima de sua língua e caiu uma gota que não serviu para
aliviar sua dor.
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Saga Montgomery – Livro 1
— E o que fará com ela durante os anos que levará tudo isto?
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— Espero que valha a pena todo o esforço que está fazendo por
ela.
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— Dez.
— Então faltam dois dias para chegar a Irlanda. Fui uma carga
para você.
— Sim, foi.
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Por muito que o tentou, não pôde levantar a pesada taça. Seus
dedos tremiam e seus braços, débeis, não obedeciam seus comandos.
— Não. Está muito firme. Agora devo ir ver sir Morell. Queria
saber quando você se levantaria.
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
Uma voz áspera ressoava acima dela. Abriu seus olhos cansados
o suficiente para ver que a trocavam de cabine.
— Não, ela não está tão mal. Seus olhos são da cor de uma joia
que uma vez vi usar sua senhoria.
Ela não devia deixar sob nenhum pretexto que pensassem que
sabia quais eram seus planos.
— Sim, senhor.
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
— Não, não pode dormir agora. Meu cavaleiro quer que lhe dê
um banho. Não acredito tanto nos banhos como ele, não é bom para a
pele. Venha aqui! Não caia! Se não me perguntará de onde saíram às
feridas. Não posso acreditar que pudesse cheirar tão mal depois de
somente dez dias.
— Não haverá mais seda fina para você, milady. Esta roupa é
abrigada e ampla e deixará que a criança cresça. Parece que está
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Saga Montgomery – Livro 1
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Não passou muito tempo até que Amicia entrou na cabine com
uma bandeja cheia de comida.
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— Não quero que ocorra nada a ela e nem com a criança. Você
jurou que não seriam feridos.
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5
Barbette: ornamento feminino feito de tecido, em forma de coroa vazada no alto da cabeça, que acoplada a
testa, e segurava o véu na cabeça das damas.
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— Morell, sei que minhas defesas não são como eram quando
meu querido marido estava vivo, mas posso lhe assegurar que
treinam muito energicamente.
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O cavaleiro a empurrou.
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Capítulo 15
— Alice?
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Saga Montgomery – Livro 1
Alice se virou.
— Sei o que você dirá. Que aconteceu há muito tempo e que não
há notícias. Lady Margaret disse que Ranulf não responde a suas
petições. Acha que não pagará o resgate? Causei-lhe tantos
problemas.
Lyonene sorriu.
— Alice, não podem ser tão horríveis como pensa. Faz quatro
meses que estou aqui e tudo o que fazem é estar sentados e vigiar.
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Saga Montgomery – Livro 1
— Se não valo nada para você, por que não me deixa partir?
Devo custar muito em comida e logo terá que cuidar também do bebê.
— Sim, você é inútil para mim, mas deve haver algum valor em
você. É verdade que você me custa muito e precisará pagar essa
dívida. Depois que tenha seu filho esperarei um pouco mais. Seu
marido pensará de outra maneira quando já tiver dado a luz.
Lyonene não se dava conta das lágrimas que caíam por suas
bochechas e, pouco a pouco, notou que Alice a estava sacudindo com
força.
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Saga Montgomery – Livro 1
— Sei o que está dizendo. É difícil para mim não acreditar neles.
Suas mentiras são muito lógicas.
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Saga Montgomery – Livro 1
— Por quê? Por que você faz isto? — Tinha lhe perguntado.
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Saga Montgomery – Livro 1
— Vejo que nossa condessa nos honra com sua visita, por dois
dias seguidos. Estamos muito honrados. — Disse Amicia, saudando-
a. A mulher franca sorriu quando viu que Morell desviava o olhar
para o outro lado. — Morell, não acha que tem muito bom aspecto?
Tenho certeza de que leva pelo menos dois meninos nessa enorme
barriga.
Lyonene olhou para o outro lado, mas quando viu que Alice
voltava a concentrar-se na costura, não pôde evitar lançar um olhar
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Saga Montgomery – Livro 1
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Saga Montgomery – Livro 1
uma palavra, um sinal de amor, para lhe dizer tudo o que seu coração
sentia por ele, para lhe avisar do perigo que enfrentava por ela.
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Saga Montgomery – Livro 1
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
A primeira coisa que ela percebeu foi uma mão sobre a boca,
cortando sua respiração. Ela se agitou violentamente e arranhou a
mão.
— Fique quieta, minha leoa. Não tire toda a pele de minha mão.
Acaso não se lembra de mim?
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Saga Montgomery – Livro 1
— Não, você não se viu por trás. Você anda como um pato,
balançando para frente e para trás, de um lado para o outro.
Inclusive seus pés se veem enormes. Por acaso eles ficaram laranja?
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Saga Montgomery – Livro 1
— A criança se moveu?
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Saga Montgomery – Livro 1
— Ranulf, este não é o momento. Você deve sair antes que esses
homens descubram que você está aqui. Alice me fala muitas vezes de
sua perfídia.
— Bah! — Ele acenou com a mão. — Eles são pouco mais do que
um exercício antes do jantar. Como Alice pode contar alguma coisa
deles quando ela é muda?
— Sabe muito sobre mim. Por que não me beija mais um pouco
Ranulf?
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
— Edward é meu rei, mas ele não governa minha vida. Ele não
pode me obrigar a fazer o que eu não quero.
— Não, você não viu! Você viu a mulher enrolar seu corpo feio
sobre mim. Tive de me conter para não jogá-la no chão.
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
— É como você diz, mas havia algumas coisas que eu sabia que
eram, certamente, verdade.
— Nomeie-os.
— Amicia disse que quando ela olhou para você... eu sei, — ela
gritou desesperadamente, — eu sei de seus sentimentos. Foi o mesmo
comigo. Ranulf! Você ri de mim! Eu lhe digo meus pensamentos mais
íntimos e você ousa rir de mim!
— Não vai ferir meu filho com seus movimentos teimosos. Então,
Amicia lhe disse que desde a primeira vez que me viu não pôde
resistir.
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
Lyonene moveu a cabeça para trás sobre o braço dele para olhá-
lo. O sentido de honra de Ranulf era tão forte, que o fato de
considerar a possibilidade de mentir a fez olhá-lo com assombro.
Ranulf a ignorou.
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Saga Montgomery – Livro 1
— É bom saber que você se sente assim, mas não muda o que
eu tento dizer a você. Desejo que com esta confissão possa evitar que
o que aconteceu não ocorra uma segunda vez. Embora você tenha
sido tola com respeito a mim, no primeiro dia que me viu, as demais
mulheres não o são.
— Não fiz nada que não tivesse feito diante de outros cem
homens. Aháa! Vinguei-me. Não, estou mentindo, não me olhe assim.
E o que me diz de você? Acaso se casa com todas as mulheres depois
de um dia de conhecê-las?
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
— É um...
— É verdade?
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Saga Montgomery – Livro 1
— Sim, mas não vou falar mais disto, nem vou repetir. Já é
muito vaidosa, embora não consigo entendê-lo, pois está tão gorda
que me derrubará da cama.
Ranulf a abraçou.
— É obvio. Eu disse isso muitas vezes. Por que isso deveria fazer
você se afastar de mim?
— Não, você nunca fez isso. Amicia sabia que não tinha feito e
quando vi uma de suas cartas em que dizia que a amava...
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Saga Montgomery – Livro 1
Lyonene choramingava.
— Não atuo com lógica quando estou perto de você. Que outra
mulher me faz perder a paciência e ao mesmo tempo me faz rir? Que
outra mulher persigo por terra e mar? Por qual outra mulher me
vestiria de servo para resgatá-la?
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Saga Montgomery – Livro 1
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— Como me encontrou?
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— Sua guarda!
Lyonene o ignorou.
— Você está aqui há muito tempo. Por que você não se colocou
como seu cavaleiro e não como um servo?
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O Leão Negro — Jude Deveraux
Saga Montgomery – Livro 1
— Acho que serei perdoada por todos, mas não que você tivesse
que erguer um machado fora da batalha.
— Agora devo ir, já que se faz dia e não quero que me vejam
claramente contra a muralha. Só vim para avisar e para lhe dizer que
se prepare. Não há maneira de trancar a porta sem que nos escutem
de fora. Meus homens chegarão logo e então atacaremos. Prepare a
roupa e qualquer outra coisa que necessite.
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Saga Montgomery – Livro 1
— Não. Não seja tola. É meu filho que a deixa assim. Você pode
carregá-lo, eu pelo menos vou poder olhá-lo. Você é linda gorda e
bonita magra. Acredito que a amaria embora tivesse três cabeças.
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Saga Montgomery – Livro 1
Capítulo 16
Ela acordou devagar, atordoada, insegura de seus arredores. Ela
esticou um braço para alcançar Ranulf, querendo seu calor perto
dela, a segurança de sua proximidade. Seus olhos se abriram em
perplexidade, quando sua mão encontrou apenas uma frieza vazia, e
não a carne morna de seu marido. Deu-se conta da situação quando
se sentou com a manta ao seu redor.
— Hoje não nos honrou com sua visita? Tenho certeza de que sir
Morell sentirá falta de te ver.
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Saga Montgomery – Livro 1
— Hoje sairá para a Inglaterra para ver por que seu marido não
manda o resgate.
— Acreditava que você tinha certeza de que ele não queria saber
nada de mim, já que faz tempo que se foi para a corte.
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Saga Montgomery – Livro 1
— Sim, sei que não deveria haver dito isso, mas não os
reconheceu como homens de Ranulf. Estou contente de que sir Morell
se vá. Ranulf disse que não terá problemas com os guardas, mas
estou contente de que haja menos homens para lutar.
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Saga Montgomery – Livro 1
— Vejo que o conhecem bem. Mas não foi ele quem causou os
problemas durante esta viagem.
— Por favor, não briguem comigo. Meu marido não perdeu nem
um momento para me recordar todos meus crimes. Diga-me a
verdade, ele realmente cortou lenha?
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— Era uma tarefa fácil para ele, assim, que o animávamos desde
nossos postos no topo das ameias.
— Meu marido?
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— Não vai ser sir Hugo quem sofrerá, a não ser eu, por ter
causado todos estes problemas.
Corbet sorriu.
Alice apontou para seus olhos, depois para eles e Lyonene riu.
Riam, mas sua missão era séria e podia lhes custar a vida e,
ainda assim, atuavam como se fosse mais que uma saída qualquer.
Tentou levantar-se e Alice em seguida foi ajudá-la. Tinha dormido
com sua roupa de lã, preparada para uma fuga rápida.
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Quando já pensava que não poderia resistir mais tão grande era
o medo que a paralisava, ouviu a voz de Ranulf do outro lado da
porta.
— Abram!
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— Não pode cavalgar mais. Minha esposa também está cada vez
mais cansada. Ficarei aqui com eles. Há uma choça atrás dessas
árvores. Devem cavalgar mais rápido ainda, pois se Morell vir que não
estou com vocês, voltará aqui e nos encontrarão.
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— Não fale agora. Nós vamos cuidar de você e vai ficar bem, mas
deve descansar também. E sim, é o bebê, mas não diga isso a Ranulf.
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Lyonene sorriu.
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— Temo que lhe encherei ainda mais de sangue, pois dar à luz é
algo muito complicado, Ranulf. Ah, não, era uma brincadeira. Não
tome a sério. É um trabalho muito fácil.
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Saga Montgomery – Livro 1
Lyonene via seu perfil, o brilho de seus olhos negros quando este
sustentava seu filho, foi um momento privado para os dois, que
ninguém mais podia compartilhar. A mão enorme do Leão Negro era
muito suave quando tocava esses diminutos dedos e, Ranulf sorriu
quando o menino agarrou seu dedo escuro e cheio de cicatrizes de
guerra de seu pai.
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— Sim, ele é o mais bonito dos bebês. Tenho certeza de que não
poderia ter sido melhor. — Disse Ranulf tratando de parecer sério.
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— Não, ele não é vermelho. Tem minha cor de pele e meu cabelo.
Você viu a maneira que já começa a enrolar em seu pescoço? Já pode
ver-se que tem a força necessária para ser um cavaleiro e o tamanho
de sua cabeça me diz que será um homem alto.
— É verdade que tive medo, pois não sabia que dar à luz fosse
uma tarefa tão difícil. Você é tão pequena e meu filho tão grande...
— Já não me lembro da dor, então não sofra por mim. Para mim
é suficiente saber que o agradei.
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Lyonene sussurrou:
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Lyonene sorriu.
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— Vejo que terei que suportar a outro como você, pois já vejo
que fará do menino a sua imagem.
— Sim, milorde. O mais forte que tenha visto para sua idade.
Pergunto-me se terá algo que ver com essa juba de cabelo.
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— Eu também, milady.
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— Sim, farei-o.
— Muito bem. Agora devo ver como está meu castelo. Tudo foi
bem enquanto não estive?
— Não posso acreditar que este menino seja meu, pois juro que
passou mais de um ano desde que a toquei pela última vez. — Ranulf
a beijou de novo, um movimento da criança impedindo-o de esmagá-
la contra ele.
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— Lady Melite, venha e leve esta sua filha. Ainda não aprendeu a
ter maneiras diante dos convidados.
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Capítulo 17
A notícia do regresso seguro de Lyonene espalhou-se
rapidamente por todo o reino, e os convidados começaram a chegar.
Ela correu para Berengaria e se abraçaram, contentes de voltarem a
se verem. Travers trazia seu filho, um menino de dezessete meses que
era exatamente igual a sua mãe, um menino muito bonito. Era um
contraste ver o angélico menino com a feiura de seu pai.
— O que você fez com ele? Ele está mudado e não é o mesmo
homem que eu tenho visto por anos. — Perguntou Berengaria a
Lyonene.
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— Sempre foi assim com lorde Dacre. Eles não são mais velhos
do que Brent quando juntos.
Lyonene ficou perplexa por sua franqueza, mas admitiu que ela
também tinha pensado um pouco nisso. Suas palavras se detiveram
com a entrada de Dacre e Ranulf.
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— E como está sua esposa lorde Dacre? — Disse ela em voz bem
alta. Então baixou a voz e disse: — Me solte ou direi a todo mundo
algo que me contou lady Elisabeth sobre você.
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— Devo ir, ou seu pai pode destruir meu salão, assim como fez
com meu prazer, esta noite. Você deveria estar feliz por ele ser seu pai
ou eu poderia jogá-lo pela minha janela com seus modos desajeitados.
— Sussurrou a Lyonene, lançando um olhar acusador. — Me vestirei
e comerei com ele. Acredito que demorarei a dormir esta noite. — Se
inclinou para dar um beijo na sua bochecha, mas quando a mão dela
se dirigiu para seu ventre e o acariciou, Ranulf a afastou. — Não leoa,
não vou fazer nada enquanto seu pai se agita como um javali ferido.
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Ranulf
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Ranulf caminhou para ela e lhe ofereceu a mão e, ela fez todo o
possível para atirá-lo à água, mas não pôde. Ele sorriu enquanto os
dentes de Lyonene começavam a tocar castanholas, agarrou-a nos
braços e a tirou da água.
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cavaleiro bom e gentil e, minha dama chora por isso. Não deveria ser
assim.
Lyonene sorriu.
— Sempre? — Brincou.
— Não acha que já falamos o suficiente? Não têm frio com esta
roupa? O que me diz se as tirássemos?
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esqueceu o que terá que fazer, com uma mulher que carrega em seus
braços?
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Fim