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COMEÇANDO DO ZERO

Direito Civil – Aula 01


Luciano Figueiredo

Introdução ao Direito Civil


Tema I

Direito Civil Começando do Zero.


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Elaboração: Luciano L. Figueiredo .

1. Noções Introdutórias.

2. Conceitos Importantes.

2.1 Direito Natural X Direito Positivo.

2.2 Direito Objetivo X Direito Subjetivo (divisão do Direito Positivo).

# O que é o direito potestativo?

2.3 Direito Público x Privado.

3. Direito Civil.

3.1 Parte Geral do Direito Civil.

3.2 Parte Especial Do Direito Civil.

1 Advogado. Sócio do Figueiredo & Figueiredo Advocacia e Consultoria. Graduado em Direito pela Universidade Salvador
(UNIFACS). Especialista (Pós-Graduado) em Direito do Estado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Mestre em Direito
Privado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Professor de Direito Civil. Palestrante. Autor de Artigos Científicos e Li-
vros Jurídicos. Periscope: @lucianofigueiredo. Instagram: @lucianolimafigueiredo. Periscope: @lucianofigueiredo. Fan Page:
Luciano Lima Figueiredo. Twitter: @civilfigueiredo.

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Luciano Figueiredo

Pessoa Física, Natural ou de Existência Visível


Tema II

Direito Civil Começando do Zero.


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Elaboração: Luciano L. Figueiredo .

1. Personalidade Jurídica.

Personalidade Jurídica  Sujeito de Direitos  Pessoa Física e Pessoa Jurídica

2. Pessoa Natural ou Física ou de Existência Visível.

Ente dotado de estrutura, complexidade biopsicológica. Não mais é o ente biologicamente criado, pois há métodos
artificiais de criação.

Métodos artificiais de criação?

Art. 1.597. Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos:


I - nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de estabelecida a convivência conjugal;
II - nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por morte, separação judicial,
nulidade e anulação do casamento;
III - havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido;
IV - havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes de concepção artificial
homóloga;
V - havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia autorização do marido.

Art. 1.593. O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consanguinidade ou outra origem

2.1 Aquisição da Personalidade Jurídica pela Pessoa Natural.

Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a
concepção, os direitos do nascituro.

Personalidade da Pessoa Física  Requisitos  Nascimento + Vida

# Exame da Docimasia Hidrostática de Galeno – Parâmetro do ingresso de ar nos pulmões.

2.2 Nascituro.

É aquele já concebido e ainda não nascido, dotado de vida intrauterina.

2.3. Teorias sobre a Aquisição da Personalidade Jurídica.

a) TEORIA NATALISTA (ou negativista)

b) TEORIA CONCEPCIONISTA

c) TEORIA DA PERSONALIDADE CONDICIONAL (ou condicionalista).

2.4 Direitos Conferidos ao Nascituro.

2 Advogado. Sócio do Figueiredo & Figueiredo Advocacia e Consultoria. Graduado em Direito pela Universidade Salvador
(UNIFACS). Especialista (Pós-Graduado) em Direito do Estado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Mestre em Direito
Privado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Professor de Direito Civil. Palestrante. Autor de Artigos Científicos e Li-
vros Jurídicos. Periscope: @lucianofigueiredo. Instagram: @lucianolimafigueiredo. Periscope: @lucianofigueiredo. Fan Page:
Luciano Lima Figueiredo. Twitter: @civilfigueiredo.

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a) o nascituro é titular de direitos personalíssimos (como o direito à vida e direitos da personalidade).


Art. 7 do ECA – A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políti-
cas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas
de existência.

Art. 8 do ECA – É assegurado a gestante, através do Sistema Único de Saúde, o atendimento pré e perinatal.

Art. 124, CP – Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lhe provoque:
Pena: detenção, de um a três anos.

Art. 125, CP – Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:


Pena – reclusão, de três a dez anos.

Art. 126, CP – Provocar aborto com o consentimento da gestantes.


Pena – reclusão, de um a quatro anos.
Parágrafo Único: Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada
ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência.

Há excludentes para o aborto?

b) pode receber doação aceita pelo seu representante (curador) (Art 542 do CC);

Art. 542. A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu representante legal.

c) pode ser beneficiado por herança (Art. 1798)

Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no momento da abertura da sucessão.

d) pode ser-lhe nomeado curador para a defesa dos seus interesses (art. 1.779 do CC);

Art. 1.779. Dar-se-á curador ao nascituro, se o pai falecer estando grávida a mulher, e não tendo o poder familiar.
Parágrafo único. Se a mulher estiver interdita, seu curador será o do nascituro.

e) Tem direito à realização do exame de DNA, para efeito de aferição de paternidade (STF, Reclamação Constitu-
cional 2040 - Caso Gloria Treves / Relator: Min. Neri da Silveira/ Julgamento do Pleno/ Data: 21/02/02)

Confira-se, neste ponto, o julgado do Supremo Tribunal Federal no caso “Glória Trevis” (Rcl 2040 QUESTÃO DE
ORDEM NA RECLAMAÇÃO, Relator(a): Min. NÉRI DA SILVEIRA, Julgamento: 21/02/2002 , Órgão Julgador:
Tribunal Pleno, Publicação: DJ DATA-27-06-2003 PP-00031 EMENT VOL-02116-01 PP-00129), em que podemos
observar a aplicação da teoria da “ponderação de interesses”, visando a dirimir eventuais conflitos entre direi-
tos constitucionais. Embora se buscasse, em verdade, a apuração de um crime, o fato é que o nascituro
mereceria, em nosso sentir, no caso em tela, o beneficio da produção da prova pericial, para que, após seu
nascimento, não houvesse que carregar o peso das circunstâncias duvidosas da sua concepção: “EMEN-
TA: - Reclamação. Reclamante submetida ao processo de Extradição n.º 783, à disposição do STF. 2. Cole-
ta de material biológico da placenta, com propósito de se fazer exame de DNA, para averiguação de pater-
nidade do nascituro, embora a oposição da extraditanda. 3. Invocação dos incisos X e XLIX do art. 5º, da
CF/88. 4. Ofício do Secretário de Saúde do DF sobre comunicação do Juiz Federal da 10ª Vara da Seção Judiciá-
ria do DF ao Diretor do Hospital Regional da Asa Norte - HRAN, autorizando a coleta e entrega de placenta para
fins de exame de DNA e fornecimento de cópia do prontuário médico da parturiente. 5. Extraditanda à disposição
desta Corte, nos termos da Lei n.º 6.815/80. Competência do STF para processar e julgar eventual pedido de au-
torização de coleta e exame de material genético, para os fins pretendidos pela Polícia Federal. 6. Decisão do Juiz
Federal da 10ª Vara do Distrito Federal, no ponto em que autoriza a entrega da placenta, para fins de realização
de exame de DNA, suspensa, em parte, na liminar concedida na Reclamação. Mantida a determinação ao Diretor
do Hospital Regional da Asa Norte, quanto à realização da coleta da placenta do filho da extraditanda. Suspenso
também o despacho do Juiz Federal da 10ª Vara, na parte relativa ao fornecimento de cópia integral do prontuário
médico da parturiente. 7. Bens jurídicos constitucionais como "moralidade administrativa", "persecução
penal pública" e "segurança pública" que se acrescem, - como bens da comunidade, na expressão de Ca-
notilho, - ao direito fundamental à honra (CF, art. 5°, X), bem assim direito à honra e à imagem de policiais

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federais acusados de estupro da extraditanda, nas dependências da Polícia Federal, e direito à imagem da
própria instituição, em confronto com o alegado direito da reclamante à intimidade e a preservar a identi-
dade do pai de seu filho. 8. Pedido conhecido como reclamação e julgado procedente para avocar o julgamento
do pleito do Ministério Público Federal, feito perante o Juízo Federal da 10ª Vara do Distrito Federal. 9. Mérito do
pedido do Ministério Público Federal julgado, desde logo, e deferido, em parte, para autorizar a realização do
exame de DNA do filho da reclamante, com a utilização da placenta recolhida, sendo, entretanto, indeferida a sú-
plica de entrega à Polícia Federal do "prontuário médico" da reclamante”.

g) A Lei 11.804 de 2008 (especificamente de 5.11.08) estabelece os alimentos gravídicos.

h) Segundo o STJ, o falecimento do nascituro ocasiona pagamento do DPVAT. Cita-se:


REsp 1120676 / SC (07/12/2010)
RECURSO ESPECIAL. DIREITO SECURITÁRIO. SEGURO DPVAT. ATROPELAMENTO
DE MULHER GRÁVIDA. MORTE DO FETO. DIREITO À INDENIZAÇÃO.
INTERPRETAÇÃO DA LEI Nº 6194/74.
1 - Atropelamento de mulher grávida, quando trafegava de bicicleta
por via pública, acarretando a morte do feto quatro dias depois com
trinta e cinco semanas de gestação.
2 - Reconhecimento do direito dos pais de receberem a indenização
por danos pessoais, prevista na legislação regulamentadora do seguro
DPVAT, em face da morte do feto.
3 - Proteção conferida pelo sistema jurídico à vida intra-uterina,
desde a concepção, com fundamento no princípio da dignidade da
pessoa humana.
4 - Interpretação sistemático-teleológica do conceito de danos
pessoais previsto na Lei nº 6.194/74 (arts. 3º e 4º).
5 - Recurso especial provido, vencido o relator, julgando-se
procedente o pedido.

i) Tem direito ao pleito de danos morais:

1. STJ/ 4 Turma/ Resp 399028/SP/ Rel Min Sálvio de Figueiredo/ Data: 26.02.02:

“DIREITO CIVIL. DANOS MORAIS. MORTE. ATROPELAMENTO. COMPOSIÇÃO FÉRREA. AÇÃO AJUIZADA 23
ANOS APÓS O EVENTO. PRESCRIÇÃO INEXISTENTE. INFLUÊNCIA NA QUANTIFICAÇÃO DO QUANTUM.
PRECEDENTES DA TURMA. NASCITURO. DIREITO AOS DANOS MORAIS. DOUTRINA.
ATENUAÇÃO. FIXAÇÃO NESTA INSTÂNCIA. POSSIBILIDADE. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. I - Nos
termos da orientação da Turma, o direito à indenização por dano moral não desaparece com o decurso de tempo
(desde que não transcorrido o lapso prescricional), mas é fato a ser considerado na fixação do quantum. II - O
nascituro também tem direito aos danos morais pela morte do pai, mas a circunstância de não tê-lo co-
nhecido em vida tem influência na fixação do quantum.
III - Recomenda-se que o valor do dano moral seja fixado desde logo, inclusive nesta instância, buscando dar
solução definitiva ao caso e evitando inconvenientes e retardamento da solução jurisdicional.”(STJ, QUARTA
TURMA, RESP 399028 / SP ; RECURSO ESPECIAL 2001/0147319-0, Ministro SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEI-
XEIRA, Julg. 26/02/2002, DJ 15.04.2002 p.00232)

2. STJ / 3 Turma / RESP: 9315566/RS / Rel Min Nancy Andrighi / 17/06/2008:

RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE DO TRABALHO. MORTE. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. FILHO
NASCITURO. FIXAÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO. DIES A QUO. CORREÇÃO MONETÁRIA. DATA DA
FIXAÇÃO PELO JUIZ. JUROS DE MORA. DATA DO EVENTO DANOSO. PROCESSO CIVIL. JUNTADA DE DO-
CUMENTO NA FASE RECURSAL. POSSIBILIDADE, DESDE QUE NÃO CONFIGURDA A MÁ-FÉ DA PARTE E
OPORTUNIZADO O CONTRADITÓRIO. ANULAÇÃO DO PROCESSO. INEXISTÊNCIA DE DANO. DESNECES-
SIDADE.
- Impossível admitir-se a redução do valor fixado a título de compensação por danos morais em relação ao
nascituro, em comparação com outros filhos do de cujus, já nascidos na ocasião do evento morte, por-
quanto o fundamento da compensação é a existência de um sofrimento impossível de ser quantificado
com precisão.

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- Embora sejam muitos os fatores a considerar para a fixação da satisfação compensatória por danos morais, é
principalmente com base na gravidade da lesão que o juiz fixa o valor da reparação.
- É devida correção monetária sobre o valor da indenização por dano moral fixado a partir da data do arbitramen-
to. Precedentes.
- Os juros moratórios, em se tratando de acidente de trabalho, estão sujeitos ao regime da responsabilidade extra-
contratual, aplicando-se, portanto, a Súmula nº 54 da Corte, contabilizando-os a partir da data do evento danoso.
Precedentes
- É possível a apresentação de provas documentais na apelação, desde que não fique configurada a má-fé da
parte e seja observado o contraditório. Precedentes.
- A sistemática do processo civil é regida pelo princípio da instrumentalidade das formas, devendo ser reputados
válidos os atos que cumpram a sua finalidade essencial, sem que acarretem prejuízos aos litigantes.
Recurso especial dos autores parcialmente conhecido e, nesta parte,
provido. Recurso especial da ré não conhecido.

Neste precedente de 2008 afirmou a Min. relatora que:

- Não se podia "medir" a dor moral sofrida pela viúva e pela família, com base no fato de o nascituro não ter podi-
do conhecer o pai: "Maior do que a agonia de perder um pai, é a angústia de jamais ter podido conhecê-lo,
de nunca ter recebido um gesto de carinho, enfim, de ser privado de qualquer lembrança ou contato, por
mais remoto que seja, com aquele que lhe proporcionou a vida", afirmou a ministra

j) Questão da Estabilidade da Gestante.

SÚMULA nº 244 DO TST


GESTANTE. ESTABILIDADE PROVISÓRIA
I – O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao pagamento da indenização
decorrente da estabilidade (art. 10, II, "b" do ADCT).
II – A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta se der durante o período de estabilidade.
Do contrário, a garantia restringe-se aos salários e demais direitos correspondentes ao período de estabilidade.
III – A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória prevista no art. 10, inciso II, alínea "b", do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias, mesmo na hipótese de admissão mediante contrato por tempo determi-
nado. (negritamos)

Obs.: E o Natimorto?

Enunciado 01 (Jornadas de Direito Civil – CJF): “Art. 2º. A proteção que o Código defere ao nascituro alcança o
natimorto no que concerne aos direitos da personalidade, tais como nome, imagem e sepultura”.

Obs.: E o embrião?

Enunciado 2 do CJF: “Art. 2º: sem prejuízo dos direitos da personalidade, nele assegurados, o art. 2º do Código
Civil não é sede adequada para questões emergentes da reprogenética humana, que deve ser objeto de um esta-
tuto próprio”

Art. 5 da Lei 11.105/2005 (Lei de Biosegurança):

Art. 5º É permitida, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de células-tronco embrionárias obtidas de embri-
ões humanos produzidos por fertilização in vitro e não utilizados no respectivo procedimento, atendidas as seguin-
tes condições:

I – sejam embriões inviáveis; ou


II – sejam embriões congelados há 3 (três) anos ou mais, na data da publicação desta Lei, ou que, já congelados
na data da publicação desta Lei, depois de completarem 3 (três) anos, contados a partir da data de congelamento.
§ 1º Em qualquer caso, é necessário o consentimento dos genitores.
§ 2º Instituições de pesquisa e serviços de saúde que realizem pesquisa ou terapia com células-tronco embrioná-
rias humanas deverão submeter seus projetos à apreciação e aprovação dos respectivos comitês de ética em
pesquisa.

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§ 3º É vedada a comercialização do material biológico a que se refere este artigo e sua prática implica o crime
tipificado no art. 15 da Lei nº 9.434, de 4 de fevereiro de 1997.

# ADIN 3510 – Constitucionalidade do art. 5 da Lei de Biosegurança.

3. Capacidade Civil.

É a medida jurídica da personalidade.

3.1 Capacidade de Direito, de Gozo ou Jurídica.

Art. 1º do CC: Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.

3.2 Capacidade de Fato, Exercício ou Ação.

# Capacidade Plena ou Capacidade Jurídica Geral – Soma das duas capacidades anteriores.

# Legitimação:

Ex.: Venda de Ascendente para Descendente – art. 496 do CC/02:

Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alie-
nante expressamente houverem consentido.

Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se o regime de bens for o da se-
paração obrigatória.

4. Teoria das Incapacidades.

Mitigação à capacidade de ação, não interferindo na jurídica. Pode decorrer:

a) Objetivo ou Cronológico  Idade (18 anos)

b) Subjetivo  Psíquico (Patologia + Decisão Judicial)

Na hipótese subjetiva faz-se necessário o Processo de Interdição.

# Atos praticados em intervalos de lucidez após a interdição são considerados válidos?

# E a incapacidade natural? Existe?

4.1 Incapacidade Absoluta.

Cuidado! Novidade por conta da Lei 13.146/15 (Estatuto da Pessoa com Deficiência – EPD).

Art. 3 São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis)
anos.
I – (Revogado);
II – (Revogado);
III – (Revogado).

Absolutamente incapazes São REPRESENTADOS.

4.2 Incapacidade Relativa.

Cuidado! Novidade por conta da Lei 13.146/15 (Estatuto da Pessoa com Deficiência – EPD).

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Art. 4 São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:


I – os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;

II – os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
III – aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
IV - os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial.

# E como fica a situação do surdo-mudo incapaz de manifestar vontade?

# A senilidade (idosos) significa a incapacidade?

Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:


I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento;
II - da pessoa maior de setenta anos;
III - de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.

Relativamente incapazes são ASSISTIDOS.

5. Fim da Incapacidade.

6. Emancipação.

É a antecipação da cessação da incapacidade. O ato de emancipação é irrevogável e irretratável. Pode ser (art 5,
Parágrafo Único do CC):

a) Voluntária
b) Judicial
c) Legal

Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:


I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independen-
temente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos
completos;
II - pelo casamento;
III - pelo exercício de emprego público efetivo;
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em fun-
ção deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.

6.1 Voluntária (art. 5º, parágrafo único, I, primeira parte, NCC)

a) Se a mãe for separada do pai, e detém a guarda, ela poderá sozinha conceder a emancipação (ou vice-versa)?

b) Se houver conflito na decisão dos pais?

c) A emancipação voluntária é ato irrevogável, mas os pais podem ser responsabilizados pelos danos causados
pelo emancipado?

Resp 122.573/PR / Min. Rel Eduardo Ribeiro / 3 Turma / 23/06/1998:

Suspensão do processo.Justifica-se sustar o curso do processo civil, para aguardar o desfecho do processo crimi-
nal, se a defesa se funda na alegação de legítima defesa, admissível em tese. Dano moral. Resultando para os
pais, de quem sofreu graves lesões, consideráveis padecimentos morais, têm direito a reparação. Isso não se
exclui em razão de o ofendido também pleitear indenização a esse título.
Responsabilidade civil. Pais. Menor emancipado. A emancipação por outorga dos pais não exclui, por si só, a
responsabilidade decorrente de atos ilícitos do filho.
(Resp 122.573/PR / Min. Rel Eduardo Ribeiro / 3 Turma / 23/06/1998)

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O tema ganhou enunciado do CJF (E. 41):

E.41 – Art. 928: a única hipótese em que poderá haver responsabilidade solidária do menor de 18 anos com seus
pais é ter sido emancipado nos termos do art. 5º, parágrafo único, inc. I, do novo Código Civil.

6.2 Judicial (art. 5º, parágrafo único, I, segunda parte, NCC)

6.3 Legal (art. 5º, parágrafo único, II e ss. do NCC).

Hipóteses:

a) PELO CASAMENTO (art. 5º, parágrafo único, II, NCC e art. 9º, § 1º, II, CC- 16):

A separação e o divorcio posterior ao casamento levam à “queda” da emancipação?

b) EXERCÍCIO DE EMPREGO PÚBLICO EFETIVO (art. 5º, parágrafo único, III, NCC e art. 9º, § 1º, III, CC-16):

Emprego e cargo público ou apenas emprego?

c) COLAÇÃO DE GRAU DE ENSINO SUPERIOR (art. 5º, parágrafo único, IV, NCC e art. 9º, § 1º, IV, CC-16)

d) O ESTABELECIMENTO CIVIL OU COMERCIAL, OU A EXISTÊNCIA DE RELAÇÃO DE EMPREGO, DESDE


QUE, EM FUNÇÃO DELES, O MENOR COM DEZESSEIS ANOS COMPLETOS TENHA ECONOMIA PRÓPRIA
(art. 5º, parágrafo único, V, NCC e art. 9º, § 1º, V, CC-16)

7. Extinção da Personalidade da Pessoa Física ou Natural.

Termina a existência da pessoa natural com a morte, a qual, para o direito, pode ser:

a) Real
b) Presumida
 Com procedimento de ausência
 Sem procedimento de ausência

7.1 Morte Real.

7.2 Morte presumida (Morte presumida = morte civil (para alguns) = ficta mortis).

7.2.1 Morte presumida sem declaração de ausência.

Art. 7° - Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:


I – se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;
II – se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término
da guerra.

Parágrafo único – A declaração de morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de es-
gotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.

7.2.2 Com Procedimento de Ausência (art. 6, NCC/ art. 22 a 39).

A ausência passa por três fases para ser declarada

 1º FASE – CURADORIA DE BENS DO AUSENTE

Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representan-
te ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Mi-
nistério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador.

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Art. 23. Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando o ausente deixar mandatário que não
queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus poderes forem insuficientes.

Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato por mais de dois anos
antes da declaração da ausência, será o seu legítimo curador.
§ 1o Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais ou aos descendentes, nesta ordem,
não havendo impedimento que os iniba de exercer o cargo.
§ 2o Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos.
§ 3o Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador.

 2º FASE – SUCESSÃO PROVISÓRIA

Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou procurador,
em se passando três anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamen-
te a sucessão.

Art. 28. A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só produzirá efeito cento e oitenta dias de-
pois de publicada pela imprensa; mas, logo que passe em julgado, proceder-se-á à abertura do testamento, se
houver, e ao inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido.
§ 1o Findo o prazo a que se refere o art. 26, e não havendo interessados na sucessão provisória, cumpre ao Mi-
nistério Público requerê-la ao juízo competente.
§ 2o Não comparecendo herdeiro ou interessado para requerer o inventário até trinta dias depois de passar em
julgado a sentença que mandar abrir a sucessão provisória, proceder-se-á à arrecadação dos bens do ausente
pela forma estabelecida nos arts. 1.819 a 1.823.

Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram interessados:
I - o cônjuge não separado judicialmente;
II - os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários;
III - os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte;
IV - os credores de obrigações vencidas e não pagas.

Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão garantias da restituição deles, medi-
ante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos.

§ 1o Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar a garantia exigida neste artigo, será exclu-
ído, mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob a administração do curador, ou de outro herdeiro designado
pelo juiz, e que preste essa garantia.

§ 2o Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidade de herdeiros, poderão,
independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente.

Art. 31. Os imóveis do ausente só se poderão alienar, não sendo por desapropriação, ou hipotecar, quando o or-
dene o juiz, para lhes evitar a ruína.

 3º FASE – SUCESSÃO DEFINITIVA

Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão provisória, po-
derão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das cauções prestadas.

Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade,
e que de cinco datam as últimas notícias dele.

> Transmissão dos bens em caráter definitivo

E se o ausente retornar?

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Art. 36. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, depois de estabelecida a posse provisória, cessarão
para logo as vantagens dos sucessores nela imitidos, ficando, todavia, obrigados a tomar as medidas assecurató-
rias precisas, até a entrega dos bens a seu dono.

Art. 39. Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da sucessão definitiva, ou algum de seus des-
cendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão só os bens existentes no estado em que se acharem, os
sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos bens
alienados depois daquele tempo.

Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o ausente não regressar, e nenhum interessado
promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se
localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União, quando situados em território
federal.

Como fica o casamento do ausente?

7.3 Comoriência.

Art. 8. – Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos como-
rientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.

Casal morre na mesma hora em acidentes diferentes.


Dois jovens namorados do noroeste da Itália morreram neste fim de semana em dois acidentes de trânsito diferen-
tes ocorridos na mesma hora, de acordo com os meios de comunicação locais.
Mauro Monucci, 29 anos, morreu por volta da meia-noite de sábado quando sua moto, de alta
cilindrada, chocou-se contra um poste em um cruzamento nos arredores do Palácio dos Esportes de Forli. O jo-
vem morreu quando era levado numa ambulância ao hospital, segundo a edição digital do jornal La Repubblica.
Praticamente ao mesmo tempo, o carro de sua namorada, Simona Acciai, 27 anos, saiu da estrada em uma área
periférica da cidade e caiu em um fosso. Simona morreu na hora.
Os telefonemas para os serviços de emergência para alertar sobre os dois acidentes foram feitos com poucos
minutos de diferença, mas as autoridades só perceberam que as vítimas eram um casal ao verificar em seus do-
cumentos que os dois tinham o mesmo endereço.
Frente ao caso inusitado, a magistratura local ordenou a realização de autópsias nos dois corpos.
EFE
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http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/OI984767-EI294,00.html

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