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AMBIENTAL
2009/2010
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Escola Superior de Tecnologia de Setúbal Mestrado de Tecnologia Ambiental
Índice
1. OBJECTIVO.................................................................................................................................. 4
2. INTRODUÇÃO............................................................................................................................. 5
3. TEORIA DA DESINFECÇÃO............................................................................................................ 7
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9. CONCLUSÕES............................................................................................................................ 32
10. BIBLIOGRAFIA....................................................................................................................... 33
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1. Objectivo
Pretende-se com este trabalho abordar o tema “Desinfecção”. Embora se considere que a
operação de desinfecção seja uma das mais importantes no tratamento de água para consumo
humano, esta apresenta alguns inconvenientes que devem ser tidos em conta aquando da
escolha do agente desinfectante. Neste seguimento são descritos os diversos tipos de
desinfecção, a formação de subprodutos da desinfecção e as medidas de minimização de
formação destes subprodutos.
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2. Introdução
Os cientistas são unânimes em afirmar que a vida no nosso planeta surgiu da água. Este é
conhecido, inclusive, como o “Planeta Água”, já que a superfície terrestre é coberta em cerca
de 72% da sua extensão por esse líquido precioso. A água é a substância que existe em maior
quantidade nos seres vivos. Representa cerca de 70% do peso do corpo humano. Além de
entrar na constituição dos tecidos, a água é o solvente que transporta as substâncias não
aproveitadas pelo organismo. A falta de água provoca a debilidade ou até a morte dos seres
vivos. O Homem necessita de ingerir líquido numa quantidade diária de dois a quatro litros.
Pode sobreviver 50 dias sem comer, mas perece após 4 dias sem água. A água está presente
em múltiplas actividades do Homem e, como tal, é utilizada para finalidades muito
diversificadas, em que assumem maior importância o abastecimento doméstico e público, as
aplicações agrícolas e industriais e a produção de energia eléctrica. Um cidadão necessita, em
média, de 200 a 300 litros de água, para atender a todas as suas necessidades diárias
[ CITATION Alv07 \l 2070 ].
Na natureza não existe água pura, devido à sua capacidade de dissolver quase todos os
elementos e compostos químicos. As águas que retiramos dos rios ou dos furos artesianos
contêm várias substâncias dissolvidas, como o zinco, o magnésio, o cálcio e elementos
radioactivos. A água também se encontra ameaçada pela poluição causada pela falta de
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protecção das nascentes, uso inadequado do solo, afastamento dos modelos da agricultura
sustentável, recurso excessivo a agrotóxicos e fertilizantes, falta de investimento no
tratamento de efluentes, etc. Quando não tratada, a água é um importante veículo de
transmissão de doenças, principalmente as do aparelho intestinal, como a cólera, amebíase,
disenteria basilar, esquistossomose, febre tifóide e hepatite. Estimativas da Organização
Mundial de Saúde indicam que cerca de 5 milhões de crianças morrem todos os anos por
diarreia em resultado do consumo de água imprópria, sobretudo nos países do Terceiro
Mundo [ CITATION Alv07 \l 2070 ].
Económicas – redução da corrosibilidade, dureza, cor, ferro, manganês, etc [ CITATION Alv07 \l
2070 ].
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3. Teoria da desinfecção
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Relativamente aos agentes físicos, a utilização de lâmpadas que emitem radiação ultravioleta é
um processo que tem vindo a ser muito utilizado na desinfecção de águas e águas residuais. A
sua eficiência depende da penetração da radiação, a geometria de contacto entre a fonte de
emissão de radiação UV e a água é extremamente importante uma vez que a matéria
suspensa, as moléculas orgânicas dissolvidas e a própria água absorvem radiação tal como os
microrganismos [ CITATION Met03 \l 2070 ].
No que diz respeito aos agentes químicos os mais utilizados são os oxidantes, sendo o cloro o
mais comum. No entanto, o ozono é um desinfectante altamente eficaz e a sua utilização tem
vindo a aumentar, embora não deixe resíduo na água [ CITATION Met03 \l 2070 ].
Assim, será necessário considerar todos estes factores na determinação da “dose ideal” de
agente desinfectante a utilizar para garantir a qualidade microbiológica e bacteriológica de
uma água destinada ao consumo humano.
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Para além da sua utilização considerada mais nobre, a desinfecção de água destinada ao
consumo humano, os desinfectantes têm ainda outras funções, nomeadamente:
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A Agência de Protecção do Ambiente Norte Americana (U.S. EPA) compilou uma lista de
subprodutos da desinfecção (SPD) e de resíduos de desinfectantes que podem afectar a saúde
humana. Estes contaminantes estão agrupados em categorias distintas. Essa lista é
apresentada na tabela 3.
Os efeitos na saúde dos SPD e dos desinfectantes são avaliados através de estudos
epidemiológicos e/ou estudos toxicológicos efectuados em animais. Na tabela 4 apresentam-
se as suas classificações carcinogénicas [ CITATION USE99 \l 2070 ].
Contaminante Classificação
Clorofórmio B2
Bromodiclorometano B2
Dibromoclorometano C
Bromofórmio B2
Ácido monocloroacético --
Ácido dicloroacético B2
Ácido tricloroacético C
Dicloroacetonitrilo C
Bromocloroacetonitrilo --
Dibromoacetonitrilo C
Tricloroacetonitrilo --
1,1-dicloropropanona --
1,1,1-tricloropropanona --
2-clorofenol D
2,4-diclorofenol D
2,4,6-triclorofenol B2
Cloropicrina --
Hidrato de cloral C
Cloreto de cianogénio --
Formaldeído B1
Ião clorato --
Ião clorito D
Ião bromato B2
Amónia D
Ácido hipocloroso --
Ião hipoclorito --
Monocloraminas --
Dióxido de cloro D
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Os subprodutos orgânicos halogenados formam-se quando a matéria orgânica reage com cloro
livre ou bromo livre. O cloro livre pode ser introduzido na água como desinfectante primário
(dióxido de cloro) ou secundário (cloraminas). O bromo livre resulta da oxidação do ião
brometo nas captações. Os factores que afectam a formação de SPD halogenados incluem o
tipo e a concentração de matéria orgânica, oxidante utilizado e respectiva dose, tempo de
reacção, concentração de ião brometo, pH, concentração de azoto orgânico e temperatura da
água. A concentração de azoto orgânico influencia a formação de SPD azotados como
haloacetonitrilos, halopicrinas e haletos cianogénicos [ CITATION USE99 \l 2070 ].
O ião brometo tem um papel fundamental na formação de SPD. O ozono ou o cloro livre
oxidam este ião a ião hipobromito/ácido hipobromoso. Estas espécies, posteriormente,
formam SPD bromados. Os subprodutos orgânicos bromados incluem bromofórmio, ácido
acético bromado, acetonitrilos, bromopicrina e brometo cianogénico. Apenas foi identificado
um terço dos iões bromados incorporados nos SPD [ CITATION USE99 \l 2070 ].
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As águas naturais contêm substâncias orgânicas húmicas e não húmicas. MON divide-se em
duas fracções: hidrofóbica, constituída principalmente por material húmico e a hidrofílica
composta maioritariamente por material fúlvico [ CITATION USE99 \l 2070 ].
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O uso do cloro na desinfecção da água foi iniciado com a aplicação do hipoclorito de sódio,
obtido pela decomposição electrolítica do sal. Inicialmente o cloro era utilizado como
desinfectante apenas em casos epidémicos. A partir de 1902, a cloração foi instituída como
prática de rotina na Bélgica. Em 1909, passou a ser utilizado o cloro guardado em cilindros
revestidos de chumbo. Os processos de cloração sofreram uma evolução contínua, podendo
esta progressão ser caracterizada em diferentes décadas:
- 1908 a 1918: início da cloração das águas; aplicação de uma pequena quantidade de cloro;
- 1928 a 1938: uso de cloraminas; adição conjunta de amónia e cloro, de modo a obter um teor
residual de cloraminas. Ainda não eram realizados testes específicos para a determinação dos
resíduos de cloro;
- 1948 a 1958: refinamento da cloração; determinação das formas de cloro combinado e livre;
cloração baseada em análises bacteriológicas.
O método mais comum de desinfecção usa o cloro, devido aos seus aspectos positivos:
Há, contudo, aspectos que constituem motivo de preocupação no que toca à utilização do
cloro:
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1) É uma substância altamente tóxica transportada por via rodoviária e por via-férrea,
ambas possibilidades sujeitas a acidentes [ CITATION Met03 \l 2070 ];
2) Apresenta riscos para a saúde dos operadores das estações de tratamento de águas
[ CITATION Met03 \l 2070 ];
3) Reage com muitas substâncias orgânicas e inorgânicas naturalmente presentes na
água, originando produtos residuais da desinfecção indesejáveis [ CITATION Alv07 \l
2070 ];
4) Elevadas doses podem provocar problemas associados ao sabor e odor[ CITATION
Alv07 \l 2070 ];
5) A prevenção dos perigos relacionados com a utilização do cloro, principalmente na
forma gasosa, requer programas especiais de tratamento [ CITATION Alv07 \l 2070 ].
O cloro é utilizado na desinfecção numa de três formas: cloro gasoso, hipoclorito de sódio e
hipoclorito de cálcio [ CITATION Alv07 \l 2070 ].
O cloro gasoso é um gás amarelo, tóxico, irritante para as mucosas, estável, corrosivo e barato.
Hidrolisa-se rapidamente em contacto com a água, originando o ácido hipocloroso, que é o
agente activo na desinfecção [ CITATION Alv07 \l 2070 ].
Além do produto gasoso, o cloro é facilmente disponível como líquido (hipoclorito de sódio) e
sólido (hipoclorito de cálcio). O hipoclorito de sódio é produzido a partir da dissolução do
cloro gasoso numa solução de hidróxido de sódio. O hipoclorito de cálcio é formado a partir
do precipitado resultante da dissolução do cloro gasoso numa solução de óxido de cálcio (cal)
e hidróxido de sódio[ CITATION Alv07 \l 2070 ].
A principal diferença na utilização destas três formas prende-se com o tipo de produtos
secundários que é formado:
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Quando se pretende desinfectar uma água com cloro, deve adicionar-se uma dose que seja
suficiente para que ocorra a oxidação de todas as substâncias inorgânicas e resulte uma
concentração residual de cloro livre suficiente para atender consumos futuros, resultantes de
novas reacções do cloro com impurezas. O cloro residual livre é a soma do cloro residual
combinado (cloraminas, resultantes da reacção entre o ácido hipocloroso e os compostos
amoniacais presentes naturalmente na água) e do cloro residual livre (efectivamente activo). O
consumo de cloro de uma água é a quantidade de cloro que a água absorve, sem deixar
concentração residual. Pode ainda definir-se o consumo de cloro de uma água como a
diferença entre a dosagem de cloro aplicada e o cloro residual disponível, ao fim de
determinado tempo de contacto. Variando-se as dosagens de contacto para um mesmo tempo
de contacto observa-se um fenómeno que é chamado ponto crítico ou breakpoint. Este ponto
é alcançado quando houver equilíbrio da relação cloro/matéria oxidável. A partir daqui poderá
existir uma concentração residual de cloro. A permanência deste nível residual indica que as
reacções químicas e/ou biológicas foram concluídas. A desinfecção só é assegurada de facto
caso seja adicionado ácido hipocloroso suficiente para ultrapassar o breakpoint. A evolução da
concentração de cloro residual segue o aspecto do gráfico da figura 1 [ CITATION Alv07 \l
2070 ].
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1ª Carência imediata de cloro – as doses iniciais de cloro reagem com a matéria orgânica e
mineral facilmente oxidável originando cloreto, que não possui poder desinfectante.
3ª Destruição das cloraminas – o cloro adicionado reage com as cloraminas. Algumas são
convertidas a tricloreto de azoto e as restantes oxidadas a óxido nitroso e azoto. O cloro é
reduzido a ião cloreto. A eliminação das cloraminas reduz o teor em cloro residual disponível
combinado.
4º Formação de cloro residual disponível livre – a partir de certa dose de cloro deixa de haver
destruição de cloraminas e todo o cloro adicionado origina ácido hipocloroso ou ião
hipoclorito, a que se dá o nome de cloro residual disponível livre [ CITATION Alv07 \l 2070 ].
A cloração pode ser classificada consoante as reacções que o cloro sofre com a água e os
pontos de aplicação dos compostos clorados. De acordo com as reacções que o cloro sofre
com a água temos:
Cloração residual livre – consiste na aplicação do cloro à água para se obter, directamente ou
após destruição da amónia e compostos azotados, um teor de cloro residual disponível livre e
mantê-lo numa parte ou na totalidade da rede de distribuição de água. Refere-se, portanto, ao
cloro que se mantém na água após um período de contacto pré-estabelecido e que pode reagir
química e biologicamente como ácido hipocloroso ou ião hipoclorito [ CITATION Alv07 \l
2070 ].
Cloração residual combinada – consiste na aplicação de cloro à água para se obter, com a
amónia natural ou previamente adicionada, um teor de cloro residual disponível combinado e
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mantê-lo numa parte ou na totalidade da rede de distribuição de água. Trata-se, pois, da parte
do cloro residual total que ao fim de um dado tempo de contacto reage química e
biologicamente enquanto cloramina [ CITATION Alv07 \l 2070 ].
Pós-cloração – quando é aplicada à água depois desta ter sido submetida a um ou mais
tratamentos unitários [ CITATION Alv07 \l 2070 ].
Recloração – quando é aplicada depois de uma ou mais clorações prévias de uma água. Dado
que o cloro se decompõe com o tempo, a concentração que surge na casa do consumidor é
menor do que a que é colocada na origem. Assim, a concentração exacta na torneira depende
principalmente da extensão da rede de abastecimento e das quantidades de cloro adicionadas
durante o tratamento. O controlo dos teores de cloro residual livre deve ser efectuado à saída
da ETA, nos reservatórios e em pontos estratégicos da rede de distribuição, por técnicos
especializados, habilitados para adoptar as medidas correctivas adequadas [ CITATION Alv07 \l
2070 ].
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Os SPD podem surgir nas formas dissolvida e particulada. Para que os precursores dissolvidos
possam ser eliminados no tratamento convencional, devem ser convertidos à forma
particulada para a remoção subsequente nas etapas de sedimentação e filtração. Em geral, o
potencial de formação de trihalometanos decresce aproximadamente 50% após estes dois
estágios, indicando a importância do deslocamento para jusante destes tratamentos em
relação ao ponto de aplicação de cloro. Os sistemas tradicionais possibilitam a redução de SPD
antes da desinfecção, removendo os precursores através de coagulações tecnicamente mais
aperfeiçoadas, adsorção em carvão activado granular ou filtração membranar. Os sais de
alumínio reduzem significativamente os teores da matéria orgânica a um pH óptimo de 5,5 a
6,0. A simples adição do coagulante provoca o decréscimo do pH, tornando desnecessária a
incorporação de ácidos. Contudo, águas com valores de alcalinidade muito baixos ou muito
altos podem não dispensar a alcalinização ou acidificação para se obter o pH óptimo
[ CITATION Alv07 \l 2070 ].
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A adsorção em carvão activado granular pode ser utilizada como etapa subsequente à filtração
para remoção adicional de matéria orgânica. Geralmente são necessários tempos de contacto
no leito superiores a 20 minutos e regenerações periódicas do adsorvente variáveis de 2 a 3
meses, o que torna este processo bastante dispendioso. Nos casos em que se efectua a pré-
cloração, a adsorção é impraticável, dado o cloro degrada rapidamente o carvão activado. A
adição de um desinfectante no leito desencadeia uma série de reacções que resultam na
lixiviação de compostos previamente adsorvidos para a água tratada [ CITATION Alv07 \l
2070 ].
Desde o início da utilização do cloro como desinfectante, vários investigadores tem tentado
determinar a sua eficiência como germicida. Embora a susceptibilidade dos vários organismos
patogénicos seja muito abrangente, a dificuldade de desinfecção pelo cloro é crescente em
bactérias, vírus e protozoários. O seu poder de inactivação é considerado extremamente
eficiente em bactérias, altamente eficiente em vírus e limitado em protozoários[ CITATION
USE99 \l 2070 ].
O cloro é um gás liquefeito, tóxico por inalação e corrosivo para os olhos, vias respiratórias e
pele. Por ser mais pesado que o ar, pode acumular-se em espaços confinados, em especial ao
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nível do solo. Alimenta fortemente a combustão e pode reagir de forma violenta com
substâncias combustíveis e redutoras. Os procedimentos de armazenagem e manipulação
incluem as seguintes medidas:
- Não utilizar óleos ou gordura;
- Abrir lentamente a válvula para evitar choque de pressão;
- Segregar em armazém os gases inflamáveis de outros produtos químicos igualmente
inflamáveis;
- Impedir a entrada de água no recipiente e o retorno do produto para o vasilhame;
- Utilizar apenas equipamentos com especificação apropriada ao produto, à sua pressão e à
sua temperatura de fornecimento [ CITATION Alv07 \l 2070 ].
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Tabela 5. Vantagens e desvantagens da utilização do cloro como agente desinfectante [ CITATION USE99 \l 2070 ]
Vantagens Desvantagens
Oxida ferro dissolvido, manganês e Pode causar a deterioração de substâncias
sulfitos orgânicas dissolvidas na coagulação/filtração
Aumenta a remoção de cor Forma subprodutos halogenados
Pode aumentar a coagulação e A água tratada pode ter problemas de sabor e
filtração de partículas odor, dependendo da dosagem e qualidade da
contaminantes água
É um biocida eficaz O cloro é um gás perigoso e corrosivo
É o método de desinfecção mais São necessárias condições de armazenamento
fácil e menos dispendioso, especiais
independentemente do tamanho Tipicamente o hipoclorito de sódio e o de cálcio
do sistema são mais caros que o cloro
É o método de desinfecção mais O hipoclorito de sódio degrada-se com o tempo e
amplamente usado, e por isso, o com a exposição à luz
melhor conhecido O hipoclorito de sódio é um químico corrosivo e
Está disponível como hipoclorito tem que ser armazenado num local seco e fresco,
de sódio e de cálcio. O uso destas devido à sua reacção com a humidade e com o
soluções é mais vantajoso para calor
sistemas pequenos do que cloro Pode formar-se um precipitado a partir de uma
gasoso, porque são mais fáceis de solução de hipoclorito de sódio com impurezas
usar, mais seguros, e necessitam originando necessidade de adição de um
de menos equipamento. anticoagulante químico
Produz resíduo Soluções de hipoclorito com elevadas
concentrações são instáveis e produzem cloratos
como subproduto
É menos eficiente a pH altos
Forma subprodutos oxigenados que são
biodegradáveis e que poderão potenciar o
crescimento biológico se não for mantido um
resíduo de cloro
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O potencial desinfectante das cloraminas foi identificado em 1900. A sua utilização foi
considerou-se depois de se observar que a desinfecção pelo cloro ocorria em 2 fases distintas.
Durante a fase inicial, os redutores de cloro causam o rápido desaparecimento do cloro livre
disponível. No entanto, na presença de amónia, observou-se que a acção bactericida
continuou, apesar do cloro residual livre ter sido dissipado. Na fase posterior a desinfecção
ocorre pela acção das cloraminas inorgânicas. Inicialmente eram utilizadas no controlo do
sabor e de odores. No entanto, cedo se reconheceu que as cloraminas eram mais estáveis no
sistema de distribuição de água que o cloro livre e eficientes no controlo do crescimento
bacteriano. Como resultado destas constatações tornou-se regular a utilização de cloraminas
como agente desinfectante, em 1930 e 1940. Devido à escassez de amónia durante a Segunda
Guerra Mundial, a desinfecção pelas cloraminas decaiu. [ CITATION USE99 \l 2070 ].
Embora sejam mais eficazes que o cloro no controlo de biofilmes e coliformes nos sistemas
com tempos de retenção longos [ CITATION Alv07 \l 2070 ], as suas propriedades de
inactivação de vírus e protozoários são fracas não sendo por isso frequentemente utilizadas
como desinfectante primário[ CITATION USE99 \l 2070 ].
Tabela 6. Vantagens e desvantagens da utilização das cloraminas como agente desinfectante [ CITATION
USE99 \l 2070 ]
Vantagens Desvantagens
Não são tão reactivas com a As propriedades desinfectantes não são tão fortes
matéria orgânica como o cloro como o cloro
livre na formação de SPD Não oxidam ferro, manganês e sulfitos
O resíduo de monocloramina é Quando utilizadas como desinfectante secundário
mais estável e permanece por mais pode ser necessário convertê-las a cloro livre para
tempo originando melhor controlar a formação de biofilme no sistema de
protecção contra o crescimento distribuição de água
microbiológica nos sistemas com Excesso de amónia no sistema de distribuição
grandes tanques de pode levar a problemas de nitrificação, em locais
armazenamento. com baixo resíduo de desinfectante
São baratas e fáceis de produzir Têm de ser produzidas no local
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O ozono foi utilizado como desinfectante da água para consumo pela primeira vez em 1893 na
Holanda. Embora fosse utilizado frequentemente na Europa, a sua utilização nos Estados
Unidos da América era muito baixa[ CITATION USE99 \l 2070 ].
O ozono é um gás azulado com cheiro desagradável e possui um poder oxidante muito
elevado, propriedade que o torna particularmente eficiente na eliminação de cor, cheiro,
sabor, ferro, manganês, matéria orgânica e micropoluentes [ CITATION Alv07 \l 2070 ].
Ao contrário do cloro, o ozono não forma compostos estáveis com as substâncias com que
reage. É capaz de destruir macromoléculas orgânicas como os ácidos fúlvicos e húmicos e de
degradar compostos potencialmente cancerígenos como os hidrocarbonetos policíclicos
aromáticos, fenóis e clorofenóis. Entre as características do ozono contam-se ainda:
As localizações típicas de adição de ozono numa estação de tratamento de água são à cabeça
da estação (pré-ozonização) e depois da sedimentação. Ao efectuar a ozonização depois da
sedimentação a carência de ozono e a formação de subprodutos da desinfecção diminuem. A
vantagem da adição de ozono à cabeça da estação é a possibilidade de remoção dos
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O ozono não forma SPD halogenados quando reage com a matéria orgânica presente na água
mas origina uma variedade de subprodutos orgânicos e inorgânicos. No entanto, se o ião
brometo existir na água há formação de SPD halogenados que apresentam um maior risco
para a saúde humana comparativamente com os não-bromados. A formação de ião bromato
pode ser controlada através da ozonização a pH ácido, nesta situação o ácido hipobromoso
ocupa o lugar do ião hipobromito. Inversamente, em condições alcalinas, o ozono oxida o
ácido hipobromoso a ião hipobromito. Para valores de pH mais baixos os subprodutos
orgânicos bromados estão favorecidos enquanto que para valores de pH mais elevados, estão
favorecidos os iões bromato. Deste modo a aplicação de ozono pode ser limitada para águas
que contém ião brometo. A formação deste ião pode ser controlada através da redução da
concentração de iões brometo no ambiente, reduzindo o residual de ozono e baixando
pH na ozonização. A adição de amónia com a ozonização para formar bromaminas reduz a
formação de ião bromato e de subprodutos orgânicos. Contudo, a amónia pode servir de
nutriente para os microrganismos nitrificantes.
Os subprodutos orgânicos e inorgânicos referidos acima são biodegradáveis e uma
componente do carbono orgânico assimilável[ CITATION USE99 \l 2070 ].
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Dado que o ozono é um oxidante forte, ataca os órgãos humanos, particularmente pulmões e
olhos, provocando dificuldades respiratórias e lacrimejo. Existem Limites de Exposição que
devem ser respeitados pelo que devem existir detectores de gases a monitorizar
continuamente a concentração de ozono no ambiente de trabalho[ CITATION Alv07 \l 2070 ].
Tabela 7. Vantagens e desvantagens da utilização do ozono como agente desinfectante [ CITATION USE99 \l
2070 ]
Vantagens Desvantagens
É mais eficaz do que o cloro e as Formam-se SPD na presença de ião brometo,
cloraminas na inactivação de vírus aldeídos e cetonas
Oxida ferro, manganês e sulfitos O custo inicial do equipamento de ozonização é
Potencia o processo de remoção elevado
da turvação A produção de ozono requer muita energia e deve
Controla a cor, o sabor e o odor ser realizada no local
O tempo de contacto com a água é O ozono é altamente tóxico e corrosivo
muito baixo São necessários filtros biológicos para remover o
Na ausência de ião brometo, não carbono orgânico assimilável e os SPD
forma SPD halogenados biodegradáveis
Depois de decomposto, o único Ozono decai rapidamente a pH alto e a
resíduo que se forma é oxigénio temperatura amenas
dissolvido Não produz resíduo
Actividade biocida não é
influenciada pelo pH
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A radiação UV pode ser subdividida em UV vácuo (100-200 nm), UV-C (200-280 nm), UV-B
(280-315) e UV-A (315-400 nm). Para efeito germicida, o intervalo óptimo de comprimentos de
onda situa-se entre 245 e 285 nm. É nesta faixa que o ADN dos microrganismos absorve
radiação UV, induzindo alterações na informação genética que impedem a modificação. A
maioria dos microrganismos é eliminada com pequenas doses de radiação[ CITATION Alv07 \l
2070 ].
Para que a inactivação dos microrganismos ocorra é necessário que a radiação UV seja por eles
absorvida. Deste modo, tudo o que impeça a radiação UV de alcançar os microrganismos
influenciará negativamente a eficiência da desinfecção por radiação UV. Alguns dos factores
conhecidos que afectam esta eficiência são:
1) Crescimento de biofilme na superfície das lampâdas UV;
2) Compostos orgânicos e inorgânicos dissolvidos na água;
3) Aglutinação ou agregação de microrganismos;
4) Turvação e cor da água[ CITATION USE99 \l 2070 ].
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9. Conclusões
A desinfecção de águas é uma etapa muito importante quer no tratamento de águas para
consumo humano quer no tratamento de águas residuais. O objectivo desta operação é a
inactivação de microrganismos patogénicos que podem provocar doenças nos consumidores e
contaminações do meio aquático. Embora tenha um objectivo nobre, é necessário ter atenção
na escolha do agente desinfectante.
Relativamente a águas para produção de água para consumo humano, de um modo geral,
todos os desinfectantes ao reagirem com a matéria orgânica existente na água produzem
subprodutos que podem, ou não, ser prejudiciais para a saúde humana. Será necessário fazer
uma análise prévia à qualidade da água bruta e ponderar a possível formação dos SPD
aquando da definição do agente desinfectante.
Em suma, numa operação com a importância que é dada à desinfecção, há vários factores a
ponderar antes de se avançar para a desinfecção propriamente dita.
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10.Bibliografia
Alves, C. (2007). Tratamento de Águas de Abastecimento. Porto: Publindústria, Edições
Técnicas.
Metcalf, & Eddy. (2003). Wastewater Engineering: Treatment and Reuse 4th edition. McGraw-
Hill.
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