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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Estudo de Impacto Ambiental

Projeto Terminais Ponta Negra – TPN

DTA Engenharia

Volume II

São Paulo
Dezembro de 2013
Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN
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Índice
9.1.3. Meio Socioeconômico .....................................................................1
9.2. Ambiente Marinho ...................................................................... 423
9.2.1. Meio Físico ................................................................................. 423
9.2.2. Meio Biótico ................................................................................ 553
10. Estudo de modelagem numérica considerando a instalação
das estruturas previstas no empreendimento ...................................... 873
10.1. Prováveis interferências nos padrões de
circulação hidrodinâmica, de propagação de
ondas e de transporte de sedimentos devido a
instalação das estruturas. ......................................................................... 873
10.1.1. Alterações no campo de correntes e no
campo de ondas ....................................................................................... 873
10.1.2. Alterações na Taxa de Deposição de
Sedimentos ............................................................................................... 878
10.2. Estimativa de assoreamento das áreas
que serão dragadas................................................................................... 882
10.3. Modelagem Numérica da Pluma de
Dragagem .................................................................................................. 883
10.3.1. Especificações das operações de
dragagem ................................................................................................. 883
10.3.2. Dados de entrada e cenários simulados.................................... 886
10.3.3. Cenários da dispersão do material
ressuspendido durante a dragagem......................................................... 886
10.3.4. Resultados da dispersão do material
ressuspendido durante a dragagem......................................................... 886
10.4. Análise do clima de ondas, modelagem
numérica do transporte de sedimento ao longo da
costa para verificar as alterações na morfologia
da linha de costa em função das estruturas
costeiras 890
10.4.1. Clima de ondas em águas profundas ........................................ 891
10.4.2. Modelagem de ondas com o modelo
Oluca 896
10.4.3. Estudo da circulação gerada pela
quebra de ondas – análise de curto prazo
utilizando o modelo Copla ........................................................................ 907

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10.4.4. Modelagem Numérica de transporte de


sedimentos gerado pela quebra de onda ................................................. 911
10.5. Estudo de perfil de praia - Análise
morfodinâmica de longo prazo .................................................................. 915
10.6. Estudo de tendência de linha de costa ...................................... 922
10.7. Considerações finais .................................................................. 927

Lista de Figuras
Figura 9.1.3-1 - Principais Rodovias da AII

Figura 9.1.3-2 - Linhas Ferroviárias AII.

Figura 9.1.3-3 - Dutovias da AII.

Figura 9.1.3-4 - Principais Rodovias da AID

Figura 9.1.3-5 - Hierarquização Viária de Maricá.

Figura 9.1.3-6 - Hierarquização Viária de Saquarema.

Figura 9.1.3-7 - Arranjos regionais para disposição final de resíduos


sólidos urbanos.

Figura 9.1.3-8 - Croqui do sistema de captação, tratamento e


distribuição de água em Maricá.
Figura 9.1.3-9 - Croqui do sistema de captação, tratamento e
distribuição de água de Saquarema.

Figura 9.1.3-10 - Regiões e Microrregiões de Saúde do Estado do Rio de


Janeiro.

Figura 9.1.3-11 - Região de Saúde Metropolitana II, RJ.

Figura 9.1.3-12 - Região de Saúde Baixada Litorânea, RJ.


Figura 9.1.3-13 - Mapa do Estado do Rio de Janeiro, com estratos em
alto risco - resultado do LIRA de março 2011.

Figura 9.1.3-14 - Projeto do Aquário de Maricá, criado pelo arquiteto


Oscar.Niemeyer.

Figura 9.1.3-15 - Projeto do Aquário de Maricá, criado pelo arquiteto


Oscar Niemeyer.
Figura 9.1.3-16 - Divisão conceitual para definição da nomenclatura de
Uso e Cobertura.

Figura 9.1.3-17 - Distribuição dos corpos d’água na AID MFB.


Figura 9.1.3-18 - Distribuição da cobertura urbana na AID MFB.

Figura 9.1.3-19 - Maior porção com Cobertura Urbanizada dentro da AID


- misto de coberturas, destacando-se casas com piscinas, ruas sem
asfalto e córrego retificado.

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Figura 9.1.3-20 - Cobertura urbana de uso residencial: condômino


fechado.

Figura 9.1.3-21 - Cobertura urbana com predomínio de primeira


residência.

Figura 9.1.3-22 - Cobertura urbana da ADA: casas com estrutura de


lazer, casas de primeira residência, igreja e comércio.

Figura 9.1.3-23 - Distribuição de Solo Exposto na AID MFB.

Figura 9.1.3-24 - Distribuição de Cobertura Herbácea na AID MFB.

Figura 9.1.3-25 - Contraste entre áreas naturais, áreas antrópicas e


corpos d’água na AID MFB.
Figura 9.1.3-26 - Cenário de Atores Sociais Intervenientes ao Projeto
Terminal Ponta Negra.

Figura 9.1.3-27 - Grau de relevância dos atores sociais em relação ao


objeto de estudo.

Figura 9.1.3-28 - Peso de rede feita em cerâmica (fase Una). Autoria de:
E. Pinheiro.

Figura 9.1.3-29 - Contexto cerimonial escavado no sítio Morro Grande


em Araruama.

Figura 9.1.3-30 - Mapa de 1573/1578, Biblioteca de Lisboa e detalhe.

Figura 9.1.3-31 - Fragmentos de faiança portuguesa em contexto


colonial encontrados ao redor da área do canal assinalado no mapa
histórico (acima).

Figura 9.1.3-32 - Fragmentos de cerâmica Tupi.

Figura 9.1.3-33 - Evolução política/administrativa de Maricá.

Figura 9.1.3-34 - Comparação entre número de lotes autorizados e


população residente 1940- 2000 - Maricá.

Figura 9.1.3-35 - Implantação da cidade de Saquarema e dos bens


históricos remanescentes.

Figura 9.1.3-36 - Sítios cadastrados no CNSA/IPHAN para o município de


Maricá.

Figura 9.1.3-37 - Materiais líticos de sítios arqueológicos do município


de Maricá.

Figura 9.1.3-38 - Arteafato lítico encontrado em sítio arqueológico no


município de Maricá.

Figura 9.1.3-39 - Material malacológico e ósseo encontrado em sítios


arqueológicos no muncípio de Maricá.

Figura 9.1.3-40 - Sítios arqueológicos cadastrados no município de


Saquarema (CNSA/IPHAN; Guimarães, 2007).

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Figura 9.1.3-41 - Fragmentos de tigela pintada escavada no sítio Bravo


em Saquarema.

Figura 9.1.3-42 - Localização de sítios arqueológicos nos complexos


lagunares. Extraído de Silveira, 2001.

Figura 9.1.3-43 - Naufrágios conhecidos na AID.

Figura 9.1.3-44 - Croqui do Naufrágio Moreno.

Figura 9.1.3-45 - Dados técnicos e de localização do Naufrágio Moreno.

Figura 9.1.3-46 - Dados técnicos e de localização do Highland Scot.

Figura 9.1.3-47 - Croqui do Highland Scot.

Figura 9.1.3-48 - Navio a vapor de duas rodas e de uma chaminé e


croqui do Vapor das Crioulas.

Figura 9.1.3-49 - Dados técnicos e de localização do Vapor das Crioulas.

Figura 9.1.3-50 - Mapa da linha da Estrada de Ferro Maricá e suas


principais estações.

Figura 9.1.3-51 - Antiga Estação Maricá (foto sem data).

Figura 9.1.3-52 - Vista da estação de Maricá em sua versão original,


antes de sofrer alterações.

Figura 9.1.3-53 - Réplica da estação, em fotografia tomada em 04/2009.

Figura 9.1.3-54 - Acima: Pátio e estação de Bacaxá e parte da vila, em


1961. Abaixo: A estação em desenho. Autor desconhecido

Figura 9.1.3-55 - Estação Bacaxá (1961) e pintura da estação exposta na


Câmara Municipal.

Figura 9.1.3-56 - Estação de Neves na década de 1940 e, atualmente,


utilizada como delegacia.

Figura 9.1.3-57 - Localização da comunidade de Zacarias nas


proximidades da restinga de Maricá, às margens da lagoa.

Figura 9.1.3-58 - Localização de Mandetiba, entre Jaconé e Saquarema.

Figura 9.1.3-59 - Mapa geológico da região de ocorrência do beachrock


em Saquarema. (modificado de DRM 1981).

Figura 9.1.3-60 - Pontos registrados durante a atividade de campo na


ADA.

Figura 9.1.3-61 - Mapa com a localização dos pontos em relação à ADA.


Detalhe para a localização do sítio Campo próximo à área da ADA.

Figura 9.1.3-62 - Webmapa com a localização de alguns locais inclusos


no Projeto Caminhos Geológicos e Caminhos de Darwin.

Figura 9.1.3-63 - Área de proteção proposta ao SIGEP por: Kátia Leite


Mansur, Renato Rodriguez Cabral Ramos e Gisele Giseé Furukawa em
20/11/2012

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Figura 9.2.1-1 – Pontos de coleta para a primeira campanha de


sedimento.

Figura 9.2.1-2 - Pontos de coleta para a segunda e terceira campanha de


sedimento

Figura 9.2.1-3 - Sedimento coletado com a draga Van veen disposto em


bandeja de aço-inox; Sedimento homogeneizados; Frascos contendo as
amostras de sedimento acondicionadas em caixa térmica com gelo.

Figura 9.2.1-4 - Distribuição granulométrica nos pontos SS 01 a SS 53.

Figura 9.2.1-5 Distribuição espacial de Areia Média + Areia Fina na


região do empreendimento dos Terminais Ponta Negra - Maricá. Os
números na Figura representam a porcentagem desse tamanho de grão
no sedimento.

Figura 9.2.1-6 - Distribuição espacial de Areia Média + Areia Fina na


região do empreendimento dos Terminais Ponta Negra - Maricá. Os
números na Figura representam a porcentagem desse tamanho de grão
no sedimento.

Figura 9.2.1-7 - Distribuição espacial de Nitrogênio Kjeldahl Total na


região do empreendimento dos Terminais Ponta Negra - Maricá.

Figura 9.2.1-8 - Distribuição espacial de Fósforo Total na região do


empreendimento dos Terminais Ponta Negra - Maricá.

Figura 9.2.1-9 - Distribuição espacial de Arsênio na região do


empreendimento dos Terminais Ponta Negra - Maricá.

Figura 9.2.1-10 - Distribuição espacial de Bário na região do


empreendimento dos Terminais Ponta Negra - Maricá.

Figura 9.2.1-11 - Distribuição espacial de Chumbo na região do


empreendimento dos Terminais Ponta Negra - Maricá.

Figura 9.2.1-12 - Distribuição espacial de Cromo na região do


empreendimento dos Terminais Ponta Negra - Maricá.

Figura 9.2.1-13 - Distribuição espacial de Zinco na região do


empreendimento dos Terminais Ponta Negra - Maricá.

Figura 9.2.1-14 - Distribuição granulométrica nos pontos AO1 a AO7.

Figura 9.2.1-15 - Distribuição de fósforo total nos pontos AO1 a AO7

Figu ra 9.2.1-16 - Distribuição dos metais nos pontos AO1 a AO7 na


região do empreendimento dos Terminais Ponta Negra – Maricá.

Figura 9.2.1-17 - Distribuição granulométrica nos pontos A-01 na A-07


na região do empreendimento dos Terminais Ponta Negra – Maricá.

Figura 9.2.1-18 - Distribuição de nitrogênio kjeldahl total nos pontos A-


01 a A-07 na região do empreendimento dos Terminais Ponta Negra –
Maricá.

Figura 9.2.1-19 - Distribuição de fósforo total nos pontos A-01 a A-07 na


região do empreendimento dos Terminais Ponta Negra – Maricá.

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Figura 9.2.1-20 - Distribuição dos metais nos pontos A-01 a A-07 na


região do empreendimento dos Terminais Ponta Negra – Maricá. A linha
vermelha representa o nível 1 da Resolução CONAMA 454/12.

Figura 9.2.1-21 - Pontos amostrais de água na Área de Influência Direta


para a realização do estudo.

Figura 9.2.1-22 - Variação do nível do mar em Maricá ao longo do dia


12/09/2012 e o horário de coleta das amostras de água.

Figura 9.2.1-23 - Variação do nível do mar em Maricá ao longo do dia


22/01/2013 e o horário de coleta das amostras de água.

Figura 9.2.1-24 - Coleta de água utilizando garrafa de Van Dorn.


Figura 9.2.1-25 - Distribuição de nitratos nas amostras de água nos
pontos AO1 a AO7 na região do empreendimento dos Terminais Ponta
Negra – Maricá.
Figura 9.2.1-26 - Distribuição de nitritos nas amostras de água nos
pontos AO1 a AO7 na região do empreendimento dos Terminais Ponta
Negra – Maricá.

Figura 9.2.1-27 - Distribuição de nitrogênio amoniacal total nas amostras


de água nos pontos AO1 a AO7 na região do empreendimento dos
Terminais Ponta Negra – Maricá.

Figura 9.2.1-28 - Distribuição de carbono orgânico total nas amostras de


água nos pontos AO1 a AO7 na região do empreendimento dos
Terminais Ponta Negra – Maricá. A linha vermelha tracejada representa
o limite da Resolução CONAMA 357/05.

Figura 9.2.1-29 - Distribuição de fluoretos nas amostras de água nos


pontos A-01 a A-07 na região do empreendimento dos Terminais Ponta
Negra – Maricá. A linha vermelha tracejada representa o limite da
Resolução CONAMA 357/05.

Figura 9.2.1-30 - Distribuição dos metais detectados nos pontos AO1 a


AO7. A linha vermelha tracejada representa o limite da citada resolução

Figura 9.2.1-31 - Distribuição de surfactantes aniônicos nas amostras de


água nos pontos A-01 a A-07 na região do empreendimento dos
Terminais Ponta Negra – Maricá. A linha vermelha tracejada representa
o limite da Resolução CONAMA 357/05.

Figura 9.2.1-32 - Distribuição de nitrogênio kjeldahl total nas amostras


de água nos pontos A-01 a A-07 na região do empreendimento dos
Terminais Ponta Negra – Maricá.

Figura 9.2.1-33 - Distribuição de nitratos nas amostras de água nos


pontos A-01 a A-07 na região do empreendimento dos Terminais Ponta
Negra – Maricá.

Figura 9.2.1-34 - Distribuição de nitritos nas amostras de água nos


pontos A-01 a A-07 na região do empreendimento dos Terminais Ponta
Negra – Maricá.

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Figura 9.2.1-35 - Distribuição de nitrogênio amoniacal total nas amostras


de água nos pontos A-01 a A-07 na região do empreendimento dos
Terminais Ponta Negra – Maricá.

Figura 9.2.1-36 - Distribuição de carbono orgânico total nas amostras de


água nos pontos A-01 a A-07 na região do empreendimento dos
Terminais Ponta Negra – Maricá. A linha vermelha tracejada representa
o limite da Resolução CONAMA 357/05.

Figura 9.2.1-37 - Distribuição de fluoretos nas amostras de água nos


pontos A-01 a A-07 na região do empreendimento dos Terminais Ponta
Negra – Maricá. A linha vermelha tracejada representa o limite da
Resolução CONAMA 357/05.

Figura 9.2.1-38 - Distribuição dos metais nos pontos A-01 a A-07 região
do empreendimento dos Terminais Ponta Negra – Maricá. A linha
vermelha tracejada representa o limite da resolução CONAMA 357/05.

Figura 9.2.1-39 - Distribuição de tributilestanho total nas amostras de


água nos pontos A-01 a A-07 na região do empreendimento dos
Terminais Ponta Negra – Maricá. A linha vermelha tracejada representa
o limite da Resolução CONAMA 357/05.

Figura 9.2.1-40 - Constantes harmônicas de maré para a estação


maregráfica de Ponta Negra - RJ.

Figura 9.2.1-41 - Localização dos dados coletados em campo (ADCP) e


dos pontos de onde foram extraídos os dados do METAR e os
resultados referentes ao GFS.

Figura 9.2.1-42 - Diagrama stick plot dos valores médios diários dos
registros de vento, para o período de 1 de maio a 31 de dezembro de
2011 e 1 de janeiro a 30 de abril de 2012 (convenção vetorial).

Figura 9.2.1-43 - Histograma direcional da velocidade dos ventos (rosa


dos ventos) calculada para o período de 1 de maio a 31 de dezembro de
2011 e 1 de janeiro a 30 de abril de 2012 (convenção vetorial).

Figura 9.2.1-44 - Histograma direcional da velocidade dos ventos (rosa


dos ventos) calculada para o período de 1 de janeiro a 31 de março de
2012 (convenção meteorológica).

Figura 9.2.1-45 - Histograma direcional da velocidade dos ventos (rosa


dos ventos) calculada para o período de 1 de junho a 31 de agosto de
2011 (convenção meteorológica).

Figura 9.2.1-46 - Equipamento utilizado na coleta dos dados de corrente


e ondas.

Figura 9.2.1-47 - Equipamento sendo fundeado e, em detalhe, suporte


articulado.

Figura 9.2.1-48 - Stick plots dos vetores de velocidade ao longo da


coluna d’água para o período de 29 de março de 2012 a 03 de maio de
2012.

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Figura 9.2.1-49 - Stick plot dos vetores de vento para o mesmo período
de coleta de dados de corrente.

Figura 9.2.1-50 - Séries temporais das componentes u e v em superfície


(2 m), para o período de 29 de março de 2012 a 03 de maio de 2012.

Figura 9.2.1-51 - Histograma direcional da velocidade das correntes na


superfície (2 m), calculada para o período de 29 de março de 2012 a 03
de maio de 2012.

Figura 9.2.1-52 - Séries temporais das componentes u e v em meia água


(9 m), para o período de 29 de março de 2012 a 03 de maio de 2012.

Figura 9.2.1-53 - Histograma direcional da velocidade das correntes em


meia água (9 m), calculada para o período de 29 de março de 2012 a 03
de maio de 2012.

Figura 9.2.1-54 - Séries temporais das componentes u e v junto ao fundo


(17 m), para o período de 29 de março de 2012 a 03 de maio de 2012.

Figura 9.2.1-55 Rosa de correntes no fundo (17 m), calculada para o


período de 29 de março de 2012 a 03 de maio de 2012.

Figura 9.2.1-56 - Altura significativa (m), direção de pico (°) e período de


pico (s), para o período de 29 de março de 2012 a 03 de maio de 2012.

Figura 9.2.1-57 - Stick plot dos vetores de ondas incidentes, para o


período de 29 de março de 2012 a 03 de maio de 2012.

Figura 9.2.1-58 - Histograma direcional de altura significativa (m),


calculada para o período de 29 de março de 2012 a 03 de maio de 2012.

Figura 9.2.1-59 - Histograma direcional do período de pico (s), para o


período de 29 de março de 2012 a 03 de maio de 2012.

Figura 9.2.1-60 - Série temporal de temperatura (°C), para o período de


29 de março de 2012 a 03 de maio de 2012.

Figura 9.2.1-61 Série temporal de elevação da superfície do mar, para o


período de 29 de março de 2012 a 03 de maio de 2012.

Figura 9.2.1-62 - Espectro de amplitudes de elevação, ciclos por dia


(cpd), calculado para o período de 29 de março de 2012 a 03 de maio de
2012.

Figura 9.2.1-63 - Grades utilizadas nos modelos numéricos, com a


localização das bordas abertas (em vermelho).

Figura 9.2.1-64 - Detalhe da Grade 03 do modelo numérico.

Figura 9.2.1-65 - Configuração atual e configuração futura considerada


pelo modelo hidrodinâmico e de ondas. A escala de cores ilustra a
batimetria considerada para os 2 cenários, em metros.

Figura 9.2.1-66 - Séries temporais de elevação de superfície do mar (m),


para o período de 29/03 a 03/05/2012. A série temporal dos dados
coletados é apresentada em azul, enquanto que a série temporal
resultante da modelagem hidrodinâmica é apresentada em vermelho.

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Figura 9.2.1-67 - Séries temporais das componentes u e v da corrente


(m/s), para o período de 29/03 a 03/05/2012. A série temporal dos dados
coletados é apresentada em azul, enquanto que a série temporal dos
resultados da modelagem hidrodinâmica, é apresentada em vermelho.

Figura 9.2.1-68 - Histogramas direcionais dos vetores de corrente,


calculados para o período entre 29/03 a 03/05/2012. Os dados coletados
em campo são apresentados no painel esquerdo e os resultados do
modelo, no direito.

Figura 9.2.1-69 - Espectro de amplitudes das componentes u (painel


esquerdo) e v (painel direito) da velocidade medida (azul) e a calculada
pelo modelo (vermelho) entre os dias 29/03 a 03/05/2012.

Figura 9.2.1-70 - Instantâneo do campo de correntes para um momento


onde a corrente é para SW. A barra de cores lateral apresenta a
intensidade das correntes (em m/s).

Figura 9.2.1-71 - Instantâneo do campo de correntes para um momento


onde a corrente é para NE. A barra de cores lateral apresenta a
intensidade das correntes (em m/s).

Figura 9.2.1-72 - Séries temporais da altura significativa das ondas (m),


para o período de 28/03 a 03/05/2012. A série temporal dos dados
coletados é apresentada em azul, enquanto que a série temporal dos
resultados da modelagem hidrodinâmica, é apresentada em vermelho.

Figura 9.2.1-73 - Séries temporais do período de pico das ondas (s), para
o período de 28/03 a 03/05/2012. A série temporal dos dados coletados é
apresentada em azul, enquanto que a série temporal dos resultados da
modelagem hidrodinâmica, é apresentada em vermelho.

Figura 9.2.1-74 - Séries temporais da direção de pico das ondas (°), para
o período de 28/03 a 03/05/2012. A série temporal dos dados coletados é
apresentada em azul, enquanto que a série temporal dos resultados da
modelagem hidrodinâmica, é apresentada em vermelho.

Figura 9.2.1-75 - Histogramas direcionais da altura significativa das


ondas. Os dados coletados em campo são apresentados no painel
esquerdo e os resultados do modelo, no direito.

Figura 9.2.1-76 - Histogramas direcionais do período de pico das ondas.


Os dados coletados em campo são apresentados no painel esquerdo e
os resultados do modelo, no direito.

Figura 9.2.1-77 - Histograma direcional da velocidade das correntes


(média na coluna d’água), calculado para o período de verão.

Figura 9.2.1-78 - Histograma direcional da velocidade das correntes


(média na coluna d’água), calculado para o período de inverno.

Figura 9.2.1-79 - Histograma direcional da altura significativa das ondas,


calculado para o período de verão.

Figura 9.2.1-80 - Histograma direcional da altura significativa das ondas,


calculado para o período de inverno.

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Figura 9.2.1-81 - Local de lançamento do efluente tratado (ponto


amarelo). Ao fundo, resultados de magnitude média na coluna d’água e
direção da corrente, em um instante onde a direção da corrente é para
SW, na configuração futura. A barra lateral de cores indica a magnitude
da corrente (em m/s) e os vetores indicam a direção da corrente.

Figura 9.2.1-82 - Trecho de 19,4 Km da costa fluminense entre os


promontórios de Ponta Negra e ponta de Saquarema.

Figura 9.2.1-83 - Imagens obtidas para a região costeira de Maricá, 2007,


2008 e 2012, respectivamente.

Figura 9.2.1-84 - Linhas de costa digitalizadas a partir das imagens


obtidas

Figura 9.2.1-85 - Localização dos transectos realizados para o estudo da


variação da linha de costa no Município de Maricá.
Figura 9.2.1-86 - Resultados das análises de variação da linha de costa
no Município de Maricá realizadas para o arco praial de Jaconé.

Figura 9.2.1-87 - Variação da praia de Jaconé sobre a influência de


tempo bom (02/04/2012, à esquerda) e grandes ondulações (08/06/2012,
à direita).

Figura 9.2.2-1 - Localização dos pontos amostrais da ictiofauna.

Figura 9.2.2-2 - Curva do coletor indicando o número de espécies


encontradas a partir do número de amostragens (réplicas) realizadas na
1ª campanha (Setembro/2013) e 2ª campanha (Janeiro/2013).

Figura 9.2.2-3 - Comparação entre os métodos de amostragem do


número de indivíduos registrados (N) e número de espécies registradas
(S).

Figura 9.2.2-4 - A – Número de indivíduos e espécies registrados nos


2 2
pontos amostrais. B - Abundância relativa (CPUE – g/m .h e N/m ) na
área de influência do empreendimento.

Figura 9.2.2-5 - Diversidade de Shannon (H’), equitabilidade (J) e riqueza


absoluta de espécies na área de influência do empreendimento na 1ª
campanha (Setembro/2013) e 2ª campanha (Janeiro/2013).

Figura 9.2.2-6 - MDS (Multidimensional Scaling) entre os pontos


amostrais e campanhas demonstrando a similaridade utilizado o
coeficiente de Bray-Curtis na área de influência do empreendimento.

Figura 9.2.2-7 - Rota de deslocamento da embarcação no cruzeiro de


observação de quelônios.

Figura 9.2.2-8 - Rota de deslocamento da embarcação no cruzeiro de


observação de cetáceos em setembro/2012 e janeiro/2013.

Figura 9.2.2-9 - Pontos amostrais da biota aquática. A01 a A07.

Figura 9.2.2-10 - Curva de acúmulo de espécies/taxa do fitoplâncton


coletado ao longo dos 7 pontos amostrais localizadas na porção

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costeira e marítima da ADA e AID do TPN - Maricá, RJ (Setembro/2012 e


Janeiro/2013). N=14.

Figura 9.2.2-11 - Distribuição da densidade fitoplanctônica (Ind./ml)


coletada ao longo dos 7 pontos amostrais localizadas na porção
costeira e marítima da ADA e AID do TPN - Maricá, RJ (Setembro/2012 e
Janeiro/2013).

Figura 9.2.2-12 - Distribuição da relação percentual (%) entre as classes


fitoplanctônicas que ocorreram ao longo dos 7 pontos amostrais
localizadas na porção costeira e marítima da ADA e AID do TPN -
Marica, RJ (Setembro/2012 e Janeiro/2013).

Figura 9.2.2-13 - Distribuição da relação percentual (%) entre


nanoplâncton e microfitoplâncton coletado ao longo dos 7 pontos
amostrais localizadas na porção costeira e marítima da ADA e AID do
TPN - Marica, RJ (Setembro/2012 e Janeiro/2013).

Figura 9.2.2-14 - Diversidade do fitoplâncton (bits.ind-1), equitabilidade


(J) e riqueza total (S) nas nos 7 pontos amostrais localizadas na porção
costeira e marítima da ADA e AID do TPN - Maricá, RJ (Setembro/2012 e
Janeiro/2013).

Figura 9.2.2-15 - Dendrograma resultante da análise de agrupamento


entre os 7 pontos amostrais localizado na porção costeira e marítima da
ADA e AID do TPN - Maricá, RJ na 1ª campanha (Setembro/2012) e 2ª
campanha (Janeiro/2013).

Figura 9.2.2-16 - MDS resultante da análise de agrupamentos entre os 7


pontos amostrais localizado na porção costeira e marítima da ADA e
AID do TPN - Marica, RJ (Setembro/2012 e Janeiro/2013).

Figura 9.2.2-17 - Chaetoceros lorenzianus (Bacillariophyceae). A03.

Figura 9.2.2-18 - Ceratium tripos (Dinophyceae). A02 e A05.

Figura 9.2.2-19 - Anabaena sp (Cyanophyceae). A01 e A02.

Figura 9.2.2-20 – Pontos amostrais da biota aquática. A01 a A07.

Figura 9.2.2-21 - Curva de acúmulo de espécies/taxa do zooplâncton


coletado ao longo dos 7 pontos amostrais localizadas na porção
costeira e marítima da ADA e AID do TPN - Marica, RJ (Setembro/2012 e
Janeiro/2013). N=28.

Figura 9.2.2-22 - Abundância Relativa de Copepoda e outros grupos


coletado ao longo dos 7 pontos amostrais localizadas na porção
costeira e marítima da ADA e AID do TPN - Marica, RJ (Setembro/2012 e
Janeiro/2013).

Figura 9.2.2-23 - Abundância Relativa dos grupos Copepoda e outros


grupos que ocorreram ao longo dos 7 pontos amostrais localizadas na
porção costeira e marítima da ADA e AID do TPN - Marica, RJ
(Setembro/2012 e Janeiro/2013).

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Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Figura 9.2.2-24 - Densidade (Ind.m-3) do zooplâncton coletado ao longo


dos 7 pontos amostrais localizadas na porção costeira e marítima da
ADA e AID do TPN - Marica, RJ (Setembro/2012 e Janeiro/2013).

Figura 9.2.2-25 - Abundância Relativa das principais espécies de


Copepoda que ocorreram ao longo dos 7 pontos amostrais localizadas
na porção costeira e marítima da ADA e AID do TPN - Marica, RJ
(Setembro/2012 e Janeiro/2013).

Figura 9.2.2-26 - Diversidade do zooplâncton (bits.ind-1), equitabilidade


(J) e riqueza total (S) nos 7 pontos amostrais localizadas na porção
costeira e marítima da ADA e AID do TPN - Marica, RJ (Setembro/2012 e
Janeiro/2013).

Figura 9.2.2-27 - Dendrograma resultante da análise de agrupamento


entre os 7 pontos amostrais localizado na porção costeira e marítima da
ADA e AID do TPN - Marica, RJ (Setembro/2012 e Janeiro/2013).

Figura 9.2.2-28 - MDS resultante da análise de agrupamentos entre os 7


pontos amostrais localizado na porção costeira e marítima da ADA e
AID do TPN - Marica, RJ (Setembro/2012 e Janeiro/2013).

Figura 9.2.2-29 - Pontos amostrais da biota aquática marinha. A01 a A07.

Figura 9.2.2-30 - Curva do coletor utilizando os dados de riqueza


observada (Sobs)e Estimativa de riqueza Jacknife de primeira ordem
para os dados da comunidade zoobentônica encontrada na Área de
influência dos Terminais Ponta Negra, RJ. (1ª campanha -
Setembro/2012; 2ª campanha - Janeiro/2013). N=42 amostras.

Figura 9.2.2-31 - Percentual de indivíduos dos grandes grupos de


organismos coletados nos pontos amostrais (A) do zoobentos de fundo
inconsolidado no total (B) e na 1ª (C) e 2ª (D) campanhas na área de
influência direta dos Terminais Ponta Negra, Rio de Janeiro, RJ/. (1ª
campanha - Setembro/2012; 2ª campanha - Janeiro/2013).

Figura 9.2.2-32 - Número médio (+desvio padrão) de indivíduos (N)


coletados nos pontos amostrais do zoobentos de fundo inconsolidado
na área de influência direta dos Terminais Ponta Negra, Rio de Janeiro,
RJ. (1ª campanha - Setembro/2012; 2ª campanha - Janeiro/2013).

Figura 9.2.2-33 - Valores médios e erro padrão do índice de riqueza de


Margalef (d’) encontrado nos pontos amostrais do zoobentos de fundo
inconsolidado na área de influência dos Terminais Ponta Negra, RJ (1ª
campanha - setembro/2012; 2ª campanha - janeiro/2013).

Figura 9.2.2-34 - Valores médios e erro padrão dos índices de (A)


Equitabilidade de Pielou (J’) e (B) Dominância de Simpson encontrados
nos pontos amostrais do zoobentos de fundo inconsolidado na área de
influência dos Terminais Ponta Negra, RJ (1ª campanha -
setembro/2012; 2ª campanha - janeiro/2013).

Figura 9.2.2-35 - Valores médios e erro padrão dos índices de


Diversidade (H’) encontrados nos pontos amostrais do zoobentos de

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fundo inconsolidado na área de influência dos Terminais Ponta Negra,


RJ (1ª campanha - setembro/2012; 2ª campanha - janeiro/2013).

Figura 9.2.2-36 - Análise de ordenação nMDS (“non-metricMulti


Dimensional Scaling”) entre os pontos amostrais do zoobentos de
fundo inconsolidado na área de influência dos Terminais Ponta Negra,
RJ (1ª campanha - setembro/2012; 2ª campanha - janeiro/2013).

Figura 9.2.2-37 - Análise de Correspondência Canônica (CCA) entre os


dados do sedimento (granulometria), profundidade e abundância da
comunidade do zoobentos encontrada nos pontos amostrais do
zoobentos de fundo inconsolidado na área de influência dos Terminais
Ponta Negra, RJ (1ª campanha - setembro/2012; 2ª campanha -
janeiro/2013).

Figura 9.2.2-38 - Pontos amostrais (BP1, BP2, BP3 e BP4) da meiofauna.


Figura 9.2.2-39 - Curva do coletor utilizando os dados de riqueza
observada (Sobs) e Estimativa de riqueza Jackknife de primeira ordem
para os dados da meiofauna praial encontrada na Área de influência dos
Terminais Ponta Negra, RJ. 1ª campanha (Setembro/2012) e 2ª
campanha (Janeiro/2013).

Figura 9.2.2-40 - Percentual total de indivíduos dos grandes grupos de


organismos coletados no MLS e MLI dos pontos amostrais da
meiofauna praial, na área de influência direta dos Terminais Ponta
Negra, Rio de Janeiro, RJ, durante a 1ª campanha (setembro/2012) e 2ª
campanha (janeiro/2013).

Figura 9.2.2-41 - Número total de indivíduos por grande grupo coletado


no MLS e MLI dos pontos amostrais da meiofauna praial, na área de
influência direta dos Terminais Ponta Negra, Rio de Janeiro, RJ, durante
a 1ª campanha (setembro/2012) e 2ª campanha (janeiro/2013).

Figura 9.2.2-42 - Número médio (+erro padrão) de indivíduos (N)


coletados no MLS (azul) e MLI (vermelho) dos pontos amostrais da
meiofauna praial, na área de influência direta dos Terminais Ponta
Negra, Rio de Janeiro, RJ, durante a 1ª campanha (setembro/2012) e 2ª
campanha (janeiro/2013).

Figura 9.2.2-43 - Valores médios e erro padrão do índice de riqueza de


Margalef (d’) encontrado nos pontos amostrais da meiofauna praial na
área de influência dos Terminais Ponta Negra na 1ª Campanha
(Setembro/2012) e 2ª Campanha (Janeiro/2013).

Figura 9.2.2-44 - Valores médios e erro padrão dos índices de


Diversidade (H’) encontrados nos pontos amostrais da meiofauna praial
na área de influência dos Terminais Ponta Negra na 1ª Campanha
(Setembro/2012) e 2ª Campanha (Janeiro/2013).

Figura 9.2.2-45 - Valores médios e erro padrão dos índices de A:


Equitabilidade de Pielou (J’) e B: Dominância de Simpson encontrados
nos pontos amostrais da meiofauna praial na área de influência dos

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Terminais Ponta Negra na 1ª Campanha (Setembro/2012) e 2ª Campanha


(Janeiro/2013).

Figura 9.2.2-46 - Análise de ordenação nMDS (“non-metricMulti


Dimensional Scaling”) entre os pontos amostrais do zoobentos de
fundo inconsolidado na área de influência dos Terminais Ponta Negra
na 1ª Campanha (Setembro/2012) e 2ª Campanha (Janeiro/2013).

Figura 9.2.2-47 - Pontos amostrais (BP1, BP2, BP3 e BP4) da


macrofauna.

Figura 9.2.2-48 - Esquema da Zonação de praias arenosas, adaptado de


Pereira & Soares-Gomes (2009).
Figura 9.2.2-49 - Esquema representativo do desenho para amostragem
da epifauna em um ponto de coleta na praia de Jaconé.

Figura 9.2.2-50 - Curva do coletor utilizando os dados de riqueza


observada (Sobs) e Estimativa de riqueza Jacknife de primeira ordem
para os dados da macrofauna praial encontrada na Área de influência
dos Terminais Ponta Negra na 1ª campanha (Setembro/2012) e 2ª
campanha (Janeiro/2013).

Figura 9.2.2-51 - Curvas do coletor para o MLS (A) e MLI (B) utilizando
os dados de riqueza observada (Sobs) e Estimativa de riqueza Jacknife
de primeira ordem para os dados da macrofauna praial encontrada na
Área de influência dos Terminais Ponta Negra na 1ª campanha
(Setembro/2012) e 2ª campanha (Janeiro/2013).

Figura 9.2.2-52 - Percentual total de indivíduos dos grandes grupos de


organismos coletados no MLS e MLI dos pontos amostrais da
macrofauna do entre marés de praia arenosa, na área de influência
direta dos Terminais Ponta Negra na 1ª campanha (Setembro/2012) e 2ª
campanha (Janeiro/2013).

Figura 9.2.2-53 - Número total de indivíduos por grande grupo coletado


no MLS e MLI dos pontos amostrais da macrofauna do entre marés de
praia arenosa, na área de influência direta dos Terminais Ponta Negra
na 1ª campanha (Setembro/2012) e 2ª campanha (Janeiro/2013).

Figura 9.2.2-54 - Número médio (+desvio padrão) de indivíduos (N)


coletados no MLS e MLI dos pontos amostrais da meiofauna praial, na
área de influência direta dos Terminais Ponta Negra na 1ª campanha
(Setembro/2012) e 2ª campanha (Janeiro/2013).

Figura 9.2.2-55 - Valores médios e erro padrão do índice de riqueza de


Margalef (d’) encontrado nos pontos amostrais da macrofauna
bentônica do entre marés de praia arenosa na área de influência dos
Terminais Ponta Negra na 1ª campanha (Setembro/2012) e 2ª campanha
(Janeiro/2013).

Figura 9.2.2-56 - Valores médios e erro padrão do índice de Diversidade


(H)’ encontrados nos pontos amostrais da macrofauna bentônica do
entre marés de praia arenosa na área de influência dos Terminais Ponta
Negra na 1ª campanha (Setembro/2012) e 2ª campanha (Janeiro/2013).

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Figura 9.2.2-57 - Valores médios e erro padrão dos índices de A:


Equitabilidade de Pielou (J’) e B: Dominância de Simpson encontrados
nos pontos amostrais da macrofauna bentônica do entre marés de praia
arenosa na área de influência dos Terminais Ponta Negra na 1ª
campanha (Setembro/2012) e 2ª campanha (Janeiro/2013).

Figura 9.2.2-58 - Análise de ordenação nMDS (“non-metricMulti


Dimensional Scaling”) entre os pontos amostrais, da macrofauna
bentônica do entre marés de praia arenosa, na área de influência dos
Terminais Ponta Negra na 1ª campanha (Setembro/2012) e 2ª campanha
(Janeiro/2013).

Figura 9.2.2-59 - Valores médios do número e densidade de tocas de O.


quadrata encontradas nos pontos amostrais de praia arenosa na área de
influência dos Terminais Ponta Negra na 1ª campanha (Setembro/2012)
e 2ª campanha (Janeiro/2013).

Figura 9.2.2-60 - Valores médios da largura e comprimento da carapaça


e do peso dos indivíduos de O. quadrata encontrados nos pontos
amostrais de praia arenosa na área de influência dos Terminais Ponta
Negra na 1ª campanha (Setembro/2012) e 2ª campanha (Janeiro/2013).

Figura 9.2.2-61 - Pontos amostrais (CR1, CR2 e CR3) dos Bentos de


Substrato Consolidado.

Figura 9.2.2-62 - Curva do coletor indicando o número de espécies


encontradas das amostragens (réplicas) realizadas para o fitobentos.

Figura 9.2.2-63 - Curva do coletor indicando o número de espécies


encontradas a partir das amostragens (réplicas) realizadas para o
zoobentos (não fital).

Figura 9.2.2-64 - Curva do coletor indicando o número de espécies


encontradas a partir das amostragens (réplicas) realizadas para o
zoobentos (fital).

Figura 9.2.2-65 - Biomassa vegetal média (g.m2) registrada nos pontos


amostrais na área de influência do empreendimento em ambas as
campanhas.

Figura 9.2.2-66 - Frequência das principais espécies de algas a partir da


cobertura vegetal registrada nos pontos amostrais na área de influência
do empreendimento (A – 1ª campanha e B – 2ª campanha).

Figura 9.2.2-67 - Diversidade de Shannon (H’), equitabilidade (J) e


riqueza absoluta de espécies na área de influência do empreendimento
em ambas as campanhas.

Figura 9.2.2-68 - MDS (Multidimensional Scaling) entre as estações


amostrais e campanhas demonstrando a similaridade utilizado o
coeficiente de Bray-Curtis na área de influência do empreendimento.

Figura 9.2.2-69 - Abundancia total de organismos na 1ª (A1) e 2ª


campanhas (A2) e Riqueza absoluta de espécies registradas na 1ª (B1) e

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2ª campanhas (B2) entre os Filos animais na área de influência do


empreendimento.

Figura 9.2.2-70 - Abundância total, densidade (Indivíduos.m2) e núm. de


espécies registradas nos pontos amostrais na área de influência do
empreendimento (A – Não Fital e B – Fital).

Figura 9.2.2-71 - Diversidade de Shannon (H’), equitabilidade (J) e


riqueza absoluta de espécies na área de influência do empreendimento
(A – Não Fital e B – Fital).

Figura 9.2.2-72 - MDS (Multidimensional Scaling) entre as estações


amostrais demonstrando a similaridade na área de influência do
empreendimento para o zoobentos (A – Não Fital e B – Fital). Foi
utilizado o coeficiente de Bray-Curtis.

Figura 10.1.1-1 - Resultados de magnitude média na coluna d’água e


direção da corrente, em um instante onde a direção da corrente é para
SW, nas configurações atual (painel superior) e futura (painel inferior). A
barra lateral de cores indica a magnitude da corrente (em m/s) e os
vetores indicam a direção da corrente

Figura 10.1.1-2 - Resultados de magnitude média na coluna d’água e


direção da corrente, em um instante onde a direção da corrente é para
NE, nas configurações atual (painel superior) e futura (painel inferior). A
barra lateral de cores indica a magnitude da corrente (em m/s) e os
vetores indicam a direção da corrente.

Figura 10.1.1-3 - Resultados de altura significativa e direção da onda, em


um instante de onda proveniente de ESE e com altura entre 1,0 e 2,0
metros, para as configurações atual (painel superior) e futura (painel
inferior). A barra lateral de cores indica a altura significativa da onda
(em metros) e os vetores indicam a direção da onda.

Figura 10.1.1-4 - Resultados de altura significativa e direção da onda, em


um instante de onda proveniente de S e com altura próxima de 2,5
metros, para as configurações atual (painel superior) e futura (painel
inferior). A barra lateral de cores indica a altura significativa da onda
(em metros) e os vetores indicam a direção da onda.

Figura 10.1.2-1 - Variação batimétrica anual, como resultado da


simulação numérica, para a região dos terminais Ponta Negra (RJ), na
configuração (situação) atual.

Figura 10.1.2-2 - Variação batimétrica anual na região do


empreendimento, como resultado da simulação numérica, para a região
dos terminais Ponta Negra (RJ), na configuração futura.

Figura 10.1.2-3 - Variação batimétrica anual no interior do


empreendimento, como resultado da simulação numérica, para a região
dos terminais Ponta Negra (RJ), na configuração futura.

Figura 10.3.1-1 - Localização do empreendimento identificando o canal


de acesso, bacia de evolução e berços de atracação que serão

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dragados. A escala de cores ilustra a batimetria (futura) considerada,


em metros.

Figura 10.3.4-1 - Área total das trajetórias das plumas, contorno em


vermelho, e concentração na coluna d’água em um instante de operação
no canal (área mais externa a ser dragada), para o período de verão.

Figura 10.3.4-2 - Área total das trajetórias das plumas, contorno em azul,
e concentração na coluna d’água em um instante de operação na
entrada da área protegida pelo quebra mar para o período de inverno.

Figura 10.3.4-3 - Área total das trajetórias das plumas, contorno em azul,
e concentração na coluna d’água em um instante de operação no canal
(área mais externa a ser dragada) para o período de inverno.

Figura 10.3.4-4 - Área total das trajetórias das plumas e contornos


referentes a 5mg/l, para o período de verão (vermelho) e de inverno
(azul).

Figura 10.4.1-1 - Altura significativa (m), período de pico (s) e direção de


pico (°) segundo dados do modelo WW3 no período de 2005 a 2012.

Figura 10.4.1-2 Espectro direcional de altura significativa (m) e período


de pico das ondas (s), segundo dados do modelo WW3 no período de
2005 a 2012. A escala representa a altura (m).

Figura 10.4.1-3 Espectros direcionais mensais de janeiro a junho de


altura significativa (m) e período de pico (s) das ondas, segundo dados
do modelo WW3.

Figura 10.4.2-1 Limites das malhas de cálculo utilizadas nas


propagações das ondulações pelo modelo OLUCA.

Figura 10.4.2-2 Levantamento batimétrico realizado na zona de surf da


praia do Jaconé entre os dias 21 e 22 de agosto de 2013.

Figura 10.4.2-3 - Batimetria atual na região dos Terminais Ponta Negra,


painel superior, e batimetria futura considerando o empreendimento,
painel inferior.

Figura 10.4.2-4 - Estados de mar selecionados (em azul) sobre a base de


dados total (em vermelho). Os estados de mar correspondem ao ponto
de onda do WAVEWATCH III selecionado em águas profundas para o
estudo.

Figura 10.4.2-5 - Altura significativa de onda e direção associada ao


período de pico, para uma ondulação típica de verão com Hs=1,07m,
Tp=11,18s, proveniente de S, antes (à esquerda) e depois (à direita) das
instalações dos Terminais Ponta Negra.

Figura 10.4.2-6 - Altura significativa de onda e direção associada ao


período de pico, para uma ondulação típica de inverno com Hs=3,95m,
Tp=12,22s, proveniente de SSE, antes (à esquerda) e depois (à direita)
das instalações dos Terminais Ponta Negra.

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Figura 10.4.2-7 - Altura significativa de onda e direção associada ao


período de pico, para uma ondulação típica de frente fria com Hs=3,04m,
Tp=10,86s, proveniente de SSW, antes (à esquerda) e depois (à direita)
das instalações dos Terminais Ponta Negra.

Figura 10.4.2-8 - Localização dos pontos que serão analisados para os


dois cenários: antes e depois das instalações dos Terminais Ponta
Negra.

Figura 10.4.2-9 - Histograma direcional da altura significativa (m) para os


8 anos de dados (2005 e 2012), para os dois cenários analisados: antes
e depois das instalações dos Terminais Ponta Negra, nos pontos P1.

Figura 10.4.2-10 - Histograma direcional da altura significativa (m) para


os 8 anos de dados (2005 e 2012), para os dois cenários analisados:
antes e depois das instalações dos Terminais Ponta Negra, nos pontos
P2.

Figura 10.4.2-11 - Histograma direcional da altura significativa (m) para


os 8 anos de dados (2005 e 2012), para os dois cenários analisados:
antes e depois das instalações dos Terminais Ponta Negra, nos pontos
P3.

Figura 10.4.2-12 - Histograma direcional da altura significativa (m) para


os 8 anos de dados (2005 e 2012), para os dois cenários analisados:
antes e depois das instalações dos Terminais Ponta Negra, nos pontos
P3.

Figura 10.4.3-1 - Sistema circulatório gerado por uma ondulação com


Hs=1,07m, Tp=11,18s, proveniente de S, antes das instalações dos
Terminais Ponta Negra.

Figura 10.4.3-2 - Sistema circulatório gerado por uma ondulação com


Hs=1,07m, Tp=11,18s, proveniente de S, depois das instalações dos
Terminais Ponta Negra.

Figura 10.4.3-3 - Sistema circulatório gerado por uma ondulação com


Hs=3,95m, Tp=12,22s, proveniente de SSE, antes das instalações dos
Terminais Ponta Negra.

Figura 10.4.3-4 - Sistema circulatório gerado por uma ondulação com


Hs=3,95m, Tp=12,22s, proveniente de SSE, depois das instalações dos
Terminais Ponta Negra.

Figura 10.4.3-5 - Sistema circulatório gerado por uma ondulação com


Hs=3,04m, Tp=10,86s, proveniente de SSW, depois das instalações dos
Terminais Ponta Negra.

Figura 10.4.3-6 - Sistema circulatório gerado por uma ondulação com


Hs=3,04m, Tp=10,86s, proveniente de SSW, depois das instalações dos
Terminais Ponta Negra.

Figura 10.4.4-1 - Transporte de sedimento gerado por uma ondulação


com Hs=1,07m, Tp=11,18s, proveniente de S, antes das instalações dos
Terminais Ponta Negra.

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Figura 10.4.4-2 - Transporte de sedimentos gerado por uma ondulação


com Hs=1,07m, Tp=11,18s, proveniente de S, depois das instalações
dos Terminais Ponta Negra.

Figura 10.4.4-3 - Transporte de sedimentos gerado por uma ondulação


com Hs=3,95m, Tp=12,22s, proveniente de SE, depois das instalações
dos Terminais Ponta Negra.

Figura 10.4.4-4 - Transporte de sedimentos gerado por uma ondulação


com Hs=3,95m, Tp=12,22s, proveniente de SE, depois das instalações
dos Terminais Ponta Negra.

Figura 10.4.4-5 - Transporte de sedimentos gerado por uma ondulação


com Hs=3,04m, Tp=10,86s, proveniente de SSW, antes das instalações
dos Terminais Ponta Negra.

Figura 10.4.4-6 - Transporte de sedimentos gerado por uma ondulação


com Hs=3,04m, Tp=10,86s, proveniente de SSW, depois das instalações
dos Terminais Ponta Negra.

Figura 10.4.4-1 - Localização dos perfis levantados entre os dias 21 e 22


de agosto.

Figura 10.4.4-2 - Composição dos perfis levantados e batimetria


utilizada no estudo. Em vermelho, profundidade de fechamento média
da praia de Jaconé de 7,0 metros.

Figura 10.4.4-3 - Ajuste do perfil 1 a um perfil de Dean. Pontos azuis


representam dados do levantamento, em vermelho o ajuste de Dean e
em verde a profundidade de fechamento.

Figura 10.4.4-4 - Ajuste do perfil 2 a um perfil de Dean. Pontos azuis


representam dados do levantamento, em vermelho o ajuste de Dean e
em verde a profundidade de fechamento.

Figura 10.4.4-5 - Ajuste do perfil 3 a um perfil de Dean. Pontos azuis


representam dados do levantamento, em vermelho o ajuste de Dean e
em verde a profundidade de fechamento.

Figura 10.4.4-6 - Ajuste do perfil 4 a um perfil de Dean. Pontos azuis


representam dados do levantamento, em vermelho o ajuste de Dean e
em verde a profundidade de fechamento.

Figura 10.4.4-7 - Ajuste do perfil 5 a um perfil de Dean. Pontos azuis


representam dados do levantamento, em vermelho o ajuste de Dean e
em verde a profundidade de fechamento.

Figura 10.4.4-8 - Ajuste do perfil 6 a um perfil de Dean. Pontos azuis


representam dados do levantamento, em vermelho o ajuste de Dean e
em verde a profundidade de fechamento.

Figura 10.4.4-9 - Ajuste do perfil 7 a um perfil de Dean. Pontos azuis


representam dados do levantamento, em vermelho o ajuste de Dean e
em verde a profundidade de fechamento.

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Figura 10.4.4-10 - Ajuste do perfil 8 a um perfil de Dean. Pontos azuis


representam dados do levantamento, em vermelho o ajuste de Dean e
em verde a profundidade de fechamento.

Figura 10.4.4-11 - Ajuste do perfil 9 a um perfil de Dean. Pontos azuis


representam dados do levantamento, em vermelho o ajuste de Dean e
em verde a profundidade de fechamento.

Figura 10.4.4-1 - Localização dos pontos de cálculo do fluxo de energia


antes da implantação dos Terminais Ponta Negra.

Figura 10.4.4-2 - Direção e magnitude do fluxo médio de energia


analisado para os 8 pontos ao longo do arco praial de Jaconé, antes das
instalações dos Terminais Ponta Negra.

Figura 10.4.4-3 - Forma em planta de equilíbrio da praia de Jaconé (em


vermelho), em rosa a região de alteração da onda pelo promontório de
Ponta Negra, antes das instalações dos Terminais Ponta Negra.

Figura 10.4.4-4 - Direção e magnitude do fluxo médio de energia


analisado para os 5 pontos ao longo do arco praial de Jaconé, depois
das instalações dos Terminais Ponta Negra.

Figura 10.4.4-5 - Futura forma em planta de equilíbrio da praia de Jaconé


(em vermelho), em rosa a região de alteração da onda pelo quebra-mar,
depois das instalações dos Terminais Ponta Negra.

Figura 10.4.4-6 - Desenho final da progradação da linha de costa da


praia de Jaconé depois das instalações dos Terminais Ponta Negra.

Lista de Gráficos
Gráfico 9.2-1 - Variação cumulativa do PIB de Maricá, Saquarema, Rio de
Janeiro e Brasil - 2000 a 2009, em preços constantes (2000=100).

Gráfico 9.2-2 - Variação cumulativa do PIB per capita de Maricá,


Saquarema, Rio de Janeiro e Brasil - 2000 a 2009, em preços constantes
(2000=100).

Gráfico 9.2-3 - Participação do Valor Adicionado Bruto (VAB) da


agropecuária, indústria e serviços - Maricá, Saquarema e Rio de Janeiro
- 2000 / 2010.

Gráfico 9.2-4 - Variação cumulativa do VAB da Agropecuária, da


Indústria e dos Serviços de Maricá, Saquarema, Rio de Janeiro e Brasil -
2000 a 2009, preços constantes (2000=100).

Gráfico 9.2-5 - Evolução Recente das Receitas Totais de Maricá,


Saquarema e Estado do Rio de Janeiro, variação real corrigida pelo
IPCA (2005=100).

Gráfico 9.2-6 - Evolução da Composição das Despesas de Maricá 2006 -


2011.

ARCADIS logos xx
Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Gráfico 9.2-7 - Evolução da Composição das Despesas de Saquarema


2006 - 2011.

Gráfico 9.2-8 - Composição das Principais Despesas de Maricá,


Saquarema e do Estado do Rio de Janeiro - 2011.

Gráfico 9.2-9 - Evolução das Despesas em Saúde e Educação de Maricá


e Saquarema em milhões de reais, corrigidos pelo IPCA.

Gráfico 9.2-10 - Perfil topográfico da RJ 104 entre a Ponte Rio-Niterói e a


RJ 106.

Gráfico 9.2-11 - Perfil topográfico da RJ 106 entre RJ 104 e RJ 118.

Gráfico 9.2-12 - RJ 118 entre RJ 106 e local do empreendimento - Perfil.


Gráfico 9.2-13 - Consumo de energia elétrica por categoria.

Gráfico 9.2-14 - Atendimento percentual dos serviços de água com base


no total de habitantes - 2001 a 2010
Gráfico 9.2-15 - Atendimento percentual dos serviços de esgoto com
base no total de habitantes - 2001 a 2010

Gráfico 9.2-16 - População por grupo etário e gênero - Rio de Janeiro -


2000 / 2010.

Gráfico 9.2-17 - População por grupo etário e gênero - Brasil - 2000 /


2010.

Gráfico 9.2-18 - População total, urbana e rural por grupo etário e


gênero - Maricá - 2000 / 2010.

Gráfico 9.2-19 - População total, urbana e rural por grupo etário e


gênero - Saquarema - 2000 / 2010.

Gráfico 9.2-20 - Projeção de variação da população por extrapolação


(2010=100) - 2010 / 2025.

Gráfico 9.2-21 - População Economicamente Ativa, por faixa etária –


1991

Gráfico 9.2-22 - População Economicamente Ativa, por faixa etária –


2000

Gráfico 9.2-23 - População Economicamente Ativa, por faixa etária -


2010

Gráfico 9.2-24 - Evolução da Situação Urbano/Rural dos domicílios nos


municípios da AII e no Estado do Rio de Janeiro, 1970/2010.

Gráfico 9.2-25 - Tipologia dos domicílios nos municípios da AII e no


estado do RJ, 2010.

Gráfico 9.2-26 - Taxa de urbanização dos domicílios nos municípios da


AID e no estado do Rio de Janeiro, 1970/2010.

Gráfico 9.2-27 - Tipo dos domicílios, em porcentagem, nos municípios


da AID e no estado do Rio de Janeiro, 2010.

ARCADIS logos xxi


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Gráfico 9.2-28 - Participação dos Componentes do Déficit Habitacional


Básico Urbano nos municípios da AID e no estado do Rio de Janeiro,
2000.

Gráfico 9.2-29 - Número de ocorrências registradas por 10.000


habitantes, por tipo de crime, em 2011 nos municípios da AII.

Gráfico 9.2-30 - Número de ocorrências de violência contra a pessoa por


10.000 habitantes, segundo o tipo de crime, municípios da AID, 2007 -
2011.

Gráfico 9.2-31 - Número de ocorrências de lesão corporal por 10.000


habitantes entre 2007 e 2011, nos municípios da AID.
Gráfico 9.2-32 - Número de ocorrências contra o patrimônio registradas,
por tipo de crime, por 10.000 habitantes em 2011.

Gráfico 9.2-33 - Número de ocorrências de produção policial


registradas, por tipo de crime, por 10.000 habitantes em 2011.

Gráfico 9.2-34 - Acidentes de tráfego em Maricá (boletim de ocorrência


para casos com vítima - período janeiro/2012 a agosto/2013)

Gráfico 9.2-35 - Número de Acidentes segundo a gravidade


nas Rodovias Estaduais (período janeiro/2013 a junho/2013)

Gráfico 9.2-36 - Variação da média de anos de estudo e da % da


população com menos de 4 anos de estudo caracterizando
analfabetismo funcional, de pessoas com 25 ou mais de idade, no
período 1991-2000.

Gráfico 9.2-37 - Participação das redes pública e privada no número


total de estabelecimentos e matrículas, em 2010.

Gráfico 9.2-38 - Variação da taxa de analfabetismo segundo faixas


etárias nos períodos de 1991-2000 e 2000-2010, municípios da AID e
estado do Rio de Janeiro.

Gráfico 9.2-39 - Taxa de alfabetização da população segundo faixas


etárias, municípios da AID e estado do Rio de Janeiro, 2010.

Gráfico 9.2-40 - Variação da média de anos de estudo e da porcentagem


da população com menos de quatro anos de estudo entre as pessoas
com 25 ou mais de idade, municípios da AID e estado do Rio de Janeiro,
1991 e 2000.

Gráfico 9.2-41 - Nível de escolaridade da população de 10 anos ou mais


de idade por anos de estudo, municípios da AID e estado do Rio de
Janeiro, 2010.

Gráfico 9.2-42 - Variação na Taxa de Distorção Série-Idade por


modalidades de ensino e situação, nos períodos 2007-2008, 2008-2009 e
2009-2010, municípios da AII e estado do Rio de Janeiro.

Gráfico 9.2-43 - Participação das redes pública e privada no total de


estabelecimentos e matrículas nos municípios da AID e estado do Rio
de Janeiro, 2010.

ARCADIS logos xxii


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Gráfico 9.2-44 - Distribuição percentual das áreas antrópicas e naturais


na AID MFB.

Gráfico 9.2-45 - Proporção das unidades de paisagem de Uso e


Cobertura da superfície da AID MFB.

Gráfico 9.2-46 - Proporção das unidades de paisagem de Uso e


Cobertura da superfície da ADA Terrestre.

Gráfico 9.2-47 - Tipos de embarcações utilizadas pelos pescadores


artesanais. Maricá e Saquarema, RJ, 2012.

Gráfico 9.2-48 - Propriedade da embarcação. Maricá e Saquarema, RJ,


2012.
Gráfico 9.2-49 - Frequências de idas ao mar pelos pescadores. Maricá e
Saquarema, RJ, 2012.

Gráfico 9.2-50 - Atividades desenvolvidas além da pesca pela


comunidade pesqueira entrevistada, Maricá e Saquarema, RJ, 2012.

Gráfico 9.2-51 - Outras atividades ou fonte de renda além da pesca


artesanal.

Gráfico 9.2-52 - Renda familiar dos pescadores, Maricá e Saquarema,


RJ, 2012.

Gráfico 9.2-53 - É possível viver somente da pesca (?).

Gráfico 9.2-54 - Principais pescados capturados em Maricá e


Saquarema, RJ, 2012.

Gráfico 9.2-55 - Prática do extrativismo de marisco/mexilhão, Marica e


Saquarema, 2012.

Gráfico 9.2-56 - Finalidade principal pescado, segundo os entrevistados.


Maricá e Saquarema, RJ, 2012.

Gráfico 9.2-57 - Distribuição proporcional dos afiliados a Colônias de


Pescadores e Associações de Pesca.

Gráfico 9.2-58 - Pescadores entrevistados que recebem o beneficio do


“defeso” em Maricá e Saquarema (distribuição percentual).

Gráfico 9.2-59 - Principais reivindicações dos pescadores artesanais de


Maricá e Saquarema.

Gráfico 9.2-60 - Presença constante de embarcações de pesca industrial


nos municípios da AID

Gráfico 9.2-61 - Percentual das entrevistas por localidade, Maricá, 2012.

Gráfico 9.2-62 - Percentual de homens e mulheres entrevistados.

Gráfico 9.2-63 - Faixa etária dos entrevistados.

Gráfico 9.2-64 - Profissão dos residentes locais entrevistados.

Gráfico 9.2-65 - Formas de abastecimento de água dos domicílios


entrevistados.

ARCADIS logos xxiii


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Gráfico 9.2-66 - Formas de esgotamento sanitário dos domicílios


entrevistados.

Gráfico 9.2-67 - Percentual de respostas - T.P.N. pode gerar dano


ambiental?

Gráfico 9.2-68 - Percentual de respostas - T.P.N. pode gerar dano à


população?

Gráfico 9.2-69 - Procedência da população veranista entrevistada.

Gráfico 9.2-70 - Escolaridade da População veranista entrevistada.

Gráfico 9.2-71 - Ocupação atual da População veranista entrevistada.

Gráfico 9.2-72 - Potenciais danos ambientais citados nas entrevistas


Gráfico 9.2-73 - Potenciais consequências à população local na opinião
dos veranistas.

Gráfico 9.2-74 - Percentual de pescadores entrevistados que tinham


conhecimento sobre o empreendimento.

Lista de Tabelas
Tabela 9.1.3-1 - Evolução do PIB dos municípios da AII e da AID, 1980 -
2000, em valores constantes (R$ mil) do ano 2000.
Tabela 9.1.3-2 - Produto Interno Bruto (PIB) em mil reais e PIB per capita
dos municípios da AID, da AII e do estado do Rio de Janeiro - 2000 e
2010, a preços de mercado.
Tabela 9.1.3-3 - Valor Adicionado Bruto (VAB) da agropecuária, indústria
e serviços dos municípios da AID e da AII - 2000 (preços correntes).
Tabela 9.1.3-4 - Valor Adicionado Bruto (VAB) da agropecuária, indústria
e serviços dos municípios da AID e da AII - 2010 (preços correntes).
Tabela 9.1.3-5 - Valor Adicionado Bruto (VAB) da administração pública
nos municípios da AID e da AII - 2000 e 20010 (preços correntes)
Tabela 9.1.3-6 - Valor e participação das receitas municipais de Maricá e
Saquarema - 2011
Tabela 9.1.3-7 - Valor e participação das receitas municipais de Maricá e
Saquarema - 2011.
Tabela 9.1.3-8 - Valor e participação das despesas municipais de Maricá
e Saquarema - 2011.
Tabela 9.1.3-9 - Domicílios particulares permanentes atendidos com
energia elétrica na AII, 2010
Tabela 9.1.3-10 - Domicílios particulares permanentes atendidos com
energia elétrica na AID.
Tabela 9.1.3-11 - Volume de água trata e distribuída por dia em 2008 e
atendimento dos domicílios pela rede geral de abastecimento de água
em 2010.

ARCADIS logos xxiv


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Tabela 9.1.3-12 - Tipo de esgotamento sanitário e domicílios com


banheiro ou sanitário.
Tabela 9.1.3-13 - Domicílios particulares permanentes atendidos por
serviço de coleta de lixo.
Tabela 9.1.3-14 - Modalidades de abastecimento de água em 2010.
Tabela 9.1.3-15 - Atendimento dos serviços de água com base no total
de habitantes - 2001 a 2010
Tabela 9.1.3-16 - Tipo de esgotamento sanitário e domicílios com
banheiro ou sanitário.
Tabela 9.1.3-17 - Atendimento dos serviços de esgoto com base no total
de habitantes - 2001 a 2010
Tabela 9.1.3-18 - Domicílios particulares permanentes atendidos por
serviços de coleta de lixo.
Tabela 9.1.3-19 - População, população urbana e rural e densidade
demográfica dos municípios da AID e AII, Rio de Janeiro e Brasil - 2000
e 2010.
Tabela 9.1.3-20 - Dados da estrutura ocupacional - Maricá e Saquarema -
2010.
Tabela 9.1.3-21 - Extrapolação da situação atual de PEA - Maricá e
Saquarema - 2010 a 2025.
Tabela 9.1.3-22 - Pessoal ocupado com carteira assinada, distribuído
por setor de atividade - Maricá e Saquarema - 2001 a 2010.
Tabela 9.1.3-23 - População Economicamente Ativa, por sexo - 1991,
2000 e 2010.
Tabela 9.1.3-24 - População Economicamente Ativa, por faixa etária -
1991.
Tabela 9.1.3-25 - População Economicamente Ativa, por faixa etária -
2000.
Tabela 9.1.3-26 - População Economicamente Ativa, por faixa etária -
2010.
Tabela 9.1.3-27 - Classificação da população (pessoas de 10 anos ou
mais de idade) por classe de rendimento nominal - Maricá e Saquarema,
2010.
Tabela 9.1.3-28 - Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal -
dimensão Emprego e Renda - 2000 e 2005 a 2009.
Tabela 9.1.3-29 - Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal -
dimensão Educação - 2000 e 2005 a 2009.
Tabela 9.1.3-30 - Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal -
dimensão Saúde - 2000 e 2005 a 2009.
Tabela 9.1.3-31 - Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal - Índice
Geral - 2000 e 2005 a 2009.

ARCADIS logos xxv


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Tabela 9.1.3-32 - Condição de moradia nos municípios da AII e estado


do Rio de Janeiro, 2010.
Tabela 9.1.3-33 - Estimativa do Déficit Habitacional Básico nos
municípios da AII e no estado do Rio de Janeiro - 2000.
Tabela 9.1.3-34 - Condição legal da moradia nos municípios da AID e no
estado do Rio de Janeiro, 2010.
Tabela 9.1.3-35 - Domicílios Particulares segundo o tipo de uso nos
municípios da AID e no estado do Rio de Janeiro, 2010.
Tabela 9.1.3-36 - Estimativa do Déficit Habitacional Básico nos
municípios da AID e no estado do Rio de Janeiro - 2000.
Tabela 9.1.3-37 - Proporção da população coberta pelos Programas
Saúde da Família e Agentes Comunitários nos Municípios de Maricá,
Niterói, Saquarema, Cabo Frio, Araruama, São Pedro da Aldeia e Rio de
Janeiro, 2004 a 2009.
Tabela 9.1.3-38 - Principais categorias de pescado desembarcado pelas
frotas industriais no Estado do Rio de Janeiro, no período de 2002 e
2006.
Tabela 9.2.1-1 - Classificação dos grãos em função do diâmetro.
Tabela 9.2.1-2 - Coordenadas dos pontos de coleta de sedimento para
primeira campanha.
Tabela 9.2.1-3 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas no
sedimento na região de implantação do TPN - (SS01-SS09).
Tabela 9.2.1-4 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas no
sedimento na região de implantação do TPN - (SS01-SS09).
Tabela 9.2.1-5 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas no
sedimento na região de implantação do TPN (SS10-SS18).
Tabela 9.2.1-6 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas no
sedimento na região de implantação do TPN (SS10-SS18).
Tabela 9.2.1-7 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas no
sedimento na região de implantação do TPN (SS19-SS27).
Tabela 9.2.1-8 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas no
sedimento na região de implantação do TPN (SS19-SS27).
Tabela 9.2.1-9 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas no
sedimento na região de implantação do TPN (SS28-SS36).
Tabela 9.2.1-10 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas
no sedimento na região de implantação do TPN (SS28-SS36).
Tabela 9.2.1-11 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas
no sedimento na região de implantação do TPN (SS37-SS45).
Tabela 9.2.1-12 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas
no sedimento na região de implantação do TPN (SS37-SS45).
Tabela 9.2.1-13 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas
no sedimento na região de implantação do TPN (SS46-SS53).

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Tabela 9.2.1-14 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas


no sedimento na região de implantação do TPN (SS46-SS53).
Tabela 9.2.1-15 - Coordenadas UTM 23S WGS-84 dos pontos de coleta
de sedimentos.
Tabela 9.2.1-16 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas
no sedimento na região de implantação do TPN - (AO1-AO7).
Tabela 9.2.1-17 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas
no sedimento na região de implantação do TPN - (AO1-AO7).
Tabela 9.2.1-18 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas
no sedimento na região de implantação do TPN - (A-01 a A-07).
Tabela 9.2.1-19 – Resultados das análises físicas e químicas realizadas
no sedimento na região de implantação do TPN - (A-01 a A-07).
Tabela 9.2.1-20 - Coordenadas UTM 23S WGS-84 dos pontos de coleta
de água.
Tabela 9.2.1-21 Coordenadas dos pontos de coleta de água,
profundidade e hora de coleta das amostras.
Tabela 9.2.1-22 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas
na água na região de implantação do TPN - (AO1-AO3).
Tabela 9.2.1-23 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas
na água na região de implantação do TPN - (AO1-AO3).
Tabela 9.2.1-24 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas
na água na região de implantação do TPN - (AO1-AO3).
Tabela 9.2.1-25 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas
na água na região de implantação do TPN - (AO4-AO6).
Tabela 9.2.1-26 – Resultados das análises físicas e químicas realizadas
na água na região de implantação do TPN - (AO4-AO6).
Tabela 9.2.1-27 – Resultados das análises físicas e químicas realizadas
na água na região de implantação do TPN - (AO4-AO6).
Tabela 9.2.1-28 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas
na água na região de implantação do TPN - (AO7).
Tabela 9.2.1-29 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas
na água na região de implantação do TPN - (AO7).
Tabela 9.2.1-30 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas
na água na região de implantação do TPN - (AO7).
Tabela 9.2.1-31 - Coordenadas dos pontos de coleta de água,
profundidade e hora de coleta das amostras.
Tabela 9.2.1-32 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas
na água na região de implantação do TPN - (AO1-AO3).
Tabela 9.2.1-33 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas
na água na região de implantação do TPN - (AO1-AO3).

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Tabela 9.2.1-34 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas


na água na região de implantação do TPN - (AO1-AO3).
Tabela 9.2.1-35 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas
na água na região de implantação do TPN - (AO4-AO6).
Tabela 9.2.1-36 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas
na água na região de implantação do TPN - (AO4-AO6).
Tabela 9.2.1-37 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas
na água na região de implantação do TPN - (AO4-AO6).
Tabela 9.2.1-38 – Resultados das análises físicas e químicas realizadas
na água na região de implantação do TPN - (AO7).
Tabela 9.2.1-39 Resultados das análises físicas e químicas realizadas na
água na região de implantação do TPN - (AO7).
Tabela 9.2.1-40 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas
na água na região de implantação do TPN - (AO7).
Tabela 9.2.1-41 - Ocorrência conjunta de velocidade (m/s) e direção do
vento (°) para o período de 1 de maio a 31 de dezembro de 2011 e 1 de
janeiro a 31 de março de 2012. A direção é medida em graus a partir do
norte geográfico e segue a convenção meteorológica.
Tabela 9.2.1-42 - Ocorrência conjunta de velocidade (m/s) e direção do
vento (°) para o período de 1 de janeiro a 31 de março de 2012. A direção
é medida em graus a partir do norte geográfico e segue a convenção
meteorológica.
Tabela 9.2.1-43 - Ocorrência conjunta de velocidade (m/s) e direção do
vento (°) para o período de 1 de junho a 31 de agosto de 2011. A direção
é medida em graus a partir do norte geográfico e segue a convenção
meteorológica.
Tabela 9.2.1-44 - Ocorrência conjunta de intensidade (cm/s) e direção (°)
das correntes medidas na superfície (2 m), para o período de 29 de
março de 2012 a 03 de maio de 2012. A direção é medida em graus a
partir do norte geográfico e segue a convenção vetorial.
Tabela 9.2.1-45 - Ocorrência conjunta de intensidade (cm/s) e direção (°)
das correntes medidas em meia água (9 m), para o período de 29 de
março de 2012 a 03 de maio de 2012. A direção é medida em graus a
partir do norte geográfico e segue a convenção vetorial.
Tabela 9.2.1-46 - Ocorrência conjunta de intensidade (cm/s) e direção (°)
das correntes medidas junto ao fundo (17 m), para o período de 29 de
março de 2012 a 03 de maio de 2012. A direção é medida em graus a
partir do norte geográfico e segue a convenção vetorial.
Tabela 9.2.1-47 - Ocorrência conjunta de altura significativa (m) e
direção (°) da onda, para o período de 29 de março de 2012 a 03 de maio
de 2012. A direção é medida em graus a partir do norte geográfico e
segue a convenção meteorológica.
Tabela 9.2.1-48 - Ocorrência conjunta de período (s) e direção (°) da
onda, para o período de 29 de março de 2012 a 03 de maio de 2012. A

ARCADIS logos xxviii


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
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direção é medida em graus a partir do norte geográfico e segue a


convenção meteorológica.
Tabela 9.2.1-49 Constantes harmônicas da maré, extraídas a partir da
série temporal de elevação apresentada na Figura 23.
Tabela 9.2.1-50 - Características das grades numéricas.
Tabela 9.2.1-51 - Comparação entre os resultados da modelagem e os
dados medidos em campo.
Tabela 9.2.1-52 - Ocorrência conjunta de intensidade (cm/s) e direção (°)
das correntes (média na coluna d’água), para o período de verão. A
direção é medida em graus a partir do norte geográfico e segue a
convenção vetorial.
Tabela 9.2.1-53 - Ocorrência conjunta de intensidade (cm/s) e direção (°)
das correntes (média na coluna d’água), para o período de inverno. A
direção é medida em graus a partir do norte geográfico e segue a
convenção vetorial.
Tabela 9.2.1-54 - Ocorrência conjunta de altura (m) e direção (°) das
ondas, para o período de verão. A direção é medida em graus a partir do
norte geográfico e segue a convenção meteorológica.
Tabela 9.2.1-55 - Ocorrência conjunta de altura (m) e direção (°) das
ondas, para o período de inverno. A direção é medida em graus a partir
do norte geográfico e segue a convenção meteorológica.
Tabela 9.2.1-56 - Características comparativas do efluente da BP e do
TPN.
Tabela 9.2.1-57 - Data de obtenção, fonte, tipo, sensor e resolução
espacial das imagens obtidas.
Tabela 9.2.2-1 - Lista de espécies com número de organismos
registrados, abundância relativa e frequência de ocorrência nos pontos
de amostragem (P1, P2 e P3).
Tabela 9.2.2-2 - Lista de espécies com número de organismos
registrados, abundância relativa e frequência de ocorrência pontos de
amostragem (P1, P2 e P3) (Continuação).
Tabela 9.2.2-3 - Lista de espécies com comprimento (C) e peso (P)
médio, desvio padrão, mínimo e máximo desses valores entre os pontos
amostrais.
Tabela 9.2.2-4 - Lista de espécies com comprimento e peso médio,
desvio padrão, mínimo e máximo desses valores entre os pontos
amostrais (Continuação).
Tabela 9.2.2-5 - Lista de espécies com número de indivíduos
registrados, proporção sexual e estágio de maturação gonadal.
Tabela 9.2.2-6 - Diversidade de Shannon (H’), equitabilidade (J) e riqueza
absoluta de espécies (S) na área de influência do empreendimento na 1ª
campanha (Setembro/2013) e 2ª campanha (Janeiro/2013).

ARCADIS logos xxix


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Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Tabela 9.2.2-7 - Analise de dissimilaridade SIMPER entre as campanhas


na área de influência do empreendimento.
Tabela 9.2.2-8 - Lista de Espécies de Quelônios entre as bacias de
Campos e Santos indicando o seu status de conservação de acordo
com as respectivas agências.
Tabela 9.2.2-9 - Lista de Espécies de Cetáceos entre as bacias de
Campos e Santos indicando o seu ststus de conservação de acordo
com as respectivas agências.
Tabela 9.2.2-10 - Distribuição da densidade fitoplanctônica (Ind./ml)
coletada ao longo dos 7 pontos amostrais localizadas na porção
costeira e marítima da ADA e AID do TPN - Maricá, RJ (Setembro/2012 e
Janeiro/2013).
Tabela 9.2.2-11 - Resultados da análise de dissimilaridade (SIMPER)
entre 1ª campanha (Setembro/2012) e 2ª campanha (Janeiro/2013) nos
agrupamentos formados no Cluster e MDS. Legenda: Diss.=
Dissimilaridade; Ab.=abundância; Contrib.=contribuição;
Cum.=cumulativa.
-3
Tabela 9.2.2-12 - Densidade (Ind.m ) do zooplâncton coletado ao longo
dos 7 pontos amostrais localizados na porção costeira e marítima da
ADA e AID do TPN - Marica, RJ (Setembro/2012 e Janeiro/2013). Táxons
em negrito correspondem ao maior nível taxonômico.
Tabela 9.2.2-13 - Resultados da análise de dissimilaridade (SIMPER)
entre as campanhas de setembro/2012 e janeiro/2013, com os valores de
contribuição das espécies encontradas em cada um deles. Legenda:
Diss.= Dissimilaridade; Ab.=abundância; Contrib.=contribuição;
Cum.=cumulativa.
Tabela 9.2.2-14 - Valores médios e erro padrão (EP) do número de
indivíduos, riqueza de Margalef (d’) e densidade, e dos índices de
diversidade (H’), equitabilidade de Pielou (J’) e dominância de Simpson
nos pontos amostrais do zoobentos de fundo inconsolidado na área de
influência dos Terminais Ponta Negra, RJ (1ª Campanha -
setembro/2012; 2ª Campanha – janeiro/2013).
Tabela 9.2.2-15 - Valores da Análise de Variância (ANOVA) (F e p) são
apresentados para cada parâmetro analisado da comunidade
zoobentônica em relação aos fatores Ponto amostral, Campanha (1ª
Campanha - setembro/2012; 2ª Campanha – janeiro/2013). e a interação
entre eles.
Tabela 9.2.2-16 - Resultados da análise PERMANOVA da endofauna
entre pontos amostrais e campanhas (1ª campanha - setembro/2012; 2ª
campanha - janeiro/2013) da área dos Terminais Ponta Negra, RJ, e
respectivas interações. (d.f) graus de liberdade; p(MC) significância da
permutação de Monte Carlo.
Tabela 9.2.2-17 - Resultados da análise post hoc par a par da Permanova
entre os pontos amostrais em cada campanha de amostragem (1ª
Campanha - setembro/2012; 2ª Campanha – janeiro/2013). da área dos

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Terminais Ponta Negra, RJ. Teste t: t; p e p(MC) significância da


permutação de Monte Carlo.
Tabela 9.2.2-18 - Resultados da análise post hoc par a par da Permanova
dos pontos amostrais entre as campanhas de amostragem (1ª
Campanha - setembro/2012; 2ª Campanha – janeiro/2013) da área dos
Terminais Ponta Negra, RJ. Teste t: t; p e p(MC) significância da
permutação de Monte Carlo.
Tabela 9.2.2-19 - Contribuição percentual das espécies para a
dissimilaridade entre os grupos que diferiram significativamente na
PERMANOVA para a 1ª campanha.
Tabela 9.2.2-20 - Contribuição percentual das espécies para a
dissimilaridade entre os grupos que diferiram significativamente na
PERMANOVA para a 2ª campanha.
Tabela 9.2.2-21 - Contribuição percentual das espécies para a
dissimilaridade dos pontos que diferiram significativamente na
PERMANOVA entre as campanhas (1ª Campanha - setembro/2012; 2ª
Campanha – janeiro/2013).
Tabela 9.2.2-22 - Valores médios e erro padrão (EP) do número de
indivíduos e riqueza de Margalef (d’), e dos índices de diversidade (H’),
equitabilidade de Pielou (J’) e dominância de Simpson nos pontos
amostrais da meiofauna praial na área de influência dos Terminais
Ponta Negra na 1ª Campanha (Setembro/2012) e 2ª Campanha
(Janeiro/2013).
Tabela 9.2.2-23 - Valores da Análise de Variância (ANOVA) (F e p) são
apresentados para cada parâmetro analisado da comunidade
zoobentônica da meiofauna em relação aos fatores Ponto amostral,
Nível (MLS e MLI) na 1ª Campanha (Setembro/2012) e 2ª Campanha
(Janeiro/2013) e a interação entre eles.
Tabela 9.2.2-24 - Resultados da análise PERMANOVA da meiofauna
praial entre pontos amostrais (PO), níveis (Ni) e campanhas (Ca) (1ª
campanha - setembro/2012; 2ª campanha - janeiro/2013) da área dos
Terminais Ponta Negra, RJ, e respectivas interações. (d.f) graus de
liberdade; p(MC) significância da permutação de Monte Carlo.
Tabela 9.2.2-25 - Resultados da análise PERMANOVA da meiofauna
praial entre os níveis (MLS x MLI) em cada campanha, e por nível entre
as campanhas (1ª campanha - setembro/2012 x 2ª campanha -
janeiro/2013). (d.f) graus de liberdade; p(MC) significância da
permutação de Monte Carlo.
Tabela 9.2.2-26 - Resultados da análise PERMANOVA da meiofauna
praial entre os pontos amostrais por nível (MLS e MLI) em cada
campanha (1ª campanha - setembro/2012; 2ª campanha - janeiro/2013) e
dos pontos entre as campanhas por nível de maré. (d.f) graus de
liberdade; p(MC) significância da permutação de Monte Carlo.
Tabela 9.2.2-27 - Contribuição percentual das espécies da meiofauna
praial para a dissimilaridade entre as campanhas (1ª Campanha -
setembro/2012; 2ª Campanha – janeiro/2013). Ab.: abundância. Diss:

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dissimilaridade; DP: desvio padrão; Contrib: percentagem de


contribuição; Cum: cumulativa.
Tabela 9.2.2-28 - Contribuição percentual das espécies da meiofauna
praial para a dissimilaridade entre os níveis (faixas) de maré (MLS:
Médiolitoral superior; MLI: Médiolitoral inferior) por campanha e entre as
campanhas (1ª Campanha - setembro/2012; 2ª Campanha –
janeiro/2013). Ab.: abundância. Diss: dissimilaridade; DP: desvio
padrão; Contrib: percentagem de contribuição; Cum: cumulativa.
Tabela 9.2.2-29 - Contribuição percentual das espécies da meiofauna
praial para a dissimilaridade dos pontos amostrais entre os níveis
(faixas) de maré (MLS: Médiolitoral superior; MLI: Médiolitoral inferior)
por campanha e entre as campanhas (1ª Campanha - setembro/2012; 2ª
Campanha – janeiro/2013). Ab.: abundância. Diss: dissimilaridade; DP:
desvio padrão; Contrib: percentagem de contribuição; Cum: cumulativa.
Tabela 9.2.2-30 - Contribuição percentual das espécies da meiofauna
praial para a dissimilaridade dos pontos amostrais por níveis (faixas) de
maré (MLS: Médiolitoral superior; MLI: Médiolitoral inferior) entre as
campanhas (1ª Campanha - setembro/2012; 2ª Campanha –
janeiro/2013). Ab.: abundância. Diss: dissimilaridade; DP: desvio
padrão; Contrib: percentagem de contribuição; Cum: cumulativa.
Tabela 9.2.2-31 - Valores médios e erro padrão (EP) do número de
indivíduos e riqueza de Margalef (d’), e dos índices de diversidade (H’),
equitabilidade de Pielou (J’) e dominância de Simpson nos pontos
amostrais da macrofauna praial na área de influência dos Terminais
Ponta Negra na 1ª campanha (Setembro/2012) e 2ª campanha
(Janeiro/2013).
Tabela 9.2.2-32 - Valores da Análise de Variância (ANOVA) (F e p) são
apresentados para cada parâmetro analisado da comunidade
zoobentônica da macrofauna em relação aos fatores Ponto amostral,
Nível (MLS e MLI), Campanha (1ª campanha - setembro/12; 2ª campanha
- janeiro/13) e a interação entre eles.
Tabela 9.2.2-33 - Resultados da análise PERMANOVA da macrofauna
praial entre pontos amostrais (PO), níveis (Ni) e campanhas (Ca) (1ª
campanha - setembro/2012; 2ª campanha - janeiro/2013) da área dos
Terminais Ponta Negra, RJ, e respectivas interações. (d.f) graus de
liberdade; p(MC) significância da permutação de Monte Carlo.
Tabela 9.2.2-34 - Resultados da análise PERMANOVA par a par da
macrofauna praial entre os níveis (MLS x MLI) em cada campanha, e por
nível entre as campanhas (1ª campanha - setembro/2012 x 2ª campanha
- janeiro/2013). (d.f) graus de liberdade; p(MC) significância da
permutação de Monte Carlo.
Tabela 9.2.2-35 - Resultados da análise PERMANOVA par a par da
macrofauna praial dos pontos amostrais entre campanhas (1ª campanha
- setembro/2012; 2ª campanha - janeiro/2013) por nível (MLS e MLI). (d.f)
graus de liberdade; p(MC) significância da permutação de Monte Carlo.

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Tabela 9.2.2-36 - Resultados da análise PERMANOVA par a par da


macrofauna praial entre os pontos amostrais por nível (MLS e MLI) em
cada campanha (1ª campanha - setembro/2012; 2ª campanha -
janeiro/2013). (d.f) graus de liberdade; p(MC) significância da
permutação de Monte Carlo.
Tabela 9.2.2-37 - Contribuição percentual das espécies da macrofauna
praial para a dissimilaridade entre as campanhas (1ª Campanha -
setembro/2012; 2ª Campanha – janeiro/2013). Ab.: abundância. Diss:
dissimilaridade; DP: desvio padrão; Contrib: percentagem de
contribuição; Cum: cumulativa.
Tabela 9.2.2-38 - Contribuição percentual das espécies da macrofauna
praial para a dissimilaridade entre os níveis (faixas) de maré (MLS:
Médiolitoral superior; MLI: Médiolitoral inferior) por campanha e entre as
campanhas (1ª Campanha - setembro/2012; 2ª Campanha –
janeiro/2013). Ab.: abundância. Diss: dissimilaridade; DP: desvio
padrão; Contrib: percentagem de contribuição; Cum: cumulativa.
Tabela 9.2.2-39 - Contribuição percentual das espécies da macrofauna
praial para a dissimilaridade entre os pontos amostrais nos níveis
(faixas) de maré (MLS: Médiolitoral superior; MLI: Médiolitoral inferior)
por campanha (1ª Campanha - setembro/2012; 2ª Campanha –
janeiro/2013). Ab.: abundância. Diss: dissimilaridade; DP: desvio
padrão; Contrib: percentagem de contribuição; Cum: cumulativa.
Tabela 9.2.2-40 - Contribuição percentual das espécies da macrofauna
praial para a dissimilaridade por pontos amostrais nos níveis (faixas) de
maré (MLS: Médiolitoral superior; MLI: Médiolitoral inferior) entre
campanhas (1ª Campanha - setembro/2012; 2ª Campanha –
janeiro/2013). Ab.: abundância. Diss: dissimilaridade; DP: desvio
padrão; Contrib: percentagem de contribuição; Cum: cumulativa.
Tabela 9.2.2-41 - Valores médios do número, densidade e tamanho de
tocas, peso e largura e comprimento da carapaça de O. quadrata
encontradas nos pontos amostrais de praia arenosa na área de
influência dos Terminais Ponta Negra na 1ª campanha (Setembro/2012)
e 2ª campanha (Janeiro/2013).
Tabela 9.2.2-42 - Diversidade de Shannon (H’), equitabilidade (J) e
riqueza absoluta de espécies (S) na área de influência do
empreendimento em ambas as campanhas.
Tabela 9.2.2-43 - Análise de dissimilaridade (SIMPER) entre as
campanhas utilizando o coeficiente de Bray-Curtis na área de influência
do empreendimento.
Tabela 9.2.2-44 - Diversidade de Shannon (H’), equitabilidade (J) e
riqueza absoluta de espécies (S) na área de influência do
empreendimento para o zoobentos (Fital e Não Fital).
Tabela 9.2.2-45 - Análise de dissimilaridade (SIMPER) entre as
campanhas utilizando o coeficiente de Bray-Curtis na área de influência
do empreendimento para os organismos do não fital.

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Tabela 9.2.2-46 - Análise de dissimilaridade (SIMPER) entre as


campanhas utilizando o coeficiente de Bray-Curtis na área de influência
do empreendimento para os organismos do fital.
Tabela 10.3.1-1 - Classificação de grãos da planilha de Wentworth.
Tabela 10.3.1-2 - Granulometria do material dragado (média dos 53
pontos amostrados).
Tabela 10.3.1-3 - Características das operações de dragagem.
Tabela 10.3.4-1 - Resumo dos resultados obtidos na modelagem.
Tabela 10.4.1-1 Diagrama de ocorrência conjunta de altura significativa
das ondas (m) e direção de propagação, segundo dados do modelo
WW3 no período de 2005 a 2012.
Tabela 10.4.1-2 Diagrama de ocorrência conjunta de período de pico (s)
e direção de propagação, segundo dados do modelo WW3 no período
de 2005 a 2012.
Tabela 10.4.1-3 - Diagrama de ocorrência conjunta de altura significativa
das ondas (m) e direção de propagação, segundo dados do modelo
WW3 para o período de verão entre os anos de 2005 a 2012.
Tabela 10.4.1-4 - Diagrama de ocorrência conjunta de altura significativa
das ondas (m) e direção de propagação, segundo dados do modelo
WW3 para o período de outono entre os anos de 2005 a 2012.
Tabela 10.4.1-5 Diagrama de ocorrência conjunta de altura significativa
das ondas (m) e direção de propagação, segundo dados do modelo
WW3 para o período de inverno entre os anos de 2005 a 2012.
Tabela 10.4.1-6 - Diagrama de ocorrência conjunta de altura significativa
das ondas (m) e direção de propagação, segundo dados do modelo
WW3 para o período de primavera entre os anos de 2005 a 2012.
Tabela 10.4.2-1 Características das malhas de propagação de ondas.
Tabela 10.4.4-1 - Identificação, coordenadas UTM SAD-69 e Z
ortométrica dos marcos geodésicos instalados pela Prefeitura de
Maricá.

Lista de Mapas
Mapa 9.1.3-1 - Áreas de expansão Urbana.
Mapa 9.1.3-2 - Densidade Demográfica e Vetores de Crescimento Urbano
no Município de Maricá.

Mapa 9.1.3-3 - Densidade Demográfica e Vetores de Crescimento Urbano


no Município de Saquarema.

Mapa 9.1.3-4 - Mapa dos Bairros do Entorno.

Mapa 9.1.3-5 - Mapa da distribuição Espacial das AISP no estado do Rio


de Janeiro.

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Mapa 9.1.3-6 - Mapeamento de assentamento humano por condições


habitacionais - Maricá.

Mapa 9.1.3-7 - Mapa de uso e ocupação do solo.

Mapa 9.1.3-8 - Zoneamento municipal incidente na AID e Área


Diretamente Afetada.

Mapa 9.1.3-9 - Pontos de Localização da Pesquisa de Percepção


Ambiental.

Mapa 9.1.3-10 - Áreas de Pesca e Possíveis Rotas de Pesca.

Mapa 9.1.3-11 - Área de exclusão e/ou restrição, por técnica de pesca,


na região Centro Norte/RJ.

Lista de Anexos
Anexo XXVIII - Programas governamentais para o setor pesqueiro
Anexo XXIX - Zoneamento Municipal de Maricá
Anexo XXX - Zoneamento Municipal de Saquarema
Anexo XXXI - Certidão de Situação e Aforamento, Dados Cadastrais e
Escrituras
Anexo XXXII - Lei da Pesca (Lei nº 11.959/09)
Anexo XXXIII - Roteiro de entrevistas qualitativas
Anexo XXXIV - Descrição de técnica de captura
Anexo XXXV - Período de defeso das espécies
Anexo XXXVI - Cartas Náutica 23000 (Marinha, 2009)
Anexo XXXVII - Diagnóstico do Patrimônio Cultural e Histórico
Anexo XXXVIII – Laudos laboratoriais - sedimento
Anexo XXXIX – Laudos laboratoriais - água
Anexo XL – Descrição Delft

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9.1.3. Meio Socioeconômico


No presente capítulo são abordados os temas relativos ao processo de ocupação das Áreas
de Influência Indireta e Direta (AII e AID) e respectiva organização societária no que se refere
aos aspectos de estrutura espacial urbana, economia e finanças públicas, população,
equipamentos sociais e condições de vida. Inicialmente é apresentada a metodologia de
coleta e análise empregada para o estudo desse conjunto de aspectos ou temas, seguindo-
se exposições temáticas individualizadas.

A) Metodologia de trabalho
A caracterização da estrutura produtiva considerou seu processo histórico de organização e
foi realizada por meio de variáveis relativas à evolução da atividade econômica, à
caracterização setorial das atividades, aos meios e instrumentos de intervenção e à
infraestrutura produtiva. A abrangência da análise se deu no nível das atividades urbanas e
peri-urbanas presentes na área de estudo, com ênfase nos grandes vetores ou eixos de
crescimento. Esta última análise foi realizada à luz do diagnóstico da dinâmica econômica de
toda a região Sudeste, do Estado do Rio de Janeiro e por fim dos municípios sob influência
socioeconômica do empreendimento: Maricá e Saquarema. O município de Maricá será a
sede do futuro empreendimento e beneficiário dos impostos a serem gerados; por outro lado,
o município de Saquarema também está localizado nas proximidades da área do
empreendimento e sofrerá seus impactos - negativos e positivos de forma direta.

Os estudos referentes à estrutura produtiva e de serviços foram desenvolvidos com base em


dados secundários, desde que permitissem a compreensão da temática em questão. Sempre
que possível, e quando pertinente, os dados secundários foram complementados com dados
primários, obtidos na AID, de forma a possibilitar uma melhor compreensão da dinâmica e
das interações existentes. Destaca-se quanto a esse aspecto a caracterização da atividade
pesqueira, que é desenvolvida no item relativo à Dinâmica Sociocultural, por ser realizada
predominantemente de forma artesanal.

A caracterização setorial das atividades se fez por meio de indicadores da indústria, de


serviços e da agropecuária para esses dois municípios. Foram também analisadas as
dimensões do Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal por refletir desenvolvimento
humano com maior precisão do que os indicadores de PIB, sempre em comparação com o
contexto regional.

Para o estudo populacional foram utilizados os principais indicadores demográficos presentes


nas bases estatísticas disponíveis, considerando-se o período 1.980 - 2.010 para a avaliação
dos grandes fluxos e, o intervalo inter censitário 2.000 - 2.010, para a compreensão das
variáveis que qualificam aqueles fluxos. Foi dada especial atenção à população com
domicílios - permanentes e temporários, localizados no interior da Área Diretamente Afetada
(ADA).

As seguintes fontes secundárias foram utilizadas: IBGE - Instituto Brasileiro de Estatística e


Geografia (principalmente pelo Departamento de Contas Nacionais); Fundação CEPERJ -
Centro Estadual de Estatísticas Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de
Janeiro; Fundação Getúlio Vargas; Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil (PNUD);
Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal; Ministério do Trabalho; e Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados, além de pesquisa bibliográfica.

ARCADIS Logos 1
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No que se refere às condições de vida, foi dada ênfase aos temas educação, saúde,
habitação e segurança pública. O diagnóstico da habitação foi estruturado de modo a
fornecer um panorama geral da configuração habitacional existente nos municípios da AII e
da AID, de forma comparativa com a situação presente no estado do Rio de Janeiro. Foram
priorizadas as características e a condição dos domicílios tendo por base dados do Censo
Demográfico do IBGE 2010, bem como a análise do déficit habitacional elaborada pela
Fundação João Pinheiro para o ano 2000. Em seguida foi realizada a caracterização dos
domicílios existentes no entorno próximo da ADA, através de observação in loco e vasto
registro fotográfico.

Em relação à segurança pública foi priorizada a caracterização da estrutura física e humana


dos órgãos especializados, (polícias civil, militar e guarda municipal, judiciário e corpo de
bombeiros), utilizando informações disponíveis em sites oficiais dessas instituições. Foram
também utilizados os dados do Perfil dos Municípios Brasileiros do IBGE, disponíveis para o
ano de 2009. Foram igualmente considerados os índices de criminalidade disponibilizados
pelo Instituto de Segurança Pública do estado do Rio de Janeiro - ISP. Procedeu-se ao
cálculo das principais ocorrências para os crimes contra a pessoa, contra o patrimônio e
demais registros policiais significativos, estabelecendo taxas por 10.000 habitantes em 2011,
de modo a tornar comparáveis entre si os atributos dos diferentes municípios, evitando as
distorções decorrentes do tamanho das respectivas populações. Para os municípios da AID,
foi realizado o recorte da série temporal 2007-2011 para avaliar a evolução da criminalidade
no período. Os principais projetos e programas governamentais deste segmento são
apresentados no Anexo XXVIII.

Para o segmento educação foi estabelecida a caracterização do nível educacional da


população, bem como dos recursos físicos e humanos do sistema educacional, utilizando
dados disponibilizados pelo IBGE e INEP, além de informações cedidas pelas secretarias
municipais de educação.

O estudo das condições de saúde da população local e regional foi baseado em dados
secundários e levantamentos de campo. Seu desenvolvimento foi feito considerando os
critérios de regionalização do Sistema Único de Saúde - SUS, conforme orienta a Norma
Operacional de Assistência à Saúde de 2001. Os dados secundários que subsidiam o
trabalho são aqueles sistematizados e disponibilizados pelo Ministério da Saúde e pela
Secretaria de Estado da Saúde do Rio de Janeiro. A base histórica de ocorrência das
doenças e das informações obtidas não apresenta um período uniforme, pois a pesquisa
priorizou as informações mais recentes que obtidas por meio de pesquisas no Departamento
de Informática do Ministério da Saúde - DATASUS, e que eram disponíveis para o ano de
2008 (mortalidade) e de 2009 (demais indicadores). As informações provenientes do Sistema
Nacional de Agravos de Notificação já haviam sido disponibilizadas para o ano de 2010 no
momento dos levantamentos.

Após a sistematização e análise de consistência dos dados, foi desenvolvido o estudo


descritivo dos indicadores de saúde (perfil de atendimento, infraestrutura e padrões de
morbidade e mortalidade), o que possibilitou identificar os principais agravos presentes na
região em estudo. Paralelamente, como a temática de saúde incorpora uma territorialidade
específica, buscou-se contextualizar as áreas de influência do empreendimento no âmbito da
regionalização institucional da saúde no estado do Rio de Janeiro. Os levantamentos em
campo foram realizados em abril de 2012, com o objetivo de identificar possíveis locais de

ARCADIS Logos 2
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incidência de vetores de doenças na região e identificação dos principais agravos. Foram


feitas observações na futura área operacional, e na vegetação mais próxima e no entorno,
assim como nos locais onde serão realizadas as obras.

Por último, no que se refere ao sistema viário e à infraestrutura urbana, foram levantados os
dados secundários disponíveis - Censo Demográfico de 2010 e Rede de Cidades do IBGE,
Agência Nacional das Águas - ANA, Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento -
SINIS, Fundação Estadual de Estatística, Pesquisa e Formação de Funcionários Públicos do
Rio de Janeiro - CEPERJ, Código de Trânsito Brasileiro - CTB e Confederação Nacional dos
Transportes - CNT, principalmente. A caracterização da infraestrutura foi complementada
através de levantamentos, com entrevistas com dirigentes de diferentes secretarias, órgão
públicos e de empresas prestadoras de serviços dos municípios da AID, e observações
diretas de campo, com o competente registro fotográfico.

Os resultados dos trabalhos estão apresentados nos itens que se seguem.

B) Histórico de Ocupação da AII


O projetado Terminal Ponta Negra localiza-se na zona costeira norte da Região Metropolitana
do Rio de Janeiro, espaço repleto de contrastes físicos, bióticos e socioeconômicos. Ao longo
do litoral, são encontradas áreas para onde convergem intensa urbanização, atividades
industriais de ponta e atividades portuárias, áreas de bioma de mata atlântica em diferentes
estágios de conservação protegidas pela legislação ambiental, bem como uma exploração
turística em larga escala.

A zona costeira fluminense foi, historicamente, bastante ocupada. No século XX, registrou-se
grande desenvolvimento por conta do histórico de ocupação do próprio país e também pelo
fato de que o município do Rio de Janeiro era o então Distrito Federal (município Neutro). À
essa importância aliou-se o inegável dote portuário da região, que escoava as produções das
minas gerais, além do café produzido também no estado do Rio. Tal combinação resultou em
um expressivo desenvolvimento econômico de toda a região vizinha à capital.

Houve notável polarização em torno da cidade do Rio de Janeiro, tanto em relação à


dinâmica demográfica quanto ao que tange à esfera econômica. Não obstante a instalação
das linhas de bonde e da malha ferroviária, a integração das áreas urbanas da Região
Metropolitana sempre foi centralizadora. Com a implantação da Rodovia Washington Luís
(BR-040) e da Presidente Dutra (BR-116) criaram-se novos eixos de acesso às áreas no
entorno da Baía da Guanabara.

A fusão da cidade do Rio de Janeiro com seu entorno físico veio em 1975, onde as
disparidades existentes entre a primeira e o interior do estado eram notáveis, ratificando a
concentração metropolitana como uma das mais marcantes características do território
fluminense. No decorrer do processo de substituição de importações e acelerado crescimento
econômico brasileiro, a região Sudeste foi a maior expoente, atraindo um vasto contingente
de migrantes para, principalmente, o entorno das áreas metropolitanas. Niterói, por exemplo,
cresceu vertiginosamente com a presença de usos residenciais, comerciais, de serviços e
industriais, para além da presença significativa de usos institucionais.

Além do forte processo de ocupação da região metropolitana, estreitamente vinculada à


expansão do município do Rio de Janeiro, o interior do Estado não demonstrou

ARCADIS Logos 3
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desenvolvimento econômico compatível. Outrossim, o interior também não sofreu com as


problemáticas de uso e ocupação do solo incorridos na região metropolitana, tais como os
processos de ocupação irregular de encostas e mangues.

Maricá e Saquarema foram preservadas desse movimento principalmente por seu acesso
entremeado pelas serras da Tapuaba, do Lagarto e da Tiririca, à época mais difíceis de
serem transpostas. A divisão serrana e costeira, aliada à presença de propriedades rurais
relativamente vastas, contribuíram para a manutenção de características rurais e de
pequenos aglomerados urbanos próximos aos centros históricos, com o desenvolvimento
modesto de domicílios de veraneio. Enquanto isso, e apesar do dinamismo econômico, a
região metropolitana do Rio de Janeiro acentuava disparidades e contradições sociais,
evidenciados pela má distribuição dos serviços e equipamentos urbanos, a crescente
demanda por habitação e consequente aumento das submoradias (LAGO, 2009)1.

Mais recentemente, entretanto, houve um forte crescimento da indústria petrolífera ao norte e


uma consolidação da Baía de Sepetiba ao sudoeste como exportadora de minérios, além de
área de desenvolvimento industrial. Eis que a falta de infraestrutura social, que é evidente na
região metropolitana, ocorreu também nas novas áreas de expansão que apresentaram taxas
de crescimento demográfico superiores à média estadual.

Essa forma desordenada de crescimento, evidenciada pela região de Macaé2 e pela Baía de
Sepetiba3 e seus diversos conflitos ambientais e sociais, teve uma forte contribuição da falta
de planejamento ex-ante a chegada de grandes investimentos em indústrias de base e
portuárias. A instalação do COMPERJ, Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro em Itaboraí
foi objeto de um planejamento social e ambiental voltado para não repetir os exemplos
anteriormente citados e almejar uma inserção que potencialize a criação de empregos e a
ocupação ordenada do território costeiro.

A inserção do Terminal Ponta Negra segue a mesma contextualização. Maricá e Saquarema


detêm origens similares, cujos povoados surgiram no final do século XVI a cargo dos
portugueses que haviam recebido terras em doação. Ambos os municípios foram explorados
intensamente por atividades agrícolas e mão de obra escrava. Após a abolição da

1
Mais de 11% dos habitantes da capital fluminense viviam em domicílios em localidades subnormais em 2000, o que representa
cerca de 1,2 milhão de pessoas.

2
Macaé, sede da Petrobrás na exploração de petróleo e gás da Bacia de Campos, sofreu as consequências de rápido e
desordenado crescimento. Sua população quase triplicou nos últimos 20 anos, período no qual 14 favelas surgiram. A indústria
do petróleo emprega cerca de 50 mil trabalhadores diretos e indiretos, que demandam setores correlatos como serviços,
construção civil e hotelaria. Além do fator natural presente, a região contou com estratégias de incentivos fiscais para a
instalação de indústrias, desde a doação de terrenos e fornecimento de crédito até reduções ou isenções de impostos municipais
e estaduais, a exemplo do Fundo de Desenvolvimento de Campos de Goytacazes (Fundecam) e o Fundo Municipal de
Desenvolvimento Econômico e Social de Macaé (Fumdec).

3
A Baía de Sepetiba abriga grandes conglomerados siderúrgicos, terminais marítimos exportadores de minérios, centrais
térmicas de geração de energia, rodovias federais, ferrovias, concentrações urbano-industriais importantes, instalações militares
da Aeronáutica e da Marinha (incluindo a construção da base dos submarinos nucleares) e áreas urbanas densamente
povoadas - convivendo em áreas exíguas entre a montanha, o mangue e o mar.

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escravatura essas atividades diminuíram ao ponto dos municípios se consolidarem com


população agrária estável de atividade desconcentrada e regiões turísticas especialmente de
veraneio.

a) Expansão urbana
A maioria dos municípios da região costeira fluminense detém zonas urbanas concentradas
no litoral e no entorno das lagoas que lhe são características. A região dos lagos, que se
inicia em Maricá e se estende para leste por Saquarema, ao longo da costa, apresenta
fenômeno de ocupação acelerada nos últimos anos, motivada pela combinação entre a busca
de opções de moradia e a busca de belas paisagens e praias ainda pouco poluídas. A
combinação dessas duas especializações marca sobremaneira a estrutura e dinâmica
econômica dos municípios da AID: espraiamento do uso residencial por conta da expansão
da Região Metropolitana do Rio de Janeiro e grande concentração de residências
secundárias para lazer.

Segundo Lago (2009), a pressão exercida pelo município do Rio de Janeiro já ocorre desde
os anos 70 no município de Niterói, impulsionado pela construção da ponte que liga ambos
municípios. A área urbana iniciou processo de adensamento e as áreas de expansão
começaram a ser rapidamente ocupadas. Mais recentemente até as áreas outrora destinadas
ao lazer, em especial a chamada região oceânica composta pelos bairros Itaipu e Piratininga,
vem sofrendo conversão em sua ocupação para servirem de moradia permanente. Essa
pressão exercida pela expansão da Região Metropolitana também atinge Maricá, fazendo
com que áreas historicamente ocupadas pela agricultura sejam convertidas em áreas de uso
residencial (RANDOLPH, 2008).

Já a atividade turística local é caracterizada pelas residências de temporada, marcada pelas


segundas residências para veraneio e também como opção de lazer nos finais de semana. A
ocupação temporária ocorre em 31% dos domicílios da AID, sendo que 59% são ocupados
permanentemente e ainda há 12% vazios. Cabe destacar que praticamente 9% do total das
residências temporárias do Estado do Rio de Janeiro encontram-se localizadas na AID,
contra apenas 1,8% dos domicílios totais e 1,3% dos domicílios ocupados permanentemente.
A marcante característica de local de veraneio contorna também as atividades comerciais e
de serviços, marcadas pela temporalidade de atuação e informalidade nas baixas
temporadas. O Mapa 9.1.3-1 a seguir, mostra a expansão da mancha urbana na região do
estudo, em quatro horizontes temporais: os anos de 1980, 1990, 2000 e 2010.

A sobreposição das manchas urbanas permite identificar os principais vetores de expansão,


que estão na direção dos municípios de São Gonçalo, Itaboraí e Tanguá por meio do eixo da
BR-101; e no sentido do município de Maricá, onde se observam focos de ocupação urbana
principalmente no entorno da RJ-106. Também permite verificar a dinâmica de expansão,
cujas principais características são:

 i. a ocupação das áreas de baixada próximas à costa e a barreira criada pelos aclives
acentuados, característica visualizável de forma clara pelas manchas não ocupadas no
município de Niterói, tais como o Morro do Castro (no alinhamento da chegada da ponte
Rio Niterói) e pelo Morro do Pico (oposto ao Pão de Açúcar);
 ii. o adensamento da região metropolitana do Rio de Janeiro, característica visualizável
pelas tonalidades mais escuras (representando ocupações mais antigas) no entorno das
manchas urbanas de 1980 de Niterói e São Gonçalo, partindo para as manchas de 1990

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também em Itaboraí e em Maricá; finalmente passando para os anos mais recentes com
mais intensidade em Maricá, Itaboraí, Tanguá e Rio Bonito. Esse último movimento de
expansão (2000/2010), denota a escassez de áreas urbanas próximas à radial que se
cria a partir do centro geográfico do município do Rio de Janeiro. As mesmas
observações quanto à expansão das manchas urbanas faz notar que a dinâmica dos
municípios Araruama, São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande, Arraial do Cabo é distinta da
expansão do município do Rio de Janeiro e sua região metropolitana;
 iii. a terceira característica marcante, é o papel das estradas e rodovias na determinação
dos vetores de expansão urbana, onde se destacam as ocupações coincidentes com as
áreas de entorno dos principais eixos rodoviários. Evidencia-se que o processo de
ocupação antrópica está inter-relacionado com a oferta de infraestrutura de transportes:

Em Maricá, nota-se que a sede urbana e alguns de seus distritos se desenvolveram


linearmente ao longo do eixo da rodovia RJ-106 (Rodovia Amaral Peixoto). A RJ-118 (Estrada
Sampaio Corrêa - Jaconé) também influenciou a ocupação de pequenos núcleos urbanos ao
longo de seu eixo, cruzando as lagoas de Guarapiné e Jaconé, bem como a ocupação da
área da Ponta Negra em sua porção sul (oposta ao empreendimento ora estudado). Já a
faixa litorânea, com seu claro apelo paisagístico, foi ocupada linearmente no entorno da
Avenida Central;

Já em Saquarema, a ocupação se deu principalmente ao longo da RJ-128 (Avenida


Saquarema e depois Estrada do Palmital) e sua intersecção com a RJ-106 (Rodovia Amaral
Peixoto);

Alguns dos demais municípios na área de influência indireta do empreendimento proposto


também detêm relações intrínsecas de ocupação ao longo de vias, a exemplo de Tanguá,
cuja sede urbana se desenvolveu linearmente ao longo do eixo da rodovia BR-101, inclusive
utilizando-a como via urbana (denominada Rua Silva Souza dos Santos). Já Rio Bonito
cresceu ao redor da estação ferroviária da Linha Rio-Vitória, com áreas de maior densidade
estendendo-se ao longo e nas adjacências do rio Bonito e da ferrovia, nas áreas planas entre
a BR-101 e a Serra do Sambe. Observam-se ainda ocupações urbanas na margem da BR-
101 e no entroncamento da BR-101 com a RJ-124 (Via Lagos), que liga o Município à São
Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos.

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Mapa 9.1.3-1 - Áreas de expansão Urbana.

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VERSO

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Verifica-se que a estruturação do espaço urbano na região de estudo, historicamente, não se


deu por meio de uma mancha urbana contínua e crescente. Pelo contrário, a expansão se
configurou de forma descontínua e restringida a alguns pontos específicos e ao longo dos
eixos do sistema de transportes: inicialmente, as ferrovias, e mais recentemente, as rodovias.
Em especial, nota-se a influência da rodovia federal BR-101 e das estaduais RJ-106, RJ-144
e a RJ-124.

Enquanto os contornos acentuados do relevo e as características do sistema de transporte


ajudaram a conformar a localização das ocupações urbanas da área, a intensidade
(densidade ocupacional) e forma (tipologia e padrão construtivo) foram motivadas também
por outras forças, como a implantação de indústrias e serviços e a saturação de áreas
urbanas, levando à busca de novos espaços (espraiamento).

Na sequencia da consolidação de núcleos urbanos centrais e bem localizados em relação à


dinâmica econômica sob influência da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, vem sendo
observada uma tendência de queda em suas densidades de ocupação. Esse movimento vem
ocorrendo paralelamente à consolidação de determinadas áreas da periferia e à expansão
das fronteiras das áreas satélites, uma vez que a valorização imobiliária nas áreas mais
centrais resulta na busca por terrenos mais baratos e na ocupação das áreas mais afastadas,
em geral, pela população mais carente.

Segundo Loureiro (2006), deve-se destacar que a intensa valorização imobiliária dos núcleos
urbanos ocasionou a propagação de loteamentos ilegais, em vários municípios da Baixada
Fluminense e São Gonçalo, e, no município do Rio de Janeiro, o crescimento populacional
das favelas. Este fenômeno é confirmado pela diminuição populacional em termos absolutos
nas áreas centrais e aumento significativo nas áreas de expansão de perfil social superior e
de perfil popular (LAGO, 2009).

Novamente segundo Loureiro (2006), a ampliação da infraestrutura urbana básica, em geral,


não acompanhou a expansão física da configuração da malha urbana, sendo este processo
de espraiamento conjugado à precarização das condições de habitabilidade. Esse processo
induziu o desenvolvimento de habitações subnormais, da favelização das áreas periféricas e
da informalização das moradias por meio da autoconstrução, tendo como consequência,
entre outras evidências, a favelização dos subúrbios no entorno dos principais eixos
rodoviários.

A ocupação histórica no entorno de infraestruturas industriais e de transporte (da primeira


consequentes ou sequentes), permitiu a criação de sub-redes de infraestrutura que
viabilizaram novas áreas de ocupação, não obstante a dinâmica de ocupação fosse
igualmente decorrente de outras dinâmicas. Torna-se claro pelo histórico de ocupação do
Estado do Rio de Janeiro que a implantação de indústrias, em conjunto com a saturação de
áreas urbanas, levou à busca por novos espaços pela população (RANDOLPH, 2008).

Serra et al. (2003) demonstrou o espraiamento ocorrido em Macaé por conta da instalação da
sede de exploração de petróleo e gás da Bacia de Santos pela Petrobras no município.
Comparando a evolução dos preços imobiliários (tanto de venda quanto de aluguel) nesse
município com os de Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro e Vitória, o estudo em apreço
comprovou que tanto o valor médio de venda quanto o de aluguel em Macaé encontravam-se

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muito acima da média dos demais municípios, levando-se em consideração o mesmo padrão
habitacional e zona de residência.

b) Vetores de crescimento urbano


Em entrevista com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano de Maricá (agosto/2013), foram
apontados os principais vetores de crescimento urbano no município, conforme mostra o
Mapa 9.1.3-2., onde também é indicada a densidade demográfica por setor censitário,
conforme dados do IBGE 2010.

O vetor que mais se destaca localiza-se no Distrito de Inoã, Unidade de Planejamento 3


(Itaipuaçu) que, no geral, apresenta média densidade demográfica com residências
características de classe média alta. A região, composta por loteamentos denominados
Jardim Atlântico Oeste, Jardim Atlântico Central e Jardim Atlântico Leste, cresce para o norte,
acompanhando a estrada de Itaipuaçu em direção à RJ-106 ou Rodovia Amaral Peixoto.
Entende-se que esse crescimento está associado à proximidade com a cidade de Niterói,
sendo a região polarizada pelo município vizinho. O crescimento se dá em área estabelecida
pelo Plano Diretor (Lei complementar n°145, de 10 de outubro de 2006) como uma ZR -
Zonas Residenciais, que “são aquelas onde prevalece o uso para moradias unifamiliares ou
multifamiliares e as atividades de apoio ou complementaridade a esse uso, compatíveis entre
si” (Inciso I, Art. 142).

Outro local onde se verifica um vetor de crescimento, embora com intensidade ainda fraca, é
no bairro do Pilar, Distrito de Manoel Ribeiro, na Unidade de Planejamento 11. De acordo
com a Secretaria, o crescimento mais expressivo se dará à médio/longo prazo, ao longo da
RJ-114 ou Estrada de Ubatiba, no sentido norte. Um importante fator de atração para essa
porção vem sendo a proximidade com o COMPERJ, em Itaboraí, que poderá ser facilmente
acessível através da RJ- 114.

A região em apreço se caracteriza por ocupações residenciais de classe média alta,


apresentando baixa densidade. O Plano Diretor classifica a área lindeira à rodovia como ZC -
Zonas Comerciais, ou seja, “aquelas onde prevalecem as atividades comerciais e de
prestação de serviços, classificadas de acordo com as intensidades dessas atividades,
admitida a incidência de uso residencial e de atividades econômicas ligadas ao setor
terciário” (Inciso II, Art. 142). Essa faixa lindeira de Zona Comercial, por sua vez, possui um
entorno classificado como ZUAP - Zonas de Uso Agropecuário, “aquelas onde prevalecem
atividades agrícolas e de criação animal e aquelas de apoio e complementação compatíveis
entre si” (Inciso VIII, Art. 142).

Os mapas do Zoneamento Municipal de Maricá, são divididos em 13 UPs - Unidades de


Planejamento e encontram-se no Anexo XXIX.

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Mapa 9.1.3-2 - Densidade Demográfica e Vetores de Crescimento Urbano no Município de


Maricá.

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No município de Saquarema, os vetores de crescimento apontados pela Secretaria Municipal


de Obras e Urbanismo (agosto/2013) ocorrem principalmente entorno das áreas urbanas
mais adensadas do município. Observa-se, no distrito de Bacaxá, que os vetores de
crescimento acompanham a RJ-106 ou Rodovia Amaral Peixoto em direções opostas:
Sampaio Correia/Maricá, à oeste, e Araruama, à leste. Outro vetor indicado localiza-se na
divisa do distrito de Bacaxá com o distrito sede de Saquarema, acompanhando uma estrada
municipal (Estrada da Barreira) em direção ao bairro Jardim.

Quanto à sobreposição dos vetores em relação ao zoneamento municipal, nota-se que os


vetores que acompanham a Rodovia Amaral Peixoto estão situados em áreas classificadas
no Plano Diretor como ZEU - Zona de Expansão Urbana, ou seja, área que “abrange os
terrenos não parcelados, destinados ao crescimento urbano” (Art. 55 §5°). Já a região de
Jardim não possui classificação de zoneamento estabelecido no Plano Diretor em vigência.

O mapa de Zoneamento do Município de Saquarema pode ser visto no Anexo XXX.

A seguir, o Mapa 9.1.3-3, mostra os vetores de crescimento urbano no município de


Saquarema sobrepostos à densidade demográfica dos setores censitários (IBGE, 2010).

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Mapa 9.1.3-3 - Densidade Demográfica e Vetores de Crescimento Urbano no Município de


Saquarema.

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C) Perspectivas de ocupação da AID


Maricá e Saquarema não abrigam empreendimentos de vulto suficiente para provocar
alterações na funcionalidade e no desempenho produtivo de seus centros urbanos, não
obstante a própria sede urbana de Maricá ter se desenvolvido linearmente à rodovia RJ-106,
com base em impulsos externos, principalmente de caráter metropolitano.

Conforme observado na apresentação da Área de Influência Indireta, no processo de


metropolização foram constantes os movimentos de ocupação das franjas urbanas, com
valorização diferenciada da terra urbana ofertada à consumidores de diversas faixas de renda
por meio de loteamentos populares, condomínios fechados, etc.

a) Histórico de valorização imobiliária e valor da terra


A ocupação mais ampla da AID ocorreu por meio da multiplicação de loteamentos. Em
Maricá, mas de forma semelhante em Saquarema, de acordo com Martins4, o parcelamento
das terras teve início de forma mais intensa no decorrer da década de 1940 através da
aquisição e loteamento de fazendas. Os anos da década de 1950 registraram a aceleração
desse processo, informando o autor citado que uma única empresa se tornou proprietária de
quase toda a orla de Maricá, de Itaipuaçu até Ponta Negra, e que a mesma atuava como
imobiliária, construtora e financeira simultaneamente. Esse sistema se manteve até
recentemente, com vendas de lotes em prestações reduzidas e prazos elásticos, com imóveis
a venda cujos loteamentos haviam sido aprovados nas décadas de 1950 e 60. Vale registrar
como elemento indutor importante neste período, a implantação da Rodovia Amaral Peixoto,
no primeiro quinquênio dos anos 50.

Como ocorre em geral em todos os processos de valorização imobiliária, a intervenção dos


investimentos públicos tem papel extremamente relevante, no caso em apreço se destaca
não apenas a implantação dessa rodovia, mas sua duplicação concluída entre 2005 e 2006.
Outro grande momento de valorização ocorreu em 1974, com a inauguração da ponte Rio -
Niterói, com intenso impacto em toda a região dos Lagos e criação da base para o
surgimento da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Especialmente para Saquarema, e
em menor proporção inicialmente para Maricá, o turismo e as condições para a prática do
surfe representaram um fator importante de atratividade. No final dos anos da década de
1970 a construção da ponte do Boqueirão, viabilizando o acesso rodoviário a partir de Maricá
para a região de restingas impulsionou fortemente o loteamento desse segmento.

Nesse contexto, nos anos das décadas de 1970 e 80 foram diversos os projetos de
implantação de grandes empreendimentos imobiliários que foram inviabilizados, entre outros
aspectos, pela transformação da área de restinga em APA. É nesse período, também, que a
AID perde suas características de área rural e de predomínio das atividades primárias -
agropecuária e pesca, para crescentemente se transformar em área privilegiada de
loteamentos, com grande proporção de residenciais secundárias, incremento dos serviços e,
especialmente, da construção civil.

4
MARTINS, Ângela Maria Moreira. O parcelamento da terra no município de Maricá, Estado do Rio de Janeiro. 1986. 160f.
Dissertação (Mestrado em Geociências) – Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ,
1986

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Ainda segundo Martins, organizando informações do Cadastro de Imóveis da Prefeitura de


Maricá, o número de lotes aprovados (ver quadro a seguir) teve seu maior movimento
destacadamente na década de 1950 e apresenta flutuações vinculadas ao comportamento da
economia e do mercado imobiliário, com outro momento de forte expansão na década de
1970.

Quadro 9.2-1 - Número de lotes aprovados - Maricá - 1940 a 1990.

Anos
Município
1940 1950 1960 1970 1980 1990

Maricá 5.000 65.000 5.000 20.000 9.000 10.000

Fonte: Cadastro de Imóveis da Prefeitura Municipal de Maricá.

Vale ressaltar que os loteamentos são investimentos de longo prazo de maturação, de modo
que tende a existir um significativo hiato entre a aquisição das terras com objetivo de
investimento imobiliário dentro da perspectiva de sua valorização, a implantação dos
loteamentos e a efetiva comercialização dos lotes. Desse modo, na AID, a aquisição de
amplas áreas e seu loteamento - especialmente considerando as áreas mais valorizadas -
acessíveis pela rodovia e próximas ao sistema lagunar e marítima, precedeu em muito o
efetivo incremento da urbanização. Estima-se que já no final dos anos da década de 1980 a
quase totalidade da restinga estava loteada, mas não necessariamente colocada no
mercado.

Um dos principais problemas intervenientes no avanço dos loteamentos refere-se, sem


dúvida, à forte carência de infraestruturas, especialmente o abastecimento de água e a coleta
de esgotos. Nesse contexto a expansão dos loteamentos ocorreu de forma desorganizada e
incluindo como ônus do consumidor arcar com os custos de serviços públicos deficitários ou
inexistentes.

De acordo com SOCHACZEWSK5, quando na década de 1990 o transbordamento


metropolitano atingiu fortemente o município de Maricá quase duplicando sua população e
tendo por motivo central a busca de moradia barata e não muito distante do centro
empregador, verificou-se uma forte intensificação da especulação imobiliária, com
continuidade nas duas últimas décadas, dada à permanência do processo migratório,
matizado agora por outros elementos comentados na sequencia.

Um dos mais importantes, já citado, foi a duplicação da Rodovia Amaral Peixoto, concluída
entre os anos de 2005 e 2006 no trecho entre Tribobó e Maricá e que criou novas condições
de acessibilidade, colocando Maricá a 1 - 1 ½ hora do centro do Rio de Janeiro. Essa nova

5
SOCHACZEWSKI, Jacques. CONTEXTO DO DESENVOLVIMENTO ADOTADO PELO MUNICÍPIO DE MARICÁ, RJ. Niterói,
2004

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acessibilidade vem se constituindo em fator de grande atratividade para a fixação de novas


populações, diversificando o perfil socioeconômico dos novos migrantes.

Assumem relevo segmentos à procura de locais tranquilos e longe do trânsito e da balbúrdia


urbana, fato que já se reflete na oferta imobiliária local. Malgrado sejam mantidas as
facilidades de venda - prazo e financiamento, os preços de diversos loteamentos mais
próximos ao traçado da rodovia duplicada quase duplicaram de preço comparativamente aos
mais afastados, adicionando à mais fácil acessibilidade, alguns elementos de status -
serviços e equipamentos comunitários, além de jardins e áreas denominadas de preservação
ambiental. Vale observar que atualmente só são admitidos pelo poder público municipal
loteamentos com infraestruturas próprias nas áreas de expansão. A implantação do
COMPERJ representou um fator adicional de atratividade para as porções lindeiras à rodovia,
especialmente em seu trecho até o cruzamento no sentido de Itaboraí.

É nesse contexto que se deu a recente “descoberta” do mercado consumidor regional com a
desconcentração de atividades terciárias até então mantidas na cidade do Rio de Janeiro, e
que se direciona para uma população - especialmente aquela de renda média e alta, que
necessitava deslocar-se para o Rio ou para Niterói para adquirir produtos mais sofisticados.
Esse aspecto teve por marco cronológico (2004) a construção do São Gonçalo Shopping Rio
junto à BR- 101, em São Gonçalo, e agora se faz presente em Maricá, com a chegada de
marcas tradicionais e novos equipamentos comerciais e serviços.

Como fator notável deve ainda ser citado o projeto de um grande resort - cujos detalhes são
apresentados no item relativo à atividade turística, que por sua dimensão e vinculação ao
trading turístico internacional, caso seja efetivamente implantado, deverá proporcionar forte
valorização imobiliária de seu entorno mais amplo, especialmente para loteamentos mais
sofisticados e direcionados ao público de renda média e alta.

Vale observar, enquanto conclusão dessa síntese do histórico e características da


valorização imobiliária e valor da terra na AID, que apesar de não terem sido encontrados
registros estatísticos relativos à evolução do valor dos imóveis - os dados disponíveis na
Prefeitura Municipal relativos à evolução da Planta Genérica de Valores e à cobrança do
ITBI6 não se prestam facilmente a essa análise - as observações realizadas, assim como
conversas com agentes imobiliários e outros informantes, deixaram claro que atualmente se
vivencia uma situação de intensa valorização e que ela vem sendo susceptível à influência de
um grande número de fatores que deverão ser considerados numa futura atualização do
plano diretor municipal. Destaque também, como elemento novo, o fato de que, na sequencia
dos investimentos públicos, começam a aparecer de forma disseminada os investimentos
privados, num movimento que poderá chegar a ser capaz de, pelo menos em parte,
realimentar a valorização imobiliária.

Em relação especificamente ao distrito de Ponta Negra, vale observar que sua ocupação
também foi fortemente influenciada pela implantação da RJ-118, muito embora, conforme já
observado, não por decorrência de grandes empreendimentos. Maricá em específico e, em

6
Foram identificados apenas os dados relativos ao volume de recolhimento desse imposto municipal, o que indicou uma forte
aceleração das transações imobiliárias nos últimos anos.

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menor grau, Saquarema, já estão se constituindo em opção de moradia para um significativo


contingente de população da região metropolitana. Já há sinais de conurbação ao sul do
município, quiçá pelo ambiente mais bem preservado, também, a custos de vida menores no
que se refere a preços de imóveis e aluguéis.

D) Rede de Cidades e Hierarquia Funcional


Em 2007 o IBGE investigou a rede urbana nacional e construiu um mapa da polarização das
cidades brasileiras, publicado no estudo Regiões de Influência de Cidades - REGIC. Os
critérios adotados pelo estudo permitem visualizar as ligações entre as cidades, delineando
suas áreas de influência e esclarecendo a articulação das redes no território por meio da
classificação dos centros urbanos segundo seu papel na rede urbana do país. O REGIC
possibilita, dessa forma, visualizar a importância relativa de Maricá e Saquarema frente as
suas órbitas de influência.

A classificação privilegia a função de gestão do território, avaliando níveis de centralidade do


Poder Executivo e do Judiciário no nível federal, e de centralidade empresarial, bem como a
presença de diferentes equipamentos e serviços. Objetiva-se, dessa forma, “subsidiar o
planejamento estatal e as decisões quanto à localização das atividades econômicas de
produção e consumo, bem como prover ferramentas para o conhecimento das relações
sociais e dos padrões sociais que delas emergem” (REGIC, 2008, p. 9).

A estruturação das redes urbanas nacionais subdivide-se em metrópoles, capitais regionais,


centros sub-regionais, zonais e os locais. São Paulo classifica-se como Grande Metrópole
Nacional, sendo Rio de Janeiro e Brasília classificados como Metrópole Nacional e Manaus,
Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba, Goiânia e Porto Alegre como
Metrópoles.

Já as capitais regionais, que reúnem 70 centros, subdividem-se em: a) capital regional A (11
cidades, medianas de 955 mil habitantes e 487 relacionamentos); b) capital regional B (20
cidades, medianas de 435 mil habitantes e 406 relacionamentos); e c) capital regional C (39
cidades, medianas de 250 mil habitantes e 162 relacionamentos).

Os centros sub-regionais, composto por 169 centros, são menos atuantes e geralmente
possuem relacionamento com as metrópoles nacionais. Estão subdivididos em: a) centro sub-
regional A (85 cidades, medianas de 95 mil habitantes e 112 relacionamentos); e b) centro
sub-regional B (79 cidades, medianas de 71 mil habitantes e 71 relacionamentos).

O Quadro 9.2-2 a seguir traz as interligações de influência dos municípios investigados.


Percebe-se que virtualmente todos os municípios influenciados pelo empreendimento ligam-
se diretamente com a Metrópole Rio de Janeiro. Apenas Cabo Frio figura como centro sub-
regional e desenvolve relações paralelas com Iguaba Grande que não são diretamente
intermediadas pela Metrópole. Estas relações de dependência entre municípios, entre outras
características, permitem a identificação de cidades que se constituem basicamente com a
função de dormitórios, com expressiva população e alto índice de movimentos pendulares,
subordinados à centros maiores.

ARCADIS Logos 20
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Quadro 9.2-2 - Interligações de influência na área de estudo.

Areal (RJ); Cachoeiras


de Macacu (RJ); Carmo
(RJ); Casimiro de
Abreu (RJ); Miguel Silva
Maricá
Centro Local Pereira (RJ); Paty do Iguaba Grande (RJ) Jardim
(RJ)
Alferes (RJ); (RJ)
Saquarema (RJ);
Tanguá (RJ);
Vassouras (RJ)
Araruama Rio Bonito Rio Bonito
Centro Zona B  
(RJ) (RJ) (RJ)

Centro Zona A     

Centro Sub Regional B     

Cabo Frio
Centro Sub Regional A    
(RJ)

Capital Regional C     

Niterói
Capital Regional B    
(RJ)

Capital Regional A     

Metrópole Rio de Janeiro (RJ)


Fonte: IBGE (2008). Elaboração: ARCADIS logos.

Observa-se que Maricá, devido à sua proximidade, subordina-se diretamente a Niterói antes
da capital fluminense. O município em questão foi incluído na criação da Região
Metropolitana do Rio de Janeiro (Lei Complementar nº 20/1974), juntamente com os
municípios de Niterói, Duque de Caxias, Itaboraí, Itaguaí, Magé, Nilópolis, Nova Iguaçu,
Paracambi, Petrópolis (incluindo São José do Vale do Rio Preto), São Gonçalo, São João de
Meriti e Mangaratiba.

Conforme a Lei nº 1.227/1987 que aprova o Plano de Desenvolvimento Econômico e Social


1988/1991, o Governo do Estado formaliza a seguinte divisão territorial em oito regiões:
Metropolitana, Noroeste Fluminense, Norte Fluminense, Baixadas Litorâneas, Serrana,
Centro-Sul Fluminense, Médio Paraíba e Baía da Ilha Grande. Uma vez que esta composição
é aplicada na elaboração de políticas públicas, houve alterações tanto na denominação
quanto na composição de algumas regiões do Estado, influenciando Maricá7.

A Lei Complementar nº 97/2001 cria uma nova microrregião denominada dos Lagos,
incluindo ambos municípios da AID e promovendo, assim, a retirada de Maricá da Região

7
Segundo definição do IBGE, a divisão regional serve para “...subsidiar o sistema de decisões quanto à localização de
atividades econômicas, sociais e tributárias; subsidiar o planejamento, estudos e identificação de estruturas espaciais de regiões
metropolitanas e outras formas de aglomerações urbanas e rurais.” (IBGE. Disponível em http://www.ibge.gov.br)

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Metropolitana. Além deste e Saquarema, a região incluiu Araruama, Armação dos Búzios,
Arraial do Cabo, Cabo Frio, Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia e Silva Jardim, todos
municípios das baixadas litorâneas.

Maricá, bem como o município de Petrópolis, optaram por deixar a composição da Região
Metropolitana. A inclusão de Maricá na região dos Lagos e de Petrópolis na região Serrana,
ambas com vocação turística, reflete a estagnação econômica que permeava o Estado do
Rio de Janeiro à época. Já em 2009, por força da Lei Complementar n° 133, Maricá é retirado
da Região das Baixadas Litorâneas e novamente inserido na Região Metropolitana. Ao
mesmo tempo, a dita Lei confirma a composição da Microrregião dos Lagos, incluindo
Saquarema.

Essa nova denominação expressa, em nível local, a realidade do espaço geográfico


resultante de elementos particulares do quadro natural e das relações sociais e econômicas,
haja vista que Maricá encontra-se na vertente de pressões populacionais da expansão da
Metrópole e da manutenção de seu status quo histórico de município praiano-turístico de
características rurais, similar ao vizinho Saquarema. Os movimentos de inclusão, exclusão e
posterior re-inclusão do município na Região Metropolitana refletem a situação de confluência
de distintos interesses na qual Maricá se encontra.

E) Dinâmica Econômica Regional e Local


A análise da estrutura produtiva e de serviços tem como objetivo fornecer uma visão
compreensiva das formas como a população utiliza os recursos naturais, humanos e de
capital disponíveis na região do empreendimento, procurando entender as relações
existentes entre os vários setores de atividades econômicas da área em estudo e os da
região onde esta se insere.

O diagnóstico da estrutura produtiva e de serviços objetiva identificar características


particulares ao desenvolvimento econômico da região e do contexto local onde o
empreendimento estará inserido. Tal conhecimento fornece subsídios para uma posterior
identificação e análise dos efeitos e impactos decorrentes do empreendimento proposto,
tanto em sua fase de implantação como de operação, seja em relação ao contexto regional,
seja localmente, catalisando as potencias sinergias positivas, mitigando as negativas e
abrindo oportunidades para o desenvolvimento econômico.

A presente seção permitirá, em conjunto com a descrição dos aspectos demográficos e da


organização social, cultural e político-institucional, identificar em quais setores as
probabilidades de ocorrência de ganhos e perdas são maiores. Esse conhecimento permitirá
desenhar programas para, por exemplo, considerar da melhor forma o potencial da mão de
obra local, aproveitando o empreendimento como catalisador da economia local tanto em sua
fase de implantação como de operação.

a) Estrutura Produtiva e de Serviços


O Estado do Rio de Janeiro é a segunda unidade da federação em termos de Produto Interno
Bruto, tendo atingido o montante de R$ 353,88 bilhões em 2009. Entre os anos de 2000 e
2009, o crescimento real da economia foi de 26%, resultado pouco inferior ao nacional. O
Estado respondeu, em média neste período, por 11% do PIB brasileiro, superado pelo estado
de São Paulo (33,5%) e seguido por Minas Gerais (8,9%).

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O setor mais característico e indutor das inversões no Estado foi o de exploração e


beneficiamento de petróleo e gás natural, incentivadas pela combinação da presença das
maciças reservas de óleo na Bacia de Campos com o alto preço internacional do petróleo8.
Além deste, o valor praticado para as commodities minerais e agrícolas também motivou
investimentos no setor portuário e logístico, com a implantação de retroáreas e estruturas de
apoio. O Arco Metropolitano do Rio de Janeiro vem a corroborar os investimentos realizados
e propiciar importante alteração na dinâmica de movimentação dos municípios em seu
entorno. Além disso, destacam-se a realização dos eventos esportivos Copa do Mundo de
Futebol e as Olimpíadas de 2016.

Segundo relatório da CEPERJ (2011) está prevista a atração de expressivos R$ 40 bilhões


na instalação de refinarias de petróleo, construção de navios petroleiros, fabricação de
automóveis e a construção de complexos portuários no interior do estado, como já
explicitados na seção anterior. Esses investimentos recaem não apenas na capital do estado
e sua região metropolitana, mas também em outros municípios, promovendo uma
desconcentração das atividades industriais. Esses deslocamentos espaciais têm gerado
novas dinâmicas de mobilidade populacional e de organização de mercados de trabalho, com
possibilidade de melhor integração intersetorial das atividades, sinalizando a formação de
nova regionalização da economia no Estado. Nesse contexto econômico é que se insere o
TPN, que proverá suporte às atividades de exploração de petróleo e gás natural, além de
criar um elo logístico com o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro - COMPERJ9, já
vislumbrado pela implantação do Arco Metropolitano do Rio de Janeiro.

Conforme já observado, a economia da AII a partir dos anos da década de 1950 entrou num
prolongado período de esvaziamento econômico com a afetação dos principais segmentos
produtivos: o sistema portuário de Niterói, a indústria da construção naval, a cafeicultura do
Norte do estado e o tradicional setor têxtil perderam competitividade e foram
progressivamente desativados. No final do primeiro quinquênio dos anos da década de 1970,
dois fatores impactaram intensamente Niterói: (i) a fusão com a Guanabara e a transferência
da capital para a cidade do Rio de Janeiro, ocasionando o deslocamento de agências e
escritórios, agravando o esvaziamento econômico e, (ii) a entrada em funcionamento da

8
A Bacia de Campos é a maior produtora nacional de petróleo; próximo a ela está a província do pré-sal, com boas perspectivas
de exploração. Uma marcante característica do setor petroleiro, assim como ocorre com grande parte das indústrias de base, é
sua imobilidade - sua dinâmica extrativista e cadeia produtiva necessita estar próxima às áreas produtoras.

9
O empreendimento prevê a geração de mais de 200 mil empregos diretos, indiretos e por “efeito-renda”, durante os cinco anos
da obra e após a entrada em operação; todos em escala nacional. Será formado por unidades de refino (inicialmente para 165
mil barris/dia de óleo pesado nacional, prevendo-se a implantação de planta semelhante três a quatro anos após a entrada em
operação) e unidades geradoras de produtos petroquímicos de 1ª geração (propeno, butadieno, benzeno, entre outros), e com
uma capacidade de eteno da ordem de 1,3 milhão de toneladas/ano. Haverá também um conjunto de unidades de 2ª geração
petroquímica com produção de estireno, etileno-glicol, polietilenos e polipropileno, entre outros. Além disso, haverá uma Central
de Produção de Utilidades (CDPU), responsável pelo fornecimento de água, vapor e energia elétrica necessários para a
operação de todo o Complexo.

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ponte Rio - Niterói, que elevou o grau de centralidade da capital sobre a Grande Niterói e
sobre o interior do Estado.

Esse quadro só começou a ser revertido na década de 1980, no quadro de expansão


metropolitana, com a consolidação de diversas vocações. Os melhores resultados no novo
quadro em formação foram alcançados principalmente pelo polo urbano regional - Niterói,
que podia se valer de um importante conjunto de equipamentos urbanos e sociais, públicos e
privados, acumulados no período em que foi capital estadual, bem como de um grande
contingente populacional, onde uma fração relevante pertencia aos estratos de renda média e
superior, compondo um mercado consumidor significativo.

Dentro do processo geral de terceirização da economia, Niterói passou por amplo


crescimento dos serviços, movimento que ocorreu paralelamente, a grande expansão
imobiliária, com a verticalização acelerada de diversos bairros e forte concentração de
famílias de renda média e alta. Nesse contexto, contribuíram para a intensidade desse
movimento a implementação de políticas de renovação urbana e de fomento ao turismo, bem
como investimentos particulares que propiciaram a multiplicação do lançamento de novos
serviços e comércios crescentemente sofisticados, como shopping centers, hospitais e
clínicas particulares, colégios e universidades privadas.

A retomada da atividade industrial ocorreu mais adiante e se deveu principalmente à


localização privilegiada de Niterói em relação aos principais campos petrolíferos do país - as
bacias de Campos e de Santos. A grande expansão desse setor permitiu a recuperação da
indústria naval e a atração de investimentos em empresas de offshore a estaleiros, entre
outras.

Em 1980, Niterói respondia por 46% do PIB da AII, tendo como única participação
comparável neste âmbito, a do vizinho Município de São Gonçalo. Para este, no entanto,
assim como para a parcela maior dos municípios restantes da AII - especialmente aqueles
localizados nas franjas periurbanas da metrópole e que conviviam com um prolongado
esvaziamento econômico de suas atividades econômicas predominantemente primárias, os
anos das décadas de 1980 e 1990 foram marcados pelo transbordamento populacional da
metrópole e intenso processo de urbanização. Enquanto Niterói absorveu principalmente
segmentos de média e alta renda, São Gonçalo e os demais municípios mais próximos
absorveram grandes contingentes de famílias que migravam pressionadas pela valorização
imobiliária. Desse modo se especializaram, situação que em grande parte já se fazia presente
em São Gonçalo, como cidades dormitório. Vale observar que em 1980 os deslocamentos
casa-trabalho fora de seu município de residência na metrópole fluminense atingia 52% da
população ocupada.

Afora Niterói e São Gonçalo, os demais municípios da AII apresentavam baixa densidade
econômica e, como visto, predomínio de atividades primárias pouco dinâmicas,
comparecendo com pequenas participações no PIB regional, como pode ser observado na
Tabela 9.1.3-1 a seguir. No conjunto do período 1980 - 2000, foram muito pouco significativas
as alterações nessa distribuição, malgrado o crescimento real do PIB nesses 20 anos - 2,7%
aa - tenha sido importante, especialmente considerando o contexto da economia fluminense
nesse período.

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Tabela 9.1.3-1 - Evolução do PIB dos municípios da AII e da AID, 1980 - 2000, em valores
constantes (R$ mil) do ano 2000.

1980 2000 Taxa Média Anual de


Municípios da AII e da AID
R$ mil (%) R$ mil (%) Crescimento (%)

Maricá 154.745 2,4 379.357 3,46 4,58


Saquarema 87.906 1,37 258.386 2,36 5,5
Niterói 2.960.958 46 4.066.706 37,1 1,6
São Gonçalo 2.292.358 35,6 4.174.172 38,1 3
Itaboraí 395.602 6,14 774.659 7,07 3,4
Tangua - - 104.940 0,96 -
Rio Bonito 141.226 2,19 281.804 2,57 3,5
Silva Jardim 26.973 0,42 84.461 0,77 5,9
Araruama 228.816 3,55 448.893 4,1 3,4
Iguaba Grande - - 80.707 0,74 -
São Pedro da Aldeia 150.664 2,34 302.847 2,76 3,6
Total 6.439.248 100 10.956.932 100 2,7
Fonte: IPEADATA, acesso em 12/09/2013

Os municípios da AID estão entre aqueles que apresentaram as maiores taxas de


crescimento real do PIB - acima de 4,5% aa nesses 20 anos, porém a diminuta densidade de
suas respectivas economias não permitiu que esse desempenho ocasionasse maior
alteração de suas posições no ranking regional. Vale destacar que nesse período Saquarema
consolidou sua vocação como município turístico, não tendo sido atingido pelo
transbordamento metropolitano, exceto na forma de residências secundárias, fixando-se
como estas suas principais características sociais e econômicas. Já para Maricá, verificou-se
uma situação intermediária, com forte ocupação por residências permanentes -
predominantemente de baixa e média renda, de sua porção mais próxima de Niterói e
consolidação como área privilegiada de segundas residências e turismo, no restante de seu
território. Isto é, Saquarema consolidou sua vocação litorânea e turística, enquanto Maricá,
simultaneamente, a vocação metropolitana e litorânea, em diferentes partes de seu amplo
território. No contexto da AII destacaram-se na última década pela intensidade da
urbanização e do incremento populacional os municípios de Maricá, Itaguaí e Tanguá, onde o
incremento da população migrante foi de 340%, 149% e 131%, respectivamente.

Conforme observado, e segundo indicação do estudo da rede de cidades do IBGE, os


municípios componentes da área de influência direta e indireta do empreendimento detêm
estruturas produtivas dependentes da metrópole do Rio de Janeiro, sem denotação de
dinâmica própria que não seja a de recepção de moradores excluídos do grande centro e de
veranistas. De toda a AII, Niterói e São Gonçalo continuaram a destacar-se pelo maior vulto
econômico quando comparados aos demais municípios do Estado do Rio de Janeiro. O
Quadro 9.2-3 a seguir, ilustra a situação por meio do ranking dos cinco maiores municípios
fluminenses e da posição de Maricá e Saquarema dentre os 92 municípios do Rio de Janeiro

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relativo ao PIB, PIB per Capita e os valores agregados nos três setores de atividade no ano
de 2009.

Quadro 9.2-3 - Ranking das principais economias do estado do Rio de Janeiro - 2009.

VAB VAB VAB


Ranking PIB PIB per capita
Agropecuária Indústria Serviços
o
1 Rio de Janeiro Porto Real Campos dos Rio de Janeiro Rio de Janeiro
Goytacazes
o
2 Duque de Quissamã Teresópolis Campos dos Duque de
Caxias Goytacazes Caxias
o
3 Campos dos São João da São Francisco de Duque de Niterói
Goytacazes Barra Itabapoana Caxias
o
4 Niterói Rio das Ostras Sumidouro Rio das Ostras São Gonçalo
o
5 São Gonçalo Piraí Rio de Janeiro Cabo Frio Nova Iguaçu

(…) (…) (…) (…) (…) (…)


o o o o o
Maricá 33 78 72 41 25
o o o o o
Saquarema 39 49 58 51 32

Fonte: IBGE e Anuário Estatístico do Rio de Janeiro (2011). Elaboração: ARCADIS logos.

As posições relativas dos municípios na última década são evidenciadas pela Tabela 9.1.3-2
a seguir, que traz a participação de cada um dos PIBs dos municípios da AID e AII no total do
Estado do Rio de Janeiro. Percebe-se que tanto Maricá quanto Saquarema aumentaram suas
participações relativas no PIB estadual, tendo crescido nesse último período a taxas de
respectivamente 6,8% aa e 5,0% aa em termos reais, enquanto o conjunto da região
apresentou crescimento (1,7%), inferior ao das duas décadas anteriores. Nesse contexto os
municípios da AID atingiram patamares expressivos em seus produtos - o PIB de Maricá
supera a marca de um bilhão de reais, enquanto Saquarema atinge quase um bilhão. Esses
aumentos relativos tornam-se ainda mais expressivos quando comparados aos movimentos
relativos dos demais municípios considerados, que mantiveram na última década suas
atividades estáveis em relação ao restante do Estado. São Gonçalo teve crescimento
negativo em termos reais e Niterói cresceu à taxa anual média de 2,1%.

Cabe ressaltar que a manutenção da participação relativa não se repetiu em todas as regiões
fluminenses, haja vista a descentralização paulatina do PIB estadual impulsionado
principalmente pelo crescimento das regiões Norte Fluminense e Costa Verde, que
comportam infraestruturas para, respectivamente, a indústria petrolífera e
portuária/exportadora.

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Tabela 9.1.3-2 - Produto Interno Bruto (PIB) em mil reais e PIB per capita dos municípios da AID,
da AII e do estado do Rio de Janeiro - 2000 e 2010, a preços de mercado.

2000 2010
Áreas de
Influência /
PIB Participação PIB per PIB Participação PIB per
Municípios e
UF capita capita
(R$ mil) RJ (%) (R$) (R$ mil) RJ (%) (R$)

Maricá 375.542,63 0,27% 4.772,43 1.644.995,00 0,40% 12.900,00


AID
Saquarema 236.945,28 0,17% 4.436,85 946.030,00 0,23% 12.746,00
Niterói 4.381.732,56 3,14% 9.505,71 11.214.103,00 2,75% 23.011,00
São
4.139.433,88 2,96% 4.607,98 10.340.756,00 2,54% 10.342,00
Gonçalo
Itaboraí 778.512,44 0,56% 4.088,59 2.186.487,00 0,54% 10.026,00
Tanguá 102.552,77 0,07% 3.882,96 290.655,00 0,07% 9.458,00
Rio Bonito 267.178,28 0,19% 5.345,28 856.989,00 0,21% 15.417,00
AII
Silva
81.419,91 0,06% 3.792,79 192.515,00 0,05% 9.013,00
Jardim
Araruama 430.335,21 0,31% 5.102,33 1.264.898,00 0,31% 11.291,00
Iguaba
78.143,23 0,06% 5.016,26 236.044,00 0,06% 10.327,00
Grande
São Pedro
322.495,41 0,23% 4.996,91 940.787,00 0,23% 10.689,00
da Aldeia
Estado do Rio
139.754.794,68 100% 9.642,44 407.122.794,00 100,00% 25.455,00
de Janeiro
Fonte: IBGE e Anuário Estatístico do Rio de Janeiro (2012). Elaboração: ARCADIS logos.

Dos municípios componentes da AII, Niterói permanece detendo o maior produto. Em um


mesmo patamar, e muito superior aos demais municípios, está o produzido por São Gonçalo.
Este último município detém, distintamente de Niterói, uma população muito superior, o que
faz com que seu PIB per capita seja menos da metade daquele. Considerando-se um PIB per
capita estadual de R$ 22 mil, Maricá e Saquarema estão bastante aquém da média, que é
puxada para cima por conta do resultado auferido por segmentos industriais e de petróleo e
gás.

Corrigindo-se a variação do produto interno pela inflação (IPCA/IBGE), tem-se pelo Gráfico
9.2-1 a seguir, a representação dos movimentos ocorridos ao longo da última década. A base
100 no ano de 2000 permite visualizar com rapidez o brusco desenvolvimento que o
município de Saquarema obteve ao longo dos últimos cinco anos, motivado em grande parte
pelo crescimento do setor de prestação de serviços. Cabe mencionar a estratégia do
município em reduzir a alíquota de seu imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISSQN)

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para atração de um maior número de empresas, estratégia que tem seu respaldo nas Leis
Complementares nº 16/2004 e 20/2007 do dito município10.

Maricá, embora não de forma tão expressiva, também cresceu ao longo da década pari passu
ao Estado do Rio de Janeiro, superando o crescimento estadual nos últimos três anos.
Resultado da década aponta para o crescimento de 60% para o PIB de Maricá e de 40% para
o PIB Estadual. Os movimentos econômicos do Estado ocorreram em linha com o
desenvolvimento econômico do Brasil, que de 2000 para 2009 aumentou sua economia em
50% em termos reais.

Gráfico 9.2-1 - Variação cumulativa do PIB de Maricá, Saquarema, Rio de Janeiro e Brasil - 2000
a 2009, em preços constantes (2000=100).

Fonte: IBGE e Anuário Estatístico do Rio de Janeiro (2011). Elaboração: ARCADIS logos

Acompanhando a evolução do PIB, o PIB per capita dos municípios também sofreu
alterações significativas ao longo da última década. Saquarema, que cresceu seu produto em
pouco mais de 80% de 2000 a 2009, deteve um aumento do PIB per capita da ordem de
40%. Enquanto o PIB de Maricá cresceu em quase 60% no período analisado, a distribuição

10
Os setores prestadores de serviço com incentivos fiscais são: informática e congêneres; pesquisas e desenvolvimento de
qualquer natureza; saúde, assistência médica e congêneres; medicina e assistência veterinária e congêneres; cuidados
pessoais, estética, atividades físicas e congêneres; relativos a engenharia, arquitetura, geologia, urbanismo, construção civil,
manutenção, limpeza, meio ambiente, saneamento e congêneres; educação, ensino, orientação pedagógica e educacional,
instrução, treinamento e avaliação pessoal de qualquer grau ou natureza; relativos a hospedagem, turismo, viagens e
congêneres; intermediação e congêneres; guarda, estacionamento, armazenamento, vigilância e congêneres; relativos à
fonografia, fotografia, cinematografia e reprografia; relativos a bens de terceiros; apoio técnico, administrativo, jurídico, contábil,
comercial e congêneres; regularização de sinistros vinculados a contratos de seguros; inspeção e avaliação de riscos para
cobertura de contratos e seguros; prevenção e gerência de riscos seguráveis e congêneres; portuários, aeroportuários,
ferroportuários, de terminais rodoviários; ferroviários e metroviários; programação e comunicação visual, desenho industrial e
congêneres; chaveiros, confecção de carimbos, placas, sinalização visual, banners, adesivos e congêneres; assistência social;
avaliação de bens de qualquer natureza; biblioteconomia; biologia, biotecnologia e química; técnicos em edificações, eletrônica,
eletrotécnica, mecânica, telecomunicações e congêneres; desenhos técnicos; desembaraço aduaneiro, comissários,
despachantes e congêneres; investigações particulares, detetives e congêneres; reportagem, assessoria de imprensa,
jornalismo e relações públicas; artistas, atletas, modelos e manequins; museologia; e relativos a obras de arte sob encomenda.

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dessa riqueza permaneceu virtualmente constante. O crescimento econômico foi oriundo de


crescimento populacional e geração de renda por conta de alguns empreendimentos,
resultando em uma tendência bastante preocupante para o município.

A comparação entre os gráficos de PIB e PIB per capita permite visualizar o crescimento de
forma distinta da renda per capita, que aumentou de forma expressiva porém menos
contundente. O Estado do Rio de Janeiro cresceu em volume 40% e em termos per capita
27%; enquanto que os respectivos dados para o País foram de 50% e 35% ao longo da
última década. Percebe-se, por conta do comparativo estadual e nacional, que a situação
ocorrida em Saquarema não é descolada do desenvolvimento econômico maior, enquanto
que Maricá preocupa por não ter aumento real de PIB per capita ao longo de toda a última
década.

Gráfico 9.2-2 - Variação cumulativa do PIB per capita de Maricá, Saquarema, Rio de Janeiro e
Brasil - 2000 a 2009, em preços constantes (2000=100).

Fonte: IBGE e Anuário Estatístico do Rio de Janeiro (2011). Elaboração: ARCADIS logos.

O Gráfico 9.2-3 a seguir, ilustra como os dois municípios da AID alteraram a composição
relativa de suas atividades econômicas ao longo da década. Maricá viu uma redução relativa
de suas atividades agropecuárias, que já representavam em 2000 apenas 1,4% de seu PIB.
Vale ressaltar que em 1980 essa participação já era reduzida, pouco inferior a 10%,
verificando-se um progressivo desgaste dos remanescentes dessa atividade. Houve um
aumento significativo da indústria em 2010, passando de 12,8% para 31,7%, reduzindo o
percentual dos serviços para 67,8%. Saquarema deteve comportamentos similares tanto em
relação à queda de expressividade da agricultura ( 12,4% em 1980, 1,9% em 2000 e 1% em
2010), quanto ao aumento das atividades industriais, espelho do que ocorreu no Estado do
Rio de Janeiro.

No Estado as atividades industriais se expandiram de modo mais acelerado que os demais


setores, com um crescimento de 28,1% e destaque para as indústrias: extrativa mineral, 47%;
bebidas, 31%; minerais não metálicos, 40%; e metalurgia, 33%. Por outro lado, evidencia-se
a participação inexpressiva do setor agropecuário.

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Gráfico 9.2-3 - Participação do Valor Adicionado Bruto (VAB) da agropecuária, indústria e


serviços - Maricá, Saquarema e Rio de Janeiro - 2000 / 2010.

Fonte: IBGE e Anuário Estatístico do Rio de Janeiro (2012). Elaboração: ARCADIS logos.

De 2000 para 2010 os municípios detiveram crescimentos distintos nos três setores
econômicos. No período, a maioria dos municípios da AII apresentou queda na participação
relativa do setor agropecuário e crescimento no setor de serviços. São Gonçalo, Silva Jardim
e Iguaba Grande detinham em 2000, respectivamente, um setor agropecuário responsável
por 0,4%, 8,5% e 0,9% dos seus PIBs. Esses porcentuais caíram em 2010 para,
respectivamente, 0,3%, 4,3% e 0,6%. Os dados mencionados estão dispostos na Tabela
9.1.3-3 e na Tabela 9.1.3-4 a seguir, sendo o primeiro para o ano de 2000 e o segundo para
2010, ambos em valores correntes (sem correção de movimento de preços).

Tabela 9.1.3-3 - Valor Adicionado Bruto (VAB) da agropecuária, indústria e serviços dos
municípios da AID e da AII - 2000 (preços correntes).

VAB VAB VAB


Áreas de Influência / Agropecuária Indústria Serviços
Municípios e UF
(R$ mil) (%) (R$ mil) (%) (R$ mil) (%)

Maricá 4.998,52 1,4% 46.048,65 12,8% 309.176,10 85,8%


AID
Saquarema 4.270,95 1,9% 21.960,39 9,6% 201.837,23 88,5%

Niterói 7.138,76 0,2% 529.056,50 13,0% 3.519.602,89 86,8%

São Gonçalo 13.627,37 0,4% 617.798,94 16,0% 3.227.185,90 83,6%

Itaboraí 3.706,53 0,5% 115.311,10 15,6% 617.848,47 83,8%

Tanguá 936,19 1,0% 18.529,13 19,1% 77.326,40 79,9%


AII
Rio Bonito 4.349,99 1,8% 37.604,55 15,3% 204.615,44 83,0%

Silva Jardim 6.757,31 8,5% 10.704,93 13,5% 61.639,50 77,9%

Araruama 12.316,16 3,0% 52.451,66 12,8% 344.261,90 84,2%

Iguaba Grande 669,97 0,9% 7.482,33 10,0% 66.893,65 89,1%

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VAB VAB VAB


Áreas de Influência / Agropecuária Indústria Serviços
Municípios e UF
(R$ mil) (%) (R$ mil) (%) (R$ mil) (%)

São Pedro da
6.984,08 2,2% 30.870,25 9,9% 274.266,64 87,9%
Aldeia
89.380.787,4
Estado do Rio de Janeiro 781.590,28 0,7% 28.549.245,87 24,0% 75,3%
0
Fonte: IBGE e Anuário Estatístico do Rio de Janeiro (2012). Elaboração: ARCADIS logos.

Tabela 9.1.3-4 - Valor Adicionado Bruto (VAB) da agropecuária, indústria e serviços dos
municípios da AID e da AII - 2010 (preços correntes).

VAB VAB VAB


Áreas de Influência /
Agropecuária Indústria Serviços
Municípios e UF
(R$ mil) (%) (R$ mil) (%) (R$ mil) (%)

Maricá 7.614,41 0,5% 501.582,01 31,7% 1.074.293,27 67,8%


AID
Saquarema 8.699,49 1,0% 125.317,40 14,4% 734.917,65 84,6%
Niterói 15.695,70 0,2% 1.767.083,78 18,2% 7.923.712,54 81,6%
São Gonçalo 28.490,96 0,3% 1.434.854,62 14,9% 8.180.538,11 84,8%
Itaboraí 10.717,56 0,5% 352.040,70 17,3% 1.673.618,26 82,2%
Tanguá 3.864,37 1,4% 42.501,48 15,6% 226.582,92 83,0%
Rio Bonito 6.311,88 0,8% 126.164,73 16,1% 649.616,68 83,1%
AII
Silva Jardim 7.892,07 4,3% 18.598,70 10,2% 155.122,67 85,4%
Araruama 18.758,94 1,6% 180.170,35 15,3% 976.202,40 83,1%
Iguaba Grande 1.380,18 0,6% 22.183,82 9,8% 201.766,96 89,5%
São Pedro da
10.683,64 1,2% 95.949,49 10,9% 775.065,56 87,9%
Aldeia
246.338.471,
Estado do Rio de Janeiro 1.449.017,83 0,4% 96.617.935,99 28,1% 71,5%
02
Fonte: IBGE e Anuário Estatístico do Rio de Janeiro (2012). Elaboração: ARCADIS logos

O papel da administração pública na composição do PIB dos municípios da AID e AII é


bastante importante. Enquanto para o Estado do Rio de Janeiro o valor agregado pela
administração pública em 2010 foi de 19%, para os municípios em questão a média foi 37%.
Em 2000, enquanto que a média estadual era de 16%, a média dos municípios era de 31%,
destacando o crescimento do setor. Os municípios de Silva Jardim, Tanguá e Iguaba Grande
são os que detêm as maiores participações do setor público - de 52%, 45% e 43%,
respectivamente. No caso de Maricá, o peso do setor público é de 31%, e de Saquarema
34%, como pode ser observado na Tabela 9.1.3-5 a seguir. Verifica-se que se entre os anos
de 2000 e 2010 a alteração nesse tipo de participação da administração pública foi
praticamente imperceptível. No entanto, comparativamente a 1980, observa-se um salto

ARCADIS Logos 31
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extraordinário, pois o peso desse setor era de apenas 11,9% e 7,9% para Maricá e
Saquarema.

Tabela 9.1.3-5 - Valor Adicionado Bruto (VAB) da administração pública nos municípios da AID e
da AII - 2000 e 20010 (preços correntes)

VAB Administração Pública


Áreas de Influência /
Ano de 2000 Ano de 2010
Municípios e UF
(R$ mil) (% do PIB) (R$ mil) (% do PIB)

Maricá 111.805,93 30% 494.939,52 31%


AID
Saquarema 81.835,39 35% 292.885,50 34%

Niterói 702.956,53 16% 2.078.690,02 21%

São Gonçalo 1.132.567,89 27% 3.509.937,96 36%

Itaboraí 263.117,20 34% 827.812,24 41%

Tanguá 40.385,38 39% 123.274,76 45%

AII Rio Bonito 75.144,39 28% 221.274,70 28%

Silva Jardim 35.591,30 44% 94.165,48 52%

Araruama 126.524,12 29% 413.743,29 35%

Iguaba Grande 23.294,88 30% 95.972,04 43%


São Pedro da
90.440,59 28% 338.717,18 38%
Aldeia
Estado do Rio de Janeiro 21.834.416,17 16% 64.438.535,36 19%
Fonte: IBGE e Anuário Estatístico do Rio de Janeiro (2011). Elaboração: ARCADIS logos

O conjunto de Gráfico 9.2-4 a seguir traz as variações cumulativas do valor agregado bruto
dos três setores para cada um dos municípios da AID e, para parâmetro de comparação, do
Estado do Rio de Janeiro e do Brasil. Importa destacar que a variação é calculada sob bases
constantes, isso é, medidas em termos reais por já terem sido descontadas dos movimentos
gerais de preços. A perda de importância relativa do setor agropecuário torna-se nítida, bem
como o avanço do setor de serviços. Em uma década, a agricultura de Maricá decresceu
60%, enquanto que em Saquarema a queda foi de 20%. O estado fluminense também
revelou queda similar, de 20% no período.

Como apontado anteriormente, Saquarema apresentou expressivo crescimento - mais do


80% - em seu setor de serviços, enquanto que Maricá apresentou aumento real de 70%. Para
o Estado do Rio de Janeiro a variação também foi expressiva porém menor, em 40%. Já os
movimentos recentes do setor industrial denotam a retomada de atividade nos municípios da
AID e no estado do Rio de Janeiro, que não obstante queda entre 2008 e 2009, manteve
crescimento de quase 40%. Estes movimentos são bastante distintos da tendência de
pequenas flutuações positivas e negativas da produção industrial nacional, que ao longo da
última década cresceu apenas pouco mais de 15%.

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Gráfico 9.2-4 - Variação cumulativa do VAB da Agropecuária, da Indústria e dos Serviços de


Maricá, Saquarema, Rio de Janeiro e Brasil - 2000 a 2009, preços constantes (2000=100).

Fonte: IBGE e Anuário Estatístico do Rio de Janeiro (2011). Elaboração: ARCADIS logos.

Como se pode observar pelos gráficos anteriores, os movimentos de Maricá e Saquarema em


parte refletem os desenrolares econômicos do Estado do Rio de Janeiro ao longo da última
década. Esta foi marcada por um crescimento expressivo do conjunto da economia do país,
tendo o Rio de Janeiro sido beneficiado por importantes investimentos públicos e privados.

b) Estrutura Produtiva e de Serviços da AID


Nos municípios da AID, o crescimento do setor terciário é evidenciado pelo número de
empresas que atuam localmente, visualizáveis pelo Quadro 9.2-4 a seguir. Ao longo da última
década foram abertos em Maricá 290 novos estabelecimentos de comércio e outros 226
prestadores de serviço, traduzindo-se respectivamente em taxas de crescimento de 78% e
81%. Ao longo do mesmo período, 49 novas indústrias foram instaladas no município, taxa de
61% em relação às 80 existentes em 2000. Em números absolutos, são 1.971 empresas
ativas sediadas no município de Maricá, sendo que 59% destas se dedicam ao comércio e
serviços.

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Quadro 9.2-4 - Dados do Cadastro Central de Empresas - Maricá - 2000, 2005 e 2009.

MARICÁ SAQUAREMA
Setor
2000 2005 2009 2000 2005 2009

Comércio 374 500 664 326 407 552

Serviços 278 349 504 253 349 668

Agências bancárias 5 5 6 4 5 5

Indústria 80 81 129 66 68 154

Construção Civil 20 16 33 15 13 58

Extrativa Mineral 7 5 10 4 5 5

Ind. De transformação 52 60 86 46 49 91

Serviços Ind. De 1 0 0 1 1 0
utilidade pública (SIUP)
Fonte: IBGE - Cadastro Central de Empresas 2009. Elaborado por: ARCADIS logos, 2011.

Maricá detém uma razão de 155 empresas ativas para cada 10 mil habitantes. Com um total
de 1.374 empresas ativas, Saquarema tem índice de 758. Não há predomínio das empresas
de comércio e serviços no município, com participação de 22%, em Saquarema.

Ambos os municípios da AID apresentam números relativamente altos de empresas de


construção civil em relação ao total da indústria, o que indica a especialização em domicílios
de ocupação temporária e de expansão de áreas residenciais. No intuito de investigar tal
vertente de dinâmica econômica, foram observados os dados da pesquisa de serviços de
hospedagem realizada pelo IBGE (2011). O levantamento foi realizado para a Região
Metropolitana de grandes cidades mas não para todos os municípios do Estado, não
permitindo o estabelecimento de relações com o município de Saquarema e os demais
municípios da AII. Não obstante, o Quadro 9.2-5 a seguir, traz dados de municípios
selecionados que ilustram a posição de Maricá.

Nesse município há um total de 516 leitos de hospedagem. Transformando-se a informação


em índice a cada 10 mil habitantes, tem-se um total de 40,5 leitos - não expressivo em
relação aos outros municípios mais próximos e também componentes da Região
Metropolitana do Rio de Janeiro. Compreende-se assim que não há especialização de
turismo com abrigo em hospedagens, mas sim fluxo de pessoas que ocupam habitações de
forma temporária, principalmente de veraneio. A distinção entre estas tipologias de turismo se
faz importante pois a primeira motiva desenvolvimentos mais expressivos na cadeia de
serviços.

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Quadro 9.2-5 - Número de Serviços de Hospedagem em Municípios Selecionados da Região


Metropolitana do Rio de Janeiro - 2011.

São
Maricá Niterói Itaboraí Tanguá Guapimirim
Gonçalo

Total de Leitos para


516 3.493 1.161 0 1.756 412
Hospedagem*
Índice de Leito por
40,5 71,6 53,3 0,0 17,6 80,0
10 mil habitantes
Habitantes 127.461 487.562 218.008 30.732 999.728 51.483
* Os leitos incluem hotéis, hotéis históricos, resorts, hotéis fazenda, pensões de hospedagem e
estabelecimentos de cama e café (pousadas domiciliares), dormitórios e hospedarias.

Fonte: IBGE - Cadastro Central de Empresas 2009. Elaborado por: ARCADIS logos, 2011.

Por último, no que se refere às atividades primárias, o Censo Agropecuário de 2006 do IBGE,
indica que existiam à época 162 estabelecimentos rurais no município de Maricá e que
ocupavam uma área de 7,6 mil hectares. Já em Saquarema esses estabelecimentos eram em
número de 327, distribuídos numa área de 9,4 mil hectares. As áreas médias eram de 46,7
hectares em Maricá e 28,7 hectares em Saquarema, com bastante similaridade em relação à
média do Estado, de 35 ha.

As principais culturas permanentes presentes nos dois municípios AID somam uma área
plantada de menos 2 mil ha, com destaque para coco-da-baía, banana e limão. Em
Saquarema, a lavoura de coco-da-baía possui importância no contexto da modesta produção
estadual (com participação de 38,64%, de acordo com o IBGE 2011). Dentre as culturas
temporárias, destacam-se a mandioca e a cana-de-açúcar, muito embora nenhuma em
quantidades e valores significativos. Pela área plantada, percebe-se que há predomínio de
culturas permanentes, características de agricultura não mecanizada e familiar.

c) Finanças Públicas na AID


Os municípios de Maricá e Saquarema obtiveram receita total em 2011 de R$ 240 milhões e
R$ 155 milhões respectivamente. O primeiro possui 58% da receita proveniente de
transferências do Estado e da União, enquanto o segundo 40%. Ressaltando que Maricá
possui 28% de suas receitas provenientes de royalties do petróleo, enquanto para
Saquarema esse percentual é de 5%. A recente discussão sobre os royalties do Petróleo não
afetou a participação já conquistada pelos municípios. A distribuição de receitas oriundas da
exploração do pré-sal, entretanto, beneficiarão Maricá de forma menos expressiva do que se
previa.

As receitas tributárias montam em 16,7% do total em Maricá e 19,8% em Saquarema,


destacando-se a participação do IPTU para ambos os municípios e também do ISS para
Saquarema, oriundo principalmente da estratégia já comentada de incentivo fiscal. A
arrecadação de IPTU do município de Maricá representa a contrapartida de se ter um
percentual tão expressivo de residências de uso temporário, haja visto que tais habitações
não demandam serviços públicos na mesma intensidade que as de ocupação permanente,
embora recolham o devido IPTU.

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A situação de Maricá é ainda marcada pela baixa participação percentual da arrecadação


tributária, que é bastante inferior às transferências do Estado e da União. A situação de
Saquarema é um pouco mais equilibrada, talvez pela menor dependência do valor dos
royalties. As receitas de capital representam apenas 1,9% para Maricá, sendo que para
Saquarema o percentual é de 11,3% composto basicamente por transferências de capital (ver
Tabela 9.1.3-6, a seguir).

Tabela 9.1.3-6 - Valor e participação das receitas municipais de Maricá e Saquarema - 2011

Maricá Saquarema
Rubrica
(% receita (% receita
(R$) (R$)
total) total)

Receitas Correntes 235.574.678 98,1% 137.636.020 88,7%

Receita de contribuições 11.796.322 4,9% 6.836.569 4,4%

Transferências 138.238.754 57,6% 61.931.508 39,9%

Transferências do Estado 28.884.347 12,0% 22.753.008 14,7%

ICMS 20.441.263 8,5% 17.417.613 11,2%


IPVA 5.794.017 2,4% 2.798.221 1,8%
Outras 2.649.067 1,1% 2.537.174 1,6%
Transferências União 109.354.407 45,5% 39.178.500 25,3%
Royalties 68.030.776 28,3% 7.745.864 5,0%
FPM 27.829.577 11,6% 21.281.441 13,7%
Outras 13.494.054 5,6% 10.151.194 6,5%
Receitas tributárias 40.178.304 16,7% 30.657.915 19,8%
IPTU 16.770.626 7,0% 11.003.212 7,1%
ISS 10.747.874 4,5% 13.393.172 8,6%
ITBI 7.243.052 3,0% 1.698.288 1,1%
Taxas 2.275.569 0,9% 2.383.416 1,5%
Outras receitas 40.552.968 16,9% 34.044.210 21,9%
Receita patrimonial 4.808.330 2,0% 4.165.818 2,7%
Receitas de Capital 4.594.697 1,9% 17.516.156 11,3%
Alienação de Bens 0 0,0% 0 0,0%
Transferências 4.594.697 1,9% 17.516.156 11,3%
Receita Total (Corrente +
240.169.375 100,0% 155.152.176 100,0%
Capital)
Fonte: Sistema de Coleta de Dados Contábeis - SISTN - Balanço Orçamentário Anual (2011).
Elaboração: ARCADIS logos. 2013.

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Em ambos os municípios da AID a quota-parte do ICMS estadual representa


aproximadamente 10% do total das receitas. A média dessa participação entre os 92
municípios do Estado do Rio de Janeiro aponta para 18%. O percentual indica que não há
uma grande dependência das transferências, assim como uma menor correlação com os
desenvolvimentos econômicos do Estado.

A geração de valor adicionado decorrente da existência do Terminal Ponta Negra será


importante para o incremento da quota-parte de ICMS do município de Maricá. Embora o
ICMS seja um imposto estadual, 25% pertencem aos municípios, conforme estabelecido no
inciso IV do artigo 158 da Constituição Federal. Além do mais, o parágrafo único desse
mesmo inciso IV estabelece que as parcelas de receita pertencentes aos Municípios serão
creditadas conforme os seguintes critérios: i) três quartos, no mínimo, na proporção do valor
adicionado nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços
realizadas em seu território; e ii) até um quarto, de acordo com o que dispuser lei estadual, ou
no caso de territórios, de lei federal.

A Tabela 9.1.3-7 a seguir traz o ranking de receitas totais no Estado do Rio de Janeiro, onde
evidencia-se a participação dos municípios como sendo modesta tanto em termos absolutos
como per capita. Maricá recebeu em 2011 cerca de R$ 1,8 mil por habitante, enquanto que
Saquarema recebeu R$ 1,9 mil. A operação de um terminal portuário como o TPN deverá
provocar um aumento de receitas em Maricá bastante interessante do ponto de vista de sua
composição, haja visto que implicará em receita independente de fontes de transferência e
exploração de recursos naturais.

Tabela 9.1.3-7 - Valor e participação das receitas municipais de Maricá e Saquarema - 2011.

1
Ranking Município Receita Total (R$) Receita per Capita
(R$)

1º Rio de Janeiro 15.886.560.954,50 2.499,48


2º Campos dos Goytacazes 2.028.013.364,72 4.332,56
3º Macaé 1.550.235.140,70 7.297,53
4º Duque de Caxias 1.491.152.354,23 1.731,57
5º Niterói 1.151.139.770,73 2.350,61
(...) - - -
23º Maricá 236.204.779,00 1.798,22
35º Saquarema 146.923.049,28 1.935,59
Nota: ¹receita total, exceto intraorçamentárias

Fonte: Finanças dos Municípios Fluminenses (2012). Elaboração: ARCADIS logos. 2013.

Em termos de evolução recente, ambos municípios da AID detiveram incrementos em suas


receitas. O Gráfico 9.2-5 a seguir, traz os movimentos dos últimos cinco anos, relativizados
pelas receitas auferidas pelo Estado do Rio de Janeiro. A continuar no atual ritmo de
expansão, ambos os municípios deterão capacidade de investimento privilegiada em relação
à outros municípios do Estado.

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Gráfico 9.2-5 - Evolução Recente das Receitas Totais de Maricá, Saquarema e Estado do Rio de
Janeiro, variação real corrigida pelo IPCA (2005=100).

Fonte: Finanças dos Municípios Fluminenses (2011). Elaboração: ARCADIS logos.

No encontro de contas entre as receitas e despesas, o município de Maricá obteve em 2011


um saldo negativo de R$ 8,7 milhões. Entretanto, o município de Saquarema obteve no
mesmo ano um saldo positivo de R$ 5,6 milhões. As despesas municipais de Maricá e
Saquarema apresentaram um volume global, em 2011, de R$ 2.441 milhões e R$ 141
milhões respectivamente, conforme a Tabela 9.1.3-8 abaixo.

Tabela 9.1.3-8 - Valor e participação das despesas municipais de Maricá e Saquarema - 2011.

Maricá Saquarema
Rubrica
(R$ mil) (% despesa total) (R$ mil) (% despesa total)

Despesas 244.989,80 100,00% 141.309,10 100,00%

Pessoal 104.610,64 42,70% 67.545,75 47,80%

Custeio 94.811,05 38,70% 42.675,35 30,20%

Investimento 39.198,37 16,00% 28.544,44 20,20%

Juros e amortização da dívida 6.614,72 2,70% 2.543,56 1,80%


Fonte: Finanças dos Municípios Fluminenses (2012). Elaboração: ARCADIS logos.

Nota-se que Maricá possui 42% e Saquarema 48% das despesas concentradas em despesas
com pessoal, que são em sua maioria rígidas. Esta função de despesa inclui aposentadorias,
pensões, salários-família, obrigações patronais e contribuições para entidades fechadas de
previdência. Os municípios passaram a comprometer uma fatia menor da receita corrente
com pessoal em função do menor crescimento dos gastos com o funcionalismo se
comparado com a expansão de outros itens importantes da despesa, como os demais
custeios e os investimentos, e com o aumento da própria receita corrente.

Na média do Estado do Rio de Janeiro, a maioria do pessoal contratado está sob o regime
estatutário (60%) enquanto 15% são regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Os servidores comissionados equivalem a 9,5% do total, os estagiários a 1,6%. Os demais

ARCADIS Logos 38
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13,5% restantes são servidores “sem vínculo permanente”, categoria que abrange os
funcionários cedidos por outros órgãos públicos federais ou estaduais, os prestadores de
serviços que atuam como profissionais liberais.

O Gráfico 9.2-6 a seguir, mostra a tendência de comportamento das principais categorias de


despesa para Maricá onde, ao contrário do movimento percebido no restante do Estado, as
despesas com pessoal crescem em participação do total. Parte desse movimento se deve
aos investimentos, pequenos e bastante variáveis.

Gráfico 9.2-6 - Evolução da Composição das Despesas de Maricá 2006 - 2011.

Fonte: Finanças dos Municípios Fluminenses (2012). Elaboração: ARCADIS logos.

Maricá detém um perfil mais próximo ao do Estado do Rio de Janeiro, com 36% servindo
como custeio em 2011 frente aos 39% do agregado maior. Já Saquarema dispende 30% com
a despesa corrente da administração pública municipal (exceto pessoal e juros da dívida). A
despesa com pessoal também faz parte do custeio, fazendo com que municípios com peso
maior da administração pública detenham maiores custos com a função - como é o caso de
Maricá11.

O Gráfico 9.2-7 a seguir, mostra a evolução das despesas em Saquarema, onde se percebe
uma efetiva redução na função das despesas pessoais e um brusco aumento com
investimentos. Foram R$ 62,8 milhões investidos, montante bastante superior ao padrão
histórico e alavancado pelo ingresso de transferências voluntárias de capital advinda do

11
Os dois maiores itens das despesas de custeio englobam a aquisição de material de consumo e os serviços de terceiros. O
primeiro contempla todos os produtos de uso não duradouro, tais como medicamentos, materiais hospitalares, combustível,
peças, material utilizado nas escolas etc. Já os serviços de terceiros são as despesas com iluminação, limpeza pública, coleta de
lixo, telefonia, sinalização da cidade, manutenção de parques e jardins e dos prédios públicos, entre outros.

ARCADIS Logos 39
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governo estadual, conforme consta em seu Balanço Anual. Essas transferências, de R$ 30,5
milhões, permitiram o investimento extraordinário em 2010; não obstante, o município sempre
deteve percentuais maiores de suas despesas voltadas para investimentos. Em 2011, houve
novamente um aumento do percentual das despesas com pessoal, levando a uma redução
dos investimentos. Muito embora Saquarema detenha uma população 40% menor do que
Maricá, consegue investir um percentual bastante superior.

Gráfico 9.2-7 - Evolução da Composição das Despesas de Saquarema 2006 - 2011.

Fonte: Finanças dos Municípios Fluminenses (2011). Elaboração: ARCADIS logos.

Como forma e ilustrar a diferença na gestão dos recursos de ambos municípios da AID,
ilustram-se na sequencia, conforme gráfico a seguir, as principais categorias de despesas,
inclusive aquelas relativas ao Estado do Rio de Janeiro. Faz-se notar que nenhum dos
municípios detém obrigações expressivas quanto ao pagamento de juros e amortizações.

ARCADIS Logos 40
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Gráfico 9.2-8 - Composição das Principais Despesas de Maricá, Saquarema e do Estado do Rio
de Janeiro - 2011.

Fonte: Finanças dos Municípios Fluminenses (2012). Elaboração: ARCADIS logos.

Como forma de ilustrar a aplicação dos recursos em serviços básicos para a qualidade de
vida das populações, apresentam-se na sequencia o Gráfico 9.2-9, relativo aos gastos com
educação e saúde, corrigidos pelo IPCA e em milhões de reais.

Como forma de relativizar tais dados com a média dos demais municípios do Estado do Rio
de Janeiro, tem-se que os gastos com educação no município de Maricá foram de R$ 4.033
por aluno, número pouco superior à Saquarema, que dispendeu R$ 3.905 por aluno. No
mesmo ano, 2011, a média de dispêndio por aluno no Estado foi de R$ 4.399. Isso é, ambos
municípios da AID invertem recursos inferiores à média em educação. Situação bastante
distante ocorre com os gastos em saúde. O dispêndio médio dos 92 Estados Fluminenses é
de R$ 495 por habitante, enquanto que Saquarema dispende 6% a menos que a média (R$
465) e Maricá 31% (R$ 4.338).

Gráfico 9.2-9 - Evolução das Despesas em Saúde e Educação de Maricá e Saquarema em


milhões de reais, corrigidos pelo IPCA.

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Fonte: Finanças dos Municípios Fluminenses (2012). Elaboração: ARCADIS logos.

Dentre as funções de governo, a educação é a que consome a maior parte dos recursos da
administração municipal, respondendo, na média de 2011, a 20% da despesa total no Estado
do Rio de janeiro. Nesta relação, Maricá despende 24% com o setor, enquanto que
Saquarema 30%. Uma das principais razões dessa grande fatia da educação nos orçamentos
municipais é a obrigatoriedade constitucional de aplicação mínima de 25% da receita de
impostos e das transferências oriundas de impostos na área. Dentre os 92 municípios
fluminenses, 32 aplicaram acima de 30% dos recursos vinculados em educação.

Já quanto à saúde, as despesas são composições de gastos próprios e de transferências do


SUS. Geralmente os municípios com alta receita em decorrência dos recursos dos royalties
do petróleo e do gás natural possuem uma menor dependência das transferências do SUS.
Em Maricá, os dispêndios com saúde representam 18% do total, sendo que em Saquarema
representam 25%. Mesmo com gasto baixo em relação à média Estadual, de 21,2%, Maricá
cumpriu a meta de aplicação de no mínimo 15% de suas receitas em saúde, conforme a
Emenda Constitucional número 29/200012.

F) Infraestrutura

a) Sistema Viário e transporte


Neste item serão analisados aspectos relacionados aos sistemas de logística e transporte
que servem as áreas de influência, compreendendo rodovias, ferrovias, portos e dutovias.

Contexto Regional e AII

Rodovias

As principais rodovias que servem a AII compreendem:

 Ponte Rio-Niterói: compreende a travessia da baia de Guanabara interligando as cidades


do Rio de Janeiro e Niterói;
 BR 101, no trecho entre a Ponte Rio-Niterói e Rio Bonito; passando por Itaboraí;
 RJ 124 interligando a BR 101 em Rio Bonito com a RJ 106 em São Pedro da Aldeia na
região dos lagos;
 RJ 104 - Niterói-Manilha, interligando a Ponte Rio-Niterói com a BR 101 em Itaboraí;
 RJ 106, situada mais junto à costa, interligando a RJ 104 em São Gonçalo com São
Pedro da Aldeia na região dos lagos, passando por Maricá.

A Figura 9.1.3-1 a seguir mostra a localização dessas rodovias.

12
As receitas que compõe a base para inferir o percentual mínimo de 15% são: Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU),
Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza (ISS), Imposto de Renda
Retido na Fonte (IRRF), transferências constitucionais do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA),
Imposto Territorial Rural (ITR) e Imposto Sobre Produtos Industrializados – Exportação (IPI exportação).

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Figura 9.1.3-1 - Principais Rodovias da AII

Fonte: DER, Rio de Janeiro.

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As principais características das rodovias citadas são descritas a seguir.

Ponte Rio-Niterói

 Rodovia federal, sob a jurisdição do DNIT-Departamento Nacional de Infraestrutura de


Transportes (trecho da rodovia BR 101) - concedida à concessionária privada Ponte
(Gupo CCR);
 Extensão de 13 km;
 Pista dupla, com quatro faixas de rolamento em cada sentido;
 Pavimentação asfáltica do leito carroçável em bom estado de conservação;
 Alinhamento com curvas horizontais de amplo raio;
 Perfil com aclive / declive leve:
 Volume de tráfego de alta intensidade, informado pela concessionária como sendo
atualmente de 145 mil veículos por dia; note-se há restrições à circulação de caminhões
como segue, conforme informado pela concessionária:
 diariamente é proibida a passagem de qualquer tipo de caminhão pela Ponte, no
horário entre 4:00h e 10:00h, somente na pista sentido Rio de Janeiro; neste mesmo
horário, mas na pista sentido Niterói, caminhões com dois eixos podem atravessar;
 caminhões e carretas com três eixos ou mais, sem necessidade de AET, podem
atravessar a Ponte somente no horário das 22:00h às 4:00h; a restrição vale para
todos os dias (úteis, finais de semana e feriados) e para os dois sentidos de direção
da rodovia.

A interligação entre os dois lados da baia para os caminhões / horários sujeitos às restrições
acima deve ser realizada pela BR 493 (Itaboraí-Magé), BR 116 / BR 493 (Magé-Duque de
Caxias) e BR 116 / BR 040 (Duque de Caxias-Rio de Janeiro);

 Principais interligações com outras rodovias: BR 116 / BR 040 no Rio de Janeiro, a oeste
da baia, e, BR 101 e RJ 104 em Niterói, a leste da baia.

BR 101 entre Ponte Rio-Niterói / RJ 104 e RJ 124

 Rodovia federal, sob a jurisdição do DNIT - concedida à concessionária privada


Autopistas Fluminenses (Gupo OHL - trecho da rodovia entre a Ponte Rio-Niterói e a
divisa RJ/ES);
 Extensão de 24 km;
 Pista dupla, com duas faixas de rolamento em cada sentido;
 Pavimentação asfáltica do leito carroçável em bom estado de conservação;
 Alinhamento com curvas horizontais de amplo raio;
 Perfil com ondulação moderada;
 Volume de tráfego de alta intensidade;
 Principais interligações com outras rodovias: Ponte Rio-Niterói, RJ 104 em Itaboraí e BR
493 em Itaboraí.

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Segundo a Pesquisa Rodoviária 2011 realizada pela Confederação Nacional do Transporte-


CNT, a rodovia foi avaliada como estando em estado bom em geral e quanto a pavimento,
sinalização e geometria no trecho considerado.

RJ 124 entre a BR 101 e RJ 106 em São Pedro da Aldeia

 Rodovia estadual, sob a jurisdição do DER/RJ, concedida à concessionária privada Via


Lagos (Grupo CCR);
 Extensão de 57 km;
 Pista dupla, com duas faixas de rolamento em cada sentido;
 Pavimentação asfáltica do leito carroçável em bom estado de conservação;
 Alinhamento com curvas horizontais de amplo raio;
 Perfil com ondulação moderada;
 Volume de tráfego de baixa ou média intensidade, mais alto em períodos de férias de
verão e feriados prolongados;
 Principais interligações com outras rodovias: BR 101 em Rio Bonito e RJ 106 em São
Pedro da Aldeia.

Segundo a Pesquisa Rodoviária 2011 realizada pela CNT, a rodovia foi avaliada como
estando em estado bom em geral e quanto a pavimento e geometria e em estado ótimo
quanto a sinalização.

RJ 104 (Niterói-Manilha) entre a Ponte Rio-Niterói e BR 101 em Itaboraí

 Rodovia estadual, sob a jurisdição do DER/RJ - Fundação Departamento de Estradas de


Rodagem do Estado do Rio de Janeiro;
 Extensão de 24 km;
 Pista dupla, com duas faixas de rolamento em cada sentido, com características de via
urbana no trecho mais próximo à Ponte Rio-Niterói;
 Pavimentação asfáltica do leito carroçável em bom estado de conservação;
 Alinhamento com curvas horizontais de amplo raio;
 Perfil conforme mostrado no gráfico abaixo para o trecho entre a Ponte Rio-Niterói e
acesso à RJ 106 (12 km), com greide máximo de 7,8% em trecho de 200m ou mais de
extensão (os dados de altitude / greide das rodovias citados neste estudo foram obtidos
por meio de registro em aparelho GPS), indicando terreno com ondulação em geral
moderada, apenas mais acentuada em trecho com extensão de cerca de 1 km:

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Gráfico 9.2-10 - Perfil topográfico da RJ 104 entre a Ponte Rio-Niterói e a RJ 106.

140

120

100
altitude - m

80

60

40

20

0
0 2 4 6 8 10 12
extensão - km

 Volume de tráfego de alta intensidade, principalmente no trecho mais próximo à Ponte


Rio-Niterói;
 Principais interligações com outras rodovias: Ponte Rio-Niterói (BR 101), RJ 106 em São
Gonçalo e BR 101 em Itaboraí.

Segundo a Pesquisa Rodoviária 2011 realizada pela CNT, a rodovia foi avaliada como
estando em estado bom em geral e quanto a pavimento, sinalização e geometria.

A Foto 9.2-1 a seguir mostra um trecho da rodovia.

Foto 9.2-1 - Vista no sentido oeste da RJ 104 entre Ponte Rio-Niterói e RJ 106

Fonte: ARCADIS logos, 2012.

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RJ 106 entre RJ 104 e RJ 118

 Rodovia estadual, sob a jurisdição do DER/RJ;


 Extensão de 40 km;
 Pista dupla, com duas faixas de rolamento em cada sentido entre a RJ 104 e acesso a
Maricá (30 km) e pista simples com uma faixa de rolamento por sentido daí até a RJ 118
(10 km);
 Pavimentação asfáltica do leito carroçável em estado regular de conservação;
 Alinhamento com curvas horizontais de amplo raio, exceto por algumas curvas mais
acentuadas;
 Perfil conforme mostrado no gráfico abaixo, com greide máximo de 6,6% em trecho de
200m ou mais de extensão, indicando terreno com ondulação moderada:

Gráfico 9.2-11 - Perfil topográfico da RJ 106 entre RJ 104 e RJ 118.

120

100

80
altitude - m

60

40

20

0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
extensão - km

 Volume de tráfego de alta / média intensidade nos primeiros quilômetros, gradativamente


se reduzindo no sentido de Maricá e RJ 118;
 Principais interligações com outras rodovias: RJ 104 em São Gonçalo, RJ 114 (para
Itaboraí) e RJ 118 (para o núcleo urbano de Ponta Negra e alternativa à RJ 106 para
Saquarema, na região dos lagos).

Segundo a Pesquisa Rodoviária 2011 realizada pela CNT, a rodovia foi avaliada como
estando em estado regular em geral e quanto a pavimento, sinalização e geometria.

As fotos a seguir mostram dois trechos da rodovia.

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Foto 9.2-2 - Vista no sentido oeste da RJ 106 Foto 9.2-3 - Vista no sentido oeste da RJ 106
entre RJ 104 e acesso a Maricá. Notar pista entre acesso a Maricá e a RJ 118. Notar pista
dupla. simples.

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Ferrovias

A AII é servida diretamente por duas linhas ferroviárias:

 Niterói-Campos dos Goytacazes, parte da malha da concessionária FCA-Ferrovia Centro-


Atlântica (Vale), passando por Rio Bonito, Silva Jardim e Macaé, apresentando as
seguintes características principais:
 extensão de 270 km;
 linha singela;
 bitola métrica (1,0m);
 interligações com outras linhas ferroviárias: Campos dos Goytacazes, RJ-Vitória, ES
(FCA) e Campos dos Goytacazes, RJ-Salvador, BA (FCA, passando por Belo
Horizonte, MG).

 Niterói-Cabo Frio, linha desativada (atualmente sem trilhos), porém com faixa de domínio
disponível, em condições de reativação, integrante da antiga Estrada de Ferro Imperatriz
Leopoldina, passando por Maricá, com extensão aproximada de 130 km.

A Figura 9.1.3-2 a seguir mostra a localização das duas linhas ferroviárias citadas.

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Figura 9.1.3-2 - Linhas Ferroviárias AII.

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Portos

A AII é servida pelo porto de Niterói, que apresenta as seguintes características principais:

 Autoridade Portuária: CDRJ-Companhia Docas do Rio de Janeiro (vinculada à Secretaria


Especial de Portos, federal);
 Instalações:
 cais comercial com 431m de extensão, dispondo de três berços de atracação com
profundidade variando entre 3m e 6m;
 dois armazéns, com área total 3.300m² e capacidade de 12.000t;
 dois pátios descobertos totalizando 3.584m²
 Canal de acesso com extensão de 14km, largura de 70m e profundidade de 6m;
 Acessos terrestres:
 rodoviário: RJ 104 e BR 101,
 ferroviário: linha Niterói-Campos de Goytacazes da malha da FCA;
 Movimento em 2011: 72,7 mil toneladas, praticamente em sua totalidade de carga geral,
conforme informado pela ANTAQ-Agência Nacional de Transportes Aquaviários.

Dutovias

A AII é servida pela malha de dutos Sudeste - RJ/MG da Transpetro, compreendendo os


seguintes dutos totalizando 1.356,5 km de extensão, com 24 pontos de entrega e duas
estações de compressão (informações da Transpetro):

 Gasduc II (Silva Jardim-Reduc);


 Gasduc III (Túnel do Gasduc III - Duque de Caxias);
 Gasbel I e II (Rio-Belo Horizonte);
 Gasjap (Japeri-Reduc);
 Gascar (Lorena-Japeri);
 Gasvol (Rio de Janeiro-Volta Redonda);
 trecho no estado do Rio de Janeiro do Gaspal (Rio de Janeiro-São Paulo)ç
 gasoduto de interligação do terminal de GNL da Baía de Guanabara.

A Figura a seguir mostra a localização dos dutos citados.

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Figura 9.1.3-3 - Dutovias da AII.

Fonte: Transpetro.

Adicionalmente, está situado na AII a faixa de domínio de futuro duto da Transpetro,


interligando o local deste empreendimento com o COMPERJ-Complexo Petroquímico do Rio
de Janeiro, em fase de implantação no município de Itaboraí.

AID

A seguir são analisados aspectos relacionados aos sistemas de logística e transporte que
servem a AID, compreendendo rodovias e ferrovias. Cite-se, adicionalmente, o futuro duto
situado entre o local do empreendimento e o COMPERJ, referido anteriormente em relação à
AII.

Rodovias

As principais rodovias que servem a AID compreendem:

 RJ 106, interligando a RJ 104 em São Gonçalo com São Pedro da Aldeia na região dos
lagos, passando por Maricá, descrita anteriormente em relação à AII;
 RJ 118, interligando a RJ 106 com o núcleo urbano de Sampaio Correia, passando junto
aos núcleos urbanos de Ponta Negra e Jaconé, bem como ao local do empreendimento.
 RJ 114, interligando Itaboraí a Maricá, recentemente restaurada.

A Figura 9.1.3-4 a seguir mostra a localização dessas rodovias:

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Figura 9.1.3-4 - Principais Rodovias da AID

A seguir são descritas as características principais da RJ 118.

RJ 118

 Rodovia estadual, sob a jurisdição do DER/RJ;


 Extensão de 32 km;
 Pista simples, com uma faixa de rolamento em cada sentido;
 Pavimentação asfáltica do leito carroçável em estado regular de conservação;
 Alinhamento com curvas horizontais acentuadas em certos trechos;
 Perfil conforme mostrado no gráfico para o trecho entre a RJ 106 e o local do
empreendimento (9 km), com greide máximo de 4,3% em trecho de 200m ou mais de
extensão, indicando terreno com ondulação leve:

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Gráfico 9.2-12 - RJ 118 entre RJ 106 e local do empreendimento - Perfil.

35

30

25
altitude - m

20

15

10

0
0 2 4 6 8 10
extensão - km

 Volume de tráfego de baixa intensidade;


 Principais interligações com outras rodovias: RJ 106 em Manoel Ribeiro e Sampaio
Correia.

Segundo a Pesquisa Rodoviária 2011 realizada pela Confederação Nacional do Transporte-


CNT, a rodovia foi avaliada como estando em estado bom em geral e quanto a pavimento,
sinalização e geometria.

As fotos a seguir mostra um trecho da rodovia.

Foto 9.2-4 - pista da interseção da RJ 118 com Foto 9.2-5 - Vista no sentido oeste do trecho
a RJ 106 (em segundo plano). da RJ 118 entre o local do empreendimento e a
Ponta Negra.
Fonte: ARCADIS logos, 2012.
Fonte: ARCADIS logos, 2012.

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Hierarquização Viária

Para efeito deste estudo, considerou-se a classificação das vias conforme estipula o Código
de Trânsito Brasileiro - CTB, que determina:

Vias de trânsito rápido - (limite de 80 kmh): é “aquela caracterizada por acessos especiais
com trânsito livre, sem interseções em nível, sem acessibilidade direta aos lotes lindeiros e
sem travessia de PEDESTRES em nível”.

Vias arteriais - (limite de 60 kmh): é “aquela caracterizada por interseções em nível,


geralmente controlada por semáforo, com acessibilidade aos lotes lindeiros e às vias
secundárias e locais, possibilitando o trânsito entre as regiões da cidade”.

Vias coletoras - (limite de 40 kmh): é “aquela destinada a coletar e distribuir o trânsito que
tenha necessidade de entrar ou sair das vias de trânsito rápido ou arteriais, possibilitando o
trânsito dentro das regiões da cidade”.

Vias locais (limite de 30 kmh): é “aquela caracterizada por interseções em nível não
semaforizadas, destinada apenas ao acesso local ou a áreas restritas”.

A rede viária instalada no município de Maricá pode ser hierarquizada conforme informações
disponíveis na Lei nº 2272, de 14 de novembro de 2008, que estabelece o Código de Obras
Municipal. Nela, são indicadas como vias coletoras e arteriais, aquelas inseridas na Zona de
Comércio de Bairro - ZC2, que tem por objetivo estabelecer ao menos um centro de bairro em
cada bairro, onde as atividades comerciais e de serviços de primeira necessidade serão
permitidos através de índices e parâmetros urbanísticos adequados (Art.10 da Lei 2272/08).
Com relação às ciclovias, a Prefeitura não dispõe de levantamento das ciclovias existentes,
embora o Plano Diretor (Lei Complementar nº 145, de 10 de outubro de 2006) indique a
necessidade de se implantar rede de ciclovias e ciclofaixas em cada Unidade de
Planejamento.

Para a classificação das vias, considerou-se os parâmetros indicados pelo Código de Trânsito
Brasileiro - CTB, resultando assim no mapa de hierarquização viária, conforme Figura 9.1.3-5
a seguir.

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Figura 9.1.3-5 - Hierarquização Viária de Maricá.

Elaboração ARCADIS logos, 2013.

Em Saquarema, a Prefeitura disponibilizou, por meio da Secretaria Municipal de Obras e


Urbanismo, o mapa do Sistema Viário, constante no Plano Diretor Participativo de 2006 (ver
Figura 9.1.3-6). Nele são indicadas as rodovias estaduais, estradas municipais e ciclovias.
Não há indicação de hierarquização das vias, sendo possível classificá-las, de acordo com o
CTB:

 rodovias estaduais como vias de trânsito rápido;


 estradas municipais como vias arteriais;
 demais vias como coletoras e locais.

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Figura 9.1.3-6 - Hierarquização Viária de Saquarema.

Fonte: Plano Diretor Participativo de Saquarema, 2006.

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Transporte Público

De acordo com a Secretaria Municipal de Transporte de Maricá (2013), atualmente o


município é atendido por empresa de ônibus, a Viação Costa Leste, com uma frota de 18
ônibus. Entre as principais linhas, destacam-se os trechos Maricá-Ponta Negra e Maricá-
Jaconé, sendo esta última a única linha da empresa a fazer conexão com o município de
Saquarema. O custo da passagem é de R$ 2,70 e não há integração entre as linhas. De
acordo com a Secretaria, embora não exista uma pesquisa de satisfação do usuário, há
muitas reclamações da população, inclusive com apoio do Ministério Público, sobre os
serviços prestados pela empresa. As queixas relacionam-se à quantidade insuficiente de
ônibus, à cobertura de atendimento, à qualidade da prestação dos serviços e à falta de
acessibilidade dos mesmos - para portadores de necessidades especiais, por exemplo.

Visando melhorar a situação do transporte público municipal, a Prefeitura investe na criação


da Maricá Trans, uma empresa municipal de ônibus que visa atender ao município de uma
extremidade à outra, ou seja, de Itaipuaçú à Ponta Negra. A intenção é de que a linha seja
circular e de caráter social, passando pelos principais equipamentos públicos (UPA, Fórum,
Prefeitura) e empreendimentos habitacionais como o Minha Casa, Minha Vida, rodando 24
horas por dia, com tarifa em torno de R$ 2,00. Segundo informações do site da Prefeitura
Municipal, notícia publicada em 20 de Junho de 2013: “...De acordo com o modelo já licitado
pela Prefeitura, os ônibus da empresa municipal terão capacidade de transportar entre 38 e
46 passageiros sentados, serão todos equipados com ar condicionado, acessibilidade para
portadores de necessidades especiais e contarão ainda com cobradores. O investimento da
Prefeitura na aquisição dos ônibus é de R$ 10,5 milhões e a previsão é que os primeiros
veículos sejam entregues em 60 dias.” Em entrevista realizada em agosto/2013, a Secretaria
Municipal de Transporte informou que os ônibus devem chegar no final de outubro e
começam a operar no final do ano. São 17 ônibus urbanos, 8 ônibus BRS (Bus Rapid
Service) e 3 ônibus jardineiras.

O município também conta com transporte pela empresa Viação Nossa Senhora do Amparo,
cujo itinerário abrange tanto linhas municipais quanto intermunicipais, interligando Maricá aos
municípios do Rio de Janeiro e Niterói. Sua frota é composta por 43 ônibus.

Como meio de transporte complementar, a população conta com 54 vans e 145 moto-táxis,
ambos em processo de recadastramento.

A Prefeitura pretende ainda incluir o Plano de Mobilidade no novo Plano Diretor, realizar
pesquisa de origem/destino, integrar os principais modais e implantar o sistema de integração
entre as linhas por meio do “maricard”.

O município de Saquarema, por meio da Secretaria Municipal de Transportes e Serviços


Públicos (agosto/2013) informou que a concessão dos serviços de transporte público no
município é da empresa Rio Lagos. O custo da passagem é de R$ 2,60, sem integração entre
as linhas, e a frota é composta por 53 ônibus urbanos, sendo 5 veículos novos.

De acordo com a Secretaria, alguns bairros do 3º distrito (Sampaio Correia) ainda não são
atendidos por transporte público. A previsão é de que, com a implantação do Porto em Ponta
Negra haverá demanda por transporte na região.

ARCADIS Logos 57
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O transporte intermunicipal é realizado pelas empresas Viação 1001, Viação Salineira e


Viação Rio Ita, que interligam Saquarema aos municípios de Niterói, Rio de Janeiro,
Araruama e Cabo Frio.

Quanto à satisfação do usuário, o município não dispõe de pesquisa oficial para mensurar o
grau de satisfação em relação ao transporte público oferecido. De qualquer forma, a
Secretaria informou que as principais reclamações recebidas são referentes à falta de
horários disponibilizados pela empresa e a superlotação dos ônibus.

Ferrovias

A AII é servida diretamente pela linha Niterói-Campos dos Goytacazes, parte da malha da
concessionária FCA-Ferrovia Centro-Atlântica (Vale), passando por Rio Bonito, Silva Jardim e
Macaé, conforme descrita anteriormente em relação à AII.

Dutovias

Está situada na AID parte da faixa de domínio de futuro duto da Transpetro, interligando o
local do empreendimento com o COMPERJ-Complexo Petroquímido do Rio de Janeiro, em
fase de implantação no município de Itaboraí, conforme citado anteriormente em relação à
AII.

ADA

A ADA é seccionada pela via de interligação entre a RJ 110 e a RJ 102. Para implantação do
empreendimento o empreendedor deverá obter autorização do DER para desvio desta
interligação para o extremo leste do terreno da DTA.

b) Geração e Distribuição de Energia Elétrica


Contexto Regional

Segundo informações disponibilizadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), a


capacidade instalada de geração de energia no Rio de Janeiro é estimada em 8.683.482 KW
de potência em 2012, gerados por 88 empreendimentos existentes no estado, o que equivale
a 7,6% do total da energia elétrica produzida no país. Está prevista para os próximos anos a
construção de três Pequenas Centrais Hidroelétricas (PCH), uma Usina Hidrelétrica de
Energia (UHE), uma Usina Termelétrica de Energia (UTE) e uma Usina Termonuclear (UTN),
que juntas adicionarão 3.660.699 KW na capacidade de geração existente.

A AII é atendida pelo complexo transmissor do Paranapanema, com linha de transmissão de


345 KV. A Ampla Energia e Serviços S/A, atuante nos municípios da AII e AID, é empresa do
setor privado, criada em 2004, possuindo concessão no serviço de distribuição de energia
elétrica a 66 municípios do estado do Rio de Janeiro. Segundo a ANEEL, esta empresa
possui a 6ª mais alta tarifa residencial vigente no país, passando por revisões tarifárias
anualmente. Os municípios da AII não possuem em seus territórios unidades geradoras,
sendo toda a energia consumida proveniente de outras localidades.

Na AII o percentual de domicílios atendidos com energia elétrica é superior a 99,6%, com
exceção de Silva Jardim cujo percentual é de 98,73%, conforme a Tabela 9.1.3-9. Uma

ARCADIS Logos 58
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pequena parcela dos consumidores possui outras fontes de energia como gás, diesel, placas
fotovoltaicas, entre outros.

Tabela 9.1.3-9 - Domicílios particulares permanentes atendidos com energia elétrica na AII, 2010

Fornecimento de Energia Elétrica

Municípios Fornecimento
Fornecimento por Sem % de
por outras
Cia. Distribuidora fornecimento atendimento
fontes

Niterói 167.288 1.877 72 99,96


São Gonçalo 322.298 3.284 300 99,91
Itaboraí 68.207 1.087 128 99,82
Tanguá 9.571 54 33 99,66
Rio Bonito 16.984 126 61 99,64
Araruama 35.453 243 11 99,69
Silva Jardim 6.591 37 85 98,73

São Pedro da Aldeia 27.436 249 58 99,79

Iguaba Grande 7.447 127 6 99,92

Total AII 725.942 8.230 854 99,87


Rio de Janeiro 5.171.396 65.718 5.897 99,89
Fonte: IBGE, Censo Demográfico de 2010. Elaboração: ARCADIS logos.

c) Caracterização da Área de Influência Direta e da Área Diretamente Afetada


Assim como observado para a AII, os municípios da AID não possuem em seus territórios
unidades geradoras, sendo a energia consumida proveniente de outras localidades. Maricá e
Saquarema também são atendidos pela Ampla Energia e Serviços S/A, com percentual de
atendimento elevado, conforme pode ser verificado na Tabela 9.1.3-10. Saquarema
apresenta maior representatividade no uso de outras fontes de energia, que atendem 587
domicílios, ou 2,5% do total.

Tabela 9.1.3-10 - Domicílios particulares permanentes atendidos com energia elétrica na AID.

Existência de Energia Elétrica

Municípios
Fornecimento por Fornecimento por Sem % de
Cia. Distribuidora outras fontes fornecimento atendimento

Maricá 42.200 559 51 99,88


Saquarema 22.467 587 49 99,79
Total AID 64.667 1.146 100 99,85
Rio de Janeiro 5.171.396 65.718 5.897 99,89
Fonte: IBGE, Censo Demográfico de 2010. Elaboração: ARCADIS logos.

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As ligações ativas são predominantemente residenciais (95,6% em Maricá e 92,3% em


Saquarema), cabendo às demais categorias de consumidores, respectivamente 3,7% e 5,7%
do montante. No que se refere ao consumo, o uso residencial em Marica corresponde a
72,9% dos 163.205 MWh contabilizados no município, seguindo-se 15,1% relativos ao
comércio e 5,5% à indústria. Já em Saquarema, o uso residencial é menos representativo -
59,3% dos 96.370 MWh consumidos no município, sendo proporcionalmente mais expressivo
no comércio (19,2%), verificando-se o inverso em relação à industrial (0,7%). O uso rural é
muito reduzido em Maricá, elevando-se para 8% em Saquarema. Os demais setores, que
inclui o uso institucional, responde por 12,9% do consumo nesse último município.

O perfil do uso da energia elétrica na AID difere significativamente da média do estado do Rio
de Janeiro, onde o setor residencial, apesar de ser o que mais consome, tem uma
representatividade menor (apenas 35,4%), enquanto o setor industrial responde por 25,6% e
o comercial por outros 24,8% (ver Gráfico 9.2-13 a seguir).

Gráfico 9.2-13 - Consumo de energia elétrica por categoria.

Estado do Rio de 35,4 25,6 24,8 0,8 13,5


Janeiro
(34.786.267 MWh)

Saquarema 59,3 0,7 19,2 8,0 12,9


(96.370 MWh)

Maricá 72,9 5,5 15,1 0,8


5,7
(163.205 MWh)

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Residencial (%) Industrial (%) Comercial (%)


Rural (%) Demais Setores (%)

Fonte: IBGE, Censo Demográfico de 2010. Elaboração: ARCADIS logos.

d) Abastecimento de Água e Saneamento


O saneamento básico é um componente fundamental na infraestrutura dos municípios, tendo
reflexo direto sobre o ambiente, a saúde e o bem-estar da população. O Pacto pelo
Saneamento, concebido pela Secretaria de Estado do Ambiente em 2007, é o principal
programa do estado do Rio de Janeiro para este segmento, com o objetivo de dobrar a coleta
e tratamento de esgoto em quatro anos, passando de 30% para 60%, bem como a
erradicação dos lixões. Este programa está dividido em dois subprogramas: (i) Rio + Limpo,
que visa universalizar os sistemas de coleta e tratamento de esgoto, estendendo o serviço à
zona rural por meio do Rio Rural e, (ii) Lixão Zero, que se destina à erradicação dos lixões e à
implantação de aterros sanitários. A adesão dos municípios ao programa é realizada
mediante consórcio público.

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Contexto Regional - AII

Os municípios que compõem a AII são atendidos pela Companhia Estadual de Águas e
Esgoto - CEDAE e por três outras empresas de menor porte. A área de influência dessas
últimas engloba Araruama e Silva Jardim (empresa concessionária Águas de Juturnaíba), e
Iguaba Grande e São Pedro da Aldeia (empresa concessionária Prolagos), respondendo
pelos serviços e obras de implantação, ampliação, manutenção e operação dos sistemas de
abastecimento de água e coleta e tratamento de esgoto das áreas urbanas. Seus contratos
de concessão tiveram início em 1998, com duração de 25 anos. Em Niterói, a empresa Águas
de Niterói é responsável pela distribuição de água, utilizando mananciais subterrâneos como
forma de abastecimento complementar. Os demais municípios são atendidos pela CEDAE,
que opera e mantém a captação, tratamento, adução e distribuição das redes de água e
coleta, transporte, tratamento e destino final dos efluentes. Em Itaboraí, Rio Bonito e Tanguá,
essas empresas são responsáveis apenas pelos serviços de abastecimento de água, sendo
os serviços de coleta e tratamento de esgoto de responsabilidade das municipalidades.

Niterói, São Gonçalo e Itaboraí, recebem a água retirada do Canal de Imunana, proveniente
do rio Macacu, que é tratada na ETA Laranjal em São Gonçalo. Araruama, Silva Jardim, São
Pedro da Aldeia e Iguaba Grande tem por manancial o rio São João/represa Juturnaíba,
sendo que os municípios restantes, Tangua e Rio Bonito, são abastecidos respectivamente
pelos rios Caceribú e Bacaxá.

Previsão de demanda realizada pela Agência Nacional de Águas - ANA, com horizonte em
2015, indica para Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, e Tanguá o risco de escassez do recurso se
os sistemas não forem ampliados. Para os demais municípios o prognóstico é satisfatório. Em
relação a Niterói a avaliação da ANA é reiterada pela Agenda 21 Comperj13, com base na
perspectiva de intensificação do crescimento da cidade em decorrência da implantação e
operação do novo complexo petroquímico, devendo-se ressaltar que esse empreendimento
será abastecido pela Estação Alegria, localizada no município do Rio de Janeiro.

As análises relativas ao abastecimento de água na AII destacam ainda o fato de que o


município de São Gonçalo tem apresentado crescimento no número de domicílios superior ao
ritmo de expansão da rede de distribuição de água, com redução da taxa de atendimento
entre os anos de 2006 e 2008. Como aspecto positivo destaca-se no Município de Rio Bonito
um significativo crescimento de a taxa de atendimento urbano, 11,6% entre 2008 e 2009,
malgrado ela permaneça ainda entre as mais reduzidas da região (ver Quadro 9.2-6).

Quadro 9.2-6 - Sistema de Abastecimento de Água e demanda para 2015 nos municípios da AII.

Prestador de Sub-bacia
Municípios Manancial Situação (até 2015)
Serviços Hidrográfica
Requer ampliação
Niterói CAN Baía de Guanabara Canal Imunana do sistema
São Requer ampliação
Gonçalo CEDAE Baía de Guanabara Canal Imunana do sistema

13
Disponível na página http://agenda21comperj.com.br/diagnosticos.

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Prestador de Sub-bacia
Municípios Manancial Situação (até 2015)
Serviços Hidrográfica
Requer ampliação
Itaboraí CEDAE Baía de Guanabara Canal Imunana do sistema
Requer ampliação
Tanguá CEDAE Baía de Guanabara Rio Caceribú do sistema
Rio Bacaxá, Serra do
Rio Bonito CEDAE Baía de Guanabara Sambé Satisfatória
Águas de Rio São João -
Araruama Juturnaíba Lagos São João Represa Juturnaíba Satisfatória
Águas de Rio São João -
Silva Jardim Juturnaíba Lagos São João Represa Juturnaíba Satisfatória
São Pedro Rio São João -
da Aldeia Prolagos Lagos São João Represa Juturnaíba Satisfatória
Iguaba Rio São João -
Grande Prolagos Lagos São João Represa Juturnaíba Satisfatória
Fonte: Agência Nacional das Águas - ANA, 2012. Elaboração: ARCADIS logos.

Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico de 2008, o populoso Município


de São Gonçalo era, no contexto da AII, aquele com maior volume de água tratada e
distribuída diariamente, malgrado apresentasse em 2010 um índice de atendimento de
apenas 79,68%. Niterói era o município com maior índice de atendimento, 97,36% dos
domicílios, bastante superior ao resultado apresentado pelo conjunto do estado do Rio de
Janeiro, de 84,58%. Os municípios de Itaboraí (27%), Tanguá (30,59%) e Silva Jardim
(43,18%) são os que apresentam as menores taxas de atendimento dos domicílios. Ver a
Tabela 9.1.3-11 a seguir.

Tabela 9.1.3-11 - Volume de água trata e distribuída por dia em 2008 e atendimento dos
domicílios pela rede geral de abastecimento de água em 2010.

Volume de água tratada Domicílio (2010) Índice de


Município e distribuída por dia (m³ Atendimento (%)
em 2008) Total Atendidos (2010)
Niterói 155.520 169.237 164.768 97,36
São Gonçalo 215.981 325.882 259.672 79,68
Itaboraí 23.531 69.422 18.750 27,01
Tanguá 2.510 9.658 2.954 30,59
Rio Bonito 68.841 17.171 9.571 55,74
Araruama 35.612 35.807 31.918 89,14
Silva Jardim 3.133 6.713 2.899 43,18
São Pedro da Aldeia 18.468 27.743 24.293 87,56
Iguaba Grande 6.335 7.580 6.235 82,26
Estado do RJ - 5.243.011 4.434.277 84,58
Fonte: Censo Demográfico 2010, IBGE, e Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2008, IBGE.
Elaboração: ARCADIS logos.

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Cabe ressaltar que a avaliação dos serviços de coleta e tratamento de esgoto sanitário das
cidades brasileiras aponta para a tendência de defasagem da infraestrutura de atendimento
frente ao crescimento urbano, tendo sido priorizada a ampliação das redes de distribuição de
água. A ANA indica ainda que 80% da água de abastecimento que entra nos domicílios
voltam ao sistema na forma de esgoto doméstico. Entre os municípios da AII, Niterói é o que
apresenta os melhores índices de coleta e tratamento de esgoto doméstico. Seu sistema de
tratamento é composto por sete ETEs e trata 100% dos 78% de esgoto coletado, índice de
atendimento que também é superior ao apresentado pelo conjunto do estado do Rio de
Janeiro.

Os dados do Censo Demográfico de 2010 para São Gonçalo indicam que 68% dos esgotos
domésticos estão ligados à rede geral de esgoto ou pluvial. Porém, quando se considera
apenas a rede coletora de esgoto, este percentual caí para 1,6%, levando a que a Agenda 21
do Comperj caracterize este município como de extrema precariedade, colocando-se entre os
piores do país neste segmento. O mesmo ocorre a Itaboraí, onde 40,45% dos esgotos
domésticos eram encaminhados para rede geral de esgoto ou pluvial, mas apenas 0,05%
tinham algum tipo de tratamento antes de ser encaminhado aos corpos hídricos.

Desse modo, também nesse caso, fica configurada uma situação de extrema precariedade,
que é apenas parcialmente atenuada pelo uso de fossas sépticas, aspecto que também se
verifica para Araruama, Iguaba Grande e São Pedro da Aldeia e, em menor proporção, para
Silva Jardim e Rio Bonito. Tanguá, cujo serviço de esgoto é administrado pela Secretaria
Municipal de Meio Ambiente, apresentava um dos melhores índices reais de esgotamento
sanitário na AII, pois apesar de possuir apenas 55,8% de seus domicílios ligados à rede geral
de esgoto ou pluvial, aproximadamente 40% do esgoto produzido recebia algum tipo de
tratamento. Não foram encontradas informações a respeito da taxa de esgoto tratado no
restante dos municípios.

Desse modo, se por um lado a quase totalidade dos domicílios da AII possui banheiro ou
sanitário (conforme a Tabela 9.1.3-12 a seguir), o esgotamento dos resíduos se apresenta
como muito problemático, não apenas pelos baixos percentuais de captação em redes e
tratamento, mas também devido à ampla utilização de modalidades precárias. Considerando-
se a situação média do Estado do Rio de Janeiro, onde a captação em rede (de esgoto ou
pluvial) e o uso de fossa séptica se elevam a 86,19% do total de domicílios, na AII apenas
Niterói apresenta desempenho superior (92,19%), observando-se que à exceção de Iguaba
Grande, nos demais municípios a proporção de modalidades precárias de esgotamento é
superior à média, destacando-se Itaboraí, Tangua, Araruama e Silva Jardim, com percentuais
de domicílios superiores a 30%.

Tabela 9.1.3-12 - Tipo de esgotamento sanitário e domicílios com banheiro ou sanitário.

Tipo de Esgotamento Sanitário (%)


Domicílios
com banheiro
Municípios Rede Geral Rio,
Fossa Fossa ou sanitário
de Esgoto ou Vala Lago ou Outros
Séptica Rudimentar (%)
Pluvial Mar

Niterói 87,01 5,09 1,91 3,57 2,00 0,35 99,92


São Gonçalo 68,28 13,73 4,30 8,30 4,63 0,66 99,91

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Tipo de Esgotamento Sanitário (%)


Domicílios
com banheiro
Municípios Rede Geral Rio,
Fossa Fossa ou sanitário
de Esgoto ou Vala Lago ou Outros
Séptica Rudimentar (%)
Pluvial Mar

Itaboraí 40,45 25,43 14,10 16,23 2,46 1,08 99,75


Tanguá 55,87 3,26 18,80 17,15 3,96 0,45 99,48
Rio Bonito 57,49 18,96 9,95 10,56 2,47 0,38 99,81
Araruama 17,56 47,29 28,73 3,94 1,67 0,50 99,70
Silva Jardim 38,98 22,17 23,28 10,93 3,28 0,70 99,34
São Pedro da
46,01 35,35 15,56 1,78 0,43 0,48 99,61
Aldeia
Iguaba Grande 33,32 53,88 8,42 2,49 0,74 1,04 99,89
Total da AII 60,85 18,67 9,25 7,39 3,11 0,60 99,86
Estado do Rio
76,59 9,60 5,70 4,67 2,86 0,45 99,87
de Janeiro
Fonte: Rede Cidades IBGE 2010. Elaboração: ARCADIS logos.

Quanto à coleta do lixo domiciliar pelos serviços de limpeza urbana, entre os municípios da
AII apenas Niterói e Iguaba Grande apresentam taxa de atendimento inferior à média do
Estado do Rio de Janeiro que era de 86,2% em 2010. São Pedro da Aldeia e Tanguá exibem
os melhores desempenhos (94,6% e 90,56% respectivamente), observando-se que de modo
geral a ausência desse serviço ocorre nas áreas rurais onde predominam a queima ou o
despejo em terrenos baldios. Como pode ser observado na Tabela 9.1.3-13 a seguir, a
situação aparentemente mais crítica era a de São Gonçalo, extremamente populoso e
urbanizado, onde para 2,16% dos domicílios o lixo doméstico era lançado em locais não
apropriados.

Tabela 9.1.3-13 - Domicílios particulares permanentes atendidos por serviço de coleta de lixo.

Coletado
Jogado em
Municípios Diretamente Em caçamba Queimado Terreno Outros
por serviço de de serviço de Baldio
limpeza limpeza

Niterói 83,01 15,97 0,30 0,65 0,07


São Gonçalo 88,76 5,02 3,61 2,16 0,45
Itaboraí 89,08 3,83 5,98 0,72 0,39
Tanguá 90,56 3,00 6,11 0,07 0,26
Rio Bonito 87,83 4,68 7,09 0,23 0,17
Araruama 88,69 4,93 5,83 0,33 0,21
Silva Jardim 88,63 0,79 9,71 0,22 0,64
São Pedro da Aldeia 94,58 1,48 3,51 0,25 0,17

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Coletado
Jogado em
Municípios Diretamente Em caçamba Queimado Terreno Outros
por serviço de de serviço de Baldio
limpeza limpeza

Iguaba Grande 83,36 15,34 0,95 0,18 0,16


Total AII 87,16 7,48 3,34 1,28 0,46
Rio de Janeiro 86,24 10,63 2,04 0,84 0,26
Fonte: Rede Cidades IBGE 2010. Elaboração: ARCADIS logos.

Deste modo se pode observar que o principal problema referente ao lixo nas cidades não
consiste nos sistemas de coleta, mas no destino final, que geralmente é feito de forma
inadequada em lixões ou terrenos baldios. Neste contexto, a Lei Federal nº 12.305 de 2010
que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, determina que os municípios formulem
seus Planos de Saneamento Básico até 2012, devendo iniciar sua execução até 2014.

Os dados disponíveis no Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento - SNIS,


referente ao ano de 2008, informam sobre as unidades de disposição e processamento de
resíduos sólidos existentes nos municípios da AII.

O município de Niterói possui o Aterro Controlado do Morro do Céu desde 1983, e recebeu
em 2008 um total de 210.646 toneladas. Essa unidade de processamento conta com uma
Unidade de Tratamento para Incineração, Célula para RSS (resíduos de serviços de saúde) e
Usina de Triagem e Desidratação do Lixo em área cercada, com sistemas de drenagem de
água, gases e chorume, sendo que este último recebe tratamento fora da unidade. Este
aterro não possui impermeabilização do solo nem aproveitamento dos gases como recurso
energético.

Em Rio Bonito, desde 1996, funciona um Aterro Sanitário Municipal operado pela Prefeitura,
que em 2008 recebeu um total de 13.830 toneladas de resíduo sólido. Essa unidade opera
em área aberta, sem qualquer tipo de drenagem de água, gases ou chorume, sem sistema de
impermeabilização do solo, tratamento de subprodutos ou sua utilização como recurso
energético. Em São Gonçalo funciona a maior unidade de processamento de resíduos sólidos
da AII. O Aterro de Itaoca (Central de Tratamento de Resíduos Alcântara S/A, do grupo
Haztec), funciona desde 2004, e em 2008 recebeu 315.058 toneladas de resíduos sólidos.
Conta com duas unidades de triagem (Azul e Amarela), uma Central de Poda e Galhadas,
uma Central de Entulho e um Incinerador. Essa unidade de processamento funciona em área
cercada, com base impermeabilizada, drenagem de gases e chorume sendo este último
tratado na própria unidade (ver Quadro 9.2-7 a seguir). Os demais municípios não possuem
aterro sanitário, não constando informações sobre o destino do resíduo sólido gerado em
seus territórios no banco de dados do SINIS ou IBGE.

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Quadro 9.2-7 - Unidades de Disposição e Processamento de Resíduos Sólidos nos municípios


da AII em 2008.

Ano de início Quantidade


Município Unidade de Processamento Operador
da operação recebida (ton.)

Aterro Controlado do Morro do Céu 1983 210.646 Prefeitura

Unidade de Tratamento para


2002 não informado Prefeitura
Incineração de RSS
Niterói
Célula para RSS no aterro Morro
1998 não informado Prefeitura
do Céu
Usina de Triagem e Desidratação
2004 não informado Prefeitura
de Lixo
Rio Bonito Aterro Sanitário Municipal 1996 13.830 Prefeitura

Aterro de Itaoca - CTR Alcântara 2004 315.058 Empresa Privada

Operação de Unidade de Triagem


2004 não informado Empresa Privada
(Azul)

Central de Podas e Galhadas 2004 399 Empresa Privada


São
Gonçalo
Central de Entulho 2004 não informado Empresa Privada

Operação de Unidade de Triagem


2004 não informado Empresa Privada
(Amarela)

Operação de Incinerador 2004 não informado Empresa Privada

Fonte: SNIS 2009. Elaboração: ARCADIS logos.

Em pesquisa ao site da Secretaria de Estado do Ambiente - SEA, o mesmo informa que a


meta do Governo do Estado do Rio de Janeiro é a erradicação de todos os lixões municipais
até 2014, por meio do Programa Lixão Zero, coordenado pela própria SEA. No contexto do
Programa, o consórcio Região dos Lagos I, que envolve Saquarema, Araruama e Silva
Jardim, está com o consórcio formalizado e prevê a construção de um aterro sanitário em
Saquarema. Os municípios de Niterói, São Gonçalo, Maricá, Itaboraí, Tanguá, Rio Bonito,
Cachoeiras de Macacu e Guapimirim formam o consórcio da Região Metropolitana Leste e
seu arranjo encontra-se em definição, com previsão de utilização de dois aterros sanitários, já
em operação, nos municípios de São Gonçalo e Itaboraí, conforme mostra a Figura 9.1.3-7 a
seguir.

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Figura 9.1.3-7 - Arranjos regionais para disposição final de resíduos sólidos urbanos.

Fonte: Secretaria de Estado do Ambiente - SEA, Superintendência de Políticas de Saneamento, 2013.

Abastecimento e Saneamento da AID e ADA

O município de Maricá é atendido pela CEDAE (abastecimento de água e coleta e tratamento


de esgoto), com base em sistema que capta água bruta do Rio Ubatiba e conta com estação
elevatória, adutora e ETA convencional. Adicionalmente utiliza água retirada de poços
profundos, e que passa por simples desinfecção sendo diretamente encaminhada à rede de
distribuição, conforme a Figura 9.1.3-8, a seguir. Segundo cálculos de demanda para 2015
realizado pela ANA, esse sistema requer ampliação, pois a oferta existente já estaria
comprometida.

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Figura 9.1.3-8 - Croqui do sistema de captação, tratamento e distribuição de água em Maricá.

Fonte: Agência Nacional das Águas - ANA, 2012. Elaboração: ARCADIS logos.

Por sua vez o município de Saquarema é atendido (distribuição de água e coleta e tratamento
de esgotos) pela concessionária Água de Juturnaíba, que capta água bruta da represa de
Juturnaíba, passa por estação elevatória e ETA convencional, seguindo por mais de cento e
cinquenta quilômetros e uma série de reservatórios de apoio até chegar à rede de distribuição
de Saquarema, conforme a Figura 9.1.3-9. Segundo indicações da ANA, este sistema requer
ampliação, uma vez que também alimenta Araruama e Silva Jardim (ver também o Quadro
9.2-8).

Figura 9.1.3-9 - Croqui do sistema de captação, tratamento e distribuição de água de


Saquarema.

Fonte: Agência Nacional das Águas - ANA, 2012. Elaboração: ARCADIS logos.

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Quadro 9.2-8 - Sistema de Abastecimento de Água e demanda para 2015 nos municípios da AII.

Prestador de Sub-bacia
Município Manancial Situação (até 2015)
Serviços Hidrográfica

Baía de Rio Ubatiba / Poços de Requer novo


Maricá CEDAE Guanabara Maricá manancial
Águas de Lagos São Rio São João - Represa de Requer ampliação do
Saquarema Juturnaíba João Juturnaíba sistema
Fonte: Agência Nacional das Águas - ANA, 2012. Elaboração: ARCADIS logos.

A taxa de cobertura na área urbana de Maricá englobava cerca da quarta parte dos
domicílios nos anos de 2008 e 2009, aumentando para pouco mais da metade em 2010, de
acordo com os dados no sistema da Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisa e
Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro (CEPERJ). A população anteriormente
atendida em 2009 passou de 31.544 para 73.905 em 2010, observando-se ainda que embora
a extensão da rede permaneça em 85km, o número de ligações aumentou de 8.324 para
21.947, nos dois últimos anos estudados.

Saquarema, com população equivalente aproximadamente à metade daquela de Maricá,


apresentava em 2010 uma taxa de cobertura da população urbana de 94%, superior à média
do estado do Rio de Janeiro (88,7%). Entre 2006 e 2010 a extensão da rede foi de pouco
mais de 130 km (incremento de 40%), com 2,6 mil novas ligações (incremento de 19%) como
pode ser observado no Quadro 9.2-9 a seguir.

Quadro 9.2-9 - Atendimento e extensão da rede de abastecimento de água no período 2006-


2010.

Municípios e Unidade da
2006 2007 2008 2009 2010
Federação

Taxa de cobertura urbana (%)

Maricá - - 25,0 26,1 57,6


Saquarema 90,0 96,3 93,0 - 94,0
Estado do Rio de Janeiro 70,2 72,0 86,2 84,8 88,7

População Atendida

Maricá - - 29.073 31.544 73.905


Saquarema 56.811 60.380 63.490 64.900 67.300
Estado do Rio de Janeiro 10.631.794 10.769.279 13.244.937 13.090.566 13.956.972

Número de Ligações

Maricá - - 7.907 8.324 21.947


Saquarema 11.155 11.952 13.529 13.654 13.773
Estado do Rio de Janeiro 1.594.922 1.700.462 2.164.935 2.295.082 2.750.103

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Extensão da Rede (Km)

Maricá - - 84 85 85
Saquarema 198,1 226,4 261,93 276,76 328,67
Estado do Rio de Janeiro 22.833,45 22.998,97 27.141,47 28.903,41 29.990,22
Fontes: CEPERJ, 2010 e SNIS, 2010. Elaboração: ARCADIS logos.

Em 2010, apenas 18,9% dos domicílios de Maricá eram ligados à rede de abastecimento de
água, sendo que 74,1% possuíam poços, conforme a Tabela 9.1.3-13 a seguir. Ainda assim,
de acordo com relato de moradores locais, é frequente a falta de água na rede de
distribuição, principalmente na alta temporada e feriados, períodos em que cresce a demanda
devido ao grande afluxo de veranistas. Por esse motivo, mesmo entre os domicílios ligados à
rede é comum o uso de poços. Estes, em geral, captam água do lençol freático que tem
pouca profundidade na região, e podem facilmente ser contaminados pelo esgoto não
canalizado ou depósitos irregulares de lixo.

Outra solução utilizada pelos moradores é a compra de água de caminhões pipa, que
frequentemente abastecem também os equipamentos públicos, principalmente escolas e
postos de saúde. Nos trabalhos de campo foi observada a frequente circulação desses
caminhões pipa pelo município, assim como localizados alguns pontos de abastecimento
desses caminhões, onde não foram notadas as precauções sanitárias indispensáveis. De
acordo com informantes locais, também não são conhecidos eventuais controles da
qualidade da água que é comercializada.

Em Saquarema 40,7% dos domicílios - em sua totalidade urbanos, estavam ligados à rede de
distribuição de água de Juturnaíba, sendo equivalentes a 53,2% os domicílios que utilizam
água de poço ou nascente. O abastecimento por caminhão pipa também se faz presente,
porém não foram localizados os pontos de abastecimento dos caminhões (ver Foto 9.2-6 e
Foto 9.2-7 a seguir)

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Tabela 9.1.3-14 - Modalidades de abastecimento de água em 2010.

Modalidades de Abastecimento de Água


Domicílios
Densidade
particulare Rede geral de
Município População demográfi Poço ou Nascente Cisterna Outro
Distritos s distribuição
s total ca
permanent
(hab/km²)
es
Domicílio Domicílio
(%) Domicílios (%) Domicílios (%) (%)
s s

Inoã 71.765 687,99* 24.348 374 1,54 22.602 92,83 47 0,19 1.325 5,44
Manoel Ribeiro 14.995 108,07* 5.117 362 7,07 4.079 79,71 36 0,70 640 12,51
Maricá
Maricá (sede) 40.701 489.75* 13.345 7.376 55,27 5.052 37,86 48 0,36 869 6,51
Total 127.461 351,55 42.810 8.112 18,95 31.733 74,13 131 0,31 2.834 6,62
Bacaxá 35.515 315,13* 10.789 4.161 38,69 6.101 56,73 12 0,11 481 4,47
Sampaio
Correia 11.720 111,30* 3.646 1.099 30,14 2.322 63,69 2 0,05 223 6,12
Saquarema
Saquarema
(sede) 26.999 398,83* 8.668 4.092 47,61 3.811 44,34 54 0,63 637 7,41
Total 74.234 209,96 23.103 9.352 40,67 12.234 53,20 68 0,30 1.341 5,83
Fonte: Censo Demográfico 2010, IBGE. Elaboração: ARCADIS logos.

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Foto 9.2-6 - Caminhão pipa estacionado em Foto 9.2-7 - Ponto de abastecimento de


Ponta Negra, Maricá. caminhões pipa em Maricá.

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Quanto ao atendimento dos serviços de água em relação ao total de habitantes (ver Tabela
9.1.3-15), observa-se que no período de 2001 a 2010 o município de Maricá possuía um
atendimento de apenas 25,7% em 2001, mantendo essa faixa até 2009 e aumentando a
cobertura de atendimento apenas em 2010, quando passa a atender 58,0% da população
total. Saquarema já inicia o período com 50,0% de atendimento em 2001, apresentando
crescimento significativo em 2003 (passando a 91,1%), uma queda em 2005 (70,0%) e chega
em 2010 com 90,7%, superior à média do Estado no mesmo ano (87,3%) (ver Gráfico
9.2-14).

Tabela 9.1.3-15 - Atendimento dos serviços de água com base no total de habitantes - 2001 a
2010

População atendida com


Municípios e População residente do
Ano de abastecimento de água (habitante)
Unidade da município, segundo IBGE
referência
Federação (habitante)
total %

2001 80.241 20.649 25,7%


2002 83.090 21.585 26,0%
2003 86.038 22.807 26,5%
2004 92.227 23.310 25,3%
2005 95.653 24.865 26,0%
Maricá
2006 99.052 si si
2007 105.294 si si
2008 119.231 29.073 24,4%
2009 123.492 31.544 25,5%
2010 127.461 73.905 58,0%
2001 54.254 27.112 50,0%
Saquarema
2002 55.527 28.747 51,8%

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População atendida com


Municípios e População residente do
Ano de abastecimento de água (habitante)
Unidade da município, segundo IBGE
referência
Federação (habitante)
total %

2003 56.950 51.904 91,1%


2004 59.938 54.234 90,5%
2005 61.591 43.101 70,0%
2006 63.232 56.811 89,8%
2007 62.174 60.380 97,1%
2008 67.853 63.490 93,6%
2009 69.374 si si
2010 74.234 67.300 90,7%
2001 14.558.545 10.253.955 70,4%
2002 14.724.475 10.505.514 71,3%
2003 14.879.118 12.025.844 80,8%
2004 15.203.750 11.870.087 78,1%
2005 15.383.407 12.413.918 80,7%
Estado RJ
2006 15.561.720 10.510.342 67,5%
2007 15.420.375 10.769.279 69,8%
2008 15.872.362 13.244.937 83,4%
2009 16.010.429 13.131.631 82,0%
2010 15.989.929 13.956.972 87,3%
Fonte: SNIS, 2010. Elaborado por ARCADIS logos, 2013.

Observa-se que nos anos de 2006 e 2007 o município de Maricá não forneceu informações
ao SNIS - Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, assim como o município de
Saquarema em 2009.

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Gráfico 9.2-14 - Atendimento percentual dos serviços de água com base no total de habitantes -
2001 a 2010

Fonte: SNIS, 2010. Elaborado por ARCADIS logos, 2013.

Em Maricá encontra-se em implantação o sistema de abastecimento de Inoã e Itaipuaçú. De


acordo com a CEDAE, trata-se de um investimento de R$ 67,4 milhões que visa atender a
48.000 pessoas. Foram igualmente iniciadas obras para: (i) reforço do sistema de
abastecimento na sede municipal (atendimento de 54,6 mil pessoas), (ii) implantação do
sistema de abastecimento de Ponta Negra (atendimento de 5,6 mil pessoas) e, (iii) ampliação
e melhoria operacional do sistema de distribuição nos bairros Caxito e Nova Metrópole
(atendimento de 1,9 mil pessoas).

Esses investimentos, não obstante, ainda não interferem nos serviços de coleta e tratamento
de esgoto sanitário, onde prevalece amplamente uma situação de precariedade. Em Marica,
no ano de 2010, apenas 12,40% dos domicílios estavam ligados à rede geral de esgoto ou
pluvial, 51,95% possuíam fossas sépticas e 28,25% fossas rudimentares. Apesar de o
município contar com uma ETE, segundo a Agenda 21 do Comperj, o percentual tratado é
muito reduzido, levando a que grande parte do que é coletado seja despejado in natura nos
cursos d’água. A CEDAE, na sua previsão de investimentos, não menciona qualquer obra de
ampliação ou melhoria no sistema de coleta e tratamento de esgoto no município. Entretanto,
entre as condicionantes estabelecidas para a concessão da licença ambiental para a
implantação do emissário do COMPERJ que atravessará parte do Município, está prevista a
implantação de rede de esgotos que deve atender 70% da população local, contando com
estação de tratamento e um emissário submarino. Essas obras serão custeadas pela
Petrobras (R$ 60 milhões) e pelo Programa de Aceleração do Crescimento (R$ 33 milhões).

Em Saquarema o percentual de domicílios ligados à rede de coleta de esgoto ou pluvial é de


20,34%, restritos à área urbana. Utilizam fossa séptica outros 35,30%, elevando-se para
36,69% aqueles que utilizam fossa rudimentar (ver Tabela 9.1.3-16). O município conta com
três ETEs (ETE Bacaxá, ETE Itaúna e ETE Saquarema) que tratam aproximadamente 60%
do esgoto coletado, cujo destino final é o Rio Bacaxá e a Lagoa de Saquarema.

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Adicionalmente, segundo informações de funcionários da concessionária Águas de


Juturnaíba, a ETE Córrego dos Leites no Município de Araruama recebe efluente proveniente
da limpeza das fossas dos domicílios de Saquarema (ver Foto 9.2-8, Foto 9.2-9 e Tabela
9.1.3-16).

Foto 9.2-8 - Obras de canalização de Foto 9.2-9 - Estação de tratamento de esgoto -


córrego ao lado da prefeitura de Maricá ETE no centro de Saquarema.

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

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Tabela 9.1.3-16 - Tipo de esgotamento sanitário e domicílios com banheiro ou sanitário.

Modalidades de Esgotamento Sanitário


Total de
Domicíli
Domicílios
os Rede Geral de
Fossa Rio, Lago ou com banheiro
Municí particula Esgoto ou Fossa Séptica Vala Outro
Distritos Rudimentar Mar ou sanitário
pios res Pluvial
permane
ntes Domic Domic Domic Domic Domic Domic Domic
(%) (%) (%) (%) (%) (%) (%)
ílios ílios ílios ílios ílios ílios ílios

Inoã 24.348 1.877 7,72 14.829 60,99 5.809 23,89 1.251 5,15 332 1,37 214 0,88 24.312 99,85

Manoel
5.117 167 3,27 2.303 45,04 2.390 46,74 101 1,98 123 2,41 29 0,57 5.113 99,92
Ribeiro
Maricá
Maricá
13.345 3.256 24,43 5.077 38,10 3.878 29,10 811 6,09 253 1,90 52 0,39 13.327 99,87
(sede)

Total 42.810 5.300 12,40 22.209 51,95 12.077 28,25 2.163 5,06 708 1,66 295 0,69 42.752 99,86

Bacaxá 10.789 3.323 30,92 3.090 28,75 3.437 31,98 780 7,26 87 0,81 30 0,28 10.747 99,61

Sampaio
3.646 635 17,42 1.448 39,71 1.063 29,16 456 12,51 39 1,07 5 0,14 3.646 100,00
Saqua Correia
rema Saquarema
8.668 715 8,33 3.572 41,61 3.931 45,79 261 3,04 82 0,96 23 0,27 8.584 99,03
(sede)

Total 23.103 4.673 20,34 8.110 35,30 8.431 36,69 1.497 6,52 208 0,91 58 0,25 22.977 99,45

Fonte: Censo Demográfico 2010, IBGE. Elaboração: ARCADIS logos.

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De acordo com dados do SNIS (2010), observa-se que no município de Maricá, do total de
esgoto coletado (703,04 mil m³/ano), 66,6% é tratado (468,00 mil m³/ano) e o índice de
esgoto tratado em relação à água consumida é de 11,34%. Esses dados não são fornecidos
por distrito, porém sabe-se que apenas parte do distrito sede de Maricá possui rede e
tratamento, sendo possível afirmar que esses dados são referentes então ao distrito sede e
que os demais não possuem coleta e nem tratamento.

Quanto à Saquarema o volume de esgoto coletado é de 873,00 mil m³/ano, sendo que não
foram informados nem o volume de esgoto tratado e nem o índice de esgoto tratado referido
à água consumida, conforme Quadro 9.2-10.

Quadro 9.2-10 - Informações sobre o esgotamento sanitário nos municípios da AID – 2010.

Volume de esgoto Volume de esgoto Índice de esgoto tratado


Municípios
coletado (1.000 m³/ano) tratado (1.000 m³/ano) referido à água consumida (%)

Maricá 703,04 468,00 11,34


Saquarema 873,00 não informado não informado
Fonte: SNIS, 2010. Elaborado por ARCADIS logos, 2013.

Em entrevista com a Secretaria Municipal de Obras e Urbanismo de Saquarema (2013),


foram informados os volumes de esgoto coletado por distrito, disponibilizados no Quadro
9.2-11, exceto o distrito de Sampaio Correia que não é atendido por serviços de esgoto.
Observa-se no distrito de Bacaxá que o volume de esgoto coletado já se encontra na
capacidade máxima de 50l/s. Para o distrito de Saquarema, há divisão dos bairros em dois
sistemas, Centro e Itaúna, que coletam 12,0l/s e 4,0l/s respectivamente, um pouco abaixo da
capacidade prevista.

Quadro 9.2-11 - Volume de esgoto coletado por distrito em Saquarema, 2013.

Volume de esgoto
Município Distrito Capacidade (l/s)
coletado (l/s)

Bacaxá 50,0 50,0


Saquarema Saquarema (Centro) 12,0 15,0
Saquarema (Itaúna) 4,0 7,0
Fonte: Secretaria Municipal de Obras e Urbanismo de Saquarema, agosto/2013.

Em relação ao atendimento dos serviços de esgoto com base no total de habitantes,


analisou-se os dados do SNIS no período de 2001 a 2010. A precariedade no atendimento se
reflete no baixo percentual já no ano de 2001, onde o município de Maricá apresentava
apenas 2,7% de cobertura. Essa faixa se estende até o ano de 2009 (2,6%) e apresenta um
pequeno crescimento em 2010, quando passa a atender 12,3% da população. No município
de Saquarema, os dados começam a ser divulgados a partir de 2005, quando o município
apresenta 19,2% de atendimento, passando para 43,8% em 2006, 74,5% em 2009 e 72,5%
em 2010. De maneira geral, Saquarema se posiciona acima da média do Estado do Rio de
Janeiro, que fecha 2010 com um percentual de 56,7%, conforme se observa na Tabela
9.1.3-38 e no Gráfico 9.2-15.

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Tabela 9.1.3-17 - Atendimento dos serviços de esgoto com base no total de habitantes - 2001 a
2010

População atendida com esgotamento


Municípios e População residente do
Ano de sanitário (habitante)
Unidade da município, segundo
referência
Federação IBGE (habitante)
total %

2001 80.241 2.168 2,7%


2002 83.090 2.185 2,6%
2003 86.038 2.168 2,5%
2004 92.227 2.228 2,4%
2005 95.653 2.491 2,6%
Maricá
2006 99.052 si si
2007 105.294 si si
2008 119.231 2.521 2,1%
2009 123.492 3.164 2,6%
2010 127.461 15.741 12,3%
2001 54.254 si si
2002 55.527 si si
2003 56.950 si si
2004 59.938 si si
2005 61.591 11.839 19,2%
Saquarema
2006 63.232 27.717 43,8%
2007 62.174 33.893 54,5%
2008 67.853 50.512 74,4%
2009 69.374 51.712 74,5%
2010 74.234 53.800 72,5%
2001 14.558.545 5.976.787 41,1%
2002 14.724.475 6.073.601 41,2%
2003 14.879.118 6.241.110 41,9%
2004 15.203.750 6.435.570 42,3%
2005 15.383.407 6.680.640 43,4%
Estado RJ
2006 15.561.720 6.840.478 44,0%
2007 15.420.375 6.269.624 40,7%
2008 15.872.362 7.108.965 44,8%
2009 16.010.429 6.670.958 41,7%
2010 15.989.929 9.062.495 56,7%
Fonte: SNIS, 2010. Elaborado por ARCADIS logos, 2013.

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Nota-se que nos anos de 2006 e 2007 não há informações disponíveis sobre o atendimento
dos serviços de esgoto no município de Maricá, e para os anos de 2001 a 2004 no município
de Saquarema.

Gráfico 9.2-15 - Atendimento percentual dos serviços de esgoto com base no total de habitantes
- 2001 a 2010

Fonte: SNIS, 2010. Elaborado por ARCADIS logos, 2013.

Quanto ao serviço de coleta de lixo, a cobertura alcança 80,3% dos domicílios em Maricá e
89,5% em Saquarema, sendo que no conjunto do estado do Rio de Janeiro esse percentual é
de 86,2%. Assim como nos municípios da AII, o grande problema referente ao lixo não
consiste apenas nos sistemas de coleta, mas na destinação final, geralmente feita de forma
inadequada. Cabe observar em relação a esse aspecto, que a destinação em lixões ou
terrenos baldios gera locais propícios para insetos e roedores transmissores de doenças,
além da contaminando o lençol freático como produto da decomposição e infiltração da
matéria orgânica e demais substâncias tóxicas. Trata-se de um risco grave, mormente
quando uma proporção elevada da população - como nos casos da AII e AID, utiliza água de
poço ou nascente, ficando vulnerável a doenças (ver Tabela 9.1.3-18).

Tabela 9.1.3-18 - Domicílios particulares permanentes atendidos por serviços de coleta de lixo.

Coletado (%)
Municípios e Jogado em
Queimado
Unidade da Diretamente Em caçamba Terreno Outro (%)
(%)
Federação por serviço de de serviço de Baldio (%)
limpeza limpeza

Maricá 80,39 8,11 3,02 0,96 2,85


Saquarema 89,50 4,21 5,38 0,48 0,44
Rio de Janeiro 86,24 10,63 2,04 0,84 0,26
Fonte: Censo Demográfico 2010, IBGE. Elaboração: ARCADIS logos.

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Segundo os dados disponíveis no Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento -


SNIS, referente ao ano de 2010, o município de Maricá possui um Aterro Controlado operado
pela Prefeitura desde 2009, em área cercada, com drenagem de água, gases e chorume,
porém sem impermeabilização do solo. O município de Saquarema não possui Aterro
Sanitário, não tendo sido registradas informações sobre o destino do resíduo sólido gerado
no banco de dados do SINIS. De acordo com entrevista, realizada em agosto/2013 com a
Secretaria Municipal de Obras e Urbanismo de Saquarema, foi informado que o município
dispõe de Aterro sanitário, localizado no distrito de Bacaxá, embora a Agenda 21 (2011)
mencione a existência de lixão. De acordo com o Secretário, o município compõe o Consórcio
Intermunicipal da Região dos Lagos de Manejo de Resíduos Sólidos, junto aos municípios de
Araruama e Silva Jardim, e irá abrigar o aterro sanitário regional que atenderá aos três
municípios, desativando o aterro existente (ver Quadro 9.2-12 a seguir).

Quadro 9.2-12 - Unidades de Processamento de Resíduos Sólidos nos municípios da AID em


2010.

Quantidade
Ano de início
Municípios Unidade de Processamento recebida Operador
da operação
(ton/ano)

Maricá Aterro Controlado 2009 32.064 Prefeitura ou SLU

Saquarema não informado não informado não informado não informado

Fonte: SNIS 2010. Elaboração: ARCADIS logos.

Nos contatos mantidos com as administrações municipais da AID, foi informada a existência
de planos e programas voltados para eliminar ou pelo menos diminuir os importantes déficits
no sistema de coleta e limpeza pública. Prevê-se o reforço na limpeza das praias, a
redefinição das rotas e dias de coleta nas ruas, a inclusão da coleta nos condomínios, sendo
esperada a chegada de novos equipamentos para limpeza da areia, varrição mecanizada das
vias, início da coleta seletiva e o desenvolvimento de campanhas educativas e incremento da
fiscalização. Para o período de férias, quando aumenta fortemente a demanda, está
planejada a instalação de grandes lixeiras provisórias nas praias, além da ampliação das
atividades de reciclagem - atualmente embrionárias, associadas à expansão da coleta
seletiva.

Vale observar que especialmente para Maricá, devido à dimensão de seu território,
espraiamento das áreas urbanizadas, carência geral de infraestruturas e intenso crescimento
populacional, trata-se de uma meta difícil de ser alcançada, pois como será observado no
item em sequencia, estima-se que entre 2010 e 2025 o incremento da população residente
será de cerca de 142 mil pessoas. Para Saquarema o incremento esperado é de 50 mil
pessoas, às quais, em ambos os casos, deve se acrescer o fluxo de veraneio.

G) Dinâmica Populacional
Considerando que qualquer interferência no espaço requer um conhecimento não somente
nas formas de uso e apropriação deste, mas principalmente de quem o ocupa e usa, a
identificação e análise do tamanho e da composição da população, quer seja por idade e
sexo, rural ou urbana, constitui ponto relevante para todas as esferas de planejamento
público ou privado. Deste modo, a partir dos dados obtidos, torna-se possível avaliar e prever

ARCADIS Logos 80
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demandas sociais como saúde, habitação, educação, emprego, infraestrutura de transporte,


energia , comunicação, entre outros. O conhecimento da situação de base desta população é
que embasará a tomada de decisões de forma estratégica e concisa com a realidade quanto
aos programas necessários para a promoção da inserção harmônica do empreendimento na
região.

a) Evolução Demográfica
Considerados os dados do último censo demográfico (IBGE, 2010), observa-se uma maior
concentração de pessoas na Região Metropolitana do Rio de Janeiro em relação às demais
regiões do estado. O recorte de municípios sob influência do empreendimento, não obstante,
apresenta como destaques os municípios de São Gonçalo e Niterói, que juntos somam um
milhão e meio de pessoas. Ambos detém população apenas urbana, configurando-se como
municípios de alta densidade habitacional.

Os demais municípios da região de influência, embora não tão populosos, sofreram


crescimento e adensamento populacional expressivo desde 2000 até 2010. Maricá, em
especial, viu sua população rural diminuir de 17% em 2000 para apenas 2% em 2010, fruto
das pressões habitacionais da região onde se insere - Metropolitana do Rio de Janeiro,
paralelamente a um incremento da densidade de 210,9 para 351,6 habitantes por Km2.
Saquarema apresentou um ligeiro incremento de sua população rural, cuja participação
elevou-se de 4% para 5%, muito embora também tenha observado aumento da densidade
demográfica14.

A tendência de aumento da densidade demográfica e urbanização é observada em todos os


municípios da região, salvo por Silva Jardim. Ademais o estado do Rio de Janeiro sofre
similar tendência e o próprio Brasil também, embora ambos em menor intensidade. Itaboraí e
Maricá, em especial, poderão observar na próxima década o desaparecimento de sua
população rural (ver Tabela 9.1.3-19 a seguir).

14
Contudo, é importante dizer que a densidade demográfica é um dado quantitativo que não expressa exatamente a distribuição
espacial real da população no território do município. A distribuição da população pode se dar em função do acesso a bens e
serviços, a conformação geomorfológica da área, dentre outros fatores. Outro elemento que interfere diretamente na análise da
densidade demográfica é o valor da área do território analisado. Esse valor de área é inversamente proporcional ao valor
calculado para a densidade demográfica.

ARCADIS Logos 81
Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Tabela 9.1.3-19 - População, população urbana e rural e densidade demográfica dos municípios
da AID e AII, Rio de Janeiro e Brasil - 2000 e 2010.

Área de 2000 2010


Influência,
Municípios, Pop. Pop. Pop. Pop.
Unidade da População Dens. População Dens.
Urb. Rural dem. Urb. Rural dem.
Federação e 2
País (%) (%) (hab/km ) (%) (%) (hab/km2)

Maricá 76.737 83% 17% 210,93 127.461 98% 2% 351,55


AID
Saquarema 52.461 96% 4% 147,92 74.234 95% 5% 209,96
Niterói 459.451 100% 0% 3.487,43 487.562 100% 0% 3.640,80
São
891.119 100% 0% 3.550,03 999.728 100% 0% 4.035,90
Gonçalo
Itaboraí 187.479 95% 5% 437,72 218.008 99% 1% 506,56
Tanguá 26.057 86% 14% 181,40 30.732 89% 11% 211,21
Rio Bonito 49.691 65% 35% 107,32 55.551 74% 26% 121,70
AII
Silva Jardim 21.265 67% 3% 22,64 21.349 76% 24% 22,77
Araruama 82.803 91% 9% 130,50 112.008 95% 5% 175,55
Iguaba
15.089 100% 0% 416,60 22.851 100% 0% 439,91
Grande

São Pedro 63.227 91% 9% 189,99 93% 7% 264,05


87.875
da Aldeia

Estado do Rio de
14.392.106 96% 4% 328,03 15.989.929 97% 3% 365,23
Janeiro

Brasil 169.872.856 81% 19% 19,92 190.755.799 84% 16% 22,43

Fonte: IBGE (2010). Elaboração: ARCADIS logos.

Tal como discutido no histórico de ocupação, os municípios que sofrem pressão pela
expansão da região metropolitana (Itaboraí, São Gonçalo, Maricá e Niterói) são bastante
vinculados à capital fluminense e apresentam, assim, áreas conurbadas em suas manchas
urbanas e/ou áreas fronteiriças. Cabe observar que Niterói e São Gonçalo mantiveram suas
populações mais estáveis ao longo da década por conta da já alta densidade demográfica
atingida - Niterói, por exemplo, não tem área rural desde a década de 1980.

O ponto de saturação atingido pela região faz com que demandas habitacionais não supridas
nesta se dirijam cada vez com maior intensidade para o entorno (LAGO, 2009). O
crescimento de Maricá contra o de Tanguá e Rio Bonito denotam essa distinção - os últimos,
por conta de suas características geomorfológicas, sofrem as pressões de urbanização em
menor grau do que o primeiro, cuja área municipal é grande e detém acesso pelo litoral via
Niterói (ver Quadro 9.2-13 a seguir).

ARCADIS Logos 82
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Quadro 9.2-13 - População, variação absoluta, variação relativa e taxa de crescimento médio
anual da população - Maricá, Saquarema, Rio de Janeiro e Brasil - 1980 a 2010.

Estado do
Ano/Período Maricá Saquarema Rio de Brasil
Janeiro

1980 32.618 28.200 11.291.631 119.011.052


1991 46.545 37.888 12.807.706 146.825.475
População Total
2000 76.737 52.461 14.391.282 169.799.170
2010 127.461 74.234 15.989.929 190.755.799
1980-1991 13.927 9.688 1.516.075 27.814.423
Variação Absoluta 1991-2000 30.192 14.573 1.583.576 22.973.695
2000-2010 50.724 21.773 1.598.647 20.956.629
1980-1991 42,7% 34,4% 13,4% 23,4%
Variação Relativa (%) 1991-2000 64,9% 38,5% 12,4% 15,6%
2000-2010 66,1% 41,5% 11,1% 12,3%
1980-1991 3,3% 2,7% 1,2% 1,9%
Taxa de crescim. médio
1991-2000 5,7% 3,7% 1,3% 1,6%
anual
2000-2010 5,2% 3,5% 1,1% 1,2%
Fonte: IBGE. Elaboração: ARCADIS logos.

Esses dados deixam claro que há forte pressão habitacional na região de influência direta do
empreendimento TPN. As taxas de crescimento dos municípios são muito superiores às do
estado, denotando que não são fruto de crescimento da população residente, mas sim
ingresso de migrantes. Reforçando a tendência observada, apresenta-se o Quadro 9.2-14,
equivalente ao anterior, porém com dados exclusivos da população urbana. Verifica-se em
Maricá crescimento médio na última década de 7,1%.

Quadro 9.2-14 - População, variação absoluta, variação relativa e taxa de crescimento médio
anual da população urbana - Maricá, Saquarema, Rio de Janeiro e Brasil - 1980 a 2010.

Rio de
Ano/Período Maricá Saquarema Brasil
Janeiro

1980 19.588 21.090 10.368.387 80.437.327


1991 32.708 35.263 12.199.641 110.990.990
População Urbana
2000 63.399 50.422 13.821.466 137.953.959
2010 125.491 70.456 15.464.239 160.925.792
1980-1991 13.120 14.173 1.831.254 30.553.663
Variação Absoluta 1991-2000 30.691 15.159 1.621.825 26.962.969
2000-2010 62.092 20.034 1.642.773 22.971.833
Variação Relativa (%) 1980-1991 67,0% 67,2% 17,7% 38,0%

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Rio de
Ano/Período Maricá Saquarema Brasil
Janeiro

1991-2000 93,8% 43,0% 13,3% 24,3%


2000-2010 97,9% 39,7% 11,9% 16,7%
1980-1991 4,8% 4,8% 1,5% 3,0%
Taxa de crescim. médio anual 1991-2000 7,6% 4,1% 1,4% 2,4%
2000-2010 7,1% 3,4% 1,1% 1,6%
Fonte: IBGE. Elaboração: ARCADIS logos.

Por fim, no que ser refere à população rural, observa-se que Maricá detém em 2010 um
contingente de quase duas mil pessoas, sendo que em 2000 o número era de 13 mil
pessoas. Saquarema, mais distante da pressão da região metropolitana, apresentou aumento
no contingente de população rural na última década (ver Quadro 9.2-15).

Quadro 9.2-15 - População, variação absoluta, variação relativa e taxa de crescimento médio
anual da população rural - Maricá, Saquarema, Rio de Janeiro e Brasil - 1980 a 2010.

Rio de
Ano/Período Maricá Saquarema Brasil
Janeiro

1980 13.030 7.110 923.244 38.573.725


1991 13.837 2.625 608.065 35.834.485
População Rural
2000 13.338 2.039 569.816 31.845.211
2010 1.970 3.778 525.690 29.830.007
1980-1991 807 -4.485 -315.179 -2.739.240
Variação Absoluta 1991-2000 -499 -586 -38.249 -3.989.274
2000-2010 -11.368 1.739 -44.126 -2.015.204
1980-1991 6,2% -63,1% -34,1% -7,1%
Variação Relativa (%) 1991-2000 -3,6% -22,3% -6,3% -11,1%
2000-2010 -85,2% 85,3% -7,7% -6,3%
1980-1991 0,5% -8,7% -3,7% -0,7%
Taxa de crescim. médio anual 1991-2000 -0,4% -2,8% -0,7% -1,3%
2000-2010 -17,4% 6,4% -0,8% -0,7%
Fonte: IBGE. Elaboração: ARCADIS logos.

Ilustra-se abaixo (Quadro 9.2-16) as taxas de fecundidade do estado do Rio de Janeiro, da


região Sudeste e do Brasil para os últimos anos disponíveis. É notável a queda de natalidade
atingida pelo país, mesmo sem a adoção de políticas públicas de controle, mas sim fruto de
combinações diversas entre o aumento no nível de renda, acesso e informação relativo aos
meios de contracepção e maior acesso à educação e à mídia. O histórico de fecundidade
mais baixo do Estado do Rio de Janeiro se mantém, com taxa ainda inferior à nacional.

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Quadro 9.2-16 - Taxa de fecundidade - Rio de Janeiro, Região Sudeste e Brasil - 1991 / 1995 /
2000 / 2005 / 2008.

1991 1995 2000 2005 2008

Rio de Janeiro 2.09 1.99 2.07 1.75 1.65


Região Sudeste 2.28 2.17 2.11 1.83 1.67
Brasil 2.73 2.49 2.36 2.01 1.84
Fonte: Datasus (1991 a 2008). Elaboração: ARCADIS logos.

A comparação do Quadro 9.2-17 e do Quadro 9.2-18 a seguir - taxa bruta de natalidade e


taxa bruta de mortalidade, indicam que há um superávit populacional, muito embora as taxas
de natalidade bruta venham caindo com o passar dos anos pela influência dos fatores
mencionais acima. A taxa bruta de mortalidade mantêm-se mais estável. Projetando esses
dados para o futuro, tem-se o fenômeno de envelhecimento geral da população - caminho
hoje já percorrido pela Europa. O Brasil, ainda em sua fase de bônus demográfico, demorará
algumas décadas até que as taxas se encontrem.

Quadro 9.2-17 - Taxa bruta de natalidade (por 1.000 habitantes) - Maricá, Saquarema, Rio de
Janeiro, Região Sudeste e Brasil - 1991 / 1995 / 2000 / 2005 / 2008 / 2010.

1991 1995 2000 2005 2008 2010

Maricá 22.2 19.7 16.0 13.8 11.8 11.1


Saquarema 24.3 19.5 17.7 16.1 13.4 11.4
Rio de Janeiro 19.8 19.8 18.0 14.5 13.6 13.4
Região Sudeste 20.2 19.2 18.7 15.6 14.6 n/d
Brasil 23.4 22.0 21.2 17.7 16.4 n/d
Fonte: Datasus (1991 a 2008) e Anuário Estatístico do RJ (2011). Elaboração: ARCADIS logos.

Quadro 9.2-18 - Taxa bruta de mortalidade (por 1.000 habitantes) - Maricá, Saquarema, Rio de
Janeiro, Região Sudeste e Brasil - 1991 / 1995 / 2000 / 2005 / 2008 / 2010.

1991 1995 2000 2005 2008 2010

Maricá 7.6 7.3 7.1 7.2 6.6 6.9


Saquarema 7.6 7.6 7.3 6.9 8.2 7.5
Rio de Janeiro 8.3 8.7 7.7 7.4 7.7 8.0
Região Sudeste 7.3 7.1 6.5 6.2 6.5 n/d
Brasil 7.7 7.2 6.4 6.0 6.1 n/d
Fonte: Datasus (1991 a 2008) e Anuário Estatístico do RJ (2011). Elaboração: ARCADIS logos.

Como produto das dinâmicas demonstradas anteriormente (ver Quadro 9.2-19 e Quadro
9.2-20 a seguir), o crescimento vegetativo diminuiu de forma significativa entre as décadas de

ARCADIS Logos 85
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1990 e 2000. Maricá e Saquarema, mantendo taxas ainda menores que a do estado do Rio
de Janeiro, vêem crescer suas populações por conta de migrações.

Quadro 9.2-19 - Taxa de crescimento vegetativo (%) - Maricá, Saquarema e Rio de Janeiro - 1991
a 1999 / 2000 a 2010.

Municípios e Unidade da
1991 - 1999 2000 - 2010
Federação

Maricá 1,25 0,42

Saquarema 1,24 0,39

Rio de Janeiro 1,11 0,54


Fonte: Anuário Estatístico do Rio de Janeiro (2011). Elaboração: ARCADIS logos.

A dinâmica dos fluxos migratórios detém grande importância para os municípios de Maricá e,
em menor escala, Saquarema. Como se trata de movimento de pessoas que tomam suas
decisões de forma individual, não há uma maneira padrão de se analisar os fluxos
migratórios. O que se sabe por experiência é que uma determinada região passa a atrair
migrantes quando demonstra ter potencial de diferencial de renda e/ou condições de vida
superiores relativo aos lugares de origem e também aos locais de possível migração.

Quadro 9.2-20 - Taxa líquida de migração (%) - Maricá, Saquarema e Rio de Janeiro - 1991 a
2000.

Municípios e Unidade da Federação 1991 - 2000

Maricá 4,50

Saquarema 2,47

Rio de Janeiro 0,19


Fonte: Anuário Estatístico do Rio de Janeiro (2011). Elaboração: ARCADIS logos.

De acordo com o IBGE (2011), o Censo de 2000 denota que os deslocamentos entre as
regiões brasileiras envolveram cerca de 3 milhões de pessoas, dentre as quais se destacou a
Região Nordeste que apresentou a maior perda absoluta, tendo as trocas com o Sudeste
contribuído com cerca de dois terços dessa perda. Muito embora condições de vida tais como
menor criminalidade, melhores oportunidades de lazer ou ainda menos poluição influenciem
nas decisões de migração, pelos padrões nacionais há claro predomínio da questão
econômica, principalmente quando as regiões de atração são aquelas com bases industriais
já desenvolvidas ou em expectativa de desenvolvimento.

Ainda segundo o IBGE (2011), de 2004 a 2009, entretanto, houve uma inversão nos padrões
de migração da década de 1990, uma vez que o Sudeste passou a deter taxas negativas; a
região Nordeste, positivas. Um dos vários componente que podem explicar essa inversão é o
desenvolvimento das demais regiões, notadamente a Nordeste por conta do segmento de
óleo e gás, entre outras intervenções e programas sociais e econômicos.

ARCADIS Logos 86
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Ademais, existem outros fatores que não os de atração ou repulsa de migrantes, mas sim
conceitos de rotatividade migratória e migração por conta de expectativas de
desenvolvimento. O Estado do Rio de Janeiro, em especial, é uma área de grande
rotatividade migratória, desde o estabelecimento de seu polo industrial até as perspectivas de
novos grandes investimentos.

Segundo os dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE, foi
registrado aumento de 3% no número de migrantes para o Rio de Janeiro - crescimento este
que deve estar relacionado à produção de petróleo no estado e à oferta de empregos
relacionados a esta atividade, atraindo trabalhadores de todo o país para municípios como
Macaé e Campos dos Goytacazes.

Há, ainda, tendência da população migrante de se estabelecer ao longo de rodovias, como se


observa ao longo da BR-116 em todo o trecho entre o estado de São Paulo e o Rio de
Janeiro. Também ao longo da BR-101 observa-se a formação de aglomerados desde a
região de Santos, passando pela região da Costa Verde fluminense, a capital do Rio de
Janeiro e se estendendo pela região de influência do TPN até Macaé (RANDOLPH, 2008).

Uma vez conhecido o tamanho da população e verificada sua tendência de expansão, cabe
analisar a distribuição desta pelas distintas faixas etárias para se obter o perfil da população
residente. Uma vez apurada as características etárias, conjugadas a outros indicadores, é
possível observar quais os impactos mais prováveis de ocorrerem no local receptor do futuro
Terminal da Ponta Negra.

A distribuição da população do estado do Rio de Janeiro, observada por meio das pirâmides
demográficas dispostas na sequência, demonstra significativa alteração de 2000 para 2010:
acompanhando a tendência nacional, percebe-se a entrada de uma larga faixa de população
na idade ativa. A pirâmide de 2010 também demonstra um estreitamento de sua base em
relação a 2000, correspondendo a uma redução da participação jovem no total. Por fim e
diametralmente oposto, há ainda um aumento do topo da pirâmide, indicando crescimento da
população idosa.

A análise da evolução da participação proporcional das diferentes faixas etárias permite


observar que a população no Estado do Rio de Janeiro com mais de 60 anos chegou a mais
de dois milhões de pessoas no ano de 2010. Entre 2000 e 2010, a proporção de idosos
passou de 11% para 13% do total da população estadual. Esses dados confirmam a
existência de uma população progressivamente mais idosa. Já a população com menos de
cinco anos de idade foi reduzida em praticamente 30% nos dez últimos anos, pois passou de
8,5% da população total, em 2000, para 6,2%, em 2010. Esses dados são reforçados pela
forte tendência de queda da taxa bruta de natalidade, como exposto acima.

Em resumo, a característica etária da população residente do estado do Rio de Janeiro - e


também de seus municípios, como apresentado na sequencia, caracteriza o bônus
demográfico, fase na qual o país de maneira geral se encontra e que se caracteriza pelo perfil
predominante de adultos na população (ver Gráfico 9.2-16 e Gráfico 9.2-17, a seguir).

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Gráfico 9.2-16 - População por grupo etário e gênero - Rio de Janeiro - 2000 / 2010.

Fonte: Censo demográfico IBGE (2000, 2010). Elaboração: ARCADIS logos.

Gráfico 9.2-17 - População por grupo etário e gênero - Brasil - 2000 / 2010.

Fonte: Censo demográfico IBGE (2000, 2010). Elaboração: ARCADIS logos.

Nos últimos vinte anos, ocorreram mudanças substanciais no padrão demográfico do Brasil
que terão consequências gerais e profundas no seu processo de desenvolvimento econômico
e social, assim como consequências específicas na dinâmica de mercados de diversos bens
e serviços, que irão impactar a configuração de novos ciclos de expansão da economia. A
taxa de natalidade caiu a uma velocidade maior que a queda na taxa de mortalidade, tendo
como resultado uma população economicamente ativa que supera largamente a população
de dependentes, composta por crianças e idosos. Vivencia-se o fenômeno conhecido como
"bônus demográfico".

O bônus demográfico brasileiro, bastante evidente pela forma de “ampulheta” etária de 2010
em contraste à “pirâmide” de 2000, repercute também nos municípios sob influência direta do
empreendimento de forma ainda mais contundente, pois a maior parte da população
encontra-se nas faixas produtivas de 30 a 59 anos. Essa característica denota a entrada de
população migrante na faixa ativa da população, o que faz com que a distribuição seja
distinta da distribuição estadual.

De sorte a permitir uma análise detalhada do movimento demográfico observado na última


década e que é definidor da situação atual e determinante dos desenrolares futuros, o Gráfico
9.2-18 e o Gráfico 9.2-19 trazem, para os municípios de Maricá e Saquarema, as pirâmides
etárias da população total e sua divisão de acordo com o local de residência, se rural ou
urbana, para os anos de 2000 e 2010. Note-se que as pirâmides para a população rural

ARCADIS Logos 88
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apresentam formas não tão homogêneas por conta das pequenas quantidades de pessoas
em cada uma das faixas populacionais.

Gráfico 9.2-18 - População total, urbana e rural por grupo etário e gênero - Maricá - 2000 / 2010.

Fonte: Censo demográfico IBGE (2000, 2010). Elaboração: ARCADIS logos.

ARCADIS Logos 89
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Gráfico 9.2-19 - População total, urbana e rural por grupo etário e gênero - Saquarema - 2000 /
2010.

Fonte: Censo demográfico IBGE (2000, 2010). Elaboração: ARCADIS logos.

Como forma de se vislumbrar o comportamento da população dos municípios de sorte a


auxiliar as análises relativas aos impactos do empreendimento em estudo, recorreu-se à
projeção populacional. Para a extrapolação do comportamento da população da AID, foram
calculados os coeficientes angulares das curvas históricas como modeladores da tendência
de comportamento futuro. Manteve-se na projeção, assim, a dinâmica da última década
condicionada, mutatis mutandi, ao movimento maior do agregado nacional.

Pela metodologia descrita, a extrapolação considerou taxas anuais de crescimento para


Maricá e Saquarema de, respectivamente, 5,3% e 3,6%. Para o Estado do Rio de Janeiro,
considerou-se a taxa de 1,1%, a mesma contabilizada para o Brasil. Este último dado reflete
as projeções populacionais para o Brasil elaboradas pelo IBGE e de revisão mais recente
(IBGE, 2008).

ARCADIS Logos 90
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As projeções realizadas apontam para um incremento em Maricá de 150 mil habitantes entre
2010 e 2025, perfazendo um crescimento no período de 118%. Já Saquarema sofreria um
incremento de 51 mil habitantes no mesmo período, taxa de 69%. Conforme observado,
estas taxas incorporam a tendência recente de migração e não apenas o aumento vegetativo
da população.

Já a projeção populacional para o Estado do Rio de Janeiro prevê a adição de 2,6 milhões de
habitantes nesse período de 15 anos, o equivalente a 16% de seu montante em 2010. O
Estado teria então cerca de 18 milhões de habitantes. Em 2025, 8,8% da população
Brasileira seria Fluminense, proporção pouco superior aos atuais 8,3%.

Por fim, a projeção do IBGE para o Brasil aponta para 2025 um incremento de 19,2 milhões
de pessoas, representando uma taxa de crescimento no período de 10%. O Gráfico 9.2-20 a
seguir, ilustra a dinâmica descrita, trazendo a variação acumulada da população ao longo do
horizonte de previsão, sendo o ano de 2010 a base 100.

Gráfico 9.2-20 - Projeção de variação da população por extrapolação (2010=100) - 2010 / 2025.

Elaborado por: ARCADIS logos, 2012

O Quadro 9.2-21 a seguir, apresenta a razão de sexo nos municípios de Maricá e


Saquarema, no estado do Rio de Janeiro e no Brasil. A razão é produto do número de
homens e de mulheres em uma população15. Seguindo a tendência estadual, ambos os
municípios da AID apresentam número superior de mulheres na faixa etária acima de 20
anos. Antes dessa faixa, há predomínio masculino.

15
A razão de sexo é expressa pela relação: (número de homens/número de mulheres) x 100. Se igual a 100. indica que os
números de homens e de mulheres se equivalem; acima de 100, há predominância de homens; abaixo de 100, a predominância
é de mulheres.

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Quadro 9.2-21 - Razão de sexo por faixa etária - Maricá, Saquarema, Rio de Janeiro e Brasil -
2010.

Razão de sexo
Faixas Etárias
Rio de
Maricá Saquarema Brasil
Janeiro

0-4 101 109 103 104


5-9 106 104 103 104
10-14 108 106 103 103
15-19 102 110 101 102
20-24 97 104 99 100
25-29 93 97 95 98
30-34 93 98 93 96
35-39 93 90 91 95
40-44 100 93 90 94
45-49 94 94 88 93
50-54 99 95 86 91
55-59 89 97 83 89
60-64 101 102 80 88
65-69 92 94 76 85
70-74 94 91 71 80
75-79 82 81 63 74
80-84 64 75 54 67
85+ 50 49 43 58
Fonte: IBGE (2010). Elaboração: ARCADIS logos.

b) Estrutura Ocupacional da AID


Os municípios da AID, assim como em termos de dinâmica econômica, detêm características
um tanto distintas. Maricá conta com uma população maior porém, ao mesmo tempo, com
uma taxa de ocupação menor do que Saquarema. A Tabela 9.1.3-20 a seguir, traz os dados
de PIA - população em idade ativa, PEA - população economicamente ativa, a POC -
população ocupada e a população desocupada16.

16
A PIA considerada é aquela fração da população maior do que 15 anos, muito embora a definição mais comum compute a
população com mais de dez anos. Já a PEA compreende o potencial de mão-de-obra com o qual o setor produtivo pode dispor,
isto é, a soma de população ocupada com a população desocupada (porém que deseja trabalhar).

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Tabela 9.1.3-20 - Dados da estrutura ocupacional - Maricá e Saquarema - 2010.

Maricá Saquarema

Pessoas % do total Pessoas % do total

População Total 127.461 - 74.234 -


População em Idade Ativa* 101.482 79,6% 57.712 77,7%
População Economicamente Ativa 69.352 54,4% 43.679 58,8%
População Ocupada 13.704 10,8% 22.924 30,9%
População Desocupada 55.648 43,7% 20.755 28,0%
* Considerada como tendo 15 anos ou mais.

Fonte: IBGE (2010) e IPEADATA (2011). Elaboração: ARCADIS logos.

Considerando-se a projeção realizada para a população dos municípios da AID, é possível


estimar também os números de PEA nos anos-corte de 2015, 2020 e 2025, sendo importante
reter que estas previsões supõe a plena estabilidade nas relações atuais. Não obstante a
manutenção da situação atual seja bastante inverossímil, torna-se interessante vislumbrar
semelhante cenário como auxílio ao planejamento. Vale ainda notar que pela projeção
populacional do IBGE (2008), a população acima de 15 anos Brasileira, considerada como a
população em idade ativa, terá as seguintes proporções nos anos corte de 2015, 2020 e
2025, respectivamente: 77,1%, 79,9% e 81,8%. O aumento da PIA reflete novamente o
bônus demográfico (ver Tabela 9.1.3-21 na sequencia).

Tabela 9.1.3-21 - Extrapolação da situação atual de PEA - Maricá e Saquarema - 2010 a 2025.

% da pop
(mil habitantes) 2010 2015 2020 2025
total

População total - 135.391 166.206 214.959 278.059

PEA total 54,4% 73.653 90.416 116.938 151.264


Maricá
PEA ocupada 10,8% 14.622 17.950 23.216 30.030

PEA desocupada 43,7% 59.166 72.632 93.937 121.512

População total - 74.234 88.282 105.095 125.131

PEA total 58,8% 43.650 51.910 61.796 73.577


Saquarema
PEA ocupada 30,9% 22.938 27.279 32.474 38.665

PEA desocupada 28,0% 20.786 24.719 29.427 35.037

Elaboração ARCADIS logos.

A estrutura ocupacional reflete o dinamismo econômico limitado dos municípios e a grande


influência das atividades do setor público. Do pessoal ocupado, Maricá detém 33% na

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administração pública, percentual equivalente à situação de dez anos atrás. Já em


Saquarema, o número absoluto de funcionários vinculados ao setor público diminuiu na
última década, quadro bastante atípico para municípios de pequeno porte brasileiros.

Os outros dois setores com maior número de empregados com carteira de trabalho
devidamente assinada, militares ou servidores públicos estatutários, em ambos os municípios
são comércio e serviços. Saquarema, mesmo tendo uma população 40% menor do que
Maricá, detém quase o dobro de empregados formais no setor de serviços. O
desenvolvimento turístico do município é também evidenciado pela expressiva quantidade de
trabalhadores formais no setor da construção civil, como pode ser observado na Tabela
9.1.3-22, a seguir.

Tabela 9.1.3-22 - Pessoal ocupado com carteira assinada, distribuído por setor de atividade -
Maricá e Saquarema - 2001 a 2010.

2001 2010

Saquarem Maric Saquarem


Maricá (%) (%) (%) (%)
a á a

Administração Pública 2.276 31,9% 2.822 51,3% 4.286 32,9% 2.447 16,3%

Agropecuária 160 2,2% 127 2,3% 93 0,7% 179 1,2%

Comércio 1.951 27,3% 1.278 23,2% 3.776 29,0% 3.008 20,1%

Construção Civil 323 4,5% 85 1,5% 204 1,6% 2.049 13,7%

Extrativa Mineral 59 0,8% 5 0,1% 67 0,5% 17 0,1%


Indústria de
Transformação 372 5,2% 190 3,5% 1.242 9,5% 707 4,7%
Serviços Industriais de
Utilidade Pública -
SIUP 4 0,1% 2 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

Serviços 1.994 27,9% 995 18,1% 3.366 25,8% 6.578 43,9%


13.03
Total 7.139 100% 5.504 100% 4 100% 14.985 100%
Fonte: Anuário Estatístico do Rio de Janeiro (2011). Elaboração: ARCADIS logos.

Observa-se que, do total da população economicamente ativa nos anos de 1991, 2000 e
2010, há uma aumento do percentual do sexo feminino tanto em Maricá (passando de
17,56% em 1991 para 21,8% em 2000 e 23,56% em 2010) quanto em Saquarema (de
15,11% em 1991 para 22,63% em 2000 e 22,75% em 2010). Esse crescimento também se
repete no nível estadual, onde a participação das mulheres apresenta uma evolução
significativa nos percentuais (19,08% em 1991, 23,8% em 2000 e 25,25% em 2010). Em
relação aos homens, se verifica um decréscimo percentual nos dois municípios e também no
estado, embora os números absolutos sejam sempre superiores aos das mulheres. Em

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Maricá, o percentual de homens decresceu de 36,72% em 1991 para 33,28% em 2000 e


31,76% em 2010, e em Saquarema de 35,9% em 1991 para 33,89% em 2000 e 31,15% em
2010 (ver Tabela 9.1.3-23).

Tabela 9.1.3-23 - População Economicamente Ativa, por sexo - 1991, 2000 e 2010.

1991 2000 2010


Município Sexo
absoluto % absoluto % absoluto %

Homens 13.688 36,72 21.195 33,28 35.322 31,76

Maricá Mulheres 6.547 17,56 13.886 21,8 26.207 23,56

Total 20.235 54,29 35.082 55,08 61.529 55,32

Homens 10.686 35,9 14.447 33,89 19.956 31,15

Saquarema Mulheres 4.498 15,11 9.648 22,63 14.572 22,75

Total 15.184 51,02 24.095 56,53 34.528 53,9

Homens 3.390.496 32,49 3.853.392 32,18 4.302.280 30,93


Estado do
Rio de Mulheres 1.991.194 19,08 2.850.447 23,8 3.512.447 25,25
Janeiro
Total 5.381.690 51,57 6.703.839 55,98 7.814.727 56,19
Fonte: IBGE, Censo demográfico. Elaborado por: ARCADIS logos, 2013.

Com relação à distribuição da população economicamente ativa por faixa etária, observa-se
que, em termos percentuais, os municípios de Maricá e Saquarema apresentam
comportamento semelhante nos três anos analisados (1991, 2000 e 2010), análogo ao que
acontece no Estado do Rio de Janeiro. Essa semelhança pode ser melhor visualizada nas
tabelas (Tabela 9.1.3-24 a Tabela 9.1.3-26) e gráficos (Gráfico 9.2-21 a Gráfico 9.2-23) a
seguir.

Tabela 9.1.3-24 - População Economicamente Ativa, por faixa etária - 1991.

Maricá Saquarema Estado Rio de Janeiro

Grupos de idade 1991 1991 1991

absoluto % absoluto % absoluto %

10 a 14 anos 475 2% 316 2% 67.969 1%


15 a 19 anos 2.199 11% 1.777 12% 456.787 8%
20 a 24 anos 2.859 14% 2.411 16% 791.496 15%
25 a 29 anos 2.904 14% 2.357 16% 841.674 16%
30 a 34 anos 2.840 14% 2.006 13% 792.282 15%
35 a 39 anos 2.471 12% 1.840 12% 705.670 13%
40 a 44 anos 2.067 10% 1.433 9% 578.472 11%
45 a 49 anos 1.415 7% 880 6% 410.081 8%

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Maricá Saquarema Estado Rio de Janeiro

Grupos de idade 1991 1991 1991

absoluto % absoluto % absoluto %

50 a 59 anos 1.921 9% 1.395 9% 505.346 9%

60 a 69 anos 887 4% 654 4% 191.323 4%

70 anos ou mais 197 1% 115 1% 40.590 1%

Total 20.235 100% 15.184 100% 5.381.690 100%


Fonte: IBGE, Censo demográfico. Elaborado por: ARCADIS logos, 2013.

Tabela 9.1.3-25 - População Economicamente Ativa, por faixa etária - 2000.

Maricá Saquarema Estado Rio de Janeiro

Grupos de idade 2000 2000 2000

absoluto % absoluto % absoluto %

10 a 14 anos 377 1% 284 1% 51.717 1%

15 a 19 anos 2.990 9% 2.511 10% 544.407 8%

20 a 24 anos 4.926 14% 3.462 14% 981.528 15%

25 a 29 anos 4.564 13% 3.206 13% 920.297 14%

30 a 34 anos 4.416 13% 3.159 13% 888.932 13%

35 a 39 anos 4.818 14% 3.332 14% 894.453 13%

40 a 44 anos 4.321 12% 2.796 12% 800.600 12%

45 a 49 anos 3.325 9% 2.018 8% 629.256 9%

50 a 59 anos 3.861 11% 2.187 9% 697.505 10%

60 a 69 anos 1.230 4% 893 4% 235.265 4%

70 anos ou mais 252 1% 248 1% 59.878 1%

Total 35.080 100% 24.096 100% 6.703.838 100%


Fonte: IBGE, Censo demográfico. Elaborado por: ARCADIS logos, 2013.

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Tabela 9.1.3-26 - População Economicamente Ativa, por faixa etária - 2010.

Maricá Saquarema Estado Rio de Janeiro

Grupos de idade 2010 2010 2010

absoluto % absoluto % absoluto %

10 a 14 anos 327 1% 359 1% 50.055 1%


15 a 19 anos 2.622 4% 1.883 5% 384.520 5%
20 a 24 anos 6.217 10% 4.039 12% 904.616 12%
25 a 29 anos 7.693 13% 4.580 13% 1.065.239 14%
30 a 34 anos 8.429 14% 4.469 13% 1.055.485 14%
35 a 39 anos 8.217 13% 3.902 11% 952.001 12%
40 a 44 anos 7.581 12% 3.905 11% 894.918 11%
45 a 49 anos 6.854 11% 3.839 11% 830.733 11%
50 a 59 anos 9.542 16% 5.359 16% 1.160.138 15%
60 a 69 anos 3.324 5% 1.680 5% 403.342 5%
70 anos ou mais 723 1% 515 1% 113.680 1%
Total 61.529 100% 34.530 100% 7.814.727 100%
Fonte: IBGE, Censo demográfico. Elaborado por: ARCADIS logos, 2013.

Em 1991, o maior percentual de população economicamente ativa encontrava-se nas faixas


de 20 à 24 anos e 25 a 29 anos (média de 15%), decrescendo até a faixa de 45 a 49 anos
(média de 7%). A faixa etária de 50 a 59 anos eleva-se para 9%, voltando a decrescer nas
faixas seguintes.

Gráfico 9.2-21 - População Economicamente Ativa, por faixa etária – 1991

Fonte: IBGE, Censo demográfico. Elaborado por: ARCADIS logos, 2013.

No ano 2000, os percentuais mais altos de PEA encontravam-se nas faixas de 20 a 24 anos
e 35 a 39 anos (média de 14%) e, assim como na análise anterior para o ano de 1991, a faixa

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etária de 50 a 59 anos apresenta um pequeno crescimento (média de 10%), antes de declinar


nas faixas seguintes.

Gráfico 9.2-22 - População Economicamente Ativa, por faixa etária – 2000

Fonte: IBGE, Censo demográfico. Elaborado por: ARCADIS logos, 2013.

Diferente dos outros anos, em 2010 destaca-se a faixa etária de 50 a 59 anos, apresentando
um percentual médio de 16%, superior as faixas de 20 a 24 anos (média 11%), 25 a 29 anos
(média 13%) e 30 a 34 anos (média 14%). Nota-se uma redução considerável na faixa etária
de 15 a 19 anos, que possuía média de 10% em 1991, média de 9% em 2000 e passa para
média de 5% em 2010.

Gráfico 9.2-23 - População Economicamente Ativa, por faixa etária - 2010

Fonte: IBGE, Censo demográfico. Elaborado por: ARCADIS logos, 2013.

O número de empregos formais em Maricá é surpreendentemente baixo, denotando um alto


grau de informalidade local - características de município dormitório. Em relação à população
total, são apenas 10% os empregados formalmente. Esta mesma razão, se feita com a PIA,
denuncia 12,8% de formalismo; já com a PEA são 18,8% os empregados formais; e com a

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população ocupada são 95%. A diferença entre o pessoal ocupado e o pessoal com emprego
formal é composto por empregados sem carteira, voluntários, empregados por conta-própria
ou ainda em atividades sem necessidade de remuneração, tais como atividades de
subsistência ou trocas comerciais.

Parte da população que não consta como empregado formalmente está ocupada na
agricultura. À época do Censo Agropecuário (2006), havia um contingente de 390 pessoas
trabalhando em estabelecimentos agropecuários em Maricá, sendo 61% com laços de
parentesco com o produtor - característicos de agricultura familiar. Uma vez que no mesmo
ano a quantidade estimada de habitantes era de 101 mil, calcula-se que apenas 0,4% destes
trabalhavam nas propriedades rurais. Em considerando-se, entretanto, a população rural de
aproximadamente 1,6 mil em Maricá, tem-se que 25% dos habitantes rurais trabalham nos
estabelecimentos agropecuários.

O baixo número de empresas em relação à quantidade de habitante de Maricá também é


indicativo de que diversas atividades informais são desenvolvidas, principalmente aquelas
vinculadas à recepção e prestação de serviços a veranistas. As averiguações em campo
confirmaram que parte significativa das residências secundárias permanecem fechadas
exceto durante feriados e período de férias de verão. Outra constatação é de que a cidade
hospeda trabalhadores de outros municípios, que a utilizam como cidade dormitório -
confirmando a tendência de expansão da Região Metropolitana por seu território.

Para Saquarema, os dados de emprego formal são bastante distintos. O município, com
desenvolvimento de turismo mais aguçado e quantidade total de habitantes menor e menos
sujeito ao movimento pendular entre Niterói, Itaboraí ou mesmo a capital estadual, detém um
número de emprego formal maior (65% da população ocupada é contratada com carteira de
trabalho). Já em relação à PEA, a quantidade de empregados formais soma 34%. Em relação
à população total do município, tem-se a razão de um quinto de formalidade.

Dos 747 trabalhadores rurais de Saquarema, 77% detém laços de parentesco, o que também
qualifica a agricultura praticada como basicamente familiar. Considerando-se os 64 mil
habitantes estimados para o ano de 2006 no município (ano do Censo Agropecuário), 1,2%
da população ocupava-se na agricultura. Haja visto que a população rural era de 3,2 mil
pessoas, tem-se que 23% dos habitantes rurais trabalhavam nos estabelecimentos
agropecuários.

O valor do salário médio do emprego formal em Maricá e em Saquarema era de 2 salários


mínimos federais, bastante abaixo dos 3 salários mínimos de referência do estado do Rio de
Janeiro. Uma vez que não se quantifica a remuneração média do emprego informal, pode-se
ter nos dados dos empregos formais um balizador - o informal deve ser igual ou
potencialmente menor. Assim, percebe-se que o rendimento dos trabalhadores nos
municípios da AID tende a ser de aproximadamente R$ 1,1 mil mensais17. Por outro lado, em
termos comparativos com mercados de trabalho maiores, o nível de instrução do pessoal
ocupado é relativamente elevado, sendo pequena a expressão das pessoa analfabetas ou

17
O Salário Mínimo Federal, conforme Decreto nº 7.655 de 23 de dezembro de 2011, é de R$ 622,00. À época da análise em
questão, o mesmo era de R$ 545,00.

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com menos de 4 anos de estudo, e elevada participação daquelas com 8ª série do


Fundamental e Ensino Médio completo. Adicionalmente, 26% do pessoal ocupado em Maricá
detém ensino superior completo, proporção que cai para 13% em Saquarema (ver Quadro
9.2-22 e Quadro 9.2-23 a seguir).

Quadro 9.2-22 - Rendimento médio nominal em salários mínimos do pessoal ocupado com
carteira assinada - Maricá, Saquarema e Rio de Janeiro - 2001 e 2010.

2001 2010

Maricá 2,52 1,99


Saquarema 2,15 2,07
Rio de Janeiro 4,56 3,24
Fonte: Anuário Estatístico do Rio de Janeiro (2011). Elaboração: ARCADIS logos.

Quadro 9.2-23 - Nível de instrução do pessoal ocupado com carteira assinada - Maricá e
Saquarema - 2000 e 2010.

Maricá Saquarema
Nível de Instrução
2000 2010 2000 2010

2º grau completo 1.426 4.850 865 5.869


2º grau incompleto 500 1.036 139 1.299
4ª série completa 729 471 744 764
4ª série incompleta 514 384 202 385
8ª série completa 1.374 2.084 978 2.737
8ª série incompleta 1.011 789 427 1.342
Analfabeto 80 37 392 186
Superior completo 621 2.812 126 1.854
Superior incompleto 85 497 20 9
Pós-graduação - 74 - 9
Fonte: Anuário Estatístico do Rio de Janeiro (2011). Elaboração: ARCADIS logos.

A análise do fluxo de admissões / demissões da força de trabalho formal nos últimos anos,
evidencia um constante e tendencialmente crescente saldo positivo em ambos os municípios,
como pode ser observado no Quadro 9.2-24 a seguir.

Quadro 9.2-24 - Empregados admitidos e demitidos - Maricá e Saquarema - 2005 a 2010.

Município Situação 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Admitidos 2.054 2.260 2.677 2.813 3.012 3.846


Maricá Desligados 1.764 1.929 2.165 2.602 2.714 3.087
Saldo 290 331 512 211 298 759

ARCADIS Logos 100


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Município Situação 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Admitidos 1.891 2.987 4.380 5.405 5.625 6.199


Saquarema Desligados 1.255 2.013 3.800 5.067 4.830 4.956
Saldo 636 974 580 338 795 1.243
Fonte: Anuário Estatístico do Rio de Janeiro (2011). Elaboração: ARCADIS logos.

Em análise as classes de rendimento da população de 10 anos ou mais de idade, observa-se


que o município de Maricá possui 67% de sua população com rendimento e 33% sem
rendimento. O maior percentual de rendimentos ocorre na faixa de 1 a 2 salários mínimos
(21%), seguida pela faixa de 1/2 a 1 salário mínimo (15%), o que representa um percentual
significativo de população de baixa renda.

O município de Saquarema também acompanha essa classificação, apresentando 35% de


sua população sem rendimento e 65% com rendimento. Desses, 22% na faixa de 1/2 a 1
salário mínimo e 20% entre 1 e 2 salários mínimos, situação semelhante ao município vizinho
Maricá. Os montantes de residentes de 10 anos e mais segundo as respectivas faixas de
renda são apresentadas na Tabela 9.1.3-27 a seguir.

Tabela 9.1.3-27 - Classificação da população (pessoas de 10 anos ou mais de idade) por classe
de rendimento nominal - Maricá e Saquarema, 2010.

Maricá Saquarema
Pessoas de 10 anos ou mais de idade com
classes de rendimento nominal
absoluto % absoluto %

Sem rendimento 36.364 33% 22.242 35%


Até 1/4 de salário mínimo 2.687 2% 1.913 3%
Mais de 1/4 a 1/2 salário mínimo 2.275 2% 1.513 2%
Mais de 1/2 a 1 salário mínimo 16.868 15% 14.205 22%
Mais de 1 a 2 salários mínimos 23.015 21% 13.106 20%
Mais de 2 a 3 salários mínimos 10.206 9% 4.175 7%
Mais de 3 a 5 salários mínimos 9.595 9% 3.295 5%
Mais de 5 a 10 salários mínimos 7.607 7% 2.626 4%
Mais de 10 a 15 salários mínimos 1.271 1% 415 1%
Mais de 15 a 20 salários mínimos 931 1% 366 1%
Mais de 20 a 30 salários mínimos 271 0% 166 0%
Mais de 30 salários mínimos 138 0% 37 0%
Com rendimento 74.864 67% 41.817 65%
Total 111.228 100% 64.059 100%
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010. Elaboração: ARCADIS logos.

O Índice de Gini, “instrumento usado para medir o grau de concentração de renda, aponta a
diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos. Numericamente, varia de 0
a 1, sendo que 0 representa a situação de total igualdade, ou seja, todos têm a mesma

ARCADIS Logos 101


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renda, e o valor 1 significa completa desigualdade de renda, ou seja, se uma só pessoa


detém toda a renda do lugar” (Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil, 2013). Observa-
se que no período de 1991 à 2010 houve uma diminuição da desigualdade nos municípios de
Maricá e Saquarema, conforme mostra o Quadro 9.2-25 a seguir .

Quadro 9.2-25 - Evolução do Índice de Gini em Maricá e Saquarema

Município 1991 2000 2010

Maricá 0,56 0,54 0,49

Saquarema 0,61 0,54 0,52


Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil, 2013 (PNUD, Ipea e FJP).

Ainda de acordo com os dados do Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil, houve


redução também nos índices de extrema pobreza para os dois municípios, passando de
9,75% em 1991 para 3,56% em 2000 e para 1,47% em 2010 no município de Maricá e de
16,25% em 1991 para 5,43 em 2000 e para 2,54% em 2010 em Saquarema.

c) Identificação e caracterização da população afetada no contexto da ADA


Para a caracterização do uso habitacional presente na Área Diretamente Afetada do
empreendimento foi efetuado um pré-cadastramento, tendo sido identificados 57 detentores
de lotes (um ou mais). Dentre estes, para 48 ou cerca e 85%, foram obtidas informações
através de contatos diretos ou de informantes (vizinhos e parentes), tendo igualmente sido
realizada uma caracterização básica da tipologia construtiva dos imóveis e de sua forma de
uso.

Em relação às características construtivas - dentro de uma ampla variedade de tipos de


construções e áreas construídas, em mais de 90% dos casos observou-se que se tratava de
um elevado padrão de qualidade, com pisos revestidos de cerâmica, tacos de madeiras ou
similares, alvenaria com revestimento interno e externo com massa lisa e com portas e
janelas em madeira ou alumínio com bom padrão, lajes revestidas e área úmidas com
revestimento impermeável e rede de água e elétrica embutidas. O conjunto do loteamento
possui arruamento com guias de concreto e vias implantadas em leito natural e postes para
distribuição de energia elétrica. A água é obtida através de poços e em todas as casas
visitadas foi declarado o uso de fossas sépticas.

Em relação ao uso, destacou-se a presença de dois condomínios, um do tipo imobiliário


tradicional - lotes padrão e tipologia construtiva pré-definida, e outro de tipo familiar, com
habitações geminadas. Predominam, no entanto, e de forma ampla, os imóveis individuais,
contando com um ou mais lotes, sendo estes, no mais das vezes, de cerca de 450 metros
quadrados.

Os lotes de frente para a praia são maiores (com respectivamente 23 mil e 3,3 mil metros
quadrados), observando-se ainda a presença de alguns poucos lotes com apenas 40 metros
quadrados. O tempo de residência permanente ou sazonal é muito diversificado, variando de
recente a mais de 30 anos, predominando aqueles com mais de 5 anos. Entre os moradores
mais antigos chama a atenção a presença de membros de uma famílias de 13 irmãos (hoje

ARCADIS Logos 102


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com apenas 11 sobreviventes) que possuem diversos lotes e residências e mantêm um bar
em local próximo. No interior da ADA verifica-se ainda a existência de uma igreja evangélica.

Dos 57 proprietários de lotes identificados, 22 ou 37,3% moram permanentemente no local,


sendo que 18 (ou 82% desse grupo) apenas residem e outros 4, além de residirem, também
alugam parte de seus imóveis para veranistas. Outros 18 proprietários de lotes (ou 31,6% do
montante) tem residência principal em outros locais (78% destes no Estado do Rio de
Janeiro), dividindo-se o uso que fazem dos imóveis da seguinte forma: (i) só uso próprio para
veraneio (55,6%), (ii) só aluga para veranistas e residentes permanentes (38,9%) e (iii) usa
para veraneio próprio e aluga para veraneio (5,6%). Dos restantes 8 proprietários
identificados, 5 só possuem o lote e 3 possuem o lote e casa em processo de construção.

Entre os moradores permanentes, além dos 22 proprietários de imóveis e suas respectivas


famílias, existem dois locatários e uma familiar de proprietário não residente e que ocupa uma
edícula próxima à casa principal, totalizando 25 famílias. Os dados levantados não permitiram
caracterizar a presença de caseiros morando no loteamento, prática que é pouco comum na
região.

As fotos abaixo caracterizam o uso habitacional da ADA do empreendimento.

Foto 9.2-10 - Igreja Evangélica. Foto 9.2-11 - Condomínio com 7 unidades.

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Foto 9.2-12 - Lote em construção. Foto 9.2-13 - Lotes vazios.

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

ARCADIS Logos 103


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Foto 9.2-14 - Imóvel do condomínio Foto 9.2-15 - Imóvel do condomínio imobiliário.


imobiliário.
Fonte: ARCADIS logos, 2012.
Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Foto 9.2-16 - Condomínio Imobiliário, infraestrutura com arruamento e postes de distribuição de


energia elétrica.

Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Foto 9.2-17 - Casa em final de construção. Foto 9.2-18 - Lote vazio no condomínio
imobiliário.
Fonte: ARCADIS logos, 2012.
Fonte: ARCADIS logos, 2012.

ARCADIS Logos 104


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Foto 9.2-19 - Diferentes padrões construtivos Foto 9.2-20 - Diferentes padrões construtivos
presentes na ADA. presentes na ADA.

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Foto 9.2-21 - Diferentes padrões construtivos Foto 9.2-22 - Diferentes padrões construtivos
presentes na ADA. presentes na ADA.

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

9.1.3.2. Condições de Vida


Conforme informado na perspectiva metodológica da caracterização da estrutura produtiva, o
enfoque de análise assume um corte setorial tendo em vista estudar em maiores detalhes,
necessários ao processo de avaliação de impactos e definição de medidas mitigadoras e
otimizadoras, os campos da saúde, educação, habitação e segurança pública. Tendo em
vista fornecer, de início, um quadro mais amplo e abrangente das condições de vida da
população da área em estudo, optou-se por observar inicialmente os principais indicadores
sociais disponíveis e sua evolução recente.

A) Indicadores sociais
Considerou-se, nesse sentido, que a análise de PIB e sua consequente evolução indica a
quantidade de bens e serviços produzidos por uma economia, sendo útil na mensuração de
quantidades brutas de produção de riqueza. Já a divisão do PIB por habitantes representa
uma estandardização que permite a comparação entre lugares de tamanhos distintos,
relacionando geração de valor e população. Esses indicadores - de PIB e PIB per capita,
apesar de sua clara importância como referência de estágios de desenvolvimento e

ARCADIS Logos 105


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
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desempenho da estrutura produtiva, não são as medidas mais adequadas para indicação de
padrão de vida e desenvolvimento18.

Para tanto foram construídos indicadores como os índices de Desenvolvimento Humano


(IDH), verificando-se por parte da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro a elaboração
dos índices FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM). Desse modo inicia-se a
apresentação dos indicadores sociais dos municípios da AII e da AID através do IDHM -
ainda com base de dados relativas a 2.000 e, na sequencia, com os da FIRJAN, que
abarcam o período 2000 - 2008.

a) Índice do Desenvolvimento Humano - IDH


O Índice de Desenvolvimento Humano, idealizado pela ONU para a classificação do
desenvolvimento humano nos diferentes países, foi adaptado pelo PNUD/IPEA para a
avaliação dos municípios brasileiros. Esse trabalho teve como base os indicadores de
longevidade, educação e renda, possibilitando comparar e classificar os municípios em
termos de região, estado e país.

Segundo o PNUD/IPEA, os municípios com IDH até 0,5 são classificados como de Baixo
Desenvolvimento Humano; entre 0,5 e 0,8 como de Médio Desenvolvimento Humano; e
acima de 0,8 como de Alto Desenvolvimento Humano. O indicador síntese é a tradução da
média aritmética simples de três sub-índices, referentes às dimensões educação,
longevidade e renda.

Analisando o Quadro 9.2-26 a seguir, que considera os índices de Desenvolvimento Humano


Municipal para o ano de 2000 (PNUD), observa-se que todos os municípios das Áreas de
Influência Direta e Indireta apresentavam na ocasião índices de médio e alto
Desenvolvimento Humano, com variações entre 0,722 (Tanguá) a 0,886 (Niterói). Destaque a
Niterói não apenas por ter o maior IDH dentre os municípios selecionados mas por ter o 3º
maior do país, atrás apenas dos municípios de São Caetano do Sul e Águas de São Pedro,
ambos no estado de São Paulo. O IDH médio dos municípios considerados é de 0,774,
10,6% acima da média dos 5.507 municípios nacionais (à época).

18
Para fins de cálculo do PIB, estima-se o valor total da produção de bens e serviços agregado em cada Estado, Região ou
Município, sem se retirar deste valor a parcela da renda líquida enviada para outros Estados, Regiões ou Municípios. Da mesma
forma, como o crescimento econômico das áreas periféricas ocorreu, nas últimas décadas, com intensa participação de capitais
incentivados das regiões mais desenvolvidas do País ou do exterior, é muito significativa a parcela dos rendimentos destes
capitais que é computada na estimativa do PIB, e que não entra na composição da renda regional.

ARCADIS Logos 106


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Quadro 9.2-26 - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - AII e AID, 1991 e 2000.

Índice
IDH - Índice Municipal Geral IDH - IDH -
IDH - Renda
Geral (variação Educação Longevidade
percentual)

1991 2000 1991-2000 2000 2000 2000

Maricá 0,721 0,786 9,0% 0,881 0,742 0,736


AID
Saquarema 0,678 0,762 12,4% 0,848 0,733 0,705
Niterói 0,817 0,886 8,4% 0,960 0,808 0,891
São
0,725 0,782 7,9% 0,896 0,742 0,707
Gonçalo
Itaboraí 0,657 0,737 12,2% 0,844 0,708 0,659
Tanguá 0,625 0,722 15,5% 0,837 0,690 0,640
Rio Bonito 0,694 0,772 11,2% 0,833 0,773 0,711
AII
Silva
0,628 0,731 16,4% 0,799 0,743 0,652
Jardim
Araruama 0,672 0,756 12,5% 0,849 0,719 0,701
Iguaba
0,708 0,796 12,4% 0,880 0,766 0,742
Grande
São Pedro
0,695 0,780 12,2% 0,876 0,764 0,701
da Aldeia
Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil - PNUD (2000). Elaborado por: ARCADIS logos,
2012.

Em relação ao IDH de educação, cuja dimensão é composta pela taxa de alfabetização entre
pessoas acima de 15 anos de idade e pela taxa bruta de frequência à escola, Niterói aparece
novamente com o maior índice, de 0,960, enquanto o menor pertence a Silva Jardim com
0,799. A variação do indicador é pequena entre os municípios, que detém uma média de
0,864. Tal como o indicador geral, a seleção de municípios está 10,6% acima da média
nacional.

O IDH de longevidade é dado pelo indicador da expectativa de vida ao nascer. Novamente o


município de Niterói possui o maior dos índices do grupo, com 0,808. O menor refere-se ao
município de Tanguá, com 0,690, sendo a média dos municípios de 0,744. O resultado, 4,5%
superior do que a média dos IDH-Longevidade do país, de 0,712, indica que os municípios
analisados estão em uma posição de maior expectativa de vida, muito embora não
significativamente acima do restante do país. Essa categoria do indicador é a que detém
menor desvio padrão entre os 5.507 municípios analisados, denotando a maior rigidez da
longevidade em relação à outras políticas de educação e renda, que podem ser mais
regionalizadas.

O IDH-Renda, ao contrário do IDH-Longevidade, detém o maior desvio padrão entre os


municípios brasileiros, denotando o espaço para políticas locais de incremento e fomento ao
emprego. O índice é dado pela renda municipal per capita e não pelo PIB per capita, onde se

ARCADIS Logos 107


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
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destacam novamente os municípios de Niterói por ser o mais alto (0,891) e Tanguá por ser o
mais baixo do grupo (0,640)19. A média da seleção, de 0,713, é 18% superior à média
nacional, de 0,604.

Em relação ao comportamento do indicador geral de desenvolvimento ao longo da década de


1991 a 2000, observa-se que houve no grupo aumento generalizado. Espera-se que uma
nova reedição do indicador para o ano de 2010 traga indicadores de desenvolvimento ainda
maiores para os municípios em questão.

b) Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal


O indicador, calculado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro leva em
conta três dimensões: emprego e renda; educação; e saúde. Sua edição mais recente, de
2011, apresenta dados relativos ao ano de 2009; tendo sido publicadas edições anteriores
referentes aos anos de 2000, 2005, 2006, 2007 e 2008.

O IFDM varia numa escala de 0 (pior) a 1 (melhor) para classificar o desenvolvimento


humano do local mensurado, sendo que a dimensão emprego e renda acompanha a
movimentação e as características do mercado formal de trabalho, cujos dados são
disponibilizados pelo Ministério do Trabalho. As variáveis acompanhadas por este indicador
são: i) taxa de geração de emprego formal sobre o estoque de empregados e sua média
trienal; ii) saldo anual absoluto de geração de empregos; iii) taxa real de crescimento do
salário médio mensal e sua média trienal; e ainda iv) valor corrente do salário médio mensal.

O IFDM de Maricá e Saquarema, na dimensão Emprego e Renda, é 38,5% e 23% inferiores


ao correspondente estadual e 28% e 10% inferiores ao índice nacional, respectivamente. O
indicador de Maricá, em taxa anualizada de crescimento desde o ano de 2000, variou
positivamente em apenas 0,8%, enquanto que o Saquarema cresceu à taxa de 7,7%. Justo
por conta dessa dinâmica, Saquarema conseguiu superar o índice de Maricá em 25%,
mesmo sendo 31% pior há uma década. A diferença de desenvolvimento do indicador é
ainda mais contundente quando se percebe que o Estado do Rio de Janeiro detém índice
17% superior à média nacional.

Assumindo que a dinâmica de desenvolvimento do indicador de emprego e renda permaneça


constante para o futuro com base nos dez anos passados, Saquarema se equiparará à média
nacional em apenas quatro anos, uma vez que cresce anualmente 3% mais. Já em relação
ao estado do Rio de Janeiro, Saquarema detém uma dinâmica superior em 2,8% ao ano, o
que fará com que o município se equipare ao índice estadual em dez anos.

Já para Maricá a situação não é de boas perspectivas, haja visto que os índices de
desenvolvimento de emprego e renda não acompanham o passo nacional e estadual. Na

19
O índice é obtido a partir da seguinte fórmula: [ln (valor observado do indicador) - ln (limite inferior)] / [ln (limite superior) - ln
(limite inferior)], onde os limites inferior e superior são equivalentes a R$3,90 e R$1560,17, respectivamente. Estes limites
correspondem aos valores anuais de PIB per capita de US$ 100 ppp e US$ 40000 ppp, utilizados pelo PNUD no cálculo do IDH-
Renda dos países, convertidos a valores de renda per capita mensal em reais através de sua multiplicação pelo fator
(R$297/US$7625ppp), que é a relação entre a renda per capita média mensal (em reais) e o PIB per capita anual (em dólares
ppp) do Brasil em 2000.

ARCADIS Logos 108


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projeção futura com base no passado recente, Maricá cairá à metade da média nacional em
dez anos.

Percebe-se que o indicador para o Estado do Rio de Janeiro, assim como para o Brasil, caiu
de 2008 para 2009, reflexo direto da menor geração de empregos formais por conta da crise
mundial daqueles anos. Não obstante, o estado do Rio manteve a classificação de alto
desenvolvimento nessa vertente, bem como a segunda colocação entre os estados
brasileiros, atrás apenas de São Paulo (0,8688). Mais específico para os municípios da AID,
observa-se que a brusca queda de 2007 para 2008 foi amplamente recuperada em 2009 -
movimento distinto do que ocorreu no Brasil e no próprio Estado (ver Tabela 9.1.3-28 a
seguir).

Tabela 9.1.3-28 - Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal - dimensão Emprego e Renda -


2000 e 2005 a 2009.

EMPREGO & RENDA 2000 2005 2006 2007 2008 2009

IFDM 0,4889 0,6960 0,7642 0,7520 0,7689 0,7286


Brasil
Variação* - 7,3% 9,8% -1,6% 2,2% -5,2%

Estado do IFDM 0,5619 0,8058 0,8872 0,8810 0,9027 0,8541


Rio de
Janeiro Variação* - 7,5% 10,1% -0,7% 2,5% -5,4%

IFDM 0,4908 0,4901 0,5225 0,5523 0,4441 0,5254


Maricá
Variação* - 0,0% 6,6% 5,7% -19,6% 18,3%

IFDM 0,3377 0,5776 0,7373 0,7302 0,5640 0,6560


Saquarema
Variação* - 11,3% 27,7% -1,0% -22,8% 16,3%

* A variação entre 2000 e 2005 é anualizada

Fonte: Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal, Sistema FIRJAN-RJ. Elaborado por: ARCADIS
logos, 2012.

Já na dimensão da educação, que capta tanto a oferta quanto a qualidade da educação do


ensino fundamental e pré-escola20, Maricá e Saquarema não apresentam situações tão
díspares quanto as denotadas pelo índice de emprego e renda. Ambos municípios
apresentam indicadores pouco inferiores à média nacional e bastante próximos à média
estadual, sendo considerados os seguintes aspectos: i) taxa de atendimento no ensino
infantil; ii) taxa de distorção idade-série; iii) percentual de docentes com curso superior; iv)
número médio diário de horas-aula; v) taxa de abandono escolar; e ainda vi) resultado médio
no índice de desenvolvimento da educação básica.

20
Conforme competência constitucional dos municípios.

ARCADIS Logos 109


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O resultado de 2009 reflete a melhora progressiva dos municípios desde o ano 2000, com
taxas anualizadas de crescimento de 2,1% para Maricá e de expressivos 4,2% para
Saquarema. O ritmo de crescimento de ambos é superior ao denotado pelo Estado, de 1,3%.
Novamente o município de Saquarema apresenta dinâmica forte de melhora, sendo que seu
indicador era 45% menor há uma década. O estado do Rio de Janeiro viu seu desempenho
crescer em 1,8% de 2008 para 2009, mantendo a classificação moderada na dimensão e o 8º
lugar entre os estados nacionais (Tabela 9.1.3-29 a seguir).

Tabela 9.1.3-29 - Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal - dimensão Educação - 2000 e


2005 a 2009.

EDUCAÇÃO 2000 2005 2006 2007 2008 2009

IFDM 0,5854 0,6850 0,6787 0,7083 0,7314 0,7506


Brasil
Variação* - 3,2% -0,9% 4,4% 3,3% 2,6%

Estado do IFDM 0,6613 0,7257 0,7132 0,7005 0,7292 0,7422


Rio de
Janeiro Variação* - 1,9% -1,7% -1,8% 4,1% 1,8%

IFDM 0,6198 0,7522 0,7056 0,7220 0,7160 0,7454


Maricá
Variação* - 3,9% -6,2% 2,3% -0,8% 4,1%

IFDM 0,4991 0,6761 0,6437 0,6787 0,6890 0,7228


Saquarema
Variação* - 6,3% -4,8% 5,4% 1,5% 4,9%

* A variação entre 2000 e 2005 é anualizada

Fonte: Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal, Sistema FIRJAN-RJ. Elaborado por: ARCADIS
logos, 2011.

Por fim, a dimensão de saúde visa avaliar a qualidade do Sistema de Saúde Municipal
referente aos cuidados básicos. As variáveis acompanhadas por este indicador são: i)
quantidade de consultas pré-natal; ii) taxa de óbitos mal-definidos; e ainda iii) taxa de óbitos
infantis por causas evitáveis. O estado do Rio de Janeiro manteve a tendência de avanço
gradual desta dimensão de análise de desenvolvimento, apresentando incremento de 0,5%
em relação a 2008. Entre os estados da federação, seu índice de 0,8222 ocupa a 10ª
colocação.

A saúde é a única dimensão onde Maricá se posiciona acima do indicador estadual (0,2%) e
também acima do indicador federal (2,7%). O município melhorou seu índice em 0,8% ao ano
ao longo da última década. Mesmo positivo, o índice nacional vêm aumentando à taxa de
1,3% ao ano.

Já Saquarema, ao contrário de Maricá, apresenta indicador 8% abaixo do nacional e 10%


abaixo do estadual. O município observa uma piora de 4% se comparado ao indicador de
2000, tendo atingido ao longo do período um indicador superior ao nacional. O

ARCADIS Logos 110


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acompanhamento do indicador pode balizar ações tomadas pela secretaria de saúde do


município21 (ver Tabela 9.1.3-30 a seguir).

Tabela 9.1.3-30 - Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal - dimensão Saúde - 2000 e 2005 a
2009.

SAÚDE 2000 2005 2006 2007 2008 2009

IFDM 0,7120 0,7576 0,7699 0,7830 0,7944 0,8018


Brasil
Variação* - 1,2% 1,6% 1,7% 1,5% 0,9%

Estado do IFDM 0,7704 0,8063 0,8101 0,8140 0,8180 0,8222


Rio de
Janeiro Variação* - 0,9% 0,5% 0,5% 0,5% 0,5%

IFDM 0,7694 0,7562 0,7824 0,8039 0,8197 0,8235


Maricá
Variação* - -0,3% 3,5% 2,7% 2,0% 0,5%

IFDM 0,7696 0,8244 0,8105 0,7820 0,7502 0,7378


Saquarema
Variação* - 1,4% -1,7% -3,5% -4,1% -1,6%

* A variação entre 2000 e 2005 é anualizada

Fonte: Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal, Sistema FIRJAN-RJ. Elaborado por: ARCADIS
logos, 2011.

Tomando-se o índice FIRJAN geral, que combina as três dimensões acima expostas, como
balizador de desenvolvimento, tem-se que os índices de desenvolvimento econômico de
Maricá e Saquarema foram 13% e 12,5% inferiores ao correspondente estadual e 8% e 7%
inferiores ao índice nacional, respectivamente.

Maricá revela um desenvolvimento modesto ao longo da última década, pois se seu PIB
avançou em termos reais em quase 60% entre 2000 e 2009, o IFDM cresceu apenas 11%.
Em termos de dinâmica, o município mantém-se aquém do desenvolvimento do estado
fluminense, que em termos anualizados cresceu 2,2% contra 1,2% do município. Da mesma
forma, o indicador para o país variou em 2,8%, isso é, 1,5% ao ano a mais do que o
município de Maricá.

Já a tendência oposta se verifica em Saquarema, cujo desenvolvimento entre os anos de


2000 e 2009 viu o indicador saltar em 32%. A continuar no ritmo de desenvolvimento anual
de 3,1%, superior em 0,3% ao ritmo nacional, o município atingirá a média nacional dentro de
duas décadas.

21
Observou-se in loco situação oposta ao demonstrado pelo índice FIRJAN, qual seja uma maior adequação da saúde em
Saquarema. Vislumbra-se a ocorrência de inversões públicas efetivas por Saquarema nos últimos anos.

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Quando se compara o desenvolvimento do estado do Rio de Janeiro em 2009 frente ao ano


de 2000, nota-se que o IFDM geral cresceu de 0,6645 para 0,8062. O crescimento no
período, anualizado em 2,2%, está em linha com o ritmo de desenvolvimento nacional, de
2,8%. O estado, entretanto, detém um indicador superior ao nacional em 6% (ver Tabela
9.1.3-31 a seguir).

Tabela 9.1.3-31 - Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal - Índice Geral - 2000 e 2005 a
2009.

ÍNDICE GERAL 2000 2005 2006 2007 2008 2009

IFDM 0,5954 0,7129 0,7376 0,7478 0,7649 0,7603


Brasil
Variação* - 3,7% 3,5% 1,4% 2,3% -0,6%

Estado do IFDM 0,6645 0,7793 0,8035 0,7985 0,8166 0,8062


Rio de
Janeiro Variação* - 3,2% 3,1% -0,6% 2,3% -1,3%

IFDM 0,6267 0,6662 0,6702 0,6927 0,6599 0,6981


Maricá
Variação* - 1,2% 0,6% 3,4% -4,7% 5,8%

IFDM 0,5355 0,6927 0,7305 0,7303 0,6677 0,7055


Saquarema
Variação* - 5,3% 5,5% 0,0% -8,6% 5,7%

* A variação entre 2000 e 2005 é anualizada

Fonte: Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal, Sistema FIRJAN-RJ. Elaborado por: ARCADIS
logos, 2011.

A análise das condições de vida tem por objetivo avaliar as possibilidades e formas de
acesso da população a elementos e serviços essenciais à vida social. Dentre esses foram
considerados os segmentos de habitação, segurança pública, educação e saúde, iniciando-
se a exposição pelo primeiro deles.

B) Habitação
As grandes transferências de população de ambientes rurais para urbanos no Brasil
resultaram do processo de modernização iniciado na primeira metade do século XX,
fortemente vinculado ao desenvolvimento dos grandes polos industriais do Sudeste. O país,
até então de configuração predominantemente rural, na década de 1960 vê invertida sua
distribuição populacional, passando a prevalecer a concentração em áreas urbanas. Não
apenas verificou-se a transferência de grande contingente populacional rural para as
periferias urbanas, como também as vilas e pequenas comunidades isoladas passaram a ser
crescentemente incorporadas às estruturas urbanas maiores em decorrência da abertura de
acessos e implantação de equipamentos públicos básicos, entre outros fatores.

Esse vigoroso processo de urbanização não aconteceu de forma homogênea e sincrônica em


todo o território nacional. Nesse sentido, apresenta-se na sequencia uma perspectiva regional
dos efeitos e ritmo atual desse movimento, considerando os municípios componentes da AII.

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a) Situação e Condição dos Domicílios na AII


Entre os municípios da AII, Niterói e São Gonçalo já se configuravam como
predominantemente urbanos no início da década de 1970, conforme indica o Gráfico 9.2-24 a
seguir, podendo-se atribuir essa situação à proximidade e interação que mantinham com a
cidade do Rio de Janeiro, abrigando parte do contingente populacional que trabalhava na
capital. Araruama e São Pedro da Aldeia passaram por um intenso processo de urbanização
entre as décadas de 1970 e 1980, movimento pelo qual Itaboraí só passaria após 1980,
momento do início da montagem de seu parque industrial. Em 2010, apenas os municípios de
Silva Jardim e Rio Bonito apresentavam taxa de urbanização inferior a 80%.

Gráfico 9.2-24 - Evolução da Situação Urbano/Rural dos domicílios nos municípios da AII e no
Estado do Rio de Janeiro, 1970/2010.

Fonte: SIDRA, IBGE, 2012. Elaborado por: ARCADIS logos

No decorrer do processo de urbanização, não só os limites das áreas urbanas se expandiram


horizontalmente, como se adensaram verticalmente. Dentre os municípios da AII, Niterói é o
que apresenta maior porcentagem de domicílios do tipo apartamento, 42% do total,
superando a média estadual que é de 20%. Esse indicador se mostra ainda significativo em
São Gonçalo, com o percentual de 7,9%. A presença de casas de vila ou condomínio é mais
representativa em Itaboraí (6,8% dos domicílios), assim como em Niterói, São Gonçalo, São
Pedro da Aldeia e Iguaba Grande onde o percentual se aproxima daquele apresentado pelo
estado do Rio de Janeiro, 5,3% em 2010, conforme o Gráfico 9.2-25 a seguir. Não obstante,
em todas as localidades contempladas por esta pesquisa predominam os domicílios do tipo
casa.

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Gráfico 9.2-25 - Tipologia dos domicílios nos municípios da AII e no estado do RJ, 2010.

Fonte: Censo Demográfico 2010, IBGE. Elaborado por: ARCADIS logos.

No que se refere à situação legal dos imóveis, há predominância dos “próprios quitados” em
todos os municípios da AII e no estado do Rio de Janeiro, onde seu percentual é de 71%.
Apenas em Niterói onde há um alto percentual de domicílios em processo de aquisição (5%)
e alugados (20%), e Silva Jardim, com alto percentual de domicílios na condição de cedido
(18%), a representatividade de domicílios quitados é inferior ao apresentado pelo estado do
Rio de Janeiro. O processo de aquisição de imóveis, para o qual o crédito imobiliário é uma
condição muito importante, é mais significativo em Niterói e Itaboraí (5%), municípios que
apresentam um forte dinamismo econômico, podendo indicar expansão do mercado
imobiliário (ver Tabela 9.1.3-32, a seguir).

Tabela 9.1.3-32 - Condição de moradia nos municípios da AII e estado do Rio de Janeiro, 2010.

Domicílios Próprios
Total dos Domicílios Domicílios
Municípios
Domicílios Alugados (%) Cedidos (%)
Quitado (%) em Aquisição (%)

Niterói 169.237 70,1 5,0 19,9 4,0

São Gonçalo 325.882 72,7 3,3 19,1 4,1

Itaboraí 69.422 73,4 4,5 14,3 6,9

Tanguá 9.658 76,6 0,8 12,9 9,2

Rio Bonito 17.171 70,6 1,3 18,9 8,8

Araruama 35.807 73,8 2,7 14,1 8,5

Silva Jardim 6.713 68,3 1,3 12,2 17,5

São Pedro da
Aldeia 27.743 72,1 2,5 17,3 7,8

Iguaba Grande 7.580 71,5 4,3 17,8 5,9

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Domicílios Próprios
Total dos Domicílios Domicílios
Municípios
Domicílios Alugados (%) Cedidos (%)
Quitado (%) em Aquisição (%)

Total da AII 669.213 72,1 3,7 18,3 5,1

Estado do Rio
de Janeiro 5.243.029 71,4 3,5 19,4 5,1
Fonte: Censo 2010, IBGE. Elaborado por: ARCADIS logos.

b) Déficit Habitacional na AII


Dentre os estudos específicos de déficit habitacional, destaca-se o publicado em 2005 pela
Fundação João Pinheiro. Utilizando dados da amostra e dos microdados do Censo
Demográfico IBGE 2000 esse estudo estima o déficit habitacional e a inadequabilidade dos
domicílios. Metodologicamente considera que o déficit habitacional deriva diretamente das
deficiências no estoque de moradia e engloba “tanto as moradias sem condições de serem
habitadas devido à precariedade das habitações ou em virtude de terem sofrido desgaste da
estrutura física e que devem ser repostas, quanto a necessidade de incremento de estoque,
decorrente da coabitação familiar ou da moradia em locais destinados a fins não residenciais”
(Fundação João Pinheiro, 2005, p 7). Como foram considerados apenas municípios com mais
de 20.000 habitantes, ficaram excluídos da análise Silva Jardim e Iguaba Grande no contexto
da AII.

Como pode ser observado na Tabela 9.1.3-33 a seguir, o déficit habitacional básico varia
entre 7% e 9%, dentro de uma faixa semelhante àquela apresenta pelo estado do Rio de
Janeiro (8,6%). Trata-se de um percentual significativo, porém inferior ao de imóveis vagos -
definidos como sendo “as unidades que se encontravam efetivamente desocupadas na data
de referência do censo demográfico” (apud Fundação Joaquim Pinheiro, 2005, p 31). O
estudo em apreço indica, nesse sentido, que o problema do déficit habitacional tem menos a
haver com o número de moradias, do que com as dificuldades de acesso às mesmas. No
caso dos domicílios vagos na zona rural, estima-se que se relacione ao processo de
migração campo - cidade, enquanto que para a zona urbana a questão se refere
principalmente ao estoque de imóveis à disposição do mercado imobiliário e/ou mantidos
como reserva de valor.

Tabela 9.1.3-33 - Estimativa do Déficit Habitacional Básico nos municípios da AII e no estado do
Rio de Janeiro - 2000.

Déficit Habitacional Básico Domicílios Vagos

% do total dos
Município
Absoluto domicílios
Total Urbana Rural
Total Urbana Rural Total Urbana Rural

Niterói 10.004 10.004 - 7 7 - 17.050 17.050 -

São
Gonçalo 21.111 21.111 - 8 8 - 34.164 34.164 -

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Déficit Habitacional Básico Domicílios Vagos

% do total dos
Município
Absoluto domicílios
Total Urbana Rural
Total Urbana Rural Total Urbana Rural

Itaboraí 4.545 4.457 88 9 9 3 8.823 8.106 717

Tanguá 676 540 136 9 9 15 1.281 981 300

Rio Bonito 1.144 853 291 8 9 6 1.992 1.006 986

Araruama 1.738 1.576 162 7 7 9 4.722 4.168 554

Silva
Jardim - - - - - - - - -

São Pedro
da Aldeia 1.290 1.066 224 7 7 8 3.712 2.927 785

Iguaba
Grande - - - - - - - - -

Estado do
Rio de
Janeiro 365.000 350.983 14.017 8,6 8,6 9,1 581.282 541.672 39.610
Fonte: Fundação João Pinheiro, 2005. Elaborado por: ARCADIS logos.

c) Situação dos Domicílios na AID e na ADA


Os municípios de Maricá e Saquarema tiveram seu processo de urbanização mais intenso
entre as décadas de 1970 e 1980, participando do mesmo movimento regional observado
para a AII. Como pode ser observada no Gráfico 9.2-26 a seguir, a urbanização foi
particularmente intensa em Maricá, tanto por partir de uma base mais restrita, como por
manter ritmo acelerado também nas décadas de 1990 e 2000.

Gráfico 9.2-26 - Taxa de urbanização dos domicílios nos municípios da AID e no estado do Rio
de Janeiro, 1970/2010.

Fonte: IBGE, 2012. Elaborado por: ARCADIS logos.

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A tipologia de domicílios presentes na AID é fortemente influenciada por suas características,


seja de cidade dormitório (em expansão), seja de cidade de veraneio (consolidada). Tanto em
Maricá como em Saquarema os imóveis são predominantemente do tipo casa como pode ser
observado no Gráfico 9.2-27 a seguir, pois a expansão da malha urbana se deu
predominantemente de forma horizontal. Desse modo a verticalização é muito pouco
significativa em ambos os municípios, destacando-se em Maricá o percentual de casas de
vila ou condomínios, próximo daquele apresentado pela média do estado (5%).

Gráfico 9.2-27 - Tipo dos domicílios, em porcentagem, nos municípios da AID e no estado do
Rio de Janeiro, 2010.

Fonte: IBGE, 2012. Elaborado por: ARCADIS logos.

No que se refere à situação legal dos domicílios particulares permanentes, o percentual


daqueles registrados como próprios varia entre 78% e 76%, enquanto os alugados
representam 14% do montante. Maricá diferencia-se pela elevada participação dos domicílios
próprios em processo de aquisição (10%, contra 1% para Saquarema e 3% na média do
estado), aspecto que se vincula diretamente à intensidade e continuidade de seu processo de
urbanização, assim como à abertura ainda recente de novos loteamentos para residências de
veraneio, em muitos casos adquiridas através de financiamento. Paralelamente, para ambos
os municípios da AID o percentual de domicílios alugados é menor do que na média do
estado, enquanto que o de domicílios cedidos é superior, como pode ser observado no
Tabela 9.1.3-34 a seguir.

Tabela 9.1.3-34 - Condição legal da moradia nos municípios da AID e no estado do Rio de
Janeiro, 2010.

Domicílios Próprios
Total dos Domicílios Domicílios
Municípios Domicílios Quitado em Aquisição Alugados Cedidos

Maricá 42.810 68 10 14 7

Saquarema 23.103 75 1 14 8

Total da AID 65.913 70 7 14 7

Estado do Rio
de Janeiro 5.243.029 71 3 19 5
Fonte: Censo 2010, IBGE, 2012. Elaboração: ARCADIS logos.

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Por se tratar de uma das mais importantes regiões de veraneio do estado do Rio de Janeiro,
nos municípios da AID o percentual de domicílios ocupados de uso ocasional é muito
significativo, seja em números absolutos, seja frente aos domicílios ocupado de modo
permanente. Em Saquarema 37% dos domicílios são de veraneio, enquanto em Maricá eles
representam 26% do total. Conforme já observado, somados representam 9% dos domicílios
destinados a este uso no estado do Rio de Janeiro, caracterizando a região como de turismo
de segunda residência, como pode ser observado na Tabela 9.1.3-35 a seguir.

Tabela 9.1.3-35 - Domicílios Particulares segundo o tipo de uso nos municípios da AID e no
estado do Rio de Janeiro, 2010.

Ocupados De Uso Ocasional Vagos


Total de
Município
Domicílios
Absoluto % Absoluto % Absoluto %

Maricá 67.313 42.810 64 17.558 26 6.945 10

Saquarema 45.025 23.097 51 16.877 37 5.051 11

Total da AID 112.338 65.907 59 34.435 31 11.996 11

Estado do Rio de
Janeiro 6.135.020 5.242.418 85 383.219 6 509.383 8
Fonte: Censo 2010, IBGE, 2012. Elaborado por: ARCADIS logos.

d) Déficit Habitacional na AID e na ADA


As condições de moradia podem ser relacionadas diretamente à capacidade da família em
gerar renda, uma vez que a aquisição do bem moradia, seja através da compra de edificação
construída, seja pela construção de nova edificação, compromete grande parte do
rendimento familiar. Observa-se, nesse sentido, que em Saquarema, onde um maior
percentual de famílias tem faixa de renda até 3 salários mínimos (43,8% contra 38,78% em
Maricá e 34,29% para a média do estado), o déficit habitacional básico registrado para o ano
de 2000 foi estimado em 9,6%, percentual 26% superior ao de Maricá (7,9%). Em ambos os
casos, e de forma semelhante ao observado para o conjunto da AII, o número de domicílios
vagos é cerca de 200% superior ao déficit habitacional básico, reiterando o diagnóstico
quanto às dificuldades de acesso por parte das famílias, como pode ser observado na Tabela
9.1.3-36.

ARCADIS Logos 118


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Tabela 9.1.3-36 - Estimativa do Déficit Habitacional Básico nos municípios da AID e no estado
do Rio de Janeiro - 2000.

Déficit Habitacional Básico Domicílios Vagos

% do total dos
Município Absoluto
domicílios
Total Urbana Rural
Total Urbana Rural Total Urbana Rural

Maricá 1.794 1.458 336 7,9 7,7 8,4 5.156 4.203 953

Saquarema 1.437 1.395 42 9,6 9,6 9,1 3.598 3.518 80

Total da AID 3.231 2.853 378 8,5 8,5 8,5 8.754 7.721 1.033

Estado do Rio
de Janeiro 365.000 350.983 14.017 8,6 8,6 9,1 581.282 541.672 39.610
Fundação João Pinheiro, 2012. Elaborado por: ARCADIS logos

Os principais componentes do déficit habitacional presentes na AID se referem: (i) às famílias


conviventes (“constituídas por, no mínimo, duas pessoas ligadas por laço de parentesco,
dependência doméstica ou normas de convivência e que residem em um mesmo domicílio
com outra família, denominada principal.”), (ii) aos domicílios rústicos (que “apresentam
paredes que não são de alvenaria ou de madeira aparelhada, o que resulta em desconforto
para seus moradores e risco de contaminação por doença (...)” e, (iii) aos domicílios
improvisados (que se encontram em “locais destinados a fins não residenciais que sirvam de
moradia”), conforme definição da Fundação João Pinheiro.

Tanto em Maricá como em Saquarema o principal componente do déficit se referia às famílias


conviventes, com participações de respectivamente 89,8% e 72,9%. Na base dessa
diferenciação de intensidade observa-se que em Saquarema - que conforme já observado
possuía maior proporção da população nos extratos de mais baixa renda familiar, a
participação do componente domicílios rústicos era 300% superior àquelas de Maricá e da
média do estado, como pode ser observado no Gráfico 9.2-28, a seguir. Observa-se ainda na
AID uma maior participação do componente domicílios improvisados, quando comparado à
média estadual.

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Gráfico 9.2-28 - Participação dos Componentes do Déficit Habitacional Básico Urbano nos
municípios da AID e no estado do Rio de Janeiro, 2000.

Fundação João Pinheiro, 2012. Elaborado por: ARCADIS logos

No que se refere, por último, à adequabilidade dos domicílios - o atendimento por serviços, a
maior parte daqueles localizados na zona urbana não é servida pela rede geral de
abastecimento de água e coleta de esgoto sanitário.

e) Caracterização dos domicílios do entorno da ADA


A ADA está localizada no contato entre os bairros de Ponta Negra e Jaconé, a uma distância
aproximada de 25 km do centro de Maricá, com acesso pelas Rodovias RJ-102 e RJ-118. No
entorno da ADA foram localizados no decorrer dos trabalhos de campo, quatro bairros com
aglomerações humanas significativas pertencentes ao município de Maricá, sendo eles:
Ponta Negra, Jaconé, Bananal e Cordeirinho (ver Mapa 9.1.3-4 a seguir). Na sequencia
apresenta-se a caracterização da estrutura geral de cada um desses bairros.

Jaconé

O bairro de Jaconé está localizado no entorno da Lagoa de Jaconé, estendendo-se


longitudinalmente no sentido Leste-Oeste até a fronteira com o Município de Saquarema. A
Rodovia RJ-102 (Foto 9.2-23), via não pavimentada, acompanha o bairro na sua porção Sul
pela orla, desde a área do empreendimento até Saquarema, e dá acesso à praia. Na porção
Norte do bairro está a Rodovia RJ -118, que margeia a serra e dá acesso ao centro de
Maricá.

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Mapa 9.1.3-4 - Mapa dos Bairros do Entorno.

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VERSO

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Entre a orla e a Lagoa de Jaconé foi verificada a presença de ocupação horizontal, ordenada
no padrão de loteamento em tabuleiro, com ruas paralelas e perpendiculares sendo algumas
em diagonal, todas sem pavimentação (Foto 9.2-24).

Foto 9.2-23 - Vista da Rodovia RJ-102. Foto 9.2-24 - Arruamento do bairro de Jaconé.

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

O bairro dispõe de iluminação pública nas vias principais, mas não há rede de abastecimento
de água. São utilizados poços e cisternas nas propriedades ou caminhões-pipa para
abastecimento dos reservatórios individuais. Igualmente não existe rede coletora de esgoto,
sendo feito uso de fossas sépticas ou negras. No foram verificadas áreas de lazer ou de
convivência (praças, parques, ginásios). O comércio local é precário, possuindo apenas
algumas mercearias e pequenos bares.

Alguns condomínios fechados, como o Solar de Jaconé (Foto 9.2-25), apresentam


edificações de padrão médio a alto (Foto 9.2-26), de alvenaria, com um ou dois pavimentos,
varanda e garagem, típicas de veraneio. De modo geral esses condomínios estão em fase de
ocupação, tendo sido observada a presença de grande número de lotes ainda não
construídos.

Foto 9.2-25 - Entrada do Condomínio Fechado Foto 9.2-26 - Residência de veraneio no


Solar de Jaconé. Condomínio Solar de Jaconé.

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Ao percorrer o bairro, foram observadas muitas placas de venda de lotes e terrenos,


principalmente ao longo da RJ-102 e nas imediações da Lagoa de Jaconé (Foto 9.2-27 e

ARCADIS Logos 123


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Foto 9.2-28), evidenciando intensa atividade imobiliária no local. Trata-se de áreas que
podem ser caracterizadas como de expansão do turismo de segunda residência,
considerando que este é o principal tipo de ocupação do bairro. Também foi notado um
grande número de construções novas, de um ou dois pavimentos (Foto 9.2-29), incluindo
conjuntos de chalés e estruturas de pousada (Foto 9.2-30).

Foto 9.2-27 - Placa de venda de lotes no Foto 9.2-28 - Placa de venda de terreno na RJ-
bairro de Jaconé. 102, bairro de Jaconé.

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Foto 9.2-29 - Novas construções no bairro de Foto 9.2-30 - Novas construções no bairro do
Jaconé. Jaconé.

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Nas margens da Lagoa de Jaconé e em suas áreas de alagamento caracterizadas Foto


9.2-31 e Foto 9.2-32). A ocupação avança nessa área, havendo grande número de novas
construções, terrenos a venda e material de construção civil aparentemente em uso.

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Foto 9.2-31 - Domicílio em área de alagamento Foto 9.2-32 - Domicílio na margem da Lagoa de
aterrada. Jaconé.

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Na porção voltada para a serra e margeada pela RJ-118, foram verificados alguns
aglomerados humanos dispersos, como a Vila São Benedito (Foto 9.2-33) e imediações (Foto
9.2-34), com aproximadamente 20 domicílios de baixo a médio padrão de população com
residência fixa no local. Esta vila possui iluminação pública precária, não havendo
abastecimento de água ou coleta de esgoto.

Foto 9.2-33 - Domicílio de residente fixo no Foto 9.2-34 - Vila São Benedito no bairro de
bairro de Jaconé. Jaconé.

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Ponta Negra

O bairro de Ponta Negra, a Oeste da área do empreendimento, conta com alta valorização
imobiliária dos terrenos da orla, principalmente devido à presença da praia de Ponta Negra
(Foto 9.2-35), uma das mais indicadas pra banho no Município segundo relato de moradores.
Entre a praia e o canal há algumas unidades verticalizadas com até cinco pavimentos (Foto
9.2-36). A orla é ocupada por domicílios de veranistas, e da mesma forma que o restante do
bairro não possui infraestrutura sanitária de abastecimento de água e coleta de esgoto.
Apesar de possuir serviço de coleta de lixo regular, foi verificada a presença de depósitos de
entulho, poda de árvores e lixo doméstico em calçadas e em terrenos baldios no interior do
bairro.

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Foto 9.2-35 - Vista da praia de Ponta Negra. Foto 9.2-36 - Verticalização da praia de Ponta
Negra.
Fonte: ARCADIS logos, 2012.
Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Ao longo do canal da Lagoa de Ponta Negra foram verificadas edificações de médio a alto
padrão, em geral de dois pavimentos (Foto 9.2-37), e algumas novas construções (Foto
9.2-38) ou propriedades à venda, caracterizando essa porção do bairro como de ocupação
consolidada.

Foto 9.2-37 - Residência à margem do canal de Foto 9.2-38 - Residência à margem do canal de
Ponta Negra. Ponta Negra.

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

No entorno da pequena praça central há um comércio tipicamente de bairro, formado por


pequenos mercados, quitandas, açougue, peixaria, padaria, lojas de roupas e acessórios,
utensílios domésticos e material para construção (Foto 9.2-39), bem como as principais
pousadas do local. Apenas as ruas principais da orla e de comércio são pavimentadas, as
demais se encontram em leito natural. Seguindo a face Oeste do morro do Mirante, está a
Vila Vital, na qual domicílios de veraneio de médio padrão e domicílios de residentes fixos de
médio e baixo padrão estão dispostos lado a lado (Foto 9.2-40).

ARCADIS Logos 126


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
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Foto 9.2-39 - Rua de comércio em Ponta Negra. Foto 9.2-40 - Rua residencial na Vila Vital.

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Na Vila Vital a iluminação pública é precária, as ruas são irregulares, não possuem
pavimentação e não há abastecimento de água ou coleta de esgoto sanitário. É possível ver
o lixo espalhado pelas ruas ou depositado em fundos de terrenos. As áreas de alagamento
estão sendo aterradas para dar lugar a novas construções que se espalham pelo bairro,
caracterizando sua expansão. Não foram verificadas placas de venda de terrenos ou
edificações.

Foto 9.2-41 - Rua residencial na Vila Vital. Foto 9.2-42 - Aterramento da área de
alagamento na Vila Vital.
Fonte: ARCADIS logos, 2012.
Fonte: ARCADIS logos, 2012.

ARCADIS Logos 127


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Cordeirinho

O bairro do Cordeirinho está localizado a Oeste da Ponta Negra, consistindo numa estreita
faixa entre o mar e a Lagoa de Ponta Negra. Serva basicamente ao uso de veranistas, cujos
domicílios mais valorizados e os que possuem melhor padrão construtivo são os que se
localizam na orla (Foto 9.2-43 e Foto 9.2-44). As vias principais possuem pavimento e as vias
secundárias encontra-se em leito natural, sendo seu ordenamento regular, em padrão de
espinha de peixe. Este bairro possui boa cobertura de iluminação pública, porém falta
infraestrutura de abastecimento de água e coleta de esgoto. A varrição das vias públicas e a
coleta de lixo são regulares, não tendo sido verificados pontos de deposição de lixo em ruas
e terrenos.

O bairro encontra-se consolidado, com construções de alto e médio padrão, havendo poucos
lotes não edificados, porém há grande número de placas de venda de casas e terrenos. Este
bairro fica praticamente vazio na baixa temporada.

Foto 9.2-43 - Domicílios na orla de Foto 9.2-44 - Domicílio em Cordeirinho.


Cordeirinho.
Fonte: ARCADIS logos, 2012.
Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Foto 9.2-45 - Limpeza de via pública em Foto 9.2-46 - Rua do bairro de Cordeirinho.
Cordeirinho.
Fonte: ARCADIS logos, 2012.
Fonte: ARCADIS logos, 2012.

ARCADIS Logos 128


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Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Bananal

O bairro do Bananal está localizado entre a Lagoa de Ponta Negra e a RJ-118, de ambos os
lados dessa rodovia. As vias públicas são irregulares e sem pavimentação (Foto 9.2-47), a
iluminação pública é precária e não há infraestrutura de abastecimento de água ou coleta de
esgoto. O padrão construtivo é variado, havendo edificações de médio a baixo padrão
construtivo (Foto 9.2-48 e Foto 9.2-50). As edificações são dispersas e é possível verificar
grande número de terrenos vazios, mas também novas construções. Há alguns pontos de
concentração de domicílios dentro do bairro, porém distantes entre si. Segundo relatos dos
morados, no local convivem a população residente fixa e a de veranistas.

Foto 9.2-47 - Rua do bairro de Bananal. Foto 9.2-48 - Domicílio em Bananal.

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Foto 9.2-49 - Nova construção em Bananal. Foto 9.2-50 - Domicílio de morador permanente
no bairro de Bananal.
Fonte: ARCADIS logos, 2012.
Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Ainda Segundo moradores locais, as enchentes são frequentes e as reclamações dos


moradores são levadas a prefeitura. É importante observas que este bairro fica em área de
alagamento da Lagoa da Ponta Negra, que vem sendo aterrada ao longo dos anos para dar
lugar a novas construções (Foto 9.2-51). Como forma de minimizar o problema, canais de
escoamento são abertos nas margens das vias públicas (Foto 9.2-52), porém não são
suficientes para conter as enchentes.

ARCADIS Logos 129


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Foto 9.2-51 - Aterramento de área de alagamento Foto 9.2-52 - Canaleta de drenagem no bairro
da Lagoa de Ponta Negra. Bananal.

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

As ocupações localizadas entre a RJ-118 e a serra são caracterizadas por construções de


baixo padrão, com um ou dois pavimentos e adensadas, praticamente inexistindo terrenos
não construídos. Nesta porção do bairro reside a população fixa local, não havendo
veranistas. A iluminação é precária e não há qualquer tipo de infraestrutura urbana, tendo
sido observado esgoto correndo a céu aberto em via pública e lixo depositado na calçada.
Não foram vista construções novas, porém há um grande número de edificações sendo
reformadas ou ampliadas (Foto 9.2-53 e Foto 9.2-54).

Foto 9.2-53 - Rua do bairro de Bananal. Foto 9.2-54 - Rua do bairro de Bananal.

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

ARCADIS Logos 130


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C) Segurança Pública
O Estado do Rio de Janeiro, em sua organização político-administrativa, conta com a
Secretaria de Estado de Segurança (SESEG). A ela estão subordinados a Polícia Militar e a
Polícia Civil, bem como o Instituto de Segurança Pública (ISP), o Instituto Médico Legal (IML),
e o Conselho Consultivo das Corregedorias Gerais da Polícia Civil e da Polícia Militar. Desde
1999, com a Resolução SSP 263 de 26 de julho, a força policial carioca passou a ser
organizada territorialmente em 41 Áreas Integradas de Segurança Pública - AISP, que tem
por principal objetivo integrar as ações e informações entre a SESEG e as polícias Civil e
Militar, de forma descentralizada, com responsabilidade compartilhada, exigindo
planejamento e avaliações integradas permanentes (ver Mapa 9.1.3-5 a seguir).

ARCADIS Logos 131


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ARCADIS Logos 132


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Mapa 9.1.3-5 - Mapa da distribuição Espacial das AISP no estado do Rio de Janeiro.

ARCADIS Logos 133


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VERSO

ARCADIS Logos 134


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a) Contexto Regional - Recursos físicos e humanos


Como pode ser observado no Quadro 9.2-27 a seguir, os municípios da AII estão inseridos
nas AISP 7, 12, 25 e 35 e possuem pelo menos uma delegacia de polícia civil (Niterói e São
Gonçalo, mais populosos, possuem diversas). Apenas Araruama não possui o novo modelo
de estruturação física da Polícia Civil, a DP Legal, programa lançado em 1999 pelo Governo
do Estado do Rio de Janeiro e que destinou recursos financeiros para reforma das unidades
policiais, compra de mobiliário, equipamentos, sistemas de informática, construção de casas
de custódia, investimento na perícia técnica e treinamento e capacitação de policiais22.

Quadro 9.2-27- Estrutura das Áreas Integradas de Segurança Pública nos municípios da AII.

Municípios AISP BPM DP

76, 77 (DP Legal), 78 (DP Legal), 79 (DP Legal), 81


Niterói 12 12º
e 82 (DP Legal)
São Gonçalo 7 7º 72, 73 (DP Legal), 74 (DP Legal) e 75
Araruama 25 25º 118
São Pedro da Aldeia 25 25º 125 (DP Legal)
Iguaba Grande 25 25º 129 (DP Legal)
Itaboraí 35 35º 71 (DP Legal)
Tanguá 35 35º 70 (DP Legal)
Rio Bonito 35 35º 119 (DP Legal)
Silva Jardim 35 35º 120 (DP Legal)
Fonte: Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro, 2012. Elaboração: ARCADIS logos.

Com o Decreto Nº 40.486 de 01 de janeiro de 2007 foi criada a Secretaria de Estado de


Defesa Civil (SEDEC), que subordina as corporações de Defesa Civil e Corpo de Bombeiros
Militar (CBMERJ), que passaram a operar de forma conjunta. Desta forma, tanto o Corpo de
Bombeiros quanto a Defesa Civil são atualmente instituições separadas e independentes da
Polícia Militar, subordinadas diretamente ao Governo do Estado.

A área operacional do Corpo de Bombeiro Militar no estado do Rio de Janeiro é organizada


em 8 Comandos de Área e 28 Grupamentos, que subordinam 53 Destacamentos, além de 2
Grupamentos de Socorro Florestal e Meio Ambiente, 1 Grupamento de Busca e Salvamento e
4 Grupamentos Marítimos, como pode ser observado no Quadro 9.2-28 a seguir. Niterói
conta com estrutura operacional mais ampla, sendo sede de Grupamento de Bombeiro Militar
(GBM), além do Grupamento Marítimo e Policlínica Militar. São Gonçalo e Araruama também
sediam GBMs e à exceção de Tanguá, Silva Jardim e Iguaba Grande que não possuem
estrutura operacional própria do Corpo de Bombeiro Militar e são atendidos pelos
destacamentos da CBA IX-Metropolitana, os demais municípios sediam destacamentos que
atuam principalmente no combate a incêndios e buscas e salvamentos.

22
GAROTINHO, Anthony. Delegacia Legal: Tecnologia a serviço da polícia. In: Coleção Políticas Públicas. Rio de Janeiro, 2005.

ARCADIS Logos 135


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Quadro 9.2-28 - Estrutura Operacional do Corpo de Bombeiro Militar nos municípios da AII.

CBA Município Estrutura Operacional

É sede do 3º GBM, possui o 4º Grupamento Marítimo e a


IX - Metropolitana Niterói
3º Policlínica Militar
IX - Metropolitana São Gonçalo É sede do 20º GBM
V - Baixada
Araruama É sede do 27º GBM
Litorânea
Possui o Destacamento 1/20, subordinado ao 20º GBM
IX - Metropolitana Itaboraí
de São Gonçalo
Possui o Destacamento 2/20,subordinado ao 20º GBM
IX - Metropolitana Rio Bonito
de São Gonçalo
IX - Metropolitana Tanguá Não possui
IX - Metropolitana Silva Jardim Não possui
Possui o Destacamento 1/18,subordinado ao 18º GBM
IX - Metropolitana São Pedro da Aldeia
de Cabo Frio
IX - Metropolitana Iguaba Grande Não possui
Fonte: Secretaria de Estado de Defesa Civil, 2012. Elaborado por: ARCADIS logos.

Todos os municípios da AII possuem Guarda Municipal, sendo que as Niterói e São Gonçalo
são as mais antigas e possuem os maiores efetivos, tendo sido criadas na década de 1930. A
de Tanguá, criada em 2005, é a mais recente e com menor efetivo. A gestão dessas guardas
é de alçada municipal. Niterói, São Gonçalo, Silva Jardim e Araruama possuem secretaria
dedicada exclusivamente à segurança pública, Rio Bonito não possui estrutura específica e
os demais municípios possuem setor especializado subordinado a uma secretaria com
escopo de atuação mais amplo.

Dentro desse contexto apenas Niterói e Tanguá possuem Plano Municipal de Segurança
Pública, ferramenta de planejamento que auxilia as municipalidades a atingirem metas locais
de estruturação e/ou ampliação do serviço e redução da criminalidade. O Conselho Municipal
de Segurança Pública possibilita o acompanhamento das políticas públicas e a prestação de
contas das atividades realizadas. Não obstante os únicos municípios da AII que instituíram
esse canal de participação da sociedade civil - São Gonçalo e São Pedro da Aldeia estão
entre aqueles que não possuem Plano Municipal de Segurança Pública, que seria o objeto
principal de monitoramento. Em relação à estrutura de segurança pública cabe ainda
comentar que: (i) todos os municípios da AII mantêm algum tipo de unidade da Defesa Civil e,
(ii) nenhum deles possui Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente.

No que se refere ao acesso à justiça, observa-se que apenas Tanguá não é sede de comarca
e, juntamente com Araruama, também não possui Núcleo de Defensoria Pública. Em relação
aos juizados especializados, o único mais difundido é o de atendimento à crianças e
adolescentes (presente em 5 municípios da AII), sendo que o de atendimento aos idosos e
violência contra a mulher estão presentes apenas em São Gonçalo, como pode ser
observado no Quadro 9.2-29 a seguir.

ARCADIS Logos 136


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Quadro 9.2-29 - Caracterização da Guarda Civil, da Estrutura do Serviço de Segurança Pública e do Acesso a Justiça em 2009.

São Silva Iguaba São Pedro


Niterói Itaboraí Tanguá Rio Bonito Araruama
Gonçalo Jardim Grande da Aldeia

Guarda Municipal

Guarda municipal - existência Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim
Ano de criação 1937 1938 1986 2005 1998 1992 1981 1997 1989
Efetivo total 433 307 57 28 26 58 154 130 94

Estrutura do Serviço de Segurança no Município

Setor Setor Setor Setor


Caracterização do órgão gestor
Secretaria Secretaria subordinad subordinad Não possui Secretaria Secretaria subordinad subordinad
responsável pela segurança
Exclusiva Exclusiva o a outra o a outra estrutura Exclusiva Exclusiva o a outra o a outra
pública no município
secretaria secretaria secretaria secretaria
Conselho municipal de segurança
Não Sim Não Não Não Não Não Não Sim
pública - existência
Plano municipal de segurança
Sim Não Não Sim Não Não Não Não Não
pública - existência
Delegacia de polícia civil Sim Sim Sim Não* Sim Sim Sim Sim Sim
Delegacia de proteção ao meio
Não Não Não Não Não Não Não Não Não
ambiente
Coordenad Coordenad Coordenad Coordenad Coordenad Coordenad Coordenad
O município dispõe com relação à Outro tipo Outro tipo
oria oria oria oria oria oria oria
Defesa civil de: de unidade de unidade
municipal municipal municipal municipal municipal municipal municipal

Acesso à Justiça

Município é sede de comarca Sim Sim Sim Não Sim Sim Sim Sim Sim
Núcleo de defensoria pública na
Sim Sim Sim Não Sim Sim Não Sim Sim
comarca

ARCADIS Logos 137


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São Silva Iguaba São Pedro


Niterói Itaboraí Tanguá Rio Bonito Araruama
Gonçalo Jardim Grande da Aldeia

Juizado especializado no
Não sabe
atendimento à criança e ao Sim Sim Não Não Não Sim Não Sim
informar
adolescente - existência

Juizado especializado no Não sabe


Sim Não Não Não Não Não Não Não
atendimento ao idoso - existência informar

Juizado especial de violência Não sabe


Sim Não Sim Não Não Não Não Não
contra a mulher - existência informar
Município mantém serviço de
Sim Sim Não Sim Sim Não Não Não Sim
assistência jurídica
Fonte: IBGE, Perfil dos Municípios Brasileiros - Gestão Pública 2009. Elaborado por: ARCADIS logos.

*informações mais recentes indicam que neste município funciona atualmente o 70°DP Legal.

ARCADIS Logos 138


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Segundo informações do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, o município de


Niterói possui, em 2012, os juizados especializados no atendimento à criança e ao
adolescente, ao idoso e à violência contra a mulher.

b) Criminalidade no contexto regional


Segundos o Mapa da Violência 2011, desenvolvido pelo Ministério da Justiça e Instituto
Sangari, a violência é um fenômeno crescente que irrompe e transforma o cotidiano,
principalmente nas cidades, configurando uma das principais preocupações da sociedade
brasileira e requerendo recursos cada vez mais significativos por parte do poder público. Tem
como principal vítima e ator a população jovem, com idade entre 15 e 24 anos, residente nas
áreas urbanas. O mapa em apreço mostra que no estado do Rio de Janeiro, em 2008, as
ocorrências com causas externas23, foi responsáveis por 75% das mortes entre a população
jovem, sendo que destas, as mortes violentas equivaleram a 54,6% do montante.

Considerando os números absolutos das ocorrências registradas, São Gonçalo, com a maior
população da AII, possui também o maior número de ocorrências, com exceção do furto de
veículos e apreensão de drogas, mais numerosos em Niterói. Entre os crimes contra a
pessoa registrados nos municípios da AII (ver Quadro 9.2-30), o de lesão corporal se
destacou largamente frente aos homicídios e estupros no ano de 2010.

23
Conforme a Classificação Internacional de Doenças (CID10), em seu capítulo XX, classifica causas externas de mortalidade e
morbidade “quando um óbito devido a causas externas (acidentes, envenenamento, queimadura, afogamento, etc.) é registrado”
(Waiselfisz, J. J., 2008, pp 10).

ARCADIS Logos 139


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Quadro 9.2-30 - Número absoluto de ocorrências registradas, por tipo de crime, em 2010 nos municípios da AII.

Crimes contra a pessoa Crimes contra o patrimônio Produção policial

Localidade População
Lesão Roubo de Furto de Roubo a Apreensão de Apreensão de
Homicídio Estupro
Corporal Veículo Veículo Residência Drogas Armas

Niterói 487.562 180 4.243 104 767 1.120 84 351 315


São Gonçalo 999.728 420 6.404 226 1.204 1.061 85 245 436
Itaboraí 218.008 114 1.877 75 146 156 16 94 112
Tanguá 30.732 12 193 8 8 13 0 11 2
Rio Bonito 55.551 41 509 4 24 105 4 29 29
Silva Jardim 21.349 32 321 14 8 4 1 9 45
Araruama 112.008 86 1.375 71 49 124 13 105 52

Iguaba Grande 22.851 7 256 8 7 27 4 16 17


São Pedro da
Aldeia 87.875 62 701 34 42 82 3 123 53
Estado do Rio
de Janeiro 15.989.929 6.793 131.444 4.871 18.781 15.593 1.170 10.828 7.435
Fonte: Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro, 2012. Elaborado por: ARCADIS logos.

ARCADIS Logos 140


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O Mapa da Violência no Brasil 2010 apresenta um ranking das taxas de violência dos
municípios com mais de 10 mil habitantes. Com a finalidade de suavizar as oscilações
causadas pela diferença de porte dos municípios e dar estabilidade às escalas, foram
utilizadas médias dos últimos três anos disponíveis, conforme o Quadro 9.2-31 a seguir. De
acordo com essa fonte, os municípios da AII, Itaboraí, São Pedro da Aldeia, Araruama,
Iguaba Grande e Silva Jardim ocupam posições no ranking nacional entre os 10% com
maiores taxas de homicídio, integrando um grupo crítico quanto à violência.

Quadro 9.2-31 - Taxas médias de homicídio (em 100 mil habitantes) nos município da AII e sua
classificação nos rankings nacional e estadual, no período 2008/2010.

Homicídios
População Taxa Posição Posição
Município
Média Média Nac. Est.
2008 2009 2010

Itaboraí 221.659 108 94 107 46,5 199 8


São Pedro da
Aldeia 85.413 39 31 25 37,1 365 14
Araruama 109.647 40 44 35 36,2 391 16
Iguaba Grande 22.525 7 6 11 35,5 409 18
Silva Jardim 21.754 7 10 3 30,6 529 25
São Gonçalo 991.280 340 337 202 29,6 565 28
Tanguá 30.436 9 6 6 23,0 832 37
Niterói 482.737 118 101 79 20,6 978 41
Rio Bonito 55.074 6 2 6 8,5 2067 71
24
Fonte: Waiselfisz, J. J, Mapa da Violência no Brasil, 2010 . Elaborado por: ARCADIS logos.

Para as taxas de ocorrências por 10.000 habitantes, os municípios de Silva Jardim, Araruama
e Iguaba Grande apresentaram as maiores ocorrências (ver Gráfico 9.2-29). Silva Jardim
apresentou maiores índices proporcionais a sua população para estupros e homicídios,
sendo que em relação a este último, o resultado de 15 ocorrências por 10.000 habitantes foi o
dobro do segundo colocado Araruama. Nesse tipo de crime, São Gonçalo e Tanguá
apresentaram os menores índices do período.

Considerando os crimes contra o patrimônio, Niterói apresentou as maiores ocorrências por


10.000 habitantes para roubo e furto de veículo, ficando muito acima do resultado
apresentado pelo conjunto do estado. Nessa modalidade de crime, Rio Bonito apresenta
índice elevado para furto, mas não para roubo, que se configura na presença da vítima.

Na apreensão de armas, novamente Silva Jardim aparece com destaque, tendo sido
apreendidas 21,1 armas por 10.000 habitantes em 2010, enquanto que em Iguaba Grande,
segundo colocado nesse aspecto da produção policial, o índice foi menor em cerca de 200%.
Quanto à apreensão de drogas, São Pedro da Aldeia apresentou o índice de 6 ocorrências

24
Disponível em http://www.mapadaviolencia.org.br/

ARCADIS Logos 141


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por 10.000 habitantes, enquanto para o segundo colocado, Araruama, observou-se índice 4,6
ocorrências, o mesmo calculado para a médio do estado do Rio de Janeiro.

Gráfico 9.2-29 - Número de ocorrências registradas por 10.000 habitantes, por tipo de crime, em
2011 nos municípios da AII.

Crimes contra a pessoa


150,0

120,0

90,0

60,0

30,0

0,0
Niterói São Itaboraí Tanguá Rio Silva Araruama Iguaba São Estado do
Gonçalo Bonito Jardim Grande Pedro da Rio de
Aldeia Janeiro
Homicídio Lesão Corporal Estupro

Crimes contra o patrimônio


25,0

20,0

15,0

10,0

5,0

0,0
Niterói São Itaboraí Tanguá Rio Silva Araruama Iguaba São Estado do
Gonçalo Bonito Jardim Grande Pedro da Rio de
Aldeia Janeiro
Roubo de Veículo Furto de Veículo Roubo a Residência

Produção policial
25,0
20,0
15,0
10,0
5,0
0,0
Niterói São Itaboraí Tanguá Rio Silva Araruama Iguaba São Pedro Estado do
Gonçalo Bonito Jardim Grande da Aldeia Rio de
Janeiro

Apreensão de Drogas Apreensão de Armas

Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro, 2011. Elaboração: ARCADIS logos.

ARCADIS Logos 142


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c) Recursos físicos e humanos da segurança pública na Área de Influência Direta


No contexto da organização territorial da segurança pública carioca, Marica está inserida na
AISP 12, tem sua força policial militar gerenciada pelo 12º BPM com sede em Niterói, e conta
com a 82ª DP Legal localizada em seu território. Saquarema, por sua vez, está inserida na
AISP 25 e possui força policial militar subordinada ao 25º BPM com sede em Araruama, além
de contar com a 124ª DP Legal, conforme o Quadro 9.2-32, a seguir (ver também a Foto
9.2-55 a Foto 9.2-57).

Quadro 9.2-32 - Estrutura das Áreas Integradas de Segurança Pública nos municípios da AID.

Município AISP BPM DP

Maricá 12 12 º 82 (DP Legal)


Saquarema 25 25º 124 (DP Legal)
Fonte: Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro, 2012. Elaboração: ARCADIS logos.

Foto 9.2-55 - DPO da Polícia Militar de Ponta Foto 9.2-56 - DPO da Polícia Militar em Maricá.
Negra, em Maricá.
Fonte: ARCADIS logos, 2012.
Fonte: ARCADIS logos, 2012.

ARCADIS Logos 143


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Foto 9.2-57 - Delegacia de Polícia Civil em Saquarema.

Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Tanto Maricá quanto Saquarema possuem destacamento do Corpo de Bombeiro Militar,


sendo o primeiro subordinado ao 3º GBM de Niterói, e o segundo, ao 27º GBM de Araruma,
conforme o Quadro 9.2-33. As principais ocorrências, segundo o Subtenente Basílio do
Destacamento de Maricá - entrevistado no decorrer dos levantamentos de campo, são de
fogo em vegetação, queda de moto, colisão de automóveis e captura de animais, para as
quais conta com 3 viaturas, respectivamente de socorro e incêndio, de busca e salvamento e
ambulância (ver Foto 9.2-58 a Foto 9.2-60).

Quadro 9.2-33 - Estrutura Operacional do Corpo de Bombeiro Militar nos municípios da AID.

CBA Município Estrutura Operacional

Possui o Destacamento 2/3, subordinado ao 3º GBM de


IX - Metropolitana Maricá
Niterói

Possui o Destacamento 1/27, subordinado ao 27º GBM


IX - Metropolitana Saquarema
de Araruama
Fonte: Secretaria de Estado de Defesa Civil, 2012. Elaboração: ARCADIS logos.

ARCADIS Logos 144


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Foto 9.2-58 - Destacamento do Corpo de Foto 9.2-59 - Unidade de operações da Defesa


Bombeiro em Maricá. Civil em Maricá.

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Foto 9.2-60 - Destacamento do Corpo de Bombeiro em Saquarema.

Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Ambos os municípios possuem Guarda Municipal, sendo que a de Maricá foi instituída em
2001, conta com um efetivo 130 profissionais e tem entre suas atividades o patrulhamento
nos bairros e estradas, defesa civil, proteção ambiental e ordenamento do trânsito, além
possuir posto de guarda. A Guarda Municipal de Saquarema, criada em 1993, conta com um
efetivo de 88 profissionais que realizam patrulhamento, proteção ambiental, auxílio ao
ordenamento do trânsito, à Polícia Militar e atendimentos sociais, conforme o Quadro 9.2-34 a
seguir.

ARCADIS Logos 145


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Quadro 9.2-34 - Caracterização da Guarda municipal de Maricá e Saquarema - 2009.

Descrição Maricá Saquarema

Guarda municipal - existência Sim Sim


Ano de criação 2001 1993
Efetivo total 130 88
Posto de guarda (bairros, entrada da cidade,
Sim Não
etc.)
Patrulhamento ostensivo a pé, motorizado
Sim Sim
ou montado
Atividades da defesa civil Sim Não
Principais Proteção ambiental Sim Sim
atividades:
Auxílio no ordenamento do trânsito Sim Sim
Auxílio à Polícia Militar Não Sim
Auxílio à Polícia Civil Não Não
Atendimentos sociais (partos, assistência
Não Sim
social, dentre outros)
Fonte: IBGE, Perfil dos Municípios Brasileiros - Gestão Pública 2009. Elaboração: ARCADIS logos.

Marica e Saquarema não possuem secretaria exclusiva de segurança pública, nem tampouco
conselhos municipais de segurança ou delegacias de atendimento especializado (mulher,
idoso ou criança e adolescente), delegacia de proteção ao meio ambiente ou estruturas
penitenciárias. A infraestrutura presente inclui delegacia de polícia civil, conselho comunitário
de segurança e unidades do corpo de bombeiro e defesa civil. Apenas Maricá possui Plano
Municipal de Segurança Pública, como pode ser observado no Quadro 9.2-35 a seguir.

Quadro 9.2-35 - Descrição da Infraestrutura de segurança pública nos municípios da AID- 2009.

Descrição Maricá Saquarema

Secretaria em Secretaria em
Caracterização do órgão gestor responsável pela segurança
conjunto com conjunto com outra
pública no município
outra secretaria secretaria

Conselho municipal de segurança pública - existência Não Não

Ano de criação Não Aplicável Não Aplicável


O conselho é paritário Não Aplicável Não Aplicável
Caráter do conselho: Não Aplicável Não Aplicável
Consultivo Não Aplicável Não Aplicável
Deliberativo Não Aplicável Não Aplicável
Normativo Não Aplicável Não Aplicável
Fiscalizador Não Aplicável Não Aplicável

ARCADIS Logos 146


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Descrição Maricá Saquarema

O conselho realizou reunião nos últimos 12 meses Não Aplicável Não Aplicável
Fundo municipal de segurança pública - existência Não Não
Plano municipal de segurança pública - existência Sim Não
Delegacia de polícia civil Sim Sim

Delegacia de polícia especializada no atendimento à mulher Não Não

Delegacia de proteção ao idoso Não Não

Delegacia de proteção à criança e ao adolescente (DPCA)* Não Não

Delegacia da criança e do adolescente (DCA)** Não Não


Delegacia da criança e do adolescente (especialidades não
Não Não
separadas)
Instituição especializada no atendimento ao idoso vítima de
Não Não
violência
Centros integrados de atenção e prevenção à violência
Não Não
contra o idoso
Presídio exclusivamente feminino Não Não
Presídio com carceragem exclusivamente feminina Não Não
Instituto médico legal Não Não
Centro de integração social da associação e proteção e
Não Não
assistência ao condenado
Delegacia de proteção ao meio ambiente Não Não

Centro de atendimento especializado para a população


Não Não
lésbica, gay, bissexual, travestis e transexuais

Conselho comunitário de segurança Sim Sim


Acesso oficial a registro de criminalidade violenta produzidos
Sim Sim
pelo estado
Unidade do Corpo de Bombeiros Sim Sim
Outro tipo de Coordenadoria
O município dispõe com relação à Defesa civil de:
unidade Municipal
Fonte: IBGE, Perfil dos Municípios Brasileiros - Gestão Pública 2009. Elaboração: ARCADIS logos.

No que se refere ao acesso à justiça, ambos os municípios são sede de comarca e possuem
núcleos de defensoria pública especializados para idoso e criança e adolescente, conforme o
Quadro 9.2-35 a seguir, mas não possuem juizado especial de violência contra a mulher ou
serviço de assistência jurídica. Adicionalmente Saquarema dispõe de um núcleo
especializado em conflitos agrários, e Maricá possui juizado especializado no atendimento ao
idoso.

ARCADIS Logos 147


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Quadro 9.2-36 - Acesso à Justiça - 2009.

Acesso à Justiça Maricá Saquarema

Município é sede de comarca Sim Sim


Núcleo de defensoria pública na comarca Sim Sim
Núcleo especializado para criança e adolescente Sim Sim
Núcleo especializado para idoso Sim Sim
Núcleo especializado para conflito agrário Não Sim
Núcleo especializado para mulher Sim Não sabe informar
Núcleo especializado para conflito indígena Não Não sabe informar
Núcleo especializado para meio ambiente Sim Não sabe informar
Juizado especializado no atendimento à criança e ao Existe
Existe defensoria
adolescente - existência defensoria
Juizado especializado no atendimento ao idoso - existência Sim Não
Juizado especial de violência contra a mulher - existência Não Não
Município mantém serviço de assistência jurídica Não Não
Fonte: IBGE, Perfil dos Municípios Brasileiros - Gestão Pública 2009. Elaborado por logos

d) Criminalidade na Área de Influência Direta


A distribuição espacial da violência no nível municipal é uma fonte rica de descobertas para
análise do tema, e mostra situações bem diferenciadas, possibilitando definições de políticas
públicas que possam atender a cada uma delas.

Segundo o Mapa da Violência 2011, o estado do Rio de Janeiro no decênio 1998 - 2008
recuou da 3ª posição no ranking de estado mais violento para a 7ª posição, melhorando de
modo significativo em termos proporcionais. Nos municípios da AID as informações
disponíveis relativas ao período 2007 - 2011 parecem indicar tendência semelhante.
Observa-se que no ranking dos municípios brasileiros segundo o número de homicídios
registrados entre 2008 e 2010, Maricá ocupava a 21ª posição estadual e a 440ª posição
nacional, enquanto que Saquarema era ranqueado na 30ª posição estadual e a 638ª posição
nacional.

Os valores absolutos mostram que os homicídios dolosos em Saquarema, que em 2007


registrava mais ocorrências que em Maricá - com quase o dobro de sua população, sofreu
queda contínua entre 2007 e 2010. Maricá apresentou oscilação com tendência de
crescimento. A ocorrência de homicídio culposo em Maricá apresentou crescimento no
período, observando-se para Saquarema tendência de estabilidade com leve oscilação. Entre
os crimes contra a pessoa, o estupro apresentou maior crescimento tanto em Maricá quanto
em Saquarema. Entre os crimes contra o patrimônio, o roubo a residência foi o que
apresentou maior oscilação, mas com tendência a queda no período, enquanto que o roubo a
transeunte e o estelionato apresentaram crescimento nos municípios da AID. As apreensões
de drogas e armas apresentam movimento divergente, com crescimento em Maricá e queda
nas ocorrências Saquarema (ver Quadro 9.2-37).

ARCADIS Logos 148


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Quadro 9.2-37 - Número absoluto de ocorrências registradas, por tipo de crime, em 2010 nos municípios da AII.

Crimes contra a pessoa Crimes contra o patrimônio Produção policial

Município Ano População Homicídio Lesão


Homicídio Tentativa de Roubo a Roubo de Roubo a Furto de Apreensão de Armas
Culposo - Estupro Corporal Estelionato
Doloso Homicídio Residência Veículo Transeunte Veículos Drogas Apreendidas
Trânsito Dolosa

2007 105.294 36 36 32 16 568 34 86 91 117 91 49 59


2008 119.231 43 48 37 19 575 24 100 149 140 68 42 46
Maricá 2009 123.492 46 45 28 17 620 34 89 197 174 99 99 64
2010 127.461 26 33 25 33 666 14 97 147 118 94 69 72
2011 131.355 42 40 4 43 619 26 119 159 122 117 84 89
2007 62.174 50 21 21 6 375 14 21 26 73 69 39 53
2008 67.853 40 27 25 8 450 10 20 47 72 93 71 106
Saquarema 2009 69.374 13 15 21 15 548 21 38 40 53 85 30 69
2010 74.234 10 28 34 32 533 4 28 55 70 100 36 50
2011 75.906 14 33 22 19 438 6 23 56 61 127 66 47
Fonte: Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro, 2011. Elaboração: ARCADIS logos.

ARCADIS Logos 149


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
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ARCADIS Logos 150


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
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Considerando o número de ocorrências registradas por 10.000 habitantes entre 2007 e 2011,
conforme o Gráfico 9.2-30 a seguir, em Maricá os homicídios culposos ou de trânsito
apresentam índices muito semelhante aos de homicídios dolosos (de causa violenta), com
pequena elevação entre 2007 e 2008, queda até 2010 e elevação em 2011, retornando a
uma posição pouco inferior à inicial. Paralelamente as tentativas de homicídio apresentam
queda constante no período, e o número de estupros aumentou significativamente a partir de
2009, sendo importante lembrar que o município não conta com delegacia especializada no
atendimento da mulher.

Em Saquarema, os homicídios dolosos com índice muito alto em 2007 (8 por 10.000
habitantes, enquanto Maricá registrava 3,4 no mesmo ano), apresentou queda contínua até
2010 quando registrou 1,3 homicídios por 10.000 habitante. Quanto aos homicídios culposos
o índice apresentou oscilação no período, chegando a 2011 em posição pouco superior à
inicial e próxima ao apresentado por Maricá. Outra oscilação foi registrada nas tentativas de
homicídio que em 2011 registrou 2,9 por 10.000 habitantes, a menor do período, enquanto
que o número de estupros, após um crescimento contínuo entre 2007 e 2010, apresentou
queda em 2011. Este município, como já observado, também não possui delegacia
especializada no atendimento da mulher.

Gráfico 9.2-30 - Número de ocorrências de violência contra a pessoa por 10.000 habitantes,
segundo o tipo de crime, municípios da AID, 2007 - 2011.

9,00 9,00
Homicídio
8,00 Doloso 8,00
7,00 7,00
6,00 6,00
Homicídio
5,00 Culposo - 5,00
4,00 Trânsito 4,00
3,00
Tentativa de 3,00
2,00 2,00
Homicídio
1,00 1,00
0,00 0,00
Estupro
2007 2008 2009 2010 2011 2007 2008 2009 2010 2011
Maricá Saquarema

Fonte: Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro, 2012. Elaboração: ARCADIS logos.

Entre os crimes de lesão corporal, Saquarema registrou maior número de ocorrências do que
Maricá, ambos com índices oscilantes, mas tendendo a queda. É importante observar que o
número de crimes contra a pessoa registrados em Maricá e Saquarema em 2011 situa-se
entre os menores da AII, não se configurando como de alta incidência criminosa no contexto
da região (ver Gráfico 9.2-31 a seguir).

ARCADIS Logos 151


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Gráfico 9.2-31 - Número de ocorrências de lesão corporal por 10.000 habitantes entre 2007 e
2011, nos municípios da AID.

90
80
70
60
50 Maricá
40
30 Saquarema
20
10
0
2007 2008 2009 2010 2011

Fonte: Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro, 2012. Elaboração: ARCADIS logos.

Por último, quanto aos crimes contra o patrimônio (roubos, furto e estelionato), observa-se
que apesar do estelionato ser mais representativo em Saquarema do que em Maricá,
considerando os demais crimes deste tipo, em ambos os municípios ele apresenta tendência
de crescimento.

Em Maricá o roubo a transeunte apresentou crescimento entre 2007 e 2009 e, apesar de


declinar no ano seguinte, foi o crime contra o patrimônio com o maior número de registros em
2011 (12 ocorrências por 10.000 habitantes). Em seguida aparece o furto de veículos que
apresentou o mesmo comportamento, posicionando-se na situação média da AII para este
crime. O roubo de veículos e o estelionato, por último, apresentaram número de registros e
comportamento muito parecidos no período, tendendo a um crescimento pouco acentuado.

Em Saquarema o destaque entre os crimes contra o patrimônio foi o estelionato, tendo sido
registradas 16,7 ocorrências por 10.000 habitantes em 2011. Em seguida coloca-se o furto de
veículos, embora com tendência de queda. O roubo a transeunte, que em 2007 era pouco
significativo, apresentou ligeira tendência de crescimento e o roubo a residência apresentou
tendência de queda, seguida de estabilização (ver Gráfico 9.2-32).

ARCADIS Logos 152


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Gráfico 9.2-32 - Número de ocorrências contra o patrimônio registradas, por tipo de crime, por
10.000 habitantes em 2011.

18,00 18,00
16,00 Roubo a
16,00
Residência
14,00 14,00
12,00 Roubo de 12,00
Veículo
10,00 10,00
8,00 Roubo a 8,00
Transeunte
6,00 6,00
4,00 Furto de 4,00
2,00 Veículos 2,00
0,00 Estelionato 0,00
2007 2008 2009 2010 2011 2007 2008 2009 2010 2011
Maricá Saquarema

Fonte: Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro, 2012. Elaboração: ARCADIS logos.

Os indicadores de produção policial expressos pelo número de apreensão de armas e drogas


mostram padrão de crescimento em Maricá, enquanto que em Saquarema, apenas no que se
refere às drogas ocorre elevação (a partir de 2010), pois a apreensão de armas apresenta
tendência declinante (ver Gráfico 9.2-33 a seguir).

Gráfico 9.2-33 - Número de ocorrências de produção policial registradas, por tipo de crime, por
10.000 habitantes em 2011.

Maricá Saquarema

Fonte: Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro, 2012. Elaboração: ARCADIS logos.

e) Acidentes de Tráfego
Os dados de acidentes de tráfego no município de Maricá foram fornecidos pela Secretaria
Municipal de Segurança, por meio da Delegacia de Maricá (82ª DP), onde foi possível
identificar os acidentes com vítima, uma vez que para os casos sem vítima, de acordo com o
secretário, as declarações são muitas vezes realizadas via internet (Boletim de Ocorrência on
line, a partir do site da Delegacia de Dedicação Integral ao Cidadão - DEDIC / Polícia Civil do
Rio de Janeiro), os quais a Secretaria não tem controle, portanto, não foram disponibilizadas.

ARCADIS Logos 153


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Foram realizados 19 boletins de ocorrência para casos com vítima no período de janeiro/12 a
agosto/13 (média de 1 acidente de tráfego com vítima por mês), distribuídos conforme o
Gráfico 9.2-34 a seguir.

Gráfico 9.2-34 - Acidentes de tráfego em Maricá (boletim de ocorrência para casos com vítima -
período janeiro/2012 a agosto/2013)

Fonte: Secretaria de Estado de Segurança - SESEG - Relatório de Ocorrências por delito,


disponibilizado pela Delegacia de Maricá (82ª DP) em 27/08/13.

A mesma análise não pôde ser feita para o município de Saquarema, uma vez que os dados
solicitados em agosto/2013 não foram fornecidos pela Secretaria Municipal de Segurança e
Ordem Pública, até o fechamento do presente estudo.

Para os dados de acidentes de tráfego nas rodovias estaduais relacionadas ao estudo, foram
analisados os números disponibilizados pelo Departamento de Estradas de Rodagem do Rio
de Janeiro (DER-RJ) para o período de janeiro/2013 à junho/2013 (ver Gráfico 9.2-35).

Nota-se que a maior parte dos acidentes ocorre na RJ-106, que apresenta os maiores
números de acidentes resultantes em morte (16), feridos (445) e sem vítima (722) para o
período. Deve-se ponderar que a RJ-106 é a rodovia de maior extensão entre as
selecionadas.

A RJ-116 está na segunda colocação em relação à acidentes com morte (7) e feridos (170),
seguida pela RJ-104 que apresenta 3 acidentes com morte e 89 com feridos, apresentando
também um considerável número de acidentes sem vítima (380), muito superior à RJ-116
(156).

ARCADIS Logos 154


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Gráfico 9.2-35 - Número de Acidentes segundo a gravidade nas Rodovias Estaduais (período
janeiro/2013 a junho/2013)

Fonte: Serviço de Estatística de Trânsito - DER-RJ, acesso em setembro/2013. Elaboração ARCADIS


logos, 2013.

Em agosto/2013, durante a pesquisa de campo, foi solicitado às Secretarias Municipais de


Saúde de Maricá e Saquarema informações acerca do número de atendimentos hospitalares
municipais e estaduais (dentro dos municípios) relacionados às vítimas de trânsito nessas
rodovias (RJ-104, 106, 116, 114 e 118), no entanto, até o fechamento deste estudo, os dados
não foram fornecidos.

D) Educação
Segundo estudos da UNESCO (2009) a redução nas taxas de analfabetismo ocorrida nas
últimas três décadas em todo mundo, principalmente entre a população em idade adulta
(pessoas com 15 ou mais anos de idade), tem apresentado progresso constante e acentuado
nos países em desenvolvimento. A alfabetização é essencial para a comunicação e a
aprendizagem de todos os tipos, refletindo-se nos mais diversos aspectos da vida, como a
saúde, o bem-estar social, o emprego e o desenvolvimento econômico.

A taxa de analfabetismo é um indicador importante, pois representa a porcentagem de


pessoas sem as habilidades de ler e escrever desenvolvidas. É importante lembrar que
apenas na década de 1960 o Brasil inverteu sua distribuição populacional sobre o espaço,
passando de rural a urbano, tendo a população residente nas cidades maior acesso aos
serviços de educação. A Taxa de Analfabetismo, conforme já indicado, é usada como um dos
fatores de calculo do Índice de Desenvolvimento Humano elaborado pelo PNUD, juntamente
com riqueza e longevidade, a partir dos levantamentos censitários decenais do IBGE.

Para o estado do Rio de Janeiro na década de 2010 verificou-se a continuidade/aceleração


dessa tendência, com taxas decrescentes de analfabetismo de, respectivamente, 9,7%, 6,6%
e 5,1%, em 1991, 2000 e 2010. Esse movimento não ocorreu de modo homogêneo em todo o
território fluminense, e para sua caracterização foi considerada inicialmente a Área de

ARCADIS Logos 155


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Influência Indireta, com ênfase para os aspectos condições de escolaridade da população,


recursos físicos e humanos e demandas atendidas,

a) Condições de Escolaridade da População no Contexto Regional


Nos municípios da AII, no último período intercensitário, verificou-se a continuidade do
movimento de redução da taxa de analfabetismo, mantendo-se a tendência das duas
décadas anteriores. Os municípios metropolitanos altamente urbanizados e densos -
especialmente Niterói e São Gonçalo, são os que apresentaram melhores índices, com
posição acima da média estadual como pode ser observado no Gráfico 9.2-33 na sequencia.

Quadro 9.2-38 - Taxa de alfabetização da população com 10 anos ou mais de idade, nos
municípios da AII, em 2010.

Municípios (%)

Niterói 97,8
São Gonçalo 96,6
Itaboraí 93,9
Tanguá 91,8
Rio Bonito 92,8
Araruama 93,1
Silva Jardim 87,9
São Pedro da Aldeia 94,3
Iguaba Grande 96,0
Estado do Rio de Janeiro 95,9
Fonte: Censo Demográfico 2010, IBGE. Elaborado por: ARCADIS logos.

Os demais municípios da AII apresentaram variações contidas entre as situações médias do


país (91%) e do Rio de Janeiro (95,9%), a exceção de Silva Jardim onde a taxa de
analfabetismo ainda apresenta dois dígitos (12,1%). Trata-se de um município em que 24%
da população ainda se encontrava no campo em 2010, onde os equipamentos educacionais
são em geral menos acessíveis para uma parte da população. Não obstante, Rio Bonito, com
26% de residentes na área rural na mesma data, apresentava taxa de alfabetização de
92,8%, indicando a necessidade de explicações mais específicas para o entendimento da
situação de Silva Jardim.

Outro potencial fator para a redução do ritmo de alfabetização é a ocorrência de fortes


incrementos populacionais. Considerando que as taxas de crescimento vegetativo
apresentaram queda em todo o estado, um fenômeno desse tipo só poderia ter sido causado
por forte migração de população com baixa ou sem escolaridade, atraídas por oportunidade
de trabalho ou melhores condições de vida. Outro aspecto a observar, diz respeito ao fato de
que as taxas de crescimento populacional não necessariamente refletem a exata medida da
entrada de novos residentes. Como se sabe, a mobilidade intra - metropolitana potencializada
pelos processos de valorização imobiliária e redução da densidade habitacional das áreas
centrais, induz a um constante processo de avanço para as bordas (periferia), com frequentes
alterações no perfil socioeconômico das diferentes comunidades.

ARCADIS Logos 156


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Esses aspectos certamente devem ter contribuído para reduzir a taxa da alfabetização da
população de municípios como Itaboraí, Araruama e Iguaba Grande, com importantes
incrementos populacionais no último período inter censitário, mas não se aplicam a Silva
Jardim, onde se verificou uma bem marcada estagnação da população residente. Nesse
contexto, entre as causas mais prováveis do elevado índice de analfabetismo de Silva Jardim
deve ser considerado o fraco nível de desenvolvimento econômico, pois trata-se do segundo
menor PIB per capita da AII, assim como do município com maiores participações da
Agropecuária e da Administração Pública na geração do Valor Adicionado, respectivamente
4,4% e 44,0%.

Apesar do conceito de analfabetismo absoluto, ou seja, a inabilidade de leitura e escrita que


assume uma divisão entre alfabetizados e analfabetos ainda ser muito utilizada em estudos
de caráter educacional, este conceito vem sendo ampliado em resposta às mudanças dos
padrões de comunicação, da complexidade da vida social e das demandas de trabalho.
Nessa nova perspectiva a alfabetização se converte em processo de aprendizagem contínua
de diferentes linguagens ao longo da vida, como, por exemplo, a matemática e as tecnologias
digitais. O conceito de analfabetismo funcional25 surge neste contexto e está diretamente
vinculado ao nível de escolaridade que expressa o grau de instrução por anos de estudo da
população de 15 e mais anos de idade num determinado espaço geográfico.

É considerado analfabeto funcional o indivíduo com nível de escolaridade inferior a quatro


anos de estudo, de acordo com o conceito da UNESCO (2000). A fonte usual para
construção deste indicador no Brasil é a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios -
PNAD, que utiliza dados dos Censos Demográficos do IBGE.

Neste estudo foi utilizada para o nível de escolaridade a faixa etária de 25 anos ou mais, a
mesma utilizada pelo PNUD, considerando a população adulta com idade adequada de
conclusão do ensino superior, conforme o Quadro 9.2-39 apresentado a seguir. No momento
de finalização da presente análise o dado mais recente para a caracterização deste indicador
era do ano de 2000.

Nesse momento, com exceção do Município de Niterói que apresentava média de 9,7 anos
de estudo da população com 25 anos ou mais de idade - índice considerado como um bom
nível de escolaridade média, todos os demais municípios da AII apresentavam desempenho
inferior à média estadual, de 7,2 anos. As situações mais rebaixadas cabiam aos municípios
de Tangua e Silva Jardim, com média de anos de estudo da população adulta pouco acima
de quatro anos, resultado ainda muito próximo da situação de analfabetismo funcional.

Situação análoga ocorria em relação ao indicador porcentagem da população com 25 anos


ou mais de idade com menos de quatro anos de estudo. Também neste item Niterói
apresentava o melhor resultado, 12,1%, taxa significativamente inferior à média do estado do
Rio de Janeiro, 21,1%. Os resultados menos favoráveis cabiam ainda a Tangua e Silva
Jardim, onde respectivamente 43,1% e 47,3% da população adulta se encontravam em

25
Analfabeto Funcional é o indivíduo que não pode participar em atividades nas quais a alfabetização é requerida para atuação
eficaz em seu grupo ou comunidade, nem fazer uso contínuo da leitura, da escrita e da aritmética para o desenvolvimento
próprio e de sua comunidade (UNESCO, Alfabetismo funcional em sete países de América Latina, Santiago, 2000)

ARCADIS Logos 157


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situação de analfabetismo funcional. São Gonçalo e Iguaba Grande apresentaram resultados


próximos à média estadual nos dois indicadores, ficando os demais municípios numa posição
intermediária e de fraco desempenho (+ de 30% de analfabetismo funcional).

Quadro 9.2-39 - Nível de escolaridade da população com 25 anos ou mais de idade em 1991 e
2000.

% da População com 25 Anos


Média de Anos de Estudo
ou Mais com Menos de 4 anos
das Pessoas com 25 Anos
de Estudo Caracterizando
Municípios ou Mais
Analfabetismo Funcional

1991 2000 1991 2000

Niterói 8,8 9,7 15,2 12,1


São Gonçalo 5,8 6,7 27,9 21,5
Itaboraí 4,0 5,2 45,9 34,6
Tanguá 3,3 4,4 55,7 43,1
Rio Bonito 4,2 5,3 48,6 35,3
Araruama 4,1 5,6 48,6 35,1
Silva Jardim 3,0 4,3 61,3 47,3
São Pedro da Aldeia 4,7 5,8 42,2 30,6
Iguaba Grande 4,7 6,6 43,5 26,0
Estado do Rio de Janeiro 6,5 7,2 26,3 21,1
Fonte: PNUD, 2003, consultado em abril de 2012. Elaborado por: ARCADIS logos.

A análise da variação desses dois indicadores entre os anos de 1991 e 2000, conforme o
Gráfico 9.2-36 a seguir, evidencia que Iguaba Grande, que apresentava os piores resultado
em relação à escolaridade de sua população, foi o município que obteve maior variação
favorável no período, com aumento 2 anos na média de anos de estudo, além da redução em
17,5% na proporção de pessoas com menos de 4 anos de estudo.

ARCADIS Logos 158


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Gráfico 9.2-36 - Variação da média de anos de estudo e da % da população com menos de 4


anos de estudo caracterizando analfabetismo funcional, de pessoas com 25 ou mais de idade,
no período 1991-2000.

Fonte: PNUD, 2003, consultado em abril de 2012. Elaborado por: ARCADIS logos.

b) Recursos Físicos e Humanos no contexto regional


O espaço escolar é a dimensão física e palpável do processo de aprendizado, sendo em si
mesmo educativo enquanto espaço de socialização. Os municípios as AII possuem em suas
redes de educação formal estabelecimentos públicos e privados que atendem aos níveis de
Ensino Infantil, Fundamental, Médio e Educação de Jovens e Adultos - EJA. Destacam-se
dos demais, por um lado, Silva Jardim e Tanguá que não possuem estabelecimentos da rede
privada para o nível de ensino médio, enquanto Niterói, São Gonçalo e Itaboraí são os únicos
a possuir estabelecimentos da rede privada com atendimento na educação de jovens e
adultos.

A implantação de rede privada de ensino se dá em municípios onde a renda familiar é


favorável ao desenvolvimento desta atividade econômica, estando predominantemente
instalados em áreas urbanas. Desta forma, como pode ser observado no Gráfico 9.2-37 a
seguir, os municípios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí, são os que apresentam as maiores
participações de estabelecimentos privados de ensino, superando inclusive a média relativa
ao estado do Rio de Janeiro.

Observa-se ainda que geralmente são considerados como fazendo parte da rede privada os
estabelecimentos sem fins lucrativos de caráter assistencial, laico ou não. Por esse motivo
em alguns municípios a rede privada aparece com maior número de unidades de ensino,
perdendo no que se refere ao número de matrículas, pois no mais das vezes trata-se de
unidades pequenas. Destaca-se nesse sentido Niterói, onde 63,2% das unidades de ensino

ARCADIS Logos 159


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estão classificadas na rede privada, sendo que esta responde por apenas 39,1% das
matrículas. Situações semelhantes ocorrem em São Gonçalo e Itaboraí, destacando-se para
o conjunto da AII a grande importância da rede pública que, para a média do estado,
respondia por mais de 60% das matrículas em 2010.

Gráfico 9.2-37 - Participação das redes pública e privada no número total de estabelecimentos e
matrículas, em 2010.

Fonte: IBGE 2010, consultado em abril de 2012. Elaborado por: ARCADIS logos.

Em relação ao ensino profissionalizante vale ressalvar que maior impulso para sua efetivação
na região ocorreu a partir de 2008, através de convênio firmado entre Fundação de Apoio à
Escola Técnica (Faetec) e a Petrobras, tendo em vista capacitar profissionais para o
Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj). No nível técnico, com
duração de um ano, vem sendo oferecidos cursos diversificados tais como: topógrafo,
encarregados de estruturas, de solda, de pintura e isolamento e de montagem e mecânica,
instrumentista de sistemas, instrumentista montador, encarregado de instrumentação e
encarregado de elétrica, entre outros. No nível básico a oferta tem sido de cursos de
pedreiro, carpinteiro, armador de ferro, encanador, pintor e eletricista predial (área de
construção civil), soldador de estrutura e de tubulação (área de montagem eletromecânica).

ARCADIS Logos 160


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Diferentes cursos também foram desenvolvidos pelo Promimp, Programa de Mobilização da


Indústria Nacional de Gás Natural e Petróleo.

Do ponto de vista estrutural, o Governo do estado do Rio de Janeiro está realizando a


ampliação do ensino profissionalizante através de rede pública estadual de ensino, com a
junção entre o Ensino Médio e o Profissionalizante. Nesse sentido foi estabelecida uma
parceria entre as secretarias estaduais de Ciência e Tecnologia e Educação para que os
Centros de Vocação Tecnológica - cursos profissionalizantes modernos e que oferecem
formação de acordo com a demanda do mercado local, passassem a funcionar com base na
estrutura física da rede estadual de ensino. Até 2014 a meta é a de implantação de 80
Centros, sendo que quase todos os municípios da AII foram englobados entre aqueles
considerados como prioritários para tanto.

Quanto ao ensino superior, os municípios de Araruama, Itaboraí, Niterói e São Gonçalo


possuem instituições públicas e/ou privadas deste nível, que também recebem estudantes de
municípios vizinhos. Itaboraí e Niterói são dotados de universidades públicas, sendo que o
último sedia o campus da Universidade Federal Fluminense, uma das mais importantes
instituições de ensino superior do país (ver Quadro 9.2-40 a seguir).

Quadro 9.2-40 - Instituições ensino de nível superior nos municípios da AII em 2011.

Organização Dependência
Município Instituição de Ensino Superior Sigla
Acadêmica Administrativa

Faculdade União Araruama de


Araruama Faculdade FAC-UNILAGOS Privada
Ensino S/S LTDA.
Araruama Faculdade Faculdade Unilagos FAC-UNILAGOS Privada
Itaboraí Faculdade Faculdade de Educação de Itaboraí FEITA Pública
Itaboraí Faculdade Faculdade Cinecista de Itaboraí FACNEC Privada
Itaboraí Faculdade Faculdade Omni OMNI Privada
Niterói Universidade Universidade Federal Fluminense UFF Pública
Niterói Faculdade Conservatório de Música de Niterói CMN Privada
Faculdades Integradas Maria
Niterói Faculdade FAMATH Privada
Thereza
Escola Superior de Ensino Helena
Niterói Faculdade ESEHA Privada
Antipoff
Instituto Superior de Educação La
Niterói Faculdade ISE LA SALLE Privada
Salle
Instituto Superior de Ciências
Niterói Faculdade ISCHF LA SALLE Privada
Humanas e Filosofia La Salle
São
Faculdade Faculdade Paraíso FAP Privada
Gonçalo
São Instituto Superior de Ciências
Faculdade ISAT Privada
Gonçalo Humanas e Sociais Anísio Teixeira
São Faculdade de Tecnologia São
Faculdade FATESG Privada
Gonçalo Gonçalo

ARCADIS Logos 161


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Organização Dependência
Município Instituição de Ensino Superior Sigla
Acadêmica Administrativa

São
Universidade Universidade Salgado de Oliveira UNIVERSO Privada
Gonçalo
Fonte: INEP, 2011, consultado em abril de 2012. Elaborado por: ARCADIS logos.

c) Condições de Escolaridade da População na da Área de Influência Direta26


A taxa de alfabetização na AID apresenta comportamento similar ao verificado em média nos
municípios da AII, como apresentado no Quadro 9.2-41 a seguir.

Quadro 9.2-41 - Taxa de alfabetização da população com 10 anos ou mais de idade nos
municípios da AID em 2010.

Municípios Abs. (%)

Maricá 106.801 95,7


Saquarema 60.294 94,2
Fonte: Censo 2010, Sidra, IBGE, consultado em abril de 2012. Elaboração: ARCADIS logos.

Para a avaliação desses dados é importante considerar a observação de RIANI (2004,


p.104), sobre a taxa de analfabetismo, pois ela “engloba toda a história passada do sistema
de educação, ou seja, é uma medida do estoque”. Desta forma, deve-se ter cuidado ao
analisar os avanços das políticas educacionais recentes, considerando tanto que elas
priorizam a educação básica, como o fato de que seus resultados podem ser diluídos pelas
deficiências do passado. Por esse motivo é indispensável pesquisar a situação dos diferentes
grupos etários, conforme apresentado no Gráfico 9.2-38 a seguir.

Ao se considerar as variações nas taxas de analfabetismos nos períodos 1991 - 2000 e 2000
- 2010 segundo faixas de idade, se evidencia uma forte diferenciação que incide diretamente
no grupo de 5 a 9 anos de idade, o mais o adequada ao processo de alfabetização. Se no
primeiro período a redução da taxa havia sido de cerca de 10% tanto para o conjunto da
população de 5 anos e +, como para as crianças na faixa de 5 a 9 anos, no período mais
recente a queda da taxa geral foi pouco significativa, observando-se o oposto em relação às
crianças de 5 a 9 anos: redução em cerca de 25% em Saquarema e de 15% em Maricá,
índice semelhante àquele para a média do estado do Rio de Janeiro.

Para as duas faixas etárias seguintes (10 a 14 e 15 a 19 anos), com reduções na taxa de
analfabetismo variando entre cerca de 5% e 10% no primeiro período, elas tenderam a zero
no segundo, pois já não havia espaço para grandes avanços em termos absolutos. Como é
sabido, uma vez alcançados níveis mais elevados de cobertura escolar e alfabetização,

26
As informações acerca das características da rede de ensino foram descritas considerando a abrangência territorial no nível
municipal, uma vez que os dados por distrito não foram disponibilizados pelas Secretarias Municipais de Educação de Maricá e
Saquarema até o fechamento do presente estudo. As informações foram solicitadas durante as atividades de campo ocorridas
em Agosto/2013.

ARCADIS Logos 162


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novos incrementos são crescentemente difíceis e dependentes de políticas mais amplas e


complexas.

Estima-se que programas educacionais que priorizam a alfabetização, como o Programa


Alfabetização na Idade Certa do Governo Federal, devem ter contribuído para a forte queda
da taxa de analfabetismo da faixa etária de 5 a 9 anos nos municípios da AID, bem como no
conjunto do estado do Reio de Janeiro entre 2000 e 2010, refletindo no aumento do
percentual de adultos alfabetizados.

Gráfico 9.2-38 - Variação da taxa de analfabetismo segundo faixas etárias nos períodos de 1991-
2000 e 2000-2010, municípios da AID e estado do Rio de Janeiro.

Período 1991-2000 Período 2000-2010


5 5
0 0
-5 -5
-10 -10
-15 -15
-20 -20
-25 -25
-30 -30
Total

5 a 9 anos

15 a 19 anos

20 a 29 anos
10 a 14 anos

30 a 39 anos

40 a 49 anos

50 a 59 anos

Total
60 anos ou mais

5 a 9 anos

10 a 14 anos

20 a 29 anos

40 a 49 anos
15 a 19 anos

30 a 39 anos

50 a 59 anos

60 anos ou mais
Maricá Saquarema Rio de Janeiro

Fonte: Censo 2010, IBGE, consultado em abril de 2012. Elaborado por: ARCADIS logos.

Nas faixas etárias restantes as reduções no nível de analfabetismo foram tão maiores quanto
mais avançadas as idades, nos dois períodos considerados, pois também eram crescentes os
espaços para tanto, como pode ser observado no Gráfico 9.2-38 a seguir, relativo às taxas de
alfabetização segundo faixas etárias em 2010.

Sobressai a perspectiva de que Maricá apresenta um desempenho muito próximo ao da


média do estado - pouco mais de 75% de alfabetizados na faixa de 5 a 9 anos,
aproximadamente 98% entre 10 a 39 anos e com pequenos decréscimos na sequencia,
enquanto em Saquarema parece estar sendo mais efetivo o esforço de alfabetização na
primeira e segunda faixas etárias, observando-se pequenas defasagens nas demais.

ARCADIS Logos 163


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Gráfico 9.2-39 - Taxa de alfabetização da população segundo faixas etárias, municípios da AID e
estado do Rio de Janeiro, 2010.

Fonte: Censo 2010, IBGE, consultado em abril de 2012. Elaborado por: ARCADIS logos.

Um dos usos mais difundidos para o indicador de nível de escolaridade está relacionado à
acumulação de capital humano, ou seja, o conjunto de habilidades, experiências,
qualificações e conexões sociais que define a participação do indivíduo na vida econômica e
social, conforme discutido por Paiva (2001, p.188). Quanto maior o conjunto de habilidades,
experiências, qualificações e conexões sociais um indivíduo adquire ao longo da vida, maior
seu capital humano, também conhecido como capital intelectual.

Dentro do binômio educação e desenvolvimento econômico, à medida que uma sociedade é


mais instruída, tem, teoricamente, maior capacidade produtiva uma vez que tem um maior
acúmulo de conhecimento. Este indicador também é comumente utilizado como um dos
definidores da condição social (PAIVA, 2001).

Considerando a média de anos de estudo das pessoas com 25 anos ou mais de idade, os
esforços para a universalização da Educação Básica entre 1991 e 2000, refletiu no aumento
de 1,6 anos na escolaridade média da população adulta em Maricá e de 1,8 anos na de
Saquarema, conforme o Quadro 9.2-42 e o Gráfico 9.2-40 a seguir. Porém, apesar da
melhora, ambos os resultados ficaram abaixo da média estadual que foi de 7,2 anos de
escolaridade.

Situação análoga se verificou em relação ao percentual da população com 25 anos ou mais


de idade e com menos de quatro anos de estudo. Mesmo com reduções significativas do
analfabetismo funcional (de 17,2% em Saquarema e 13,5% em Maricá) nos anos da década
de 1990, os índices alcançados em 2000 (respectivamente 31,9% e 26,9%) resultaram
maiores que aquele relativo ao conjunto do estado do Rio de Janeiro (21,1%).

ARCADIS Logos 164


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Quadro 9.2-42 - Nível de escolaridade da população com 25 anos ou mais de idade, municípios
da AID e estado do Rio de Janeiro, 1991 e 2000.

% da População com 25 Anos ou Mais


Média de Anos de Estudo
com Menos de 4 anos de Estudo
das Pessoas com 25 Anos
Caracterizando Analfabetismo
Municípios ou Mais
Funcional

1991 2000 1991 2000

Maricá 5,0 6,6 40,4 26,9


Saquarema 4,0 5,8 49,1 31,9
Estado do Rio de Janeiro 6,5 7,2 26,3 21,1
Fonte: PNUD, 2003, consultado em abril de 2012. Elaborado por: ARCADIS logos.

Gráfico 9.2-40 - Variação da média de anos de estudo e da porcentagem da população com


menos de quatro anos de estudo entre as pessoas com 25 ou mais de idade, municípios da AID
e estado do Rio de Janeiro, 1991 e 2000.

Fonte: PNUD, 2003, consultado em abril de 2012. Elaboração: ARCADIS logos.

Conforme evidenciado no decorrer dessa caracterização, os municípios da AID, partindo de


uma posição de nítida inferioridade comparativamente à situação média do estado do Rio de
Janeiro, e apesar de exibirem avanços proporcionalmente maiores nas duas últimas décadas,
continuam apresentando na atualidade significativas defasagens. É importante reter, não
obstante, que essas defasagens se concentram na população de jovens adultos e
adultos/idosos, pois conforme observado na análise da taxa de alfabetização segundo faixas
etárias, entre as crianças/adolescentes de 5 a 9 anos e de 10 a 14 anos, Maricá se iguala à
média do estado do Rio de Janeiro e Saquarema supera a ambos.

Ao se observar os atuais (2010) níveis de escolaridade da população de 10 anos e + dos


municípios da AID em confronto com a situação média do estado do Rio de Janeiro,

ARCADIS Logos 165


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assumem realce os seguintes aspectos derivados da situação anteriormente apontada: (i)


maior estoque de pessoas sem instrução ou com instrução muito reduzida, principalmente em
Saquarema onde se eleva a cerca de 30% contra 20,6% da média estadual, (ii) menores
estoques de população com 8 ou + anos de instrução, principalmente em Saquarema onde
atinge 31,9% contra 45,9% da média estadual e, (iii) maior peso proporcional da população
na faixa intermediária (ver Gráfico 9.2-41 a seguir).

Gráfico 9.2-41 - Nível de escolaridade da população de 10 anos ou mais de idade por anos de
estudo, municípios da AID e estado do Rio de Janeiro, 2010.

Fonte: Censo 2010, IBGE, consultado em abril de 2012. Elaboração: ARCADIS logos.

De acordo com a visão contemporânea do processo educacional, no desenvolvimento de


uma vida escolar saudável - voltada a formar cidadãos conscientes e capazes de desenvolver
suas potencialidades de modo a constituir capital humano que favoreça a sociedade, o
quanto se estuda deve ser coincidente com o quando se estuda. Neste sentido, em um
sistema educacional seriado, existe uma adequação teórica entre a série e a idade do aluno.
No Brasil é considerado como sendo a idade de 6 anos a mais adequada para ingresso no 1ª
ano do Ensino Fundamental, cuja duração é de 9 anos.

A partir dessa definição é possível avaliar a adequação idade/serie, que constitui importante
indicador para medir a qualidade do sistema educacional, pois dela geralmente se originam
elevadas taxas de abandono e repetência, além de baixo desempenho dos alunos e atraso
escolar.

Como pode ser observado no Quadro 9.2-43 e Gráfico 9.2-42 a seguir, tanto os municípios
da AID como a situação média do estado do Rio de Janeiro apresentam taxas muito elevadas
de distorção que, entre os anos de 2007 e 2010, sofreram pequenas oscilações sem uma
tendência muito definida.

Em Maricá, a taxa de distorção série-idade mais alta foi verificada no Ensino Fundamental
público estadual urbano - onde está concentrada a maior parcela do alunado, tendo se
elevado de 46,1% para 48,2%. Na rede municipal do mesmo nível de ensino, verificou
movimento semelhante (incremento de 31,7% para 34%). Em Saquarema verificou-se piora

ARCADIS Logos 166


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no Fundamental público urbano de alçada estadual (elevação de 52,7% para 55,5%)


paralelamente a melhoria nesse mesmo ensino de alçada municipal (queda da distorção
idade-série de 41,8% para 38,3%).

No Ensino Médio, responsabilidade básica da alçada estadual, as taxas de distorção são


ainda maiores, porém apresentam uma tendência decrescente. Na rede privada - bastante
reduzida, tanto no Fundamental como no Médio, as distorções são muito menores, pouco
ultrapassando a taxa de 10%.

De modo geral Saquarema apresenta ainda as maiores taxas de distorção série-idade


quando comparado ao município de Marica e ao estado do Rio de Janeiro, com exceção do
Ensino Médio urbano. O índice mais alto foi verificado no Ensino Fundamental rural estadual,
com 66% dos alunos com idade acima daquela considerada adequada para o respectivo
nível em 2007, e após um acréscimo acumulado de 11,4 pontos, chegou a 2010 com 77,4%
de defasagem.

ARCADIS Logos 167


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Quadro 9.2-43 - Taxa de Distorção Série-Idade em 2007, 2008, 2009 e 2010, municípios da AID e estado do Rio de Janeiro.

Ensino Fundamental Ensino Médio

Rural Urbana Rural Urbana

Estadual Municipal Privada Estadual Municipal Privada Estadual Municipal Privada Estadual Municipal Privada

2007 30,2 35,7 14 46,1 31,7 6,6 - - - 50,1 48,3 7,4

2008 15,8 34,9 7,1 48,8 32,4 6,5 - - 10,9 46,3 42,6 8,7
Maricá
2009 21,7 35,1 7,7 50,6 33,2 6,5 - - 17,9 42,3 43,3 7,6

2010 0 35,8 6,6 48,2 34 5,7 - - 17,6 40,3 48,6 9

2007 66 43,2 - 52,7 41,8 6,5 65 - - 59,8 - 10,3

2008 53,8 41,6 - 55 28,5 5,4 72 - - 58 - 11,2


Saquarema
2009 52,3 42,2 - 55,7 38,8 5,7 60 - - 51,8 - 10,7

2010 77,4 54,3 - 55,5 38,3 5,1 35,3 - - 48,9 - 9

2007 43,5 38 10 44,9 31,7 8 57 57,6 14,4 60,8 42,7 11,2

Estado do 2008 44,5 37,7 10,7 44,4 30,3 7,7 53,3 58 13,8 57,8 38,7 11,4
Rio de
Janeiro 2009 46 37,8 11 45,5 30,1 7,9 50,7 60,9 13,7 54,2 36,8 10,6

2010 47,2 37,8 10,8 46,3 30 8 49,1 70,7 14,5 51,6 34,3 10,7

Fonte: Inep, consultado em abril de 2012. Elaborado por: ARCADIS logos.

ARCADIS Logos 168


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Gráfico 9.2-42 - Variação na Taxa de Distorção Série-Idade por modalidades de ensino e


situação, nos períodos 2007-2008, 2008-2009 e 2009-2010, municípios da AII e estado do Rio de
Janeiro.

Maricá Saquarema Rio de Janeiro


25 25 25

15 15 15

5 5 5

-5 -5 -5

-15 -15 -15

-25 -25 -25

Privada

Privada

Privada
Privada
Municipal

Municipal
Municipal

Municipal
Estadual

Estadual
Estadual

Estadual
Privada

Privada
Privada

Privada
Municipal

Municipal
Municipal

Municipal
Estadual

Estadual
Estadual

Estadual
Privada

Privada
Privada

Privada
Municipal

Municipal
Municipal

Municipal
Estadual

Estadual
Estadual

Estadual

Rural Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural Urbana

Ensino Ensino Médio Ensino Ensino Médio Ensino Ensino Médio


Fundamental Fundamental Fundamental

2007 - 2008 2008 - 2009 2009 - 2010

Fonte: Inep, consultado em abril de 2012. Elaboração: ARCADIS logos.

O fenômeno da distorção série-idade se constitui ainda como um desafio às políticas públicas


educacionais no país, visto que, segundo VIDAL (2007, p.142) ela “possui impactos sobre a
eficiência e a eficácia do sistema educacional e se relaciona com um conjunto de variáveis
quantitativas e qualitativas da educação, (...) como as taxas de reprovação e de repetência e
as condições de infraestrutura que, comprovadamente, influenciam o desempenho dos
alunos”. Observa-se nesse sentido que segundo informações da Secretaria Municipal de
Educação, o município de Saquarema, em parceria com o Instituto Ayrton Senna e MEC, vem
desenvolvendo desde 2010 o Programa Acelera e se Liga. Trata-se de um programa de
caráter emergencial que têm como objetivo corrigir o fluxo escolar, a distorção idade-série e
contribuir com a redução da evasão escolar, alfabetizando ou acelerando a aprendizagem
com qualidade. Desde seu início já foram atendidos 345 alunos em 20 escolas. Não foi ainda
possível mensurar os resultados deste programa.

Outro grupo de indicadores para a avaliação do desempenho do sistema de ensino tem por
base o movimento de aprovação, reprovação e abandono escolar. Os dados coletados
relativos a 2007 - 2010 situam os municípios da AID num contexto bastante próximo ao da
média estadual e sem grandes oscilações no período considerado. No Fundamental as taxas
de aprovação giram em torno de 80%, tendo-se observado uma muito tênue tendência de
crescimento na AID e pequeno decréscimo na média estadual, aproximando os respectivos
desempenhos. A taxa de abandono é reduzida neste nível de ensino, e manteve tendência
decrescente.

Com relação ao ensino Médio, as taxas de aprovação variam em torno de 77-79% nos
municípios da AID, com pequena tendência de crescimento, diferenciando-se da média do
estado que apresenta índice inferior em cerca de 10 pontos percentuais que se redistribuem
entre reprovações e abandono. Desse modo os municípios da AID exibem desempenho

ARCADIS Logos 169


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superior ao da média estadual, destacando-se Saquarema onde paralelamente verificou-se


pequeno crescimento das aprovações e significativo crescimento das reprovações,
movimentos que se deram à custa do índice de abandono, que recuou 13,4% para 3,2% (ver
Quadro 9.2-44).

Quadro 9.2-44 - Taxas de aprovação, reprovação e abandono para o Ensino Fundamental e o


Ensino Médio em 2007, 2008, 2009 e 2010, municípios da AID e estado do Rio de Janeiro.

Ensino Fundamental Ensino Médio

Aprovação Reprovação Abandono Aprovação Reprovação Abandono

2007 80,8 16,2 3 78,1 14 7,9

2008 80 18 2 75,1 15,6 9,3


Maricá
2009 81,6 15,7 2,7 79,1 14 6,9

2010 81,5 16,7 1,8 79,3 12,5 8,2

2007 78,9 17,6 3,5 74,7 11,9 13,4

2008 81,5 15,7 2,8 77,1 13,3 9,6


Saquarema
2009 81,1 16,4 2,5 76,5 15,8 7,7

2010 81,5 16,7 1,8 76,7 20,1 3,2

2007 83,3 13,1 3,6 67,3 18,7 14

Estado do 2008 82,7 13,9 3,4 65,8 19,4 14,8


Rio de
Janeiro 2009 80,9 16 3,1 66,6 19,6 13,8

2010 82,4 15 2,6 68,3 18,9 12,8

Fonte: Inep, consultado em abril de 2012. Elaboração: ARCADIS logos.

d) Recursos Físicos, Humanos e Demanda Atendida na Área de Influência Direta


Conforme já observado, a adequabilidade da estrutura física face ao contingente de alunos e
professores, tende a se refletir diretamente na qualidade do aprendizado, assumindo-se a
perspectiva de que em salas com menor número de alunos, eles podem ser melhor assistidos
pelos professores, possibilitando maior atenção e, consequentemente, melhor desempenho,
conforme RIANI (2004, p.125). Para países de elevada renda per capita, a relação é sempre
inferior a 20 alunos por professor.

Os municípios de Marica e Saquarema possuem em suas respectivas redes de ensino


estabelecimentos públicos e privados que atendem aos níveis de Ensino Infantil,
Fundamental, Médio e Educação de Jovens e Adultos, estando ausente o terceiro grau.
Ambas as secretarias municipais de educação oferecem transporte público gratuito aos
estudantes universitários que cursam instituições existentes nos municípios vizinhos.

ARCADIS Logos 170


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Saquarema possui uma instituição de ensino técnico de nível médio desde o início de 2012, a
FAETEC, que oferece os cursos de Meio Ambiente, Edificações, Eletromecânica,
Hospedagem, Petróleo e Gás, Segurança do Trabalho e Edificações, com duração variável
de 3 semestres a 3 anos. Maricá ainda não dispõe de equipamento desse tipo implantado em
seu território e, segundo relatado, desenvolve esforços nesse sentido. De acordo com
informações divulgadas no site da Prefeitura Municipal (publicado em 03 de julho de 2012), a
área para a implantação do campus que irá receber a Escola Técnica Federal de Maricá,
vinculada ao Instituto Federal Fluminense - IFF, já foi definida. O terreno localizado em
Ubatiba foi doado pela prefeitura, e localiza-se a uma distância aproximada de 8 quilômetros
do centro da cidade. Ainda de acordo com o site, “O projeto, orçado em R$ 10 milhões, será
financiado com recursos do tesouro municipal. A previsão é que a unidade atenda,
inicialmente, 1.200 alunos em três turnos.”. Embora os cursos ainda não estejam definidos, a
notícia aponta para o funcionamento provisório de uma unidade técnica com a oferta inicial
de quatro cursos: Autocad (desenhista de construção civil), auxiliar de plataforma, eletricista e
operador de computador e, posteriormente, cursos de soldador e marcenaria.

Começando a caracterização dos recursos disponíveis pelas creches, observa-se que elas
representam um papel fundamental na vida familiar, pois entre outros aspectos, possibilitam
que chefes de família do sexo feminino possam trabalhar deixando as crianças com idade de
até 3 anos em local adequado. O Município de Maricá possui 50 estabelecimentos de
educação infantil, dentre os quais 26 também funcionam como creches (IBGE/MEC, 2009),
com 1034 alunos matriculados em 2010. Com será observado mais adiante, essa matrículas
correspondem a pouco menos de 25% da demanda potencial.

A coordenadora da Educação Infantil do Município, professora Sônia Maria de Andrade


Freire, informou que o segmento em Maricá avançou muito nos últimos três anos. Segundo
ela - em entrevista com pesquisadora da consultoria encarregado do presente estudo, “o
prefeito Washington Quaquá tem a Educação, de um modo geral, como meta prioritária de
seu governo, e o secretário Marcos Ribeiro tem se empenhado para isso. A Educação Infantil
recebeu do MEC, recentemente, autorização para construção de mais três creches (Inoã,
Itaipuaçu e Cordeirinho), cuja construção começará ainda neste semestre. Fechamos
também parceria com o Sistema Positivo de Ensino, para alunos do 3º período da Educação
Infantil (cinco anos), transição para o Ensino Fundamental.”.

De acordo com o noticiário local em Maricá está prevista a construção de escolas de


Educação Infantil com recursos do Programa Nacional de Reestruturação e Aquisição de
Equipamentos para a Rede Escolar Pública de Educação Infantil (Pro Infância), assim como a
construção de quadras esportivas em escolas públicas de educação básica. O projeto prevê
a construção de cinco escolas de educação infantil (creche e pré-escola), para atender
crianças com até 5 anos nos bairros de Inoã, Itaipuaçu, Cordeirinho, Ponta Negra e Caju. As
unidades terão capacidade para abrigar, em média, 216 alunos e custarão entre R$ 620 mil e
R$ 1,3 milhão.

Ainda de acordo com o noticiário local no segundo semestre de 2011 foi inaugurado o quinto
desse equipamentos na atual gestão municipal - a Casa da Criança de Inoã, creche com
capacidade para 145 crianças e atendimento em horário integral para o Maternal. Em
entrevista realizada em abril de 2012, o subsecretário municipal de Educação, Luis Claudio
da Silva informou que “desde que assumimos em 2009, fizemos uma pesquisa e detectamos
um déficit de aproximadamente 4.700 vagas nesse setor. Com a construção dessas cinco

ARCADIS Logos 171


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unidades, serão mais de mil novas vagas na educação infantil. Ainda está prevista a
construção de mais duas outras escolas desse porte, que dará um reforço importante nesse
sentido”. Através do Programa de Construção e Cobertura de Quadras Esportivas Escolares,
que tem o objetivo de melhorar a estrutura física para realização de atividades pedagógicas,
recreativas, culturais e esportivas em escolas públicas de ensino fundamental e médio,
Maricá deverá ainda construir uma quadra no condomínio Santa Paula, em Inoã.

Já em Saquarema, existem 48 estabelecimentos de educação infantil, sendo que 11


oferecem creche, atendendo aproximadamente igual porcentagem da demanda potencial. As
unidades de ensino voltadas à Educação Infantil respondem por respectivamente 11% e
11,3% das matrículas em Maricá e Saquarema, observando-se ainda os índices de 56,5
alunos por estabelecimento e 17,2 alunos por docente no primeiro desses municípios,
enquanto em Saquarema tem-se 40,3 alunos por estabelecimento e 16,5 alunos por docente.
O Estado do Rio de Janeiro registra 56,6 alunos por estabelecimento e 16,9 alunos por
docentes para este nível.

O Ensino Fundamental tem duração mínima de nove anos, sendo obrigatório no Brasil a partir
dos seis anos de idade. É nesse nível que ocorre a maior concentração de alunos e
profissionais de educação. O município de Maricá possui 66 estabelecimentos desse nível de
ensino, 49,6% do total e 68,1% das matrículas. Em Saquarema as proporções são
semelhantes: 61 estabelecimentos (50,4% do total) e 72% dos alunos matriculados. No
estado do Rio de Janeiro o ensino fundamental responde por 70,9% das matrículas. Em
Maricá a média de alunos por estabelecimento do ensino é de 218,4, sendo a relação
aluno/docente de 14,7. Em Saquarema a média é de 202 alunos por estabelecimento e 16,5
alunos por docente, sendo que esta relação no estado do Rio de Janeiro é de
respectivamente 312 e 21.

O Ensino Médio tem duração mínima de três anos e ingresso a partir dos quinze anos de
idade. Em Maricá há 17 estabelecimentos deste nível educacional, representando 12,8% dos
estabelecimentos e 18,6% das matrículas. Em Saquarema os estabelecimentos são em
número de 12 (9,9%) e atendem a 16,2% dos alunos matriculados, porcentagens que no
estado do Rio de Janeiro são de respectivamente de 13% e 19,1% (ver Quadro 9.2-45).

ARCADIS Logos 172


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Quadro 9.2-45 - Número total de Estabelecimentos e Matrículas segundo níveis de ensino,


municípios da AID e estado do Rio de Janeiro, 2010.

Localidade Nível de Ensino Estabelecimentos Docentes Matriculados

Educação Infantil 50 164 2826


Maricá Ensino Fundamental 66 978 14.414
Ensino Médio 17 379 3.927
Educação Infantil 48 117 1.932
Saquarema Ensino Fundamental 61 748 12.353
Ensino Médio 12 214 2.759
Educação Infantil 5.883 19.705 332.764
Estado do Rio
Ensino Fundamental 7.544 112.096 2.353.532
de Janeiro
Ensino Médio 2.001 45.610 635.418
Fonte: IBGE/MEC, 2009, consultado em abril de 2012. Elaborado por: ARCADIS logos.

A modalidade de Educação de Jovens e Adultos - EJA corresponde ao curso acelerado nas


modalidades Fundamental e Médio, e é destinado aos alunos que, geralmente por
necessidade de ingressarem no mercado de trabalho, não completaram sua escolarização
em idade adequada. A EJA corresponde ao antigo supletivo, e desde a década de 1990
passou a oferecer as séries iniciais de alfabetização. Em Maricá, nesta modalidade, estavam
matriculados 267 alunos, segundo o sistema EDUDATA disponível na página eletrônica do
INEP. A indisponibilidade da informação de número de docentes em data compatível
inviabiliza o calculo da relação professor/aluno neste setor.

Conforme o Quadro 9.2-50 a seguir, nos municípios da AID e no Rio de Janeiro verifica-se
um forte predomínio das redes públicas no total de estabelecimentos e, mais ainda, nas
matriculas. Em Saquarema esse predomínio é significativamente mais amplo (71,1% dos
estabelecimentos e 85,8% das matrículas) observando-se nesse aspecto uma diferenciação
não desprezível com Maricá onde a rede privada já responde por 24,6% das matrículas,
proporção superior à da média do estado.

ARCADIS Logos 173


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Gráfico 9.2-43 - Participação das redes pública e privada no total de estabelecimentos e


matrículas nos municípios da AID e estado do Rio de Janeiro, 2010.
Estabelecimentos
Matrículas

Fonte: IBGE/MEC, 2009, consultado em abril de 2012. Elaborado por: ARCADIS logos.

Um último aspecto observado nessa caracterização dos serviços educacionais na AID refere-
se à taxa de atendimento escolar por nível de ensino. Trata-se de um indicador importante
uma vez que capta a proporção da população em determinada faixa etária que frequenta a
escola, tomando por base a faixa etária adequada para cursar determinado nível27. Neste
estudo foi abordada apenas a educação básica, devendo-se considerar que a frequência em
creches é optativa, tratando-se de uma demanda potencial. Por outro lado, o resultado do
confronto entre matrículas e a população em determinadas faixas etárias, deve ser analisada
no contexto da elevada taxa de distorção idade/série presente na área em estudo.

Como pode ser observado no Quadro 9.2-46 a seguir, há uma forte concentração de alunos
no Ensino Fundamental, cujo número de matrículas em Saquarema é muito superior ao de
pessoas na faixa etária adequada, indicando retenção de alunos nesse nível devido a alta
taxa de reprovação. É justamente no Ensino Fundamental que se apresentam as maiores
Taxas de Distorção Série-Idade em Saquarema, chegando a 77,4% na zona rural e 55,5% de
alunos repetentes na zona urbana. Quanto às crianças em idade para frequentar creches, a
taxa de atendimento é baixa tanto em Maricá quanto em Saquarema, comprometendo a
inserção da mãe no mercado de trabalho ou as condições de segurança da criança que
frequentemente ficam com parentes idosos, vizinhos ou irmãos mais velhos, mas ainda

27
Segundo o INEP, e de acordo com a Lei Federal 11.274 de fevereiro de 2006, a idade adequada para cursar a Pré-escola é 4
a 5 anos, de 6 a 14 anos para se cursar o Ensino Fundamental, de 15 a 17 para o Ensino Médio, e de 18 a 24 para cursar o
Ensino Superior.

ARCADIS Logos 174


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crianças. A baixa taxa de atendimento do Ensino Médio pode ser consequência da distorção
série-idade no Ensino Fundamental e da alta taxa de abandono em Maricá.

O número de salas necessárias ao atendimento de demanda foi calculado considerando a


média de alunos por turma - valores adotados pela Comunidade Educativa Cedac como base
no Custo Aluno Qualidade inicial (CAQi), Todos pela Educação (2011) - para cada
modalidade de ensino e o respectivo número absoluto de demanda reprimida. Desta forma, a
creche é a modalidade educacional que necessitava de um maior número de novas salas de
aula para o atendimento da demanda existente em 2010, um total de 261 novas salas em
Maricá e 163 em Saquarema. Em Maricá o Ensino Fundamental também apresenta uma alta
taxa de demanda reprimida, sendo necessárias 210 novas salas, enquanto que a retenção de
alunos no Ensino Fundamental em Saquarema faz com que haja um excedente de 36 salas
de aula para este nível educacional no município.

Quadro 9.2-46 - Taxa de Atendimento Escolar e Demanda Reprimida por Nível de Ensino em
2010.

População Demanda Potencial /Reprimida


Média
Número de por faixa
de
Alunos etária
alunos Salas de
Matriculados adequada % de
por Abs. aula
Inicialmente ao nível do atendimento
turma necessárias
curso

Creche 1034 13 4.430 3.396 23,34 261

Pré-escola 2506 22 3.251 745 77,08 34

Maricá Ensino
17.321 30 23.629 6.308 73,30 210
Fundamental

Ensino
4.040 30 6.061 2.021 66,66 67
Médio

Creche 689 13 2.802 2.113 24,59 163

Pré-escola 1882 22 2.135 253 88,15 12

Saquarema Ensino
11.600 30 10.521 -1.079 110,26 -36
Fundamental

Ensino
2.792 30 3.802 1.010 73,44 34
Médio

Elaboração: ARCADIS logos.

Devido à inexistência de instituição de nível superior de caráter presencial em Maricá e


Saquarema, a demanda existente vem sendo atendida com o deslocamento dos alunos para
instituições com sedes nos municípios vizinhos, com auxílio de transporte disponibilizado
pelas prefeituras.

ARCADIS Logos 175


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E) Condições e Equipamentos de Saúde

a) Situação regional
A regionalização da assistência teve como objetivo garantir a oportunidade de acesso aos
serviços que visam à promoção, proteção e recuperação da saúde, melhorando a qualidade
da atenção à mesma. Para tanto, a regionalização do Sistema Único de Saúde - SUS - é um
modelo de gestão racionalizada que visa conferir à população os serviços de saúde
ordenados em níveis de atenção básica, média e de alta complexidade, tentando garantir a
integralidade do atendimento. As unidades prestadoras de serviços, com seus diversos graus
de complexidade formam um todo, configurando um sistema de saúde capaz de prestar
assistência integral á população, conforme definido no Plano Estadual de Saúde do Rio de
Janeiro (2008) pela Secretaria de Saúde e Defesa Civil28..

A Programação Pactuada e Integrada - PPI é um processo do SUS regulamentado pela


Norma Operacional Básica de 1996 (Brasil, NOB 01/96) para a ampliação do acesso e a
construção de redes regionais, orientadas por programações pactuadas e integradas . É um
importante instrumento de gestão, na medida em que estabelece para o planejamento em
saúde os processos de descentralização, regionalização e hierarquização da assistência e
ainda fortalece uma interlocução entre os Gestores Estaduais e Municipais e entre os
Gestores Municipais. Através da regulamentação são definidas e quantificadas as ações para
a população residente em cada território e efetuados os pactos intergestores para garantia de
acesso da população aos serviços de saúde (Ministério da Saúde, 2001).

O Estado do Rio de Janeiro atualmente é composto por noventa e dois municípios e tem uma
população de 15.989.929 habitantes (Brasil, IBGE - Censo Demográfico 2010). Estes
municípios estão divididos em oito regiões geográficas. Com o objetivo de atender os fluxos
de necessidade de atenção à saúde, a Secretaria de Estado de Saúde utiliza-se basicamente
da mesma divisão geográfica, com pequenas adaptações; assim os municípios estão
organizados em nove regiões de saúde e 22 microrregiões29.

28
Cronologicamente foi a partir da Norma Operacional de Assistência à Saúde de 2001 (Brasil, NOAS, 2001), que entrou para a
agenda do Sistema Único de Saúde o tema da regionalização da assistência à saúde, levando aos gestores o desafio de
construir uma proposta de hierarquização e territorialização da assistência em microrregiões, com a formação de redes
intermunicipais resolutivas e funcionais para diferentes níveis de complexidade nas diversas regiões do Estado (Plano Diretor de
Regionalização – Rio de Janeiro, 2002). O primeiro nível hierárquico é a atenção básica que tem como principal foco a promoção
e proteção à saúde, ou seja, implica na prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento e manutenção da saúde. Quando os
problemas de saúde demandam assistência de profissionais especializados e recursos tecnológicos de diagnóstico e tratamento,
entra-se no nível de média complexidade. Já a alta complexidade envolve os procedimentos de alto custo e tecnologia. O acesso
e atendimento integral em todos os níveis de complexidade são garantidos à população através da Política Nacional de Atenção
a Saúde que pressupõe a construção de parcerias estaduais ou regionais (Secretaria de Saúde e Defesa Civil, Plano Estadual
de Saúde - Rio de Janeiro, 2008-2011).

29
Esta gestão é realizada mediante pactos entre gestores estaduais e municipais de saúde, levando-se em consideração que
um município não necessita ter todos os níveis de atenção à saúde instalados em seu território, para oferecer todos os níveis de
atendimento desse sistema, ou seja, os serviços de saúde são organizados em níveis de complexidade tecnológica crescente,
sendo que o acesso da população à rede de saúde deve se dar a partir do nível primário de atenção, qualificado para atender

ARCADIS Logos 176


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Como a temática de saúde demanda uma abrangência diferenciada com relação à sua
regionalização, buscou-se observar informações referentes ao perfil de saúde e ocorrência de
doenças na população para os municípios da AII e de seu contexto territorial mais amplo, de
acordo com as articulações específicas do sistema. Desse modo os atendimentos de saúde
dos dois municípios da AID foram referenciados de acordo com o nível de complexidade para
outros municípios que compõe as regionais de saúde. Por essa razão foram observadas
informações de infraestrutura de saúde para os municípios: Maricá e Saquarema e para
Niterói, Cabo Frio, Araruama, São Pedro da Aldeia e Rio de Janeiro, referenciados para
atendimento dos casos de média e alta complexidade de saúde com ocorrência nos dois
primeiros.

A Região Metropolitana II (Metro II) é composta por quatro Módulos Assistenciais e a Região
Baixada Litorânea (BL) por outros dois. Esses módulos são conjuntos de municípios nos
quais se destaca um município-sede, habilitado em Gestão Plena do Sistema
Municipal/GPSM ou em Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada (GPAB-A), com
capacidade de ofertar a totalidade dos serviços com suficiência, para sua população e para a
população de outros municípios a ele adscritos (Brasil. Ministério da Saúde, 2002). Como
pode ser observado na Figura 9.1.3-10 a seguir, o Município de Maricá integra a Região
Metropolitana II - Microrregião 1, à qual também pertence Niterói. O Município de Saquarema
integra a Região Metropolitana Baixada Litorânea - Microrregião 1, também composta pelos
municípios de Araruama, Iguaba Grande e São Pedro da Aldeia.

aos principais problemas que atingem à população. Os demais serviços de saúde, por exemplo, serviços mais complexos e
menos demandados pela população local, devem ser referenciados para os serviços de maior complexidade tecnológica.

ARCADIS Logos 177


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Figura 9.1.3-10 - Regiões e Microrregiões de Saúde do Estado do Rio de Janeiro.

Fonte: Secretaria de Saúde e Defesa Civil. Plano Estadual de Saúde, Rio de Janeiro 2008 - 2011.
Elaborado por: ARCADIS logos.

Niterói é o município de referência para alguns procedimentos de alta complexidade e média


complexidade na Região Metropolitana II (Metro II), cujas prioridades estratégicas de
intervenção incluem o Sistema de Informação para a Gestão, integração com os municípios
na área de saúde, saúde da família, modernização das unidades de saúde e auditoria e
avaliação da qualidade SUS/RJ. Maricá deve atender integralmente os procedimentos de
média complexidade I. Os procedimentos de alta complexidade são encaminhados para o
município do Rio de Janeiro enquanto os procedimentos de média complexidade II e III têm
como referência o município de Niterói (ver Figura 9.1.3-11, na sequencia).

ARCADIS Logos 178


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Figura 9.1.3-11 - Região de Saúde Metropolitana II, RJ.

Fonte: Governo do Estado do Rio de Janeiro - Secretaria de Estado da Saúde (Subsecretaria de


Planejamento e Desenvolvimento). Plano Diretor de Regionalização, 2002. Elaboração: ARCADIS
logos.

Na Baixada Litorânea, Araruama é o município de referências especializadas enquanto São


Pedro da aldeia é o município referência para procedimentos de média complexidade II e III.
As prioridades estratégicas de intervenção nesta região de saúde incluem a atenção
materno-infantil, integração com os municípios na área de saúde, saúde da família e
promoção e vigilância em saúde. Saquarema deve atender integralmente os procedimentos
de média complexidade I, da mesma foram que Maricá. O município referência para os
procedimentos de alta complexidade são Cabo Frio e Rio de Janeiro (ver Figura 9.1.3-12, a
seguir).

Atenção Básica e Rede Assistencial

As diretrizes organizacionais do SUS estão baseadas na conversão da atenção básica, que é


caracterizada por um conjunto de ações de promoção e de proteção à saúde, além da
prevenção de agravos, do diagnóstico, do tratamento, e da reabilitação e da manutenção da
saúde nos âmbitos individual e coletivo (Conselho Nacional de Secretários de Saúde, 2003).
A atenção básica possui como estratégia prioritária, a saúde da família, sendo este, o contato
preferencial dos usuários com os sistemas de saúde, pois visa a comunicação permanente e
a troca de experiências e conhecimentos entre os integrantes da equipe e destes com a
comunidade (Conselho Nacional de Secretários de Saúde, 2003)30.

30
As ações preventivas são desenvolvidas pelos Programas de Saúde da Família (PSF) e Programas de Agentes Comunitários
da Saúde (PACS), bem como o dimensionamento da rede de apoio diagnóstico, e a organização do sistema de assistência
hospitalar. Dessa forma, o PSF e o PACS aliam a dimensão assistencial (diagnóstico e tratamento de doenças e agravos) às
ações de promoção da saúde e prevenção de doenças, superando a antiga proposição de caráter exclusivamente centrado na

ARCADIS Logos 179


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Figura 9.1.3-12 - Região de Saúde Baixada Litorânea, RJ.

Fonte: Governo do Estado do Rio de Janeiro - Secretaria de Estado da Saúde (Subsecretaria de


Planejamento e Desenvolvimento). Plano Diretor de Regionalização, 2002. Elaboração: ARCADIS
logos.

A implantação desses programas nos municípios se dá por adesão voluntária do gestor


municipal de saúde. Ao pleitear o PSF ou PACS o gestor municipal deve preencher alguns
pré-requisitos, entre eles ter um Plano Municipal de Saúde e a implantação e funcionamento
do Conselho Municipal de Saúde (COMUS) (Ministério da Saúde, Portaria Nº 648, 2006). No
Plano Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (2008 - 2011), está prevista a expansão e
qualificação da Atenção Básica, priorizando a Estratégia Saúde da Família através do
Programa de Saúde da Família (PSF) e Programa de Agentes Comunitários (PACS) por meio
do incentivo à implantação de novas equipes, ampliando a cobertura de atendimento para
40% da população. (Plano Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, 2008 - 2011).
Uma vez caracterizada a estrutura institucional da atenção à saúde e suas principais
diretrizes e estratégias para área em estudo, apresenta-se na sequencia a evolução recente
das principais variáveis relativas à atenção básica e à rede de assistência, considerando os
municípios da AID - Maricá e Saquarema, e aqueles de referências nas regionais de saúde (
Niterói, Cabo Frio, Araruama, São Pedro da Aldeia e Rio de Janeiro), conforme o Plano
Diretor de Regionalização do Reio de Janeiro.
Como pode ser observado na Tabela 9.1.3-37 a seguir, a proporção da população com
cobertura pelo PSF e pelo PACS apresentou tendência crescente no período 2004 - 2007 e
pequeno recuo entre 2007 e 2009 (exceto para o Município do Rio de Janeiro), com saldo

doença, dirigindo-se às populações de territórios delimitados, pelos quais assumem responsabilidade (Conselho Nacional de
Secretários de Saúde, 2003). A Portaria Nº 648, de 28 de Março de 2006, define as características do processo de trabalho da
Estratégia de Saúde da Família, e estabelece que uma equipe do PSF deve responsabilizar-se por, no máximo, 4.000 habitantes
e ser composta por médico, enfermeiro, auxiliar de enfermagem (ou técnico de enfermagem) e Agentes Comunitários de Saúde.
No caso do PACS, o médico pode estar alocado numa Unidade Básica de Saúde, sendo o enfermeiro, um profissional de nível
superior coordenador da equipe. Paulatinamente, as equipes do PACS acabam se tornando equipes do PSF, pois existem
incentivos para a agregação do médico nessas equipes.

ARCADIS Logos 180


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positivo de cobertura da Atenção Básica nos seis anos considerados. Em Saquarema, não há
atendimento de PACS, entretanto o PSF pode ser considerado abrangente, superando a
meta de 40% a partir de 2005. Em Maricá, embora tenha aumentado à cobertura, em 2009
havia apenas 25,8 de atendimento do PSF.
O município do Rio de Janeiro apresentou evolução no atendimento, mas em 2009, ainda se
encontrava muito abaixo da meta estipulada pelo Programa. Essa diferença pode ter ocorrido
devido às diferentes prioridades dos municípios. Como já observado, Maricá e Saquarema
devem priorizar o atendimento de complexidade I (atenção básica) e referenciam os casos de
maior complexidade para o Rio de Janeiro, município de referência nos atendimentos de alta
e média complexidade para toda região.
Tabela 9.1.3-37 - Proporção da população coberta pelos Programas Saúde da Família e Agentes
Comunitários nos Municípios de Maricá, Niterói, Saquarema, Cabo Frio, Araruama, São Pedro
da Aldeia e Rio de Janeiro, 2004 a 2009.

População coberta pelo programa


Modelo
Ano de
Atenção Maricá São Pedro Rio de
Niterói Saquarema Cabo Frio Araruama
da Aldeia Janeiro

PACS 1,4 - - - 1,2 - 5,8


2004 PSF 20,8 - 37,5 27,7 27,2 55,2 2,0
Total 22,2 - 37,5 27,7 28,4 55,2 7,7
PACS 1,8 - 0,0 0,0 1,1 0,0 5,7
2005 PSF 22,4 - 42,8 27,1 26,2 55,5 3,9
Total 24,2 - 42,8 27,1 27,3 55,5 9,6
PACS 1,9 - - 1,1 - 6,0
2006 PSF 26,6 - 44,7 29,2 25,8 54,7 4,3
Total 28,5 - 44,7 29,2 26,9 54,7 10,4
PACS - - - 0,0 0,1 - 4,0
2007 PSF 29,2 26,6 50,1 31,5 29,5 55,9 6,9
Total 29,2 26,6 50,1 31,5 29,6 55,9 10,9
PACS 0,0 0,0 - 0,4 0,1 - 4,0
2008 PSF 26,0 25,8 48,5 40,1 29,7 56,4 6,9
Total 26,0 25,8 48,5 40,5 29,8 56,4 10,9
PACS - - - 0,3 0,1 - 5,0
2009 PSF 25,8 25,7 48,6 41,6 29,8 55,8 6,6
Total 25,8 25,7 48,6 41,9 29,9 55,8 11,5
Fonte: DATASUS, Cadernos de Saúde (SIAB. Situação da base de dados nacional em 22/02/2010).
Elaboração: ARCADIS logos.

No que tange às ofertas de estabelecimentos de saúde, os dados mais recentes


disponibilizados no DATASUS são relativos - à julho/2013 e são apresentados no Quadro

ARCADIS Logos 181


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9.2-47, a seguir. Em relação aos equipamentos hospitalares presentes na AID, destaca-se


em Maricá a presença de duas pequenas unidades (um hospital geral público e um hospital
privado), e em Saquarema de uma unidade filantrópica, com maior capacidade de
atendimento. Niterói possui um total de 20 hospitais gerais, sendo que cinco são SUS. Em
Cabo Frio e Araruama existem dois hospitais SUS em cada município o que pode indicar a
necessidade de atendimento especializado e transferência dos pacientes para o município do
Rio de Janeiro. Mais adiante, com base no número de leitos disponíveis, será observado de
modo mais detalhada a importância desses equipamentos.

ARCADIS Logos 182


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Quadro 9.2-47 - Número de estabelecimentos prestadores de serviços de saúde nos Municípios de Maricá, Niterói, Saquarema, Cabo Frio,
Araruama, São Pedro da Aldeia e Rio de Janeiro, julho/2013.

Municípios
Indicadores
Maricá Niterói Saquarema Cabo Frio Araruama São Pedro da Aldeia Rio de Janeiro
Centro de atenção psicossocial - 5 1 3 1 1 27
Hospital público 1 5 - 2 2 - 40
Hospital geral

Hospital filantrópico - - 1* 1 1 1 14
Hospital privado 1 15 - 3 3 - 97
Hospital Total 2 20 1 6 6 1 151
Hospital público - 6 - 2 - - 39
especializado
Hospital

Hospital filantrópico - - - - - - 5
Hospital privado - 13 - 3 - - 62
Hospital Total - 19 - 5 - - 106
Saúde/Unidade Pronto Socorro

Pronto Socorro público - 1 - 2 1 1 8


Pronto Socorro filantrópico - - - 1 - - -
geral

Pronto Socorro privado - - - 4 - - -


Pronto Socorro Total - 1 - 7 1 1 -
CS/UBS público 15 14 12 4 1 21 219
Centro de

Básica de
Saúde

CS/UBS filantrópico - - - - - - 1
CS/UBS privado - 2 2 1 - - 22
CS/UBS Total 15 16 14 5 1 21 242
Fonte: DATASUS, Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde do Brasil - CNES, 2013.. Elaborado por: ARCADIS logos.

Observação: * Atualmente trata-se do Hospital Municipal Nossa Senhora de Nazareth.

ARCADIS Logos 183


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Ainda de acordo com esses dados, o município de Maricá conta com 15 Centros de
Saúde/Unidades básicas de Saúde, todos públicos, enquanto Saquarema conta com um total
de 14, sendo 12 públicos e 2 privados. Ao observar as informações sobre cobertura de
atenção básica, constata-se que Saquarema possui um maior atendimento de cobertura de
PSF enquanto Maricá concentra a atenção básica nos Centros de Saúde e Unidades
Básicas. Os municípios de Maricá e Niterói devem atender os casos de média complexidade
na região Metro II, enquanto que na região BL o município referência para média
complexidade é São Pedro da Aldeia o que pode explicar o alto número de Centros/Unidades
de saúde nessas localidades.

No Quadro 9.2-48 a seguir, são apresentadas as informações relativas à oferta de médicos e


de leitos hospitalares. Em relação ao número de médicos, cabe observar que a proporção
estabelecida pelos parâmetros assistenciais do SUS como ideal é de um médico para cada
1.000 habitantes, fato observado em todos os municípios analisados. Ainda segundo o
Ministério da Saúde (2006) a necessidade de leitos hospitalares deve ser entre 2,5 a 3 leitos
de internação para cada 1.000 habitantes. Em relação a esse importante indicador fica
evidenciado que Maricá e Saquarema estavam muito abaixo dessa meta em 2009 - dispondo
de 0,9 leitos para cada 1.000 habitantes, sendo que praticamente toda rede é coberta pelo
SUS.

Quadro 9.2-48 - Ofertas de médicos, leitos hospitalares e hospitais nos municípios de Maricá,
Niterói, Saquarema, Cabo Frio, Araruama, São Pedro da Aldeia e Rio de Janeiro, dezembro de
2009.

Municípios
Indicadores
Cabo São Pedro
Maricá Niterói Saquarema Araruama Rio de Janeiro
Frio da Aldeia
1000 hab
Médicos/

Med/1000 hab 3 9 3 5 4,5 2,2 5,5


MedSUS/1000
2 4,6 2,3 4,2 3 2,1 3,5
hab
Leitos de internação Públicos
Existentes 73 1298 60 235 131 12 11.389
SUS 73 1192 60 235 131 12 10.542
Número de leitos de internação

Leitos de internação Filantrópicos


Existentes - 52 - 38 54 67 3.350
SUS - - - 23 39 63 1.168
Leitos de internação Privados
Existentes 33 1315 - 232 65 - 8.579
SUS - 374 - 61 28 - 1.618
Leitos de internação Total
Existentes 106 2665 60 505 250 79 23.318
SUS 73 1566 60 319 198 75 13.328

ARCADIS logos 184


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Municípios
Indicadores
Cabo São Pedro
Maricá Niterói Saquarema Araruama Rio de Janeiro
Frio da Aldeia

% Leitos de
70,0 58,8 100,0 63,2 79,2 94,9 57,1
internação SUS
Leitos existentes por
0,9 5,6 0,9 2,7 2,3 0,9 3,8
1.000 habitantes
Leitos SUS por 1.000
0,6 3,3 0,9 1,7 1,8 0,9 2,2
habitantes
Fonte: DATASUS, Cadernos de Saúde (SIAB. Situação da base de dados nacional em 10/04/2010).
Elaboração: ARCADIS logos.

Os municípios de referência para Saquarema também não cobrem as normas de padrão de


atendimento para este período, possuindo índices de 1,8 e 0,9 leitos para cada 1.000
habitantes. Esses números indicam que em casos de internação a população deve ser
atendida no município do Rio de Janeiro. Já Niterói, que é referência para Maricá, atende as
normas estabelecidas pelo Ministério da Saúde, mas é importante observar que a proporção
de leitos de internação cobertas pelo SUS é de 58,8%, situando-se mesmo assim na faixa de
3,3 leitos por mil habitantes (SUS).

O não cumprimento dos parâmetros estabelecido pelo SUS para o número de leitos por mil
habitantes pode indicar uma situação precária de atendimento de saúde da população e a
necessidade de locomoção para outros municípios caso haja necessidade de atendimento de
baixa complexidade. Apesar da deficiência de leitos hospitalares, o número de médicos
cumpre o padrão estabelecido pelo SUS o que pode indicar que estão em atendimento de
atenção básica nos Centros e Unidades de Saúde.

Morbidade e Mortalidade na Área de Influência Direta

Pode-se fazer uma aproximação dos agravos que acometem uma dada população
conhecendo-se as principais causas das internações hospitalares. O mesmo vale para as
causas de mortalidade. Os dados de morbidade e mortalidade foram levantados para os
municípios da AID e Rio de Janeiro, este último como referência.

Geralmente, as altas taxas de mortalidade infantil estão associadas com enfermidades


infecciosas e parasitárias. A diminuição das taxas de mortalidade tem alta correlação como
as condições sociais, como por exemplo, educação, renda e saneamento, e a posiciona
como um bom indicador indireto das condições sanitárias (Indicadores de Saúde, ANVISA,
2011).

A principal causa de mortalidade em crianças de até um ano, para o período de 2008


(DATASUS), foram originadas do período perinatal31 em Maricá, Saquarema e no Rio de
Janeiro, com participações de respectivamente 47,8%, 64,7% e 55,3% (ver Quadro 9.2-49 a

31
Óbitos ocorridos um pouco antes, durante e logo após o parto, inclui os natimortos e as crianças nascidas vivas, mas falecidas
na primeira semana de vida.

ARCADIS logos 185


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

seguir), o que pode indicar deficiência na assistência pré-natal, na atenção ao parto e ao


recém-nascido.

A mortalidade pré-escolar (um a quatro anos) pode ser um indicador do estado nutricional da
população e do nível socioeconômico. Em Maricá a principal causa de morte em 2008 para
essa faixa etária, foram doenças respiratórias e em Saquarema, as causas externas. É
importante ressaltar em relação a esses dados que devido ao baixo número de óbitos em
ambas as faixas de idade32, é preciso cautela ao inferir os fatores de risco para causa e no
uso como indicador de saúde.

Segundo o Estudo de Indicadores Sociodemográficos e de Saúde do IBGE (2009), as causas


de mortalidade relacionadas a enfermidades não transmissíveis e causas externas (que
configuram agressões decorrentes da violência e não apenas lesões involuntárias), têm
aumentado potencialmente, e acometem, principalmente, jovens do sexo masculino. Neste
aspecto, é possível notar que os municípios de Maricá e Saquarema possuem alto índice de
morbidade e mortalidade para as faixas etárias de 15 à 19 e 20 à 49 anos (DATASUS, 2009),
exibindo neste aspecto padrão semelhante ao do Rio de Janeiro. Note-se que este grupo de
causas, considerando-se o conjunto da população, é o terceiro em importância para os
municípios da AID (perdendo apenas para “doenças do aparelho respiratório” e “outras
causas”), fato que deve ser alvo de acompanhamento e instituição de medidas preventivas.
Por último, as principais causas de mortalidade para a faixa a partir dos cinquenta anos são
as doenças crônicas, como por exemplo, doenças do aparelho circulatório e as neoplasias.

Quadro 9.2-49 - Mortalidade Proporcional (%) por faixa etária segundo grupo de causas nos
municípios de Maricá, Saquarema e Rio de Janeiro, 2008.

Grupo de Causas <1 1-4 5-9 10-14 15-19 20-49 50-64 >= 65 Total

Maricá
Doenças infecciosas e
8,7 - - - - 5,6 7,1 3,5 4,8
parasitárias

- - - - - 7,9 23,1 13,7 14,2


Neoplasias
Doenças do aparelho
- - - - 25,0 20,6 36,1 39,0 33,3
circulatório
Doenças do aparelho
4,3 50,0 - - - 2,4 7,1 13,7 9,7
respiratório
Afec. originadas no
47,8 - - - - - - - 1,6
período perinatal
Causas externas de
17,4 50,0 66,7 - 50,0 46,8 11,2 4,6 15,1
morbi. e mortalidade
Demais causas
21,7 - 33,3 - 25,0 16,7 15,4 25,5 21,3
definidas

32
Mortalidade infantil (menores de 1 ano), em Maricá ocorreram 23 óbitos e em Saquarema 18 óbitos e na infância (1 a 4 anos)
em Maricá ocorreram três óbitos e em Saquarema quatro óbitos.

ARCADIS logos 186


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Grupo de Causas <1 1-4 5-9 10-14 15-19 20-49 50-64 >= 65 Total

Saquarema
Doenças infecciosas e
5,9 - - - 16,7 5,4 4,3 2,4 3,8
parasitárias
Neoplasias - - - 25,0 - 10,8 28,0 17,9 17,4
Doenças do aparelho
- - 50,0 - - 18,3 35,5 44,6 34,6
circulatório
Doenças do aparelho
17,6 - - - - 5,4 6,5 12,7 9,8
respiratório
Afec. originadas no
64,7 - - - - - - - 2,3
período perinatal
Causas externas de
- 66,7 - 50,0 33,3 43,0 7,5 3,6 13,4
morbi. e mortalidade
Demais causas
11,8 33,3 50,0 25,0 50,0 17,2 18,3 18,7 18,7
definidas
Rio de Janeiro
Doenças infecciosas e
5,5 15,6 29,9 13,1 3,5 12,5 6 4,3 6
parasitárias
Neoplasias 0,1 7,5 9,7 6,2 3,9 13,1 25,9 17,7 17,9
Doenças do aparelho
1,7 2,9 4,9 7,6 1,6 18,4 35,8 37,8 32,8
circulatório
Doenças do aparelho
5,8 20,8 7,6 4,8 1,9 4,6 7,2 14,7 11,3
respiratório
Afec. originadas no
55,3 0,6 - - - - - - 1,3
período perinatal
Causas externas de
3,8 19,7 23,6 48,3 81,7 36,5 5,9 4,1 10,7
morbi. e mortalidade
Demais causas
27,9 32,9 24,3 20 7,4 14,9 19,2 21,4 20
definidas
Fonte: DATASUS, Cadernos de Saúde (SIAB. Situação da base de dados nacional em 14/12/2009).
Elaboração: ARCADIS logos.

No que se refere às causas de internação hospitalar, os dados disponíveis são relativos ao


ano de 2009 e, sua interpretação como indicador de morbidade, deve necessariamente
considerar que elas não revelam a existência de outras doenças cuja prevalência na
população pode ser elevada sem, contudo, alcançar a gravidade para uma internação. Esses
agravos são captados pela rede de atenção básica à saúde, identificada pelo SUS como
Unidades Básicas de Saúde (UBS) e também pelo PACS e PSF.

Considerando que gravidez não deve ser entendida como manifestação de alguma patologia
e que parto sob assistência hospitalar é fator de proteção para a gestante e o recém-nascido,
essa causa de internação, que é a mais numerosa, pode ser descartada como indicador de
morbidade, cujos dados são apresentados no Quadro 9.2-50 a seguir, para os municípios da
AID e para o Rio de Janeiro.

ARCADIS logos 187


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Quadro 9.2-50 - Distribuição percentual das internações por grupo de causas e faixa etária nos
municípios de Maricá, Saquarema e Rio de Janeiro, 2009.

Capítulo CID Maricá Saquarema Rio de Janeiro

I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 2,7 5,9 5,1


II. Neoplasias (tumores) 6,6 5,0 9,4
III. Doenças sangue órgãos hematopoéticos e transtornos 1,3 1,6 0,7
imunitários
IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 5,2 6,0 1,9

V. Transtornos mentais e comportamentais 0,8 1,3 4,2


VI. Doenças do sistema nervoso 1,3 1,1 1,6
VII. Doenças do olho e anexos 0,6 0,1 1,0
VIII. Doenças do ouvido e da apófise mastóide 0,2 - 0,3
IX. Doenças do aparelho circulatório 11,8 16,6 9,3

X. Doenças do aparelho respiratório 8,9 8,3 7,8

XI. Doenças do aparelho digestivo 8,6 6,8 9,4


XII. Doenças da pele e do tecido subcutâneo 3,6 1,1 2,8
XIII. Doenças do sistema osteomuscular e do tecido 2,2 1,1 1,9
conjuntivo
XIV. Doenças do aparelho geniturinário 10,4 6,8 6,2

XV. Gravidez, parto e puerpério 20,6 29,4 23,8

XVI. Algumas afecções originadas no período perinatal 1,3 0,3 3,1

XVII. Malformação congênita e anomalias cromossômicas 1,0 0,5 1,3


XVIII. Sintomas e sinais e achados anormais em exames 5,3 0,5 1,1
clínicos e laboratoriais
XIX. Lesões, envenenamento e algumas outras 7,6 6,8 7,1
consequências de causas externas
XXI. Contatos com serviços de saúde 0,2 0,9 1,9
Fonte: DATASUS, Cadernos de Saúde (SIAB. Situação da base de dados nacional em 03/05/2010).
Elaboração: ARCADIS logos.

As maiores causas de morbidade e mortalidade fazem parte do grupo composto pelas


doenças dos aparelhos circulatório, digestivo, respiratório e as neoplasias. Estas patologias
acompanham a tendência nacional de aumento das doenças crônicas e exigem, para sua
redução, medidas e ações de promoção da saúde, como combate ao tabagismo, à obesidade
e ao sedentarismo, entre outros. Chama atenção a alta proporção de internações por
Doenças do aparelho geniturinário em Maricá e as causas externas - em ambos os
municípios da AID, que podem indicar alto índice de acidentes de transporte, afogamentos e
violência.

ARCADIS logos 188


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Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Foi solicitado, durante os trabalhos de campo em Agosto/2013, às Secretarias Municipais de


Saúde de Maricá e Saquarema o número de atendimentos por setor (ambulatorial e
emergencial). No entanto, até o fechamento do presente estudo os dados não foram
disponibilizados.

Agravos de Notificação

O Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN) é alimentado, principalmente, pela


notificação e investigação de casos de doenças e agravos que constam da lista nacional de
doenças de notificação compulsória. Trata-se das doenças de importância para saúde pública
em termos nacionais e que são selecionadas através de critérios tais como magnitude,
potencial de disseminação, transcendência, vulnerabilidade, disponibilidade de medidas de
controle, compromisso internacional com programas de erradicação, etc.

Além dos agravos de notificação compulsória é facultado a estados e municípios incluir outros
problemas de saúde importantes em suas respectivas regiões33. Em Maricá, entre 2007 e
2009, observou-se aumento dos casos de Meningite, cujas medidas de controle são as de
diagnóstico e tratamento precoce. Verificou-se também aumento de casos de Hepatite B, cujo
vírus é principalmente transmitido pela via sexual, transfusão de sangue e contatos íntimos
por meio de objetos (ver Quadro 9.2-51, na sequencia).

Em relação à Tuberculose ocorreu queda na taxa de incidência entre 2007 e 2008,


mantendo-se estável no ano de 2009. A proporção de cura de Tuberculose tornou-se uma
prioridade nacional por ser um grave problema de saúde pública, devido à sua alta incidência.
O Estado do Rio de Janeiro tem uma das maiores taxas de incidência no país (73,2/100.000
habitantes em 2006), devido principalmente à precariedade das condições básicas de saúde
da população. Maricá está entre os municípios prioritários no estado, por se enquadrar nos
critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde. A região apresenta 77,1% de cura de casos
novos, não alcançando a meta de 85% e também apresenta a terceira maior taxa de
abandono de tratamento (12,4%), de acordo com os Cadernos de Informações em Saúde do
Estado do Rio de Janeiro, 2009.

Em Saquarema observa-se que houve diminuição dos casos de AIDS, Hepatite B e


Meningite. As taxas de incidência de Tuberculose sofreram variação, com aumento em 2008
e diminuição em 2009. Contudo, apesar da redução dos casos, deve-se dar importância e
observar a evolução da doença, visto que campanhas de educação e diagnóstico precoce
podem evitar que os casos de AIDS sofram variação. Ainda é importante dar atenção às
campanhas de prevenção da doença em regiões com possível aumento de contingentes da
população masculina, como é o caso dos municípios que abrigam a construção de novos
empreendimentos e atraem grande número de trabalhadores do gênero masculino.

33
. As unidades de saúde são responsáveis pelo preenchimento dos instrumentos de notificação que devem ser encaminhados
aos serviços responsáveis pela informação e/ou vigilância epidemiológica das Secretarias Municipais. Estas devem repassar
semanalmente os arquivos em meio eletrônico para as Secretarias Estaduais de Saúde. Caso o município não disponha de
computadores em suas unidades, o SINAN pode ser acessado nas secretarias municipais, regionais de Saúde e/ou Secretaria
Estadual de Saúde (SINAN, 2011).

ARCADIS logos 189


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Quadro 9.2-51 - Evolução de casos e taxas de notificações de alguns agravos compulsórios por
100.000 habitantes, nos Municípios de Maricá, Saquarema e Rio de Janeiro, 2007-2009.

AIDS Hepatite B Meningite Tuberculose


Município Anos
Nº casos Taxa Nº casos Taxa Nº casos Taxa Nº casos Taxa

2007 2 1,95 3 2,93 2 1,95 88 85,92


Maricá

2008 - - 7 5,87 3 2,52 52 43,61

2009 1 0,81 14 11,34 8 6,48 56 45,35

2007 13 20,04 - - 2 3,08 21 32,28


Saquarema

2008 5 7,35 3 4,42 2 2,95 25 36,84

2009 1 1,44 - - - - 21 30,27


Rio de Janeiro

2007 990 16,02 204 3,3 395 6,39 5.645 91,36

2008 869 14,10 267 4,33 410 6,65 5.500 89,27

2009 261 4,22 94 1,52 236 3,81 1.605 25,94

Fonte: DATASUS. Sala de Situação de Saúde (SIM/SINAN/IBGE, Junho, 2010). Elaboração: ARCADIS
logos.

Ocorrência regional de doenças endêmicas

As zoonoses são doenças transmitidas ao homem por meio de animais, podendo ser
portadores ou reservatórios. Conhecê-las é importante, uma vez que vários estudos mostram
como a modificação de habitats e nichos ecológicos decorrentes de obras e da inserção de
contingentes populacionais interferem na ocorrência e distribuição de algumas delas.

Entre as doenças de caráter endêmico em algumas regiões do Brasil, tanto em Maricá quanto
em Saquarema não são notificados casos de febre amarela, leishmaniose e leptospirose
desde 2007. Foram detectados 11 casos em 2007 e nove em 2008 e 2009 de Hanseníase
em Saquarema e cinco casos em 2007, onze em 2008 e treze em 2009 para cada 100.000
habitantes em Maricá. Mesmos abaixo da média nacional é preciso atentar para esta doença
que é crônica e infecciosa transmissível, existindo uma rede de incentivo do ministério da
saúde para sua eliminação (DATASUS - Sala de Situação de Saúde, 2010).

Os dados disponíveis indicam ainda que a dengue é a doença de maior expressão na região.
Segundo o Plano Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (2008 - 2011), esta zoonose foi
introduzida no Rio de Janeiro em 1976 e, desde o ano de 1986, iniciou-se um padrão de
transmissão caracterizado por anos endêmicos (quando o número de casos que ocorrem no
ano são inferiores a “’incidência máxima esperada’’) e epidêmicos (quando o número de
casos que ocorrem no ano é inferior à “’incidência máxima esperada’’).

Conforme a Figura 9.1.3-13 a seguir, onde foram espacializados os dados do Levantamento


Rápido do Índice de Infestação por Aedes Aegypti (LIRA), Maricá e Saquarema encontram-se

ARCADIS logos 190


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
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em área de baixo risco de transmissão de dengue em relação ao Estado do Rio de Janeiro.


Vale observar, entretanto, que (i) o conjunto da AII - isto é, todo o entorno da AID, está
enquadrado na classificação de médio risco e, (ii) os dados relativos a Maricá não vêm
apresentando diminuição nos últimos anos. Apesar dos municípios da AID apresentarem
baixo risco para transmissão da dengue, os municípios do entorno apresentam médio risco,
portanto é necessário monitoramento constante e ações de prevenção para evitar a
proliferação o vetor.

Figura 9.1.3-13 - Mapa do Estado do Rio de Janeiro, com estratos em alto risco - resultado do
LIRA de março 2011.

Fonte: Governo do Estado do Rio de Janeiro. Rio Contra a Dengue, 2011. Elaboração: ARCADIS
logos.

Considerando que um fator intimamente ligado ao surgimento de novas epidemias de dengue


decorre da descontinuidade das ações de controle, concentrando-se esforços apenas nos
períodos de maior risco, e não naqueles em que os fatores ambientais exercem o papel
controlador, como no inverno (Natal, D, 2002), e a magnitude deste agravo no Estado, foi
elaborado um Plano Estadual de Prevenção e Controle da Dengue, com o objetivo de
promover mecanismos que estabeleçam estratégias de compartilhamento de
responsabilidades e capacidades técnico-operacionais para o enfrentamento do problema.

Através dos programas e campanhas desenvolvidos no âmbito desse Plano, obteve-se maior
envolvimento dos gestores, profissionais de saúde e população. Entretanto, ainda não

ARCADIS logos 191


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existem dados que possam avaliar os resultados das ações (Governo do Estado do Rio de
Janeiro. Rio Contra a Dengue, 2011).

Segundo dados de notificação apresentados no Quadro 9.2-52 a seguir, relativos ao período


2001 - 2009, Saquarema detém as menores taxas de notificação, devendo-se observar,
entretanto, que ocorreu aumento em 2008, e as informações para 2009 são inconclusivas.
Em Maricá, o número de casos e as taxas foram - especialmente em 2001/2002 e 2007/2008,
muito superiores. Dado o número de casos notificados por município de residência, pode-se
inferir que o ciclo da doença, até sua contaminação, é autóctone (casos contraídos no próprio
território). Chama atenção o fato dos registros serem baixos, o que pode ter ocorrido, entre
outros motivos, em decorrência de subnotificações deste agravo.

Segundo dados da Agência Brasil (2011)34, o índice de prevalência deste agravo na região
metropolitana do Rio de Janeiro, nos dois primeiros meses do ano de 2011, foi de 1000%,
com mais de 300 casos por 100 mil habitantes em alguns bairros, o que é considerado,
segundo o coordenador de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde do Rio, Marcos
Ferreira, um surto.

Quadro 9.2-52 - Evolução de casos e taxas de notificações de dengue por 10.000 habitantes, nos
municípios de Maricá, Saquarema e Rio de Janeiro, 2001-2009.

Maricá Saquarema Rio de Janeiro


Ano
Nº casos Taxa Nº casos Taxa Nº casos Taxa

2001 329 410,01 16 29,49 28.513 483,48

2002 2.841 3.419,27 65 117,06 138.714 2.336,33

2003 38 44,17 1 1,76 1.534 25,68


2004 10 11,24 0 0,00 562 9,35
2005 3 3,14 0 0,00 1.028 16,87

2006 50 50,48 2 3,16 14.480 235,96

2007 491 479,38 1 1,54 6.830 110,54

2008 1.842 1.544,90 17 25,05 22.671 367,97

2009* 16 12,96 0 0,00 1.373 22,19


*Os dados de 2009 são inconclusivos

Fonte: DATASUS. Sala de Situação de Saúde (SIM/SINAN/IBGE, Junho, 2010). Elaboração: ARCADIS
logos.

34
Comunicado através do Portal Terra em 11 de março de 2011 ás 16h09.

ARCADIS logos 192


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Acidentes por Animais Peçonhentos

É importante conhecer a incidência de acidentes causados por animais considerados


peçonhentos (cobras, aranhas, escorpiões, entre outros), especialmente quando se preveem
grandes obras. Esses dados podem ser utilizados como forma de prevenir novos acidentes e
ainda atender adequadamente os novos casos. Segundo dados do Sistema de Informação de
Agravos de Notificação (SINAN, 2011), a notificação desses acidentes em Maricá foi de um
acidente, e de nenhum em Saquarema, em 2010. Apesar dos números serem baixos, a
existência desse tipo de acidentes na região indica necessidade de prevenção durante o
período de obras (Ministério da Saúde/SVS - SINAN, 2010).

b) Levantamentos na Área de Influência Direta e na Área Diretamente Afetada


Foi realizada visita aos municípios de Maricá e Saquarema para observação do local e coleta
de informações sobre a situação de saúde. Em Maricá as informações foram fornecidas pelo
Secretário Municipal de Saúde e por uma profissional de enfermagem de um posto de saúde
e em Saquarema pelo diretor do Hospital Geral Municipal.

Nas observações de campo, conforme já observado, foi registrado que em Maricá existem
problemas de saneamento, confirmando dados do Cadernos de informações em Saúde do
Estado do Rio de Janeiro (2009), onde se observa que a média da Região da Metropolitana II
no que ser refere à cobertura pela rede de esgotos, é inferior à do Estado, sendo muito
precária em Maricá (9,8%), Silva Jardim (23%), Tanguá (24,6%), Rio Bonito (25,7%) Itaboraí
(27,3%) e São Gonçalo (39,8%). Somente Niterói encontra-se acima da média estadual.

Nos levantamentos de campo em Maricá foi observada uma obra em andamento num
córrego altamente poluído que corre ao lado da Prefeitura (Foto 9.2-61 e Foto 9.2-62 a
seguir). Em Saquarema não foi avistado esgoto correndo a céu aberto, água empossada ou
lixo na rua, sendo importante atentar, em ambos os casos, para a reduzida rede de
saneamento que pode compor um importante criadouro de vetores, bem como às deficiências
do sistema de abastecimento de água.

Foto 9.2-61 - Córrego em obra, onde se Foto 9.2-62 - Córrego em obra, onde se
observa elevada poluição da água. observa elevada poluição da água.

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

ARCADIS logos 193


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
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Durante os trabalhos de campo foi realizada visita ao posto de saúde de Ponta Negra, em
Maricá, pois se trata do equipamento de saúde que fica mais próximo ao futuro
empreendimento. Segundo profissionais da unidade, o serviço atende às localidades de
Ponta Negra, Cordeirinho, Bananal, Jaconé, Vl do Figueiro e Manoel Ribeiro, realizando
atendimento ambulatorial. O corpo médico inclui clínico geral, pediatra, ginecologista e
dentista, porém o médico só atende no período da manhã.

Os atendimentos de emergência são encaminhados para o Hospital Municipal Conde


Modesto Leal. Maricá não mantém equipe do PSF - conforme já observado com base nos
dados do DATASUS, apesar do município ser conveniado, existindo projeto para construção
de uma unidade anexa ao posto de saúde para a operacionalização de uma futura equipe do
PSF. O posto de saúde em apreço não possui ambulância, e os casos de emergência tem
que ser transportados em veículos particulares.

As principais ocorrências são pressão alta e cortes e acidentes no canal da Lagoa de Ponta
Negra. Há também pré-natal e acompanhamento da mãe e da criança até um ano de idade.
Segundo a profissional da unidade entrevistada, há muitos casos de gravidez na
adolescência. A principal ação preventiva refere-se às campanhas contra a dengue.

O Hospital Geral Municipal de Saquarema faz atendimento de emergência ambulatorial (70%


das ocorrências), traumas e emergência de pequena complexidade. Os casos não atendidos
são encaminhados para Araruama e, no caso de não conseguir tratamento, são
reencaminhados para a central de vagas, conforme o Plano Diretor de Regionalização - Rio
de Janeiro (2002).

Segundo informações fornecidas pela direção do hospital, nos fins de semana aumenta muito
o volume de atendimentos por causa da população flutuante. No município há quatro
unidades de UPAs com atendimento 24hs de pronto atendimento (Saquarema, ao lado da
prefeitura, Jaconé, Sampaio Correia e a Emergência do Hospital Geral) e está sendo
construído um novo Hospital com especialidade em traumatologia, no Distrito de Bacaxá. As
obras foram iniciadas em 2010 contando com recursos do estado do Rio de Janeiro e do
Município, e a nova unidade deverá dispor de 52 leitos para internação e 15 leitos de
observação na emergência, devendo ter capacidade para realizar 400 atendimentos por dia.

F) Potencialidade do Turismo Local

a) Metodologia
Para a elaboração do estudo da potencialidade do turismo local na Área de Influência Direta,
foram utilizados os dados do Sistema Nacional de Registro de Hóspedes (SNRHos) - do
Cadastur, sobre o potencial turístico para a região da Costa do Sol, no Rio de Janeiro, da
qual os municípios de Saquarema e Maricá fazem parte, além de dados disponíveis nos sites
do governo estadual do Rio de Janeiro. Para complementar o estudo, também foram
consultadas, em agosto de 2013, as Secretarias Municipais de Turismo de Maricá e
Saquarema e realizado levantamento de campo dos principais atrativos turísticos, com
registros de imagens dos monumentos de beleza cênica e de valor histórico das duas
cidades.

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b) Vocação Turística
A partir da Deliberação Normativa EMBRATUR nº 432, de 28 de Novembro de 2002, os
municípios de Saquarema e Maricá são classificados como Municípios Turísticos, ou seja,
“consolidados, determinantes de um turismo efetivo, capaz de gerar deslocamentos e estadas
de fluxo permanente”.

Segundo dados de levantamento estatístico feito pelo Cadastur a partir do SNRHos, para o
primeiro semestre de 2012, estima-se que as estadas de turistas em municípios da região da
Costa do Sol sejam de 2 a 3 dias, acontecendo principalmente em fins de semana e feriados,
ao longo de todo o ano.

As características naturais da região potencializam o turismo em Maricá e Saquarema, que


contam com áreas de Mata Atlântica preservada e praias propícias para banho e pesca,
sendo o ecoturismo bastante difundido.

Praias

A seguir, estão listadas praias conhecidas como principais destinos turísticos, devido à
balneabilidade, possibilidade de pesca ou surfe e belezas naturais, com destaque para
Itaúna, que é cenário de competições internacionais de surfe:

Quadro 9.2-53 - Lista das Praias em Maricá e Saquarema.

Município Praia Descrição

A praia é utilizada para a prática de pesca de linha,


Praia da Barra de Maricá
sendo própria para o banho.
O local é utilizado tanto para relaxar quanto para
Praia de Guaratiba
atividades esportivas.
A praia é utilizada para a pesca de linha, sendo própria
Praia do Cordeirinho
para o banho
Praia oceânica indicada para pesca e para banho em
Praia de Jaconé
dias de mar menos agitado.
Maricá
Praia oceânica, utilizada para prática de surfe, com
Praia de Ponta Negra locais propícios para a pesca submarina, além de ser
própria para o banho.
A praia é deserta, possui piscinas naturais e é também
Praia da Sacristia procurada para atividades de pesca de linha e de
mergulho.
Praia oceânica, circundada pela Pedra do Elefante. É
Praia Itaipuaçu utilizada para prática de pesca de linha, sendo própria
para o banho.
Considerada uma das melhores praias para a prática
Praia Itaúna de surfe, onde são realizados campeonatos nacionais e
internacionais.
Saquarema
Praia urbana localizada na área central da cidade, de
Praia da Vila
mar aberto é utilizada para a prática de surfe.
Praia da Barra Nova Praia de tombo muito utilizada para a pesca de

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Município Praia Descrição


arremesso e pesca submarina.
Praia deserta, propícia para banho, pesca de
Praia Massambaba
arremesso, caminhada e surfe.
Praia de Saquarema Praia oceânica utilizada para prática de surfe.
Praia oceânica, pouco frequentada devido à distância,
Praia de Vilatur sendo mais utilizada pelos moradores locais. Utilizada
para pesca de arremesso.
Praia oceânica com mar agitado, propícia para práticas
Praia do Boqueirão
esportivas como o surfe e o bodyboard.
Praia pequena, ao lado da Igreja de Nossa Senhora de
Praia do Espelho d´Água
Nazaré, perigosa para banho em dias de mar agitado.
A Prainha é um canal que liga a lagoa de Saquarema
Prainha ao mar. Apresenta águas calmas, ideal para banho,
principalmente para as crianças.
Fonte: Site da Prefeitura Municipal de Maricá, acesso em setembro/13 e material informativo turístico
disponibilizado pela Prefeitura Municipal de Saquarema. Elaboração: ARCADIS logos. 2013.

Foto 9.2-63 - Praia de Jaconé, Maricá. Foto 9.2-64 - Praia da Vila, Saquarema.

Fonte: ARCADIS logos, 2013. Fonte: ARCADIS logos, 2013.

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Foto 9.2-65 - Praia de Itaúna, Saquarema. Foto 9.2-66 - Prainha, Saquarema.

Fonte: ARCADIS logos, 2013. Fonte: ARCADIS logos, 2013.

Foto 9.2-67 - Praia do Espelho d´Água, Foto 9.2-68 - Praia do Espelho d´Água,
Saquarema. Saquarema.

Fonte: ARCADIS logos, 2013. Fonte: ARCADIS logos, 2013.

Ecoturismo

Na região encontra-se, ainda, o Parque Estadual da Serra da Tiririca, localizado entre os


municípios de Niterói e Maricá, criado pela Lei Estadual 1.901, de 29 de novembro de 1991 e
declarado Reserva Mundial da Biosfera pela Unesco em 1992. O local é procurado tanto para
prática de esportes equestres e náuticos, quanto para passeios de bicicleta e barco - onde
estão localizados o Morro das Andorinhas, Morro do Tucum - “Costão”, Enseada do Bananal,
Alto Mourão - “Pedra do Elefante”; Córrego dos Colibris, Caminho Darwin e Costão de
Itacoatiara.
A Restinga de Maricá é outro atrativo para atividades de caminhadas ecológicas e pesca,
caracterizada por grandes dunas de areia e vegetação típica, composta por cactos, bromélias
e todo o conjunto de vegetação de restinga. Foi decretada Área de Proteção Ambiental pelo
Decreto Estadual 7.230, de 23 de janeiro de 1984.

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O Espraiado, em Maricá, é uma região de vale cercada de Mata Atlântica, que comporta
diversas cachoeiras, riachos e sítios que desenvolvem agricultura orgânica e produtos
regionais. É considerada uma área de conservação ambiental e abriga o Centro de
Preservação da Natureza do Espraiado, uma iniciativa que se destina a promover ações de
educação ambiental e atividades ligadas à preservação da natureza e o turismo ecológico.
Ainda no município de Maricá, foi criada pelo Decreto Estadual nº 7.230 de 23 de abril de
1984 a Área de Proteção Ambiental na Região do Sistema Lagunar de Maricá, que abrange
as Lagoas de Guarapina, Padre, Barra, Maricá e Brava e os canais de São Bento,
Cordeirinho e Ponta Negra. A área de proteção possui um grande valor paisagístico e
ambiental.
O município de Saquarema possui diversas cachoeiras das quais se destacam a Cachoeira
Véu de Noiva, Cachoeira Serra do Roncador e Cachoeira do Tinguí, que oferecem belas
paisagens, trilhas e locais para banho.
Saquarema também abarca sítios arqueológicos como os Sambaquis Manitiba, Pontinha e
Beirada, sendo o último tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional.

Foto 9.2-69 - Letreiro do Sambaqui da Beirada. Foto 9.2-70 - Sambaqui da Beirada.

Fonte: ARCADIS logos, 2013. Fonte: ARCADIS logos, 2013.

Foto 9.2-71 - Sambaqui da Beirada. Foto 9.2-72 - Sambaqui da Beirada.

Fonte: ARCADIS logos, 2013. Fonte: ARCADIS logos, 2013.

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Igrejas

O aspecto histórico, sobretudo religioso, também contribui, ainda que de forma mais sutil do
que os atributos naturais, para o turismo na região dos municípios da AID, que contam com
algumas igrejas e ícones seculares:

Quadro 9.2-54 - Lista dos Principais Templos religiosos em Maricá e Saquarema.

Município Igreja Descrição

Matriz de Nossa Senhora do Construção do período colonial, teve o lançamento da


Amparo sua pedra fundamental 1788 e a inauguração em 1802.

Fundada em 1840, a construção ainda mantém os


Capela de São Pedro traços originais, embora tenha sofrido uma série de
reformas.
Maricá
O templo, fundado em 1675, era dedicado à padroeira
Igreja de São José Nossa Senhora do Amparo, mas, com a construção da
atual Matriz passou a ser dedicado à São José.

Igreja de Nossa Senhora de É uma das mais antigas da cidade, sua fundação data
Saúde do início do século XVII.

Fundada em 1837, mas cuja história teve início em


Igreja Nossa Senhora de
1630; a igreja sedia o mais antigo Círio de Narareth do
Nazareth
Brasil.

Fundada em 1922 no distrito de Bacaxá, atual


Igreja de Santo Antônio
padroeiro da Vila.
Saquarema
Gruta de Nossa Senhora de Assim nomeada em 1947 devido à semelhança com a
Lourdes Gruta de Lourdes, na França.

No Mirante encontra-se uma cruz metálica com 15


Mirante da Cruz metros de altura, em memória da primeira missa
celebrada no Brasil.
Fonte: Publicação Maricá Guia Turístico 2013 e material informativo turístico disponibilizado pela
Prefeitura Municipal de Saquarema. Elaboração: ARCADIS logos. 2013.

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Foto 9.2-73 - Matriz de Nossa Senhora do Foto 9.2-74 - Matriz de Nossa Senhora do
Amparo, Maricá. Amparo, Maricá.

Fonte: ARCADIS logos, 2013. Fonte: ARCADIS logos, 2013.

Foto 9.2-75 - Matriz de Nossa Senhora do Foto 9.2-76 - Interior da Matriz Nossa Senhora
Amparo, Maricá. do Amparo.

Fonte: ARCADIS logos, 2013. Fonte: ARCADIS logos, 2013.

No município de Saquarema, localizado atrás da Igreja Nossa Senhora de Nazareth,


encontra-se o Cemitério, que se projeta do penhasco sobre o mar e é foco de visitação, não
só por motivos religiosos como também turísticos, dada a beleza cênica.

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Foto 9.2-77 - Igreja Nossa Senhora de Nazareth, Foto 9.2-78 - Igreja Nossa Senhora de
Saquarema. Nazareth, Saquarema.

Fonte: ARCADIS logos, 2013. Fonte: ARCADIS logos, 2013.

Foto 9.2-79 - Igreja Nossa Senhora de Nazareth, Foto 9.2-80 - Gruta de Nossa Senhora de
Saquarema. Lourdes, Saquarema.

Fonte: ARCADIS logos, 2013. Fonte: ARCADIS logos, 2013.

Foto 9.2-81 - Cemitério no penhasco da praia Foto 9.2-82 - Cemitério no penhasco da praia
de Itaúna, Saquarema. de Itaúna, Saquarema.

Fonte: ARCADIS logos, 2013. Fonte: ARCADIS logos, 2013.

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Foto 9.2-83 - Mirante da Cruz, Saquarema. Foto 9.2-84 - Mirante da Cruz, Saquarema.

Fonte: ARCADIS logos, 2013. Fonte: ARCADIS logos, 2013.

Outros Pontos Turísticos

Os municípios da AID também possuem outros pontos e atrações turísticas conforme o


Quadro 9.2-55 a seguir.

Quadro 9.2-55 - Outros pontos e atrações turísticas nos municípios de Maricá e Saquarema.

Município Nome Descrição

Construída em 1840 como Casa de Câmara e Cadeia,


Casa de Cultura de Maricá atualmente abriga ao museu Histórico e a Associação
dos Artesãos de Maricá
Mercado das Artes Local de exposição e venda do artesanato da cidade
Rampa localizada na Serra do Camburi, indicada para
Rampa de Vôo Livre
atividades de parapente.
Fazendo cafeeira do período colonial, que ainda
Fazenda Itaocaia
mantém características da época e é aberta à visitação.
Maricá
Considerado patrimônio turístico e cultural da cidade, o
Farol de Ponta Negra farol era ponto de referência para os antigos
navegadores.
Conhecida como Gruta da Sacristia, a formação
Gruta de Ponta Negra rochosa desenhada pela erosão é local de visitação e
contemplação.
São cavernas desativadas da Mineradora Spar. O local
Gruta do Spar é acessado por meio de trilhas e permite atividades
esportivas como o rapel.
Abriga desde 1982 a Biblioteca Municipal. O prédio,
Casa de Cultura de
construído em 1800, também já foi sede da Prefeitura
Saquarema
em 1841.
Saquarema Inaugurado em 1990, passou por reforma em 1999 e
possui capacidade para 160 expectadores. O nome foi
Teatro Mário Lago
uma homenagem ao ator Mário Lago, morador da
cidade.

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Município Nome Descrição

Localizada no distrito de Sampaio Correia, a Rampa de


Rampa de Vôo Livre Vôo Livre oferece uma paisagem rodeada por belas
paisagens de montanha, mar e lagoa.
Localizado em Barra Nova, dentro do CBV-Saquarema,
Museu do Volêi o museu expõe objetos que compõem a história do
voleibol brasileiro.
Criado pelo cantor Serguei, celebridade dos anos 70 e
Templo do Rock morador de Saquarema, dispõe de grande acervo de
fotos e objetos do cantor e de outros roqueiros famosos
Fonte: Publicação Maricá Guia Turístico 2013, Site da Prefeitura de Maricá (acesso em setembo/2013)
e material informativo turístico disponibilizado pela Prefeitura Municipal de Saquarema. Elaboração:
ARCADIS logos. 2013.

Foto 9.2-85 - Prédio da Casa da Cultura de Foto 9.2-86 - Prédio da Casa da Cultura de
Maricá. Saquarema, antiga sede da Prefeitura.

Fonte: ARCADIS logos, 2013. Fonte: ARCADIS logos, 2013.

Foto 9.2-87 - Sala no interior da Casa da Foto 9.2-88 - Sala no interior da Casa da
Cultura de Saquarema. Cultura de Saquarema.

Fonte: ARCADIS logos, 2013. Fonte: ARCADIS logos, 2013.

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Além de ser palco de inúmeras festividades religiosas, o município de Maricá promove


também eventos esportivos como Velocross Racing; Rebelados Moto Fest e Encontro
Nacional de Motociclistas.

c) Principais projetos turísticos


Em entrevista realizada em agosto/2013 com a Secretaria Municipal de Turismo de Maricá,
foram identificados os principais projetos em curso pela Prefeitura, destacando-se:

- O Aquário Municipal: projeto em desenvolvimento, criado pelo arquiteto Oscar Niemeyer,


que contará com “um mirante com vista panorâmica para a cidade, uma central de ensino
profissionalizante para atividades pesqueiras e um anfiteatro popular com capacidade para
800 pessoas” (Jornal O Dia no Estado, 24/08/2013);

Figura 9.1.3-14 - Projeto do Aquário de Maricá, Figura 9.1.3-15 - Projeto do Aquário de Maricá,
criado pelo arquiteto Oscar.Niemeyer. criado pelo arquiteto Oscar Niemeyer.

Fonte: Site da Prefeitura Municipal de Maricá, Fonte: Site da Prefeitura Municipal de Maricá,
acesso em setembro/2013. acesso em setembro/2013.

- O empreendimento Fazenda São Bento: atualmente em fase de licenciamento ambiental, o


“empreendimento imobiliário inclui áreas integradas de lazer, esporte, turismo, hotelaria e
comercial com o objetivo de promover o bem-estar da população de Maricá, além de criar a
segunda maior Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN) do Estado do Rio de
Janeiro” (site IDB Brasil, acessado em setembro/2013);

- O Teleférico em Ponta Negra: o projeto a ser iniciado abrange a área da Galeta até o Farol
de Ponta Negra compreendendo “estação de partida; bilheteria; lanchonete; parque para
crianças; mirante; área de apoio para emergência; além de outros atrativos” (Site A Tribuna,
acessado em setembro/2013).

O município de Saquarema não dispõe de material turístico abrangente e, de acordo com a


Secretaria Municipal de Turismo (entrevistada em agosto/2013), encontram-se em elaboração
o inventário e o mapeamento dos bens e de interesse turístico, o cadastramento das
pousadas e a elaboração de material turístico para os principais eventos da cidade.

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Diretrizes voltadas para o turismo nos Planos Diretores Municipais

Em consulta ao Plano Diretor de Maricá (Lei Complementar n°145, de 10 de outubro de


2006), foram identificadas as diretrizes e propostas estabelecidas por unidades de
planejamento – UPs. Para efeito deste estudo, destacou-se a UP05, conforme Quadro 9.2-56
a seguir.

Quadro 9.2-56 - Medidas previstas no Plano Diretor de Maricá por Unidade de Planejamento.

Unidade de Planejamento Medidas

UP05 - Ponta Negra. Implantar um parque recreacional na orla recuada da Lagoa de


Jaconé Guarapina, área pertencente à APA de Maricá (Art. 19, Parágrafo VI)
Fonte: Plano Diretor de Maricá (Lei Complementar n°145, de 10 de outubro de 2006). Elaboração:
ARCADIS logos. 2013.

Dentro do Capítulo II da Política do Patrimônio Cultural, o Plano Diretor menciona o Programa


de Incentivo ao Turismo (Seção II), onde estabelece que “O Município promoverá e
incentivará o turismo, como fator de desenvolvimento econômico e integração social, bem
como de divulgação, valorização e preservação do patrimônio cultural e natural cuidando
para que sejam respeitadas as peculiaridades locais, não permitindo efeitos desagregadores
sobre a vida das comunidades envolvidas assegurando sempre o respeito ao meio ambiente
e à cultura das localidades aonde vier a ser explorado.” (Art. 81).

A Legislação de Uso e Ocupação do Solo (Art. 142) estabelece os seguintes zoneamentos


municipais sobre o tema:

II. Zonas Turísticas de Praia ZTP:–são aquelas que se situam em frente à orla lacustre
das praias com potencial turístico, incluídos os lotes que dão testada para o
logradouro que margeia esta orla. Nestas zonas, além do uso residencial é permitido o
uso comercial, serviços e institucional relacionados às atividades turísticas;

III. Zonas Turísticos-recreacionais ZTR: são aquelas onde devem prevalecer as


atividades recreacionais turísticas com apoio do uso comercial e de serviços
relacionados às atividades turísticas;

Em Saquarema, segundo o Plano Diretor (Lei Municipal n° 848, de 10 de outubro de 2006), o


Poder Público priorizará o apoio ao turismo como uma das principais formas de
desenvolvimento econômico, conforme definido no Capítulo X (Art. 45 e Art. 65) a seguir:

“Art. 45. O Poder Público promoverá e incentivará o turismo como fator estratégico de
desenvolvimento econômico e social do Município de acordo com as seguintes diretrizes:

I. incentivar iniciativas na abertura de estabelecimentos de comércio voltado ao turismo;

II. incentivar as ações das associações voltadas ao desenvolvimento do turismo;

III. criar o calendário anual de eventos turísticos;

IV. criar um centro referencial de turismo;

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V. facilitar a identificação visual de informações sobre locais de turismo;

VI. estudar a criação de identidade visual para o mobiliário urbano que preserve as
características locais;

VII. incentivar a criação de hospedagem alternativa;

VIII. incentivar o ecoturismo e o turismo rural;

IX. elaborar pesquisa dos recursos naturais municipais disponíveis para o ecoturismo de
base sustentável.”

“Art. 65. O Poder Público priorizará o desenvolvimento do turismo no Município, através dos
seguintes projetos e ações:

I. a definição do uso e ocupação do solo das áreas turísticas, incentivando as atividades


ligadas ao turismo;

II. incentivar a criação de circuitos de ecoturismo;

III. incentivar a criação de pólos de turismo gastronômico;

IV. o desenvolvimento de um projeto de comunicação visual nas áreas turísticas com um


sistema de informação sobre o os pontos de visitação;

V. incentivar a implantação e manutenção de equipamentos urbanos de forma a criar


uma característica singular da Cidade.”

9.1.3.3. Dinâmica Territorial


A análise da dinâmica territorial reflete a reorganização do espaço no bojo das relações
sociais que se estabelecem no seu processo de apropriação. Considerando o contexto mais
amplo, uma característica marcante da área em estudo é sua baixa diversidade econômica,
onde se destaca negativamente a ausência de atividades industriais e agrícolas modernas,
que são as mais apropriadas a gerar demanda e renda e a favorecer o crescimento de
setores fornecedores de bens e serviços. Destaca-se também a existência de vazios urbanos
significativos marcando a descontinuidade do tecido urbano, aspecto que tende a caracterizar
processo de ocupação especulativo, além de provocar o encarecimento dos investimentos
em infraestrutura urbana, retardando sua implantação. Parcela significativa dos loteamentos
existentes ao longo do litoral e das lagoas - onde se destaca o predomínio de residências
secundárias, ocupa terrenos inapropriados, frequentemente tendo por base o aterramento de
áreas de drenagem dos corpos d’água e desmatamentos.

Esse conjunto de aspectos se torna aparente a partir do levantamento do uso e ocupação do


solo que teve por foco o entorno da área a ser ocupada pelo empreendimento. Na sequencia
são apresentados os instrumentos de gestão ambiental que definem os tipos de ocupação
permitidos.

ARCADIS logos 206


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
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A) Uso e Ocupação do Solo

a) Metodologia de Trabalho
O levantamento de uso e cobertura indica a distribuição espacial dos padrões homogêneos
de cobertura da superfície terrestre que podem ser observados em produtos de sensores
remotos, como fotografias aéreas e imagens de satélites. Após a definição da cobertura, há a
possibilidade de retratar a dinâmica de ocupação territorial e, assim, é possível espacializar o
uso. Este levantamento se torna um instrumento importante para a construção de
diagnósticos ambientais, principalmente para avaliação da fragilidade ambiental frente às
diferentes ações antrópicas expressas na paisagem.

Conforme instruído pelo Manual Técnico de Uso da Terra do IBGE, entende-se como ponto
de partida a observação de quatro princípios básicos para os levantamentos de uso e
cobertura: (1) a escala do mapeamento, (2) a natureza da informação básica (fonte), (3) a
unidade de mapeamento e a definição da menor área a ser mapeada e, por fim, (4) a
nomenclatura.

Com o intuito de melhor compreender a ocupação e as características territoriais do entorno


imediato do sítio de implantação do futuro empreendimento, adotou-se a Área de Influência
Direta do Meio Físico e Biótico (AID MFB) como limite do mapeamento (apresentado no item
6 Definição das Áreas de Influência). Nesse contexto a escala de representação 1:10.000 foi
considerada como a mais adequada para um diagnóstico detalhado à semi-detalhado, sendo
que essas duas opções eram atendidas pela resolução espacial apresentada pela imagem
disponível para o estudo. Trata-se de uma ortofotocarta gerada a partir de cobertura
aerofotogramétrica em escala 1:6.000, com resolução espacial de 1 metro, cuja fonte de
interpretação é uma ortofoto digital, fruto de aerofoto de sobrevoo com data de setembro de
2011.

Para alcançar um detalhamento satisfatório somado à boa legibilidade das unidades


mapeadas, foi adotado que as menores áreas a serem identificadas seriam de até 300m²,
resultando numa representação dos polígonos mais reduzidos na escala menor que
5mmx5mm no mapa, limite recomendado pelo IBGE.

A nomenclatura das tipologias que constam no mapa de uso e ocupação do solo utiliza
basicamente terminologias voltadas para as atividades antrópicas na paisagem (IBGE, 2006).
A divisão conceitual de interpretação para a definição de nomenclatura parte da separação
entre Terra e Água. Onde Água é separada entre Corpos D’água Costeiros e Corpos D’água
Continentais, enquanto Terra é dividida entre Áreas Antrópicas e Áreas Naturais.

As Áreas Antrópicas são divididas em Não Agrícolas e Agrícolas. As Áreas Não Agrícolas
estão subdivididas em Cobertura Urbanizada e Solo exposto. Áreas Agrícolas são
subdivididas em Chácaras, Cobertura Agrícola, Cobertura Herbácea e Cobertura Arbórea
Rarefeita.

As Áreas Naturais estão divididas em Vegetadas e Não Vegetadas. As Vegetadas são


classificadas conforme o porte do conjunto da vegetação e compreendem as Coberturas
Arbóreas, Arbustivas e Vegetação de Área Úmida. A cobertura Herbácea tem uma interface
com a cobertura natural, mas como boa parte das áreas de cobertura herbácea são utilizadas
como pasto ou são fruto de supressão vegetal, optou-se aqui por colocar este porte entre as

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áreas antrópicas. As áreas Não Vegetadas são as coberturas de Rocha e Cordão Arenoso. A
Figura 9.1.3-16 a seguir ilustra, esquematicamente, o encadeamento teórico e reflexivo para
a construção da nomenclatura da cobertura terrestre.

Figura 9.1.3-16 - Divisão conceitual para definição da nomenclatura de Uso e Cobertura.

Elaboração: ARCADIS logos. 2012. Adaptado de IBGE, 2006.

Este encadeamento teórico reflexivo serve (1) como referência para compilar as informações
dos dados disponíveis, (2) correlacionar as informações para estabelecer o significado na
paisagem estudada e (3) expressar as respostas no cartograma de Uso e Cobertura. O
entendimento da sinergia estabelecida entre o meio natural e o meio antrópico define as
unidades de paisagem que estão intimamente ligadas aos processos produtivos antrópicos
que nortearão as novas formas de organização do espaço. Todavia, nem todas as
informações sobre uso contidas no espaço podem ser interpretadas diretamente com a
observação da cobertura, como, por exemplo, uma área que foi campo de golfe e depois foi
vendida para ser loteado. Essa é uma das questões que ocorreram na paisagem em que a
observação da cobertura não indica explicitamente seu significado, tornando necessária a
obtenção de dados complementares.

Entre outros exemplos de situações de usos múltiplos difíceis de classificar, destacam-se:


espaços de turismo, áreas de proteção de lavras de água mineral e áreas urbanas de
primeira ou segunda residência. Desta forma a nomenclatura foi sendo detalhada de acordo
com a necessidade do estudo e a obtenção de informações e dados suplementares. Esse

ARCADIS logos 208


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detalhamento, para seu perfeito entendimento, foi descrito e aparece acompanhado por
ilustrações e fotografias.

A técnica utilizada para a elaboração do mapa de Uso e Cobertura foi a fotointerpretação por
acuidade visual, que consiste na identificação das homogeneidades e tipologias presentes na
imagem. A técnica foi aplicada utilizando-se como interface um software de cartografia digital,
que possibilitou a vetorização dos dados extraídos na interpretação, obtendo-se como
produto uma base cartográfica digital adequada à escala de 1:10.000.

Para que as informações interpretadas pudessem ser identificadas com maior facilidade,
possibilitando inclusive comparações com outros dados relativos ao uso da terra que
eventualmente venham a ser obtidos posteriormente a este estudo, foi elaborado um extrato
de legenda com a descrição das nomenclaturas adotadas e uma chave de interpretação para
o Mapa de Uso e Cobertura, conforme é apresentado no , a seguir. O extrato possui 11
classes distintas que representam as dinâmicas observadas na área de estudo. Nas primeiras
colunas estão dispostos os níveis hierárquicos que correspondem às nomenclaturas
utilizadas e, nas colunas seguintes, as descrições e as chaves de interpretação referentes a
estas classes.

No levantamento de campo foi realizada a confirmação dos usos e coberturas identificados


durante a interpretação da fotografia aérea, bem como a competente documentação
fotográfica e coleta de informações complementares. Com a finalização do Mapa de Uso e
Cobertura do Solo foi estruturado um banco de dados com arquivos vetoriais e cálculos de
áreas, dando origem à planilha com os dados de área por categoria de uso e a elaboração do
relatório de caracterização, apresentado a seguir.

ARCADIS logos 209


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Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Quadro 9.2-57 - Extrato de legenda para Mapa de Uso e Cobertura do Solo.

Níveis
Hierárquicos Cobertura Descrição Visão Vertical Visão Oblíqua Uso Simbologia
anteriores

Urbanizada Áreas de uso intensivo,


marcadas pela presença de
edificações próximas umas
das outras e sistema viário. 1 - Residencial;
O espaço é 2 - Comercial; Urb
predominantemente usado 3 - Misto.
para funções urbanas como
habitação, trabalho e
circulação.

Não Solo Áreas sem cobertura vegetal


Agrícola exposto ou artificial, onde as
superfícies podem estar
Áreas Antrópicas

(parcialmente ou em sua
totalidade) permeáveis ou 1 - Área de
impermeabilizadas por empréstimo;
compactação ou por efeito Slx
2 - Aterro;
splash. Podem ser utilizados 3 - Desmate;
como área de expansão
agrícola, urbana ou para
regeneração da vegetação
natural.

Chácara Áreas identificadas pela


presença de edificações não
contiguas (ou isoladas) com
usos rurais e de lazer.
Agrícola Chr

ARCADIS logos 210


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Níveis
Hierárquicos Cobertura Descrição Visão Vertical Visão Oblíqua Uso Simbologia
anteriores

Agrícola Área que apresentam


lavouras temporárias ou 1 - Lavoura
permanentes, voltadas para Temporária;
subsistência e/ou para 2 - Lavoura
Agr
comercialização. Permanente;
#.a - Subsistência;
#.b - Comércio.

Arbórea Identificada pela presença


Rarefeita de árvores isoladas ou
pequenos conjuntos de
árvores em meio à pasto ou
Áreas Antrópicas

capoeira. Pode ser utilizado


como pasto (pasto sujo) ou Rrf
como área de expansão
Agrícola
agrícola ou urbana, ou ainda
para regeneração da
vegetação natural.

Herbácea Área com presença


marcante de gramíneas e
que pode ser utilizada como
pasto ou como área de
expansão de expansão
agrícola ou urbana, ou ainda Hrb
para regeneração da
vegetação natural.

ARCADIS logos 211


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Níveis
Hierárquicos Cobertura Descrição Visão Vertical Visão Oblíqua Uso Simbologia
anteriores

Cordão Área com cobertura de areia,


Arenoso típica de formação
deposicional marinha, como
praias, dunas e bancos de
. Cda
areia.

Não
Vegetada Rocha Afloramento rochoso sem
Cobertura Natural

cobertura vegetal ou
pedológica.
Rch

Vegetação Identificada pela presença


de Área de vegetação pioneira de
Úmida várzea em estágio inicial, de
complexo vegetacional em
Vegetada solos hidromórficos que Umd
ocupam terrenos
permanentemente
rejuvenescidos pela ação
das águas continentais.

ARCADIS logos 212


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Níveis
Hierárquicos Cobertura Descrição Visão Vertical Visão Oblíqua Uso Simbologia
anteriores

Arbustiva Área com predominância de


vegetação arbustiva.

1 - Capoeira;
2 - Vegetação de Atv
Costão.
Cobertura Natural

Vegetada Arbórea Cobertura Arbórea por


Floresta Ombrófila Densa,
montana ou submontana e 1 - Fl. Omb. Dens.
Florestas de Planícies Montana;
Quaternárias de terras 2 - Fl. Omb. Dens.
baixas. Estágio vegetacional Submontana;
de médio a avançado. Pode 3 - Florestas de Arb
representar mata Terras Baixas;
secundária, ou intensamente 4 - Conjunto de
alterada por usos antigos. exóticas.

Elaboração: ARCADIS logos. 2012.

ARCADIS logos 213


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Caracterização do Uso e Cobertura do Solo. Este tópico tem como finalidade retratar as
características do uso antrópico e dos processos dinâmicos vigentes em cada tipo de unidade
de paisagem. Contemplará a descrição de AID onde está contida a ADA.

Corpo d’água

A cobertura Corpo d'água foi delimitada em 10 unidades de paisagem que somadas ocupam
uma área de 749.188,50 m² ou 16,45% da cobertura total da área de estudo. Sua distribuição
no espaço é representada na Figura 9.1.3-17 a seguir.

Figura 9.1.3-17 - Distribuição dos corpos d’água na AID MFB.

Elaboração: ARCADIS logos. 2012.

O local indicado pelo número “1” da Figura supra, é a Lagoa de Jaconé - lagoa natural com
2.698.611,63m², ou seja, 98,16% das massas d’água mapeadas, onde pode ser observada a
prática da pesca artesanal e esportiva (ver Foto 9.2-89).

ARCADIS logos 214


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Foto 9.2-89 - Lagoa de Jaconé, ao fundo o Oceano Atlântico.

Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Entre os demais corpos d’água, prevalecem as represas de uso privado, cujos usos principais
são indicados a seguir:

 Número “2”, represa utilizada para dessedentação de rebanho,


 Número “3”, duas represas no centro da figura que estão inseridas em área de lavra de
água mineral (Foto 9.2-90), apesar de uma delas (ao norte) ser também utilizada como
elemento paisagístico em área onde está sendo construído um condomínio residencial
(Foto 9.2-91),
 Número “4”, duas outras represas, à sudoeste, na ADA, localizadas em área de antigo
campo de golfe desativado e que também foram utilizadas também como elemento de
paisagismo.

Foto 9.2-90 - Entrada da fonte de água onde se Foto 9.2-91 - Lagoa utilizada como elemento
encontra a lagoa em área de lavra. de paisagismo em área de condomínio
residencial.
Fonte: ARCADIS logos, 2012.
Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Cobertura Urbanizada

O recobrimento deste tipo de Cobertura Urbanizada é de 867.900,48m² ou 5,19% do total da


AID MFB, tendo sido delimitadas 18 diferentes unidades de paisagem. A Figura 9.1.3-18 a
seguir, informa a distribuição espacial das principais unidades mapeadas:

ARCADIS logos 215


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 Número “1”, é o maior núcleo urbano da AID (ver Figura 9.1.3-18 mais adiante),
 Número “2”, condomínio residencial (ver Figura 9.1.3-18 mais adiante),
 Número “3”, pequena área de cobertura urbanizada com residências de primeira moradia,
 Número “4”, vias de acesso asfaltadas (RJ 118 e via de acesso para a RJ 102),
 Número “5”, loteamento contido na ADA.

A área de cobertura urbana é, na verdade, um misto de vários tipos de cobertura com


edificações, gramíneas, solo exposto, além de fragmentos arbóreos. Esse contexto permite
considerar que em parte significativa desse território ocorre percolação de água pelo solo. Por
outro lado, o fato de ser um misto de coberturas não é contraditório com a interpretado como
espaço urbano, pois é predominantemente usado para funções urbanas como habitação,
trabalho e circulação. Destaca-se a presença de casas de veraneio, domicílios permanentes
e de pequenos comércios, configurando um uso que pode ser considerado como misto.

Figura 9.1.3-18 - Distribuição da cobertura urbana na AID MFB.

Elaboração: ARCADIS logos. 2012.

Nessas áreas com cobertura urbana a maior parte das ruas não é asfaltada e as construções
foram geralmente implantadas sobre aterros, podendo-se observar na Figura 9.1.3-19 a
seguir, que uma quantidade significativa de casas possui piscina, contribuindo para a
interpretação, no contexto das funções urbanas de Maricá, de que de trata de imóveis
utilizados como residência secundária, o que foi corroborado pelas observações em campo.
Destaca-se como infraestrutura a presença de redes de distribuição de energia elétrica (ver
Foto 9.2-92) e de um córrego retificado que deságua na Lagoa de Jaconé (ver Foto 9.2-93)

ARCADIS logos 216


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
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onde pôde ser sentido cheiro de esgoto bem como observada a presença de lixo nos terrenos
vagos, no decorrer dos levantamentos de campo.

Figura 9.1.3-19 - Maior porção com Cobertura Urbanizada dentro da AID - misto de coberturas,
destacando-se casas com piscinas, ruas sem asfalto e córrego retificado.

Foto 9.2-92 - Padrão do tipo de cobertura Foto 9.2-93 - Córrego retificado em área
urbana na AID MFB. urbana.

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Dentre as unidades de paisagem urbanas, há um condomínio fechado que apresenta


cobertura em sua maior parte composta por gramíneas e solo exposto, os lotes são maiores
do que o padrão prevalecente (ver Figura 9.1.3-20 a seguir) e o acesso se dá pela rodovia RJ
118.

ARCADIS logos 217


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Figura 9.1.3-20 - Cobertura urbana de uso residencial: condômino fechado.

Foram também identificadas pequenas áreas urbanas (a maior delas indicada pelo número
“3” na Figura 9.1.3-18) ocupadas predominantemente por imóveis de primeira residência. As
construções são de alvenaria e os lotes pequenos (ver Figura 9.1.3-21 e Foto 9.2-94 a
seguir).

Figura 9.1.3-21 - Cobertura urbana com Foto 9.2-94 - Pequeno núcleo urbano de
predomínio de primeira residência. primeira residência.

Fonte: ARCADIS logos, 2012.

O loteamento, contido na ADA (número “5” na Figura 9.1.3-18), é alinhado com o mesmo tipo
de uso e cobertura observado no número “1”, com predomínio de imóveis voltados para lazer
que convivem com imóveis - em geral mais modestos, de primeira residência, comércio e
edificação para cultos religiosos (igreja evangélica) contidos na área ilustrada pela Figura
9.1.3-22 a seguir.

ARCADIS logos 218


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Figura 9.1.3-22 - Cobertura urbana da ADA: casas com estrutura de lazer, casas de primeira
residência, igreja e comércio.

Assentamentos Humanos na AID

Em entrevistas realizadas com as Secretarias Municipais de Desenvolvimento Urbano e da


Fazenda de Maricá (agosto/2013) foram levantados os dados necessários à elaboração do
mapeamento de assentamento humano, segundo condições habitacionais, para o município
(ver Mapa 9.1.3-6). Assim, foram identificados os principais condomínios residenciais de alto
padrão e os conjuntos habitacionais populares localizados no território de Maricá.

Nota-se que os condomínios de alto padrão foram implantados em diversas áreas do


município, sendo que não foi possível mapear os condomínios de menor porte, embora se
saiba que é frequente a existência de pequenos condomínios de 4 ou 5 residências, por
exemplo.

Os dois conjuntos habitacionais populares encontram-se em construção no distrito de Inoã,


no lado oposto da cidade em relação ao Terminal Ponta Negra.

Em relação aos aglomerados subnormais localizados no município de Maricá, foram


utilizadas as informações disponíveis no Censo Demográfico do IBGE, 2010, por setores
censitários. Observa-se que boa parte das manchas localizam-se ao longo da rodovia RJ-106
(Rod. Amaral Peixoto), além de outras aglomerações localizadas próximas às Lagoas de
Maricá e da Barra. Destaca-se a existência de uma pequena área de aglomerado subnormal
bem próxima à ADA, paralela à RJ-118 (Estrada de Jaconé).

Em levantamento de campo (agosto/2013), foi realizado o registro fotográfico dessa última


área e, por meio das observações de campo, verificou-se que a área se apresenta

ARCADIS logos 219


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organizada em diferentes aspectos, como a existência de parcelamento do solo, lotes de


tamanhos regulares e recuos laterais e frontais na maioria dos casos. Os terrenos costumam
apresentar divisão por muros de tijolos ou cercas, com residências unifamiliares térreas ou
com mais 1 pavimento. O padrão construtivo é melhor nas edificações voltadas para a
rodovia, apresentando construções em alvenaria revestida e cobertura em telha cerâmica. Já
as residências voltadas para a estrada de terra (paralela à rodovia) são, em sua maior parte,
autoconstruídas em alvenaria, sem revestimento e cobertura em laje plana ou telha de
fibrocimento. O aglomerado é atendido por rede de energia elétrica, apresentando iluminação
pública apenas na rodovia. O asfaltamento também ocorre apenas na rodovia, sendo a via
paralela em terra batida. Não se observa a existência de passeio público em nenhuma das
vias.

A área também apresenta algumas construções em ampliação e novas construções, além de


alguns terrenos vazios, o que indica uma pequena tendência de crescimento do aglomerado,
que pode ser potencializada com a implantação do Terminal.

Foto 9.2-95 - Aglomerado subnormal ao longo Foto 9.2-96 - Via de terra paralela à RJ-118.
da RJ-118.
Fonte: ARCADIS logos, 2013.
Fonte: ARCADIS logos, 2013.

Foto 9.2-97 - Tipologia construtiva do Foto 9.2-98 - Tipologia construtiva do


aglomerado ao longo da RJ-118. aglomerado ao longo da RJ-118.

Fonte: ARCADIS logos, 2013. Fonte: ARCADIS logos, 2013.

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Foto 9.2-99 - Tipologia construtiva do Foto 9.2-100 - Tipologias construtivas do


aglomerado ao longo da RJ-118. aglomerado ao longo da RJ-118.

Fonte: ARCADIS logos, 2013. Fonte: ARCADIS logos, 2013.

Foto 9.2-101 - Ampliação da construção no Foto 9.2-102 - Novas construções no


aglomerado subnormal. aglomerado ao longo da RJ-118.

Fonte: ARCADIS logos, 2013. Fonte: ARCADIS logos, 2013.

Para o município de Saquarema, a Secretaria de Obras e Urbanismo não dispunha de todas


as informações necessárias à elaboração do mapeamento dos assentamentos humanos no
município. Em entrevista realizada em agosto/2013, foi informado que Saquarema possui
diversos condomínios espalhados em seu território, embora não exista um mapeamento de
sua localização. Informou ainda que, assim como em Maricá, é comum a existência de
pequenos condomínios de 4 ou 5 residências, de médio/ato padrão, e que a incidência dessa
tipologia é maior nos bairros de Jaconé, Barra Nova, Itaúna e Porto da Roça. Também não
foram identificados conjuntos habitacionais populares no município e nem aglomerados
subnormais (após consulta aos dados do IBGE).

ARCADIS logos 221


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ARCADIS logos 222


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Mapa 9.1.3-6 - Mapeamento de assentamento humano por condições habitacionais - Maricá.

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VERSO

ARCADIS logos 224


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Solo exposto

As áreas de solo exposto representam 1,88% do total da AID MFB, o que corresponde à
373.879,80m². Foram delimitados 39 polígonos no mapeamento, em sua maioria localizados
na planície do quaternário, conforme indicado na Figura 9.1.3-23 a seguir, onde se destacam:

 Número “1’, área de empréstimo com afloramento rochoso,


 Número “2”, área de aterro para construção de estrada que não entrou em operação,
 Número “3”, solo exposto por desmate em complexo de restinga,
 Número “4”, aterro para construção da RJ 102,
 Número “5”, solo exposto por retirada de material terroso em área de costão.

Figura 9.1.3-23 - Distribuição de Solo Exposto na AID MFB.

Elaboração: ARCADIS logos. 2012.

Os solos expostos na AID geralmente são frutos de áreas de empréstimo de material para
aterro de estradas e também para a construção de casas. Por vezes podem estar associados
à afloramentos rochosos como as áreas em que estão expostos os regolitos. No contexto
deste tipo de cobertura foi possível observar diversos tipos de feições erosivas como
“demoiselles” (Foto 9.2-103), ravinas (Foto 9.2-104), erosões lineares e alcovas de regressão
(Foto 9.2-105). Em alguns pontos observou-se saprólitos expostos à superfície (Foto
9.2-106). Essas condições indicam que a própria conjuntura de manejo atual acelera os
processos de perda de material e degradação do terreno. Esse primeiro conjunto de
observações refere-se ao ponto “1“ da figura supra citada.

ARCADIS logos 225


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Foto 9.2-103 - Feição erosiva em Foto 9.2-104 - Feição erosiva de ravina,


“demoiselles”. observando-se que o processo pode estar
estacionado devido à presença de vegetação
Fonte: ARCADIS logos, 2012. herbácea e arbustiva.

Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Foto 9.2-105 - Perfil com marcas de remoção Foto 9.2-106 - Exposição de alterita -
de material terroso por máquinas e, à direita, afloramento de rocha.
feição erosiva de alcova de regressão e de
erosões lineares. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Verificou-se também a presença de solo exposto em áreas de aterro onde havia sido
projetada uma via de acesso que não entrou em operação (número “2” da Figura 9.1.3-18).
Neste lugar foi possível observar o crescimento de vegetação rasteira e de pequeno porte
com as folhas grossas, o que pode expressar um ambiente difícil para a regeneração vegetal.
Foi ainda observado o crescimento de alguns pinnus exóticos nestas áreas (Foto 9.2-107).

ARCADIS logos 226


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Foto 9.2-107 - Solo exposto em aterro de estrada que não entrou em operação.

Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Também foram identificados solos expostos no complexo de restinga (número “3”), fruto de
acessos abertos por desmate. A superfície é coberta por areia e parece ser pouco utilizada
para passagem de pessoas atualmente, o que facilita a interação dessa área sem cobertura
vegetal com o sistema ambiental de restinga (ver Foto 9.2-108). A Avenida Beira Mar (RJ
102, número “4”) apresenta cobertura de solo exposto fruto de aterro. Utilizada atualmente
como uma das principais vias de acesso na área, possui superfície praticamente
impermeabilizada por compactação e, em alguns pontos, apresenta buracos e desníveis
devido à perda de material, subsidência por compactação e por formação de poças (Foto
9.2-109).

Foto 9.2-108 - Solo exposto por desmate no Foto 9.2-109 - Solo exposto do aterro da
complexo de restinga. estrada RJ 102.

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Os solos expostos situados acima da RJ 118 têm origens diversas: atendimento de


demandas das propriedades rurais, por vezes são áreas de empréstimo, outras vezes são
fruto da degradação dos pastos ou das lavouras (Foto 9.2-110). Os solos expostos na área
do costão (número “5”) originam-se também de retirada de material terroso e apresentam
filetes de escoamento superficial e cones de areia por liquefação de camada de solo pouco
coesa (Foto 9.2-111).

ARCADIS logos 227


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
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Foto 9.2-110 - Solo exposto por uso rural. Foto 9.2-111 - Solo exposto por remoção de
terra do costão.
Fonte: ARCADIS logos, 2012.
Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Cobertura Agrícola e Chácara

As coberturas Chácara e Agrícola (respectivamente 67.108,29 m² e 137.769,58 m²) somam


1,23% do total. As áreas agrícolas foram mapeadas através de cinco polígonos, tendo sido
identificados dois tipos de cultivo: coco (ver Foto 9.2-112) e hibisco ornamental, tratando-se
em ambos os casos de lavouras permanentes para uso comercial, que respondem por 0,82%
da superfície da área estudada. Fica evidente que as atividades agrícolas são pouco
expressivas no contexto da paisagem, apesar da presença de alguns outros plantios como o
da banana, para os quais não são reservadas áreas significativas.

O padrão de cobertura chácara foi reconhecido por 18 vezes dentro dos critérios
estabelecidos e, dentro da conjuntura local, o uso tende a ser mais voltado ao lazer do que às
atividades rurais.

Foi identificado o padrão chácara na área de lavra de água mineral e também em conjunto
com pequenas casas usadas como primeira residência (Foto 9.2-113).

Foto 9.2-112 - Lavoura permanente para Foto 9.2-113 - Padrão chácara com uso para
comercialização (coqueiros) primeira residência.

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

ARCADIS logos 228


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Cobertura Arbórea Rarefeita

A Cobertura Arbórea rarefeita (233.146,74 m² ou 1.75% do total) foi mapeada através de 28


unidades dessa paisagem. As maiores concentrações estão localizadas nas áreas de lavra
de água mineral e no antigo campo de golfe e são compostas por espécies exóticas como
bambus, pinnus e eucaliptos (Foto 9.2-114), dentre outras espécies de função ornamental ou
de pomar (Foto 9.2-115).

Foto 9.2-114 - Cobertura arbórea rarefeita com Foto 9.2-115 - Cobertura arbórea rarefeita com
presença de pinnus, eucalipto e bambus. função ornamental no campo de golfe fora de
operação.
Fonte: ARCADIS logos, 2012.
Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Cobertura Herbácea

Dentre as coberturas antrópicas, a herbácea é a de maior representatividade na paisagem


(2.343.082,67 m² ou 14,01% do total) com a delimitação de 55 unidades distribuídas
conforme a Figura 9.1.3-24, a seguir. Em sua maior parte representa áreas desmatadas com
cobertura de capim - como de capim sapê (Foto 9.2-116 relativa ao ponto número “1” da
figura em apreço). Neste ponto existe um corte no relevo para a construção de arruamento.
Possivelmente essas áreas estavam sendo preparadas para a ocupação urbana e, como
esse processo não teve continuidade, a tendência seria de tornar-se pasto, embora não
tenha sido notado nenhum tipo de uso.

Por vezes, áreas desse tipo estão mais sujeitas a sofrerem queimadas que podem atingir
coberturas arbustivas e arbóreas localizadas próximas (Foto 9.2-117) do ponto “2”. Esse tipo
de ação pode facilitar a expansão urbana ilegal e/ou iniciar novos pontos de áreas de
empréstimo de material terroso, criando, assim, novas fragilidades.

ARCADIS logos 229


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Figura 9.1.3-24 - Distribuição de Cobertura Herbácea na AID MFB.

Elaboração: ARCADIS logos. 2012.

Foto 9.2-116 - Cobertura herbácea de capim Foto 9.2-117 - Cobertura herbácea após
sapê à direita. queimada.

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

ARCADIS logos 230


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Cordão Arenoso e Rocha

Tanto o Cordão Arenoso como a cobertura Rocha demarcam o limite territorial ou seja,
marcam a transição entre o continente e o Oceano Atlântico. A cobertura de cordão arenoso
participa com 1,30% da área (217.241,61 m²) e a cobertura de rocha com outros 0,41%
(68.855,41 m²). Em geral trata-se de espaços utilizados em atividades de turismo e lazer. Na
área de estudo observou-se a presença de pescadores e surfistas, poucos banhistas foram
vistos na praia de Jaconé (Foto 9.2-118) e no costão rochoso de Ponta Negra (Foto 9.2-119).

Foto 9.2-118 - Cobertura de cordão arenoso, Foto 9.2-119 - Cobertura de rocha com pessoas
Praia de Jaconé, Ponta Negra, Maricá - RJ. pescando, Ponta Negra, Maricá - RJ.

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Vegetação de Área Úmida, Arbustiva e Arbórea

A cobertura natural vegetada é a mais representativa no contexto da paisagem da área de


estudo, englobando 54,46% do total. A Vegetação de Área Úmida (1.874.537,87m² ou
11,21% do total) é um tipo de cobertura que ocorre nas áreas de acumulação de água dos
cursos dos rios e lagoas. A fisionomia vegetal marcante é a herbácea, notadamente taboas e
brejo de restinga tendo sido mapeados 12 polígonos com essas características. A cobertura
Arbustiva (538.660,97m² ou 3,13% do total) se refere a dois tipos de vegetação, a de
capoeira e a vegetação de costão. A Cobertura Arbórea (7.304.886,97 m² ou 43,70% do total,
divididos em 52 polígonos mapeados) é a de maior extensão e representatividade, podendo-
se elencar em sua composição as seguintes tipologias: Floresta Ombrófila Densa Montana,
Floresta Ombrófila Densa Submontana, Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas, Floresta
Baixa de Restinga, Floresta Alta de Restinga e Floresta Paludosa (esta cobertura será ou foi
descrita com maiores detalhes no capítulo específico sobre a vegetação). Foram ainda
consideradas as tipologias vegetais de porte exóticas que fazem parte de um maciço arbóreo
(ver Foto 9.2-120 a Foto 9.2-123 a seguir).

ARCADIS logos 231


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Foto 9.2-120 - Cobertura de vegetação de área Foto 9.2-121 - Cobertura arbustiva de costão.
úmida.
Fonte: ARCADIS logos, 2012.
Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Foto 9.2-122 - Cobertura arbórea: Floresta Foto 9.2-123 - Cobertura arbórea de maciços
Ombrófila Densa Montana e Submontana. de árvores exóticas.

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

ARCADIS logos 232


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Mapa 9.1.3-7 - Mapa de uso e ocupação do solo.

ARCADIS logos 233


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VERSO

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b) Análise do Uso e Cobertura da Terra


Esta seção apresenta uma sistematização da distribuição espacial dos padrões homogêneos
de cobertura da superfície da AID MFB, assim como uma breve descrição da fragilidade
ambiental frente às diferentes coberturas.

A paisagem na perspectiva do Uso e Cobertura do Solo

O processo produtivo antrópico é o principal fator condicionante da cobertura do solo e seu


desenvolvimento tende a provocar novas formas de uso/cobertura, e consequentemente de
organização do espaço. Desse modo, mesmo considerando que as coberturas com maiores
participações proporcionais sejam as naturais, o uso de maior destaque na AID/ADAé o que
está compreendido nas áreas urbanas. Trata-se do uso que apresenta maior dinamismo e
velocidade de crescimento, notadamente no setor voltado para o atendimento de casas de
veraneio. A observação das imagens, e os levantamentos de campo, permitem prognosticar
que a tendência atual é a de ampliação e adensamento dos espaços urbanizados,
destacando-se que existe um significativo número de lotes vagos na maior parte das
poligonais mapeadas e se observam inúmeras construções/reformas.

O recobrimento de edificações urbanas atualmente ainda não é denso, podendo ser


classificado como de média densidade (www.inea.rj.gov.br/basetematica_estadoambiente).
Consequentemente a taxa de ocupação das áreas urbanas não é alta - as construções
dividem o espaço com outros tipos de cobertura que não impedem a percolação de água pelo
solo, porém essa situação não descarta a eventual presença de processos erosivos
superficiais nas áreas expostas ao intemperismo, pois os solos em geral são compactados.

A cobertura de solo exposto está intimamente ligada à expansão urbana, assim como as
coberturas herbáceas. Estas, como visto, são as de maior representatividade entre as
coberturas de áreas antrópicas, pois atendem demandas rurais e urbanas.

As áreas de solo exposto por remoção de material se mostraram as mais frágeis quanto a
processos degenerativos dos sistemas ambientais. Sua progressão pode resultar em danos
ambientais difíceis de recuperar, como o avanço sobre áreas vegetadas (Foto 9.2-124) e o
favorecimento do aumento de espécies vegetais exóticas, como pinnus e bambus (Foto
9.2-125), além da perda de solo e assoreamento de corpos d´água.

ARCADIS logos 235


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Foto 9.2-124 - Processo de erosão em solo Foto 9.2-125 - Área de solo exposto por
exposto que avança sobre a vegetação de remoção de material que favorece a
restinga e derruba algumas árvores. proliferação de plantas exóticas.

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Vale enfatizar que o fator incidente de maior importância nesses processos degenerativos
não se refere a erosões, mas sim a remoções de material terroso por máquinas. Em síntese
pode-se afirmar que as ações antrópicas praticadas até o presente momento foram
protagonistas no processo de degradação ambiental que resultou nesse tipo de cobertura.

Cabe observar também que nas áreas de solo exposto, cobertura herbácea e cobertura
agrícola, o aquecimento da atmosfera local é significativamente maior do que sobre áreas
onde há cobertura florestal, de modo que as chuvas, por ausência de cobertura, provocam
escoamento superficial intenso, percolação com lixiviação, compactação e perda de solo. O
somatório desses processos resulta em maior dificuldade para o estabelecimento de
vegetação e maior vulnerabilidade a processos de degradação, como erosão e assoreamento
da drenagem natural. Pode-se inferir, desse modo, que a vulnerabilidade dessas coberturas
frente aos processos de intemperismo é alta, especialmente no que se refere à proteção do
solo contra os impactos diretos das gotas de chuva.

Já a cobertura arbórea rarefeita estabelece um grau de proteção ao solo mais próximo


daquela proporcionada pela herbácea do que a de porte arbóreo, isto devido à sua
distribuição no espaço. As áreas com cobertura de vegetação de área úmida são frágeis em
função de seu substrato, por vezes turfa, por vezes gleyssolo ou outros solos hidromórficos.
Ambos são substratos suscetíveis a processos de subsidência.

As áreas de vegetação de porte arbustivo estabelecem um grau de proteção intermediário


entre as coberturas de vegetação de porte arbóreo e de cobertura herbácea e arbórea
rarefeita. As variações dependerão dos espaçamentos entre os indivíduos vegetais de porte
arbustivo. Com é sabido, a cobertura que estabelece o maior grau de proteção da superfície
é a de porte arbóreo, pois as copas interceptam os impactos diretos das gotas de chuva,
além da proteção da serrapilheira. Os solos são mais porosos e a taxa de percolação tende a
ser maior que a de escoamento superficial, com exceção das épocas em que a pluviosidade
é muito alta e o solo está saturado.

ARCADIS logos 236


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Desta forma, pode-se destacar que na AID e ADA os segmentos mais suscetíveis a
processos degradativos do meio ambiente aparecem na seguinte ordem:

 1. Solo exposto
 2. Cobertura herbácea,
 3. Cobertura agrícola
 4. Cobertura arbórea rarefeita
 5. Seguido de Cobertura arbustiva e
 6. Vegetação de área úmida

Paralelamente, as mais protegidas em ordem decrescente de proteção do sistema ambiental


vigente são as seguintes:

 1. Cobertura de chácara,
 2. Cobertura urbanizada,
 3. Cobertura arbórea,
 4. Cordão arenoso e
 5. Rocha.

Distribuição espacial do Uso e Cobertura na AID MFB

O panorama geral desta porção de terra, conforme já observado, mostra predomínio da


cobertura natural, com destaque para as áreas mais ao Norte (região do cristalino), apesar da
presença de fragmentos de áreas naturais na planície do quaternário. A proporção é inversa
na porção Sul, com amplas áreas antrópicas na planície (ver Figura 9.1.3-25 a seguir).

ARCADIS logos 237


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Figura 9.1.3-25 - Contraste entre áreas naturais, áreas antrópicas e corpos d’água na AID MFB.

Elaboração: ARCADIS logos. 2012.

A mensuração dessas áreas indica que mais da metade do terreno é de cobertura natural
(56,29%), seguido por 26,2% de áreas antrópicas e 17,52% de corpos d’água. Os números
absolutos estão expressos no Quadro 9.2-58 e as proporções no Gráfico 9.2-44, a seguir.

Quadro 9.2-58 - Áreas antrópicas e naturais na AID MFB.

Cobertura Área (m²) Percentual de Área

Água Continental 2.749.188,50 16,45

Áreas Antrópicas 3.900.369,22 23,33

Áreas Naturais 10.066.850,96 60,22

Total da AID 16.716.408,69 100

Elaboração: ARCADIS logos. 2012.

ARCADIS logos 238


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Gráfico 9.2-44 - Distribuição percentual das áreas antrópicas e naturais na AID MFB.

Elaboração: ARCADIS logos. 2012.

O Quadro 9.2-59 e o Gráfico 9.2-45 a seguir, apresentam uma síntese da distribuição de


cada tipo de cobertura significativa identificada nos levantamentos da AID MFB.

Quadro 9.2-59 - Distribuição das unidades de paisagem de Uso e Cobertura da superfície da AID
MFB.

Níveis Hierárquicos Percentual Unidades


Cobertura Área (m²)
anteriores (%) Mapeadas

Água Continental Corpo d'água 2.749.188,50 16,45 10


Urbanizada 867.900,48 5,19 18
Não Agrícola
Solo exposto 314.029,54 1,88 39
Áreas Antrópicas

Chácara 67.108,29 0,40 18


Agrícola 137.769,58 0,82 5
Agrícola
Arbórea Rarefeita 233.146,74 1,39 28
Herbácea 2.343.082,67 14,02 55
Cordão Arenoso 217.241,61 1,30 1
Cobertura Natural

Não Vegetada
Rocha 68.855,41 0,41 1
Vegetação de área úmida 1.874.537,87 11,21 12
Vegetada Arbustiva 538.660,97 3,22 21
Arbórea 7.304.886,97 43,70 52
Total 16.716.408,68 100 260
Elaboração: ARCADIS logos. 2012.

ARCADIS logos 239


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Gráfico 9.2-45 - Proporção das unidades de paisagem de Uso e Cobertura da superfície da AID
MFB.

Elaboração: ARCADIS logos. 2012.

Distribuição espacial do Uso e Cobertura na ADA

A Área Diretamente Afetada (ADA) possui uma superfície de aproximadamente 2.199.965m²,


com maior parte de cobertura antrópica, destaca-se:

 os corpos d'água representam apenas 0,6% do conjunto e foram usados como elemento
de paisagismo de um campo de golfe desativado,
 as áreas antrópicas são predominantes e representam 55,04% do total,
 as coberturas naturais respondem pelos restantes 44,35%,
 a área urbanizada é reduzida (69.824,89m² ou 3,17% do total contra 5,5% no contexto da
AID) e se caracteriza como de uso misto, com forte predomínio residencial,
 fazem-se presentes 17 polígonos de solo exposto, o equivalente a 95.144,96m² ou 4,32%
do montante total da ADA,
 a cobertura de chácara é reduzida (3.978,99m² ou 0,18% do total) e não há cobertura
agrícola,
 a cobertura arbórea rarefeita responde por 144.890,43m² ou 6,59% da ADA,
 a cobertura herbácea é a que possui maior peso na ADA (896.917,31m² ou 40,77%), com
realce para o antigo campo de golfe que representa 54% dessa cobertura,
 as coberturas cordão arenoso e rocha representam 4,86% da superfície, observando-se
que a área de praia na ADA é de 106.677,06m² e a de rocha, de pouco mais de 300
metros quadrados conforme exposto no quadro abaixo.

ARCADIS logos 240


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
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 as áreas vegetadas representam 39,49% de toda a ADA, com baixas participações de


vegetação de área úmida (339,90m² ou 0,02%) e arbustiva (28.185,78m² ou 1,28%), o
predomínio é de cobertura arbórea (840.154,05m² ou 38,19%).

O Quadro 9.2-60 e o Gráfico 9.2-46 a seguir apresentam essas informações de forma


sistematizada.

Quadro 9.2-60 - Distribuição das unidades de paisagem de Uso e Cobertura da superfície da AID
MFB.

Percentual Unidades
Níveis Hierárquicos anteriores Cobertura Área (m²) (%) Mapeadas

Água Continental Corpo d'água 13.539,72 0,62 2


Urbanizada 69.824,89 3,17 2
Áreas Antrópicas

Não Agrícola Solo exposto 95.144,96 4,32 17


Chácara 3.978,99 0,18 3
Arbórea Rarefeita 144.890,4 6,59 21
Agrícola Herbácea 896.917,3 40,77 16
Cordão Arenoso 106.677,1 4,85 1
Não Vegetada Rocha 302,06 0,01 1
Cobertura Natural

Vegetação de área 339,9 0,02 1


úmida
Arbustiva 28.185,78 1,28 5
Vegetada Arbórea 840.154,1 38,19 16
Total Área Diretamente Afetada - ADA 2.199.965m² 100 86
Elaboração: ARCADIS logos. 2012.

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Gráfico 9.2-46 - Proporção das unidades de paisagem de Uso e Cobertura da superfície da ADA
Terrestre.

Elaboração: ARCADIS logos. 2012.

De acordo com essa avaliação pode-se considerar que o território da ADA possui 51,68% de
áreas suscetíveis a processos de degradação do meio ambiente, somatório das coberturas
de herbáceas, solo exposto e arbórea rarefeita. A relação entre cobertura antrópica e natural
é invertida na ADA em relação à AID, e este é um aspecto importante para escolha deste
local para a instalação do empreendimento.

B) Instrumentos de Gestão Territorial


A lei 7.661, de maio de 1988 que institui o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro -
PNGC, é parte integrante da Política Nacional para os Recursos do Mar - PNRM e da Política
Nacional do Meio Ambiente - PNMA, conforme disposto em seu Art. 1º, tem por objetivo
orientar a utilização dos recursos da Zona Costeira de forma a contribuir para elevar a
qualidade de vida de sua população e de seu patrimônio natural, histórico, étnico e cultural.

Considerando a definição constante no Parágrafo único do dispositivo citado, o município de


Maricá situa-se na faixa terrestre da Zona Costeira, sendo esta última o espaço geográfico de
interação do ar, mar e terra, incluindo seus recursos renováveis ou não, abrangendo uma
faixa marítima e outra terrestre, cujos limites são definidos no Decreto Federal Nº 5.300, de
dezembro de 2004, em seu Art. 3º como:

 I - Faixa marítima: espaço que se estende por doze milhas náuticas, medido a partir das
linhas de base, compreendendo, dessa forma, a totalidade do mar territorial;
 II - Faixa terrestre: espaço compreendido pelos limites dos Municípios que sofrem
influência direta dos fenômenos ocorrentes na zona costeira.

O PNGC indica ainda, em seu Art. 6º, que “o licenciamento para parcelamento e
remembramento do solo, construção, instalação, funcionamento e ampliação de atividades,
com alteração das características naturais da Zona Costeira, deverá observar além do

ARCADIS logos 242


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
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disposto nesta Lei, as demais normas específicas federais, estaduais e municipais,


respeitando as diretrizes dos Planos de Gerenciamento Costeiro”.

É importante mencionar que o Estado do Rio de Janeiro possui o Projeto de Lei Nº 216/2011,
que dispões sobre o Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro - PEGC, que ainda se
encontra tramitando em sua Assembleia Legislativa.

Considerando o disposto na Lei Complementar nº 145, de 10 de outubro de 2006, o Plano


Diretor de Maricá, em vigência, estrutura o município em treze Unidades de Planejamento,
sendo que a ADA está inserida na Unidade de Planejamento 05 - Ponta Negra-Jaconé.

Em dezembro de 2011, foi publicada a Lei 2393 que alterava e incluía dispositivos na Lei
2272/08, que estabelece as condições de uso e ocupação do solo para o município de
Maricá. Entretanto, no decorrer do ano de 2012 um grupo de vereadores arguiu a nulidade da
lei que implementou estas mudanças, entrando com uma ação judicial contra sua aplicação,
uma vez que não havia sida antecedida por processo de audiência publica, conforme exigido.
No início de 2013 o Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decidiu por
unanimidade acolher aquela ação, anulando as alterações realizadas na legislação de 2006 e
2008.

Em cumprimento a essa decisão, em 14 de maio de 2013 foi realizada uma Audiência Pública
com o objetivo de discutir as alterações no Plano Diretor (Lei Complementar n° 145/2006) e
na Lei de Uso do Solo (Lei n° 2272/2008), com propostas de alterações que visavam a
criação de áreas de especial interesse urbanístico e econômico no município de Maricá, nos
moldes das alterações aprovadas em 2011. De acordo com o publicado no site da Prefeitura
Municipal de Maricá35, a reunião concluiu pela necessidade das mudanças propostas.

No momento atual, com a aprovação e publicação da Lei n° 2.483 de 23 de Outubro de 2013,


fica criada a Área de Especial Interesse Urbanístico e Econômico, voltada para atividades de
Logística, Portuária e Industrial (AEIUE-LPI), na Unidade de Planejamento 05 – Jaconé.

Importante destacar que, de acordo com o § 1° do Art. 2°: “A AEIUE – LPI terá como uso
especial o estabelecido no Anexo X – Quadro de Usos e Atividades, na categoria AEIUE,
prevista na Lei Municipal nº 2.272/2008, sem prejuízo dos usos constantes nesta mesma Lei
para o território da UP 05 – Unidade de Planejamento de Jaconé”.

Assim, os usos permitidos e não permitidos para a AEIUE são:

 Residencial: Edificações unifamiliares ou multifamiliares por lote;


 Recreacional: Praças e áreas esportivas;
 Comercial: Estabelecimentos de médio e grande portes, de venda direta ao consumidor
ou de estocagem de produtos;
 Serviços: Estabelecimentos destinados a prestação de serviços e adequados aos níveis
de ruídos, vibrações e de poluição ambiental;

35
Relatório da Audiência Pública sobre alterações do Plano Diretor e da Lei de Uso do Solo

ARCADIS logos 243


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

 Institucional: Estabelecimentos institucionais, adequados aos níveis de ruídos, vibrações


e de poluição ambiental;
 Industrial: Indústrias de médio e grande porte conforme especificação da FEEMA ou
órgão equivalente;
 Rural: não permitido.

A seguir é apresentado o Mapa 9.1.3-8 que informa as Classes de Zoneamento Municipal


incidentes sobre a AID MFB e Área Diretamente Afetada do empreendimento em estudo.

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA
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Mapa 9.1.3-8 - Zoneamento municipal incidente na AID e Área Diretamente Afetada.

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA
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VERSO

ARCADIS logos 246


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
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A partir dessa base foi feita a planimetria das diferentes classes de zoneamento incidentes na
ADA e na AID, obtendo-se os valores apresentados no Quadro 9.2-61, a seguir.

Quadro 9.2-61 - Incidência das classes de zoneamento na ADA e AID.

ZONEAMENTO ADA AID

Sigla Nome Área m² Área m²

AEIS Área de Especial Interesse Social 77.084 48.298


AEIT13 Área de Especial Interesse Turístico 13 116.869
ZC2 Zona de Comércio e Serviços de Bairro 292.202 511.306
ZCVS Zona de Conservação da Vida SIlvestre 59.760 994.704
ZE Zona Especial 126 157.509
ZMPF Zona Marginal de Proteção Fluvial 214.986 165.330
ZMPL Zona Marginal de Proteção Lacustre 168.867
ZMPOM Zona Marginal de Proteção da Orla Marítima 132.327 185.709
ZPN Zona de Proteção de Nascente 9.273 275.834
ZPVS Zona de Preservação da Vida Silvestre 3.930.577
ZR1U Zona Residencial Unifamiliar 1 521.563
ZR2M Zona Residencial Multifamiliar 2 403.257 418.629
ZR3U Zona Residencial Unifamiliar 3 802.039 1.854.266
ZR4U Zona Residencial Unifamiliar 4 421.863 1.264.152

Área de Especial Interesse Urbanístico e


AEIUE Econômico, voltada para atividades de logística, 2.332.113 1.950.283
portuária e industrial
Nota: Para elaboração do quadro de áreas foi efetuado um processo de vetorização sobre o mapa de
zoneamento de Maricá em escala média, sendo elaborado um georreferenciamento sobre imagem.
Dessa forma, os valores apresentados podem sofrer pequenas imprecisões.

Fonte: Zoneamento: Lei Complementar nº 145, de 10/10/2006 (Plano Diretor Municipal e Maricá) e Lei
nº 2.483, de 23/10/2013 (criação da AEIUE-LPI, na Unidade de Planejamento 05 – Jaconé).
Elaboração: ARCADIS logos. 2013.

Neste contexto a área de instalação do Porto está completamente inserida em AEIUE-LPI.


Esta inserção total atesta a conformidade do empreendimento frente ao zoneamento do
Plano Diretor do Município de Maricá-RJ.

No Anexo XXXI se encontram os documentos referentes à situação de aforamento.

9.1.3.4. Dinâmica Sociocultural


No item Dinâmica Sociocultural são abordados os temas relativos à Organização Social, com
a identificação da matriz de atores sociais intervenientes ao Projeto Terminal Ponta Negra -
TPN, o diagnóstico das populações tradicionais, quilombolas e indígenas, a caracterização da
atividade de pesca, o diagnostico de percepção ambiental da população do entorno do

ARCADIS logos 247


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
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empreendimento, bem como o Patrimônio Histórico e Arqueológico na área de influencia


direta - AID do TPN.

A) Metodologia
Ao observar o comportamento e o modus operandi das organizações sociais e a forma como
influenciam na dinâmica social e política ao seu redor, pôde-se verificar que também entre
aquelas presentes na AID do empreendimento, existe uma clara diferenciação nas
respectivas possibilidades de influenciar. Os grupos sociais mais organizados possuem maior
capacidade de expressão junto às diversas esferas de poder, se comparada àquela dos
grupos menos organizados. Estes, por sua vez, também procuram exercer influências e
pressões, com alcance reduzido perante as esferas que compõem os processos decisórios.

Nesse contexto, ouvir as organizações e os indivíduos de maior representatividade dentro de


uma comunidade é uma das formas mais eficazes e legítimas de procurar conhecer um
pouco da história, da dinâmica e do modo como aquele conjunto social pensa e se expressa
perante os diversos assuntos de seu interesse. Ademais, é o modo mais coerente e perene
que um novo ator ou uma nova ideia têm para se inserir no contexto local: através da
transparência, do respeito às opiniões existentes e da proposta de construção de uma
realidade conjunta.

Desta forma, conhecer os grupos sociais, seu grau de organização e sua capacidade de
participação revelou-se um aspecto de extrema importância para o processo de licenciamento
ambiental, uma vez que, por meio de diversas formas de interação e das Audiências
Públicas, pode-se promover maior conhecimento sobre o empreendimento, seus impactos e
medidas de mitigação, monitoramento, compensação e potencialização.

Ao selecionar um ente social em específico - podendo ser uma organização civil, uma
entidade governamental, uma empresa, uma instituição, etc. - é possível identificar um
conjunto de outros atores sociais que orbitam ao seu redor. Isto porque, existe um dinamismo
composto por relações de causa e efeito, entre outros aspectos, que qualificam os demais
entes em relação ao ente escolhido.

Estes entes podem ser classificados como primários ou secundários. Os Atores Primários são
entendidos aqui como aqueles que exercem influência e são influenciados diretamente pelo
Projeto. Já os Atores Secundários afetam e são afetados pelo empreendimento de modo
indireto. Este cenário de atores intervenientes ao Projeto em estudo pode ser ilustrado na
Figura 9.1.3-26 apresentada a seguir.

ARCADIS logos 248


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Figura 9.1.3-26 - Cenário de Atores Sociais Intervenientes ao Projeto Terminal Ponta Negra.

Elaboração: ARCADIS logos. 2012.

Para conhecer o conjunto de atores sociais dos municípios de Maricá e Saquarema, foi
construída uma Matriz de Atores Sociais, cujo propósito foi o de identificar os principais entes
institucionais atuantes, relacionados ao Terminal Ponta Negra. Para tanto, foram levantadas
organizações sociais de natureza pública e privada, incluindo-se organizações não
governamentais, movimentos sociais e entidades de classe, que atuam na área ambiental e
em outras áreas, que pudessem ter relação funcional com o empreendimento.

A construção da matriz foi realizada, inicialmente, através do levantamento de dados


secundários, com ênfase nas entidades ambientalistas e sociais nos municípios de Maricá e
Saquarema. A pesquisa abrangeu também um levantamento oficial de informações
disponíveis na Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais - ABONG, para
identificação das organizações sociais cadastradas no Estado do Rio de Janeiro. Outra fonte
de dados consultada foi o Cadastro Nacional de Entidades Ambientalistas - CNEA36, criado
pela Resolução CONAMA 06/89, instituído com o objetivo de manter um banco de dados com
o registro das entidades não governamentais atuantes no país, cuja finalidade principal é a
defesa do meio ambiente.

É importante salientar que também foram feitas consultas junto aos diversos conselhos -
Conselhos Estaduais de Meio Ambiente e Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos, do Rio
de Janeiro, para levantamento dos órgãos e organismos que os integram, por razões
indicativas de representatividade e força de atuação local e regional.

36
http://www.mma.gov.br/port/conama/cnea/cneaenti1.cfm

ARCADIS logos 249


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
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A metodologia utilizada (CARROL/BUCHHOLT, 2008) para a seleção dos Atores Sociais


considerou o grau de relevância e o grau de potencial parceria - cooperação desses atores
em relação ao empreendimento em estudo, como aponta a Figura 9.1.3-27, a seguir.

alto
POTENCIAL DE COOPERAÇÃO

Elevado Interesse / Baixo Interesse / Envolvimento,


Envolvimento, Elevada Elevada Influência
Influência

Atores que podem influenciar os resultados


Atores que são a base de suporte efetivo do do Projeto, mas que a suas prioridades não
projeto são o Projeto

Elevado Interesse / Baixo Interesse / Envolvimento,


Envolvimento, Baixa Influência Baixa Influência

Atores que necessitarão de iniciativas


Atores menos relevantes para o Projeto
especiais para seus interesses serem
protegidos

baixo alto POTENCIAL RELEVÂNCIA baixo

Figura 9.1.3-27 - Grau de relevância dos atores sociais em relação ao objeto de estudo.

Elaboração: ARCADIS logos. 2012.

A partir do conjunto de representantes mapeados na Matriz de Atores Sociais, foi delimitada


uma amostra para a realização de entrevistas qualitativas em profundidade, com base em
roteiro semiestruturado elaborado previamente, com o objetivo de coletar informações sobre
os seguintes aspectos principais: (i) caracterização da entidade, (ii) sobre o projeto em
estudo, (iii) sobre a relação do ator/entidade com o empreendimento, (iv) sobre eventuais
atividades relativas ao meio ambiente, (v) avaliações / opiniões do ator/entidade sobre o
projeto, (vi) avaliações / opiniões do ator/entidade sobre o empreendedor. As entrevistas
foram realizadas durante os trabalhos de campo que aconteceram entre os dias 26 a 30 de
março de 2012 nos municípios de Maricá e Saquarema.

No que se refere a Populações Tradicionais, o procedimento metodológico adotado para o


diagnóstico considerou os indicadores e abordagens utilizados pelos órgãos oficiais de
pesquisa e estatísticas do governo federal. Adicionalmente foram levantados informações e
estudos realizados por entidades não governamentais e universidades, com análises da
situação dos grupos sociais que estão caracterizados enquanto população tradicional: povos
indígenas, comunidades de remanescentes de antigos quilombos e pescadores.

Para esse levantamento sistemático de dados secundários em fontes reconhecidas tomou-se


por base a conceituação utilizada pelos órgãos públicos oficiais de implementação de
políticas públicas, a saber:

ARCADIS logos 250


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

 Povos e Comunidades Tradicionais: grupos culturalmente diferenciados e que se


reconhecem como tais, que possuem formas próprias de organização social, que ocupam
e usam territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social,
religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados
e transmitidos pela tradição37.
 Comunidades de Remanescentes de Quilombos: os grupos étnico-raciais, segundo
critérios de auto-atribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações
territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra, relacionada com a
resistência à opressão histórica sofrida38.
 Terras Indígenas - FUNAI - Fundação Nacional do Índio. Lei nº 6.001 de 1973, que trata
das Terras Indígenas bem como de suas condições de tutela junto ao Estado Brasileiro.
 Pescadores Artesanais: O pescador profissional que exerça sua atividade de forma
artesanal, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio
eventual de parceiros (SEAP, 2010) 39.

Desse modo foi elaborada uma síntese das informações encontradas sobre a ocorrência de
grupos sociais cujo modo de reprodução é qualificado analiticamente como sendo tradicional.
Estão identificados aqueles que apresentam a ocorrência de um ou mais dos segmentos
sociais: Grupos indígenas e a devida denominação das Terras Indígenas homologadas,
Comunidades de Remanescentes de Antigos Quilombos e as Famílias de Pescadores
Artesanais na AII e na AID do Projeto Terminal Ponta Negra.

Vale antecipar que na Área de Influência Direta do Empreendimento não foi identificada
nenhuma Terra Indígena ou Grupo indígena, o mesmo se verificando em relação a
remanescentes de quilombos. De modo que apenas em relação aos pescadores artesanais -
tradicionalmente presentes na área em estudo, foram realizados levantamentos diretos de
campo, cujos resultados são apresentados em item específico.

Em relação aos temas Atividade Pesqueira, Percepção Ambiental e Patrimônio Histórico e


Arqueológico, que complementam o estudo da Dinâmica Sociocultural, devido às suas
especificidade, as respectivas metodologias são apresentadas no corpo dos textos
respectivos.

B) Organização Social
O fio condutor para conhecer as especificidades das instituições relevantes e intervenientes
ao Projeto Terminal Ponta Negra foi o estabelecimento de um diálogo com os atores sociais

37
Povos e Comunidades Tradicionais – Ministério do Meio Ambiente – Decreto 6.040, de fevereiro de 2007. Instituiu a Política
Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais (PNPCT). De acordo com o artigo 3º deste
decreto.

38
Comunidades Remanescentes de Quilombos – Fundação Cultural Palmares, Ministério da Cultura – Decreto 4887, artigo 2º.

39
Pescadores – IBGE – Populações Economicamente Ativas cuja atividade principal é a pesca de pequeno porte. Além disso,
há, junto à Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca - SEAP, a partir do Decreto nº 10.779 de 2003 a definição de pescadores
artesanais em seu artigo 1º.

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Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

atuantes na região de inserção do empreendimento. Estabelecido o diálogo, as partes


interessadas puderam expressar-se, possibilitando um maior entendimento da realidade
estudada. A partir desta prática foi possível conseguir: a) Identificar possíveis conflitos; b)
identificar as necessidades das partes interessadas; c) identificar assuntos críticos e assim
possibilitar a diminuição de riscos associados ao processo de licenciamento; d) aprofundar
relações baseadas em valores; e) antecipar expectativas associadas ao projeto em estudo.

a) Matriz institucional e opinião dos atores locais


Coube ao empreendedor, no atual processo de licenciamento, propiciar o acesso às
informações sobre o Projeto em estudo. Trata-se de insumo indispensável para a criação do
conhecimento necessário à construção de um adequado entendimento dos atores sociais
envolvidos com o empreendimento e os processos a ele associados, permitindo um correto
tratamento social do assunto.

Para isso fez-se necessário o estabelecimento de interfaces e aproximações tendo em vista


registrar as expectativas locais - por meio dos contatos com as lideranças locais e atores
institucionais, em relação ao Projeto, bem como mapear os atores sociais que participam da
dinâmica política e social das áreas de influência.

O primeiro passo consistiu na estruturação da Matriz de Atores Sociais atuantes na área de


influência do empreendimento. Para tanto foram identificados os principais entes federais,
estaduais e municipais presentes nos municípios de Maricá e Saquarema, com alguma
representatividade e que possam vir a desempenhar papel relevante quando da implantação
dos programas ambientais, sob a forma de parceria, participação ou interatividade com os
mesmos.

Pôde-se observar, além das instituições das esferas públicas municipal e estadual
(secretarias, instituições, delegacias, fundações, capitanias e etc.) a presença de entidades
de classes (especialmente da atividade pesqueira) que atuam nos municípios de Maricá e
Saquarema. Não obstante, aspecto importante a ser comentado em relação ao conjunto da
AID, é a fragmentação dessas entidades. Tal situação parece ocorrer por conta do
enfraquecimento, no caso da pesca, das colônias e de suas lideranças, refletindo-se, em
alguns casos, na reduzida representatividade em suas regiões. Divergências políticas
também parecem ser fatores responsáveis por essa diversidade de entidades, que
segmentam seus participantes e, em alguns casos, limita suas ações.

A Matriz de Atores Sociais a seguir apresentada (ver Quadro 9.2-62), expõe as diversas
representações nos níveis federal, estadual e municipal e sua rede de atuação.

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Quadro 9.2-62 - Matriz de Atores Sociais Atuantes do Terminal Ponta Negra.

Nome Cargo Instituição Endereço Telefone / FAX Obs.

Breve Descrição da Instituição

Órgãos Federais
Esplanada dos Ministérios -
Ministério de Minas e Energia -
1 Edison Lobão Ministro Bloco "U" CEP: 70.065-900 Tel.: (61)3319-5555
MME
Brasília-DF BRASIL
Competências nas áreas de geologia, recursos minerais e energéticos; aproveitamento da energia hidráulica; mineração e metalurgia; e petróleo,
combustível e energia elétrica, incluindo a nuclear.
Izabella Mônica Ministra Ministério do Meio Ambiente- Esplanada dos Ministérios Tel.: (61) 3317-1000 Órgão
2. Vieira Teixeira MMA/IBAMA Bloco B - CEP: 70.068-900 Público
webmaster@mma.gov.br Federal

Competência na política nacional do meio ambiente e dos recursos hídricos; política de preservação, conservação e utilização sustentável de
ecossistemas, e biodiversidade e florestas; proposição de estratégias, mecanismos e instrumentos econômicos e sociais para a melhoria da qualidade
ambiental e do uso sustentável dos recursos naturais.
Paulo Sérgio Ministro Ministério dos Transportes Esplanada dos Ministérios, Tel.: 55 (61)
Passos Bloco "R" - 6º Andar - Sala 600 2029.7001/7002/7003/70
3.
Brasília - DF - CEP: 70.044-900 04/7863 - FAX: 55 (61)
2029.7876
Formulação, coordenação e supervisão das políticas; - participação no planejamento estratégico, o estabelecimento de diretrizes para sua implementação
e a definição; das prioridades dos programas de investimentos; aprovação dos planos de outorgas; estabelecimento de diretrizes para a representação do
Brasil nos organismos internacionais e em convenções; acordos e tratados referentes aos meios de transportes; formulação e supervisão da execução da
política referente ao Fundo de Marinha Mercante, destinado à renovação, recuperação e ampliação da frota mercante nacional, em articulação com os
Ministérios da Fazenda; do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e do Planejamento, Orçamento e Gestão; -
Estabelecimento de diretrizes para afretamento de embarcações estrangeiras por empresas brasileiras de navegação e para liberação do transporte de
cargas prescritas.

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Nome Cargo Instituição Endereço Telefone / FAX Obs.

Breve Descrição da Instituição

Hamilton José Diretor - Unidade ANTAQ - Agência Nacional de Endereço: Rua Rodrigo Silva, Tel.: (21) 2101-2460 /
Ribeiro Quintães adm. Regional Rio de Transportes Aquaviários nº 26 - 11º andar - Centro / 2101-2470
Janeiro CEP: 20011-040 - Rio de
4. Janeiro - RJ
hamilton.quintaes@antaq.gov.b
r
Entidade integrante da Administração Federal indireta, submetida ao regime autárquico especial, com personalidade jurídica de direito público,
independência administrativa, autonomia financeira e funcional, mandato fixo de seus dirigentes, vinculada ao Ministério dos Transportes e a Secretaria
de Portos da Presidência da República, com sede e foro no Distrito Federal, podendo instalar unidades administrativas regionais.
SCN Quadra 04 Bloco B
José Leônidas Centro Empresarial VARIG Telefone: 55 (61) 3411-
5. De Menezes Ministro-Chefe Secretaria de Portos Pétala C - Mezanino, Sala 1403 3704
Cristino CEP 70714-900 Fax: 55 (61) 3326-3025
Brasília-DF
Entre as atribuições e competência da Secretaria está a formulação de políticas e diretrizes para o fomento do setor, além da execução de medidas,
programas e projetos de apoio ao desenvolvimento da infraestrutura portuária, com investimentos orçamentários e do Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC). Compete ainda à SEP/PR a participação no planejamento estratégico e a aprovação dos planos de outorgas, tudo isso visando
assegurar segurança e eficiência ao transporte aquaviário de cargas e de passageiros no país.
DNIT - Depto. Nacional de SAN - Quadra 03 lote A, 4º Tel.: (61) 3315-4540/ DNIT -
Infraestrutura de Transportes andar, sala 37, Ed. Núcleo dos 4138, Cel.: (21) 7612- Depto.
Transportes - CEP: 70.040-902 0200. Nacional
Marcelo Cotrim
Superintendente - Rio Brasília /DF marcelo.cotrim@dnit.gov de
6. Borges
de Janeiro .br Infraestrut
ura de
Transport
es
Autarquia federal vinculada ao Ministério dos Transportes, tem por objetivo implementar a política de infraestrutura do Sistema Federal de Viação,
compreendendo sua operação, manutenção, restauração ou reposição, adequação de capacidade e ampliação mediante construção de novas vias e
terminais

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Nome Cargo Instituição Endereço Telefone / FAX Obs.

Breve Descrição da Instituição

Arnaldo Pinho Supervisor: DNIT - Depto. Nacional de Endereço: Rua Mário Neves, nº Tel.: (21) 2717.7713
7 Rodrigues Localidade: Ponte Infraestrutura de Transportes 01 - Ilha da Conceição Fax: (21) 2717.5695
Rio-Niterói/RJ CEP: 24.050-300
Autarquia federal vinculada ao Ministério dos Transportes
Secretaria-Executiva - MJ
Conportos - Comissão Nacional Esplanada dos Ministérios, Tel.: (61) 3429-9217
José Irineu de Fax: (61) 3429-9169
8 Secretário-Executivo de Segurança Pública nos Portos Bloco "T" - Edifício Sede
Souza Costa
Terminais e Vias Navegáveis 5° Andar - Sala 510 - 70.064- conportos@mj.gov.br
900 - Brasília/DF
A Comissão Nacional de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis - Conportos foi criada pelo Decreto 1.507 de 30 de maio 1995,
alterado pelo Decreto nº 1.972 de 30 de julho de 1996. É composta pelo Ministério da Justiça, Ministério da Defesa, representado pelo Comando da
Marinha, Ministério da Fazenda, Ministério das Relações Exteriores e pelo Ministério dos Transportes.
Vicente Andreu Diretor-Presidente ANA - Agência Nacional de Setor Policial, Área 5, Quadra Tel.: (61) 2109-5441
9 Guillo Águas 3, Blocos "B", "L" e "M". CEP: vicente.andreu@ana.gov
70610-200 .br
Agência Nacional de Águas tem como missão implementar e coordenar a gestão compartilhada e integrada dos recursos hídricos e regular o acesso a
água, promovendo o seu uso sustentável em benefício da atual e das futuras gerações. Além disso, a instituição possui outras definições estratégicas
centrais.
Roberto de Reitor Universidade Federal Rua Miguel de Frias, 9 - 7º Tel.: (21)2629-5205 ou
10 Souza Salles Fluminense - UFF andar Icaraí - Niterói - RJ - (21)2629-5206
Brasil CEP.: 24220-008 Fax: 55(21)2629-5207
Instituição pública de Ensino Superior com sede em Niterói, no Estado do Rio de Janeiro. Foi criada pela Lei nº 3.848, de 18 de dezembro de 1960, com o
nome de Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, com a sigla UFERJ, a partir da integração de faculdades no município de Niterói. A Lei nº
4.831, de 5 de novembro de 1965, oficializou o nome atual, Universidade Federal Fluminense. É considerada um dos principais centros de excelência no
Brasil.

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Nome Cargo Instituição Endereço Telefone / FAX Obs.

Breve Descrição da Instituição

Professor Reitor Universidade Federal Rural do BR-465, Km 7 Seropédica/Rio Tel.: (21) 2682-
11 Ricardo Motta Rio de Janeiro - UFRRJ de Janeiro - CEP. 23.890-000 1210/1220 Fax: (21)
Miranda 2682-1210/1120
Unidades Universitárias coordenadas e integradas administrativamente, onde as atividades de ensino, pesquisa e extensão são desenvolvidas. Cada
Instituto é integrado da seguinte forma: Conselho Departamental, Diretoria, Departamentos e Secretaria Administrativa. Conselho Departamental - Órgão
consultivo e deliberativo do Instituto, visando à integração do ensino, pesquisa e extensão.
Luiz Fernando Presidente IPHAN - Instituto do Patrimônio SEPS Quadra 713/913 Sul / Tel.: (61) 2024-5500 /
12 de Almeida Histórico e Artístico Nacional Bloco D Edifício Lúcio Costa - 2024-5502 Fax: (61)
5º andar - Brasília/DF 2024-5514

O Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Cultura, responsável por preservar a
diversidade das contribuições dos diferentes elementos que compõem a sociedade brasileira e seus ecossistemas. Esta responsabilidade implica em
preservar, divulgar e fiscalizar os bens culturais brasileiros, bem como assegurar a permanência e usufruto desses bens para a atual e as futuras
gerações.
Tel.: (21) 2215-5275 -
Carlos Fernando 2215-5824
Superintendente IPHAN - Instituto do Patrimônio Rua da Imprensa nº 16, Palácio
13 de Souza Leão
Estadual RJ Histórico e Artístico Nacional Gustavo Capanema, 8º andar Fax: (21) 2215-5852
Andrade
ans.pgc@iphan.gov.br
Arquivo Central do Iphan está situado na cidade do Rio de Janeiro e é o setor responsável pela abertura, guarda e acesso aos processos de tombamento,
de retorno e de saída de obras de artes do país, assim como pela emissão de certidão para efeito de prova e inscrição dos bens nos Livros do Tombo e
nos Livros de Registro do Patrimônio Imaterial.
Fone/Fax: 55 11 3237-
Assessor de Associação Brasileira de Rua General Jardim, 660 - 7º 2122
Hugo Fanton
14 Comunicação Organizações Não- andar - Vila Buarque - CEP abong@abong.org.br
Governamentais - ABONG 01223-010 - São Paulo - SP - comunicacao@abong.or
g.br
Intercâmbio entre entidades que buscam a ampliação da cidadania, a constituição e expansão de direitos, a justiça social e a consolidação de uma
democracia participativa; consolidar a identidade das ONGs brasileiras.

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Nome Cargo Instituição Endereço Telefone / FAX Obs.

Breve Descrição da Instituição

SBN Quadra. 01 Bloco D -


Edifício Palácio do
Superintendente do Instituto Nacional de Colonização PABX: (61)3411-7474
Gustavo Souto Desenvolvimento - CEP:
15 Rio de Janeiro - SR e Reforma Agrária - INCRA www.incra.gov.br
de Noronha 70.057-900 - Brasília-DF
07 Tel.: (21) 2224-3701
Rua Conceição, 69 - 24º andar,
Centro/RJ
Órgão responsável pela execução da reforma agrária e pela promoção, coordenação e controle da questão fundiária no País.
Eloi Ferreira de Presidente Fundação Cultural Palmares - Setor Comercial Sul - Quadra Telefone: 55 (61) 3424-
Araujo FCP 09 - Ed. Parque Cidade 0100 - Telefax: 55 (61)
16 Santos Corporate - Torre B - 2º andar - 3226-0351
Brasília/DF - Brasil - CEP:
70308-200
Instituição pública vinculada ao Ministério da Cultura que tem a finalidade de promover e preservar a cultura afro-brasileira. Preocupada com a igualdade
racial e com a valorização das manifestações de matriz africana, a Palmares formula e implanta políticas públicas que potencializam a participação da
população negra brasileira nos processos de desenvolvimento do País.
Rodrigo Representação / Rio Fundação Cultural Palmares - End.: Rua da Imprensa, nº 16 - Tel.: 21-2220-3340
17 Nascimento dos de Janeiro FCP Sala 716 - Centro - CEP: fcp.rj@palmares.gov.br
20.030-120
Instituição pública vinculada ao Ministério da Cultura que tem a finalidade de promover e preservar a cultura afro-brasileira. Preocupada com a igualdade
racial e com a valorização das manifestações de matriz africana, a Palmares formula e implanta políticas públicas que potencializam a participação da
população negra brasileira nos processos de desenvolvimento do País.
Clemeson José Coordenador Geral CGFAP IBAMA - SCEN Trecho 2 - Ed. Telefones: (61) 3316-
18 Pinheiro da Silva Sede - Cx. Postal nº 09566 - 1480 e 3316-1481
CEP 70818-900 - Brasília-DF Fax: (61) 3316-1238
À Coordenação-Geral de Autorização de Uso e Gestão de Fauna e Recursos Pesqueiros - CGFAP compete coordenar, supervisionar, regulamentar e
orientar a execução e implementação das ações e atividades relacionadas a gestão do uso dos recursos pesqueiros e faunísticos, além de gerenciar as
demandas inerentes aos dispositivos dos acordos nacionais e internacionais dos quais o país é signatário.

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Nome Cargo Instituição Endereço Telefone / FAX Obs.

Breve Descrição da Instituição

SEPN 505, Lote 2, Bloco B, Ed.


Marie Prendi Cruz, 1º andar, Tel. (0xx61) 2028-2207
Izabella Mônica Ministra de Estado do Conselho Nacional do Meio
19 Entrada pela W2 Norte - Asa
Vieira Teixeira Meio Ambiente Ambiente (Conama) conama@mma.gov.br
Norte
70730-542 - Brasília/DF
O Conselho Nacional do Meio Ambiente foi instituído pela Lei nº 6.938, de 1981, sendo criado como órgão consultivo e deliberativo do Sistema Nacional
do Meio Ambiente (Sisnama), que tem como órgão executor o IBAMA. Entre as responsabilidades do Conama está a de estabelecer normas, critérios e
padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente, objetivando o uso racional dos recursos ambientais.

Sede: Esplanada dos


Ministérios, Bloco D - Distrito
Secretaria Especial de Federal - Brasília Tel.: (61) 3218-3838
Luiz Sérgio
Aquicultura e Pesca da
20 Nóbrega de Ministro-Chefe Escritório Estadual RJ Tel.: (21) 2233-3321 /
Presidência da República
Oliveira Av. Rodrigues Alves, 129 sala 2213-3321 ramal 1901
(SEAP/PR)
904/906 - Centro - Rio de
Janeiro
Criada no ano de 2003 com o objetivo de assessorar o presidente da República na formulação de políticas e diretrizes para o desenvolvimento da
produção pesqueira e aquícola. Entre suas competências estão: promover medidas, programas e projetos de desenvolvimento e apoio à pesca artesanal
e industrial; coordenar o Registro Geral de Pesca; gerenciar os recursos pesqueiros altamente migratórios, além daqueles recursos considerados sub
explorados ou inexplorados e orientar as atividades referentes à infraestrutura de apoio à produção e circulação do pescado.

Associação Organização da Rua Dias da Rocha, 20 / 305 -


Telefone: (55) (21) 2236-
Sociedade Civil De Interesse Bairro: Copacabana - Cep.:
21 5859 / 8168-4682 / 8854-
Público Mobilidade e Ambiente 22051-020 - Rio de Janeiro -
9924
Brasil - OMA-BRASIL RJ
Entidade sem fins lucrativos, dedicada a desenvolver e promover ações nas áreas de transporte, energia, meio ambiente e promoção humana. Uma
entidade que prima pela ética e competência, promovendo parcerias, conquistando credibilidade e atuando em outros tipos de atividades sociais.

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Nome Cargo Instituição Endereço Telefone / FAX Obs.

Breve Descrição da Instituição

Av. Presidente Antônio Carlos


nº 54 sala 504 - Centro - RJ Tel.: (21) 2220-7645 /
22 Associação Água Marinha
2240-9981
mbiente@aguamarinha.org
Criada, visando ajudar a suprir algumas deficiências na formatação de uma cultura ambiental em todos os níveis da sociedade, através da educação, da
cultura, da divulgação de pesquisas, da notificação de ocorrências pertinentes às infrações da legislação ambiental as autoridades competentes, da
promoção de projetos ambientais, buscando melhorar ambientes já em fase de significativa impactação e colaborar com a preservação dos recursos
naturais. Bem como, visando melhorar o relacionamento homem-meio social, investirá em projetos de educação profissionalizante, objetivando a inclusão
de pessoas menos favorecidas no mercado de trabalho.
http://www.greenpeace.org/bras
il/pt/
23 Greenpeace Departamento de Mídia e
Publicidade:
guilherme.alves@greenpeace.o
rg.
Organização global e independente que atua para defender o ambiente e promover a paz, inspirando as pessoas a mudarem atitudes e comportamentos.

Órgãos Estaduais
Sérgio de Avenida Erasmo Braga, 118 -
1. Oliveira Cabral Governador Estado do Rio de Janeiro Centro, Rio de Janeiro - RJ, Tel.: (21) 2533-4294
Santos Filho 20020-000

Luiz Fernando Secretário Secretaria de Obras Email: Telefone/Fax:


2. de Souza pezao@vicegovernador.rj.gov.b 2333-0938
r
A Secretaria de Obras tem por finalidade planejar, organizar, orientar, coordenar, supervisionar e avaliar as ações setoriais a cargo do Estado relativas ao
desenvolvimento viário, urbano, edificações e saneamento básico, mecanismos de regulação para a concessão de serviços ou estabelecimento de
parcerias público- privadas.

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Nome Cargo Instituição Endereço Telefone / FAX Obs.

Breve Descrição da Instituição

Avenida Nossa Senhora de


Copacabana, 493, 11º andar
Julio Luiz Secretaria de Estado dos
3. Secretario Tel.: (22) 3816-6100
Baptista Lopes Transportes - RJ Copacabana, Rio de Janeiro

RJ, Brasil 22.031-000

Definir a política de transportes do Estado, compatibilizando as suas iniciativas aos programas de desenvolvimento do Governo. Operar adequadamente
os serviços de transportes e de terminais, neles incluídos o rodoviário de passageiros, o metroviário, o ferroviário e o hidroviário e, ainda, zelar pela
qualidade, segurança e eficiência desses serviços quando concedidos, segundo qualquer modalidade de direito permitida, à iniciativa privada.

Av. Erasmo Braga, nº118


Secretaria de Estado de Tel.: (21) 2292-5100
Sérgio Ruy
4. Secretario Planejamento e Gestão - Centro, Rio de Janeiro
Barbosa Fax: (21)2533-5979
SEPLAG/RJ
RJ, Brasil 20.020-000

Planejar e coordenar a ação governamental, mediante a elaboração, o acompanhamento e o controle de planos, programas e projetos globais e regionais,
de duração anual e plurianual, bem como o estudo e a proposição de diretrizes para o desenvolvimento econômico e social do Estado; Executar,
acompanhar e controlar as atividades orçamentárias, de administração financeira e de contabilidade, e a elaboração e execução dos orçamentos fiscal e
de investimento das empresas controladas pelo Estado;

Endereço: Av. Venezuela, nº


110 - 5º andar (próximo à
Secretaria de Estado do
5. Carlos Minc Secretario Praça Mauá) Telefone(s): 2332-5609
Ambiente - SEA
Centro - 20081-312 Rio de
Janeiro - RJ
Secretaria de Estado do Ambiente (SEA) constitui órgão de primeiro nível hierárquico da administração estadual, e tem como missão formular e coordenar
a política estadual de proteção e conservação do meio ambiente e de gerenciamento dos recursos hídricos, visando ao desenvolvimento sustentável do
Estado do Rio de Janeiro.

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Nome Cargo Instituição Endereço Telefone / FAX Obs.

Breve Descrição da Instituição

Rua México, nº 125º - 16º e Tel.: (21) 2299-


Alexandre Aguiar Secretaria de Estado de Ciência 4219/2299-4220/
6. Secretário 18º andar - Centro, Rio de
Cardoso e Tecnologia
Janeiro/RJ, Brasil 20.020-100 Fax: (21) 2299-4221/

Incentivar o desenvolvimento da ciência e tecnologia no Estado através do estímulo à pesquisa científica; da capacitação de profissionais de graduação,
pós-graduação e nível técnico; e da participação em programas nacionais, aproximando empresas e instituições de pesquisa que promovam a inclusão
social de comunidades.
Rua México, 125, 8 andar
Felipe dos Secretaria de Estado Desenvolvimento
7. Secretario Centro - RJ Sem informação
Santos Peixoto Regional, Abastecimento e Pesca (Sedrap)
RJ, Brasil 20.031-145
Promover a gestão e a função social do território e da economia, através de políticas públicas de estimulo e fomento ao desenvolvimento regional de
forma integrada e sustentável, estabelecer arranjos racionais para a distribuição de alimentos e melhoria das condições de produção e comercialização de
pescado.
Marilene Ramos Presidente INEA - Instituto Estadual do Av. Venezuela 110, Centro RJ Tel.: (21) 38916-336
8.
Ambiente
Missão de proteger, conservar e recuperar o meio ambiente para promover o desenvolvimento sustentável. O novo instituto, instalado em 12 de janeiro de
2009, unifica e amplia a ação dos três órgãos ambientais vinculados à Secretaria de Estado do Ambiente (SEA): a Fundação Estadual de Engenharia e
Meio Ambiente (Feema), a Superintendência Estadual de Rios e Lagoas (Serla) e o Instituto Estadual de Florestas (IEF).
INEA - Superintendência Tel.: 2687-1229 (fax)
Rua Gal. Bocaiúva, 441, 1°
Regional Baía de Sepetiba - 2687-1590
9. Marilene Ramos Presidente andar, Centro
SUPSEP 2687-1521
Itaguaí - CEP 23.815-310
SR II - Bacia do Guandu supsep@inea.rj.gov.br
Bacias Hidrográficas correspondentes: Bacia do Santana, Bacia do São Pedro, Bacia do Macaco, Bacia do Ribeirão das Lajes, Bacia do Guandu (Canal
de São Francisco), Bacia do Rio da Guarda, Bacias contribuintes à Represa do Ribeirão das Lajes, Bacia do Canal do Guandu, Bacias contribuintes ao
litoral de Mangaratiba e de Itacurussá, Bacia do Mazomba, Bacia do Piraquê ou Cabuçu, Bacia do Canal do Ita, Bacia do Ponto, Bacia do Portinho, Bacias
da restinga de Marambaia e Bacia do Piraí. Abrange totalmente os municípios de Itaguaí, Mangaratiba, Seropédica, Queimados, Engenheiro Paulo de
Frontin, Japeri e Paracambi; e parcialmente os municípios de Miguel Pereira, Vassouras, Barra do Piraí, Mendes, Nova Iguaçu, Piraí, Rio Claro e Rio de
Janeiro

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Nome Cargo Instituição Endereço Telefone / FAX Obs.

Breve Descrição da Instituição

Almy Junior Reitor Universidade Estadual Norte Av. Alberto Lamego, 2000 - Tel.: (22) 2726-1595
10 Cordeiro de Fluminense Darçy Ribeiro - Campos dos Goytacazes - RJ Fax: (22) 2726-1511
Carvalho UENF CEP 28013-600 -
Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF) tem consciência do seu papel e da sua responsabilidade com o futuro do Brasil, do
Estado do Rio de Janeiro e da região que a acolheu. Não satisfeita com a desigualdade e com a exclusão social do presente, a UENF conhece a
dimensão dos seus desafios e sabe que um futuro mais adequado para as nossas vidas não se constrói sozinho.
Fundação Ceperj - Centro
Estadual de Estatísticas
Jorge Guilherme Av. Carlos Peixoto, 54 - Tel.: (21) 2334-7132 /
12 Presidente Pesquisas e Formação de
de Mello Barreto Botafogo - Rio de Janeiro 2334-7100
Servidores Públicos do Rio de
Janeiro
A missão da Fundação Ceperj visa contribuir para a excelência da gestão pública e o desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro, por meio de geração
e disseminação de conhecimento, ações de capacitação, qualificação, recrutamento e seleção de pessoas.
André Veloso Diretoria de Fundação Estadual Norte Avenida Alberto Lamego, 2000 Tel.: (22) 2726 8298 Fax:
Ferreira, da Desenvolvimento Fluminense - FENORTE - Horto (22) 2733 0675
13
Tecnológico Campos dos Goytacazes - RJ
gabinete@fenorte.rj.gov.br
Estimular o desenvolvimento econômico e intelectual da Região Norte, Noroeste e Lagos, levando em conta as vocações de cada localidade. Aumentar
em todos os municípios o índice de desenvolvimento humano (IDH) em níveis aceitáveis, através do crescimento econômico sustentável, incentivando a
adoção de medidas que desenvolvam a melhoria da qualidade de vida da população.
Rua do Russel, 76 - Glória Tel.: (21) 2555-3750
Rio de Janeiro-RJ CEP: 22210- e-mail:
Rubem Cesar 010 faleconosco@vivario.org.
14 Diretor executivo ONG Viva-Rio
Fernandes Sede Regional - Bacia de br
Campos Av. Santos Moreira,
795 B Miramar - Macaé Tel.: 2791-3260

O Viva Rio é uma organização não-governamental, com sede no Rio de Janeiro, engajada no trabalho de campo, na pesquisa e na formulação de
políticas públicas com o objetivo de promover a cultura de paz e o desenvolvimento social.

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Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Nome Cargo Instituição Endereço Telefone / FAX Obs.

Breve Descrição da Instituição

Endereço: AVENIDA
Diretor CALOGERAS, 23 Bairro: Tel.: (21) 22127800 Fax:
15 Cezar Varquez SEBRAE/RJ
Superintendente CENTRO Município: RIO DE (21) 22127808
JANEIRO CEP: 20000000
As ações desenvolvidas pelo SEBRAE/RJ visam contribuir para que os pequenos negócios fluminenses tenham uma evolução sustentável, contribuindo,
dessa forma, para o crescimento da sociedade como um todo.
Cláudio Soares Procurador-Geral de Ministério Público Estadual do Sede MPRJ: Av. Marechal Telefone da Sede do
Lopes Justiça (biênio Rio de Janeiro Câmara, n° 370 - Centro - Rio MPRJ: (21) 2550-9050 |
16
2011/2013) de Janeiro, RJ - Brasil - CEP Telefone da Ouvidoria-
20020-080 Geral do MPRJ: 127
O Ministério Público, consoante o art. 127, caput, da Constituição Federal, é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado,
incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

Av. Pedro Calmon, n° 550 -


Carlos Antônio Prédio da Reitoria, 2° andar
Universidade Federal do Rio de Tel.: 21 2598-9600 - Fax:
17 Levi da Reitor Cidade Universitária -
Janeiro (UFRJ) 21 2598-1605
Conceição Rio de Janeiro, RJ - CEP
21941-901
Baliza seus objetivos estratégicos consiste em proporcionar à sociedade brasileira os meios para dominar, ampliar, cultivar, aplicar e difundir o patrimônio
universal do saber humano, capacitando todos os seus integrantes a atuar como força transformadora.

Rua General Gurjão, 166- Rio


Domenico INPH - Instituto Nacional de de Janeiro - RJ - CEP 20931- Tel.: (21) 3978-6070 -
18 Diretor
Accetta Pesquisas Hidroviárias 040 Fax: (21) 3978-6077
E-mail: inph@inph.com.br
Subordinado a SEP - campo de atuação está em pesquisas por meio de simulações em modelos reduzidos e computacionais nas áreas de: Engenharia
costeira; Infraestrutura portuária; Hidráulica marítima, fluvial e lacustre; Off-shore; Meio ambiente

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Nome Cargo Instituição Endereço Telefone / FAX Obs.

Breve Descrição da Instituição

CMG Walter Capitão de Mar e Capitania dos Portos Av. Alfred Agache, s/nº - Praça Tel. (21) 2233-8412 /
19 Eduardo Guerra XV - Centro - Rio de Janeiro 2104-5320
Bombarda CEP: 20021-000

A Capitania dos Portos, as Delegacias e as Agências têm o propósito de contribuir para a supervisão das atividades relativas à Marinha Mercante e
Organizações correlatas, no que se refere à segurança de navegação e à segurança nacional.

Tel. : (21) 2104-5320


Rua Dr. Denach de Lima, s/nº -
Robson Capitania dos Portos - Delegacia secom@delmacae.mar.
20 Delegado Ponta de Imbetiba - Macaé - RJ
Galhardo de Macaé mil.br
- CEP.: 27913-430

Instituto Costa Verde de Ação Largo São Francisco de Paula, Tel.: (21) 3147-
21 Sem informação Sem informação Social e Desenvolvimento 42 - 6º andar - Centro - Rio de 7054/7001
Sustentável Janeiro –RJ CEP: 20051-070 Fax: (21) 3147-7000
O Instituto Costa Verde tem como finalidade e missão planejar, executar, promover e divulgar projetos, programas, ações e eventos de caráter social,
profissionalizante, educacional, ambientalista, científico, esportivo, cultural e artístico.

Alameda São Boaventura, 770


FIPERJ - Fundação Instituto de Tel.: (21) 3601-
Marco Antonio - Fonseca - Niterói RJ - CEP:
22 Diretor-Presidente Pesca do Estados do Rio de 5646/3601-5815
Barros Botelho 24120-191
Janeiro Fax: (21) 3601-5986
fiperj@fiperj.rj.gov.br
Foi criada através da Lei 1.202 de 7 de outubro de 1987, com o propósito de promover a utilização racional dos recursos aquáticos, fomentar a pesca
marinha e a aquicultura FIPERJ é a representação do Governo do Estado do Rio de Janeiro, junto aos sindicatos e entidades da pesca, pescadores e
produtores rurais que operam no ramo da aquicultura.

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Nome Cargo Instituição Endereço Telefone / FAX Obs.

Breve Descrição da Instituição

Av. Assunção, s/n


Bairro: Passagem
FIPERJ - Regional Cabo Frio Terminal Marítimo do
23 Paulo Sérgio Técnico responsável (Região das Baixadas Transatlântico, 2º andar Tel.: (22) 2647-2445
Litorâneas) Cep: 28906-200
psfiperj@hotmail.com
Escritório regional FIPERJ

Rua da Ajuda, nº5/14º andar -


Maria Regina
Direção Geral INEPAC - Instituto Estadual do 20.040-000 2333-1363 | 2333-1351
25 Pontin de Mattos
Patrimônio Cultural www.inepac.rj.gov.br |
inepac@inepac.rj.gov.br
Inepac, há 40 anos dedica-se à preservação do patrimônio cultural do Estado do Rio de Janeiro, elaborando estudos, fiscalizando e vistoriando obras,
emitindo pareceres técnicos, pesquisando, catalogando e efetuando tombamentos.

Comissão em Defesa do Meio Palácio Tiradentes - Rua


Deputado Átila
26 Presidente Ambiente da ALERJ (Ass. Primeiro de Março, s/n - Cep. Tel. (21) 25881000
Nunes
Legislativa do RJ) 20010-090 - Praça XV / RJ

Federação das Colônias de R. Visconde do Rio Branco, 10


José Maria
27 Presidente Pescadores do rio de Janeiro - - Ponta D'Areia Tel. : (21) 2629-7178
Pugas
FEPERJ Niterói - RJ
Representação máxima da pesca no Estado que se submete somente a Confederação a nível nacional é uma instituição centralizadora das ações
voltadas para a pesca em suas 27 Colônias de atuação regional, que por sua vez se divide em Capatazias com atuações locais ligadas diretamente ao
dia-a-dia do pescador.

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Nome Cargo Instituição Endereço Telefone / FAX Obs.

Breve Descrição da Instituição

Federação das Associações dos Avenida Carlos Ermelindo


Andre do Espírito Pescadores Artesanais do Marins, Nº 294 - Jurujuba
28 Presidente Tel. : (21) 2610-2599
Santo Estado Rio de Janeiro - CEP: 24.370-195 - Niterói - RJ
FAPESCA

Entidade de classe dos pescadores artesanais


29 Alfredo Martins Secretário Geral Sindicato dos Pescadores do Rio Rua Buenos Aires, 2 - Centro, Tel.: (21) 2233-7717
de Janeiro Rio de Janeiro - RJ, 20070-022
Entidade representativa de classe.
30 Rodolfo Tavares Presidente Federação da Agricultura e Av. Rio Branco, 135/910 - Tel. (21) 3380-9500 / fax:
Pesca do Estado do Rio de Centro - Rio de Janeiro - RJ (21) 3380-9501 /
Janeiro - FAERJ 08002820020
A Federação da Agricultura, Pecuária e Pesca do Estado do Rio de Janeiro - Faerj, que integra o Sistema Sindical da Confederação da Agricultura e
Pecuária do Brasil - CNA-Brasil, é a representação legal da Categoria Patronal Rural Fluminense.
Desde que foi criada, em 1951, a Faerj busca amparar e defender o Produtor Rural junto a sociedade civil e perante os poderes públicos federal, estadual
e municipais, colaborando com a solução de conflitos e permanente adequação das legislações e políticas públicas à realidade, visando a expansão da
economia nacional e do estado do Rio de Janeiro. Em sua base estão os Sindicatos Rurais Patronais, formados por produtores rurais dos setores da
agricultura, pecuária, pesca, extrativismo, florestal e da agroindústria ligada as atividades primárias.
Fábio Pacifico Delegacia de Proteção ao Meio Largo da Cancela, 275 - São
31 Delegado Tel.: (21) 3860-9030
Marques Ambiente (DPMA) Cristóvão - Rio de Janeiro - RJ
Criada para servir à sociedade no combate aos crimes ambientais. Cabe à Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente fazer cumprir as legislações
ambientais em vigor através da investigação policial e da abertura de processo criminal para aqueles que cometerem crime ambiental.
Associação Nacional de Órgãos Praça XV de Novembro 42 - 3º
Luiz Eduardo
32 Secretário Executivo Municipais de Meio Ambiente - andar, Centro, CEP: 20010-010 Tel. (21) 8142-7383
Soraggi
ANAMMA Rio de Janeiro
É uma entidade civil, sem fins lucrativos ou vínculos partidários, representativa do poder municipal na área ambiental, com o objetivo de fortalecer os
Sistemas Municipais de Meio Ambiente para implementação de políticas ambientais que venham a preservar os recursos naturais e melhorar a qualidade
de vida dos cidadãos.

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Nome Cargo Instituição Endereço Telefone / FAX Obs.

Breve Descrição da Instituição

Rua José de Castro Neto, lote


Ricardo União das Entidades de Pesca e S-06, Arraial do
33 Coordenador
Montovani Aquicultura do RJ - UEPA
Cabo/RJ
Entidade representativa de classe.
0800 0231 231(ligações
gratuitas de telefone fixo
Eduardo Eugenio FIRJAN - Federação das AV. Graça Aranha, 1 - Centro -
34 Presidente no estado do Rio)
Gouvêa Vieira Indústrias do Rio de Janeiro Rio de Janeiro
4002 0231(custo de
ligação local)
Representa a classe industrial fluminense nas esferas regional e nacional, congregando os interesses dos sindicatos a ela filiados. É uma instituição
prestadora de serviços às empresas, atuando como fórum de debates e de gestão da informação para o crescimento econômico e social do estado.
Lara Moutinho Presidente Associação Ambientalista Rua Senador Dantas, 84 - 1211 T. (21) 2524-5809
35 Defensores da Terra Cep: 20031-201

Defesa e conservação do meio ambiente, tendo como fundamento teórico conceitual à ecologia política/ecologia social, em interface com o exercício da
cidadania. Fundada em 1988, a Defensores da Terra participa ativamente de ações ligadas à proteção do meio ambiente, tendo entre suas campanhas a
SOS Rios, a SOS Lagoas e, mais recentemente, a Campanha de Combate ao Contrabando de Espécies Silvestres.
Cristiano Coordenador geral Centro de Assessoria ao Rua Paulino Fernandes, 77 - T. (21) 2275-4037
36 Camerman Movimento Popular - CAMPO Botafogo
www.campo.org.br
Apoiar grupos populares, fortalecendo a organização comunitária como força transformadora que contribui para ampliar a cidadania e melhorar a
qualidade de vida. Atuante em Educação, Meio Ambiente e Fortalecimento de outras ONGs/ Movimentos populares.
Associação De Proteção A Rua Dr. Macário Picanço, 825 - Tel. (21) 2609.8573
37 Ecossistemas Costeiros - Maravista - Itaipu -
APREC CEP: 24342-330 / Niterói
Proteger a fauna e flora marinha, restingas, dunas, praias, recifes de corais, estuários, manguezais, lagos e lagoas, a floresta atlântica, trabalhando pela
conservação e uso sustentável dos ecossistemas costeiros.

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Nome Cargo Instituição Endereço Telefone / FAX Obs.

Breve Descrição da Instituição

Rua Alfredo Azamor, 739 c/01 -


Pedro Paulo Associação Dos Protetores Do Centro Tel.(21) 2262-1013 /
38 Presidente
Belga de Souza Mar - ONG Guardiões Do Mar guardioesdomar@guardioesdo 2605-8016
mar.org.br
Guardiões do Mar, a organização não-governamental, sem fins lucrativos, desenvolve projetos socioambientais em comunidades no Estado do Rio de
Janeiro. promove ações no sentido de resgatar a cultura das comunidades, com o intuito de valorizar o ser humano como componente
principal do ecossistema. A Guardiões do Mar elabora projetos que combinam geração de renda com preservação ambiental.

39 ASSOCIAÇÃO ECOCIDADE Rua Comendador Silva Tel.(21) 3655-0343


Cardoso, lote 05 Quadra 03 -
Duque de Caxias
A organização não-governamental tem como meta o fortalecimento da sociedade civil para garantir o pleno exercício da cidadania da população
brasileira. Atualmente acompanha os grandes empreendimentos em torno da Baía de Guanabara. Por isso, ela é atuante no Conselho Comunitário
Regional do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Concrecomperj), em Itaboraí. Ele foi criado pela Petrobras para discutir sobre os impactos sociais,
econômicos e ambientais com a comunidade.

Rua Visconde do Rio Branco,


Instituto De Estudos Da Ecologia nº 869 - Bairro: São Domingos
40 De Mamíferos Marinhos - Tel. (21) 2620-0660
ecomama@ecomama.org.br
ECOMAMA
http://www.ecomama.org.br/
Desenvolve pesquisas científicas, desde 2003 e promove a proteção de mamíferos e dos ecossistemas marinhos.

41 Gilberto Presidente Colônia Z 11 Avenida Brasil, 8.666, Ramos. Tel.: (21) 2270-5989
Gonçalves (Siri)

Entidade de classe

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Nome Cargo Instituição Endereço Telefone / FAX Obs.

Breve Descrição da Instituição

Órgãos Municipais - Município de Maricá


Washington Luiz Prefeito Prefeitura Municipal Tel.: [21] 2789 6000
Cardoso
1.
Siqueira
(Quaquá)
Secretário Secretaria Municipal de Meio Rua Alvares de Castro, nº 346 - Tel.: (21) 2637-2052
2. Ambiente, e Urbanismo Centro - Maricá - RJ
CEP: 24900-000
Maria Helena Secretária: Secretaria Municipal de Rua Alvares de Castro nº 346 - Tel.: (21) 2637-8496
3. Alves Oliveira Administração Centro 2637-8452 Ramal: 239
administracao@marica.rj.gov.br
Cláudio Jorge Secretário: Secretaria de Agricultura e Pesca Rua Alvares de Castro nº 346 - Tel.: (21) 3731-4014
4. Centro
agricultura@marica.rj.gov.br
Carlos Alberto Secretário Secretaria Municipal de Saúde Rua Clímaco Pereira nº 241 - Tel.: (21) 3731-1965
5. Malta Carpi Centro
saude@marica.rj.gov.br
Jorge Luiz Secretário Secretaria Municipal de Rua Domínio da Gama nº 386
Cordeiro da Assistência Social e 398 - Centro Tel.: (21) 2637-3648
6.
Costa assistenciasocial@marica.rj.go
v.br
Alba Valéria T. Secretário Secretaria Municipal de Rua Alvares de Castro nº 346 - Tel.: 2637-2052 Ramal:
7. de Almeida Comunicação Social Centro 223
secommarica@gmail.com
Av.: Abreu Rangel nº 420 Tel.: (21) 3731-1488
Marcelo Borges Secretaria Municipal de Edifício Imperial - Centro 2637-1637
8. Secretário:
Sereno Desenvolvimento Econômico desenvolvimento@marica.rj.go
v.br

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Nome Cargo Instituição Endereço Telefone / FAX Obs.

Breve Descrição da Instituição

Rua Alvares de Castro s/n


Ricardo Cravo Secretaria Municipal de Cultura Praça Orlando de Barros
9. Secretário Tel.: (21) 3731-1432
Albin Pimentel - Centro
cultura@marica.rj.gov.br
Marcos Ribeiro Secretário Secretaria Municipal de Rua Alvares de Castro s/n Tel.: (21) 2637-2052
10. Educação Praça Orlando de Barros
Pimentel - Centro
Rua Alvares de Castro nº 346 -
Secretaria Municipal de Gestão
Janete Celano Centro Tel.: (21) 2637-8863
11. Secretária das Metas
Valadão gestaodasmetas@marica.rj.gov Ramal: 206
.br
Paulo César Secretário Secretaria Municipal de Obras Rua Alvares de Castro nº 1111 Tel.: (21) 2637-1381 -
12. Borges Delgado - Araçatiba 2637-1581 - 3731-1769
Filho sec.obras@marica.rj.gov.br
Rua Alvares de Castro nº 346 -
Secretaria Municipal de Centro Tel.: (21) 2637-2052
13. Joab Santana Secretário
Planejamento planejamento@marica.rj.gov.br Ramal: 225

Rua Alvares de Castro nº 346 -


Centro
14. Clauder Peres Secretário Secretaria Municipal de Trabalho Tel.: (21) 2637-2052
planejamento@marica.rj.gov.br

Roberto Ataíde Secretário Secretaria Municipal de Fazenda Rua Alvares de Castro nº 346 - Tel.: (21) 2637-2052
15. Santiago Fontes Centro
planejamento@marica.rj.gov.br
Rony Peterson Secretário Secretaria Municipal de Rua Domício da Gama nº 262 - Tel.: (21) 2637-3979
16. Dias transportes Centro
transporte@marica.rj.gov.br

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Nome Cargo Instituição Endereço Telefone / FAX Obs.

Breve Descrição da Instituição

Câmara de Vereadores Marica - Av. Nossa senhora do Amparo,


17.
57 - Centro. Marica/RJ;

Luciézio de Presidente Associação Comercial de Maricá R. Ribeiro de Almeida, 36 Tel.: (21) 2637-3819
18. Almeida Melo Centro, Maricá - RJ
acmarica@marinter.com.br
Entidade de classe
Dr. Amilar Presidente OAB - Ordem dos Advogados do R. Álvares de Castro, 1029 Tel.: (21) 2637-3614
19. Dutra Brasil Centro, Maricá - RJ

Entidade de classe
AMAI - Associação dos
Avenida Vitória Régia, 215 -
20. Paulo Barata Presidente Moradores e Amigos do Recanto Tel.: (21) 2638-4238
Maricá - RJ, 24900-000
de Itaipuaçu
Entidade de classe
Rua 13 Lto São Bento Lagoa II
Roberto Associação de Moradores e - São Bento Lagoa, Itaipuaçu -
21. Presidente RJ, 24900-000 Tel.: (21) 2638-7611
Santiago Amigos de São Bento da Lagoa

Entidade de classe
Rod. Amaral Peixoto, s/n - Km
Associação de Preservação 21 - São Jose Imbassai Maricá,
22. Flavia Lanari Presidente Ambiental da Lagoa de Marica - RJ - 24900000
APALMA

A empresa Associação de Preservação Ambiental da Lagoa de Maricá, especializada em Associações e Associações de Classe, atua em Maricá, RJ

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Nome Cargo Instituição Endereço Telefone / FAX Obs.

Breve Descrição da Instituição

Yllke Presidente Colônia Z 7 Canto do Prato s/nº - Itaipu - Tel.: (21) 2609-4332 /
23. Cristiano B. Niterói – (22) 8290-6296 / 8783-
Almeida CEP: 24.340-005 7333
Entidade de classe representativa dos pescadores artesanais de Maricá (há um projeto da Secretaria Municipal de Agricultura e Pesca de Maricá, que a
sede da Colônia Z7 será realocada para o município de Maricá).

Yllke Presidente Associação de Pescadores de Itaipuaçú Rua Raimundo Monteiro, nº Tel.: (21) 82906296 /
24. Cristiano B. 160. Recanto Itaipuaçú. 83681106
Almeida Niterói/RJ;
Entidade de classe

Wilson Presidente Associação de Pescadores de Zacarias Rua Teodoro José Marins, nº


25. Francisco 54, Zacarias, Maricá/RJ;
Correa
Entidade de classe
Wilson Presidente Associação Comunitária Cultural, Lazer Rua Teodoro de Mendonça, 54 Tel.: (21) 8505.5083
Francisco e Pescadores de Zacarias - - Zacarias
26. Correa ACCPLAPEZ Maricá, RJ - 24900-000
accplapez@yahoo.com.br
Entidade de classe
Wanderli Presidentes Associação dos Pescadores de Ponta Rua Jair José do Nascimento, T.: (21) 2648.8042 /
Costa / Negra Lt.6 Qd.2 - Canal da Ponta 9958.0057 /
27. Wagner Negra 9641.5635
Alcântara de
Souza
Entidade de classe

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Nome Cargo Instituição Endereço Telefone / FAX Obs.

Breve Descrição da Instituição

Eduardo Silva Presidente Federação das Associações de End: Sede Provisória Av.
28. Maricá - FAMAR Roberto da Silveira 166 Sala
101 / Centro - Maricá
Entidade de classe
Associação de Moradores e
Rua 36, quadra 300, Lote 01 - Tel.: (21)2638-9058 /
29. Renato Barros Presidente Amigos do Jardim Atlântico -
Jardim Atlântico 9682-5022
AMAJA
Entidade de classe
Associação de Moradores e Rua Quatorze, s/n - São Bento Tel.: (21) 2638-7611
30. Amigos de São Bento da Lagoa - da Lagoa
AMISTA
Entidade de classe
Jean Carlo Presidente Associação de Moradores e Rua Dirceu Fernandes Pinto, Tel.:(21) 2638-4238
31. Vilhena Amigos do Recanto de Itaipuaçu 215
- AMARI
Entidade de classe
Celencina Presidente Associação de Moradores de Rua João Paulo da Costa,
32. Opilar Inoã - AMI 16/17, Liz Maria, Inoã (antiga
Agência dos Correios) / Maricá.
Entidade de classe

Marco Antonio Presidente Sindicato Rural de Marica Parque Eldorado, s/n, Primeiro Tel.: (21) 2637-2561
33.
Cruz Distrito, Maricá, RJ - 24900-000
Entidade de classe

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Nome Cargo Instituição Endereço Telefone / FAX Obs.

Breve Descrição da Instituição

Órgãos Municipais - Município de Saquarema


Franciane Prefeita Prefeitura Municipal Rua Coronel Madureira, 70 Telefone: (22) 2651-2254 Gabinete
Conceição Gago Centro - Saquarema / RJ está em
Motta pms@saquarema.rj.gov.br obras,
1.
prefeita
não está
atendendo
Valéria Ferreira Secretário Secretaria Municipal Rua Coronel Madureira, 77 - Telefone: (22) 2651-1518
2.
Planejamento e Controle Interno Centro - Saquarema
Rua Ernestina Bravo, 155 -
Ana Paula Pires Secretaria Municipal de Bacaxá - Saquarema/RJ Telefone: (22) 2653-
3. Secretária
Giri Fortunato Educação e Cultura educacao@saquarema.rj.gov.b 0527
r
Amílcar Cunha Secretário Secretaria Municipal de Saúde Rua Frutuoso de Oliveira, s/n - Tel.: (22) 2651-4821
4. Ferreira Centro - Saquarema - RJ
Endereço saude@saquarema.rj.gov.br
Endereço: Rua Sergisfredo
Bravo, 86 - Centro -
Gilmar Rocha Secretaria Municipal de Meio
5. Secretário Saquarema Tel.: (22) 2031-0437
Magalhães ambiente
meioambiente@saquarema.rj.g
ov.br
Telefones: (22) 2653-
Anderson Rua Segisfredo Bravo, 86 -
Secretaria de Obras e 0815/0774
6. Martins dos Secretário Centro - Saquarema - RJ CEP
Desenvolvimento Urbano Telefone: (22) 2653-
Santos 28990-000
0815
Av. Saquarema, s/n (Praça São
Armando Secretaria Municipal de Turismo, Pedro) - Centro - Telefone: (22) 2651-
7. Secretário
Ehrenfreund Esporte e Lazer Saquarema/RJ 2123
turismo@saquarema.rj.gov.br

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Nome Cargo Instituição Endereço Telefone / FAX Obs.

Breve Descrição da Instituição

Luzinéa Vignoli Rua Cel. Madureira, 77 Centro Telefone: (22) 2651-


8. Secretário Secretaria Municipal de Finanças
de Souza Saquarema 6112
José Carlos Rua Cel. Madureira, 77 - Telefone: (22) 2651-
9. Secretário Secretaria Municipal de Governo
Cabral Centro - Saquarema 2270
Secretaria Municipal de
Elzo Souza Rod. Amaral Peixoto Km 55 Telefone: (22) 2654-
10. Agricultura, Abastecimento e
Oliveira Sampaio Corrêa 1235
Pesca
Secretaria Municipal de Rua Coronel Madureira, 77 - Telefone: 2651-2254
11. Juarez Chaves Secretário
Comunicação Social Centro - Saquarema Ramal: 230
Avenida Saquarema, 5122 -
Francisco José Secretaria Municipal de Bacaxá - Saquarema/RJ - CEP Telefone: (22) 2653-
12. Secretário
Amorim Promoção Social e Cidadania 28993-000 (próximo à Padaria 0815
Marocas)
Associação de Moradores
13. Luís Lopes Presidente
Amigos do Jaconé
Av. Saquarema, 5285 Sala 06
Associação Comercial Industrial Bacaxá - Saquarema, RJ - Cep:
Perciliano Ferro Tel.: (22) 2653-2978 /
14. Presidente e Agropastoril de Saquarema - 28990-000
e Silva Neto 3232
Bacaxá
aciaps@prosa.com.br
Entidade de Classe

Presidente da
R. Roberto Silveira, s/n Centro,
15. Dr. Telles Comissão de Meio OAB - Saquarema Tel.: (22) 2651-2823
Saquarema - RJ
Ambiente
Entidade de classe

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Nome Cargo Instituição Endereço Telefone / FAX Obs.

Breve Descrição da Instituição

Associação de Moradores e
16.
Amigos de Sampaio Correia
Entidade de classe

Rua Santos Dumont s/nº -


Presidente (diretor de Centro - Saquarema
Matheus Alves Tel. (22) (22) 2651-2790
17. pesca da secretaria Colônia Z24 coloniapescadores@yahoo.co
de Souza Neto / 9997-1032 / 9218-9193
municipal) m.br
carine.magra@bol.com.br
Entidade de classe

Associação dos Pescadores de


Matheus Alves Rua Santos Dummont s/n -
18. Presidente Mombaça Saquarema
de Souza Neto Centro - Saquarema/RJ
(pertencente à Colônia Z-24)
Entidade de classe

Fonte:
FIPERJ /
Em campo
não foi
Associação dos Pescadores
possível
José Newton Artesanais e Amigos da Praia de Av. Oceânica, Nº 190 - Praia de
19. Presidente confirmar
Ferreira Itaúna (pertencente à Colônia Z- Itaúna. Saquarema/RJ;
a
24)
existência
da
Associaçã
o.
Entidade de classe

ARCADIS logos 276


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Nome Cargo Instituição Endereço Telefone / FAX Obs.

Breve Descrição da Instituição

Comitê Das Bacias Hidrográficas Av. Getulio Vargas, 603 - salas


Marcelo Xavier Presidente (Prefeito Das Lagoas De Araruama, 305 / 306 Centro -
20. Araruama/RJ Cep: 28970-000 Tel.: (22) 2665-0750
(Zelão) de Silva Jardim) Saquarema E Dos Rios São
João E Una (CBHLSJ) http://www.lagossaojoao.org.br/
Em consequência desta atuação, em fevereiro de 2005 foi criado o Comitê das Bacias Hidrográficas das Lagoas de Araruama, Saquarema e dos Rios
São João e Una (CBHLSJ), integrando o Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hídricos e o Sistema Nacional de Recursos Hídricos. Com
caráter consultivo e deliberativo, o Comitê de Bacia é hoje a instância mais importante de participação e integração do planejamento de ações ambientais
de nossa região. (Decreto de Criação n.° 36.733, de 8 de dezembro de 2004; instalado em 25 de fevereiro de 2005)

Av. Borges de Medeiros, 1.444


Lagoa Rodrigo de Freitas
Comitê da Região Hidrográfica Rio de Janeiro - RJ
Jaime Teixeira da Baía de Guanabara e dos Cep: 22.470-003
21. Diretor Geral Tel.: (21) 9257-9999
Azulay Sistemas Lagunares de Maricá e
Jacarepaguá
contato@comitebaiadeguanaba
ra.org.br
O Comitê foi instituído pelo Decreto Estadual 38260 de 16 de setembro de 2005. Organizou-se a partir de iniciativas da sociedade civil e dos usuários da
água, com apoio da Secretaria de Estado de Recursos Hídricos no ano de 2001. De acordo com o seu regimento interno “trata-se de entidade colegiada,
de gestão descentralizada e participativa, com atribuições consultivas, normativas e deliberativas, de nível regional, ... vinculado ao Conselho Estadual de
Recursos Hídricos - CERHI e integrante do Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos - SEGRHI, nos termos da Lei Estadual nº. 3.239,
de 2 de agosto de 1999.

Coordenadora Geral
subcomite.marica@comitebaia
22. Flávia Lanari (APALMA - sociedade Subcomitê Maricá
deguanabara.org.br
civil)
Subcomitê da Bacia da Região Hidrográfica da Baia de Guanabara - Sistema Lagunar de Maricá-Guarapina

ARCADIS logos 277


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Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Nome Cargo Instituição Endereço Telefone / FAX Obs.

Breve Descrição da Instituição

Av. Getulio Vargas, 603 - salas


Presidente do CBH
Anderson 305 / 306 - Centro -
23. (Prefeito de Silva Comitê de Bacia Lagos São João Tel: (22) 2665-0750
Alexandre Araruama/RJ
Jardim)
Cep: 28970-000
O Comitê foi instituído pelo Decreto Estadual n°36.722, de 08 de dezembro de 2004 -. Comitê das Bacias Hidrográficas das Lagoas de Araruama,
Saquarema e dos rios São João e Una.
Av. Getulio Vargas, 603 - salas
Sub-Comitê da Bacia
305 / 306 - Centro -
24. Jaime Azulay Coordenador Hidrográfica da Lagoa de Tel: (22) 2665-0750
Araruama/RJ
Saquarema
Cep: 28970-000
O Sub-Comitê foi criado pelo Plenário do Comitê por meio da Resolução n°01/2005, visando otimizar a gestão dos recursos hídricos na Bacia
Hidrográfica.
www.vozd
asaguas.c
Dulce Tupy om
Jornalista “Voz das Águas” - Jornal do Comitê da
25. (registro vozdasag Tel.: (22) 2651.7441 / 8841.2358
responsável Bacia Hidrográfica Lagos São João
18940) uas @
lagossaoj
oao.org.br
Comunicação digital e impressa
Elaboração: ARCADIS logos. 2012

ARCADIS logos 278


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

A partir deste mapeamento, foram selecionados os entes que deveriam ser abordados a
priori. Notadamente os representantes dos executivos municipais, bem como os líderes das
Associações de Pescadores, Associação de Pescadores Artesanais de Ponta Negra,
Associação de Pescadores Artesanais de Itaipuaçu, Colônia Z7 e Colônia Z 24, localizadas
nos municípios de Maricá e Saquarema, inclusive como referências aos futuros
desdobramentos das ações de comunicação social do empreendedor com as partes
interessadas.

A abordagem foi realizada por meio de entrevistas qualitativas com a aplicação de roteiro
semiestruturado, conforme comentado anteriormente A seguir são apresentados o Quadro
9.2-63 relativa às entidades visitadas e o Quadro 9.2-64, com o resumo dos dados mais
significativos do levantamento realizado nos Órgãos Públicos municipais, Colônia de
Pescadores e Instituição interveniente ao Projeto Terminal Ponta Negra.

Quadro 9.2-63 - Entidades entrevistadas em Maricá e Saquarema 2012.

Município de Maricá

Secretaria Municipal de Agricultura e Pesca


Secretaria Municipal de Obras.
Secretaria Municipal de Planejamento Orçamentário
Secretaria Municipal de Educação
Secretaria Municipal de Saúde
Associação de Pescadores Artesanais da Ponta Negra
Associação de Pescadores Artesanais de Itaipuaçu
Colônia Z 7 (Com sede em Niterói)

Município de Saquarema

Secretaria Municipal de Meio Ambiente


Secretaria Municipal de Planejamento e Controle Interno
Secretaria Municipal de Agricultura e Pesca
Colônia Z 24
Elaboração: ARCADIS logos. 2012.

Quadro 9.2-64 - Principais resultados da abordagem de campo junto a atores sociais


selecionados em Maricá e Saquarema, RJ - Pesquisa aplicada no dia entre os dias 26 a 30 de
março de 2012.

Nome Entrevistado/Cargo Principais Expectativas e


Problemas Antevistos

Maricá

Claudio Jorge Soares - Favorável, com expectativa quanto ao:


Secretario Municipal de Agricultura e Pesca  Investimento no município

ARCADIS logos 279


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Nome Entrevistado/Cargo Principais Expectativas e


Problemas Antevistos

 Geração de Empregos

Vê o Município com vocação portuária e


vislumbra a criação de um ancoradouro para
traineiras na saída do Canal de Ponta Negra.
Bem como no desenvolvimento da atividade
econômica (vocação para petróleo), ao turismo e
a pesca.
Vislumbra potencial parceria com o
empreendedor no que tange a criação de
Projetos de Piscicultura, aquicultura e maricultura
junto aos pescadores artesanais
Acredita que o empreendimento poderá trazer ao
município qualificação profissional e ensino
tecnológico.
Entretanto, vê desvantagens, no impacto que
pode ser causado na biota aquática, sendo a
área do Terminal Ponta Negra, segundo ele,
rotas de Baleias.
Gostaria de melhores esclarecimentos quanto a:
 Formas de capacitação da população
para serem absolvidos pelo
empreendimento em fase de implantação
e operação.
Joab Santana - Secretaria municipal de Favorável, com expectativas quanto a:
Planejamento orçamentário  Desenvolvimento regional
 Aumento da arrecadação tributária
 Desenvolvimento social do município

Entretanto, acredita que se não houver


planejamento o município poderá enfrentar
problemas de ocupação irregular, caso haja um
aumento populacional advindo da migração de
mão de obra. Há necessidade do poder público
se preparar e se planejar para receber o
empreendimento.
Salienta também a preocupação com a poluição
ambiental.
Gostaria de melhores esclarecimentos quanto:
 Cronograma de implantação
 Fases da obra
 Quantificação de mão de obra
 Empregos diretos e indiretos gerados.
Paulo Cesar Borges Delgado Filho - Secretário Favorável, com expectativas quanto à:
Municipal de Obras
 Geração de Emprego e Renda
 Desenvolvimento local

ARCADIS logos 280


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Nome Entrevistado/Cargo Principais Expectativas e


Problemas Antevistos

Acredita que o empreendimento seja muito


importante ao município de Maricá, pois
proporcionará desenvolvimento, sinônimo de
emprego e arrecadação.
Não vê desvantagem, mas salienta que o
município deve ser preparado para esse
desenvolvimento, atualmente o município sofre
com “bolsões de pobreza”, com problemas de
água, policiamento, insegurança da população,
doenças epidemiológicas, gravidez precoce, etc.
Considera que o Município tem que caminhar pari
passu com o projeto para que possa investir na
infraestrutura local e na capacitação da
população. Vê a qualificação da mão de obra
local como fator essencial para que não haja
grande migração de trabalhadores de outras
regiões, como houve em Macaé.
Outro fator importante apontado foi quanto a
expectativa da população com relação ao Projeto
Terminal Ponta Negra, pois as informações
especulativas geram temores que devem ser
sanados a partir de uma comunicação ampla.
Gostaria de melhores esclarecimentos quanto:
 Empregos diretos e indiretos que
poderão ser gerados.
Carlos Alberto Malta Capri - Secretário Municipal Favorável, com expectativas quanto à:
de Saúde
 Desenvolvimento econômico regional

Entretanto salienta a preocupação, em relação a


infraestrutura para receber trabalhadores
externos. E desvantagens pontuais no entorno,
por conta do movimento gerado em período de
obras.
Mariane Mary da Fonseca - Subsecretária de Favorável, com expectativas quanto à:
Educação
 Desenvolvimento do município
 Geração de renda
 Empregos

Entretanto, salienta preocupação com os


aspectos ambientais, tais como a poluição das
águas, deterioração da paisagem, forte migração
de mão de obra não qualificada gerando
favelização e aumento da criminalidade.
Vê o Projeto do Terminal Ponta Negra como
positivo porem com necessidade de capacitação
de mão de obra local. Outra preocupação é com
relação a pressão aos equipamentos de

ARCADIS logos 281


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Nome Entrevistado/Cargo Principais Expectativas e


Problemas Antevistos
educação do município.
Vislumbra parcerias com o empreendedor no que
tange a criação de creches para os filhos dos
trabalhadores, desafogando a rede municipal, a
capacitação profissional para os jovens
estudantes do município, bem como
desenvolvimento de programas ambientais nas
escolas municipais.
Gostaria de melhores esclarecimentos quanto:
 Aspectos técnicos do Projeto.
Wagner Alcântara de Souza - Presidente da Não tem posição,
Associação de Pescadores da Ponta Negra Não conhece o Projeto a não ser por informações
que circulam nos jornais e que a população fala.
Acredita que o Projeto trará desenvolvimento
local, entretanto salienta grande preocupação
quanto ao impacto do Terminal Ponta Negra na
atividade de pesca artesanal tais como a
diminuição da área de pesca, poluição das
águas, etc. Outra preocupação é quanto à
migração e os impactos nos equipamentos
sociais e a violência. Citou Macaé como um
exemplo a não ser seguido, mas evitado.
Acredita que o empreendedor deva desenvolver
ações diretas junto aos pescadores artesanais,
no que tange o desassoreamento do canal da
Ponta Negra, investimentos em frota e
construção de um “quebra-mar”

Saquarema

Gilmar Rocha Magalhães - Secretário Municipal Desfavorável, uma vez que acredita que o
de Meio Ambiente empreendimento não trará nada de vantajoso ao
município de Saquarema.
Segundo o secretário, a região tem uma grande
fragilidade que é referente à ocupação, e com a
migração da mão de obra esse problema irá se
intensificar. Há grande preocupação com a
destruição da lagoa do Jaconé.
Além disso, é uma área preservada que deve ser
protegida, é rota de Baleias e berçário de
Golfinhos e Tartarugas. Salienta a existência de
importante estudo geológico na localidade.
Gostaria de melhores esclarecimentos quanto ao
Projeto todo, visto que não foi contatado pelo
empreendedor para esclarecimentos e
informações.
Valeria Ferreira - Secretaria Municipal de Favorável, com expectativas quanto à:
Planejamento e Controle Interno
 Desenvolvimento econômico para o
município
 Geração de renda

ARCADIS logos 282


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Nome Entrevistado/Cargo Principais Expectativas e


Problemas Antevistos

 Empregos
Entretanto, vê potencial degradação ambiental
como principal fator negativo da instalação do
Terminal Ponta Negra. Citou o exemplo de
Macaé, que teve crescimento desordenado e
aumento da criminalidade.
Gostaria de mais informações sobre o Projeto.
Matheus A. de Souza Neto - Diretor de Pesca da Não tem opinião formada sobre o
Secretaria Municipal de Agricultura e Pesca / empreendimento em estudo. Acredita que o
Presidente da Colônia Z24 município poderá lucrar com o aumento da oferta
de empregos, entretanto a atividade pesqueira
ficará prejudicada com as intervenções no mar,
principalmente com a dragagem. Acredita que a
Lagoa de Jaconé irá morrer, uma vez que está
muito próxima do empreendimento em estudo.
Outra expectativa é quanto à poluição ambiental
das águas, o aumento do risco de acidentes com
as embarcações que passarão a circular tanto na
fase de implantação como na de operação do
terminal.
Acredita que possa haver ações positivas que
mitiguem os impactos negativos do Projeto. Com
relação à atividade de pesca artesanal, salienta a
necessidade de projetos conjuntos e
investimentos no desenvolvimento da atividade
de piscicultura e criadouros de mariscos e na
construção de um cais de desembarque em
Maricá.
Salienta a necessidade de se promover interface
com o empreendedor e de mais informações
sobre o Projeto.
Yllke Cristiano B. Almeida - Presidente da Não tem posição,
Colônia Z-7 e Associação de Pescadores Já Ouviu falar sobre os Terminais Ponta Negra,
Artesanais de Itaipuaçu mas apenas o que a população comenta.
Acredita que se houver intervenção, dragagem no
Canal de Ponta Negra e fizer a abertura do canal
de Itaipuaçú, talvez o impacto seja, em parte,
compensado.
Entretanto, a implantação do empreendimento irá
prejudicar a pesca, com intenso tráfego de
embarcações na área destinada a pesca.
Gostaria de maiores esclarecimentos sobre o
Projeto.
*Obs.: Os relatos são apresentados de acordo como foram dados pelos entrevistados.

Elaboração: ARCADIS logos. 2012.

Pode-se afirmar, com base nesses resultados, a presença de um número expressivo de


opiniões favoráveis à implantação do Projeto Terminal Ponta Negra, com semelhanças nas
expectativas positivas quanto à chegada do empreendimento, assim como, com

ARCADIS logos 283


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

preocupações similares no que se refere às eventuais impactos sociais e ambientais nos dois
municípios e região.

A seguir, no Quadro 9.2-65, apresenta-se uma síntese das expectativas positivas e negativas
dos atores sociais entrevistados:

Quadro 9.2-65 - Resumo das Expectativas positivas e negativas dos entrevistados.

Expectativas Positivas Expectativas Negativas

Aumento na arrecadação de impostos para os Pressão sobre a infraestrutura urbana e social,


Municípios e aumento dos investimentos notadamente transporte, saúde, educação e
municipais. segurança pública.

Aumento de população migrante, com inchaço do


núcleo urbano, aumento da circulação de veículos
Desenvolvimento econômico com geração de
na sede do município, bem como aumento das
empregos.
ocupações irregulares e de problemas relativos à
disposição do lixo, esgotos e criminalidade.
Potencial parceria com o empreendedor no
desenvolvimento de ações de capacitação técnica
Prejuízos ambientais: na água do mar, biota
da mão de obra local, preservação ambiental,
aquática (baleias, tartarugas e botos).
apoio ao desenvolvimento da infraestrutura
municipal.

Diminuição da atividade pesqueira com o


Investimentos no Município
aumento da circulação de grandes embarcações

Elaboração: ARCADIS logos. 2012.

Com base nas entrevistas realizadas, concluiu-se que a maior parte dos dirigentes das
instituições públicas municipais entrevistados se colocaram a favor do Projeto Terminal Ponta
Negra, com expectativas quanto à geração de emprego, renda, desenvolvimento e
arrecadação para o município, com ressalvas quanto à degradação ambiental e aumento da
demanda nos equipamentos públicos. As entidades representativas de pescadores ouvidas
se declararam sem opinião sobre o Projeto. Acredita-se que essas posições reflitam o padrão
de comunicação acerca do Projeto em estudo, uma vez que foi unânime nas entrevistas a
necessidade de interface mais próxima e ações de comunicação que sejam mais dirigidas,
que informem e esclareçam os atores sociais intervenientes ao empreendimento.

A seguir é apresentado o registro fotográfico dos locais visitados para a elaboração do


presente item, entre o período de 26 a 30 de março de 2012, nos municípios de Maricá e
Saquarema.

ARCADIS logos 284


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Foto 9.2-126 - Prefeitura de Maricá. Foto 9.2-127 - Secretaria Municipal de


Educação de Maricá
Fonte: ARCADIS logos, 2012.
Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Foto 9.2-128 - Casa de Cultura de Maricá. Foto 9.2-129 - Câmara Municipal de Maricá.

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Foto 9.2-130 - Prefeitura de Saquarema. Foto 9.2-131 - Câmara Municipal de


Saquarema.
Fonte: ARCADIS logos, 2012.
Fonte: ARCADIS logos, 2012.

ARCADIS logos 285


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Foto 9.2-132 - Sede da Secretaria Municipal de Foto 9.2-133 - Sede Secretaria Municipal de
Agricultura, Abastecimento e Pesca de Agricultura Abastecimento e Pesca de
Saquarema. Saquarema.

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Foto 9.2-134 - Ministério Público de Saquarema. Foto 9.2-135 - Fórum de Saquarema.


Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Foto 9.2-136 - Antigo prédio da Prefeitura Foto 9.2-137 - Sede Secretaria Municipal de
Municipal de Saquarema, atual Casa de Obras e serviços Públicos de Saquarema.
Cultura.
Fonte: ARCADIS logos, 2012.
Fonte: ARCADIS logos, 2012.

ARCADIS logos 286


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Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

C) Populações Tradicionais - Indígenas e Comunidades Quilombolas na AID


Não foi identificada nenhuma Terra Indígena ou Grupo indígena nos municípios de Maricá e
Saquarema. Entretanto, segundo informações obtidas na FUNAI, o atual Prefeito de Maricá
ofereceu uma área na região de Zacarias - em local distante do sítio escolhido para sediar o
empreendimento, Município de Maricá, para uma comunidade indígena Guarani, atualmente
fixada em Camboinhas, Niterói.

As informações coletadas sobre essa questão indicam que os Guarani de Camboinhas,


depois de cerca de dois anos da migração da aldeia Paraty Mirim, no Sul do estado do Rio de
Janeiro, para Camboinhas, têm sua situação fundiária ainda indefinida. A expectativa era de
que eles se mudassem para a Região dos Lagos logo depois de um incêndio que consumiu a
aldeia, em 2008. Os índios se instalaram em Camboinhas em abril do ano passado, armando
suas ocas na restinga local, desagradando moradores do bairro de classe média alta, mas
atraindo o apoio de ambientalistas.

A região de Niterói reivindicada pelos Guarani está no limite do Parque Estadual da Serra da
Tiririca, cujo traçado foi ampliado com a publicação do decreto estadual nº 41266/08. A área
abriga, segundo depoimentos dos indígenas, o cemitério indígena Duna Pequena, local
ocupado há cinco anos pela tribo. Segundo a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), a
regularização da área é alvo de um processo na Câmara de Conciliação e Arbitragem da
Administração Federal (CCAF). A área está localizada entre a Lagoa de Itaipu e a Praia de
Camboinhas também, e é alvo da especulação imobiliária.

O novo sítio para abrigar esse grupo indígena deve ser instalado entre as praias de Itaipuaçu
e São José, na Área de Proteção Ambiental (APA) da União na Barra, em Maricá. Segundo
informações da FUNAI, a previsão era de que até o final do mês de abril (de 2012) a situação
dos índios estaria resolvida.

O terreno destinado aos Guarani é privado e precisará ser desapropriado. Segundo o


responsável pelo processo na FUNAI, o antropólogo Aluisio Azanha, a área encontra-se apta
para a reprodução física e cultural do grupo, pois possui mata, rio e é boa para plantar. Trata-
se da Fazenda São Bento, que ocupa parte da restinga de Maricá e que há cerca de dois
anos foi vendida pelo grupo Cintra para o consórcio luso-espanhol IDB, que projetou construir
ali um resort (dois condomínios residenciais, espaço comercial e de alimentação, um campo
de golfe para provas de nível internacional, um centro equestre, uma marina para 1.100
barcos e um centro de tênis) para 95 mil habitantes, em um lote de 841 hectares com oito
quilômetros de praia e cinco de lagoa. Devido às intervenções de grupos ambientalistas a
construção desse condomínio foi embargada. Atualmente o processo está em negociação
entre o cacique da comunidade, o Prefeito de Maricá e a FUNAI.

Quanto à presença de Comunidades Quilombolas, não foi identificada nenhuma certificada


e/ou demarcada nos municípios de Maricá e Saquarema, nem foram obtidas ou recebidas
informações sobre o tema.

D) Caracterização da Atividade Pesqueira na AID


Para a caracterização da atividade pesqueira partiu-se do entendimento das interfaces que
ela mantém com diversas temáticas, tais como economia, sociologia, antropologia e biologia,
entre outras. Dessa maneira procurou-se elaborar um diagnóstico interdisciplinar, com base
tanto em dados secundários (pesquisas em fontes consagradas), como em dados primários

ARCADIS logos 287


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

levantados em campo. O presente item é composto de duas seções relativas


respectivamente a uma retrospectiva da atividade e de seus principais marcos institucionais e
à caracterização da atividade pesqueira na AID do Projeto Terminal Ponta Negra, com
enfoque socioeconômico e ambiental.

a) Considerações Metodológicas
Para a caracterização do objeto de estudo partiu-se da definição da atividade de pesca
presente na Lei da Pesca (Lei nº 11.959/09), conforme seu Art. 8º (ver Anexo XXXII), que a
classifica como comercial (artesanal e industrial) e não comercial (científica, amadora e de
subsistência). No presente capítulo foi desenvolvida a análise da pesca comercial, enquanto
a pesca de subsistência foi incluída no estudo das “Populações Tradicionais, Comunidades
Quilombolas e Indígenas”, apresentado no item 9.1.3.4.C).

A pesquisa em órgãos oficiais de informações que permitissem caracterizar a atividade


pesqueira nos municípios de Maricá e Saquarema apontou para uma grande escassez de
dados. Essa situação é constatada por diferentes estudos, observando-se que o Diagnóstico
de Pesca Marítima Comercial do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ /SEBRAE, 2009),
explica que por se tratar a pesca de uma atividade basicamente extrativista, descentralizada
e cercada de grande informalidade, seu estudo apresenta como um dos seus principais
problemas a dificuldade de quantificação da sua importância econômica e social40.

Em entrevista junto à Secretaria de Agricultura e Pesca de Maricá, foi feita menção à


existência de levantamentos relativos aos desembarques pesqueiros no município -
desenvolvidos no âmbito dos estudos demandados para o licenciamento ambiental do
COMPERJ, mas que não foram disponibilizados. Para o município de Saquarema os
quantitativos obtidos sobre a pesca artesanal são do ano de 2000, provenientes do Estudo de
Impacto Ambiental da Barra Franca na Lagoa de Saquarema - RJ, fornecidos pela Secretaria
de Meio Ambiente do Município41.

As demais fontes de pesquisa foram: Secretaria Especial de Pesca - SEAP, Ministério de


Pesca e Agricultura, Federação da Agricultura, Pecuária e Pesca do Estado do Rio de
Janeiro/ FAERJ, Fundação Instituto da Pesca do Estado do Rio de Janeiro/FIPERJ,
Federação dos Pescadores do Rio de Janeiro - FEPERJ, IBAMA, Secretaria Estadual de
Desenvolvimento Regional Abastecimento e Pesca - e nas Secretarias Municipais de
Agricultura e Pesca Maricá e Saquarema, bem como as Colônias e Associações de
pescadores com sede nos municípios da AID.

Para a realização dos levantamentos diretos, tendo como objetivo diagnosticar o atual
cenário da pesca na região e identificar as principais demandas de seus atores foi aplicado
roteiro de entrevista semiestruturado (Anexo XXXIII) dividido em quatro blocos, a saber: (I)
caracterização da atividade pesqueira e do pescador artesanal, (II) participação e
organização social, (III) percepção sobre o Projeto Terminal Ponta Negra e, (IV) identificação

40
Diagnóstico da Cadeia Produtiva da Pesca Marítima no Estado do Rio de Janeiro - Relatório de Pesquisa, FAPERJ e
SEBRAE, 2009
41 Até o fechamento do diagnostico ambiental da atividade pesca artesanal a Secretaria de Agricultura e Pesca de Maricá não
havia fornecido os quantitativos da atividade.

ARCADIS logos 288


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
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do pescador entrevistado. As entrevistas foram realizadas no período de 27 de abril a 02 de


maio de 2012, por uma equipe multidisciplinar, previamente capacitada de maneira a
assegurar a fidedignidade das informações coletadas. Que terão

Para estabelecer uma amostragem representativa, tomou-se por base os afiliados a


Associação dos Pescadores de Ponta Negra e Colônias de Pescadores sediada em
Saquarema, que embora representativas da categoria, não possuem cadastramento
atualizado dos pescadores associados. Considerando essa margem de erro foi definida como
meta a entrevista de 50% dos pescadores de Ponta Negra - uma vez que tem seu raio de
atuação mais próxima ao Projeto do TPN e de 10% dos associados na Colônia Z24 de
Saquarema. Foram entrevistados os pescadores encontrados nas localidades de embarque e
desembarque pesqueiro (canal da Ponta Negra em Maricá e entorno das lagoas Jaconé e
outras, em Saquarema). Essas entrevistas foram estendidas aos líderes dessas entidades de
representação. O Mapa 9.1.3-9 a seguir, apresenta a localização dos pontos onde foram
realizadas as entrevistas.

ARCADIS logos 289


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ARCADIS logos 290


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Mapa 9.1.3-9 - Pontos de Localização da Pesquisa de Percepção Ambiental.

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VERSO

ARCADIS logos 292


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E) Breve histórico da pesca e de sua institucionalização


A pesca, segundo Diegues, é uma das mais antigas atividades econômicas realizadas pelo
homem. No litoral brasileiro, os diferentes grupos já a praticavam como forma de subsistência
antes do “descobrimento” do país (DIEGUES, 1983, IN Diagnóstico da Cadeia Produtiva da
Pesca Marítima no Estado do Rio de Janeiro, pág. 16).

A história da pesca no litoral brasileiro surge desde o período do descobrimento do Brasil,


quando foram se formando várias comunidades ao longo da costa e que viviam,
principalmente, da atividade pesqueira. Por essa ocasião formaram-se as culturas litorâneas
regionais ligadas à pesca. Dentre estas se identificam, a saber: o jangadeiro - no litoral
nordestino (do Ceará até o sul da Bahia); o caiçara - no litoral entre o Rio de Janeiro e São
Paulo; e o açoriano - no litoral de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

A pesca no Brasil, durante o período colonial, era realizada inicialmente pelos indígenas e
significava a base alimentar das comunidades litorâneas. No Rio de Janeiro era praticada
principalmente nas lagoas litorâneas e nos fundos das enseadas. Por todo litoral do Estado
do Rio de Janeiro, conforme apontam estudos historiográficos pretéritos realizados, os
indígenas da região - os tupinambás - utilizavam canoas, pirogas cavadas em tronco de
árvore e também igapebas (jangadas feitas de paus amarrados), na atividade de pesca,
assim como praticavam a pesca de linha. Com a chegada dos europeus foi introduzida à arte,
a rede. Eles ainda se fixaram ao redor das lagoas, construindo pequenos vilarejos que,
posteriormente, originariam as cidades de Saquarema, Maricá, Itaguaí, Cabo Frio e Macaé.
(BERNARDES, 1950, IN Diagnóstico da Cadeia Produtiva da Pesca Marítima no Estado do
Rio de Janeiro, pág.17).

Ademais, faz-se relevante, a contribuição dos europeus em relação às artes de pesca


marítima no Rio de Janeiro, uma vez que estes introduziram técnicas, tais como: (i) redes de
cerco e (ii) arrasto de portas na região. Além disso, os europeus contribuíram para o
desenvolvimento da pesca no entorno, onde se formaram diversos núcleos pesqueiros no Rio
de Janeiro (BERNARDES, 1958, IN Diagnóstico da Cadeia Produtiva da Pesca Marítima no
Estado do Rio de Janeiro).

Segundo bibliografia consultada, consta que até o final do século XIX a sardinha não tinha
importância econômica. As artes de pesca da sardinha eram a tarrafa e o alvitranas - cerco
de emalhar e que se caracterizava como sendo a arte mais empregada. Contudo, nas
primeiras décadas do século XX, a atividade de pesca da sardinha passou a ser desenvolvida
em escala comercial, principalmente na Ilha Grande e na Baía da Guanabara, porém, ainda
com a utilização de técnicas artesanais.

Apenas em 1910, uma rede de traineira trazida pronta por pescadores espanhóis, passou a
ser utilizada em embarcações com uma grande rede de cerco, chamada de traina, nomeando
este modelo de embarcação como traineira. Essas novas embarcações, as traineiras,
utilizavam entre 15 e 20 homens e apresentavam motores mais potentes. Era o início da
pesca nos moldes industriais atualmente conhecidos.

Consta que em 1923 foi realizada a primeira intervenção concreta do Estado brasileiro na
atividade pesqueira, organizando os serviços de pesca e saneamento do litoral, estimulando
a matrícula dos pescadores e sua organização em colônias cooperativas. Procurou-se
desenvolver a instrução profissional, estimulando a fiscalização da pesca predatória,

ARCADIS logos 293


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incentivando os pescadores na defesa da costa. Em 1932, o gerenciamento da atividade


pesqueira passou para o Ministério da Agricultura, que criou a Divisão de Caça e Pesca
(Decreto 23.134/33) e em 1934, foi publicado o primeiro Código de Pesca e fundadas as
primeiras escolas de pesca com o objetivo de modernizá-la.

No Rio de Janeiro, nesse período, foi criado o Entreposto de Pesca da Praça XV. Os
aprimoramentos na atividade advindos da pesca de traineiras trouxeram consigo melhorias
na motorização e equipamentos de apoio que facilitaram a implantação de fábricas de
sardinha em conserva no Estado. Dessa forma, se verificou uma diminuição dos barcos a
remo, que predominavam na região até os anos 1930. Nesta década, foram fundadas
fábricas de enlatamento de pescado (a empresa Rubi, em 1934, e a empresa Coqueiro, em
1937).

Em 1939 foi fundada a Escola de Pesca Darci Vargas, na Restinga da Marambaia. Ainda
nessa década, ampliaram-se as facilidades para a instalação de indústrias, armazéns e de
financiamento (Decreto Lei 291/38), medidas que contribuíram para o forte desenvolvimento
das indústrias do Rio de Janeiro e de Angra dos Reis.

A partir dos anos 1960, o país adotou um projeto desenvolvimentista, ocasionando em um


momento político com grande influência no setor pesqueiro, sendo marcado por políticas para
expansão e modernização da atividade, verificadas nas seguintes ações:

 Criação do Conselho de Desenvolvimento da Pesca / CODEPE (Decreto-Lei 50.872), que


incentivava a pesquisa, o planejamento, a promoção de transformações estruturais, a
formação de recursos humanos e a expansão dos mercados;
 Criação da Superintendência do Desenvolvimento da Pesca - SUDEPE (Lei Delegada
10/62), vinculada ao Ministério da Agricultura, que tinha como objetivos promover,
desenvolver e fiscalizar a atividade pesqueira, prestar assistência econômica e social aos
pescadores;
 Inclusão da pesca como indústria de base recebendo recursos do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico - BNDE, em 1966, através do Decreto 58.696;
 Criação do novo Código de Pesca - Decreto 22.113, que estabelece normas para o
exercício da atividade pesqueira assim como dispõe sobre a estrutura organizacional dos
pescadores, instituindo a criação de colônias de pesca nos núcleos pesqueiros. Salienta-
se que foi a partir deste código que houve uma reestruturação do setor produtivo, com
consequências diretas, tanto em termos ecológicos como também no âmbito social;
regulamentação das operações de pesca comercial que resultaram em um importante
avanço na administração pesqueira nacional, tais como: (i) autorizações para
embarcações pesqueiras, (ii) operações de embarcações de pesca, empresas
pesqueiras, (iii) criação do Registro Geral da Pesca (iv) procedimento de preenchimento
do Mapa de Bordo;

Em 1998, o Decreto 2.840/98 atribuiu ao Departamento de Pesca e Aquicultura - DPA, a


competência para estabelecer padrões referentes aos recursos pesqueiros, no que concerne
às espécies migratórias e as que estejam sub-explotadas ou inexploradas. O DPA
permaneceu com suas atribuições até a criação da Secretaria Especial de Aquicultura e
Pesca (SEAP/PR) (Medida Provisória 103 de 01/01/2003), vinculada à Presidência da
República.

ARCADIS logos 294


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O que se observa atualmente é o ordenamento pesqueiro compartilhado, principalmente


entre dois órgãos governamentais, com objetivos e linhas de conduta bem distinta: a
SEAP/PR, cujo objetivo é colaborar na elaboração de diretrizes e políticas de
desenvolvimento da produção pesqueira nacional e promover a execução de ações de apoio
a promoção da pesca artesanal e industrial, e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, cuja responsabilidade é o gerenciamento das
espécies ameaçadas ou em risco de extinção estabelecidas por necessidade de definição
pela Instrução Normativa nº 05/04 IBAMA. Grande parte dos recursos pesqueiros, alvo de
inúmeras pescarias e algumas das principais espécies da fauna acompanhante estão
relacionados nesta instrução normativa, o que concede ao IBAMA a responsabilidade e poder
de gerenciar a operação e área de atuação de quase a totalidade das modalidades de pesca
costeira existentes em nosso litoral.

F) Caracterização da atividade pesqueira na AID


Conforme observado no item relativo à metodologia, a caracterização da pesca industrial foi
elaborada com base em dados obtidos através de levantamentos em fontes secundárias, de
caráter oficial. Para a pesca artesanal, adicionalmente, foram realizados levantamentos
diretos junto aos pescadores que atuam na área em estudo, colimando informações sobre o
esforço pesqueiro local (frota, técnicas e petrechos de pesca utilizados), as espécies
capturadas e respectivas rotas de pesca, as formas de organização e representação de
classe, bem como relativas ao defeso e áreas de exclusão. Cabe relatar que não se teve
acesso a algumas importantes informações - tais como o quantitativo pesqueiro oriundos de
levantamento censitário realizado pela Secretaria de Pesca do Estado como do Município de
Maricá. Para Saquarema não foram identificados estudos ou informações da atividade
pesqueira artesanal ou qualquer outro tipo de informação voltada à gestão da pesca realizada
no município. A exposição sobre a atividade pesqueira na AID, subdividida em itens relativos
à pesca artesanal e industrial.

a) Pesca Artesanal
Por meio de entrevistas e aplicação de questionários junto à amostra representativa de
pescadores, foram levantadas, e na sequencia sistematizadas, informações sobre a atividade
pesqueira artesanal, incluindo itens relativos ao esforço pesqueiro, captura e desembarque
por espécies e renda auferida. Os pescadores da Associação de Pescadores Artesanais
Ponta Negra foram reunidos no Canal da Ponta Negra pelo Presidente da Associação, Sr.
Wanderly Costa, onde foram realizadas ou agendadas as entrevistas. Em Saquarema, o
Presidente da Colônia Z-24, Sr. Matheus Alves de Souza Neto, acompanhou as
pesquisadoras aos pontos de desembarque de pescado no entorno das lagoas e reuniu
outros associados na sede da Colônia. Nessas ocasiões os pescadores entrevistados
também foram indagados acerca da percepção ambiental do empreendimento em estudo,
sendo os resultados apresentados em item específico. Foram entrevistados 53 pescadores,
bem como os presidentes das Colônias Z-7 e Z-24 e das associações de pescadores
artesanais de Ponta Negra e Itaipuaçu.

Esforço Pesqueiro:

As entidades representativas de pesca, segundo informações das respectivas lideranças, não


possuem cadastro atualizado do número de pescadores. O quantitativo disponibilizado, e
apresentado no Quadro 9.2-66, refere-se ao número estimado de pescadores artesanais por
entidade.

ARCADIS logos 295


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Quadro 9.2-66 - Pescadores artesanais e embarcações por entidade.

Entidade Associados Amostra

Associação de Pescadores da Ponta Negra 50 24


Colônia Z 07* 756 -
Colônia Z 24* 500 29
Total 1306 53
*os Presidentes das Colônias de Pesca foram entrevistados, entretanto não contabilizados no quadro
acima.

Elaboração: ARCADIS logos.2012.

No que se refere ao tipo de embarcações, o Quadro 9.2-67 apresenta o quantitativo de


embarcações segundo a tipologia, segundo informações dos pescadores artesanais
entrevistados.

Quadro 9.2-67 - Quantitativo de embarcações segundo tipologia.

Tipo de embarcação Total

Barco Compensado Naval 1


Barco de Alumínio 31
Barco de Alumínio/Canoa 2
Barco de Fibra 1
Barco de Madeira 5
Canoa 10
Não Utiliza 3
Total geral 53
Elaboração: ARCADIS logos.2012.

De um modo geral os barcos empregados na pesca artesanal em Maricá e Saquarema são


de pequeno porte, com dimensões que variam entre 6 a 10 metros, com destaque para o
barco de alumínio e para uma quantidade ainda bem significativas de canoas e barcos de
madeira, como pode ser observado no Gráfico 9.2-47 a seguir.

ARCADIS logos 296


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Gráfico 9.2-47 - Tipos de embarcações utilizadas pelos pescadores artesanais. Maricá e


Saquarema, RJ, 2012.

Elaboração: ARCADIS logos.

Fonte: Levantamento de dados primários em campo realizado entre os dias 27 de abril a 02 de maio de
2012.

Quanto à propriedade da embarcação, 72% dos entrevistados disseram ter a posse da


embarcação, sendo que os restantes alugam barcos ou participam das pescarias em barcos
alheios (ver Gráfico 9.2-48 a seguir).

Gráfico 9.2-48 - Propriedade da embarcação. Maricá e Saquarema, RJ, 2012.

Elaboração: ARCADIS logos

Fonte: Levantamento de dados primários em campo realizado entre os dias 27 de abril a 02 de maio de
2012.
O número de pescadores que atuam por embarcação varia de acordo com o tempo no mar e
a técnica de pesca, comportando de 2 a 6 pescadores por embarcação, dependendo da
localidade, tempo e tipo de pesca que for praticada. Nessas empreitadas as relações de
trabalho são marcadas pela informalidade, observando-se ainda pouco respeito às normas de
segurança e saúde no trabalho, tanto por falta de conhecimento como pela falta de
investimento dos donos das embarcações.

De maneira geral se verifica uma carência generalizada de informações sistematizadas sobre


a situação dos pescadores, indicando os levantamentos de campo a falta de acesso às leis
de proteção ao trabalho e previdenciárias, ou mesmo às normas de segurança e saúde no
trabalho, tanto por falta de conhecimento como pela falta de investimento dos donos das
embarcações.

ARCADIS logos 297


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Outra característica da pesca é a relação que o pescador desenvolve com o tempo, como foi
observado nas diversas entrevistas. Eles se consideram “donos de seu tempo” desde que as
condições climáticas permitam, ou seja, pescam ou vão para o mar nos lugares e nos
horários em que a maré ou as correntezas estão mais brandas. Isso é um fenômeno que diz
respeito à possibilidade de um trabalho diferenciado, com lógicas de produção também
diferenciadas em relação a outras atividades. Observou-se, junto a outros agentes da cadeia
produtiva da pesca, especialmente junto a comerciantes, a dificuldade em compreender essa
diversidade e maleabilidade de horários dos pescadores em seu cotidiano, taxando-os de
“preguiçosos” ou como pessoas “que não gostam de trabalhar”. Certamente, essa
interpretação está ligada a uma pré-noção do que seja o trabalho, a partir de uma visão
simbólica e cultural.

Não obstante, a grande maior parte dos pescadores entrevistados (96%) disse ir ao mar pelo
menos uma vez por dia, sendo que destes, 30% vão ao mar duas vezes ao dia e outros 8%,
três vezes ao dia (ver Gráfico 9.2-49).

Gráfico 9.2-49 - Frequências de idas ao mar pelos pescadores. Maricá e Saquarema, RJ, 2012.

Elaboração: ARCADIS logos

Fonte: Levantamento de dados primários em campo realizado entre os dias 27 de abril a 02 de maio de
2012.
Foram desenvolvidas pelos pescadores, técnicas de captura e soluções semelhantes para
locais e épocas diferentes e, apesar dos avanços tecnológicos, as ferramentas de captura
continuam sendo conceitualmente as mesmas, com poucas exceções. Os materiais das
diversas ferramentas foram sendo substituídos por outros mais resistentes ou mais baratos,
devendo seu desenvolvimento ser observado em conjunto com o das técnicas de captura As
principais artes praticadas são as da tarrafa, espinhel, linha e anzol em Maricá e, rede, curral,
gancheiro, estaque, boinha, tarrafa, linha e espinhel em Saquarema (ver Anexo XXXIV) onde
é apresentado os apetrechos e as técnicas de pesca empregada).

Em ambos os municípios da AID não foi observada a presença de infraestruturas de


embarque e desembarque de pescado ou de qualquer outro equipamento de apoio à
atividade de pesca artesanal, como entrepostos, píeres, etc.. Em função dessa carência os
embarques e desembarques do pescado são realizados de maneira improvisada nos locais
indicados no Quadro 9.2-68 a seguir, conforme relatos dos pescadores entrevistados.

ARCADIS logos 298


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Quadro 9.2-68 - Relação dos locais de embarque e desembarque de pescado nos Municípios de
Maricá e Saquarema, 2012.

Locais Município

Recanto de Itaipuaçú (no canal)


Rua Setenta na Praia
Lagoa de Zacarias
Praia e lagoa da Barra de Marica Maricá
Lagoa e praia de Guaratiba
Lagoa de Cordeirinho
Canal de Ponta Negra
Lagoa de Saquarema (em frente a Colônia Z24)
Boqueirão
Barrinha
Barra Nova Saquarema
Bombaça
Barreira
Lagoa do Jaconé
Elaboração: ARCADIS logos

Fonte: Levantamento de dados primários em campo realizado entre os dias 27 de abril a 02 de maio de
2012.

A seguir é apresentado o registro fotográfico da atividade pesqueira em diferentes pontos da


AID.

Foto 9.2-138 - Saída da embarcação pesqueira Foto 9.2-139 - Embarcação avançando para
do Canal da Ponte Preta, Maricá. alto mar.

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

ARCADIS logos 299


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Foto 9.2-141 - Principal atracadouro dos


Foto 9.2-140 - Pescadores no Canal da Ponta
barcos de pesca artesanal na Ponta Negra,
Negra, Maricá/RJ 2012.
Maricá/RJ 2012.
Fonte: ARCADIS logos, 2012.
Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Foto 9.2-142 - Embarcações no Canal da Ponta Foto 9.2-143 - Pescador jogando rede no canal
Negra, Maricá/RJ. da Ponte Preta, Maricá/RJ.

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Foto 9.2-144 - Pescadores na Lagoa de Jaconé, Foto 9.2-145 - Pescador na Lagoa de


Maricá/RJ. Saquarema, Saquarema/RJ.

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

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Foto 9.2-146 - Embarcações no bairro do Foto 9.2-147 - Embarcações no Canal da


Boqueirão, Saquarema/RJ. Ponta Negra, Maricá/RJ.

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Outras atividades e renda dos pescadores:

Quando indagados se possuíam outra atividade rentável além da pesca, a maioria dos
pescadores artesanais entrevistados (64%), respondeu afirmativamente, conforme pode ser
observado no Gráfico 9.2-50, a seguir.

Gráfico 9.2-50 - Atividades desenvolvidas além da pesca pela comunidade pesqueira


entrevistada, Maricá e Saquarema, RJ, 2012.

Elaboração: ARCADIS logos

Fonte: Levantamento de dados primários em campo realizado entre os dias 27 de abril a 02 de maio de
2012.

A aposentadoria é a principal fonte de renda externa à atividade, verificando-se também o


recebimento de aluguel. Entre as atividades desenvolvidas paralelamente á pesca artesanal,
destaca-se fortemente a Construção Civil, sendo extensa, a relação das demais formas de
obtenção de renda, como pode ser observado no Gráfico 9.2-51 a seguir.

ARCADIS logos 301


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Gráfico 9.2-51 - Outras atividades ou fonte de renda além da pesca artesanal.

Fonte: Levantamento de dados primários em campo realizado entre os dias 27 de abril a 02 de maio de
2012. Elaboração: ARCADIS logos.

Não obstante, a atividade pesqueira ainda é a principal fonte de renda da maioria dos
pescadores entrevistados apesar de, segundo eles, não se tratar de uma atividade lucrativa.
Por esse motivo os pescadores artesanais necessitam de “auxílios” como o seguro-defeso,
bem como de migrar para outras atividades para complementar a renda necessária para a
subsistência familiar. Para 96% dos pescadores artesanais entrevistados, a renda mensal
familiar média é de até três salários mínimos, como pode ser observado no Gráfico 9.2-52a
seguir.

Gráfico 9.2-52 - Renda familiar dos pescadores, Maricá e Saquarema, RJ, 2012.

Elaboração: ARCADIS logos

Fonte: Levantamento de dados primários em campo realizado entre os dias 27 de abril a 02 de maio de
2012.

Em resposta à pergunta se era possível viver somente da pesca, apenas aqueles que não
desenvolviam atividades paralelas responderam positivamente (ver Gráfico 9.2-53 a seguir),
devendo-se observar que eles representam uma parcela importante dos pescadores
entrevistados, aproximadamente uma terça parte.

ARCADIS logos 302


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Gráfico 9.2-53 - É possível viver somente da pesca (?).

Elaboração: ARCADIS logos

Fonte: Levantamento de dados primários em campo realizado entre os dias 27 de abril a 02 de maio de
2012.

Produção Pesqueira

De acordo com estudo realizado em 2009 (FAERJ/SEBRAE, 2009), os principais tipos


pescados capturados entre Maricá e Saquarema, são Corvinas, Tainhas, Robalos, Garoupas,
Badejos, Chernes e Camarões42. No presente estudo, considerando os relatos dos
pescadores artesanais, pode-se destacar a Tainha e o Pargo como principais pescados,
seguidos da Corvina e do Camarão. Houve menção também à captura de Anchovas,
Tainhotas, etc., consoante apresentado no Gráfico 9.2-54 a seguir.

Gráfico 9.2-54 - Principais pescados capturados em Maricá e Saquarema, RJ, 2012.

Elaboração: ARCADIS Logos

Fonte: Levantamento de dados primários em campo realizado entre os dias 27 de abril a 02 de maio de
2012.

Não foram localizados dados oficiais relativos ao volume médio do pescado capturado nos
municípios da AID. Essa quantificação, quando existente, geralmente é feita nos locais de

42
Diagnóstico da cadeia produtiva da pesca marítima no Estado do Rio de Janeiro: relatório de pesquisa / organizador Marcelo
Vianna - Rio de Janeiro: FAERJ: SEBRAE-RJ, 2009.

ARCADIS logos 303


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desembarque. No caso em estudo verificou-se tanto a inexistência de infraestruturas de


embarque/desembarque, como de qualquer monitoramento e/ou controle do pescado
desembarcado. Nesse contexto procurou-se obter aproximações quanto ao volume
desembarcado através das entrevistas com líderes das associações e colônias locais de
pescadores. Segundo eles, o volume do pescado é muito variável, atingindo em média de
400 a 800 quilos por dia em alto mar e 150 a 300 quilos nas lagoas. No Quadro 9.2-69 a
seguir, são apresentadas de modo individualizado as estimativas do volume de pescado/dia
segundo os líderes das entidades de classe entrevistados.

Quadro 9.2-69 - Volume de pescado/dia, segundo os líderes das entidades de classe


entrevistados, nos Municípios de Maricá e Saquarema.

Associação/Colônia Volume (estimado) em Mar Volume (estimado) nas


aberto / dia de pescaria lagoas / dia de pescaria

Associação de Pescadores
400 a 500 quilos 300 quilos
Artesanais da Ponta Negra
Colônia Z7 e Associação de
Pescadores Artesanais de 500 a 800 quilos -
Itaipuaçu
Colônia Z24 500 a 700 quilos 150 quilos/dia
Fonte: Levantamento de dados primários em campo realizado entre os dias 27 de abril a 02 de maio de
2012. Elaboração: ARCADIS logos.

As fotos a seguir ilustram alguns dos tipos de pescado encontrado nos municípios de Maricá
e Saquarema.

Foto 9.2-148 - Tainhota. Foto 9.2-149 - Tainhota.

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

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Foto 9.2-150 - Sardinha, Tainhota e Corvina. Foto 9.2-151 - Sardinha.

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Foto 9.2-152 - Corvina. Foto 9.2-153 - Camarão.

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Outra atividade mencionada foi o extrativismo de marisco/mexilhão, realizado nos costões da


Ponta Negra, em Maricá e na Ponta do Canal de Saquarema. Cerca da metade dos
pescadores entrevistados pratica esse tio de coleta, como pode ser observado no Gráfico
9.2-55 a seguir.

ARCADIS logos 305


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Gráfico 9.2-55 - Prática do extrativismo de marisco/mexilhão, Marica e Saquarema, 2012.

Fonte: Levantamento de dados primários em campo realizado entre os dias 27 de abril a 02 de maio de
2012. Elaboração: ARCADIS logos.

Comercialização do pescado

Na Ponta Negra, em Maricá, existe uma peixaria localizada à beira do Canal da Ponta Negra
que é o principal ponto onde os pescadores locais repassam o pescado, recebendo depois da
venda um percentual do preço de venda. Em Saquarema, o pescado advindo da pesca
lacustre é destinado à Cooperativa de Beneficiamento do Pescado e Pescadores de
Saquarema - COBEPPS, que beneficia o pescado e o encaminha para a merenda das
escolas municipais do Município. O pescado proveniente do mar aberto é destinado ao
CEASA do Rio de Janeiro, cabendo salientar que todos os entrevistados que praticam essa
forma de comercialização se referiram ao fato de que a logística de transporte para o Rio de
Janeiro, realizada pelos próprios pescadores, encarece demasiadamente o preço do produto.
Alguns pescadores relataram ainda comercializar diretamente do barco para o público
consumidor, nos pontos de desembarque ao final da tarde ou pela manhã.

A finalidade do pescado e do marisco/mexilhão extraído, conforme depoimento dos


pescadores é a venda, principalmente direta ao consumidor e a atravessadores, como pode
ser observado no Gráfico 9.2-56, a seguir.

ARCADIS logos 306


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Gráfico 9.2-56 - Finalidade principal pescado, segundo os entrevistados. Maricá e Saquarema,


RJ, 2012.

Fonte: Levantamento de dados primários em campo realizado entre os dias 27 de abril a 02 de maio de
2012. Elaboração: ARCADIS logos.

Na sequencia é apresentado registro fotográfico dos principais pontos locais de


comercialização do pescado.

Foto 9.2-154 - Peixaria em Ponte Negra, Maricá. Foto 9.2-155 - Peixaria em Ponte Negra,
Maricá.
Fonte: ARCADIS logos, 2012.
Fonte: ARCADIS logos, 2012.

ARCADIS logos 307


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Foto 9.2-156 - Balança utilizada na COBEPPS, Foto 9.2-157 - Símbolo da COBEPPS, em


em Saquarema. Saquarema.

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Foto 9.2-158 - Instalações da COBEPPS. Foto 9.2-159 - Instalações da COBEPPS.

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

ARCADIS logos 308


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Foto 9.2-160 - Instalações da COBEPPS. Foto 9.2-161 - Instalações da COBEPPS.

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Associativismo

No que diz respeito às formas de organização de classe, sabe-se que as colônias foram as
primeiras instituições representativas dos pescadores e, originalmente, foram lideradas por
pessoas sem vínculos culturais com a pesca, como servidores da Marinha, proprietários
rurais, comerciantes e outros profissionais.

Maricá e Saquarema sediam as Colônias de Pescadores Z-7 e Z-24 (respectivamente),


congregadas na Federação das Colônias de Pescadores do Estado do Rio de Janeiro -
FEPERJ. De âmbito estadual distinguem-se ainda a Federação das Associações dos
Pescadores Artesanais do Estado do Rio de Janeiro - FAPESCA e o Sindicato dos
Pescadores dos Estados do Rio de Janeiro.

A maioria dos pescadores entrevistados é filiada a alguma entidade profissional e, em alguns


casos, a mais de uma. Por esse motivo a contagem do número de pescadores atuantes na
região através dos registros dessas entidades é problemática, pois incorre em elevado
volume de duplas contagens. Adicionalmente verifica-se o agravante de que esses
contingentes de associados não são monitorados e atualizados periodicamente.

Dentre os pescadores que responderam as entrevistas, a maioria está vinculada à Colônia Z-


24 de Saquarema e à Associação de Pescadores de Ponta Negra - ASPESPONE, seguidos
das Colônias Z-7 (Maricá), Z-8 (Niterói) e Z-11 (Ramos), totalizando 2.206 afiliados, conforme
apontado no Gráfico 9.2-57 e no Quadro 9.2-70, a seguir (ver Foto 9.2-162 e Foto 9.2-163).

ARCADIS logos 309


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Gráfico 9.2-57 - Distribuição proporcional dos afiliados a Colônias de Pescadores e


Associações de Pesca.

30

25

20

15

10

0
ASPEPONE COBEPPS Não Z 11 Z 24 Z7 Z8

Total

Fonte: Levantamento de dados primários em campo realizado entre os dias 27 de abril a 02 de maio de
2012. Elaboração: ARCADIS logos.

Quadro 9.2-70 - Número de afiliados às Colônias de Pescadores e às Associações de


Pescadores e similares.

Associações Fundação Número de


Associados

Colônia Z 7 (Itaipuaçu) 1921 756


Colônia Z 11 (Ramos) 1919 1000
Colônia Z 24 (Saquarema) 1936 400
Associação de Pescadores de Ponta Negra (ASPESPONE) 2012 50
COBEPPS - Cooperativa de beneficiamento de pescado de 2009 *
Saquarema
*Não foi possível levantar informações sobre o número de Associados na COBEPPS, segundo
informações do Presidente da Cooperativa não há dados atualizados sobre esse contingente.

Fonte: Ministério da Pesca, FIPERJ e Levantamento de dados primários em campo realizado entre os
dias 27 de abril a 02 de maio de 2012. Elaboração: ARCADIS logos.

ARCADIS logos 310


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Foto 9.2-162 - Sede da Colônia de Pescadores Foto 9.2-163 - Ponto de encontro dos
Artesanais de Saquarema. pescadores da Associação dos Pescadores
Artesanais da Ponta Negra.
Fonte: ARCADIS logos, 2012.
Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Benefícios

Segundo informações da FIPERJ (Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro),


Maricá foi um dos municípios contemplados com a inclusão no Programa de Aquisição de
Alimentos (P.A.A.), desenvolvido em todo o território brasileiro, através do Ministério de
Desenvolvimento Social, órgão executivo do Governo Federal. Esse programa prevê a
compra de parte da produção do pescado através da CONAB - Companhia Nacional de
Abastecimento, para doação a creches e associações comunitárias, gerando renda e
assistência social em um mesmo programa, além de aumentar o consumo do produto no
próprio município.

Ainda segundo técnicos da FIPERJ, Maricá consome apenas 5% do peixe pescado em seu
litoral, e a maior parte é vendida para a Central de Abastecimento (CEASA) e mercados
regionais. Para fazer parte do programa, o pescador deve preencher um DAP - Declaração
de Aptidão ao PRONAF, cadastrando-se como produtor através da Associação de
Pescadores local. Só a partir daí, terá direito a participar do programa, que contempla apenas
os pescadores artesanais.

Um benefício citado pelos pescadores entrevistados é o PRONAF - Programa Nacional de


Fortalecimento da Agricultura Familiar, criado com o objetivo de conceder apoio financeiro ao
pescador. Entre os entrevistados que relataram ter recebido esse benefício, diversos
afirmaram que devido à reduzida produtividade e dos baixos preços pagos pelo pescado - e
da consequente baixa rentabilidade da atividade nos últimos anos, não tiveram condições de
pagar regularmente as parcelas do financiamento, tornando-se inadimplentes. Atualmente,
dentre os pescadores entrevistados, apenas 4% participa do Programa.

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No que se refere ao seguro-defeso43 (Lei 10.779 de 25/11/2003) ou simplesmente “defeso”, a


concessão do benefício está diretamente associada aos períodos em que determinadas
espécies estão mais vulneráveis, o que é estabelecido pelo IBAMA através de instrumentos
legais. O número de parcelas pagas ao beneficiário corresponde ao período de duração do
defeso e para pleitear esse direito o pescador deve estar vinculado a uma entidade de classe
(Associação ou Colônia).

Entre os pescadores artesanais entrevistados, 74%não recebem o beneficio. Entre os


restantes, 11% recebem pelo defeso do mexilhão (período: setembro a dezembro) e 9% pelo
defeso do Guaiamum (período: outubro a março), observando-se ainda recebimentos pelo
defeso do camarão, conforme apontado no Gráfico 9.2-58.

Gráfico 9.2-58 - Pescadores entrevistados que recebem o beneficio do “defeso” em Maricá e


Saquarema (distribuição percentual).

Fonte: Ministério da Pesca, FIPERJ e Levantamento de dados primários em campo realizado entre os
dias 27 de abril a 02 de maio de 2012. Elaboração: ARCADIS logos.

Entre os benefícios concedidos aos pescadores artesanais, assume ainda relevo o Seguro
Desemprego. Os critérios para sua concessão aos pescadores artesanais foram
estabelecidos pela Resolução CODEFAT 468 (21/12/2005), e são listados a seguir:

 ter registro como pescador profissional devidamente atualizado no Registro Geral da


Pesca - RGP, classificado na categoria artesanal, emitido pela Secretaria Especial de
Aquicultura e Pesca da Presidência da República, com antecedência mínima de um ano
da data do início do defeso;
 quando o pescador profissional que opera, com auxilio de embarcação, na captura de
espécies Marinhas, apresentar cópia do Certificado de Registro da Embarcação, emitido
pela SEAP/PR, comprovando que a permissão de pesca concedida é direcionada para a
captura da espécie objeto do defeso;
 possuir inscrição no Instituto Nacional do Seguro Social - INSS como segurado especial;

43
O período de proibição da pesca, vulgarmente, conhecido como “defeso”, tem como objetivo proteger parte selecionada de um
estoque de grupos de espécies ou de uma dada espécie que se encontra em um período vulnerável de seu ciclo de vida, ou
seja, normalmente, quando estudos ou observações evidenciam ocorrer o pico de desova ou de recrutamento. Recrutamento é o
nome dado ao período em que os descendentes juvenis de uma espécie se juntam aos adultos, agregando-se à biomassa
reprodutiva, e passam a contribuir com a reposição dos estoques (FIPERJ, 2011).

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 possuir comprovação de venda do pescado a adquirente pessoa jurídica ou cooperativa,


no período correspondente aos últimos doze meses que antecederam ao início do
defeso;
 não estar em gozo de nenhum benefício de prestação continuada da Previdência Social,
ou da Assistência Social exceto auxílio-acidente e pensão por morte;
 comprovar o exercício profissional da atividade de pesca artesanal objeto do defeso e
que se dedicou à pesca, em caráter ininterrupto, durante o período compreendido entre o
defeso anterior e o em curso;
 não ter vínculo de emprego ou outra relação de trabalho, tampouco outra fonte de renda
diversa da decorrente da atividade pesqueira.

A exigência da Permissão de Pesca vem sendo alvo de críticas, pois sem este documento o
seguro-defeso não é repassado para o pescador artesanal. A maioria das embarcações
atualmente empregadas pela pesca artesanal não tem este documento. Isto se deve ao
desconhecimento da necessidade de renovação anual do mesmo, pelo elevado custo de sua
renovação (para as condições financeiras de algumas pescarias), ou pela construção ilegal
de embarcações, um reflexo claro da grande falta de fiscalização sobre o setor. Sabe-se que
existem casos como a permuta das licenças, consistindo na transferência das licenças de
embarcações inoperantes para as que estão ativas (FAPERJ e SEBRAE, 2009).

Principais reivindicações e problemas

As reivindicações mais citadas pelos pescadores foram: desassoreamento do canal e


melhoria do acesso ao mar, regularização trabalhista, assistência e desenvolvimento social, e
defesa do meio ambiente e proteção da fauna aquática (ver Gráfico 9.2-59 a seguir), onde se
destaca que a maior parte dos entrevistados optou por não saber a resposta.

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Gráfico 9.2-59 - Principais reivindicações dos pescadores artesanais de Maricá e Saquarema.

1. Regularização Trabalhista

2. Assistência/Desenvolvimento
Social
5. Defesa do Meio Ambiente e
Proteção Animal
6. Outra/ Quebra-mar/
Desassoreamento do Canal
6. Outra/Desassoriamento do
canal
6. Outra/Melhoria do acesso ao
mar (canal)
7. Não Sabe

Fonte: Levantamento de dados primários em campo realizado entre os dias 27 de abril a 02 de maio de
2012. Elaboração: ARCADIS logos.

Entre as críticas explicitadas, as mais constantes foram relativas à falta de apoio e incentivo
por parte dos órgãos responsáveis (pesca) e administrações municipais, que deveriam
investir na infraestrutura com a construção de entrepostos para barcos, píeres e demais
estruturas necessárias para a atividade. Entre estas, destacam (i) a ausência de instalações
para guarda e manutenção/reparo dos barcos, que com a ação do clima, acabam se
deteriorando, (ii) a falta de postos de venda para que possam armazenar, limpar e pesar os
peixes, respeitando assim as medidas legais para a venda e, (iii) o assoreamento das lagoas
e, principalmente, dos canais de acesso ao mar que é considerado como forte obstáculo ao
desenvolvimento da pesca artesanal.

Entre os principais problemas apontados pelos pescadores artesanais, destaca-se o da


concorrência da pesca industrial. De acordo como os relatos, a pesca industrial é realizada
como uso de barcos grandes (mais de 20 metros), provenientes de Niterói, Cabo Frio, Arraial
do Cabo e que lançam grandes redes de arrasto. Com isso capturam grandes quantidades de
pescado, matam os peixes menores e ainda causando prejuízos nas redes de cerco44. Os
entrevistados afirmaram que não existe fiscalização efetiva por parte dos órgãos
competentes, e que as embarcações de pesca industrial que não respeitam o período de
defeso das espécies, apresentado no Anexo XXXV, não são punidas e muitas espécies

44Tipo de aparelho para pescar que cerca o cardume de peixes.

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continuam ameaçadas e quase não são mais encontradas. Observam nesse sentido que a
pesca industrial não apenas captura os peixes adultos, como também elimina os filhotes. A
existência dessa situação é confirmada por levantamento da Fundação Instituto da Pesca do
Estado do Rio de Janeiro - FIPERJ (2012), segundo o qual o pescado teria diminuído em
função das traineiras que atuam na sobrepesca45 na região.

Essa competição faz com que diversos pescadores artesanais procurem, ainda que a revelia,
outros serviços (construção civil, pintores, vigias, etc.) a fim de complementar a renda
familiar. O motivo, segundo relatado nas entrevistas realizadas, é a “dificuldade em encontrar
o pescado”, pois a região foi tradicionalmente piscosa, observando-se a esse respeito que é
conhecido o fato de que no litoral do estado do Rio de Janeiro ocorre o único fenômeno de
ressurgência costeira, junto a Cabo Frio, fenômeno esse que enriquece com nutrientes a
água superficial, propiciando o aumento na produção de peixes. Adicionalmente, a
característica da costa entrecortada por diversas lagoas costeiras, promove o
estabelecimento de criadouros naturais para peixes e camarões, como identificado em
Araruama, Saquarema e Maricá.

Rotas de pesca

Por ocasião das entrevistas realizadas nas colônias e associações de pescadores uma das
questões trabalhadas foi a caracterização das atuais áreas e rotas preferenciais de pesca.
Para tanto tomou-se por base a Carta Náutica (nº 23000 do Cabo de São Tomé ao Rio de
Janeiro) com a localização do Projeto do Terminal Ponta Negra tendo-se solicitado aos
líderes das entidades e aos pescadores entrevistados que desenhassem as possíveis rotas e
áreas de pesca (ver Quadro 9.2-71 e Mapa 9.1.3-10 a seguir).

Quadro 9.2-71 - Principais áreas de pesca.

Associações Áreas de Pesca

Associação de Pescadores Artesanais da Partindo do Canal da Ponta Negra, à direita até a Ilha de
Ponta Negra. Maricá e à esquerda em direção a Saquarema em mar
aberto e nas lagoas de Guarapiné e Jaconé
Colônia Z-7 e Associação de Pescadores Em até 70 metros de profundidade, da Ponta Negra até a
Artesanais de Itaipuaçu. Boca da Barra em mar aberto e no sistema lagunar de
Maricá.
Colônia Z-24. Da saída do canal da Lagoa de Saquarema à direita até a
Ilha de Maricá e a esquerda em direção a Cabo Frio em
mar aberto e nas lagoas que compõem o sistema lagunas
de Saquarema e Araruama.
Fonte: Levantamento de dados primários em campo realizado entre os dias 27 de abril a 02 de maio de
2012. Elaboração: ARCADIS logos.

45 Sobrepesca é a situação em que a atividade pesqueira duma espécie ou numa região deixa de ser sustentável, ou seja, quanto mais esforço de pesca se utilizar, menores serão os rendimentos, seja do

ponto de vista biológico, seja econômico.

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Mapa 9.1.3-10 - Áreas de Pesca e Possíveis Rotas de Pesca.

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VERSO

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Com base nessas informações é possível observar que a atividade de pesca concentra-se no
entorno da Ilha de Maricá e, em alto mar, desde a Boca da Barra até Cabo Frio. Ademais a
pesca artesanal desenvolve intensa atividade nas lagoas de Maricá, Jaconé, Barra,
Guarapiné e Saquarema.

Áreas de exclusão à pesca

As áreas de exclusão caracterizam-se por serem regiões ou locais com restrição total ou
parcial à atividade pesqueira no ambiente costeiro-marinho ou oceânico. Nelas o manejo
adota o enfoque ecossistêmico e não voltado à determinada espécie: as pescarias e demais
atividades desenvolvidas são tratadas de forma integrada ao meio. Desse modo
considerando as relações intrínsecas dos ecossistemas como as áreas de berçários, as
trocas de matéria e energia entre os sistemas costeiro e oceânico que condicionam os
processos de migrações reprodutivas sazonais, exportação e importação de ovos, larvas, a
proteção da diversidade de organismos , processos responsáveis pela manutenção do
equilíbrio ecossistêmico. Desse modo, além de garantir e aumentar o rendimento pesqueiro,
contribuem para potencializar outras atividades econômicas, dentre as quais, o turismo
(IBAMA, 2011).

Nos municípios da AID estão atualmente vigentes diversas áreas de exclusão à pesca, que
são apresentadas na Quadro 9.2-72 a seguir, segundo modalidade e localização. No Mapa
9.1.3-11 é apresentada sua localização.

Quadro 9.2-72 - Área de exclusão e/ou restrição, por técnica de pesca, na região sul do Estado
do Rio de Janeiro.

Localização Norma

Todas

Lagoa de Saquarema, em cima das pontes do Centro da cidade e do


Portaria n° 41 de 30/5/1996
Giraú

Lagoa de Araruama, nos Canais de Comunicação e Fluxo de Maré Portaria n° 110 de 24/9/1997

Emalhe

Até 200m da Praia de Saquarema Portaria n° 41 de 30/5/1996

Lagoa de Araruama Portaria n° 110 de 24/9/1997

Artes Fixas e Flutuantes

Lagoa de Saquarema Portaria n° 41 de 30/5/1996

Arrasto

Lagoa de Saquarema Portaria n° 41 de 30/5/1996

Lagoa de Araruama Portaria nº 110 de 24/9/1997

Cerco

Lagoa de Araruama Portaria n° 110 de 24/9/1997

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Localização Norma

Armadilha

Lagoa de Saquarema Portaria n° 41 de 30/5/1996

Subaquáticas

Lagoa de Saquarema Portaria n° 41 de 30/5/1996

Pesca da Tainha

Durante a Temporada: Embarcação com Arqueação Bruta > 10 TAB:


menos de 5 milhas da costa; Embarcação com Arqueação Bruta > 4
TAB: a menos de 3 milhas da costa Instrução Normativa nº 171
de 9 de maio de 2008
Período de 15/3 a 15/8: Todas as modalidades de petrechos, exceto
tarrafa: nas desembocaduras estuarino-lagunares
Fonte: IBAMA, 2011 (www.Ibama.gov.br/recursos-pesqueiros/areas-tematicas/areas-de-exclusão)
OBS: Para Definição da área de restrição foram utilizadas as Linhas de Base Retas, conforme
coordenadas geográficas informadas no Decreto N° 4.983, de 10 de Fevereiro de 2004. Elaboração:
ARCADIS logos.

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Mapa 9.1.3-11 - Área de exclusão e/ou restrição, por técnica de pesca, na região Centro
Norte/RJ.

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VERSO

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Nas entrevistas a campo, realizadas com as Associações e Colônias de Pesca houve a


preocupação de se tentar desenhar as possíveis áreas e rotas de pesca, tendo como base as
Cartas Náutica 23000 (Marinha, 2009) (ver Anexo XXXVI). Nesta ocasião os líderes das
Associações e Colônia de Pesca, bem como os pescadores artesanais entrevistados,
puderam desenhar as possíveis rotas e áreas de pesca (Mapa 9.1.3-10).

b) Pesca industrial
A frota pesqueira considerada industrial, ou empresarial, é composta de subfrotas
especializadas que atuam na explotação de determinados grupos de recursos pesqueiros
formados por uma ou mais espécies afins. Essa frota atua tanto sobre os recursos costeiros
(camarões, lagostas, piramutaba, sardinha, etc.), quanto sobre os recursos considerados
oceânicos, tais como os atuns e afins, peixe sapo, além de outras (Ministério da Pesca e
Aquicultura, 2011). Nessa atividade as embarcações, de mais de 16 metros, possuem uma
maior autonomia e são capazes de operar em áreas mais distantes da costa. Um fator que a
distingue da pesca artesanal é o seu grau de mecanização, além de motores a diesel com
uma potência mais elevada, equipamentos eletrônicos de navegação e detecção (radares e
sonares).

No ano de 2.010 a pesca industrial foi responsável, por cerca de 75% da produção pesqueira
do Estado do Rio de Janeiro, de acordo com as estatísticas disponibilizadas pelos órgãos
oficiais, Ministério da Pesca, SEAP e IBAMA. Como pode ser observado na Tabela 9.1.3-38
na sequencia, a Sardinha (verdadeira, boca-torta e lage) é a principal espécie capturada
(41% do montante desembarcado entre 2002 e 2006), sendo empregada a técnica de cerco.
Apresentam ainda destaque a Cavalinha e o Xerelete (também capturados com a técnica de
cerco), assim como o Bonito-listado, a Corvina, o Albacora-lage e o Peixe Sapo.

Tabela 9.1.3-38 - Principais categorias de pescado desembarcado pelas frotas industriais no


Estado do Rio de Janeiro, no período de 2002 e 2006.

Categoria do Pescado 2002 (ton.) 2006 (ton.) (%) Aparelho de pesca

Sardinha verdadeira 4089 10417 26% Cerco


Sardinha boca-torta 8111 6113 12% Cerco
Bonito-listado 4614 5598 10% Vara e isca-viva
Corvina 2360 2882 5% Arrasto, emalhe, cerco
Cavalinha 3062 2484 5% Cerco
Xerelete 1903 2052 4% Cerco
Albacora-lage 1403 2004 4% Vara e isca-viva, espinhel
Sardinha-lage 1402 1467 3% Cerco
Peixe-sapo 1268 1271 3% Arrasto, emalhe
Galo 770 1114 2% Cerco, arrasto
Dourado 634 1403 2% Espinhel de superfície
Pargo-rosa 709 786 1% Arrasto, espinhe e linhas de
fundo, armadilha

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Categoria do Pescado 2002 (ton.) 2006 (ton.) (%) Aparelho de pesca

Trilha 621 711 1% Arrasto


Enchova 614 628 1% Cerco, linha e anzol, emalhe
Savelha 510 535 1% Cerco
Camarão-rosa 174 209 0% Arrasto
Mistura 1263 1353 3% -
Outras espécies 7249 8937 18%
Total industrial 40753 49961
Total estadual 56.699 66.939
Fonte: Diagnóstico da Cadeia Produtiva da Pesca Marítima no Estado do Rio de Janeiro - Relatório de
Pesquisa, FAPERJ e SEBRAE, 2009. Elaboração: ARCADIS logos, 2011.

Não são disponíveis dados que permitam estabelecer uma relação entre a produção da
pesca industrial e a área em estudo, pois esta se realiza em mar aberto e os municípios da
AID não dispõem de pontos de apoio que pudessem ser utilizados por navios que praticam a
pesca oceânica.

Cabe salientar que a pesca industrial foi uma atividade muito mencionada por pescadores e
representantes de associações e colônias de pescadores, sendo que 89% dos pescadores
entrevistados disseram que a pesca industrial é intensamente atuante na região. De acordo
com o observado em campo, a maior parte dos barcos de pesca industrial é proveniente de
municípios cariocas tais como Agra dos Reis, Niterói e São Gonçalo, além de outros Estados,
como Santa Catarina (Itajaí) e Espírito Santo (Vitória).

Gráfico 9.2-60 - Presença constante de embarcações de pesca industrial nos municípios da AID

Fonte: Levantamento de dados primários em campo realizado entre os dias 27 de abril a 02 de maio de
2012. Elaboração: ARCADIS logos.

Na atividade industrial, as embarcações de mais de 16 metros possuem uma maior


autonomia e são capazes de operar em áreas mais distantes da costa. Um fator que a
distingue da pesca artesanal é o seu grau de mecanização, além de motores a diesel com
uma potência mais elevada, a pesca industrial possui equipamentos eletrônicos de
navegação e detecção (radares e sonares) assim como câmara para a conservação do
pescado/congelamento e petrechos diferenciados que facilitam a captura de um volume
grande de pescado.

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c) Síntese
As técnicas artesanais de pesca - geralmente não proporcionam muitos ganhos no mercado,
pois em sua maioria são rudimentares para os padrões de modernidade dos barcos
pesqueiros atuais. Enquanto processo de trabalho, a pesca artesanal encontra-se em
contraste com a pesca industrial por ter características bastante diversificadas, tanto em
relação ao hábitat e estoques pesqueiros que exploram, quanto à técnica de pesca que
utilizam. Essa atividade atua nas capturas com o objetivo comercial, associado à obtenção de
alimento para as famílias dos participantes, com o concurso predominante do trabalho
familiar, ou do grupo de vizinhança. Tem como fundamento o fato de que os produtores são
proprietários de seus meios de produção (redes, anzóis etc.). A embarcação da pesca
artesanal, não é exclusivamente um meio de produção, mas, também, de deslocamento. O
proprietário da embarcação é, normalmente, um dos pescadores que participa, como os
demais, de toda a faina de pesca. Porém, é também significativa a interferência de
intermediários, o que, na maioria dos casos, resulta na apropriação, pelos mesmos, de
grande parte da renda dos pescadores.

G) Percepção Ambiental na AID


A questão ambiental, nos vários segmentos da sociedade brasileira, vem se tornando cada
vez mais constante e prioritário. O tema foi introduzido gradativamente nas escolas e na
mídia, mas não se tem uma dimensão do quanto as informações transmitidas são
apreendidas e de como são processadas pelos indivíduos, no local onde vivem e/ou além
dele. Desse modo, pesquisas relacionadas ao meio ambiente, voltadas a traçar um perfil da
percepção sobre essa questão são importantes, notadamente quando se analisam os
impactos relativos à implantação de um empreendimento: identificar o nível de informação
das pessoas sobre projetos em fase de planejamento, avaliar expectativas, receios,
posicionamentos quanto à oportunidade ou necessidade, etc.. Dessa forma, o objetivo da
pesquisa realizada e cujos resultados são apresentados na sequencia, foi o de procurar
identificar parâmetros de entendimento da percepção da população residente e/ou
frequentadora do local, por meio de uma amostragem qualitativa, representativa dos
principais segmentos envolvidos.

a) Metodologia
A pesquisa sobre percepção ambiental da população foi realizada no Município de Maricá,
nos domicílios particulares permanentes46 e domicílios particulares permanentes de uso
ocasional47 localizadas nos setores censitários do entorno da área prevista para a
implantação do Terminal Ponta Negra - TPN, bem como junto aos pescadores artesanais
vinculados à Associação de Pescadores Artesanais de Ponta Negra e Colônia Z24.

Como forma de subsidiar o levantamento qualitativo de Percepção Ambiental foram


elaborados roteiros semiestruturados para cada público alvo. Para os moradores da
localidade buscou-se conhecer suas opiniões sobre as condições ambientais locais, bem

46 Domicílio particular permanente: É o domicílio que foi construído a fim de servir exclusivamente para habitação e, na data de referência, tinha a finalidade de servir de

moradia a uma ou mais pessoas. (IBGE)

47 Domicílio particular permanente de uso ocasional: É o domicílio particular permanente que servia ocasionalmente de moradia na data de referência, ou seja, era o

domicilio usado para descanso de fins de semana, férias ou outro fim, mesmo que, na data de referência, seus ocupantes ocasionais estivessem presentes.

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como acerca do empreendimento. O roteiro foi dividido em cinco blocos, a saber: (I) Dados
Pessoais, (II) Infraestrutura Local - Residência, (III) Terminal Portuário Ponta Negra, (IV) Meio
Ambiente e (V) Organização Social (ver Anexo XXXIII). Já o roteiro destinado à população
veranista, foi dividido em dois blocos, a saber: (I) Dados Pessoais e (II) Percepção ambiental
do Terminal Portuário Ponta Negra. A percepção dos pescadores foi levantada através de
instrumento de caracterização da pesca artesanal anteriormente apresentada no item 7.4.3.2
- Caracterização da Atividade Pesqueira, do presente estudo.

Por meio da sistematização dos dados coletados foi construído um painel com o registro das
manifestações dos entrevistados acerca das condições ambientais atuais, das possíveis
vantagens e desvantagens do TPN e das potenciais ações a serem desenvolvidas, bem
como de seu grau de informação e principais dúvidas.

As entrevistas foram realizadas no período de 27 de abril a 02 de maio de 2012 e aplicadas


por uma equipe multidisciplinar, previamente capacitada de maneira a assegurar a
fidedignidade das informações coletadas junto a uma amostra selecionada utilizando critérios
qualitativos não probabilísticos. Para a locação espacial da amostra foi considerada a
especificidade local de uma significativa segregação espacial entre moradores locais e
veranistas.

Conforme observado na abordagem demográfica da AID, nela estão sediados 1,83% do total
de domicílios do estado do Rio de Janeiro, sendo que essa proporção se eleva para 8,99%
no que se refere a domicílios de uso ocasional (residências secundárias) marcando uma forte
especialização local. Internamente à AID, apenas 58,7% dos domicílios são de ocupação
permanente, contra 30,7% de uso ocupacional e outros 11,7% vazios. Nos setores
censitários do entorno do local previsto para implantação do TPN, que abrange o núcleo
urbano do distrito de Ponta Negra e seus prolongamentos, a especialização em loteamentos
para residências secundárias é ainda mais intensa, como pode ser observado no Quadro
7.4.3/1 a seguir. Esses setores censitários sediam 12,3% do total de residências do Município
de Maricá e mais de 29% daqueles de uso ocupacional, de forma que 62,1% desses
domicílios são de segunda residência.

Quadro 9.2-73 - Domicílios Particulares Permanentes por Tipo de Uso, 2010 .

Ocupados De Uso Ocasional Vagos


Total de
Localidade
Domicílios
Absoluto % Absoluto % Absoluto %

Setores
Censitários do
Entorno 8.264 2.588 31,3 5.133 62,1 543 6,6
Entorno/Maricá 12,28% 6,05% 29,23% 7,82%
Fonte: Censo 2010, IBGE. Elaboração: ARCADIS logos. 2012.

Considerando-se os setores censitários individualmente, observa-se que aqueles lindeiros ao


litoral e à margem das lagoas - à exceção do núcleo urbano central do distrito, apresentam
proporções de segundas residências frequentemente superiores a 70%, enquanto as maiores
concentrações de moradores locais estão localizadas nas áreas mais periféricas do entorno e
afastadas da faixa litorânea. Desse modo a locação da amostra considerou essa distribuição,

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podendo-se observar Mapa 9.1.3-9 a seguir, os locais onde foram realizadas as entrevistas
qualitativas de percepção ambiental e, no Gráfico 9.2-61 a sua frequência.

A sistematização e análise das informações levantadas contribuíram para apontar


ações/projetos e conteúdos a serem desenvolvidos no que se refere aos programas de
mitigação ambiental do Projeto do TPN, bem como no que se refere a temas a serem
tratados pelas atividades de comunicação social. A análise apresentada na sequencia trata
separadamente os principais grupos componentes do público alvo, iniciando por aqueles que
residem permanentemente no entorno do local escolhido para instalação do TPN.

Gráfico 9.2-61 - Percentual das entrevistas por localidade, Maricá, 2012.

Fonte: Levantamento de dados primários em campo realizado entre os dias 27 de abril a 02 de maio de
2012. Elaboração: ARCADIS logos. 2012.

b) População Permanente
Para a população local com residência permanente foi realizado um total de 50 entrevistas,
onde se buscou um equilíbrio segundo gênero e variância etária como pode ser observado
nos Gráfico 9.2-61 e no Gráfico 9.2-62 a seguir.

ARCADIS logos 327


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Gráfico 9.2-62 - Percentual de homens e mulheres entrevistados.

Feminino
48%
52% Masculino

Fonte: Levantamento de dados primários em campo realizado entre os dias 27 de abril a 02 de maio de
2012. Elaboração: ARCADIS logos. 2012.

Gráfico 9.2-63 - Faixa etária dos entrevistados.

25

20

15
Total
10

0
13 a 18 19 a 29 30 a 39 40 a 49 50 anos ou
anos anos anos anos mais

Fonte: Levantamento de dados primários em campo realizado entre os dias 27 de abril a 02 de maio de
2012. Elaboração: ARCADIS logos. 2012.

Em sua maioria os entrevistados revelaram como profissão a de dona de casa (“do lar”),
seguido por prestadores de serviços domésticos e comerciantes. As profissões de pedreiro e
professor também apresentam frequências mais significativas, conforme pode ser observado
no Gráfico 9.2-64.

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Gráfico 9.2-64 - Profissão dos residentes locais entrevistados.

Fonte: Levantamento de dados primários em campo realizado entre os dias 27 de abril a 02 de maio de
2012. Elaboração: ARCADIS logos. 2012.

No que se refere aos serviços básicos domiciliares a situação é semelhante à da média


municipal. A modalidade de abastecimento de água altamente predominante é através de
poços. Houve ainda menção numericamente significativa para abastecimento através de rede
pública e carros pipa. Quanto ao esgotamento sanitário, a grande maioria dos domicílios
utiliza fossa séptica, conforme apresentado no Gráfico 9.2-65 e no Gráfico 9.2-66 a seguir.

Gráfico 9.2-65 - Formas de abastecimento de água dos domicílios entrevistados.

Fonte: Levantamento de dados primários em campo realizado entre os dias 27 de abril a 02 de maio de
2012. Elaboração: ARCADIS logos. 2012.

ARCADIS logos 329


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Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Gráfico 9.2-66 - Formas de esgotamento sanitário dos domicílios entrevistados.

Fonte: Levantamento de dados primários em campo realizado entre os dias 27 de abril a 02 de maio de
2012. Elaboração: ARCADIS logos. 2012.

A falta de saneamento básico se caracteriza como um grande problema enfrentado pela


população residente entrevistada. Eles responsabilizam o Poder Público pelo descaso. A
maioria das residências utiliza poços e fossas sépticas e, por falta de informação e de
orientação, grande parte dos moradores construiu os poços próximos às fossas, com elevado
risco de tornar a água consumida imprópria. Ademais, a maioria dos entrevistados considera
que o município é um local tranquilo e seguro para morar.

Em relação ao projeto em estudo, 44% dos entrevistados já ouviu falar do TPN, entretanto,
com poucas informações oficiais sobre o assunto. Acreditam que a instalação do terminal
poderá gerar empregos e desenvolvimento na região, mas em contrapartida acabará com a
tranquilidade local. Acreditam, quanto a esse aspecto, que com a chegada do “porto” haverá
maior número de pessoas de fora, podendo gerar aumento da violência, criminalidade e
sobrecarga nos equipamentos públicos já deficitários, tais como saúde e transporte. Muitos
citaram o exemplo de Macaé, que teria sido um local calmo e hoje em dia apresenta índices
de violência altos.

Quando indagados se acreditavam que o TPN poderia causar danos ambientais ao meio e à
população do município, disseram que sim: 44% ao primeiro caso e 42% ao segundo,
consoante apontam o Gráfico 9.2-67 e o Gráfico 9.2-68 a seguir.

ARCADIS logos 330


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Gráfico 9.2-67 - Percentual de respostas - T.P.N. pode gerar dano ambiental?

Fonte: Levantamento de dados primários em campo realizado entre os dias 27 de abril a 02 de maio de
2012. Elaboração: ARCADIS logos. 2012.

Gráfico 9.2-68 - Percentual de respostas - T.P.N. pode gerar dano à população?

Fonte: Levantamento de dados primários em campo realizado entre os dias 27 de abril a 02 de maio de
2012. Elaboração: ARCADIS logos. 2012.

Em resumo pode-se concluir que a população residente tem muitas expectativas com relação
ao projeto do TPN. Acreditam que sua instalação poderá trazer desenvolvimento regional,
oportunidade de emprego. Entretanto, temem que o município seja onerado em seus
equipamentos públicos com o advento da migração de mão de obra, trazendo assim também
o aumento da violência e criminalidade.

ARCADIS logos 331


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c) População Veranista
No que diz respeito à população veranista, os bairros onde se focou o esforço de campo
foram os da Ponta Negra e Jaconé, tendo-se identificado que a grande maioria dos
entrevistados tem a primeira residência no Município do Rio de Janeiro, seguido de São
Gonçalo, Niterói e Mesquita, como mostra o Gráfico 9.2-69 a seguir.

Gráfico 9.2-69 - Procedência da população veranista entrevistada.

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%
Maricá Mesquita Niterói Rio de São Gonçalo
(Itaipuaçu) Janeiro
Total 5% 5% 5% 68% 18%

Fonte: Levantamento de dados primários em campo realizado entre os dias 27 de abril a 02 de maio de
2012. Elaboração: ARCADIS logos. 2012.

No que se refere à escolaridade dos entrevistados, ela é bastante superior à média,


caracterizando um segmento bastante elitizado nesse aspecto: 36% disseram possuir o
ensino médio completo, 27% Superior completo (dentre os quais 9% com pós-graduação) e
23% Superior incompleto, consoante o Gráfico 9.2-70 a seguir. Em relação à ocupação
principal atual, ela é diversificada, destacando-se pela frequência os aposentados,
representantes comerciais (vendedores) e donas de casa (ver Gráfico 9.2-71 a seguir).

Gráfico 9.2-70 - Escolaridade da População veranista entrevistada.

Fonte: Levantamento de dados primários em campo realizado entre os dias 27 de abril a 02 de maio de
2012. Elaboração: ARCADIS logos. 2012.

ARCADIS logos 332


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Gráfico 9.2-71 - Ocupação atual da População veranista entrevistada.

Total
4

1 1 1 2
1 1 3
1 1 1 1 1 1 1 1

Fonte: Levantamento de dados primários em campo realizado entre os dias 27 de abril a 02 de maio de
2012. Elaboração: ARCADIS logos. 2012.

A maioria (77%) dos entrevistados já sabia sobre o projeto de implantação do TPN, tendo
tomado conhecimento através das mídias e pelas informações não oficiais que circulam pela
cidade. Em sua maioria afirmaram carecer de maiores informações/informações fidedignas,
pois não conseguem formar uma opinião sobre o assunto justamente por esse motivo. Com
essa ressalva, acreditam que o Terminal Ponta Negra poderá trazer danos ambientais para a
região. A maioria vê a poluição como principal problema, seguido da possibilidade de
acidentes, favelização e potenciais danos tais como, desmatamento na serra, vazamento de
óleo, grande circulação de navios causando problemas no mar, entre outros, conforme
apresentado no Gráfico 9.2-72 a seguir.

Gráfico 9.2-72 - Potenciais danos ambientais citados nas entrevistas

Fonte: Levantamento de dados primários em campo realizado entre os dias 27 de abril a 02 de maio de
2012. Elaboração: ARCADIS logos. 2012.

ARCADIS logos 333


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Com relação à população residente no Município os veranistas acreditam que o


empreendimento poderá principalmente gerar desenvolvimento e aumentar a oferta de
empregos, fatores que seriam benéficos para a população. Entretanto aspectos como
migração não controlada, aumento do fluxo de pessoas e carros, favelização, foram
mencionados como potenciais ameaças à qualidade de vida dos munícipes (ver Gráfico
9.2-73 a seguir).

Gráfico 9.2-73 - Potenciais consequências à população local na opinião dos veranistas.

Fonte: Levantamento de dados primários em campo realizado entre os dias 27 de abril a 02 de maio de
2012. Elaboração: ARCADIS logos. 2012.

d) Pescadores Artesanais
Durante a realização das entrevistas foi possível perceber por parte dos pescadores
artesanais um sentimento de exclusão do ambiente que sempre entenderam como sendo
deles, e onde acreditavam “viver em harmonia com a natureza”. Citam que com a possível
chegada do empreendimento, as perdas se potencializarão e dizem ainda acreditar que se o
Poder Público e a iniciativa privada se unissem e investissem em melhorias, tanto sociais
quanto trabalhistas, poderiam manter a tradição da pesca artesanal viva.

Entre esses investimentos destacam os cursos profissionalizantes e incentivos na construção


de entrepostos para barcos pesqueiros, especialmente um quebra mar na entrada do Canal
da Ponta Negra, além de instalações para embarque/desembarque, uma vez que são
carentes dessas infraestruturas.

Destaque também para a carência de informações, pois apesar de 89% dos entrevistados
declararem conhecer o Projeto, todos solicitaram informações oficiais mais detalhadas,
conforme demonstrado no Gráfico 9.2-74.

ARCADIS logos 334


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Gráfico 9.2-74 - Percentual de pescadores entrevistados que tinham conhecimento sobre o


empreendimento.

Fonte: Levantamento de dados primários em campo realizado entre os dias 27 de abril a 02 de maio de
2012. Elaboração: ARCADIS logos. 2012.

Após ser questionada quanto ao conhecimento do empreendimento, a maioria dos


pescadores entrevistados declarou não saber responder, ou não considerar/acreditar, que o
empreendimento traga alguma vantagem para eles. Veem que a potencial geração de
empregos poderá ser positiva para a população e trazer desenvolvimento para o município,
embora não tenham clareza de como a mão de obra local será capacitada para tanto. Muitos
apresentaram interesse por cursos de capacitação e treinamentos que deem condições ao
pescador artesanal de ser absorvido pelo empreendimento, dirigindo rebocadores ou
embarcações de insumos, etc.. De outro lado acreditam que o Projeto TPN poderá trazer
poluição das aguas do mar e diminuição do pescado como efeito das intervenções que estão
previstas, tais como dragagens e aumento de área de exclusão de pesca.

As dragagens em especial foram apontadas como forte desvantagem, pois para muitos
pescadores essa atividade faz muito barulho, espanta os peixes, altera o ecossistema e não
deixa espaço disponível para que possam pescar, além de poder causar maior assoreamento
da ponta do Canal.

Uma sugestão bastante reiterada pelos entrevistados foi a de que o empreendedor (assim
como outras empresas que vierem a se instalar na região), além de fornecer cursos de
capacitação, invista, por exemplo, no apoio técnico na área da piscicultura, que seria benéfico
tanto para os pescadores quanto para o próprio empreendedor, uma vez que os produtores
iriam fazer “propaganda da empresa”. A seguir, no Quadro 9.2-74, foram sistematizados os
principais questionamentos e dúvidas, bem como as principais expectativas dos pescadores
artesanais com relação ao empreendimento em estudo.

Quadro 9.2-74 - Questionamentos, dúvidas e expectativas dos pescadores artesanais


entrevistados.

Questionamentos e Dúvidas Expectativas

Como será construído? Vai ser seguro? Vai trazer


Curso para pescadores
benefícios
Impacto que vai causar no meio ambiente? Curso para pescadores/Melhoria nas

ARCADIS logos 335


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Questionamentos e Dúvidas Expectativas


condições da pesca (porto, fábrica de gelo,
local para armazenar o pescado)
Mais clareza quanto ao empreendimento (que falem Cursos de capacitação para atuar na área
abertamente sobre todos os aspectos) marítima do empreendimento
Cursos de capacitação para
O porto vai afetar a área de pesca (área de exclusão)?
Beneficiamento do pescado
Cursos técnicos diversos (serviços e
O que vai acontecer aos pescadores e com a região?
reparações)
Desenvolvimento de indústria (aumento de
O que vão fazer para não prejudicar os pescadores?
empregos)
Onde vão soltar os resíduos? Formação de Cooperativas
Qual o impacto na pesca com um todo? Dragagem do Canal e Abertura da barra
Qual a forma em que será construído? Construção de Quebra-Mar
Qual o objetivo real da construção? Construção de Marina
Qual a vantagem para os pescadores? Porto para pescadores
Vai ter mercado para os pescadores? Escola Técnica
Qual será a relação com o pescador? Fazer o canal de forma correta
Fiscalização das traineiras que estão
Quem vai administrar é qualificado?
prejudicando os pescadores/
Será Público ou privado? Geração de empregos
Qual a previsão do período das obras?
Terá emprego para os pescadores que se interessarem?
Fonte: Levantamento de dados primários em campo realizado entre os dias 27 de abril a 02 de maio de
2012. Elaboração: ARCADIS logos. 2012.

Como síntese dos levantamentos realizados pode-se observar que de um modo geral todos
os públicos abordados - população residente, veranistas e pescadores artesanais, têm
expectativas positivas e negativas quanto ao empreendimento.

Destaca-se entre as expectativas positivas a de geração de emprego, o aproveitamento da


mão de obra local e o desenvolvimento da economia dos municípios. Em decorrência de
potencial aumento dos tributos arrecadados pelas Prefeituras dos municípios afetados, existe
também a expectativa que esses recursos poderão ser orientados para a melhoria das
infraestruturas e serviços urbanos, como saneamento, saúde, transporte e educação.

Entre as expectativas negativas destacam-se: a presença de estranhos na região, o aumento


da violência e criminalidade alterando o cotidiano e as relações de vizinhança dos moradores
locais, o aumento das dificuldades em utilizar as estruturas e serviços do município devido à
elevação da demanda, visto que é provável que um grande contingente de pessoas se
desloque de outras regiões em busca de emprego, como ocorre com a implantação de outros
projetos na região (caso de Macaé). Esse fluxo migratório e seus efeitos associados, como a
alteração nas condições de vulnerabilidade social e de ocupação irregular, bem como a

ARCADIS logos 336


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pressão sobre a infraestrutura básica, os equipamentos e serviços sociais, deve contribuir


para o surgimento de incômodos à população.

A sistematização das opiniões registradas torna evidente a necessidade do estabelecimento


de uma interface direta e contínua com as comunidades afetadas pelo Projeto TPN, o que
pode ser alcançado com o estabelecimento de um dialogo através da implementação de
ações de Comunicação Social, durante todo o processo licenciatório do Projeto Terminal
Ponta Negra - TPN.

A seguir é apresentado o registro fotográfico dos trabalhos de campo realizado em Ponta


Negra e Jaconé, município de Maricá, no período de 27 de abril a 02 de maio:

Foto 9.2-164 - Entrevista com Moradora e Foto 9.2-165 - Entrevista com Moradora e da
comerciante de Jaconé, Maricá. Vila Vital, Maricá.

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Foto 9.2-166 - Entrevista com Pescadores Foto 9.2-167 - Entrevista com Pescador dono
Artesanais da Ponta Negra, Maricá. da “Peixaria da Titia” na Ponta Negra, Maricá.

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

ARCADIS logos 337


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Foto 9.2-168 - Entrevista com Veranistas da Foto 9.2-169 - Entrevista com Pescador
Ponta Negra, Maricá. Artesanal de Saquarema.

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Foto 9.2-170 - Entrevista com Foto 9.2-171 - Entrevista com


Pescador/morador de Ponta Negra, Maricá. Pescador/presidente da Colônia Z24 de
Saquarema.
Fonte: ARCADIS logos, 2012.
Fonte: ARCADIS logos, 2012.

ARCADIS logos 338


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Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Foto 9.2-172 - Entrevista com morador da Foto 9.2-173 - Entrevista com Pescador/da
Vila Benedito, Maricá. Cooperativa de Beneficiamento de Pescado
de Saquarema.
Fonte: ARCADIS logos, 2012.
Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Foto 9.2-174 - Entrevista com Pescador Foto 9.2-175 - Entrevista com Pescador
Artesanal de Saquarema. Artesanal de Itaúna, Saquarema.

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

ARCADIS logos 339


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Foto 9.2-176 - Entrevista com Pescador Foto 9.2-177 - Entrevista moradora do


Artesanal de Itaúna, Saquarema. Bananal, Maricá

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Foto 9.2-178 - Entrevista com Morador de Foto 9.2-179 - Entrevista com Moradora de
Bananal, Maricá. Bananal, Maricá

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

ARCADIS logos 340


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Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Foto 9.2-180 - Entrevista com Veranistas de Foto 9.2-181 - Entrevista com Veranistas de
Jaconé, Maricá. Jaconé, Maricá.

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Foto 9.2-182 - Entrevista com moradores de Foto 9.2-183 - Entrevista com pescador
Ponta Negra, Maricá. artesanal de Ponta Negra, Maricá.

Fonte: ARCADIS logos, 2012. Fonte: ARCADIS logos, 2012.

H) Patrimônio Histórico e Arqueológico na AID

a) Introdução
O Patrimônio Cultural Brasileiro é definido pela Constituição Federal do Brasil de 1988 como:

 Art. 216 - Constitui patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial,
tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação,
à maioria dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se
incluem:
 (...); Parágrafo V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico,
artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.

ARCADIS logos 341


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
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A legislação brasileira assegura a proteção institucional ao patrimônio cultural e tal condição


é reiterada pelo fato de o Brasil ser signatário de uma série de resoluções elaboradas em
convenções internacionais direcionadas à atualização de conceitos, normas e práticas
aplicáveis ao gerenciamento do patrimônio cultural.

O patrimônio arqueológico brasileiro é um bem público sob a tutela da União, reconhecido e


protegido pela legislação, tendo por gestor o IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional.

Entre os instrumentos legais federais que regem a proteção ao patrimônio cultural podem ser
citados os seguintes atos:

 Constituição Federal do Brasil, 1988;


 Decreto-Lei nº 25 de 30/11/1937, que organiza a proteção do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional, e estabelece os primeiros procedimentos para tombamento;
 Lei nº 3.924, de 26/07/1961, que proíbe a destruição ou mutilação, para qualquer fim, da
totalidade ou parte das jazidas arqueológicas, o que é considerado crime contra o
Patrimônio Nacional;
 O Decreto nº 3.551 de 04/08/2000, que institui o Registro de Bens Culturais de Natureza
Imaterial e determina a forma pela qual esses bens devem ser registrados, cabendo ao
IPHAN a supervisão e a reavaliação desses registros. O mesmo decreto cria o Programa
Nacional do Patrimônio Imaterial - PNPI, no âmbito do Ministério da Cultura, visando
implantação de uma política específica de inventário e referenciamento desse patrimônio;
 O Decreto nº 6.040, de 07/02/2007, que institui a Política Nacional de Desenvolvimento
Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais;
 Portaria SPHAN/MinC nº. 07, de 01/12/1988, que normaliza e legaliza as ações de
intervenção junto ao Patrimônio Arqueológico Nacional;
 A Portaria IPHAN/MinC nº. 230, de 17/12/2002, que define o escopo dos estudos
arqueológicos a ser desenvolvidos nas diferentes fases de licenciamento ambiental;
 Portaria IPHAN nº 127, de 30/04/2009, que estabelece a proteção à Paisagem Cultural
Brasileira.

b) Conceituação e metodologia
Este diagnóstico compreende a pesquisa e análise de diferentes aspectos culturais das áreas
de influência do empreendimento, levantados a partir de fontes secundárias e primários.

A coleta de dados para a elaboração dos contextos arqueológico e histórico regional foi
desenvolvida para a Região dos Lagos de forma a abranger a Área de Influência Indireta do
empreendimento.

As informações de abrangência local tiveram como enfoque principal os limites histórico-


administrativos dos municípios de Maricá e Saquarema, que compõem a AID do
empreendimento para o meio socioeconômico.

Tal abrangência se justifica pelo enfoque aqui pretendido, pois neste estudo se busca
caracterizar os diferentes contextos histórico-culturais e socioeconômicos relacionados à

ARCADIS logos 342


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

presença de bens patrimoniais culturais (materiais e imateriais), determinando sua


significância e potencial de ocorrência.

Além disso, se procura associar o contexto ambiental à mobilidade e ocupação humana pré-
colonial, considerando-se que os elementos geoecológicos da paisagem desempenham
papel predominante na avaliação de potencialidade e fragilidade para a ocorrência de bens
arqueológicos.

O Terminal Ponta Negra - TPN foi projetado em uma região que historicamente presenciou
diferentes ciclos econômicos que resultaram em expressivas modificações no ambiente
natural e também nos aspectos socioeconômicos e culturais das populações ali instaladas.

As informações coletadas permitiram que aspectos relevantes do Patrimônio Cultural — que


compreendem elementos importantes para a formação da sociedade atual — fossem
reunidos, dando suporte ao diagnóstico e à avaliação do potencial cultural da área do
empreendimento, com a proposição de medidas que garantam a preservação desses bens.

Na indicação dos procedimentos de pesquisa adotados, considerou-se que o patrimônio


cultural de uma dada região é constituído pelos vestígios remanescentes, representativos dos
processos culturais ou naturais que nela se sucederam, em períodos pré-históricos e
históricos. Apresenta, portanto, ampla abrangência temporal, tornando-se necessário para
caracterizá-lo:

 Identificar os vestígios arqueológicos associados aos antigos assentamentos das


populações que ocuparam o território da área de estudo, desde a pré- história até o
período colonial e pós-colonização europeia;
 Identificar os edifícios e estruturas reconhecidas como de valor histórico tanto pelos
órgãos de proteção ao patrimônio cultural das três esferas do poder executivo público
quanto pelas comunidades locais;
 Identificar os vestígios materiais e imateriais associados às práticas culturais
remanescentes;
 Identificar os bens naturais de valor científico;
 Caracterizar o potencial informativo e de preservação desses vestígios, avaliando sua
importância científica e patrimonial (aspectos públicos, históricos, culturais, etc.);
 Avaliar as fragilidades a que esse patrimônio está sendo submetido (desde sua
deposição ou construção, até a atualidade), seja por fatores de origem natural ou
humana.

Com relação ao potencial arqueológico de uma área, este pode ser definido como a
probabilidade de ocorrência de vestígios culturais materiais que apresentem significância
para um dado contexto. Poderá variar quanto ao contexto histórico e ambiental, como
também em relação aos diferentes padrões de assentamentos humanos.

A caracterização arqueológica e histórico-cultural da região de inserção do Terminal Ponta


Negra - TPN foi baseada em fontes secundárias. Procurou-se levantar os dados relativos à
cultura material e imaterial associadas aos diversos grupos sociais ocupantes da AII, em

ARCADIS logos 343


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

busca dos testemunhos que possam ter subsistido na forma de bens patrimoniais
historicamente relevantes.

Além disso, nessa elaboração, incorporaram-se para a AID pesquisas de campo,


procedendo-se à coleta de informações junto a órgãos públicos, equipamentos culturais e
moradores, bem como à vistoria de campo realizada na área destinada a receber o
empreendimento e seu entorno imediato, de forma oportunística, ou seja, em pontos
determinados considerados de maior potencial para a localização de bens culturais.

Com relação ao patrimônio arqueológico, como as fontes existentes correspondem a


pesquisas localizadas, é preciso ter em mente que certamente existem lacunas no
diagnóstico esboçado, o qual representa uma síntese do conhecimento regional existente e
disponível no momento de pesquisa.

No reconhecimento de campo, os procedimentos metodológicos estiveram focados em:

 Avaliação de elementos naturais, ecológicos e paisagísticos de significância arqueológica


e geológica;
 Levantamento de informações secundárias em âmbito local;
 Prospecção não interventiva, visando à possível detecção de vestígios materiais de
interesse histórico-arqueológico e outras manifestações culturais no interior ou perímetro
imediato à área destinada a receber o empreendimento.

Nesta fase de reconhecimento arqueológico não foi adotado qualquer procedimento de


intervenção no solo ou coleta de materiais. Diferentes métodos foram utilizados para a
elaboração do presente diagnóstico arqueológico:

Levantamento Bibliográfico:

O levantamento bibliográfico foi realizado através da leitura de documentos textuais a


respeito da história e arqueologia da Região dos Lagos e de relatórios de pesquisa
arqueológica associada a empreendimentos próximos à AID deste projeto.

Levantamento bens patrimoniais junto aos órgãos responsáveis:

O levantamento de bens patrimoniais localizados nos municípios componentes da AID do


empreendimento, Maricá e Saquarema, foi realizado junto aos órgãos de proteção ao
patrimônio, a saber: IPHAN (órgão federal), INEPAC (Instituto Estadual do Patrimônio Cultural
- órgão estadual) e Secretarias de Cultura de Maricá e Saquarema.

Também foram consultado o Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos - CNSA/IPHAN e a


Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos - SIGEP.

Entrevistas com moradores locais:

Moradores locais foram procurados para relatar informações sobre o conhecimento de


existência de lugares culturalmente representativos na área de pesquisa.

ARCADIS logos 344


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
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Visita técnica a bens tombados e pontos de relevância histórica, cultural e


geológica da AID:

A partir de referências bibliográficas e informações de conhecimento público geral os bens


tombados e inventariados inseridos na AID foram visitados, assim como alguns locais de
potencial histórico, arqueológico e cultural.

Caminhamento oportunístico na AID:

Porções da AID mais próximas à área para a qual foi planejada a implantação do Terminal
Ponta Negra foram visitadas, com o objetivo de se identificar a presença de possíveis bens
patrimoniais.

Vistoria na área destinada ao empreendimento

Especificamente para a área do projeto, foi realizado caminhamento sistemático nos locais
com melhor acesso e visibilidade do solo, ou seja, levantamento oportunístico de caráter não
interventivo.

O primeiro procedimento tomado com a chegada da equipe em campo, com auxílio de


equipamento GPS, foi o reconhecimento da unidade geográfica diretamente afetada pelo
empreendimento, apoiados por mapas e plantas do relevo fornecidas pelos responsáveis
pelos estudos ambientais e por pontos notáveis, de forma a se referenciar espacialmente de
toda área.

Em seguida, procedeu-se uma vistoria arqueológica na área a ser diretamente afetada


prevista para deposição dos resíduos do empreendimento proposto através de
caminhamentos extensivos e observações oportunísticas naquelas áreas onde era possível a
visualização da superfície do terreno, a fim de tentar identificar a ocorrências de vestígios
materiais arqueológicos aflorados em superfície. Os destaques e as características
ambientais relevantes da área foram devidamente registrados nos diários de campo, ao que
se deram os respectivos registros fotográficos.

Assim, os dados primários, obtidos com as investigações de campo foram fundamentados em


levantamento de informações orais e em caminhamentos extensivos, sem a intervenção de
subsuperfície, substanciando uma abordagem metodológica oportunística, conforme critérios
explícitos de visibilidade e de acessibilidade do terreno (BROCHIER, 2009).

Os levantamentos dos dados primários também foram complementados por informações


fornecidas por moradores da região, através de entrevistas ocasionais, com objetivo de obter
informações acerca do conhecimento da presença de vestígios e bens de interesse nas áreas
de influência do empreendimento e nas regiões próximas.

Também foi efetuado um levantamento nas páginas eletrônicas oficiais das prefeituras
integrantes da AII, em busca de bens não tombados em nenhuma das esferas, mas
identificados localmente como de importância histórica e/ou cultural.

Ressalta-se que essa etapa não esgota a coleta de informações acerca do Patrimônio
Material desta região, apenas aponta uma abordagem inicial que deverá ser aprofundada,
sobretudo no que se refere às áreas de impacto direto do empreendimento.

ARCADIS logos 345


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c) Contexto Arqueológico Regional


A Região dos Lagos possui um alto potencial arqueológico e vem sendo estudada desde a
década de 1930 por pesquisadores brasileiros e estrangeiros de três instituições diferentes:
Instituto de Arqueologia Brasileira (IAB), Instituto Superior de Cultura Brasileira (ISCB) e o
Museu Nacional do Rio de Janeiro. Essas pesquisas apresentaram um contexto de
ocupações humanas intensas desde 7000 anos AP. Dentro de um panorama pré-colonial,
essas pesquisas identificaram três conjuntos ocupacionais que são definidas, em linhas
gerais, como Sambaquieiros (Tradição Macaé e Itaipu), Tradição Una e Tradição Tupiguarani
(ou Tupinambá). Posteriormente, já no período colonial, existem ocorrências de vestígios da
Tradição Neobrasileira (GUIMARÃES, 2007).

Essa região é formada atualmente por três complexos lagunares: Araruama, Saquarema e
Maricá. Pesquisas arqueológicas e ambientais demonstram que haviam outras lagoas e
lagunas de dimensões variadas, mas que secaram conforme as variações do nível do mar.
Essas paleolagoas forneciam recursos alimentares (peixes e gastrópodes) e davam suporte
para as populações sambaquieiras da região. Essa ideia foi atestada na identificação e
escavação de sítios arqueológicos nas margens das paleolagoas, associadas às populações
sambaquieiras (KNEIP 2004; GUIMARÃES 2007). Não obstante, os complexos lagunares e o
bioma que os envolve criaram condições para que populações humanas pretéritas se
estabelecessem na região devida á abundância de recursos e o seu fácil acesso aos
mesmos, permitindo uma variedade de contextos de exploração do meio, bem como na
variabilidade de sua cultura material (BELTRÃO, 1978; KNEIP, 1994, 1997; GASPAR et al,
2004; GUIMARÃES, 2007).

Nos sambaquis da Região dos Lagos, onde são encontrados vestígios de populações pré-
cerâmicas, o material arqueológico foi classificado em duas tradições: Macaé e Itaipu. A
Tradição Macaé é caracterizada por uma grande incidência de lascas e artefatos elaborados
em quartzo, além de uma menor presença de artefatos em ossos faunísticos (MENDONÇA
DE SOUZA e MENDONÇA DE SOUZA, 1981/1982). Esses grupos possuíam uma economia
baseada na coleta de moluscos e os sambaquis estão instalados em distâncias variadas da
costa e em pontos de baixa altitude e a sua formação está correlacionada com o acúmulo de
lixo. Sua ocupação varia entre 7800 anos AP até 3900 anos AP (DIAS Jr.,1969b;
GUIMARÃES, 2007).

Posteriormente, devido às transformações ambientais após o período do Altitermal, esses


grupos mudaram o seu padrão de subsistência e diversificaram a sua economia. Essa
resposta adaptativa pôde ser identificada nos vestígios culturais, sendo assim chamada de
Tradição Itaipu e dividida em fase A e B. É importante salientar que, ao contrário da Tradição
Macaé onde os sambaquis são classificados como lixeiras, os sambaquis da Tradição Itaipu
possuem características habitacionais (GUIMARÃES, 2007; DIAS Jr., 1992).

Fase A: caracterizada por artefatos ósseos como pontas de projéteis, furadores, afiadores,
contas de colares, pingentes e outros utensílios associados às atividades de caça e pesca.
Dentre os artefatos líticos foram identificados seixo pintado, batedor, polidor, raspador, faca,
pingente e adorno feitos em bloco, seixo ou lasca de quartzo ou gnaisse. Não obstante,
também são encontrados artefatos e adornos feitos em conchas, como raspadores, furadores
e pingentes. Esses grupos possuíam uma dieta alimentar baseada no consumo de vegetais e
moluscos, complementados pela caça e pesca. Os sambaquis estão localizados em
manguezais e lagoas paradas ou de pouco movimento em regiões interioranas. A sua

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ocupação varia entre 4260 anos AP e 3010 anos AP (Dias Jr., 1977, 1992; MENDONÇA DE
SOUZA e MENDONÇA DE SOUZA, 1981/1982; MACHADO, 1992).

Fase B: caracterizada por artefatos ósseos, principalmente dentes e vértebras perfurados,


além de conchas perfuradas e de carapaças de Megalobulimus ovatus utilizadas como
raspadores. A indústria lítica caracteriza-se por uma grande quantidade de artefatos lascados
sobre quartzo (hialino, leitoso ou rosa), ocorrendo artefatos planoconvexos, raspadores,
furadores, facas e pontas triangulares, associados a artefatos sobre seixos de diabásico,
gnaisse, lâminas de machado semipolidas, mós e mãos de mó, percutores, quebra cocos e
polidores. Ao contrário da Fase A, esse grupo centrou sua economia na pesca e subsidiada
na coleta de molusco. Os sítios estão localizados em praias abertas, sob dunas estáveis,
próximo à desembocadura das lagoas com o mar. A sua ocupação varia entre 2240 ano AP e
1260 anos AP (DIAS Jr. 1977, 1992; MENDONÇA DE SOUZA & MENDONÇA DE SOUZA
1981/1982; MACHADO 1992).

Após esses 6500 anos de ocupação sambaquieira, o atual território do estado do Rio de
Janeiro testemunha a chegada de grupos ceramistas, associados à Tradição Una, por volta
de 1430 anos AP. Essa tradição cerâmica pode ser encontrada em várias regiões do estado
de Minas Gerais, Goiás, Espírito Santo, Rio de Janeiro e em alguns pontos do Centro-Oeste
brasileiro (PROUS, 1992; MACHADO, 1992). No estado do Rio de Janeiro está localizada no
norte do estado, no baixo e médio rio Paraíba e na região serrana (GUIMARÃES, 2007). Essa
tradição cerâmica é representada no estado por duas fases: Mucuri (presente na região
serrana) e Una (região litorânea). Ou seja, na Região dos Lagos é encontrada somente a
fase Una e esta se estende desde o município de Saquarema até a região de Macaé,
podendo ser encontradas nas camadas mais recentes de alguns sambaquis e em sítios
habitações (GASPAR et al, 2004).

A fase Una ainda não foi objeto de um estudo mais aprofundado, mas escavações realizadas
no sítio Grande do Una (ou Rio Una II) na década de 1960 permitiram uma caracterização
preliminar dos vestígios materiais (GUIMARÃES, 2007). A cerâmica é simples (sem
decoração) e podem ser classificadas em dois tipos: uma com espessura fina e tempero de
areia fina, de coloração enegrecida e com presença de alisamento da superfície; e outra,
mais espessa, de coloração laranja avermelhada e tempero de areia média com grãos
grosseiros. Entre os artefatos cerâmicos foram encontrados três pesos de rede. Quanto à
indústria lítica, o que mais chama a atenção é a tecnologia bipolar em quartzo, presentes em
lascas ultrachatas, lascas agulhas, lascas corticais “gomo de laranja” e núcleos colunares. A
sua ocupação ocorreu entre 890 e 920 anos AP (DIAS Jr., 1969a; GASPAR et al, 2004;
CORDEIRO, 2004; GUIMARÃES, 2007).

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Figura 9.1.3-28 - Peso de rede feita em cerâmica (fase Una). Autoria de: E. Pinheiro.

Fonte: Gaspar et al (2004).

Apesar das escassas pesquisas sobre a fase Una, acredita-se que o seu deslocamento para
o litoral esteja associado às migrações das populações serranas (fase Mucuri), atraídas pela
oferta de recursos de subsistências propiciados pelo litoral (MACHADO, 1995; GUIMARÃES,
2007). Esse trânsito populacional dos grupos ceramistas da Tradição Una estaria ligado à
movimentação de populações falantes do tronco linguístico Macro-Jê, associando a fase Una
aos ancestrais dos Puri e a fase Mucuri aos Goitacás (DIAS Jr. e CARVALHO, 1980; PROUS,
1992), ambos habitantes históricos do estado do Rio de Janeiro (NIMUENDAJÚ, 1981).

Em um período mais tardio, á partir de 1150 anos AP até a chegada dos exploradores
europeus, temos a presença de grupos ceramistas associados à Tradição Tupiguarani,
representado pelos grupos falantes do tronco linguístico Tupi. Conforme Dias Jr.(1977), essa
tradição cerâmica no Rio de Janeiro pode ser classificada em 5 fases distintas: a mais antiga,
Fase Guaratiba (1150 anos AP); Fase Ipuca (750 anos AP); Fase Sernambitiba (570 anos
AP); Fase Itaocara (550 anos AP) e Fase Itabapoana (350 anos AP) (DIAS Jr., 1969b;
SIMÕES, 1972; MENDONÇA DE SOUZA, 1995). Estudos recentes contestam a antiguidade
dessas ocupações da Tradição Tupiguarani demonstrando que ela pode ser muito mais
antiga, recuando 3000 anos AP, através de estudos antracológicos no município de
Araruama (MACÁRIO et al, 2009; BEUCLAIR et al, 2009).

De um modo geral, os principais traços diagnósticos da cultura arqueológica Tupiguarani são


representados pela produção de cerâmica com formas e tamanhos variados, apresentando
decoração plástica (corrugada, ungulada, serrungulada ou incisa) e pintura policrômica com
motivos geométricos (pinturas vermelhas e/ou pretas sobre um fundo branco). O material
lítico apresenta ferramentas elaboradas em pedra lascada e pedra polida. As dimensões
desses sítios podem ser bastante expressivas, de até mais de 20.000 m², porém são mais

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comuns os sítios com áreas de 2.000 a 10.000 m². São caracterizados, ainda, por
apresentarem áreas com manchas de solo antropogênico - manchas pretas, nas quais há
adensamento de vestígios materiais.

Sítios associados ás ocupações da Tradição Tupiguarani foram identificados no Complexo


Lagunar de Saquarema, Complexo Lagunar de Araruama e na planície costeira do rio São
João.

Figura 9.1.3-29 - Contexto cerimonial escavado no sítio Morro Grande em Araruama.

Fonte: Gaspar et al, 2004.

Materiais arqueológicos associados à tradição Tupiguarani foram encontrados tanto em sítios


unicomponenciais como nas camadas superficiais dos sambaquis, podendo ser um correlato
de contato entre as populações sambaquieiras e os recém-chegados tupis, conforme atestam
as datações (BUARQUE, 1999; GASPAR et al, 2004; GUIMARÃES, 2007).Conforme
apresentado no contexto etnohistórico regional, no período colonial os indígenas de
diferentes nações foram aldeados ou levados para as cidades, resultando numa mistura de
elementos que se manifestou na cultura material.

Os vestígios arqueológicos do período que segue após a chegada dos colonizadores


europeus foram classificados por Dias Jr. (1967, 1971) como pertencentes à Tradição
Neobrasileira e no caso do Rio de Janeiro em duas fases: Parati (séculos XVII-XVIII) e
Calundu (século XVII-XIX). Essa cerâmica, que os pesquisadores têm preferido desvincular
dessa tradição arqueológica, denominando-a de cerâmica de produção local ou histórica, é
caracterizada por apresentar pasta constituída por argila e temperos finos. As vasilhas são
confeccionadas pelo sistema roletado, sendo que apresentam roletes finos ou chapados o
que resulta em uma parede de espessura mais fina; a queima é redutora para criar maior
resistência e coloração à peça; a decoração é corrugada, ungulada, escovado ou polida

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estriada; possui decoração incisa (diferente da indígena) em linhas simples e paralelas,


sendo considerada a sua principal característica. Junto a isso são encontrados fragmentos de
louça, faiança e porcelana (DIAS Jr., 1967, 1971).

Conforme a classificação de Dias Jr. (1975), a cidade do Rio de Janeiro seria a área
fronteiriça entre as duas fases, sendo que a fase Parati seguiria para o sul e a fase Calundu
para o norte. No Complexo Lagunar de Araruama foram identificados 10 sítios da fase
Calundu e, assim como para a Tradição Una e Tupiguarani, há ocorrências desses vestígios
sobre os sambaquis (MENDONÇA DE SOUZA, 1978).

d) Área de Influência Direta - AID


Histórico da Ocupação do município de Maricá

A palavra Maricá, de acordo com várias referências bibliográficas, tem sua origem pautada
em dois possíveis significados: o primeiro, proveniente da língua Tupi - Mari (espinheiro) +
cáa (mato) - sugerindo o sentido de "terra de espinhos" ou "terreno espinhento"; e o segundo,
a uma planta cuja estrutura de semente produz, se balançada, sons análogos ao maracá -
que é como os indígenas chamavam o chocalho utilizado nas cerimônias religiosas (Oliveira,
2005).

Em mapa datado do período de 1573/1578 da Biblioteca de Lisboa (disponibilizado pelo


Museu Virtual de Maricá), registra a existência das ilhas da cidade como “demaricahaa”,
situadas entre as localidades de “Piratininga” e a "terra q vai do cabo frio”. E na ampliação do
detalhe que cabe a “demaricahaa” observa-se uma saída de rio que existia bem na direção
das atuais ilhas de Maricá. Deste curso de água não há mais vestígios aparentes no presente
e, se existiu realmente, o mar fechou o acesso pelo seu lado, e a lagoa fechou
posteriormente por outro.

A área que se supõe ter existido às margens desse canal encontra-se totalmente seca, mas
nela foram encontrados materiais arqueológicos representados por fragmentos de louça
portuguesa, atestando a presença antiga do colonizador.

Figura 9.1.3-30 - Mapa de 1573/1578, Biblioteca de Lisboa e detalhe.

Fonte: Museu Virtual de Maricá. Disponível em < http://www.marica.com.br/museu/historia1.html >.

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Figura 9.1.3-31 - Fragmentos de faiança portuguesa em contexto colonial encontrados ao redor


da área do canal assinalado no mapa histórico (acima).

Fonte: Museu Virtual de Maricá. Disponível em < http://www.marica.com.br/museu/historia1.html >.

Antes da chegada do europeu, a zona de lagunas e enseadas que se estendia de Angra dos
Reis a Cabo Frio era ocupada pelos Tamoios, enquanto que nas planícies e restingas viviam
os Goiatacaz. O Museu Virtual de Maricá tem a guarda de muitas peças desses grupos
humanos, obtidas em pesquisas arqueológicas realizadas na região.

Figura 9.1.3-32 - Fragmentos de cerâmica Tupi.

Fonte: Museu Virtual de Maricá. Disponível em: < http://www.marica.com.br/museu/historia1.html >.

O início do povoamento oficial de Maricá data da segunda metade do século XVI, quando a
Coroa Portuguesa percebe a necessidade de defender o litoral brasileiro das diversas
investidas estrangeiras interessadas em explorar o pau-brasil. Os constantes embarques de
franceses na região, que tinham os Tamoios como aliados, fez com que Portugal adotasse
medidas colonizadoras para garantir a posse das novas terras. D. João VI ao decretar o
regime das Capitanias Hereditárias, distribuiu a primeira sesmaria em Maricá no ano de 1574
a Antônio Mariz. Pela orla da Lagoa de Maricá até Inoã, fixando-se no bairro em São José do
Imbassaí, surgem os primeiros elementos de formação de um povoado (Oliveira, 2005).

Em 1584, quando o Padre José de Anchieta chegou a Maricá, já encontrou sinais da


colonização maricaense com várias sesmarias sendo exploradas, entre elas, a de Antonio
Mariz na região de Imbassaí (doada em 1574) e a de Manuel Teixeira, concedida em 1578 e
localizada nas proximidades da Lagoa. A estas se seguiram: em 1590, a doação de
Itaipuaçu, de Duarte Martins Moirão, a de João de São João e as de Gaspar Martins e

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Henrique Araújo, todas situadas na faixa litorânea de Itaipuaçu e às margens da Lagoa. José
de Anchieta partira da Aldeia de São Barnabé, em Cabuçu, com destino à Lagoa de Maricá,
transpondo a serra de Itatendiba na companhia do padre Leitão e numeroso grupo de índios
(IBGE, 1948).

Os primeiros núcleos efetivos de povoamento em Maricá ocorreram em São José de


Imbassaí e na Fazenda de São Bento, fundada em 1635 pelos Beneditinos, que a obtiveram
por intermédio de uma concessão do Governador Rodrigo de Miranda Henrique, no mesmo
ano. A esses dois núcleos deve-se a construção da primeira capela em Maricá, em 1687,
destinada ao culto de Nossa Senhora do Amparo, a qual foi reconhecida como paróquia em
12 de janeiro de 1755 (IBGE, 1948).

Entretanto, a região destes primeiros núcleos de povoamento foi vitimada pela “febre
palustre” - malária, o que repercutiu negativamente nas atividades econômicas ali
desenvolvidas, tanto pelos sitiantes da Fazenda São Bento como dos colonos rurais das
sesmarias. Aos poucos, muitos de seus habitantes deslocaram-se para a outra margem da
lagoa, de clima mais saudável, onde as bases de povoamento foram mais promissoras e de
onde se originou a Vila de “Santa Maria de Maricá” (em homenagem a rainha D. Maria I),
elevada a esta categoria em 1814. O Alvará dava como termo:

“... o terreno compreendido desde a barra da lagôa de Saquarema até á


ponta da Mandetiba, dividindo-se pelo interior pelas Serras da Tiririca, Pihyba
Grande, Cordeiros e Itatindiba; d’ahi, á Serra do Catimbáo, e desta seguindo
a mais commoda divisão até voltar a fechar na barra da lagoa de Saquarema:
ficando o sobredito território desmembrado dos Termos da cidade do Rio de
Janeiro, da cidade de Cabo Frio, e da Villa de Santo Antonio de Sá, aos quais
pertencia”.

O mesmo alvará determinava a criação de cargos de Juízes, Vereadores, Procurador,


Tabelião, entre outros, para que fosse montada a Câmara administrativa da Vila, sendo
concedida para esse fim uma sesmaria de terras. A instalação oficial ocorreu em 27 de
agosto de 1815 (IBGE, 1948).

Em 1820 - Alvará de 3 de julho - D. João VI institui mais alguns ofícios de justiça necessários
para compor o quadro da justiça e melhorar a administração, que haviam sido omitidos no
Alvará anterior de constituição da vila de Santa Maria de Maricá. Com a independência em
1822, a Câmara de Maricá presta juramento a primeira constituição.

Em 1833 a Vila Santa Maria de Maricá é desanexada da Vila Real da Praia Grande, a qual
fora anexada em 10 de Maio de 1819. Em 12 de agosto de 1834, são demarcados novos
limites territoriais à Vila, em vista da Província do Rio de Janeiro ter ganhado organização
autônoma e a cidade de Niterói passando a ser sua capital. Em 1889, a Vila Santa Maria de
Maricá é elevada à categoria de cidade.

De 1834 a 1930, observa-se um despropósito número de leis relacionadas a delimitações


territoriais em Maricá com anexação e desanexação de áreas, desmembrações de
municípios, criações e extinção de distritos. Tal fato é apontado por Figueiredo (1953), como
de conveniências políticas e de interesses partidários e que, a despeito das múltiplas

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mutações que experimentaram as divisas de Maricá, foram as primeiras determinadas em


1814 que se mantiveram.

Segundo Figueiredo (1953), a evolução política administrativa do Município de Maricá pode


ser divida em três fases distintas. A primeira abrange dos primórdios coloniais até 1834. A
segunda fase começa a partir de 1834 e se estende até 1930, abrangendo quase um século
de política provincial instável, onde se agregavam e desagregavam municípios e até
pequenas áreas territoriais de acordo com conveniências políticas. E a terceira começaria em
1930, com as unidades da federação tomando outra direção.

Figura 9.1.3-33 - Evolução política/administrativa de Maricá.

Povoamento

As medidas adotadas por Portugal para a expulsão das tropas francesas, que invadiam o
litoral do Rio de Janeiro e Cabo Frio para extração do pau-brasil, repercutiu na ocupação de
Maricá e Região dos Lagos antes mesmo de seu povoamento oficial que ocorreria na
segunda metade do século XVI. Muitos dos que foram perseguidos pela Coroa Portuguesa
em função de se aliarem aos franceses, fugiram do Rio de Janeiro e de Cabo Frio
estabelecendo-se na faixa da restinga compreendida entre estas duas regiões (Maricá):
chegavam através da faixa arenosa e às margens das lagoas viviam da pesca por ser a
região dotada de abundante e variado pescado. Esses primeiros agrupamentos eram

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formados por indivíduos procurados pela justiça, suspeitos e foragidos, marítimos


estrangeiros que abandonavam o serviço de seus barcos para evitar o reembarque
compulsório, ou mesmo, simples aventureiros. Eduardo Rodrigues Figueiredo também
observa que muitos desses grupos litorâneos eram constituídos por indivíduos quase sempre
de nacionalidade portuguesa, muitos oriundos das ilhas açorianas que trabalhavam como
pescadores ou negociantes locais, levando “uma vida de miséria” (SOCHACZEWSKI, 2004).

Depois dessa ocupação espontânea, tem início o povoamento oficial do território de Maricá
com a distribuição de sesmarias localizadas estrategicamente na costa para defender o litoral
brasileiro das invasões. Os nobres e vassalos premiados com as doações de terras deveriam
torná-las produtivas para a Coroa. As “febris” solicitações de sesmarias por parte dos que
tinham alguma influência junto ao Poder Metropolitano dariam origem aos latifúndios. Embora
as concessões fossem entregues a pessoas de destaque e com posses suficientes para
construir seus engenhos e currais, muitos as passavam adiante, como aconteceu também em
Maricá. Além dos sesmeiros, muitas terras foram ocupadas sem nenhum título oficial: alguns
desses posseiros chegaram a perder tudo que haviam construído ou plantado quando
aparecia o sesmeiro com direito à posse da terra; outros se tornariam poderosos
personagens que permaneceriam em situação definitiva - terras que não eram medidas e
nem demarcadas, e se alargavam dando origem a inúmeros conflitos e reclamações. O
conflito em torno de demarcações não se dava apenas com posseiros, mas também com as
sesmarias, pois seus limites demarcatórios eram vagos, na maioria das vezes. Os registros
históricos sobre essas demarcações dão conta de como eram genéricos os limites
estabelecidos das sesmarias, tônica de conflitos que perdurou o período colonial e que
Maricá também foi palco (SOCHACZEWSKI, 2004).

Até 1830, as concessões em Maricá foram feitas de maneira profusa. Da primeira sesmaria
de Maricá, concedida a Antonio Mariz em 1574 (hoje Itaipuaçu), até 1750, registram-se as 35
mais importantes sesmarias, a maioria acompanhando a orla da lagoa de Maricá atingindo
Inoã e Itaipuaçu, onde foi construída, em 1687, a primeira capela da região, dedicada a
Nossa Senhora do Amparo. Desta data (1750) até 1830, mais 37 sesmarias foram doadas.
Os registros constam dos antigos cartórios (Cartório do Tabelião Antonio Teixeira de
Carvalho), nas publicações do Arquivo Nacional e Anais do Arquivo Nacional
(SOCHACZEWSKI, 2004).

Portanto, os primeiros elementos colonizadores decorrem dessa ocupação espontânea e da


distribuição de terras na região litorânea, onde ainda hoje se encontra o povoado de São
José do Imbassaí, acompanhando a orla da lagoa e o caminho de Inoã até Itaipuaçu.
Também nessas imediações teve origem, mais tarde em 1635, a fundação da Fazenda São
Bento - propriedade agrícola dos beneditinos, que possuíam, além da sesmaria concedida
pelo Gov. Rodrigo de Miranda Henrique, outras propriedades rurais esparsas (FIGUEIREDO,
1953).

Dominada a região fluminense e a fim de consolidar a colonização, a Coroa Portuguesa


promove o desenvolvimento da indústria açucareira já no primeiro século de colonização: o
cultivo da cana-de-açúcar em terras fluminenses refletiria em Maricá, embora timidamente se
comparada com outras regiões. O plantio de canaviais e a criação de gado - atividade que os
capitães lusos se dedicaram assim que receberam as sesmarias mandando vir o gado dos
Açores e Cabo Verde - permitiram a fixação dos agrupamentos humanos e o povoamento de
Maricá, onde a mão de obra escrava foi utilizada em larga escala. Enquanto o nobre

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português cultivava a cana-de- açúcar, o mestiço e o pescador ocupavam as margens das


lagoas e a orla marítima, sendo poucos os vínculos entre os dois grupos. Aos poucos, o
espaço territorial se diversifica em função também das características naturais de Maricá: nas
colinas e serras assentavam-se as lavouras, engenhos e mais tarde as fazendas de café,
enquanto que nas restingas predominava a atividade pesqueira. As lagunas, tanto de Maricá,
Saquarema e Araruama, abasteciam o mercado do Rio de Janeiro com o pescado
(SOCHACZEWSKI, 2004).

Esses pescadores, segundo Figueiredo (1953), viviam em “choupanas toscas” e possuíam


pequenas embarcações: impossibilitados de vender o pescado fresco por falta de transporte
rápido e em condições adequadas, salgavam o peixe para depois ser remetido à metrópole,
via tropeiros, em percurso acidentado por Guaxindiba ou Praia Grande (São Domingos), ou
diretamente para o Rio de Janeiro, “pagando pela primeira via uma pataca e um cruzado pela
segunda, por carga de muar, até o porto de embarque. Isto ainda em 1818”. Somente nos
fins do século XIX, o pescado desceria fresco pelos carros da Estrada de ferro, ou pela
estrada do “Baldeador”, cuja exportação atingiria volume tal que se tornaria a primeira renda
do município Maricá.

Os primeiros séculos de Maricá foram marcados, como em outras regiões, pelos grandes
domínios rurais. Os pequenos proprietários, inexpressivos economicamente nesses primeiros
tempos, ganhariam espaço e projeção na vida rural somente a partir do início do século XIX,
principalmente após a proibição do tráfico negreiro e o fim da escravidão. O comércio era
reduzido - os poucos negociantes que exerciam o comércio limitavam-se as áreas de
pescadores, pois o grande proprietário rural mantinha seu próprio estabelecimento destinado
a suprir todos os sitiantes dos artigos necessários a sua sobrevivência. Embora houvesse
escassez de alguns artigos, os centros rurais viviam com significativa fartura, enquanto nas
bordas do litoral prevalecia a precariedade.

Desenvolvimento econômico

Em novembro de 1778, o senhor de engenho Miguel Antunes Ferreira emite relatório que
dava conta “da existência de cinco fazendas, que utilizavam 120 escravos na produção de 96
caixas de açúcar e 57 pipas de aguardente.” Do relatório, segundo Figueiredo (1953), não
constava outras importantes propriedades, como a Fazenda de São Bento, fundada pelos
frades beneditinos em 1635 nas imediações de São José de Imbassaí, que ao lado de outras
propriedades rurais adquiridas pelos religiosos formavam um único latifúndio que resistiu até
o século XX (FIGUEIREDO, 1953).

Ao lado das plantações de cana que existiam em Maricá (porém sem grandes engenhos
centrais) foram também cultivados a mandioca, o milho, o feijão e pequenas quantidades de
arroz. Ganhou força a partir de 1768, o “cultivo do anil” em razão de incentivos dados pelo
governo do vice-rei Marquês do Lavradio. As plantações da espécie vegetal de onde se
extraia o corante eram realizadas de Maricá até Cabo Frio, e os registros apontam bons
ganhos com o produto. Desde 1642, o cultivo do anil havia sido autorizado pela Coroa
Portuguesa em terras que não fossem apropriadas à cultura da cana.

Com a abertura dos portos brasileiros às nações estrangeiras, em 28 de janeiro de 1808, a


economia fluminense ganha um novo impulso. Foi a primeira Carta Régia promulgada pelo
Príncipe-regente D. João no Brasil, uma semana após sua chegada com a família real. A

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Carta marca o fim do Pacto Colonial, do monopólio português. Ficava determinada a livre
exportação dos produtos coloniais e a revogação da legislação monopolista, a não ser no
caso do pau-brasil, do sal, salitre, entre outros gêneros estancados. A implantação do Estado
Absolutista português no Brasil mudaria a face da Colônia. Instalada no Rio de Janeiro, a
Corte montou sua estrutura administrativa de caráter metropolitano com órgãos que
anteriormente só existiam em Portugal (ALENCAR, 1979).

Não é à toa que a indústria açucareira em Maricá e em todo o território fluminense intensifica-
se no fim do séc. XVIII e início do século XIX. As áreas territoriais de plantações de cana
ampliam-se, fazendas e pequenos engenhos são criados. Até negociantes, que nessa época
haviam aumentado em número, auxiliam os empreendimentos menores. Muitos que não
possuíam engenhos próprios cultivavam a cana e a moíam nos engenhos senhoriais. O
período coincide com o declínio da cultura do anil e o começo das plantações de café na
região (FIGUEIREDO, 1953).

Entretanto, em meados do século XIX, o Brasil perde a primazia da cana para outros países
também produtores. As razões para esse declínio, segundo vários historiadores estariam
relacionados, principalmente: à nossa posição geográfica, as técnicas rudimentares
empregadas na produção, e no avanço europeu de extrair o açúcar da beterraba. Essa nova
conjuntura imprimiu transformações na indústria açucareira sendo que em muitas regiões ela
sobrevive graças às técnicas de modernização empregadas. Mas, em Maricá a tendência foi
de abandonar a produção canavieira e substituí-la por outros produtos ou cultivos.

Já no início do século XIX, a cultura do café, instalada em grandes propriedades, tomou


conta das encostas e promoveu a derrubada de matas nas encostas do maciço Cristalino de
Maricá, com solo mais apropriado. Enquanto que nas regiões mais planas mantinham-se as
plantações de cana. Maricá acompanhava os demais municípios fluminenses no
desenvolvimento da cultura do café, substituindo a do anil que do declínio viria a se extinguir
por completo. A produção do café em Maricá era voltada para o mercado do Rio de Janeiro,
cidade da qual dependia para a venda e escoamento portuário do produto
(SOCHACZEWSKI, 2004).

A partir da segunda metade do século XIX, as atividades econômicas ligadas ao cultivo de


cana-de-açúcar e do café em Maricá foram rapidamente afetadas com a proibição do tráfico
negreiro em 1859, com a Lei do Ventre Livre em 1871 e a abolição da escravidão em 1888. A
dependência do trabalho escravo, principalmente, nas culturas do café e da cana, refletiu
fortemente no Estado do Estado do Rio Janeiro. No caso de Maricá muitos senhores de
engenho fecharam as fazendas por sentirem-se incapazes de arcar com os custos da
modernização; outros redirecionaram a produção para o fabrico de aguardente, abandonando
o mercado açucareiro; e outros, ainda, reverteram suas plantações de cana para cítricos.
Pequenos agricultores, para os quais a cultura da cana era inacessível, ganharam até uma
projeção maior na vida rural, após o fim do trabalho escravo.

Um produto que se manteve em bom ritmo comercial em Maricá foi o carvão que fez parte
das atividades dos pequenos lavradores e de sitiantes agregados nas fazendas. A cidade de
Niterói era o grande escoadouro dessa produção, como de outros gêneros alimentícios.

O que se observa em Maricá, neste período de final do séc. XIX e início do séc. XX é a
desagregação de muitas grandes propriedades e a intensificação da pequena lavoura que

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começou a abastecer em grande escala os mercados de Niterói e Rio de Janeiro com


legumes e frutas.

“Estabeleceram-se os chamados “portos secos”, que adquirem dos pequenos


produtores as suas quitandas, conduzindo-as pela via férrea e, ultimamente,
pela estrada litorânea de rodagem, por intermédio de avultado número de
autos transportes. Outros agricultores negociam os seus produtos
diretamente com os mercados das suas capitais, por intermédio daqueles
mesmos autos ou no lombo dos muares que ainda são mantidos na
proporção de 20%”. (Figueiredo, 1953)

Cabe ressaltar uma questão peculiar à Maricá que influenciou sobremaneira a forma de seu
desenvolvimento: as dificuldades de comunicação. Até o final do século XIX, a cidade não
dispunha de nenhuma via de comunicação e todo o transporte de mercadorias era feito por
tropas de mulas seguindo caminhos pelas restingas e serras que cercam a quase totalidade
de seu território. O problema é apontado como “cruel” por Figueiredo:

“Acreditamos que não haja neste Estado outro município nas condições do
de Maricá, completamente isolado dos demais territórios por um especial
sistema orográfico, que o circunda de um extremo a outro, deixando somente
livre a única passagem na extrema faixa de restinga que acompanha o
oceano para as bandas do levante. Também não tem rios provenientes de
outros municípios, em, tão pouco, para outros envia os seus. Todas as suas
águas surgem no seu território e o atravessam indo lançar-se nos lagos, com
destino ao mar. E assim se verifica que a única passagem plana por onde
transitavam os tropeiros de antanho e alguns viajantes era a da zona
litorânea, por Ponte Negra, margeando as restingas, em demanda do interior,
caminho de Saquarema e outras regiões vicinais, tendo por término os
povoados de Cabo Frio.” (Figueiredo, 1953)

Fica claro, portanto, as dificuldades com que eram operadas as trocas de produtos e contato
com os centros mais desenvolvidos pelos habitantes de Maricá desde os primeiros tempos de
seu povoamento. A principal via de comunicação do primeiro contato entre Maricá e a
Metrópole era feito pela Serra de Itatendiba, trilhado inicialmente pelos índios e aproveitado
pelos primeiros povoadores. E durante quase três séculos foi a rota principal utilizada por
tropeiros para as transações comerciais entre a região de Maricá e a Capitania do Rio de
Janeiro. Um difícil trajeto que seria percorrido até a terceira década do século XIX, quando foi
implantada a estrada do “Baldeador” com destino a antiga Vila da Praia Grande. A estrada,
cogitada a partir da crise de víveres que se abateu no abastecimento da Corte em 1817,
somente viria a ser aberta na metade do século, e ainda parcialmente, pois eram tão
rudimentares suas condições que durante vários meses do ano permanecia intransitável
(FIGUEIREDO, 1953).

E foi da vontade de ver solucionado o problema de transporte das mercadorias vivido por
Maricá e da ausência de soluções do poder provincial, que um grupo de empresários locais
toma a iniciativa de construir a estrada de ferro, a partir de recursos materiais e financeiros
próprios: o primeiro trecho seria inaugurado em 1888, e somente em 1894 o trecho de ligação
com o centro de Maricá. As dificuldades financeiras retardariam a construção de

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prolongamentos até as primeiras décadas do século seguinte. O histórico do processo de


construção da Estrada de Ferro Maricá encontra-se detalhado em capitulo à parte.

Maricá e o novo modelo de desenvolvimento

A partir do final da década de 1930, tanto Maricá como a Baixada Fluminense, tiveram na
laranja e outros cítricos importantes produtos de exportação, o que incentivou novos
produtores e expandiu o nível de emprego e de renda na região até 1940, quando as
dificuldades da Segunda Guerra viriam alterar as relações comerciais entre Brasil e Europa. A
Guerra acelerou o processo de desagregação da lavoura agrícola em Maricá, como ocorreu
também em outros municípios. Alguns fazendeiros abandonaram seus laranjais e a
substituíram por pastagens, ou instalaram destilarias para o aproveitamento do óleo da casca
de laranja. Entretanto, a par das dificuldades, e mesmo moderadamente as culturas cítricas
se mantiveram no município (SOCHACZEWSKI, 2004).

A crise de 1929 e a revolução de 1930 conduziram Getúlio Vargas ao poder dando início a
um novo processo. Amaral Peixoto, interventor nomeado por Getúlio Vargas para o governo
do Rio de Janeiro em 1937 adota uma política de substituir as importações por produtos
nacionais, incentivando à instalação de indústrias no Estado por meio da concessão de
isenções de impostos e taxas. Foi com base nessa diretriz que a Companhia Vidreira do
Brasil - COVIBRA, de capital português, se instalou no Município de São Gonçalo, em 1942 e
o ano seguinte, 1943, em Maricá, adquirindo a Fazenda São Bento da Lagoa e também se
apossando da restinga.

A instalação da COVIBRA dá início a uma série de procedimentos que causariam sérios


danos ambientais. Grandes quantidades de areia (além de turfa) foram exaustivamente
extraídas e transportadas pela antiga Estrada de Ferro Maricá para abastecer a vidreira em
Neves, que também utilizava madeira da antiga fazenda como lenha em seus altos-fornos. A
retirada de areia da restinga de Marica foi realizada por várias empresas que a exploraram
durante décadas (SOCHACZEWSKI, 2004).

Na primeira metade do século XX, termina o ciclo agrícola enquanto base para utilização da

terra em Maricá. Na busca de novos usos para a terra, proprietários e investidores,


inicialmente, promovem a retirada massiva de lenha a fim de substituir, em fornos industriais,
o óleo diesel que a guerra racionava. A agricultura de exportação no município não resistiria à
Segunda Guerra que iniciara em 1939. Os mercados europeus interrompem suas
importações. Em várias regiões do país, as populações se redirecionam para as grandes
cidades, em busca de oportunidades de emprego. Em Maricá, ganha força a pesca e a
indústria extrativa mineral. A atividade pesqueira em Maricá foi a que se manteve chegando a
ter um papel preponderante na economia do município: em 1940 a colônia de pescadores do
Zacarias detinha um terço da produção pesqueira do Estado (SOCHACZEWSKI, 2004).

O declínio da grande produção agrícola em Maricá fez com que muitos abandonassem o
campo em direção a próspera cidade do Rio de Janeiro. Ao mesmo tempo surgia no
município uma nova elite constituída de comerciantes, donos de estabelecimentos
comerciais, sucedendo a elite rural de antes. O crescimento paulatino desse setor é apontado
por conta da produção da cidade ter sido escoada por tropas durante séculos; a figura do
mascate e do tropeiro foi sendo aos poucos substituído pelo comerciante estabelecido em

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armazéns, grupo este que se aglutinou formando uma nova elite na cidade. Muitas das
famílias que acumularam capital nessa época compõem atualmente a classe empresarial que
administra a economia do município, ainda baseada no comércio e nos serviços, tendo as
atividades de imóveis e transportes como eixos principais.

É do início do século, a urbanização via parcelamento da terra em Maricá. O governo de


Amaral Peixoto, em sua proposta de reconfiguração espacial urbana já destinava a Região
dos Lagos ao turismo de veraneio e investimento imobiliário para a população com melhores
recursos, atividade que promoveria, mais tarde, um novo tipo de valor para a terra no
município: a especulação imobiliária.

Os primeiros loteamentos estabelecidos em Maricá visavam à venda de terrenos a camadas


populares e fizeram parte de uma rápida transformação do município, que de rural passaria a
predominantemente urbano. Este processo de urbanização ganhou velocidade a partir de
1980, com a inauguração da Ponte Rio Niterói (1974) e da Ponte do Boqueirão (1979), que
ligou a cidade a suas praias por via terrestre. Até 1940, a população de Maricá era
predominantemente rural, conforme dados do IBGE: estava calculada em 18.892 pessoas,
sendo que 16.921 habitavam em área rural e somente 1.971 eram contadas como população
urbana e suburbana. A reversão desse quadro começa a partir de 1940, sendo que a
aceleração dos impactos provocados pelo crescimento populacional é das últimas duas
décadas (SOCHACZEWSKI, 2004).

O processo de urbanização via parcelamento de terras teve início já em 1940, quando


particulares e empresas de Maricá deram a largada neste tipo de negócio, sendo
responsáveis por 79% da área parcelada, sendo que o restante coube a uma única empresa
do Rio. Na década de 1950, a maior parte dos loteamentos foi desenvolvida por empresas
externas a Maricá, cabendo à SEAI - Sociedade de Exploradores Agrícolas e Industriais,
empresa que sucedeu a COVIBRA, quase a metade da área total loteada por empresas. De
1943 a 1955, a SEAI participou com 11.493.840 metros quadrados dos 24.788.849 metros
quadrados de loteamentos feitos por empresas, tornando-se a maior proprietária de terras do
município de Maricá. Após 1956, o total loteado foi de 10.131.182 metros quadrados. Terras
que hoje estão à venda pertencem a loteamentos aprovados nestas duas décadas. Em
alguns casos, a mesma empresa atuou como, imobiliária, construtora e financeira.

Figura 9.1.3-34 - Comparação entre número de lotes autorizados e população residente 1940-
2000 - Maricá.

Fonte: Cadastro de Imóveis da Prefeitura Municipal de Maricá / Censos IBGE


(SOCHACZEWSKI, 2004).

Os loteamentos contribuíram ainda mais para o declínio, tanto da pesca como da agricultura.
As comunidades pesqueiras perderam espaço para os loteamentos, e muitos abandonaram a
atividade para trabalhar na construção civil. A população residente urbana de Maricá começa

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a crescer com a fixação, inicialmente de famílias que usavam suas casas apenas para
veraneio. Esse crescimento demográfico seria responsável pelo início das grandes agressões
ao ambiente: retirada de terra e areia, lançamento de esgotos in natura nas lagoas,
desmatamento de vegetação na orla e criação de demandas para as quais o poder público
municipal não se preparara, como vagas em escolas, energia elétrica, água encanada, coleta
de lixo, entre outras.

A fazenda São Bento, que abarcava a restinga, possui um histórico de averbações e conflitos
em torno de projetos ligados a exploração da área da restinga. O processo de aquisição de
títulos da fazenda envolve denúncias de ONGs atuantes em Maricá de irregularidades e
falhas em diversos lotes, que acabaram por garantir a uma única pessoa a condição de maior
proprietário de terras no município. Atualmente a posse das terras pertence a um grupo que
pretende instalar na área um enorme complexo hoteleiro.

A exuberância natural descrita pelos cronistas e naturalistas do século XVI a XIX não existe
mais. A vegetação de restinga atual está reduzida, e confinada, a pequenas manchas
isoladas remanescentes ou na APA, sendo ainda mais crítica a situação da fauna. A
construção de conjuntos hoteleiros ou “resorts” na restinga tem se mostrado paradoxal. Esses
projetos emperram quando tentam resolver a questão do saneamento básico, e não
conseguem equilibrar a construção de redes de água e esgoto com a sustentabilidade da
região (SOCHACZEWSKI, 2004).

Dignas de nota são as descrições de viajantes e naturalistas que percorreram o país no


século XIX. O príncipe austríaco Maximiliano de Wied-Neuwied, naturalista, em sua viagem
ao Brasil entre 1815 e 1817, deixou registros sobre a natureza deslumbrante que encontrou
ao atravessar o município de Maricá em 1815. O diário “Viagem ao Brasil”, publicado na
Alemanha em 1820, faz inúmeras referências à paisagem, fauna e flora; uma descrição
carregada de emoção a exemplo deste breve trecho:

“Aproximámo-nos agora de uma cadeia de montanhas, conhecida por serra


de Inoã. O selvático espetáculo excedeu de muito tudo quanto a minha
fantasia concebera até então sobre as grandes cenas da natureza. Entramos
num profundo vale, em que a água muito límpida ora corre sobre um leito de
pedra, ora descansa em lagoa tranqüila. Pouco além uma floresta imensa, da
qual nenhuma imagem pode dar uma ideia adequada. Por toda parte, as
palmeiras e as magníficas árvores da região se entrelaçam tanto com as
trepadeiras, que era impossível à vista penetrar aquela espécie de muralha
verdejante. Tôdas elas, mesmo nos raminhos mais tênues, estavam cobertas
de plantas carnosas, Epidendrun, Cáctus, Bromélia, etc, muitas das quais
com flores de tal beleza, que quem quer que as contemplasse pela primeira
vez não poderia esconder a admiração. Apenas menciono uma espécie de
Bromélia de um vermelho coral carregado, e cujas folhas eram matizadas de
violeta, é a Helicônia, espécie da bananeira semelhante à Strelitzia, de
invólucros cor de sangue e flores brancas. Naquelas sombras espessas,
próximas às frias correntes da montanha, o viajante afogueado,
especialmente os nascidos em países do norte, goza de uma temperatura
absolutamente refrescante, aumentando o encanto que essas cenas
sublimes trazem ao espírito, incessantemente arrebatado pelo selvagem
panorama. A cada momento encontrávamos alguma coisa nova que atraia a

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nossa atenção. Até as rochas se cobrem de milhares de plantas carnosas e


de criptógamos, entre estes, belíssimos fetos (Félix), que em parte pendem
das árvores, de maneira pitoresca, como fitas emplumadas. Um cogumelo
achatado de cor vermelha viva, forrava os troncos secos; enquanto um bonito
líquen carmezin, cobria de manchas arredondadas a casca das árvores
pujantes. As árvores das florestas brasileiras são tão colossais que as nossas
espingardas não lhes alcançavam o cimo, de modo que muitas vezes
atirávamos baldadamente em magníficos pássaros, porém, muitas vezes,
assim nos cobríamos de flores sucosas, que infelizmente éramos obrigados a
jogar fora, porque cedo murchavam e não se podiam conservar num hervário.
Um Redouté encontraria aí copioso material para esplêndido trabalho, de
valor incomum.

Quando atingimos o alto da serra de Inoã, vimos acima das grandes árvores, numerosos
papagaios voando aos pares, em alarido. Era o papagaio de cabeça vermelha, (Pcittacus
coronatus do Museu de Berlim, ou Perroquet Dufresne, Le Vaillant) aí conhecidos por
“camatunga”, e, em outras zonas, por “chanã” devido a sua voz.”. (FIGUEIREDO, 1953)

O naturalista passa a noite na fazenda Inoã e no dia seguinte, descreve a pujança da


fazenda, as florestas que encontrava nos caminhos em Maricá e os animais que a habitavam:
papagaios, garças, maracanãs, arapongas, quero-quero, piaçocas, e até o macaco dourado
“sauí vermelho”, cachinches, em meio às descrições de belas matas.

Em 1832, seria a vez de o naturalista Charles Darwin passar por Maricá. Em 8 de abril,
Darwin pousa em Itocaia e ao anoitecer do dia seguinte parte para uma visita a Cabo Frio,
cavalgando pelos areais da faixa de restinga depois de atravessar uma das grandiosas
florestas existentes na época, passando também pela fazenda São Bento. Nos primeiros
quilômetros Darwin descreve que “... a estrada emaranhava-se por um deserto de lagunas e
pântanos, dando ao cenário banhado de luar o aspecto mais desolador que se podia imaginar
(...)”. Figueiredo salienta três impressões que o naturalista deixa registro em sua passagem
por Maricá: o suicídio de uma velha escrava, atirando-se do alto da pedra de Itocaia, quando
foram presos alguns quilombolas ali refugiados 10; o grande número de garças e outras
belíssimas aves aquáticas que foi encontrando a margem das lagunas; e as numerosas
plantas epífitas que revestiam as árvores daquela travessia, onde se destacavam algumas
orquídeas. Segundo Figueiredo, as orquídeas eram abundantes no município e na extensa
zona litorânea, mas que lamentavelmente foram extintas com a devastação das florestas
(FIGUEIREDO, 1953).

Darwin também foi autor do primeiro trabalho crítico sobre os beachrocks brasileiros,
descrevendo as ocorrências conhecidas em Jaconé na sua caderneta de campo na data de
09 de abril de 1832 (MANSUR et al, 2011)48.

48
“Beachrocks são depósitos sedimentares de praia cimentados pela precipitação em geral
carbonática e cuja litificação usualmente se dá na zona intermarés” (Mansur, et al, 2011). Os
Beachrocks de Jaconé, como apresentado adiante, são reconhecidos como patrimônio
geológico brasileiro.

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Em suas “Notas para a história de Maricá” publicadas em 1953, Eduardo Rodrigues


Figueiredo já lamentava na época a marcha dos acontecimentos no município que
caminhavam para a destruição de seu meio natural. Referenciando-se nas impressões
registradas pelo naturalista austríaco em 1815, e passados 129 anos, Figueiredo (1953)
afirmava:

“De fato, ao contemplarmos a tristeza desoladora dos extensos sapezais das campinas de
hoje e a encostas descalvadas, onde existiam as maravilhosas florestas que percorrera
aquele ilustre viajante, ocorre-nos também a tristeza ainda maior da certeza de que a marcha
em que vamos, nenhuma árvore mais possuiremos no decorrer de mais um século, se o
nosso povo não for sendo educado numa escola de brasilidade sadia, para que sejam
aproveitadas as florestas consoante as normas que se precisam adotar, conciliando a
derrubada das matas com as necessidades inadiáveis da civilização.”

Figueiredo discute também o contraponto entre devastar e civilizar mostrando o absurdo


dessa contraposição. Considerando o problema de devastação já na época como uma
“calamidade nacional”, defende a necessidade dos governos intervirem e estabelecerem
regras para a utilização das matas, ainda em tempo de salvar o que resta com a aplicação do
Código Florestal, entre outras providencias.

Histórico da Ocupação do município de Saquarema

O município de Saquarema integra a região das Baixadas Litorâneas e estende-se ao longo


da faixa litorânea, sendo limitado ao norte pelos municípios de Rio Bonito e Araruama, ao sul
pelo Oceano Atlântico, a leste por Araruama e a oeste por Maricá e Tanguá (ou Itaboraí).

A cidade se formou em uma região constituída por ecossistemas lagunares de beleza cênica
e riqueza biológica, sendo que os grupos de vegetação serviam de berçário à manutenção de
inúmeras espécies.

Os indígenas que ali se estabeleceram antes da chegada do europeu identificavam a região


com o nome “Socó-Rema”, dada à abundância de aves pernaltas que habitavam a grande
lagoa, chamadas pelos indígenas de “Socós”.

Saquarema limita-se a oeste com a bacia da lagoa de Maricá, ao norte com as bacias da Baia
de Guanabara e do rio São João e, a leste, com a bacia da lagoa de Araruama. O complexo
Lagunar de Saquarema é formado pelas lagunas de Jacomé, Saquarema e Jacarepiá.
Segundo Guimarães (2007):

“... a laguna de Saquarema, como a de Maricá, foi seccionada pelo avanço


de esporões. No caso de Saquarema, essas tomaram a direção das colinas
que separavam duas antigas enseadas, que atualmente formam as lagoas de
Urussanga e a de Fora (Saquarema), ligadas por duas outras menores, a do
Boqueirão e a do Jardim. A lagoa de Jacomé, que até a década de 50 não
possuía nenhuma comunicação com a de Saquarema, também se achava
ligada, outrora, a esse grande lençol líquido. Isolada a lagoa de Jacomé pela
progressa de um esporão em seu interior, paulatinamente formou-se uma
pequena planície flúvio-marinha. Sendo ela de origem recente e ainda mal
consolidada, são apreciáveis as áreas de mangues, especialmente de
mangue branco.”

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O Sistema Lagunar é composto por quatro compartimentos de lagoas que recebem o nome
de Urussanga (ou Momçaba), Jardim, Boqueirão e de Fora (GUIMARÃES, 2007).

É neste cenário que surgiu o primeiro núcleo urbano, inicialmente assentado às margens
desse conjunto de lagunas, que desde então, vem se enquadrando como referência
econômica, ambiental e cultural do município de Saquarema (SOARES, 2009).

Figura 9.1.3-35 - Implantação da cidade de Saquarema e dos bens históricos remanescentes.

Fonte: INEPAC (2004).

Em 1530, D. João III, rei de Portugal, reconhecendo que o sistema de “excursões” para
guardar as costas do Brasil exigia grandes sacrifícios e não apresentava resultados
satisfatórios devido à falta de pontos onde se pudesse atracar com as embarcações para
provê-las de mantimentos e homens, resolveu fundar uma colônia às margens do rio da
Prata.

Para isso organizou frota com duas naus, um galeão e duas caravelas e tripulação de
aproximadamente 400 pessoas, tendo como comandante Martim Afonso de Souza, com
poderes extraordinários concedidos por D. João III através de uma carta Régia datada de 20
de novembro de 1530. Dentre tais poderes, destacava-se o de tomar posse e colocar marcos
em todo o território até a linha demarcada.

A ocupação colonial de Saquarema vincula-se a essa expedição que em 1531 atracou no


Morro de Saquarema (Morro da Igreja Nossa Senhora de Nazaré), onde se encontra hoje a
construção da Barra Franca. A região era dominada pelos índios Tamoio que ocupavam boa
parte desse litoral. Aliados aos franceses que incursionavam pelas costas litorâneas para a

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extração do pau-brasil, os Tamoio foram vítima de várias investidas dos colonizadores


portugueses que buscavam garantir a posse da área contra os franceses. Relatam-se vários
episódios de guerras acompanhadas do extermínio de várias aldeias a partir de 1535; uma
delas teria acontecido no campo do “Maranguá”, nome como é conhecido atualmente o lugar
(Prefeitura de Saquarema-RJ).

A história que é amplamente divulgada sobre um dos conflitos envolvendo os Tamoio,


franceses e portugueses na região, pauta-se em intermediações de jesuítas e traições. O
destaque cabe ao jesuíta Padre Baltazar Álvares e ao militar português Antonio Salema, este
instituído de poderes reais na época sobre o território. Na tentativa de intermediar o conflito, o
jesuíta dirigiu-se à aldeia onde se concentravam muitos dos Tamoios e conseguiu convencer
o chefe destes a firmar um acordo de paz com Salema. O chefe indígena foi, então, ao
encontro do militar português que lhe garantiu paz, mas sob a condição de que entregasse os
franceses que estavam sob sua proteção na aldeia. Os franceses foram entregues (relata-se
que eram apenas três) e Salema ordenou o enforcamento dos mesmos na praia. Passado
esse episódio, o militar português daria sequência aos ataques contra os Tamoio, em
massacres cruéis (Prefeitura de Saquarema-RJ).

Nessa época, com a divisão do território em Capitanias Hereditárias, coube a Martim Afonso
a Capitania de São Vicente, cujos limites envolviam também a área de Saquarema.

Em 1594, os padres da Ordem do Carmo se interessaram pela região e pleitearam algumas


sesmarias que lhe foram imediatamente concedidas. No lugar hoje denominado Carmo,
próximo a Ipitangas, teve início a construção de um convento que denominaram de Santo
Alberto, do qual no presente só restou uma imagem em um dos altares da atual Igreja Matriz.
Foi nesse lugar, chamado “Carmo”, que ocorreu o primeiro núcleo de povoamento da região
(IBGE, s/d).

Ainda no final de século XVI, chegaram os Carmelitas, para quem foram concedidas outras
sesmarias naquelas mesmas redondezas, o que motivou a criação de várias fazendas nas
terras de Saquarema (IBGE, s/d).

Entre 1660 e 1662, foi erguida uma capela em honra a Nossa Senhora de Nazaré de
Saquarema, no mesmo local onde hoje se ergue a igreja matriz. Pouco tempo depois de
inaugurada, foi reconhecida como capela curada e filial da Matriz de Nossa Senhora de
Assunção do Cabo Frio. Em 1675, estando já em situação precária, o edifício da capela foi
substituído por um de maiores dimensões construído de pedra e cal (IBGE).

Em 1755, o povoado passou à freguesia por força de Alvará de 12 de janeiro, sendo a pesca
a principal atividade do núcleo na época.

Em 1820, os habitantes da margem setentrional da lagoa de Saquarema requereram


permissão ao bispo da Capela Nossa Senhora de Nazaré de Saquarema para erguer uma
nova Matriz, mas não no local em que se encontrava, quase fronteira ao mar, mas em um
ponto mais central que oferecesse maior facilidade de acesso. O Bispo chegou a autorizar,
em documento datado de 12 de maio de 1820, que a nova matriz fosse construída no lugar
denominado Boqueirão do Engenho, “dentro das 50 braças de terras que, para este fim doara
o Tenente José de Almeida”. Isso acabou por não acontecer por resistência de outro setor da

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população que a desejava no seu lugar de origem. A nova Matriz foi erguida no mesmo local
da primitiva sendo inaugurada em 1837 (IBGE, 1948).

Foto 9.2-184 - Igreja de Nossa Senhora de Nazaré.

Fonte: INEPAC (2004).

Foto 9.2-185 - Outeiro sobre o qual está edificada a Igreja de Nossa Senhora de Nazaré.

Fonte: INEPAC (2004).

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O grande desenvolvimento rural de Saquarema começou na terceira década do século XIX,


em vista da prosperidade agrícola e comercial advinda do plantio da cana de açúcar e do
café.

A emancipação de Saquarema está ligada aos grandes fazendeiros de café e cana de açúcar
da região. A sua importância é refletida na concessão de títulos de nobreza por parte de D.
Pedro II, como ao Barão de Saquarema e ao Barão de Inoã. Em 1841, foi criada a Vila de
Nossa Senhora de Nazaré de Saquarema, pertencendo à Comarca de Cabo Frio. Em 1844,
os mesmos fazendeiros que ajudaram na emancipação estavam envolvidos com o Partido
Conservador do Império (chamado de Saquarema e seus partidários de Saquaremas). Por
conta desse episódio, a cidade voltou à condição de freguesia e foi anexada a Araruama,
retornando à categoria de vila em 1859 (Pinheiro, 2008).

Estabeleceu-se uma agricultura próspera, baseada na mão de obra escrava, que sofreu forte
retrocesso com a Lei Áurea e o consequente êxodo dos trabalhadores. Em 1890, a vila de
Saquarema foi elevada à categoria de cidade.

Em 1948, a publicação da Sinopse Estatística do Município de Saquarema pelo IBGE


registrava:

Não obstante a devastação das matas, Saquarema conta ainda com reservas
naturais, de onde se extraem madeira de lei para fins industriais e fabrico de
lenha, combustível e carvão vegetal. São também encontrados óleos de
mamona, paina, salsaparrilha, tabuas, cipós e plantas medicinais. No que
concerne a fauna terrestre, o Município é relativamente pobre; contudo,
pacas, cotias, capivaras, porcos-do-mato, etc. são animais frequentemente
encontrados em suas matas. Já a fauna aquática é bastante rica, sendo a
pesca praticada em grande escala, nas suas águas, que são fertilmente
piscosas, tanto nos rios como nas lagoas ou na orla oceânica.(IBGE, 1948).

A região, no período colonial, assumiu uma importância estratégica para a coroa portuguesa
que a utilizava para reabastecimento das suas esquadras. Independente do ciclo econômico,
a micro bacia que compõe as lagunas fez parte da estrutura econômica local, servindo à
navegação, fornecendo pescado, água, víveres, madeira e mão de obra indígena. A
formação do núcleo urbano foi consequência da frequência desses reabastecimentos. O
arraial passou por fases de altos e baixos que corresponderam aos diferentes ciclos
econômicos ocorridos na região (SOARES, 2009).

A expansão de Saquarema, verificada a partir de 1950, decorre do surgimento de grande


número de loteamentos, quando a função de local de veraneio passa a constituir o principal
vetor de crescimento do núcleo urbano.

A implantação da rodovia Amaral Peixoto, a RJ 106, associada às condições do local onde se


estruturou o núcleo histórico, foi responsável pela formação do eixo comercial em Bacaxá,
distrito de Saquarema. O desenvolvimento decorreu de sua posição em relação à rodovia e
localização na entrada para diversos loteamentos, que se formaram ao longo das praias. A
conquista de novos espaços junto à lagoa levou o núcleo histórico a desenvolver-se em sua
direção, originando na atualidade uma única aglomeração (IBGE, s/d).

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Nas duas últimas décadas do século XX, a ocupação humana se estabeleceu com
instalações residenciais, comerciais e turísticas nos arredores das lagoas. A precariedade da
infraestrutura, principalmente relacionada ao saneamento ambiental, acabou por acelerar a
deterioração dos padrões da qualidade ambiental dos espelhos d’água. Dentre os efeitos
mais graves está a alteração das características químicas das águas da laguna. Esse
parâmetro, segundo Soares (2009), é um dos elementos primários à formação de grupos de
vegetação que serviam de berçário mantenedor da sobrevivência de inúmeras espécies
tradicionalmente capturadas na lagoa. Em meio a essas formações estava uma densa
constituição de bancos de taboa, que foi retirada, gradativamente, para dar lugar à ocupação
humana e aos aterros recobertos por gramíneas (SOARES, 2009).

Foto 9.2-186 - Igreja Santo Antônio e área comercial no distrito de Bacaxá.

Fonte: ARCADIS logos, 2012.

Patrimônio Arqueológico Terrestre

 Maricá
Para o município de Maricá, embora ainda não tenham ocorrido pesquisas sistemáticas de
caráter arqueológico, encontram-se 15 registros no Cadastro Nacional de Sítios
Arqueológicos organizados pelo IPHAN, conforme apresentado na Figura 9.1-36.

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Figura 9.1.3-36 - Sítios cadastrados no CNSA/IPHAN para o município de Maricá.

Figura 9.1.3-37 - Materiais líticos de sítios arqueológicos do município de Maricá.

Fotos: Museu Virtual de Maricá. Disponível em: (< http://www.marica.com. br/museu/prehistoria.htm >).

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Figura 9.1.3-38 - Arteafato lítico encontrado em sítio arqueológico no município de Maricá.

Fonte: Museu Virtual de Maricá. Disponível em: (< http://www.marica.com. br/museu/prehistoria.htm >).

Figura 9.1.3-39 - Material malacológico e ósseo encontrado em sítios arqueológicos no


muncípio de Maricá.

Fotos: Museu Virtual de Maricá. Disponível em: < http://www.marica.com. br/museu/prehistoria.htm >.

 Saquarema
No município de Saquarema há uma grande ocorrência de sambaquis no entorno das lagoas
e nos cordões arenosos entre a lagoa e o mar. Pesquisas sistemáticas e com maior
aprofundamento ocorrem desde 1987 no município através do projeto “Saquarema–Rio de
Janeiro: Pré-história e Paleoambiente”, que foi coordenado pela arqueóloga Lina Kneip e,
atualmente, tem continuidade com pesquisadores do Museu Nacional do Rio de Janeiro.

Ao todo foram identificados 33 sítios arqueológicos no município, sendo 24 sambaquis e 9


sítios cerâmicos (Figura 9.1.3-40) que sofreram algum tipo de pesquisa, seja coleta de
superfície ou escavações sistemáticas (KNEIP, 1997; GASPAR et al, 2004; GUIMARÃES,
2007).

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Figura 9.1.3-40 - Sítios arqueológicos cadastrados no município de Saquarema (CNSA/IPHAN;


Guimarães, 2007).

Os sambaquis de Saquarema estão geralmente localizados próximos à lagoa, destacando-se


na paisagem com a forma de uma pequena elevação, assentados sobre substratos arenosos
de origens e idades diferenciadas (FERREIRA et al, 1992). A importância dessas estruturas
artificiais é valorizada pelo poder público local, tanto que este foi o primeiro município
brasileiro a musealizar um sambaqui (Sambaqui da Beirada) e incluí-lo no programa turístico
oficial da cidade. O mesmo poderá ocorrer com os Sambaquis Manitiba I, Jaconé e
Pontinha14, visto que foram tombados, respectivamente, pelos Decretos Municipais nº.
188/89 e 043/93.

Foto 9.2-187 - Museu do Sambaqui da Beirada em Saquarema, RJ.

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Foto 9.2-188 - Museu do Sambaqui da Beirada em Saquarema, RJ.

Figura 9.1.3-41 - Fragmentos de tigela pintada Foto 9.2-189 - Área escavada no Sambaqui do
escavada no sítio Bravo em Saquarema. Moa, localizado em uma propriedade
particular.
Fonte: Kneip, 1994.
Foto: Silveira, 2001.

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Figura 9.1.3-42 - Localização de sítios arqueológicos nos complexos lagunares. Extraído de Silveira, 2001.

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Patrimônio Arqueológico Subaquático: naufrágios

Para o estado do Rio de Janeiro foram listados 351 naufrágios (SINAU, 2009 apud Naufrágio
do Brasil, 1998-2012), 29 deles junto à linha de costa dos municípios de Maricá e Saquarema
(AID). Entre estes, mais próximos ao local destinado ao empreendimento, estão listados um
naufrágio em Jaconé e sete em Ponta Negra.

Figura 9.1.3-43 - Naufrágios conhecidos na AID.

Fonte: SINAU (Sistema de informações de Naufrágios) (2009), disponível em Naufrágios do Brasil,


1998-2012.

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As pesquisas empreendidas sobre esses naufrágios resultaram na localização de dados de


apenas três, todos localizados no arquipélago das Ilhas Maricás, formado por cinco ilhas, as
únicas do extenso litoral entre Maricá e Arraial do Cabo.

Localizadas junto à entrada da Baía de Guanabara e a poucos quilômetros da Praia de


Itaipuaçu, em Maricá, a principal ilha do conjunto apresenta 1,5 km de extensão. O local é
indicado para mergulho, sendo considerado o principal roteiro para mergulhadores
profissionais. O ponto mais visitado é a enseada da ilha principal que, além de apresentar
atrativos naturais, apresenta grande atrativo aos mergulhadores: o naufrágio do Navio
Moreno, ocorrido em 1874.

 O Moreno
O naufrágio do Moreno no interior da enseada da Ilha de Maricá foi objeto de pesquisas
realizadas por mergulhadores profissionais com formação complementar em outras áreas.
Especializados em naufrágios, estes declaram que um dos aspectos mais vibrantes do
mergulho em naufrágios é a pesquisa histórica. O passo a passo das investigações é
entusiasticamente divulgado com detalhes das características técnicas do navio e de sua
exata localização. Para o navio Moreno é apresentado um croqui com a identificação do local
e de todas suas peças ainda em evidência.

Figura 9.1.3-44 - Croqui do Naufrágio Moreno.

Fonte: http://www.naufragiosdobrasil.com.br/naufmoreno.htm, desenvolvido por Maurício Carvalho.

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Foto 9.2-190 - Ilha no Arquipélago de Maricás. Foto 9.2-191 - Local do naufrágio do Moreno:
interior da enseada da Ilha de Maricá.
Disponível em:
<http://www.brasilmergulho.com/port/naufragio Disponível em:
s/navios/rj/moreno.shtml> <http://www.naufragiosdobrasil.
com.br/naufmoreno.htm>.

Em 1874, a imprensa noticiava o fato. Dentre elas, o Diário do Rio de Janeiro, de “Sabbado”,
17 de outubro de 1874, n. 287, pág. 2, publicava:

Naufrágio.— As 7 1/2 horas da noute de antehontem encalhou nas pedras da


ilha de Maricá, o vapor francez Moreno sahido do nosso porto ás 5 horas da
tarde do mesmo dia. Na occasião do sinistro o vapor navegava com 10
milhas por hora, o tempo estava excessivamente nublado e a atmosphera
carregada de electricidade e a esta circumstancia attribue o commandante a
paralisação das agulbas que o impedia de guiar o navio. Os passageiros e
equipagem foram finalmente salvos, considerando-se completamente
perdidos a carga e o casco. O vapor tinha recebido em Santos 10,000 saccas
de café. O Sr. capitão do porto tendo tido noticia do sinistro hontem pela
manhã, de accordo com o Sr. guarda-mór da alfândega fez seguir para
aquella ilha o transporte nacional Bonifácio que hontem á tarde regressou
trazendo a bordo os náufragos. E' a primeira vez que o capitão Thomaz tem a
infelicidade de perder um navio sob seu commando. Os consignatarios do
Moreno são os Srs. Martin Potey & C., negociantes desta praça.

O navio Moreno pertencia à Compagnie des Chargeurs Réunis, que entrara


no porto do Rio de Janeiro em 13 de Outubro de 1874, procedente do Rio da
Prata com escala em Santos, após uma viagem de 10 dias. A bordo estavam
38 tripulantes e 9 passageiros. Em seus porões, cargas diversas da qual
faziam parte 10.000 sacas de café embarcadas em Santos. Em sua parada
no Rio recebeu cargas consignadas à empresa J. P. Martin, Potey & C.,
representante da Chargeurs no Rio de Janeiro (Naufrágios do Brasil, 1998-
2012).

A embarcação saiu do Rio de Janeiro às 15h30min horas do dia 15 de


outubro (dois dias após sua chegada) com destino ao porto de Havre na

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França. Naquela tarde, o tempo estava escuro e chuvoso, e as baixas nuvens


impediam a visualização das Ilhas do arquipélago de Maricá. Segundo o
comandante A. Thomas, “o tempo excessivamente nublado e a atmosfera
carregada de eletricidade”, danificaram o funcionamento da bússola. Às
19h30min, a embarcação bate contra a ponta da Galheta, na Ilha Maricá.
Minutos depois a água já cobria todo o convés. Diversos pescadores
acudiram os tripulantes e passageiros. Os rebocadores Pacífico e Gamo
dirigiram-se ao local, mas a embarcação não pode ser salva, tão pouco a
carga (Naufrágios do Brasil, 1998-2012).

Figura 9.1.3-45 - Dados técnicos e de localização do Naufrágio Moreno.

Fonte: Naufrágios do Brasil, 1998-2012.

O Moreno havia sido construído em 1872 no estaleiro de La Seyne na França, ou seja, dois
anos antes de naufragar. Hoje, “Abrigado na enseada da maior das Ilhas Maricá, o Moreno
encontra-se caído de lado paralelamente ao costão e a pouca profundidade garante um
mergulho longo e agradável.”, garantem os profissionais responsáveis pelos vários mergulhos
e registros do navio naufragado. A descrição dos destroços é detalhada em Naufrágios do
Brasil (1998-2012).

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Foto 9.2-192 - Boa parte do Foto 9.2-193 - Entre o Foto 9.2-194 - A popa é a
costado de estibordo ainda costão e o casco de parte mais inteira do Moreno
encontra-se elevado acima do estibordo formam-se várias e o volante do leme projeta-se
fundo. passagens sombreadas. em direção à superfície.

Fonte:< http://www.naufragiosdobrasil.com.br/naufmoreno.htm >.

 O Highland Scot
O Highland Scot de bandeira inglesa naufragou no dia 6 de maio de 1918. Os destroços do
navio encontram-se localizados próximos à praia de Maricás. Embora várias obras se refiram
ao naufrágio do Highland Scot, como Subsídio para História Marítima, vol. 1, de 1938,
Desastres Marítimos no Brasil, de Dario Paes Leme e Dictionary of Disasters at Sea During
the Steam Age (1824-1962) de Charles Hockins (1969), e conste listado no SINAU - Sistema
de Informações de Naufrágios, os seus detroços somente foram localizados em 2003, com o
auxílio de membros da colônia de pescadores da praia de Maricás (Naufrágios do Brasil,
1998-2012, relato dos mergulhadores Ivo Brasil e Maurício Carvalho).

Foto 9.2-195 - Vista do local do naufrágio a Foto 9.2-196 - Possível foto do Highland Scot.
partir da Ilha de Maricá.

Fonte: < http://www.naufragiosdobrasil.com.br/especialHiglandScot.htm >.

O naufrágio do Highland Scot, de bandeira inglesa, na praia de Maricá, foi divulgado em


jornais da época, como O Paiz, Jornal do Comércio, Correio da Manhã e O Fluminense.
Dentre as notícias destaca-se a comunicação que a polícia marítima recebeu em 07 de maio
de 1918 de Maricá, informando sobre vapor que havia encalhado nas imediações de São
Bento e São Zacharias, região em que os destroços foram localizados.

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No dia seguinte foi solicitado reforço policial para evitar o roubo da carga, constituída
principalmente de carvão Cardiff e comestíveis (manteiga, conservas e trigo), por ladrões do
mar em pequenas embarcações e habitantes locais que entravam pela praia, o que comprova
que o navio estava muito próximo à praia.

Entre as notícias constam que a embarcação Highland Scot levava 72 passageiros, todos
salvos, levados para Niterói. A companhia Lightrage foi à época contratada para retirar a
carga. No dia 19 de maio de 1918, o jornal "O Fluminense" noticiava a ida para Maricá de um
juiz que iria presidir o leilão do que havia sido salvo, sendo arrematada a maioria da carga de
comestíveis pelo negociante Isidoro Kohn (Naufrágios do Brasil, 1998-2012).

Quanto aos destroços encontrados, os mergulhadores observaram que a estrutura não fora
comprometida o que leva a crer que a embarcação enterrou-se muito rápido, sendo inclusive
identificados os dois escovêns na proa. As máquinas do tipo Triple Expansion Engine
encontradas, forneceram a confirmação de tratar-se de fato do Highland Scot, pois a literatura
pesquisada apontava ser esse o tipo de máquina a vapor instalado naquele navio. Também
puderam ser identificadas três caldeiras, girabrequim, o volante do leme e o próprio leme,
além do hélice e um guincho de proa, conforme croqui abaixo.

Figura 9.1.3-46 - Dados técnicos e de localização do Highland Scot.

Fonte: Naufrágios do Brasil, 1998-2012.

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Figura 9.1.3-47 - Croqui do Highland Scot.

Fonte: < http://www.naufragiosdobrasil.com.br/especialHiglandScot.htm >.

 O Vapor das Crioulas


A mais recente descoberta na região aconteceu no dia 20 de novembro de 2011, após duas
expedições de busca entre outras que ocorreram em 2005. O naufrágio está localizado a
cerca de uma milha ao largo da praia de Maricá, próximo às Ilhas Maricás, em Itaipuaçu,
onde também foi localizado o naufrágio do Moreno.

Foto 9.2-197 - Vista das Ilhas Maricá da posição do naufrágio.

Fonte: < http://www.naufragiosdobrasil.com.br/naufvaporcrioulas.htm >.

O navio foi encontrado a 30 metros de profundidade sobre fundo lodoso, sendo que ainda
não se sabe o que ocorreu para o naufrágio dessa embarcação. A página eletrônica
Naufrágios do Brasil (1998-2012) apresenta um croqui do navio, descrição das peças e as
hipóteses sugeridas em vista do que já foi encontrado - por exemplo, há sinais de possível
desmonte de partes do navio, ou de que algumas de suas peças foram resgatadas após o
naufrágio. Certo é que essa embarcação foi construída entre 1830 e 1870, pois se trata de
um navio a vapor de duas rodas com provável chaminé, como exemplifica a figura 7.4.3.5-26.
Há também registros no SINAU - Sistema de Informações de naufrágios de que oito vapores
de rodas desse tipo naufragaram no Rio de Janeiro (Naufrágios do Brasil, 1998-2012).

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Figura 9.1.3-48 - Navio a vapor de duas rodas e de uma chaminé e croqui do Vapor das Crioulas.

Fonte: < http://www.naufragiosdobrasil.com.br/naufvaporcrioulas.htm >.

A descoberta é de extrema importância, informa Sebastião Mariani no site Naufrágios do


Brasil:

(...) já que o conjunto de máquinas e caldeiras que está no fundo além de ser
muito raro está em ótimo estado de preservação, já valendo a pena o
mergulho só para conhecer essas raras peças da história da engenharia
naval. Máquinas Oscilating Engine só eram encontradas no Brasil
anteriormente no naufrágio do Pirapama, Recife, PE e no naufrágio do
Salvador, em Jauá, Salvador, BA. Já as caldeiras, ainda com a cobertura dos
abafadores só eram conhecidas no Brasil no vapor Orio, afundado em
Bombinhas, SC.

Em entrevista para o Jornal O Globo, Sebastião Mariani, professor de mergulho volta a


declarar:

O navio não está inteiro, está destroçado, mas o vilebrequim, que é o eixo do
motor, e a caldeira estão bem conservados. É uma verdadeira raridade, pois
esse maquinário normalmente se desmantela. Não temos notícia de outro no
mundo que esteja bem conservado como esse. Batizamos o navio de “Vapor
das crioulas”, pois o encontramos perto das rochas homônimas. Acredito que
tenhamos sido os primeiros a achá-lo, pois não vimos registro dessa
embarcação em lugar algum. E as pesquisas vão continuar.

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Foto 9.2-198 - Eixo e cubo da roda de pás e eixo excêntrico e girabrequim sobre um dos
cilindros oscilantes.

Fotos: Maurício Avila. Fonte: <http://www.naufragiosdobrasil.com.br/naufvaporcrioulas.htm>.

Figura 9.1.3-49 - Dados técnicos e de localização do Vapor das Crioulas.

Fonte: Naufrágios do Brasil, 1998-2012. Disponível em


<http://www.naufragiosdobrasil.com.br/naufvaporcrioulas.htm>.

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Patrimônio histórico

Conforme apresentado anteriormente, no século XVIII, com o progresso econômico surgiram


várias fazendas ao longo do Vale do Paraíba Fluminense e em outras localidades próximas à
Região dos Lagos. Entre as remanescentes, algumas foram tombadas pelo Instituto Estadual
do Patrimônio Cultural (INEPAC) ou pelos municípios onde se localizam e as demais foram
catalogadas pelo mesmo órgão estadual17, como a Fazenda Itaocaia, em Maricá.

Foto 9.2-199 - Sede da Fazenda Itaocaia, em Foto 9.2-200 - Estrutura remanescente de


Maricá, construída no século XVIII senzala na Fazenda Itaocaia

Fonte: Inventário das Fazendas do Vale do Paraíba Fluminense. Disponível em:


http://www.institutocidadeviva.org.br/inventarios/ >.

Bens tombados e inventariados

Os municípios de Maricá e Saquarema, integrantes da AID do empreendimento, não


apresentam bens inscritos nos livros de tombo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional - IPHAN, órgão federal de proteção ao patrimônio cultural nacional
(IPHAN/COPEDOC, 2009).

Cabe ao Instituto Estadual do Patrimônio Cultural do Estado do Rio de Janeiro - IEPHA a


proteção do patrimônio cultural estadual. Conforme o Guia de Bens Tombados (Disponível
em: http://www.inepac.rj.gov.br/modules.php?name=Guia), esse órgão protegeu por
tombamento três bens históricos no município de Maricá e apenas um no município de
Saquarema.

Além dos bens tombados, o INEPAC inventariou alguns bens imóveis de interesse à
preservação nos municípios integrantes da AID do Projeto Terminal Ponta Negra - TPN.

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 Descrição
 A Estrada de Ferro Maricá
A Estrada de Ferro Maricá, desativada em 1964, teve seu primeiro trecho inaugurado em
1887. No período de plena atividade, ligou os municípios de Niterói, Cabo Frio e todos os que
hoje pertencem à Região dos Lagos. A ferrovia foi de fundamental importância para a
integração e desenvolvimento da economia regional e, por longo período, foi a responsável
pelo abastecimento de mercadorias para as cidades do Rio de Janeiro e Niterói.

A história da implantação da ferrovia na Região dos Lagos está intimamente ligada à história
da ocupação de Maricá e às dificuldades de acesso e de comunicação ao local. Constantes
são as referências, nos estudos sobre Maricá, quanto ao isolamento de seu território, em
grande parte motivado pelo relevo regional.

Com o crescimento das cidades do Rio de Janeiro e Niterói na segunda metade do século
XIX, aumentou a demanda por alimentos, sendo o município de Maricá um dos que
garantiam o abastecimento. Entretanto, por não dispor de via de comunicação, todo o
transporte de mercadorias era feito por tropas de mulas que utilizavam caminhos pelas
restingas e serras que cercam a quase totalidade de seu território.

“Maricá, bem como Saquarema e as demais populações litorâneas recebiam da metrópole


produtos tais como: tecidos, ferragens, louças, xarque, fumo, vinho, medicamentos, entre
outros produtos, em caixas de couro cru, que eram transportados no lombo de muares do
porto de Guaxindiba, atravessando Cabuçu e o alto do Guiá (caminho secular), para daí
percorrer a Serra de Itatendiba, descer nas imediações de Capoaba (Segundo Fiqueiredo no
final da década de 1940 ainda era possível encontrar sinais nítidos da cava deste velho
caminho agreste que passava pela Fazenda de Cassorotiba, antiga sesmaria de Amaro dos
Reis Tibau), para depois tomar o destino de várias regiões do interior, transpondo terras
alagadiças, ladeando lagos e extensos areais, num percurso de 36 quilometros de restinga.
No retorno, o mesmo trajeto com os produtos de várias regiões do interior: açúcar, farinha de
mandioca, polvilho, feijão, milho, peixe salgado, anil, entre outras.”

O trajeto para Cabo Frio, através de Maricá, Saquarema, Araruama e São Pedro d’Aldeia, era
feito geralmente pela restinga, em direção a Ponta Negra, passando por Inoã, Itocaia, curral
de Fora, ou pelo caminho entre florestas que hoje constitui a estrada tronco, quando os
produtos eram destinados diretamente a povoação de Maricá.” (FIGUEIREDO, 1953)

Esse difícil trajeto chegou a ser percorrido até a terceira década do século XIX, quando foi
incrementada a Estrada do Baldeador com destino à antiga Vila da Praia Grande. A
construção da estrada começou a ser cogitada cinco décadas antes, em decorrência da crise
de víveres que se abateu no abastecimento da Corte em 1817, instalada no Rio de Janeiro. A
estrada era extremamente rudimentar e somente em 1924, quase um século depois, foi
adequadamente reformada para ser transitada por automóveis (FIGUEIREDO, 1953).

Entretanto, antes dessa reforma, as condições intransitáveis da referida estrada ensejaram


inúmeras reclamações e representações dirigidas à Assembleia Provincial, denunciando as
reparações displicentes, a má execução das obras e a falta de fiscalização dos serviços que
haviam sido contratados para a reparação da via. A estrada foi dividida em duas partes: uma,
do rio das Vicencias, no atual Parque Fagundes Varela em Niterói, até o Engenho de Inoã

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(povoado de Calaboca), e outra desta localidade até a Vila de Santa Maria de Maricá - e foi
nesse último trecho que as obras se arrastaram por mais tempo (FIGUEIREDO, 1953).

E foi da vontade de ver solucionado o problema de transporte das mercadorias vivido por
Maricá e da ausência de soluções do poder provincial, que um grupo de empresários locais
tomou a iniciativa de construir a estrada de ferro a partir de recursos próprios. As dificuldades
financeiras, entretanto, retardariam a construção de muitos trechos e prolongamentos.

O início da construção da Estrada de Ferro Maricá ocorreria em 1887, com a peculiaridade de


a iniciativa partir de particulares: um grupo influente da elite maricaense na época assume,
com recursos materiais e financeiros próprios, a construção da ferrovia. O primeiro trecho foi
inaugurado em 25 de novembro de 1888 e ligava Alcântara (estação Raul Veiga) a Rio do
Ouro, passando por duas estações intermediárias, Sacramento e Santa Izabel. O trecho entre
Rio do Ouro e Itapeba, a três quilômetros da Vila Maricá, foi inaugurado em 1889 (ano em
que Maricá foi elevado à categoria de cidade), enquanto que o trecho para o centro de Maricá
seria inaugurado somente 5 anos depois, em 1894. O prolongamento desse ponto até
Manuel Ribeiro, com 10 km de extensão, foi inaugurado em 1901 (Margarit, 2009a).

Nilo Peçanha, como Presidente da República (1909/1910), conseguiu a união da linha com a
Leopoldina na Estação de Neves (São Gonçalo), construída para esse entroncamento, e do
outro lado prolongou a linha até Iguaba Grande, em Araruama - a estação próxima a Ponta
Negra, onde começaria o prolongamento, recebeu o seu nome.

Em 1913, a francesa “Compagnie Generale de Chemins de Fer dês Etats Unis du Brèsil”
(fundada em Paris em 1911 com o objetivo de investir nas estradas de ferro brasileiras),
recebe a concessão da Estrada de Ferro Maricá, realizando melhorias na ferrovia, além de
completar o prolongamento até Araruama.

No governo de Getúlio Vargas, a Estrada de Ferro Maricá é encampada e passa a ser


administrada pelo Governo Federal em 1933, que a prolongou até Cabo Frio em 1937, onde
se embarcava o sal das salinas.

Figura 9.1.3-50 - Mapa da linha da Estrada de Ferro Maricá e suas principais estações.

Fonte: Margarit, 2009a.

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Na década de 1930, o trem seguia o seguinte percurso: Barreto, em Niterói; Neves, Sete
Pontes, Rocha, Mutondo, Raul Veiga, Barracão, Sacramento, Santa Izabel, Salvatori, Rio do
Ouro, Santa Eulália, em São Gonçalo; Calaboca, Inoã, São José, Buriche, Itapeba, Camburi,
Maricá, Bom Jardim, Ignácio, Manoel Ribeiro, Joaquim Mariano, Nilo Peçanha, em Maricá;
km 73, São Tiago, Caçadores, Sampaio Correia, Morro dos Pregos, Nazareth, km 97,
Bacaxá, km 103, Ipitangas, em Saquarema; Ponte dos Leites, Araruama, km 126, Iguaba
Grande, em Araruama - entre estações e ou simplesmente paradas. O trem partia de Neves
às 7:00 horas e chegava em Iguaba Grande às 11:30 horas (Inepac/SebraeRJ, 2004).

A partir dessa data, até a abertura das estradas de rodagem na década de 1940, o caminho
do trem viria a ser o principal elo de Maricá com outros municípios e, com a extensão da
estrada de ferro até Cabo Frio, passou a ser também o “caminho do sal”, por onde escoava o
sal da região produtora até o mercado consumidor (Inepac/ SebraeRJ, 2004).

Em 30 de agosto de 1943, o patrimônio da Estrada de Ferro Maricá é incorporado ao da


Estrada de Ferro Central do Brasil. Entre 1950 e 1957, foi administrada pela Estrada de Ferro
Leopoldina, passando em 1957 à administração da RFFSA e sendo definitivamente
desativada em 1964.

No percurso até Iguaba Grande encontram-se, com tipologia característica, estações ou


simples abrigos de parada do trem que foram construídos nos primeiros vinte anos do século
XX, de arquitetura modesta com cobertura em duas águas, como é possível observar na
iconografia de época.

A construção da estrada de ferro estimulou o desenvolvimento de muitos núcleos urbanos ao


longo da linha e todo o comércio de mercadorias e transporte de passageiros era feito
através da ferrovia.

Em Maricá, a partir da inauguração da ferrovia em 1888, são observadas uma série


mudanças, entre elas, a elevação da vila de Maricá à condição de cidade em 1889 e o
surgimento de diversos estabelecimentos comerciais no entorno da estação, inaugurada em
1894.

Em Manoel Ribeiro, onde foi inaugurada uma estação em 1901, localizava-se uma das
principais fazendas de Maricá, que empregava grande contingente de pessoas e onde se
desenvolveu um pequeno núcleo urbano. O cultivo da laranja nessa fazenda era significativo
e a produção era transportada pela ferrovia.

O município ganha contornos urbanos e aos poucos vai recebendo fluxos de pessoas,
principalmente do Rio de Janeiro que se encontrava em constante expansão, impulsionado
pela indústria. Além do desenvolvimento observado na área central da cidade de Maricá,
núcleos urbanos também se desenvolveram em Inoã e São José de Imbassaí, onde havia
estações.

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Figura 9.1.3-51 - Antiga Estação Maricá (foto sem data).

Fonte: Revista Maricá Já, n 13, agosto de 2003. Disponível em:


<http://www.estacoesferroviarias.com.br/efl_ramais_3/ marica.htm>.

Figura 9.1.3-52 - Vista da estação de Maricá em sua versão original, antes de sofrer alterações.

Fonte: Revista Maricá Já, n 13, agosto/2003. Disponível em:


<http://www.estacoesferroviarias.com.br/efl_ramais_3/marica.htm >.

Direta ou indiretamente, a ferrovia fez parte do primeiro surto de desenvolvimento da Região


dos Lagos. Durante o seu período de funcionamento, constata-se a criação de municípios, a
origem de núcleos urbanos, a instalação de empresas, o aparecimento do turismo e os

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primeiros loteamentos. A Estrada de Ferro constituiu fator de desenvolvimento regional, pois


contribuiu para integrar a economia regional com a do estado. A facilidade do transporte
proporcionou a criação de novas dinâmicas, setores da indústria e serviços, antes quase
inexistentes, se desenvolveram, e o setor primário cresceu para atender à demanda por
alimentos das cidades de Niterói e Rio de Janeiro, além da própria Região dos Lagos. A
ferrovia influenciou a forma desocupação do espaço em todos os municípios envolvidos
(MARGARIT, 2009a).

No entanto, a partir da década de 1950, a estrada de ferro foi perdendo o lugar de


importância diante do transporte rodoviário. O início das obras de asfaltamento, na década de
1950, da Rodovia Amaral Peixoto, ligando Niterói à Macaé, permitiu o acesso mais fácil e
rápido aos municípios da Região dos Lagos, tornando-se uma alternativa mais competitiva
em relação ao transporte ferroviário. A partir desse momento, a Estrada de Ferro Maricá
deixa de ser a única e a melhor forma de transporte da região e passa a enfrentar a
concorrência das empresas de transporte rodoviário.

Em janeiro de 1962, de acordo com relatos de antigos moradores da Região dos Lagos,
coletados no estudo de Margarit (2009b), um forte temporal causou inúmeros danos à via,
destruiu pontes e deixou a linha intrafegável. Esse foi o pretexto perfeito para se promover a
desativação da ferrovia: os reparos não foram efetuados e o tráfego foi suspenso de Virajaba
a Cabo Frio. Entre Virajaba e Niterói ainda permaneceu o tráfego de trens de subúrbio até
1964, quando se deu a sua suspensão definitiva e se iniciou a remoção dos trilhos. A
erradicação da Estrada de Ferro Maricá causou prejuízos aos municípios e principalmente à
população. O transporte ferroviário era barato e amplamente utilizado para o transporte de
cargas e passageiros; sem ele, a única opção era o transporte rodoviário, com fretes e
passagens de ônibus mais caros.

Em 1964, o trecho que passava por Maricá foi desativado e a estação demolida. Em seu
lugar foi instalado um busto do Conselheiro Macedo Soares. Em 2008, a Prefeitura
reconstruiu o edifício da estação, com base em fotos antigas, para abrigar a Secretaria de
Turismo, Lazer, Indústria e Comércio (Estações Ferroviárias do Brasil, 2009).

Figura 9.1.3-53 - Réplica da estação, em fotografia tomada em 04/2009.

Fonte: Cleiton Pieruccini, Disponível em: <


http://www.estacoesferroviarias.com.br/efl_ramais_3/marica.htm >.

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Eduardo Margarit (2009), em seu estudo sobre a história da ferrovia, apresenta como base
uma pesquisa de campo e relatos extraídos de entrevistas com vários moradores locais por
onde passava a ferrovia. No percurso constatou e registrou vários elementos remanescentes
da Estrada de Ferro Maricá, dentre os quais reproduzimos os que se revelam mais
importantes para o presente contexto.

No município de Maricá, ainda é possível ver o túnel na Serra do Calaboca e ruínas da


estação do Calaboca. No bairro de São José ainda existe uma ponte e ruas com o nome da
estrada de ferro, e no bairro de Itapeba há uma casa de turma onde é possível ler as siglas
“E.F.C.B.” (Estrada de Ferro Central do Brasil) e “V.P.” (via permanente), “6ª turma”. Ainda é
possível encontrar também a estação de Manoel Ribeiro e logo em frente uma capela e um
coreto da época da ferrovia.

Foto 9.2-201 - Túnel na serra do Calaboca e Estação homônima, em Maricá.

Fonte: Margarit, 2009a.

Ainda no território municipal de Maricá, em terrenos da AID do empreendimento, em uma


posição próxima ao limite com a ADA, segundo consta, existiria a estação de Nilo Peçanha
da referida ferrovia. Situada junto ao quilômetro 66,331, entre as antigas estações Manuel
Ribeiro e Sampaio Correa, a construção estima-se que tenha sido erigida no início da do
século XX (1913), entretanto, informações acerca de sua remanescência avisam que a
mesma não permanece na época presente, tendo sido já demolida:

O local da estação Nilo Peçanha ficava próximo ao encontro das estradas de


Ponta Negra e da RJ-118 (que liga Ponta Negra a Jaconé, em Saquarema).
Da última estação em solo maricaense nada mais resta além de uma caixa
d'água às margens da RJ-118" (Cleiton Pieruccini, 04/2004) Fonte: <
http://www.estacoesferroviarias.com.br/efl_ramais_3/nilopecanha.htm >).

As atividades do diagnóstico não interventivo realizado nesta etapa da pesquisa, realmente


não permitiram o reconhecimento do referido bem, assim, em uma próxima fase de pesquisa
arqueológica, aplicando-se métodos interventivos no terreno, talvez seja possível a
identificação de materiais remanescentes que possam ilustrar algumas das características
distintivas dessa estação.

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Em Saquarema a população sempre esteve muito ligada à pesca e a produção agrícola. A


indústria açucareira colaborou para incrementar a economia da cidade durante todo o período
em que a Estrada de Ferro Maricá funcionou. Isso porque, em seu distrito Sampaio Correia
estava instalada a usina de cana-de-açúcar Santa Luiza, a maior da Região dos Lagos. A
estação de Sampaio Correia foi inaugurada em 1º de maio de 1913 e localizava-se junto a
usina e a cerca de 800 metros do principal núcleo populacional.

A usina ainda hoje existe, mas encontra-se desativada, assim como a estação, que foi
demolida. No entanto, o núcleo urbano de Sampaio Correia ainda resiste e parece ter
permanecido no tempo com a ferrovia. O bairro lembra, segundo Margarit, uma pequena
cidade do interior, com uma igreja, um cemitério, uma agencia bancária, algumas pequenas
lojas, antigas casas e sua população que lamenta profundamente a desativação da usina e
da ferrovia, que juntas, significavam a principal fonte de emprego e renda para os moradores
de Sampaio Correia. Em Saquarema, uma estrada recebeu o nome de Estrada da Caixa
D’água, exatamente pela existência de uma antiga caixa d’água da ferrovia, que hoje abriga
um bar.

Em Bacaxá, distrito de Saquarema, distante cerca de 8 quilômetros do centro, havia uma


estação de mesmo nome, que deu origem ao que, até hoje, é considerado o principal centro
comercial do município. Na estação Bacaxá, embarcavam mercadorias como limão, galinhas,
bois e porcos, procedentes das muitas fazendas que existiam na região.

Em Saquarema, a Estrada de Ferro Maricá chegaria somente no ano de 1913, quando do


prolongamento da ferrovia até Araruama. A estação foi construída no distrito de Bacaxá e foi
ponta da linha por alguns meses até que os trilhos pudessem chegar a Araruama. Segundo
Margarit (2009b): "As principais mercadorias que embarcavam na estação Bacaxá eram:
limão, galinhas, bois e porcos, procedentes das muitas fazendas que existiam na região. Os
moradores de Saquarema utilizavam o trem para ir a Niterói ou então de lá, chegar ao Rio de
Janeiro através das barcas, os que moravam próximo à estação aproveitavam a parada do
trem para vender doces".

Um ano antes da inauguração da estação Bacaxá, a linha tinha sido vendida a empresa
francesa “Com. Generale aux Chemins de Fer”. Em 1933, o Governo Federal encampa a
ferrovia prolongando-a até Cabo Frio em 1936, onde se embarcava sal das salinas das
praias. A E. F. Marica foi passada para a Central do Brasil em 1943, e nos fins dos anos 1950
para a Leopoldina. A ferrovia foi completamente desativada em janeiro de 1966. A estação
Bacaxá foi totalmente demolida.

Os moradores de Saquarema utilizavam o trem para ir a Niterói ou então de lá, chegar ao Rio
de Janeiro através das barcas, os que moravam próximo à estação aproveitavam a parada do
trem para vender doces.

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Figura 9.1.3-54 - Acima: Pátio e estação de Bacaxá e parte da vila, em 1961. Abaixo: A estação
em desenho. Autor desconhecido

Fonte: Margarit, 2009,Cessão André Martins Borges. Estações Ferroviárias do Brasil. Disponível em:
http://www.estacoesferroviarias.com.

Figura 9.1.3-55 - Estação Bacaxá (1961) e pintura da estação exposta na Câmara Municipal.

Fonte: Margarit, 2009a.

Em São Gonçalo, logo após a desativação da ferrovia, a Estação Terminal de Neves foi
transformada em presídio, inicialmente para abrigar presos políticos durante o regime militar.
Atualmente, além do presídio abriga a 76ª delegacia policial.

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Figura 9.1.3-56 - Estação de Neves na década de 1940 e, atualmente, utilizada como delegacia.

Fonte: Margarit, 2009a.

As estações de Santa Izabel e Rio do Ouro, em São Gonçalo, que foram renomeadas como
Ipiíba e Virajaba ainda durante o funcionamento da ferrovia, podem ser vistas embora
estejam em péssimo estado de conservação. As duas construções mantém suas feições
originais e são ocupadas atualmente por famílias de ex-funcionários da RFF. Próximo a essas
duas estações existem as caixas d’água, que abasteciam as locomotivas da Estrada de Ferro
Maricá.

No município de Araruama é possível encontrar a antiga estação de Ponte dos Leite, que foi
recentemente reformada pela prefeitura para abrigar algumas atividades culturais, como
também os armazéns de sal desativados juntamente com a ferrovia. A estação de Ponte dos
Leite foi inaugurada em 1914, um ano após ser implantado o prolongamento da E. F. Maricá
que chegou até Araruama.

Araruama se desenvolveu com a extração de sal da lagoa. Na localidade de Ponte dos Leite,
distrito de Araruama, se instalaram algumas indústrias para o beneficiamento do sal e
fabricação de cal, gesso e barrilha junto a ferrovia. Segundo moradores, Ponte dos Leite
possuía atividades comerciais mais intensas do que o próprio centro da cidade de Araruama.

Quando a ferrovia foi desativada na década de 1960, as indústrias também encerraram suas
atividades por falta de um meio de transporte eficiente. Com o fim das atividades produtivas
em Ponte dos Leite, o comércio também fechou e hoje não existe nem mesmo uma padaria
no bairro, que ainda aguarda o momento em que outras atividades possam dar vida as ruas,
hoje sendo ocupadas por novos loteamentos e condomínios. No bairro fazendinha ainda
existe uma casa de turma e uma caixa d’água.

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Foto 9.2-202 - A estação em 10/2010. Foto Foto 9.2-203 - Armazéns de sal em Ponte dos
Cleiton Pieruccini. Leite.

Fonte: Estações Ferroviárias, 2010. Fonte: Margarit, 2009ª.

Em Iguaba Grande existe uma casa de agente e uma casa de turma no bairro chamado
Estação, onde ficava a estação de Iguaba Grande, que foi demolida para dar lugar a uma
praça. Ainda restam os vestígios de uma antiga ponte que era usada para desembarcar as
mercadorias que eram transportadas pela ferrovia e uma pintura da estação na casa de
cultura do município.

Em São Pedro da Aldeia ainda existe a estação, reformada recentemente e que está sendo
utilizada para atividades culturais; e a casa de agente, hoje utilizada como comércio. O leito
da ferrovia deu lugar a rodovia que serve de acesso a cidade. Já no município de Cabo Frio o
prédio de dois andares que abrigava a estação está sem uso e ainda preserva suas
características originais, assim como a pequena estação do Fonseca, no Bairro de mesmo
nome.

Foto 9.2-204 - Estações de São Pedro da Aldeia e de Cabo Frio, respectivamente.

Fonte: Margarit, 2009a (Acervo pessoal do autor).

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Patrimônio Imaterial

 A comunidade de pescadores artesanais de Zacarias49


A Comunidade de pescadores Zacarias está localizada na Restinga de Maricá, às margens
da Lagoa de Maricá há quase três séculos.

O povoado de Zacarias a cerca de 30 km do Rio de Janeiro e próximo ao epicentro da


Região Metropolitana, ocupa área inclusa na Área de Proteção Ambiental Maricá, da antiga
Fazenda São Bento da Lagoa. Os pescadores estão organizados na Associação de
Pescadores de Zacarias - ACCAPLEZ. A região é formada por dunas entre laguna e mar, e
por vegetação e fauna de restinga. Há mais de três séculos esses pescadores convivem com
o encontro das águas da lagoa e do mar.

Figura 9.1.3-57 - Localização da comunidade de Zacarias nas proximidades da restinga de


Maricá, às margens da lagoa.

Fonte: elaborado por Pereira e Mello (2011).

49
O conceito de população tradicional é delimitado por PEREIRA & MELLO, 2010 da seguinte forma: por aqueles que vivem em
áreas geográficas particulares e demonstram em vários graus características tais como: ligação intensa com os territórios
ancestrais; autoidentificação e reconhecimento pelos outros povos como grupos culturais distintos; presença de instituições
sociais e políticas próprias e tradicionais; e sistemas de produção voltados principalmente para a subsistência.

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Foto 9.2-205 - Sede da associação de Pescadores de Zacarias na restinga de Maricá, RJ.

Foto: Yasmim Mello, 2008. (PEREIRA e MELLO, 2011).

Até o ano de 1951, o manejo do ecossistema nesse sistema lagoa-mar foi realizado pelas
comunidades por meio de uma relação profunda de conhecimentos e convivência entre
sociedade-natureza. A abertura da barra possibilitava a troca de nutrientes e matéria orgânica
no ambiente, a diversidade de espécies de peixes, moluscos e crustáceos e a garantia da
piscosidade do sistema e da subsistência das comunidades pesqueiras. Era celebrada como
um acasalamento do mar com a lagoa: (PEREIRA e MELLO, 2011).

Os pescadores acompanhavam as constantes cheias da bacia hidrográfica,


composta por cerca de vinte e um rios e córregos ao longo das seis lagunas
(originadas por altos índices pluviométricos e variações da maré), que
acarretavam em alguns casos grandes alagamentos e prejuízos para a pesca
e às formas de vida de subsistência daquelas comunidades. Diante disso, os
pescadores sabiam a importância da construção de uma abertura da barra,
ligando a lagoa de Maricá ao mar. Esse conhecimento foi passado de pai
para filho com maestria. (PEREIRA e MELLO, 2011).

O manejo pelos pescadores se dava em consonância e convivência com a própria dinâmica


lagoa e mar. A descrição dos aspectos desse trabalho das comunidades pesqueiras em
conjunto com a natureza na abertura da barra da lagoa é descrito com riqueza por Mello e
Vogel (2004), obra citada em vários momentos pelas autoras, que também ressaltam o
aspecto da celebração envolvida no trabalho de abertura da barra da lagoa para o mar pelos
pescadores:

O mar é o pai. A lagoa é a mãe. Quando uma barra toma carreira, é a mãe
que se abre ao pai. E depois disso, “eles namoram, ficam regulando - uma
hora ela sai, outra hora ele entra”. E, assim, tanto ela “vai buscar a criação lá
fora”, quanto ele “vai botando a criação pra dentro”. E ela vai ficando “cheia
de vida”. Para a criação vingar, entretanto, “ela precisa ficar de resguardo”
(MELLO e VOGEL, p. 346, citado por Pereira e Mello, 2011).

A abertura da barra acompanhava o ritmo das marés, das luas e de alguns meses
específicos, de acordo com o conhecimento dos pescadores de Zacarias, para que assim

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pudesse coincidir com a desova do camarão e a corrida da tainha. A barra, enquanto


permanecia aberta, era acompanhada de uma vigília permanente e se aplicavam várias
interdições a fim de perpetuar a dinâmica do ecossistema e seus ciclos ecológicos, a partir
das muitas observações e conhecimentos passados de geração em geração: não era
permitido tarrafear, nem no canal, nem na boca da barra, assim como o trânsito de canoas
ficava restrito a poucas travessias (MELLO e VOGEL, citado por Pereira e Mello, 2011).

Foto 9.2-206 - Canoa artesanal feita a partir de um único tronco.

Fonte: A Lasca Arqueologia.

No entanto, estas aberturas da barra nativa, celebradas com festas na restinga, foram
interrompidas pelos projetos de Saneamento do Governo na região, que em 1951 deu origem
ao Canal de Ponta Negra. Segundo as autoras, depoimentos colhidos junto aos pescadores
registram que “o mar não chegava mais a Maricá!”. Isso significava que as águas oceânicas
provenientes da Ponta Negra não conseguiam alcançar a Lagoa de Maricá, como também a
fauna marítima não conseguia abrir caminho até chegar à Lagoa. Dessa forma, diversas
espécies marinhas, dentre estas o camarão foram excluídas do sistema. Isto acarretou um
impacto àquele ambiente que constantemente se renovava e que, desde então, a água
passou a não alcançar mais os ambientes lacustres e, sobretudo, não trouxe a renovação da
vida, tanto para a fauna e flora como para aquelas populações que ali se distribuíam.
Aconteceram episódios de enorme mortandade de peixes, visto que as espécies não
conseguiam chegar à lagoa nem tampouco retornar ao mar. (PEREIRA E MELLO, 2011).

Na década de 1950 tem início a política desenvolvimentista e os planejamentos de


incremento urbano no litoral fluminense, com a valoração da lagoa e restinga para lazer. A
partir desse momento a farta vegetação da restinga começa a desaparecer, surgindo ruas de
terra vermelha em meio à areia branca, casas de veraneio e o turismo. A aldeia de
pescadores mais uma vez é afetada com essas transformações, desencadeando um
processo migratório entre os membros da tradicional comunidade. Na década de 1970, a
construção do empreendimento imobiliário da Cidade São Bento da Lagoa, além de provocar
danos ambientais (mortandade de peixes) também provoca a expulsão de pescadores. As
consequências dessas ações são perceptíveis nos dados populacionais da comunidade de

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Zacarias registrados nas duas décadas seguintes. Aproximadamente viviam na comunidade


3.500 pessoas em 1955; duas décadas depois, em 1.975, eram apenas 1.350 habitantes. A
mobilização dos pescadores, incluindo outros setores da sociedade civil conseguiu frear o
processo com a criação da Área de Proteção Ambiental de Maricá, em 1984, onde ficaram
inseridos os moradores de Zacarias, contribuindo para a conservação da restinga que até o
presente mantém a vegetação das dunas, primária e secundária. (PEREIRA E MELLO,
2011).

Patrimônio Geológico

Com vistas a resgatar a história da passagem de Charles Darwin pelo Estado do Rio de
Janeiro entre abril e julho de 1832, em 2008 teve início o Projeto Caminhos de Darwin.

O resgate histórico da passagem de Darwin pela região estava sendo realizado com a leitura
dos textos dos diários e cadernetas de campo do naturalista, pesquisa em material
cartográfico dos séculos XVIII e XIX, disponíveis na Biblioteca Nacional e Arquivo Nacional,
além de mapas do século XX, do acervo do DRM-RJ, e visitas aos locais citados na
documentação. (MANSUR et al, 2011).

Para a divulgação das informações do projeto foi criada uma rede de comunicação e ações
conjuntas entre os 12 municípios percorridos por Darwin, envolvendo, escolas, moradores,
governantes e interessados em geral.

Como parte do levantamento geológico da área foram identificados os tipos litológicos por ele
descritos e, posteriormente, realizadas etapas de campo que, associadas à pesquisa
bibliográfica, permitiram a identificação e localização dos afloramentos. Com isto, foi montado
um acervo de rochas, minerais, solos e sedimentos coletados ao longo do trajeto percorrido
pelo naturalista britânico e que se transformou em uma coleção que vem sendo exposta nos
diversos municípios. (MANSUR et al, 2011)

Um dos afloramentos eleitos como sendo o primeiro a ser revisitado foi este identificado nas
imagens a seguir, como Itinerário Cultural no contexto da História da Ciência - mais de 170
anos após sua passagem e com as tecnologias atuais disponíveis para análise.

Foto 9.2-207 - (a) Afloramentos do beachrock em Jaconé; (b) Conglomerado com seixos e
calhaus de diabásio e de quartzo de veio.

Fonte: Mansur et al, 2011.

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Em 9 de abril de 1832, no segundo dia de sua expedição ao interior fluminense, Darwin,


antes de almoçar em Manatiba ou Mandetiba, descreve a ocorrência de um arenito na praia.
Mandetiba, localizada entre as lagoas de Jaconé e Saquarema, é também local de ocorrência
de vários sambaquis, entre eles o de Manitiba. (MANSUR et al, 2011).

Segundo Mansur et al (2011), na região, onde se localizam Maricá e Saquarema, o chamado


“Turismo de Sol e Praia” é muito desenvolvido. Localmente, as características das ondas de
algumas praias, como a de Itaúna, fazem com que a cidade seja sede de campeonatos de
surfe, inclusive internacionais, o que amplia ainda mais o recebimento de visitantes. A
preocupação é de qualificar a visitação turística com a inserção de informações científicas e
culturais. Em Saquarema já foram implantados painéis do Projeto Caminhos Geológicos e
Caminhos de Darwin, podendo ainda ser visitado o Sambaqui da Beirada, espaço
musealizado, onde os achados arqueológicos estão expostos.

Figura 9.1.3-58 - Localização de Mandetiba, entre Jaconé e Saquarema.

Fonte: Cartas Topográficas da Capitania do Rio de Janeiro mandadas tirar pelo Mmo. Exm. Sr. Conde
da Cunha Capitam General e Vice Rey do Estado do Brazil no anno de 1767. Acervo da Biblioteca
Nacional. FONTE: Imagem e legenda extraídas de Mansur et al, 2011

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Foto 9.2-208 - (a) Painel interpretativo do projeto Caminhos Geológicos próximo à igreja de
Nossa Senhora de Nazaré-(Saquarema), (b) marco da passagem de Darwin em Manitiba,
implantado pelo projeto Caminhos de Darwin; (c) placa de sinalização do projeto Caminhos de
Darwin na Praia de Jaconé; e (d) Sambaqui da Beirada (Saquarema).

Fonte: Imagens e Legendas extraídas de Mansur et al, 2011.

Para Mansur et al, 2011, “é inegável o enquadramento destas rochas como patrimônio
geológico, seja pela sua importância histórica e cultural, seja pelas informações geológicas
que elas podem fornecer. A ocorrência se constitui como patrimônio geológico do tipo
geomorfológico (paisagem), sedimentar (fácies e estruturas), paleoambiental (posicionamento
de praia pretérita), petrológico (posicionamento do dique de diabásio), além de arqueológico
(presença nos sambaquis). Por tudo isto e pela sua inserção no contexto da história da
ciência (descrito por Charles Darwin em 1832), o sítio tem importância internacional e valor
científico, cultural, didático e ecológico”.

A transformação em Itinerário Cultural do trajeto da excursão de Darwin pelo interior


fluminense, sob a perspectiva da História da Ciência, segundo Mansur et al, 2011, baseia-se
na possibilidade de agregar o caráter científico ao do patrimônio cultural já existente, uma vez
que vários dos locais por onde ele passou ainda estão preservados e são tombados por atos
municipais, estaduais ou federais.

Mansur et al, 2011 também destaca que a faixa de ocorrência dos beachrocks estende-se
aproximadamente por 1100 m, aflorando por cerca de 700 m. E reitera que “a importância
ecológica destes afloramentos e blocos, que criam ambientes propícios para elevada
concentração de pescado e desenvolvimento de mexilhões, o que pode ter sido um atrativo
para os sambaquieiros no passado como é para os pescadores atuais”.

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Figura 9.1.3-59 - Mapa geológico da região de ocorrência do beachrock em Saquarema.


(modificado de DRM 1981).

Fonte: Mansur et al, 2011.

e) Contexto local - ADA


A ADA do empreendimento que está localizada entre a lagoa de Jaconé a leste, a Ponta
Negra ao oeste, a praia do Sossego ao sul e a Serra do Jaconé ao norte, atualmente é
composta por campo de golfe desativado, lotes residenciais e uma área de mata secundária
do tipo restinga. Na sua porção norte ela é cortada pela RJ-118 no sentido SW-NW e pela
RJ-102 no sentido N-S e L-W.

Em vistoria empreendida entre os dias 2 a 7 de maio de 2012 foi realizado o registro


georreferenciado de alguns pontos notáveis da área, conforme ilustrado no Quadro e na
Figura que seguem: COORDENADAS UTM (DATUM - WGS84) Pontos Zona Leste Sul.

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Figura 9.1.3-60 - Pontos registrados durante a atividade de campo na ADA.

Na área em que corresponde ao antigo campo de golfe foi averiguado que houve um grande
impacto durante a sua construção, com obras de terraplanagem, aterramento, abertura de
canais e represamento para um pequeno lago. Conforme informações obtidas através dos
antigos funcionários do campo de golfe, Srs. Adilson e Claudeci, o terreno pertencia a uma
fazenda e era um terreno alagadiço (brejo) com mata de restinga. Após a venda para o Sr.
Roberto Marinho, o terreno foi adequado para a construção do campo de golfe.
Posteriormente o terreno foi vendido para a empresa Brooksfield, o qual não alterou a
propriedade, que vendeu para a DTA - atual proprietária.

No local é possível transitar por grande parte do terreno, já que possuem ruas pavimentadas
e, somente em alguns trechos, o local está intransitável devido ao abandono e falta de
manutenção. Há também 2 edificações no local que servem de base e alojamento para os
funcionários e onde funcionava a sede do campo de golfe. O acesso ao local pode ser
realizado pela portaria, através da RJ-118, mas também pela RJ-102 ou pela Praia do
Sossego.

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Figura 9.1.3-61 - Mapa com a localização dos pontos em relação à ADA. Detalhe para a localização do sítio Campo próximo à área da ADA.

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Foto 9.2-209 - Estrada pavimentada próximo à praia (Ponto 003) e com vegetação esparsa
(Ponto 005).

Foto 9.2-210 - Antiga sede do campo de golfe (Ponto 006) e lagoa formada pelo represamento
(Ponto 006).

A ADA que envolve a praia se prolonga no sentido leste-oeste por 1,70 km, partindo das
rochas ao oeste na Ponta Negra. Essa praia é conhecida pelos moradores como Praia do
Sossego ou das Conchas, devido a grande quantidade de conchas que são encontradas nas
areias. E nessa mesma área do empreendimento que estão localizados afloramentos de
beachrock, Foto 9.2-211.

Recentemente, a denominada “Beachrock de Jaconé, RJ”, foi reconhecida pela Comissão


Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos do SIGEP e inscrita como “Sítio 060” entre
os Sítios da História da Geologia, da Paleontologia e da Mineração (MANSUR, RAMOS e
FURUKAWA, 2012). Foi registrada como patrimônio relacionado à história da ciência e pelo
seu conteúdo científico e cultural, pela sua utilização geoturística e didática e de influência
internacional, por estar associada à formação científica de Charles Darwin.

Existe uma pequena concentração dessas rochas, inclusive cobertas pela areia, no ponto 018
e a maior concentração está entre os pontos 019 e 020, a leste da ADA.

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Segundo Mansur et al. (2011) as Beachrocks de Saquarema/Maricá possuem o seu valor


geológico dado que sua formação não ocorre em todo litoral e sua composição varia
regionalmente; o valor arqueológico é atestado em alguns sambaquis da região, onde foram
encontrados seixos associados às Beachrocks; e sua importância histórica se deve á visita do
pesquisador Charles Darwin em 1832, que descreveu essa região e as Beachrocks como
parte de seus estudos.

Cabe observar que, embora essa rocha tenha sido utilizada como matéria prima pelos
sambaquianos que ali viveram, não se deve considerá-la como de valor arqueológico, pois
não foram encontradas evidências de modificações intencionais, ou seja, evidências culturais,
nos afloramentos existentes nessa praia.

Por conta disso, as Beachrocks e o seu entorno foram incluídos em dois projetos turísticos
que englobam vários municípios do Rio de Janeiro: Projetos Caminhos Geológicos
(Disponível em: <http://www.caminhosgeologicos.rj.gov.br) e Caminhos de Darwin (Disponível
em: <http://www.casadaciencia.ufrj.br/caminhosdedarwin), que possui participação e
coordenação do Departamento de Recursos Minerais do Rio de Janeiro (DRM-RJ), Fundação
de Amparo à Pesquisa no Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) e da Casa da Ciência da
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Esses projetos visam valorizar os patrimônios
históricos e geológicos do estado do Rio de Janeiro, sendo muitos desses pontos localizados
na Região dos Lagos.

Foto 9.2-211 - Vista da praia das Conchas a partir da Ponta Negra (Ponto 016) e Beachrocks
localizadas na ADA (Ponto 018).

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Foto 9.2-212 - Área com grande concentração de Beachrocks, a leste da ADA (Ponto 019) e
detalhe da formação rochosa.

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Figura 9.1.3-62 - Webmapa com a localização de alguns locais inclusos no Projeto Caminhos Geológicos e Caminhos de Darwin.

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Figura 9.1.3-63 - Área de proteção proposta ao SIGEP por: Kátia Leite Mansur, Renato
Rodriguez Cabral Ramos e Gisele Giseé Furukawa em 20/11/2012

Fonte:
http://sigep.cprm.gov.br/sitio060/Poligonal_area_protecao_Sitio060_Beachrock_de%20Jacune_
RJ.pdf.

Na porção mais a leste da ADA, ao lado do campo de golfe, a área do


empreendimento é delimitada ao oeste pela RJ-102 (Ponto 017) e por uma
propriedade particular ao leste (Ponto 021 e 001). Beirando a RJ-102 existe um
pequeno loteamento residencial que, até a década de 1950, toda a área pertencia a
uma antiga fazenda e foi loteada aos poucos para dividir o terreno entre os filhos do
proprietário da fazenda e com outras pessoas não aparentadas. Isabela, neta do
antigo proprietário e moradora do loteamento (casa n. 16/17), alega desconhecer a
existência de vestígios arqueológicos na área, mas relata sobre um navio naufragado
na Ponta Negra, próximo a localidade conhecida como “Cara do Índio”.

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Foto 9.2-213 - Rua que dá acesso ao loteamento a partir da RJ-102/Av. Beira Mar e
condomínio localizado na entrada do loteamento.

Foto 9.2-214 - Travessas que corta o loteamento e residência localizada no interior do


loteamento.

Ao lado do loteamento, a leste, existe uma propriedade particular que está coberta por
uma mata secundária, não havendo acessos que permitissem a sua vistoria. Foi
possível registrar, somente em um trecho, o limite leste da ADA através de uma trilha
(Ponto 001) que segue no sentido norte-sul, ligando a Av. Beira Mar (Ponto 021) com
a RJ-118 (Ponto 022). O seu trecho não estava em condições de trânsito, pois a mata
encerra parte da trilha e havia pontos alagados, o que impediu um diagnóstico mais
ampliado dessa área.

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Foto 9.2-215 - Acesso da trilha pela Av. Beira-Mar (Ponto 021) e mata secundária
cobrindo a área leste da ADA.

Foto 9.2-216 - Parte da trilha vem sendo usada para descarte residencial e acesso da
trilha pela RJ-118.

Entre o campo de golfe e o loteamento residencial existe um trecho da RJ-102 que liga
a Av. Beira-Mar com a RJ-118, totalmente pavimentada com calçamento e cercada
com arame de ambos os lados (Ponto 017). Por trás das cercas existe uma capoeira
que impediu a visibilidade da superfície, mas a área parece bastante impactada por
conta do campo de golfe, aberta da estrada e o loteamento vizinho.

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Foto 9.2-217 - Estrutura abandonada no terreno do campo de golfe e estrada


pavimentada com o loteamento residencial ao fundo.

Foto 9.2-218 - Trecho da RJ-102 ligando a Av. Beira-Mar com a RJ-118 com a Serra do
Jaconé ao fundo.

A porção norte do empreendimento, que é cortada pela RJ-118, se estende no sentido


leste-oeste (Ponto 022 e 023) e para norte até a cota de 30m de elevação. A RJ-118 é
conhecida como Estrada Velha de Jaconé e liga o distrito de Manuel Ribeiro, em
Maricá, ao distrito de Sampaio Corrêa, em Saquarema, passando pela Ponta Negra e
a Lagoa de Jaconé. O processo de construção, manutenção e pavimentação da
estrada impactou o seu entorno mais plano, no entanto as áreas mais elevadas
apresentaram um contexto mais preservado.

Do lado sul da estrada está localizado o campo de golfe e a área de mata secundária
no entorno do loteamento residencial (descrito acima). Na parte noroeste existem
alguns acessos de estrada de terra que levam para a porção mais alta do terreno e
dão acesso á antigas residências - desocupadas por conta do empreendimento - e à
residências ainda ocupadas. Em seu entorno ainda há algumas pequenas
propriedades rurais, principalmente chácaras de veraneio. Na parte nordeste não há
acessos que permitissem a vistoria e o terreno é coberto por uma mata secundária de
mata atlântica. De acordo com o projeto do empreendimento, essas áreas mais altas
com mata serão preservadas como área de reserva do TPN.

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Foto 9.2-219 - Portaria do campo de golfe a partir da RJ-118 (Ponto 007) e substrato
argiloso com brita ao lado da RJ-118 (Ponto 007).

Foto 9.2-220 - RJ-118 ao lado do campo de golfe (Ponto 007) e limite oeste da ADA
cortada pela RJ-118 (Ponto 023), que dá acesso ao cume da Ponta Negra.

De fronte a portaria do campo de golfe (Ponto 007) existe uma estrada de terra que dá
acesso à parte mais elevada e que contava com pequenas propriedades residenciais
construídas em torno de 1980-1990, atualmente desocupadas. Nesse mesmo acesso
há a estrutura de uma pequena igreja evangélica que, segundo o Sr. Claudeci, foi
construída pelo Sr. Roberto Marinho para atender a demanda da vizinhança do campo
de golfe. Posteriormente, foi construída a mesma igreja na Ponta Negra, ficando a
antiga estrutura abandonada. No local não foram encontrados vestígios arqueológicos,
mas a área se encontra bastante remexida pela construção do acesso e pelo tempo de
ocupação residencial.

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Foto 9.2-221 - Estrutura da antiga igreja evangélica (Ponto 008) e estrutura residencial
localizada ao lado da estrada de terra (Ponto 009).

Foto 9.2-222 - Estrada de terra que dá acesso á parte mais elevada do terreno, ao lado da
RJ-118 e corte no barranco realizado na abertura e terraplanagem da estrada de terra
(Ponto 008-009).

Na parte mais a leste desse acesso, existe outra entrada (Ponto 014) que leva tanto a
uma propriedade particular, quanto ao terreno do empreendimento (Ponto 015). A
parte que corresponde ao empreendimento possui características de uma chácara de
veraneio, com árvores esparsas sob um compartimento argiloso. Durante a vistoria
não foram encontrados vestígios arqueológicos ou qualquer indicativo de relevância
histórica.

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Foto 9.2-223 - Estrada de terra que dá acesso á parte mais elevada (Ponto 014) e entorno
da estrada de terra com a RJ-118 ao fundo (Ponto 015).

f) Conclusões e Recomendações
Desde o início do século XX, toda a região que compreende a AII e AID do
empreendimento vem sendo estudadas por várias instituições de pesquisas
fluminenses, dada a sua importância histórica, geológica e arqueológica. Tais estudos
apontam para um rico contexto arqueológico pré-colonial, principalmente nos cordões
arenosos e nas margens das lagoas, com ocupações humanas que recuam desde
7.000 anos AP até o período do contato com os europeus.

Durante a vistoria da ADA e em seu limite imediato, junto à linha costeira, foram
encontrados vestígios materiais de interesse cultural em superfície, as chamadas
Beachrocks. Entretanto, grande parte da área já passou por vários processos que
impactaram o terreno, como a construção do campo de golfe, a construção e
pavimentação da RJ-118 e RJ-102, além das ocupações residenciais e rurais. Assim,
além da própria linha de costa, somente as áreas com maior declive, localizadas
próximas no sopé da Serra de Jaconé, é que apresentam um aspecto geral melhor
preservado.

As Beachrocks possuem valor científico relevante não somente para o estudo da


geologia, mas também para a arqueologia, a história e o turismo da região, visto que o
local serviu de estudos para Charles Darwin, o criador da Teoria da Evolução, que em
1882 aportou na região para estudar o bioma da Região dos Lagos e artefatos
constituídos de suas rochas foram encontrados nos sambaquis existentes em terrenos
da AID. Esse contexto tem sido explorado de forma educacional e turístico por órgãos
oficiais de governo dentro de dois projetos estaduais chamados “Projeto Caminhos
Geológicos” e “Caminhos de Darwin no Rio de Janeiro”, tanto que, conforme
mencionado anteriormente, o local foi inscrito (Sítio nº 060) e reconhecido junto à
Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos do SIGEP como sítio
geológico ou paleobiológico .

Na região das Ilhas Maricás (AID do empreendimento) a atividade de mergulho parece


ser uma constante entre profissionais e praticantes desse esporte. A relação de
naufrágios que cerca o litoral fluminense incluindo toda a extensão da Região dos
Lagos é significativa, sendo que muitos ainda não foram localizados e não fazem parte
da agenda destes profissionais/pesquisadores de mergulho, trata-se, portanto, de uma

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área aberta a descobrimentos, incluindo-se neste panorama, também, a ADA do


empreendimento. Conforme informações obtidas com frequentadores locais, existe a
possibilidade de haver um navio naufragado próximo à Ponta Negra.

A Ponta Negra, por sua vez, área limítrofe a oeste da ADA, também possui seu valor
paisagístico, turístico e, possivelmente, histórico. O local é visitado por aqueles que
buscam a Praia do Sossego (ou das Conchas) ou visitam o Farol da Ponta Negra, o
qual permite uma visão panorâmica da região de Jaconé. Assim sendo, a inserção
dessa paisagem no contexto histórico e turístico também precisa ser melhor
caracterizado.

Próximo ao limite da ADA também estaria situado o local da antiga estação Nilo
Peçanha da Estrada de Ferro Maricá, construção antiga, do início do século passado,
que segundo consta, já foi demolida, mas cujos eventuais remanescentes poderiam
contribuir com o delineamento de algumas das características relevantes e distintivas
da estação mencionada.

Em suma, toda a área que compreende a ADA e o seu entorno imediato (AID) possui
uma série de estudos e pesquisas que apontam para sua relevância cultural,
notadamente arqueológica e histórica. Atualmente, essa região ainda é foco de
pesquisa de inúmeros trabalhos do Museu Nacional do Rio de Janeiro e do Instituto de
Arqueologia Brasileira, que apesar de estarem presentes há décadas, ainda continuam
encontrando novos sítios arqueológicos na região.

Apesar dos dados secundários e do levantamento de campo apresentarem a


ocorrência de patrimônio de interesse cultural (Beachrocks) e a possibilidade de
ocorrência de novos bens nas áreas a serem diretamente impactadas pelo
empreendimento, considerando a Portaria IPHAN / MinC nº. 230 sugere-se que o
estudo de arqueologia preventiva permita o licenciamento ambiental prévio do
empreendimento (LP), contanto que a Licença de Instalação (LI) fique condicionada à
implantação de um Plano de Arqueologia Preventiva, conforme as atividades dos
programas de mitigação concernentes:

No Anexo XXXVII encontra-se o Diagnóstico do Patrimônio Cultural e Histórico,


protocolado no IPHAN.

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9.2. Ambiente Marinho

9.2.1. Meio Físico


A caracterização do meio físico marinho na região dos Terminais Ponta Negra foi
realizada através de levantamento bibliográfico, campanhas de coletas de sedimento e
água, aquisição de dados oceanográficos e modelagens matemáticas.

A seguir são apresentados os objetivos, metodologias de coleta e resultados para os


dados obtidos durante os levantamentos, além da modelagem matemática das
correntes, ondas, transporte de sedimento e linha de costa.

9.2.1.1. Caracterização do Sedimento Marinho na Região de Implementação dos


Terminais Ponta Negra
O objetivo da caracterização de sedimento é verificar a qualidade do sedimento
previamente ao início das obras de implementação do terminal. Esta caracterização
servirá como base para comparações com os monitoramentos ambientais previstos
durante a implantação e operação, além de fornecer dados para tomada de decisão do
destino do sedimento que necessita ser dragado para construção do terminal.

Para caracterização da área foi realizada primeiramente uma campanha para coleta
de sedimento entre os dias 10 e 11 de Maio de 2012, em 53 pontos na região do
empreendimento (Figura 9.2.1-1). Além desta campanha, foram realizadas mais 2,
sendo a segunda campanha no dia 12 de Setembro de 2012 e a terceira campanha
nos dias 22 e 23 de Janeiro de 2013, sendo mês de setembro, mês de estiagem, e
janeiro, época de chuva.

Para segunda e terceira campanha foram realizadas coletas em 7 pontos para


verificação da qualidade do sedimento da Área de Influência Direta do
empreendimento (Figura 9.2.1-2).

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Figura 9.2.1-1 – Pontos de coleta para a primeira campanha de sedimento.

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Figura 9.2.1-2 - Pontos de coleta para a segunda e terceira campanha de sedimento

A) Métodos
Nas amostras de sedimento foram realizadas as análises dos parâmetros descritos na
Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente nº 454 de 2012 (BRASIL, 2012),
que estabelece as diretrizes gerais e os procedimentos referenciais para o
gerenciamento do material a ser dragado em águas sob jurisdição nacional. A
resolução CONAMA 454/12, que revogou a resolução CONAMA 344/04, teve como
objetivo principal o estabelecimento de níveis nacionais de classificação dos
sedimentos, detalhando algumas determinações da Resolução 344/2004, além de
modernizar a norma em termos de referências sobre gestão ambiental do material
dragado.

 Metais: Alumínio, Bário, Cádmio, Chumbo, Cobre, Cromo, Ferro, Manganês,


Mercúrio, Níquel, Prata e Zinco;
 Semimetais: Arsênio;
 Nutrientes: Fosfatados: Fósforo total;
 Nitrogenados: Nitrogênio total (Kjeldahl);
 Carbono Orgânico Total (COT);

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 Análise granulométrica
 Orgânicos:
 PCBs Totais;
 Pesticidas Organoclorados: alfa/beta/gama/delta-BHC, alfa-clordano, 4,4,4-
DDD/DDE/DDT, Dieldrin e Endrin e
 Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs): Benzo(a)antraceno,
Benzo(a)pireno, Criseno, Dibenzo(a,h)antraceno, Acenafteno, Acenaftileno,
Antraceno, Fenantreno, Fluoranteno, Fluoreno, 2-metilnaftaleno, Naftaleno,
Pireno, Benzo(b)fluoranteno, Benzo(ghi)perileno, Benzo(k)fluoranteno,
Indeno(1,2,3,c-d)pireno.

a) Metodologias analíticas
Todos os ensaios analíticos foram realizados pelo Laboratório ECOLABOR localizado
na cidade de São Paulo e devidamente acreditado para a realização de tais análises.

Os métodos analíticos utilizados se basearam em normas analíticas estabelecidas,


descritas em Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater
(SMEWW, 2005) e nos padrões analíticos definidos pela Agência de Proteção
Ambiental Norte Americana (USEPA).

Os ensaios analíticos foram acompanhados de brancos analíticos, ou seja, amostras


isentas dos compostos de interesse, de forma a verificar se o método de análise
introduziu ou não os compostos de interesse nas amostras reais, e da análise de
brancos subrrogados, ou seja, amostras onde os compostos de interesse são
introduzidos em concentração conhecida de forma a verificar a qualidade analítica e a
recuperação dos compostos analisados.

Os Limites de Detecção e de Quantificação de todos os compostos em sedimento


foram inferiores aos limites definidos pelas resoluções CONAMA 454/12 (BRASIL,
2012) que são os padrões de qualidade de sedimento utilizados para comparação dos
resultados e que serão discutidos em maiores detalhes a seguir.

Abaixo são apresentados os métodos analíticos utilizados para a análise do


sedimento:

 Metais
Metais foram analisados no sedimento seguindo o método USEPA 6010 C e 3051 A.
Mercúrio foi analisado seguindo a metodologia USEPA 7471B. Os limites de detecção
e quantificação para cada um dos metais analisados são: Alumínio: LD 6,2 – LQ 16,7
mg/kg, Cádmio: LD 0,1 mg/kg – LQ 0,4 mg/kg, Chumbo: LD 0,8 mg/kg – LQ 2,5 mg/kg,
Cobre: LD 0,4 mg/kg – LQ 1,1 mg/kg, Cromo: LD 0,5 mg/kg – LQ 1,7 mg/kg, Ferro: LD
2,6 mg/kg – LQ: 8,1 mg/kg, Manganês: LD 0,2 mg/kg – LQ 0,7 mg/kg, Mercúrio LD
0,012 mg/kg – LQ 0,038 mg/kg, Níquel: LD 0,3 mg/kg – LQ 1,0 mg/kg, Prata: LD 0,9 –
LQ 3,0 mg/kg, Zinco: LD 0,3 mg/kg – LQ 1,0 mg/kg.

 Arsênio
Arsênio foi analisado seguindo o método USEPA 3050B. O limite de detecção foi
calculado em 1,2 mg/kg. O limite de quantificação foi calculado em 3,7 mg/kg.

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 Nutrientes
Nitrogênio kjeldahl total foi analisado seguindo o método descrito em SMEWW 21st.
Método 4500N. O limite de detecção foi calculado em 60 mg/kg. O limite de
quantificação foi calculado em 218 mg/kg.

Fósforo Total foi analisado seguindo o método descrito em SMEWW 21st. Método
4500P. O limite de detecção foi calculado em 9 mg/kg. O limite de quantificação foi
calculado em 26 mg/kg.

Carbono orgânico Total foi analisado utilizando oxidação com dicromato de potássio.
O limite de detecção foi calculado em 0,3 %. O limite de quantificação foi calculado em
0,9 %.

 Bifenilas Policloradas (PCBs)


Para extração e purificação das amostras foi utilizada a metodologia USEPA 3611B e
para a quantificação dos compostos a metodologia USEPA 8082A. O Limite de
Detecção (LD) calculado foi de 1,8 μg/kg e o Limite de Quantificação de (LQ) 4,7
μg/Kg.

Nas recuperações dos analíticos nas matrizes fortificadas os desvios entre os valores
obtidos e os valores esperados validaram a metodologia.

 Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos


Para extração e purificação das amostras foi utilizada a metodologia USEPA 3550
(http://www.epa.gov/sw-846/pdfs/3550.pdf) e para a quantificação dos compostos a
metodologia US EPA 8310.

O Limite de Detecção (LD) calculado para os HPAs dos grupos A e B segundo a


resolução CONAMA 454/12 variou entre 0,02 e 0,5 µg/kg. O Limite de Quantificação
variou entre 0,1 e 1,0 µg/kg.

Nas recuperações dos analíticos nas matrizes fortificadas os desvios entre os valores
obtidos e os valores esperados validaram a metodologia.

 Pesticidas Organoclorados
Para extração e purificação das amostras foi utilizada a metodologia USEPA 3550
(http://www.epa.gov/sw-846/pdfs/3550.pdf) e para a quantificação dos compostos a
metodologia US EPA 8081B.

O Limite de Detecção (LD) calculado para os pesticidas variou entre 0,02 e 0,2 µg/kg.
O Limite de Quantificação variou entre 0,04 e 0,6 µg/kg.

Nas recuperações dos analítos nas matrizes fortificadas os desvios entre os valores
obtidos e os valores esperados validaram a metodologia.

 Granulometria
Para a análise granulométrica foi utilizada a Norma Técnica da CETESB L6.160 de
Novembro de 1995, pipetagem e paneiramento. Para a classificação de grãos da
planilha de Wentworth (1922), presente na Resolução CONAMA 454/12 (Tabela
9.2.1-1).

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Tabela 9.2.1-1 - Classificação dos grãos em função do diâmetro.

Diâmetro (mm) Descrição

maior que 2,0 GRANULOS


2,0 a 1,0 AREIA MUITO GROSSA
1 a 0,5 AREIA GROSSA
0,5 a 0,25 AREIA MÉDIA
0,25 a 0,125 AREIA FINA
0,125 a 0,063 AREIA MUITO FINA
0,063 a 0,031 SILTE GROSSO
0,031 a 0,016 SILTE MÉDIO
0,016 a 0,008 SILTE FINO
0,008 a 0,004 SILTE MUITO FINO
<0,004 ARGILAS

b) Métodos de Coleta
As amostras de sedimento foram coletadas utilizando o busca-fundo do tipo draga
coletora Van veen com capacidade para 7 litros. Este pegador foi lastreado com 4 kg
de peso, de forma a chegar ao fundo o mais perpendicular possível, possibilitando um
bom grau de enchimento.

O material coletado foi disposto no convés da embarcação dentro de uma bandeja de


aço inox (Figura 2.2.1-2) para evitar contaminação. Após a coleta as amostras foram
acondicionadas em frascarias específicas e conservadas em caixas isotérmicas com
gelo moído (Figura 2.2.1-2).

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Figura 9.2.1-3 - Sedimento coletado com a draga Van veen disposto em bandeja de aço-
inox; Sedimento homogeneizados; Frascos contendo as amostras de sedimento
acondicionadas em caixa térmica com gelo.

B) Resultados
Serão apresentados de forma separada os resultados obtidos para a caracterização
prévia do sedimento (primeira campanha de coleta) e os resultados da qualidade do
sedimento (segunda e terceira campanha de coleta) com foco na área de influência.
Ressalta-se que os laudos laboratoriais estão apresentados no Anexo XXXVIII.

a) Primeira Campanha
Os resultados das análises Físicas e Químicas realizadas nas amostras de sedimento
coletadas na primeira campanha são apresentados da Tabela 9.2.1-3 até a Tabela
9.2.1-14 bem como os limites de detecção e quantificação dos métodos analíticos e a
comparação com os padrões de qualidade estabelecidos pela Resolução CONAMA
454/12.

A Tabela 9.2.1-2 apresenta as coordenadas dos 53 pontos de coleta de sedimento


para primeira campanha.

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Tabela 9.2.1-2 - Coordenadas dos pontos de coleta de sedimento para primeira


campanha.

1ª Campanha de Coleta de Sedimentos Marinhos

Ponto Amostral X Y

1 737907,31 7457655,38
2 738562,58 7457869,34
3 739458,24 7457960,11
4 740052,49 7458388,24
5 741001,24 7458387,22
6 740415,55 7459041,07
7 738157,46 7460245,50
8 738771,70 7460508,09
9 739221,52 7460551,48
10 739445,30 7460604,00
11 739803,79 7460631,40
12 737853,77 7459907,56
13 738045,58 7460055,98
14 738356,12 7460183,85
15 738623,28 7460256,92
16 738965,78 7460309,44
17 739251,21 7460334,56
18 739844,89 7460409,91
19 737814,96 7459622,14
20 738104,95 7459771,47
21 738408,64 7459894,77
22 738673,51 7459947,29
23 739000,04 7460020,36
24 739283,18 7460070,60
25 739564,03 7460109,41
26 739899,69 7460164,21
27 737721,21 7459342,01
28 737936,17 7459460,93
29 738288,35 7459591,28
30 738594,79 7459657,60
31 738869,22 7459723,92
32 739161,94 7459801,67

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1ª Campanha de Coleta de Sedimentos Marinhos

Ponto Amostral X Y

33 739418,07 7459851,99
34 739733,66 7459913,73
35 740033,24 7459934,31
36 737588,57 7459142,60
37 737796,67 7459174,61
38 738256,34 7459293,53
39 738770,88 7459414,74
40 739036,16 7459490,20
41 739532,41 7459597,68
42 739788,54 7459654,86
43 740058,39 7459686,87
44 738453,01 7459224,92
45 739111,63 7459385,01
46 737782,95 7458832,95
47 738311,22 7458983,89
48 738793,75 7459102,81
49 738217,46 7458798,65
50 738091,68 7458601,07
51 738491,88 7458788,59
52 738871,50 7458838,90
53 739189,38 7458891,50

ARCADIS logos 431


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Tabela 9.2.1-3 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas no sedimento na região de implantação do TPN - (SS01-SS09).

CAMPANHA DE SEDIMENTO - PERIODO DA COLETA: 10 e 11 DE MAIO DE 2012

Limite de Limite de PONTO AMOSTRAL


CONAMA 454/12
Parâmetros Unidades Detecção do Quantificação
Método do Método SS 01 SS 02 SS 03 SS 04 SS 05 SS 06 SS 07 SS 08 SS 09
Nivel 1 Nivel 2 600028 600035 600036 600037 600038 600039 600040 600041 600042
Granulometria
GRÂNULOS (> 2,0 mm) % 0,11 0,05 0,080 0,04 0,16 0,12 0,02 0,19 0,24
AREIA MUITO GROSSA (2,0 a 1,0mm) % 0,80 0,28 0,14 0,15 0,49 0,17 0,03 0,51 0,44
AREIA GROSSA (1,0 a 0,5mm) % 52,74 31,84 27,41 18,52 25,34 14,30 8,59 1,30 15,52
AREIA MÉDIA (0,5 a 0,25mm) % LEGENDA 44,57 64,79 69,29 73,37 69,95 67,56 72,27 7,09 68,09
AREIA FINA (0,25 a 0,125mm) % > 75 % 0,82 1,52 2,02 5,74 2,60 13,56 15,36 17,93 9,26
AREIA MUITO FINA (0,125 a 0,063mm) % < 75 % < 0,67 0,85 0,72 1,43 1,01 4,05 3,33 71,73 5,86
SILTE GROSSO (0,063 a 0,031mm) % < 50 % < 0,11 0,04 0,04 0,03 0,01 0,09 0,03 1,46 0,04
SILTE MÉDIO (0,031 a 0,016mm) % < 25 % < 0,08 0,03 0,03 0,05 0,05 0,01 0,01 0,58 0,06
SILTE FINO (0,016 a 0,008mm) % < 10 % 0,03 0,03 0,03 0,02 0,03 0,01 0,01 0,04 0,01
SILTE MUITO FINO (0,008 a 0,004mm) % 0,05 0,04 0,06 0,04 0,02 0,03 0,01 0,05 0,05
ARGILAS (< que 0,004mm) % 0,08 0,12 0,09 0,17 0,14 0,23 0,19 0,21 0,15
MASSA INICIAL g 158,15 164,90 162,71 167,10 163,37 166,21 167,70 160,70 163,00
MASSA FINAL g 158,22 164,21 162,55 166,34 163,04 166,39 167,46 162,42 162,54
RECUPERAÇÃO % 100 100 100 100 100 100 100 101 100
Parâmetros Não Metálicos
Nitrogênio Kjedhall Total mg N/kg 60 218 Valor Alerta: 4800 ND ND ND 92 ND 190 ND 85 270
Fósforo Total mg P/kg 9 26 Valor Alerta: 2000 46 32 26 100 29 27 38 ND 17
TOC %C 0,3 0,9 Valor Alerta: 10 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Metais
Arsênio mg As/Kg 1,2 3,7 19 70 2,00 2,30 1,60 1,20 1,80 1,40 1,70 3,60 ND
Alumínio mg Al/kg 6,2 19,7 - - 138 114 68,1 193 142 213 83,5 699 132
Bário mg Ba/kg 0,7 2,1 - - ND ND ND 1,1 ND 0,9 ND 5,1 0,7
Cádmio mg Cd/Kg 0,1 0,4 1,2 7,2 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Chumbo mg Pb/Kg 0,8 2,5 46,7 218 1,50 1,10 1,10 2,20 1,40 1,80 ND 3,80 ND
Cobre mg Cu/kg 0,4 1,1 34 270 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Cromo mg Cr/kg 0,5 1,7 81 370 2,10 1,00 2,10 1,30 1,20 1,70 0,90 4,20 1,00
Ferro mg Fe/kg 2,6 8,1 - - 528 427 347 480 576 557 265 1510 247
Manganês mg Mn/Kg 0,2 0,7 16,6 13,0 17,2 16,0 28,9 21,1 8,2 39,8 3,9
Mercúrio mg Hg/kg 0,012 0,038 0,3 1,0 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Níquel mg Ni/kg 0,3 1 20,9 51,6 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Zinco mg Zn/kg 0,3 1 150 410 ND ND ND 1,00 ND ND ND 3,50 ND
Prata mg Ag/kg 0,9 3 - - ND ND ND ND ND ND ND ND ND

LEGENDA
Valor Acima do Nivel 2 ** Codificação - Laudo Ecolabor
Valor Entre Nivel 1 e 2
Valor Abaixo do Nivel 1
ND Não Detectado
NA Não Analisada

ARCADIS logos 432


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Tabela 9.2.1-4 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas no sedimento na região de implantação do TPN - (SS01-SS09).

CAMPANHA DE SEDIMENTO - PERIODO DA COLETA: 10 e 11 DE MAIO DE 2012

Limite de Limite de PONTO AMOSTRAL


CONAMA 454/12
Parâmetros Unidades Detecção do Quantificação
Método do Método SS 01 SS 02 SS 03 SS 04 SS 05 SS 06 SS 07 SS 08 SS 09
Nivel 1 Nivel 2
600028 600035 600036 600037 600038 600039 600040 600041 600042
Bifenilas Policloradas (PCB's)
PCB's µg/kg 1,8 4,7 22,7 180 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Hidrocarbonetos Aromáticos Polinucleares (PAH's)
2-Metilnaftaleno µg/kg 0,5 1 70 670 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Acenafteno µg/kg 0,04 0,1 16 500 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Acenaftileno µg/kg 0,04 0,1 44 640 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Antraceno µg/kg 0,02 0,1 85,3 1100 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Benzo (a) Antraceno µg/kg 0,02 0,1 280 690 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Benzo (a) Pireno µg/kg 0,04 0,1 230 760 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Criseno µg/kg 0,02 0,1 300 850 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Dibenzo (a,h) Antraceno µg/kg 0,04 0,1 43 140 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Fenantreno µg/kg 0,04 0,1 240 1500 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Fluoranteno µg/kg 0,03 0,1 600 5100 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Fluoreno µg/kg 0,02 0,1 19 540 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Naftaleno µg/kg 0,03 0,1 160 2100 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Pireno µg/kg 0,04 0,1 665 2600 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Somatória de PAH's µg/kg --- --- <4000 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Pesticidas Organoclorados
alfa - BHC µg/kg 0,02 0,07 0,32 0,99 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
beta - BHC µg/kg 0,05 0,15 0,32 0,99 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
alfa-Clordano µg/kg 0,02 0,07 2,26 4,79 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
gama - BHC (lindano) µg/kg 0,03 0,1 0,32 0,99 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
delta - BHC µg/kg 0,2 0,6 0,32 0,99 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
gama-Clordano µg/kg 0,04 0,14 2,26 4,79 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
4,4-DDD µg/kg 0,03 0,09 1,22 7,81 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
4,4-DDE µg/kg 0,02 0,06 2,07 374 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
4,4-DDT µg/kg 0,08 0,24 1,19 4,77 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Dieldrin µg/kg 0,03 0,04 0,71 4,3 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Endrin µg/kg 0,02 0,07 2,67 62,4 ND ND ND ND ND ND ND ND ND

LEGENDA
Valor Acima do Nivel 2 ** Codificação - Laudo Ecolabor
Valor Entre Nivel 1 e 2
Valor Abaixo do Nivel 1
ND Não Detectado
NA Não Analisada

ARCADIS logos 433


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Tabela 9.2.1-5 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas no sedimento na região de implantação do TPN (SS10-SS18).

CAMPANHA DE SEDIMENTO - PERIODO DA COLETA: 10 e 11 DE MAIO DE 2012

Limite de Limite de PONTO AMOSTRAL


CONAMA 454/12
Parâmetros Unidades Detecção do Quantificação
Método do Método SS 10 SS 11 SS 12 SS 13 SS 14 SS 15 SS 16 SS 17 SS 18
Nivel 1 Nivel 2 600043 600044 600045 600046 600047 600048 600049 600050 600051
Granulometria
GRÂNULOS (> 2,0 mm) % 8,32 0,22 0,000 0,04 0,03 0,02 0,14 0,00 0,12
AREIA MUITO GROSSA (2,0 a 1,0mm) % 11,92 2,02 0,11 0,31 0,13 0,10 0,13 0,04 0,62
AREIA GROSSA (1,0 a 0,5mm) % 20,94 21,90 0,79 3,88 1,02 22,29 0,59 14,28 13,31
AREIA MÉDIA (0,5 a 0,25mm) % LEGENDA 38,13 58,96 6,08 12,47 6,75 66,34 8,55 55,42 58,34
AREIA FINA (0,25 a 0,125mm) % > 75 % 14,53 13,49 50,00 32,92 20,29 8,09 16,22 15,54 19,43
AREIA MUITO FINA (0,125 a 0,063mm) % < 75 % < 5,17 3,60 41,63 48,89 68,46 2,31 71,13 14,18 7,90
SILTE GROSSO (0,063 a 0,031mm) % < 50 % < 0,01 0,02 1,09 3,61 1,93 0,12 4,51 0,16 0,07
SILTE MÉDIO (0,031 a 0,016mm) % < 25 % < 0,02 0,03 0,39 0,04 0,32 0,01 0,35 0,10 0,09
SILTE FINO (0,016 a 0,008mm) % < 10 % 0,02 0,04 0,68 0,02 0,00 0,02 0,06 0,01 0,01
SILTE MUITO FINO (0,008 a 0,004mm) % 0,01 0,03 0,03 0,04 0,02 0,06 0,02 0,16 0,05
ARGILAS (< que 0,004mm) % 0,17 0,09 0,30 0,34 0,17 0,16 0,17 0,19 0,13
MASSA INICIAL g 167,19 164,40 149,12 158,60 154,86 165,00 156,34 161,09 165,00
MASSA FINAL g 165,91 165,05 150,77 162,66 153,49 164,23 159,27 161,21 165,11
RECUPERAÇÃO % 99 100 101 103 99 100 102 100 100
Parâmetros Não Metálicos
Nitrogênio Kjedhall Total mg N/kg 60 218 Valor Alerta: 4800 341 ND 157 82 ND ND 79 ND 93
Fósforo Total mg P/kg 9 26 Valor Alerta: 2000 35 56 71 180 169 57 18 16 294
TOC %C 0,3 0,9 Valor Alerta: 10 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Metais
Arsênio mg As/Kg 1,2 3,7 19 70 2,30 1,80 2,40 2,60 1,50 1,90 3,20 ND 2,90
Alumínio mg Al/kg 6,2 19,7 - - 266 140 911 491 895 121 694 140 111
Bário mg Ba/kg 0,7 2,1 - - 1,2 1,8 6,4 2,8 4,2 1,0 3,2 0,7 0,8
Cádmio mg Cd/Kg 0,1 0,4 1,2 7,2 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Chumbo mg Pb/Kg 0,8 2,5 46,7 218 ND 2,40 ND 1,80 3,00 1,00 2,80 0,90 1,20
Cobre mg Cu/kg 0,4 1,1 34 270 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Cromo mg Cr/kg 0,5 1,7 81 370 0,90 1,70 3,10 3,40 4,50 1,10 4,20 1,00 ND
Ferro mg Fe/kg 2,6 8,1 - - 241 260 1640 972 1700 281 1440 327 211
Manganês mg Mn/Kg 0,2 0,7 5,5 6,8 29,5 15,5 28,4 6,7 23,3 8,9 5,4
Mercúrio mg Hg/kg 0,012 0,038 0,3 1,0 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Níquel mg Ni/kg 0,3 1 20,9 51,6 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Zinco mg Zn/kg 0,3 1 150 410 ND 0,50 3,90 0,40 2,90 2,10 1,90 ND ND
Prata mg Ag/kg 0,9 3 - - ND ND ND ND ND ND ND ND ND

LEGENDA
Valor Acima do Nivel 2 ** Codificação - Laudo Ecolabor
Valor Entre Nivel 1 e 2
Valor Abaixo do Nivel 1
ND Não Detectado
NA Não Analisada

ARCADIS logos 434


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Tabela 9.2.1-6 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas no sedimento na região de implantação do TPN (SS10-SS18).

CAMPANHA DE SEDIMENTO - PERIODO DA COLETA: 10 e 11 DE MAIO DE 2012

Limite de Limite de PONTO AMOSTRAL


CONAMA 454/12
Parâmetros Unidades Detecção do Quantificação
Método do Método SS 10 SS 11 SS 12 SS 13 SS 14 SS 15 SS 16 SS 17 SS 18
Nivel 1 Nivel 2
600043 600044 600045 600046 600047 600048 600049 600050 600051
Bifenilas Policloradas (PCB's)
PCB's µg/kg 1,8 4,7 22,7 180 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Hidrocarbonetos Aromáticos Polinucleares (PAH's)
2-Metilnaftaleno µg/kg 0,5 1 70 670 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Acenafteno µg/kg 0,04 0,1 16 500 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Acenaftileno µg/kg 0,04 0,1 44 640 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Antraceno µg/kg 0,02 0,1 85,3 1100 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Benzo (a) Antraceno µg/kg 0,02 0,1 280 690 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Benzo (a) Pireno µg/kg 0,04 0,1 230 760 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Criseno µg/kg 0,02 0,1 300 850 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Dibenzo (a,h) Antraceno µg/kg 0,04 0,1 43 140 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Fenantreno µg/kg 0,04 0,1 240 1500 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Fluoranteno µg/kg 0,03 0,1 600 5100 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Fluoreno µg/kg 0,02 0,1 19 540 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Naftaleno µg/kg 0,03 0,1 160 2100 ND ND ND ND ND ND ND ND 37,0
Pireno µg/kg 0,04 0,1 665 2600 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Somatória de PAH's µg/kg --- --- <4000 ND ND ND ND ND ND ND ND 37,0
Pesticidas Organoclorados
alfa - BHC µg/kg 0,02 0,07 0,32 0,99 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
beta - BHC µg/kg 0,05 0,15 0,32 0,99 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
alfa-Clordano µg/kg 0,02 0,07 2,26 4,79 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
gama - BHC (lindano) µg/kg 0,03 0,1 0,32 0,99 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
delta - BHC µg/kg 0,2 0,6 0,32 0,99 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
gama-Clordano µg/kg 0,04 0,14 2,26 4,79 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
4,4-DDD µg/kg 0,03 0,09 1,22 7,81 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
4,4-DDE µg/kg 0,02 0,06 2,07 374 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
4,4-DDT µg/kg 0,08 0,24 1,19 4,77 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Dieldrin µg/kg 0,03 0,04 0,71 4,3 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Endrin µg/kg 0,02 0,07 2,67 62,4 ND ND ND ND ND ND ND ND ND

LEGENDA
Valor Acima do Nivel 2 ** Codificação - Laudo Ecolabor
Valor Entre Nivel 1 e 2
Valor Abaixo do Nivel 1
ND Não Detectado
NA Não Analisada

ARCADIS logos 435


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Tabela 9.2.1-7 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas no sedimento na região de implantação do TPN (SS19-SS27).

CAMPANHA DE SEDIMENTO - PERIODO DA COLETA: 10 e 11 DE MAIO DE 2012

Limite de Limite de PONTO AMOSTRAL


CONAMA 454/12
Parâmetros Unidades Detecção do Quantificação
Método do Método SS 19 SS 20 SS 21 SS 22 SS 23 SS 24 SS 25 SS 26 SS 27
Nivel 1 Nivel 2 600052 600053 600054 600055 600056 600057 600058 600059 600060
Granulometria
GRÂNULOS (> 2,0 mm) % 0,32 0,25 0,760 0,09 0,11 0,00 7,19 0,20 0,04
AREIA MUITO GROSSA (2,0 a 1,0mm) % 1,14 0,30 0,85 0,22 0,13 0,05 8,58 1,66 0,25
AREIA GROSSA (1,0 a 0,5mm) % 7,67 13,13 6,25 0,81 0,18 0,48 61,08 23,61 1,76
AREIA MÉDIA (0,5 a 0,25mm) % LEGENDA 45,99 60,27 31,93 9,64 2,61 8,85 20,28 56,21 15,53
AREIA FINA (0,25 a 0,125mm) % > 75 % 35,62 17,10 21,01 27,81 43,98 45,19 2,23 11,28 72,45
AREIA MUITO FINA (0,125 a 0,063mm) % < 75 % < 8,52 8,91 37,95 58,86 50,06 44,28 0,39 5,94 8,76
SILTE GROSSO (0,063 a 0,031mm) % < 50 % < 0,15 0,25 4,13 2,32 3,19 2,16 0,10 0,12 0,06
SILTE MÉDIO (0,031 a 0,016mm) % < 25 % < 0,21 0,03 0,02 0,95 0,71 0,63 0,10 0,12 0,25
SILTE FINO (0,016 a 0,008mm) % < 10 % 0,29 0,02 0,22 0,43 0,43 0,10 0,09 0,05 0,15
SILTE MUITO FINO (0,008 a 0,004mm) % 0,13 0,03 0,16 0,17 0,01 0,11 0,04 0,07 0,06
ARGILAS (< que 0,004mm) % 0,14 0,01 0,12 0,51 0,30 0,19 0,00 0,01 0,35
MASSA INICIAL g 163,56 171,33 164,79 146,99 155,21 152,92 165,23 169,67 154,09
MASSA FINAL g 163,86 171,83 170,39 149,65 157,85 156,05 165,35 168,43 153,56
RECUPERAÇÃO % 100 100 103 102 102 102 100 99 100
Parâmetros Não Metálicos
Nitrogênio Kjedhall Total mg N/kg 60 218 Valor Alerta: 4800 263 ND 86 305 845 157 ND ND 73
Fósforo Total mg P/kg 9 26 Valor Alerta: 2000 40 20 131 242 215 126 33 97 125
TOC %C 0,3 0,9 Valor Alerta: 10 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Metais
Arsênio mg As/Kg 1,2 3,7 19 70 2,80 ND 2,40 3,60 3,70 3,00 3,30 1,60 2,50
Alumínio mg Al/kg 6,2 19,7 - - 238 135 577 1730 1540 652 109 196 487
Bário mg Ba/kg 0,7 2,1 - - 2,2 0,9 3,0 9,6 7,6 4,0 ND 1,3 3,1
Cádmio mg Cd/Kg 0,1 0,4 1,2 7,2 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Chumbo mg Pb/Kg 0,8 2,5 46,7 218 0,90 ND 1,50 3,00 2,50 2,10 1,00 2,10 1,10
Cobre mg Cu/kg 0,4 1,1 34 270 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Cromo mg Cr/kg 0,5 1,7 81 370 1,30 1,00 2,90 6,20 5,20 3,60 0,90 1,60 2,40
Ferro mg Fe/kg 2,6 8,1 - - 489 339 1380 3410 3140 1260 156 366 788
Manganês mg Mn/Kg 0,2 0,7 6,6 6,8 21,2 63,3 45,6 24,8 7,6 14,3 13,4
Mercúrio mg Hg/kg 0,012 0,038 0,3 1,0 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Níquel mg Ni/kg 0,3 1 20,9 51,6 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Zinco mg Zn/kg 0,3 1 150 410 7,40 5,10 2,80 12,10 13,40 1,00 ND 0,80 1,00
Prata mg Ag/kg 0,9 3 - - ND ND ND ND ND ND ND ND ND

LEGENDA
Valor Acima do Nivel 2 ** Codificação - Laudo Ecolabor
Valor Entre Nivel 1 e 2
Valor Abaixo do Nivel 1
ND Não Detectado
NA Não Analisada

ARCADIS logos 436


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Tabela 9.2.1-8 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas no sedimento na região de implantação do TPN (SS19-SS27).

CAMPANHA DE SEDIMENTO - PERIODO DA COLETA: 10 e 11 DE MAIO DE 2012

Limite de Limite de PONTO AMOSTRAL


CONAMA 454/12
Parâmetros Unidades Detecção do Quantificação
Método do Método SS 19 SS 20 SS 21 SS 22 SS 23 SS 24 SS 25 SS 26 SS 27
Nivel 1 Nivel 2
600052 600053 600054 600055 600056 600057 600058 600059 600060
Bifenilas Policloradas (PCB's)
PCB's µg/kg 1,8 4,7 22,7 180 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Hidrocarbonetos Aromáticos Polinucleares (PAH's)
2-Metilnaftaleno µg/kg 0,5 1 70 670 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Acenafteno µg/kg 0,04 0,1 16 500 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Acenaftileno µg/kg 0,04 0,1 44 640 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Antraceno µg/kg 0,02 0,1 85,3 1100 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Benzo (a) Antraceno µg/kg 0,02 0,1 280 690 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Benzo (a) Pireno µg/kg 0,04 0,1 230 760 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Criseno µg/kg 0,02 0,1 300 850 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Dibenzo (a,h) Antraceno µg/kg 0,04 0,1 43 140 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Fenantreno µg/kg 0,04 0,1 240 1500 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Fluoranteno µg/kg 0,03 0,1 600 5100 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Fluoreno µg/kg 0,02 0,1 19 540 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Naftaleno µg/kg 0,03 0,1 160 2100 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Pireno µg/kg 0,04 0,1 665 2600 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Somatória de PAH's µg/kg --- --- <4000 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Pesticidas Organoclorados
alfa - BHC µg/kg 0,02 0,07 0,32 0,99 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
beta - BHC µg/kg 0,05 0,15 0,32 0,99 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
alfa-Clordano µg/kg 0,02 0,07 2,26 4,79 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
gama - BHC (lindano) µg/kg 0,03 0,1 0,32 0,99 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
delta - BHC µg/kg 0,2 0,6 0,32 0,99 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
gama-Clordano µg/kg 0,04 0,14 2,26 4,79 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
4,4-DDD µg/kg 0,03 0,09 1,22 7,81 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
4,4-DDE µg/kg 0,02 0,06 2,07 374 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
4,4-DDT µg/kg 0,08 0,24 1,19 4,77 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Dieldrin µg/kg 0,03 0,04 0,71 4,3 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Endrin µg/kg 0,02 0,07 2,67 62,4 ND ND ND ND ND ND ND ND ND

LEGENDA
Valor Acima do Nivel 2 ** Codificação - Laudo Ecolabor
Valor Entre Nivel 1 e 2
Valor Abaixo do Nivel 1
ND Não Detectado
NA Não Analisada

ARCADIS logos 437


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Tabela 9.2.1-9 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas no sedimento na região de implantação do TPN (SS28-SS36).

CAMPANHA DE SEDIMENTO - PERIODO DA COLETA: 10 e 11 DE MAIO DE 2012

Limite de Limite de PONTO AMOSTRAL


CONAMA 454/12
Parâmetros Unidades Detecção do Quantificação
Método do Método SS 28 SS 29 SS 30 SS 31 SS 32 SS 33 SS 34 SS 35 SS 36
Nivel 1 Nivel 2 600061 600062 600063 600064 600065 600066 600067 600068 600069
Granulometria
GRÂNULOS (> 2,0 mm) % 0,06 0,24 0,350 0,03 0,08 0,00 0,02 0,01 0,30
AREIA MUITO GROSSA (2,0 a 1,0mm) % 0,09 0,19 0,55 0,18 0,04 0,01 0,05 0,08 0,44
AREIA GROSSA (1,0 a 0,5mm) % 0,42 27,27 1,64 1,36 18,99 1,25 0,75 44,06 47,04
AREIA MÉDIA (0,5 a 0,25mm) % LEGENDA 12,87 65,97 14,92 18,36 76,58 19,60 18,53 44,50 44,94
AREIA FINA (0,25 a 0,125mm) % > 75 % 69,33 4,63 50,67 48,73 3,21 54,05 45,28 9,54 5,61
AREIA MUITO FINA (0,125 a 0,063mm) % < 75 % < 16,52 1,33 30,49 27,58 0,85 24,22 34,31 1,80 1,72
SILTE GROSSO (0,063 a 0,031mm) % < 50 % < 0,10 0,15 1,24 1,99 0,15 2,04 0,59 0,42 0,09
SILTE MÉDIO (0,031 a 0,016mm) % < 25 % < 0,11 0,04 0,06 1,17 0,03 0,01 0,18 0,29 0,10
SILTE FINO (0,016 a 0,008mm) % < 10 % 0,06 0,04 0,29 0,74 0,03 0,09 0,07 0,30 0,16
SILTE MUITO FINO (0,008 a 0,004mm) % 0,25 0,06 0,13 0,27 0,07 0,07 0,10 0,06 0,11
ARGILAS (< que 0,004mm) % 0,05 0,24 0,38 0,87 0,11 0,33 0,05 0,30 0,01
MASSA INICIAL g 156,70 174,79 162,11 115,67 162,56 162,04 157,01 161,24 168,72
MASSA FINAL g 156,48 175,08 163,27 117,17 162,80 164,74 156,91 163,45 169,60
RECUPERAÇÃO % 100 100 101 101 100 102 100 101 101
Parâmetros Não Metálicos
Nitrogênio Kjedhall Total mg N/kg 60 218 Valor Alerta: 4800 ND 505 135 2051 158 ND 209 85 ND
Fósforo Total mg P/kg 9 26 Valor Alerta: 2000 52 65 216 452 38 144 270 78 ND
TOC %C 0,3 0,9 Valor Alerta: 10 ND ND ND 0,4 ND ND ND ND ND
Metais
Arsênio mg As/Kg 1,2 3,7 19 70 3,40 3,00 2,30 2,90 2,10 2,50 2,20 3,20 1,80
Alumínio mg Al/kg 6,2 19,7 - - 392 129 758 1650 98,5 759 553 122 65,8
Bário mg Ba/kg 0,7 2,1 - - 2,9 2,7 3,2 5,1 0,7 3,8 2,7 ND ND
Cádmio mg Cd/Kg 0,1 0,4 1,2 7,2 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Chumbo mg Pb/Kg 0,8 2,5 46,7 218 1,30 1,70 1,30 2,80 1,30 2,30 2,00 1,20 ND
Cobre mg Cu/kg 0,4 1,1 34 270 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Cromo mg Cr/kg 0,5 1,7 81 370 2,00 1,30 2,80 5,80 0,70 3,10 3,30 1,00 0,50
Ferro mg Fe/kg 2,6 8,1 - - 677 360 1330 2790 326 1310 996 327 188
Manganês mg Mn/Kg 0,2 0,7 10,5 11,6 28,6 62,9 13,3 18 17,5 11 3,1
Mercúrio mg Hg/kg 0,012 0,038 0,3 1,0 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Níquel mg Ni/kg 0,3 1 20,9 51,6 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Zinco mg Zn/kg 0,3 1 150 410 3,60 ND 5,40 5,70 4,50 3,30 1,20 ND ND
Prata mg Ag/kg 0,9 3 - - ND ND ND ND ND ND ND ND ND

LEGENDA
Valor Acima do Nivel 2 ** Codificação - Laudo Ecolabor
Valor Entre Nivel 1 e 2
Valor Abaixo do Nivel 1
ND Não Detectado
NA Não Analisada

ARCADIS logos 438


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Tabela 9.2.1-10 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas no sedimento na região de implantação do TPN (SS28-SS36).

CAMPANHA DE SEDIMENTO - PERIODO DA COLETA: 10 e 11 DE MAIO DE 2012

Limite de Limite de PONTO AMOSTRAL


CONAMA 454/12
Parâmetros Unidades Detecção do Quantificação
Método do Método SS 28 SS 29 SS 30 SS 31 SS 32 SS 33 SS 34 SS 35 SS 36
Nivel 1 Nivel 2
600061 600062 600063 600064 600065 600066 600067 600068 600069
Bifenilas Policloradas (PCB's)
PCB's µg/kg 1,8 4,7 22,7 180 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Hidrocarbonetos Aromáticos Polinucleares (PAH's)
2-Metilnaftaleno µg/kg 0,5 1 70 670 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Acenafteno µg/kg 0,04 0,1 16 500 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Acenaftileno µg/kg 0,04 0,1 44 640 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Antraceno µg/kg 0,02 0,1 85,3 1100 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Benzo (a) Antraceno µg/kg 0,02 0,1 280 690 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Benzo (a) Pireno µg/kg 0,04 0,1 230 760 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Criseno µg/kg 0,02 0,1 300 850 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Dibenzo (a,h) Antraceno µg/kg 0,04 0,1 43 140 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Fenantreno µg/kg 0,04 0,1 240 1500 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Fluoranteno µg/kg 0,03 0,1 600 5100 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Fluoreno µg/kg 0,02 0,1 19 540 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Naftaleno µg/kg 0,03 0,1 160 2100 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Pireno µg/kg 0,04 0,1 665 2600 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Somatória de PAH's µg/kg --- --- <4000 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Pesticidas Organoclorados
alfa - BHC µg/kg 0,02 0,07 0,32 0,99 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
beta - BHC µg/kg 0,05 0,15 0,32 0,99 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
alfa-Clordano µg/kg 0,02 0,07 2,26 4,79 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
gama - BHC (lindano) µg/kg 0,03 0,1 0,32 0,99 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
delta - BHC µg/kg 0,2 0,6 0,32 0,99 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
gama-Clordano µg/kg 0,04 0,14 2,26 4,79 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
4,4-DDD µg/kg 0,03 0,09 1,22 7,81 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
4,4-DDE µg/kg 0,02 0,06 2,07 374 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
4,4-DDT µg/kg 0,08 0,24 1,19 4,77 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Dieldrin µg/kg 0,03 0,04 0,71 4,3 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Endrin µg/kg 0,02 0,07 2,67 62,4 ND ND ND ND ND ND ND ND ND

LEGENDA
Valor Acima do Nivel 2 ** Codificação - Laudo Ecolabor
Valor Entre Nivel 1 e 2
Valor Abaixo do Nivel 1
ND Não Detectado
NA Não Analisada

ARCADIS logos 439


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Tabela 9.2.1-11 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas no sedimento na região de implantação do TPN (SS37-SS45).

CAMPANHA DE SEDIMENTO - PERIODO DA COLETA: 10 e 11 DE MAIO DE 2012

Limite de Limite de PONTO AMOSTRAL


CONAMA 454/12
Parâmetros Unidades Detecção do Quantificação
Método do Método SS 37 SS 38 SS 39 SS 40 SS 41 SS 42 SS 43 SS 44 SS 45
Nivel 1 Nivel 2 600127 600128 600129 600130 600131 600132 600133 600134 600135
Granulometria
GRÂNULOS (> 2,0 mm) % 0,34 0,15 0,020 0,00 0,00 0,04 0,00 0,21 0,00
AREIA MUITO GROSSA (2,0 a 1,0mm) % 0,21 0,40 0,08 0,01 0,02 0,16 0,08 0,09 0,09
AREIA GROSSA (1,0 a 0,5mm) % 25,49 12,11 14,26 0,34 0,18 1,96 0,68 2,04 9,96
AREIA MÉDIA (0,5 a 0,25mm) % LEGENDA 65,25 78,18 78,50 10,50 7,44 29,64 5,32 28,70 71,31
AREIA FINA (0,25 a 0,125mm) % > 75 % 7,03 8,09 5,71 62,53 48,36 45,49 19,76 54,73 14,27
AREIA MUITO FINA (0,125 a 0,063mm) % < 75 % < 1,86 1,02 1,28 26,06 42,62 21,94 54,04 13,72 4,79
SILTE GROSSO (0,063 a 0,031mm) % < 50 % < 0,04 0,04 0,04 1,02 4,83 2,03 10,41 3,75 0,04
SILTE MÉDIO (0,031 a 0,016mm) % < 25 % < 0,01 0,01 0,02 0,17 0,20 0,05 5,24 0,02 0,03
SILTE FINO (0,016 a 0,008mm) % < 10 % 0,01 0,16 0,37 0,27 0,08 0,11 4,60 0,01 0,01
SILTE MUITO FINO (0,008 a 0,004mm) % 0,01 0,01 0,05 0,07 0,12 0,03 1,27 0,06 0,24
ARGILAS (< que 0,004mm) % 0,21 0,12 0,03 0,04 0,40 0,25 0,45 0,28 0,03
MASSA INICIAL g 173,32 173,85 163,34 161,57 152,66 154,43 63,46 162,07 168,48
MASSA FINAL g 174,10 174,37 163,94 163,20 159,17 157,04 64,62 167,93 169,77
RECUPERAÇÃO % 100 100 100 101 104 102 102 104 101
Parâmetros Não Metálicos
Nitrogênio Kjedhall Total mg N/kg 60 218 Valor Alerta: 4800 ND ND ND ND 161 128 1769 ND ND
Fósforo Total mg P/kg 9 26 Valor Alerta: 2000 24 25 32 216 170 179 525 116 86
TOC %C 0,3 0,9 Valor Alerta: 10 ND ND ND ND ND ND 1,3 ND ND
Metais
Arsênio mg As/Kg 1,2 3,7 19 70 1,90 3,30 1,90 ND 2,70 2,30 2,30 1,60 ND
Alumínio mg Al/kg 6,2 19,7 - - 45 53 113 590 1160 734 3290 327 137
Bário mg Ba/kg 0,7 2,1 - - ND ND ND 4,5 6 2,5 11,2 1,9 0,8
Cádmio mg Cd/Kg 0,1 0,4 1,2 7,2 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Chumbo mg Pb/Kg 0,8 2,5 46,7 218 ND ND 1,50 2,90 2,10 1,50 3,00 1,30 1,30
Cobre mg Cu/kg 0,4 1,1 34 270 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Cromo mg Cr/kg 0,5 1,7 81 370 1,80 0,80 0,80 2,80 3,70 3,20 8,90 2,30 1,10
Ferro mg Fe/kg 2,6 8,1 - - 187 254 368 1000 1900 1490 5400 712 287
Manganês mg Mn/Kg 0,2 0,7 2,65 6,64 12,6 16,2 28,4 22,5 78,6 10,3 9,09
Mercúrio mg Hg/kg 0,012 0,038 0,3 1,0 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Níquel mg Ni/kg 0,3 1 20,9 51,6 ND ND ND ND ND ND 0,50 ND ND
Zinco mg Zn/kg 0,3 1 150 410 ND ND ND 4,40 2,70 1,80 14,30 1,90 ND
Prata mg Ag/kg 0,9 3 - - ND ND ND ND ND ND ND ND ND

LEGENDA
Valor Acima do Nivel 2 ** Codificação - Laudo Ecolabor
Valor Entre Nivel 1 e 2
Valor Abaixo do Nivel 1
ND Não Detectado
NA Não Analisada

ARCADIS logos 440


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Tabela 9.2.1-12 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas no sedimento na região de implantação do TPN (SS37-SS45).

CAMPANHA DE SEDIMENTO - PERIODO DA COLETA: 10 e 11 DE MAIO DE 2012

Limite de Limite de PONTO AMOSTRAL


CONAMA 454/12
Parâmetros Unidades Detecção do Quantificação
Método do Método SS 37 SS 38 SS 39 SS 40 SS 41 SS 42 SS 43 SS 44 SS 45
Nivel 1 Nivel 2
600127 600128 600129 600130 600131 600132 600133 600134 600135
Bifenilas Policloradas (PCB's)
PCB's µg/kg 1,8 4,7 22,7 180 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Hidrocarbonetos Aromáticos Polinucleares (PAH's)
2-Metilnaftaleno µg/kg 0,5 1 70 670 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Acenafteno µg/kg 0,04 0,1 16 500 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Acenaftileno µg/kg 0,04 0,1 44 640 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Antraceno µg/kg 0,02 0,1 85,3 1100 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Benzo (a) Antraceno µg/kg 0,02 0,1 280 690 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Benzo (a) Pireno µg/kg 0,04 0,1 230 760 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Criseno µg/kg 0,02 0,1 300 850 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Dibenzo (a,h) Antraceno µg/kg 0,04 0,1 43 140 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Fenantreno µg/kg 0,04 0,1 240 1500 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Fluoranteno µg/kg 0,03 0,1 600 5100 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Fluoreno µg/kg 0,02 0,1 19 540 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Naftaleno µg/kg 0,03 0,1 160 2100 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Pireno µg/kg 0,04 0,1 665 2600 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Somatória de PAH's µg/kg --- --- <4000 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Pesticidas Organoclorados
alfa - BHC µg/kg 0,02 0,07 0,32 0,99 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
beta - BHC µg/kg 0,05 0,15 0,32 0,99 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
alfa-Clordano µg/kg 0,02 0,07 2,26 4,79 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
gama - BHC (lindano) µg/kg 0,03 0,1 0,32 0,99 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
delta - BHC µg/kg 0,2 0,6 0,32 0,99 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
gama-Clordano µg/kg 0,04 0,14 2,26 4,79 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
4,4-DDD µg/kg 0,03 0,09 1,22 7,81 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
4,4-DDE µg/kg 0,02 0,06 2,07 374 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
4,4-DDT µg/kg 0,08 0,24 1,19 4,77 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Dieldrin µg/kg 0,03 0,04 0,71 4,3 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Endrin µg/kg 0,02 0,07 2,67 62,4 ND ND ND ND ND ND ND ND ND

LEGENDA
Valor Acima do Nivel 2 ** Codificação - Laudo Ecolabor
Valor Entre Nivel 1 e 2
Valor Abaixo do Nivel 1
ND Não Detectado
NA Não Analisada

ARCADIS logos 441


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Tabela 9.2.1-13 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas no sedimento na região de implantação do TPN (SS46-SS53).

CAMPANHA DE SEDIMENTO - PERIODO DA COLETA: 10 e 11 DE MAIO DE 2012

Limite de Limite de PONTO AMOSTRAL


CONAMA 454/12
Parâmetros Unidades Detecção do Quantificação
Método do Método SS 46 SS 47 SS 48 SS 49 SS 50 SS 51 SS 52 SS 53
Nivel 1 Nivel 2 600136 600137 600138 600139 600140 600141 600142 600143
Granulometria
GRÂNULOS (> 2,0 mm) % 0,04 0,09 0,000 0,00 0,00 0,00 0,00 0,21
AREIA MUITO GROSSA (2,0 a 1,0mm) % 0,08 0,18 1,07 0,01 0,06 0,01 0,08 0,08
AREIA GROSSA (1,0 a 0,5mm) % 10,00 10,22 1,19 4,67 1,12 0,40 13,47 16,89
AREIA MÉDIA (0,5 a 0,25mm) % LEGENDA 75,47 74,51 25,01 65,32 55,26 32,84 75,33 62,69
AREIA FINA (0,25 a 0,125mm) % > 75 % 12,77 12,72 58,66 25,31 39,11 58,74 9,86 15,69
AREIA MUITO FINA (0,125 a 0,063mm) % < 75 % < 1,43 2,03 14,50 4,26 4,11 7,90 0,87 4,17
SILTE GROSSO (0,063 a 0,031mm) % < 50 % < 0,10 0,10 1,67 0,01 0,07 0,25 0,01 0,12
SILTE MÉDIO (0,031 a 0,016mm) % < 25 % < 0,01 0,01 0,08 0,09 0,03 0,35 0,01 0,03
SILTE FINO (0,016 a 0,008mm) % < 10 % 0,02 0,02 0,03 0,03 0,02 0,03 0,01 0,02
SILTE MUITO FINO (0,008 a 0,004mm) % 0,03 0,02 0,03 0,06 0,01 0,03 0,02 0,27
ARGILAS (< que 0,004mm) % 0,28 0,31 0,26 0,27 0,29 0,38 0,34 0,05
MASSA INICIAL g 159,30 166,69 159,77 169,39 168,32 156,10 173,50 175,90
MASSA FINAL g 159,64 167,07 163,77 169,46 168,43 157,55 173,49 176,30
RECUPERAÇÃO % 100 100 103 100 100 101 100 100
Parâmetros Não Metálicos
Nitrogênio Kjedhall Total mg N/kg 60 218 Valor Alerta: 4800 ND ND 91 ND ND ND 187 ND
Fósforo Total mg P/kg 9 26 Valor Alerta: 2000 29 45 146 16 58 44 24 11
TOC %C 0,3 0,9 Valor Alerta: 10 ND ND ND ND ND ND ND ND
Metais
Arsênio mg As/Kg 1,2 3,7 19 70 ND 1,70 2,40 ND ND 1,40 1,90 1,70
Alumínio mg Al/kg 6,2 19,7 - - 99 100 395 117 165 202 170 102
Bário mg Ba/kg 0,7 2,1 - - 1,0 1,0 2,2 ND 2,8 1,5 1,1 1,2
Cádmio mg Cd/Kg 0,1 0,4 1,2 7,2 ND ND ND ND ND ND ND ND
Chumbo mg Pb/Kg 0,8 2,5 46,7 218 1,00 ND 1,90 ND 1,20 ND 1,00 1,70
Cobre mg Cu/kg 0,4 1,1 34 270 ND ND ND ND ND ND ND ND
Cromo mg Cr/kg 0,5 1,7 81 370 1,50 1,10 2,80 1,00 1,30 3,10 1,30 1,30
Ferro mg Fe/kg 2,6 8,1 - - 279 280 811 319 459 510 469 263
Manganês mg Mn/Kg 0,2 0,7 7,4 5,8 12,6 8 10,5 10,8 17,7 5,1
Mercúrio mg Hg/kg 0,012 0,038 0,3 1,0 ND ND ND ND ND ND ND ND
Níquel mg Ni/kg 0,3 1 20,9 51,6 ND ND ND ND ND ND ND ND
Zinco mg Zn/kg 0,3 1 150 410 7,10 2,00 0,40 ND ND ND 6,90 ND
Prata mg Ag/kg 0,9 3 - - ND ND ND ND ND ND ND ND

LEGENDA
Valor Acima do Nivel 2 ** Codificação - Laudo Ecolabor
Valor Entre Nivel 1 e 2
Valor Abaixo do Nivel 1
ND Não Detectado
NA Não Analisada

ARCADIS logos 442


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Tabela 9.2.1-14 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas no sedimento na região de implantação do TPN (SS46-SS53).

CAMPANHA DE SEDIMENTO - PERIODO DA COLETA: 10 e 11 DE MAIO DE 2012

Limite de Limite de PONTO AMOSTRAL


CONAMA 454/12
Parâmetros Unidades Detecção do Quantificação
Método do Método SS 46 SS 47 SS 48 SS 49 SS 50 SS 51 SS 52 SS 53
Nivel 1 Nivel 2
600136 600137 600138 600139 600140 600141 600142 600143
Bifenilas Policloradas (PCB's)
PCB's µg/kg 1,8 4,7 22,7 180 ND ND ND ND ND ND ND ND
Hidrocarbonetos Aromáticos Polinucleares (PAH's)
2-Metilnaftaleno µg/kg 0,5 1 70 670 ND ND ND ND ND ND ND ND
Acenafteno µg/kg 0,04 0,1 16 500 ND ND ND ND ND ND ND ND
Acenaftileno µg/kg 0,04 0,1 44 640 ND ND ND ND ND ND ND ND
Antraceno µg/kg 0,02 0,1 85,3 1100 ND ND ND ND ND ND ND ND
Benzo (a) Antraceno µg/kg 0,02 0,1 280 690 ND ND ND ND ND ND ND ND
Benzo (a) Pireno µg/kg 0,04 0,1 230 760 ND ND ND ND ND ND ND ND
Criseno µg/kg 0,02 0,1 300 850 ND ND ND ND ND ND ND ND
Dibenzo (a,h) Antraceno µg/kg 0,04 0,1 43 140 ND ND ND ND ND ND ND ND
Fenantreno µg/kg 0,04 0,1 240 1500 ND ND ND ND ND ND ND ND
Fluoranteno µg/kg 0,03 0,1 600 5100 ND ND ND ND ND ND ND ND
Fluoreno µg/kg 0,02 0,1 19 540 ND ND ND ND ND ND ND ND
Naftaleno µg/kg 0,03 0,1 160 2100 ND ND ND ND ND ND ND ND
Pireno µg/kg 0,04 0,1 665 2600 ND ND ND ND ND ND ND ND
Somatória de PAH's µg/kg --- --- <4000 ND ND ND ND ND ND ND ND
Pesticidas Organoclorados
alfa - BHC µg/kg 0,02 0,07 0,32 0,99 ND ND ND ND ND ND ND ND
beta - BHC µg/kg 0,05 0,15 0,32 0,99 ND ND ND ND ND ND ND ND
alfa-Clordano µg/kg 0,02 0,07 2,26 4,79 ND ND ND ND ND ND ND ND
gama - BHC (lindano) µg/kg 0,03 0,1 0,32 0,99 ND ND ND ND ND ND ND ND
delta - BHC µg/kg 0,2 0,6 0,32 0,99 ND ND ND ND ND ND ND ND
gama-Clordano µg/kg 0,04 0,14 2,26 4,79 ND ND ND ND ND ND ND ND
4,4-DDD µg/kg 0,03 0,09 1,22 7,81 ND ND ND ND ND ND ND ND
4,4-DDE µg/kg 0,02 0,06 2,07 374 ND ND ND ND ND ND ND ND
4,4-DDT µg/kg 0,08 0,24 1,19 4,77 ND ND ND ND ND ND ND ND
Dieldrin µg/kg 0,03 0,04 0,71 4,3 ND ND ND ND ND ND ND ND
Endrin µg/kg 0,02 0,07 2,67 62,4 ND ND ND ND ND ND ND ND

LEGENDA
Valor Acima do Nivel 2 ** Codificação - Laudo Ecolabor
Valor Entre Nivel 1 e 2
Valor Abaixo do Nivel 1
ND Não Detectado
NA Não Analisada

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Análise Granulométrica

Os parâmetros granulométricos vêm sendo utilizados, há pelo menos cinco décadas,


por diversos autores, como bons instrumentos na interpretação da hidrodinâmica e
processos sedimentares dos fundos de áreas marinhas (SHEPARD, 1954; FOLK &
WARD, 1957; PASSEGA, 1964; SAHU, 1964; PETTIJOHN, 1975; MCLAREN, 1981 e
PEJRUP, 1988).

Pettijohn (1975) afirma ainda que a acumulação de matéria orgânica e compostos


inorgânicos em sedimentos é fortemente dependente da quantidade em argila
depositada. Desta forma, a análise granulométrica é de fundamental importância para
o monitoramento da qualidade dos sedimentos em regiões costeiras, subsidiando
estudos de caráter ambiental e também ecológico, quando associadas à
quimioindicadores como a matéria orgânica sedimentar.

Nas amostras analisadas, a maior parte dos grãos é constituída por areia média,
seguido por areia fina e por areia grossa Dessa forma os compostos são pouco
adsorvidos pelo sedimento. A distribuição granulométrica é apresentada na Figura
9.2.1-4, Figura 9.2.1-5 e Figura 9.2.1-6 mostram a distribuição espacial da
porcentagem de grãos de areia média + areia fina e de areia grossa + areia média.

ARCADIS logos 444


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

100%

90%

80%
ARGILAS
70%
SILTE MUITO FINO

60% SILTE FINO

SILTE MÉDIO
50%
SILTE GROSSO
40%
AREIA MUITO FINA

30% AREIA FINA

AREIA MÉDIA
20%

10%

0%
SS16

SS43
SS01
SS02
SS03
SS04
SS05
SS06
SS07
SS08
SS09
SS10
SS11
SS12
SS13
SS14
SS15

SS17
SS18
SS19
SS20
SS21
SS22
SS23
SS24
SS25
SS26
SS27
SS28
SS29
SS30
SS31
SS32
SS33
SS34
SS35
SS36
SS37
SS38
SS39
SS40
SS41
SS42

SS44
SS45
SS46
SS47
SS48
SS49
SS50
SS51
SS52
SS53
Figura 9.2.1-4 - Distribuição granulométrica nos pontos SS 01 a SS 53.

ARCADIS logos 445


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Areia Média + Areia Fina (%)


52.7 72.5
25.0 77.4 77.8
24.8 71.0
87.627.074.4 67.5
22.5
45.4 46.6 54.0
56.1 52.937.5 63.8 54.0
77.4 79.873.7
67.1 25.1
81.6 70.6 65.6 55.875.1
82.2 84.273.0
85.6
88.0 86.3
83.4
50.672.3 83.7 81.1
87.2
88.2 90.6 91.6 85.2 78.4

94.4
79.1 72.5

71.3
66.3
45.4

Figura 9.2.1-5 Distribuição espacial de Areia Média + Areia Fina na região do


empreendimento dos Terminais Ponta Negra - Maricá. Os números na Figura
representam a porcentagem desse tamanho de grão no sedimento.

Areia Grossa + Areia Média (%)


59.1 80.9
8.4 83.6 71.7
9.1 69.7
80.97.8 88.6 79.8
81.4
16.4 2.8 9.3
6.9 38.210.5 19.3 88.6
73.4 95.620.9
19.7 6.0
53.7 93.2 16.6 7.6 31.6
13.3 10.8
92.8 81.3
17.3 90.3
30.7
92.090.7 26.2 81.9
84.7
85.5 70.0 33.2 88.8 79.6

56.4
91.9 95.3

96.7
96.6
97.3

Figura 9.2.1-6 - Distribuição espacial de Areia Média + Areia Fina na região do


empreendimento dos Terminais Ponta Negra - Maricá. Os números na Figura
representam a porcentagem desse tamanho de grão no sedimento.

ARCADIS logos 446


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Nutrientes e Carbono Orgânico Total

 Nitrogênio Kjeldahl Total


Nos pontos amostrados a concentração de Nitrogênio Kjeldahl Total variou entre <LD
(60 mg/kg) e 2051 mg/kg, concentrações interiores ao valor alerta da resolução
CONAMA 454/12 que é de 4800 mg/kg.

A distribuição espacial dos pontos (Figura 9.2.1-7) mostrou que não existe um
gradiente de concentração na região, ou seja, não existe acúmulo de nitrogênio
kjeldahl total em uma ou outra região.

Nitrogênio Kjeldahl Total (mg/kg)


Concentração alerta da resolução 85 270341
CONAMA 454/12: 4800 mg/kg 93
79
82 845 157
157 86 305 209 85
158
1352051 1769
263 505 161 128
73
91 190
187

92

Figura 9.2.1-7 - Distribuição espacial de Nitrogênio Kjeldahl Total na região do


empreendimento dos Terminais Ponta Negra - Maricá.

 Fósforo Total
Nos pontos amostrados a concentração de Fósforo Total variou entre <LD (9 mg/kg) e
525 mg/kg, concentrações interiores ao valor alerta da resolução CONAMA 454/12
que é de 2000 mg/kg.

A distribuição espacial dos pontos (Figura 9.2.1-8) mostrou que não existe um
gradiente de concentração na região, ou seja, não existe acúmulo de fósforo total em
uma ou outra região.

ARCADIS logos 447


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Fósforo Total (mg/kg)


Concentração alerta da resolução 56
17 35
CONAMA 454/12: 2000 mg/kg 294
18 16
38 169 57 97
33
180 215 126
71 131 242 270 78
20 38 144
216 452 525
40 65 170 179
52 216
32 86
125 25
24 116
146 27
45
29 16 44 24 11
58
100 29

26
32
46

Figura 9.2.1-8 - Distribuição espacial de Fósforo Total na região do empreendimento dos


Terminais Ponta Negra - Maricá.

 Carbono Orgânico Total


Carbono Orgânico Total foi detectado em apenas nos pontos SS 31 (0,4 %) e SS 43
(1,3 %), concentrações inferiores ao limite da resolução CONAMA 454/12 que é de
10%.

 Metais e o Metalóide Arsênio


Dentre os metais analisados, cádmio, mercúrio, cobre e prata não foram detectados
em nenhum dos pontos amostrados.

Os demais metais e o arsênio foram todos detectados em concentrações inferiores ao


nível 1 da resolução CONAMA 454/12.

Níquel foi detectado apenas no ponto SS 43 (0,5 mg/kg).

As distribuições espaciais dos metais que foram detectados são mostradas na Figura
9.2.1-9 e Figura 9.2.1-13.

ARCADIS logos 448


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Arsênio (mg/kg)
Concentração limite pela resolução 2.3 1.8
CONAMA 454/12 nível 1: 19 mg/kg 3.6 2.9
1.7 1.5 1.9 3.2 1.6
3.3
2.6 3.7 3.0
2.4 2.4 3.6 2.2 3.2
2.1 2.5
2.3 2.9 2.3
2.8 3.0 2.7 2.3
3.4 1.9
2.5 3.3
1.6
1.8 1.9 2.4 1.4
1.7
1.7
1.4 1.9

1.2 1.8

1.6
2.3
2.0

Figura 9.2.1-9 - Distribuição espacial de Arsênio na região do empreendimento dos


Terminais Ponta Negra - Maricá.

Bário (mg/kg)
Não Regulado pela Resolução 1.8
CONAMA 454/12 5.1 0.7 1.2
0.8
4.2 1.0 3.2 0.7 1.3
2.8 7.6 4.0
6.4 3.0 9.6 2.7
0.9 0.7 3.8
3.2 5.1 11.2
2.2 2.7 6.0 2.5
2.9 4.5
3.1 0.8
1.9
2.2 0.9
1.0
1.0 1.2
1.5 1.1
2.8
1.1

Figura 9.2.1-10 - Distribuição espacial de Bário na região do empreendimento dos


Terminais Ponta Negra - Maricá.

ARCADIS logos 449


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Chumbo (mg/kg)
Concentração limite pela resolução 2.4
CONAMA 454/12 nível 1: 46,7 mg/Kg 3.8 1.2
3.0 1.0 2.8 0.9 2.1
1.0
1.8 2.5 2.1
1.5 3.0 2.0 1.2
1.3 2.3
1.3 2.8 3.0
0.9 1.7 2.1 1.5
1.3 2.9
1.5 1.3
1.1
1.3
1.9 1.8
1.0 1.0 1.7
1.2
2.2 1.4

1.1
1.1
1.5

Figura 9.2.1-11 - Distribuição espacial de Chumbo na região do empreendimento dos


Terminais Ponta Negra - Maricá.

Cromo (mg/kg)
Concentração Limite pela resolução 1.7
4.2 1.0 0.9
CONAMA 454/12 nível 1: 81 mg/kg
4.2 1.0
0.9 4.5 1.1 1.6
0.9
3.4 5.2 3.6
3.1 2.9 6.2 3.3 1.0
1.0 0.7 3.1
2.8 5.8 8.9
1.3 1.3 3.7 3.2
2.0 0.8 2.8
1.1
2.4 0.8
1.8 2.3
0.5 2.8 1.7
1.1
1.5 1.0 3.1 1.3 1.3
1.3
1.3 1.2

2.1
1.0
2.1

Figura 9.2.1-12 - Distribuição espacial de Cromo na região do empreendimento dos


Terminais Ponta Negra - Maricá.

ARCADIS logos 450


Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

Zinco (mg/kg)
Concentração limite pela resolução 0.5
CONAMA 454/12 nível 1: 150 mg/kg 3.5

2.9 2.1 1.9 0.8


0.4 13.4 1.0
3.9 2.8 12.1 1.2
5.1 4.5 3.3
5.4 5.7 14.3
7.4 2.7 1.8
3.6 4.4
1.0
1.9
0.4
2.0
7.1 6.9

1.0

Figura 9.2.1-13 - Distribuição espacial de Zinco na região do empreendimento dos


Terminais Ponta Negra - Maricá.

 Compostos Orgânicos
Bifenilas Policloradas (PCBs) não foram detectadas em nenhum dos pontos
amostrados.

Pesticidas Organoclorados não foram detectados em nenhum dos pontos amostrados.

Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs) não foram detectados em nenhum


dos pontos amostrados, exceto no ponto SS 18 (Tabela 9.2.1-6), onde foi detectado
naftaleno na concentração de 37 µg/kg, concentração inferior ao limite da resolução
CONAMA 454/12 que é de 160 µg/kg. Uma vez que, nesse ponto apenas o HPA
naftaleno foi detectado, não se pode descartar a hipótese de contaminação da
amostra por esse composto ou alguma interferência do procedimento analítico,
naftaleno é o HPA mais volátil dentre todos, e contaminação ou interferência do
procedimento analítico para esse composto não é incomum.

Análise Estatística

Utilizando o software Paleontological Statistics (Versão 1.51) foi realizado uma Análise
de Componentes Principais com os dados químicos e granulométricos de forma a
verificar a existência de alguma zona na região amostrada que se diferenciasse das
demais. Através dessa análise os resultados dos parâmetros químicos e
granulométricos não mostraram a formação de nenhum grupo de pontos, portanto, não
existe tendência de acúmulo dos compostos em nenhuma zona da região amostrada.

b) Segunda Campanha
Os resultados das análises Físicas e Químicas realizadas nas amostras de sedimento
coletadas na segunda campanha são apresentados na Tabela 9.2.1-16 e Tabela
9.2.1-17 bem como os limites de detecção e quantificação dos métodos analíticos e a

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Projeto Terminais Ponta Negra - TPN

comparação com os padrões de qualidade estabelecidos pela Resolução CONAMA


454/12.

As coordenadas geográficas dos pontos de coleta da são mostradas na Tabela


9.2.1-15.

Tabela 9.2.1-15 - Coordenadas UTM 23S WGS-84 dos pontos de coleta de sedimentos.

Coordenadas UTM 23S - WGS-84

Ponto E S

A-01 738082.885 7460202.07


A-02 738562.219 7460217.37
A-03 739222.003 7460283.25
A-04 738266.687 7459539.25
A-05 739112.966 7459756.34
A-06 738724.683 7459357.7
A-07 738821.827 7458777.13

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Terminais Ponta Negra – TPN

Tabela 9.2.1-16 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas no sedimento na região de implantação do TPN - (AO1-AO7).

CAMPANHA DE SEDIMENTO - PERIODO DA COLETA: 12 SE SETEMBRO DE 2012

Limite de Limite de PONTO AMOSTRAL


CONAMA 454/12
Parâmetros Unidades Detecção do Quantificação
Método do Método AO1 AO2 AO3 AO4 AO5 AO6 AO7
Nivel 1 Nivel 2 630512 630514 630515 630516 630517 630518 630519
Granulometria
GRÂNULOS (> 2,0 mm) % 0,06 0,11 6,520 0,02 0,02 0,00 0,00
AREIA MUITO GROSSA (2,0 a 1,0mm) % 0,16 0,20 9,19 0,08 0,33 0,05 0,00
AREIA GROSSA (1,0 a 0,5mm) % 1,51 0,61 35,00 0,38 0,56 3,37 1,48
AREIA MÉDIA (0,5 a 0,25mm) % LEGENDA 11,74 9,17 39,49 12,54 12,81 62,21 53,15
AREIA FINA (0,25 a 0,125mm) % > 75 % 47,19 19,72 4,98 68,92 41,69 22,69 36,97
AREIA MUITO FINA (0,125 a 0,063mm) % < 75 % < 37,10 66,64 3,51 21,47 41,58 5,84 8,10
SILTE GROSSO (0,063 a 0,031mm) % < 50 % < 3,24 0,13 0,06 0,73 0,52 0,13 0,04
SILTE MÉDIO (0,031 a 0,016mm) % < 25 % < 0,45 0,00 0,18 0,15 0,17 0,07 0,02
SILTE FINO (0,016 a 0,008mm) % < 10 % 0,07 0,01 0,01 0,03 0,07 0,14 0,04
SILTE MUITO FINO (0,008 a 0,004mm) % 0,03 0,05 0,01 0,07 0,01 0,01 0,00
ARGILAS (< que 0,004mm) % 0,48 0,62 0,39 0,53 0,65 0,49 0,46
MASSA INICIAL g 262,54 220,18 284,18 235,22 240,63 246,62 273,49
MASSA FINAL g 267,87 214,13 282,24 246,75 236,78 234,29 274,23
RECUPERAÇÃO % 102 97 99 105 98 95 100
Parâmetros Não Metálicos
Nitrogênio Kjedhall Total mg N/kg 60 218 Valor Alerta: 4800 ND 85 ND 72 ND ND ND
Fósforo Total mg P/kg 9 26 Valor Alerta: 2000 350 32 40 39 43 51 41
TOC %C 0,3 0,9 Valor Alerta: 10 ND ND ND ND ND 0,3 0,4
Metais
Arsênio mg As/Kg 1,2 3,7 19 70 ND ND 3,80 ND ND ND ND
Alumínio mg Al/kg 6,2 19,7 - - 433 571 53 408 274 135 141
Bário mg Ba/kg 0,7 2,1 - - 3,7 3,3 0,8 2,9 2,3 1,1 1,4
Cádmio mg Cd/Kg 0,1 0,4 1,2 7,2 ND ND ND ND ND ND ND
Chumbo mg Pb/Kg 0,8 2,5 46,7 218 1,70 1,00 ND 1,50 2,30 0,90 ND
Cobre mg Cu/kg 0,4 1,1 34 270 ND ND ND ND 0,40 ND ND
Cromo mg Cr/kg 0,5 1,7 81 370 3,70 4,30 ND 3,90 4,40 3,00 2,60
Ferro mg Fe/kg 2,6 8,1 - - 946 1230 103 858 763 414 461
Manganês mg Mn/Kg 0,2 0,7 19 19,0 2,8 15,0 12 8,4 7,1
Mercúrio mg Hg/kg 0,012 0,038 0,3 1,0 ND ND ND ND ND ND ND
Níquel mg Ni/kg 0,3 1 20,9 51,6 0,50 0,90 1,00 0,60 0,70 0,50 0,50
Zinco mg Zn/kg 0,3 1 150 410 4,00 4,50 ND 3,20 3,10 ND ND
Prata mg Ag/kg 0,9 3 - - ND ND ND ND ND ND ND

LEGENDA
Valor Acima do Nivel 2 ** Codificação - Laudo Ecolabor
Valor Entre Nivel 1 e 2
Valor Abaixo do Nivel 1
ND Não Detectado
NA Não Analisada

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Terminais Ponta Negra – TPN

Tabela 9.2.1-17 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas no sedimento na região de implantação do TPN - (AO1-AO7).

CAMPANHA DE SEDIMENTO - PERIODO DA COLETA: 12 SE SETEMBRO DE 2012

Limite de Limite de PONTO AMOSTRAL


CONAMA 454/12
Parâmetros Unidades Detecção do Quantificação
Método do Método AO1 AO2 AO3 AO4 AO5 AO6 AO7
Nivel 1 Nivel 2
630512 630514 630515 630516 630517 630518 630519
Bifenilas Policloradas (PCB's)
PCB's µg/kg 1,8 4,7 22,7 180 ND ND ND ND ND ND ND
Hidrocarbonetos Aromáticos Polinucleares (PAH's)
2-Metilnaftaleno µg/kg 0,5 1 70 670 ND ND ND ND ND ND ND
Acenafteno µg/kg 0,04 0,1 16 500 ND ND ND ND ND ND ND
Acenaftileno µg/kg 0,04 0,1 44 640 ND ND ND ND ND ND ND
Antraceno µg/kg 0,02 0,1 85,3 1100 ND ND ND ND ND ND ND
Benzo (a) Antraceno µg/kg 0,02 0,1 280 690 ND ND ND ND ND ND ND
Benzo (a) Pireno µg/kg 0,04 0,1 230 760 ND ND ND ND ND ND ND
Criseno µg/kg 0,02 0,1 300 850 ND ND ND ND ND ND ND
Dibenzo (a,h) Antraceno µg/kg 0,04 0,1 43 140 ND ND ND ND ND ND ND
Fenantreno µg/kg 0,04 0,1 240 1500 ND ND ND ND ND ND ND
Fluoranteno µg/kg 0,03 0,1 600 5100 ND ND ND ND ND ND ND
Fluoreno µg/kg 0,02 0,1 19 540 ND ND ND ND ND ND ND
Naftaleno µg/kg 0,03 0,1 160 2100 ND ND ND ND ND ND ND
Pireno µg/kg 0,04 0,1 665 2600 ND ND ND ND ND ND ND
Somatória de PAH's µg/kg --- --- <4000 ND ND ND ND ND ND ND
Pesticidas Organoclorados
alfa - BHC µg/kg 0,02 0,07 0,32 0,99 ND ND ND ND ND ND ND
beta - BHC µg/kg 0,05 0,15 0,32 0,99 ND ND ND ND ND ND ND
alfa-Clordano µg/kg 0,02 0,07 2,26 4,79 ND ND ND ND ND ND ND
gama - BHC (lindano) µg/kg 0,03 0,1 0,32 0,99 ND ND ND ND ND ND ND
delta - BHC µg/kg 0,2 0,6 0,32 0,99 ND ND ND ND ND ND ND
gama-Clordano µg/kg 0,04 0,14 2,26 4,79 ND ND ND ND ND ND ND
4,4-DDD µg/kg 0,03 0,09 1,22 7,81 ND ND ND ND ND ND ND
4,4-DDE µg/kg 0,02 0,06 2,07 374 ND ND ND ND ND ND ND
4,4-DDT µg/kg 0,08 0,24 1,19 4,77 ND ND ND ND ND ND ND
Dieldrin µg/kg 0,03 0,04 0,71 4,3 ND ND ND ND ND ND ND
Endrin µg/kg 0,02 0,07 2,67 62,4 ND ND ND ND ND ND ND

LEGENDA
Valor Acima do Nivel 2 ** Codificação - Laudo Ecolabor
Valor Entre Nivel 1 e 2
Valor Abaixo do Nivel 1
ND Não Detectado
NA Não Analisada

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Análise Granulométrica

A análise da distribuição da granulometria no sedimento é imprescindível para sua


caracterização, pois a associação entre os compostos orgânicos e inorgânicos ao sedimento
ocorre preferencialmente nos sedimentos mais finos, argilas e siltes. Isto porque a fração
mais fina do sedimento proporciona uma maior superfície de contato do sedimento com os
contaminantes, além de possuir uma maior reatividade, ou seja, a fração fina possui uma
maior capacidade de adsorção de contaminantes (MARTINS, 2007; TORRES, 2007).
Portanto, quanto maior a quantidade de grãos finos, mais os contaminantes tendem a se
associar ao sedimento.

Uma vez que, quanto menor o tamanho do grão, mais os compostos orgânicos e inorgânicos
se associam ao sedimento, a análise granulométrica é fundamental para monitorar a
qualidade do sedimento.

O sedimento nos pontos amostrais onde também foram coletados os organismos é


predominantemente arenoso, a porcentagem de silte e argila no sedimento é desprezível.
Dessa forma os compostos são pouco adsorvidos pelo sedimento. A Figura 9.2.1-14 mostra a
distribuição da granulometria no sedimento.

Granulometria
100%

90% ARGILAS

80% SILTE MUITO FINO


SILTE FINO
70%
SILTE MÉDIO
60%
SILTE GROSSO
50%
AREIA MUITO FINA
40% AREIA FINA
30% AREIA MÉDIA
20% AREIA GROSSA

10% AREIA MUITO GROSSA


GRÂNULOS
0%
AO1 AO2 AO3 AO4 AO5 AO6 AO7

Figura 9.2.1-14 - Distribuição granulométrica nos pontos AO1 a AO7.

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Nutrientes e Carbono Orgânico Total

 Nitrogênio Kjeldahl Total


Nitrogênio kjeldahl total foi detectado apenas nos pontos AO2 (85 mg/Kg) e AO7 (72 mg/kg)
em concentrações inferiores ao valor alerta da resolução CONAMA 454/12, que é de 4800
mg/kg.

 Fósforo Total
Fósforo total foi detectado em todas as amostras, porém a concentração máxima encontrada
foi de 350 mg/kg no ponto AO1 (Figura 9.2.1-15), dessa forma as concentrações encontradas
foram interiores ao valor alerta da resolução CONAMA 454/12 que é de 2000 mg/kg.

Fósforo Total
400
350
300
250
mg/kg

200
150
100
50
0
AO1 AO2 AO3 AO4 AO5 AO6 AO7
Ponto de Coleta

Figura 9.2.1-15 - Distribuição de fósforo total nos pontos AO1 a AO7

 Carbono Orgânico Total


Carbono Orgânico Total foi detectado apenas nos pontos AO6 (0,3 %) e AO7 (0,4 %),
concentrações inferiores ao limite da resolução CONAMA 454/12 que é de 10%.

 Metais e o Metaloide Arsênio


Dentre os metais analisados, cádmio, mercúrio e prata não foram detectados em nenhum dos
pontos amostrados.

Os demais metais foram todos detectados em concentrações inferiores aos limites da


resolução CONAMA 454/12 conforme demonstrado na Figu ra 9.2.1-16.

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Arsênio Chumbo
Nível 1 - CONAMA 454/12: 46,7 mg/kg
20,0 Nível 1 - CONAMA 454/12: 19,0 mg/kg 10,0
18,0 9,0
16,0 8,0
14,0 7,0
12,0 6,0
mg/kg

mg/kg
10,0 5,0
8,0 4,0
6,0 3,0
4,0 2,0
2,0 1,0
0,0 0,0
AO1 AO2 AO3 AO4 AO5 AO6 AO7 AO1 AO2 AO3 AO4 AO5 AO6 AO7
Ponto de Coleta Ponto de Coleta

Cobre Cromo
Nível 1 - CONAMA 454/12: 34,0 mg/kg Nível 1 - CONAMA 454/12: 81,0 mg/kg
2,0 10,0
1,8 9,0
1,6 8,0
1,4 7,0
1,2 6,0
mg/kg

mg/kg
1,0 5,0
0,8 4,0
0,6 3,0
0,4 2,0
0,2 1,0
0,0 0,0
AO1 AO2 AO3 AO4 AO5 AO6 AO7 AO1 AO2 AO3 AO4 AO5 AO6 AO7
Ponto de Coleta Ponto de Coleta

Níquel Zinco
Nível 1 - CONAMA 454/12: 20,9 mg/kg Nível 1 - CONAMA 454/12: 150,0 mg/kg
5,0 10,0
4,5 9,0
4,0 8,0
3,5 7,0
3,0 6,0
mg/kg

mg/kg

2,5 5,0
2,0 4,0
1,5 3,0
1,0 2,0
0,5 1,0
0,0 0,0
AO1 AO2 AO3 AO4 AO5 AO6 AO7 AO1 AO2 AO3 AO4 AO5 AO6 AO7
Ponto de Coleta Ponto de Coleta

Figu ra 9.2.1-16 - Distribuição dos metais nos pontos AO1 a AO7 na região do empreendimento
dos Terminais Ponta Negra – Maricá.

c) Terceira Campanha
Os resultados das análises Físicas e Químicas realizadas nas amostras de sedimento
coletadas na terceira campanha são apresentados na Tabela 9.2.1-18 e na Tabela 9.2.1-19
bem como os limites de detecção e quantificação dos métodos analíticos e a comparação
com os padrões de qualidade estabelecidos pela Resolução CONAMA 454/12. As
coordenadas geográficas dos pontos de coleta para esta campanha são coincidentes com os
pontos da segunda campanha (Tabela 9.2.1-15).

ARCADIS logos 457


Estudo e Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Tabela 9.2.1-18 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas no sedimento na região de implantação do TPN - (A-01 a A-07).

CAMPANHA DE SEDIMENTO - PERIODO DA COLETA: 23 DE JANEIRO DE 2013

Limite de Limite de PONTO AMOSTRAL


CONAMA 454/12
Parâmetros Unidades Detecção do Quantificação
Método do Método A-01 A-02 A-03 A-04 A-05 A-06 A-07
Nivel 1 Nivel 2
656732 656736 656737 656738 656739 656740 656741
Parâmetros Físicos
Temperatura ºC - - - 24,1 24,4 23,7 24,3 24,6 24,9 25,3
pH - - - - 6,14 7,51 7,87 7,52 7,6 7,24 7,35
ORP mV - - - -76 124 157 168 28 18 125
Granulometria
GRÂNULOS (> 2,0 mm) % 0,50 1,05 1,110 0,27 0,95 0,04 0,07
AREIA MUITO GROSSA (2,0 a 1,0mm) % 0,36 0,46 2,35 0,09 0,41 0,09 0,05
AREIA GROSSA (1,0 a 0,5mm) % 0,68 1,47 36,02 20,84 1,68 2,36 1,49
AREIA MÉDIA (0,5 a 0,25mm) % LEGENDA 5,78 14,98 52,33 67,53 16,52 45,62 49,57
AREIA FINA (0,25 a 0,125mm) % > 75 % 39,85 36,67 5,42 8,46 27,22 31,49 41,05
AREIA MUITO FINA (0,125 a 0,063mm) % < 75 % < 52,14 44,84 0,86 2,72 52,76 19,90 7,29
SILTE GROSSO (0,063 a 0,031mm) % < 50 % < 0,20 0,36 0,23 0,21 0,29 0,20 0,16
SILTE MÉDIO (0,031 a 0,016mm) % < 25 % < 0,23 0,11 0,08 0,20 0,15 0,10 0,22
SILTE FINO (0,016 a 0,008mm) % < 10 % 0,45 0,30 0,35 0,41 0,32 0,34 0,16
SILTE MUITO FINO (0,008 a 0,004mm) % 0,36 0,42 0,25 0,28 0,29 0,29 0,36
ARGILAS (< que 0,004mm) % 0,13 0,05 0,06 0,08 0,14 0,06 0,05
MASSA INICIAL g 152,52 175,00 228,44 171,90 151,80 200,42 196,37
MASSA FINAL g 153,57 176,26 226,29 173,79 152,89 201,44 197,30
RECUPERAÇÃO % 101 101 99 101 101 100 100
Parâmetros Não Metálicos
Nitrogênio Kjedhall Total mg N/kg 60 218 Valor Alerta: 4800 ND ND 67 203 ND 230 175
Fósforo Total mg P/kg 9 26 Valor Alerta: 2000 219 143 29 643 215 228 71
TOC %C 0,3 0,9 Valor Alerta: 10 ND ND ND ND ND ND ND
Metais
Arsênio mg As/Kg 1,2 3,7 19 70 2,10 ND ND ND 2,10 ND ND
Alumínio mg Al/kg 6,2 16,7 - - 657 530 64 84 460 346 183
Bário mg Ba/kg 0,7 2,1 - - 3,3 2,3 ND ND 3,1 2,2 1,1
Cádmio mg Cd/Kg 0,1 0,4 1,2 7,2 ND ND ND ND ND ND ND
Chumbo mg Pb/Kg 0,8 2,5 46,7 218 ND 1,10 ND ND ND ND ND
Cobre mg Cu/kg 0,4 1,1 34 270 0,60 0,60 0,80 0,60 0,60 0,60 0,50
Cromo mg Cr/kg 0,5 1,7 81 370 9,00 8,60 3,10 3,20 8,00 7,80 3,70
Ferro mg Fe/kg 2,6 8,1 - - 1270 958 111 240 1120 717 466
Manganês mg Mn/Kg 0,2 0,7 24 15,0 2,8 7,9 23 22 18
Mercúrio mg Hg/kg 0,012 0,038 0,3 1,0 ND ND ND ND ND ND ND
Níquel mg Ni/kg 0,3 1,0 20,9 51,6 1,50 1,00 0,70 0,80 1,20 1,10 1,00
Zinco mg Zn/kg 0,3 1,0 150 410 7,60 7,20 4,40 3,80 6,70 5,40 4,50
Prata mg Ag/kg 0,9 3,0 - - ND ND ND ND ND ND ND

LEGENDA
Valor Acima do Nivel 2 ** Codificação - Laudo Ecolabor
Valor Entre Nivel 1 e 2
Valor Abaixo do Nivel 1
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ND Não Detectado
NA Não Analisada
Estudo e Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Tabela 9.2.1-19 – Resultados das análises físicas e químicas realizadas no sedimento na região de implantação do TPN - (A-01 a A-07).

CAMPANHA DE SEDIMENTO - PERIODO DA COLETA: 23 DE JANEIRO DE 2013

Limite de Limite de PONTO AMOSTRAL


CONAMA 454/12
Parâmetros Unidades Detecção do Quantificação
Método do Método A-01 A-02 A-03 A-04 A-05 A-06 A-07
Nivel 1 Nivel 2 656732 656736 656737 656738 656739 656740 656741
Bifenilas Policloradas (PCB's)
PCB's µg/kg 1,8 4,7 22,7 180 ND ND ND ND ND ND ND
Hidrocarbonetos Aromáticos Polinucleares (PAH's)
2-Metilnaftaleno µg/kg 0,5 1,0 70 670 ND ND ND ND ND ND ND
Acenafteno µg/kg 0,04 0,1 16 500 ND ND ND ND ND ND ND
Acenaftileno µg/kg 0,04 0,1 44 640 ND ND ND ND ND ND ND
Antraceno µg/kg 0,02 0,1 85,3 1100 ND ND ND ND ND ND ND
Benzo (a) Antraceno µg/kg 0,02 0,1 280 690 ND ND ND ND ND ND ND
Benzo (a) Pireno µg/kg 0,04 0,1 230 760 ND ND ND ND ND ND ND
Criseno µg/kg 0,02 0,1 300 850 ND ND ND ND ND ND ND
Dibenzo (a,h) Antraceno µg/kg 0,04 0,1 43 140 ND ND ND ND ND ND ND
Fenantreno µg/kg 0,04 0,1 240 1500 ND ND ND ND ND ND ND
Fluoranteno µg/kg 0,03 0,1 600 5100 ND ND ND ND ND ND ND
Fluoreno µg/kg 0,02 0,1 19 540 ND ND ND ND ND ND ND
Naftaleno µg/kg 0,03 0,1 160 2100 ND ND ND ND ND ND ND
Pireno µg/kg 0,04 0,1 665 2600 ND ND ND ND ND ND ND
Somatória de PAH's µg/kg --- --- <4000 ND ND ND ND ND ND ND
Pesticidas Organoclorados
alfa - BHC µg/kg 0,02 0,07 0,32 0,99 ND ND ND ND ND ND ND
beta - BHC µg/kg 0,05 0,15 0,32 0,99 ND ND ND ND ND ND ND
alfa-Clordano µg/kg 0,02 0,07 2,26 4,79 ND ND ND ND ND ND ND
gama - BHC (lindano) µg/kg 0,03 0,1 0,32 0,99 ND ND ND ND ND ND ND
delta - BHC µg/kg 0,2 0,6 0,32 0,99 ND ND ND ND ND ND ND
gama-Clordano µg/kg 0,04 0,14 2,26 4,79 ND ND ND ND ND ND ND
4,4-DDD µg/kg 0,03 0,09 1,22 7,81 ND ND ND ND ND ND ND
4,4-DDE µg/kg 0,02 0,06 2,07 374 ND ND ND ND ND ND ND
4,4-DDT µg/kg 0,08 0,24 1,19 4,77 ND ND ND ND ND ND ND
Dieldrin µg/kg 0,03 0,04 0,71 4,3 ND ND ND ND ND ND ND
Endrin µg/kg 0,02 0,07 2,67 62,4 ND ND ND ND ND ND ND

LEGENDA
Valor Acima do Nivel 2 ** Codificação - Laudo Ecolabor
Valor Entre Nivel 1 e 2
Valor Abaixo do Nivel 1
ND Não Detectado
NA Não Analisada

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Terminais Ponta Negra – TPN

Análise Granulométrica

Uma vez que, quanto menor o tamanho do grão, mais os compostos orgânicos e inorgânicos
se associam ao sedimento, a análise granulométrica é fundamental para monitorar a
qualidade do sedimento.

O sedimento nos pontos onde também foram coletados os organismos é predominantemente


arenoso (>97% de areia em todos os pontos), a porcentagem de silte e argila no sedimento é
desprezível. Dessa forma os compostos são pouco adsorvidos pelo sedimento.

A Figura 9.2.1-17 mostra a distribuição da granulometria no sedimento.

Granulometria
100%
ARGILAS
90%
80% SILTE MUITO FINO
70% SILTE FINO
60% SILTE MÉDIO
50%
SILTE GROSSO
40%
30% AREIA MUITO FINA
20% AREIA FINA
10% AREIA MÉDIA
0% AREIA GROSSA
AO1 AO2 AO3 AO4 AO5 AO6 AO7

Figura 9.2.1-17 - Distribuição granulométrica nos pontos A-01 na A-07 na região do


empreendimento dos Terminais Ponta Negra – Maricá.

Nutrientes e Carbono Orgânico Total

 Nitrogênio Kjeldahl Total


Nitrogênio kjeldahl total foi detectado apenas nos pontos A-03, A-04, A-06 e A-07 (Figura
9.2.1-18). Nesses pontos a concentração não superou 230 mg/kg, concentrações inferiores
ao valor alerta da resolução CONAMA 454/12, que é de 4800 mg/kg.

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Nitrogênio Kjedhall Total


250

200

150
mg/kg

100

50

0
A-01 A-02 A-03 A-04 A-05 A-06 A-07
Ponto de Coleta

Figura 9.2.1-18 - Distribuição de nitrogênio kjeldahl total nos pontos A-01 a A-07 na região do
empreendimento dos Terminais Ponta Negra – Maricá.

 Fósforo Total
Fósforo total foi detectado em todas as amostras, porém a concentração máxima encontrada
foi de 643 mg/kg no ponto A-04 (Figura 9.2.1-19), dessa forma as concentrações encontradas
foram interiores ao valor alerta da resolução CONAMA 454/12 que é de 2000 mg/kg.

Fósforo Total
700
600
500
400
mg/kg

300
200
100
0
A-01 A-02 A-03 A-04 A-05 A-06 A-07
Ponto de Coleta

Figura 9.2.1-19 - Distribuição de fósforo total nos pontos A-01 a A-07 na região do
empreendimento dos Terminais Ponta Negra – Maricá.

 Carbono Orgânico Total


Carbono Orgânico Total não foi detectado em nenhuma das amostras analisadas.

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 Metais e Arsênio
Dentre os metais analisados, cádmio, mercúrio e prata não foram detectados em nenhum dos
pontos amostrados.

O Arsênio foi detectado apenas nas amostras A-01 e A-05, ambos na concentração de 2,1
mg/kg, inferior ao nível 1 da Resolução CONAMA 454/12 que é de 19 mg/kg.

O Chumbo foi detectado apenas na amostra A-02, na concentração de 1,1 mg/kg,


concentração inferior ao nível 1 da Resolução CONAMA 454/12 que é de 46,7 mg/kg

Os demais metais foram todos detectados em concentrações inferiores ao nível 1 da


resolução CONAMA 454/12.

As distribuições espaciais dos demais metais regulados pela resolução CONAMA 454/12 são
mostradas na Figura 9.2.1-20.

Arsênio Chumbo
20 50
18 45
16 40
14 35
12 30
mg/kg
mg/kg

10 25
8 20
6 15
4 10
2 5
0 0
A-01 A-02 A-03 A-04 A-05 A-06 A-07 A-01 A-02 A-03 A-04 A-05 A-06 A-07
Ponto de Coleta Ponto de Coleta

Cobre Cromo
35 80
30 70
25 60
50
20
mg/kg

mg/kg

40
15
30
10
20
5 10
0 0
A-01 A-02 A-03 A-04 A-05 A-06 A-07 A-01 A-02 A-03 A-04 A-05 A-06 A-07
Ponto de Coleta Ponto de Coleta

Níquel Zinco
20 140
120
15
100
mg/kg

mg/kg

80
10
60

5 40
20
0 0
A-01 A-02 A-03 A-04 A-05 A-06 A-07 A-01 A-02 A-03 A-04 A-05 A-06 A-07
Ponto de Coleta Ponto de Coleta

Figura 9.2.1-20 - Distribuição dos metais nos pontos A-01 a A-07 na região do empreendimento
dos Terminais Ponta Negra – Maricá. A linha vermelha representa o nível 1 da Resolução
CONAMA 454/12.

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 Compostos Orgânicos
Bifenilas Policloradas (PCBs) não foram detectadas em nenhum dos pontos amostrados.

Pesticidas Organoclorados não foram detectados em nenhum dos pontos amostrados.

Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs) não foram detectados em nenhum dos


pontos amostrados.

C) Considerações
As análises de sedimento coletados nas 3 campanhas não indicaram a concentração de
nenhum dos poluentes (não metálicos, metálicos ou orgânicos) em concentração superior a
valor alerta ou ao nível 1 da Resolução CONAMA 454/12.

O Nível 1 é definido como limiar abaixo do qual há menor probabilidade de efeitos adversos à
biota, portanto pode-se supor que as concentrações dos compostos presentes no sedimento
não oferece risco à biota aquática

Dessa forma, seguindo o disposto no Artigo 12 da Resolução CONAMA 454/12, o sedimento


pode ser dragado sem que sejam realizados testes ecotoxicológicos ou ensaios
complementares.

Não foram encontrados estudos pretéritos envolvendo análise de metais e hidrocarbonetos


nas proximidades do empreendimento para comparação, apenas da Baia de Guanabara (RJ).
Porém são ambientes muito diferentes para que seja realizada alguma comparação.

Devido às características encontradas no sedimento, principalmente durante a primeira


campanha, demonstrando homogeneidade de areia média na área do empreendimento, o
material que será dragado poderá ser utilizado no aterro hidráulico. Portanto não ocorrerá
descarte de material em região oceânica.

9.2.1.2. Caracterização da Água do Mar na Região de Implementação dos Terminais


Ponta Negra
O objetivo de analisar a água marinha é verificar a qualidade da água previamente ao início
das obras de implementação do Terminal através da caracterização físico-química da água,
conforme os parâmetros da Resolução CONAMA nº 357/2005, visando prever os impactos da
futura dragagem quando da implantação do terminal portuário.

Para tal caracterização foram realizadas coletas de água nos dias 12 de Setembro de 2012
(mês de estiagem) e 22 de janeiro de 2013 (mês chuvoso), juntamente com a coleta de
sedimento. As coordenadas dos pontos de coleta de água estão apresentados na Tabela
9.2.1-20 e são coincidentes com os pontos de coleta de sedimento da segunda e terceira
campanha. A Figura 9.2.1-21 indica a localização dos pontos.

ARCADIS logos 463


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Tabela 9.2.1-20 - Coordenadas UTM 23S WGS-84 dos pontos de coleta de água.

Coordenadas UTM 23S - WGS-84

Ponto E S

A-01 738082.885 7460202.07


A-02 738562.219 7460217.37
A-03 739222.003 7460283.25
A-04 738266.687 7459539.25
A-05 739112.966 7459756.34
A-06 738724.683 7459357.7
A-07 738821.827 7458777.13

Figura 9.2.1-21 - Pontos amostrais de água na Área de Influência Direta para a realização do
estudo.

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A primeira campanha, de 12 de Setembro de 2012 foi realizada em regime de lua minguante,


portando em maré de quadratura, sendo a primeira amostra (A01) coletada quase na
preamar e a última (A07) quase na baixa mar, ou seja, a maioria das amostras foram
coletadas em período de maré vazante, conforme mostra a Figura 9.2.1-22.

Figura 9.2.1-22 - Variação do nível do mar em Maricá ao longo do dia 12/09/2012 e o horário de
coleta das amostras de água.

A segunda campanha, de 22 de Janeiro de 2013 foi realizada em regime de lua crescente,


portanto em maré de quadratura, sendo as amostra A01, A02, A03 e A04 coletadas entre a
baixa-mar e preamar (coletadas em maré enchente) e as amostras A05, A06 e A07 coletadas
entre a preamar e a baixa mar (coletadas em maré vazante), conforme mostra a Figura
9.2.1-23.

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Figura 9.2.1-23 - Variação do nível do mar em Maricá ao longo do dia 22/01/2013 e o horário de
coleta das amostras de água.

A) Métodos
Nas amostras de água foram realizadas as análises dos parâmetros descritos na Resolução
do Conselho Nacional do Meio Ambiente nº 357 de 2005 (BRASIL, 2005), que dispõe sobre a
classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento:

 Metais: Alumínio, Bário, Berílio, Boro, Cádmio, Chumbo, Cobre, Cromo, Ferro,
Manganês, Mercúrio, Níquel, Prata, Selênio, Tálio, Urânio e Zinco;
 Semimetais: Arsênio;
 Nutrientes: Fósforo Total, Nitrogênio Kjeldahl Total, Nitratos, Nitritos, Nitrogênio
Amoniacal Total;
 Carbono Orgânico Total;
 Orgânicos: Fenóis, Óleos e Graxas, Surfactantes, Bifenilas Policloradas, Fenóis,
Pesticidas Organoclorados, Pesticidas Organofosforados, Semivoláteis, Solventes
Aromáticos, Solventes Halogenados;
 Parâmetros Biológicos e Microbiológicos: Clorofila a e Coliformes Termotolerantes;
 Outros: Cianeto, Cloro Residual Livre, Fluoretos, Oxigênio Dissolvido, pH, Sulfetos

a) Metodologias analíticas
Todos os ensaios analíticos foram realizados pelo Laboratório ECOLABOR. Os métodos
analíticos utilizados se basearam em normas analíticas estabelecidas, descritas em Standard
Methods for the Examination of Water and Wastewater (SMEWW, 2005) e nos padrões
analíticos definidos pela Agência de Proteção Ambiental Norte Americana (USEPA).

Os ensaios analíticos foram acompanhados de brancos analíticos, ou seja, amostras isentas


dos compostos de interesse, de forma a verificar se o método de análise introduziu ou não os
compostos de interesse nas amostras reais, e da análise de brancos subrrogados, ou seja,

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amostras onde os compostos de interesse são introduzidos em concentração conhecida de


forma a verificar a qualidade analítica e a recuperação dos compostos analisados.

Os Limites de Detecção e de Quantificação de todos os compostos em água foram inferiores


aos limites definidos pelas resoluções CONAMA 357/05 (BRASIL, 2005) que são os padrões
de qualidade de água utilizados para comparação dos resultados e que serão discutidos em
maiores detalhes a seguir.

Abaixo são apresentados os métodos analíticos utilizados para a análise dos compostos que
foram detectados.

 Metais
Metais foram analisados na água seguindo o método SMEWW 3030F e SMEWW 3120B A.
Mercúrio foi analisado seguindo a metodologia SMEWW 3112B. Os limites de detecção e
quantificação para cada um dos metais analisados são: Alumínio: LD 0,010 mg/L– LQ 0,033
mg/L, Bário: LD 0,0002 – LQ 0,0006 mg/L, Berílio: 0,0002 mg/L – LQ 0,0005 mg/L, Boro: 0,07
mg/L – LQ 0,20 mg/L, Cádmio: LD 0,0002 mg/L – LQ 0,0005 mg/L, Chumbo: LD 0,0004 mg/L
– LQ 0,0014 mg/L, Cobre: LD 0,0005 mg/L – LQ 0,0015 mg/L, Cromo: LD 0,0002 mg/L – LQ
0,0008 mg/L, Ferro: LD 0,006 mg/L – LQ: 0,020 mg/L, Manganês: LD 0,0002 mg/L – LQ
0,0008 mg/L, Mercúrio LD 0,0001 mg/L – LQ 0,0002 mg/L, Níquel: LD 0,00023 mg/L – LQ
0,0008 mg/L, Prata: LD 0,0002 mg/L – LQ 0,0005 mg/L, Selênio: LD 0,002 mg/L – LQ 0,005
mg/L, Tálio: LD 0,005 mg/L – LQ 0,017 mg/L, Urânio: LD 0,002 mg/L – LQ 0,005 mg/L, Zinco:
LD 0,002 mg/L – LQ 0,007 mg/L.

 Arsênio
Arsênio foi analisado seguindo o método SMEWW 3114B. O limite de detecção foi calculado
em 0,010 mg/L. O limite de quantificação foi calculado em 0,033 mg/L.

 Nutrientes
Nitrogênio kjeldahl total foi analisado seguindo o método descrito em SMEWW 4500N. O
limite de detecção foi calculado em 0,06 mg/L. O limite de quantificação foi calculado em 0,18
mg/L.

Nitrogênio Amoniacal Total foi analisado seguindo o método descrito em SMEWW 4500NH3
F. O limite de detecção foi calculado em 0,007 mg/L. O limite de quantificação foi calculado
em 0,023 mg/L.

Nitrato foi analisado seguindo o método descrito em USEPA 300.1. O limite de detecção foi
calculado em 0,003 mg/L. O limite de quantificação foi calculado em 0,008 mg/L.

Nitrito foi analisado seguindo o método descrito em USEPA 300.1. O limite de detecção foi
calculado em 0,001 mg/L. O limite de quantificação foi calculado em 0,003 mg/L.

Fósforo Total foi analisado seguindo o método descrito em SMEWW 4500P. O limite de
detecção foi calculado em 0,005 mg/L. O limite de quantificação foi calculado em 0,016 mg/L.

Carbono orgânico Total foi analisado seguindo o método descrito em SMEWW 5310A. O
limite de detecção foi calculado em 0,5 mg/L. O limite de quantificação foi calculado em 1,0
mg/L.

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 Bifenilas Policloradas (PCBs)


Para extração e purificação das amostras foi utilizada a metodologia USEPA 3610B e para a
quantificação dos compostos a metodologia USEPA 8082A. O Limite de Detecção (LD)
calculado foi de 0,03 μg/L e o Limite de Quantificação de (LQ) 0,11 μg/L.

 Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs)


Para extração e purificação das amostras foi utilizada a metodologia USEPA 3510 e para a
quantificação dos compostos a metodologia USEPA 8270. O Limite de Detecção (LD)
calculado para os HPAs variou entre 0,03 e 0,15 µg/L. O Limite de Quantificação variou entre
0,11 µg/L e 0,2 µg/L.

 Compostos Orgânicos Semivoláteis (SVOCs)


Para extração das amostras foi utilizada a metodologia USEPA 5021 e para a quantificação
dos compostos a metodologia USEPA 8260.

b) Métodos de Coleta
As amostras de água para análise dos parâmetros físico-químicos foram coletadas nos 7
(sete) pontos amostrais, utilizando-se garrafa Van dorn para as amostras de superfície, meio
e fundo (Figura 9.2.1-24).

Figura 9.2.1-24 - Coleta de água utilizando garrafa de Van Dorn.

B) Resultados
Nos itens a seguir são apresentados, de forma separada, os resultados obtidos para primeira
e segunda campanha. Ressalta-se que os laudos laboratoriais estão apresentados no Anexo
XXXIX.

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a) 1ª Campanha
Os resultados das análises Físicas e Químicas realizadas nas amostras de água coletadas na
primeira campanha são apresentados nas Tabela 9.2.1-22 a Tabela 9.2.1-30, bem como os
limites de detecção e quantificação dos métodos analíticos e a comparação com os padrões
de qualidade estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/05.

Além dos resultados mostrados nas tabelas, também foram analisados Bifenilas Policloradas
(PCBs), Fenóis, Pesticidas Organoclorados, Pesticidas Organofosforados e Compostos
Orgânicos Semivoláteis. Esses compostos não foram detectados em nenhuma das amostras.
As coordenadas geográficas e profundidade dos pontos de coleta, além do horário de coleta
estão descritos na Tabela 9.2.1-21.

Tabela 9.2.1-21 Coordenadas dos pontos de coleta de água, profundidade e hora de coleta das
amostras.

Coordenadas UTM 23S - WGS-84 1ª Campanha


Ponto Profundidade
E S Hora de coleta

A-01 738082.885 7460202.07 10 11:42


A-02 738562.219 7460217.37 12 12:42
A-03 739222.003 7460283.25 15 14:05
A-04 738266.687 7459539.25 18 14:30
A-05 739112.966 7459756.34 17 15:00
A-06 738724.683 7459357.7 19 16:10
A-07 738821.827 7458777.13 21 16:44

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Tabela 9.2.1-22 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas na água na região de implantação do TPN - (AO1-AO3).

Área de Influência Direta - TPN - PERIODO DA COLETA: 12 DE SETEMBRO DE 2012

Padrões CLASSE 1 Limite de Limite de PONTO AMOSTRAL


Parâmetros Unidades ÁGUAS SALINAS Detecção do Quantificação do
CONAMA 357/05 Método Método
AO1-S AO1-M AO1-F AO2-S AO2-M AO2-F AO3-S AO3-M AO3-F
630494 630495 630496 630506 630507 630508 630509 630510 630511
PARÃMETROS FÍSICO-QUÍMICOS
pH --- - --- - 8,34 8,25 8,19 8,32 8,23 8,24 8,23 8,21 8,10
Oxigênio Dissolvido mgO2/L - --- 0,10 5,20 7,40 8,00 6,60 7,10 8,00 7,40 6,9 6,3
Sólidos Suspensos Totais mg/L  7,00 15,00 33,0 22,0 49,0 19,0 36,0 50,0 33,0 51,0 53,0
Turbidez NTU - 0,19 0,62 2 1,5 16 2,6 1,3 3,8 1,6 2,1 15
METAIS E SEMI-METAIS
Alumínio Solúvel mg/L 1,5 0,010 0,033 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Arsênio mg/L 0,01 0,002 0,005 0,004 ND 0,004 0,005 ND 0,005 ND 0,004 0,005
Bário mg/L 1,0 0,0002 0,001 0,002 0,002 0,002 0,002 0,002 0,003 0,002 0,000 ND
Berílio Total mg/L 5,3 0,0002 0,001 0,0002 ND ND ND ND ND ND ND ND
BoroTotal-ICP mg/L 5,0 0,070 0,200 2,90 3,50 3,20 2,60 2,50 2,30 0,71 0,29 3,80
Cádmio mg/L 0,005 0,0002 0,001 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Chumbo mg/L 0,01 0,0004 0,001 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Cobre Solúvel mg/L 0,005 0,001 0,002 ND 0,0007 0,0092 ND ND ND ND ND ND
Cromo mg/L 0,05 0,0002 0,001 ND 0,025 0,172 0,081 0,106 0,009 0,006 0,002 ND
Ferro Solúvel mg/L 0,3 0,006 0,020 ND 0,099 0,166 0,069 0,112 0,059 ND ND ND
Manganês mg/L 0,1 0,0002 0,001 ND 0,006 0,036 0,017 0,020 0,007 0,003 0,001 0,001
Mercúrio mg/L 0,0002 0,0001 0,000 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Níquel Total mg/L 0,025 0,0002 0,001 0,001 0,023 0,116 0,057 0,072 0,011 0,009 0,007 0,004
Prata Total mg/L 0,005 0,0002 0,001 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Selênio mg/L 0,01 0,002 0,005 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Tálio mg/L 0,1 0,005 0,017 0,051 ND ND ND ND ND ND ND ND
Urânio Total mg/L 0,5 0,002 0,005 0,003 0,003 0,007 0,007 0,004 0,005 0,005 0,004 ND
Zinco mg/L 0,09 0,002 0,007 0,011 0,012 0,011 0,009 0,017 0,009 0,008 ND ND

LEGENDA - CONAMA 357/05


Valor Violação Classe 1
Valor Normal
Valor Dado Invalidado
ND Não Detectado
NC Não Coletado
NA Não Analisada

ARCADIS logos 470


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Terminais Ponta Negra – TPN

Tabela 9.2.1-23 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas na água na região de implantação do TPN - (AO1-AO3).

Área de Influência Direta - TPN - PERIODO DA COLETA: 12 DE SETEMBRO DE 2012

Padrões CLASSE 1 Limite de Limite de PONTO AMOSTRAL


Parâmetros Unidades ÁGUAS SALINAS Detecção do Quantificação do
CONAMA 357/05 Método Método
AO1-S AO1-M AO1-F AO2-S AO2-M AO2-F AO3-S AO3-M AO3-F
630494 630495 630496 630506 630507 630508 630509 630510 630511
Nutrientes
Fósforo Total mg/L 0,062 0,005 0,016 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Nitrogênio Kjeldahl Total mg/L - 0,06 0,18 ND 0,034 0,041 ND ND ND ND ND ND
Nitratos mg/L 0,4 0,003 0,008 ND ND ND 0,0006 0,0002 0,0009 ND ND ND
Nitritos mg/L 0,07 0,001 0,004 ND ND ND ND ND ND 0,001 ND ND
Nitrogênio Amoniacal Total mg/L 0,4 0,007 0,023 ND ND 0,008 0,029 ND ND 0,051 0,044 0,035
TOC mg/L 3,0 0,5 1,0 1,8 1,3 1,6 1,8 1,5 2,7 1,2 1,0 1,3
Agregados
Cianeto Livre mg/L 0,001 0,0003 0,0011 ND ND ND ND 0,0060 ND 0,0003 ND ND
Fluoretos mg/L 1,4 0,004 0,014 0,237 0,364 0,233 0,336 0,112 0,478 0,410 0,456 0,414
Sulfeto de Hidrogênio mg/L 0,002 0,0001 0,0003 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Cloro Residual Livre 0,01 --- 0,1 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Fenóis Totais mg/L 0,06 0,001 0,003 ND ND ND ND ND ND 0,003 0,002 ND
Óleos e Graxas mg/L ausentes 4 7 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Surfactantes Aniônicos mg/L - 0,003 0,0 ND ND 0,0 ND 0,0 0,0 ND ND ND
Parâmetros Biológicos e Microbiológicos
Coliformes Termotolerantes NMP/100mL 1000 18 18 <18 <18 <18 <18 <18 <18 <18 <18 <18
Clorofila a μg/L - 4 10 ND ND ND ND ND ND ND ND ND

LEGENDA - CONAMA 357/05


Valor Violação Classe 1
Valor Normal
Valor Dado Invalidado
ND Não Detectado
NC Não Coletado
NA Não Analisada

ARCADIS logos 471


Estudo e Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Tabela 9.2.1-24 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas na água na região de implantação do TPN - (AO1-AO3).

Área de Influência Direta - TPN - PERIODO DA COLETA: 12 DE SETEMBRO DE 2012

Padrões CLASSE 1 Limite de Limite de PONTO AMOSTRAL


Parâmetros Unidades ÁGUAS SALINAS Detecção do Quantificação do
CONAMA 357/05 Método Método AO1-S AO1-M AO1-F AO2-S AO2-M AO2-F AO3-S AO3-M AO3-F
630494 630495 630496 630506 630507 630508 630509 630510 630511
Solventes Aromáticos
Benzeno μg/L 51 0,1 0,4 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Estireno μg/L - 0,1 0,4 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Etilbenzeno μg/L 25 0,4 1,4 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Tolueno μg/L 215 0,9 2,9 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Xilenos μg/L - 1,4 4,4 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Agregados
1,1-Dicloroeteno μg/L 3 0,2 3 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
1,2,3-Triclorobenzeno μg/L - 0,6 1,9 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
1,2,4-Triclorobenzeno μg/L - 0,7 2,4 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
1,2-Dicloroetano μg/L 37 0,6 1,9 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Monoclorobenzeno μg/L 25 0,6 2 ND 6,80 6,20 ND ND ND ND ND ND
Tetracloroeteno μg/L 3,3 0,6 1,8 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Tricloroeteno μg/L 30,0 0,9 2,9 ND ND ND ND ND ND ND ND ND

LEGENDA - CONAMA 357/05


Valor Violação Classe 1
Valor Normal
Valor Dado Invalidado
ND Não Detectado
NC Não Coletado
NA Não Analisada

ARCADIS logos 472


Estudo e Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Tabela 9.2.1-25 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas na água na região de implantação do TPN - (AO4-AO6).

Área de Influência Direta - TPN - PERIODO DA COLETA: 12 DE SETEMBRO DE 2012

Padrões CLASSE 1 Limite de Limite de PONTO AMOSTRAL


Parâmetros Unidades ÁGUAS SALINAS Detecção do Quantificação do
CONAMA 357/05 Método Método
AO4-S AO4-M AO4-F AO5-S AO5-M AO5-F AO6-S AO6-M AO6-F
630489 630492 630493 630497 630498 630499 630500 630501 630502
PARÃMETROS FÍSICO-QUÍMICOS
pH --- - --- - 8,28 7,93 8,15 8,27 8,24 8,06 8,27 8,27 8,25
Oxigênio Dissolvido mgO2/L - --- 0,10 8,10 7,30 7,20 6,50 6,30 8,40 6,60 7,3 6,9
Sólidos Suspensos Totais mg/L  7,00 15,00 37,0 31,0 46,0 31,0 36,0 65,0 28,0 24,0 30,0
Turbidez NTU - 0,19 0,62 2,3 1,3 9,7 1,5 0,82 143 0,93 1,4 3,5
METAIS E SEMI-METAIS
Alumínio Solúvel mg/L 1,5 0,010 0,033 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Arsênio mg/L 0,01 0,002 0,005 ND ND 0,006 0,004 ND 0,006 ND 0,004 ND
Bário mg/L 1,0 0,0002 0,001 0,001 0,001 0,002 0,002 0,002 0,010 0,002 0,002 0,002
Berílio Total mg/L 5,3 0,0002 0,001 0,0003 0,000 0,000 ND ND ND ND ND ND
BoroTotal-ICP mg/L 5,0 0,070 0,200 3,50 3,70 3,00 2,80 2,90 3,90 2,10 2,20 2,50
Cádmio mg/L 0,005 0,0002 0,001 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Chumbo mg/L 0,01 0,0004 0,001 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Cobre Solúvel mg/L 0,005 0,001 0,002 ND ND ND ND 0,0029 0,0054 0,0022 ND 0,0010
Cromo mg/L 0,05 0,0002 0,001 ND ND ND 0,006 0,042 0,115 0,083 0,030 0,026
Ferro Solúvel mg/L 0,3 0,006 0,020 ND ND ND ND 0,145 0,188 1,090 1,110 1,090
Manganês mg/L 0,1 0,0002 0,001 ND ND 0,002 0,002 0,009 0,066 0,017 0,015 0,014
Mercúrio mg/L 0,0002 0,0001 0,000 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Níquel Total mg/L 0,025 0,0002 0,001 0,0004 0,0004 0,0004 0,0088 0,0275 0,0659 0,0515 0,0266 0,0265
Prata Total mg/L 0,005 0,0002 0,001 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Selênio mg/L 0,01 0,002 0,005 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Tálio mg/L 0,1 0,005 0,017 ND ND ND ND 0,401 ND 0,696 ND ND
Urânio Total mg/L 0,5 0,002 0,005 0,005 0,004 0,005 ND 0,002 0,003 0,005 0,007 0,005
Zinco mg/L 0,09 0,002 0,007 0,008 0,010 0,007 0,012 0,007 0,031 0,010 0,014 0,017

LEGENDA - CONAMA 357/05


Valor Violação Classe 1
Valor Normal
Valor Dado Invalidado
ND Não Detectado
NC Não Coletado
NA Não Analisada

ARCADIS logos 473


Estudo e Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Tabela 9.2.1-26 – Resultados das análises físicas e químicas realizadas na água na região de implantação do TPN - (AO4-AO6).

Área de Influência Direta - TPN - PERIODO DA COLETA: 12 DE SETEMBRO DE 2012

Padrões CLASSE 1 Limite de Limite de PONTO AMOSTRAL


Parâmetros Unidades ÁGUAS SALINAS Detecção do Quantificação do
CONAMA 357/05 Método Método
AO4-S AO4-M AO4-F AO5-S AO5-M AO5-F AO6-S AO6-M AO6-F
630489 630492 630493 630497 630498 630499 630500 630501 630502
Nutrientes
Fósforo Total mg/L 0,062 0,005 0,016 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Nitrogênio Kjeldahl Total mg/L - 0,06 0,18 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Nitratos mg/L 0,4 0,003 0,008 ND ND ND ND ND 0,0030 ND ND ND
Nitritos mg/L 0,07 0,001 0,004 ND 0,003 ND 0,007 0,002 ND ND ND ND
Nitrogênio Amoniacal Total mg/L 0,4 0,007 0,023 0,010 ND ND 0,028 ND 0,024 0,034 0,010 0,028
TOC mg/L 3,0 0,5 1,0 1,5 2,1 1,3 1,3 1,0 1,4 3,1 1,7 1,3
Agregados
Cianeto Livre mg/L 0,001 0,0003 0,0011 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Fluoretos mg/L 1,4 0,004 0,014 0,287 0,464 0,432 0,327 0,379 0,265 0,429 0,371 0,241
Sulfeto de Hidrogênio mg/L 0,002 0,0001 0,0003 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Cloro Residual Livre 0,01 --- 0,1 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Fenóis Totais mg/L 0,06 0,001 0,003 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Óleos e Graxas mg/L ausentes 4 7 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Surfactantes Aniônicos mg/L - 0,003 0,0 0,0 0,0 ND ND ND ND ND 0,1 0,0
Parâmetros Biológicos e Microbiológicos
Coliformes Termotolerantes NMP/100mL 1000 18 18 <18 <18 20 <18 <18 <18 <18 <18 <18
Clorofila a μg/L - 4 10 ND ND ND ND ND ND 7 ND ND

LEGENDA - CONAMA 357/05


Valor Violação Classe 1
Valor Normal
Valor Dado Invalidado
ND Não Detectado
NC Não Coletado
NA Não Analisada

ARCADIS logos 474


Estudo e Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Tabela 9.2.1-27 – Resultados das análises físicas e químicas realizadas na água na região de implantação do TPN - (AO4-AO6).

Área de Influência Direta - TPN - PERIODO DA COLETA: 12 DE SETEMBRO DE 2012

Padrões CLASSE 1 Limite de Limite de PONTO AMOSTRAL


Parâmetros Unidades ÁGUAS SALINAS Detecção do Quantificação do
CONAMA 357/05 Método Método AO4-S AO4-M AO4-F AO5-S AO5-M AO5-F AO6-S AO6-M AO6-F
630489 630492 630493 630497 630498 630499 630500 630501 630502
Solventes Aromáticos
Benzeno μg/L 51 0,1 0,4 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Estireno μg/L - 0,1 0,4 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Etilbenzeno μg/L 25 0,4 1,4 ND ND ND 7,9 6,2 21,0 ND 2,1 13,0
Tolueno μg/L 215 0,9 2,9 ND ND ND 7,2 5,7 8,5 ND ND 7,0
Xilenos μg/L - 1,4 4,4 ND ND ND 6,6 5,6 23,0 ND 2,6 13,0
Agregados
1,1-Dicloroeteno μg/L 3 0,2 3 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
1,2,3-Triclorobenzeno μg/L - 0,6 1,9 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
1,2,4-Triclorobenzeno μg/L - 0,7 2,4 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
1,2-Dicloroetano μg/L 37 0,6 1,9 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Monoclorobenzeno μg/L 25 0,6 2 ND ND ND 38,0 29,0 82,0 8,9 12,0 62,0
Tetracloroeteno μg/L 3,3 0,6 1,8 ND ND ND ND ND ND ND 3,500 ND
Tricloroeteno μg/L 30,0 0,9 2,9 ND ND ND ND ND ND ND ND ND

LEGENDA - CONAMA 357/05


Valor Violação Classe 1
Valor Normal
Valor Dado Invalidado
ND Não Detectado
NC Não Coletado
NA Não Analisada

ARCADIS logos 475


Estudo e Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Tabela 9.2.1-28 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas na água na região de implantação do TPN - (AO7).

Área de Influência Direta - TPN - PERIODO DA COLETA: 12 DE SETEMBRO DE 2012

Padrões CLASSE 1 Limite de Limite de PONTO AMOSTRAL


Parâmetros Unidades ÁGUAS SALINAS Detecção do Quantificação do
CONAMA 357/05 Método Método
AO7-S AO7-M AO7-F
630503 630504 630505
PARÃMETROS FÍSICO-QUÍMICOS
pH --- - --- - 8,29 8,25 8,19
Oxigênio Dissolvido mgO2/L - --- 0,10 6,50 7,00 7,00
Sólidos Suspensos Totais mg/L  7,00 15,00 24,0 23,0 22,0
Turbidez NTU - 0,19 0,62 1,3 1,1 1,4
METAIS E SEMI-METAIS
Alumínio Solúvel mg/L 1,5 0,010 0,033 ND ND ND
Arsênio mg/L 0,01 0,002 0,005 0,004 0,005 ND
Bário mg/L 1,0 0,0002 0,001 0,001 0,003 0,002
Berílio Total mg/L 5,3 0,0002 0,001 ND ND ND
BoroTotal-ICP mg/L 5,0 0,070 0,200 1,50 2,20 1,90
Cádmio mg/L 0,005 0,0002 0,001 ND 0,001 ND
Chumbo mg/L 0,01 0,0004 0,001 ND ND ND
Cobre Solúvel mg/L 0,005 0,001 0,002 ND ND 0,0026
Cromo mg/L 0,05 0,0002 0,001 0,012 ND 0,010
Ferro Solúvel mg/L 0,3 0,006 0,020 0,460 ND 1,070
Manganês mg/L 0,1 0,0002 0,001 0,007 0,001 0,009
Mercúrio mg/L 0,0002 0,0001 0,000 ND ND ND
Níquel Total mg/L 0,025 0,0002 0,001 0,0136 ND 0,0154
Prata Total mg/L 0,005 0,0002 0,001 ND ND ND
Selênio mg/L 0,01 0,002 0,005 ND ND ND
Tálio mg/L 0,1 0,005 0,017 ND ND ND
Urânio Total mg/L 0,5 0,002 0,005 0,006 0,006 0,003
Zinco mg/L 0,09 0,002 0,007 0,002 0,026 0,015

LEGENDA - CONAMA 357/05


Valor Violação Classe 1
Valor Normal
Valor Dado Invalidado
ND Não Detectado
NC Não Coletado
NA Não Analisada

ARCADIS logos 476


Estudo e Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Tabela 9.2.1-29 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas na água na região de implantação do TPN - (AO7).

Área de Influência Direta - TPN - PERIODO DA COLETA: 12 DE SETEMBRO DE 2012

Padrões CLASSE 1 Limite de Limite de PONTO AMOSTRAL


Parâmetros Unidades ÁGUAS SALINAS Detecção do Quantificação do
CONAMA 357/05 Método Método AO7-S AO7-M AO7-F
630503 630504 630505
Nutrientes
Fósforo Total mg/L 0,062 0,005 0,016 ND ND 0,047
Nitrogênio Kjeldahl Total mg/L - 0,06 0,18 ND ND ND
Nitratos mg/L 0,4 0,003 0,008 ND ND ND
Nitritos mg/L 0,07 0,001 0,004 ND ND ND
Nitrogênio Amoniacal Total mg/L 0,4 0,007 0,023 0,028 0,035 0,011
TOC mg/L 3,0 0,5 1,0 1,3 1,3 1,8
Agregados
Cianeto Livre mg/L 0,001 0,0003 0,0011 0,0003 ND ND
Fluoretos mg/L 1,4 0,004 0,014 0,373 0,462 0,408
Sulfeto de Hidrogênio mg/L 0,002 0,0001 0,0003 ND ND ND
Cloro Residual Livre 0,01 --- 0,1 ND ND ND
Fenóis Totais mg/L 0,06 0,001 0,003 ND ND ND
Óleos e Graxas mg/L ausentes 4 7 ND ND ND
Surfactantes Aniônicos mg/L - 0,003 0,0 0,0 ND ND
Parâmetros Biológicos e Microbiológicos
Coliformes Termotolerantes NMP/100mL 1000 18 18 <18 <18 <18
Clorofila a μg/L - 4 10 ND ND 16,000

LEGENDA - CONAMA 357/05


Valor Violação Classe 1
Valor Normal
Valor Dado Invalidado
ND Não Detectado
NC Não Coletado
NA Não Analisada

ARCADIS logos 477


Estudo e Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Tabela 9.2.1-30 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas na água na região de implantação do TPN - (AO7).

Área de Influência Direta - TPN - PERIODO DA COLETA: 12 DE SETEMBRO DE 2012

Padrões CLASSE 1 Limite de Limite de PONTO AMOSTRAL


Parâmetros Unidades ÁGUAS SALINAS Detecção do Quantificação do
CONAMA 357/05 Método Método AO7-S AO7-M AO7-F
630503 630504 630505
Solventes Aromáticos
Benzeno μg/L 51 0,1 0,4 ND ND ND
Estireno μg/L - 0,1 0,4 ND ND ND
Etilbenzeno μg/L 25 0,4 1,4 ND ND ND
Tolueno μg/L 215 0,9 2,9 ND ND ND
Xilenos μg/L - 1,4 4,4 ND ND ND
Agregados
1,1-Dicloroeteno μg/L 3 0,2 3 ND ND ND
1,2,3-Triclorobenzeno μg/L - 0,6 1,9 ND ND ND
1,2,4-Triclorobenzeno μg/L - 0,7 2,4 ND ND ND
1,2-Dicloroetano μg/L 37 0,6 1,9 ND ND ND
Monoclorobenzeno μg/L 25 0,6 2 ND 9,90 8,60
Tetracloroeteno μg/L 3,3 0,6 1,8 ND ND ND
Tricloroeteno μg/L 30,0 0,9 2,9 ND ND ND

LEGENDA - CONAMA 357/05


Valor Violação Classe 1
Valor Normal
Valor Dado Invalidado
ND Não Detectado
NC Não Coletado
NA Não Analisada

ARCADIS logos 478


Estudo e Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

b) 2ª Campanha
Os resultados das análises Físicas e Químicas realizadas nas amostras de água coletadas na
segunda campanha são apresentados da Tabela 9.2.1-32 até a Tabela 9.2.1-40, assim como
os limites de detecção e quantificação dos métodos analíticos e a comparação com os
padrões de qualidade estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/05. Para segunda
campanha também foram analisados Bifenilas Policloradas (PCBs), Fenóis, Pesticidas
Organoclorados, Pesticidas Organofosforados e Compostos Orgânicos Semivoláteis. Esses
compostos não foram detectados em nenhuma das amostras.

As coordenadas geográficas dos pontos de coleta da segunda campanha coincidem com os


pontos da primeira campanha. A Tabela 9.2.1-31 apresenta as coordendas, profundidade e
hora das coletas para segunda campanha.

Tabela 9.2.1-31 - Coordenadas dos pontos de coleta de água, profundidade e hora de coleta das
amostras.

Coordenadas UTM 23S - WGS-84 1ª Campanha


Ponto Profundidade
E S Hora de coleta

A-01 738082.885 7460202.07 10 09:30


A-02 738562.219 7460217.37 12 08:30
A-03 739222.003 7460283.25 15 10:10
A-04 738266.687 7459539.25 18 11:20
A-05 739112.966 7459756.34 17 12:30
A-06 738724.683 7459357.7 19 13:00
A-07 738821.827 7458777.13 21 14:00

ARCADIS logos 479


Estudo e Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Tabela 9.2.1-32 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas na água na região de implantação do TPN - (AO1-AO3).

Área de Influência Direta - TPN - PERIODO DA COLETA: 22 DE JANEIRO DE 2013

Padrões CLASSE 1 Limite de Limite de PONTO AMOSTRAL


Parâmetros Unidades ÁGUAS SALINAS Detecção do Quantificação do
CONAMA 357/05 Método Método
AC01S AC01M AC01F AC02 AC02M AC02F AC03S AC03M AC03F
656693 656694 656695 656696 656697 656698 656699 656700 656701
PARÃMETROS FÍSICO-QUÍMICOS
pH --- - --- - 8,26 8,24 8,12 8,16 8,16 8,15 8,02 8,09 8,18
Oxigênio Dissolvido mgO2/L - --- 0,10 4,00 4,40 4,20 4,40 4,80 4,60 4,40 4,2 4,4
Sólidos Suspensos Totais mg/L  7,00 15,00 38,0 63,0 50,0 33,0 40,0 42,0 64,0 54,0 21,0
Turbidez NTU - 0,19 0,62 0,88 0,89 1,7 1,09 0,89 1,63 3,8 0,57 0,95
METAIS E SEMI-METAIS
Alumínio Solúvel mg/L 1,5 0,020 0,060 ND ND ND ND ND ND ND 0,030 ND
Arsênio mg/L 0,01 0,004 0,010 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Bário mg/L 1,0 0,0002 0,0005 0,0038 0,0042 0,0038 0,0023 0,0051 0,0042 0,0031 0,0040 0,0040
Berílio Total mg/L 5,3 0,0002 0,0008 0,0003 0,0003 ND ND 0,0002 0,0003 0,0004 ND ND
BoroTotal-ICP mg/L 5,0 0,0200 0,060 4,90 6,00 4,90 4,70 5,50 4,40 3,40 2,90 3,30
Cádmio mg/L 0,005 0,0002 0,0005 0,0002 ND ND ND ND ND ND ND ND
Chumbo mg/L 0,01 0,0020 0,007 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Cobre Solúvel mg/L 0,005 0,0005 0,0015 0,0010 0,0011 0,0005 0,0006 0,0009 0,0010 0,0013 0,0006 0,0007
Cromo mg/L 0,05 0,0001 0,0004 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Ferro Solúvel mg/L 0,3 0,0090 0,028 ND ND ND ND ND ND ND 0,393 ND
Manganês mg/L 0,1 0,0002 0,0008 0,0007 0,0007 0,0013 0,0002 0,0008 0,0082 0,0012 0,0003 0,0007
Mercúrio mg/L 0,0002 0,0001 0,0002 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Níquel Total mg/L 0,025 0,0004 0,0014 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Prata Total mg/L 0,005 0,0007 0,002 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Selênio mg/L 0,01 0,0030 0,010 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Tálio mg/L 0,1 0,0080 0,025 ND 0,036 ND ND 0,368 ND ND ND ND
Urânio Total mg/L 0,5 0,0030 0,008 0,011 0,004 0,011 0,009 0,004 0,003 0,005 0,011 0,004
Zinco mg/L 0,09 0,0060 0,019 ND 0,016 ND ND 0,052 ND ND 0,007 0,011
Tributil Estanho μg/L 0,01 0,0070 0,022 0,007 ND ND ND ND 0,007 ND ND ND

LEGENDA - CONAMA 357/05


Valor Violação Classe 1
Valor Normal
Valor Dado Invalidado
ND Não Detectado
NC Não Coletado
NA Não Analisada

ARCADIS logos 480


Estudo e Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Tabela 9.2.1-33 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas na água na região de implantação do TPN - (AO1-AO3).

Área de Influência Direta - TPN - PERIODO DA COLETA: 22 DE JANEIRO DE 2013

Padrões CLASSE 1 Limite de Limite de PONTO AMOSTRAL


Parâmetros Unidades ÁGUAS SALINAS Detecção do Quantificação do
CONAMA 357/05 Método Método
AC01S AC01M AC01F AC02 AC02M AC02F AC03S AC03M AC03F
656693 656694 656695 656696 656697 656698 656699 656700 656701
Nutrientes
Fósforo Total mg/L 0,062 0,005 0,016 ND ND ND ND 0,015 ND ND ND ND
Nitrogênio Kjeldahl Total mg/L - 0,06 0,18 0,08 0,16 0,09 0,49 0,22 0,13 0,18 0,15 0,27
Nitratos mg/L 0,4 0,003 0,008 9,18 10,60 7,79 11,30 11,00 10,30 11,40 10,20 11,10
Nitritos mg/L 0,07 0,001 0,004 0,002 0,004 ND 0,001 0,001 0,002 ND 0,002 0,002
Nitrogênio Amoniacal Total mg/L 0,4 0,007 0,023 0,014 0,020 0,070 0,008 0,014 0,017 0,043 0,026 0,039
TOC mg/L 3,0 0,5 1,0 3,6 3,6 3,3 3,2 4,3 3,4 3,4 3,1 3,3
Agregados
Cianeto Livre mg/L 0,001 0,005 0,015 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Fluoretos mg/L 1,4 0,004 0,014 1,830 0,863 0,749 0,849 0,574 0,911 0,446 0,941 0,887
Sulfeto de Hidrogênio mg/L 0,002 0,0002 0,0005 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Cloro Residual Livre 0,01 --- 0,1 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Fenóis Totais mg/L 0,06 0,001 0,003 ND ND ND 0,001 ND ND ND ND ND
Óleos e Graxas mg/L ausentes 4 7 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Surfactantes Aniônicos mg/L - 0,003 0,0 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Parâmetros Biológicos e Microbiológicos
Coliformes Termotolerantes NMP/100mL 1000 18 18 <18 <18 <18 <18 <18 <18 <18 <18 <18
Clorofila a μg/L - 4 10 ND ND ND ND ND ND ND 5 ND

LEGENDA - CONAMA 357/05


Valor Violação Classe 1
Valor Normal
Valor Dado Invalidado
ND Não Detectado
NC Não Coletado
NA Não Analisada

ARCADIS logos 481


Estudo e Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Tabela 9.2.1-34 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas na água na região de implantação do TPN - (AO1-AO3).

Área de Influência Direta - TPN - PERIODO DA COLETA: 22 DE JANEIRO DE 2013

Padrões CLASSE 1 Limite de Limite de PONTO AMOSTRAL


Parâmetros Unidades ÁGUAS SALINAS Detecção do Quantificação do
CONAMA 357/05 Método Método AC01S AC01M AC01F AC02 AC02M AC02F AC03S AC03M AC03F
656693 656694 656695 656696 656697 656698 656699 656700 656701
Solventes Aromáticos
Benzeno μg/L 51 0,1 0,4 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Estireno μg/L - 0,1 0,4 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Etilbenzeno μg/L 25 0,4 1,4 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Tolueno μg/L 215 0,9 2,9 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Xilenos μg/L - 1,4 4,4 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Solventes Halogenados
1,1-Dicloroeteno μg/L 3 0,2 3 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
1,2,3-Triclorobenzeno μg/L - 0,6 1,9 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
1,2,4-Triclorobenzeno μg/L - 0,7 2,4 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
1,2-Dicloroetano μg/L 37 0,6 1,9 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Monoclorobenzeno μg/L 25 0,6 2 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Tetracloroeteno μg/L 3,3 0,6 1,8 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Tricloroeteno μg/L 30,0 0,9 2,9 ND ND ND ND ND ND ND ND ND

LEGENDA - CONAMA 357/05


Valor Violação Classe 1
Valor Normal
Valor Dado Invalidado
ND Não Detectado
NC Não Coletado
NA Não Analisada

ARCADIS logos 482


Estudo e Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Tabela 9.2.1-35 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas na água na região de implantação do TPN - (AO4-AO6).

Área de Influência Direta - TPN - PERIODO DA COLETA: 22 DE JANEIRO DE 2013

Padrões CLASSE 1 Limite de Limite de PONTO AMOSTRAL


Parâmetros Unidades ÁGUAS SALINAS Detecção do Quantificação do
CONAMA 357/05 Método Método
AC04S AC04M AC04F AC05S AC05M AC05F AC06S AC06M AC06F
656702 656703 656704 656705 656706 656707 656708 656709 656710
PARÃMETROS FÍSICO-QUÍMICOS
pH --- - --- - 8,24 8,27 7,98 8,34 8,17 8,08 8,35 8,06 8,31
Oxigênio Dissolvido mgO2/L - --- 0,10 4,00 5,00 5,40 4,80 4,20 5,20 4,20 4,6 3,8
Sólidos Suspensos Totais mg/L  7,00 15,00 124,0 130,0 84,0 47,0 69,0 23,0 57,0 71,0 38,0
Turbidez NTU - 0,19 0,62 0,64 0,83 1,41 0,71 1,16 2,79 0,79 0,69 1,00
METAIS E SEMI-METAIS
Alumínio Solúvel mg/L 1,5 0,020 0,060 ND ND ND ND ND ND ND 0,030 ND
Arsênio mg/L 0,01 0,004 0,010 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Bário mg/L 1,0 0,0002 0,0005 0,0023 0,0022 0,0010 0,0018 0,0039 0,0049 0,0044 0,0043 0,0035
Berílio Total mg/L 5,3 0,0002 0,0008 ND 0,0004 ND ND 0,0004 0,0004 0,0005 0,0005 0,0007
BoroTotal-ICP mg/L 5,0 0,0200 0,060 5,50 4,80 6,30 7,90 6,70 5,20 7,20 7,20 4,10
Cádmio mg/L 0,005 0,0002 0,0005 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Chumbo mg/L 0,01 0,0020 0,007 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Cobre Solúvel mg/L 0,005 0,0005 0,0015 0,0008 0,0011 0,0010 0,0009 0,0010 0,0007 0,0015 0,0016 0,0016
Cromo mg/L 0,05 0,0001 0,0004 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Ferro Solúvel mg/L 0,3 0,0090 0,028 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Manganês mg/L 0,1 0,0002 0,0008 ND ND ND 0,0002 0,0007 0,0017 0,0006 0,0006 0,0006
Mercúrio mg/L 0,0002 0,0001 0,0002 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Níquel Total mg/L 0,025 0,0004 0,0014 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Prata Total mg/L 0,005 0,0007 0,002 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Selênio mg/L 0,01 0,0030 0,010 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Tálio mg/L 0,1 0,0080 0,025 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Urânio Total mg/L 0,5 0,0030 0,008 0,014 0,010 0,013 0,010 0,012 0,006 ND 0,007 0,007
Zinco mg/L 0,09 0,0060 0,019 ND ND ND ND 0,003 0,010 ND ND ND
Tributil Estanho μg/L 0,01 0,0070 0,022 ND 0,014 0,077 ND ND ND ND 0,022 ND

LEGENDA - CONAMA 357/05


Valor Violação Classe 1
Valor Normal
Valor Dado Invalidado
ND Não Detectado
NC Não Coletado
NA Não Analisada

ARCADIS logos 483


Estudo e Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Tabela 9.2.1-36 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas na água na região de implantação do TPN - (AO4-AO6).

Área de Influência Direta - TPN - PERIODO DA COLETA: 22 DE JANEIRO DE 2013

Padrões CLASSE 1 Limite de Limite de PONTO AMOSTRAL


Parâmetros Unidades ÁGUAS SALINAS Detecção do Quantificação do
CONAMA 357/05 Método Método
AC04S AC04M AC04F AC05S AC05M AC05F AC06S AC06M AC06F
656702 656703 656704 656705 656706 656707 656708 656709 656710
Nutrientes
Fósforo Total mg/L 0,062 0,005 0,016 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Nitrogênio Kjeldahl Total mg/L - 0,06 0,18 0,06 0,24 0,05 0,19 0,12 0,39 0,13 0,19 0,09
Nitratos mg/L 0,4 0,003 0,008 11,20 10,80 12,10 11,70 11,50 11,30 10,90 9,47 10,60
Nitritos mg/L 0,07 0,001 0,004 0,037 0,027 0,062 0,010 0,016 0,021 0,001 0,004 0,004
Nitrogênio Amoniacal Total mg/L 0,4 0,007 0,023 0,020 0,010 0,024 ND ND ND 0,023 0,023 0,028
TOC mg/L 3,0 0,5 1,0 3,6 3,5 3,7 3,0 3,5 3,6 3,6 3,4 3,5
Agregados
Cianeto Livre mg/L 0,001 0,005 0,015 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Fluoretos mg/L 1,4 0,004 0,014 0,980 0,990 1,600 1,500 0,800 1,400 1,590 0,725 0,923
Sulfeto de Hidrogênio mg/L 0,002 0,0002 0,0005 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Cloro Residual Livre 0,01 --- 0,1 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Fenóis Totais mg/L 0,06 0,001 0,003 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Óleos e Graxas mg/L ausentes 4 7 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Surfactantes Aniônicos mg/L - 0,003 0,0 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Parâmetros Biológicos e Microbiológicos
Coliformes Termotolerantes NMP/100mL 1000 18 18 <18 <18 <18 <18 <18 <18 <18 <18 <18
Clorofila a μg/L - 4 10 ND ND ND 5,00 ND 4,00 ND ND 3,21

LEGENDA - CONAMA 357/05


Valor Violação Classe 1
Valor Normal
Valor Dado Invalidado
ND Não Detectado
NC Não Coletado
NA Não Analisada

ARCADIS logos 484


Estudo e Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Tabela 9.2.1-37 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas na água na região de implantação do TPN - (AO4-AO6).

Área de Influência Direta - TPN - PERIODO DA COLETA: 22 DE JANEIRO DE 2013

Padrões CLASSE 1 Limite de Limite de PONTO AMOSTRAL


Parâmetros Unidades ÁGUAS SALINAS Detecção do Quantificação do
CONAMA 357/05 Método Método AC04S AC04M AC04F AC05S AC05M AC05F AC06S AC06M AC06F
656702 656703 656704 656705 656706 656707 656708 656709 656710
Solventes Aromáticos
Benzeno μg/L 51 0,1 0,4 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Estireno μg/L - 0,1 0,4 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Etilbenzeno μg/L 25 0,4 1,4 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Tolueno μg/L 215 0,9 2,9 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Xilenos μg/L - 1,4 4,4 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Solventes Halogenados
1,1-Dicloroeteno μg/L 3 0,2 3 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
1,2,3-Triclorobenzeno μg/L - 0,6 1,9 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
1,2,4-Triclorobenzeno μg/L - 0,7 2,4 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
1,2-Dicloroetano μg/L 37 0,6 1,9 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Monoclorobenzeno μg/L 25 0,6 2 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Tetracloroeteno μg/L 3,3 0,6 1,8 ND ND ND ND ND ND ND ND ND
Tricloroeteno μg/L 30,0 0,9 2,9 ND ND ND ND ND ND ND ND ND

LEGENDA - CONAMA 357/05


Valor Violação Classe 1
Valor Normal
Valor Dado Invalidado
ND Não Detectado
NC Não Coletado
NA Não Analisada

ARCADIS logos 485


Estudo e Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Tabela 9.2.1-38 – Resultados das análises físicas e químicas realizadas na água na região de implantação do TPN - (AO7).

Área de Influência Direta - TPN - PERIODO DA COLETA: 22 DE JANEIRO DE 2013

Padrões CLASSE 1 Limite de Limite de PONTO AMOSTRAL


Parâmetros Unidades ÁGUAS SALINAS Detecção do Quantificação do
CONAMA 357/05 Método Método
AC07S AC07M AC07F
656711 656712 656713
PARÃMETROS FÍSICO-QUÍMICOS
pH --- - --- - 8,38 8,29 8,20
Oxigênio Dissolvido mgO2/L - --- 0,10 4,20 4,8 4,8
Sólidos Suspensos Totais mg/L  7,00 15,00 72,0 88,0 44,0
Turbidez NTU - 0,19 0,62 0,66 0,84 6,12
METAIS E SEMI-METAIS
Alumínio Solúvel mg/L 1,5 0,020 0,060 ND ND ND
Arsênio mg/L 0,01 0,004 0,010 ND ND ND
Bário mg/L 1,0 0,0002 0,0005 0,0042 0,0043 0,0040
Berílio Total mg/L 5,3 0,0002 0,0008 0,0003 0,0005 0,0002
BoroTotal-ICP mg/L 5,0 0,0200 0,060 4,5 4,8 3,2
Cádmio mg/L 0,005 0,0002 0,0005 ND ND ND
Chumbo mg/L 0,01 0,0020 0,007 ND ND ND
Cobre Solúvel mg/L 0,005 0,0005 0,0015 0,0019 0,0012 0,0015
Cromo mg/L 0,05 0,0001 0,0004 ND ND ND
Ferro Solúvel mg/L 0,3 0,0090 0,028 ND ND ND
Manganês mg/L 0,1 0,0002 0,0008 0,0008 0,0016 0,0046
Mercúrio mg/L 0,0002 0,0001 0,0002 ND ND ND
Níquel Total mg/L 0,025 0,0004 0,0014 ND ND ND
Prata Total mg/L 0,005 0,0007 0,002 ND ND ND
Selênio mg/L 0,01 0,0030 0,010 ND ND ND
Tálio mg/L 0,1 0,0080 0,025 ND ND ND
Urânio Total mg/L 0,5 0,0030 0,008 0,005 0,006 0,003
Zinco mg/L 0,09 0,0060 0,019 0,009 0,009 0,012
Tributil Estanho μg/L 0,01 0,0070 0,022 0,007 0,028 ND

LEGENDA - CONAMA 357/05


Valor Violação Classe 1
Valor Normal
Valor Dado Invalidado
ND Não Detectado
NC Não Coletado
NA Não Analisada

ARCADIS logos 486


Estudo e Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Tabela 9.2.1-39 Resultados das análises físicas e químicas realizadas na água na região de implantação do TPN - (AO7).

Área de Influência Direta - TPN - PERIODO DA COLETA: 22 DE JANEIRO DE 2013

Padrões CLASSE 1 Limite de Limite de PONTO AMOSTRAL


Parâmetros Unidades ÁGUAS SALINAS Detecção do Quantificação do
CONAMA 357/05 Método Método
AC07S AC07M AC07F
656711 656712 656713
Nutrientes
Fósforo Total mg/L 0,062 0,005 0,016 ND ND ND
Nitrogênio Kjeldahl Total mg/L - 0,06 0,18 0,12 0,10 0,09
Nitratos mg/L 0,4 0,003 0,008 12,40 10,50 11,00
Nitritos mg/L 0,07 0,001 0,004 0,001 0,002 ND
Nitrogênio Amoniacal Total mg/L 0,4 0,007 0,023 0,022 ND 0,041
TOC mg/L 3,0 0,5 1,0 24,1 24,3 24,4
Agregados
Cianeto Livre mg/L 0,001 0,005 0,015 ND ND ND
Fluoretos mg/L 1,4 0,004 0,014 1,37 1,50 1,19
Sulfeto de Hidrogênio mg/L 0,002 0,0002 0,0005 ND ND ND
Cloro Residual Livre 0,01 --- 0,1 ND ND ND
Fenóis Totais mg/L 0,06 0,001 0,003 ND ND ND
Óleos e Graxas mg/L ausentes 4 7 ND ND ND
Surfactantes Aniônicos mg/L - 0,003 0,0 ND ND ND
Parâmetros Biológicos e Microbiológicos
Coliformes Termotolerantes NMP/100mL 1000 18 18 <18 20 <18
Clorofila a μg/L - 4 10 ND ND ND

LEGENDA - CONAMA 357/05


Valor Violação Classe 1
Valor Normal
Valor Dado Invalidado
ND Não Detectado
NC Não Coletado
NA Não Analisada

ARCADIS logos 487


Estudo e Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Tabela 9.2.1-40 - Resultados das análises físicas e químicas realizadas na água na região de implantação do TPN - (AO7).

Área de Influência Direta - TPN - PERIODO DA COLETA: 22 DE JANEIRO DE 2013

Padrões CLASSE 1 Limite de Limite de PONTO AMOSTRAL


Parâmetros Unidades ÁGUAS SALINAS Detecção do Quantificação do
CONAMA 357/05 Método Método AC07S AC07M AC07F
656711 656712 656713
Solventes Aromáticos
Benzeno μg/L 51 0,1 0,4 ND ND ND
Estireno μg/L - 0,1 0,4 ND ND ND
Etilbenzeno μg/L 25 0,4 1,4 ND ND ND
Tolueno μg/L 215 0,9 2,9 ND ND ND
Xilenos μg/L - 1,4 4,4 ND ND ND
Solventes Halogenados
1,1-Dicloroeteno μg/L 3 0,2 3 ND ND ND
1,2,3-Triclorobenzeno μg/L - 0,6 1,9 ND ND ND
1,2,4-Triclorobenzeno μg/L - 0,7 2,4 ND ND ND
1,2-Dicloroetano μg/L 37 0,6 1,9 ND ND ND
Monoclorobenzeno μg/L 25 0,6 2 ND ND ND
Tetracloroeteno μg/L 3,3 0,6 1,8 ND ND ND
Tricloroeteno μg/L 30,0 0,9 2,9 ND ND ND

LEGENDA - CONAMA 357/05


Valor Violação Classe 1
Valor Normal
Valor Dado Invalidado
ND Não Detectado
NC Não Coletado
NA Não Analisada

ARCADIS logos 488


Estudo e Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

C) Discussão dos Resultados

a) 1ª Campanha
 Parâmetros físicos
Os valores de pH, oxigênio dissolvido e turbidez encontrados são típicos de águas marinhas.
A salinidade encontrada na região é tipicamente oceânica, com salinidade normal de 35 psu.

 Nutrientes
Fósforo Total foi detectado apenas na amostra AO7-F na concentração de 0,047 mg/L,
concentração inferior ao limite do padrão de qualidade da resolução CONAMA 357/05, que é
de 0,062 mg/L.

Nitrogênio Kjeldahl Total foi detectado apenas nas amostras AO1-M (0,034 mg/L) e AO1-F
(0,041 mg/L). Nitrogênio kjeldahl total não é regulado pela resolução CONAMA 357/05.

Nitratos foram detectados em quatro amostras (Figura 9.2.1-25), todas em concentração


inferior ao limite do padrão de qualidade da Resolução CONAMA 357/05, que é de 0,40 mg/L.

Nitratos
0,0035

0,0030

0,0025
mg/L

0,0020

0,0015

0,0010

0,0005

0,0000
AO4-M
AO1-M

AO2-M

AO3-M

AO5-M

AO6-M

AO7-M
AO2-S

AO5-F
AO1-S

AO1-F

AO2-F
AO3-S

AO3-F
AO4-S

AO4-F
AO5-S

AO6-S

AO6-F
AO7-S

AO7-F

Figura 9.2.1-25 - Distribuição de nitratos nas amostras de água nos pontos AO1 a AO7 na região
do empreendimento dos Terminais Ponta Negra – Maricá.

Nitritos foram detectados também em apenas quatro amostras, todas em concentração


inferior ao limite da Resolução CONAMA 357/05, que é de 0,070 mg/L (Figura 9.2.1-26).

ARCADIS logos 489


Estudo e Impacto Ambiental
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Nitritos
0,0080

0,0070

0,0060

0,0050
mg/L

0,0040

0,0030

0,0020

0,0010

0,0000

AO7-M
AO1-M

AO2-M

AO3-M

AO4-M

AO5-M

AO6-M
AO1-S

AO6-S
AO1-F
AO2-S

AO2-F
AO3-S

AO3-F
AO4-S

AO4-F
AO5-S

AO5-F

AO6-F
AO7-S

AO7-F
Figura 9.2.1-26 - Distribuição de nitritos nas amostras de água nos pontos AO1 a AO7 na região
do empreendimento dos Terminais Ponta Negra – Maricá.

Nitrogênio amoniacal total foi detectado em diversas amostras, a concentração máxima


encontrada foi de 0,051 mg/L na amostra AO3-S (Figura 9.2.1-27), concentração inferior ao
limite do padrão de qualidade da Resolução CONAMA 357/05, que é de 0,40 mg/L.

Nitrogênio Amoniacal Total


0,0600

0,0500

0,0400
mg/L

0,0300

0,0200

0,0100

0,0000
AO3-F
AO1-S

AO1-F
AO2-S

AO2-F
AO3-S

AO4-S

AO4-F
AO5-S

AO5-F
AO6-S

AO6-F
AO7-S
AO7-M
AO7-F
AO1-M

AO2-M

AO3-M

AO4-M

AO5-M

AO6-M

Figura 9.2.1-27 - Distribuição de nitrogênio amoniacal total nas amostras de água nos pontos
AO1 a AO7 na região do empreendimento dos Terminais Ponta Negra – Maricá.

ARCADIS logos 490


Estudo e Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Carbono orgânico total foi detectado em todas as amostras analisadas, apenas na amostra
AO6-S a concentração de carbono orgânico total (3,1 mg/L) superou ao limite do padrão de
qualidade da Resolução CONAMA 357/05, que é de 3,0 mg/L (Figura 9.2.1-28).

Carbono Orgânico Total


3,5

3,0

2,5
mg/L

2,0

1,5

1,0

0,5

0,0
AO2-F
AO1-S

AO1-F
AO2-S
AO2-M

AO3-S

AO3-F
AO4-S

AO4-F
AO5-S

AO5-F
AO6-S
AO6-M
AO6-F
AO7-S

AO7-F
AO1-M

AO3-M

AO4-M

AO5-M

AO7-M
Figura 9.2.1-28 - Distribuição de carbono orgânico total nas amostras de água nos pontos AO1 a
AO7 na região do empreendimento dos Terminais Ponta Negra – Maricá. A linha vermelha
tracejada representa o limite da Resolução CONAMA 357/05.

 Outros compostos inorgânicos


Fluoretos foram detectados em todas as amostras e em nenhuma delas a concentração
superou o padrão de qualidade da Resolução CONAMA 357/05 que é de 1,4 mg/L (Figura
9.2.1-29).

Cianeto foi detectado no ponto AO2 – M (0,006 mg/L) em concentração superior ao limite da
resolução CONAMA 357/05, que é de 0,001 mg/L. A concentração acima do limite da
resolução foi encontrada em apenas em uma amostra (AO2), o que não compromete a
qualidade da água.

Sulfetos e Cloro Residual não foram detectados em nenhuma das amostras analisadas.

ARCADIS logos 491


Estudo e Impacto Ambiental
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Fluoretos
0,6

0,5

0,4
mg/L

0,3

0,2

0,1

0,0
AO1-M

AO2-M

AO3-M

AO4-M

AO5-M

AO6-M

AO7-M
AO1-S

AO5-S
AO1-F
AO2-S

AO2-F
AO3-S

AO3-F
AO4-S

AO4-F

AO5-F
AO6-S

AO6-F
AO7-S

AO7-F
Figura 9.2.1-29 - Distribuição de fluoretos nas amostras de água nos pontos A-01 a A-07 na
região do empreendimento dos Terminais Ponta Negra – Maricá. A linha vermelha tracejada
representa o limite da Resolução CONAMA 357/05.

 Metais e Semimetais
Dentre os metais e semimetais analisados na coluna de água, o alumínio, chumbo, mercúrio,
prata e selênio não foram detectados em nenhuma das amostras analisadas.

O cádmio foi detectado apenas na amostra AO7-M, na concentração de 0,0006 mg/L,


concentração inferior ao limite do padrão de qualidade da Resolução CONAMA 357/05, que é
de 0,005 mg/L.

Na Figura 9.2.1-30 são apresentadas as concentrações dos demais metais nos pontos de
coleta. Os metais cobre, cromo, ferro e níquel foram encontrados em concentrações
superiores aos limites da resolução CONAMA 357/05 em algumas das amostras. Esses
metais são elementos essenciais que participam de processos metabólicos da biota (ADAMS,
1993, BEVERIDGE et al., 1997, NEILANDS, 1989).

Além dos metais citados, foi analisado também o estanho na forma alquilada, o
tributilestanho, que não foi detectado em nenhuma das amostras.

ARCADIS logos 492


Estudo e Impacto Ambiental
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Arsênio Bário Berílio


0,007 0,012 0,00035

0,006 0,0003
0,01

0,005 0,00025
0,008

mg/L
mg/L

mg/L
0,004 0,0002
0,006
0,003 0,00015
0,004
0,002 0,0001

0,001 0,002 0,00005

0 0 0

AO1-S
AO1-M
AO1-F
AO2-S
AO2-M
AO2-F
AO3-S
AO3-M
AO3-F
AO4-S
AO4-M
AO4-F
AO5-S
AO5-M
AO5-F
AO6-S
AO6-M
AO6-F
AO7-S
AO7-M
AO7-F
AO1-S
AO1-M
AO1-F
AO2-S
AO2-M
AO2-F
AO3-S
AO3-M
AO3-F
AO4-S
AO4-M
AO4-F
AO5-S
AO5-M
AO5-F
AO6-S
AO6-M
AO6-F
AO7-S
AO7-M
AO7-F

AO1-S
AO1-M
AO1-F
AO2-S
AO2-M
AO2-F
AO3-S
AO3-M
AO3-F
AO4-S
AO4-M
AO4-F
AO5-S
AO5-M
AO5-F
AO6-S
AO6-M
AO6-F
AO7-S
AO7-M
AO7-F
Boro Cobre Solúvel Cromo
4,5 0,01 0,2
4 0,009 0,18

3,5 0,008 0,16


0,007 0,14
3
0,006 0,12

mg/L
mg/L

mg/L
2,5
0,005 0,1
2
0,004 0,08
1,5
0,003 0,06
1 0,002 0,04
0,5 0,001 0,02
0 0 0
AO1-S
AO1-M
AO1-F
AO2-S
AO2-M
AO2-F
AO3-S
AO3-M
AO3-F
AO4-S
AO4-M
AO4-F
AO5-S
AO5-M
AO5-F
AO6-S
AO6-M
AO6-F
AO7-S
AO7-M
AO7-F

AO1-S
AO1-M
AO1-F
AO2-S
AO2-M
AO2-F
AO3-S
AO3-M
AO3-F
AO4-S
AO4-M
AO4-F
AO5-S
AO5-M
AO5-F
AO6-S
AO6-M
AO6-F
AO7-S
AO7-M
AO7-F
Ferro Manganês Níquel
1,2 0,07 0,14

1 0,06 0,12

0,05 0,1
0,8
mg/L
mg/L

mg/L
0,04 0,08
0,6
0,03 0,06
0,4
0,02 0,04

0,2 0,01 0,02

0 0 0
AO1-S
AO1-M
AO1-F
AO2-S
AO2-M
AO2-F
AO3-S
AO3-M
AO3-F
AO4-S
AO4-M
AO4-F
AO5-S
AO5-M
AO5-F
AO6-S
AO6-M
AO6-F
AO7-S
AO7-M
AO7-F
AO1-S
AO1-M
AO1-F
AO2-S
AO2-M
AO2-F
AO3-S
AO3-M
AO3-F
AO4-S
AO4-M
AO4-F
AO5-S
AO5-M
AO5-F
AO6-S
AO6-M
AO6-F
AO7-S
AO7-M
AO7-F

AO1-S
AO1-M
AO1-F
AO2-S
AO2-M
AO2-F
AO3-S
AO3-M
AO3-F
AO4-S
AO4-M
AO4-F
AO5-S
AO5-M
AO5-F
AO6-S
AO6-M
AO6-F
AO7-S
AO7-M
AO7-F
Tálio Urânio Zinco
0,8 0,008 0,035

0,7 0,007 0,03


0,6 0,006
0,025
0,5 0,005
mg/L

mg/L

mg/L

0,02
0,4 0,004
0,015
0,3 0,003
0,01
0,2 0,002

0,1 0,001 0,005

0 0 0
AO1-S
AO1-M
AO1-F
AO2-S
AO2-M
AO2-F
AO3-S
AO3-M
AO3-F
AO4-S
AO4-M
AO4-F
AO5-S
AO5-M
AO5-F
AO6-S
AO6-M
AO6-F
AO7-S
AO7-M
AO7-F

AO1-S
AO1-M
AO1-F
AO2-S
AO2-M
AO2-F
AO3-S
AO3-M
AO3-F
AO4-S
AO4-M
AO4-F
AO5-S
AO5-M
AO5-F
AO6-S
AO6-M
AO6-F
AO7-S
AO7-M
AO7-F

AO1-S
AO1-M
AO1-F
AO2-S
AO2-M
AO2-F
AO3-S
AO3-M
AO3-F
AO4-S
AO4-M
AO4-F
AO5-S
AO5-M
AO5-F
AO6-S
AO6-M
AO6-F
AO7-S
AO7-M
AO7-F
Figura 9.2.1-30 - Distribuição dos metais detectados nos pontos AO1 a AO7. A linha vermelha
tracejada representa o limite da citada resolução

Para região dos Terminais Ponta Negra não foram encontradas referências de análises
destes metais, apenas para a Baia de Guanabara, que se encontra distante do
empreendimento.

 Agregados Orgânicos
Fenóis totais foram detectados nas amostras AO3-S (0,003 mg/L) e AO3-M (0,002 mg/L),
concentrações inferiores ao limite da Resolução CONAMA 357/05 que é de 0,06 mg/L.

Óleos e Graxas não foram detectados em nenhuma das amostras.

Surfactantes aniônicos foram detectados em algumas das amostras analisadas, a maior


concentração encontrada foi de 0,097 mg/L na amostra AO6-M (Figura 9.2.1-31). Esses
compostos não são regulados pela resolução CONAMA 357/05.

ARCADIS logos 493


Estudo e Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Surfactantes aniônicos
0,12

0,10

0,08
mg/L

0,06

0,04

0,02

0,00
AO2-S

AO7-S
AO1-S

AO1-F

AO2-F
AO3-S

AO3-F
AO4-S
AO4-M
AO4-F
AO5-S

AO5-F
AO6-S

AO6-F

AO7-F
AO1-M

AO2-M

AO3-M

AO5-M

AO6-M

AO7-M
Figura 9.2.1-31 - Distribuição de surfactantes aniônicos nas amostras de água nos pontos A-01
a A-07 na região do empreendimento dos Terminais Ponta Negra – Maricá. A linha vermelha
tracejada representa o limite da Resolução CONAMA 357/05.

 Compostos Orgânicos
Os compostos orgânicos bifenilas policloradas (PCBs), Pesticidas organoclorados, pesticidas
organofosforados e compostos semi-voláteis (SVOCs) não foram detectados em nenhuma
das amostras analisadas.

Os solventes aromáticos tolueno, etilbenzeno e xileno foram detectados nas amostras dos
pontos AO5 e AO6, porém em concentrações inferiores ao limite da resolução CONAMA
357/05.

O solvente halogenados monoclorobenzeno foi detectado nas amostras de água dos pontos
AO1, AO5, AO6 e AO7. Nas amostras do ponto AO5 (S 38 µg/L, M 29 µg/L e F 82 µg/L) e na
amostra AO6-F (62 µg/L) as concentrações encontradas foram superiores ao limita de
resolução CONAMA 357/05, que é de 25 µg/L.

O solvente tetracloroeteno foi detectado na amostra AO6-M na concentração de 3,5 µg/L,


concentração superior ao limite da resolução CONAMA 357/05 que é de 3,3 µg/L.

 Parâmetros microbiológicos
Foram realizadas análises de coliformes termotolerantes nas amostras coletadas, em todas
elas as concentrações foram próximas ou inferiores ao limite de quantificação do laboratório
(<18 NMP/100mL), inferiores ao limite da resolução CONAMA 357/05 que é de 1000
NMP/100mL.

Clorofila a foi detectada apenas na amostra AO6-S (7 µg/L) e AO7-F (16 µg/L) .

ARCADIS logos 494


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b) 2ª Campanha
 Parâmetros físicos
Os valores de pH, oxigênio dissolvido e turbidez encontrados são típicos de águas marinhas.
A salinidade encontrada na região é tipicamente oceânica, com salinidade normal de 35 psu.

 Nutrientes
Fósforo Total foi detectado apenas na amostra AC-02M na concentração de 0,015 mg/L,
concentração inferior ao limite do padrão de qualidade da resolução CONAMA 357/05, que é
de 0,062 mg/L.

Nitrogênio Kjeldahl Total foi detectado em todas as amostras, a concentração máxima


encontrada foi de 0,49 mg/L na amostra AC-02S (Figura 9.2.1-32). Nitrogênio kjeldahl total
não é regulado pela resolução CONAMA 357/05.

Nitrogênio Kjeldahl Total


0,6

0,5

0,4
mg/L

0,3

0,2

0,1

Figura 9.2.1-32 - Distribuição de nitrogênio kjeldahl total nas amostras de água nos pontos A-01
a A-07 na região do empreendimento dos Terminais Ponta Negra – Maricá.

Nitratos foram detectados em todas as amostras, a concentração máxima encontrada foi de


0,393 mg/L na amostra AC-07M (Figura 9.2.1-33), concentração inferior ao limite do padrão
de qualidade da Resolução CONAMA 357/05, que é de 0,40 mg/L.

ARCADIS logos 495


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Nitratos
0,45
0,4
0,35
0,3
mg/L

0,25
0,2
0,15
0,1
0,05
0

Figura 9.2.1-33 - Distribuição de nitratos nas amostras de água nos pontos A-01 a A-07 na
região do empreendimento dos Terminais Ponta Negra – Maricá.

Nitritos foram detectados em praticamente todas as amostras, a concentração máxima


encontrada foi de 0,062 mg/L na amostra AC-04F (Figura 9.2.1-34), concentração inferior ao
limite do padrão de qualidade da Resolução CONAMA 357/05, que é de 0,070 mg/L.

Nitritos
0,07

0,06

0,05
mg/L

0,04

0,03

0,02

0,01

Figura 9.2.1-34 - Distribuição de nitritos nas amostras de água nos pontos A-01 a A-07 na região
do empreendimento dos Terminais Ponta Negra – Maricá.

Nitrogênio amoniacal total foi detectado em praticamente todas as amostras, a concentração


máxima encontrada foi de 0,07 mg/L na amostra AC-01F (Figura 9.2.1-35), concentração
inferior ao limite do padrão de qualidade da Resolução CONAMA 357/05, que é de 0,40 mg/L.

ARCADIS logos 496


Estudo e Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Nitrogênio Amoniacal Total


0,08

0,07

0,06

0,05
mg/L

0,04

0,03

0,02

0,01

Figura 9.2.1-35 - Distribuição de nitrogênio amoniacal total nas amostras de água nos pontos A-
01 a A-07 na região do empreendimento dos Terminais Ponta Negra – Maricá.

Carbono orgânico total foi detectado em todas as amostras analisadas em concentração


superior ao limite do padrão de qualidade da Resolução CONAMA 357/05, que é de 3,0 mg/L,
exceto na amostra AC-05S onde a concentração foi de 3,0 mg/L. Merece destaque as
concentrações de COT encontradas no ponto AC-07, da ordem de 24 mg/L (Figura 9.2.1-36).

Carbono Orgânico Total


30

25

20
mg/L

15

10

Figura 9.2.1-36 - Distribuição de carbono orgânico total nas amostras de água nos pontos A-01
a A-07 na região do empreendimento dos Terminais Ponta Negra – Maricá. A linha vermelha
tracejada representa o limite da Resolução CONAMA 357/05.

ARCADIS logos 497


Estudo e Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

 Outros compostos inorgânicos


Fluoretos foram detectados em todas as amostras e em algumas delas a concentração
superou o padrão de qualidade da Resolução CONAMA 357/05 que é de 1,4 mg/L
(Figura 9.2.1-37).

Cianetos, Sulfetos e Cloro Residual não foram detectados em nenhuma das amostras
analisadas.

Fluoretos
2
1,8
1,6
1,4
1,2
mg/L

1
0,8
0,6
0,4
0,2
0

Figura 9.2.1-37 - Distribuição de fluoretos nas amostras de água nos pontos A-01 a A-07 na
região do empreendimento dos Terminais Ponta Negra – Maricá. A linha vermelha tracejada
representa o limite da Resolução CONAMA 357/05.

 Metais e Semimetais
Dentre os metais e semimetais analisados na coluna de água, o arsênio, chumbo, cromo,
mercúrio, níquel, prata e selênio não foram detectados em nenhuma das amostras
analisadas.

O alumínio foi detectado em apenas duas amostras, AC-03M e AC-06M, ambas na


concentração de 0,03 mg/L, inferior ao limite do padrão de qualidade da Resolução CONAMA
357/05, que é de 1,5 mg/L.

O cádmio foi detectado apenas na amostra AC-01S, na concentração de 0,0002 mg/L,


concentração inferior ao limite do padrão de qualidade da Resolução CONAMA 357/05, que é
de 0,005 mg/L.

O ferro foi detectado apenas na amostra AC-03M, na concentração de 0,393 mg/L,


concentração superior ao limite do padrão de qualidade da Resolução CONAMA 357/05, que
é de 0,30 mg/L.

ARCADIS logos 498


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O tálio foi detectado em apenas duas amostras, AC-01M (0,036 mg/L) e AC-02M (0,368
mg/L). Nessa última amostra a concentração superou o limite da resolução CONAMA que é
de 0,1 mg/L.

As concentrações dos demais metais são apresentadas na Figura 9.2.1-38.

Bário Berílio Total Boro


0,006 0,0008 9

0,0007 8
0,005
0,0006 7
0,004 6
0,0005
mg/L

mg/L

mg/L
5
0,003 0,0004
4
0,0003
0,002 3
0,0002
2
0,001
0,0001 1
0 0 0
AC01S
AC01M
AC01F
AC02S
AC02M
AC02F
AC03S
AC03M
AC03F
AC04S
AC04M
AC04F
AC05S
AC05M
AC05F
AC06S
AC06M
AC06F

AC01S
AC01M
AC01F
AC02S
AC02M
AC02F
AC03S
AC03M
AC03F
AC04S
AC04M
AC04F
AC05S
AC05M
AC05F
AC06S
AC06M
AC06F
AC07S
AC07M
AC07F

AC07S
AC07M
AC07F
Cobre Solúvel Manganês Urânio
0,005 0,009 0,016
0,008 0,014
0,004 0,007 0,012
0,006
0,003 0,01
mg/L

mg/L

mg/L
0,005
0,008
0,004
0,002
0,006
0,003
0,002 0,004
0,001
0,001 0,002

0 0 0
AC01S
AC01M
AC01F
AC02S
AC02M
AC02F
AC03S
AC03M
AC03F
AC04S
AC04M
AC04F
AC05S
AC05M
AC05F
AC06S
AC06M
AC06F

AC01S
AC01M
AC01F
AC02S
AC02M
AC02F
AC03S
AC03M
AC03F
AC04S
AC04M
AC04F
AC05S
AC05M
AC05F
AC06S
AC06M
AC06F

AC01S
AC01M
AC01F
AC02S
AC02M
AC02F
AC03S
AC03M
AC03F
AC04S
AC04M
AC04F
AC05S
AC05M
AC05F
AC06S
AC06M
AC06F
AC07S
AC07M
AC07F

AC07S
AC07M
AC07F

AC07S
AC07M
AC07F
Zinco
0,06

0,05

0,04
mg/L

0,03

0,02

0,01

0
AC01S
AC01M
AC01F
AC02S
AC02M
AC02F
AC03S
AC03M
AC03F
AC04S
AC04M
AC04F
AC05S
AC05M
AC05F
AC06S
AC06M
AC06F
AC07S
AC07M
AC07F

Figura 9.2.1-38 - Distribuição dos metais nos pontos A-01 a A-07 região do empreendimento dos
Terminais Ponta Negra – Maricá. A linha vermelha tracejada representa o limite da resolução
CONAMA 357/05.

Além dos metais citados, foi analisado também o estanho na forma alquilada, o tributilestanho
e em algumas das amostras a concentração foi superior ao padrão de qualidade da
Resolução CONAMA 357/05 (Figura 9.2.1-39).

ARCADIS logos 499


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Terminais Ponta Negra – TPN

Tributilestanho
0,09
0,08
0,07
0,06
mg/L

0,05
0,04
0,03
0,02
0,01
0
AC02
AC01S
AC01M
AC01F

AC02F
AC03S

AC03F
AC04S

AC04F
AC05S

AC05F
AC06S

AC06F
AC02M

AC03M

AC04M

AC05M

AC06M

AC07S
AC07M
AC07F
Figura 9.2.1-39 - Distribuição de tributilestanho total nas amostras de água nos pontos A-01 a A-
07 na região do empreendimento dos Terminais Ponta Negra – Maricá. A linha vermelha
tracejada representa o limite da Resolução CONAMA 357/05.

 Agregados Orgânicos e Compostos Orgânicos


Óleos e Graxas, Surfactantes aniônicos, Bifenilas Policloradas, Pesticidas Organoclorados,
Pesticidas Organofosforados, Solventes Aromáticos e Halogenados e Compostos Orgânicos
Semivoláteis não foram detectados em nenhuma das amostras.

Fenóis foram detectados apenas na amostra AC-02S, na concentração de 0,001 mg/L,


concentração igual ao limite de detecção do método analítico.

Todos os pontos analisados mostraram concentrações acima do permitido para o Carbono


Orgânico Total, ao contrário do TBT, onde apenas os pontos AO4-M, AO4-F, AO6-M e AO7-
M obtiveram concentrações acima do permitido na legislação.

 Parâmetros microbiológicos
Foram realizadas análises de coliformes termotolerantes nas amostras coletadas, em todas
elas as concentrações foram próximas ou inferiores ao limite de quantificação do laboratório
(<18 NMP/100mL), inferiores ao limite da resolução CONAMA 357/05 que é de 1000
NMP/100mL.

Clorofila a foi detectada em poucas amostras, em concentração inferior ao limite de


quantificação do método analítico que é de 10 µg/L.

D) Considerações finais
Nas amostras de água coletadas, foram observadas na primeira campanha concentrações
superiores aos limites da resolução CONAMA 357/05 de cobre, cromo, ferro e níquel em
alguns pontos e de cianeto em uma única amostra. Esses mesmos metais não foram
observados nas amostras coletadas na segunda campanha. Ressalta-se que estes metais

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Terminais Ponta Negra – TPN

identificados na primeira campanha não oferecem risco a biota, pois são elementos
essenciais que participam dos processos metabólicos (ADAMS, 1993, BEVERIDGE et al.,
1997, NEILANDS, 1989).

A concentração de cianeto em uma única amostra (AO2) não representa risco à biota.

Em relação aos metais, tais compostos existem de forma natural no meio e são elementos
essenciais que participam de processos metabólicos. As concentrações encontradas não
oferecem risco à biota, pois apenas em algumas amostras foram observadas violações aos
limites da resolução CONAMA 357/05 e tais concentrações são próximas aos limites da
citada resolução.

O tributilestanho identificado na segunda campanha também não oferece risco à biota e ao


ecossistema local, pois foi amostrado acima do permitido na legislação apenas no ponto
AO4-F. Tanto o Fluoreto quanto o Boro Total também não oferecem riscos, pois as
concentrações acima do permitido não foram significativas na região e amostragem.

9.2.1.3. Inter-relações entre marés, ondas e correntes, dados meteorológicos,


descrevendo os padrões da hidrodinâmica atuantes na área de influência do
empreendimento, de acordo com as épocas do ano.
Os Terminais Ponta Negra serão implementados no Município de Maricá, costa sudeste do
Estado do Rio de Janeiro, entre o Cabo Frio e a Baía de Guanabara. Os dados apresentados
são oriundos de extensa pesquisa bibliográfica e da coleta de dados primários na área.

As massas d’água - diferentes porções de água do mar com uma origem determinada e que
se mantém durante longos períodos com temperatura e salinidade quase constantes,
localizando-se em diferentes profundidades - representam uma característica oceanográfica
importante para a região (PETROBRAS, 2009). Na região da Bacia de Campos, as principais
massas d’água são: Água Costeira (AC), Água Tropical (AT), Água de Mistura (AM) Água
Central do Atlântico Sul (ACAS), Água Intermediária Antártica (AIA) e Água Profunda do
Atlântico Norte (APAN).

O trabalho de Mano (2007) descreve que, na região oceânica próxima ao Município de


Maricá, o verão é caracterizado por correntes fluindo para sudoeste, acima da picnoclina e
para nordeste abaixo da mesma. Durante o inverno a corrente é para nordeste ao longo de
toda a coluna d’água. De acordo com o autor, a picnoclina formada no verão é oriunda do
avanço da ACAS sobre a plataforma, devido à continuidade dos ventos de nordeste.

Souto (2005) cita alguns autores (MUEHE, 1979; SILVA, 1985 apud BIZERRIL, 2001) que
afirmam que a costa do Rio de Janeiro, ao sul de Cabo Frio, apresenta um litoral retilíneo e
exposto a regimes hidrodinâmicos intensos. Para o primeiro autor, as condições hidrológicas
da região costeira fluminense são basicamente determinadas pela predominância da AT.

Carvalho da Silva et al (2008) descrevem que a região de Maricá possui uma costa orientada
no sentido E-W. Segundo Oliveira & Bulhões (2009), quando as frentes frias vindas do sul
atingem o litoral do Rio de Janeiro (RJ), ocorrem ventos e ondas de altas intensidades do
quadrante sul, ocasionando um empilhamento e aprisionamento de água na costa.

ARCADIS logos 501


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Terminais Ponta Negra – TPN

O mesmo é descrito em Muehe et al (2005), que cita que o clima de ondas é condicionado
pelas frequentes modificações das condições de vento, associadas à passagem das frentes
frias, e a constante presença de marulho (swell), gerado por tempestades nas altas latitudes
do Atlântico Sul e dissociadas do vento local.

Na região de estudo predominam as ondas de Norte-Nordeste, que ocorrem tipicamente ao


longo dos meses de verão (principalmente em dezembro e janeiro), apresentando alturas que
variam entre 1,5 e 2,0 metros. Durante os meses de inverno (principalmente em julho e
agosto) ocorrem “ondas de tempestade” devido ao avanço das frentes frias. Estas últimas são
as maiores ondas do Atlântico Sul, com direção típica de Sudoeste-Sudeste e alturas
variando em 2,0 e 3,0 metros (PETROBRAS, 2009).

De acordo com Carvalho (2003), na costa do RJ os ventos e as correntes estão


correlacionados. Segundo o autor, na região de Ipanema as correntes superficiais dirigiram-
se, predominantemente, para NE-ENE e WSW-W com uma média de velocidades inferior a
20 cm/s e máximas de 75 cm/s. Próximo ao fundo as correntes dirigiram-se,
predominantemente, para NE-ENE e N-NNE com velocidade média menor do que 15 cm/s e
máxima de 38 cm/s. O padrão da circulação nesta região é de correntes paralelas à costa.

Com relação à elevação do nível do mar para a região de Ponta Negra, a Figura 9.2.1-40, a
seguir, ilustra as constantes harmônicas referentes à estação maregráfica para o Farol de
Ponta Negra, do Catálogo de Estações Maregráficas Brasileiras, da FEMAR (Fundação de
Estudos do Mar). A componente de maior amplitude é a M2, com 28,6 cm, seguida da
S2 com 14,2 cm.

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Figura 9.2.1-40 - Constantes harmônicas de maré para a estação maregráfica de Ponta Negra -
RJ.

Fonte: Disponível em: www.femar.com.br/biblioteca/emb/indice.html.

Segundo o banco de dados NODC, no litoral de Maricá a temperatura da água no verão é de


23,8 ºC com salinidade de 35,5 e para o inverno os valores são de 21,3 ºC e 35,8.

Os pesquisadores Bassani et al (1999) afirmam que, sazonalmente na região de Maricá, a


corrente do Brasil se afasta da costa entre setembro e abril, o que possibilita a entrada da
ACAS acima do talude, ocupando o fundo da plataforma. Na plataforma interna do litoral do
RJ, são observadas a AC (salinidade menor que 34,5) e Água de Plataforma (salinidade entre
35 e 36). A Água de Plataforma é formada pela mistura das águas continentais com a AT e
águas de profundidade. Os autores citam ainda a Baía de Guanabara entre as principais
influências continentais do litoral do Rio de Janeiro.

Saavedra et al (1999) observaram a presença de AT e AC, durante o inverno na região,


próximas à costa. Os autores afirmam que são resultados coerentes com a situação de
inverno, ou seja, com o não aparecimento da ACAS, mais atuante na primavera e verão.

Durante o verão, os ventos predominantes do quadrante NE-E (Nordeste-Leste), impulsionam


o deslocamento de grande quantidade de água das camadas superficiais em direção ao mar

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aberto em um processo descrito como Transporte de Ekman (relacionado com a força de


Coriolis), propiciando assim a penetração e o afloramento de águas profundas da ACAS na
região costeira. Com isso, tem-se o fenômeno da ressurgência costeira ou de plataforma. As
águas subsuperficiais, ou mais precisamente, a ACAS ressurge à plataforma ocupando as
camadas profundas da plataforma continental pela saída de água costeira pela atuação do
vento de NE na costa.

O aparecimento de águas frias na região de Arraial do Cabo, principalmente nos períodos de


primavera e verão, tem sido associado ao processo de ressurgência costeira, usualmente
chamado de "ressurgência de Cabo Frio", resultado do padrão dos ventos na região que
persistem por grande parte do tempo na direção nordeste (VALENTIN et al., 1987; PAIVA,
1993), condição imposta pelo domínio do Anticiclone Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) na
circulação atmosférica local.

As características termohalinas das águas que ressurgem na região indicam que se trata da
ACAS (MOREIRA DA SILVA e MENDONÇA, 1977), normalmente encontrada em
subsuperfície nesta latitude. A ACAS constitui a termoclina permanente do oceano Atlântico
Sul e suas características podem ser utilizadas como traçador da ressurgência, já que
temperaturas entre aproximadamente 13°C e 18°C e salinidade abaixo de 36, são
encontradas em eventos de ressurgência na região. A importância da ressurgência para
diversas regiões do planeta pode ser verificada no Peru, que detêm uma das maiores
produções de pescado no mundo graças à ação da ressurgência em sua costa. As áreas de
ressurgência representam apenas 1% do oceano, porém suportam mais de 50% da produção
pesqueira mundial (RODRIGUES, 1973).

A profundidade onde a ACAS se encontra na coluna d’água é um dos fatores que influencia
no processo de afloramento. Estando disponível em menores profundidades, existe maior
predisposição ao afloramento, enquanto mais profunda, o processo não ocorre tão facilmente
(TORRES JR., 1995). De uma maneira geral, no período de verão, a ACAS encontra-se mais
rasa, ocupando de forma mais efetiva a plataforma continental, tanto em termos de
ocorrência, quanto em intensidade, e tem como uma das consequências, a ocorrência de
eventos mais intensos de afloramento nesta época do ano (CANDELLA, 1999). São
observadas variações sazonais na ocorrência do fenômeno, menos frequente no outono e
inverno, e mais frequente na primavera e verão (MOREIRA DA SILVA e MENDONÇA, 1977;
CANDELLA, 1999). Devido, principalmente, ao número de variáveis envolvidas no processo
de ressurgência que ocorre em Cabo Frio, o fenômeno apresenta uma variabilidade
marcante.

A) Avaliação de Dados de Vento, Correntes, Ondas, Elevação e Temperatura na


Região do Empreendimento
Para a avaliação dos dados primários foram utilizados os dados de vento provenientes da
base de dados do METAR e do modelo GFS. Os dados de correntes, ondas, elevação e
temperatura foram coletados em campo com o equipamento ADCP (Acoustic Doppler Current
Profiler), que mensurou ondas, correntes e marés. Os dados foram coletados no período
compreendido entre 29 de março e 03 de maio de 2012.

A Figura 9.2.1-41 apresenta a localização onde foram extraídos os dados de vento e onde
foram coletados os dados oceanográficos.

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Figura 9.2.1-41 - Localização dos dados coletados em campo (ADCP) e dos pontos de onde
foram extraídos os dados do METAR e os resultados referentes ao GFS.

a) Vento
Os dados de vento utilizados pertencem à base de dados do METAR (METeorological
Aerodrome Report), coletados no Aeroporto de Cabo Frio. No entanto, os dados desta
estação encontram-se disponíveis somente das 09h00min às 21h00min. Desta forma, nos
períodos em que havia ausência de dados, foram utilizados dados do modelo GFS (Global
Forecast System). A Figura 9.2.1-41 indica a localização da estação dos dados do METAR e
do ponto do qual foram extraídos os resultados do GFS.

O METAR é o formato das observações meteorológicas de rotina para a aviação. É utilizado


para fornecer informações sobre condições do tempo em um aeródromo específico e pode
ser obtido junto à Rede de Meteorologia do Comando da Aeronáutica (REDEMET) 4. Os
dados são fornecidos em intervalos de 1 hora.

O GFS é operacionalizado pelo Centro Norte-Americano para Previsões Ambientais NCEP


(National Center for Environmental Prediction), com resolução espacial de 0,5°. O GFS
consiste em um modelo completo, baseado nas equações primitivas da dinâmica atmosférica,
com discretização espacial espectral e representação vertical em coordenadas sigma. O
modelo engloba representações dos processos radiativos, convectivos, de condensação e
precipitação, de difusão horizontal e vertical e da camada limite planetária, bem como efeitos
de orografia e interações superfície-atmosfera. O esquema de análise espectral estatística
para interpolação elimina instabilidades da condição inicial, fazendo desnecessária a

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utilização de recursos adicionais de inicialização do modelo. Os resultados do modelo


fornecidos em intervalos de 3 horas foram linearmente interpolados para intervalos horários.

A fim de verificar o padrão do vento para o mesmo período dos dados coletados em campo
(correntes, ondas, elevação e temperatura), analisaram-se os dados de 1 de janeiro a 30 de
abril de 2012 e, para completar 1 (um) ano de dados, de 1 de maio a 31 de dezembro de
2011. Foram realizadas análises considerando o ano completo de dados e também análises
considerando os períodos de verão (janeiro, fevereiro e março) e inverno (junho, julho e
agosto).

A Figura 9.2.1-42 apresenta o diagrama stick plot dos valores médios diários dos registros de
vento para o período de 1 de maio a 31 de dezembro de 2011 e 1 de janeiro a 30 de abril de
2012. A Figura 9.2.1-43 apresenta a rosa dos ventos e a Tabela 9.2.1-41, a análise de
ocorrência conjunta de velocidade (m/s) e direção (°), calculadas para o mesmo período (1 de
maio a 31 de dezembro de 2011 e 1 de janeiro a 30 de abril de 2012), considerando todos os
registros. Pode-se observar que as direções mais frequentes foram: NE (22 %), ENE (16,8%)
e E (15,3%). No entanto, observa-se ainda, um número significativo de registros de vento
provenientes do quadrante SW. Durante a 90% do tempo, a velocidade se manteve menor ou
igual a 10 m/s.

Figura 9.2.1-42 - Diagrama stick plot dos valores médios diários dos registros de vento, para o
período de 1 de maio a 31 de dezembro de 2011 e 1 de janeiro a 30 de abril de 2012 (convenção
vetorial).

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Figura 9.2.1-43 - Histograma direcional da velocidade dos ventos (rosa dos ventos) calculada
para o período de 1 de maio a 31 de dezembro de 2011 e 1 de janeiro a 30 de abril de 2012
(convenção vetorial).

Tabela 9.2.1-41 - Ocorrência conjunta de velocidade (m/s) e direção do vento (°) para o período
de 1 de maio a 31 de dezembro de 2011 e 1 de janeiro a 31 de março de 2012. A direção é
medida em graus a partir do norte geográfico e segue a convenção meteorológica.

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Calcularam-se, ainda, as rosas dos ventos e tabelas de ocorrência conjunta para os períodos
de verão (janeiro, fevereiro e março de 2012), Figura 9.2.1-44 e Tabela 9.2.1-42, e inverno
(junho, julho e agosto de 2011), Figura 9.2.1-45 e Tabela 9.2.1-43.

Pode-se observar que durante o inverno há um número maior de registros provenientes do


quadrante SW. Além disso, os ventos provenientes do quadrante SW, no inverno,
apresentam velocidades superiores às observadas no verão para o mesmo quadrante. Isto se
deve à maior entrada de sistemas frontais durante o período de inverno.

Figura 9.2.1-44 - Histograma direcional da velocidade dos ventos (rosa dos ventos) calculada
para o período de 1 de janeiro a 31 de março de 2012 (convenção meteorológica).

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Tabela 9.2.1-42 - Ocorrência conjunta de velocidade (m/s) e direção do vento (°) para o período
de 1 de janeiro a 31 de março de 2012. A direção é medida em graus a partir do norte geográfico
e segue a convenção meteorológica.

Figura 9.2.1-45 - Histograma direcional da velocidade dos ventos (rosa dos ventos) calculada
para o período de 1 de junho a 31 de agosto de 2011 (convenção meteorológica).

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Tabela 9.2.1-43 - Ocorrência conjunta de velocidade (m/s) e direção do vento (°) para o período
de 1 de junho a 31 de agosto de 2011. A direção é medida em graus a partir do norte geográfico
e segue a convenção meteorológica.

b) Dados de Correntes, Ondas, Elevação e Temperatura


Com o objetivo de caracterizar o regime de correntes e padrão dominante da propagação de
ondas, foi realizada uma campanha oceanográfica para a aquisição de parâmetros
representativos do clima de correntes e ondas próximos à região do empreendimento. Os
dados foram coletados no período compreendido entre 29 de março e 3 de maio de 2012.

As coletas foram feitas através de um ADCP de 600 kHz, modelo Workhorse Sentinel
fabricado pela Teledyne RD Instruments e dotado de dispositivo Waves Array, que possibilita
medidas multidirecionais da propagação de ondas com alta acurácia (Figura 9.2.1-46).

Figura 9.2.1-46 - Equipamento utilizado na coleta dos dados de corrente e ondas.

O equipamento é acoplado a um suporte articulado feito de polietileno UHMW (Ultra High


Molecular Weight) que assegura ao instrumento a manutenção de seu posicionamento
sempre orientado na vertical. Este suporte é fixado a uma estrutura confeccionada em aço
inoxidável e fundeado em um ponto na área de estudo. O local do fundeio se localiza em uma
região de aproximadamente 19 m de profundidade, nas coordenadas x= 738707 e y=
7459266 (UTM - Datum WGS84). Este ponto foi escolhido por estar dentro da área do
empreendimento e representar o padrão das correntes e o clima de ondas incidentes no local

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do futuro empreendimento. A Figura 9.2.1-47 mostra o equipamento sendo fundeado e a


Figura 9.2.1-41 indica a localização do fundeio.

Figura 9.2.1-47 - Equipamento sendo fundeado e, em detalhe, suporte articulado.

Os dados brutos coletados pelo instrumento são processados pelo software WavesMon,
fornecido pelo fabricante do equipamento, através do qual é possível exportar o conjunto de
dados coletados para o formato ASCII. Posteriormente são feitos gráficos e tabelas com as
principais propriedades utilizadas para a caracterização do regime de correntes e ondas.

Correntes

O ADCP mede a velocidade da água por efeito Doppler. Os transdutores emitem feixes de
pulsos acústicos em uma frequência constante, que são refletidos de volta para o aparelho
pelas partículas em suspensão na coluna d’água. A diferença de frequência entre os pulsos
emitidos e os ecos recebidos é usada para medir a velocidade relativa entre o instrumento e
as partículas em suspensão, fornecendo um perfil de velocidades ao longo da coluna d’água.
Logo após emitir um feixe de pulsos acústicos, o transdutor desliga por um curto período para
que o instrumento não confunda o pulso emitido com o eco recebido, fornecendo assim
medidas errôneas de velocidade. Este período é chamado de blank period e, como
consequência, gera uma zona adjacente ao equipamento em que não há medidas de
velocidade d’água (blank zone).

O equipamento foi configurado para a coleta de direção e intensidade das correntes, com
intervalo de amostragem de 20 minutos, e células de 1,0 m de profundidade. Com esta
configuração, o blank zone é de 0,88 m.

A profundidade local tem aproximadamente 19 metros, considerando a blank zone e a altura


da estrutura de fixação do instrumento (0,7 m), as medidas mais profundas foram obtidas a
cerca de 17 m de profundidade. Vale ressaltar que a primeira camada de superfície (1,0 m)
foi excluída das análises em virtude das oscilações da superfície d’água implicarem em
frequentes erros nos ecos recebidos pelo ADCP.

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A Figura 9.2.1-48 apresenta um stick plot dos dados de velocidade obtidos, fornecendo um
padrão da distribuição dos vetores de velocidade ao longo da coluna d’água.

Figura 9.2.1-48 - Stick plots dos vetores de velocidade ao longo da coluna d’água para o período
de 29 de março de 2012 a 03 de maio de 2012.

Pode-se observar, na figura acima, que as correntes na área de estudo apresentaram


distribuição praticamente barotrópica ao longo da coluna d’água, apresentando um
decaimento de magnitude em direção ao fundo, sem grande variabilidade de direção das
correntes ao longo da coluna d´água. Durante o período amostrado nota-se a predominância
de correntes na direção NE - SW. Ocorrem inversões de direção em toda a coluna de água,
provavelmente associadas a inversões no padrão de ventos (ventos que sopram do
quadrante sul com maior intensidade). Nota-se uma maior dispersão direcional da corrente
junto ao fundo. Para ilustrar a correlação entre a corrente e o vento, a Figura 9.2.1-49 mostra
um stick plot dos vetores de vento para o mesmo período dos dados de corrente.

Figura 9.2.1-49 - Stick plot dos vetores de vento para o mesmo período de coleta de dados de
corrente.

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A Figura 9.2.1-50 apresenta as séries temporais das componentes u (E-W) e v (N-S) da


corrente na camada superficial da coluna d’água (2 m). A Figura 9.2.1-51 apresenta o
histograma direcional da velocidade das correntes, e a Tabela 9.2.1-44, a ocorrência conjunta
de intensidade (cm/s) e direção (°).

Figura 9.2.1-50 - Séries temporais das componentes u e v em superfície (2 m), para o período de
29 de março de 2012 a 03 de maio de 2012.

Figura 9.2.1-51 - Histograma direcional da velocidade das correntes na superfície (2 m),


calculada para o período de 29 de março de 2012 a 03 de maio de 2012.

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Tabela 9.2.1-44 - Ocorrência conjunta de intensidade (cm/s) e direção (°) das correntes medidas
na superfície (2 m), para o período de 29 de março de 2012 a 03 de maio de 2012. A direção é
medida em graus a partir do norte geográfico e segue a convenção vetorial.

A Figura 9.2.1-52 apresenta as séries temporais das componentes u (E-W) e v (N-S) da


corrente em meia água (9 m). A Figura 9.2.1-53 apresenta o histograma direcional da
velocidade das correntes e a Tabela 9.2.1-45, a ocorrência conjunta de intensidade (cm/s) e
direção (°).

Figura 9.2.1-52 - Séries temporais das componentes u e v em meia água (9 m), para o período de
29 de março de 2012 a 03 de maio de 2012.

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Figura 9.2.1-53 - Histograma direcional da velocidade das correntes em meia água (9 m),
calculada para o período de 29 de março de 2012 a 03 de maio de 2012.

Tabela 9.2.1-45 - Ocorrência conjunta de intensidade (cm/s) e direção (°) das correntes medidas
em meia água (9 m), para o período de 29 de março de 2012 a 03 de maio de 2012. A direção é
medida em graus a partir do norte geográfico e segue a convenção vetorial.

A Figura 9.2.1-54 apresenta as séries temporais das componentes u (E-W) e v (N-S) da


corrente junto ao fundo (17 m). A Figura 9.2.1-55 apresenta a rosa de correntes e a Tabela
9.2.1-46, a ocorrência conjunta de intensidade (cm/s) e direção (°).

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Figura 9.2.1-54 - Séries temporais das componentes u e v junto ao fundo (17 m), para o período
de 29 de março de 2012 a 03 de maio de 2012.

Figura 9.2.1-55 Rosa de correntes no fundo (17 m), calculada para o período de 29 de março de
2012 a 03 de maio de 2012.

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Tabela 9.2.1-46 - Ocorrência conjunta de intensidade (cm/s) e direção (°) das correntes medidas
junto ao fundo (17 m), para o período de 29 de março de 2012 a 03 de maio de 2012. A direção é
medida em graus a partir do norte geográfico e segue a convenção vetorial.

Para o período amostrado, nota-se que as velocidades mais intensas estão em superfície,
com magnitudes da ordem de 0,5 m/s para as correntes com sentido NNE. À medida que se
aprofunda na coluna de água, a magnitude da corrente diminui gradativamente de
intensidade. Quanto à direção, a coluna d’água permanece homogênea durante grande parte
do tempo, mas à medida que se aproxima do fundo, existe uma maior ocorrência de corrente
com direção SE.

Ondas

O conjunto de dados de onda é apresentado na forma de tabelas e figuras, ilustrando os


principais padrões dos parâmetros medidos durante o período de aquisição.

O instrumento foi fundeado no local indicado na Figura 1.1-2, próximo ao futuro


empreendimento, e configurado para coletar dados em uma taxa de 2 Hz com tempo de
amostragem de 20 minutos, gerando, assim, 2048 medidas por hora.

Depois de recuperado o equipamento, os dados foram pré-processados através do software


chamado WavesMon e, depois, pós-processados em ambiente MatLab.

A Figura 9.2.1-56 apresenta as séries temporais dos parâmetros comumente utilizados para
caracterização dos padrões de propagação de ondas: altura significativa, direção e período
de pico.

Através da Figura 9.2.1-56, observa-se que a maior altura significativa medida foi de
aproximadamente 3,5 m. No entanto, na maior parte do tempo, os valores ficam próximos de
1 m. A direção de pico indica que a incidência de ondas fica praticamente restrita entre as
direções de 100° e 180°. O período de pico, por sua vez, tem uma variação significativa,
apresentando na maior parte do tempo valores próximos de 10 segundos, porém com alguns
picos da ordem de 17 segundos.

A Figura 9.2.1-57 apresenta um diagrama stick plot dos vetores de onda para o período
amostrado.

ARCADIS logos 517


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Figura 9.2.1-56 - Altura significativa (m), direção de pico (°) e período de pico (s), para o período
de 29 de março de 2012 a 03 de maio de 2012.

Figura 9.2.1-57 - Stick plot dos vetores de ondas incidentes, para o período de 29 de março de
2012 a 03 de maio de 2012.

A altura significativa das ondas durante o período amostrado é apresentada na forma de


histograma direcional (Figura 9.2.1-58). A Tabela 9.2.1-47 apresenta a análise de ocorrência
conjunta da altura significativa (m) e direção das ondas (°).

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Figura 9.2.1-58 - Histograma direcional de altura significativa (m), calculada para o período de 29
de março de 2012 a 03 de maio de 2012.

Tabela 9.2.1-47 - Ocorrência conjunta de altura significativa (m) e direção (°) da onda, para o
período de 29 de março de 2012 a 03 de maio de 2012. A direção é medida em graus a partir do
norte geográfico e segue a convenção meteorológica.

A Figura 9.2.1-59 e a Tabela 9.2.1-48 mostram que a direção mais frequente de incidência
das ondas é SSE, contribuindo com mais de 52% de ocorrência. Ainda é possível observar
que, durante o período de aquisição, alturas entre 1,0 e 1,5 m perfazem um total de 40,5 %
das medidas. Assim como realizado para a altura significativa, apresenta-se um histograma
direcional (Figura 9.2.1-59) e tabela de ocorrência conjunta (Tabela 9.2.1-48) do período de
pico (s) e direção (°) das ondas medidas na área de estudo.

ARCADIS logos 519


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Figura 9.2.1-59 - Histograma direcional do período de pico (s), para o período de 29 de março de
2012 a 03 de maio de 2012.

Tabela 9.2.1-48 - Ocorrência conjunta de período (s) e direção (°) da onda, para o período de 29
de março de 2012 a 03 de maio de 2012. A direção é medida em graus a partir do norte
geográfico e segue a convenção meteorológica.

Como descrito anteriormente para a altura significativa, a figura e a tabela acima mostram
que a direção mais frequente de incidência de ondas é SSE, contribuindo com mais de 52%
de ocorrência. Ainda é possível observar que, durante o período de aquisição, períodos entre
8 e 10 segundos perfazem um total de 34,5 % das medições.

Temperatura e elevação do nível do mar

Além das medidas de velocidade, o ADCP utilizado também possibilita a medição de pressão
(profundidade) e temperatura, além de ser dotado de sensores de movimento (pitch / roll e
heading). A Figura 9.2.1-60 mostra a temperatura obtida no registro temporal dos dados
medidos para a região de Ponta Negra. O período compreendido entre os dias 29 de março
de 2012 e o dia 03 de maio de 2012 registraram temperaturas bastante oscilantes. Verificam-
se temperaturas mais baixas no inicio do registro até aproximadamente o dia 15 de abril de
2012, atingindo um mínimo valor, inferior a 17°C. A partir de meados de abril, predominam

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valores acima dos 20°C, com menor oscilação e, ao final da medição, as temperaturas
alcançam os valores mais elevados de todo o período amostrado, superando 24°C. As
medidas de pressão, convertidas para profundidade, fornecem o padrão de variação da
superfície do mar. A seguir, a Figura 9.2.1-61 mostra a série temporal de elevação da
superfície do mar enquanto a Figura 9.2.1-62 mostra o espectro de amplitudes de elevação.

Figura 9.2.1-60 - Série temporal de temperatura (°C), para o período de 29 de março de 2012 a 03
de maio de 2012.

Na Figura 9.2.1-61 pode ser notada a presença de um ciclo mensal completo de maré
durante a aquisição dos dados, com dois períodos de sizígia, de 3 a 10 e de 17 a 24 de abril
e dois períodos de quadratura entre os dias 10 e 17 de abril e 24 de abril a 1 maio.

Figura 9.2.1-61 Série temporal de elevação da superfície do mar, para o período de 29 de março
de 2012 a 03 de maio de 2012.

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Figura 9.2.1-62 - Espectro de amplitudes de elevação, ciclos por dia (cpd), calculado para o
período de 29 de março de 2012 a 03 de maio de 2012.

É possível notar a predominância das componentes harmônicas semi-diurnas (dois ciclos por
dia - cpd), além de uma variação no nível médio, possivelmente, decorrente de efeitos
atmosféricos, evidenciada no espectro pelas oscilações de baixa frequência. Assim, pode-se
observar, ao longo do período, oscilações da ordem de 1,4 metros na superfície do mar
decorrentes da sobreposição de efeitos astronômicos e meteorológicos.

A partir da série temporal de elevação da superfície do mar, realizou-se uma análise


harmônica de marés, através do método de Schuremann (SCHUREMANN, 1941). As
constantes harmônicas obtidas podem ser visualizadas na Tabela 9.2.1-49.

Tabela 9.2.1-49 Constantes harmônicas da maré, extraídas a partir da série temporal de


elevação apresentada na Figura 23.

Componentes harmônicas Amplitude (cm) Fase (º)

Q1 2,84 65
O1 10,43 90
P1 5,69 121
K1 9,55 155
N2 4,34 125

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Componentes harmônicas Amplitude (cm) Fase (º)

M2 28,92 89
S2 15,94 100
K2 5,65 69
M3 0,56 185
MN4 1,08 9
M4 2,22 39
MS4 1,35 118

Através do número de forma, a maré pode ser classificada como mista, predominantemente
semidiurna (F = 0,4454), através da equação abaixo (DEFANT, 1960):

Onde:

Valor de F Categoria
0 – 0,25 Semidiurna
0,25 – 1,5 Mista, predominância semidiurna
1,5 – 3 Mista, predominânicia diurna
>3 Diurna

B) Modelagem Hidrodinâmica, Correntes e Ondas, e Transporte de Sedimentos


A adequação do modelo numérico ao problema foi estabelecida através de um conjunto de
dados de entrada que alimentaram os sistemas de modelagem utilizados, aplicados a um
conjunto de grades pré-definidas para que o adequamento seja satisfatório com o a
metodologia utilizada.

Nesta etapa do trabalho foi implementado um modelo numérico visando simular o campo de
correntes e o campo de ondas na região de Ponta Negra. O sistema de modelos Delft3D
(DELTARES, 2011a; DELTARES, 2011b), através de seus módulos hidrodinâmico (Deflt3D-
FLOW), de ondas (Delft3D-WAVE) e morfológico (Delft3D-MOR), foi selecionado como
ferramenta para se atingir os objetivos propostos neste estudo, com relação à modelagem
hidrodinâmica e ao transporte de sedimentos. Este sistema de modelos é capaz de simular a
circulação hidrodinâmica como resposta a forçantes baroclínicas e barotrópicas, assim como
a transferência de momentum ao sistema hidrodinâmico decorrente do sistema de ventos, o
Anexo XL apresenta a descrição do modelo Delft. Os resultados obtidos através da
modelagem foram comparados com os dados coletados em campo, disponíveis durante a
implementação deste modelo (dados de corrente, elevação do nível do mar e clima de
ondas). Estas comparações, assim como ilustrações dos resultados e discussão sobre a
acurácia, representatividade e limitações do modelo são apresentadas neste tópico.

As grades implementadas para a realização da modelagem numérica representam um


compromisso entre a descrição dos processos presentes na região de interesse (escala
temporal e espacial), dos recursos computacionais disponíveis no período de execução da
simulação e do tempo de processamento necessário.

Foram implementadas três grades numéricas na região (Figura 9.2.1-63 e Figura 9.2.1-64):
uma grade regional compreendendo a região costeira do município de Niterói até Arraial do

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Cabo (grade 01); uma grade local na região costeira nas proximidades da Ponta Negra
(grade 02); e uma grade detalhada e centrada na região do empreendimento (grade 03). As
características dessas grades são apresentadas na Tabela 9.2.1-50.

Figura 9.2.1-63 - Grades utilizadas nos modelos numéricos, com a localização das bordas
abertas (em vermelho).

Tabela 9.2.1-50 - Características das grades numéricas.

Grade Dimensão horizontal Espaçamento mínimo Espaçamento máximo

Grade 1 30x46 1.650m 1.840m


Grade 2 49x92 345m 360m
Grade 3 82x102 20m 130m

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Figura 9.2.1-64 - Detalhe da Grade 03 do modelo numérico.

Através do sistema de grades numéricas é possível observar que as orlas dos municípios de
Maricá e Saquarema foram abrangidas nos cálculos computacionais, sendo divididos em três
grades, aumentando de resolução progressivamente em direção à área do empreendimento.

Para alinhamento das grades utilizou-se a decomposição do domínio (Domain


Decomposition, DELTARES, 2011a), uma técnica na qual o modelo é dividido em diversos
domínios (ou grades) e ocorre uma comunicação entre estes, ou seja, os resultados são
transmitidos de um domínio para o outro, enquanto o modelo realiza seus cálculos. Desta
forma torna-se possível utilizar uma grade de maior resolução nas regiões de interesse (neste
caso a grade mais interna, centrada na região do empreendimento), porém considerando
uma grade não tão resolvida nas regiões mais afastadas e de menor interesse (como nas
bordas abertas, onde o modelo recebe as forçantes). Cabe ressaltar que as três grades foram
utilizadas tanto no modelo de ondas quanto no modelo hidrodinâmico.

a) Condições de contorno adotadas


Como forçantes do modelo hidrodinâmico foram utilizados: (1) dados de elevação da
superfície do mar, oriundos de um modelo global de maré (TPXO5); (2) dados de vento local
(estação METAR - SBCB) complementados com resultados do modelo meteorológico GFS; e
(3) dados de correntes 3D, temperatura e salinidade, e elevação provenientes da base de

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dados do consórcio HYCOM. Essa base de dados é composta por resultados do modelo
numérico HYCOM, com resolução espacial de 1/12º (aproximadamente 9,25 km). O limite sul
do domínio utilizado para esta modelagem se mostrou suficiente para propagar o sinal do
modelo de maior escala (HYCOM) para o interior do domínio, não gerando qualquer tipo de
instabilidade numérica.

As forçantes hidrodinâmicas de elevação e velocidade foram impostas na borda do modelo


numérico Delft3D através de uma condição de fronteira denominada Riemann. Esse tipo de
condição de fronteira é usado para simular uma borda levemente reflexiva. A principal
característica de uma fronteira levemente reflexiva é que esta, até um determinado nível, é
transparente para onda transmitida, tais como distúrbios de ondas curtas. Assim ondas
transmitidas podem cruzar a fronteira aberta, sem serem refletidas de volta para o domínio
computacional como acontece com outros tipos de condição de fronteira (DELTARES,
2011a).

Como forçantes ao modelo de ondas, foram utilizados os resultados do modelo de ondas


WaveWatch III. Além disso, utilizaram-se os mesmos dados de vento considerados pelo
modelo hidrodinâmico.

Para representação dos sedimentos no fundo foram utilizados os dados de granulometria


coletados em 53 pontos nas proximidades do empreendimento. A partir da análise desses
dados, com intuito de melhorar o desempenho da modelagem numérica foram consideradas
duas classes de sedimentos, a primeira com um diâmetro médio (d50) de 0,2 mm e a
segunda com um d50 de 0,5 mm.

b) Período de simulação e considerações


Os modelos foram simulados para os seguintes períodos:

(1) De 29 de março a 30 de abril de 2012. Este período foi escolhido em função da


disponibilidade dos dados de elevação, correntes e ondas que foram coletados com ADCP
(apresentados no item A)b)) que poderiam ser comparados com os resultados da
modelagem, avaliando, assim, a qualidade dos resultados gerados pelo modelo;

(2) Inverno (junho, julho e agosto de 2011) e verão (janeiro, fevereiro e março de 2012). Este
período foi escolhido visando representar as condições hidrodinâmicas e o clima de ondas de
acordo com a sazonalidade.

Para o item (2) foram considerados nas simulações numéricas cenários em diferentes
condições meteo-oceanográficas, que abrangeram período de maré de sizígia e de
quadratura em todas as simulações através da elevação da superfície do mar costeira
contribuindo para o fluxo costeiro. O desenvolvimento dos cenários utilizou períodos de verão
e inverno, incluso o sistema de entrada de frentes com os ventos e ondas direcionais de S-
SE.

Ainda para o item (2), foram realizadas simulações considerando duas configurações: a
configuração atual e a configuração futura. A configuração atual representa o estado atual da
área de estudo (com as cotas batimétricas atuais e linha de costa já existente). A
configuração futura considera a região de estudo já com o empreendimento implementado,
ou seja, com a implementação dos 2 molhes, área aterrada, canal de acesso, bacia de

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evolução e berços de atracação dragados. A Figura 9.2.1-65 apresenta a configuração atual


e futura simulada pelo modelo hidrodinâmico: área aterrada (em branco), canal de acesso
dragado em 30 metros, bacia de evolução e berços de atracação dragados (25, 19, 14 e 10
metros).

Cabe ressaltar que os modelos (hidrodinâmico e de ondas) foram executados em paralelo,


assim a hidrodinâmica sofre influência do clima de ondas (principalmente em áreas rasas), e
vice-versa.

ARCADIS logos 527


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Figura 9.2.1-65 - Configuração atual e configuração futura considerada pelo modelo


hidrodinâmico e de ondas. A escala de cores ilustra a batimetria considerada para os 2
cenários, em metros.

c) Avaliação da modelagem numérica


A metodologia da validação fundamenta-se na avaliação do modelo quanto à sua capacidade
de reprodução da circulação na região em estudo. Com este intuito são apresentadas as
comparações entre os resultados gerados pelo modelo hidrodinâmico e os dados coletados
na região de interesse.

ARCADIS logos 528


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A comparação entre os resultados da modelagem e os dados foi quantificada através dos


seguintes parâmetros:

1. Erro Estatístico Absoluto Médio (Absolute Mean Error Statistic). O erro estatístico
absoluto médio é definido como (EPA, 2000, WILLMOTT, 1982):

1 n
Eabs  | dadoi  mod eloi |
n i 1
O erro estatístico absoluto médio é o desvio médio entre o previsto pelo modelo e o
observado nos dados. O desvio médio ideal é zero. O erro estatístico absoluto tem a mesma
dimensão física (unidade) do dado.

2. Raiz do Erro Médio Quadrático (Root-Mean-Square Error Statistic). A raiz do erro


médio quadrático é definida como (EPA, 2000, WILLMOTT, 1982):

1 n
RMS   dadoi  mod eloi 2
n i 1
A raiz do erro médio quadrático é um indicador do desvio entre o previsto pelo modelo e as
observações assim como o desvio médio, contudo é em geral maior do que ele. A raiz do erro
médio quadrático ideal é nula. A raiz do erro médio quadrático tem a mesma dimensão física
(unidade) do dado.

3. Willmott e Wicks 1980 (apud WILLMOTT, 1982) propuseram o “index of agreement”


(d) definido por:

 n

  dadoi  mod eloi 2 

d  1 n i 1


 | mod elo  dado |  | dado  dado | 
  i i
2



i 1

Segundo os autores para valores de d >> 0.5 a modelagem apresenta uma significativa
redução de erros. Portanto o valor ideal de d é 1 (um).

A avaliação dos resultados da modelagem hidrodinâmica para elevação do nível do mar,


correntes e ondas foi realizada através da comparação entre os valores previstos pelo
modelo e o dados apresentados, durante o período de 29/03 a 03/05/2012.

Avaliação para a elevação do nível do mar

Para a avaliação da modelagem hidrodinâmica, com relação à elevação da superfície do mar,


utilizaram-se os dados obtidos nas proximidades das futuras instalações em Ponta Negra, no
litoral do Estado do Rio de Janeiro. As séries temporais de elevação, tanto dos dados
coletados quanto dos resultados do modelo, são apresentadas na Figura 9.2.1-66. Observa-

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se uma boa concordância, tanto na amplitude quanto na fase, entre os valores calculados
pelo modelo e os valores coletados em campo. Os parâmetros estimados para quantificar a
comparação (dado x modelo) forneceram os seguintes resultados:

 Erro Estatístico Absoluto Médio = 0,10 m


 Raiz Quadrática Média = 0,12 m
 Index of agreement (Willmott & Wicks) = 0,95.

Figura 9.2.1-66 - Séries temporais de elevação de superfície do mar (m), para o período de 29/03
a 03/05/2012. A série temporal dos dados coletados é apresentada em azul, enquanto que a
série temporal resultante da modelagem hidrodinâmica é apresentada em vermelho.

Avaliação para as correntes

Para avaliar a capacidade da modelagem hidrodinâmica em reproduzir o comportamento


dinâmico das correntes, compararam-se os dados de correntes, coletados nas proximidades
dos Terminais Ponta Negra, próximos à superfície (2m), com os resultados da modelagem
para esta mesma posição e profundidade.

As séries temporais de corrente, tanto dos dados coletados quanto dos resultados do modelo,
são apresentadas na Figura 9.2.1-67. Os parâmetros estimados para quantificar a
comparação (dado x modelo) forneceram os seguintes resultados:

 Erro Estatístico Absoluto Médio = 0,08 m/s (comp. u6) e 0,10 m/s (comp. v7).
 Raiz Quadrática Média = 0,10 m/s (comp. u) e 0,13 m/s (comp. v).
 Index of agreement (Willmott & Wicks) = 0,70 (comp. u) e 0,72 (comp. v).

A Figura 9.2.1-68 mostra os histogramas direcionais dos vetores de corrente. Observa-se que
o modelo foi capaz de simular o campo de correntes na área de estudo, oscilando em torno
das mesmas magnitudes e também acompanhando as inversões de direção que ocorrem no
dado coletado em campo.

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Figura 9.2.1-67 - Séries temporais das componentes u e v da corrente (m/s), para o período de
29/03 a 03/05/2012. A série temporal dos dados coletados é apresentada em azul, enquanto que
a série temporal dos resultados da modelagem hidrodinâmica, é apresentada em vermelho.

Figura 9.2.1-68 - Histogramas direcionais dos vetores de corrente, calculados para o período
entre 29/03 a 03/05/2012. Os dados coletados em campo são apresentados no painel esquerdo e
os resultados do modelo, no direito.

Nas comparações realizadas, os valores obtidos foram em geral altos. Contudo, deve-se ter
em mente que uma comparação série contra série para uma modelagem hidrodinâmica numa
região e numa escala como a do presente estudo, não é suficiente para avaliar a qualidade
dos resultados, uma vez que nestas condições os efeitos não lineares são muito intensos e
de difícil reprodutibilidade pela modelagem numérica.

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Nestas situações também é importante avaliar como se comportam os padrões médios e


extremos obtidos com a modelagem e se o modelo tem capacidade de reproduzir o
comportamento dos fenômenos mais frequentes e mais energéticos observados nos dados.
Para tal, apresentamos a seguir, uma comparação entre os valores máximos, médios e os
desvios padrão entre dados e resultados do modelo (Tabela 9.2.1-51).

Para verificar de forma objetiva e quantitativa o quanto a modelagem conseguiu reproduzir as


principais características da dinâmica oceânica das regiões de estudo em escalas espacial e
temporal e em termos de variabilidade e intensidade, apresenta-se a seguir uma comparação
entre os espectros obtidos através da modelagem e os calculados a partir dos dados. Foram
consideradas as faixas de frequências de 0 (zero) a 6 ciclos por dia (cpd) dos espectros de
amplitudes das componentes u e v do vetor velocidade (Figura 9.2.1-69).

Para quantificar o quanto o resultado da modelagem é capaz de reproduzir a variabilidade e a


energia presente nos dados, adotou-se o procedimento descrito a seguir:

As amplitudes dos espectros foram convertidas em energia, através da seguinte operação


(exemplificado abaixo para a componente u):

EnergiaUi  0.5   AmplitudeUi 


2

Tabela 9.2.1-51 - Comparação entre os resultados da modelagem e os dados medidos em


campo.

Características Analisadas Valores

Média da velocidade (m/s) do dado 0,1245


Média da velocidade (m/s) do modelo 0,1610
Erro percentual na média da velocidade 0,2932
Velocidade máxima (m/s) do dado 0,4085
Velocidade máxima (m/s) do modelo 0,4077
Erro percentual na velocidade máxima 0,0020
Média da componente U (m/s) do dado 0,0724
Média da componente U (m/s) do modelo 0,0937
Erro percentual na média da componente U 0,2942
Média da componente V (m/s) do dado 0,0922
Média da componente V (m/s) do modelo 0,1194
Erro percentual na média da componente V 0,2950
Desvio padrão da componente U do dado 0,0592
Desvio padrão da componente V do modelo 0,0610
Erro percentual do desvio padrão da comp. U 0,0304
Desvio padrão da componente V do dado 0,0727
Desvio padrão da componente V do modelo 0,0806

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Características Analisadas Valores

Erro percentual do desvio padrão da comp. V 0,1087


Direção (graus) mais frequente do dado 46,1789
Direção (graus) mais frequente do modelo 60,9513 - 67,1903

Figura 9.2.1-69 - Espectro de amplitudes das componentes u (painel esquerdo) e v (painel


direito) da velocidade medida (azul) e a calculada pelo modelo (vermelho) entre os dias 29/03 a
03/05/2012.

Esta operação foi aplicada a cada componente harmônico (i) do espectro. A seguir o espectro
foi integrado considerando o intervalo de frequência como dado por:

24
F 
N  t
Onde,

 ΔF = intervalo de frequência ou frequência unitária do espectro;


 Δt = intervalo de amostragem (nas análises feitas foi sempre 1 hora);
 N = número de observações (número total de horas de observação).

A integração numérica foi realizada pelo método mais simples possível, o dos retângulos
(abaixo exemplificado para a componente u):

N
2
EnergiaUTotal   EnergiaUi  F
i 1

Cabe salientar que poderia ter sido utilizado o espectro de energia diretamente, e este teria
nos fornecido a variância total do sinal o que daria uma estimativa (quase igual) à energia. A
vantagem de se utilizar o espectro de amplitudes é que este fornece diretamente a amplitude

ARCADIS logos 533


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dos sinais envolvidos no fenômeno analisado. A amplitude do espectro (valor expresso na


ordenada) tem a mesma dimensão física e a mesma unidade de medida da grandeza
analisada.

A seguir, com os valores da Energia Total calculados para o modelo e para o dado,
calculamos o erro percentual entre as energias obtidas no modelo e no dado, da seguinte
forma (exemplificado para a componente u):

| EnergiaUTotalDado  EnergiaUTotalModel |
Erro%U  100 
EnergiaUTotalDado

Os cálculos do erro percentual foram realizados para os espectros apresentados na Figura


9.2.1-69. Obtiveram-se erros percentuais do modelo em relação ao dado, considerando a
faixa de 0 a 6 cpd (ciclos por dia), de 19,73% para a componente u e 25,52% e para a
componente v.

Estes resultados mostram que os erros obtidos são em geral baixos, próximos de 20%, o que
demonstra quantitativamente a capacidade do modelo em reproduzir a variabilidade e a
energia contida nos dados de tal forma que, tanto a energia quanto a distribuição desta nas
faixas de frequências, são satisfatoriamente reproduzidas pela modelagem.

Por fim, deve-se considerar que os parâmetros utilizados e apresentados para quantificar a
comparação entre as observações e os resultados da modelagem são de natureza estatística
e, portanto, somente expressam o quanto duas séries temporais (ou números) se
assemelham. Por outro lado, é importante também considerar os principais aspectos físicos
envolvidos.

No caso das modelagens em questão, tanto a análise estatística dos resultados quanto a
observação do campo de corrente e elevação modelados mostram que, as modelagens
conseguiram reproduzir de forma satisfatória as principais características hidrodinâmicas da
região de estudo em escalas espacial e temporal. As figuras a seguir mostram instantes do
campo de corrente superficial modelados para duas condições típicas: corrente para SW
(Figura 9.2.1-70) e para NE (Figura 9.2.1-71).

A representação gráfica das Figura 9.2.1-70 e Figura 9.2.1-71 estão de acordo com o sentido
geral dos processos de dinâmica sedimentar costeira descrito na literatura (MUEHE e
CARVALHO, 1993). As duas condições climáticas que condicionam os mecanismos de deriva
litorânea na região, genericamente podem ser sintetizadas como tempo bom, predomínio da
incidência de ondas de NE/E/SE com predomínio de correntes de deriva rumo a SW/S, e de
tempestade com predomínio de ondas de S/SE e correntes de deriva deslocando-se
predominantemente para NE/E.

Neste mecanismo geral de transporte arenoso costeiro, a presença de um promontório


rochoso (Ponta Negra), interfere na dinâmica dos processos de transporte de sedimentos
litorâneos. Este promontório individualiza os segmentos praiais localizados a NE/E e SW/S,
funcionando como elemento de retenção e acumulação de sedimentos provenientes de SW/S
e NE/E, gerando feições geomorfológicas de acumulação e erosão alternadas espacialmente
em função do predomínio temporal de um ou outro processo hidrodinâmico.

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Terminais Ponta Negra – TPN

Figura 9.2.1-70 - Instantâneo do campo de correntes para um momento onde a corrente é para
SW. A barra de cores lateral apresenta a intensidade das correntes (em m/s).

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Figura 9.2.1-71 - Instantâneo do campo de correntes para um momento onde a corrente é para
NE. A barra de cores lateral apresenta a intensidade das correntes (em m/s).

Avaliação para o clima de ondas

Para avaliar a capacidade da modelagem em reproduzir o comportamento do clima de ondas,


compararam-se os dados coletados nas proximidades das futuras instalações com os
resultados da modelagem para esta mesma posição.

As séries temporais de altura significativa (Hs), período de pico (Tp) e direção de pico (Dir)
das ondas, tanto dos dados coletados quanto dos resultados do modelo, são apresentadas
nas figuras a seguir (Figura 9.2.1-72 a Figura 9.2.1-74). Observa-se que o modelo tem a
capacidade de representar o padrão do clima de ondas da região. Os parâmetros estimados
para quantificar a comparação (dado x modelo) forneceram os seguintes resultados:

 Erro Estatístico Absoluto Médio = 0,19 m (Hs), 1,55 s (Tp) e 14,34° (Dir).
 Raiz Quadrática Média = 0,26 m (Hs), 2,19 s (Tp) e 18,75° (Dir).
 Index of agreement (Willmott & Wicks) = 0,94 (Hs), 0.65 (Tp) e 0,67 (Dir).

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Figura 9.2.1-72 - Séries temporais da altura significativa das ondas (m), para o período de 28/03
a 03/05/2012. A série temporal dos dados coletados é apresentada em azul, enquanto que a
série temporal dos resultados da modelagem hidrodinâmica, é apresentada em vermelho.

Figura 9.2.1-73 - Séries temporais do período de pico das ondas (s), para o período de 28/03 a
03/05/2012. A série temporal dos dados coletados é apresentada em azul, enquanto que a série
temporal dos resultados da modelagem hidrodinâmica, é apresentada em vermelho.

Figura 9.2.1-74 - Séries temporais da direção de pico das ondas (°), para o período de 28/03 a
03/05/2012. A série temporal dos dados coletados é apresentada em azul, enquanto que a série
temporal dos resultados da modelagem hidrodinâmica, é apresentada em vermelho.

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Os histogramas de altura significativa das ondas e período, através dos dados coletados e
dos dados do modelo são mostrados nas Figuras 1.1-37 e 1.1-38, respectivamente. Os
resultados mostraram uma boa correlação entre os dados medidos e os modelados,
afirmando que a modelagem utilizada satisfaz aos processos observados na região.

Figura 9.2.1-75 - Histogramas direcionais da altura significativa das ondas. Os dados coletados
em campo são apresentados no painel esquerdo e os resultados do modelo, no direito.

Figura 9.2.1-76 - Histogramas direcionais do período de pico das ondas. Os dados coletados em
campo são apresentados no painel esquerdo e os resultados do modelo, no direito.

d) Resultados da Modelagem Numérica Considerando a Sazonalidade


Como os dados coletados em campo são referentes a um período aproximado de 1 (um)
mês, não foi possível caracterizar a sazonalidade da hidrodinâmica e do clima de ondas na
região. Por este motivo, são apresentados os resultados de corrente e ondas, obtidos através
da modelagem, para os períodos de verão (janeiro, fevereiro e março) e inverno (junho, julho

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e agosto), referentes à configuração atual, a fim de facilitar as análises que serão


apresentadas posteriormente considerando a configuração futura. Os resultados obtidos com
a modelagem numérica para as condições futuras estão presentes no capítulo 10 do EIA.

A Figura 9.2.1-77 apresenta o histograma direcional da velocidade das correntes, e a Tabela


9.2.1-52 a ocorrência conjunta de intensidade (cm/s) e direção (°) das correntes, para o
período de verão. Ao observarmos os resultados gerados pelo modelo para o período de
verão verifica-se que a corrente vai para o quadrante SW durante a maior parte do tempo,
com poucas inversões para o quadrante NE - a tabela de ocorrência conjunta indica que em
50,6% das ocorrências, a corrente é para WSW. Além disso, raramente a velocidade
ultrapassa 0,30 m/s - a tabela de ocorrência conjunta indica que em 90% do tempo, a
corrente apresenta velocidades iguais ou inferiores a 30 cm/s.

A Figura 9.2.1-78 apresenta o histograma direcional da velocidade das correntes, e a Tabela


9.2.1-53, a ocorrência conjunta de intensidade (cm/s) e direção (°) das correntes, para o
período de inverno.

Ao observarmos os resultados gerados pelo modelo para o período de inverno verifica-se um


número maior de inversões da corrente, ou seja, mais registros da corrente indo para o
quadrante NE do que no período de verão – a tabela de ocorrência conjunta indica que em
34,6 % dos registros, a corrente vai para as direções NE e ENE. Isto ocorre pelo fato de que,
no inverno, há a ocorrência de um maior número de sistemas frontais (frentes frias),
caracterizados por ventos provenientes do quadrante S, que podem causar a inversão das
correntes. A velocidade das correntes raramente ultrapassa 0,30 m/s durante todo o período
analisado e a tabela de ocorrência conjunta indica que em 90% do tempo, a corrente
apresenta velocidades iguais ou inferiores a 25 cm/s.

Figura 9.2.1-77 - Histograma direcional da velocidade das correntes (média na coluna d’água),
calculado para o período de verão.

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Tabela 9.2.1-52 - Ocorrência conjunta de intensidade (cm/s) e direção (°) das correntes (média
na coluna d’água), para o período de verão. A direção é medida em graus a partir do norte
geográfico e segue a convenção vetorial.

Figura 9.2.1-78 - Histograma direcional da velocidade das correntes (média na coluna d’água),
calculado para o período de inverno.

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Tabela 9.2.1-53 - Ocorrência conjunta de intensidade (cm/s) e direção (°) das correntes (média
na coluna d’água), para o período de inverno. A direção é medida em graus a partir do norte
geográfico e segue a convenção vetorial.

A Figura 9.2.1-79 apresenta o histograma direcional da altura significativa das ondas, e a


Tabela 9.2.1-54 a ocorrência conjunta de altura (m) e direção (°) das ondas, para o período
de verão (janeiro, fevereiro e março). A Figura 9.2.1-80 e a Tabela 9.2.1-55 apresentam as
mesmas análises, no entanto para o período de inverno (junho, julho e agosto).

Ao compararmos os resultados gerados pelo modelo (para verão e inverno), verifica-se que
no inverno há um maior número de ondas provenientes do quadrante S, com alturas
significativas maiores. Conforme já explicado, isto ocorre devido à maior ocorrência de
sistemas frontais durante este período.

No verão, o maior número de registros é de ondas provenientes da direção ESE (28,5%). Ao


analisarmos a altura significativa, as ondas que apresentam de 1,0 a 2,0 metros totalizam
72,8% dos registros. Durante 90% do tempo as ondas apresentam alturas significativas iguais
ou inferiores a 2,0 m.

No inverno, o maior número de observações é de ondas provenientes de S (27,2%). Ao


analisarmos as ondas provenientes desta direção (S), o maior número de registros é de
ondas que oscilam entre 2,5 e 3,0 metros. Durante 90% do tempo as ondas apresentam
alturas significativas iguais ou inferiores a 3,5 m.

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Figura 9.2.1-79 - Histograma direcional da altura significativa das ondas, calculado para o
período de verão.

Tabela 9.2.1-54 - Ocorrência conjunta de altura (m) e direção (°) das ondas, para o período de
verão. A direção é medida em graus a partir do norte geográfico e segue a convenção
meteorológica.

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Figura 9.2.1-80 - Histograma direcional da altura significativa das ondas, calculado para o
período de inverno.

Tabela 9.2.1-55 - Ocorrência conjunta de altura (m) e direção (°) das ondas, para o período de
inverno. A direção é medida em graus a partir do norte geográfico e segue a convenção
meteorológica.

C) Condição de Autodepuração da Região para Constituintes do Efluente


Durante a fase de implantação do empreendimento serão utilizados aproximadamente 450
trabalhadores nas obras, os quais irão gerar efluentes sanitários que, após o devido
tratamento, irão ser descartados no mar com uma vazão de 1781 L/h. Esse local será o
mesmo utilizado para o lançamento dos efluentes tanto na fase de implantação quanto de
operação, como mostra a Figura 9.2.1-81 com o padrão de correntes para SW.

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Figura 9.2.1-81 - Local de lançamento do efluente tratado (ponto amarelo). Ao fundo, resultados
de magnitude média na coluna d’água e direção da corrente, em um instante onde a direção da
corrente é para SW, na configuração futura. A barra lateral de cores indica a magnitude da
corrente (em m/s) e os vetores indicam a direção da corrente.

Na fase de operação do TPN a estimativa de efluentes sanitários considerou a operação dos


terminais de graneis líquidos e carga geral, do estaleiro e da administração. Desta forma,
foram considerados aproximadamente 4.150 trabalhadores (operação plena do TPN). Estes
efluentes serão gerados, basicamente, pelos refeitórios, vestiários e sanitários dos terminais
e serão compostos essencialmente de água de banho, excretas, papel higiênico, restos de
comida, sabão, detergentes e águas de lavagem.

Dentre as características físicas, químicas e biológicas dos efluentes sanitários, destacam-se:


matéria sólida, os esgotos domésticos contêm aproximadamente 99,9% de água, e apenas
0,1% de sólidos; micro-organismo, os principais organismos encontrados nos esgotos são: as
bactérias (coliformes), os fungos, os protozoários, os vírus e as algas.

O efluente sanitário será tratado por Estações de Tratamento de efluente (ETEs). Estas
estações realizarão o tratamento de caráter biológico associando etapas anaeróbias (com a
ausência de oxigênio) e aeróbias (com a presença do oxigênio), através das quais ocorrerá a
descontaminação do efluente. Com isso estas terão uma eficiência de remoção de DBO

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(Demanda Bioquímica de Oxigênio) na ordem de 94 a 98%. A vazão estimada de efluentes


sanitários gerados no TPN será de 16.427 L/h.

Os efluentes líquidos industriais serão gerados pelos empreendimentos que se instalarão


futuramente no TPN, visto que as atividades administrativas do próprio TPN não preveem
este tipo de efluente. Os efluentes industriais terão características oleosas, devido às
atividades de tancagem de petróleo, e operação do estaleiro, além das áreas especiais do
terminal de carga geral.

O efluente industrial (principalmente efluente oleoso) será gerado preferencialmente na planta


operacional do TPN, a qual pode ser dividida em: Estaleiro; Lavagem das peças; Lavagem
dos cascos e compartimentos do navio; Utilização no processo; Terminal de líquidos;
Lavagem de pátios; Lavagem de tanques; Água utilizada em eventuais lavadores de gases. A
vazão estimada de efluentes industriais gerados no TPN será de 8.335 L/h.

Considerando que todo o efluente (sanitário + industrial) será lançado num único canal de
drenagem do TPN, é possível estimar a vazão total (efluentes sanitários e industriais) em
24.762 L/h.

a) Análise Qualitativa da Pluma de Efluentes


Para a análise do comportamento da pluma de efluentes foi utilizado como estudo base o
comportamento da pluma no Estudo de Impacto Ambiental da Base Portuária da Petrobras
(BP) (PETROBRAS, 2012), empreendimento a ser instalado na costa do município de
Anchieta, Espírito Santo. Nesse estudo foi realizada uma modelagem numérica considerando
o cenário de descarte contínuo de 12.500 L/h de efluente conservativo, ou seja, sem
degradação (bio)química com o meio marinho. Essa vazão corresponde a 50,48% da vazão
do efluente do TPN durante a fase de operação do empreendimento.

A abordagem qualitativa da análise corresponde a um estudo comparativo entre os cenários


e previsão de comportamento da pluma de efluentes do TPN.

Através das informações obtidas sobre as vazões de efluente geradas pelo TPN, o período
que merece maior atenção é durante a fase de operação do porto. Para tentar comparar os
dois cenários serão levados em consideração dados sobre a hidrodinâmica típica de verão e
inverno, além da distância do ponto de lançamento do efluente nos dois empreendimentos, a
fim de se ter uma estimativa aproximada do comportamento da pluma. O layout da BP
encontra-se a aproximadamente 1 km da costa, ou seja, o efluente seria lançado nessa
distância da linha de praia, ficando sujeito à hidrodinâmica. Já no TPN, o lançamento do
efluente está previsto para ocorrer próximo da extremidade do quebra-mar leste do
empreendimento, em aproximadamente 1.5 km de distância da praia e 2 km do costão
rochoso à oeste.

A Tabela 9.2.1-56 abaixo compara os dois empreendimentos e as principais características e


parâmetros ambientais utilizados na análise qualitativa.

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Tabela 9.2.1-56 - Características comparativas do efluente da BP e do TPN.

Empreendimentos

Característica Base Portuária TPN

Vazão do efluente 12.500 L/h 24.762 L/h


Distância mínima da costa ~1 km ~1.5km
Velocidade média da corrente
0.2 m/s 0.2 - 0.3 m/s
no verão
Direção preferencial da corrente
S-SO S-SO
no verão
Velocidade média da corrente
0.15 m/s 0.2 - 0.25 m/s
no inverno
Direção preferencial da corrente
N-NE N-NE
no inverno
Profundidade no local de
15m 27m
lançamento

Os resultados do estudo do TPN mostraram que os padrões de velocidade e direção das


correntes nos períodos de verão e inverno são muito similares com o da BP, ou seja, espera-
se que a pluma de efluentes tenha um comportamento parecido em termos de dispersão.

No estudo da BP os cálculos mostraram que a concentração do efluente tornou-se menor do


que 1% do que a concentração inicial dentro de uma distância de aproximadamente 10m do
ponto de lançamento. Em uma distância de 100 m a concentração reduziu para
aproximadamente 0.05%, já para a distância de 1000 m a concentração foi reduzida para
0.001% da concentração inicial. Levando-se em consideração a coluna d’água, na região da
BP a concentração do efluente diminuiu para 0,01% nos primeiros 50m após o lançamento do
material.

Como a região de lançamento do efluente na região do TPN encontra-se em


aproximadamente 27 m de profundidade, espera-se que uma diluição ainda maior ocorra com
o material lançado.

Apesar do material da BP ser considerado como conservativo, e no efluente do TPN haver


material sanitário, espera-se que o comportamento seja similar em virtude das condições
hidrodinâmicas.

Devido ao fato da vazão do efluente no TPN ser aproximadamente o dobro da quantidade


prevista para a BP, resultados diferentes em relação ao espalhamento da pluma podem ser
previsto. Apesar dessa diferença, a distância da linha de costa e a profundidade do local
escolhido podem fazer com que o efluente não atinja a linha de costa, ou ocorra em períodos
específicos através de correntes de SE, pouco observados. De acordo com a similaridade do
fluxo nos períodos de verão e inverno, e considerando o dobro da vazão, é possível que a
concentração do efluente do TPN diminua para aproximadamente 0,05% do inicial em uma
distância de 200 a 300 m.

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9.2.1.4. Morfologia da Linha de Costa em Função das Estruturas Costeiras


O litoral do Estado do Rio de Janeiro, entre Niterói e Cabo Frio está composto de extensos
arcos praiais, associados a cordões litorâneos (beach barriers) que, frequentemente, ocorrem
em forma de duplos cordões, dispostos paralelamente entre si e separados por uma
depressão estreita. Estes cordões imprimiram o aspecto retificado a todo este litoral que,
entre o Cabo Frio e a baía de Guanabara formam uma linha quase contínua, apenas
interrompida pelos promontórios rochosos que separam as diversas baixadas costeiras
(MUEHE & VALENTINI, 1998). A gradativa redução do aporte fluvial e o aumento do déficit
no balanço hídrico em direção à Cabo Frio influenciam a salinidade das águas lagunares na
mesma direção (AZEVEDO, 1984).

Ao contrário do modelo de evolução dos cordões litorâneos, inicialmente assumido como


sendo por crescimento, de oeste para leste, na forma de um pontal (LAMEGO, 1940, 1945), a
interpretação feita por Muehe & Corrêa (1989), foi a de migração desses cordões em direção
ao continente, até sua posição atual, em consonância com a elevação do nível do mar,
estando o cordão mais interiorizado associado à última transgressão pleistocênica (MARTIN
& SUGUIO, 1989), e o cordão frontal à transgressão pós-glacial. Este processo de
retrogradação parece ainda afetar os cordões litorâneos frontais que, em muitos pontos são
transpostos pelas ondas de tempestade (overwash). Arenitos de praia submersos, defronte
às praias de Massambada, Jaconé e Itaipuaçu (MUEHE & IGNARRA, 1984) e Jacarepaguá
(MACEDO, 1971), de idade não determinada, comprovam o processo de retrogradação, e
sugerem, para os casos em que os mesmos afloram na base da face da praia, como em
Jaconé e Jacarepaguá, a continuidade deste processo, implicando em instabilidade potencial
da linha de costa.

Um aspecto peculiar, resultante da orientação deste compartimento, e que se manifesta nas


proximidades de Arraial do Cabo, é o predomínio do transporte eólico em direção ao mar,
decorrente da ação do vento nordeste. Como consequência as dunas frontais, localizadas
imediatamente à retaguarda da praia, constituem uma reserva de sedimentos para a
atenuação de processos erosivos, estão sujeitos a perdas significativas no caso de inibição
dos processos de realimentação, como por exemplo, a deposição de sedimentos no reverso
das dunas pela transposição de ondas em condições de tempestades e por ação de fortes
ventos de sul, não acompanhados por precipitação.

Levantamentos iniciados em 1996 pelo Laboratório de Geomorfologia Fluvial Costeira e


Submarina do Departamento de Geografia – UFRJ vem registrando uma redução quase
contínua do estoque sedimentar, possivelmente em decorrência das alterações climáticas
induzidas pelo El Niño. A plataforma continental interna, muito estreita no setor leste do
marco-compartimento, se assemelhando com uma largura de apenas 4 km, à largura modal
de plataformas continentais tectonicamente ativas (MUEHE & CARVALHO, 1993), vai se
alargando gradativamente em direção a oeste. De acordo com a compilação feita por
Kowsmann & Costa (1979) e resultados obtidos por Muehe (1989) e Muehe & Carvalho,
(1993), o recobrimento sedimentar da plataforma continental interna é predominantemente de
areia quartzosa.

Contrário à direção residual do transporte sedimentar na plataforma continental interna,


inferida por Muehe & Carvalho (1993) como sendo em direção ao Cabo Frio, o padrão
granulométrico encontrado na praia é um reflexo deste padrão e não um indicativo da direção
residual do transporte litorâneo ao longo da praia que, em função da orientação deste

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compartimento, em relação à incidência das ondas, tende a uma situação de equilíbrio sem
definição clara de uma direção definida de transporte residual (MUEHE & CORRÊA, 1989).
As areias de plataforma e, consequentemente, da praia, devido à inexistência de significativo
aporte terrígeno atual, são essencialmente reliquiares, isto é, resultam de remobilização por
processos marinhos de sedimentos fluviais e coluviais incorporados na plataforma continental
na época em que esta plataforma se constituía numa planície costeira (MUEHE, 1989;
MUEHE & CARVALHO, 1993).

a) Morfologia do sistema praial de Jaconé - Saquarema


A caracterização morfodinâmica de um arco praial revela o modo como os forçantes
oceanográficos, meteorológicos, geológicos e sedimentológicos concorrem para um
determinado padrão de comportamento de uma praia e de seus setores. Este padrão pode
variar ao longo de um arco praial, ou até mesmo num mesmo setor, de acordo com a
mobilização tranversal e/ou longitudinal dos sedimentos da zona submarina pela ação de
correntes, atribuindo granulometrias diferenciadas ao longo de um arco e no decorrer do
tempo. O arco praial de Jaconé-Saquarema corresponde a um trecho de 19,4 km da costa
fluminense entre os promontórios “Ponta Negra” e “Ponta de Saquarema”, compreendendo
os municípios de Maricá e Saquarema (Figura 9.2.1-82). Orientado no sentido leste-oeste, o
arco está francamente voltado para sul, o que possibilita a ação direta das ondas sobre a
praia, resultando inclusive em eventos de forte erosão dos setores emersos do prisma praial
quando da ocorrência de eventos de tempestade. Desta forma, a única barreira física, do
ponto de vista geológico-estrutural, que pode influir na disposição e granulometria dos
sedimentos em Jaconé-Saquarema é o afloramento de arenitos de praia (beach rocks),
comuns na faixa litorânea em questão, mas atuantes em uma escala mais restrita se
comparados ao impacto de ilhas sobre a disposição de sedimentos e granulometria. Os
promontórios são de porte relativamente restrito e têm apenas influência igualmente restrita.

As barreiras arenosas no arco praial de Jaconé-Saquarema estão associadas com uma rede
de drenagem relativamente incipiente e que drena diretamente para as lagoas pequenas
quantidades relativas de sedimentos continentais. Neste sentido, a zona submarina é a fonte
principal de sedimentos e, assim, influi diretamente no comportamento morfodinâmico. O arco
praial como um todo não apresenta dunas frontais desenvolvidas, embora feições eólicas
desenvolvam-se melhor à oeste, conforme constatado pela maior presença percentual de
areia fina na região da praia de Jaconé (com valores entre 28% e 39% das amostras
coletadas por Fontenelle & Corrêa, 2010) do que na região de Saquarema, que apresentaram
valores de areia fina entre 14% e 19% das amostras coletadas.

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Figura 9.2.1-82 - Trecho de 19,4 Km da costa fluminense entre os promontórios de Ponta Negra
e ponta de Saquarema.

Neste sentido, a disponibilidade de sedimentos finos disponíveis para mobilização pelo vento
é baixa, porém, com valores heterogêneos ao longo do arco praial. Fontenelle & Corrêa
(2010) afirmam que o arco praial está caracterizado por diferentes estágios morfodinâmicos,
revelando resultados sempre intermediários, com maior tendência reflectiva à leste e
dissipativa à oeste. A granulometria das amostras coletadas na face e na berma da praia
corrobora com esta avaliação morfodinâmica, onde as médias das amostras apontam para
areias grossas ou muito grossas, de bem a muito bem selecionadas.

O transporte de sedimentos por deriva litorânea segue a tendência regional de um residual na


direção oeste-leste, entretanto, períodos de inversão podem ocorrer, tornando o cenário
sazonal e transitório. A ausência de ilhas e cabos permite que este transporte seja bastante
eficiente, embora estruturas de menor grandeza, e no caso de Jaconé estamos falando da
presença de beach rocks, possam influir diretamente de acordo com sua extensão, espessura
e posição.

9.2.1.5. Análise de Linha de Costa


A análise da alteração da linha de costa do Município de Maricá (região costeira da Praia de
Jaconé), que esta descrita no item de alterações da modelagem, foi realizada para a região
de influência dos terminais Ponta Negra através do Digital Shoreline Analysis System
(DSAS), desenvolvido pelo USGS4. O DSAS é um sistema de análise que calcula
estatisticamente a taxa de alteração de múltiplas posições de linhas de costa armazenadas
em um SIG (THIELER et al., 2009).

Para a realização desta análise são necessárias séries históricas de linhas de costa, obtidas
por levantamento de campo, ou por imagens obtidas através de sensores remotos. Para este
estudo foram utilizadas imagens provenientes de vários sensores, e com baixa cobertura de
nuvens, que pudessem fornecer subsídios para estas análises.

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Para a realização desta análise foi utilizada uma série histórica de fotografias aéreas e
imagens do satélite CBERS 2B (obtidas junto ao INPE), que atendessem aos requisitos
acima, para que fosse possível estabelecer o posicionamento da linha de costa na época de
obtenção destas imagens. Estas são apresentadas na Tabela 9.2.1-57 e podem ser
visualizadas na Figura 9.2.1-83.

Como estas imagens foram fornecidas sem informações a respeito da correção geométrica
realizada ou, no caso das imagens do CBERS 2B, apenas com nível 2 de correção (ou seja,
correção radiométrica e geométrica de sistema; DEBIASI et al., 2007), estas imagens
precisaram passar por um processo adicional de correção geométrica com base no mosaico
ortorretificado de imagens GeoCover (ETM+ LandSat 7).

Apesar deste mosaico possuir um tamanho de pixel 6 vezes maior que as imagens do sensor
HRC7 do satélite CBERS 2B, por exemplo, obteve-se uma boa correção geométrica destas
imagens, através da utilização de um polinômio de 3⁰ grau, calculado com mais de 10 pontos
de controle em cada imagem, de forma a se atingir uma raiz quadrática média (RMS) inferior
a 0,5 em cada um dos pontos utilizados (MARTINS et al., 2009).

Após o processo de correção, este conjunto de imagens foi incluído em um Sistema de


Informações Geográficas (SIG), desenvolvido para a região costeira de Jaconé de forma a
servir de base para a análise das taxas de alteração da linha de costa.

Tabela 9.2.1-57 - Data de obtenção, fonte, tipo, sensor e resolução espacial das imagens
obtidas.

Identificador Data Fonte Tipo Sensor Resolução


Espacial (m)

01 10/10/2007 INPE Satélite HRC 2,7


CBERS 2B
02 2008 DTA Aerofoto Câmara Aérea 1
Engenharia
03 2012 DTA Aerofoto Câmara Aérea 1
Engenharia

Figura 9.2.1-83 - Imagens obtidas para a região costeira de Maricá, 2007, 2008 e 2012,
respectivamente.

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Após incorporação no SIG, as imagens de satélite foram digitalizadas de forma a estabelecer,


assim, uma sequência temporal de 5 anos (ou seja, de 2007 a 2012) de linhas de costa para
a realização da análise com o DSAS (Figura 9.2.1-84).

Figura 9.2.1-84 - Linhas de costa digitalizadas a partir das imagens obtidas

O DSAS utiliza uma série de transectos perpendiculares às linhas de costa para a realização
das análises. Dessa forma, estabeleceu-se uma série de transectos ao longo da área de
influência dos Terminais Ponta Negra, posicionados a cada 20 m de distância (Figura
9.2.1-85). Como resultado, para o período de tempo estudado, obtiveram-se os valores
correspondentes à taxa anual de variação (compreendendo a distância, calculada no
movimento líquido da linha de costa, dividida pelo período de tempo considerado).

Figura 9.2.1-85 - Localização dos transectos realizados para o estudo da variação da linha de
costa no Município de Maricá.

A) Resultados das Análises


A seguir, são apresentados os resultados da análise realizada para o arco praial de Jaconé.
Para todo o trecho estudado foram obtidos os valores da taxa anual média de variação da
linha de costa correspondente a um período de 5 anos (2007 a 2012).

Análises de séries histórias nos permitem obter uma informação valiosa de épocas nas quais
não existe informação batimétrica, nem dados medidos de campo. Destaca-se que, devido à
ausência de variabilidade do perfil praial, este tipo de estudo não leva em consideração a
variação da maré, entradas de frentes e variações estacionais, sendo portanto recomendável,
e extremamente importante, a comparação entre linhas de costa de diferentes anos, mas

ARCADIS logos 551


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obtidas sob uma mesma influência de maré, de uma mesma estação e, se possível, do
mesmo mês.

A seguir são apresentados os resultados obtidos da análise da variação da linha de costa,


levando-se em consideração as premissas expostas acima.

Conforme se observa na Figura 9.2.1-86, verifica-se na Praia de Jaconé, para os 5 anos de


análise, um processo de recuo no canto esquerdo junto ao promontório de Ponta Negra, e um
avanço na outra extremidade da praia, estando a maior parte do arco praial estável quanto à
posição da linha de costa. A taxa anual média calculada entre os anos de 2005 e 2012 variou
de 2 m por ano (variação de - 2 m a 2 m).

Figura 9.2.1-86 - Resultados das análises de variação da linha de costa no Município de Maricá
realizadas para o arco praial de Jaconé.

O arco praial de Jaconé, por apresentar características de praia intermediária-reflectiva, sofre


modificações quando submetida à passagem de grandes ondulações na região. Para ilustrar
estas modificações, e justificar a estabilidade do arco praial, apresenta-se a seguir duas
imagens disponíveis no software Google Earth©, nas quais é possível observar a variação da
porção subaérea da Praia de Jaconé. Ambas as imagens foram obtidas no ano de 2012, sob
influência de tempo bom (02/04/2012) e grandes ondulações (08/06/2012). Observa-se na
Figura 9.2.1-87 que a face praial emersa da Praia de Jaconé chega a variar cerca de 20
metros sob influência de grandes ondulações.

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Figura 9.2.1-87 - Variação da praia de Jaconé sobre a influência de tempo bom (02/04/2012, à
esquerda) e grandes ondulações (08/06/2012, à direita).

Tomando base o que foi discutido anteriormente, pode-se concluir que os resultados erosão e
progradação da linha de costa obtidos não são significantes, já que correspondem apenas
geograficamente às variações espaciais da porção subaérea exposta, ou temporariamente
recoberta da praia de Jaconé, em fases de variação de marés de grande amplitude.

Convém ressaltar que a escassez de base de dados fotogramétrica, falta de metadados e a


incerteza temporal entre os levantamentos têm influência direta na precisão dos resultados
obtidos.

9.2.2. Meio Biótico

9.2.2.1. Ictiofauna

A) Metodologia Aplicada

a) Levantamento de dados secundários


Para a complementação de informações sobre a ocorrência da ictiofauna na área de
influência do empreendimento foi utilizada uma base de dados secundária, o que incluiu
resultados de artigos científicos publicados, assim como resumos em evento científicos da
área, monografias de graduação, dissertações de mestrado e teses de doutorado, estudos de
impacto ambiental e monitoramentos ambientais ocorridos na área de influência do
empreendimento. Além da compilação desses dados, a discussão da ecologia das principais
espécies ocorrentes e seu status de conservação também foi realizada para identificar e
avaliar os potenciais impactos da atividade portuária sobre essa comunidade.

b) Levantamento de Dados Primários


A campanha da estação seca foi realizada durante os dias 12 e 13 de setembro de 2012 e
nos dias 23 e 24 de janeiro de 2013, foi realizada a campanha da estação chuvosa. Em
ambas as campanhas foram realizadas pescarias com redes de espera e censo visual na
área de influência do empreendimento. Para a pesca com redes de espera foram utilizados
barcos da comunidade pesqueira artesanal de Ponta Negra (Foto 9.2.2-1), enquanto que
para o censo visual foi utilizado o mergulho autônomo com equipamento Aqualung (Foto
9.2.2-2). Pescaria com linhas-de-mão também foram empregadas, entretanto, apenas para
incrementar o inventário de espécies, ou seja, os dados qualitativos da área de estudo. Os
procedimentos de coleta selecionados foram baseados nas características do ambiente

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costeiro estudado e das artes de pesca empregadas na área de influência do


empreendimento. O arrasto rebocado com portas não foi utilizado devido à presença de
sedimentos consolidados no substrato marinho.

Foto 9.2.2-1 - Embarcações da pesca artesanal utilizadas para a pesca (segundo plano)
e redes de espera utilizadas para captura da ictiofauna.

Foto 9.2.2-2 - Mergulhador iniciando os trabalhos de censo visual no Ponto 3 para


observação de ictiofauna.

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c) Área de estudo
Na área de influencia dos Terminais Ponta Negra foram realizados amostragens em três
pontos (Quadro 9.2.2-1 e Figura 9.2.2-1), de forma que foram amostradas a área diretamente
afetada e áreas de influência direta, localizadas ao norte e ao sul do empreendimento. O
objetivo da distribuição desses pontos amostrais é identificar no futuro programa de
monitoramento, a dispersão dos efeitos dos impactos provenientes da instalação do
empreendimento na área diretamente afetada, além de áreas adjacentes ao norte e sul da
ADA. As três metodologias empregadas foram utilizadas nos três pontos amostrais.

Quadro 9.2.2-1 - Pontos amostrais, com respectivas descrições e coordenadas geográficas.

Pontos Coordenadas geográficas Descrição

01 736713.11 m E 7458180.60 m S Ao sul do TPN


02 738452.03 m E 7459885.25 m S Em frente ao TPN
03 741262.04 m E 7460441.32 m S Ao norte do TPN

Figura 9.2.2-1 - Localização dos pontos amostrais da ictiofauna.

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d) Metodologias Aplicadas
A ictiofauna presente na região do empreendimento foi amostrada por diferentes petrechos
de pesca, além do censo visual, a fim de inventariar da melhor maneira possível os recursos
pelágicos e demersais aí existentes. O arrasto rebocado (“balão”) não foi utilizado, visto que o
substrato nessa região não permite a operação desse artefato. A forma de coleta dos dados é
descrito abaixo.

As coletas foram realizadas em embarcações de pesca devidamente regulamentadas, sendo


que os petrechos de pesca obedeceram às legislações vigentes (Decreto-Lei n.° 221, de 28
de fevereiro de 1967 Decreto Nº 2.869, de 09 de dezembro de 1998). Após cada despesca o
material coletado foi previamente triado a bordo e acondicionados em sacos plásticos
identificados por estação e arte de pesca utilizada, e armazenada no gelo no porão das
embarcações para posterior transporte ao laboratório, onde os organismos foram submetidos
à contagem numérica e pesagem.

Metodologia 1

Redes de espera: em cada um dos pontos amostrais foram utilizadas redes de malhas 10,
12 e 14 cm, medidos entre nós, com 100 metros de comprimento e altura média de 2 m,
sendo elas armadas à tarde (18 horas) e recolhidas na manhã do dia seguinte (6 horas)
(amostra quali-quantitativa). Cada rede de espera foi considerada uma réplica, de modo que
em cada ponto amostral tréplicas foram realizadas. Os dados provenientes dessa modalidade
foram utilizados para análises quantitativas através da captura por unidade de esforço (CPUE
– gramas por metro quadrado do artefato de pesca e tempo de imersão - g/m².h). No total,
foram utilizados 1.800 m2 de rede em 12 horas de esforço amostral.

Metodologia 2

Linhas-de-mão: foram utilizadas linhas compostas por um carretel, onde a linha de poliamida
é mantida (geralmente a peça mede 100m de comprimento com 1 a 2 mm de espessura), um
destorcedor para evitar o emaranhamento da linha dentro da água. Os dados provenientes
dessa modalidade foram utilizados para análises qualitativas na composição da lista de
espécies. No total, 20 horas de esforço de pesca foi realizado.

Metodologia 3

Censo visual: utilizando-se equipamento de mergulho autônomo, o observador estendeu


uma trena a partir de um ponto escolhido aleatoriamente e a fixou a 20 metros. Ao longo
deste transecto todos os peixes foram identificados e contados (amostra quali-quantitativa),
exceto pelas espécies de comportamento críptico, que foram registradas através de
cuidadosa observação do substrato (e.g. em baixo de rochas e fendas) enquanto a trena era
recolhida durante o retorno ao ponto de origem. Essa metodologia permite que as espécies
que se afastam sejam contadas primeiras quando o mergulhador se aproxima, permitindo
uma boa estimativa de densidade para todas as espécies. No total, 120 m2 de área foram
cobertas através do censo visual, somados os três pontos amostrais. Esta metodologia só
pode ser aplicada na campanha de setembro. Em Janeiro de 2013 as condições do mar não
permitiram o mergulho no local de estudo.

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e) Análise de Dados
No laboratório, os peixes foram mensurados em seu comprimento total (mm) e peso (g)
utilizando balança eletrônica digital com divisão de um (01) g. Por meio de análise
macroscópica, também foi aferido o sexo de cada indivíduo, assim como classificadas quanto
a sua categoria trófica: carnívoras, planctívoras, detritívoras, onívoras e invertívoras.
Procedimentos de laboratório também incluíram dissecção dos exemplares, sexagem e
análise do estágio gonadal utilizando a seguinte escala proposta por VAZZOLER et al.
(1996).

Para identificação das espécies foram utilizadas bibliografias especializadas: (FIGUEIREDO


& MENEZES, 1978; FIGUEIREDO & MENEZES, 1980; FIGUEIREDO & MENEZES, 1985;
FIGUEIREDO & MENEZES, 2000; MENEZES & FIGUEIREDO, 1980, 1985).

Os dados de abundância relativa foram calculados empregando-se a captura por unidade de


esforço (CPUE – gramas por metro quadrado de rede por hora de imersão) para as capturas
através de rede de espera, enquanto que para os dados de censo visual, o número de
indivíduos por metro quadrado foi a medida utilizada.

Para a análise da diversidade biológica da ictiofauna foram empregados os índices de


diversidade de Shannon (H’), equitabilidade de Pielou (J’) e riqueza Absoluta (S), que tem por
objetivo, conjuntamente, avaliar a estrutura da comunidade.

A análise da diversidade ictiofaunística (H’) foi realizada com base nos resultados obtidos
pelo índice de diversidade de Shannon (PIELOU, 1975).

H’= -  (ni/N) . log (ni/N)

Onde, ni: valor de importância de cada espécie e N: total dos valores de importância.

A equitabilidade (J) de distribuição das capturas pelas espécies, estimada para cada estação,
será baseada na seguinte equação (PIELOU, 1975):

E = H’/log S,

onde: H’ = índice de Diversidade de Shannon; S= número de espécies.

A riqueza de espécies foi calculada através do número total de espécies encontradas (S).

Para a análise de eficiência amostral todas as espécies encontradas nas amostras foram
utilizadas como descritores. A eficiência amostral foi calcula utilizando a curva de acúmulo de
espécies onde foram utilizados o número de espécies (taxa) total (S) e o índice de Jacknife
encontrado em cada amostra coletada. O índice Jacknife estima a riqueza absoluta somando
a riqueza observada a um parâmetro calculado a partir do número de espécies raras e do
número de amostras (PALMER 1991). A fórmula para Jacknife usada foi a de primeira ordem:

(Jack 1): Jack 1= Sobs+ L (n-1/n), onde:

 Sobs é o número de espécies observado nas amostras,


 M= número de espécies que ocorrem em exatamente duas amostras,
 L é o número de espécies representadas em somente uma amostra e,

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 n é o número de amostras

A fim de determinar as variações espaciais na composição e abundância na estrutura da


comunidade de peixes, foi utilizada a Análise de Agrupamento (Cluster), técnica não métrica
de escalonamento multidimensional (MDS - Non Metric Multidimensional Scaling) (CLARKE &
WARWICK, 1994). Os valores de ocorrência numérica das espécies que participaram das
análises de similaridade dos grupos foram transformados pela raiz quarta e pelo índice de
similaridade de Bray-Curtis. Foram consideradas as espécies que ocorram em uma
frequência mínima de 1%. Na comparação entre as áreas, todos os táxons foram
considerados e as dissimilaridades e similaridades médias entre amostras, computadas
através da análise de similaridade ANOVA.

B) Caracterização da Fauna da Área de Influência Indireta (AII)


De forma a descrever a fauna de peixes existentes na área de influência indireta do
empreendimento, baseado em dados secundários, foi utilizado o trabalho de MONTEIRO-
NETTO et al. (2008), que identificou a ictiofauna na região costeira de Niterói/RJ, localizado
ao sul do empreendimento. Nesse estudo foram registradas 180 espécies de peixes, sendo
23 Elasmobranchii (13 famílias e 20 gêneros) e 157 espécies de Actinopterygii (63 famílias e
113 gêneros) em um estudo que envolveu a coleta de organismos de diversas metodologias
de coletas e ambientes amostrados, incluindo lagoas costeiras (MONTEIRO-NETTO et al.,
2008) (Quadro 9.2.2-2).

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Quadro 9.2.2-2 - Peixes de provável ocorrência na região e indicação do grau de ameaça.

Categoria de ameaça

Táxon Nome popular IBAMA Fonte

Anexo I Anexo II

Carcharhiniformes
Carcharhinidae
Carcharhinus obscurus Lesueur, 1818 Cação-marasco Monteiro-Netto et al, 2008
Carcharhinus brevipinna Müller & Henle, 1839 Cação-galha-preta Monteiro-Netto et al, 2008
Rhizoprionodon lalandii Valenciennes, 1841 Cação-frango Monteiro-Netto et al, 2008
Rhizoprionodon porosus Poey, 1861 Cação-frango Monteiro-Netto et al, 2008
Triakidae
Mustelus schmitti Springer, 1939 Cação-Sebastião Monteiro-Netto et al, 2008
Myliobatiformes
Mobulidae
Mobula hypostoma Bancroft, 1831 Raia-manta Monteiro-Netto et al, 2008
Lamnoformes
Lamnidae
Isurus oxyrhincus Rafinesque, 1810 Aniquim Monteiro-Netto et al, 2008
Squaliformes
Squalidae
Squalus cf.cubenseis Howell & Rivero, 1936 Cação-bagre Monteiro-Netto et al, 2008
Squatiniformes
Squatinidae

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Categoria de ameaça

Táxon Nome popular IBAMA Fonte

Anexo I Anexo II

Squatina guggenheim Marini, 1936 Cação-anjo x Monteiro-Netto et al, 2008


Squatina occulta Vooren & da Silva, 1992 Cação-anjo x Monteiro-Netto et al, 2008
Squatina dumeril Lesueur, 1818 Cação-anjo Monteiro-Netto et al, 2008
Rajiformes
Rajidae
Atlantoraja castelnaui Miranda-Ribeiro, 1907 Raia-fumo Monteiro-Netto et al, 2008
Rioraja agassizi Müller & Henle, 1841 Raia-santa Monteiro-Netto et al, 2008
Sympterygia acuta Garman, 1877 Raia-santa Monteiro-Netto et al, 2008
Rhinobatidae
Rhinobatos percellens Walbaum, 1792 Raia-viola Monteiro-Netto et al, 2008
Zapteryx brevirostris Müller & Henle, 1841 Raia-viola Monteiro-Netto et al, 2008
Gymnuridae
Gymnura altavela Linnaeus, 1758 Raia-borboleta Monteiro-Netto et al, 2008
Gymnura micrura Bloch & Schneider, 1801 Raia Monteiro-Netto et al, 2008
Dasyatidae
Dasyatis say Lesurur, 1817 Raia-manteiga Monteiro-Netto et al, 2008
Pteroplatytrygon violacea Bonaparte, 1832 Raia-mero Monteiro-Netto et al, 2008
Myliobatiformes
Myliobatidae
Aetobatus narinari Euphrasen, 1790 Raia-pintada Monteiro-Netto et al, 2008
Myliobatis freminvillei Lesueur, 1824 Raia-sapo Monteiro-Netto et al, 2008

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Categoria de ameaça

Táxon Nome popular IBAMA Fonte

Anexo I Anexo II

Rhinoptera bonasus Mitchill, 1815 Raia-ticonha


Torpediniformes
Narcinidae
Narcine brasiliensis Olfers, 1831 Raia-treme-treme Monteiro-Netto et al, 2008
Perciformes
Bleniidae
Parablennius marmoreus Poey, 1876 Maria-da-toca Monteiro-Netto et al, 2008
Parablennius pilicornis Cuvier, 1829 Maria-da-toca Monteiro-Netto et al, 2008
Scartella cristata Linnaeus, 1758 Maria-da-toca Monteiro-Netto et al, 2008
Acanthuridae
Acanthurus chirurgus Bloch, 1787 Cirurgião Monteiro-Netto et al, 2008
Carangidae
Caranx hippos Linnaeus, 1766 Xaréu Monteiro-Netto et al, 2008
Caranx crysos Mitchill, 1815 Xerelete Monteiro-Netto et al, 2008
Caranx latus Agassiz, 1829 Faqueco Monteiro-Netto et al, 2008
Chloroscombrus chrysurus Linnaeus, 1766 Palombeta Monteiro-Netto et al, 2008
Ctenosciaena gracilicirrhus Metezlaar, 1919 Barriga-cheia Monteiro-Netto et al, 2008
Decapterus punctatus Cuvier, 1829 Chicharro-cobra Monteiro-Netto et al, 2008
Oligoplites saurus Bloch & Schneider, 1801 Guaivira Monteiro-Netto et al, 2008
Pseudocaranx dentex Bloch & Schneider, 1801 Xaréu Monteiro-Netto et al, 2008
Selar crumenophthalmus Bloch, 1793 Xixarro Monteiro-Netto et al, 2008

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Categoria de ameaça

Táxon Nome popular IBAMA Fonte

Anexo I Anexo II

Selene setapinnis Mitchill, 1815 Peixe-galo Monteiro-Netto et al, 2008


Selene vomer Linneaus, 1758 Galo-de-penacho Monteiro-Netto et al, 2008
Seriola lalandi Valenciennes, 1833 Olhete Monteiro-Netto et al, 2008
Trachinotus carolinus Linnaeus, 1766 Pampo Monteiro-Netto et al, 2008
Trachinotus goodei Jordan & Evermann, 1896 Pampo-galhudo Monteiro-Netto et al, 2008
Trachinotus falcatus Linnaeus, 1758 Pampo Monteiro-Netto et al, 2008
Trachinotus marginatus Cuvier, 1832 Pampo Monteiro-Netto et al, 2008
Trachurus lathami Nichols, 1920 Xixarro Monteiro-Netto et al, 2008
Centropomidae
Centropomus undecimalis Bloch, 1792 Robalo Monteiro-Netto et al, 2008
Centropomus parallelus Poey, 1860 Robalo Monteiro-Netto et al, 2008
Chaetodontidae
Chaetodon sedentarius Poey, 1860 Peixe-borboleta Monteiro-Netto et al, 2008
Chaetodon striatus Linnaeus, 1758 Peixe-borboleta Monteiro-Netto et al, 2008
Echeneididae
Echeneis naucrates Linnaeus, 1758 Rêmora Monteiro-Netto et al, 2008
Ephippidae
Chaetodipterus faber Broussonet, 1782 Enxada Monteiro-Netto et al, 2008
Upeneus parvus Poey, 1852 Trilha Monteiro-Netto et al, 2008
Gempylidae
Thyrsitops lepidopoides Cuvier, 1832 Cavalinha Monteiro-Netto et al, 2008

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Anexo I Anexo II

Gerreidae
Diapterus auratus Ranzani, 1842 Carapeba Monteiro-Netto et al, 2008
Diapterus rhombeus Cuvier, 1829 Carapeba Monteiro-Netto et al, 2008
Eucinostomus argenteus Baird & Girard, 1855 Carapicu Monteiro-Netto et al, 2008
Eucinostomus gula Quoy & Gaimard, 1824 Carapicu Monteiro-Netto et al, 2008
Eucinostomus lefroyi Goode, 1874 Carapicu Monteiro-Netto et al, 2008
Eucinostomus melanopterus Bleeker, 1863 Carapicu Monteiro-Netto et al, 2008
Gobiidae
Bathygobius soporator Valeciennes, 1837 Maria-da-toca Monteiro-Netto et al, 2008
Gobionellus oceanicus Pallas, 1770 Maria-da-toca Monteiro-Netto et al, 2008
Gobionellus shufeldti Jordan & Eigenmann, 1887 Maria-da-toca Monteiro-Netto et al, 2008
Gobionellus stomatus Starks, 1913 Maria-da-toca Monteiro-Netto et al, 2008
Haemulidae
Anisotremus virginicus Linnaeus, 1758 Salema Monteiro-Netto et al, 2008
Boridia grossidens Cuvier, 1830 Cocoroca-cabeça-dura Monteiro-Netto et al, 2008
Conodon nobilis Linnaeus, 1758 Roncador Monteiro-Netto et al, 2008
Haemulon steindachneri Jordan & Gilbert, 1882 Cocoroca Monteiro-Netto et al, 2008
Cocoroca-boca-de-
Haemulon aurolineatum Cuvier, 1829 Monteiro-Netto et al, 2008
fogo
Haemulon plumierii Lacepède, 1801 Cocoroca Monteiro-Netto et al, 2008
Orthopristis ruber Cuvier, 1830 Cocoroca Monteiro-Netto et al, 2008

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Anexo I Anexo II

Kiphosidae
Kyphosus sectator Linnaeus, 1758 Pirangica Monteiro-Netto et al, 2008
Labridae
Halichoeres cyanocephalus Bloch, 1791 Sabonete Monteiro-Netto et al, 2008
Halichoeres poeyi Steindachner, 1867 Sabonete Monteiro-Netto et al, 2008
Labrisomidae
Labrisomus nuchipinnis Quoy & Gaimard, 1824 Maria-da-toca Monteiro-Netto et al, 2008
Lutjanidae
Lutjanus analis Cuvier, 1828 Vermelho-caranho x Monteiro-Netto et al, 2008
Mullidae
Pseudupeneus maculatus Bloch, 1797 Trilha Monteiro-Netto et al, 2008
Percophidae
Percophis brasiliensis Quoy & Gaimard, 1824 Tira-vira Monteiro-Netto et al, 2008
Polynemidae
Polydactylus oligodon Günther, 1860 Parati-barbudo Monteiro-Netto et al, 2008
Polydactylus virginicus Linnaeus, 1758 Parati-barbudo Monteiro-Netto et al, 2008
Pomacanthidae
Pomacanthus paru Bloch, 1787 Peixe-frade Monteiro-Netto et al, 2008
Abudefduf saxatilis Linnaeus, 1758 Sargento Monteiro-Netto et al, 2008
Chromis multilineata Guichenot, 1855 Donzela-de-recife Monteiro-Netto et al, 2008
Stegastes fuscus Cuvier, 1830 Donzela Monteiro-Netto et al, 2008

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Anexo I Anexo II

Pomatomus saltatrix Linneaus, 1766 Enchova Monteiro-Netto et al, 2008


Priacanthidae
Heteropriacanthus cruentatus Lacepède, 1801 Olho-de-cão Monteiro-Netto et al, 2008
Priacanthus arenatus Cuvier, 1829 Olho-de-cão Monteiro-Netto et al, 2008
Scaridae
Sparisoma axillare Steindachner, 1878 Budião Monteiro-Netto et al, 2008
Sciaenidae
Cynoscion guatucupa Cuvier, 1830 Pescada-maria-mole x Monteiro-Netto et al, 2008
Cynoscion jamaicensis Vaillant & Bocourt, 1883 Goete Monteiro-Netto et al, 2008
Cynoscion leiarchus Cuvier, 1830 Pescada-branca Monteiro-Netto et al, 2008
Cynoscion virescens Cuvier, 1830 Pescada-cabuçu Monteiro-Netto et al, 2008
Cynoscion acoupa Lacepède, 1801 Pescada Monteiro-Netto et al, 2008
Larimus breviceps Cuvier, 1830 Barriga-cheia Monteiro-Netto et al, 2008
Menticirrhus americanus Linnaeus, 1758 Papa-terra Monteiro-Netto et al, 2008
Menticirrhus littoralis Holbrook, 1855 Papa-terra Monteiro-Netto et al, 2008
Micropogonias furnieri Desmarest, 1823 Corvina x Monteiro-Netto et al, 2008
Paralonchurus brasiliensis Steindachner, 1875 Maria Luíza Monteiro-Netto et al, 2008
Pareques acuminatus Bloch & Schneider, 1801 Anteninha Monteiro-Netto et al, 2008
Stellifer rastrifer Jordan, 1889 Cangoa Monteiro-Netto et al, 2008
Umbrina canosai Berg, 1895 Castanha x Monteiro-Netto et al, 2008
Umbrina coroides Cuvier, 1830 Riscadinha Monteiro-Netto et al, 2008

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Anexo I Anexo II

Scombridae
Euthynnus alleteratus Rafinesque, 1810 Bonito-pintado Monteiro-Netto et al, 2008
Katsuwonus pelamis Linnaeus, 1758 Bonito-listrado Monteiro-Netto et al, 2008
Sarda sarda Bloch, 1793 Serra Monteiro-Netto et al, 2008
Collette, Russo & Zavala-Camin,
Scomberomorus brasiliensis Sororoca Monteiro-Netto et al, 2008
1978
Scomberomorus cavalla Cuvier, 1829 Cavala Monteiro-Netto et al, 2008
Scomber japonicus Houttuyn, 1782 Cavalinha Monteiro-Netto et al, 2008
Scorpaenidae
Scorpaena isthmensis Meek & Hildebrand, 1928 Peixe-pedra Monteiro-Netto et al, 2008
Sphyraenidae
Sphyraena tome Fowler, 1903 Bicuda Monteiro-Netto et al, 2008
Sphyraena guachancho Cuvier, 1829 Bicuda Monteiro-Netto et al, 2008
Sphyrna lewini Griffith & Smith, 1834 Cação-martelo x Monteiro-Netto et al, 2008
Sphyrna zygaena Linnaeus, 1758 Cação-martelo x Monteiro-Netto et al, 2008
Serranidae
Diplectrum formosum Linnaeus, 1766 Michole-de-areia Monteiro-Netto et al, 2008
Diplectrum radiale Quoy & Gaimard, 1824 Michole-de-areia Monteiro-Netto et al, 2008
Epinephelus niveatus Valenciennes, 1828 Cherne x Monteiro-Netto et al, 2008
Epinephelus marginatus Lowe, 1834 Garoupa Monteiro-Netto et al, 2008
Mycteroperca bonaci Poey, 1860 Badejo x Monteiro-Netto et al, 2008

ARCADIS logos 566


Estudo e Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Categoria de ameaça

Táxon Nome popular IBAMA Fonte

Anexo I Anexo II

Mycteroperca acutirostris Poey, 1861 Badejo-quadrado Monteiro-Netto et al, 2008


Sparidae
Archosargus probatocephalus Walbaum, 1792 Sargo-de-beiço Monteiro-Netto et al, 2008
Archosargus rhomboidalis Linnaeus, 1758 Canhanha Monteiro-Netto et al, 2008
Callamus penna Valenciennes, 1830 Pargo-branco Monteiro-Netto et al, 2008
Diplodus argenteus Valeciennes, 1830 Marimbá Monteiro-Netto et al, 2008
Pagrus pagrus Linnaeus, 1758 Pargo-rosa x Monteiro-Netto et al, 2008
Stromateidae
Peprilus paru Linnaeus, 1758 Gordinho Monteiro-Netto et al, 2008
Trichiuridae
Trichiurus lepturus Linnaeus, 1758 Peixe-espada Monteiro-Netto et al, 2008
Uranoscopidae
Astrocopus ygraecum Cuvier, 1829 Miracéu Monteiro-Netto et al, 2008
Pleuronectiformes
Achiridae
Achirus lineatus Linnaeus, 1758 Linguado Monteiro-Netto et al, 2008
Gymnachirus nudus Kaup, 1858 Linguado Monteiro-Netto et al, 2008
Bothidae
Bothus ocellatus Agassiz, 1831 Linguado Monteiro-Netto et al, 2008
Bothus robinsi Topp & Hoof, 1972 Linguado Monteiro-Netto et al, 2008
Cynoglossidae

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Estudo e Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Categoria de ameaça

Táxon Nome popular IBAMA Fonte

Anexo I Anexo II

Symphurus plagusia Bloch & Schneider, 1801 Língua-de-mulata Monteiro-Netto et al, 2008
Paralichthyidae
Citharichthys arenaceus Evermann & Marsh, 1902 Linguado Monteiro-Netto et al, 2008
Citharichthys spilopterus Günther, 1862 Linguado Monteiro-Netto et al, 2008
Etropus crossotus Jordan & Gilbert, 1882 Linguado Monteiro-Netto et al, 2008
Syacium papillosum Linnaeus, 1758 Linguado Monteiro-Netto et al, 2008
Albuliformes
Albulidae
Ubarana-focinho-de-
Albula vulpes Linnaeus, 1758 Monteiro-Netto et al, 2008
rato
Siluriformes
Ariidae
Genidens barbus Lacépède, 1803 Bagre-branco x Monteiro-Netto et al, 2008
Genidens genidens Cuvier, 1829 Bagre-urutú Monteiro-Netto et al, 2008
Atheriniformes
Atherinopsidae
Atherinella brasiliensis Chernoff, 1986 Peixe-rei Monteiro-Netto et al, 2008
Tetraodontiformes
Balistidae
Balistes capriscus Gmelin, 1788 Cangulo Monteiro-Netto et al, 2008
Diodontidae

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Categoria de ameaça

Táxon Nome popular IBAMA Fonte

Anexo I Anexo II

Chilomycterus spinosus Linnaeus, 1758 Baiacu-espinho Monteiro-Netto et al, 2008


Diodon hystrix Linnaeus, 1758 Baiacu Monteiro-Netto et al, 2008
Monacanthidae
Aluterus monoceros Linnaeus, 1758 Peixe-chinelo Monteiro-Netto et al, 2008
Stephanolepis hispidus Linnaeus, 1758 Peixe-porco Monteiro-Netto et al, 2008
Stephanolepis setifer Bennett, 1831 Peixe-porco Monteiro-Netto et al, 2008
Batrachoidiformes
Batrachoididae
Porichthys porosissimus Valenciennes, 1837 Mamangá-liso Monteiro-Netto et al, 2008
Tetraodontidae
Lagocephalus laevigatus Linnaeus, 1766 Baiacú-arara Monteiro-Netto et al, 2008
Sphoeroides testudineus Linneaus, 1758 Baiacú Monteiro-Netto et al, 2008
Sphoeroides spengleri Bloch, 1785 Baiacú Monteiro-Netto et al, 2008
Sphoeroides greeleyi Gilbert, 1900 Baiacu-pinima Monteiro-Netto et al, 2008
Clupeiformes
Clupeidae
Brevoortia aurea Spix & Agassiz, 1829 Savelha Monteiro-Netto et al, 2008
Harengula clupeola Cuvier, 1829 Sardinha-cascuda Monteiro-Netto et al, 2008
Opisthonema oglinum Lesueur, 1818 Sardinha-laje Monteiro-Netto et al, 2008
Sardinella janeiro Eigenmann, 1894 Sardinha-verdadeira Monteiro-Netto et al, 2008
Engraulidae

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Estudo e Impacto Ambiental
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Categoria de ameaça

Táxon Nome popular IBAMA Fonte

Anexo I Anexo II

Anchoa lyolepis Evermann & Marsh, 1900 Manjuba Monteiro-Netto et al, 2008
Anchoa tricolor Spix & Agassiz, 1829 Manjuba Monteiro-Netto et al, 2008
Anchovia clupeoides Swainson, 1939 Manjuba Monteiro-Netto et al, 2008
Anchoviella lepidentostole Fowler, 1911 Manjuba Monteiro-Netto et al, 2008
Cetengraulis edentulus Cuvier, 1828 Sardinha-boca-torta Monteiro-Netto et al, 2008
Pristigasteridae
Pellona harroweri Fowler, 1917 Sardinha da noite Monteiro-Netto et al, 2008
Anguilliformes
Congridae
Conger orbignyanus Valenciennes, 1847 Congro Monteiro-Netto et al, 2008
Muraenidae
Gymnothorax ocellatus Agassiz, 1831 Moreia-pintada Monteiro-Netto et al, 2008
Scorpaeniformes
Dactylopteridae
Dactylopterus volitans Linnaeus, 1758 Coió Monteiro-Netto et al, 2008
Triglidae
Prionotus punctatus Bloch, 1797 Cabrinha Monteiro-Netto et al, 2008
Elopiformes
Elopidae
Elops saurus Linnaeus, 1766 Ubarana Monteiro-Netto et al, 2008
Syngnathiformes

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Categoria de ameaça

Táxon Nome popular IBAMA Fonte

Anexo I Anexo II

Fistulariidae
Fistularia petimba Lacepéde, 1803 Peixe-trombeta Monteiro-Netto et al, 2008
Fistularia tabacaria Linnaeus, 1758 Peixe-trombeta Monteiro-Netto et al, 2008
Syngnathidae
Hippocampus erectus Perry, 1810 Cavalo-marinho x Monteiro-Netto et al, 2008
Hippocampus reidi Ginsburg, 1933 Cavalo-marinho x Monteiro-Netto et al, 2008
Gadiformes
Phycidae
Urophycis brasiliensis Kaup, 1858 Abrótea Monteiro-Netto et al, 2008
Beryciformes
Holocentridae
Myripristis jacobus Cuvier, 1839 Vermelho Monteiro-Netto et al, 2008
Lophiiformes
Lophiidae
Lophius gastrophysus Miranda-Ribeiro, 1915 Tamboril Monteiro-Netto et al, 2008
Mugiliformes
Mugilidae
Mugil gaimardianus Desmarest, 1851 Parati-olho-de-fogo Monteiro-Netto et al, 2008
Mugil platanus Günther, 1880 Tainha x Monteiro-Netto et al, 2008
Mugil curema Valenciennes, 1836 Parati Monteiro-Netto et al, 2008
Mugil liza Valenciennes, 1836 Tainha x Monteiro-Netto et al, 2008

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Estudo e Impacto Ambiental
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Categoria de ameaça

Táxon Nome popular IBAMA Fonte

Anexo I Anexo II

Aulopiformes
Synodontidae
Synodus foetens Linnaeus, 1766 Peixe-lagarto Monteiro-Netto et al, 2008
Synodus intermedius Spix & Agassiz, 1829 Peixe-lagarto Monteiro-Netto et al, 2008
Trachynocephalus myops Forster, 1801 Peixe-lagarto Monteiro-Netto et al, 2008
Zeiformes
Zeidae
Zenopsis conchifer Lowe, 1850 Galo-cara-de-cavalo Monteiro-Netto et al, 2008
Instrução Normativa MMA nº 05, de 21 de maio de 2004: Anexo I - Lista nacional das espécies de invertebrados aquáticos e peixes ameaçadas de
extinção; Anexo II - Lista nacional das espécies de invertebrados aquáticos e peixes sobreexplotadas ou ameaçadas de sobre-explotação.

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Estudo e Impacto Ambiental
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C) Caracterização da Fauna das Áreas de Influência Direta (AID) e Diretamente


Afetada (ADA)

a) Composição Faunística
Foram registrados na área de influência do empreendimento 35 espécies de peixes (Quadro
9.2.2-3). Nas amostras realizadas durante a 1ª campanha, Diplodus argenteus foi
predominante, seguido de Thyrsitops lepidopoides e Haemulon aurolineatum. Na 2º
campanha, Orthopristis ruber e Porichthys porosissimus foram dominantes, seguido de
Priacanthus arenatus. Das espécies encontradas 32 apresentam importância comercial, uma
encontra-se em perigo segundo Lista Nacional de Espécies Ameaçadas de Extinção (IBAMA
2004) e três ameaçadas de sobre-exploração pela atividade pesqueira (CITES).

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Estudo de Impacto Ambiental
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Quadro 9.2.2-3 - Peixes registrados em Maricá na 1ª campanha (Setembro/2013) e 2ª campanha (Janeiro/2013), com respectiva indicação do
grau de ameaça, hábitat, endemismo e registro (* - Espécies de importância econômica).

Categoria de ameaça Registros


Endemis
Táxon Nome popular Hábitat
IBAMA mo
IBAMA Anexo II Pontos Métodos
Anexo I

Ordem Perciformes
Família Serranidae
Acanthistius patachonicus (Jenyns, 1840) Garoupa* 3 RE
Mycteroperca bonaci (Poey, 1860) Badejo-quadrado* x 3 RE
Família Carangidae
Caranx crysos (Mitchill, 1815) Carapau* 3 RE
Chloroscombrus chrysurus (Linnaeus, 1766) Palombeta* 1, 2 e 3 RE
Família Gerreidae
Eucinostomus argenteus (Baird & Girard, 1855) Carapicu* 1e3 RE
Família Percophidae
Percophis brasiliensis (Quoy & Gaimard, 1825) Tira-vira* 1, 2 e 3 RE
Diapterus olisthostomus (Ranzani, 1842) Carapeba* 1 RE
Família Haemulidae
Boridia grossidens (Cuvier, 1830) Corcoroca-Sargo* 1 RE
Orthopristis ruber (Cuvier, 1830) ruber Corcoroca* 1 RE
Haemulon aurolineatum (Cuvier,1830) Corcoroca* 2 CV
Família Priacanthidae
Heteropriacanthus cruentatus (Lacepède, 1801) Olho-de-Cão* 1 RE

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Categoria de ameaça Registros


Endemis
Táxon Nome popular Hábitat
IBAMA mo
IBAMA Anexo II Pontos Métodos
Anexo I

Priacanthus arenatus (Cuvier, 1829) Olho-de-cão* 1, 2 e 3 RE


Família Sciaenidae
Ctenosciaena gracilicirrhus (Metzelaar, 1919) Pescada* 1 RE
Cynoscion jamaicensis (Vaillant & Bocourt, 1, 2 e 3 RE
1883) Goete*
Micropogonias furnieri (Desmarest, 1823) Corvina* x 1e2 RE
Paralonchurus brasiliensis (Steindachner, 1875) Maria-Luisa* 1 RE
Família Blenniidae
Scartella cristata (Linnaeus, 1758) Maria-da-toca 1, 2 e 3 CV
Parablennius marmoreus (Poey, 1876) Blenio 3 CV
Família Sparidae
Pagrus pagrus (Linnaeus, 1758) Pargo* x 2e3 RE, L
Diplodus argenteus (Valenciennes, 1830) Marimbá* 1, 2 e 3 RE,CV
Família Gempylidae
Thyrsitops lepidopoides (Cuvier, 1832) Cavalinha, Lanceta* 1, 2 e 3 RE
Família Pinguipedidae
Pinguipes brasilianus (Cuvier, 1829) Michole-quati* 1e2 RE
Ordem Scorpaeniformes
Família Dactylopteridae
Dactylopterus volitans (Linnaeus, 1758) Coió, Voador* 1, 2 e 3 RE

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Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Categoria de ameaça Registros


Endemis
Táxon Nome popular Hábitat
IBAMA mo
IBAMA Anexo II Pontos Métodos
Anexo I

Família Triglidae
Prionotus punctatus (Bloch, 1797) Cabrinha 2e3 RE
Ordem Clupeiformes
Família Clupeidae
Opisthonema oglinum (Lesueur, 1818) Sardinha-bandeira* 3 RE
Harengula clupeola (Cuvier, 1829) Sardinha-cascuda* 3 RE
Família Engraulidae
Engraulis anchoita (Hubbs & Marini, 1935) Manjuba* 3 RE
Ordem Tetraodontiformes
Família Monacanthidae
Cantherhines pullus (Ranzani, 1842) Peixe-Porco* 1e3 RE
Família Balistidae
Balistes capriscus (Gmelin, 1789) Peroá* 1 CV
Ordem Batrachoidiformes
Família Batrachoididae
Porichthys porosissimus (Cuvier, 1829) Mamangá-liso* 1 RE
Ordem Rajiformes
Família Dasyatidae
Dasyatis say (Lesueur, 1817) Raia* 2 RE
Família Rhinobatidae

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Categoria de ameaça Registros


Endemis
Táxon Nome popular Hábitat
IBAMA mo
IBAMA Anexo II Pontos Métodos
Anexo I

Rhinobatos horkelii (Müller & Henle, 1841) Cação-viola* 1 RE


Família Rajidae
Sympterygia acuta (Garman, 1877) Raia-emplastro* 3 RE
Ordem Elopiformes
Família Elopidae
Elops saurus (Linnaeus, 1766) Ubarana* 1 RE
Família Phycidae
Urophycis brasiliensis (Kaup, 1858) Abrótea, brota* 1 RE
Ordem Beryciformes
Família Holocentridae
Holocentrus adscensionis (Osbeck, 1765) Jaguareçá* 2 RE
Instrução Normativa MMA nº 05, de 21 de maio de 2004: Anexo I - Lista nacional das espécies de invertebrados aquáticos e peixes ameaçadas de
extinção; Anexo II - Lista nacional das espécies de invertebrados aquáticos e peixes sobreexplotadas ou ameaçadas de sobreexplotação.

Pontos de Registro: Ponto 01, 02 e 03. Métodos de registro: RE – rede de espera, CV – censo visual e L – linha.

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b) Eficiência amostral
Durante as duas campanhas foi possível identificar 35 táxons. É possível observar que a
curva do coletor não apresentou estabilização, sendo indicadas que existe um potencial de
ainda ser encontrado 49 espécies, de acordo com o teste utilizado (Jacknife) (Figura 9.2.2-2).

Figura 9.2.2-2 - Curva do coletor indicando o número de espécies encontradas a partir do


número de amostragens (réplicas) realizadas na 1ª campanha (Setembro/2013) e 2ª campanha
(Janeiro/2013).

c) Variação entre métodos de amostragem


Durante a 1ª campanha (estação seca) foi possível observar que o censo visual registrou o
maior número de espécimes, embora esse resultado tenha sido influenciado pela presença
de um cardume da espécie D. argenteus na área de amostragem, de modo que, em relação
ao número de espécies registradas, as amostragens com rede de espera foram superiores
em termos de riqueza.

Na 2ª campanha (estação chuvosa), foi possível observar a superioridade em termos de


abundância e riqueza amostradas a partir da rede de espera (Figura 9.2.2-3). Nessa última
campanha foi desenvolvido censo visual, porém, em função das condições desfavoráveis de
visibilidade, nenhum espécime foi registrado por esse método.

ARCADIS logos 578


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Figura 9.2.2-3 - Comparação entre os métodos de amostragem do número de indivíduos


registrados (N) e número de espécies registradas (S).

d) Espécies ameaçadas e protegidas por legislação federal e/ou estadual


Durante o estudo, a única espécie ameaçada de extinção coletada foi o cação-viola
(Rhinobatos horkelii), sendo outras três ameaçadas de sobre-exploração pela pesca
(Mycteroperca bonaci, Micropogonias furnieri e Balistes capriscus) (Instrução Normativa MMA
nº 05, de 21 de maio de 2004). Das espécies relacionadas a partir de dados secundários,
duas se encontram ameaçadas de extinção e 13 espécies estão relacionadas como sobre-
exploradas ou ameaçadas de sobre-exploração (Instrução Normativa MMA nº 05, de 21 de
maio de 2004). A relação das espécies e categorias em que estão classificadas estão
descritas no item caracterização da fauna na área de influência indireta e direta (Quadro
9.2.2-2 e Quadro 9.2.2-2).

e) Espécies endêmicas, exóticas, raras ou não descritas


Durante o estudo não foram registradas espécies endêmicas, exóticas, raras ou não
descritas.

f) Espécies Migratórias
Durante o estudo não foram registradas espécies migratórias.

g) Espécies de interesse econômico e/ou médico-veterinário


Durante o estudo foram registradas 32 espécies de interesse econômico (Quadro 9.2.2-3). A
importância desse fato é abordada mais adiante na discussão dos resultados.

h) Espécies indicadoras de qualidade ambiental


Durante ambas as campanhas não foram registradas espécies indicadoras de qualidade
ambiental.

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Estudo de Impacto Ambiental
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i) Distribuição da fauna no ambiente


A maior abundância em número de espécies foi observada no ponto 2, na 1ª campanha,
localizado na área diretamente afetada, enquanto que a riqueza foi superior no ponto 1, ao
sul do empreendimento. Na 2ª campanha o ponto 3, localizado ao norte do empreendimento,
apresentou a maior abundancia e riqueza de espécies (Figura 9.2.2-4 A). Quando avaliamos
as abundâncias relativas em CPUE (Captura por unidade de esforço), para as redes de
espera, e em número de indivíduos por metro quadrado, para o censo visual, observamos
que na 1ª campanha o ponto 2 se destacou em função do cardume de D. argenteus
registrado nesse local. Em termos de CPUE esse ponto foi o que apresentou menor
abundância, sendo o ponto 1 o que apresentou maior abundancia relativa na área de estudo.
Cabe ressaltar que esse cardume pode se deslocar por toda a área do costão, sendo comum
na área de estudo.

Na 2ª campanha o ponto 2 apresentou maior rendimento em biomassa por esforço de pesca,


enquanto que a maior abundancia relativa foi observada para o ponto 1 (Figura 9.2.2-4 B e
Tabela 9.2.2-1). Entretanto, quando aplicada uma análise de variância entre os pontos
amostrais e campanhas, não foi observada diferença significativa em termos espaciais
(ANOVA: F=0,21 e p=0,80) e temporais (ANOVA: F=0,75 e p=0,39).

A presença do canal que está conectado com a lagoa de Guarapiné, em Maricá (RJ),
aparentemente não tem grande influência na riqueza e abundância na região, embora
tenham sido registradas espécies anádromas, ou seja, que utilizam a lagoa em seu ciclo de
vida, como algumas espécies de cianídeos e clupeídeos registrados no presente estudo, ou
outras relacionadas nos dados secundários, como as tainhas.

ARCADIS logos 580


Estudo de Impacto Ambiental
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Figura 9.2.2-4 - A – Número de indivíduos e espécies registrados nos pontos amostrais. B -


2 2
Abundância relativa (CPUE – g/m .h e N/m ) na área de influência do empreendimento.

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Estudo de Impacto Ambiental
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Tabela 9.2.2-1 - Lista de espécies com número de organismos registrados, abundância relativa e frequência de ocorrência nos pontos de
amostragem (P1, P2 e P3).

1ª Campanha

Espécies - Rede de espera Total P1 P2 P3 CPUE (g/m².h) P1 P2 P3 Total P1 P2 P3

Thyrsitops lepidopoides 17 2 11 4 142,91 15,71 93,74 33,46 15,89 7,14 20,75 15,38
Diplodus argenteus 4 1 0 3 90,61 31,49 - 59,12 3,74 3,57 0,00 11,54
Orthopristus ruber 4 1 0 3 87,76 18,33 - 69,43 3,74 3,57 0,00 11,54
Cantherhines pullus 3 2 0 1 30,45 18,92 - 11,53 2,80 7,14 0,00 3,85
Cynoscion jamaicensis 3 1 1 1 63,95 1,68 27,92 14,36 2,80 3,57 1,89 3,85
Pagrus pagrus 3 0 2 1 43,12 - 25,64 17,48 2,80 0,00 3,77 3,85
Pinguipes brasilianus 3 1 0 2 74,66 12,15 - 62,51 2,80 3,57 0,00 7,69
Heteropriacanthus cruentatus 3 3 0 0 36,06 36,06 - - 2,80 10,71 0,00 0,00
Micropogonia furnieri 2 1 1 0 46,68 4,80 21,88 - 1,87 3,57 1,89 0,00
Acanthistius patachonicus 1 0 0 1 26,60 - - 26,60 0,93 0,00 0,00 3,85
Boridia grossidens 1 1 0 0 25,92 25,92 - - 0,93 3,57 0,00 0,00
Ctenociaena gracilicirrhus 1 1 0 0 14,24 14,24 - - 0,93 3,57 0,00 0,00
Dasyatis say 1 0 1 0 122,85 - 122,85 - 0,93 0,00 1,89 0,00
Diapterus olisthostomus 1 1 0 0 25,19 25,19 - - 0,93 3,57 0,00 0,00
Elops saurus 1 1 0 0 20,72 20,72 - - 0,93 3,57 0,00 0,00
Porichthys porosissimus 1 1 0 0 4,39 4,39 - - 0,93 3,57 0,00 0,00
Rhinobatos horkelli 1 1 0 0 6,34 6,34 - - 0,93 3,57 0,00 0,00
Urophycis brasiliensis 1 1 0 0 55,35 55,35 - - 0,93 3,57 0,00 0,00

ARCADIS logos 582


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Espécies - Censo Visual Total P1 P2 P3 CPUE (N/m²) P1 P2 P3 P1 P2 P3

Diplodus argentus 31 7 18 6 3,10 0,70 1,80 0,60 28,97 25,00 33,96 23,08
Haemulon aurolineatun 16 0 16 0 1,60 - 1,60 - 14,95 0,00 30,19 0,00
Scartella cristata 6 1 3 2 0,60 0,10 0,30 0,20 5,61 3,57 5,66 7,69
Parablenius marmoreus 2 0 0 2 0,20 - - 0,20 1,87 0,00 0,00 7,69
Balistes capriscus 1 1 0 0 0,10 0,10 - - 0,93 3,57 0,00 0,00
Total 107 28 53 26 923,40 32,19 95,73 295,48 100,00 100,00 100,00 100,00

ARCADIS logos 583


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Tabela 9.2.2-2 - Lista de espécies com número de organismos registrados, abundância relativa e frequência de ocorrência pontos de
amostragem (P1, P2 e P3) (Continuação).

1ª Campanha

Espécies - Rede de espera Número de indivíduos CPUE Frequência

Total P1 P2 P3 Total (g/m².h) P1 P2 P3 Total P1 P2 P3

Orthopristus ruber 11 2 4 5 135,67 31,50 71,55 32,62 15,94 10,00 21,05 16,67
Cynoscion jamaicensis 2 1 1 0 28,80 4,50 24,30 0,00 2,90 5,00 5,26 0,00
Micropogonia furnieri 1 0 0 1 0,00 0,00 0,00 0,00 1,45 0,00 0,00 3,33
Ctenociaena gracilicirrhus 3 2 0 1 26,10 26,10 0,00 0,00 4,35 10,00 0,00 3,33
Elops saurus 3 1 1 1 38,70 24,30 14,40 0,00 4,35 5,00 5,26 3,33
Porichthys porosissimus 11 3 4 4 103,30 44,55 36,90 21,85 15,94 15,00 21,05 13,33
Caranx crysos 1 0 0 1 0,00 0,00 0,00 0,00 1,45 0,00 0,00 3,33
Chloroscombrus chrysurus 5 1 1 3 34,31 12,15 13,95 8,21 7,25 5,00 5,26 10,00
Opisthonema oglinum 1 0 0 1 0,00 0,00 0,00 0,00 1,45 0,00 0,00 3,33
Mycteroperca bonaci 1 0 0 1 0,00 0,00 0,00 0,00 1,45 0,00 0,00 3,33
Dactylopterus volitans 4 1 1 2 16,68 4,50 9,00 3,18 5,80 5,00 5,26 6,67
Engraulis anchoita 1 0 0 1 0,00 0,00 0,00 0,00 1,45 0,00 0,00 3,33
Eucinostomus argenteus 2 1 0 1 4,50 4,50 0,00 0,00 2,90 5,00 0,00 3,33
Holocentrus adscensionis 1 0 1 0 23,85 0,00 23,85 0,00 1,45 0,00 5,26 0,00
Percophis brasiliensis 5 1 2 2 45,25 13,05 25,20 7,00 7,25 5,00 10,53 6,67
Priacanthus arenatus 7 3 2 2 97,39 59,40 37,35 0,64 10,14 15,00 10,53 6,67
Paralonchurus brasiliensis 1 1 0 0 15,30 15,30 0,00 0,00 1,45 5,00 0,00 0,00
Prionotus punctatus 3 0 1 2 15,16 0,00 1,80 13,36 4,35 0,00 5,26 6,67

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1ª Campanha

Espécies - Rede de espera Número de indivíduos CPUE Frequência

Total P1 P2 P3 Total (g/m².h) P1 P2 P3 Total P1 P2 P3

Harengula clupeola 1 0 0 1 0,00 0,00 0,00 0,00 1,45 0,00 0,00 3,33
Sympterygia acuta 1 0 0 1 0,00 0,00 0,00 0,00 1,45 0,00 0,00 3,33

Espécies - Censo Visual Total P1 P2 P3 Total (N/m²) P1 P2 P3 Total P1 P2 P3

Diplodus argentus 2 2 0 0 0,20 0,20 0,00 0,00 2,90 10,00 0,00 0,00
Balistes capriscus 2 1 1 0 0,20 0,10 0,10 0,00 2,90 5,00 5,26 0,00
Total 69 20 19 30 585,41 240,15 258,40 86,86 100,00 100,00 100,00 100,00

ARCADIS logos 585


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Em relação aos aspectos biométricos das espécies registradas, foi possível observar uma
grande proporção de indivíduos desenvolvidos em ambas as campanhas, o que refletiu em
menor frequência de indivíduos classificados como imaturos na região. Esse fato foi
influenciado pela técnica de pesca utilizada, que permite a seleção de indivíduos através do
tamanho de malha utilizada (Tabela 9.2.2-3 e Tabela 9.2.2-4). De maneira geral, os
espécimes apresentaram tamanhos superiores a 20 centímetros e o estágio de maturação
mais frequente na 1ª campanha foi o de repouso, embora tenham sido observados
espécimes em reprodução na área de estudo.

Na 2ª campanha foi observada uma maior frequência de peixes nas fases de


desenvolvimento gonadal e maduras. Em relação ao tamanho e peso médio na área de
estudo, os maiores indivíduos foram observados na 1ª campanha, enquanto que entre os
pontos amostrais a variação de tamanho e peso foi pequena. Quando esses valores foram
testados através de uma análise de variância não foram observados resultados significativos
em termos espaciais (ANOVA: F=0,58 e p=0,56) e temporais (ANOVA: F=0,64 e p=0,42).

Tabela 9.2.2-3 - Lista de espécies com comprimento (C) e peso (P) médio, desvio padrão,
mínimo e máximo desses valores entre os pontos amostrais.

Ponto 1 Média Desvio Padrão Mínimo Máximo

1º Campanha

C C C C
Espécies P(g) P (g) P (g) P(g)
(mm) (mm) (mm) (mm)

Boridia grossidens 270,00 288,00 - - 270,00 288,00 270,00 288,00

Cantherhines pullus 186,00 105,10 18,38 20,22 173,00 90,80 199,00 119,40

Ctenociaena gracilicirrhus 218,00 158,20 - - 218,00 158,20 218,00 158,20

Cynoscion jamaicensis 264,00 240,90 - - 264,00 240,90 264,00 240,90

Diapterus olisthostomus 290,00 279,90 - - 290,00 279,90 290,00 279,90

Diplodus argenteus 263,00 349,90 - - 263,00 349,90 263,00 349,90

Elops saurus 369,00 230,20 - - 369,00 230,20 369,00 230,20

Micropogonia furnieri 287,00 275,60 - - 287,00 275,60 287,00 275,60

Orthopristus ruber 548,00 203,70 - - 548,00 203,70 548,00 203,70

Pinguipes brasilianus 220,00 135,00 - - 220,00 135,00 220,00 135,00

Porichthys porosissimus 176,00 48,80 - - 176,00 48,80 176,00 48,80


Heteropriacanthus
196,00 133,57 35,38 91,44 158,00 54,70 228,00 233,80
cruentatus
Rhinobatos horkelli 310,00 70,40 - - 310,00 70,40 310,00 70,40

Thyrsitops lepidopoides 262,50 87,25 17,68 3,18 250,00 85,00 275,00 89,50

Urophycis brasiliensis 410,00 615,00 - - 410,00 615,00 410,00 615,00

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Ponto 2 Média Desvio Padrão Mïnimo Máximo

C C C C
Espécies P(g) P (g) P (g) P(g)
(mm) (mm) (mm) (mm)

Cynoscion jamaicensis 297,00 310,20 - - 297,00 310,20 297,00 310,20


1365,0 1365,0 1365,0
Dasyatis say 61,90 - - 61,90 61,90
0 0 0
Diplodus argenteus 222,50 186,65 17,68 49,99 210,00 151,30 235,00 222,00
Micropogonia furnieri 285,00 243,10 - - 285,00 243,10 285,00 243,10
Pagrus pagrus 207,50 142,45 7,78 12,80 202,00 133,40 213,00 151,50
Thyrsitops lepidopoides 272,18 94,69 9,63 12,38 262,00 81,70 290,00 125,30

Ponto 3 Média Desvio Padrão Mïnimo Máximo

C C C C
Espécies P(g) P (g) P (g) P(g)
(mm) (mm) (mm) (mm)

Acanthistius patachonicus 244,00 295,60 - - 244,00 295,60 244,00 295,60


Cantherhines pullus 213,00 128,10 - - 213,00 128,10 213,00 128,10
Cynoscion jamaicensis 235,00 159,50 2,83 15,27 233,00 148,70 237,00 170,30
Diplodus argenteus 235,67 218,97 19,55 24,61 214,00 196,40 252,00 245,20
Orthopristus ruber 255,00 257,13 6,24 48,62 250,00 216,50 262,00 311,00
Pagrus pagrus 228,00 194,20 - - 228,00 194,20 228,00 194,20
141,7
Pinguipes brasilianus 305,50 347,25 53,03 268,00 247,00 343,00 447,50
7
Thyrsitops lepidopoides 268,25 92,95 10,24 12,57 259,00 79,00 279,00 105,90

Tabela 9.2.2-4 - Lista de espécies com comprimento e peso médio, desvio padrão, mínimo e
máximo desses valores entre os pontos amostrais (Continuação).

Desvio
Ponto 1 Média Mínimo Máximo
Padrão

2º Campanha

C P C C P C P
Espécies P (g)
(mm) (g) (mm) (mm) (g) (mm) (g)

Orthopristus ruber 226,50 175,00 14,85 28,2 216,00 155,00 237,00 195,00
8
Cynoscion jamaicensis 165,00 50,00 - - 165,00 50,00 165,00 50,00
Ctenociaena gracilicirrhus 209,00 145,00 12,73 35,3 200,00 120,00 218,00 170,00
6
Elops saurus 382,00 270,00 - - 382,00 270,00 382,00 270,00
Porichthys porosissimus 233,33 165,00 1,53 18,0 232,00 150,00 235,00 185,00

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Desvio
Ponto 1 Média Mínimo Máximo
Padrão
3
Chloroscombrus 250,00 135,00 - - 250,00 135,00 250,00 135,00
chrysurus
Dactylopterus volitans 174,00 50,00 - - 174,00 50,00 174,00 50,00
Eucinostomus argenteus 158,00 50,00 - - 158,00 50,00 158,00 50,00
Percophis brasiliensis 330,00 145,00 - - 330,00 145,00 330,00 145,00
Priacanthus arenatus 231,33 220,00 2,08 8,66 229,00 210,00 233,00 225,00
Paralonchurus 245,00 170,00 - - 245,00 170,00 245,00 170,00
brasiliensis
Diplodus argentus 208,00 157,50 1,41 17,6 207,00 145,00 209,00 170,00
8
Balistes capriscus 330,00 550,00 - - 330,00 550,00 330,00 550,00

Desvio
Ponto 2 Média Mínimo Máximo
Padrão

C P C C P C P
Espécies P (g)
(mm) (g) (mm) (mm) (g) (mm) (g)

Orthopristus ruber 242,00 198,75 10,80 27,8 233,00 180,00 256,00 240,00
0
Cynoscion jamaicensis 280,00 270,00 - - 280,00 270,00 280,00 270,00
Elops saurus 226,00 160,00 - - 226,00 160,00 226,00 160,00
Porichthys porosissimus 200,75 102,50 43,20 58,5 155,00 55,00 246,00 175,00
2
Chloroscombrus 263,00 155,00 - - 263,00 155,00 263,00 155,00
chrysurus
Dactylopterus volitans 215,00 100,00 - - 215,00 100,00 215,00 100,00
Holocentrus adscensionis 270,00 265,00 - - 270,00 265,00 270,00 265,00
Percophis brasiliensis 332,00 140,00 15,56 21,2 321,00 125,00 343,00 155,00
1
Priacanthus arenatus 236,00 207,50 1,41 10,6 235,00 200,00 237,00 215,00
1
Prionotus punctatus 127,00 20,00 - - 127,00 20,00 127,00 20,00
Balistes capriscus 342,00 505,00 - - 342,00 505,00 342,00 505,00

Desvio
Ponto 3 Média Mínimo Máximo
Padrão

C P C C P C P
Espécies P (g)
(mm) (g) (mm) (mm) (g) (mm) (g)

Orthopristus ruber 244,00 221,00 26,57 72,4 204,00 145,00 276,00 340,00
9
Micropogonia furnieri 358,00 410,00 - - 358,00 410,00 358,00 410,00

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Desvio
Ponto 1 Média Mínimo Máximo
Padrão

Ctenociaena gracilicirrhus 147,00 65,00 - - 147,00 65,00 147,00 65,00


Elops saurus 339,00 190,00 - - 339,00 190,00 339,00 190,00
Porichthys porosissimus 209,00 120,00 33,54 60,6 176,00 65,00 244,00 175,00
9
Caranx crysos 298,00 305,00 - - 298,00 305,00 298,00 305,00
Chloroscombrus 256,00 145,00 17,35 30,4 245,00 125,00 276,00 180,00
chrysurus 1
Mycteroperca bonaci 279,00 310,00 - - 279,00 310,00 279,00 310,00
Dactylopterus volitans 187,50 67,50 16,26 17,6 176,00 55,00 199,00 80,00
8
Engraulis anchoita 110,00 10,00 - - 110,00 10,00 110,00 10,00
Percophis brasiliensis 330,50 147,50 14,85 38,8 320,00 120,00 341,00 175,00
9
Priacanthus arenatus 228,00 212,50 0,00 3,54 228,00 210,00 228,00 215,00
Prionotus punctatus 182,50 87,50 55,86 74,2 143,00 35,00 222,00 140,00
5
Harengula clupeola 166,00 50,00 - - 166,00 50,00 166,00 50,00
Sympterygia acuta 420,00 365,00 - - 420,00 365,00 420,00 365,00

Tabela 9.2.2-5 - Lista de espécies com número de indivíduos registrados, proporção sexual e
estágio de maturação gonadal.

Proporção
Estágios de Maturação
Sexual
Espécies N
(M:F) 1 2 3 4 5 6 7 I

1ª Campanha
Thyrsitops lepidopoides 17 5:12 6 3 1 1 6
Diplodus argenteus 4 1:3 4
Orthopristus ruber 4 2:2 2 1 1
Cantherhines pullus 3 1:2 1 2
Cynoscion jamaicensis 3 2:1 1 1 1
Pagrus pagrus 3 0:3 3
Pinguipes brasilianus 3 2:1 3
Heteropriacanthus
3 2:1 3
cruentatus
Micropogonia furnieri 2 2:0 1 1
Acanthistius patachonicus 1 1:0 1

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Proporção
Estágios de Maturação
Sexual
Espécies N
(M:F) 1 2 3 4 5 6 7 I

Boridia grossidens 1 I 1
Ctenociaena gracilicirrhus 1 1:0 1
Dasyatis say 1 0:1 1
Diapterus olisthostomus 1 I 1
Elops saurus 1 0:1 1
Porichthys porosissimus 1 1:0 1
Rhinobatos horkelli 1 1:0 1
Urophycis brasiliensis 1 0:1 1

2ª Campanha

Porichthys porosissimus 8 0:3 3 5


Holocentrus adscensionis 1 0:1 1
Percophis brasiliensis 4 0:3 1 2 1
Orthopristus ruber 11 9:2 2 2 7
Dactopterus volitans 2 0:2 2
Micropogonia furnieri 1 0:1 1
Ctenosciaena gracilicirrhus 3 1:2 1 1 1
Mycteroperca bonaci 1 1:0 1
Paralonchurus brasiliensis 1 0:1 1
Diplodus argenteus 2 2:0 1 1
Legenda
1) Imaturo; 2) Repouso; 3) Início do desenvolvimento gonadal; 4) Estágio pré-desova, 5) Desovando
(ovário desenvolvido, presença de ovócitos hidratados), 6) Pós-desova (esvaziado) e 7) Em
recuperação.

I = Indeterminado, M = Macho e F = Fêmea.

Em relação aos índices ecológicos calculados, foi observado que na 1ª campanha a


diversidade e riqueza absoluta de espécies foram superiores no ponto 1, seguido dos pontos
3 e 2. Na 2ª campanha o ponto 3 apresentou maior diversidade e riqueza de espécies,
seguido de P1 e P2. Quando aplicado uma análise de variância entre os pontos amostrais,
não foi observada variância espacial significativa entre os pontos amostrais (ANOVA F=1,36
e p=0,32), assim como para a variação temporal entre as campanhas (ANOVA F=0,0001 e
p=0,99) (Tabela 9.2.2-6 e Tabela 9.2.2-6).

ARCADIS logos 590


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Figura 9.2.2-5 - Diversidade de Shannon (H’), equitabilidade (J) e riqueza absoluta de


espécies na área de influência do empreendimento na 1ª campanha (Setembro/2013) e 2ª
campanha (Janeiro/2013).

Tabela 9.2.2-6 - Diversidade de Shannon (H’), equitabilidade (J) e riqueza absoluta de espécies
(S) na área de influência do empreendimento na 1ª campanha (Setembro/2013) e 2ª campanha
(Janeiro/2013).

Ponto S J' H'(loge) d

1ª Campanha

Média

P1 7,00 0,95 1,68 0,05


P2 3,67 0,57 0,90 0,43
P3 5,00 0,95 1,42 0,05

Desvio Padrão

P1 5,20 0,05 0,56 0,05


P2 2,52 0,50 0,78 0,50
P3 2,65 0,08 0,36 0,08

2ª Campanha

Média

P1 5,33 0,95 1,41 0,05


P2 4,67 0,64 1,14 0,36
P3 7,00 0,65 1,45 0,35

ARCADIS logos 591


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Ponto S J' H'(loge) d

Desvio Padrão

P1 4,16 0,03 0,82 0,03


P2 4,04 0,55 1,06 0,55
P3 7,55 0,56 1,33 0,56

Quando aplicada uma análise de similaridade entre os pontos amostrais (MDS) também não
foi possível observar uma variação espacial significativa (ANOSIN R=-0,123 e p=0,95);
entretanto, em relação à variação temporal, foi possível observar a formação de dois grupos
distintos, indicando diferença significativa entre a estação do ano no que se refere à
composição de espécies (ANOSIN R=0,404 e p=0,03) (Figura 9.2.2-6). De forma a identificar
quais foram as espécies que contribuíram para essa distinção, uma análise de dissimilaridade
(SIMPER) foi aplicada, sendo as espécies D. argenteus, mais abundante na 1ª campanha, e
T. lepidopoides as principais responsáveis pela formação de um grupo. As espécies O. ruber
e P. porosissimus, em contrapartida, foram as principais espécies a contribuir para a
formação do segundo grupo, relativo à 2ª campanha (Tabela 9.2.2-7).

Figura 9.2.2-6 - MDS (Multidimensional Scaling) entre os pontos amostrais e campanhas


demonstrando a similaridade utilizado o coeficiente de Bray-Curtis na área de influência do
empreendimento.

ARCADIS logos 592


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Tabela 9.2.2-7 - Analise de dissimilaridade SIMPER entre as campanhas na área de influência do


empreendimento.

Dissimilaridade média
Grupo 1ª Grupo 2ª
Campanha Campanha

Contribuição%

Cumulativa%
Abundancia

Abundancia

DP
Espécies

média

média
Diplodus argenteus 3,89 0,22 15,91 1,3 17,09 17,09
Thyrsitops lepidopoides 1,89 0 10,58 0,67 11,36 28,45
Orthopristus ruber 0,44 1,22 6,99 0,98 7,5 35,95
Porichthys porosissimus 0,11 1,22 6,95 1,03 7,46 43,41
Haemulon aurolineatum 1,78 0 4,83 0,49 5,19 48,6
Scartella cristata 0,67 0 4,63 0,57 4,97 53,57
Priacanthus arenatus 0 0,78 4,47 0,79 4,8 58,38
Balistes capriscus 0,11 0,22 3,22 0,5 3,45 61,83
Micropogonia furnieri 0,33 0,11 2,79 0,58 2,99 64,82
Chloroscombrus chrysurus 0 0,56 2,52 0,8 2,71 67,54
Dactylopterus volitans 0 0,44 2,45 0,56 2,63 70,16
Percophis brasiliensis 0 0,56 2,38 0,63 2,56 72,72
Cantherhines pullus 0,33 0 2,13 0,45 2,29 75,01
Heteropriacanthus
0,33 0 2,13 0,45 2,29 77,31
cruentatus
Elops saurus 0,11 0,33 2,07 0,63 2,22 79,53
Cynoscion jamaicensis 0,33 0,22 2,01 0,67 2,16 81,69
Pagrus pagrus 0,33 0 1,99 0,37 2,14 83,83
Ctenociaena gracilicirrhus 0,11 0,33 1,99 0,65 2,14 85,97
Parablennius marmoreus 0,22 0 1,98 0,37 2,12 88,09
Prionotus punctatus 0 0,33 1,57 0,62 1,68 89,77
Pinguipes brasilianus 0,33 0 1,3 0,48 1,39 91,16

D) Discussão dos Resultados


Os peixes são componentes importantes dos ambientes marinhos, atuando na estrutura das
comunidades através de processos como predação, competição e territorialidade. Além disso,
também são responsáveis por grande parte da produção pesqueira nas regiões tropicais do
planeta, com espécies de alto valor comercial (FLOETER et al., 2006). Dentre as espécies
presentes na costa central do Brasil (região sudeste) coletados no Programa REVIZEE
(Programa de Avaliação do Potencial Sustentável dos Recursos Vivos da Zona Econômica

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Exclusiva Brasileira), destacam-se o baiacu (Diodon holocanthus), e os peroás (Aluterus


monoceros, Balistes capriscus, Balistes vetula e Canthidermis sufflamen), presentes na
plataforma continental, talude continental e bancos oceânicos de até 150m de profundidade.
Destacam-se ainda, por sua grande importância econômica, os atuns e afins, como os peixes
pelágicos de bico (Xiphiidae, Istiophoridae), e os peixes demersais como o batata
(Caulolatilus chrysops), o namorado (Pseudopercis numida), o badejo (Mycteroperca bonaci),
o catuá (Cephalopholis fulva) e o realito (Rhomboplites aurorubens) (MADUREIRA et al.,
2004).

Na região costeira de Itaipu, Niterói/RJ, foram registradas 180 espécies de peixes, sendo 23
Elasmobranchii (13 famílias e 20 gêneros) e 157 espécies de Actinopterygii (63 famílias e 113
gêneros). Segundo MONTEIRO-NETO et al. (2008), a região costeira de Itaipu apresenta alta
riqueza de espécies devido a tendência para ambientes estuarinos tropicais. Além disso, o
uso de estratégias amostrais tão diversificadas possivelmente contribuiu para que a
diversidade de espécies em Itaipu fosse elevada em relação a outras áreas costeiras,
especialmente devido às diferenças entre hábitat. Nesse sentido, era esperado que o
trabalho de MONTEIRO-NETO et al. (2008) apresentasse um maior número de espécies que
a região de maricá, onde o número de ambientes e técnicas de captura de peixes foi menor.

Na área de estudo as características ambientais foram de fundos consolidados com presença


de sedimento arenoso, reunido espécies como blenídeos e garoupas, associados a fundos
rochosos, pescadas, associadas a sedimentos inconsolidados, além de espécies pelágicas,
como o marimbá e a cocoroca e algumas espécies da ordem clupeiformes (manjubas e
sardinhas). O autor supracitado também encontrou em seu estudo forte associação de fundos
consolidados com blenídeos e labrisomídeos, assim como espécies de maior mobilidade
nesses ambientes como o D. argenteus.

FLOETER et al. (2006) sugerem que o desenvolvimento da comunidade de peixes recifais em


áreas distantes da costa é favorável, pois o distúrbio humano diminui devido ao difícil acesso.
Dentre os fatores antrópicos que podem influenciar esse padrão estão a caça submarina, a
coleta de peixes ornamentais (FERREIRA et al., 2001), a atividade pesqueira e
principalmente a degradação da qualidade ambiental e aplicação de técnicas inadequadas de
manejo em ecossistemas recifais (POLUNIN & ROBERTS, 1996).

As praias arenosas, por sua vez, constituem a maior parte das áreas do mundo e pode atuar
como berçário, oferecendo proteção contra predadores e recurso alimentar para diversas
espécies de peixes juvenis. Por ser um ambiente extremamente dinâmico a ictiofauna de
praias arenosas está exposta a constantes processos oceanográficos de curta e longa
duração, como mudanças de temperatura, salinidade, intensidade e direção dos ventos,
presença de algas arribadas e exposição às ondas, principalmente quando próximas a
estuários (ARAUJO et al., 2008).

As amostragens de peixes em zonas de praia em Itaipú, localizado ao sul da área do


empreendimento, registrou juvenis de muitas espécies marinhas que utilizam esta área para
criação e proteção, como Trachinotus spp e Menticirrhus littoralis, além de uma participação
relevante dos Clupeiformes (Anchoviella lepidentostole, Harengula clupeola e Cetengraulis
edentulus) (MONTEIRO-NETO et al., 2008). FELIX et al. (2007) propõem que zonas de
arrebentação funcionam como um hábitat acessório a ambientes estuarinos, com função de
berçário às espécies transientes, com presença de um número reduzido de espécies

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exclusivas na zona de arrebentação, indicando uma ampla conectividade desta assembleia


de peixes com outros ambientes.

Em relação à variação sazonal, na 2ª campanha (estação chuvosa) apenas a riqueza média


foi superior, sendo a abundancia maior na 1ª campanha e diversidade média igual entre as
campanhas. Cabe ressaltar os testes estatísticos revelaram que nenhum desses resultados
foi significativamente diferente, indicando que a variação espacial e temporal em termos de
abundancia e diversidade não foi observada. Mas em termos de composição de espécies foi
possível observar resultados significativos indicando diferença entre as estações seca (1ª
campanha) e chuvosa (2ª campanha).

PESSANHA et al. (2000), estudando as assembleias de peixes na baía de Sepetiba (RJ)


também não encontraram diferenças evidentes de variação espacial e temporal da ictiofauna,
embora tenham observado que a abundancia era maior na área externa da baía. GAELZER
& ZALMON (2003), estudando a ictiofauna de zona praial em Arraial do Cabo (RJ),
observaram que o grau de exposição a ondas, a presença de algas arribadas e a direção do
vento foram as variáveis que mais contribuíram para a variação da diversidade na região,
sendo que as áreas mais abrigadas apresentaram maiores valores de diversidade, enquanto
que as mais expostas apresentaram os menores valores de diversidade.

No presente estudo a ausência de variação significativa espacial ou temporal na abundancia,


diversidade e aspectos biométricos das espécies de peixes pode estar relacionada ao fato de
que na área de influencia do empreendimento os pontos amostrais se encontram em um
ambiente com pequena variação ambiental, localizados próximos ao costão rochoso. Como o
canal que deságua ao sul do costão parece não apresentar grande influencia na comunidade
de peixes da região, a instalação do terminal portuário pode ser, no futuro, o maior fator de
variação ambiental para as assembleias de peixes devido ao seu potencial de transformar a
ADA em um ambiente mais abrigado.

E) Considerações Finais
A ictiofauna apresentou semelhança em termos de composição de espécies na área de
estudo quando realizados os testes de análise de similaridade. Entretanto, em termos de
abundância o ponto localizado próximo à saída do canal de comunicação com a lagoa de
Guarapiné se destacou. Nesse sentido, é possível prever que com a instalação do Terminal
Portuário os principais efeitos diretos de curto prazo são a inserção de estruturas
consolidadas, que atuarão como recifes artificiais, atraindo em um primeiro momento peixes
de áreas próximas, como do ponto 01, devido aos primeiros estágios de sucessão nas
estruturas do porto.

Ao mesmo tempo, a ADA se tornará um ambiente abrigado, favorecendo a presença de


espécies que não toleram ambientes com maior ação de ondas. Em contrapartida, a
movimentação de equipamentos de construção civil e embarcações na área diretamente
afetada promoverá o afugentamento da ictiofauna devido aos ruídos gerados na fase de
implantação, e posteriormente de operação. Nesse sentido, é possível esperar que
determinadas espécies permaneçam ou migrem para a área diretamente afetada como
oportunistas, enquanto que as espécies mais exigentes, em termos de qualidade ambiental,
deverão emigrar dessa região, estabelecendo-se uma comunidade de peixes tolerantes a
áreas com tráfego portuário.

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F) Relatório Fotográfico
Seguem abaixo o registro fotográfico das principais espécies de peixes encontradas na
presente campanha ao longo dos três pontos amostrais.

Foto 9.2.2-3 - Acanthistius patachonicus. Foto 9.2.2-4 - Boridia grossidens.


Ocorrência: 1ª Campanha - P03. Ocorrência: 1ª Campanha - P01.

Foto 9.2.2-6 - Cynoscion jamaicensis.


Foto 9.2.2-5 - Cantherhines pullus. Ocorrência:
Ocorrência: 1ª Campanha - P01, P02 e P03,
1ª Campanha - P01 e P03.
2ª Campanha - P01 e P02.

Foto 9.2.2-7 - Dasyatis say. Ocorrência: 1ª Foto 9.2.2-8 - Diapterus olisthostomus.


Campanha - P02. Ocorrência: 1ª Campanha - P01.

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Foto 9.2.2-9 - Diplodus argenteus. Ocorrência: 1ª Foto 9.2.2-10 - Elops saurus. Ocorrência: 1ª
Campanha - P01, P02 e P03. Campanha - P01, 2ª Campanha – P01, P02 e
P03.

Foto 9.2.2-11 - Micropogonias furnieri. Foto 9.2.2-12 - Orthopristis ruber.


Ocorrência: 1ª Campanha - P01 e P02. Ocorrência: 1ª Campanha - P01 e P03, 2ª
Campanha – P01, P02 e P03.

Foto 9.2.2-13 - Pagrus pagrus. Ocorrência: 1ª Foto 9.2.2-14 - Pinguipes brasilianus.


Campanha - P02 e P03. Ocorrência: 1ª Campanha - P01 e P02.

Foto 9.2.2-15 - Porichthys porosissimus.


Foto 9.2.2-16 - Heteropriacanthus
Ocorrência: 1ª Campanha - P01, 2ª Campanha –
cruentatus. Ocorrência: 1ª Campanha - P01.
P01, P02 e P03.

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Foto 9.2.2-17 - Rhinobatos horkelli. Ocorrência: Foto 9.2.2-18 - Thyrsitops lepidopoides.


1ª Campanha - P01. Ocorrência: 1ª Campanha - P01, P02 e P03.

Foto 9.2.2-19 - Urophycis brasiliensis. Foto 9.2.2-20 - Ctenosciaena gracilicirrhus.


Ocorrência: 1ª Campanha - P01. Ocorrência: 1ª Campanha - P01, 2ª
Campanha – P01 e P02.

Foto 9.2.2-21 - Balistes capriscus. Ocorrência: 1ª Foto 9.2.2-22 - Chloroscombrus chrysurus.


Campanha – P01, 2ª Campanha - P01 e P02. Ocorrência: 2ª Campanha - P01, P02 e P03.

Foto 9.2.2-23 - Dactylopterus volitans. Foto 9.2.2-24 - Engraulis anchoita.


Ocorrência: 2ª Campanha - P01, P02 e P03. Ocorrência: 2ª Campanha - P03.

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Foto 9.2.2-25 - Eucinostomus argenteus. Foto 9.2.2-26 - Haengula clupeola.


Ocorrência: 2ª Campanha - P01 e P03. Ocorrência: 2ª Campanha - P03.

Foto 9.2.2-27 - Holocentrus ascensionais. Foto 9.2.2-28 - Mycteroperca bonaci.


Ocorrência: 2ª Campanha - P02. Ocorrência: 2ª Campanha - P03.

Foto 9.2.2-29 - Micropogonia furnieri. Foto 9.2.2-30 - Paralonchurus brasiliensis.


Ocorrência: 2ª Campanha - P03. Ocorrência: 2ª Campanha - P01.

Foto 9.2.2-31 - Percophis brasiliensis. Foto 9.2.2-32 - Priacanthus arenatus.


Ocorrência: 2ª Campanha - P01, P02 e P03. Ocorrência: 2ª Campanha - P01, P02 e P03.

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Foto 9.2.2-33 - Prionotus punctatus. Ocorrência: Foto 9.2.2-34 - Sympterygia acuta


2ª Campanha - P02 e P03. Ocorrência: 2ª Campanha - P03.

9.2.2.2. Quelônios

A) Metodologia Aplicada

a) Levantamento de dados secundários


Para a complementação de informações sobre a ocorrência de quelônios na área de
influência do empreendimento também foi utilizada uma base de dados secundária, o que
incluiu resultados de artigos científicos publicados, assim como resumos em evento
científicos da área, monografias de graduação, dissertações de mestrado e teses de
doutorado, estudos de impacto ambiental e monitoramentos ambientais ocorridos na área de
influência do empreendimento. Além da compilação desses dados, a discussão da ecologia
das principais espécies ocorrentes e seu status de conservação também foi realizada para
identificar e avaliar os potenciais impactos da atividade portuária sobre essa comunidade.

b) Levantamento de dados primários


Período de amostragem

Durante os dias 12 e 13 de setembro de 2012 (1ª campanha - estação seca), e dias 22 e 23


de janeiro de 2013 (2ª campanha – estação chuvosa), foram realizadas observações a partir
de um cruzeiro embarcado e ponto fixo. O cruzeiro marítimo foi realizado com o objetivo de
registrar espécies de distribuição presentes na área de estudo. Para tanto, a embarcação
navegou até 10 milhas de distância a partir da linha de praia a fim de cobrir profundidades em
que essas espécies se distribuem. Já a observação a partir de ponto fixo, realizado no costão
de Ponta Negra, teve como objetivo registrar as espécies costeiras presentes na área de
estudo, especialmente aquelas que permanecem na região por um tempo maior em seu ciclo
de vida, forrageando, por exemplo. A embarcação utilizada da empresa “Apoio Marítimo” foi
utilizada para a realização do cruzeiro a partir da embarcação O Patriota IV (N 381-026523-
3), com comprimento de 10,65m, boca 3,53m, dois motores de 250 HP Mercedes e 35 pés
(Foto 9.2.2-1).

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Foto 9.2.2-35 - Embarcação O PATRIOTA IV utilizada no avistamento de Quelônios.

Área de estudo

Em ambas as campanhas, durante todo o trajeto a embarcação navegou no máximo a 6.8


milhas náuticas/km, velocidade recomendada para avistamento de quelônios. Na 1ª
campanha de observação o vento não apresentou grandes variações ao longo do dia, com
uma média de 3.5 nós predominantemente de Nordeste. As condições oceanográficas
permaneceram em todo percurso na escalda Beaufort no valor de zero, com céu coberto e
reflexo bombordo e boreste sem alterações. Ao todo foram percorridos aproximadamente 180
km em 12 horas de observação. Durante a 2ª campanha o mesmo trajeto foi realizado, sendo
que o vento se manteve com uma média de 4.0 nós predominantes de Nordeste na escalda
Beaufort no valor de zero a um ao longo do dia. O céu se encontrava coberto e reflexo
bombordo e boreste sem alterações, sendo percorridos aproximadamente 180 km em 12
horas de observação, como na primeira campanha (Figura 9.2.2-7 e Quadro 9.2.2-4). No
ponto fixo, localizado no Farol, também foram realizadas 10 horas de observação em ambas
as campanhas utilizando o mesmo método e equipamentos.

Quadro 9.2.2-4 - Coordenadas UTM 23S WGS-84 dos pontos de referência para o avistamento
dos organismos marinhos.

Coordenadas UTM 23S - WGS-84

Ponto E S

Ponto de partida 691519.03 7458864.08


Ponto 10 milhas 729258.00 7442937.00
náuticas
Praia de Jaconé 738823.70 7459537.76

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Figura 9.2.2-7 - Rota de deslocamento da embarcação no cruzeiro de observação de


quelônios.

Procedimentos Metodológicos

Durante as observações foi utilizado um binóculo Tasco Offshore reticulado com bússola, um
GPS Garmin, um anemômetro para controlar e monitorar a velocidade e direção do vento e a
Escala Beaufort. A partir do ponto mais alto da embarcação e com o auxílio do binóculo foram
realizadas 4 varreduras a cada trinta minutos, de modo que se algum animal entrasse no
campo de visão seria registrado a nível de espécie, se possível, em planilha específica com a
posição, que é obtida de acordo com o ângulo e retículo do binóculos. Entretanto, quaisquer
animais registrados fora da varredura sistemática seriam computados nas amostras (Foto
9.2.2-36).

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Foto 9.2.2-36 - Observador de bordo rastreando a superfície do oceano a partir do ponto mais
alto da embarcação.

No ponto fixo, localizado no Farol, também foram realizadas 10 horas de observação por
campanha utilizando o mesmo método e equipamentos. Além disso, o trecho de praia da
ADA (praia de Jaconé) foi percorrido diariamente durante dois dias consecutivos (Foto
9.2.2-37).

Foto 9.2.2-37 - Observador no ponto fixo no morro do farol e trecho da praia de Jaconé (ADA)
percorrida para observação de quelônios.

B) Caracterização da Fauna da Área de Influência Indireta (AII)


No Brasil ocorrem cinco das sete espécies de tartarugas marinhas existentes no mundo:
tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), tartaruga-verde (Chelonia mydas), tartaruga-oliva
(Lepidochelys olivacea), tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea) e a tartaruga-de-pente
(Eretmochelys imbricata) (TAMAR, 2005), sendo que o período de desova dessas espécies
ocorre, preferencialmente, entre setembro e março, quando as fêmeas selecionam áreas nas
praias arenosas para escavação dos ninhos e postura dos ovos (SANCHES, 1999). Ilhas
oceânicas como as de Trindade, Fernando de Noronha e Atol das Rocas também são sítios
de desovas de tartarugas marinhas (MMA, 2002) (Tabela 9.2.2-8).

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Tabela 9.2.2-8 - Lista de Espécies de Quelônios entre as bacias de Campos e Santos indicando
o seu status de conservação de acordo com as respectivas agências.

Local de Categoria de
Registro Metodologia Ameaça de Extinção
Espécie
utilizada
Município IUCN IBAMA ESTADO

Caretta caretta Rio de Janeiro Dados Secundários EN VU VU

Chelonia mydas Rio de Janeiro Dados Primários/ Secundários EN VU VU

Lepidochelys olivacea Rio de Janeiro Dados Secundários EN EP -


Dermochelys coriacea Rio de Janeiro Dados Secundários CR CP VU
Eretmochelys imbricata Rio de Janeiro Dados Secundários CR EP VU

C) Caracterização da Fauna das Áreas de Influência Direta (AID) e Diretamente


Afetada (ADA)

a) Composição Faunística
Na primeira e segunda campanhas do estudo de impacto ambiental dos Terminais Ponta
Negra não foram registrados quelônios durante o cruzeiro. Na primeira campanha no ponto
fixo de Ponta Negra, entretanto, foi registrado um espécime de tartaruga marinha (Chelonia
mydas), localizado nas proximidades do ponto CR3 de costão rochoso, enquanto que durante
o mergulho no ponto CR2 de costão rochoso outra tartaruga marinha da mesma espécie foi
registrada (Figura 9.2.2-5). Na segunda campanha um espécime também foi observado no
ponto CR2 de costão. Já na faixa de praia da ADA nenhum animal vivo, encalhado ou morto
foi registrado em ambas as campanhas.

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Foto 9.2.2-38 - Espécime da tartaruga verde (Chelonia mydas) registrado durante o


mergulho no ponto CR2 de costão rochoso (Foto: Daniel Figueiras).

b) Eficiência amostral
Não foram registrados organismos em número suficiente para avaliação.

c) Variação entre métodos de amostragem


Não foram registrados organismos em número suficiente para avaliação.

d) Espécies ameaçadas e protegidas por legislação federal e/ou estadual


Foram registradas através do levantamento secundário cinco espécies vulneráveis
constantes na lista da IUCN, três em perigo e duas em perigo crítico. Destas, apenas uma, C.
mydas, também foi registrada durante o levantamento primário. Na lista do IBAMA duas
constam como em perigo, duas vulneráveis e uma em perigo crítico, enquanto que na lista de
espécies ameaçadas do Estado do Rio de Janeiro quatro são vulneráveis. Relação das
espécies e categorias em que estão classificadas estão descritas no item caracterização da
fauna na área de influência indireta (Tabela 9.2.2-8).

e) Espécies endêmicas, exóticas, raras ou não descritas


Não foram registradas espécies endêmicas, exóticas, raras ou não descritas.

f) Espécies Migratórias
Todas as espécies de tartarugas marinhas são migratórias.

g) Espécies de interesse econômico e/ou médico-veterinário


A espécie de tartaruga marinha C. mydas, por sua ocorrência costeira e conhecida ocorrência
de fibropapilomas, apresenta interesse médico-veterinário. Discussão das características que

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essa espécie apresenta para sua classificação como de interesse veterinário se encontra no
item discussão dos resultados.

h) Espécies indicadoras de qualidade ambiental


As espécies de tartarugas marinhas, especialmente C. mydas e C. caretta, podem servir de
indicadoras de qualidade ambiental em função de sua resposta ao contato com impactos
antropogênicos associado à fibropapilomas. Discussão das características que essa espécie
apresenta para sua classificação como indicadora de qualidade ambiental se encontra no
item discussão dos resultados.

D) Discussão dos Resultados


Conforme mencionado anteriormente, ocorrem no Brasil cinco espécies de tartarugas
marinhas: tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), tartaruga-verde (Chelonia mydas), tartaruga-
oliva (Lepidochelys olivacea), tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea) e a tartaruga-de-
pente (Eretmochelys imbricata) (TAMAR, 2005), cujos períodos de desova ocorrem,
preferencialmente, entre setembro e março. Ao contrário do que ocorre em ilhas oceânicas
como as de Trindade, Fernando de Noronha e Atol das Rocas (MMA, 2002), a área de
influência direta do empreendimento não apresenta importantes sítios de nidificação. A base
do TAMAR mais próxima está localizada no município de Campos dos Goytacazes.

De maneira geral, no litoral do Rio de Janeiro são poucos os trabalhos publicados sobre
tartarugas marinhas. PETITET e MEURER (2007), por exemplo, estudaram o comportamento
de C. mydas na Ilha Grande durante dois anos, quando foram observadas 74 tartarugas,
provavelmente atraídas pelo cultivo de algas na região. Em Ponta Negra a presença da
espécie Chelonia mydas foi registrada nos costões durante a coleta de dados de fitobentos, e
se deve à presença da fonte de alimento, ou seja, as algas. Nesse sentido, o costão de Ponta
Negra pode ser considerado como uma área de alimentação essa espécie.

Chelonia mydas quando filhote é uma espécie onívora, tornando-se basicamente herbívora
quando juvenil e adulta, podendo alimentar-se eventualmente de moluscos, esponjas e ovos
de peixes. A espécie é considerada cosmopolita e as principais áreas de nidificação e
alimentação estão nos trópicos. Normalmente são encontradas em profundidades rasas de
até 20 m. A espécie se reproduz, preferencialmente, nas áreas oceânicas brasileiras, mas há
alguns registros de desovas em pontos no litoral dos estados do Rio Grande do Norte, Bahia,
Sergipe e Espírito Santo. A Ilha de Trindade (ES) é considerada o maior sítio de reprodução
desta espécie no Brasil. O Atol das Rocas abriga a segunda maior colônia. Enquanto em
Fernando de Noronha está a população mais ameaçada, com um número anual de desovas
muito inferior ao registrado nas outras áreas (TAMAR, 2005).

Ao longo da costa centro-norte do estado do Rio de Janeiro, entre 2001 e 2010, foram
registradas 539 ocorrências de quelônios marinhos na região, sendo 528 de encalhes, 10 de
registros reprodutivos de C. caretta em Quissamã e somente um de avistagem de indivíduo
não identificado durante embarque na Bacia de Campos. Dos 539 indivíduos registrados,
74,4% foram de C. mydas, 9,1% de L. olivacea, 8,0% de C. caretta, 1,1% de E. imbricata,
2,4% de D. coriacea e 5,0% de espécimes não identificados. Desse total, 61%
corresponderam a jovens, 3,3% a subadultos e 13,5% a adultos, sendo que não foi possível
definir o estágio de vida de 22,1% dos espécimes. A maior abundância de jovens de C.
mydas pode ser justificada pelo fato de que a espécie apresenta distribuição mais costeira,
utilizando essas áreas para alimentação e desenvolvimento (REIS et al., 2011).

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A partir do monitoramento supracitado, SECCO et al., (2010), analisaram 143 exemplares dos
espécimes encalhados. As análises laboratoriais permitiram encontrar os seguintes
resultados: quatro animais apresentaram tumores, 44% de 32 conteúdos gástricos analisados
apresentaram resíduos antropogênicos; a partir da coleta com swabs (haste específica para
coleta de amostras bacteriológicas), 88% apresentaram resultado positivo para as bactérias
do gênero Vibrio, e 53% para o gênero Aeromonas. Os autores concluiram que os resultados
indicam degradação ambiental na região, utilizando tartarugas marinhas como
bioindicadoras.

Além desses resultados, já é conhecido que as principais ameaças às tartarugas marinhas na


costa estão ligadas a perturbações nas áreas de desova, como a ocupação desordenada da
zona costeira, criação de animais domésticos em praias, abate de fêmeas e coleta de ovos,
trânsito e iluminação artificial (SANCHES, 1999; MMA, 2002). Somado a esse cenário, ainda
temos as capturas acidentais em artes de pesca, que são a principal causa de mortalidade de
tartarugas marinhas em áreas de alimentação e desova atualmente (BARATA et al., 1998;
LIMA & EVANGELISTA, 1997; SANCHES, 1999; MMA, 2002).

Considerando, que a água é uma boa transmissora de sons de baixa frequência, que o som
se desloca cinco vezes mais rápido na água do que no ar, e que também atingem distâncias
maiores, os ruídos produzidos por atividades portuárias têm sido estudados quanto ao efeito
de ondas sonoras sobre a comunidade marinha. Geralmente os esforços estão mais
concentrados nos efeitos relacionados aos levantamentos sísmicos (EVAN et al., 1992).
Entretanto, pode-se considerar que os quelônios são potencialmente vulneráveis às diversas
perturbações sonoras produzidas no ambiente marinho. Os potenciais efeitos deletérios que
têm merecido especial atenção são: (i) interferência que o ruído sonoro pode causar no
ambiente, afetando a habilidade dos animais para detectar o som de co-específicos ou
impedindo a detecção de importantes sons naturais; (ii) distúrbio no comportamento, com
reações que podem variar de uma breve interrupção nas atividades tendo como
consequência uma modificação de rota de migração; e (iii) danos ao sistema auditivo, com
temporária ou permanente redução da sensibilidade acústica (RICHARDSON et al., 1995;
GOURJÃO et al., 2004).

E) Considerações Finais
Diante do exposto, e de que atividades industriais em áreas marinhas se encontram em
crescente expansão, o estudo da comunidade de tartarugas marinhas tem sido objeto de
atenção dos órgãos licenciadores em função dos diferentes riscos potenciais presentes nas
diversas fases dessas atividades, cujos efeitos sobre os organismos são ainda pouco
conhecidos (PIZZORNO et al., 1999; GURJÃO et al., 2004; SECCO et al., 2010).

Com a instalação do empreendmento, é esperado que a poluição acústica a ser gerada


durante as fases de implantação e operação seja o principal fator de impacto sobre essa
comunidade, além do risco de atropelamento desses organismos na fase de operação do
empreendimento. Em relação ao impacto sobre a reprodução, esse será insignificante em
função da área diretamente afetada não ser usada por tartarugas marinhas como sítio de
nidificação.

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9.2.2.3. Cetáceos

A) Metodologia Aplicada

a) Levantamento de dados secundários


Para a complementação de informações sobre a ocorrência de cetáceos na área de
influência do empreendimento também foi utilizada uma base de dados secundária, o que
incluiu resultados de artigos científicos publicados, assim como resumos em evento
científicos da área, monografias de graduação, dissertações de mestrado e teses de
doutorado, estudos de impacto ambiental e monitoramentos ambientais ocorridos na área de
influência do empreendimento. Além da compilação desses dados, a discussão da ecologia
das principais espécies ocorrentes e seu status de conservação também foi realizada para
identificar e avaliar os potenciais impactos da atividade portuária sobre essa comunidade
(GOURJÃO et al., 2004; GLOCKNER-FERRARI & FERRARI, 1985; RICHARDSON &
WÜRSIG, 1997; GREEN, 1991; RICHARDSON et al., 1995; GORDON & MOSCROP, 1996).

b) Levantamento de Dados Primários


Durante os dias 12 e 13 de setembro de 2012 (1ª campanha - estação seca), e dias 22 e 23
de janeiro de 2013 (2ª campanha – estação chuvosa), foram realizadas observações de
cetáceos a partir de um cruzeiro embarcado e ponto fixo. O cruzeiro marítimo foi realizado
com o objetivo de registrar espécies oceânicas presentes na área de estudo, especialmente
as espécies migradoras como as baleia Jubarte e Franca-do-sul. Para tanto, a embarcação
navegou até 10 milhas de distância a partir da linha de praia a fim de se cobrir profundidades
em que as espécies oceânicas se distribuem. Já a observação a partir de ponto fixo,
realizado no costão de Ponta Negra, teve como objetivo registrar as espécies costeiras
presentes na área de estudo, especialmente aquelas que permanecem na região por um
tempo maior em seu ciclo de vida, ou seja, residentes.

A embarcação O Patriota IV (N 381-026523-3) da empresa “Apoio Marítimo” foi utilizada


para a realização do cruzeiro, e apresentava as seguintes características: comprimento de
10,65m, boca 3,53m, dois motores de 250 HP Mercedes e 35 pés (Foto 9.2.2-39).

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Foto 9.2.2-39 - Embarcação O PATRIOTA IV utilizada no avistamento de Cetáceos.

c) Área de estudo
Em ambas as campanhas e em todo o trajeto a embarcação navegou no máximo a 6.8 milhas
náuticas/km, velocidade recomendada para avistamento de cetáceos. Na 1ª campanha de
observação o vento não apresentou grandes variações ao longo do dia, com uma média de
3.5 nós predominantes de Nordeste. As condições oceanográficas permaneceram em todo
percurso na escalda Beaufort no valor de zero, com céu coberto e reflexo bombordo e
boreste sem alterações. Ao todo foram percorridos aproximadamente 180 km em 12 horas de
observação (Figura 9.2.2-8 e Quadro 9.2.2-5). Durante a 2ª campanha o mesmo trajeto foi
realizado, sendo que o vento se manteve com uma média de 4.0 nós predominantes de
Nordeste na escalda Beaufort no valor de zero a um ao longo do dia. O céu se encontrava
coberto e reflexo bombordo e boreste sem alterações, sendo percorridos aproximadamente
180 km em 12 horas de observação, como na primeira campanha. No ponto fixo, localizado
no Farol, também foram realizadas 10 horas de observação em ambas as campanhas
utilizando o mesmo método e equipamentos.

Quadro 9.2.2-5 - Coordenadas UTM 23S WGS-84 dos pontos de referência para o avistamento
dos organismos marinhos.

Coordenadas UTM 23S - WGS-84

Ponto E S

Ponto de partida 691519.03 7458864.08


Ponto 10 milhas náuticas 729258.00 7442937.00
Praia de Jaconé 738823.70 7459537.76

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Figura 9.2.2-8 - Rota de deslocamento da embarcação no cruzeiro de observação de


cetáceos em setembro/2012 e janeiro/2013.

d) Procedimentos Metodológicos
Durante as observações foi utilizado um binóculo Tasco Offshore reticulado com bússola, um
GPS Garmin, um anemômetro para controlar e monitorar a velocidade e direção do vento e a
Escala Beaufort. A partir do ponto mais alto da embarcação e com o auxílio do binóculo foram
realizadas quatro varreduras a cada trinta minuto, de modo que se algum animal entrasse no
campo de visão seria registrado em planilha específica com a posição baseado no ângulo e
retículo do binóculo (MORETE et al., 2003). Na planilha, além do registro da localização do
indivíduo, ou grupo, também é registrado o número de indivíduos observados (grupo),
comportamento e presença de juvenis. Cabe ressaltar que todos os animais registrados fora
da varredura sistemática também foram computados nas amostras (Foto 9.2.2-40).

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Foto 9.2.2-40 - Observador de bordo rastreando a superfície do oceano a partir do ponto mais
alto da embarcação.

No ponto fixo, localizado no Farol, também foram realizadas 10 horas de observação em


ambas as campanhas utilizando o mesmo método e equipamentos (Foto 9.2.2-41).

Foto 9.2.2-41 - Observador no ponto fixo no morro do farol rastreando a superfície do oceano na
área de influencia do empreendimento em Ponta Negra.

B) Caracterização da Fauna da Área de Influência Indireta (AII)


No ambiente marinho da bacia de Campos e Santos já foram registradas 30 espécies de
cetáceos, sendo oito de baleias verdadeiras (Misticetos) e 22 cetáceos com dentes
(Odontocetos), de acordo com o registro de diversos autores que estudaram a comunidade
de cetáceos no litoral do Estado do Rio de Janeiro. Dessas espécies, 12 constam em listas
de espécies ameaçadas de extinção da IUCN, MMA ou do Estado do Rio de Janeiro (Tabela
9.2.2-9).

A lista contida na Tabela 9.2.2-9 é proveniente de estudos de CÂMARA & PALAZZO, 1986 e
LODI et al., 1996, que estudaram a distribuição e conservação da baleia-franca-do-sul no
Brasil; GEISE & BOROBIA, 1987; que identificaram no litoral do Estado as espécies do
gênero Kogia, Pontoporia, Grampus e Sotalia; DI BENEDITTO et al., 1990 e SICILIANO,
1994, que estudaram a captura acidental de pequenos cetáceos em aparelhos de pesca;
BOROBIA et al., 1991, que descreveram a ocorrência do boto-cinza no Brasil; MOREIRA &
SICILIANO, 1991, que identificaram o limite norte da distribuição da Franciscana; ZERBINI et

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al., 1997, que estudaram a ocorrência das baleias do gênero Balaenoptera na costa
brasileira; CTA; 2012, que monitoraram os encalhes de cetáceos ao longo da bacia de
Campos; e finalmente SICILIANO et al., 2006, que identificaram as espécies de baleias, botos
e golfinhos da Bacia de Campos.

Tabela 9.2.2-9 - Lista de Espécies de Cetáceos entre as bacias de Campos e Santos indicando o
seu ststus de conservação de acordo com as respectivas agências.

Local de Categoria de
Registro Metodologia Ameaça de Extinção
Espécie
utilizada
Município IUCN IBAMA ESTADO

Eubalaena australis Rio de Janeiro Dados Secundários LR AM VU


Balaenoptera musculus Rio de Janeiro Dados Secundários EP
Balaenoptera physalus Rio de Janeiro Dados Secundários VU
Balaenoptera borealis Rio de Janeiro Dados Secundários VU
Balaenoptera edeni Rio de Janeiro Dados Secundários
Balaenoptera bonaerensis Rio de Janeiro Dados Secundários
Balaenoptera acutorostrata Rio de Janeiro Dados Secundários
Megaptera novaeangliae Rio de Janeiro Dados Secundários VU VU
Physeter macrocephalus Rio de Janeiro Dados Secundários VU AM
Kogia breviceps Rio de Janeiro Dados Secundários
Kogia sima Rio de Janeiro Dados Secundários
Berardius arnuxii Rio de Janeiro Dados Secundários
Mesoplodon europaeus Rio de Janeiro Dados Secundários
Mesoplodon mirus Rio de Janeiro Dados Secundários
Orcinus orca Rio de Janeiro Dados Secundários
Globicephala macrorhynchus Rio de Janeiro Dados Secundários LR
Pseudorca crassidens Rio de Janeiro Dados Secundários
Feresa attenuata Rio de Janeiro Dados Secundários
Peponocephala electra Rio de Janeiro Dados Secundários
Sotalia guianensis Rio de Janeiro Dados Secundários DD
Steno bredanensis Rio de Janeiro Dados Secundários DD
Grampus griseus Rio de Janeiro Dados Secundários
Tursiops truncatus Rio de Janeiro Dados Secundários DD
Stenella attenuata Rio de Janeiro Dados Secundários
Stenella frontalis Rio de Janeiro Dados Secundários DD
Stenella longirostris Rio de Janeiro Dados Secundários
Stenella clymene Rio de Janeiro Dados Secundários

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Local de Categoria de
Registro Metodologia Ameaça de Extinção
Espécie
utilizada
Município IUCN IBAMA ESTADO

Stenella coerulecalba Rio de Janeiro Dados Secundários


Delphinus sp. Rio de Janeiro Dados Secundários
Pontoporia blainvillei Rio de Janeiro Dados Secundários VU

C) Caracterização da Fauna das Áreas de Influência Direta (AID) e Diretamente


Afetada (ADA)

a) Composição Faunística
Na primeira e segunda campanhas do estudo de impacto ambiental dos Terminais Ponta
Negra não foram registrados cetáceos durante o cruzeiro ou observação a partir do ponto
fixo. De acordo com pescadores locais, não é comum a presença de grupos de cetáceos na
região, o que pode ser influenciado pela ausência de um embaiamento na região litorânea da
área de influencia direta do empreendimento. Em regiões com a baía de Guanabara e
Sepetiba, além de áreas com ressusrgência, como Arraial do Cabo, grupos de cetáceos são
mais frequentes devido a presença de fonte de alimento e/ou proteção. Conforme descrito
anteriormente, a partir de dados secundários, no ambiente marinho da bacia de Campos e
Santos já foram registradas 30 espécies de cetáceos, sendo oito de baleias verdadeiras
(Misticetos) e 22 cetáceos com dentes (Odontocetos).

Durante os avistamentos efetuados partir do cruzeiro e ponto fixo ao longo da primeira


campanha foi registrada apenas a presença de pinguins da espécie Spheniscus magellanicus
(Foto 9.2.2-42). Essa espécie atualmente encontra-se categorizada como “Quase ameaçado”
pela lista da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, 2011), devido
principalmente ao declínio significativo de suas populações, provavelmente causado pela
morte de indivíduos jovens. A ocorrência da espécie no litoral sudeste brasileiro ocorre
sazonalmente, entre os meses de junho e novembro, e é marcada pela presença de
indivíduos jovens. Segundo WILSON et al. (2005) o entendimento dos aspectos ecológicos
da migração latitudinal da espécie, ainda pouco esclarecidos, estão entre as ações chaves
para sua conservação. A recente elaboração de um Plano Nacional de Monitoramento do
pinguim-de-magalhães (CEMAVE, 2010) evidencia a preocupação conservacionista com a
espécie.

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Foto 9.2.2-42 - Espécime de Pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus)


registrado durante o cruzeiro.

b) Eficiência amostral
Não foram registradas espécies em ambas as campanhas.

c) Variação entre métodos de amostragem


Não foram registradas espécies em ambas as campanhas.

d) Espécies ameaçadas e protegidas por legislação federal e/ou estadual


Em relação aos dados secundários, foram registradas na lista da IUCN duas espécies
vulneráveis, duas com baixo risco e quatro com dados deficientes. Na lista do IBAMA, duas
constam como ameaçadas; já na lista de espécies ameaçadas do Estado do Rio de Janeiro
cinco são vulneráveis e uma em perigo de extinção. A relação das espécies e categorias em
que estão classificadas são descritas no item caracterização da fauna na área de influência
(Tabela 9.2.2-9).

e) Espécies endêmicas, exóticas, raras ou não descritas


Não foram registradas espécies endêmicas, exóticas, raras ou não descritas.

f) Espécies Migratórias
Dentre os cetáceos registrados através dos levantamentos secundários, a baleia-franca-do-
sul e a baleia-jubarte realizam sua migração durante os meses de inverno e primavera ao
longo do litoral fluminense. O ciclo de vida das jubartes, por exemplo, está associado às suas
rotas migratórias. Após o período em águas tropicais, as baleias-jubarte migram para a região
Antártica para se alimentarem. As rotas de migração não estão bem definidas, mas
SICILIANO (1997) sugere a existência de três rotas principais:

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1. Rota migratória ao longo do talude continental, afastada da costa ao largo do Sul do


Brasil, com aproximação da costa já próxima aos Estados de São Paulo e Rio de
Janeiro;

2. Deslocamento próximo ao eixo dos 40º a partir da Ilha Geórgia do Sul até o Banco de
Abrolhos;

3. Deslocamento a partir da Ilha Geórgia do Sul até a Ilha de Trindade, podendo haver
deslocamentos para outras ilhas oceânicas do Brasil.

Em relação à espécie Eubalaena australis, apesar de existirem registros para o litoral do


Estado do Rio de Janeiro, a área de concentração dessa espécie se situa ao sul do Brasil, se
estendendo do Centro-Sul do Estado de Santa Catarina até o Cabo de Santa Marta, Laguna
(Uruguai) (GROCH et al., 2005). Detalhes sobre as rotas de migração estão descritas no item
discussão dos resultados.

g) Espécies de interesse econômico e/ou médico-veterinário


Não foram registradas espécies de interesse econômico e/ou médico-veterinário.

h) Espécies indicadoras de qualidade ambiental


Não foram registradas espécies indicadoras de qualidade ambiental.

A biologia e o hábitat dos mamíferos marinhos lhes conferem maior vulnerabilidade à


exposição dos contaminantes ambientais carreados para os oceanos, o que faz destes
animais um dos melhores indicadores de contaminação marinha e, portanto, espécies
sentinelas (Bossart, 2006). Os mamíferos marinhos são predadores situados no topo da
cadeia trófica marinha, e desta forma são as vítimas finais do processo de contaminação
química.

Como previamente mencionado, os mamíferos marinhos apresentam espessa camada de


gordura, que possui importância biológica na retenção de temperatura, na reserva de energia
como triglicérides e permite ao animal manter-se na superfície sem a necessidade de
despender grande esforço (Geraci & Lounsburi, 2005). Além disso, a camada de gordura
serve como substrato para a bioacumulação de contaminantes lipofílicos, como os compostos
organoclorados (Aguilar et al., 1999). Os mamíferos marinhos podem viver por longos
períodos de tempo, podendo algumas baleias ultrapassar 100 anos.

Esta característica põe esta megafauna na posição de cronicamente expostos à


contaminação ambiental (SkAARE et al., 2002; WELLS et al., 2004). A contaminação
normalmente detectada nos tecidos de mamíferos marinhos reflete a qualidade dos
ambientes que estes habitam, além de servir de bioindicadores da saúde de organismos
anteriores a eles na cadeia trófica. Outra característica que faz destes organismos bons
bioindicadores da saúde ambiental é o fato de as pessoas possuírem sentimento de
afetividade em relação a esta megafauna e, por isso, efeitos adversos referentes à
contaminação ambiental em mamíferos marinhos podem fazer a população atribuir maior
atenção à qualidade do ambiente marinho. Por esta razão, estas espécies são denominadas
“espécies bandeira”. Diversos problemas relacionados à saúde destes animais têm sido
atribuídos à presença de elevados níveis de contaminantes nas áreas onde residem, em

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especial a classe dos contaminantes organoclorados e metais pesados, devido a sua


persistência, abundância no ambiente e toxicidade (JESSUP et al., 2004).

D) Discussão dos Resultados


O Estado do Rio de Janeiro é uma importante área de ocorrência de cetáceos na costa
brasileira, especialmente como rota de migração das espécies de grandes cetáceos no
Atlântico Sul. Considerando que mais de 40 espécies de cetáceos ocorrem no Brasil
(SICILIANO et al., 2006), pelo menos 30 destas ocorrem na área de influência do
empreendimento. A ausência de registros de avistamentos ou encalhes no presente estudo
está relacionado às características da costa, visto que na área de influencia direta a linha de
costa não apresenta nenhum embaiamento, como nas baías de Guanabara e Sepetiba
(SIMÃO et al., 2000), presença de rios de maior porte, como na foz do rio Paraíba do Sul, no
norte fluminense (DI BENEDITTO, & RAMOS, 2001), ou ainda áreas de ressurgência, como
em Arraial do Cabo (SICILIANO et al., 2006). Nesses ambientes a presença de fontes de
alimento abundante e/ou proteção favorecem a presença frequente de grupos de cetáceos.

Dentre os cetáceos registrados para o Rio de Janeiro, apenas o boto-cinza (S. guianensis) e
a Franciscana (Pontoporia blainvillei) podem ser consideradas espécies tipicamente
costeiras, com distribuição restrita aos trinta metros de profundidade. As demais espécies
apresentam distribuição oceânica se aproximando da costa eventualmente em busca de
cardumes, descanso ou por problemas de saúde, geralmente resultando em um evento de
encalhe (DI BENEDITTO, 2001).

Dentre os cetáceos que ocorrem no litoral sob influencia do empreendimento, Sotalia


guianensis merece atenção devido ao seu envolvimento acidental em atividades de pesca
(FREITAS NETTO & DI BENEDITTO, 2008). A distribuição tipicamente costeira da espécie
potencializa campos de pesca situados próximos à linha de costa como importantes áreas de
captura acidental (SICILIANO, 1994; DI BENEDITTO et al., 1998; MONTEIRO-NETO et al.,
2000; OTT et al., 2002; FREITAS NETTO, 2003; FREITAS NETTO & DI BENEDITTO, 2008).

O boto-cinza nas últimas duas décadas tem sido alvo de inúmeros estudos, mas grande parte
destas pesquisas não tem acessado com precisão parâmetros populacionais da espécie.
Porém, nas regiões sul e sudeste, estudos de foto-identificação têm verificado que os
indivíduos possuem elevado grau de fidelidade às respectivas áreas estudadas e este parece
ser um padrão comum a outras populações. Na baía de Sepetiba (RJ), a média alcançou
149,8 indivíduos (SIMÃO et al., 2000). Entretanto, em Gandoca-Manzanillo - Costa Rica, a
média de indivíduos observados foi de 6,7 indivíduos (ACEVEDO-GUTÍERREZ et al., 2005).
A abundância de golfinhos apresenta variação entre regiões distintas o que pode estar
relacionado a fatores como produtividade dos ecossistemas onde estão distribuídos
(FREITAS NETTO et al., 2008a).

De acordo com FLORES & BAZZALO (2004), a abrangência de áreas de uso por golfinhos
são geralmente pequenas, sendo que os comportamentos relacionados à alimentação e
socialização apresentaram-se mais complexos, com grupos de golfinhos pescando
cooperativamente com outras espécies de cetáceos e/ou aves marinhas (FREITAS NETTO et
al., 2008a). ROSSI-SANTOS (1997) também registrou comportamento semelhante em
Florianópolis (SC), entre S. guianensis e aves marinhas. A socialização apresentou um vasto
repertório de saltos durante as observações.

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Em relação à espécie Pontoporia blainvillei, segundo SICILIANO et al. (2002), as condições


encontradas no litoral norte do Estado do Rio de Janeiro favorecem a ocorrência e
distribuição da P. blainvillei, onde se encontra uma vasta área de ocupação para a espécie
que só se distribui até profundidades de 30 metros refugia-se de predadores em águas turvas
de estuários, propiciadas pelo Rio Paraíba do Sul, de forma que na área de influência direta
essa espécie de pequeno cetáceos não encontra condições favoráveis a sua distribuição.

Já a baleia-franca-do-sul e a baleia-jubarte, durante sua migração (meses de inverno e


primavera), merecem especial atenção. Ambas espécies tiveram seus estoques
extremamente reduzidos durante a caça, e atualmente, estão ameaçadas pela interação com
atividades humanas em águas costeiras e oceânicas. No litoral leste, indivíduos de E.
australis e M. novaeangliae estão expostos a uma série de ameaças, que são representadas
principalmente pelo emalhe em redes de pesca, trânsito de embarcações e atividades
relacionadas à exploração do petróleo (SICILIANO, 1994; FREITAS NETTO, 2003; FREITAS
NETTO & DI BENEDITTO, 2008).

Em relação à espécie Eubalaena australis, existem registros para o litoral do Estado do Rio
de Janeiro, entretanto, durante um estudo à bordo de Barcaças Oceânicas que percorriam o
litoral do Estado do Rio de Janeiro até São Francisco do Sul (SC), nenhum registro foi feito
durante um ano de monitoramento (FREITAS NETTO et al., 2008b). Esse resultado se deve,
provavelmente, em virtude da área de concentração dessa espécie se situar ao sul da área
monitorada, se estendendo do Centro-Sul do Estado de Santa Catarina até o Cabo de Santa
Marta, Laguna (Uruguai) (GROCH et al., 2005).

SANTOS et al. (2001) observaram que o número de registros da espécie na costa brasileira
aumentou nas últimas duas décadas, sendo observadas nos meses de inverno e primavera.
Entretanto, de acordo com SICILIANO & FREITAS NETTO (2008), avistamentos de baleias
Franca no sudeste do Brasil são geralmente baixas a cada temporada, sendo a região
considerada como um ponto secundário de rota migratória para as regiões tropicais e sub-
tropicais no sudeste do Atlântico. Esses autores ainda mencionam a sensibilidade da espécie
a áreas com distúrbios antrópicos, e as ocorrências esporádicas na região podem estar
relacionadas a tentativa de recuperação de suas áreas de distribuição anteriores ao período
de caça de baleias. Cabe ressaltar que a caça à baleia no Brasil se estendeu da Bahia até
Santa Catarina e durou 76 anos, até o ano de 1987, quando foi sancionada a Lei Federal Nº.
7643, que proibiu a caça a baleias no litoral brasileiro.

Na costa brasileira a baleia-jubarte está presente, preferencialmente, nos meses de inverno e


primavera (PINEDO et al., 1992). O Banco de Abrolhos é a área mais importante de
reprodução e cria de filhotes no oceano Atlântico Sul Ocidental (SICILIANO, 1997). Segundo
MORETE et al. (2003), entre 1998 e 2000, cerca de 50% dos grupos de baleias-jubarte que
freqüentaram o arquipélago estavam acompanhados de filhotes. Uma estimativa de
abundância, baseada em foto-identificação e modelos de marcação-recaptura, estimou uma
população de 1.634 baleias jubarte para aquela região em 1995 (KINAS & BETHLEM, 1998).
Recentemente, levantamentos aéreos realizados na plataforma continental, entre o limite sul
do Estado do Espírito Santo e o limite norte do Estado da Bahia, estimaram a população de
baleias-jubarte em 2.291 indivíduos em 2001 e 2.663 indivíduos em 2002 (ANDRIOLO et al.,
2002).

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Nos últimos anos tem sido reportado um aumento do número de avistagens de baleias-
jubarte em áreas ao norte e ao sul do Banco de Abrolhos (ZERBINI et al., 2000). De acordo
com SICILIANO (1997), os maiores grupos de baleias-jubarte foram observados ao sul do
Banco de Abrolhos, indicando que a costa sudeste funciona como um corredor migratório
para a espécie nos meses de inverno e primavera. Adicionalmente, o litoral leste tem
concentrado parte do estoque brasileiro de baleias-jubarte (SICILIANO 1997).

Freitas Netto et al. (2008b), durante um estudo abordo de Barcaças Oceânicas que faziam o
trajeto entre Vitória (ES) e São Francisco do Sul (SC), observou que os espécimes de M.
novaeangliae foram registrados entre 18 e 35 milhas náuticas da linha de costa em
profundidades entre 40 e 1.000 metros. As regiões onde as baleias-jubarte foram observadas
se limitaram ao Sul do Estado do Espírito Santo e Norte do Estado do Rio de Janeiro.
Segundo Pizzorno et. al. (1999), as baleias-jubarte registradas na bacia de Campos também
foram registradas em profundidades semelhantes (40 e 700 m). O grande número de
registros de pares fêmeas-filhotes e encalhes de neonatos, evidencia a utilização de águas
costeiras e oceânicas do litoral leste por mãe e filhote em migração. Portanto, os estudos
pretéritos mostram que no litoral leste, a baleia-jubarte é comum nos meses de inverno e
primavera, sendo freqüentes os registros de encalhes, avistagens (em águas costeiras e
oceânicas) e enredamentos em atividades de pesca.

No que diz respeito a relação entre pescarias, em todo mundo o “emalhe” promove impacto
sobre as populações de cetáceos, sendo considerado aspecto importante na conservação de
muitas espécies (CRESPO, 1994; DOLAR, 1994; LAL MOHAN, 1994; LIEN et al., 1994;
SECCHI et al., 1997; DI BENEDITTO et al., 1998). Na captura acidental, o impacto que as
redes de espera causam sobre os cetáceos é diretamente proporcional a espessura e
resistência da linha usada na sua confecção e ao tamanho da malha (DI BENEDITTO et al.,
2001).

Nesse sentido, as artes de pesca que têm maior potencial de impacto sobre esses animais
são as redes de espera, comumente utilizadas pelos pescadores artesanais de Ponta Negra.
Nos eventos de emalhe e colisão pode haver perda total do equipamento de pesca, ou este
sofre danos que podem ser reparados (HALL et al., 2000). Comparando-se o retorno
econômico da pesca artesanal no Brasil com o valor do artefato utilizado, pode-se considerar
que, em geral, o custo do envolvimento acidental de cetáceos em pescarias é relativamente
alto para os pescadores.

Finalmente, das espécies que ocorrem no litoral do Rio de Janeiro as baleias-jubarte


(Megaptera novaeangliae) e Franca-do-Sul (Eubalaena australis) estão restritas ao seu
período de migração na região, sendo que a Jubarte apresenta ocorrência oceânica,
enquanto a Franca não alcança o litoral do Estado em grandes populações. Dessa forma, a
espécie S. guianensis é a espécie que apresenta características ecológicas com maior
potencial de interação com as atividades na área de influencia do empreendimento, visto que
P. blainvilleii tenha potencial de ocorrência apenas no estuário do rio Paraíba do Sul
(CAMPOS et al., 2010).

E) Considerações Finais
Diante da implantação do empreendimento é esperado que a poluição acústica a ser gerada
durante as fases de implantação e operação seja o principal fator de impacto sobre essa
comunidade. O estaqueamento de pilares, construção de quebra-mar, movimentação de

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embarcações e a realização da dragagem são atividades geradoras de ruídos e vibrações


durante a fase de instalação, enquanto que na fase de operação, a movimentação de
embarcações é o principal fator de impacto sobre essas comunidades, especialmente na
forma de risco de atropelamento.

Os dados levantados a partir do presente estudo indicaram que, apesar da fauna de cetáceos
contar com pelo menos 30 espécies na área de influência do empreendimento, a maioria
delas são oceânicas e não são observadas com frequência nas proximidades da área
diretamente afetada. Das espécies oceânicas migratórias, a baleia Jubarte apresenta rotas
em áreas com profundidades entre 700 e 4000 metros, enquanto que a Baleia-Franca-do-Sul,
embora migre em águas costeiras rasas, se concentra em áreas localizadas no sul do país,
ocorrendo pontualmente na região sudeste.

Dentre as espécies costeiras, S. guianensis é a espécie que apresenta características


ecológicas com maior potencial de interação com as atividades na área de influencia do
empreendimento; entretanto, a ADA não se configura como um local de permanência por
longos períodos de grupos dessa espécie devido às suas características oceanográficas.

9.2.2.4. Fitoplâncton

A) Metodologia Aplicada

a) Levantamento de dados secundários


A análise de dados secundários para o plâncton foi realizada inicialmente considerando
registros disponíveis para a região de inserção do projeto, obtidos em literatura especializada,
utilizando bases de dados bibliográficos como Zoological Records, Biological Abstracts, Web
of Sciences, entre outros. Para cada grupo foram geradas listagens contendo os nomes
científicos e populares (quando existentes) das espécies registradas na região de inserção do
empreendimento, compondo lista inicial de espécies de ocorrência comprovada ou muito
provável.

Todos os nomes científicos utilizados para os táxons registrados por meio de dado
secundários ou primários foram padronizados segundo disponível em literatura especializada,
tais como World Register of Marine Species (WoRMS) e AlgaeBase, além de trabalhos
clássicos como: Prescott (1975), Komarék & Fott (1983), Sant’anna (1984), Balech (1988),
Parra & Bicudo (1995), Tomas (1997) e Tenenbaum et al (2004).

b) Levantamento de dados Primários


A primeira campanha de levantamento da biota aquática foi realizada entre os dias 11 e 14
de setembro de 2012, sendo as amostras de fitoplâncton coletadas no dia 12. O período
acima compreende o período de estiagem da região. Já a segunda campanha foi realizada
entre os dias 21 e 25 de janeiro de 2013, contemplando o período chuvoso da região. As
coletas das amostras de fitoplâncton tiveram duração de um dia em cada uma das
campanhas.

c) Área de estudo
A caracterização da fauna marinha foi realizada a bordo da embarcação O Patriota IV, (Foto
9.2.2-43) através da coleta em 07 (sete) pontos amostrais ao longo da Área Diretamente
Afetada (ADA) do empreendimento a ser implantado, como pode ser visto na Figura 9.2.2-9.

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Os pontos foram distribuídos na ADA com o objetivo de caracterizar a comunidade


planctônica marinha ao longo de um gradiente de profundidade. Além deste objetivo, o ponto
amostral A-02 foi utilizado por sua localização fora da ADA, e, desta forma, poder ser utilizado
em programas de monitoramento futuros visando o acompanhamento de possíveis impactos
resultantes da instalação de estruturas de quebramar dos Terminais Ponta Negra.

Foto 9.2.2-43 - Embarcação O PATRIOTA IV utilizado para coleta de plâncton.

O Quadro 9.2.2-19 apresenta as coordenadas dos pontos de coleta de água, sedimentos e


organismos.

Quadro 9.2.2-6 - Coordenadas UTM 23S WGS-84 dos pontos de coleta dos organismos
marinhos.

Coordenadas UTM 23S - WGS-84

Ponto E S

A-01 738082.885 7460202.07


A-02 737783.20 7458160.69
A-03 739222.003 7460283.25
A-04 738266.687 7459539.25

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Coordenadas UTM 23S - WGS-84

Ponto E S

A-05 739112.966 7459756.34


A-06 738724.683 7459357.7
A-07 738821.827 7458777.13

Figura 9.2.2-9 - Pontos amostrais da biota aquática. A01 a A07.

d) Procedimentos Metodológicos
Análises Quantitativas

Para as análises quantitativas do fitoplâncton foram coletadas amostras de água nos 7


pontos amostrais, utilizando garrafas de Van Dorn com capacidade de 5L (Foto 9.2.2-44).
Após a coleta as amostras foram colocadas em frascos de polietileno de 500 ml, fixadas em

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formol (concentração final 4%) e encaminhadas para laboratório para análise (SOURNIA,
1978).

Foto 9.2.2-44 - Coleta de amostras quantitativas do fitoplâncton.

Análise Qualitativa

Além da análise quantitativa foram realizadas coletas de superfície, a partir de arrastos


horizontais, em velocidade constante (aproximadamente 2 nós), com uma rede cônica com
diâmetro de boca de 30 cm, comprimento total de 120 cm e 30 micra de abertura de malha,
visando a complementação do inventário (Foto 9.2.2-45). Após a coleta, as amostras foram
fixadas em formol (concentração final 4%) e encaminhadas para laboratório para análise
(SOURNIA, 1978).

Foto 9.2.2-45 - Coleta de amostras qualitativas do fitoplâncton.

Procedimentos em Laboratório

A observação qualitativa do fitoplâncton para obtenção da lista de espécies foi realizada em


microscópio óptico comum marca Laborana com aumento de 400 vezes, equipado com
câmara clara e ocular de medição. Os organismos foram identificados analisando-se as suas
características morfológicas e morfométricas, utilizando-se bibliografia especializada,

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destacando: PRESCOTT (1975), KOMARÉK & FOTT (1983), SANT’ANNA (1984), BALECH
(1988), PARRA & BICUDO (1995) e TOMAS (1997), TENENBAUM et al. (2004), entre outros.

Na identificação e contagem das células para determinação do fitoplâncton total (quantitativa)


foi utilizado o método de UTHERMÖHL (1958), no qual alíquotas de 50 mL foram colocadas
em câmaras de sedimentação e coradas com Rosa de Bengala, para análise em um
microscópio invertido com aumento de 400 vezes após 24 horas, sendo os indivíduos
(colônias, células, filamentos), contados em campos aleatórios seguindo as indicações de
UHELINGER (1964). O critério utilizado para determinação do número de campos a ser
contado foi o que procura alcançar 100 indivíduos da espécie mais abundante. De acordo
com LUND et al. (1958), isto permite trabalhar com intervalos de confiança de +/- 20% da
média, a um nível de significância de 95%, o que é considerado como suficiente para estudos
desta natureza.

As contagens de fitoplâncton foram convertidas em abundâncias relativas com base na


densidade de organismos fitoplanctônicos:

pi = abundância relativa de gêneros/espécies;

Ni onde: Ni = densidade de indivíduos de um dado gênero ou


pi 
N total espécie;

Ntotal = densidade total de organismos.

e) Análise de Dados
A caracterização da comunidade fitoplanctônica foi realizada através da identificação da
composição específica, da representatividade dos táxons que compõem estas comunidades,
assim como por indicadores da estrutura de comunidades, como diversidade específica
(SHANNON-WIENER, 1949), riqueza e abundância.

Para o estudo de diversidade da comunidade fitoplanctônica foi aplicado o índice de


diversidade de Shannon-Wiever.

H’= - Σ (ni/N) log (ni/N)

Onde,

 ni: valor de importância de cada espécie


 N: total dos valores de importância.

A riqueza de espécies total foi calculada através do numero total de espécies encontradas
(S).

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Já o índice de equitabilidade (J) foi calculado de acordo com PIELOU (1975) através da
fórmula:

J = H/log(S)

Onde,

H é o índice de Shannon-Wiener; e S o número total de espécies.

Para a análise de eficiência amostral todas as espécies encontradas nas amostras foram
utilizadas como descritores. A eficiência amostral foi calcula utilizando a curva de acúmulo de
espécies onde foram utilizados o número de espécies (taxa) total (S) e o índice de Jackknife
encontrado em cada amostra coletada. O índice Jackknife estima a riqueza absoluta
somando a riqueza observada a um parâmetro calculado a partir do número de espécies
raras e do número de amostras (PALMER 1991). A fórmula para Jackknife usada foi a de
primeira ordem:

(Jack 1): Jack 1= Sobs+ L (n-1/n), onde:

 Sobs é o número de espécies observado nas amostras,


 M= número de espécies que ocorrem em exatamente duas amostras,
 L é o número de espécies representadas em somente uma amostra e,
 n é o número de amostras

Quanto ao tratamento estatístico, os índices estruturais da comunidade fitoplanctônica foram


comparados entre os pontos amostrais e campanhas através da análise de variância
(ANOVA). Para se equalizar a variância e normalizar a distribuição, todos os dados usados
na ANOVA foram transformados em log (x + 1). Quando diferenças significativas foram
detectadas na ANOVA, o teste de Tukey’s Honestly Significantly Different (HDS) foi aplicado
para identificar fontes de variação. As análises acima foram realizadas utilizando o programa
estatístico STATISTICA 7.0.

A análise de ordenação MDS (“non-metric Multi Dimensional Scaling”) foi utilizada, a partir
dos dados de abundância dos táxons transformados em log (x+1), utilizando o índice de
similaridade de BRAY-CURTIS (1957). Os resultados foram plotados num diagrama de
ordenação e, quanto mais próximos dois pontos estiverem, mais similares eles serão. Em
geral, existe um grau de distorção ou “stress” entre os pontos de similaridade e os
correspondentes pontos de distâncias no diagrama (CLARKE & WARWICK, 2001).

Para verificar se ha diferença significativa na composição dos grupos obtidos na Análise de


Agrupamento dos pontos amostrais e entre as campanhas foi realizada uma Análise de
Similaridade (ANOSIM) unifatorial. Quanto maior o valor de R, maior a similaridade de
amostras de um mesmo grupo e, caso o nível de significância seja menor que 5%, a hipótese
nula de que não existem diferenças significativas entre os grupos foi rejeitada.

Quando encontradas diferenças significativas na análise do ANOSIM, foi aplicada a análise


de porcentagem de similaridade (SIMPER) com a finalidade de reconhecer quais táxons mais
contribuíram para a formação dos agrupamentos de pontos de coleta e campanhas (CLARKE
& WARWICK, 2001).

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Os métodos de análise univariados e multivariados descritos acima foram realizados com a


utilização dos pacotes estatísticos Biostat® e PRIMER®.

B) Caracterização da Fauna da Área de Influência Indireta (AII)


Quanto aos dados secundários do fitoplâncton, na AII não existem dados disponíveis. Apenas
os estudos de BASSANI et al., 1999, o qual apresenta uma síntese do levantamento de
dados e informações disponíveis na literatura sobre o sistema planctônico do litoral do Rio de
Janeiro, e SILVA et al., 1988, no qual os autores tratam da lista de espécies e aspectos
ecológicos do microfitoplâncton das águas costeiras do litoral Fluminense, ambos localizados
no litoral do Rio de Janeiro apresentam informações sobre a composição da comunidade
fitoplanctônica.

No Quadro 9.2.2-7 abaixo são listados os táxons encontrados nos estudos citados acima.

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Quadro 9.2.2-7 - Inventário taxonômico dos organismos fitoplanctônicos de provável ocorrência na região de Marica.

Táxon Fonte

Classe Bacillariophyceae (diatomáceas) BASSANI et al., 1999; SILVA et al., 1988


Chaetoceros affinis Lauder BASSANI et al., 1999; SILVA et al., 1988
Chaetoceros danicus Cleve BASSANI et al., 1999; SILVA et al., 1988
Chaetoceros sp BASSANI et al., 1999; SILVA et al., 1988
Cocconeis scutellum Ehrenberg BASSANI et al., 1999; SILVA et al., 1988

Diploneis bombus (Ehrenberg) Cleve BASSANI et al., 1999; SILVA et al., 1988
Diploneis sp BASSANI et al., 1999; SILVA et al., 1988
Navicula sp BASSANI et al., 1999; SILVA et al., 1988
Nitzschia closterium (Ehrenberg) W. Smith BASSANI et al., 1999; SILVA et al., 1988
Nitzschia delicatissima P.T. Cleve BASSANI et al., 1999; SILVA et al., 1988
Nitzschia panduriformis Gregory BASSANI et al., 1999; SILVA et al., 1988
Nitzschia sp BASSANI et al., 1999; SILVA et al., 1988

Pennales sp1 BASSANI et al., 1999; SILVA et al., 1988

Pleurosigma elongatum W. Smith BASSANI et al., 1999; SILVA et al., 1988

Pleurosigma naviculaceum Brébisson BASSANI et al., 1999; SILVA et al., 1988


Pleurosigma normanii Ralfs BASSANI et al., 1999; SILVA et al., 1988
Pleurosigma sp BASSANI et al., 1999; SILVA et al., 1988
Pseudo-nitzschia sp BASSANI et al., 1999; SILVA et al., 1988
Guinardia flaccida (Castracane) Peragallo BASSANI et al., 1999; SILVA et al., 1988
Cyclotella stylorum Brightwell BASSANI et al., 1999; SILVA et al., 1988

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Táxon Fonte

Hemiaulus sinensis Greville BASSANI et al., 1999; SILVA et al., 1988


Leptocylindrus danicus Cleve BASSANI et al., 1999; SILVA et al., 1988
Melosira nummuloides C.Agardh BASSANI et al., 1999; SILVA et al., 1988
Odontella sinensis (Greville) Grunow BASSANI et al., 1999; SILVA et al., 1988
Paralia sulcata (Ehrenberg) Cleve BASSANI et al., 1999; SILVA et al., 1988
Rhizosolenia alata Brightwell BASSANI et al., 1999; SILVA et al., 1988
Rhizosolenia calcar-avis Schultze BASSANI et al., 1999; SILVA et al., 1988
Rhizosolenia fragilissima Bergon BASSANI et al., 1999; SILVA et al., 1988
Rhizosolenia setigera Brightwell BASSANI et al., 1999; SILVA et al., 1988
Rhizosolenia stolterfothi H. Peragallo BASSANI et al., 1999; SILVA et al., 1988
Rhizosolenia sp BASSANI et al., 1999; SILVA et al., 1988
Skeletonema costatum (Greville) Cleve BASSANI et al., 1999; SILVA et al., 1988
Thalassiosira sp BASSANI et al., 1999; SILVA et al., 1988
Licmophora abbreviata C.A. Agardh BASSANI et al., 1999; SILVA et al., 1988
Asterionella gracilis Hassall BASSANI et al., 1999; SILVA et al., 1988
Classe Cyanophyceae BASSANI et al., 1999; SILVA et al., 1988
Classe Dinophyceae (dinoflagelados) BASSANI et al., 1999; SILVA et al., 1988
Ceratium sp BASSANI et al., 1999; SILVA et al., 1988
Protoperidinium sp BASSANI et al., 1999; SILVA et al., 1988

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C) Caracterização da Fauna das Áreas de Influência Direta (AID) e Diretamente


Afetada (ADA)

a) Composição Faunística
Na primeira campanha de caracterização do fitoplâncton realizada no mês de setembro de
2012 foram identificadas 6 classes fitoplanctônicas: Classe Bacillariophyceae (Diatomáceas),
Classe Chlorophyceae, Classe Cyanophyceae, Classe Cryptophyceae, Classe Dinophyceae
e Euglenophyceae (Quadro 9.2.2-8). Em janeiro, na segunda campanha foram identificadas 5
classes fitoplanctônicas: Classe Bacillariophyceae (Diatomáceas), Classe Chlorophyceae,
Classe Cyanophyceae, Classe Cryptophyceae e Classe Dinophyceae (Quadro 9.2.2-8).

Comparando-se o Quadro 9.2.2-7 e o Quadro 9.2.2-8 pode-se observar que dentre as


espécies e grupos encontrados nas duas campanhas (seco e chuvoso), a maioria já foi
registrada em dados secundários na AII. Além disso, nas duas campanhas foram registradas
um maior numero de classes e espécies fitoplanctônicas, como Bacilariophycea,
Chlorophyceae, Cyanophycea, Cryptophyceae, Dinophycea e Euglenophyceae.

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Quadro 9.2.2-8 - Organismos do fitoplâncton registrados em Maricá, nas campanhas do período de estiagem (setembro de 2012) e chuvoso
(janeiro de 2013).

1ª Campanha 2ª Campanha Métodos


Táxon
Pontos Amostrais

A01 A02 A03 A04 A05 A06 A07 A01 A02 A03 A04 A05 A06 A07
Classe Bacillariophyceae Qualitativo
Asterionella nonata Qualitativo
X
Grunow X X X
Ceratulina pelagica (Cleve)
X
Hendey X

Chaetoceros costatum Quali /


X
Pavillard Quantitativo
Chaetoceros lorenzianus Quali /
X
Grunow X X X X X Quantitativo
Quali /
Chaetoceros sp X
Quantitativo
Coscinodiscus radiatus Qualitativo
X X X X X
Ehrenberg X X
Diploneis crabo Qualitativo
X
(Ehrenberg) Ehrenberg
Diploneis sp X X X X Qualitativo
Guinardia flaccida H. Quali /
X X
Péragallo Quantitativo
Quali /
Hemiaulus sp X
Quantitativo
Melosira sp X X Quali /

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1ª Campanha 2ª Campanha Métodos


Táxon
Pontos Amostrais
Quantitativo
Melosira sulcata Qualitativo
X X
(Ehrenberg) Kützing X X X
Quali /
Navicula sp1 X X
X X X X Quantitativo
Navicula sp2 X X Qualitativo
Nitzschia acicularis W. Quali /
X
Smith X X Quantitativo
Nitzschia longissima Quali /
(Brebisson) Ralfs X X Quantitativo
Nitzschia punctata Quali /
(W.Smith) Grunow X Quantitativo
Nitzschia seriata Cleve X X Qualitativo
Quali/Quantitati
Pennales X X X X X X X
X X X vo
Pinnularia sp X Qualitativo
Pleurosigma naviculaceum Quali /
X
Brébisson X Quantitativo
Pleurosigma normanii Qualitativo
X
Ralfs
Rhizosolenia alata Quali /
Brightwell X Quantitativo
Rhizosolenia calcar-avis Qualitativo
X
Schultze X X

Rhizosolenia delicatula X Quali /

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1ª Campanha 2ª Campanha Métodos


Táxon
Pontos Amostrais
Cleve Quantitativo
Rhizosolenia robusta Qualitativo
X
Norman X X X
Rhizosolenia setigera Quali /
X X X
Brightwell X X Quantitativo
Rhizosolenia stolterfothi H. Quali /
X X X X
Péragalo X X X Quantitativo
Stenopterobia intermedia Qualitativo
X
(Lewis) Van Heurck
Synedra ulna (Nitzsch) Qualitativo
X
Ehrenberg X X X X
Talassiothrix frauenfeldii Quali /
X X
Grunow X Quantitativo
Thalassionema Qualitativo
X
nitzschioides Grunow
Triceratium favus Qualitativo
X
Ehrenberg
Classe Chlorophyceae
Chlorella cf minutissima Quali /
X X X X X X X
Folt & Novák X X X X X Quantitativo
Quali /
Chlorococcales X
Quantitativo
Classe Cryptophyceae
Criptofícea Tipo I X X Qualitativo
Cryptomonas sp X X X Qualitativo

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1ª Campanha 2ª Campanha Métodos


Táxon
Pontos Amostrais

Classe Cyanophyceae
Anabaena sp X X Qualitativo
Quali /
Oscillatoria sp1 X X X
X X X X Quantitativo
Quali /
Oscillatoria sp2 X
Quantitativo
Synechocystis cf aquatilis Qualitativo
X X X
Sauvageau
Synechococcus elegans Quali /
X
(Woloszynska) Komárek X X X X X Quantitativo
Classe Dinophyceae
Ceratium trichoceros Qualitativo
X X X
(Ehrenberg) Kofoid X X X X

Ceratium tripos (Meller) Qualitativo


X X
Nitzsch X X
Quali /
Gymnodinium sp X
Quantitativo

Prorocentrum micans Quali /


X X Quantitativo
Ehrenberg X X X
Protoperidinium divergens Quali /
X
(Ehrenberg) Balech X X Quantitativo

Protoperidinium granii Quali /


X Quantitativo
(Ostenfeld) Balech

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1ª Campanha 2ª Campanha Métodos


Táxon
Pontos Amostrais

Classe Euglenophyceae

Trachelomonas Quali /
X
sydneyensis Playf. Quantitativo
Pontos de Registro: A01, A02, A03, A04, A05, A06, A07.

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b) Eficiência amostral
A curva de acumulo de espécies do fitoplâncton é apresentada na Figura 9.2.2-10. A mesma
atingiu um total de 49 espécies/taxa utilizando 14 amostras de rede (dados qualitativos)
resultantes das duas campanhas realizadas. Os resultados do índice de Jackknife 1 mostram
que este valor pode chegar a 64 espécies/taxa.

80 Sobs
Jacknife1

60
Species Count

40

20

0
0 5 10 15
Samples

Figura 9.2.2-10 - Curva de acúmulo de espécies/taxa do fitoplâncton coletado ao longo dos 7


pontos amostrais localizadas na porção costeira e marítima da ADA e AID do TPN - Maricá, RJ
(Setembro/2012 e Janeiro/2013). N=14.

c) Variação entre métodos de amostragem


Não se aplica.

d) Espécies ameaçadas e protegidas por legislação federal e/ou estadual


Analisando os dados obtidos ao longo das duas campanhas realizadas, não foram encontras
espécies ameaçadas e protegidas por legislação federal e/ou estadual.

e) Espécies endêmicas, exóticas, raras ou não descritas


Para o fitoplâncton não foram registradas ao longo das duas campanhas realizadas espécies
raras, exóticas, endêmicas dessa região ou que estejam em processo de extinção.

f) Espécies Migratórias
Não se aplica.

g) Espécies de interesse econômico e/ou médico-veterinário


Não foram registradas espécies de interesse econômico ou médico-veterinário.

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h) Espécies indicadoras de qualidade ambiental


Considerando a comunidade fitoplanctônica marinha como produtores primários do ambiente
aquático e que respondem rapidamente a eventuais alterações na qualidade de água, pode-
se considerar toda esta comunidade como indicadora de qualidade ambiental.

i) Distribuição da fauna no ambiente


Em setembro de 2012 na primeira campanha os valores de densidade fitoplanctônica
variaram de 149 Ind./ml no ponto amostral A05 a 589 Ind./ml no ponto A01, onde foram
registrados os maiores valores de densidade. Na campanha do período chuvoso realizada
em janeiro de 2013 os valores de densidade fitoplanctônica variaram de 85,0 Ind./ml no ponto
amostral A05 a 283 Ind./ml no ponto A04 (Figura 9.2.2-11 e Tabela 9.2.2-10). Embora os
maiores valores médios de densidade tenham ocorrido nos pontos amostrais A01 e A07, não
foram encontradas diferenças significativas entre os mesmos (ANOVA F= 0,75; p= 0,62).
Entre as duas campanhas realizadas (ANOVA F= 5,76; p= 0,03), os valores médios da
primeira (período de estiagem) foram significativamente maiores do que os da segunda
(período chuvoso).

Figura 9.2.2-11 - Distribuição da densidade fitoplanctônica (Ind./ml) coletada ao longo dos 7


pontos amostrais localizadas na porção costeira e marítima da ADA e AID do TPN - Maricá, RJ
(Setembro/2012 e Janeiro/2013).

ARCADIS logos 635


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Tabela 9.2.2-10 - Distribuição da densidade fitoplanctônica (Ind./ml) coletada ao longo dos 7 pontos amostrais localizadas na porção costeira e
marítima da ADA e AID do TPN - Maricá, RJ (Setembro/2012 e Janeiro/2013).

1ª Campanha 2ª Campanha

Táxons PONTOS AMOSTRAIS

A01 A02 A03 A04 A05 A06 A07 A01 A02 A03 A04 A05 A06 A07

Classe Bacillariophyceae
Ceratulina pelagica 7
Chaetoceros costatum 7
Chaetoceros lorenzianus 21
Chaetoceros sp1 7
Guinardia flaccida 14 7
Hemiaulus sp 7
Melosira sp 7 14
Navicula sp1 7 7 14 14 7
Nitzschia acicularis 7 7 36
Nitzschia longissima 14 7
Nitzschia punctata 14
Pennales 156 114 114 121 107 114 64 7 43 21
Pleurosigma naviculaceum 7 7
Rhizosolenia alata 7
Rhizosolenia delicatula 7
Rhizosolenia setigera 7 14 7 7 36 28
Rhizosolenia stolterfothi 7 14 7 21

ARCADIS logos 636


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1ª Campanha 2ª Campanha

Táxons PONTOS AMOSTRAIS

A01 A02 A03 A04 A05 A06 A07 A01 A02 A03 A04 A05 A06 A07

Thalassiothrix frauenfeldii 21
Classe Chlorophyceae
Chlorella cf minutissima 270 78 71 85 28 43 284 121 50 106 14 7
Clorococcales sp1 114
Classe Cyanophyceae
Oscillatoria sp2 7 7 14 14 7
Synechococcus elegans 50 28 57 50 135 36
Classe Dinophyceae
Gymnodinium sp1 7
Prorocentrum micans 7 7 7 7 7
Protoperidinium divergens 7
Protoperidinium granii 7
Classe Euglenophyceae
Trachelomonas sydneyensis 7
TOTAL 589 248 220 255 149 178 419 177 142 100 283 85 93 84

ARCADIS logos 637


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A Figura 9.2.2-12 mostra a composição quantitativa do fitoplâncton ao longo dos pontos


amostrais. Em setembro, nos pontos A01 e A07 as clorofíceas foram as mais abundantes.
Nos demais pontos houve a dominância das diatomáceas (bacilariofíceas). Dentre as outras
classes, as cianofíceas ocorreram principalmente no ponto A07, os dinoflagelados e as
euglenofíceas no ponto A04. Na campanha de Janeiro, no ponto A01 as clorofíceas foram as
mais abundantes. Nos pontos A02 e A02 as cianofíceas dominaram. Nos pontos A06 e A07
houve a dominância das diatomáceas (bacilariofíceas), enquanto que no ponto A03 as
cianofíceas e diatomáceas co-dominaram.

1ª Campanha

Bacillariophyceae Chlorophyceae Cyanophyceae

Pontos Amostrais

2ª Campanha

Bacillariophyceae Chlorophyceae Cyanophyceae Dinophyceae

Pontos Amostrais

Figura 9.2.2-12 - Distribuição da relação percentual (%) entre as classes fitoplanctônicas que
ocorreram ao longo dos 7 pontos amostrais localizadas na porção costeira e marítima da ADA e
AID do TPN - Marica, RJ (Setembro/2012 e Janeiro/2013).

ARCADIS logos 638


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Com relação à escala de tamanho (Figura 9.2.2-13), em setembro o microfitoplâncton (>20 μ)


predominou sobre o nanofitoplâncton (<20 μ) em todas as amostras, exceto no ponto
amostral A07. Em janeiro nanofitoplâncton (<20 μ) predominou sobre o microfitoplâncton (>20
μ) em todas as amostras, exceto nos pontos amostrais A06 e A07.

1ª Campanha

2ª Campanha

Figura 9.2.2-13 - Distribuição da relação percentual (%) entre nanoplâncton e microfitoplâncton


coletado ao longo dos 7 pontos amostrais localizadas na porção costeira e marítima da ADA e
AID do TPN - Marica, RJ (Setembro/2012 e Janeiro/2013).

ARCADIS logos 639


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Terminais Ponta Negra – TPN

Quanto aos índices ecológicos, os valores encontrados para a diversidade do fitoplâncton em


setembro variaram de 0,84 no ponto amostral A05 a 1,49 bits.Ind.-1 no ponto A02. Em janeiro
os valores variaram de 1,01 no ponto amostral A01 a 1,69 bits.Ind.-1 no ponto A05 (Figura
9.2.2-14).

Embora os maiores valores médios de diversidade tenham ocorrido no ponto amostral A02,
não foram encontradas diferenças significativas entre os mesmos (ANOVA F= 0,43; p= 0,83).
Entre as duas campanhas realizadas, embora os maiores valores médios de diversidade
tenham ocorrido na campanha de janeiro (período chuvoso), não foram encontradas
diferenças significativas entre as mesmas (ANOVA F= 0,52; p= 0,48).

Os valore de equitabilidade em setembro variaram de 0,61 no ponto amostral A05 a 0,80 no


ponto A03. Em janeiro os valores variaram de 0,63 no ponto amostral A01 a 0,92 no ponto
A07 (Figura 9.2.2-14). Embora os maiores valores médios de equitabilidade tenham ocorrido
nos pontos amostrais A03 e A07, não foram encontradas diferenças significativas entre os
mesmos (ANOVA F= 0,82; p= 0,58). Entre as duas campanhas realizadas, os maiores
valores médios da campanha de janeiro (período chuvoso) foram significativamente maiores
do que os da campanha de setembro (período de estiagem) (ANOVA F= 8,50; p= 0,01).

Já a riqueza de espécies (S) dos dados quantitativos em setembro variou de 4 táxons nos
pontos A03, A05 e A07 a 9 táxons nos pontos A01 e A02. Na campanha de janeiro a riqueza
variou de 3 táxons no ponto amostral A03 a 7 táxons no ponto A05 (Figura 9.2.2-14). Embora
os maiores valores médios de riqueza tenham ocorrido nos pontos amostrais A01 e A02, não
foram encontradas diferenças significativas entre os mesmos (ANOVA F= 1,34; p= 0,35).
Entre as duas campanhas realizadas, embora os maiores valores médios tenham ocorrido na
campanha de setembro (período de estiagem), não foram encontradas diferenças
significativas entre as mesmas (ANOVA F= 1,22; p= 0,29).

ARCADIS logos 640


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

1ª Campanha

2ª Campanha

Figura 9.2.2-14 - Diversidade do fitoplâncton (bits.ind-1), equitabilidade (J) e riqueza total (S) nas
nos 7 pontos amostrais localizadas na porção costeira e marítima da ADA e AID do TPN -
Maricá, RJ (Setembro/2012 e Janeiro/2013).

A análise de similaridade de Bray-Curtis e MDS (Figura 9.2.2-15 e Figura 9.2.2-16) entre os


pontos amostrais na campanha de setembro mostrou uma similaridade maior entre os pontos
amostrais A03, A05, A06 e A07 e entro os pontos amostrais A01, A02 e A04. Em janeiro,

ARCADIS logos 641


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

houve uma maior similaridade entre os pontos A06 e A7, entre os pontos A01, A02, A04 e
A05. Já o ponto amostral A03 se destacou dos demais.

Esta tendência de agrupamento foi confirmada pela a análise do ANOSIM, cujo resultado foi
significativo (R=0,94; p=0,1%).

Em termos sazonais, a análise de similaridade de Bray-Curtis e MDS (Figura 9.2.2-15 e


Figura 9.2.2-16) entre as campanha demonstrou uma clara separação entre a campanha de
setembro (período de estiagem) e de janeiro (período chuvoso). Esta tendência de
agrupamento foi confirmada pela a análise do ANOSIM, cujo resultado foi significativo
(R=0,42; p=1,0%).

Group average
Transform: Log(X+1)
Resemblance: S17 Bray Curtis similarity (+d)
20
Campanha
1ª Campanha
2ª Campanha

40
Similarity

60

80

100
A06

A07

A03

A05

A04

A01

A02

A06

A07

A03

A05

A02

A01

A04

Samples

Figura 9.2.2-15 - Dendrograma resultante da análise de agrupamento entre os 7 pontos


amostrais localizado na porção costeira e marítima da ADA e AID do TPN - Maricá, RJ na 1ª
campanha (Setembro/2012) e 2ª campanha (Janeiro/2013).

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Transform: Log(X+1)
Resemblance: S17 Bray Curtis similarity (+d)

2D Stress: 0,13
A06
Campanha
1ª Campanha
2ª Campanha

A03
A07

A05 A05
A02 A02

A04
A06

A07
A04 A01 A03

A01

Figura 9.2.2-16 - MDS resultante da análise de agrupamentos entre os 7 pontos amostrais


localizado na porção costeira e marítima da ADA e AID do TPN - Marica, RJ (Setembro/2012 e
Janeiro/2013).

A análise do SIMPER mostrou que as diferença entre as duas campanhas foi devido as
maiores densidades de Pennales, Chlorella minutissima e Rhizosolenia stolterfothi na
campanha de setembro e maiores densidades de Synechococcus elegans, Oscillatoria sp2 e
Rhizosolenia setigera na campanha de janeiro (Tabela 9.2.2-11).

Tabela 9.2.2-11 - Resultados da análise de dissimilaridade (SIMPER) entre 1ª campanha


(Setembro/2012) e 2ª campanha (Janeiro/2013) nos agrupamentos formados no Cluster e MDS.
Legenda: Diss.= Dissimilaridade; Ab.=abundância; Contrib.=contribuição; Cum.=cumulativa.

1ª 2ª
Diss. média = 68,98%
campanha campanha

Espécies Ab. média Ab. média Diss média Diss/DP Contrib% Cum.%

Pennales 4,71 1,28 10,35 2,03 15,00 15,00


Synechococcus
0,56 2,84 7,89 1,33 11,44 26,44
elegans
Chlorella minutissima 4,50 2,60 7,03 1,20 10,19 36,64
Rhizosolenia
1,42 0,00 4,56 1,06 6,61 43,24
stolterfothi
Rhizosolenia setigera 0,98 1,29 4,48 0,98 6,50 49,74
Oscillatoria sp2 0,30 1,37 3,85 1,09 5,58 55,32

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D) Discussão dos Resultados


De forma geral, para toda comunidade planctônica, as variações quantitativas e qualitativas
na região estão fortemente associadas aos processos físicos costeiros, como fenômenos de
ressurgência (LOPES et al., 2006; VALENTIN, 1980, 1989, VALENTIN et al., 1987) e
processos climáticos, como ocorrência de chuvas, os quais influenciam o plâncton na região
costeira (STERZA, 2006).

Em termos de densidade fitoplanctônica, os valores encontrados nas duas campanhas


realizadas são similares em comparação com resultados da região costeira de Cabo Frio,
onde sabidamente ocorrem fenômenos de ressurgência. Os estudos na região de Cabo Frio
região citam valores de densidade variando entre 10 e 50 cel./ml (BASSANI et al., 1999).
Embora no presente estudo, os valores estejam em outra unidade (Ind./ml), os valores
médios de 294 Ind./ml encontrados em setembro e 139 Ind./ml em janeiro são compatíveis
com os citados acima.

Estudos no litoral fluminense (SILVA et al., 1988) demonstram que o fenômeno de


ressurgência, responsável seja pelo afloramento da Água Central do Atlântico Sul, seja pela
formação de uma termoclina na camada eufótica, é o fator determinante do crescimento algal
que começa com espécies de pequeno porte (Skeletonema costatum, Nitzschia spp) e evolui
para uma maior diversidade com espécies dos gêneros Guinardia, Rhizosolenia,
Chaetoceros, Thalassiothrix. Em condição de estratificação da coluna d'água notou-se a
influência das águas da Baía de Guanabara, com forte crescimento de Skeletonema
costatum, e uma grande quantidade de detritos associados a algas cianofíceas e formas
nanoplanctônicas. Nas duas campanhas realizadas houve a dominância de diatomáceas
penadas, de clorofíceas e cianofíceas, estas últimas, típicas de águas estuarinas. Na região
não existem estuários, apenas o canal a lagoa de Ponta Negra, a qual deságua ao sul do
empreendimento e a lagoa de Saquarema, a qual deságua ao norte do empreendimento,

Quanto à composição fitoplanctônica, observa-se que, além das diatomáceas os


dinoflagelados apresentaram o maior número de táxons. Bacillariophyceae e Dinophyceae
são as principais classes constituintes da composição fitoplanctônica marinha, sendo que a
primeira é a mais representativa em número de algas e de grande importância para a
produtividade oceânica (RÉ, 2000; KENNISH, 1990). Essas classes são normalmente citadas
como as mais abundantes para o Atlântico Sul (BASSANI et al., 1999; BRANDINI, 1990).
Comparando-se os resultados qualitativos pode-se observar que dentre as espécies e grupos
encontrados nas duas campanhas, a maioria já foi registrada em dados secundários na AII
(BASSANI et al., 1999; SILVA et al., 1988). Além disso, foi registrado um maior numero de
classes e espécies fitoplanctônicas, como Bacilariophycea, Chlorophyceae, Cyanophycea,
Cryptophyceae, Dinophycea e Euglenophyceae, principalmente na campanha de setembro.

Em termos de densidade relativa, além das diatomáceas, as clorofíceas apresentaram


dominância ou codominância no período de estiagem (setembro). No período chuvoso
(janeiro), além das classes supracitadas, as cianofíceas também foram dominantes. Nos
estudos do litoral do Rio de Janeiro, as diatomáceas são citadas como dominantes,
principalmente com Thalassiosira sp Skeletonema costatum e Rhizosolenia sp (BASSANI et
al., 1999; SILVA et al., 1988).

A maior parte da biomassa fitoplanctônica nas águas superficiais da região é composta pelo
nanoplâncton autotrófico. Esses componentes do fitoplâncton geralmente perfazem cerca de

ARCADIS logos 644


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60 a 90% da produção primária total nos mares tropicais (SIEBURTH et al., 1978). O
nanofitoplâncton é geralmente composto por fitoflagelados, cianofíceas e clorofíceas de
menor tamanho, enquanto o microfitoplâncton é principalmente composto por diatomáceas,
dinofíceas e criptofíceas de maior tamanho. A predominância da fração nanoplâncton sobre o
microfitoplâncton é um quadro normal para ambientes marinhos tropicais (BRANDINI, 1990).
Este foi o padrão encontrado na campanha do período chuvoso (janeiro). Porém na
campanha do período de estiagem (setembro), o microfitoplâncton foi o dominante na maioria
dos pontos amostrais, devido a maior abundância das diatomáceas.

A comunidade fitoplanctônica nas duas campanhas realizadas foi caracterizada pela


ocorrência de espécies típicas de ambientes costeiros, que são regularmente influenciados
pela dinâmica da maré, aporte continental e/ou pelas águas da região oceânica adjacente. A
ocorrência das diatomáceas como o gênero Rhizosolenia e do dinoflagelado Protoperidinium
divergens indica influência de águas da plataforma sobre a área de estudo (KILHAM &
KILHAM, 1980; CHRÉTIENNOT-DINET, 1990). Dados pretéritos mostram que no litoral de
Cabo Frio (BASSANI et al., 1999) as espécies Sketonema costatum e Nitzschia closterium,
costumam ser abundantes no verão e gêneros como, Chaetoceros e Pleurosigma nos meses
de março e abril, enquanto Rhizosolenia está associada a períodos de ressurgência.

O registro de cianofíceas e clorofíceas indica a influência de águas de origem continental


sobre a região estudada, pois esses grupos são frequentemente referenciados como
característicos de águas doces ou pouco salinas, e sob condições meso a eutróficas
(LACKEY, 1968; RAVEN et al., 1996). Ao sul do empreendimento encontra-se o canal da
lagoa de Ponta Negra, e ao norte o canal da lagoa de Saquarema.

A diversidade média encontrada nos pontos amostrais de 1,16 bits.ind-1 em setembro e 1,26
bits.ind-1 em janeiro esteve abaixo do esperado para a região costeira, que é de 2,00 bits.ind-1
(BRANDINI et al., 1997), reflexo da grande dominância de poucas espécies. A região também
apresentou uma riqueza moderada de espécies/gêneros (49), refletidos nos valores de
equitabilidade, demonstrando uma comunidade fitoplanctônica dependente de condições
hidrológicas, como aporte de nutrientes através de fenômenos como a ressurgência.

Os resultados mostraram em termos de distribuição espacial que a região apresenta uma


tendência de gradiente horizontal, de certa forma em função da profundidade. Os resultados
mostraram que os pontos amostrais próximos ao costão (morro de Ponta Negra) se
destacaram dos pontos mais afastados. Embora a área de estudo seja pequena em termos
de massa d’água e estas diferenças estatísticas possam ser sutis, pelo seu caráter dinâmico,
com elevadas taxas de reprodução e perda, a comunidade planctônica responde rapidamente
às alterações físico-químicas do meio aquático.

Por outro lado as variações sazonais foram mais evidentes, com os dois períodos estudados
(estiagem e chuvoso) se apresentando de forma distinta, tanto em termos de abundância
quanto de composição. As variações no regime meteorológico, as características
geomorfológicas regionais e os impactos antropogênicos nas áreas costeiras estabelecem,
em conjunto, o regime hidrográfico particular de cada região e, consequentemente, as
características taxonômicas e a dinâmica espaço-temporal de suas comunidades
planctônicas (TENENBAUM et al., 2006). Nas duas campanhas realizadas estas variações se
caracterizaram pelas maiores densidades de Pennales, Chlorella minutissima e Rhizosolenia

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stolterfothi na campanha de setembro e maiores densidades de Synechococcus elegans,


Oscillatoria sp2 e Rhizosolenia setigera na campanha de janeiro.

E) Considerações Finais
Pode-se concluir que a comunidade fitoplanctônica da região é composta por espécies
dulcículas, estuarinas e marinhas, sendo as bacilariofíceas, clorofíceas, cianofíceas e
dinoflagelados as mais abundantes. A região apresentou uma baixa riqueza de táxons,
demonstrando ser dependente da condições hidrológicas, como aporte de nutrientes através
de fenômenos como a ressurgência.

Diante da implantação do empreendimento é esperado que as atividades de dragagem, as


quais irão gerar plumas e aumento de turbidez e possível lançamento sanitários durante as
fases de implantação e de efluentes industriais na fase operação sejam os principais fatores
de impacto sobre essa comunidade, tendo como consequência uma redução das taxas de
produtividade biológica do sistema. Em relação à comunidade planctônica, esta pode ser
diretamente afetada pela introdução no sistema de contaminantes (p.ex. matéria orgânica e
compostos reduzidos), os quais alteram negativamente a qualidade da água, provocando
depleção nos níveis de oxigênio e diminuição da transparência, além dos riscos toxicológicos
de alguns dos compostos que potencialmente podem estar sendo biodisponibilizados
(MESSIEH et al., 1991).

F) Relatório Fotográfico
Seguem abaixo o registro fotográfico das principais espécies do fitoplâncton encontradas na
presente campanha ao longo dos sete pontos amostrais.

Figura 9.2.2-17 - Chaetoceros lorenzianus Figura 9.2.2-18 - Ceratium tripos


(Bacillariophyceae). A03. (Dinophyceae). A02 e A05.

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Figura 9.2.2-19 - Anabaena sp


(Cyanophyceae). A01 e A02.

9.2.2.5. Zooplancton

A) Metodologia Aplicada

a) Levantamento de dados secundários


A análise de dados secundários para o zooplâncton foi realizada inicialmente considerando
registros disponíveis para a região de inserção do projeto, obtidos em literatura especializada,
utilizando bases de dados bibliográficos como Zoological Records, Biological Abstracts, Web
of Sciences, entre outros. Para cada grupo foram geradas listagens contendo os nomes
científicos e populares (quando existentes) das espécies registradas na região de inserção do
empreendimento, compondo lista inicial de espécies de ocorrência comprovada ou muito
provável.

Todos os nomes científicos utilizados para os táxons registrados por meio de dado
secundários ou primários foram padronizados segundo disponível em literatura especializada,
tais como World Register of Marine Species (WoRMS).

b) Levantamento de dados primários


A primeira campanha de levantamento da biota aquática foi realizada entre os dias 11 e 14
de setembro de 2012, sendo as amostras de plâncton coletadas no dia 12, entre 8 e 16
horas. O período acima compreende o período de estiagem da região. Já a segunda
campanha foi realizada entre os dias 21 e 25 de janeiro de 2013, contemplando o período
chuvoso da região. As coletas das amostras de fitoplâncton tiveram duração de um dia em
cada uma das campanhas.

c) Área de estudo
A caracterização da fauna marinha foi realizada através da coleta em 07 (sete) pontos
amostrais ao longo da Área Diretamente Afetada (ADA) do empreendimento a ser
implantado, como pode ser visto na Figura 9.2.2-20 e Foto 9.2.2-46, a bordo da embarcação
O Patriota IV. Os pontos foram distribuídos na ADA com o objetivo de caracterizar a
comunidade planctônica marinha ao longo de um gradiente de profundidade. Além deste
objetivo, um ponto amostral (A-02, apresentado mais adiante) foi utilizado por sua localização

ARCADIS logos 647


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fora da ADA, e, desta forma, poderá ser utilizado em programas de monitoramento futuros
visando o acompanhamento de possíveis impactos resultantes da instalação de estruturas de
quebramar dos Terminais Ponta Negra.

Foto 9.2.2-46 - Embarcação O PATRIOTA IV utilizado para coleta de plâncton.

O Quadro 9.2.2-9 apresenta as coordenadas dos pontos de coleta de água, sedimentos e


organismos.

Quadro 9.2.2-9 - Coordenadas UTM 23S WGS-84 dos pontos de coleta dos organismos
marinhos.

Coordenadas UTM 23S - WGS-84

Ponto E S

A-01 738082.885 7460202.07


A-02 737783.200 7458160.69
A-03 739222.003 7460283.25
A-04 738266.687 7459539.25
A-05 739112.966 7459756.34
A-06 738724.683 7459357.7
A-07 738821.827 7458777.13

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Figura 9.2.2-20 – Pontos amostrais da biota aquática. A01 a A07.

d) Procedimentos Metodológicos
Para as análises quantitativas e qualitativas dos organismos zooplanctônicos foram
realizados arrastos horizontais subsuperficiais nos 7 pontos amostrais utilizando uma rede
cilíndrico-cônica de 2,50 m de comprimento, 200 μm de abertura de malha e 0,60 m de
diâmetro de boca, dotada de um fluxômetro no centro do aro para estimar o volume de água
filtrada (Foto 9.2.2-47). O tempo médio dos arrastos foi de 5 minutos. Após as coletas, as
amostras foram colocadas em frascos de polietileno de 500 ml e fixadas com formaldeído
diluído a 4% em água do mar (KRAMER et al., 1994).

ARCADIS logos 649


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Foto 9.2.2-47 - Coleta de amostras qualitativas e quantitativas do zooplâncton.

A abundância do zooplâncton coletado foi padronizada em indivíduo por metro cúbico de


água filtrada (ind. m-3). Os volumes de água filtrada na rede foram estimados através do
cálculo da expressão:

V=axKxn

sendo:

 V = volume de água filtrada (m³);


 a = área da boca da rede (m²);
 k = constante de calibração do fluxômetro;
 n = número de rotações do fluxômetro (rot).

Para o zooplâncton, as amostras oriundas dos arrastos horizontais foram fracionadas


utilizando-se um quarteador do tipo Folson até conterem no mínimo 300 organismos (OMORI
& IKEDA, 1984) ou analisadas em sua totalidade quanto houve baixa densidade de
indivíduos. Os organismos foram identificados em placa de Petri quadriculada sob
estereomicroscópio binocular comum marca Laborana com aumento de 200 vezes e
identificados, preferencialmente, até o nível de espécie, baseada nas seguintes referências:
BOLTOVSKOY (1981, 1999), MONTÚ & GLOEDEN (1986) entre outros.

O cálculo do número de indivíduos zooplanctônicos por metro cúbico de água foi feito
dividindo-se o número total de organismos encontrados para cada táxon identificado pelo
volume de água filtrado em cada ponto de coleta, de acordo com a fórmula a seguir:

Abundância dos organismos (N):

N = ni / V

Onde:

 N = abundância total da espécie em cada amostra;


 Ni = número de indivíduos da espécie i observados na amostra
 V = volume de água filtrado pela rede (m3).

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e) Análise de Dados
A caracterização das comunidades zooplanctônica foi realizada através da identificação da
composição específica, da representatividade dos táxons que compõem estas comunidades,
assim como por indicadores da estrutura de comunidades, como diversidade específica
(SHANNON-WIENER, 1949), riqueza e abundância.

Para o estudo de diversidade da comunidade zooplanctônica foi aplicado o índice de


diversidade de Shannon-Wiener.

H’= - Σ (ni/N) log (ni/N)

Onde,

 ni: valor de importância de cada espécie


 N: total dos valores de importância.

A riqueza de espécies total foi calculada através do numero total de espécies encontradas
(S).

Já o índice de equitabilidade (J) foi calculado de acordo com PIELOU (1975) através da
fórmula:

J = H/log(S)

Onde,

 H é o índice de Shannon-Wiener; e S o número total de espécies.

Para a análise de eficiência amostral todas as espécies encontradas nas amostras foram
utilizadas como descritores. A eficiência amostral foi calcula utilizando a curva de acúmulo de
espécies onde foram utilizados o número de espécies (taxa) total (S) e o índice de Jacknife
encontrado em cada amostra coletada. O índice Jackknife estima a riqueza absoluta
somando a riqueza observada a um parâmetro calculado a partir do número de espécies
raras e do número de amostras (PALMER 1991). A fórmula para Jackknife usada foi a de
primeira ordem:

(Jack 1): Jack 1= Sobs+ L (n-1/n),

Onde:

 Sobs é o número de espécies observado nas amostras,


 M= número de espécies que ocorrem em exatamente duas amostras,
 L é o número de espécies representadas em somente uma amostra e,
 n é o número de amostras

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Quanto ao tratamento estatístico, os índices estruturais da comunidade zooplanctônica foram


comparados entre as regiões através da análise de variância (ANOVA). Para se equalizar a
variância e normalizar a distribuição, todos os dados usados na ANOVA foram transformados
em log (x + 1). Quando diferenças significativas foram detectadas na ANOVA, o teste de
Tukey’s Honestly Significantly Different (HDS) foi aplicado para identificar fontes de variação.
As análises acima foram realizadas utilizando o programa estatístico STATISTICA 7.0.

A análise de ordenação MDS (“non-metric Multi Dimensional Scaling”) foi utilizada, a partir
dos dados de abundância dos táxons transformados em log (x+1), utilizando o índice de
similaridade de BRAY-CURTIS (1957). Os resultados foram plotados num diagrama de
ordenação e, quanto mais próximos dois pontos estiverem, mais similares eles serão. Em
geral, existe um grau de distorção ou “stress” entre os postos de similaridade e os
correspondentes postos de distâncias no diagrama (CLARKE & WARWICK, 2001).

Para verificar se há diferença significativa na composição da fauna dos grupos obtidos na


Análise de Agrupamento dos pontos amostrais e campanhas foram realizadas uma Análise
de Similaridade (ANOSIM) unifatorial. Quanto maior o valor de R, maior a similaridade de
amostras de um mesmo grupo e, caso o nível de significância seja menor que 5%, a hipótese
nula de que não existem diferenças significativas entre os grupos foi rejeitada.

Quanto encontradas diferenças significativas na análise do ANOSIM, foi aplicada a análise de


porcentagem de similaridade (SIMPER) com a finalidade de reconhecer quais táxons mais
contribuíram para a formação dos agrupamentos de pontos de coleta (CLARKE & WARWICK,
2001).

Os métodos de análise univariados e multivariados descritos acima foram realizados com a


utilização dos pacotes estatísticos Biostat® e PRIMER®.

B) Caracterização da Fauna da Área de Influência Indireta (AII)


Quanto aos dados secundários para a comunidade zooplanctônica, na AII existem dados
disponíveis apenas os estudos de BASSANI et al., 1999, o qual cita o estudo de BONECKER
et al. (1990) sobre a distribuição e diversidade do zooplâncton no Rio de Janeiro, com
informações sobre a praia de Ponta Negra. Outros estudos ao largo do litoral fluminense
podem ser citados, como os estudos de BONECKER (1983); VALENTIN & MONTEIRO-
RIBAS, 1993; DIAS (1994); NOGUEIRA et al., 1999; LOPES et al., 1999; LOPES et al., 2006,
os quais apresentam informações sobre a composição da comunidade zooplanctônica.

Em outro estudo com o zooplâncton da região costeira entre Cabo Frio e a entrada da Baía
de Guanabara (Valentin et al., 1987) foi verificado que as flutuações sazonais da penetração
da ACAS sobre a plataforma continental constituíram a principal causa da alta variabilidade
na estrutura da comunidade zooplanctônica da região. Densas populações de Paracalanus
parvus, ostrácodes e salpas foram associadas com a ressurgência, especialmente durante o
mês de outubro. No período de inverno e no final do verão, o zooplâncton foi constituído
basicamente por espécies costeiras e de plataforma (por exemplo, Penilia avirostris,
Oikopleura longicauda, Temora stylifera, Clausocalanus furcatus e Oncaea venusta),
indicando uma maior influência da Corrente do Brasil na região.

No Quadro 9.2.2-10 abaixo são listados os táxons encontrados nos estudos citados acima.

ARCADIS logos 652


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Quadro 9.2.2-10 - Inventário taxonômico dos organismos zooplanctônicos de provável


ocorrência na região de Marica. Fontes: BONECKER (1983); VALENTIN et al., 1993; DIAS (1994);
BASSANI et al., 1999; NOGUEIRA et al., 1999;LOPES et al., 1999; LOPES et al., 2006.

Táxon

Filo Cnidaria
Classe Hydroidomedusae
Classe Siphonophora (sifonóforos)
Lensia sp (Chun, 1886)
Muggiaea kochi (Wild, 1844)
Filo Ctenofora
Filo Annelida
Classe Polychaeta
Filo Mollusca
Classe Gastropoda
Ordem Thecosomata (Pteropoda)
Creceis acicula Rang, 1828
Classe Bivalvia
Filo Arthropoda
Classe Copepoda
Ordem Calanoida
Família Acartiidae
Acartia lilljeborgi Giesbrecht, 1889
Família Calanidae
Calanoides carinatus (Kröyer, 1819)
Undinula vulgaris A. Scott, 1909
Família Centropagidae
Centropages velificatus (Oliveira, 1917)
Família Clausocalanidae
Clausocalanus furcatus (Brady, 1883)
Ctenocalanus citer Heron & Bowman, 1971
Ctenocalanus vanus Giesbrecht, 1888
Família Eucalanidae
Subeucalanus pileatus (Giesbrecht, 1888)
Subeucalanus subtenuis (Giesbrecht, 1888)

ARCADIS logos 653


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Táxon

Família Lucicutiidae
Lucicutia flavicornis (Claus, 1863)
Família Paracalanidae
Acrocalanus longicornis Giesbrecht, 1888
Calocalanus pavoninus Farran, 1936
Paracalanus aculeatus Giesbrecht, 1888
Paracalanus nanus Sars G.O., 1925
Paracalanus parvus (Claus, 1863)
Paracalanus quasimodo Bowman, 1971
Parvocalanus crassirostris (Dahl, 1891)
Família Pontellidae
Calanopia americana Dahl, 1891
Labidocera fluviatilis F. Dahl, 1894
Família Temoridae
Temora stylifera (Dana, 1819)
Temora turbinata (Dana, 1819)
Ordem Cyclopoida
Família Oithonidae
Oithona hebes Giesbrecht, 1891
Oithona nana Giesbrecht, 1892
Oithona setigera (Dana, 1849)
Oithona plumifera Baird, 1843
Ordem Poecilostomatoida
Família Corycaeidae
Corycaeus amazonicus Dahl, 1891
Corycaeus giesbrechti Dahl, 1891
Corycaeus speciosus Dana, 1819
Corycaeus typicus (Kroyer, 1849)
Farranula gracilis (Dana, 1849)
Família Oncaeidae
Oncaea conifera Giesbrechti, 1891
Oncaea media Giesbrechti, 1891
Oncaea venusta Philippi, 1843

ARCADIS logos 654


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Táxon

Ordem Harpacticoida
Família Ectinosomatidae
Macrosetella gracilis Dana, 1847
Família Euterpinidae
Euterpina acutifrons (Dana, 1817)
Classe Cirripedia
Classe Ostracoda
Classe Malacostraca
Ordem Mysidacea
Ordem Euphausiacea
Ordem Decapoda
Infraordem Penaeidae
Família Luciferidae
Lucifer faxoni Borradaile, 1915
Classe Branchiopoda
Subclasse Diplostraca (Cladocera)
Família Podonidae
Pleopsis polyphemoides (Leuckart, 1859)
Pseudoevadne tergestina (Claus, 1877)
Família Sididae
Penilia avirostris Dana, 1849
Filo Chaetognatha
Família Krohnittidae
Krohnitta pacifica (Aida, 1897)
Família Sagittidae
Sagitta enflata Grassi, 1881
Sagitta friderici Ritter – Zahony, 1911
Filo Chordata
Subfilo Urochordata
Classe Appendicularia (apendiculários)
Família Oikopleuridae
Oikopleura dioica Fol, 1872
Oikopleura longicauda (Vogt, 1851)

ARCADIS logos 655


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Táxon

Classe Thaliacea
Ordem Doliolida
Família Doliolidae
Doliolum nationalis Borgert, 1894
Dolioletta gegenbauri (Uljanin, 1884)
Doliolum sp
Ordem Pyrosomatida
Família Pyrosomatidae
Pyrosoma atlanticum Péron, 1804
Ordem Salpida
Família Salpidae
Salpa fusiformis Cuvier, 1804
Thalia democratica (Forskål, 1775)
Thalia cicar van Soest, 1973
Subfilo Vertebrata
Classe Osteichthyes (ovos e larvas de peixes)

C) Caracterização da Fauna das Áreas de Influência Direta (AID) e Diretamente


Afetada (ADA)

a) Composição Faunística
Na primeira campanha de caracterização do zooplâncton, realizada no mês de setembro de
2012, foram identificados espécies e grupos pertencentes a 4 filos ao longo dos sete pontos
amostrais: Filo Polychaeta, Mollusca, Arthropoda e Chordata. Dentre estes, foi possível
identificar 41 táxons considerando-se a menor unidade que possível de identificação para
cada grupo (Quadro 9.2.2-11). Em janeiro de 2013 foram identificados espécies e grupos
pertencentes a 6 filos ao longo dos sete pontos amostrais: Filo Polychaeta, Mollusca,
Arthropoda, Cnidaria, Chaetognatha e Chordata. Dentre estes, foi possível identificar 43
táxons considerando-se a menor unidade que foi possível identificar para cada grupo (Quadro
9.2.2-11).

Comparando-se com o Quadro 9.2.2-11, é possível observar que, dentre as espécies e


grupos encontrados nas duas campanhas, a maioria já foi registrada em dados secundários
na AII.

ARCADIS logos 656


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Quadro 9.2.2-11 - Organismos do zooplâncton registrados em Maricá, no período de setembro de 2012 e janeiro de 2013.

Táxon PONTOS AMOSTRAIS

A01 A02 A03 A04 A05 A06 A07 A01 A02 A03 A04 A05 A06 A07

Filo Arthropoda
Classe Copepoda

Ordem Calanoida
Família Calanidae X X X X X X
(copepodito)
X X X X X
Calanoides carinatus
Calanoides sp X X X
(copepodito)
X
Nannocalanus minor

Família Clausocalanidae
X X X X X X X X X
Clausocalanus furcatus
Clausocalanus sp X X X X X X
(copepodito)
X
Ctenocalanus sp

Família Paracalanidae
Paracalanus sp X X X X X X X X
(copepodito)

ARCADIS logos 657


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Táxon PONTOS AMOSTRAIS

A01 A02 A03 A04 A05 A06 A07 A01 A02 A03 A04 A05 A06 A07

X X X X
Paracalanus aculeatus
X X X X X X X
Paracalanus quasimodo
X
Paracalanus parvus
Parvocalanus X
crassirostris

Família Eucalanidae
X X X
Subeucalanus pileatus
Subeucalanus sp X X X
(copepodito)

Família Centropagidae
X X X X X X X X
Centropages velificatus

Família Temoridae
X X X X X X X X X X X X X
Temora sp (copepodito)
X X X X X X X X X X X X X
Temora turbinata
X X X X X X X X
Temora stylifera

Família Pontellidae

ARCADIS logos 658


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Táxon PONTOS AMOSTRAIS

A01 A02 A03 A04 A05 A06 A07 A01 A02 A03 A04 A05 A06 A07

X
Labidocera fluviatilis

Família Acartiidae
X X X X X X X X
Acartia sp (copepodito)
X X X X X X
Acartia lilljeborgi
X X X X X X
Acartia tonsa

Ordem Cyclopoida

Família Oithonidae
X
Oithona sp (copepodito)
X
Oithona nana
X
Oithona hebes

Ordem Harpacticoida

Família Euterpinidae
X X
Euterpina acutifrons
Ordem
Poecilostomatoida

ARCADIS logos 659


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Táxon PONTOS AMOSTRAIS

A01 A02 A03 A04 A05 A06 A07 A01 A02 A03 A04 A05 A06 A07

Família Corycaeidae
Corycaeus sp X X X X X X X X
(copepodito)
X X X X X X X
Corycaeus speciosus
X X X X X X X X X
Corycaeus giesbretchi
X
Farranula gracilis

Família Oncaeidae
X X X X X X
Oncaea media
Oncaea spp X
(copepodito)
X
Nauplius
Classe Cirripedia X X X X X X X X X X X X X
(Nauplius)
Classe Cirripedia X X X X X X X X X X X X X X
(Cypris)

Classe Branchyopoda

Ordem Diplostraca

Família Sididae

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Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Táxon PONTOS AMOSTRAIS

A01 A02 A03 A04 A05 A06 A07 A01 A02 A03 A04 A05 A06 A07

X X X X X X X X X X X X X X
Penillia avirostris

Família Podonidae
X X X X X X X
Pleopis polyphaemoides
X X X X X X X X X X X X X X
Pseudevadne tergestina
X X X X X X X
Evadne spinifera

Ordem Decapoda
X X
Infraordem Brachyura
Superfamília
Sergestoidea

Família Luciferidae
X X X X X X X X X
Lucifer faxoni

Filo Cnidaria
X X
Classe Hydrozoa
X
Obelia sp
X
Ordem Siphonophorae

ARCADIS logos 661


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Táxon PONTOS AMOSTRAIS

A01 A02 A03 A04 A05 A06 A07 A01 A02 A03 A04 A05 A06 A07

Filo Anellida
X
Classe Polychaeta
X
Família Spionidae

Filo Mollusca
X X X X X X X X
Classe Bivalvia

Classe Gastropoda
X X
Superordem Pteropoda

Filo Chaetognatha
X
Sagitta sp
X X X
Parasagitta tenuis
X X
Parasagitta friderici
X
Flaccisagitta enflata

Filo Chordata

Classe Appendicularia

ARCADIS logos 662


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Táxon PONTOS AMOSTRAIS

A01 A02 A03 A04 A05 A06 A07 A01 A02 A03 A04 A05 A06 A07

X X X X X
Oikopleura spp
X X X
Oikopleura dioica
X
Oikopleura longicauda

Classe Thaliacea
X X X X X
Ordem Doliolida
Classe Osteycties X X X X X X
(ovos)
Classe Osteycties X
(larvas)
Pontos de Registro: A01, A02, A03, A04, A05, A06, A07.

ARCADIS logos 663


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

b) Eficiência amostral
A curva de rarefação de espécies do zooplâncton é apresentada na Figura 9.2.2-21. A
mesma atingiu um total de 59 taxa utilizando 28 amostras. Os resultados do índice de
Jacknife mostram que este valor pode chegar a 77 espécies/taxa.

80 Sobs
Jacknife1

60
Species Count

40

20

0
0 5 10 15 20 25 30
Samples

Figura 9.2.2-21 - Curva de acúmulo de espécies/taxa do zooplâncton coletado ao longo dos 7


pontos amostrais localizadas na porção costeira e marítima da ADA e AID do TPN - Marica, RJ
(Setembro/2012 e Janeiro/2013). N=28.

c) Variação entre métodos de amostragem


Não se aplica.

d) Espécies ameaçadas e protegidas por legislação federal e/ou estadual


Analisando os dados obtidos na presente campanha, não foram encontras espécies
ameaçadas e protegidas por legislação federal e/ou estadual.

e) Espécies endêmicas, exóticas, raras ou não descritas


Para o zooplâncton não foram registradas na presente campanha espécies raras, exóticas,
endêmicas dessa região ou que estejam em processo de extinção.

f) Espécies Migratórias
Não se aplica.

g) Espécies de interesse econômico e/ou médico-veterinário


Não se aplica.

ARCADIS logos 664


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

h) Espécies indicadoras de qualidade ambiental


Considerando a comunidade planctônica marinha (zooplâncton) como consumidora primária
e que respondem rapidamente a eventuais alterações na qualidade de água, pode-se
considerar toda esta comunidade como indicadora de qualidade ambiental.

i) Distribuição da fauna no ambiente


Em termos de densidade relativa, na campanha de setembro o Filo Arthropoda foi o mais
abundante, sendo a classe Copepoda dominante nas amostras, com 75,7% da abundância
total. Ao longo dos pontos amostrais, Copepoda variou de 59,6% do total de indivíduos no
Ponto A07 a 81,3% do total dos indivíduos no ponto A01. A Classe Branchiopoda (Cladocera)
representou 19,7% do total de indivíduos e variou de 14,8% no ponto amostral A07 a 21,8%
na estação A03. A Classe Cirripedia, com 4,1% do total de indivíduos, chegou a representar
24,0% na estação A07. O Filo Mollusca chegou a representar 0,3% do total de indivíduos e
os outros grupos somados representaram 0,2% (Figura 9.2.2-22 e Figura 9.2.2-23).

Na campanha de janeiro o Filo Arthropoda também foi o mais abundante, sendo a classe
Copepoda dominante nas amostras, com 66,9% da abundância total. Ao longo dos pontos
amostrais, Copepoda variou de 36,0% do total de indivíduos no ponto A07 a 89,7% do total
dos indivíduos no ponto A03. A Classe Branchiopoda (Cladocera) representou 30,5% do total
de indivíduos e variou de 8,9% no ponto amostral A03 a 59,8% no ponto A07. A Classe
Cirripedia chegou a representar 0,9% do total de indivíduos, a Ordem Decapoda 0,6%, a
Classe Appendicularia 0,3% e os outros grupos somados representaram 0,8% (Figura
9.2.2-22 e Figura 9.2.2-23).

ARCADIS logos 665


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

1ª Campanha

2ª Campanha

Figura 9.2.2-22 - Abundância Relativa de Copepoda e outros grupos coletado ao longo dos 7
pontos amostrais localizadas na porção costeira e marítima da ADA e AID do TPN - Marica, RJ
(Setembro/2012 e Janeiro/2013).

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Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

1ª Campanha

Copepoda Cladocera Cirripedia Mollusca Outros

Pontos Amostrais

2ª Campanha

Copepoda Cladocera Cirripedia Apendicularia Decapoda Outros

Pontos Amostrais

Figura 9.2.2-23 - Abundância Relativa dos grupos Copepoda e outros grupos que ocorreram ao
longo dos 7 pontos amostrais localizadas na porção costeira e marítima da ADA e AID do TPN -
Marica, RJ (Setembro/2012 e Janeiro/2013).

Em relação à abundância total do zooplâncton, em setembro (período estiagem) os maiores


valores ocorreram nos pontos amostrais A02 (19.350 Ind.m-3) e A03 (16.353 Ind.m-3). Já o
menor valor foi registrado no ponto amostral A07, com 3.872 Ind.m-3. Na campanha de
janeiro (período chuvoso) os maiores valores ocorreram nos pontos amostrais A01 (14.562

ARCADIS logos 667


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Ind.m-3) e A04 (5.856 Ind.m-3). Já o menor valor foi registrado no ponto amostral A07, com
3.416 Ind.m-3 (Figura 9.2.2-24). Embora os maiores valores médios de densidade tenham
ocorrido nos pontos amostrais A01, A02 e A03, não foram encontradas diferenças
significativas entre os mesmos (ANOVA F=0,40; p=0,85). Entre as campanhas, embora os
maiores valores médios de densidade tenham ocorrido na campanha de setembro, não foram
encontradas diferenças significativas entre os mesmos (ANOVA F=2,61; p=0,12).

1ª Campanha 2ª Campanha
25000

20000

15000
Ind.m-3

10000

5000

0
A01 A02 A03 A04 A05 A06 A07

Pontos Amostrais

Figura 9.2.2-24 - Densidade (Ind.m-3) do zooplâncton coletado ao longo dos 7 pontos amostrais
localizadas na porção costeira e marítima da ADA e AID do TPN - Marica, RJ (Setembro/2012 e
Janeiro/2013).

Na campanha de setembro os copépodes foram os organismos zooplanctônicos mais


abundantes. Paracalanus quasimodo e copepodito de Paracalanus foram co-dominantes em
todos os pontos amostrais e copepodito de Acartia foi representativo no ponto amostral A01.
A Classe Cirripedia (Cypris) foi representativa principalmente no ponto amostral A07. Os
cladóceros foram o segundo grupo dominante, e dentre estes, Pseudevadne tergestina foi
representativa no ponto A02, Pleopsis polyphemoides no ponto A03, Evadne spinifera no
ponto A05 e Penillia avirostris no ponto A06 (Figura 9.2.2-25 e Tabela 9.2.2-12).

Na campanha de janeiro, Temora turbinata foi dominante na maioria dos pontos amostrais.
Temora stylifera foi representativa nos pontos A06 e A06 e Copepodito de Temora nos
pontos amostrais A01 e A06. Corycaeus giesbretchi foi representativo nos pontos A01 e A01
e Copepodito de Corycaeus nos pontos A02 e A07. Os cladóceros foram o segundo grupo
dominante, e dentre estes, Pseudevadne tergestina e Penillia avirostris foram representativos
nos pontos A02 e A07 (Figura 9.2.2-25 e Tabela 9.2.2-12).

ARCADIS logos 668


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

1ª Campanha

Paracalanus sp (copepodito) Paracalanus quasimodo Acartia sp (copepodito)


Cirripedia (cypris) Penillia avirostris Pleopsis polyphemoides
Pseudevadne tergestina Evadne spinifera

Pontos Amostrais

2ª Campanha

Temora spp (copepodito) Temora turbinata Temora stylifera


Corycaeus sp (copepodito) Corycaeus giesbretchi Penillia avirostris
Pseudevadne tergestina

Pontos Amostrais

Figura 9.2.2-25 - Abundância Relativa das principais espécies de Copepoda que ocorreram ao
longo dos 7 pontos amostrais localizadas na porção costeira e marítima da ADA e AID do TPN -
Marica, RJ (Setembro/2012 e Janeiro/2013).

ARCADIS logos 669


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

-3
Tabela 9.2.2-12 - Densidade (Ind.m ) do zooplâncton coletado ao longo dos 7 pontos amostrais localizados na porção costeira e marítima da
ADA e AID do TPN - Marica, RJ (Setembro/2012 e Janeiro/2013). Táxons em negrito correspondem ao maior nível taxonômico.

1ª Campanha 2ª Campanha

Táxon Pontos Amostrais

A01 A02 A03 A04 A05 A06 A07 A01 A02 A03 A04 A05 A06 A07

Copepoda
Nauplius 17 17 126 16 99 125 5 0 21 0 0 0 0 0
Calanidae (copepodito) 0 84 150 105 166 191 31
Calanoides sp (copepodito) 24 4 0 0 0 8 0
Calanoides carinatus 0 0 0 0 0 0 1 23 8 0 19 0 46 0
Nannocalanus minor 0 0 0 16 0 0 0
Clausocalanus furcatus 0 0 0 0 33 86 0 46 35 7 28 39 68 52
Clausocalanus sp (copepodito) 58 34 0 15 35 17 14
Ctenocalanus sp 0 0 0 0 0 19 0
Paracalanus sp (copepodito) 1399 5794 4115 1507 1773 2490 1063 0 0 0 8 0 0 0
Paracalanus aculeatus 0 0 0 29 0 0 0 17 0 0 15 0 0 6
Paracalanus quasimodo 2914 7829 6662 1889 3149 2575 651
Paracalanus parvus 31 0 0 0 0 0 0
Parvocalanus crassirostris 0 0 0 0 0 0 1
Subeucalanus pileatus 0 11 0 0 47 48 0
Subeucalanus sp (copepodito) 0 0 0 0 34 125 0 0 0 0 0 0 0 6
Centropages velificatus 0 0 0 0 0 39 60 35 65 0 15 57 15 18
Temora spp (copepodito) 18 252 125 296 229 732 277 522 84 15 116 49 198 0

ARCADIS logos 670


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

1ª Campanha 2ª Campanha

Táxon Pontos Amostrais

A01 A02 A03 A04 A05 A06 A07 A01 A02 A03 A04 A05 A06 A07

Temora turbinata 18 151 0 236 99 441 3 11803 1113 2992 2716 2483 1585 814
Temora stylifera 0 17 0 0 0 0 0 70 99 19 117 76 195 141
Labidocera fluviatilis 16 0 0 0 0 0 0
Acartia sp (copepodito) 384 338 853 175 395 332 31 0 0 0 0 0 7 0
Acartia lilljeborgi 31 202 0 16 0 86 0 0 0 0 0 6 5 0
Acartia tonsa 0 101 203 108 335 227 31
Oithona sp (copepodito) 0 0 0 0 0 0 2
Oithona nana 0 0 0 0 0 0 1
Oithona hebes 0 17 0 0 0 0 0
Cyclopoida 0 0 6 0 0 0 0
Euterpina acutifrons 0 0 125 0 0 0 30
Corycaeus sp (copepodito) 0 0 0 0 33 0 0 104 71 20 86 79 103 86
Corycaeus speciosus 64 319 278 96 360 184 60
Corycaeus giesbretchi 0 0 0 0 67 0 61 110 94 25 64 110 133 76
Farranula gracilis 0 0 0 0 0 20 0
Oncaea media 0 0 0 0 33 62 0 23 15 0 0 0 15 6
Oncaea spp (copepodito) 0 0 0 0 0 0 9
Poecilostomatoida 0 6 0 0 0 0 0
Cirripedia (Nauplius) 15 34 125 16 65 62 0 145 33 6 31 16 3 9
Cirripedia (Cypris) 84 84 25 118 737 652 929 81 19 6 15 6 3 15

ARCADIS logos 671


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

1ª Campanha 2ª Campanha

Táxon Pontos Amostrais

A01 A02 A03 A04 A05 A06 A07 A01 A02 A03 A04 A05 A06 A07

Cladocera
Penillia avirostris 66 151 426 226 166 921 270 806 1569 113 2283 1793 1394 1296
Pleopsis polyphemoides 271 756 1127 124 200 328 0,5
Pseudevadne tergestina 310 2414 1483 385 499 519 181 672 407 194 285 428 504 747
Evadne spinifera 365 773 530 274 594 570 122
Decapoda
Brachyura 0 0 0 0 0 43 30
Lucifer faxoni 0 0 0 31 0 0 0,5 23 6 21 21 114 23 6
Filo Cnidaria
Classe Hydrozoa 0 4 0 0 0 5 0
Obelia sp 0 0 0 0 0 3 0
Ordem Siphonophorae 0 0 0 8 0 0 0
Polychaeta 0 6 0 0 0 0 0
Spionidae 0 0 0 0 0 0 0,5
Mollusca
Bivalvia 16 17 0 64 32 0 0,5 0 21 0 0 0 38 40
Pteropoda 0 0 0 0 0 86 0 0 6 0 0 0 0 0
Filo Chaetognatha
Sagitta sp 0 0 0 0 10 0 0
Parasagitta tenuis 0 0 0 0 10 3 15

ARCADIS logos 672


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

1ª Campanha 2ª Campanha

Táxon Pontos Amostrais

A01 A02 A03 A04 A05 A06 A07 A01 A02 A03 A04 A05 A06 A07

Parasagitta friderici 0 0 0 0 10 6 0
Flaccisagitta enflata 0 0 0 0 0 3 0
Doliolida 0 17 0 6 23 13 12
Appendicularia
Oikopleura spp 0 17 7 0 22 3 21
Oikopleura dioica 0 21 0 0 0 5 6
Oikopleura longicauda 0 6 0 0 0 0 0
Pisces (ovos) 0 0 0 0 0 20 30 0 4 7 8 0 20 0
Pisces (larva) 0 0 0 0 0 0 21
TOTAL 6019 19350 16353 5727 9098 10935 3872 14562 3796 3438 5856 5413 4469 3416

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Quanto aos índices ecológicos, em setembro de 2012 os valores encontrados para a


diversidade do zooplâncton variaram de 1,59 no ponto amostral A01 a 2,37 bits.Ind. -1 no
ponto A06. Na campanha de janeiro de 2013 os valores encontrados variaram de 0,60 no
ponto amostral A03 a 1,86 bits.Ind.-1 no ponto A06 (Figura 9.2.2-26). A análise de variância
mostrou que em setembro os valores médios do ponto amostral A06 foram significativamente
maiores do que os do ponto A01 (ANOVA F= 4,89; p= 0,02) e em janeiro os valores médios
do ponto amostral A02, A06 e A07 foram significativamente maiores do que os demais pontos
amostrais (ANOVA F= 52,6; p= 0,00). Já entre as campanhas, os valores médios de
setembro foram significativamente maiores do que os encontrados em janeiro (ANOVA F=
7,39; p= 0,01).

Já a riqueza de espécies (S) em setembro variou de 12 táxons no ponto A03 a 21 táxons no


ponto A06. Na campanha de janeiro a riqueza variou de 11 táxons no ponto A03 a 25 no
ponto A05 (Figura 9.2.2-26). A análise de variância mostrou que em setembro não foram
encontradas diferenças significativas entre os pontos amostrais (ANOVA F= 2,25; p= 0,15) e
em janeiro os valores médios do ponto amostral A02 foi significativamente maior do que o
ponto amostral A03 e os valores do ponto A06 foi significativamente maior do que os pontos
A01 e A03 (ANOVA F= 8,10; p= 0,00). Já entre as campanhas não foram encontradas
diferenças significativas entre as mesmas (ANOVA F= 0,21; p= 0,64).

Os pontos amostrais que apresentaram as maiores diversidades específicas foram aqueles


onde, em geral, registrou-se a maior riqueza e uma menor dominância dos Copepoda, o que
proporcionou a melhor distribuição dos demais grupos zooplanctônicos, promovendo a maior
diversidade da área e valores de equitabilidade, demonstrando que a comunidade do
zooplâncton nestes pontos está em equilíbrio, sem a dominância de poucas espécies.

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Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

1ª Campanha

2ª Campanha

Figura 9.2.2-26 - Diversidade do zooplâncton (bits.ind-1), equitabilidade (J) e riqueza total (S)
nos 7 pontos amostrais localizadas na porção costeira e marítima da ADA e AID do TPN -
Marica, RJ (Setembro/2012 e Janeiro/2013).

A análise de similaridade de Bray-Curtis e MDS (Figura 9.2.2-26) entre os pontos amostrais


demonstrou que na campanha de setembro apenas o ponto amostral A07 se destacou dos
demais pontos. Em janeiro os pontos amostrais apresentaram elevada similaridade entre os

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Terminais Ponta Negra – TPN

mesmos. Esta elevada similaridade entre os pontos amostrais foi confirmada pela a análise
do ANOSIM, cujo resultado não foi significativo (R=-0,15; p=98,4%).

Por outro lado, entre as campanhas ocorreu uma separação clara entre as mesmas com
elevada dissimilaridade, confirmada pela a análise do ANOSIM, cujo resultado foi significativo
(R=0,97; p=0,1%).

Group average
Transform: Log(X+1)
Resemblance: S17 Bray Curtis similarity (+d)
20
Campanha
1ª Campanha
2ª Campanha

40
Similarity

60

80

100
A07

A01

A05

A06

A03

A02

A04

A01

A03

A07

A02

A06

A04

A05
Samples

Figura 9.2.2-27 - Dendrograma resultante da análise de agrupamento entre os 7 pontos


amostrais localizado na porção costeira e marítima da ADA e AID do TPN - Marica, RJ
(Setembro/2012 e Janeiro/2013).

Transform: Log(X+1)
Resemblance: S17 Bray Curtis similarity (+d)

2D Stress: 0 Campanha
1ª Campanha
2ª Campanha

A06
A04
A02
A05 A05
A02
A03
A06 A04
A01
A01
A07
A03

A07

Figura 9.2.2-28 - MDS resultante da análise de agrupamentos entre os 7 pontos amostrais


localizado na porção costeira e marítima da ADA e AID do TPN - Marica, RJ (Setembro/2012 e
Janeiro/2013).

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A análise do SIMPER mostrou que as diferenças entre as campanhas de setembro e janeiro


foram devido a maior abundância de Paracalanus quasimodo, Copepodito de Paracalanus,
Copepodito de Acartia, Corycaeus speciosus, Evadne spinifera e Pleopsis polyphemoides em
setembro e de Temora turbinata, Corycaeus giesbretchi e Temora stylifera em janeiro (Tabela
9.2.2-13).

Tabela 9.2.2-13 - Resultados da análise de dissimilaridade (SIMPER) entre as campanhas de


setembro/2012 e janeiro/2013, com os valores de contribuição das espécies encontradas em
cada um deles. Legenda: Diss.= Dissimilaridade; Ab.=abundância; Contrib.=contribuição;
Cum.=cumulativa.

1ª 2ª
Diss. média = 72,2%
Campanha Campanha

Espécies Ab. média Ab. média Diss média Diss/DP Contrib% Cum.%

Paracalanus 7,77 0,00 5,19 5,12 7,57 7,57


quasimodo
Copepodito de 7,40 0,20 4,79 4,49 6,98 14,55
Paracalanus
Evadne spinifera 5,77 0,00 3,82 4,53 5,58 20,13
Pleopsis 4,92 0,00 3,22 2,34 4,70 24,83
polyphemoides
Copepodito de Acartia 5,04 0,19 3,20 2,43 4,67 29,50
Temora turbinata 3,27 7,74 3,19 1,57 4,65 34,15
Temora stylifera 0,25 4,18 2,65 2,44 3,87 42,17
Corycaeus giesbretchi 0,79 4,25 2,44 2,47 3,56 49,41
Corycaeus speciosus 4,43 0,00 2,85 2,19 4,15 38,30

D) Discussão dos Resultados


De forma geral, para toda comunidade planctônica, as variações quantitativas e qualitativas
na região estão fortemente associadas aos processos físicos costeiros, como fenômenos de
ressurgência (LOPES et al., 2006; VALENTIN, 1980, 1989, VALENTIN et al., 1987) e
processos climáticos, como ocorrência de chuvas, os quais influenciam o plâncton na região
costeira (STERZA, 2006).

A caracterização do zooplâncton na região de Maricá na campanha do período seco mostrou


que o mesmo foi composto principalmente por espécies estuarinas e costeiras, enquanto que
no período chuvoso houve a predominância de espécies costeiras e oceânicas. O maior
número de espécies e densidades encontradas nas duas campanhas pertence aos grupos
dos copépodes. A dominância de Copepoda em águas tropicais no oeste do atlântico tem
sido descrita por BOLTOVSKOY (1981; 1999), e as espécies mais abundantes encontradas
no presente trabalho estão associadas com as águas da corrente tropical do Brasil
(BJONBERG, 1981).

Entre as espécies mais abundantes estão as típicas de ambientes estuarinos


(BOLTOVSKOY, 1981; 1999) como: Acartia lilljeborgi e Acartia tonsa. Espécies de áreas

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costeiras são abundantes como: Paracalanus quasimodo, Temora turbinata e Corycaeus


speciosus. Outras espécies de Copepoda encontradas são típicas de sistemas oceânicos,
como é o caso de Temora stylifera, Calanoides carinatus e Clausocalanus furcatus. Já o
meroplâncton na região se destaca pela elevada abundancia de larvas de Cirripedia e
Mollusca, o que era esperado, devido a presença de uma extensa área de costão rochoso na
ara de estudo.

As espécies de copépodes Acartia lilljeborgi e Oithona hebes estão entre as mais abundantes
nos estuários tropicais do Atlântico (BJORNBERG, 1981), e junto com, Paracalanus
quasimodo, Corycaeus speciosus e Temora turbinata foram as espécies mais abundantes na
região no período de seco. Já Calanoides carinatus esta associado a águas e ressurgência,
típicas na região (BASSANI et al., 1999). De acordo com (VALENTIN et al., 1976) os
copépodes Calanoides carinatus e Ctenocalanus vanus, persistem nas águas superficiais por
períodos variáveis mas suficientemente longos para serem considerados bons indicadores do
fenômeno de ressurgência. Estas espécies estão com frequência associadas a outros
componentes importantes do zooplâncton costeiro, incluindo, por exemplo, os copépodes P.
indicus e P. quasimodo e o cladócero Penilia avirostris. Na campanha de janeiro foi mais
abundante do que em setembro.

Em termos sazonais, a frequência das ressurgências na região de Cabo Frio aumenta


durante o verão, quando as condições meteorológicas são mais favoráveis para a ocorrência
do fenômeno. A estrutura espaço-temporal da comunidade zooplanctônica é fortemente
afetada pela dinâmica das massas d’água durante as etapas da ressurgência, assim como
pelas interações tróficas resultantes (VALENTIN et al., 1976). Isto explica a maior abundância
de espécies oceânicas durante a campanha de janeiro. Estudos na região entre Cabo Frio e
a entrada da Baía de Guanabara mostram populações de Paracalanus spp associadas com a
ressurgência, especialmente durante o mês de outubro e no período do final do verão, o
zooplâncton constituído basicamente por espécies costeiras e de plataforma (por exemplo,
Penilia avirostris, Oikopleura longicauda, Temora stylifera, Clausocalanus furcatus e Oncaea
venusta), indicando uma maior influência da Corrente do Brasil na região (VALENTIN et al.,
1987). Os autores supracitados sugeriram que os copépodes herbívoros Calanoides
carinatus e Paracalanus spp são segregados temporalmente por competirem pelo mesmo
tipo de alimento algal, corroborando mais uma vez com os resultados encontrados nas duas
campanhas realizadas.

Nas duas campanhas, há destaque para a grande densidade de cladóceros, como Pleopsis
polyphemoides, Pseudevadne tergestina e Evadne spinifera no período seco e Penillia
avirostris e Pseudevadne tergestina no período chuvoso. Estas espécies são um importante
componente do zooplâncton em águas costeiras e estuarinas em certas épocas do ano
(COELHO-BOTELHO et al., 1999; NOGUEIRA et al., 1999; MARAZZO & VALENTIN, 2004),
desempenhando um importante papel na produção de matéria orgânica (MARAZZO &
VALENTIN, 2004).

Contudo, Penilia avirostris pode desaparecer do plâncton em certos períodos (VALENTIN &
MARAZZO, 2003). Na baía de Guanabara, MARAZZO & VALENTIN (2001) observaram que
P. avirostris atingiu sua densidade máximo durante o outono e desapareceu no inverno e
primavera. Padrão semelhante ao observado por STERZA & LOUREIRO FERNANDES, 2006
no estuário e pluma estuarina do rio Paraíba do sul. Pseudevadne tergestina é característica
de águas quentes e indicadora de Água Tropical. Entretanto, podem ocorrer até 600 m de

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profundidade (BOLTOVSKOY, 1981). Pleopis polyphemoides e Pseudevadne tergestina


estão associadas a águas quentes, baixa salinidade e com elevados valores de clorofila
(BOLTOVSKOY, 1981). Outros estudos relacionam Penilia avirostris e Pleopis polyphemoides
a eventos de ressurgência (VALENTIN, 1983).

A composição da comunidade zooplanctônica encontrada na duas campanha em Marica


apresenta-se semelhante a outros estudos realizados em regiões costeiras do litoral do Rio
de Janeiro (LOPES et al. 1999; SHUTZE & RAMOS, 1999; BASSANI et al., 1999; COELHO-
BOTELHO et al., 1999; DIAS et al., 1999; STERZA, 2006; STERZA & LOUREIRO
FERNANDES, 2006a,) e em outras regiões costeiras do Brasil, como no litoral do Espírito
Santo (STERZA, 2002; STERZA & LOUREIRO FERNANDES, 2006b; BONECKER et al.
1991; CEPEMAR, 2009), com a dominância de Copepoda, seguido de larvas
meroplanctônicas.

A diversidade média encontrada nas estações amostrais de 1,95 bits.ind-1 em setembro


(período seco) e de 1,37 bits.ind-1 em janeiro (período chuvoso) esteve próximo do esperado
para a região costeira, que é de 2,00 bits.ind-1 (BRANDINI et al., 1997). A região também
apresentou uma baixa riqueza de espécies/gêneros (41 em setembro e 42 em janeiro),
refletidos nos valores de equitabilidade. Os pontos amostrais que apresentaram as maiores
diversidades específicas foram aqueles onde, em geral, registrou-se a maior riqueza e uma
menor dominância dos Copepoda, o que proporcionou a melhor distribuição dos demais
grupos zooplanctônicos, promovendo a maior diversidade da área e valores de
equitabilidade, demonstrando que a comunidade do zooplâncton nestes pontos está em
equilíbrio, sem a dominância de poucas espécies.

O litoral do estado do Rio de Janeiro se caracteriza por apresentar altas densidades do


zooplâncton, especialmente nas águas costeiras e/ou sob influencia do fenômeno da
ressurgência (BASSANI et al., 1999). Nas duas campanhas, em termos de densidade
observam-se os valores encontrados são similares a estudos anteriores na região, onde os
valores variaram entre 1.000 e 5.000 Ind.m-3 na região de Ponta Negra (BASSANI et al.,
1999). Estudos na região mostram que o incremento da biomassa zooplanctônica devido às
altas taxas de produção secundária seja o principal fator limitante da produção primária
fitoplanctônica na região de Cabo Frio, graças à intensa atividade alimentar dos herbívoros
(VALENTIN, 1984, 1989; VALENTIN et al., 1986). No setor entre Cabo Frio e Cabo de São
Tomé, VALENTIN et al. (1978) encontraram densidades de zooplâncton superiores a 6.000
Ind.m-3 na plataforma intermediária, com os copépodes sempre representando mais de 60%
do total, corroborando com os resultados das duas campanhas. Em termos sazonais, os
resultados mostraram que o período seco apresenta os maiores valores de densidade
zooplanctônica na área de estudo. Este resultado acompanhou a distribuição das densidades
fitoplanctônicas, as quais foram maiores também em setembro. De acordo com VALENTIN et
al. (1978) o acoplamento espaço-temporal entre o fito e o zooplâncton na região de Cabo Frio
tem consequências diretas para o recrutamento dos herbívoros, ou seja, há uma relação
positiva entre a ocorrência do bloom algal e a desova e o desenvolvimento larval do
zooplâncton.

Os resultados mostraram também que em termos de distribuição espacial, a região apresenta


uma distribuição homogenia do zooplâncton, embora o ponto amostral A07 tenha se
destacado dos demais em setembro, devido a maior abundancia no mesmo da Classe
Cirripedia. Embora a área de estudo seja pequena em termos de massa d’água e estas

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diferenças estatísticas possam ser sutis, pelo seu caráter dinâmico, com elevadas taxas de
reprodução e perda, a comunidade planctônica responde rapidamente às alterações físico-
químicas do meio aquático. As variações no regime meteorológico, as características
geomorfológicas regionais e os impactos antropogênicos nas áreas costeiras estabelecem,
em conjunto, o regime hidrográfico particular de cada região e, consequentemente, as
características taxonômicas e a dinâmica espaço-temporal de suas comunidades
planctônicas (TENENBAUM et al., 2006).

Sazonalmente, como dito acima, os dois períodos de estudo se distinguem por diferenças na
composição das espécies dominantes e nos valores de abundância, onde o período seco se
caracterizou pela dominância de espécies estuarinas e costeiras, com maiores valores de
densidade e diversidade, enquanto que o período chuvoso foi caracterizado pela dominância
de espécies costeiras e oceânicas, com menores valores de densidade e diversidade.

E) Considerações Finais
Pode-se concluir que o zooplâncton da região marinha da área de influência do
empreendimento é composto por espécies límnicas, estuarinas, oriundas provalmente da
lagoa de Ponta Negra, além de espécies costeiras e oceânicas, sendo que as mais
representativas são características de ambientes costeiros e oceânicos. Dentre essas
espécies estão Acartia lilljeborgi, Paracalanus quasimodo, Corycaeus giesbretchi, Corycaeus
speciosus, Temora turbinata, Temora stylifera, Penilia avirostris, Evadne spinifera e Pleopsis
polyphemoides. A região apresenta variações sazonais, caracterizadas pelas diferenças na
composição e abundância do zooplâncton.

Diante da implantação do empreendimento é esperado que as atividades de dragagem, as


quais irão gerar plumas e aumento de turbidez e possível lançamento sanitários durante as
fases de implantação e de efluentes industriais na fase operação sejam os principais fatores
de impacto sobre essa comunidade, tendo como consequência uma redução das taxas de
produtividade biológica do sistema. Em relação à comunidade planctônica, esta pode ser
diretamente afetada pela introdução no sistema de contaminantes (p.ex. matéria orgânica e
compostos reduzidos), os quais alteram negativamente a qualidade da água, provocando
depleção nos níveis de oxigênio e diminuição da transparência, além dos riscos toxicológicos
de alguns dos compostos que potencialmente podem estar sendo biodisponibilizados
(MESSIEH et al., 1991).

F) Relatório Fotográfico
Seguem abaixo o registro fotográfico das principais espécies do zooplâncton encontradas na
presente campanha ao longo dos sete pontos amostrais.

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Foto 9.2.2-48 - Acartia lilljeborgi. A01, A02, Foto 9.2.2-49 - Acartia tonsa. A02, A03, A04,
A04, A06 . A05, A06 e A07.

Foto 9.2.2-50 - Centropages sp. A06 e A07. Foto 9.2.2-51 - Cirripedia (Nauplius). A01, A02,
A03, A04, A05, A06 e A07.

Foto 9.2.2-52 - Clausocalanus furcatus. A05 e Foto 9.2.2-53 - Corycaeus giesbrecthi. A05 e
A06. A06.

Foto 9.2.2-54 - Corycaeus speciosus. A01, Foto 9.2.2-55 - Paracalanus quasimodo. A01,
A02, A03, A04, A05, A06 e A07. A02, A03, A04, A05, A06 e A07.

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Foto 9.2.2-56 - Paracalanus parvus. A01. Foto 9.2.2-57 - Polychaeta. A07.

Foto 9.2.2-58 - Pleopsis polyphemoides. A01, Foto 9.2.2-59 - Pteropoda. A06.


A02, A03, A04, A05, A06 e A07.

Foto 9.2.2-60 - Pseudoevadne tergestina. A01, Foto 9.2.2-61 - Temora turbinata. A01, A02,
A02, A03, A04, A05, A06 e A07. A03, A04, A05, A06 e A07.

Foto 9.2.2-62 - Temora stylifera. A02 Foto 9.2.2-63 - Penillia avirostris. A01, A02,
A03, A04, A05, A06 e A07.

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9.2.2.6. Comunidade zoobentônica marinha de fundo inconsolidado

A) Metodologia Aplicada

a) Levantamento de dados secundários


Para a caracterização da fauna de provável ocorrência na área de influência do
empreendimento, foram feitas buscas por informações e trabalhos sobre a comunidade
zoobentônica marinha de fundo inconsolidado na região dos municípios integrantes das
Áreas de Influência do empreendimento, assim como em Estudos de Impacto Ambiental,
resumos de congresso, trabalhos acadêmicos e quando existentes artigos científicos
(CEPEMAR, 2004; SOARES & FERNANDES, 2005 e ABREU & FIORI, 2011a e 2011b).

A comunidade de fundo inconsolidado da Área de Influência Direta do empreendimento


apresenta informações restritas, e, por este motivo, também foram utilizadas fontes de dados
de estudos de impactos ambientais desenvolvidos em áreas da plataforma continental que
abrange a região de estudo (CEPEMAR, 2004).

Para cada grupo foram geradas listagens contendo os nomes científicos das espécies
registradas na região de inserção do empreendimento, compondo lista inicial de espécies de
ocorrência comprovada ou muito provável.

Todos os nomes científicos utilizados para os táxons registrados por meio de dados
secundários ou primários foram padronizados segundo disponível em literatura especializada,
tais como WORMS (World Register of Marine Species: www.marinespecies.org), Rios (1994)
e Amaral et al (2005).

b) Levantamento de dados primários


A macrofauna bentônica de fundo inconsolidado foi coletada na Área Diretamente Afetada
(ADA) (Foto 9.2.2-64 e Foto 9.2.2-65) do empreendimento a ser implantado, nos dias 13 de
setembro de 2012 (período seco - 1ª Campanha) e 23 de janeiro de 2013 (período chuvoso –
2ª campanha).

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Foto 9.2.2-64 - Vista da área de amostragem do ponto amostral A-06 utilizado para a
amostragem da macrofauna de fundo inconsolidado da Área Diretamente Afetada (ADA) dos
Terminais Ponta Negra – TPN, em Maricá – RJ. 1ª Campanha (Setembro/2012) e 2ª Campanha
(Janeiro/2013).

Foto 9.2.2-65 - Vista da área de amostragem do ponto amostral A-02 utilizado para a
amostragem da macrofauna de fundo inconsolidado da Área Diretamente Afetada (ADA) dos
Terminais Ponta Negra – TPN, em Maricá – RJ. 1ª Campanha (Setembro/2012) e 2ª Campanha
(Janeiro/2013).

c) Área de estudo
A caracterização da fauna marinha foi realizada através da coleta em sete (07) pontos
amostrais, ao longo da Área Diretamente Afetada (ADA) do empreendimento a ser
implantado (Figura 9.2.2-29), utilizando-se um pegador de fundo tipo Petersen modificada
(capacidade 0,06 m2 de área amostral) (Foto 9.2.2-66).

Os pontos foram distribuídos na ADA com o objetivo de caracterizar a macrofauna marinha


de fundo inconsolidado, ao longo de um gradiente de profundidade. Além deste objetivo, o
ponto amostral A-02 foi utilizado por sua localização fora da ADA, e desta forma, poder ser
utilizado em programas de monitoramento futuros visando o acompanhamento de possíveis

ARCADIS logos 684


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impactos resultantes da instalação de estruturas de quebramar dos Terminais Ponta Negra


(Figura 9.2.2-29).

Figura 9.2.2-29 - Pontos amostrais da biota aquática marinha. A01 a A07.

A coleta de dados primários para a região se faz necessário pela característica da


comunidade bentônica apresentar alterações temporais e espaciais, resultantes da interação
da macrofauna com fatores ambientais e antrópicos. Desta forma, esta comunidade
apresenta a capacidade de responder a estes fatores, demonstrando ou indicando a saúde
do ambiente onde ela está inserida. Por isso, o conhecimento da fauna presente na ADA será
de extrema importância para futuras avaliações e respostas da comunidade a agentes
estressores, naturais ou artificiais.

O Quadro 9.2.2-12 apresenta as coordenadas e profundidades dos pontos de coleta de água,


sedimentos e organismos.

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Quadro 9.2.2-12 - Coordenadas UTM 23S WGS-84 e profundidade (m) dos pontos amostrais da
comunidade zoobentônica de fundo marinho inconsolidado. 1ª Campanha (Setembro/2012) e 2ª
Campanha (Janeiro/2013).

Ponto E S Profundidade (m)

A-01 738082.885 7460202.07 10


A-02 737783.20 7458160.69 11
A-03 739222.003 7460283.25 14
A-04 738266.687 7459539.25 17
A-05 739112.966 7459756.34 18
A-06 738724.683 7459357.7 18
A-07 738821.827 7458777.13 22

Foto 9.2.2-66 - Pegador de fundo tipo Petersen (capacidade 0,06 m2 de área amostral), utilizado
para a amostragem da macrofauna de fundo inconsolidado da Área Diretamente Afetada (ADA)
dos Terminais Ponta Negra – TPN em Maricá – RJ. 1ª Campanha (Setembro/2012) e 2ª
Campanha (Janeiro/2013).

d) Procedimentos metodológicos
Em cada um dos sete (07) pontos amostrais foram efetuados três lançamentos do pegador,
de modo que tréplicas foram realizadas, totalizando 21 amostras de sedimento por
campanha. Esse procedimento é importante para caracterizar quali-quantitativamente a
macrofauna bentônica de fundo inconsolidado e sua variabilidade, tendo em vista que a
comunidade apresenta características naturais de distribuição em manchas (NYBAKKEN &
BERTNESS, 2005).

O sedimento coletado foi colocado em sacos plásticos, devidamente identificados, e


colocados em caixas apropriadas para transporte e triagem, e levado para o laboratório. No
laboratório, o sedimento foi pré-triado com o uso de peneiras com malhas de 0,5, 1,0 e
2,0mm de diâmetro de abertura de malha.

ARCADIS logos 686


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Análise laboratorial

Os organismos encontrados foram triados e anestesiados (no caso dos moluscos, poliquetos
e equinodermos) e/ou colocados no fixador (álcool a 70%), sendo posteriormente contados e
identificados através de lupa PZO-Labimex e microscópio Studar lab, chegando-se ao nível
de gênero ou espécie, sempre que possível, com o auxílio de chaves de identificação. Foram
utilizadas as chaves taxonômicas de DAY (1967) e AMARAL & NONATO (1996) para os
poliquetos; TOMMASI (1970) para os equinodermos; Rios (1994) para os moluscos; MELO
(1996) para caranguejos, MOREIRA (1972) para isópodas.

e) Análise de Dados
A caracterização das comunidades bentônicas foi realizada através da identificação da
composição específica, da representatividade dos táxons que compõem a comunidade,
assim como por indicadores da estrutura de comunidades, como diversidade específica
(SHANNON & WEAVER, 1949), riqueza, equitabilidade, abundância e dominância de
indivíduos, e da densidade nos pontos amostrais.

Os valores de densidade animal (DA) foram obtidos através do uso da regra de três simples,
entre a área amostral do busca fundo e o valor do número de organismos nos pontos
amostrais, obtendo-se conforme a fórmula a seguir:

DA = NI / A

Onde;

 NI = número total de indivíduos presentes na amostra


 A = área amostral (m2) do busca fundo de Petersen.

A diversidade foi avaliada pelo número de espécies e pelos índices de diversidade de


Shannon (H’ loge), riqueza de Margalef (d’), dominância de Simpson e a equitabilidade de
Pielou (J’), onde todos os índices de estrutura de comunidade foram calculados considerando
apenas os dados quantitativos. Todos os índices foram calculados a partir das rotinas do
programa PRIMER 6.0 for Windows.

Para a verificação da ocorrência de diferenças significativas na variação espacial e temporal


(entre campanhas) da densidade total, riqueza de espécies de Margalef, diversidade,
dominância e equitabilidade, foi feita uma análise de variância (ANOVA). Para se equalizar a
variância e normalizar a distribuição, quando necessário os dados usados na ANOVA foram
transformados em log10 (x + 1). Quando diferenças significativas foram detectadas na
ANOVA, o teste de Tukey’s Honestly Significantly Different (HDS) foi aplicado para identificar
fontes de variação espaciais e temporais (entre campanhas). As análises foram realizadas
utilizando o programa estatístico STATISTICA 7.0 (STATSOFT, 1996).

O estimador de riqueza de espécies observada e o de Jacknife de primeira ordem, com 9999


randomizações sem reposição, foram aplicados aos dados coletados na 1ª e 2ª campanhas
para verificar se as amostras demonstraram efetivamente a fauna de interesse na área dos
Terminais Ponta Negra, Rio de Janeiro, RJ.

ARCADIS logos 687


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Terminais Ponta Negra – TPN

Para o estabelecimento de grupos de amostras entre os pontos amostrais, com composição


semelhante, foi aplicado o índice de similaridade de Bray-Curtis (CLARKE & WARWICK,
1994) aos dados de número de indivíduos por espécie, transformados em raiz quadrada. A
análise de porcentagem de similaridade (SIMPER) também foi utilizada com a finalidade de
reconhecer quais táxons mais contribuíram para a formação dos agrupamentos de pontos
amostrais (CLARKE & WARWICK, 2001). Todos esses procedimentos foram realizados a
partir das rotinas do programa PRIMER 6.0 for Windows.

A análise de ordenação nMDS (“non-metricMulti Dimensional Scaling”) (KRUSKAL & WISH,


1978) foi utilizada, a partir dos dados de abundância das espécies transformados em raiz
quadrada, utilizando novamente o índice de similaridade de BRAY-CURTIS (1957), entre os
grupos formados pelos pontos amostrais e campanhas. A proximidade de dois pontos
significa maior similaridade entre eles. Em geral existe um grau de distorção ou “stress” entre
os postos de similaridade e os correspondentes postos de distâncias no diagrama (CLARKE
& WARWICK, 2001). O teste PERMANOVA foi realizado para testar possíveis diferenças nas
análises multivariadas exploratórias (nMDS) entre campanhas e pontos amostrais da área
dos Terminais Ponta Negra, Rio de Janeiro, RJ.

Análise multivariada permutacional de variância (PERMANOVA: ANDERSON, 2001, 2005) foi


aplicada para comparações multivariadas da composição da endofauna, utilizando como
fatores ortogonais e fixos os pontos amostrais e campanha para avaliação das variações da
comunidade. A distância de similaridade de Bray-Curtis foi escolhida como base para todas
as PERMANOVAs e os dados foram permutados 9999 vezes por análises a um α-nível de
0.05 (MANLY, 1997). Quando diferenças significativas foram encontradas, comparações post-
hoc par a par foram realizadas usando 9999 permutações (ANDERSON, 2005). Os dados
para as PERMANOVAs foram transformados utilizando raiz quadrada. A detecção de
diferenças significativas entre fatores foi seguida pelo cálculo das porcentagens de
similaridade (SIMPER) para identificar os táxons que mais contribuíram (75%) para as
dissimilaridades. As análises multivariadas foram realizadas utilizando o pacote estatístico
PRIMER versão 6 (CLARKE & WARWICK, 2001; CLARKE et al., 2006).

Para testar a hipótese da existência de relação entre a estrutura e a composição da


comunidade dos pontos amostrais com a granulometria, fósforo e ferro nos pontos, foi
utilizada a ordenação dos pontos, espécies e variáveis ambientais (granulometria, fósforo e
ferro) pelo método de Análise de Correspondência Canônica (CCA). Esse método realiza
uma análise direta de gradientes, pressupondo respostas unimodais, baseadas na média
ponderada dos dados (TER BRAAK, 1986, TER BRAAK, 1987). A CCA possibilita a
visualização de um padrão de variação da comunidade, bem como das características do
ambiente, responsáveis pelas distribuições das espécies em relação às variáveis ambientais
(TER BRAAK, 1987).

Para testar a probabilidade (5%) de acerto das relações encontradas entre a matriz
ambiental, composta por variáveis ambientais (granulometria, fósforo e ferro), e a matriz de
espécies, empregou-se o teste de permutação de "Monte Carlo" (TER BRAAK & PRENTICE,
1988). Todos os procedimentos para as análises da CCA foram efetuadas, utilizando o
programa FITOPAC versão 2.1.2.85 (SHEPHERD, 2010).

Para a CCA, foram organizadas duas matrizes, sendo a matriz de espécies formada pelas
espécies que representaram 91% da abundância total da fauna encontrada, e a matriz de

ARCADIS logos 688


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variáveis ambientais formada pelos dados de granulometria (GR: grânulo; AG: Areia grossa;
AM: areia média; AF: areia fina e LA: lama) e fósforo e ferro dos pontos amostrais.

B) Caracterização da Fauna da Área de Influência Indireta (AII)


Quanto aos dados da comunidade zoobentônica de fundo inconsolidado marinho da Área de
Influência Indireta (AII), foram utilizadas informações disponíveis em CEPEMAR (2004),
SOARES & FERNANDES (2005) e ABREU & FIORI (2011a e 2011b), onde foi encontrado
Polychaeta, Mollusca e Crustacea como grupos mais abundantes nas áreas amostradas
(Quadro 9.2.2-13).

Dentre as espécies listadas na bibliografia da área de influência indireta, somente o anelídeo


Diopatra cuprea (Bosc, 1802) apresenta algum grau de ameaçaem listas oficiais. O anelídeo
anteriormente citado está atualmente na categoria de vulnerável pela lista do IBAMA.

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Quadro 9.2.2-13 - Listagem de espécies de provável ocorrência na região e indicação do grau de ameaça.

Categoria de ameaça
Táxon Fonte
IBAMA 2008 IUCN 2011 CITES

Filo Porifera CEPEMAR, 2004


Filo Cnidaria CEPEMAR, 2004
Classe Anthozoa CEPEMAR, 2004
Ordem Actiniaria CEPEMAR, 2004
Ordem Scleractinia CEPEMAR, 2004
Família Caryophylliidae CEPEMAR, 2004
Deltocyathus eccentricus (Cairns, 1979). CEPEMAR, 2004
Caryophyllia ambrosia caribbeana (Cairns, 1979). CEPEMAR, 2004
Família Fungiidae CEPEMAR, 2004
Fungiacyathus symmetricus (Pourtalès, 1871). CEPEMAR, 2004
Ordem Zoanthidea CEPEMAR, 2004
Ordem Pennatulacea CEPEMAR, 2004
Classe Hydrozoa CEPEMAR, 2004
Ordem Hydroida CEPEMAR, 2004
Classe Scyphozoa CEPEMAR, 2004
Ordem Coronatae CEPEMAR, 2004
Filo Plathyhelminthes CEPEMAR, 2004
Classe Turbellaria CEPEMAR, 2004
Filo Nemertinea CEPEMAR, 2004

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Categoria de ameaça
Táxon Fonte
IBAMA 2008 IUCN 2011 CITES

Filo Priapula CEPEMAR, 2004


Filo Pogonophora CEPEMAR, 2004
Filo Nematoda CEPEMAR, 2004
Classe Adenophorea CEPEMAR, 2004
Subclasse Enoplia CEPEMAR, 2004
Ordem Enoplida CEPEMAR, 2004
Subordem Enoplina CEPEMAR, 2004
Família Enchelidiidae CEPEMAR, 2004
Família Thoracostomopsidae CEPEMAR, 2004
Família Leptosomatidae CEPEMAR, 2004
Família Phanodermatidae CEPEMAR, 2004
Subclasse Chromadoria CEPEMAR, 2004
Ordem Chromadorida CEPEMAR, 2004
Subordem Chromadorina CEPEMAR, 2004
Família Selachnematidae CEPEMAR, 2004
Filo Mollusca CEPEMAR, 2004
Classe Aplacophora CEPEMAR, 2004
Subclasse Chaetodermomorpha CEPEMAR, 2004
Família Prochaetodermatidae CEPEMAR, 2004
Subclasse Neomeniomorpha CEPEMAR, 2004
Caudofoveata sp. CEPEMAR, 2004

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Categoria de ameaça
Táxon Fonte
IBAMA 2008 IUCN 2011 CITES

Família Chaetodermatidae CEPEMAR, 2004


Classe Gastropoda CEPEMAR, 2004
Família: Olividae CEPEMAR, 2004
Agaronia travassosi (Morretes, 1938) CEPEMAR, 2004
Ancilla dimidiata (Sowerby, 1850) CEPEMAR, 2004
Alvania xanthias (Watson, 1886) CEPEMAR, 2004
Família: Columbellidae CEPEMAR, 2004
Anachis cf. strix (Watson, 1882) CEPEMAR, 2004
Costoanachis sp. CEPEMAR, 2004
Família: Seguenziidae CEPEMAR, 2004
Basilissa alta Watson, 1879 CEPEMAR, 2004
Basilissa spp. CEPEMAR, 2004
Família: Mangeliidae CEPEMAR, 2004
Benthomangelia sp. CEPEMAR, 2004
Família: Rissoidae CEPEMAR, 2004
Benthonella gaza Lozouet, 1990 CEPEMAR, 2004
Benthonella tenella (Jeffreys, 1869) CEPEMAR, 2004
Família: Cyclostrematidae CEPEMAR, 2004
Brokula cônica (Watson, 1885) CEPEMAR, 2004
Cyclostrema sp. CEPEMAR, 2004
Família: Niseriidae CEPEMAR, 2004

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Categoria de ameaça
Táxon Fonte
IBAMA 2008 IUCN 2011 CITES

Buccinanops moniliferum (Kiener, 1834) CEPEMAR, 2004


Família: Caecidae CEPEMAR, 2004
Caecum achironum (Folin 1867) CEPEMAR, 2004
Caecum antillarum Carpenter, 1858 CEPEMAR, 2004
Caecum corneum Carpenter, 1858 CEPEMAR, 2004
Caecum pulchellum Stimpson, 1851 CEPEMAR, 2004
Família: Calliostomatidae CEPEMAR, 2004
Calliostoma carcellesi (Clench & Aguayo, 1940) CEPEMAR, 2004
Calliostoma sp. CEPEMAR, 2004
Família: Calliotropidae CEPEMAR, 2004
Calliotropis cf. aeglees (Watson, 1879) CEPEMAR, 2004
Família: Calyptraeoidea CEPEMAR, 2004
Calyptraea centralis (Conrad, 1841) CEPEMAR, 2004
Família: Cancellariidae CEPEMAR, 2004
Cancellaria reticulata (Linnaeus, 1767) CEPEMAR, 2004
Família Cerithiopsidae CEPEMAR, 2004
Cerithiopsis emersonii (Adams, 1839) CEPEMAR, 2004
Família: Conidae CEPEMAR, 2004
Conus archetypus (Crosse, 1865) CEPEMAR, 2004
Conus centurio Born, 1778 CEPEMAR, 2004
Conus mindanus Hwass in Bruguière, 1792 CEPEMAR, 2004

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Categoria de ameaça
Táxon Fonte
IBAMA 2008 IUCN 2011 CITES

Família: Calyptraeidae CEPEMAR, 2004


Crepidula protea (d'Orbigny, 1841) CEPEMAR, 2004
Crepidula sp. CEPEMAR, 2004
Família: Fissurelidae CEPEMAR, 2004
Diodora sayi (Dall, 1899) CEPEMAR, 2004
Diodora sp. CEPEMAR, 2004
Emarginula tuberculosa (Libassi, 1859) CEPEMAR, 2004
Puncturella granulate (Seguenza, 1863) CEPEMAR, 2004
Família: Echinogurges CEPEMAR, 2004
Echinogurges sp. CEPEMAR, 2004
Família: Phasianellidae CEPEMAR, 2004
Gabrielona sulcifera (Robertson, 1973) CEPEMAR, 2004
Família: Trochidae CEPEMAR, 2004
Halistylus columna (Dall, 1890) CEPEMAR, 2004
Família: Hancockiidae CEPEMAR, 2004
Hancockia sp. CEPEMAR, 2004
Família: Conoidae CEPEMAR, 2004
Hastula salleana (Deshayes, 1859) CEPEMAR, 2004
Família: Muricoidea CEPEMAR, 2004
Marginella voscida (Rios & Mattews, 1972) CEPEMAR, 2004
Typhis clerii (Petit, 1842) CEPEMAR, 2004

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Categoria de ameaça
Táxon Fonte
IBAMA 2008 IUCN 2011 CITES

Siratus tenuivaricosus (Dautzenberg, 1927) CEPEMAR, 2004


Família: Solemydae Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Solemya patagonica E. A. Smith Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Família: Nassariidae CEPEMAR, 2004
Nassarius sp. CEPEMAR, 2004
Família: Neritidae CEPEMAR, 2004
Neritina zebra (Bruguière, 1792) CEPEMAR, 2004
Família: Volutidae CEPEMAR, 2004
Odontocymbiola americana (Reeve, 1856) CEPEMAR, 2004
Família: Olividae CEPEMAR, 2004
Olivanciollaria urceus (Roding, 1798) CEPEMAR, 2004
Família: Olivellidae CEPEMAR, 2004
Olivella minuta (Link, 1807) CEPEMAR, 2004
O. nivea (Gmelin, 1791) CEPEMAR, 2004
Família: Nystiellidae CEPEMAR, 2004
Opaliopsis nítida (Verrill & Smith, 1885) CEPEMAR, 2004
Família: Raphitomidae CEPEMAR, 2004
Pleurotomella aguayoi (Carcelles, 1953) CEPEMAR, 2004
Família: Naticidae CEPEMAR, 2004
Polinices sp. CEPEMAR, 2004
Família: Buccinidae CEPEMAR, 2004

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Categoria de ameaça
Táxon Fonte
IBAMA 2008 IUCN 2011 CITES

Prosipho sp. CEPEMAR, 2004


Família: Philinoidea CEPEMAR, 2004
Scaphander sp. CEPEMAR, 2004
Família: Drillidae CEPEMAR, 2004
Irotropis sp. CEPEMAR, 2004
Família: Solariellidae CEPEMAR, 2004
Solariella sp. CEPEMAR, 2004
Família: Phasianellidae CEPEMAR, 2004
Tricolia affinis (Adams, 1950) CEPEMAR, 2004
Família: Pyramidellidae CEPEMAR, 2004
Turbonilla sp. CEPEMAR, 2004
Família: Turritellidae CEPEMAR, 2004
Turritella hookey (Reeve, 1849) CEPEMAR, 2004
Família: Turbinellidae CEPEMAR, 2004
Vasum cassiforme (Kiener, 1841) CEPEMAR, 2004
Família: Volutidae CEPEMAR, 2004
Zidona dufresnei (Donovan, 1823) CEPEMAR, 2004
Família: Sequenziidae CEPEMAR, 2004
Subclasse Opisthobranchia CEPEMAR, 2004
Família: Acteonidae CEPEMAR, 2004
Acteon sp. CEPEMAR, 2004

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Categoria de ameaça
Táxon Fonte
IBAMA 2008 IUCN 2011 CITES

Família: Retusidae CEPEMAR, 2004


Pyrunculus ovatus (Jeffreys, 1870) CEPEMAR, 2004
Família: Cyclostematidae CEPEMAR, 2004
Vetulonia jefresii (Dall, 1913) CEPEMAR, 2004
Classe Pelecypoda (Bivalvia) CEPEMAR, 2004
Família: Semelidae CEPEMAR, 2004
Abra cf. brasiliana (A. Adams, 1856) CEPEMAR, 2004
Ervilia sp. CEPEMAR, 2004
Semele Casali (Doello-Jurado, 1949) CEPEMAR, 2004
Semele sp. CEPEMAR, 2004
Semele nuculoides (Conrad, 1841) Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Ervilia concentrica (Holmes, 1860) Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Abra lioica (Dall, 1881) Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Família: Nuculanidae CEPEMAR, 2004
Adrana Electa (A. Adams, 1856) CEPEMAR, 2004
Nucula puelcha (d'Orbigny, 1842) CEPEMAR, 2004
N. semiornata (d´Orbigny, 1846) CEPEMAR, 2004
N. cf. verrilli (Lamarck, 1799) CEPEMAR, 2004
Nucula sp. CEPEMAR, 2004
Nucula verrilli (Lamarck, 1799) CEPEMAR, 2004
Nuculana solidula (Smith, 1885) CEPEMAR, 2004

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Categoria de ameaça
Táxon Fonte
IBAMA 2008 IUCN 2011 CITES

Nuculana spp. CEPEMAR, 2004


Pronucula benguelana (Clarke, 1961) CEPEMAR, 2004
Família: Condylocardiidae CEPEMAR, 2004
Americuna besnardi (Klappenbach, 1962) CEPEMAR, 2004
Família: Veneridae CEPEMAR, 2004
Amiantis purpuratus (Lamarck, 1822) CEPEMAR, 2004
Chione cancelata (Linnaeus, 1767) CEPEMAR, 2004
Chione intapurpura (Conrad, 1849) CEPEMAR, 2004
Chione paphia (Linnaeus, 1758) CEPEMAR, 2004
Chione pubera H. Adams, 1870 CEPEMAR, 2004
Gouldia cerina (Adams, 1845) CEPEMAR, 2004
Pitar aresta (Dall & Simpson, 1900) CEPEMAR, 2004
Tivela sp. CEPEMAR, 2004
Transenpitar americana (Doello-Jurado, 1951) CEPEMAR, 2004
Chione pubera (Bory Saint-Vincent, 1827) Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Cooperella atlantica Rehder, 1943 Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Pitar rostratus (Philippi, 1844) Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Família: Arcidae CEPEMAR, 2004
Anadara notabilis (Roding, 1798) CEPEMAR, 2004
Arca zebra (Swainson, 1833) CEPEMAR, 2004
Barbatia candida (Helbling, 1779) CEPEMAR, 2004

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Categoria de ameaça
Táxon Fonte
IBAMA 2008 IUCN 2011 CITES

Lunarca ovalis (Bruguière, 1789) CEPEMAR, 2004


Família: Mytilidae CEPEMAR, 2004
Botula fusca (Gmelin, 1791) CEPEMAR, 2004
Gregariella coralliophaga (Gmelin, 1791) CEPEMAR, 2004
Modiolus amercanus (Leach, 1815) CEPEMAR, 2004
Família: Cuspidariidae CEPEMAR, 2004
Cardiomya striata (Jeffreys, 1876) CEPEMAR, 2004
Cuspidaria braziliensis (Smith, 1915) CEPEMAR, 2004
Cuspidaria rostrata (Spengler, 1793) CEPEMAR, 2004
Cardiomya perrostrata (Dall, 1881) Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Cuspidaria braziliensis E.A. Smith, 1915 Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Família: Chamidae CEPEMAR, 2004
Chama sp. CEPEMAR, 2004
Família: Pectinidae CEPEMAR, 2004
Chlamys spp. CEPEMAR, 2004
Família: Corbulidae CEPEMAR, 2004
Corbula caribaea (Orbigny, 1842) CEPEMAR, 2004
Corbula cymella (Dall, 1881) CEPEMAR, 2004
Corbula dietziana CB Adams, 1852 CEPEMAR, 2004
Corbula patagônica Orbigny, 1846 CEPEMAR, 2004
Família: Philobryidae CEPEMAR, 2004

ARCADIS logos 699


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Categoria de ameaça
Táxon Fonte
IBAMA 2008 IUCN 2011 CITES

Corbula caribaea Orbigny, 1842 Soares-Gomes & Fernandes, 2005.


Corbula lyoni Pilsbry, 1897 Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Corbula patagonica Orbigny, 1846 Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Cosa brasiliensis (Klappenbach, 1966) CEPEMAR, 2004
Família: Crassatellidae CEPEMAR, 2004
Crassatella sp. CEPEMAR, 2004
Crassinella lunulata (Conrad, 1834) CEPEMAR, 2004
Crassinella sp. CEPEMAR, 2004
Crassinella lunulata (Conrad, 1834) Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Família: Lucinidae CEPEMAR, 2004
Divaricella quadrisulcata (Orbigny, 1842) CEPEMAR, 2004
Parvilucina sp. CEPEMAR, 2004
Myrtea lens (Verrill & Smith, 1880) Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Família: Lyonsiidae CEPEMAR, 2004
Entodesma alvarezi (d'Orbigny, 1846) CEPEMAR, 2004
Entodesma beana (Orbigny, 1842). Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Família: Ungulinidae CEPEMAR, 2004
Felaniella sp. CEPEMAR, 2004
Família: Gastrochaenidae CEPEMAR, 2004
Gastrochaena hians (Gmelin, 1791) CEPEMAR, 2004
Família: Glycymerididae CEPEMAR, 2004

ARCADIS logos 700


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Categoria de ameaça
Táxon Fonte
IBAMA 2008 IUCN 2011 CITES

Glycymeris longior (Sowerby, 1833) CEPEMAR, 2004


Glycymeris pectinata (Gmelin, 1791) CEPEMAR, 2004
Glycymeris undata (Linnaeus, 1758) CEPEMAR, 2004
Família: Cardiidae CEPEMAR, 2004
Laevicardium sp. CEPEMAR, 2004
Microcardium tinctum (Dall, 1881) CEPEMAR, 2004
Papyridea soleniformis (Bruguière, 1789) CEPEMAR, 2004
Papyridea sp. CEPEMAR, 2004
Trachycardium muricatum (Linnaeus,1758) CEPEMAR, 2004
Trachycardium muricatum (Linnaeus, 1758). Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Família: Limidae CEPEMAR, 2004
Lima lima (Linnaeus, 1758) CEPEMAR, 2004
Lima scabra (Born, 1778) CEPEMAR, 2004
Lima sp. CEPEMAR, 2004
Limatula sp. CEPEMAR, 2004
Família: Limopsidae CEPEMAR, 2004
Limopsis sp. CEPEMAR, 2004
Limaria thryptica (Penna, 1971). Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Família: Mactridae CEPEMAR, 2004
Mactra fragilis (Gmelin, 1791) CEPEMAR, 2004
Mactra petiti (d'Orbigny, 1846) CEPEMAR, 2004

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Categoria de ameaça
Táxon Fonte
IBAMA 2008 IUCN 2011 CITES

Mactra petiti Orbigny, 1846 Soares-Gomes & Fernandes, 2005.


Raeta plicatella (Lamarck, 1818) Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Mactra janeiroensis E.A. Smith, 1915 Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Mactra petiti Orbigny, 1846 Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Raeta plicatella (Lamarck, 1818) Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Limopsis antillensis Dall, 1881 Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Família: Malletiidae CEPEMAR, 2004
Malletia cumingii (Hanley, 1860) CEPEMAR, 2004
Família: Ostreidae CEPEMAR, 2004
Ostrea sp. CEPEMAR, 2004
Família: Pandoridae CEPEMAR, 2004
Pandora bushiana (Dall, 1886) CEPEMAR, 2004
Família: Plicatulidae CEPEMAR, 2004
Plicatula gibbosa (Lamarck, 1801) CEPEMAR, 2004
Família: Poromyidae CEPEMAR, 2004
Poromya sp. CEPEMAR, 2004
Poromya cymata Dall, 1889 Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Família: Yoldiidae CEPEMAR, 2004
Portlandia af. fraterna (Verrill & Bush, 1898) CEPEMAR, 2004
Família: Pteriidae CEPEMAR, 2004
Pteria hirundo (Linnaeus, 1798) CEPEMAR, 2004

ARCADIS logos 702


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Categoria de ameaça
Táxon Fonte
IBAMA 2008 IUCN 2011 CITES

Pteria sp. CEPEMAR, 2004


Família: Neilonellidae CEPEMAR, 2004
Saturnia sp. CEPEMAR, 2004
Família: Solemyidae CEPEMAR, 2004
Solemya patagonica (Smith, 1885) CEPEMAR, 2004
Família: Solenidae CEPEMAR, 2004
Solen tehuelchus (d´Orbigny, 1843) CEPEMAR, 2004
Família: Tellinidae CEPEMAR, 2004
Strigilla sp. CEPEMAR, 2004
Tellina persica (Dall & Simpson, 1901) CEPEMAR, 2004
Tellina petitiana Orbigny, 1846 CEPEMAR, 2004
Tellina radiata Linnaeus, 1758 CEPEMAR, 2004
Tellina sp. CEPEMAR, 2004
Strigilla sp. CEPEMAR, 2004
Macoma cleryana (Orbigny, 1846) Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Macoma tenta (Say, 1834) Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Tellina gibber Ihering, 1907. Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Tellina petitiana Orbigny, 1846. Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Família: Crassostrea Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Crassostrea rizophorae (Guilding, 1828) Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Família: Pectinidae Soares-Gomes & Fernandes, 2005.

ARCADIS logos 703


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Categoria de ameaça
Táxon Fonte
IBAMA 2008 IUCN 2011 CITES

Chlamys tehuelchus (Orbigny, 1846) Soares-Gomes & Fernandes, 2005.


Familia: Mytilidae Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Musculus lateralis (Say, 1822) Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Perna perna (Linnaeus, 1758) Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Crenella divaricata (Orbigny, 1846) Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Família: Carditidae Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Carditamera plata (Ihering, 1907) Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Família: Nuculidae Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Adrana patagonica (orbigny, 1846) Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Anadara chmnitzi (Philippi, 1851) Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Anadara ovalis (Bruguière, 1789) Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Nucula puelcha Orbigny, 1846 Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Nuculana larranagai Klappenbach & Scarabino, 1968 Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Família: Tindariidae CEPEMAR, 2004
Tinadaria aff. Cytherea (Dall, 1889) CEPEMAR, 2004
Tindaria sp. CEPEMAR, 2004
Família: Pholadidae Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Martesia fragilis Verrill & Bush, 1890 Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Família: Malletiidae Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Malletia cumingii (Hanley, 1860) Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Família: Thyasiridae Soares-Gomes & Fernandes, 2005.

ARCADIS logos 704


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Categoria de ameaça
Táxon Fonte
IBAMA 2008 IUCN 2011 CITES

Thyasira croulinensis Jeffreys, 1874. Soares-Gomes & Fernandes, 2005.


Família: Verticordiidae CEPEMAR, 2004
Família: Glycymerididae Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Glycymeris longior (Sowerby, 1833). Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Verticordia sp. CEPEMAR, 2004
Classe Scaphopoda CEPEMAR, 2004
Família: Verticordiidae CEPEMAR, 2004
Graptacme cf. perlongum (Dall, 1881) CEPEMAR, 2004
Família: Dentaliidae CEPEMAR, 2004
Fissidentalium sp. CEPEMAR, 2004
Classe Cephalopoda CEPEMAR, 2004
Família: Octopodidae CEPEMAR, 2004
Eledone gaucha (Haimovici, 1988) CEPEMAR, 2004
Eledone massyae Voss, 1964 CEPEMAR, 2004
Família: Loliginidae CEPEMAR, 2004
Loligo plei (Blainville, 1823) CEPEMAR, 2004
L. sanpaulensis CEPEMAR, 2004
Família: Sepiolidae CEPEMAR, 2004
Semirossia tenera (Verrill, 1880) CEPEMAR, 2004
Filo Annelida CEPEMAR, 2004
Classe Polychaeta CEPEMAR, 2004

ARCADIS logos 705


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Categoria de ameaça
Táxon Fonte
IBAMA 2008 IUCN 2011 CITES

Família: Paraonidae CEPEMAR, 2004


Aedicira sp. CEPEMAR, 2004
Aricidea sp. CEPEMAR, 2004
Cirrophorus sp. CEPEMAR, 2004
Paraonis sp. CEPEMAR, 2004
Família: Ampharetidae CEPEMAR, 2004
Amphicteis gunneri (Sars, 1835) CEPEMAR, 2004
Amphicteis sp. CEPEMAR, 2004
Família: Phyllodocidae CEPEMAR, 2004
Anaitides tamoya (Nonato, 1981) CEPEMAR, 2004
Família: Aphroditidae CEPEMAR, 2004
Anphrogenia alba (Kinberg, 1856) CEPEMAR, 2004
Família: Oenonidae CEPEMAR, 2004
Arabella iricolor (Montagu, 1804) CEPEMAR, 2004
Drilonereis sp. CEPEMAR, 2004
Oenone fulgida (Savigny in Lamarck, 1818) CEPEMAR, 2004
Família: Opheliidae CEPEMAR, 2004
Armandia agilis (Andrews, 1891) CEPEMAR, 2004
Armandia sp. CEPEMAR, 2004
Família: Maldanidae CEPEMAR, 2004
Asychis amphiglypta (Ehlers, 1897) CEPEMAR, 2004

ARCADIS logos 706


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Categoria de ameaça
Táxon Fonte
IBAMA 2008 IUCN 2011 CITES

Chirimia brasiliensis (Zachs, 1933) CEPEMAR, 2004


Chirimia sp. CEPEMAR, 2004
Clymenella lombricoides (Quatrefagues, 1866) CEPEMAR, 2004
Euclymene sp. CEPEMAR, 2004
Lumbriclymene sp. CEPEMAR, 2004
Maldaninae gen. sp. CEPEMAR, 2004
Família: Chrysopetalidae CEPEMAR, 2004
Bhawania obscura (Grube, 1868) CEPEMAR, 2004
Família: Capitellidae CEPEMAR, 2004
Capitella sp. CEPEMAR, 2004
Família: Chaetopteridae CEPEMAR, 2004
Chaetopterus sp. CEPEMAR, 2004
Família: Amphinomidae CEPEMAR, 2004
Chloeia viridis (Schmarda, 1861) CEPEMAR, 2004
Linopherus sp. CEPEMAR, 2004
Família: Cirratulidae CEPEMAR, 2004
Cirratulus sp. CEPEMAR, 2004
Tharyx sp. CEPEMAR, 2004
Família: Onuphidae CEPEMAR, 2004
Diopatra cuprea (Bosc, 1802) VU CEPEMAR, 2004
Hyalinoecia juvenalis (Moore, 1911) CEPEMAR, 2004

ARCADIS logos 707


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Categoria de ameaça
Táxon Fonte
IBAMA 2008 IUCN 2011 CITES

Hyalinoecia sp. CEPEMAR, 2004


Lysidice ninetta (Audouin & Milne-Edwards, 1833) CEPEMAR, 2004
Marphysa kinbergi (McIntosh, 1910) CEPEMAR, 2004
Mooreonuphis intermédia (Kinberg, 1865) CEPEMAR, 2004
Nothria sp. CEPEMAR, 2004
Paradiopatra hartmanae (kirkegaard, 1980) CEPEMAR, 2004
Petaloproctus sp. CEPEMAR, 2004
Família: Sabelidae CEPEMAR, 2004
Euchone sp. CEPEMAR, 2004
Hypsicomus sp. CEPEMAR, 2004
Jasmineira sp. CEPEMAR, 2004
Megalomma bioculatum (Ehlers, 1887) CEPEMAR, 2004
Família: Eunicidae CEPEMAR, 2004
Eunice cariboea (Grube, 1856) CEPEMAR, 2004
Eunice floridana (Pourtalès, 1867) CEPEMAR, 2004
Eunice bianullata (Moore, 1804) CEPEMAR, 2004
Família: Syliidae CEPEMAR, 2004
Exogone sp. CEPEMAR, 2004
Myrianida sp. CEPEMAR, 2004
Odontosyllis polycera (Schmarda, 1861) CEPEMAR, 2004
Syllinae gen. sp. CEPEMAR, 2004

ARCADIS logos 708


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Categoria de ameaça
Táxon Fonte
IBAMA 2008 IUCN 2011 CITES

Família: Glyceridae CEPEMAR, 2004


Glycera americana (Leidy, 1855) CEPEMAR, 2004
Glycera sp. CEPEMAR, 2004
Hemipodus olivieri (Orensanz & Gianuca, 1974) CEPEMAR, 2004
Hemipodus sp. CEPEMAR, 2004
Família: Goniadidae CEPEMAR, 2004
Goniada emerita (Audouin & Milne-Edwards, 1833) CEPEMAR, 2004
Goniada sp. CEPEMAR, 2004
Família: Polynoidae CEPEMAR, 2004
Harmothoe sp. CEPEMAR, 2004
Família: Orbiniidae CEPEMAR, 2004
Haploscoloplos sp. CEPEMAR, 2004
Leitoscoloplos robustus (Verrill, 1873) CEPEMAR, 2004
Phylo felix (Kinberg, 1866) CEPEMAR, 2004
Família: Serpulidae CEPEMAR, 2004
Hydroides plateni (Kinberg, 1867) CEPEMAR, 2004
Família: Spionidae CEPEMAR, 2004
Laonice branchiata (Nonato, Bolivar & Lana, 1986) CEPEMAR, 2004
Paraoprinospio pinnata (Ehlers, 1901) CEPEMAR, 2004
Prionospio steenstrupi Malmgren, 1867 CEPEMAR, 2004
Spiophanes sp. CEPEMAR, 2004

ARCADIS logos 709


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Categoria de ameaça
Táxon Fonte
IBAMA 2008 IUCN 2011 CITES

Família: Lumbrineridae CEPEMAR, 2004


Lumbrineriopsis mucronata (Ehlers 1908) CEPEMAR, 2004
Lumbrineris cingulata Ehlers, 1897 CEPEMAR, 2004
Lumbrineris sp. CEPEMAR, 2004
Ninoe brasiliensis Kinberg, 1865. CEPEMAR, 2004
Família: Magelonidae CEPEMAR, 2004
Magelona riojai Jones, 1963 CEPEMAR, 2004
Magelona sp. CEPEMAR, 2004
Família: Nephtyidae CEPEMAR, 2004
Nephtys squamosa Ehlers, 1887 CEPEMAR, 2004
Nephtys sp. CEPEMAR, 2004
Família: Nereidae CEPEMAR, 2004
Nereis broa Lana & Sovierzovsky, 1987 CEPEMAR, 2004
Nereididae sp. CEPEMAR, 2004
Família: Capitelidae CEPEMAR, 2004
Notomastus hemipodus (Hartman, 1945) CEPEMAR, 2004
Notomastus sp. CEPEMAR, 2004
Família: Opheliidae CEPEMAR, 2004
Ophelina sp. CEPEMAR, 2004
Família: Oweniidae CEPEMAR, 2004
Owenia fusiformis (Delle Chiaje, 1844) CEPEMAR, 2004

ARCADIS logos 710


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Categoria de ameaça
Táxon Fonte
IBAMA 2008 IUCN 2011 CITES

Família: Pilargidae CEPEMAR, 2004


Parandalia americana (Hartman, 1947) CEPEMAR, 2004
Família: Flabeligeridae CEPEMAR, 2004
Pherusa sp. CEPEMAR, 2004
Piromis roberti (Hartman 1951) CEPEMAR, 2004
Família: Ampharetidae CEPEMAR, 2004
Melina uruguayi Hessle, 1917. CEPEMAR, 2004
Phyllocomus hiltoni (Chamberlin, 1919) CEPEMAR, 2004
Família: Phyllodocidae CEPEMAR, 2004
Phyllodoce mucosa (Örsted, 1843) CEPEMAR, 2004
Phyllodoce sp. CEPEMAR, 2004
Família: Sigalionidae CEPEMAR, 2004
Psammolyce fimbriata (Hartman, 1939) CEPEMAR, 2004
Família: Sternaspidae CEPEMAR, 2004
Sternaspis sp. CEPEMAR, 2004
Família: Terebellidae CEPEMAR, 2004
Classe Oligochaeta CEPEMAR, 2004
Filo Sipuncula CEPEMAR, 2004
Filo Echiura CEPEMAR, 2004
Filo Pycnogonida CEPEMAR, 2004
Filo Arthropoda CEPEMAR, 2004

ARCADIS logos 711


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Categoria de ameaça
Táxon Fonte
IBAMA 2008 IUCN 2011 CITES

Subfilo Arachnida CEPEMAR, 2004


Classe Acari CEPEMAR, 2004
Subfilo Crustacea CEPEMAR, 2004
Classe Ostracoda CEPEMAR, 2004
Subordem Myodocopina CEPEMAR, 2004
Classe Copepoda CEPEMAR, 2004
Classe Malacostraca CEPEMAR, 2004
Subclasse Phyllocarida CEPEMAR, 2004
Ordem Decapoda CEPEMAR, 2004
Infraordem Anomura CEPEMAR, 2004
Família Dorippidae CEPEMAR, 2004
Ethusina abyssicola Smith 1884 CEPEMAR, 2004
Família Galaheidae CEPEMAR, 2004
Família Paguroidae CEPEMAR, 2004
Paguristes sp. CEPEMAR, 2004
Ordem Euphausiacea CEPEMAR, 2004
Ordem Cumacea CEPEMAR, 2004
Ordem Tanaidacea CEPEMAR, 2004
Ordem Isopoda CEPEMAR, 2004
Gnathia sp CEPEMAR, 2004
Ordem Amphipoda CEPEMAR, 2004

ARCADIS logos 712


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Categoria de ameaça
Táxon Fonte
IBAMA 2008 IUCN 2011 CITES

Harpiniopsis galera (J.L. Barnard, 1960) CEPEMAR, 2004


Phoxocephalus homilis (Krøyer, 1842) CEPEMAR, 2004
Amphilochus sp. CEPEMAR, 2004
Família Lysianassidae CEPEMAR, 2004
Família Ischyroceridae CEPEMAR, 2004
Jassa sp. CEPEMAR, 2004
Ischyrocerus sp. CEPEMAR, 2004
Família Ampeliscidae CEPEMAR, 2004
Ampelisca panamensis (J.L. Barnard, 1954) CEPEMAR, 2004
Haploops sp. CEPEMAR, 2004
Família Urothoidae CEPEMAR, 2004
Carangolia sp. CEPEMAR, 2004
Família Corophiidae CEPEMAR, 2004
Corophium sp. CEPEMAR, 2004
Família Liljeborgiidae CEPEMAR, 2004
Liljeborgia sp. CEPEMAR, 2004
Família Pardaliscidae CEPEMAR, 2004
Pardisynopia sp. CEPEMAR, 2004
Família Amanthillopsidae CEPEMAR, 2004
Amathillopsis atlantica Chevreux, 1908 CEPEMAR, 2004
Família Melitidae CEPEMAR, 2004

ARCADIS logos 713


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Categoria de ameaça
Táxon Fonte
IBAMA 2008 IUCN 2011 CITES

Elasmopus sp. CEPEMAR, 2004


Ordem Harpacticoida CEPEMAR, 2004
Filo Bryozoa CEPEMAR, 2004
Filo Brachiopoda CEPEMAR, 2004
Filo Echinodermata CEPEMAR, 2004
Classe Echnoidea CEPEMAR, 2004
Família: Schizasteridae CEPEMAR, 2004
Moira atropos (Lamarck, 1816) CEPEMAR, 2004
Classe Holoturoidea CEPEMAR, 2004
Classe Asteroidea CEPEMAR, 2004
Classe Echinoidea CEPEMAR, 2004
Classe Crinoidea CEPEMAR, 2004
Classe Ofiuroidea CEPEMAR, 2004
Amphiura sp. CEPEMAR, 2004
Amphiura atlantica (Ljungman, 1867) CEPEMAR, 2004
Amphiura kimbergi (Ljungman, 1872) CEPEMAR, 2004
Ophiomisidium speciosum (Koehler, 1914) CEPEMAR, 2004
Ophiocten amitinum (Lyman, 1878) CEPEMAR, 2004
Ophiura fallax (Cherbonnier, 1959) CEPEMAR, 2004
Amphilepis teodorae (Tommasi & Abreu, 1974) CEPEMAR, 2004
Ophiacantha sp. CEPEMAR, 2004

ARCADIS logos 714


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Categoria de ameaça
Táxon Fonte
IBAMA 2008 IUCN 2011 CITES

Filo Hemichordata Soares-Gomes & Fernandes, 2005.


Filo Chordata Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Subfilo Urochordata Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Classe Ascidiacea Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Filo Cephalochordata Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Classe Oligochaeta Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Filo Sipuncula Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Filo Echiura Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Filo Pycnogonida Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Filo Arthropoda Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Subfilo Arachnida Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
Classe Acari Soares-Gomes & Fernandes, 2005.
* Critérios de ameaça: criticamente em perigo (CR); dados deficientes (DD); em perigo (EN); presumidamente em perigo (PA); vulnerável
(VU). Apêndice I - Lista as espécies mais ameaçadas de extinção.

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Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

C) Caracterização da Fauna das Áreas de Influência Direta (AID) e Diretamente


Afetada (ADA)

a) Composição Faunística
Foram encontrados 652 indivíduos (1ª campanha: 434 ind.; 2ª campanha: 218ind.),
distribuídos em 61 espécies e 41 famílias ao longo das duas campanhas, pertencentes aos
grupos Annelida (Polychaeta), Arthropoda (Crustacea), Mollusca (Gastropoda e Bivalvia),
Echinodermata (Ophiuroidea e Echinoidea), Cnidaria e Nemertea. Destas 60 espécies, 45
foram encontradas na primeira campanha e 41 na segunda (Quadro 9.2.2-14).

O Filo Annelida e Arthropoda apresentaram os maiores número de espécies na primeira


campanha quando comparados à segunda campanha (Quadro 9.2.2-14).

A quantidade de espécies diferentes entre os dados primários e secundários estaria


diretamente relacionada à variedade entre os ambientes, uma vez que os trabalhos utilizados
como fontes estudaram a plataforma continental a profundidades superiores as encontradas,
o que acarreta em ambientes com características hidrológicas e sedimentares diferenciados
ao observado na área de influência do empreendimento.

ARCADIS logos 716


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Quadro 9.2.2-14 - Ocorrências das espécies registradas na área Terminais Ponta Negra, Maricá, Rio de Janeiro, na 1ª Campanha
(setembro/2012) e 2ª Campanha (janeiro/2013), com respectiva indicação do registro.

PONTOS AMOSTRAIS Método


s
1ª CAMPANHA 2ª CAMPANHA
Táxon
Espécies A-01 A-02 A-03 A-04 A-05 A-06 A-07 A-01 A-02 A-03 A-04 A-05 A-06 A-07
FILO ANNELIDA
Classe
Polychaeta
Ordem
Phyllodocida
Família Syllidae Syllis sp. X X X Coleta
Sphaerosyllis
isabelae
Nogueira, San X Coleta
Martin & Amaral,
2001
Exogone arenosa
X X X X Coleta
Perkins, 1981
Família Eteone Alba
X X X X X X X Coleta
Phyllodocidae Webster, 1879
Família
Protodorvillea sp. X X X Coleta
Dorvilleidae
Glycera
Família
americana Leidy, X X X X X Coleta
Glyceridae
1855
Glycera capitata
X X X Coleta
Örsted, 1843
Hemipodia X Coleta
simplex (Grube,

ARCADIS logos 717


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

PONTOS AMOSTRAIS Método


s
1ª CAMPANHA 2ª CAMPANHA
Táxon
Espécies A-01 A-02 A-03 A-04 A-05 A-06 A-07 A-01 A-02 A-03 A-04 A-05 A-06 A-07
1857)
Família Goniada teres
X X Coleta
Goniadides Treadwell, 1931
Goniadides
carolinae Day, X X Coleta
1973
Família
Nephtys sp. X X X X Coleta
Nephtydae
Aglaophamus sp. X Coleta
Ordem Eunicida
Família
Protodorvillea sp. X X Coleta
Dorvilleidae
Família
Lumbrineris sp. X X X Coleta
Lumbrineridae
Família
Nothria sp. X Coleta
Onuphidae
Ordem Orbiniida
Cirrophorus
Família
americanus X X X X X Coleta
Paraonidae
Strelzov, 1973
Aedicira belgicae
X X X X X X X Coleta
(Fauvel, 1936)
Família
Orbinia sp. X X X X X Coleta
Orbiniidae
Scoloplos sp. X X X X X X X X X X X X Coleta
Ordem Spionida

ARCADIS logos 718


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

PONTOS AMOSTRAIS Método


s
1ª CAMPANHA 2ª CAMPANHA
Táxon
Espécies A-01 A-02 A-03 A-04 A-05 A-06 A-07 A-01 A-02 A-03 A-04 A-05 A-06 A-07
Magelona
Família
papillicornis F. X X X X X X Coleta
Magelonidae
Müller, 1858
Família Prionospio dúbia
X X X X X X X X X Coleta
Spionidae Day, 1961
Spiophanes
berkeleyorum X X X X X X X Coleta
(Pettibone, 1962)
Dispio sp. X X X X X Coleta
Ordem
Capitellida
Família
Euclymene sp. X X X Coleta
Maldanidae
Família
Notomastus sp. X Coleta
Capitellidae
Ordem
Terebellida
Família
Terebella sp. X X X Coleta
Terebillidae
Cirratulus
Família
filiformis X X X X X X X X X Coleta
Cirratulidae
Keferstein, 1862
Tharyx sp. X X Coleta
FILO
ARTHROPODA
Subfilo Crustacea

ARCADIS logos 719


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

PONTOS AMOSTRAIS Método


s
1ª CAMPANHA 2ª CAMPANHA
Táxon
Espécies A-01 A-02 A-03 A-04 A-05 A-06 A-07 A-01 A-02 A-03 A-04 A-05 A-06 A-07
Classe
Malacostraca
Ordem
Amphipoda
Família Atylidae Nototropis sp. X X Coleta
Atylus sp. X Coleta
Família
Ampelisca sp. X Coleta
Ampeliscidae
Família
Metharpinia sp. X X X X X X X X X Coleta
Phoxocephalidae
Heterophoxus sp. X X X Coleta
Família
Bathyporeia sp. X X X X X X Coleta
Haustoriidae
Família
Ericthonius sp. X X Coleta
Ischyroceridae
Ischyrocerus sp. X Coleta
Família Uristidae Centromedon sp. X Coleta
Família
Lysianassidae sp. X Coleta
Lysianassidae
Família Melitidae Melita sp. X X Coleta
Ordem Isopoda
Eurydice convexa
Família
Richardson, X X X Coleta
Cirolanidae
1900B
Família Ancinus sp. X X X X X Coleta

ARCADIS logos 720


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

PONTOS AMOSTRAIS Método


s
1ª CAMPANHA 2ª CAMPANHA
Táxon
Espécies A-01 A-02 A-03 A-04 A-05 A-06 A-07 A-01 A-02 A-03 A-04 A-05 A-06 A-07
Sphaeromatidae
Família Serolidae Heteroserolis sp. X X X X X X Coleta
Família
Paranthura sp. X Coleta
Anthuridae
Amakuzanthura
X Coleta
sp.
Ordem Decapoda
Albunea paretii
Família
(Guérin - X Coleta
Albuneidae
Méneville, 1853)
Família
Pagurus sp. X X X X X Coleta
Paguridae
Ordem Mysida Família Mysidae X X Coleta
Ordem Cumacea
Família
Pseudocumatida Pseudocuma sp. X X X Coleta
e
Família Litogynodiastylis
X X X X X Coleta
Gynodiastylidae sp.
Família
Campylaspis sp. X X X Coleta
Nannastacidae
Família
Campylaspis sp. X X X Coleta
Nannastacidae
Classe
Ostracoda X X X Coleta
Ostracoda
FILO

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Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

PONTOS AMOSTRAIS Método


s
1ª CAMPANHA 2ª CAMPANHA
Táxon
Espécies A-01 A-02 A-03 A-04 A-05 A-06 A-07 A-01 A-02 A-03 A-04 A-05 A-06 A-07
MOLLUSCA
Classe
Gastropoda
Ordem
Neogastropoda
Olivancillaria
Família Olividae urceus (Roding, X Coleta
1798)
Olivella floralia
X Coleta
(Duclos, 1853)
Classe Bivalvia
Bi
Macoma
Família Tellinidae pseudomera Dall X Coleta
& Simpson, 1901
Tellina (Angulus)
exerythra Boss, X Coleta
1964
FILO
ECHINODERMA
TA
Classe
Ophiuroidea
Ordem Ophiurida
Família Amphiodia atra
X X X Coleta
Amphiuridae Stimpson, 1852
Amphiodia sp. X X X Coleta

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Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

PONTOS AMOSTRAIS Método


s
1ª CAMPANHA 2ª CAMPANHA
Táxon
Espécies A-01 A-02 A-03 A-04 A-05 A-06 A-07 A-01 A-02 A-03 A-04 A-05 A-06 A-07
Classe
Echinoidea
Encope
Família Mellitidae emarginata X Coleta
(Leske, 1778)
FILO
NEMERTEA
Nemertea X X X X X X X X Coleta
FILO CNIDARIA
Classe Anthozoa
Família
Zoanthidae sp. X Coleta
Zoanthidae
Pontos de Registro: Pontos amostrais

Métodos de registro: Coleta com busca fundo

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Terminais Ponta Negra – TPN

b) Eficiência amostral
As curvas do coletor utilizadas (espécies observadas -Sobs- e do estimador de Jacknife 1),
não demonstram tendência a atingir uma assíntota, indicando que a comunidade encontrada
não está estabilizada em relação ao número de espécies encontrado (Figura 9.2.2-30).

Macrofauna - TPN
80 Sobs
Jacknife1

60
Contagem de espécies

40

20

0
0 10 20 30 40 50
Número de amostras

Figura 9.2.2-30 - Curva do coletor utilizando os dados de riqueza observada (Sobs)e


Estimativa de riqueza Jacknife de primeira ordem para os dados da comunidade
zoobentônica encontrada na Área de influência dos Terminais Ponta Negra, RJ. (1ª
campanha - Setembro/2012; 2ª campanha - Janeiro/2013). N=42 amostras.

c) Espécies ameaçadas e protegidas por legislação federal e/ou estadual


Não foram encontradas espécies ameaçadas e protegidas por legislação federal (IBAMA
2008) e/ou do estado do Rio de Janeiro (BERGALLO et al., 2000).

d) Espécies endêmicas, exóticas, raras ou não descritas


As espécies encontradas são comuns em ambientes de fundo inconsolidado do litoral
brasileiro, com características de apresentar variações espaço-temporais nas populações.
Não foram encontradas espécies endêmicas, exóticas ou raras.

e) Espécies Migratórias
A macrofauna apresenta relação direta com o substrato, demonstrando variação vertical e
horizontal no ambiente, o que caracterizaria a sua distribuição em manchas. Porém, esta
distribuição estaria associada a alterações nas características do ambiente, interferindo na
reprodução, mortalidade e sobrevivência das espécies, porém estando sempre associadas ao
substrato, principalmente na fase adulta, que apresentaria deslocamento restrito ou nulo em
resposta a forma de alimentação (NYBAKKEN & BERTNESS, 2005).

Desta forma, a macrofauna de substrato inconsolidado não apresentaria espécies


migratórias.

f) Espécies de interesse econômico e/ou médico-veterinário


Não foram encontradas espécies de interesse econômico e/ou médico-veterinário,
ressaltando, porém a ocorrência de Hemipodia que tem sido utilizada por pescadores como

ARCADIS logos 724


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isca de pesca, além de Glycera americana que também é explorado comercialmente (PAIVA,
2006).

g) Espécies indicadoras de qualidade ambiental


Dentre o grupo de espécies identificadas, os anelídeos Spiophanes berkeleyorum, Aedicira
belgicae, Cirratulus filiformi e o crustáceo Ericthonius sp. são indicadoras de qualidade
ambiental, podendo ser encontradas principalmente em ambientes com ocorrência de matéria
orgânica.

h) Distribuição da fauna no ambiente


Em relação aos grupos que ocorreram, Annelida (Polychaeta) (N: 489 ind) e Arthropoda
(Crustacea) (N: 128 ind) apresentaram os maiores números de indivíduos na Área de
Influência Direta e Diretamente Afetada, equivalente a mais de 93% dos organismos
encontrados, enquanto os demais grupos apresentaram valores inferiores a 10% ao longo
dos pontos amostrais, sendo que os maiores valores para os filos foram encontrados na
primeira campanha (set/12) no ponto A-06 para Polychaeta (88 ind) e A-04 para Arthropoda
(22 ind) (Figura 9.2.2-31A e B; Quadro 9.2.2-15). Vale ressaltar que os filos com menores
valores de abundância foram Echinodermata, Mollusca e Cnidaria, que apresentaram valores
entre um (01) e dois (02) indivíduos nos pontos aonde foram encontrados, sendo encontrados
somente em A-02, A-04; A-05 e A-06 (Quadro 9.2.2-15); Figura 9.2.2-31A).

Annelida (Polychaeta) e Arthropoda (Crustacea) ocorreram com maior abundância nos pontos
avaliados, demonstrando que estes grupos foram os mais importantes na composição da
comunidade zoobentônica de substrato inconsolidado nas áreas de estudo durante a 1ª
campanha (set/2012) e 2ª campanha (jan/13) (Figura 9.2.2-31A; B; C e D; Quadro 9.2.2-15).
Além disto, dentre os grupos encontrados, Annelida e Arthropoda apresentaram o maior
número de espécies, tendo características de ocorrência semelhante à observada para o
número de indivíduos nos pontos amostrais nas duas campanhas de amostragem (set/2012 e
jan/13) (Figura 9.2.2-31A - D; Quadro 9.2.2-15).

O filo Annelida apresentou as famílias com os maiores valores de abundância, sendo estas
pertencentes à Polychaeta, com as Famílias Paraonidae (118 ind), Spionidae (95 ind),
Cirratulidae (70 ind), Orbiniidae (68 ind) e Phyllodocidae (45 ind) apresentando os maiores
valores de ocorrência, sendo os organismos encontrados de tamanho corporal reduzido, e
com os maiores valores, exceção para Orbiniidae e Cirratulidae, observados na 1ª campanha
(Quadro 9.2.2-15).

Dentre os Crustacea, os grupos mais representativos foram Peracarida e Decapoda. Além


disso, os anfipodas juntamente com os isópodos e cumáceos apresentaram as maiores
abundâncias dentro do grupo dos peracarídeos ao longo de toda a área amostral, com as
famílias de anfípodas Haustoridae (17 ind.), Ischyroceridae (16 ind.) e Phoxocephalidae (27
ind.), e Gynodiastylidae (12 ind.) dos cumáceos com as maiores abundâncias para o grupo
Crustacea (Quadro 9.2.2-15).

Os valores de abundância de indivíduos dos grandes grupos apresentaram variação temporal


entre as duas campanhas realizadas, com os maiores valores encontrados durante a primeira
campanha (set/12), principalmente para os filos Annelida (Polychaeta), Arthropoda
(Crustacea) e Nemertea (Figura 9.2.2-31A; C e D; Quadro 9.2.2-15)

ARCADIS logos 725


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A B

C D

Figura 9.2.2-31 - Percentual de indivíduos dos grandes grupos de organismos coletados nos pontos amostrais (A) do zoobentos de fundo
inconsolidado no total (B) e na 1ª (C) e 2ª (D) campanhas na área de influência direta dos Terminais Ponta Negra, Rio de Janeiro, RJ/. (1ª
campanha - Setembro/2012; 2ª campanha - Janeiro/2013).

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Os pontos amostrais A-06 (N-total: 100; N-médio: 67±31), A-02 (N-total: 80; N-médio: 53±37)
e A-04 (N-total: 65; N-médio: 43±19) durante a 1ª campanha apresentaram os maiores
números de indivíduos encontrados na área de amostragem, enquanto os menores valores
foram encontrados em A-01 (N-total: 21; N-médio: 7±4), A-03 (N-total: 12; N-médio: 4±2), A-
04 (N-total: 17; N-médio: 6±1) e A-06 (N-total: 15; N-médio: 5±2), sendo todos observados
durante a 2ª campanha (Figura 9.2.2-32; Quadro 9.2.2-15 e Tabela 9.2.2-14).

Os valores do número de indivíduos apresentou diferença significativa somente entre


campanhas (ANOVA: F = 8,646; p = 0,007), porém esta sendo observada principalmente no
ponto amostral A-06, indicando que as principais diferenças foram observadas entre
campanhas e não entre os pontos para cada campanha realizada (Tabela 9.2.2-14).

Os táxons com os maiores valores de abundância observados na área de estudo foram os


poliquetos Aedicira belgicae (102 ind), Spiophanes berkeleyorum (48 ind), Eteone alba (33
ind.), Cirratulus filiformis (28 ind) e Prionospio dubia (21 ind) na primeira campanha, enquanto
para a segunda campanha Scoloplos sp. (47 ind) e Cirratulus filiformis (42 ind) foram os
táxons com os maiores valores. O ponto A-06 apresentou as maiores abundância de Aedicira
belgicae e Prionospio dúbia. Os pontos A-02, A-04 e A-07 também apresentaram elevada
abundância, em consequência dos altos valores de Eteone alba e Cirratulus filiformis (A-02),
Spiophanes berkeleyorum (A-04) e Aedicira belgicae (A-07), com estes valores
caracterizando a abundância na primeira campanha. Para a segunda campanha os pontos
amostrais A-02, A-05 e A-07 apresentaram os maiores valores, sendo caracterizados pelos
maiores valores dos poliquetos Cirratulus filiformis (A-02) e Scoloplos sp. (A-07) (Figura
9.2.2-32; Quadro 9.2.2-15 e Tabela 9.2.2-14).

Figura 9.2.2-32 - Número médio (+desvio padrão) de indivíduos (N) coletados nos pontos
amostrais do zoobentos de fundo inconsolidado na área de influência direta dos Terminais
Ponta Negra, Rio de Janeiro, RJ. (1ª campanha - Setembro/2012; 2ª campanha - Janeiro/2013).

Os organismos mais abundantes da comunidade zoobentônica encontrados nas duas


campanhas, pertencem a Annelida e Crustacea, e apresentaram a característica de terem
tamanho corpóreo reduzido, porém que podem indicar ambientes sujeitos a alterações na
estrutura e composição de seu substrato, ou sob estresse ambiental, natural ou antrópico,
como as famílias Spionidae, Paraonidae, Orbiniidae e Cirratulidae (Quadro 9.2.2-15).

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Quadro 9.2.2-15 - Valores de ocorrências das espécies registradas na área Terminais Ponta Negra, Maricá, Rio de Janeiro, na 1ª Campanha
(setembro/2012) e 2ª Campanha (janeiro/2013).

PONTOS AMOSTRAIS
1ª CAMPANHA 2ª CAMPANHA Total
Táxon Espécies A- A- A- A- A- A- A- A- A- A- A- A- A- A-
Total Total Geral
01 02 03 04 05 06 07 01 02 03 04 05 06 07
FILO ANNELIDA
Classe Polychaeta
Ordem
Phyllodocida
Família Syllidae Syllis sp. 0 3 0 0 0 0 0 3 1 5 0 0 0 0 0 6 9
Sphaerosyllis
isabelae
Nogueira, San 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Martin &
Amaral, 2001
Exogone
arenosa 0 1 2 0 0 0 0 3 1 1 0 0 0 0 0 2 5
Perkins, 1981
Família Eteone Alba
1 11 20 0 0 1 0 33 1 9 2 0 0 0 0 12 45
Phyllodocidae Webster, 1879
Família Protodorvillea
0 5 0 0 0 1 3 9 0 0 0 0 0 0 0 0 9
Dorvilleidae sp.
Glycera
Família Glyceridae americana 0 0 1 0 1 3 3 8 0 1 0 0 0 0 0 1 9
Leidy, 1855
Glycera capitata
0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 1 5 10 10
Örsted, 1843
Hemipodia 0 0 0 0 0 2 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 2
simplex (Grube,

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PONTOS AMOSTRAIS
1ª CAMPANHA 2ª CAMPANHA Total
Táxon Espécies A- A- A- A- A- A- A- A- A- A- A- A- A- A-
Total Total Geral
01 02 03 04 05 06 07 01 02 03 04 05 06 07
1857)
Goniada teres
Família Goniadides 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 1 2
Treadwell, 1931
Goniadides
carolinae Day, 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 2 2
1973
Família Nephtydae Nephtys sp. 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 2 0 1 1 0 4 5
Aglaophamus
0 2 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 2
sp.
Ordem Eunicida
Família Protodorvillea
0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 1 3 3
Dorvilleidae sp.
Família
Lumbrineris sp. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 1 3 3
Lumbrineridae
Família Onuphidae Nothria sp. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1
Ordem Orbiniida
Cirrophorus
Família Paraonidae americanus 1 7 0 0 3 0 0 11 0 2 0 0 0 1 0 3 14
Strelzov, 1973
Aedicira
belgicae 0 0 6 6 11 50 29 102 0 0 0 0 1 1 0 2 104
(Fauvel, 1936)
Família Orbiniidae Orbinia sp. 0 0 0 0 1 0 1 2 0 1 0 0 0 0 3 4 6
Scoloplos sp. 1 4 1 0 2 3 4 15 3 4 1 4 1 0 34 47 62
Ordem Spionida
Família Magelona 0 0 1 1 0 6 0 8 1 0 0 0 2 2 0 5 13

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PONTOS AMOSTRAIS
1ª CAMPANHA 2ª CAMPANHA Total
Táxon Espécies A- A- A- A- A- A- A- A- A- A- A- A- A- A-
Total Total Geral
01 02 03 04 05 06 07 01 02 03 04 05 06 07
Magelonidae papillicornis F.
Müller, 1858
Prionospio
Família Spionidae dúbia Day, 0 4 1 5 0 11 0 21 3 1 0 0 2 1 1 8 29
1961
Spiophanes
berkeleyorum
7 0 1 28 5 5 2 48 0 0 0 0 1 0 0 1 49
(Pettibone,
1962)
Dispio sp. 1 0 0 0 0 0 0 1 0 7 0 3 0 2 4 16 17
Ordem Capitellida
Família Maldanidae Euclymene sp. 0 3 0 0 2 0 0 5 0 2 0 0 0 0 0 2 7
Família
Notomastus sp. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1
Capitellidae
Ordem Terebellida
Família Terebillidae Terebella sp. 0 0 1 0 0 0 0 1 0 1 1 0 0 0 0 2 3
Cirratulus
Família Cirratulidae filiformis 0 17 0 0 2 0 9 28 0 10 2 1 22 1 6 42 70
Keferstein, 1862
Tharyx sp. 0 0 0 0 1 5 0 6 0 0 0 0 0 0 0 0 6
N sub-total 11 57 34 41 28 88 52 311 14 48 8 9 31 12 56 178 489
S sub-total 5 10 9 5 9 11 7 22 7 15 5 4 8 10 9 23 28
FILO
ARTHROPODA
Subfilo Crustacea
Classe

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PONTOS AMOSTRAIS
1ª CAMPANHA 2ª CAMPANHA Total
Táxon Espécies A- A- A- A- A- A- A- A- A- A- A- A- A- A-
Total Total Geral
01 02 03 04 05 06 07 01 02 03 04 05 06 07
Malacostraca
Ordem Amphipoda
Família Atylidae Nototropis sp. 0 0 0 1 0 0 0 1 2 0 0 0 0 0 0 2 3
Atylus sp. 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Família
Ampelisca sp. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 1
Ampeliscidae
Família
Metharpinia sp. 3 0 1 1 1 0 3 9 2 0 1 5 0 0 7 15 24
Phoxocephalidae
Heterophoxus
0 1 1 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 1 1 3
sp.
Família
Bathyporeia sp. 0 5 1 1 2 0 6 15 0 2 0 0 0 0 0 2 17
Haustoriidae
Família
Ericthonius sp. 0 0 0 13 0 0 0 13 2 0 0 0 0 0 0 2 15
Ischyroceridae
Ischyrocerus sp. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 1
Centromedon
Família Uristidae 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 1
sp.
Família Lysianassidae
0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Lysianassidae sp.
Família Melitidae Melita sp. 0 0 1 0 0 1 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 2
Ordem Isopoda
Eurydice
convexa
Família Cirolanidae 3 0 2 0 0 0 0 5 0 1 0 0 0 0 0 1 6
Richardson,
1900B
Família Ancinus sp. 2 0 0 1 2 1 0 6 0 0 0 0 0 1 0 1 7

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PONTOS AMOSTRAIS
1ª CAMPANHA 2ª CAMPANHA Total
Táxon Espécies A- A- A- A- A- A- A- A- A- A- A- A- A- A-
Total Total Geral
01 02 03 04 05 06 07 01 02 03 04 05 06 07
Sphaeromatidae
Heteroserolis
Família Serolidae 0 1 1 0 2 0 3 7 0 0 2 1 0 0 0 3 10
sp.
Família Anthuridae Paranthura sp. 0 2 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 2
Amakuzanthura
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1
sp.
Ordem Decapoda
Albunea paretii
Família Albuneidae (Guérin - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 1
Méneville, 1853)
Família Paguridae Pagurus sp. 1 0 0 1 1 1 1 5 0 0 0 0 0 0 0 0 5
Ordem Mysida Família Mysidae 2 0 0 0 0 0 2 4 0 0 0 0 0 0 0 0 4
Ordem Cumacea
Família Pseudocuma
0 0 0 0 1 1 1 3 0 0 0 0 0 0 0 0 3
Pseudocumatidae sp.
Família Litogynodiastylis
0 1 0 4 2 1 4 12 0 0 0 0 0 0 0 0 12
Gynodiastylidae sp.
Família
Campylaspis sp. 0 1 0 0 2 2 0 5 0 0 0 0 0 0 0 0 5
Nannastacidae
Família
Campylaspis sp. 0 1 0 0 2 2 0 5 0 0 0 0 0 0 0 0 5
Nannastacidae
Classe Ostracoda Ostracoda 1 0 0 0 0 1 1 3 0 0 0 0 0 0 0 0 3
N sub-total 12 11 7 22 14 9 21 96 7 3 4 7 1 1 9 32 128
S sub-total 6 6 6 7 8 8 8 18 4 2 3 3 1 1 3 13 23
FILO MOLLUSCA

ARCADIS logos 732


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PONTOS AMOSTRAIS
1ª CAMPANHA 2ª CAMPANHA Total
Táxon Espécies A- A- A- A- A- A- A- A- A- A- A- A- A- A-
Total Total Geral
01 02 03 04 05 06 07 01 02 03 04 05 06 07
Classe Gastropoda
Ordem
Neogastropoda
Olivancillaria
Família Olividae urceus (Roding, 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 1
1798)
Olivella floralia
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 1
(Duclos, 1853)
Classe Bivalvia Bi
Macoma
pseudomera
Família Tellinidae 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Dall & Simpson,
1901
Tellina
(Angulus)
0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1
exerythra Boss,
1964
N sub-total 0 1 0 0 0 1 0 2 0 1 0 1 0 0 0 2 4
S sub-total 0 1 0 0 0 1 0 2 0 1 0 1 0 0 0 2 4
FILO
ECHINODERMATA
Classe
Ophiuroidea
Ordem Ophiurida
Família Amphiodia atra
0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 1 0 3 3
Amphiuridae Stimpson, 1852
Amphiodia sp. 0 1 0 0 1 1 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 3

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PONTOS AMOSTRAIS
1ª CAMPANHA 2ª CAMPANHA Total
Táxon Espécies A- A- A- A- A- A- A- A- A- A- A- A- A- A-
Total Total Geral
01 02 03 04 05 06 07 01 02 03 04 05 06 07
Classe Echinoidea
Encope
Família Mellitidae emarginata 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1
(Leske, 1778)
N sub-total 0 1 0 0 1 1 0 3 0 1 0 0 1 2 0 4 7
S sub-total 0 1 0 0 1 1 0 1 0 1 0 0 1 2 0 2 3
FILO NEMERTEA
Nemertea 2 10 1 2 4 1 1 21 0 2 0 0 0 0 0 2 23
S sub-total 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0 0 0 0 0 1 1
FILO CNIDARIA
Classe Anthozoa
Família Zoanthidae Zoanthidae sp. 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1
S sub-total 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1
N total 25 80 42 65 48 100 74 434 21 55 12 17 33 15 65 218 652
Pontos de Registro: Pontos amostrais

Métodos de registro: BF – Busca fundo

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Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

O ponto amostral A-02 apresentou as maiores médias de Diversidade nas duas campanhas
realizadas (H’loge: 1ª campanha – 2,18±0,07 e 2ª campanha: 2,03±0,32 bits.ind-1), resultante
das menores médias para dominância de Simpson (A-02: 1ª campanha - 0,14±0,01 e 2ª
campanha - 0,16±0,04), valor este determinado pelos valores médios de organismos (N: A-
02: 1ª campanha - 27±11 e 2ª campanha - 18±8) e altos de riqueza de espécies (A-02: 1ª
campanha – 3,20±0,13 e 2ª campanha – 3,21±0,52) o que acabou por caracterizar esta área
com os valores mais altos de diversidade média (Tabela 9.2.2-14; Figura 9.2.2-32; Figura
9.2.2-33; Figura 9.2.2-34 e Figura 9.2.2-35).

Por outro lado A-03 e A-04, de acordo com os valores médios encontrados para os índices de
dominância, equitabilidade e número de espécies, apresentaram os menores valores para o
cálculo da diversidade entre pontos amostrais, com os valores médios para os locais de
1,25±0,28 bits.ind-1 (A-03) e 1,34±0,18 bits.ind-1 (A-04) na primeira campanha, e 0,93±0,51
bits.ind-1 (A-03) e 0,92±0,42 bits.ind-1 (A-04) na segunda camapanha. Esta característica
apresentou padrão semelhante ao encontrado para os dados encontrados quanto à
ocorrência dos grupos e organismos, evidenciando e caracterizando assim, a estrutura da
comunidade local em resposta as condições do ambiente, também verificada pelos menores
valores dos índices da comunidade apresentados nestas estações que compõem a área de
influência do empreendimento, com o padrão dos valores encontrados na primeira campanha
serem superiores ao observado na segunda (Quadro 9.2.2-15); Tabela 9.2.2-14; Figura
9.2.2-32 a Figura 9.2.2-35).

Quando aplicado a ANOVA entre os diversos índices ecológicos, não foram observadas
diferenças significativas entre os pontos amostrais (ANOVA: p<0,05), com exceção para
dominância e equitabilidade. As principais diferenças significativas foram encontradas entre
as campanhas, com a primeira apresentando valores significativamente superiores à
segunda. Os resultados desta análise de variância encontram-se na Tabela 9.2.2-15.

ARCADIS logos 735


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Terminais Ponta Negra – TPN

Tabela 9.2.2-14 - Valores médios e erro padrão (EP) do número de indivíduos, riqueza de Margalef (d’) e densidade, e dos índices de diversidade
(H’), equitabilidade de Pielou (J’) e dominância de Simpson nos pontos amostrais do zoobentos de fundo inconsolidado na área de influência
dos Terminais Ponta Negra, RJ (1ª Campanha - setembro/2012; 2ª Campanha – janeiro/2013).

Pontos amostrais A-01 A-02 A-03 A-04 A-05 A-06 A-07 Campanhas

Campanha 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª

N Média 8 7 27 18 14 4 22 6 16 11 33 5 25 22 21 10
EP 1 4 11 8 5 2 5 1 5 11 9 2 11 2 3 2
Densidade Média 134 113 430 296 226 65 350 92 258 177 537 81 398 349 333 168
2
(ind/m ) EP 19 57 173 126 73 28 88 14 76 177 144 28 181 28 48 36
d Média 2,25 2,10 3,20 3,21 1,88 1,34 1,74 1,28 3,58 0,86 2,73 2,27 2,81 1,82 2,60 1,84
EP 0,80 0,48 0,13 0,52 0,50 0,74 0,31 0,64 0,31 0,86 0,72 0,43 0,49 0,49 0,21 0,25
J' Média 0,93 0,96 0,92 0,95 0,72 0,64 0,74 0,81 0,93 0,20 0,78 0,99 0,82 0,75 0,83 0,76
EP 0,06 0,02 0,01 0,03 0,06 0,32 0,02 0,09 0,05 0,20 0,09 0,01 0,08 0,05 0,03 0,07
H'(loge) Média 1,55 1,40 2,18 2,03 1,25 0,93 1,34 0,92 2,15 0,45 1,79 1,40 1,82 1,40 1,73 1,22
EP 0,38 0,33 0,07 0,32 0,28 0,51 0,18 0,42 0,14 0,45 0,35 0,37 0,26 0,27 0,11 0,16
Dominância Média 0,26 0,28 0,14 0,16 0,43 0,52 0,36 0,51 0,15 0,15 0,27 0,29 0,25 0,35 0,26 0,32
de Simpson EP 0,10 0,07 0,01 0,04 0,10 0,25 0,06 0,17 0,03 0,15 0,10 0,11 0,08 0,07 0,03 0,05

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Terminais Ponta Negra – TPN

Tabela 9.2.2-15 - Valores da Análise de Variância (ANOVA) (F e p) são apresentados para cada parâmetro analisado da comunidade
zoobentônica em relação aos fatores Ponto amostral, Campanha (1ª Campanha - setembro/2012; 2ª Campanha – janeiro/2013). e a interação
entre eles.

Pontos amostrais Campanha Pontos amostrais*Campanha

N F 1,807 8,646 1,019


p 0,134 0,007 0,434
Dens (ind/m2) F 1,809 8,640 1,018
p 0,134 0,007 0,434
d' F 2,012 6,283 1,330
p 0,098 0,018 0,277
J' F 3,095 1,601 3,692
p 0,019 0,216 0,008
H'(loge) F 2,240 8,205 1,331
p 0,069 0,008 0,276
Dominância F 2,471 0,974 0,125
de Simpson p 0,048 0,332 0,992

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Figura 9.2.2-33 - Valores médios e erro padrão do índice de riqueza de Margalef (d’) encontrado
nos pontos amostrais do zoobentos de fundo inconsolidado na área de influência dos
Terminais Ponta Negra, RJ (1ª campanha - setembro/2012; 2ª campanha - janeiro/2013).

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Figura 9.2.2-34 - Valores médios e erro padrão dos índices de (A) Equitabilidade de Pielou (J’) e
(B) Dominância de Simpson encontrados nos pontos amostrais do zoobentos de fundo
inconsolidado na área de influência dos Terminais Ponta Negra, RJ (1ª campanha -
setembro/2012; 2ª campanha - janeiro/2013).

Figura 9.2.2-35 - Valores médios e erro padrão dos índices de Diversidade (H’) encontrados nos
pontos amostrais do zoobentos de fundo inconsolidado na área de influência dos Terminais
Ponta Negra, RJ (1ª campanha - setembro/2012; 2ª campanha - janeiro/2013).

Em relação à similaridade de Bray-Curtis, foi verificada a formação de grupos dos pontos


amostrais em termos de composição e abundância da comunidade zoobentônica em relação
às campanhas, com a separação entre a primeira (1ª) e a segunda (2ª) campanhas. Em
relação à variação na composição da fauna nos pontos amostrais em cada campanha, as

ARCADIS logos 739


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Terminais Ponta Negra – TPN

principais diferenças foram observadas entre os pontos A-01 com A-02, A-07; A-02 com A-04,
A-06 e A-07, e A-04 e A-07 na primeira campanha, enquanto na segunda campanha as
diferenças foram encontradas entre A-01 para A-02 e A-07; A-03 x A-07; e A-06 x A-07,
sendo estas diferenças confirmadas pela análise da PERMANOVA (Tabela 9.2.2-16 e Tabela
9.2.2-17; Figura 9.2.2-36).

A análise de similaridade dos pontos entre as campanhas demonstrou separação significativa


(PERMANOVA) somente dos pontos amostrais A-04 e do A-07. Desta forma, foram
encontradas diferenças significativas para todos os fatores avaliados e a interação entre eles,
indicando a variação espacial e sazonal na composição e abundância da fauna na área de
influência dos Terminais Ponta Negra, RJ (Tabela 9.2.2-16, Tabela 9.2.2-17 e Tabela
9.2.2-18; Figura 9.2.2-36)

A análise SIMPER identificou as espécies que mais contribuíram para a dissimilaridade entre
os grupos que diferiram significativamente na PERMANOVA, destacando-se Aedicira
belgicae, Spiophanes berkeleyorum, Cirratulus filiformis, Eteone alba e Prionospio dubia. A
dissimilaridade entre os grupos dos potos amostrais em cada campanha variou entre 72% e
90 %, enquanto dos pontos entre campanhas os valores foram entre 79% (A-07 – 1ª x 2ª
campanhas) e 98,52% (A-04 - 1ª x 2ª campanhas) (Tabela 9.2.2-19 a Tabela 9.2.2-21).

Importante ressaltar que estas diferenças na estrutura da comunidade podem estar


correlacionadas principalmente com as características granulométricas, profundidade e
nutrientes do sedimento, uma vez que estas são características importantes na diferenciação
das comunidades zoobentônicas em geral (Figura 9.2.2-36; Tabela 9.2.2-19 a Tabela
9.2.2-21)

Macrofauna - TPN
Transform: Square root
Resemblance: S17 Bray Curtis similarity

A-02 2D Stress: 0,2 Campanha


1ª camp
2ª camp
A-02 A-07
A-05
A-07

A-06
A-03 A-04

A-01
A-04
A-03

A-05
A-01

A-06

Figura 9.2.2-36 - Análise de ordenação nMDS (“non-metricMulti Dimensional Scaling”) entre os


pontos amostrais do zoobentos de fundo inconsolidado na área de influência dos Terminais
Ponta Negra, RJ (1ª campanha - setembro/2012; 2ª campanha - janeiro/2013).

ARCADIS logos 740


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Tabela 9.2.2-16 - Resultados da análise PERMANOVA da endofauna entre pontos amostrais e


campanhas (1ª campanha - setembro/2012; 2ª campanha - janeiro/2013) da área dos Terminais
Ponta Negra, RJ, e respectivas interações. (d.f) graus de liberdade; p(MC) significância da
permutação de Monte Carlo.

Unique

F P perms p(MC)

Ca 8,6956 0,001 998 0,001


Po 3,2947 0,001 999 0,001
CaxPo 1,4903 0,04 997 0,04

Tabela 9.2.2-17 - Resultados da análise post hoc par a par da Permanova entre os pontos
amostrais em cada campanha de amostragem (1ª Campanha - setembro/2012; 2ª Campanha –
janeiro/2013). da área dos Terminais Ponta Negra, RJ. Teste t: t; p e p(MC) significância da
permutação de Monte Carlo.

1ª Campanha 2ª Campanha
Unique Unique
t P perms p(MC) t P perms p(MC)
A-01 x A-02 2,224 0,10 10 0,02 1,928 0,10 10 0,06
A-01 x A-03 1,054 0,40 8 0,38 1,485 0,20 10 0,16
A-01 x A-04 1,785 0,10 10 0,08 1,557 0,20 8 0,14
A-01 x A-05 1,429 0,10 9 0,15 1,255 0,31 7 0,27
A-01 x A-06 1,395 0,20 10 0,19 1,318 0,30 9 0,22
A-01 x A-07 1,991 0,10 10 0,06 1,756 0,10 8 0,08
A-02 x A-03 1,755 0,11 9 0,08 1,769 0,10 10 0,08
A-02 x A-04 2,720 0,10 10 0,02 1,601 0,10 10 0,13
A-02 x A-05 1,362 0,20 10 0,19 1,698 0,10 7 0,09
A-02 x A-06 2,119 0,09 9 0,03 1,714 0,10 10 0,09
A-02 x A-07 2,065 0,10 10 0,03 1,708 0,10 10 0,10
A-03 x A-04 1,121 0,40 10 0,32 1,173 0,20 8 0,31
A-03 x A-05 1,230 0,20 10 0,25 1,010 0,50 6 0,40
A-03 x A-06 0,926 0,60 10 0,49 1,275 0,30 10 0,25
A-03 x A-07 1,447 0,10 9 0,16 2,214 0,10 6 0,04
A-04 x A-05 1,209 0,21 10 0,27 1,103 0,20 6 0,34
A-04 x A-06 0,923 0,70 9 0,46 1,108 0,30 7 0,33
A-04 x A-07 1,975 0,10 10 0,06 1,366 0,11 8 0,21
A-05 x A-06 1,132 0,40 10 0,31 0,361 1,00 7 0,91
A-05 x A-07 0,999 0,60 10 0,42 1,734 0,10 7 0,09
A-06 x A-07 1,683 0,10 10 0,09 1,719 0,10 10 0,08

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Tabela 9.2.2-18 - Resultados da análise post hoc par a par da Permanova dos pontos amostrais
entre as campanhas de amostragem (1ª Campanha - setembro/2012; 2ª Campanha –
janeiro/2013) da área dos Terminais Ponta Negra, RJ. Teste t: t; p e p(MC) significância da
permutação de Monte Carlo.

Unique

1ª camp x 2ª camp t P perms p(MC)

A-01 1,852 0,101 10 0,077


A-02 1,471 0,103 10 0,137
A-03 0,809 0,807 9 0,560
A-04 2,292 0,099 10 0,039
A-05 1,373 0,100 7 0,180
A-06 1,316 0,094 9 0,209
A-07 2,376 0,107 7 0,030

Tabela 9.2.2-19 - Contribuição percentual das espécies para a dissimilaridade entre os grupos
que diferiram significativamente na PERMANOVA para a 1ª campanha.

Grupos A-01 x A-02

Dis. média = 87,32 A-01 A-02

Dis. Diss/D Contrib Cum.


Espécies Ab.média Ab.média
média P % %

Cirratulus filiformis Keferstein, 1862 0 2,32 10,48 9,7 12,01 12,01

Bathyporeia sp. 0 1,24 5,56 9,27 6,37 18,38


Spiophanes berkeleyorum
1,15 0 5,52 0,96 6,32 24,69
(Pettibone, 1962)
Cirrophorus americanus Strelzov,
0,33 1,47 5,26 1,75 6,03 30,72
1973
Nemertea 0,67 1,79 5,18 1,75 5,93 36,66

Eteone alba Webster, 1879 0,33 1,39 5,07 1,15 5,81 42,47

Protodorvillea sp. 0 1 4,18 1,31 4,78 47,25


Eurydice convexa Richardson,
0,8 0 3,75 1,15 4,29 51,54
1900B
Scoloplos sp. 0,33 0,91 3,75 1,08 4,29 55,83

Euclymene sp. 0 0,8 3,27 1,32 3,75 59,58

Ancinus sp. 0,67 0 3,08 1,24 3,53 63,11

Família Mysidae 0,67 0 3,06 1,24 3,5 66,61

Aglaophamus sp. 0 0,67 3,05 1,2 3,5 70,11

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Grupos A-01 x A-07

Dis. média = 83,08 A-01 A-07

Dis. Diss/D Contrib Cum.


Espécies Ab.média Ab.média
média P % %

Aedicira belgicae (Fauvel, 1936) 0 2,49 11,99 1,28 14,44 14,44

Bathyporeia sp. 0 1,38 7,22 3,75 8,69 23,13


Spiophanes berkeleyorum
1,15 0,47 5,98 1,05 7,2 30,33
(Pettibone, 1962)
Cirratulus filiformis Keferstein, 1862 0 1,35 5,93 1,32 7,13 37,46

Glycera americana Leidy, 1855 0 1 5,43 3,4 6,54 44

Metharpinia sp. 0,58 0,8 4,52 1,05 5,44 49,44


Eurydice convexa Richardson,
0,8 0 4,28 1,12 5,15 54,6
1900B
Litogynodiastylis sp. 0 0,91 4,28 1,31 5,15 59,75

Scoloplos sp. 0,33 1,14 4 1,44 4,81 64,56

Heteroserolis sp. 0 0,8 3,91 1,27 4,7 69,27

Ancinus sp. 0,67 0 3,52 1,2 4,23 73,5

Grupos A-02 x A-04

Dis. média = 89,51 A-02 A-04

Dis. Diss/D Contrib Cum.


Espécies Ab.média Ab.média
média P % %

Spiophanes berkeleyorum
0 3,05 12,25 4,44 13,69 13,69
(Pettibone, 1962)
Cirratulus filiformis Keferstein, 1862 2,32 0 8,99 6,82 10,05 23,73
Cirrophorus americanus Strelzov,
1,47 0 5,71 4,17 6,38 30,11
1973
Aedicira belgicae (Fauvel, 1936) 0 1,33 5,29 2,58 5,91 36,03

Nemertea 1,79 0,47 5,28 1,59 5,9 41,93

Eteone alba Webster, 1879 1,39 0 4,78 1,14 5,34 47,26

Ericthonius sp. 0 1,2 4,33 0,65 4,83 52,1

Protodorvillea sp. 1 0 3,61 1,28 4,03 56,13

Bathyporeia sp. 1,24 0,33 3,52 1,53 3,94 60,07

Scoloplos sp. 0,91 0 3,48 1,05 3,89 63,96

Prionospio dubia Day, 1961 0,67 0,75 3,46 0,85 3,86 67,82

Litogynodiastylis sp. 0,33 1,14 3,09 1,37 3,46 71,28

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Grupos A-02 x A-06


Dis. média = 87,86 A-02 A-06
Dis. Diss/D Contrib Cum.
Espécies Ab.média Ab.média
média P % %
Aedicira belgicae (Fauvel, 1936) 0 3,83 12,69 2,23 14,44 14,44
Cirratulus filiformis Keferstein, 1862 2,32 0 7,43 9,24 8,45 22,89
Nemertea 1,79 0,33 4,81 2,32 5,48 28,37
Prionospio dubia Day, 1961 0,67 1,52 4,77 1,1 5,43 33,8
Cirrophorus americanus Strelzov,
1,47 0 4,71 4,8 5,36 39,16
1973
Spiophanes berkeleyorum
0 1,28 4,28 3,48 4,87 44,03
(Pettibone, 1962)
Bathyporeia sp. 1,24 0 3,95 7,47 4,49 48,52
Eteone alba Webster, 1879 1,39 0,33 3,67 1,14 4,18 52,7
Magelona papillicornis F. Müller,
0 1,08 3,55 1,03 4,04 56,75
1858
Tharyx sp. 0 1 3,16 1,18 3,6 60,35
Scoloplos sp. 0,91 0,58 2,87 1,05 3,26 63,61
Protodorvillea sp. 1 0,33 2,72 1,21 3,09 66,7
Euclymene sp. 0,8 0 2,39 1,32 2,72 69,43
Aglaophamus sp. 0,67 0 2,15 1,25 2,44 71,87
Grupos A-02 x A-07
Dis. média = 72,94 A-02 A-07
Dis. Diss/D Contrib Cum.
Espécies Ab.média Ab.média
média P % %
Aedicira belgicae (Fauvel, 1936) 0 2,49 8,31 1,28 11,39 11,39
Nemertea 1,79 0,33 5,5 1,98 7,54 18,93
Cirrophorus americanus Strelzov,
1,47 0 5,18 3,55 7,1 26,03
1973
Cirratulus filiformis Keferstein, 1862 2,32 1,35 4,79 1,26 6,57 32,6
Eteone alba Webster, 1879 1,39 0 4,37 1,11 5,99 38,58
Glycera americana Leidy, 1855 0 1 3,66 3,52 5,01 43,6
Protodorvillea sp. 1 0,58 3,32 1,27 4,55 48,15
Metharpinia sp. 0 0,8 2,77 1,09 3,8 51,95
Euclymene sp. 0,8 0 2,6 1,28 3,57 55,52
Litogynodiastylis sp. 0,33 0,91 2,6 1,23 3,56 59,08
Scoloplos sp. 0,91 1,14 2,5 1,21 3,42 62,5
Aglaophamus sp. 0,67 0 2,37 1,19 3,24 65,75
Heteroserolis sp. 0,33 0,8 2,35 1,13 3,22 68,97
Família Mysidae 0 0,67 2,22 1,22 3,05 72,01

ARCADIS logos 744


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Grupos A-04 x A-07

Dis. média = 75,99 A-04 A-07

Dis. Diss/D Contrib Cum.


Espécies Ab.média Ab.média
média P % %

Spiophanes berkeleyorum
3,05 0,47 11,37 2,68 14,96 14,96
(Pettibone, 1962)
Aedicira belgicae (Fauvel, 1936) 1,33 2,49 8,55 2,69 11,25 26,21
Cirratulus filiformis (Keferstein,
0 1,35 5,09 1,29 6,7 32,92
1862)
Scoloplos sp. 0 1,14 4,96 5,39 6,53 39,44
Ericthonius sp. 1,2 0 4,77 0,65 6,27 45,71
Bathyporeia sp. 0,33 1,38 4,66 1,6 6,14 51,85
Glycera americana (Leidy, 1855) 0 1 4,53 3,4 5,96 57,81
Heteroserolis sp. 0 0,8 3,3 1,27 4,34 62,15
Metharpinia sp. 0,33 0,8 3,1 1,03 4,08 66,24
Prionospio dúbia (Day, 1961) 0,75 0 2,96 0,65 3,89 70,13

Tabela 9.2.2-20 - Contribuição percentual das espécies para a dissimilaridade entre os grupos
que diferiram significativamente na PERMANOVA para a 2ª campanha.

Grupos A-01 x A-02

Dis. média = 90,26 A-01 A-02

Dis. Diss/D Contrib Cum.


Espécies Ab.média Ab.média
média P % %

Cirratulus filiformis Keferstein,


0,0 1,7 9,7 3,1 10,8 10,8
1862
Dispio sp. 0,0 1,5 8,9 2,9 9,8 20,6

Syllis sp. 0,3 1,3 6,5 1,3 7,2 27,8

Eteone alba Webster, 1879 0,3 1,4 6,3 1,4 7,0 34,8

Glycera capitata Örsted, 1843 0,9 0,0 5,4 1,1 6,0 40,8

Prionospio dubia Day, 1961 0,8 0,3 4,8 0,8 5,3 46,1

Scoloplos sp. 0,6 0,9 4,5 1,1 5,0 51,1

Ericthonius sp. 0,7 0,0 4,1 1,0 4,6 55,7

Nototropis sp. 0,7 0,0 4,1 1,0 4,6 60,3

Lumbrineris sp. 0,0 0,3 3,8 0,6 4,3 64,5

Nemertea 0,0 0,7 3,0 1,3 3,3 67,8

Euclymene sp. 0,0 0,7 3,0 1,3 3,3 71,1

ARCADIS logos 745


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Grupos A-01 x A-07


Dis. média = 80,66 A-01 A-07
Dis. Diss/D Contrib Cum.
Espécies Ab.média Ab.média
média P % %
Scoloplos sp. 0,6 3,4 19,4 2,0 24,0 24,0
Cirratulus filiformis Keferstein,
0,0 1,1 7,4 1,1 9,1 33,1
1862
Dispio sp. 0,0 1,1 7,2 4,8 9,0 42,1
Metharpinia sp. 0,5 1,2 7,1 1,0 8,8 50,9
Prionospio dubia Day, 1961 0,8 0,3 4,6 1,0 5,7 56,6
Glycera capitata Örsted, 1843 0,9 1,3 4,4 1,2 5,5 62,1
Ericthonius sp. 0,7 0,0 4,0 1,2 5,0 67,1
Nototropis sp. 0,7 0,0 4,0 1,2 5,0 72,0
Grupos A-03 x A-07
Dis. média = 88,61 A-03 A-07
Dis. Diss/D Contrib Cum.
Espécies Ab.média Ab.média
média P % %
Scoloplos sp. 0,3 3,4 23,2 2,6 26,1 26,1
Glycera capitata Örsted, 1843 0,0 1,3 9,3 4,0 10,5 36,6
Dispio sp. 0,0 1,1 8,2 5,6 9,2 45,9
Metharpinia sp. 0,3 1,2 8,1 1,1 9,2 55,0
Cirratulus filiformis Keferstein,
0,5 1,1 7,4 1,0 8,4 63,4
1862
Nephtys sp. 0,7 0,0 5,0 1,2 5,6 69,0
Eteone alba Webster, 1879 0,7 0,0 4,4 1,3 5,0 74,0
Grupos A-06 x A-07
Dis. média = 86,81 A-06 A-07
Dis. Diss/D Contrib Cum.
Espécies Ab.média Ab.média
média P % %
Scoloplos sp. 0,0 3,4 23,0 3,6 26,5 26,5
Metharpinia sp. 0,0 1,2 8,0 1,1 9,2 35,7
Cirratulus filiformis Keferstein,
0,3 1,1 7,1 1,1 8,2 43,9
1862
Dispio sp. 0,5 1,1 6,0 1,8 6,9 50,8
Glycera capitata Örsted, 1843 0,3 1,3 5,8 1,8 6,7 57,5
Magelona papillicornis F. Müller,
0,7 0,0 4,1 1,3 4,7 62,1
1858
Orbinia sp. 0,0 0,6 3,0 0,7 3,5 65,6
Prionospio dubia Day, 1961 0,3 0,3 2,8 0,8 3,2 68,8
Nephtys sp. 0,3 0,0 2,7 0,7 3,2 72,0

ARCADIS logos 746


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Terminais Ponta Negra – TPN

Tabela 9.2.2-21 - Contribuição percentual das espécies para a dissimilaridade dos pontos que
diferiram significativamente na PERMANOVA entre as campanhas (1ª Campanha -
setembro/2012; 2ª Campanha – janeiro/2013).

Grupos A-04-1ª camp x 2ª camp

Dis. média = 98,52 1ªcamp 2ªcamp

Dis.médi Diss/D Contrib Cum.


Espécies Ab.média Ab.média
a P % %

Spiophanes berkeleyorum
3,1 0,0 22,3 4,2 22,6 22,6
(Pettibone, 1962)
Aedicira belgicae (Fauvel, 1936) 1,3 0,0 9,5 3,0 9,7 32,3
Litogynodiastylis sp. 1,1 0,0 8,8 2,1 8,9 41,2
Ericthonius sp. 1,2 0,0 7,1 0,7 7,3 48,4
Scoloplos sp. 0,0 0,9 6,8 1,0 6,9 55,3
Metharpinia sp. 0,3 0,8 6,5 0,8 6,6 61,9
Dispio sp. 0,0 0,8 5,6 1,2 5,7 67,6
Prionospio dubia Day, 1961 0,8 0,0 4,4 0,7 4,5 72,1
Grupos A-07-1ª camp x 2ª camp
Dis. média = 79,97 1ªcamp 2ªcamp

Dis.médi Diss/D Contrib Cum.


Espécies Ab.média Ab.média
a P % %

Scoloplos sp. 1,1 3,4 10,1 2,8 12,6 12,6

Aedicira belgicae (Fauvel, 1936) 2,5 0,0 9,9 1,3 12,4 25,0
Bathyporeia sp. 1,4 0,0 5,9 4,1 7,4 32,4
Glycera capitata Örsted, 1843 0,0 1,3 5,6 3,6 7,0 39,3
Dispio sp. 0,0 1,1 4,9 4,2 6,2 45,5
Cirratulus filiformis Keferstein, 1862 1,4 1,1 4,7 1,2 5,9 51,4
Glycera americana Leidy, 1855 1,0 0,0 4,4 3,7 5,5 56,9
Metharpinia sp. 0,8 1,2 4,3 1,1 5,4 62,3
Litogynodiastylis sp. 0,9 0,0 3,5 1,3 4,4 66,8
Heteroserolis sp. 0,8 0,0 3,2 1,3 4,0 70,8

A análise de correspondência Canônica (CCA) entre a granulometria e nutrientes do


sedimento e a abundância da fauna nos pontos amostrais, revelou dois eixos não
significativos (eixo 1 e eixo 2: p > 0,05) com um poder de explicação de 51%, porém com
uma forte tendência de separação espacial dos pontos amostrais entre as campanhas. Os
pontos amostrais da 1ª Campanha, com exceção do A-01 e A-03, foram separados dos
demais pontos da 2ª Campanha, demonstrando uma clara tendência de separação entre
eles, com o eixo 1 destacando os pontos em relação aos parâmetros granulométricos mais

ARCADIS logos 747


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Terminais Ponta Negra – TPN

grosseiros e nutrientes para a 2ª campanha, enquanto a 1ª campanha apresentou maior


associação com areia fina e ferro. O eixo 2 apresenta um gradiente em relação à
porcentagem de lama do ambiente, independente da campanha, com os pontos amostrais
mais próximos da costa apresentando maior associação, conforme demonstrado abaixo
(Figura 9.2.2-37):

 Eixo 01: separação dos pontos entre as campanhas, associando a 2ª campanha aos
granulometria mais grosseira.
 Eixo 02: correspondência dos pontos em relação à profundidade, separando dos pontos
amostrais com maiores profundidades, com A-01 e A-03 apresentando maior relação com
areia e lama ao longo das campanha, indicando a variação da granulometria ao longo
das campanhas de amostragem;

O eixo 1 basicamente separou os pontos em relação à granulometria, porém com uma forte
relação também com eixo 2, uma vez que este estava relacionado à profundidade. Desta
forma, os pontos com maiores profundidades, apresentaram-se fortemente relacionado a
sedimento com teores de areia fina e média, e associado aos anelídeos Magelona
papilicornis, Spiophanes berkeleyorum, Aedicira belgicae, Tharyx sp., Glycera americana,
Protodorvillea sp., Cirrophorus americanus, Euclymene sp. e Scoloplos sp., aos crustáceos
Ericthonius sp., Pagurus sp., Metharpinia sp., Litogynodiastylis sp., Bathyporeia sp. e
Campylaspis sp., e a Nemertea. Já os pontos com menor profundidade foram fortemente
relacionado aos teores de grânulos e lama, e associado aos anelídeos Exogone arenosa,
Syllis sp. e Eteone alba, e ao crustáceo Eurydice convexa (Figura 9.2.2-37).

Desta forma, a correspondência entre composição granulométrica do sedimento nos pontos e


a composição da fauna bentônica demonstrou uma forte tendência de separação entre as
campanhas e entre os pontos em relação à proximidade da costa, porém esta relação não foi
significativa, indicando que a fauna estaria dentre outros fatores, respondendo às diferenças
na granulometria do sedimento nos pontos de amostrais (Figura 9.2.2-37).

ARCADIS logos 748


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Lit – Litogynodiastylis sp. Eric – Ericthonius sp.


Eixo02(24%)
GR 2

Bat – Bathyporeia sp. A03-1ªcamp


1,8 Mpap - Magelona papilicornis.
A01-1ªcamp 1,6
Camp – Campylaspis sp. Sber – Spiophanes
A02-2ªcamp 1,4 LA
Econv
1,2 berkeleyorum.
Het – Heteroserolis sp. Eare
1 A02-1ªcamp
A01-2ªcamp Ealba Pag – Pagurus sp.
P AG 0,8
Scol – Scoloplos sp. Syl
0,6

0,4
–cMetharpinia sp.
MethEu
Game – Glycera A03-2ªcamp Came
Nem Eric
0,2 Fe AF
americana. Pdu Sber Anc – Ancinus sp. Eixo01(27%)
CfilAn0c Bath
-2,8 -2,6 -2,4 -2,2 -2 -1,8 -1,6 -1,4 -1,2 -1 -0,8 -0,6 M
Meth pa-0p
,4 -0,2 Het0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4
Dis Gcap Scol
Tha – Tharyx sp. Nep
-0,2
Game
Pag
Ealba – Eteone alba. A04-1ªcamp
A04-2ªcamp A06-2ªcamp A05-2ªcamp -0,4 Abel Camp
Orb Lit
Dis – Dispio sp. -0,6 Prot
A07-2ªcamp A05-1ªcamp
-0,8
Tha
Gcap– –Protodorvillea
Prot sp.
Glycera capitata -1

-1,2 A07-1ªcamp
Cfil – Cirratulus filliformis. -1,4
A06-1ªcamp
-1,6 Abel – Aedicira belgicae.
Came – Cirrophorus AM -1,8

americanus. Econv – Eurydice


convexa.
Euc – Eclymene sp.
Eare – Exogone
Figura 9.2.2-37 - Análise de Correspondência Canônica (CCA) entre os dados do sedimento (granulometria), profundidade arenosa da
e abundância
Pdu – Prionospio
comunidade dubia.
do zoobentos encontrada nos pontos amostrais do zoobentos de fundo inconsolidado na área de influência dos Terminais Ponta
Negra, RJ (1ª campanha - setembro/2012; 2ª campanha - janeiro/2013). Nep – Nephtys sp.
Nem – Nemertea.
(GR: grânulo; AG: Areia grossa; AM: areia média; AF: areia fina; LA: lama; Prof (m): profundidade). Campanhas: - 1ª campanha; - 2ª campanha; -
Syl – Syllis sp.
espécies encontradas; - fatores ambientais (granulometria, fósforo e ferro). As siglas e suas respectivas espécies estão identificadas nos quadros
presentes na CCA.
Orb – Orbinia sp.

ARCADIS logos 749


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Terminais Ponta Negra – TPN

D) Discussão dos Resultados


Neste trabalho, Polychaeta, juntamente com Arthropoda (Crustacea) e Mollusca,
apresentaram a maior variedade de espécies encontradas nas duas campanhas realizadas.
Segundo BLAKE & KUDENOV (1978) e BARROS, BORZONE & ROSSO (2001), os
poliquetos estão entre os grupos com maior abundância e diversidade dentro dos ambientes
aquáticos marinhos ou com grande influência da salinidade, sendo esta dominância
provavelmente relacionada às diferentes estratégias de alimentação e hábitos de vida que
este grupo pode apresentar (GIANGRANDE et al., 1994). Esta dominância destes grupos
também foi observada em outros trabalhos caracterizando a fauna de fundo de substrato
inconsolidado (DENADAI, AMARAL & TURRA, 2001; GUERRA-GARCÍA, CORZO &
GARCÍA-GOMES, 2003; MONTEIRO, 2009), podendo ser significativamente dominada em
termos qualitativos e quantitativos pelo grupo Polychaeta (AMARAL, MORGADO &
SALVADOR, 1998).

Geralmente, os Peracarida são numerosos tanto em número de indivíduos como de espécies,


compreendendo de 32 a 51% de todas as espécies macrozoobentônicas (HESSLER et al.,
1979). A maioria dos Peracarida possui um ciclo de vida epibêntico apesar de algumas
espécies serem tubícolas.

A diversidade dos Peracarida quase sempre excede àquela de todos os demais Crustacea
em número e diversidade na plataforma continental e região batial. O fato deles não terem
estágio larvar pelágico e requererem hábitats específicos exibindo uma taxa baixa de
dispersão faz com que sejam excelentes para estudos ecológicos e de distribuição. Os
Peracarida têm um importante papel ecológico nos sistemas bentônicos marinhos
apresentando todos os hábitos tróficos e muitos estilos de vida (SANTOS & PIRES-VANIN,
2000). Eles são componentes significantes da macrofauna de substratos inconsolidados
(BRANDT, 1993; PIRES-VANIN, 1993; GAMBI & BUSSOTI, 1999).

Polychaeta, Mollusca e Crustacea de uma forma geral são os grupos dominantes em


sedimento de áreas de baias, estuários e praias, sendo que os mesmos podem sofrer
alterações em relação a qual destes possa estar ocorrendo como o grupo dominante, onde
estas variações estariam relacionadas com as características físicas, químicas e biológicas
apresentadas pela coluna d'água e principalmente pelo sedimento da região objeto de estudo
(ROSA-FILHO & BEMVENUTI, 1998; CORBISIER, 1991; PALACIN, MARTIN & GILI, 1991;
JARAMILLO & MCLACHLAN, 1993; HALL & FRID, 1998; REIS et al, 2000, BARROS,
BORBOZONE & ROSSO, 2001 e RIZZO & AMARAL, 2001).

De acordo com NETTO & LANA (1994), ambientes que estão em constante estresse, levando
a comunidade local a apresentar constantes alterações em sua estrutura populacional, como
observado entre as duas campanhas realizadas, demonstram uma dominância de
organismos de tamanho reduzido, que seriam caracterizados como oportunistas pela
disponibilidade de nichos dentro do ambiente. Esses organismos com tamanho reduzido
demonstram ainda que a comunidade está em constante reprodução induzida pelo estresse,
este por sua vez, podendo ser natural (passagem de frentes frias) gerada pelo próprio
hidrodinamismo do ambiente ou antrópica (dragagem ou qualquer outra atividade que interfira
diretamente na estabilidade do ambiente). Os organismos observados, tanto para Crustacea,
quanto para Polychaeta, caracterizam-se por ser mais encontrado em ambientes com
características de local com alteração ambiental, sob efeito de estresse (natural e/ou
antrópico), ou por apresentarem uma grande variedade de formas alimentares, o que

ARCADIS logos 750


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Terminais Ponta Negra – TPN

facilitaria a sua presença em tais ambientes, demonstrando assim, que o hidrodinamismo do


ambiente estaria interferindo na estrutura da comunidade zoobentônica local, ao longo das
campanhas realizadas.

Além disso, diversos autores (STEELE & STEELE, 1986; KOTWICK et al., 2005; HILDREW
et al., 2007) têm sugerido que esta redução nas dimensões da macrofauna em ambientes
tropicais associada a uma frequente dominância de espécies r-estrategistas de rápido
crescimento, e a elevada temperatura, que permite rápida incubação de ovos, poderiam
caracterizar estas regiões como sujeitas a um estresse ambiental, indicando desta forma, que
a comunidade estaria sob estresse, gerando o predomínio de determinadas formas em
detrimento de outras.

Segundo POSEY et al. (1996) distúrbios do sedimento decorrentes de tempestades e ação


de ondas podem ter grande influência na composição de espécies das comunidades
bênticas. Mudanças na composição da comunidade resultam tanto de efeitos diretos sobre a
sobrevivência das espécies quanto de efeitos indiretos, tais como modificações das
atividades de bioturbação e mudanças nas características sedimentares (PAGLIOSA, 2006;
SOARES-GOMES & FERNANDES, 2005; CAPITOLI & BEMVENUTI, 2004; SOARES-
GOMES & PIRES-VANIN, 2003), como observado entre os grupos de pontos e campanhas
formados na área. Entretanto, os efeitos sobre o bentos podem variar em função da duração
de eventos relativos ao recrutamento e da história de vida dos organismos. GALLUCCI &
NETO (2004) encontraram diferenças na estrutura da comunidade em resposta a alteração
na granulometria do sedimento provenientes da passagem de frentes frias.

Como comentado anteriormente, a granulometria do substrato é um dos fatores mais


influentes na composição e estrutura das comunidades dos macrobentos (PEARSON &
ROSENBERG, 1978; GRAY, 1981; ESTACIO et al., 1997; MUCHA, VASCONCELOS &
BORDALO, 2003) e, junto com a salinidade e a profundidade, é o principal fator determinante
das comunidades estuarinas e marinhas de uma forma geral (RAKOCINSKI et al., 1997;
PEETERS, GARDENIERS & KOELMANS, 2000), onde a maior diversidade de sedimentos e
heterogeneidade intersticial tende a suportar maior diversidade faunística (ETTER &
GRASSLE, 1992). Porém os pontos mais próximas à praia (rasos), tenderam a apresentar
menores valores dos índices de estrutura da comunidade, enquanto que os locais com maior
profundidade e grãos mais finos ao longo das duas campanhas, valores mais altos de
diversidade, indicando uma distribuição espacial. em resposta a profundidade e
hidrodinamismo local. De acordo com MARTINS (2011) estas áreas seriam ambientes com
grande capacidade de suportar uma fauna abundante e rica, com disponibilidade de alimento
suportando uma comunidade mais abundante, enquanto COSTA e SILVA et al (2008),
também encontrou relação direta entre profundidade e maiores valores dos índices de
estrutura da comunidade até 22m.

A comunidade apresentou uma tendência de resposta a esta variedade de ambiente com


predomínio de família de anelídeos (Phyllodocidae) predadores em ambiente com
granulometria grosseira e de depositivoros (Paraonidae) na primeira campanha e de
depositívoros não seletivos associados à lama e areia fina (Orbiniidae e Cirratulidae) na
segunda campanha, semelhante ao que também foi observado por FAUCHALD & JUMARS
(1979) e ALMEIDA (2003). A relação entre a fauna encontrada nas áreas e o gradiente da
granulometria também foi observado por outros autores, como por exemplo, de Magelona,
Glycera capitata e S. berkeleyarum (AMARAL, RIZZO & ARRUDA, 2005) estando

ARCADIS logos 751


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

diretamente correlacionados com teores de lama e areia média a fina, os quais por sua vez,
apresentaram maiores valores nos pontos com maior profundidade. Por outro lado, espécies
carnívoras e suspensívoros apresentaram maior relação com pontos mais rasos e com
maiores teores de grossos no sedimento, semelhante ao encontrado na literatura (SANTI &
TAVARES, 2009; COSTA e SILVA et al., 2008; CACABELOS et al., 2008 e FAUCHALD &
JUMARS, 1979).

Sob grandes perturbações antrópicas as comunidades bênticas sofrem modificações em sua


estrutura biológica e trófica. Quando tais perturbações promovem mudanças nas
características químicas e físicas do sedimento, a comunidade bêntica é afetada, havendo
substituição de uma comunidade por outra em decorrência de alterações nas propriedades
do sedimento, uma vez que muitas adaptações morfológicas e fisiológicas da fauna estão
relacionadas com o substrato. Porém, a comunidade bentônica apresentou maiores
modificações em relação a sua abundância e dominância de espécies, levando a segunda
campanha a apresentar os menores valores para os índices de estrutura da comunidade. A
região costeira localizada na fronteira entre o continente e o oceano é caracterizada como um
ambiente com numerosas interações biológicas, químicas, físicas, geológicas e
meteorológicas, determinando variações em suas características estruturais, dentre elas
granulometria e matéria orgânica. Tais interações podem ocasionar migrações ou mudanças
sazonais nos organismos presentes nestes ambientes (JARAMILLO & MCLACHLAN, 1993;
REIS et al., 2000; PEREIRA & SOARES-GOMES, 2002; INCERA et al., 2003;
SCHMIEGELOW, 2004).

Desta forma, condições hidrodinâmicas e a profundidade são fatores que interferiram na


estrutura e distribuição espacial (entre os pontos amostrais) e temporais (entre as
campanhas) da comunidade da área de influência dos Terminais Ponta Negra, RJ, ao longo
das campanhas de amostragem do zoobentos de fundo inconsolidado.

E) Considerações finais
 Polychaeta, juntamente com Arthropoda (Crustacea) e Mollusca, apresentaram a maior
variedade de espécies encontradas ao longo das duas campanhas. Padrão também
encontrado para a região;
 Poliqueta apresentou uma diversidade de grupos tróficos, o que torna o grupo apto a
colonizar os diferentes tipos de ambientes associados à granulometria, profundidade e
hidrodinamismo da região;
 Os menores valores de diversidade foram encontrados nos pontos A-01, A-03 e A-04,
enquanto os maiores foram em A-02 e A-05 (locais com maior profundidade), na primeira
campanha, enquanto na segunda campanha os menores valores foram observados em
A-05 e A-03 e A-04, e os maiores em A-02, A-06 e A-07;
 A ocorrência e distribuição da fauna de fundo inconsolidado encontrada nos pontos,
apresentou tendência de correlação com a granulometria e profundidade do ambiente.
Desta forma, dentre outros fatores, condições hidrodinâmicas e a profundidade são
fatores que interferiram na estrutura e distribuição da comunidade ao longo dos pontos
amostrais da área de influência dos Terminais Ponta Negra, RJ, entre as duas
campanhas de amostragem do zoobentos de fundo inconsolidado, demonstrando
variação espacial e temporal dos índices de estrutura da comunidade.
 Sendo assim, durante a fase de implantação do empreendimento, a construção dos
quebra-mares e a dragagem do fundo, acarretarão mudanças nas características

ARCADIS logos 752


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Terminais Ponta Negra – TPN

hidrodinâmicas e profundidade, com consequente alteração da granulometria do


substrato, promovendo a morte ou substituição das espécies. Como consequência desta
atividade, a comunidade apresentará alteração na composição e abundância das
espécies e consequentemente, na estrutura da comunidade local.

9.2.2.7. Comunidade de meiofauna de praia marinha

A) Metodologia Aplicada

a) Levantamento de dados secundários


Para a caracterização da meiofauna de provável ocorrência na área de influência do
empreendimento foram feitos levantamentos bibliográficos com o objetivo de encontrar dados
secundários sobre a comunidade, na região dos municípios integrantes das Áreas de
Influência do empreendimento. Porém, não foram encontradas referências e/ou informações
na área de estudo direta ou indiretamente afetada pelo empreendimento dos Terminais Ponta
Negra em relação à meiofauna de praia.

Desta forma, os dados levantados nestas duas campanhas (setembro/2012 – 1ª campanha e


janeiro/2013 – 2ª campanha), seriam os primeiros na área da praia de Jaconé, referente à
ADA dos Terminais Ponta Negra, RJ.

b) Levantamento de dados primários


A meiofauna de praia arenosa foi coletada na Área Diretamente Afetada (ADA) (Foto 9.2.2-67
A e B) dos Terminais Ponta Negra nos dia 13 de setembro de 2012 (período seco) e 24 de
janeiro de 2013 (período chuvoso), na praia de Jaconé, estado do Rio de Janeiro.

A B

Foto 9.2.2-67 - Vista do ponto amostral BP1 (A) e da área onde foram coletados as amostras nos
demais pontos (B), demonstrando a extensão da faixa de praia utilizada para a amostragem da
meiofauna do trecho da praia de Jaconé localizado na Área Diretamente Afetada (ADA) dos
Terminais Ponta Negra – TPN na 1ª Campanha (Setembro/2012) e 2ª Campanha (Janeiro/2013).

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Terminais Ponta Negra – TPN

c) Área de estudo
A caracterização da meiofauna praial foi realizada em quatro (04) pontos amostrais (BP1,
BP2, BP3 e BP4) na praia de Jaconé/RJ, ao longo da Área Diretamente Afetada (ADA) dos
Terminais Ponta Negra, utilizando-se um cilindro de PVC com diâmetro de 4 cm e 10 cm de
altura (Figura 9.2.2-38; Quadro 9.2.2-16).

Os pontos foram distribuídos na ADA com o objetivo de caracterizar a meiofauna de praia ao


longo da área onde serão construídos os Terminais Ponta Negra, com o ponto amostral BP4
estando localizado na área limite da ADA, com a finalidade de verificar com a implantação de
programas de monitoramento, as possíveis interferências da instalação de estruturas de
quebramar dos Terminais Ponta Negra na hidrodinâmica praial da área externa a ADA
(Figura 9.2.2-38).

Figura 9.2.2-38 - Pontos amostrais (BP1, BP2, BP3 e BP4) da meiofauna.

A coleta de dados primários para a região se faz necessário pela característica da


comunidade de meiofauna apresentar alterações temporais e espaciais, resultantes da
interação dos organismos com fatores ambientais e antrópicos. Desta forma, esta
comunidade apresenta a capacidade de responder a estes fatores, demonstrando ou

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Terminais Ponta Negra – TPN

indicando a saúde do ambiente onde ela está inserida. Por isso, o conhecimento da fauna
presente na ADA será de extrema importância para futuras avaliações e respostas da
comunidade a agentes estressores, naturais ou artificiais.

Quadro 9.2.2-16 - Coordenadas UTM 23S WGS-84 dos pontos amostrais da meiofauna de praia
na 1ª Campanha (Setembro/2012) e 2ª Campanha (Janeiro/2013).

Coordenadas UTM 23S - WGS-84

Ponto E S

BP1 737722.00 m E 7460486.00 m S


BP2 738260.00 m E 7460767.00 m S
BP3 738722.00 m E 7460906.00 m S
BP4 739284.00 m E 7461044.00 m S

d) Procedimentos Metodológicos
Em cada um dos quatro (04) pontos amostrais foi disposto um (01) transect perpendicular à
linha de praia. Em cada perfil, devido a extensão da faixa de praia foram realizadas
amostragens em 02 ambientes praiais: Mediolitoral superior (MLS) e médiolitoral inferior
(MLI), onde as amostras do MLS foram coletadas na faixa mais alta da praia com influência
da água. Em cada ambiente praial dos pontos, foram coletadas 03 réplicas para a análise da
comunidade de meiofauna, sendo coletado em cada campanha, um total de 24 amostras. A
metodologia utilizada foi adaptada dos trabalhos de GOMES & ROSA-FILHO (2009),
ESTEVES et al. (2004) e NOGUEIRA & SKOWRONSKI (2003) os quais também estudaram a
meiofauna na faixa do entre-marés em praias arenosas.

O sedimento coletado foi colocado em sacos plásticos, devidamente identificados, e


colocados em caixas apropriadas para transporte e triagem, e levado para o laboratório.

Em laboratório, a extração da meiofauna foi feita com a técnica de flotação com açúcar
(ESTEVES et al., 1995). Após a extração, o material foi triado e quantificado em grandes
grupos (UHLIG, 1968). Os grupos Nematoda e Copepoda foram identificados, quando
possível, até o nível de gênero.

Os Copepoda foram colocados em lâminas e dissecados para evidenciar as estruturas


utilizadas como caracteres taxonômicos. A identificação foi feita com o auxílio de microscopia
óptica, utilizando-se bibliografia especializada (LANG, 1948; WELLS, 1976 e HUYS et al.,
1996).

Os Nematoda foram tratados e colocados em lâminas conforme os procedimentos descritos


em PLATT & WARWICK (1983) e RIEMANN (1988). As lâminas foram estudadas à
microscopia óptica, sendo utilizados diferentes aumentos (até 1000 vezes) para observação
das estruturas utilizadas como caracteres taxonômicos. A identificação dos Nematoda, até o
nível de gênero, foi realizada com a utilização da chave pictorial criada por PLATT &
WARWICK (1983) e, recentemente, atualizada por WARWICK et al. (1998).

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e) Análise de Dados
A caracterização da meiofauna foi realizada através da identificação da composição
específica e da representatividade dos táxons que compõem a comunidade, assim como por
indicadores da estrutura de comunidades, como diversidade específica (Shannon & Weaver,
1949), riqueza, equitatividade, abundância e dominância de indivíduos nos ambientes (MLS e
MLI) dos pontos amostrais.

A diversidade foi avaliada pelo número de espécies e pelos índices de diversidade de


Shannon (H’ loge), riqueza de Margalef (d’), dominância de Simpson e a equitatividade de
Pielou (J’), onde todos os índices de estrutura de comunidade foram calculados considerando
apenas os dados quantitativos. Todos os índices foram calculados a partir das rotinas do
programa PRIMER 6.0 for Windows.

Para a verificação da ocorrência de diferenças significativas na variação espacial e temporal


(entre campanhas) da riqueza de espécies de Margalef, diversidade, dominância e
equitabilidade foi feita uma análise de variância (ANOVA). Para se equalizar a variância e
normalizar a distribuição, quando necessário os dados usados na ANOVA foram
transformados em log10 (x + 1). Quando diferenças significativas foram detectadas na
ANOVA, o teste de Tukey’s Honestly Significantly Different (HDS) foi aplicado para identificar
fontes de variação. As análises foram realizadas utilizando o programa estatístico
STATISTICA 7.0 (STATSOFT, 1996).

O estimador de riqueza de espécies observada e o de Jackknife de primeira ordem, com


9999 randomizações sem reposição, foram aplicados aos dados coletados na 1ª e 2ª
campanhas para verificar se as amostras demonstraram efetivamente a fauna de interesse na
área dos Terminais Ponta Negra, Rio de Janeiro, RJ.

Para o estabelecimento de grupos de amostras entre os pontos amostrais, com composição


semelhante, foi aplicado o índice de similaridade de Bray-Curtis (CLARKE & WARWICK,
1994) aos dados de número de indivíduos por espécie, transformados em raiz quadrada. A
análise de porcentagem de similaridade (SIMPER) também foi utilizada com a finalidade de
reconhecer quais táxons mais contribuíram para a formação dos agrupamentos de pontos
amostrais, nível de maré e campanhas (Clarke & Warwick, 2001). Todos esses
procedimentos foram realizados a partir das rotinas do programa PRIMER 6.0 for Windows.

A análise de ordenação nMDS (“non-metricMulti Dimensional Scaling”) (KRUSKAL & WISH,


1978) foi utilizada, a partir dos dados de abundância das espécies transformados em raiz
quadrada, utilizando novamente o índice de similaridade de BRAY-CURTIS (1957), entre os
grupos formados pelos pontos amostrais. A proximidade de dois pontos significa maior
similaridade entre eles. Em geral existe um grau de distorção ou “stress” entre os postos de
similaridade e os correspondentes postos de distâncias no diagrama (CLARKE & WARWICK,
2001).

Análise multivariada permutacional de variância (PERMANOVA: ANDERSON, 2001, 2005) foi


aplicada para comparações multivariadas da composição da meiofauna praial, utilizando
como fatores ortogonais e fixos os pontos amostrais, níveis (MLI e MLS) e campanhas para
avaliação das variações da comunidade. A distância de similaridade de Bray-Curtis foi
escolhida como base para todas as PERMANOVAs e os dados foram permutados 9999
vezes por análises a um α-nível de 0.05 (MANLY, 1997). Quando diferenças significativas

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foram encontradas, comparações post-hoc par a par foram realizadas usando 9999
permutações (ANDERSON, 2005). Os dados para as PERMANOVAs foram transformados
utilizando raiz quadrada. A detecção de diferenças significativas entre fatores foi seguida pelo
cálculo das porcentagens de similaridade (SIMPER) para identificar os táxons que mais
contribuíram (75%) para as dissimilaridades. As análises multivariadas foram realizadas
utilizando o pacote estatístico PRIMER versão 6 (CLARKE & WARWICK, 2001; CLARKE et
al., 2006).

B) Caracterização da Fauna da Área de Influência Indireta (AII)


Para a caracterização da meiofauna de provável ocorrência na área de influência do
empreendimento, foram feitos levantamentos bibliográficos com o objetivo de encontrar
dados secundários sobre a comunidade, na região dos municípios integrantes das Áreas de
Influência do empreendimento. Porém, não foram encontradas referências e/ou informações
na área de estudo em relação à meiofauna de praia, com apenas artigos publicados em
praias do estado do Rio de Janeiro, onde foram estudados estrutura populacional de algumas
espécies de Nematoda (ESTEVES et al. 2004 e ESTEVES et al. 2003) e da comunidade de
meiofauna, como por exemplo, o trabalho de ALBUQUERQUE et al. (2007) que estudaram
mudanças espacial e temporal em meiofauna intersticial em praias arenosas oceânicas no
Rio de Janeiro, porém em praias distantes do empreendimento.

C) Caracterização da Fauna das Áreas de Influência Direta (AID) e Diretamente


Afetada (ADA)

a) Composição Faunística
Foram encontrados 6.265 indivíduos (1ª campanha: 417 ind.; 2ª campanha: 5.848ind.),
distribuídos em 21 espécies e 15 famílias ao longo das duas campanhas, pertencentes aos
grupos Annelida (Polychaeta e Echiura), Arthropoda (Copepoda, Syncarida e Ostracada),
Platyhelminthes, Tardigrada e Nematoda. Destas 21 espécies, 13 foram encontradas na
primeira campanha e 16 na segunda (Quadro 9.2.2-17).

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Quadro 9.2.2-17 - Valores de ocorrências das espécies registradas na área Terminais Ponta Negra, Maricá, Rio de Janeiro, na 1ª Campanha
(setembro/2012) e 2ª Campanha (janeiro/2013), com respectiva indicação do registro.

1ª CAMPANHA 2ª CAMPANHA

Nível MLS MLI MLS MLI


Métodos
Pontos
BP1 BP2 BP3 BP4 BP1 BP2 BP3 BP4 BP1 BP2 BP3 BP4 BP1 BP2 BP3 BP4
amostrais

Filo
Arthropoda
Subfilo
Crustacea
Classe
Copepoda
Ordem
Harpacticoida
Copepoda tipo 1 X X X X Coleta
Copepoda tipo 2 X X X Coleta
Copepoda tipo 3 X X X X X X X Coleta
Náuplio X X X X Coleta
Family
Leptopontiidae
Arenopontia sp. X X X X X X X X X X X X X X X X Coleta
Classe
X X X X X X X X X X X X X X Coleta
Ostracoda
Classe
Malacostraca

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1ª CAMPANHA 2ª CAMPANHA

Nível MLS MLI MLS MLI


Métodos
Pontos
BP1 BP2 BP3 BP4 BP1 BP2 BP3 BP4 BP1 BP2 BP3 BP4 BP1 BP2 BP3 BP4
amostrais

Superordem
X X X X X Coleta
Syncarida
Filo Tardigrada X X X X X X Coleta
Filo Annelida
Quadro 9.2.2-17 - Valores de ocorrências das espécies registradas na área Terminais Ponta Negra, Maricá, Rio de Janeiro, na 1ª Campanha
(setembro/2012) e 2ª Campanha (janeiro/2013), com respectiva indicação do registro. Continuação.

1ª CAMPANHA 2ª CAMPANHA

Nível MLS MLI MLS MLI


Métodos
Pontos
BP1 BP2 BP3 BP4 BP1 BP2 BP3 BP4 BP1 BP2 BP3 BP4 BP1 BP2 BP3 BP4
amostrais

Classe Echiura X Coleta


Classe
X X X X X X X Coleta
Polychaeta
Filo Nematoda
Nematoda Indet. X X X X Coleta
Classe
Adenophorea
Ordem
Araeolaimida

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1ª CAMPANHA 2ª CAMPANHA

Nível MLS MLI MLS MLI


Métodos
Pontos
BP1 BP2 BP3 BP4 BP1 BP2 BP3 BP4 BP1 BP2 BP3 BP4 BP1 BP2 BP3 BP4
amostrais

Família
Axonolaimidae
Ascolaimus sp. X Coleta
Ordem Enoplida
Família
Oncholaimidae
Oncholaimus sp. X X X X X X Coleta
Pontonema sp. X Coleta
Viscosia sp. X X X X X X X X Coleta
Ordem
Desmodorida

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Quadro 9.2.2-17 - Valores de ocorrências das espécies registradas na área Terminais Ponta Negra, Maricá, Rio de Janeiro, na 1ª Campanha
(setembro/2012) e 2ª Campanha (janeiro/2013), com respectiva indicação do registro. Continuação.

1ª CAMPANHA 2ª CAMPANHA
Nível MLS MLI MLS MLI Métodos
Pontos amostrais BP1 BP2 BP3 BP4 BP1 BP2 BP3 BP4 BP1 BP2 BP3 BP4 BP1 BP2 BP3 BP4
Família
Microlaimidae

Microlaimus sp. X Coleta


Família
Desmodoriadae

Desmodora sp. X X X Coleta


Ordem
Monhysterida
Família
Linhomoeidae

Desmolaimus sp. X Coleta


Família Xyalidae

Theristus sp. X X X X X X Coleta


Ordem
Chromarida
Família
Cyatholaimidae

Pomponema sp. X X X Coleta


Filo
X X X X X X X Coleta
Platyhelminthes
Pontos de Registro: Pontos amostrais

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b) Eficiência amostral
As curvas do coletor utilizadas (espécies observadas - Sobs - e do estimador de Jacknife 1)
com as amostras coletadas durante as duas campanhas não demonstram tendência a atingir
uma assíntota, indicando que a comunidade encontrada não está estabilizada em relação ao
número de espécies da meiofauna na área de influência direta e diretamente afetada (Figura
9.2.2-39).

30 Sobs
Jacknife1

25

20
Contagem de espécies

15

10

0
0 10 20 30 40 50
Número de amostras

Figura 9.2.2-39 - Curva do coletor utilizando os dados de riqueza observada (Sobs) e Estimativa
de riqueza Jackknife de primeira ordem para os dados da meiofauna praial encontrada na Área
de influência dos Terminais Ponta Negra, RJ. 1ª campanha (Setembro/2012) e 2ª campanha
(Janeiro/2013).

c) Espécies ameaçadas e protegidas por legislação federal e/ou estadual


Não foram encontradas espécies ameaçadas e protegidas por legislação federal (IBAMA
2008) e/ou do estado do Rio de Janeiro (BERGALLO et al., 2000).

d) Espécies endêmicas, exóticas, raras ou não descritas


As espécies encontradas são comuns em ambientes de praia no litoral brasileiro, com
características de apresentar variações espaço-temporais nas populações associadas a
características do ambiente. Não foram encontradas espécies endêmicas, exóticas ou raras.

e) Espécies Migratórias
A meiofauna apresenta relação direta com o substrato, vivendo no interstício do substrato
inconsolidado, demonstrando variação vertical e horizontal no ambiente, o que caracterizaria
a sua distribuição em manchas. Porém, esta distribuição estaria associada a alterações nas
características do ambiente, interferindo na reprodução, mortalidade e sobrevivência das
espécies, porém estando sempre associadas ao substrato, principalmente na fase adulta, que
apresentaria deslocamento restrito ou nulo (GOMES & ROSA FILHO, 2009).

Desta forma, a meiofauna não apresentaria espécies migratórias.

f) Espécies de interesse econômico e/ou médico-veterinário


Não foram encontradas espécies de interesse econômico e/ou médico-veterinário.

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g) Espécies indicadoras de qualidade ambiental


Ostracoda, Tardigrada e as famílias Oncholaimidae (Nematoda) e Leptopontiidae (Copepoda)
são indicadoras de qualidade ambiental, podendo ser encontradas em elevada abundância
em ambientes com ocorrência boa qualidade ambiental (Tardigrada) ou relacionadas à
porcentagem de nutrientes/matéria orgânica Oncholaimidae (Nematoda) e Leptopontiidae
(Copepoda) (ALBUQUERQUE et al., 2007).

h) Distribuição da fauna no ambiente


Em relação aos grupos que ocorreram, Arthropoda (Crustacea: Copepoda e Ostracoda) (N:
1ª campanha - 367 ind; 2ª campanha - 5530) apresentaram os maiores números de
indivíduos na Área de Influência Direta e Diretamente afetada nas duas campanhas de
amostragem, equivalente a mais de 88% dos organismos encontrados nos pontos amostrais
de meiofauna da praia, seguido por Tardigrada com 8,9% na primeira campanha e Nematoda
na segunda.

Nos dois níveis de maré foi encontrado padrão semelhante, com os maiores percentuais de
abundância para Arthropoda sendo encontrados no MLI (237 ind.) na primeira campanha e
no MLS (4870 ind.) na segunda, enquanto para Tardigrada, os maiores números foram no
MLS (1ª campanha - 25 ind.; 2ª campanha – 29 ind.), semelhante ao observado para
Nematoda (1ª campanha - 09 ind.; 2ª campanha – 251 ind.). Tardigrada apresentou redução
nos valores de abundância relativa da meiofauna na segunda campanha, diferentemente de
Platyhelminthes, que foi encontrado somente na última campanha, com os maiores valores
de indivíduos no MLS (243 ind.) (Figuras 3.8.1 e 3.8.2; Quadro 9.2.2-17).

O filo Arthropoda apresentou a família com os maiores valores de abundância nas duas
campanhas, sendo esta pertencente ao Subfilo Crustacea e a Classe Copepoda, com a
Família Leptopontiidae (1ª campanha - 316 ind; 2ª campanha – 2520 ind) para os dois níveis
de maré (MLS e MLI). Organismos pertencentes à esta família foram encontrados no MLS e
MlI ao longo dos pontos amostrais nas duas campanhas da praia (Quadro 9.2.2-17).

Dentre os Nematoda não foram encontrados valores elevados de número de indivíduos,


comparado a Copepoda, porém foi o filo que apresentou maior número de família, quatro (07)
no total, com o maior número de indivíduos sendo encontrado para a família Oncholaimidae
(1ª campanha - 7 ind; 2ª campanha – 206 ind). Esta família não ocorreu em todos os pontos,
sendo restrita principalmente na 1ª campanha ao MLS, enquanto na 2ª campanha,
semelhante ao encontrado na primeira, os maiores valores também foram observados no
MLS (Quadro 9.2.2-17).

A meiofauna praial apresentou variação temporal entre as duas campanhas, com os maiores
valores sendo observados durante a 2ª Campanha (Quadro 9.2.2-18).

Os maiores valores de número de indivíduos para Arthropoda foram observados no MLS dos
pontos BP1 (1250 ind.) e PB2 (2841 ind.), enquanto para Nematoda, semelhante à
Arthropoda, apresentou os maiores valores no MLS dos pontos BP3 (114 ind) e BP4 (63ind.),
sendo que Arthropoda foi o único filo a ocorrer em todos os níveis dos pontos amostrais ao
longo das campanhas, enquanto Nematoda demonstrou padrão semelhante somente na
segunda (2ª) campanha. Os demais filos apresentaram baixa ocorrência ou até ausência nos
níveis de maré ao longo dos pontos amostrais, com exceção de Platyhelminthes no MLS na
última campanha (Figura 9.2.2-40 e Figura 9.2.2-41; Quadro 9.2.2-18).

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Figura 9.2.2-40 - Percentual total de indivíduos dos grandes grupos de organismos coletados no
MLS e MLI dos pontos amostrais da meiofauna praial, na área de influência direta dos Terminais
Ponta Negra, Rio de Janeiro, RJ, durante a 1ª campanha (setembro/2012) e 2ª campanha
(janeiro/2013).

Figura 9.2.2-41 - Número total de indivíduos por grande grupo coletado no MLS e MLI dos
pontos amostrais da meiofauna praial, na área de influência direta dos Terminais Ponta Negra,
Rio de Janeiro, RJ, durante a 1ª campanha (setembro/2012) e 2ª campanha (janeiro/2013).

Os maiores valores do número de indivíduos no MLS foram encontrados nos pontos


amostrais BP2 (N-total: 2998; N-médio: 999±74,2) e BP1 (N-total: 1374; N-médio: 458±196,9)
durante a segunda (2ª) campanha, enquanto os menores valores foram encontrados em BP2
(N-total: 26; N-médio: 8,7±4,3) e BP3 (N-total: 27; N-médio: 9±3,2) na primeira (1ª)
campanha. No MLI o número de indivíduos apresentou características semelhantes ao MLS,
com os maiores valores sendo encontrados durante a segunda campanha, com o ponto BP4

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(N-total: 319; N-médio: 106,3±59,4), independentemente da campanha, apresentando valores


mais altos que os pontos amostrais BP1, BP02 e BP03 (Figura 9.2.2-42 e Quadro 9.2.2-18).

Os pontos amostrais BP02 e BP03 apresentaram os menores valores de indivíduos no MLS,


sendo que os menores valores para estes pontos foram observados durante a primeira (1ª)
campanha (Figura 9.2.2-42 e Quadro 9.2.2-18).

Os valores do número de indivíduos foram significativamente diferentes (ANOVA: p < 0,001)


entre os pontos amostrais, níveis e campanhas, com os valores encontrados na segunda (2ª)
campanha no MLS, sendo superiores aos demais, principalmente em BP2 (Quadro 9.2.2-18;
3.8.2 e Figura 9.2.2-42).

Figura 9.2.2-42 - Número médio (+erro padrão) de indivíduos (N) coletados no MLS (azul) e MLI
(vermelho) dos pontos amostrais da meiofauna praial, na área de influência direta dos
Terminais Ponta Negra, Rio de Janeiro, RJ, durante a 1ª campanha (setembro/2012) e 2ª
campanha (janeiro/2013).

Os táxons com os maiores valores de abundância observados na área de estudo foram


Arenopontia sp. (2520 ind), Copepoda tipo 2 (1230 ind), Copepoda tipo 1 (1128 ind),
Ostracoda (564 ind) e Viscosia sp. (148 ind), com o MLS do ponto BP1 e BP3 apresentando
os maiores valores para os quatro primeiros táxons, enquanto para Viscosia sp. os maiores
valores foram encontrados BP3 e BP4, sendo todos estes observados no MLS durante a
segunda (2ª) campanha. De forma geral, os principais grupos apresentaram aumento dos
valores de indivíduos da primeira para a segunda campanha (Quadro 9.2.2-18).

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Quadro 9.2.2-18 - Valores de ocorrências das espécies registradas na área Terminais Ponta Negra, Maricá, Rio de Janeiro, na 1ª Campanha
(setembro/2012) e 2ª Campanha (janeiro/2013).

1ª CAMPANHA 2ª CAMPANHA

Nível MLS MLI MLS MLI Geral


Total Total
Pontos amostrais BP1 BP2 BP3 BP4 BP1 BP2 BP3 BP4 BP1 BP2 BP3 BP4 BP1 BP2 BP3 BP4 Total

Filo Arthropoda
Subfilo Crustacea
Classe Copepoda
Ordem Harpacticoida
Copepoda tipo 1 0 0 0 0 1 1 0 0 2 0 0 0 0 1 0 0 3 4 6
Copepoda tipo 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 28 1095 0 0 5 0 0 0 1128 1128
Copepoda tipo 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 529 601 80 0 4 9 4 3 1230 1230
Náuplio 1 0 0 0 0 0 0 0 1 19 0 0 0 0 2 0 28 49 50
Family Leptopontiidae
Arenopontia sp. 61 19 23 8 89 1 1 114 316 606 763 474 165 7 1 1 187 2204 2520
Classe Ostracoda 1 3 1 13 0 1 2 27 48 67 372 45 10 7 0 1 14 516 564
Classe Malacostraca
Superordem Syncarida 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 10 5 0 0 1 0 15 32 32
N sub-total 63 22 24 21 90 3 3 141 367 1250 2841 604 175 24 13 6 250 5163 5530
Filo Tardigrada 0 1 0 24 0 0 0 12 37 0 0 12 17 0 0 0 3 32 69
Filo Annelida
Classe Echiura 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1

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Quadro 9.2.2-18 - Valores de ocorrências das espécies registradas na área Terminais Ponta Negra, Maricá, Rio de Janeiro, na 1ª Campanha
(setembro/2012) e 2ª Campanha (janeiro/2013). Continuação.

1ª CAMPANHA 2ª CAMPANHA
Nível MLS MLI MLS MLI Geral
Total Total
Pontos amostrais BP1 BP2 BP3 BP4 BP1 BP2 BP3 BP4 BP1 BP2 BP3 BP4 BP1 BP2 BP3 BP4 Total
Classe Polychaeta 0 0 1 0 0 1 0 0 2 11 19 27 23 0 0 0 1 81 83
N sub-total 0 0 1 0 1 1 0 0 3 11 19 27 23 0 0 0 1 81 84
Filo Nematoda
Nematoda Indet. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 4 8 0 0 0 5 20 20
Classe Adenophorea
Ordem Araeolaimida
Família Axonolaimidae
Ascolaimus sp. 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Ordem Enoplida
Família Oncholaimidae
Oncholaimus sp. 0 1 0 0 0 0 0 0 1 22 29 3 0 1 0 0 1 56 57
Pontonema sp. 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Viscosia sp. 0 1 0 4 0 0 0 0 5 9 10 74 31 2 0 0 17 143 148
Ordem Desmodorida
Família Microlaimidae
Microlaimus sp. 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Família Desmodoriadae

Desmodora sp. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 16 0 0 0 2 22 22

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Terminais Ponta Negra – TPN

Quadro 9.2.2-18 - Valores de ocorrências das espécies registradas na área Terminais Ponta Negra, Maricá, Rio de Janeiro, na 1ª Campanha
(setembro/2012) e 2ª Campanha (janeiro/2013). Continuação.

1ª CAMPANHA 2ª CAMPANHA

Nível MLS MLI MLS MLI Geral


Total Total
Pontos amostrais BP1 BP2 BP3 BP4 BP1 BP2 BP3 BP4 BP1 BP2 BP3 BP4 BP1 BP2 BP3 BP4 Total

Ordem Monhysterida
Família Linhomoeidae
Desmolaimus sp. 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Família Xyalidae
Theristus sp. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 25 2 0 2 1 11 42 42
Ordem Chromarida
Família Cyatholaimidae
Pomponema sp. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 6 0 0 0 3 13 13
N sub-total 0 3 2 4 0 1 0 0 10 31 43 114 63 3 2 1 39 296 306
Filo Platyhelminthes 0 0 0 0 0 0 0 0 0 82 95 54 12 2 0 5 26 276 276
N total 63 26 27 49 91 5 3 153 417 1374 2998 811 290 29 15 12 319 5848 6265

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Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

A maior média de diversidade (H’) na praia foi encontrada no MLS do ponto amostral BP2
(H’loge – 1,45±0,15 bits.ind-1), resultante das maiores médias para equitabilidade de Pielou
(J’) (0,68±0,05), valor este determinado pelos valores médios de organismos e de riqueza de
espécies (1,07±0,14) o que acabou por caracterizar esta área com os valores mais altos de
diversidade média. O ponto BP2 juntamente com BP4 apresentaram os maiores valores
médios de diversidade no MLS e MLI, respectivamente, com exceção ao encontrado na
segunda campanha, onde o BP2 no MLI apresentou o menor valor do índice de diversidade
(H’loge – 0,44±0,44 bits.ind-1) entre os pontos e níveis na última campanha (Tabela 9.2.2-22;
Figura 9.2.2-43 a Figura 9.2.2-46).

Por outro lado, BP1 de acordo com os valores médios encontrados para os índices de
dominância, equitabilidade e número de espécies, apresentaram os menores valores para o
cálculo da diversidade entre pontos amostrais, com os valores médios de 0,30±0,21 bits.ind-1
no MLS e 0,04±0,04 bits.ind-1 no MLI, sendo estes valores encontrados durante a primeira
(1ª) campanha. Esta característica apresentou padrão semelhante ao encontrado para os
dados observados quanto à ocorrência dos grupos e organismos, evidenciando e
caracterizando assim, a estrutura da comunidade local em resposta as condições do
ambiente, também verificada pelos menores valores dos índices da comunidade
apresentados nestas estações que compõem a área de influência do empreendimento
(Quadro 9.2.2-18; Tabela 9.2.2-22; Figura 9.2.2-43 a Figura 9.2.2-46).

Os pontos amostrais na segunda campanha apresentaram valores significativamente


superiores aos observados na primeira campanha (ANOVA: p<0,05), principalmente em
relação ao MLS. BP2 foi o único ponto amostral a apresentar valores de diversidade menor
na segunda campanha, sendo o valor encontrado neste local o menor observado também
para a segunda campanha (Tabela 9.2.2-22 e Tabela 9.2.2-23; Figura 9.2.2-43 a Figura
9.2.2-46).

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Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Tabela 9.2.2-22 - Valores médios e erro padrão (EP) do número de indivíduos e riqueza de
Margalef (d’), e dos índices de diversidade (H’), equitabilidade de Pielou (J’) e dominância de
Simpson nos pontos amostrais da meiofauna praial na área de influência dos Terminais Ponta
Negra na 1ª Campanha (Setembro/2012) e 2ª Campanha (Janeiro/2013).

Dominância
N d' J' H'(loge)
de Simpson

Campanha Nível Ponto Média EP Média EP Média EP Média EP Média EP

0,4
MLS BP1 21,0 11,6 0,59 0,43 0,30 0,30 0,21 0,80 0,15
4
0,4
BP2 8,7 4,3 0,77 0,49 0,27 0,50 0,26 0,72 0,14
1
0,5
BP3 9,0 3,2 0,75 0,49 0,29 0,47 0,33 0,72 0,20
5
1ª 0,1
BP4 16,3 5,0 0,89 0,85 0,02 1,02 0,09 0,41 0,03
Campanha 0
0,1
MLI BP1 30,3 29,8 0,15 0,04 0,04 0,04 0,04 0,65 0,33
5
0,5
BP2 1,7 0,9 1,09 0,67 0,33 0,60 0,32 0,28 0,15
5
0,3
BP3 1,0 1,0 0,30 0,31 0,31 0,21 0,21 0,19 0,19
0
0,1
BP4 51,0 25,6 0,23 0,44 0,26 0,43 0,29 0,42 0,24
4
196, 0,1
MLS BP1 458,0 1,32 0,58 0,05 1,25 0,16 0,39 0,06
9 4
0,1
BP2 999,3 74,2 1,07 0,68 0,05 1,45 0,15 0,28 0,04
4
0,2
BP3 270,3 16,3 1,48 0,60 0,13 1,29 0,22 0,42 0,12
0
2ª 0,1
BP4 96,7 75,9 1,50 0,77 0,09 1,39 0,12 0,33 0,06
Campanha 3
0,6
MLI BP1 9,7 5,5 1,31 0,62 0,31 1,10 0,56 0,48 0,26
5
0,5
BP2 5,0 2,6 0,56 0,32 0,32 0,44 0,44 0,43 0,30
6
0,4
BP3 4,0 0,6 1,54 0,99 0,01 1,05 0,21 0,37 0,08
7
0,1
BP4 106,3 59,4 1,90 0,68 0,18 1,38 0,37 0,39 0,16
5
0,1
Nível MLS 234,9 71,9 1,05 0,61 0,06 0,96 0,11 0,51 0,05
1
0,1
MLI 26,1 10,4 0,88 0,51 0,09 0,66 0,14 0,40 0,07
8

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Dominância
N d' J' H'(loge)
de Simpson

Campanha Nível Ponto Média EP Média EP Média EP Média EP Média EP


0,1
Campanha Camp 17,4 5,4 0,60 0,46 0,09 0,45 0,09 0,52 0,07
3
anha

0,1
Camp 243,7 71,3 1,33 0,66 0,06 1,17 0,11 0,39 0,05
3
anha

Tabela 9.2.2-23 - Valores da Análise de Variância (ANOVA) (F e p) são apresentados para cada
parâmetro analisado da comunidade zoobentônica da meiofauna em relação aos fatores Ponto
amostral, Nível (MLS e MLI) na 1ª Campanha (Setembro/2012) e 2ª Campanha (Janeiro/2013) e a
interação entre eles.

Dominância
N d' J' H'(loge)
de Simpson

F p F p F p F p F p

Pto 8,691 <0,001 0,516 0,67 1,056 0,38 1,465 0,24 0,903 0,45
Nível 50,162 <0,001 0,779 0,38 0,893 0,35 4,656 0,04 1,509 0,23
Campanha 58,924 <0,001 15,835 <0,001 3,023 0,09 26,791 <0,001 2,314 0,14
Pto*Nível 13,787 <0,001 0,028 0,99 0,488 0,69 0,151 0,93 0,625 0,60
Pto*Campanha 10,316 <0,001 2,424 0,08 1,059 0,38 0,853 0,48 0,382 0,77
Nível*Campanha 53,706 <0,001 0,622 0,44 0,806 0,38 0,113 0,74 3,469 0,07
Pto*Nível*Campanha 12,103 <0,001 1,150 0,34 1,319 0,29 1,633 0,20 0,452 0,72

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Figura 9.2.2-43 - Valores médios e erro padrão do índice de riqueza de Margalef (d’) encontrado
nos pontos amostrais da meiofauna praial na área de influência dos Terminais Ponta Negra na
1ª Campanha (Setembro/2012) e 2ª Campanha (Janeiro/2013).

Figura 9.2.2-44 - Valores médios e erro padrão dos índices de Diversidade (H’) encontrados nos
pontos amostrais da meiofauna praial na área de influência dos Terminais Ponta Negra na 1ª
Campanha (Setembro/2012) e 2ª Campanha (Janeiro/2013).

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Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Figura 9.2.2-45 - Valores médios e erro padrão dos índices de A: Equitabilidade de Pielou (J’) e
B: Dominância de Simpson encontrados nos pontos amostrais da meiofauna praial na área de
influência dos Terminais Ponta Negra na 1ª Campanha (Setembro/2012) e 2ª Campanha
(Janeiro/2013).

Em relação à similaridade de Bray-Curtis, o MDS mostra a formação de grupos, com a


separação entre as campanhas, com um grupo formado pelas amostras da primeira
campanha e o outro com a segunda, demonstrando que as duas campanhas apresentam
dissimilaridade quanto à composição e abundância dos táxons da meiofauna. A diferença
entre as campanhas foi significativa (PERMANOVA; p – 0,0001 – Tabela 9.2.2-16). Padrão
semelhante também foi encontrado em relação aos níveis, onde o MLS e MLI da primeira
foram significativamente diferentes de seus respectivos níveis na segunda campanha, assim

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Terminais Ponta Negra – TPN

como entre os níveis MLS x MLI em cada campanha (PERMANOVA – par a par – Tabela
9.2.2-24), porém com os testes par a par para a interação entre os fatores nível de maré
(faixa) e ponto, indicando diferenças entre os pontos principalmente para o MLS, para a
segunda campanha, demonstrando que a diferença apresentada pela comunidade estaria
associada ao nível de maré (MLS x MLI) (PERMANOVA – par a par – Tabela 9.2.2-25)
(Figura 9.2.2-46).

A análise SIMPER identificou as espécies que mais contribuíram para a dissimilaridade entre
os pontos, níveis, campanha e a interação entre eles, que diferiram significativamente na
PERMANOVA, destacando-se Arenopontia sp., Copepoda tipo e tipo 3, Ostracoda e
Tardigrada (Tabela 9.2.2-26 a Tabela 9.2.2-29).

Os táxons Arenopontia sp., Copepoda tipo 3, Ostracoda, Platyhelminthes, Viscosia sp.,


Copepoda tipo 2 e Tardigrada apresentaram as maiores porcentagens de contribuição para a
não diferenciação entre as campanhas, com os principais valores de abundância média e
ocorrência sendo encontrados para a segunda campanha, caracterizando a variação
temporal da meiofauna praial (Tabela 9.2.2-26).

Em relação aos níveis de maré, os táxons apresentaram maior porcentagem de contribuição


no MLS em cada campanha, e em relação a comparação dos níveis entre as campanhas, os
maiores valores foram observados para a segunda campanha, corroborando as diferenças
encontradas na PERMANOVA e confirmando a diferença espaço-temporal encontrada para a
ocorrência e abundância da meiofauna na área de estudo (Tabela 9.2.2-24 e Tabela 9.2.2-27;
Figura 9.2.2-46).

Transform: Square root


Resemblance: S17 Bray Curtis similarity

BP1 2D Stress: 0,09 NívelCampanha


BP4 MLI1ª Campanha
BP4 BP3 MLS1ª Campanha
BP1
BP2 MLI2ª Campanha
BP4 MLS2ª Campanha

BP2
Similarity
BP3 BP4 40
BP1 BP3
BP1
BP2

BP3

BP2

Figura 9.2.2-46 - Análise de ordenação nMDS (“non-metricMulti Dimensional Scaling”) entre os


pontos amostrais do zoobentos de fundo inconsolidado na área de influência dos Terminais
Ponta Negra na 1ª Campanha (Setembro/2012) e 2ª Campanha (Janeiro/2013).

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Tabela 9.2.2-24 - Resultados da análise PERMANOVA da meiofauna praial entre pontos


amostrais (PO), níveis (Ni) e campanhas (Ca) (1ª campanha - setembro/2012; 2ª campanha -
janeiro/2013) da área dos Terminais Ponta Negra, RJ, e respectivas interações. (d.f) graus de
liberdade; p(MC) significância da permutação de Monte Carlo.

Unique

F P perms p(MC)

Po 2,2773 0,0065 9923 0,0092


Ní 8,3126 0,0001 9924 0,0001
Ca 13,437 0,0001 9948 0,0001
PoxNí 2,0728 0,0142 9902 0,0157
PoxCa 1,5034 0,0819 9902 0,1028
NíxCa 5,628 0,0001 9951 0,0002
PoxNíxCa 1,0302 0,4176 9913 0,4163

Tabela 9.2.2-25 - Resultados da análise PERMANOVA da meiofauna praial entre os níveis (MLS x
MLI) em cada campanha, e por nível entre as campanhas (1ª campanha - setembro/2012 x 2ª
campanha - janeiro/2013). (d.f) graus de liberdade; p(MC) significância da permutação de Monte
Carlo.

Unique

MLS x MLI t P perms p(MC)

1ª Campanha 1,7085 0,0386 9939 0,0478


2ª Campanha 3,4868 0,0001 9947 0,0001

Unique

1ª camp X 2ª camp t P perms p(MC)

MLS 4,3438 0,0001 9947 0,0001


MLI 1,8998 0,0078 9946 0,0163

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Terminais Ponta Negra – TPN

Tabela 9.2.2-26 - Resultados da análise PERMANOVA da meiofauna praial entre os pontos


amostrais por nível (MLS e MLI) em cada campanha (1ª campanha - setembro/2012; 2ª
campanha - janeiro/2013) e dos pontos entre as campanhas por nível de maré. (d.f) graus de
liberdade; p(MC) significância da permutação de Monte Carlo.

1ª Campanha 2ª Campanha

Unique Unique

MLS t P perms p(MC) t P perms p(MC)

BP1 x BP2 0,70546 0,7085 10 0,641 1,8452 0,1011 10 0,0687


BP1 x BP3 0,65361 0,9002 10 0,6607 1,3325 0,2053 10 0,19
BP1 x BP4 2,0213 0,099 10 0,0621 1,7321 0,0986 10 0,0845
BP2 x BP3 0,64022 0,8983 10 0,7021 2,3968 0,0969 10 0,0194
BP2 x BP4 1,0552 0,5029 10 0,3768 2,4277 0,1063 10 0,0244
BP3 x BP4 1,7184 0,0955 10 0,1016 1,2370 0,3977 10 0,2469

1ª Campanha 2ª Campanha

Unique Unique

MLI t P perms p(MC) t P perms p(MC)

BP1 x BP2 0,6718 1,0000 7 0,6975 1,3028 0,3064 10 0,2158


BP1 x BP3 0,8095 1,0000 4 0,5384 1,8945 0,0958 10 0,0751
BP1 x BP4 0,7309 0,6072 7 0,5668 1,2359 0,2003 10 0,2467
BP2 x BP3 0,6013 0,6938 4 0,7048 1,2925 0,1992 10 0,2172
BP2 x BP4 1,1685 0,3971 7 0,2954 1,5031 0,1005 10 0,1133
BP3 x BP4 1,3026 0,4115 4 0,2451 1,8465 0,1017 10 0,0600

MLS MLI

Unique Unique

1ª camp X 2ª camp t P perms p(MC) t P perms p(MC)

BP1 2,6913 0,1001 10 0,0114 1,267 0,2099 10 0,2392


BP2 3,0169 0,1034 10 0,0084 0,81951 0,7986 7 0,6063
BP3 2,3231 0,0979 10 0,0214 2,4149 0,0995 7 0,0382
BP4 1,7085 0,1033 10 0,0888 1,1081 0,2983 10 0,3421

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Terminais Ponta Negra – TPN

Tabela 9.2.2-27 - Contribuição percentual das espécies da meiofauna praial para a


dissimilaridade entre as campanhas (1ª Campanha - setembro/2012; 2ª Campanha –
janeiro/2013). Ab.: abundância. Diss: dissimilaridade; DP: desvio padrão; Contrib: percentagem
de contribuição; Cum: cumulativa.

Grupos 1ª Camp x 2ª Camp

Dissim. média (%) = 86,06 1ª Camp 2ª Camp

Espécies Ab.média Ab.média Diss.média Diss/DP Contrib% Cum.%

Arenopontia sp. 2,36 6,79 22,44 1,30 26,07 26,07


Copepoda tipo 3 0,00 4,16 11,95 0,81 13,89 39,96
Ostracoda 0,84 2,94 10,11 0,85 11,75 51,71
Platyhelminthes 0,00 2,53 9,42 1,08 10,95 62,66
Viscosia sp. 0,13 1,57 4,95 0,95 5,76 68,41
Copepoda tipo 2 0,00 2,69 4,55 0,51 5,28 73,69
Tardigrada 0,51 0,48 3,62 0,52 4,21 77,90

Tabela 9.2.2-28 - Contribuição percentual das espécies da meiofauna praial para a


dissimilaridade entre os níveis (faixas) de maré (MLS: Médiolitoral superior; MLI: Médiolitoral
inferior) por campanha e entre as campanhas (1ª Campanha - setembro/2012; 2ª Campanha –
janeiro/2013). Ab.: abundância. Diss: dissimilaridade; DP: desvio padrão; Contrib: percentagem
de contribuição; Cum: cumulativa.

MLI1ª Camp x MLS1ª Camp

MLS1ª
Diss.média (%) = 81,12 MLI1ª Camp Camp

Diss.médi Diss/D Contrib Cum.


Espécies Ab.média Ab.média a P % %

Arenopontia sp. 2,28 2,45 40,33 1,34 49,72 49,72


Ostracoda 0,79 0,88 15,39 1,00 18,97 68,68
Tardigrada 0,29 0,73 10,02 0,67 12,35 81,04

MLI1ª Camp x MLI2ª Camp

Diss.média (%) = 90,08 MLI1ª Camp MLI2ª Camp

Diss.médi Diss/D Contrib Cum.


Espécies Ab.média Ab.média a P % %

Arenopontia sp. 2,28 1,92 22,79 1,09 25,29 25,29


Ostracoda 0,79 0,95 14,23 0,72 15,80 41,10
Copepoda tipo 3 0,00 0,90 13,68 0,62 15,18 56,28
Platyhelminthes 0,00 1,08 10,34 0,80 11,48 67,75

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Terminais Ponta Negra – TPN

Theristus sp. 0,00 0,55 4,86 0,53 5,39 73,15


Syncarida 0,00 0,50 3,69 0,54 4,10 77,25

MLS1ª Camp x MLS2ª


Camp

MLS1ª MLS2ª
Diss.média (%) = 83,40 Camp Camp

Diss.médi Diss/D Contrib Cum.


Espécies Ab.média Ab.média a P % %

Arenopontia sp. 2,45 11,66 20,27 2,31 24,30 24,30


Copepoda tipo 3 0,00 7,42 12,49 1,21 14,98 39,28
Platyhelminthes 0,00 3,98 9,61 1,86 11,52 50,80
Ostracoda 0,88 4,93 7,60 1,48 9,12 59,92
Copepoda tipo 2 0,00 5,13 6,92 0,63 8,30 68,22
Viscosia sp. 0,25 2,51 5,93 1,26 7,11 75,33

MLI2ª Camp x MLS2ª


Camp

MLS2ª
Diss.média (%) = 80,23 MLI2ª Camp Camp

Diss.médi Diss/D Contrib Cum.


Espécies Ab.média Ab.média a P % %

Arenopontia sp. 1,92 11,66 20,34 1,99 25,35 25,35


Copepoda tipo 3 0,9 7,42 12 1,3 14,96 40,32
Ostracoda 0,95 4,93 7,47 1,4 9,31 49,63
Platyhelminthes 1,08 3,98 7,24 1,29 9,03 58,66
Copepoda tipo 2 0,25 5,13 7,06 0,69 8,8 67,46
Viscosia sp. 0,62 2,51 5,48 1,15 6,83 74,29
Polychaeta 0,08 2,13 5,07 1 6,31 80,61

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Terminais Ponta Negra – TPN

Tabela 9.2.2-29 - Contribuição percentual das espécies da meiofauna praial para a


dissimilaridade dos pontos amostrais entre os níveis (faixas) de maré (MLS: Médiolitoral
superior; MLI: Médiolitoral inferior) por campanha e entre as campanhas (1ª Campanha -
setembro/2012; 2ª Campanha – janeiro/2013). Ab.: abundância. Diss: dissimilaridade; DP: desvio
padrão; Contrib: percentagem de contribuição; Cum: cumulativa.

BP1MLS1ª Camp x BP4MLS1ª


Camp

BP1MLS BP4MLS
Diss.média (%) = 66,45
1ª Camp 1ª Camp

Ab.médi Ab.médi Diss.médi Diss/D Contrib Cum.


Espécies
a a a P % %

Arenopontia sp. 3,91 1,61 22,28 1,68 33,53 33,53

Tardigrada 0 2,59 22,25 2,42 33,47 67

Ostracoda 0,33 2,03 14,21 4,12 21,39 88,39

BP1MLS2ª Camp x BP2MLS2ª


Camp

BP1MLS BP2MLS
Diss.média (%) = 39,95
2ª Camp 2ª Camp

Ab.médi Ab.médi Diss.médi Diss/D Contrib Cum.


Espécies
a a a P % %

Copepoda tipo 2 1,76 18,76 15 2,85 37,56 37,56

Ostracoda 4,29 10,45 5,81 1,51 14,53 52,1

Copepoda tipo 3 11,92 13,62 5,42 1,17 13,57 65,66

Arenopontia sp. 13,48 15,81 4,44 1,72 11,12 76,79

BP2MLS2ª Camp x BP3MLS2ª


Camp

BP2MLS BP3MLS
Diss.média (%) = 51,42
2ª Camp 2ª Camp

Ab.médi Ab.médi Diss.médi Diss/D Contrib Cum.


Espécies
a a a P % %

Copepoda tipo 2 18,76 0 17,07 4,4 33,19 33,19

Copepoda tipo 3 13,62 4,12 8,65 1,75 16,82 50,01

Ostracoda 10,45 3,28 6,57 1,79 12,78 62,78

Arenopontia sp. 15,81 12,29 3,45 1,15 6,71 69,49

Viscosia sp. 1,46 4,46 2,99 1,63 5,82 75,32

ARCADIS logos 779


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

BP2MLS2ª Camp x BP4MLS2ª BP2MLS BP4MLS


Camp 2ª Camp 2ª Camp

Diss.média (%) = 77,39

Ab.médi Ab.médi Diss.médi Diss/D Contrib Cum.


Espécies
a a a P % %

Copepoda tipo 2 18,76 0 21,12 3,63 27,29 27,29

Copepoda tipo 3 13,62 0 15,33 2,78 19,8 47,1

Arenopontia sp. 15,81 5,07 12,86 1,58 16,62 63,72

Ostracoda 10,45 1,69 9,78 2,03 12,63 76,35

BP1MLI2ª Camp x BP3MLI2ª Camp

BP1MLI BP3MLI
Diss.média (%) = 77,98
2ª Camp 2ª Camp

Ab.médi Ab.médi Diss.médi Diss/D Contrib Cum.


Espécies
a a a P % %

Platyhelminthes 0,47 1,24 14,88 1,14 19,09 19,09

Copepoda tipo 3 0,67 1,14 14,73 1,48 18,89 37,98

Ostracoda 1,49 0,33 13,63 1,57 17,47 55,46

Arenopontia sp. 1,22 0,33 10,42 1,38 13,36 68,81

Copepoda tipo 2 1 0 8,02 1,3 10,29 79,1

BP3MLI2ª Camp x BP4MLI2ª Camp

BP3MLI BP4MLI
Diss.média (%) = 75,39
2ª Camp 2ª Camp

Ab.médi Ab.médi Diss.médi Diss/D Contrib Cum.


Espécies
a a a P % %

Arenopontia sp. 0,33 5,79 20,79 1,32 27,58 27,58

Syncarida 0 1,67 8,51 1,3 11,29 38,87

Ostracoda 0,33 1,96 6,68 1,74 8,86 47,73

Viscosia sp. 0 1,82 5,59 1,13 7,42 55,14

Náuplio 0 1,76 5,42 0,67 7,18 62,33

Platyhelminthes 1,24 2,6 5,27 1,3 6,99 69,31


Theristus sp. 0,33 1,39 4,75 1,06 6,3 75,61

ARCADIS logos 780


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

BP3MLI1ª Camp x BP3MLI2ª Camp

BP3MLI BP3MLI
Diss.média (%) = 93,07
1ª Camp 2ª Camp

Ab.médi Ab.médi Diss.médi Diss/D Contrib Cum.


Espécies
a a a P % %

Platyhelminthes 0 1,24 32,44 2,28 34,86 34,86

Copepoda tipo 3 0 1,14 29,56 2,82 31,76 66,62

Ostracoda 0,47 0,33 12 0,93 12,89 79,51

Tabela 9.2.2-30 - Contribuição percentual das espécies da meiofauna praial para a


dissimilaridade dos pontos amostrais por níveis (faixas) de maré (MLS: Médiolitoral superior;
MLI: Médiolitoral inferior) entre as campanhas (1ª Campanha - setembro/2012; 2ª Campanha –
janeiro/2013). Ab.: abundância. Diss: dissimilaridade; DP: desvio padrão; Contrib: percentagem
de contribuição; Cum: cumulativa.

BP1MLS1ª Camp x BP1MLS2ª


Camp

BP1MLS BP1MLS
Diss.média (%) = 79,60
1ª Camp 2ª Camp

Ab.médi Ab.médi Diss.médi Diss/D Contrib Cum.


Espécies
a a a P % %

Copepoda tipo 3 0 11,92 22,57 3,33 28,36 28,36


Arenopontia sp. 3,91 13,48 19,49 2,21 24,49 52,85
Platyhelminthes 0 4,67 9,76 2,43 12,26 65,1
Ostracoda 0,33 4,29 7,56 3 9,5 74,6
Oncholaimus sp. 0 2,32 4,47 2,4 5,62 80,22

BP2MLS1ª Camp x BP2MLS2ª


Camp

BP2MLS BP2MLS
Diss.média (%) = 91,30
1ª Camp 2ª Camp

Ab.médi Ab.médi Diss.médi Diss/D Contrib Cum.


Espécies
a a a P % %

Copepoda tipo 2 0 18,76 24,81 4,21 27,17 27,17


Arenopontia sp. 2,02 15,81 18,18 4,5 19,91 47,09
Copepoda tipo 3 0 13,62 18 3,02 19,72 66,8
Ostracoda 0,8 10,45 12,51 2,46 13,7 80,5

ARCADIS logos 781


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

BP3MLS1ª Camp x BP3MLS2ª


Camp

BP3MLS BP3MLS
Diss.média (%) = 86,60
1ª Camp 2ª Camp

Ab.médi Ab.médi Diss.médi Diss/D Contrib Cum.


Espécies
a a a P % %

Arenopontia sp. 2,25 12,29 24,03 2,85 27,75 27,75


Viscosia sp. 0 4,46 10,35 2,05 11,96 39,71
Platyhelminthes 0 4,2 9,96 17,35 11,5 51,21
Copepoda tipo 3 0 4,12 9,9 1,2 11,43 62,64
Ostracoda 0,33 3,28 7,29 1,29 8,42 71,06
Polychaeta 0,33 2,45 5,84 1,44 6,74 77,8

BP4MLS1ª Camp x BP4MLS2ª


Camp

BP4MLS BP4MLS
Diss.média (%) = 68,02
1ª Camp 2ª Camp

Ab.médi Ab.médi Diss.médi Diss/D Contrib Cum.


Espécies
a a a P % %

Arenopontia sp. 1,61 5,07 14,21 1,58 20,89 20,89


Platyhelminthes 0 1,9 10,65 1,52 15,66 36,55
Tardigrada 2,59 1,67 9,92 1,1 14,58 51,13
Polychaeta 0 2,26 8,03 1,13 11,8 62,94
Viscosia sp. 0,67 2,46 7,84 2,58 11,52 74,46
Desmodora sp. 0 1,85 6,15 1,25 9,04 83,5

D) Discussão dos Resultados


Neste trabalho, Arthropoda (Crustacea) juntamente com Nematoda apresentaram a maior
variedade de táxons encontrados, com a característica dos gêneros de Nematoda terem
ocorrido com menores valores de indivíduos, enquanto Crustacea apresentou menor riqueza,
porém com abundância do Copepoda Arenopontia sp. nos pontos, mas principalmente no
MLI de BP4 e BP1 na primeira campanha e no MLS de BP1 e BP2 na segunda,
demonstrando uma variabilidade espaço-temporal. Desta forma, Copepoda juntamente com
Ostracoda, Nematoda, Platyhelminthes apresentaram as maiores abundância numéricas na
área, enquanto Nematoda maior riqueza taxonômica, sendo que Tardigrada apresentou
relativa alta durante a primeira campanha, o que estaria de acordo com o padrão global de
abundância relativa dos grandes grupos da meiofauna nos trópicos (COULL, 1988).
ALBUQUERQUE et al. (2007), GOMES & ROSA FILHO (2009) e NOGUEIRA &
SKOWRONSKI (2003), estudando meiofauna de praias tropicais brasileiras, também
encontraram como grupos dominantes os nemátodas, copepodas e tardigradas, destacando

ARCADIS logos 782


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

que a variação na abundância temporal-espacial estaria relacionada com fatores físico-


químicos do ambiente, dentre eles a umidade, salinidade, granulometria e hidrodinamismo.

A diversidade e abundância de nematodas nas praias estariam relacionadas como indicado


por BOUWMAN (1983), a três razões principais que são a alta tolerância a variados
estressores ambientais, diversidade de estratégias alimentares e grande facilidade de
enterramento no sedimento. Tardigrada por outro lado, estaria correlacionado com areias
muito bem oxigenadas (RENAUD-MORNANT & POLLOCK, 1971) e apresentaria baixa
abundância em praias poluídas (MARGULIS & SCHWARTZ, 2001), e desta forma, a elevada
abundância de Tardigrada em praias indicaria a boa oxigenação do sedimento e o bom
estado de preservação do ambiente, como encontrado em BP4 durante a primeira campanha.

Na praia localizada na área de influência direta observou-se uma clara zonação horizontal,
semelhante ao encontrado na praia de Ajuruteua (Pará) por GOMES & ROSA FILHO (2009),
que também encontraram separação entre os níveis de marés nos pontos, em resposta a
variação na altura da maré e ação das ondas, que influenciaria dentre outros fatores,
temperatura, saturação de oxigênio e água intersticial, com Nematoda apresentando as
maiores abundâncias na faixa superior ao longo das campanhas, enquanto Copepoda
demonstrou maiores valores na faixa inferior durante a primeira campanha. Os autores
relacionaram esta distribuição à característica dos Copepoda serem mais sensíveis à
depleção de oxigênio ou anoxia que os Nematoda (MOODLEY et al., 2000), o que explicaria
os maiores valores encontrados para Copepoda no MLI dos pontos BP1 e BP4 no presente
trabalho durante a primeira campanha. A segunda campanha apresentou padrão diferente ao
encontrado na primeira, em relação à ocorrência de Copepoda e sua abundância quanto ao
nível de maré, uma vez que os maiores valores foram encontrados no MLS, o que indicaria
que as condições de oxigênio, temperatura e salinidade estaria em melhores condições na
última campanha. Nematoda ficou restrito principalmente ao MLS dos pontos amostrais da
segunda campanha.

No presente estudo, as principais modificações da meiofauna ao longo da face da praia


relacionaram-se à participação relativa dos grandes grupos taxonômicos, riqueza e
abundância, semelhante ao encontrado por GOMES & ROSA FILHO (2009), na praia de
Ajuruteua, Pará (BR), que também encontraram esta relação das principais modificações dos
índices à variação e participação dos grandes grupos na estrutura da comunidade, sendo os
menores valores encontrados no MLI no período seco, corroborando os valores encontrados
na primeira campanha para a maioria dos pontos da praia de Jaconé, que tenderam a
apresentar os menores valores no MLI, enquanto na segunda campanha (período chuvoso)
os maiores valores foram encontrados no MLS. Como por MCLACHLAN & TURNER (1994),
esta relação estaria relacionada às possíveis características intersticiais no MLI na segunda
campanha, principalmente quanto ao balanço entre conteúdo de água, aporte de oxigênio e
estabilidade física, uma vez que a praia apresenta características de ambiente de alta
energia, estando o MLI diretamente sob o efeito da energia da onda.

A característica apresentada pela comunidade da meiofauna nos pontos amostrais BP3,


estaria associada à presença de água doce podendo causar na salinidade nestes locais,
semelhante ao observado por GOMES & ROSA FILHO (2009), que encontraram os menores
valores no período chuvoso, onde segundo POLLOK (1970) o aporte de água doce em praias
não favoreceria os organismos da meiofauna em resposta a redução da salinidade intersticial.

ARCADIS logos 783


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Nestes pontos também foram encontrados os maiores valores para Nematoda, o que poderia
ser resultante da maior resistência do grupo, como citado anteriormente.

O sedimento compõe o principal fator que influencia na composição da comunidade de


nematódeos (BOUCHER, 1990) e sedimentos arenosos parecem apresentar maior
diversidade de nematódeos que sedimentos lamosos (FERRIS; FERRIS, 1979; HEIP, 1985).
Ao contrário dos resultados encontrados comumente na literatura, BOUCHER &
LAMBSHEAD (1994) não encontraram relação entre sedimentos arenosos e alta diversidade
de nematódeos e sugeriram que outros fatores influenciam esta relação. STEYAERT (1999)
também observou uma relação direta da diversidade da comunidade de nematódeos com o
sedimento fino, o que pode ser explicado pela associação deste tipo de sedimento com o
material orgânico, potencial alimento para depositívoros não seletivos. Isto poderia explicar a
variabilidade encontrada entre as campanhas, podendo a meiofauna ter respondido a
modificações na granulometria entre as campanhas.

Segundo POSEY et al. (1996) distúrbios do sedimento decorrentes de tempestades e ação


de ondas podem ter grande influência na composição de espécies das comunidades
bênticas. Mudanças na composição da comunidade resultam tanto de efeitos diretos sobre a
sobrevivência das espécies quanto de efeitos indiretos, tais como modificações das
atividades de bioturbação e mudanças nas características sedimentares (PAGLIOSA, 2006;
SOARES-GOMES & FERNANDES, 2005; SOARES-GOMES & PIRES-VANIN, 2003), como
observado entre os grupos de pontos formados na área. Entretanto, os efeitos sobre o bentos
podem variar em função da duração de eventos relativos ao recrutamento e da história de
vida dos organismos.

Desta forma, condições hidrodinâmicas, características físico-químicas do sedimento, como


umidade, oxigenação e salinidade são fatores que interferiram na estrutura e distribuição da
comunidade ao longo dos pontos amostrais da área de influência dos Terminais Ponta Negra,
RJ, entre as campanhas de amostragem da comunidade de meiofauna praial, indicando que
os pontos BP4 e BP1 apresentaram as melhores características para estrutura da
comunidade.

E) Considerações finais
 A meiofauna apresentou variação quanto ao nível de maré, pontos amostrais e
campanha;
 Arthropoda (Crustacea) juntamente com Nematoda apresentaram a maior variedade de
táxons encontrados, com a característica dos gêneros de Nematoda terem ocorrido com
valores mais baixos de indivíduos, enquanto Crustacea apresentou menor riqueza, porém
com abundância do Copepoda Arenopontia sp. nos pontos amostrais e campanhas;
 Os índices da comunidade tenderam a apresentar maiores valores no MLS e na segunda
campanha, com variação significativa entre eles;
 A variação na participação relativa dos grandes grupos taxonômicos na composição da
meiofauna encontrada ao longo dos pontos, interferiu diretamente nos valores dos
índices encontrados entre os pontos, níveis e campanhas, indicando que a meiofauna
apresentou variação espaço-temporal significativa;
 A comunidade pode estar respondendo, dentre outros fatores, as condições
hidrodinâmicas, características físico-químicas do sedimento, como umidade, oxigenação

ARCADIS logos 784


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

e salinidade ao longo dos pontos amostrais da área de influência dos Terminais Ponta
Negra, RJ.

A construção dos Terminais Ponta Negra acarretará no soterramento da meiofauna do trecho


da praia de Jaconé, localizada na Área Diretamente Afetada, em consequência da instalação
do empreendimento. Além disso, a porção da praia localizada próxima a porção continental
do Quebramar Leste, sofrerá alterações na estrutura da comunidade em consequência da
mudança da granulometria em resposta a presença física da estrutura. Estes impactos serão
diretos e irreversíveis na meiofauna.

9.2.2.8. Comunidade de macrofauna bentônica do entre marés de praia arenosa marinha

A) Metodologia Aplicada

a) Levantamento de dados secundários


Para a caracterização da macrofauna de provável ocorrência na área de influência indireta do
empreendimento, foram feitas buscas por informações e trabalhos sobre a comunidade na
região dos municípios integrantes das Áreas de Influência Indireta do empreendimento, assim
como em Estudos de Impacto Ambiental, resumos de congresso, trabalhos acadêmicos e
quando existentes artigos científicos. Dentre estes, foram encontradas informações de
macrofauna do entre marés de praias arenosas nos trabalhos de CARDOSO & VELOSO
(1997), que compararam estratégias amostrais para a caracterização da macrofauna da
região entre marés, em três praias arenosas expostas do Rio de Janeiro; e VELOSO et al.
(2003) que estudaram a composição, estrutura e zonação da macroinfauna em relação a
fatores físicos em praias arenosas, além de ABREU & FIORI (2011a e 2011b) que avaliaram
a resposta ao tipo de malha e estrutura da comunidade na praia de Ponta Negra, também no
estado do Rio de Janeiro, Brasil.

Para cada grupo foram geradas listagens contendo os nomes científicos das espécies
registradas na região de inserção do empreendimento, compondo lista inicial de espécies de
ocorrência comprovada ou muito provável.

Todos os nomes científicos utilizados para os táxons registrados por meio de dado
secundários ou primários foram padronizados segundo disponível em literatura especializada,
tais como WORMS (World Register of Marine Species: www.marinespecies.org), RIOS (1994)
e AMARAL et al. (2005).

b) Levantamento de dados primários


O levantamento dos dados primários da macrofauna bentônica de praia arenosa foi realizado
na Área Diretamente Afetada (ADA) dos Terminais Ponta Negra (Foto 9.2.2-68 1.2.1 A e B),
com a amostragem sendo feita na praia de Jaconé, estado do Rio de Janeiro, em duas
campanhas: a 1ª Campanha (período seco) em 13 de setembro. e a 2ª Campanha (período
chuvoso) em 24 de janeiro de 2013.

ARCADIS logos 785


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

A B

Foto 9.2.2-68 - Vista do ponto amostral BP1 (A) e da área onde foram coletados as amostras nos
demais pontos (B), demonstrando a extensão da faixa de praia utilizada para a amostragem da
macrofauna do trecho da praia de Jaconé localizado na Área Diretamente Afetada (ADA) dos
Terminais Ponta Negra – TPN, RJ (período seco, 1ª Campanha – setembro/2012; período
chuvoso, 2ª Campanha – janeiro/2013).

c) Área de estudo
A caracterização da macrofauna praial foi realizada em quatro (04) pontos amostrais (BP1,
BP2, BP3 e BP4) na Área Diretamente Afetada (ADA) do empreendimento a ser implantado
na praia de Jaconé (Figura 9.2.2-47 e Quadro 9.2.2-19).

Os pontos foram distribuídos na ADA com o objetivo de caracterizar a macrofauna de praia


ao longo da área onde serão construídos os Terminais Ponta Negra, com o ponto amostral
BP4 estando localizado na área limite da ADA, com o objetivo de verificar com a implantação
de programas de monitoramento, as possíveis interferências da instalação de estruturas de
quebramar dos Terminais Ponta Negra na hidrodinâmica praial da área externa a ADA
(Figura 9.2.2-47).

ARCADIS logos 786


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Figura 9.2.2-47 - Pontos amostrais (BP1, BP2, BP3 e BP4) da macrofauna.

A coleta de dados primários para a região faz-se necessária pela característica da


comunidade de macrofauna apresentar alterações temporais e espaciais, resultantes da
interação dos organismos com fatores ambientais e antrópicos. Desta forma, esta
comunidade apresenta a capacidade de responder a estes fatores, demonstrando ou
indicando a saúde do ambiente onde ela está inserida (PEREIRA & SOARES-GOMES,
2002). Por isso, o conhecimento da fauna presente na ADA será de extrema importância para
futuras avaliações e respostas da comunidade a agentes estressores, naturais ou artificiais.

ARCADIS logos 787


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Quadro 9.2.2-19 - Coordenadas UTM 23S WGS-84 dos pontos amostrais da macrofauna
bentônica do entre marés da praia arenosa na 1ª campanha (Setembro/2012) e 2ª campanha
(Janeiro/2013).

Coordenadas UTM 23S - WGS-84

Ponto E S

BP1 737722.00 m E 7460486.00 m S


BP2 738260.00 m E 7460767.00 m S
BP3 738722.00 m E 7460906.00 m S
BP4 739284.00 m E 7461044.00 m S

d) Procedimentos metodológicos
Endofauna

Em cada um dos quatro (04) pontos amostrais foi disposto um transecto perpendicular à linha
de praia. Em cada perfil, devido à extensão da faixa de praia, foram realizadas amostragens
em 02 ambientes praiais: médio litoral inferior (MLI) e médio litoral superior (MLS), sendo as
amostras deste último ambiente coletadas na faixa mais alta da praia com influência da água
(DENADAI et al., 2005) (Figura 9.2.2-48). Em cada um dos pontos foram coletadas três (03)
réplicas para a análise da comunidade de macrofauna, sendo coletado um total de 24
amostras por campanha.

Figura 9.2.2-48 - Esquema da Zonação de praias arenosas, adaptado de Pereira & Soares-
Gomes (2009).

O sedimento coletado utilizando-se um cilindro de PVC com diâmetro de 15 cm e 20 cm de


altura foi colocado em sacos plásticos, devidamente identificados, e encaixotados

ARCADIS logos 788


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

apropriadamente para transporte e triagem em laboratório. O sedimento foi pré-triado com o


uso de peneiras com malhas de 0,5, 1,0 e 2,0mm de diâmetro de abertura de malha.

Os organismos encontrados foram triados e anestesiados (no caso dos moluscos, poliquetos
e equinodermos) e/ou colocados no fixador (álcool a 70%), sendo posteriormente contados e
identificados através de lupa PZO-Labimex e microscópio Studar lab, chegando-se ao nível
de gênero ou espécie, sempre que possível, com o auxílio de chaves de identificação. Foram
utilizadas as chaves taxonômicas de DAY (1967) e AMARAL & NONATO (1996) para os
poliquetos; TOMMASI (1970) para os equinodermos; RIOS (1994) para os moluscos; MELO
(1996) para caranguejos e MOREIRA (1972) para isópodas.

Epifauna

Para a análise da densidade populacional relativa na faixa de praia estudada, foram


realizadas amostragens por meio de transectos perpendiculares à praia com 20 m de largura,
divididos em faixas de 5 m x 5 m, tendo o ponto zero referente ao limite médio do alcance das
ondas e a última “parcela” estabelecida pelo local extremo da ocorrência de tocas. Em cada
“parcela” foram medidas as tocas utilizando-se um paquímetro de precisão de 0,1 mm
(ALBERTO & FONTOURA, 1999) (Figura 9.2.2-49).

Para a relação entre o diâmetro da toca e o tamanho do respectivo animal, foram realizadas
escavações e capturas por armadilhas. Os espécimes capturados foram medidos, pesados
em balança semi-analítica com precisão de 0,01 g e devolvidos ao seu hábitat natural.

Figura 9.2.2-49 - Esquema representativo do desenho para amostragem da epifauna em um


ponto de coleta na praia de Jaconé.

ARCADIS logos 789


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

e) Análise de Dados
Endofauna

A caracterização da macrofauna bentônica foi realizada através da identificação da


composição específica, da representatividade dos táxons que compõem a comunidade,
assim como por indicadores da estrutura de comunidades, como diversidade específica
(SHANNON & WEAVER, 1949), riqueza, equitabilidade, abundância e dominância de
indivíduos nos ambientes (Mediolitoral superior (MLS) e médiolitoral inferior (MLI)) dos pontos
amostrais.

A diversidade foi avaliada pelo número de espécies e pelos índices de diversidade de


Shannon (H’ loge), riqueza de Margalef (d’), dominância de Simpson e a equitabilidade de
Pielou (J’), onde todos os índices de estrutura de comunidade foram calculados a partir das
rotinas do programa PRIMER 6.0 para Windows, considerando apenas os dados
quantitativos.

Para a verificação da ocorrência de diferenças significativas na variação espacial da riqueza


de espécies de Margalef, diversidade, dominância e equitabilidade foi feita uma análise de
variância (ANOVA). Para se equalizar a variância e normalizar a distribuição, quando
necessário os dados usados na ANOVA foram transformados em log10 (x + 1). Quando
diferenças significativas foram detectadas na ANOVA, o teste de Tukey’s Honestly
Significantly Different (HDS) foi aplicado para identificar fontes de variação. As análises foram
realizadas utilizando o programa estatístico STATISTICA 7.0 (STATSOFT, 1996).

O estimador de riqueza de espécies observada e o de Jacknife de primeira ordem, com 9999


randomizações sem reposição, foram aplicados aos dados coletados na 1ª e 2ª campanhas
para verificar se as amostras demonstraram efetivamente a fauna de interesse na área dos
Terminais Ponta Negra, Rio de Janeiro, RJ.

Para o estabelecimento de grupos de amostras entre os pontos amostrais, com composição


semelhante, foi aplicado o índice de similaridade de Bray-Curtis (CLARKE & WARWICK,
1994) aos dados de número de indivíduos por espécie, transformados em raiz quadrada.
Todos esses procedimentos foram realizados a partir das rotinas do programa PRIMER 6.0
for Windows.

A análise de ordenação nMDS (“non-metricMulti Dimensional Scaling”) (KRUSKAL & WISH,


1978) foi utilizada, a partir dos dados de abundância das espécies transformados em raiz
quadrada, utilizando novamente o índice de similaridade de BRAY-CURTIS (1957), entre os
grupos formados pelos pontos amostrais. A proximidade de dois pontos significa maior
similaridade entre eles. Em geral existe um grau de distorção ou “stress” entre os postos de
similaridade e os correspondentes postos de distâncias no diagrama (CLARKE & WARWICK,
2001).

Análise multivariada permutacional de variância (PERMANOVA: ANDERSON, 2001, 2005) foi


aplicada para comparações multivariadas da composição da macrofauna praial, utilizando
como fatores ortogonais e fixos os pontos amostrais, níveis (MLI e MLS) e campanhas (1ª e
2ª campanhas) para avaliação das variações da comunidade. A distância de similaridade de
Bray-Curtis foi escolhida como base para todas as PERMANOVAs e os dados foram
permutados 9999 vezes por análises a um α-nível de 0.05 (MANLY, 1997). Quando

ARCADIS logos 790


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

diferenças significativas foram encontradas, comparações post-hoc par a par foram


realizadas usando 9999 permutações (ANDERSON, 2005). Os dados para as PERMANOVAs
foram transformados utilizando raiz quadrada. A detecção de diferenças significativas entre
fatores foi seguida pelo cálculo das porcentagens de similaridade (SIMPER) para identificar
os táxons que mais contribuíram (75%) para as dissimilaridades. As análises multivariadas
foram realizadas utilizando o pacote estatístico PRIMER versão 6 (CLARKE & WARWICK,
2001; CLARKE et al., 2006).

Epifauna

Para a relação entre o diâmetro da toca e a largura do cefalotórax, utilizou-se a equação da


reta: DT = a + b.L, em que Dt é o diâmetro da toca (mm); L é a largura do cefalotórax (mm);
sendo que a e b são parâmetros da equação. A relação entre o peso e a largura do
cefalotórax foi baseada na seguinte equação: P = a.Lb, em que P representa o peso (g), L é
a largura do cefalotórax (mm) e a e b são parâmetros da equação. Para a relação entre
comprimento e largura do cefalotórax, utilizou-se a expressão: C = a.Lb, em que C é o
comprimento, L é a largura do cefalotórax (mm), a e b são parâmetros da equação
(ALBERTO & FONTOURA, 1999).

B) Caracterização da Fauna da Área de Influência Indireta (AII)


Para a caracterização da macrofauna de provável ocorrência na área de influência indireta do
empreendimento, foram feitas buscas por informações e trabalhos sobre a comunidade na
região dos municípios integrantes das Áreas de Influência Indireta do empreendimento, assim
como em Estudos de Impacto Ambiental, resumos de congresso, trabalhos acadêmicos e
quando existentes artigos científicos. Dentre estes, foram encontradas informações de
macrofauna do entre marés de praias arenosas nos trabalhos de CARDOSO & VELOSO
(1997), que compararam estratégias amostrais para a caracterização da macrofauna da
região entre marés, em três praias arenosas expostas do Rio de Janeiro; e VELOSO et
al.(2003) que estudaram a composição, estrutura e zonação da macroinfauna em relação a
fatores físicos em praias arenosas, além de ABREU & FIORI (2011a e 2011b) que avaliaram
a resposta ao tipo de malha e estrutura da comunidade na praia de Ponta Negra, também no
estado do Rio de Janeiro, Brasil (Quadro 9.2.2-20).

Não foram encontrados espécimes presentes nas categorias de status de conservação das
espécies existentes nas listas do IBAMA (2008), IUCN, Cites ou do estado do Rio de Janeiro
(BERGALLO et al., 2000).

Os demais trabalhos existentes sobre macrofauna de praia arenosa no litoral do RJ foram


desenvolvidos em praias que não estão na área de influência indireta.

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Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Quadro 9.2.2-20 - Listagem das espécies de provável ocorrência na região de influência Indireta dos Terminais Ponta Negra na 1ª campanha
(Setembro/2012) e 2ª campanha (Janeiro/2013).

Táxon Nome popular Fonte

FILO ANNELIDA
Classe Polychaeta
Ordem Phyllodocida
Cardoso & Veloso (1997);
Família Glyceridae Hemipodus olivieri Orenzans & Gianuca, 1974
Veloso et al (2003)
FILO ARTHROPODA
SubFilo Crustacea
Classe Malacostraca
Ordem Amphipoda
Cardoso & Veloso (1997);
Família Talitridae Pseudorchestoidea brasiliensis Dana, 1853 Veloso et al (2003)
Ordem Decapoda
Cardoso & Veloso (1997);
Família Hippidae Emerita brasiliensis (Schmitt, 1935) Veloso et al (2003)
Ordem Isopoda
Cardoso & Veloso (1997);
Família Cirolanidae Excirolana braziliensis (Richardson, 1912) Veloso et al (2003)
Excirolana armata (Dana, 1853) Veloso et al (2003)
Excirolana sp. Cardoso & Veloso (1997)
Classe Insecta

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Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Táxon Nome popular Fonte

Ordem Hymenoptera
Ordem Coleoptera
Cardoso & Veloso (1997);
Família Tenebrionidae Phaleria brasiliensis Laporte, 1840 Veloso et al (2003)
Phaleria testacea Say, 1824 Veloso et al (2003)
Ordem Diptera (larva) Cardoso & Veloso (1997);
FILO MOLLUSCA
Classe Gastropoda
Família Olividae
Classe Bivalvia
Ordem Veneroida Olivancillaria vesica vesica (Gmelin, J.F., 1791) Veloso et al (2003)
Família Donacidae Donax hanleyanus (Philippi, 1847) Veloso et al (2003)

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Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

C) Caracterização da Fauna das Áreas de Influência Direta (AID) e Diretamente


Afetada (ADA)

a) Composição Faunística
Foram encontrados 277 indivíduos da endofauna, distribuídos em 09 morfo-espécies e 08
famílias pertencentes aos grupos Annelida (Polychaeta), Arthropoda (Crustacea), Mollusca e
Nemertea. Arthropoda apresentou o maior número de espécies (04 espécies), seguido por
Annelida (03 espécies), enquanto os demais filos apresentaram somente 01 espécie cada
(Quadro 9.2.2-21).

Crustacea apresentou a maior distribuição entre os filos, sendo encontrado ao longo das
duas campanhas, com ocorrência das espécies Emerita brasiliensis, Talitrus saltator e
Excirolana braziliensis nos dois períodos (Quadro 9.2.2-21).

A 1ª e 2ª campanhas apresentaram um total de sete (07) e seis (06) morfo-espécies,


respectivamente, totalizando nove (09) espécies ao final das duas campanhas, com o MLI
apresentando sete (07) espécies, sendo caracterizado pelo maior número. Em relação aos
pontos, BP3, independente da campanha, apresentou o menor número de espécie, enquanto
os maiores valores foram encontrados nos pontos BP2 (na 1ª Campanha) e BP4 (na 2ª
Campanha) (Quadro 9.2.2-21).

Dentre os filos encontrados, Mollusca apresentou a menor ocorrência, tendo sido encontrado
somente no MLI dos pontos amostrais BP2 e BP4 na 1ª campanha, e no MLS da 2ª
campanha nos pontos BP2 e BP1 (Quadro 9.2.2-21).

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Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Quadro 9.2.2-21 - Valores de ocorrências das espécies registradas na área Terminais Ponta Negra, Maricá, Rio de Janeiro, na 1ª campanha
(setembro/2012) e 2ª campanha (janeiro/2013), com respectiva indicação do registro.

1ª CAMPANHA 2ª CAMPANHA

PONTOS AMOSTRAIS PONTOS AMOSTRAIS Método


Táxon
BP1 BP1 BP2 BP2 BP3 BP3 BP4 BP4 BP1 BP1 BP2 BP2 BP3 BP3 BP4 BP4

MLS MLI MLS MLI MLS MLI MLS MLI MLS MLI MLS MLI MLS MLI MLS MLI

FILO ANNELIDA
Classe Polychaeta
Ordem Phyllodocida
Família Glyceridae Glycera sp. x x Coleta
Hemipodus olivieri
(Orenzans & Gianuca, x Coleta
1974)
Família Phyllodocidae Eteone sp. x Coleta
FILO ARTHROPODA
SubFilo Crustacea
Classe Malacostraca
Ordem Amphipoda
Talitrus saltator
Família Talitridae x x x x Coleta
(Montagu, 1808)
Ordem Decapoda
Emerita brasiliensis
Família Hippidae x x x Coleta
(Schmitt, 1935)

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Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

1ª CAMPANHA 2ª CAMPANHA

PONTOS AMOSTRAIS PONTOS AMOSTRAIS Método


Táxon
BP1 BP1 BP2 BP2 BP3 BP3 BP4 BP4 BP1 BP1 BP2 BP2 BP3 BP3 BP4 BP4

MLS MLI MLS MLI MLS MLI MLS MLI MLS MLI MLS MLI MLS MLI MLS MLI

Ordem Isopoda
Excirolana braziliensis
Família Cirolanidae x x x x x x x x Coleta
(Richardson, 1912)
Classe Insecta Ordem Hymenoptera x Coleta
FILO MOLLUSCA
Classe Bivalvia
Ordem Veneroida
Donax hanleyanus
Família Donacidae x x x x Coleta
(Philippi, 1847)
FILO NEMERTEA
Nemertea x x x Coleta
S total 2 1 3 3 1 1 3 2 2 1 2 1 1 1 2 2
Pontos de Registro: Pontos amostrais

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Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

b) Eficiência amostral
As curvas do coletor utilizadas (espécies observadas (Sobs) e do estimador de Jacknife 1 –
primeira ordem), não demonstram tendência a atingir uma assíntota quando avaliada a fauna
total (MLS e MLI), indicando que a comunidade da endofauna encontrada não estaria
estabilizada em relação ao número de espécies da macrofauna na área de influência direta e
diretamente afetada (Figura 9.2.2-50). Fato este influenciado pelos dados encontrados para o
MLI, uma vez que a curva do Estimador de Jacknife para o MLS, após a inserção dos dados
da 2ª campanha apresenta uma inclinação com tendência à estabilização, indicando, desta
forma, que a comunidade no MLS estaria praticamente representada com as espécies
observadas ao longo das campanhas de amostragem (Figura 9.2.2-51 A e B).

15 Sobs
Jacknife1
Contagem de espécies

10

0
0 10 20 30 40 50
Número de amostras

Figura 9.2.2-50 - Curva do coletor utilizando os dados de riqueza observada (Sobs) e Estimativa
de riqueza Jacknife de primeira ordem para os dados da macrofauna praial encontrada na Área
de influência dos Terminais Ponta Negra na 1ª campanha (Setembro/2012) e 2ª campanha
(Janeiro/2013).

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MLS
6 Sobs
Jacknife1

5
Contagem de espécies

1
0 5 10 15 20 25
Número de amostras

MLI
10 Sobs
Jacknife1

8
Contagem de espécies

0
0 5 10 15 20 25
Número de amostras

Figura 9.2.2-51 - Curvas do coletor para o MLS (A) e MLI (B) utilizando os dados de riqueza
observada (Sobs) e Estimativa de riqueza Jacknife de primeira ordem para os dados da
macrofauna praial encontrada na Área de influência dos Terminais Ponta Negra na 1ª campanha
(Setembro/2012) e 2ª campanha (Janeiro/2013).

c) Espécies ameaçadas e protegidas por legislação federal e/ou estadual


Não foram encontradas espécies ameaçadas e protegidas por legislação federal (IBAMA
2008) e/ou do estado do Rio de Janeiro (BERGALLO et al., 2000).

d) Espécies endêmicas, exóticas, raras ou não descritas


As espécies encontradas são comuns em ambientes de praia no litoral brasileiro, com
características de apresentar variações espaço-temporais nas populações. Não foram
encontradas espécies endêmicas, exóticas ou raras.

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Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

e) Espécies Migratórias
A macrofauna apresenta relação direta com o substrato, vivendo no interior ou sobre
(associado) o substrato inconsolidado, demonstrando variação vertical e horizontal no
ambiente, o que caracterizaria a sua distribuição em manchas, principalmente na fase adulta,
que apresenta deslocamento restrito ou nulo num período curto de tempo (PEREIRA &
SOARES-GOMES, 2002).

f) Espécies de interesse econômico e/ou médico-veterinário


Não foram encontradas espécies de interesse econômico e/ou médico-veterinário,
ressaltando, porém, a ocorrência do gênero de poliqueta Glycera sp., que tem sido utilizada
por pescadores como isca, além de poder ser explorada comercialmente (PAIVA, 2006)

g) Espécies indicadoras de qualidade ambiental


As espécies Talitrus saltator, Excirolana brasiliensis e Emerita brasiliensis, além do
caranguejo da epifauna, Ocypode quadrata (caranguejo fantasma), são indicadoras de
qualidade ambiental, podendo ter suas densidades alteradas em resposta à ação antrópica
na região das praias arenosas (VIEIRA et al., 2012 & BLANKENSTEYN, 2006).

h) Distribuição da fauna no ambiente


Endofauna

Em relação aos grupos registrados, Nemertea (N: 75 ind) e Arthropoda (N: 22 ind)
apresentaram os maiores números de indivíduos durante a 1ª campanha, enquanto na 2ª
campanha, a comunidade na Área de Influência Direta e Diretamente Afetada foi
caracterizada pela elevada ocorrência de Arthropoda (N: 165 ind.), equivalente a 97% dos
organismos encontrados nos pontos amostrais de macrofauna do entremarés da praia,
seguido por Mollusca (N: 03 ind.; 2% dos organismos) e Annelida (N: 02 ind.; 1% dos
organismos) (Figura 9.2.2-52 e Figura 9.2.2-53; Quadro 9.2.2-22).

Avaliando a abundância total entre as duas campanhas, Arthropoda representou 67% da


fauna encontrada (187 ind.), Nemertea 27% (75 ind.), e Annelida (8 ind.) e Molusca (7 ind)
que juntos representaram 6% da abundância total. Os dois níveis de maré nas campanhas de
amostragem não demonstraram padrão semelhante, com a primeira campanha tendo os
maiores valores de ocorrência para Nemertea (75 ind.) e Arthropoda (18 ind.) sendo
encontrados no MLS, enquanto no MLI Annelida foi o grupo com maior número (6 ind.), que
juntamente com Mollusca, apresentaram distribuição restrita ao MLI, enquanto na segunda
campanha Arthropoda foi mais abundante nos dois níveis de maré (MLS: 159 ind; MLI: 06
ind.) (Figura 9.2.2-52 e Figura 9.2.2-53; Quadro 9.2.2-22).

Os maiores valores de número de indivíduos para Nemertea foram observados no MLS dos
pontos BP1 (28 ind.) e PB3 (37 ind.) durante a 1ª campanha, enquanto para Arthropoda, o filo
apresentou os maiores abundâncias na 2ª campanha, sendo estes valores encontrados nos
pontos BP2 (MLS: 24 ind), BP3 (MLS: 94 ind) e BP4 (MLS: 39 ind), sendo que Arthropoda foi
o único filo a ocorrer em todos os níveis dos pontos amostrais. Os demais filos apresentaram
baixa ocorrência ou até ausência nos níveis de maré ao longo dos pontos amostrais para as
duas campanhas realizadas, sendo que, com exceção de Arthropoda, os demais filos
apresentaram os menores valores na 2ª campanha (Figura 9.2.2-52 e Figura 9.2.2-53;
Quadro 9.2.2-22).

ARCADIS logos 799


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Figura 9.2.2-52 - Percentual total de indivíduos dos grandes grupos de organismos coletados no
MLS e MLI dos pontos amostrais da macrofauna do entre marés de praia arenosa, na área de
influência direta dos Terminais Ponta Negra na 1ª campanha (Setembro/2012) e 2ª campanha
(Janeiro/2013).

Figura 9.2.2-53 - Número total de indivíduos por grande grupo coletado no MLS e MLI dos
pontos amostrais da macrofauna do entre marés de praia arenosa, na área de influência direta
dos Terminais Ponta Negra na 1ª campanha (Setembro/2012) e 2ª campanha (Janeiro/2013).

Os maiores valores do número de indivíduos no MLS foram encontrados nos pontos


amostrais BP3 (N-total: 94; N-médio: 31,33±10,7) e BP4 (N-total: 39; N-médio: 13±3,61) na
segunda campanha, enquanto os menores valores foram encontrados em BP2 (N-total: 12;
N-médio: 4±1,73) na primeira campanha e BP1 (N-total: 3; N-médio: 1±0,58) na segunda. No
MLI o maior valor do número de indivíduos foi observado no ponto BP2 (N-total: 08; N-médio:
2,67±0,88) na primeira campanha e o menor em BP1 (N-total: 01; N-médio: 0,33±0,33) e BP3
(N-total: 01; N-médio: 0,33±0,33), encontrados respectivamente na 1ª e 2ª campanhas
(Quadro 9.2.2-22 e Tabela 9.2.2-31).

ARCADIS logos 800


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Os valores do número de indivíduos (ANOVA) foram significativamente diferentes entre os


pontos amostrais e níveis, porém em relação ao nível de maré, com os valores no MLS
maiores que no MLI para a 1ª e 2ª campanhas realizadas. Em relação às campanhas, o MLS
na segunda campanha apresentou tendência de valores superiores aos encontrados para
este nível durante a 1ª campanha (Tabela 9.2.2-14; Tabela 9.2.2-32 e Figura 9.2.2-54).

O número de indivíduos no MLI não apresentou padrão semelhante ao encontrado para o


MLS dos pontos amostrais, com a 1ª campanha tendendo a apresentar valores discretamente
superiores aos encontrados na 2ª campanha. Não foram observados valores
significativamente diferentes para número de indivíduos, quanto às campanhas e entre as
campanhas para os pontos amostrais no MLI (ANOVA). Este padrão foi resultado dos valores
baixos do número de indivíduos encontrados no MLI, tanto na 1ª campanha quanto na 2ª
campanha (Tabela 9.2.2-32; Tabela 9.2.2-33 e Figura 9.2.2-54).

Figura 9.2.2-54 - Número médio (+desvio padrão) de indivíduos (N) coletados no MLS e MLI dos
pontos amostrais da meiofauna praial, na área de influência direta dos Terminais Ponta Negra
na 1ª campanha (Setembro/2012) e 2ª campanha (Janeiro/2013).

Os táxons com os maiores valores de abundância observados na área de estudo durante a 1ª


campanha foram Nemertea (75 ind), Excirolana braziliensis (8 ind) e Insecta (7 ind), onde os
dois primeiros apresentaram os maiores valores nos pontos BP3 e BP1, respectivamente,
enquanto o terceiro, no BP2, sendo ambos no MLS. Porém, para a 2ª campanha, o crustáceo
da família Hippidae, Excirolana braziliensis, representado por 146 indivíduos (os maiores
valores encontrados em BP3), foi o táxon mais abundante da comunidade, com o isópoda
Talitrus saltator apresentando a segunda maior abundância, com apenas 13 indivíduos
encontrados no BP4, sendo ambos no MLS. Isso demonstra a variação temporal apresentada
pela fauna entre as duas campanhas realizadas (Quadro 9.2.2-22).

A comunidade apresentou valores de ocorrência baixos (menor que 10 ind/espécie) para as


espécies encontradas na 1ª campanha, com exceção de Nemertea; porém, este grupo
apresentou ocorrência restrita ao MLS, não sendo encontrado no BP2, padrão este também
observado para o número de indivíduos na 2ª campanha, onde, com exceção dos crustáceos
E. braziliensis e Talitrus saltator, os demais táxons também apresentaram menos de
10ind/espécie (Quadro 9.2.2-22).

ARCADIS logos 801


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Quadro 9.2.2-22 - Valores de ocorrências da macrofauna bentônica praial registrados no MLS e MLI dos pontos amostrais na área Terminais
Ponta Negra na 1ª campanha - Setembro/2012 e 2ª campanha - Janeiro/2013. (NM – Nível de maré: MLS e MLI).

1ª CAMPANHA 2ª CAMPANHA

PONTOS AMOSTRAIS NM PONTOS AMOSTRAIS NM

Táxon BP BP BP BP BP BP BP BP Ger BP BP BP BP BP BP BP BP Ger


Total Total
1 1 2 2 3 3 4 4 al 1 1 2 2 3 3 4 4 al

ML ML ML ML ML ML ML ML ML M Tot ML ML ML ML ML ML ML ML ML M Tot
S I S I S I S I S LI al S I S I S I S I S LI al

FILO
ANNELIDA
Classe
Polychaeta
Ordem
Phyllodocida
Fam.
Glycera sp. 0 1 0 5 0 0 0 0 0 6 6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Glyceridae
Hemipodus olivieri
(Orenzans & 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1
Gianuca, 1974)
Fam.
Eteone sp. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1
Phyllodocidae
FILO
ARTHROPODA
SubFilo
Crustacea

ARCADIS logos 802


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

1ª CAMPANHA 2ª CAMPANHA

PONTOS AMOSTRAIS NM PONTOS AMOSTRAIS NM

Táxon BP BP BP BP BP BP BP BP Ger BP BP BP BP BP BP BP BP Ger


Total Total
1 1 2 2 3 3 4 4 al 1 1 2 2 3 3 4 4 al

ML ML ML ML ML ML ML ML ML M Tot ML ML ML ML ML ML ML ML ML M Tot
S I S I S I S I S LI al S I S I S I S I S LI al

Classe
Malacostraca
Ordem
Amphipoda
Talitrus saltator
Fam. Talitridae 0 0 3 1 0 2 0 0 3 3 6 0 0 0 0 0 0 13 0 13 0 13
(Montagu, 1808)
Ordem
Decapoda
Emerita brasiliensis
Fam. Hippidae 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1 0 0 0 3 0 1 0 0 0 4 4
(Schmitt, 1935)

Ordem Isopoda

Fam. Excirolana braziliensis 14


3 0 2 0 0 0 3 0 8 0 8 2 2 24 0 94 0 26 0 2 148
Cirolanidae (Richardson, 1912) 6

Classe Insecta Ordem Hymenoptera 0 0 7 0 0 0 0 0 7 0 7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

FILO
MOLLUSCA

Classe Bivalvia

ARCADIS logos 803


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

1ª CAMPANHA 2ª CAMPANHA

PONTOS AMOSTRAIS NM PONTOS AMOSTRAIS NM

Táxon BP BP BP BP BP BP BP BP Ger BP BP BP BP BP BP BP BP Ger


Total Total
1 1 2 2 3 3 4 4 al 1 1 2 2 3 3 4 4 al

ML ML ML ML ML ML ML ML ML M Tot ML ML ML ML ML ML ML ML ML M Tot
S I S I S I S I S LI al S I S I S I S I S LI al

Ordem
Veneroida

Fam. Donax hanleyanus


0 0 0 2 0 0 0 2 0 4 4 1 0 2 0 0 0 0 0 3 0 3
Donacidae (Philippi, 1847)
FILO
NEMERTEA

Nemertea 28 0 0 0 37 0 10 0 75 0 75 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

16
N total 31 1 12 8 37 2 13 3 93 14 107 3 2 26 3 94 1 39 2 8 170
2

S total 2 1 3 3 1 1 3 2 4 4 7 2 1 2 1 1 1 2 2 3 4 6

ARCADIS logos 804


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

A comunidade apresentou valores baixos para os índices de estrutura, onde a maior média
de diversidade (H’) na praia foi encontrada no MLI do ponto amostral BP2 (H’loge – 0,56±0,30
bits.ind-1) durante a 1ª campanha, resultante das maiores médias para equitabilidade
(0,62±0,31). Esse valor foi determinado pelas médias do número de organismos e de riqueza
de espécies (0,78±0,42), o que acabou por caracterizar esta área com os valores mais altos
de diversidade média entre as duas campanhas, considerando a distribuição dos indivíduos
nos táxons encontrados. O ponto BP4 na 2ª campanha apresentou o maior valor médio de
diversidade no MLS (0,42±0,03) (Tabela 9.2.2-31; Figura 9.2.2-55 a Figura 9.2.2-57).

Os pontos BP3 (MLS e MLI) na 1ª e 2ª campanhas, BP4 (MLS) e BP1 (MLS) na 1ª


campanha, e BP2 (MLI) e BP1 (MLS e MLI) na 2ª campanha apresentaram valores iguais a
zero (0,0) para a diversidade (H’) e riqueza de Margalef (d’). Os maiores valores médios de
diversidade foram encontrados no MLI na 1ª campanha. Os valores de diversidade variaram
de 0,0 bits.ind-1 a 0,56 bits.ind-1. Esta característica apresentou padrão semelhante ao
encontrado para os dados levantados quanto à ocorrência dos grupos e organismos,
evidenciando e caracterizando, assim, a estrutura da comunidade local em resposta às
condições do ambiente, também verificada pelos menores valores dos índices da
comunidade apresentados nestes pontos, independente do nível de maré, que compõem a
área de influência do empreendimento (Quadro 9.2.2-22; Tabela 9.2.2-32; Figura 9.2.2-55 a
Figura 9.2.2-57).

Quando aplicada a ANOVA entre os diversos índices ecológicos, foram observadas


diferenças significativas principalmente entre os pontos amostrais e níveis de maré ao longo
das campanhas (ANOVA: p<0,05), com exceção do número médio de organismos, que
também apresentou variação significativa na interação entre os fatores pontos, nível de maré
e campanhas, demonstrando assim a variabilidade espaço-temporal da abundância na
comunidade presente na área estudada. Os resultados desta análise de variância encontram-
se na Tabela 9.2.2-15.

ARCADIS logos 805


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Tabela 9.2.2-31 - Valores médios e erro padrão (EP) do número de indivíduos e riqueza de Margalef (d’), e dos índices de diversidade (H’),
equitabilidade de Pielou (J’) e dominância de Simpson nos pontos amostrais da macrofauna praial na área de influência dos Terminais Ponta
Negra na 1ª campanha (Setembro/2012) e 2ª campanha (Janeiro/2013).

Dominância de
N d' J' H'(loge)
Simpson

Campanha Nível Ponto Média EP Média EP Média EP Média EP Média EP

1ª Campanha MLS BP1 10,3 4,1 0,27 0,14 0,36 0,22 0,25 0,15 0,85 0,10
BP2 4,0 1,7 0,24 0,24 0,27 0,27 0,19 0,19 0,88 0,13
BP3 12,3 1,5 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,00 0,00
BP4 4,3 3,0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,67 0,33
MLI BP1 0,3 0,3 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33 0,33
BP2 2,7 0,9 0,78 0,42 0,62 0,31 0,56 0,30 0,64 0,19
BP3 0,7 0,7 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33 0,33
BP4 1,0 0,6 0,48 0,48 0,33 0,33 0,23 0,23 0,50 0,29
2ª Campanha MLS BP1 1,0 0,6 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,67 0,33
BP2 8,7 1,2 0,14 0,14 0,23 0,23 0,16 0,16 0,90 0,10
BP3 31,3 10,7 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,00 0,00
BP4 13,0 3,6 0,41 0,04 0,61 0,04 0,42 0,03 0,74 0,02
MLI BP1 0,7 0,7 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33 0,33
BP2 1,0 1,0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33 0,33
BP3 0,3 0,3 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33 0,33
BP4 0,7 0,7 0,48 0,48 0,33 0,33 0,23 0,23 0,17 0,17
Nível MLS 10,6 2,3 0,13 0,05 0,18 0,06 0,13 0,04 0,84 0,06
MLI 0,9 0,2 0,22 0,10 0,16 0,08 0,13 0,06 0,37 0,09

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Terminais Ponta Negra – TPN

Dominância de
N d' J' H'(loge)
Simpson

Campanha Nível Ponto Média EP Média EP Média EP Média EP Média EP


Campanha 4,5 1,1 0,22 0,09 0,20 0,08 0,15 0,06 0,65 0,09
Campanha

7,1 2,4 0,13 0,07 0,15 0,06 0,10 0,04 0,56 0,09
Campanha

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Terminais Ponta Negra – TPN

Tabela 9.2.2-32 - Valores da Análise de Variância (ANOVA) (F e p) são apresentados para cada
parâmetro analisado da comunidade zoobentônica da macrofauna em relação aos fatores Ponto
amostral, Nível (MLS e MLI), Campanha (1ª campanha - setembro/12; 2ª campanha - janeiro/13) e
a interação entre eles.

Dominância
N d' J' H'(loge)
de Simpson

F p F p F p F p F p

Pto 5,258 0,005 2,430 0,083 3,013 0,044 2,950 0,047 0,480 0,698
Nível 36,956 0,000 0,644 0,428 0,066 0,799 0,000 0,996 14,457 0,001
Campanha 2,702 0,110 0,747 0,394 0,339 0,565 0,599 0,445 0,547 0,465
Pto*Nível 6,091 0,002 0,760 0,525 0,372 0,774 0,511 0,678 0,307 0,820
Pto*Campanha 3,248 0,035 1,603 0,208 2,431 0,083 2,570 0,072 0,068 0,976
Nível*Campanha 3,829 0,059 0,926 0,343 1,405 0,245 1,761 0,194 0,330 0,570
Pto*Nível*Campanha 3,530 0,026 0,968 0,420 1,791 0,169 1,873 0,154 0,327 0,806

Figura 9.2.2-55 - Valores médios e erro padrão do índice de riqueza de Margalef (d’) encontrado
nos pontos amostrais da macrofauna bentônica do entre marés de praia arenosa na área de
influência dos Terminais Ponta Negra na 1ª campanha (Setembro/2012) e 2ª campanha
(Janeiro/2013).

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Terminais Ponta Negra – TPN

Figura 9.2.2-56 - Valores médios e erro padrão do índice de Diversidade (H)’ encontrados nos
pontos amostrais da macrofauna bentônica do entre marés de praia arenosa na área de
influência dos Terminais Ponta Negra na 1ª campanha (Setembro/2012) e 2ª campanha
(Janeiro/2013).

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Terminais Ponta Negra – TPN

Figura 9.2.2-57 - Valores médios e erro padrão dos índices de A: Equitabilidade de Pielou (J’) e
B: Dominância de Simpson encontrados nos pontos amostrais da macrofauna bentônica do
entre marés de praia arenosa na área de influência dos Terminais Ponta Negra na 1ª campanha
(Setembro/2012) e 2ª campanha (Janeiro/2013).

Em relação à similaridade de Bray-Curtis entre os pontos quanto à composição e abundância


da endofauna, o MDS mostra a formação de dois grandes grupos, com um grupo formado
pelas amostras do MLI (1ª e 2ª campanhas) e o outro com as amostras do MLS (1ª e 2ª
campanhas), demonstrando que os dois níveis apresentam dissimilaridade quanto à
composição e abundância da dos táxons da macrofauna (Figura 9.2.2-58).

A separação das amostras entre as campanhas demonstrou padrão semelhante aos níveis,
principalmente em relação ao MLI, com as amostras da 1ª campanha apresentando
separação espacial para a 2ª campanha. A diferença entre as campanhas foi significativa
(PERMANOVA; p – 0,0001 – Tabela 9.2.2-16). Padrão semelhante também foi encontrado
em relação aos níveis, onde o MLS e MLI da primeira foram significativamente diferentes de
seus respectivos níveis na segunda campanha, assim como entre os níveis MLSxMLI em
cada campanha (PERMANOVA – par a par – Tabela 9.2.2-16, Tabela 9.2.2-17; Figura
9.2.2-58).

O MLS entre as campanhas apresentou diferenças significativas somente do ponto BP1 e


BP3, enquanto para o MLI somente a dissimilaridade entre campanha para BP2 foi
significativa (PERMANOVA), com os demais não apresentando diferenças significativas entre
as campanha em relação a composição e abundância da macrofauna (Tabela 9.2.2-35;
Figura 9.2.2-58).

A dissimilaridade entre os pontos por nível de maré também apresentou diferença


significativa (PERMANOVA par a par), porém no MLS da 1ª campanha foram observadas
somente entre BP3 para com BP1 e BP2, enquanto para a 2ª campanha somente a interação
entre BP2 x BP3 não foi encontrada diferença significativa. No MLI foram observados
padrões semelhantes ao MLS na 1ª campanha em relação aos pontos, com somente BP3

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Terminais Ponta Negra – TPN

para com BP1 e BP2 demonstrando diferença significativa. Para a 2ª campanha não foram
observada diferenças significativas para a dissimilaridade entre os pontos amostrais em
relação a composição e abundância da macrofauna (Tabela 9.2.2-36Figura 9.2.2-58).

A análise SIMPER identificou as espécies que mais contribuíram para a dissimilaridade entre
os grupos quanto as interações e fatores analisados que diferiram significativamente na
PERMANOVA, destacando-se Nemertea, Excirolana braziliensis, Talitrus saltator, Emerita
brasiliensis, Donax hanleyanus e Glycera sp. que contribuíram com aproximadamente 75%
do percentual de dissimilaridade principalmente entre campanhas e níveis (Tabela 9.2.2-37 a
Tabela 9.2.2-40). A dissimilaridade entre as campanhas foi de 94,1 % (Tabela 9.2.2-37)
enquanto entre os níveis, variou de 85 a 99,28% (Tabela 9.2.2-38).

Para a interação entre os fatores Ponto x nível de maré, a análise de SIMPER no MLS, a
ocorrência e distribuição de Nemertea, Hymenoptera e dos crustáceos Excirolana braziliensis
e Talitrus saltator apresentaram os maiores percentuais de contribuição da dissimilaridade
entre os pontos amostrais (Tabela 9.2.2-39). No MLI as diferenças foram geradas, por sua
vez, pela ocorrência e abundância de Glycera sp., Talitrus saltator, Donax hanleyanus e
Emerita brasiliensis (Tabela 9.2.2-40).

Transform: Square root


Resemblance: S17 Bray Curtis similarity (+d)

BP2 BP4
2D Stress: 0,11 NívelCampanha
MLS1ª Camp
BP2 BP3 MLI1ª Camp
BP2 MLS2ª Camp
MLI2ª Camp
BP4

BP3
BP1
BP1
BP1
BP3
BP2
BP4
BP4

BP1

BP3

Figura 9.2.2-58 - Análise de ordenação nMDS (“non-metricMulti Dimensional Scaling”) entre os


pontos amostrais, da macrofauna bentônica do entre marés de praia arenosa, na área de
influência dos Terminais Ponta Negra na 1ª campanha (Setembro/2012) e 2ª campanha
(Janeiro/2013).

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Tabela 9.2.2-33 - Resultados da análise PERMANOVA da macrofauna praial entre pontos


amostrais (PO), níveis (Ni) e campanhas (Ca) (1ª campanha - setembro/2012; 2ª campanha -
janeiro/2013) da área dos Terminais Ponta Negra, RJ, e respectivas interações. (d.f) graus de
liberdade; p(MC) significância da permutação de Monte Carlo.

Unique

F P perms p(MC)

Po 2,3437 0,003 9925 0,007


Ní 26,694 <0,001 9953 <0,001
Ca 10,212 <0,001 9945 <0,001
PoxNí 3,1203 <0,001 9927 <0,001
PoxCa 3,1949 <0,001 9918 <0,001
NíxCa 11,578 <0,001 9953 <0,001
PoxNíxCa 3,7891 <0,001 9928 <0,001

Tabela 9.2.2-34 - Resultados da análise PERMANOVA par a par da macrofauna praial entre os
níveis (MLS x MLI) em cada campanha, e por nível entre as campanhas (1ª campanha -
setembro/2012 x 2ª campanha - janeiro/2013). (d.f) graus de liberdade; p(MC) significância da
permutação de Monte Carlo.

Unique

MLS x MLI t P perms p(MC)

1ª Campanha 3,8327 <0,001 9957 <0,001


2ª Campanha 5,0311 <0,001 9946 <0,001

Unique

1ª camp X 2ª camp t P perms p(MC)

MLS 3,9975 <0,001 9948 <0,001


MLI 2,1077 0,003 9966 0,007

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Tabela 9.2.2-35 - Resultados da análise PERMANOVA par a par da macrofauna praial dos pontos
amostrais entre campanhas (1ª campanha - setembro/2012; 2ª campanha - janeiro/2013) por
nível (MLS e MLI). (d.f) graus de liberdade; p(MC) significância da permutação de Monte Carlo.

MLS MLI

Unique Unique

1ª camp X 2ª camp t P perms p(MC) t P perms p(MC)

BP1 2,5954 0,10 10 0,03 1,0287 0,60 2 0,38


BP2 1,7550 0,10 10 0,10 2,6263 0,10 7 0,02
BP3 8,1900 0,10 10 <0,001 1,0287 0,60 2 0,38
BP4 1,8998 0,10 10 0,07 1,3940 0,39 4 0,21

Tabela 9.2.2-36 - Resultados da análise PERMANOVA par a par da macrofauna praial entre os
pontos amostrais por nível (MLS e MLI) em cada campanha (1ª campanha - setembro/2012; 2ª
campanha - janeiro/2013). (d.f) graus de liberdade; p(MC) significância da permutação de Monte
Carlo.

1ª Campanha 2ª Campanha

Unique Unique

MLS t P perms p(MC) t P perms p(MC)

BP1 x BP2 1,9644 0,10 10 0,05 2,3477 0,10 10 0,05


BP1 x BP3 1,1441 0,60 10 0,33 2,8837 0,10 10 0,02
BP1 x BP4 1,165 0,50 10 0,33 2,5633 0,10 10 0,02
BP2 x BP3 2,6958 0,10 10 0,02 2,1573 0,10 10 0,07
BP2 x BP4 0,88828 0,80 10 0,52 2,3219 0,10 10 0,04
BP3 x BP4 1,7467 0,20 7 0,12 2,4168 0,10 10 0,05

1ª Campanha 2ª Campanha

Unique Unique

MLI t P perms p(MC) t P perms p(MC)

BP1 x BP2 2,4784 0,20 5 0,05 0,98281 1,00 2 0,41


BP1 x BP3 1,0287 0,60 2 0,39 1,0287 0,60 2 0,39
BP1 x BP4 1,6220 0,30 4 0,14 0,97122 1,00 2 0,42
BP2 x BP3 2,6163 0,10 7 0,04 0,27074 1,00 2 0,82
BP2 x BP4 2,0778 0,10 10 0,07 0,9544 1,00 2 0,44
BP3 x BP4 1,5081 0,41 4 0,17 0,99846 1,00 2 0,41

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Terminais Ponta Negra – TPN

Tabela 9.2.2-37 - Contribuição percentual das espécies da macrofauna praial para a


dissimilaridade entre as campanhas (1ª Campanha - setembro/2012; 2ª Campanha –
janeiro/2013). Ab.: abundância. Diss: dissimilaridade; DP: desvio padrão; Contrib: percentagem
de contribuição; Cum: cumulativa.

Groups 1ª Camp & 2ª Camp

Dis.média (%) = 94,10 1ª Camp 2ª Camp

Ab.médi Ab.médi Dis.médi Diss/D Contrib Cum.


Espécies
a a a P % %

Excirolana braziliensis (Richardson,


0,26 1,48 34,12 0,99 36,26 36,26
1912)
Nemertea 0,93 0 21,32 0,63 22,66 58,91
Talitrus saltator (Montagu, 1808) 0,17 0,24 9,39 0,47 9,98 68,89
Donax hanleyanus (Philippi, 1847) 0,17 0,1 8,88 0,44 9,43 78,33
Glycera sp. 0,2 0 8,28 0,38 8,8 87,12
Emerita brasiliensis (Schmitt, 1935) 0,04 0,11 6,18 0,33 6,57 93,69

Tabela 9.2.2-38 - Contribuição percentual das espécies da macrofauna praial para a


dissimilaridade entre os níveis (faixas) de maré (MLS: Médiolitoral superior; MLI: Médiolitoral
inferior) por campanha e entre as campanhas (1ª Campanha - setembro/2012; 2ª Campanha –
janeiro/2013). Ab.: abundância. Diss: dissimilaridade; DP: desvio padrão; Contrib: percentagem
de contribuição; Cum: cumulativa.

MLS1ª Camp & MLI1ª Camp

MLS1ªCam MLI1ªCam
Dis.média (%) = 99,28
p p

Dis.médi Diss/D Contrib Cum.


Espécies Ab.média Ab.média
a P % %

Nemertea 1,87 0,00 45,07 1,14 45,40 45,40


Excirolana braziliensis (Richardson,
0,51 0,00 18,25 0,65 18,38 63,79
1912)
Glycera sp. 0,00 0,40 10,46 0,59 10,54 74,32
Talitrus saltator (Montagu, 1808) 0,14 0,20 8,50 0,47 8,56 82,88
Donax hanleyanus (Philippi, 1847) 0,00 0,33 8,23 0,59 8,29 91,17
(continuação)

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MLS1ª Camp & MLS2ª Camp

MLS1ªCam MLS2ªCam
Dis.média (%) = 85,58
p p

Dis.médi Diss/D Contrib Cum.


Espécies Ab.média Ab.média
a P % %

Excirolana braziliensis (Richardson,


0,51 2,85 39,07 1,54 45,65 45,65
1912)
Nemertea 1,87 0,00 29,28 1,03 34,21 79,87
Talitrus saltator (Montagu, 1808) 0,14 0,48 8,58 0,57 10,03 89,90
Donax hanleyanus (Philippi, 1847) 0,00 0,20 4,53 0,37 5,30 95,20

MLI1ª Camp & MLI2ª Camp

MLI1ªCam MLI2ªCam
Dis.média (%) = 98,84
p p

Dis.médi Diss/D Contrib Cum.


Espécies Ab.média Ab.média
a P % %

Glycera sp. 0,40 0,00 28,67 0,78 29,01 29,01


Donax hanleyanus (Philippi, 1847) 0,33 0,00 21,39 0,73 21,64 50,65
Emerita brasiliensis (Schmitt, 1935) 0,08 0,23 19,60 0,60 19,82 70,48
Talitrus saltator (Montagu, 1808) 0,20 0,00 12,60 0,45 12,75 83,23
Excirolana braziliensis (Richardson,
0,00 0,12 8,01 0,33 8,11 91,33
1912)

MLS2ª Camp & MLI2ª Camp

MLS2ªCam MLI2ªCam
Dis.média (%) = 95,87
p p

Dis.médi Diss/D Contrib Cum.


Espécies Ab.média Ab.média
a P % %

Excirolana braziliensis (Richardson,


2,85 0,12 66,02 1,96 68,86 68,86
1912)
Talitrus saltator (Montagu, 1808) 0,48 0,00 10,10 0,52 10,54 79,40
Donax hanleyanus (Philippi, 1847) 0,20 0,00 9,66 0,39 10,07 89,47
Emerita brasiliensis (Schmitt, 1935) 0,00 0,23 6,28 0,37 6,55 96,02

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Terminais Ponta Negra – TPN

Tabela 9.2.2-39 - Contribuição percentual das espécies da macrofauna praial para a


dissimilaridade entre os pontos amostrais nos níveis (faixas) de maré (MLS: Médiolitoral
superior; MLI: Médiolitoral inferior) por campanha (1ª Campanha - setembro/2012; 2ª Campanha
– janeiro/2013). Ab.: abundância. Diss: dissimilaridade; DP: desvio padrão; Contrib:
percentagem de contribuição; Cum: cumulativa.

BP1 MLS1ª Camp x BP2 MLS1ª


Camp

BP1 MLS1ª BP2 MLS1ª


Dis.média (%) = 85,88
Camp Camp

Av.Di Diss/S Contrib


Espécies Av.Abund Av.Abund Cum.
ss D %
%

Nemertea 2,92 0 50,62 4,68 58,94 58,94

Hymenoptera 0 0,88 14,5 0,64 16,88 75,82

Excirolana braziliensis
0,8 0,67 11,41 0,97 13,29 89,11
(Richardson, 1912)

Talitrus saltator (Montagu, 1808) 0 0,58 9,35 0,64 10,89 100

BP2 MLS1ª Camp x BP3 MLS1ª


Camp

BP2 MLS1ª BP3 MLS1ª


Dis.média (%) = 100,00
Camp Camp

Av.Di Diss/S Contrib Cum.


Espécies Av.Abund Av.Abund
ss D % %

Nemertea 0 3,5 63,53 5,88 63,53 63,53

Hymenoptera 0,88 0 14,38 0,67 14,38 77,92

Excirolana braziliensis
0,67 0 12,8 1,28 12,8 90,72
(Richardson, 1912)

BP1 MLS2ª Camp x BP2 MLS2ª


Camp

BP1 MLS2ª BP2 MLS2ª


Dis.média (%) = 75,36
Camp Camp

Av.Di Diss/S Contrib


Espécies Av.Abund Av.Abund Cum.
ss D %
%

Excirolana braziliensis
0,47 2,82 62,3 2,23 82,67 82,67
(Richardson, 1912)
Donax hanleyanus (Philippi,
0,33 0,47 13,06 0,93 17,33 100
1847)

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BP1 MLS2ª Camp x BP3 MLS2ª


Camp

BP1 MLS2ª BP3 MLS2ª


Dis.média (%) = 85,17
Camp Camp

Av.Di Diss/S Contrib Cum.


Espécies Av.Abund Av.Abund
ss D % %

Excirolana braziliensis
0,47 5,37 79,53 3,77 93,38 93,38
(Richardson, 1912)

BP1 MLS2ª Camp x BP4 MLS2ª


Camp

BP1 MLS2ª BP4 MLS2ª


Dis.média (%) = 84,07
Camp Camp

Av.Di Diss/S Contrib Cum.


Espécies Av.Abund Av.Abund
ss D % %

Excirolana braziliensis
0,47 2,73 42,21 1,73 50,2 50,2
(Richardson, 1912)

Talitrus saltator (Montagu, 1808) 0 1,91 35,8 2,03 42,59 92,79

BP2 MLS2ª Camp x BP4 MLS2ª


Camp

BP2 MLS2ª BP4 MLS2ª


Dis.média (%) = 41,28
Camp Camp

Av.Di Diss/S Contrib


Espécies Av.Abund Av.Abund Cum.
ss D %
%

Talitrus saltator (Montagu, 1808) 0 1,91 24,31 2,08 58,9 58,9

Excirolana braziliensis
2,82 2,73 11,71 1,57 28,36 87,26
(Richardson, 1912)
Donax hanleyanus (Philippi,
0,47 0 5,26 0,66 12,74 100
1847)

BP3 MLS2ª Camp x BP4 MLS2ª


Camp

BP3 MLS2ª BP4 MLS2ª


Dis.média (%) = 47,18
Camp Camp

Av.Di Diss/S Contrib


Espécies Av.Abund Av.Abund Cum.
ss D %
%

Excirolana braziliensis
5,37 2,73 27,58 1,85 58,46 58,46
(Richardson, 1912)

Talitrus saltator (Montagu, 1808) 0 1,91 19,6 1,96 41,54 100

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BP1 MLI1ª Camp x BP2 MLI1ª


Camp

BP1 MLI1ª BP2 MLI1ª


Dis.média (%) = 77,35
Camp Camp

Av.Di Diss/S Contrib


Espécies Av.Abund Av.Abund Cum.
ss D %
%

Glycera sp. 0,33 1,28 46,84 1,28 60,55 60,55

Donax hanleyanus (Philippi,


0 0,67 21,48 1,25 27,78 88,33
1847)

Talitrus saltator (Montagu, 1808) 0 0,33 9,03 0,66 11,67 100

BP2 MLI1ª Camp x BP3 MLI1ª


Camp

BP2 MLI1ª BP3 MLI1ª


Dis.média (%) = 95,40
Camp Camp

Av.Di Diss/S Contrib


Espécies Av.Abund Av.Abund Cum.
ss D %
%

Glycera sp. 1,28 0 56,41 2,13 59,13 59,13

Donax hanleyanus (Philippi,


0,67 0 20,92 1,23 21,93 81,05
1847)

Talitrus saltator (Montagu, 1808) 0,33 0,47 18,08 0,85 18,95 100

Tabela 9.2.2-40 - Contribuição percentual das espécies da macrofauna praial para a


dissimilaridade por pontos amostrais nos níveis (faixas) de maré (MLS: Médiolitoral superior;
MLI: Médiolitoral inferior) entre campanhas (1ª Campanha - setembro/2012; 2ª Campanha –
janeiro/2013). Ab.: abundância. Diss: dissimilaridade; DP: desvio padrão; Contrib: percentagem
de contribuição; Cum: cumulativa.

BP1 MLS1ª Camp x BP1


MLS2ª Camp

BP1 MLS1ª BP1 MLS2ª


Dis.média (%) = 90,86
Camp Camp

Av.Di Diss/ Contri Cum.


Espécies Av.Abund Av.Abund
ss SD b% %

Nemertea 2,92 0 66,88 4,31 73,61 73,61


Excirolana braziliensis
0,8 0,47 16,27 1,02 17,9 91,51
(Richardson, 1912)

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BP3 MLS1ª Camp x BP3


MLS2ª Camp

BP3 MLS1ª BP3 MLS2ª


Dis.média (%) = 100,00
Camp Camp

Av.Di Diss/ Contri


Espécies Av.Abund Av.Abund Cum.
ss SD b%
%

Excirolana braziliensis
0 5,37 59,18 6,61 59,18 59,18
(Richardson, 1912)
Nemertea 3,5 0 40,82 4,56 40,82 100

BP2 MLI1ª Camp x BP2 MLI2ª


Camp

BP2 MLI1ª BP2 MLI2ª


Dis.média (%) = 100,00
Camp Camp

Av.Di Diss/ Contri Cum.


Espécies Av.Abund Av.Abund
ss SD b% %

Glycera sp. 1,28 0 55,35 2,03 55,35 55,35


Donax hanleyanus (Philippi,
0,67 0 20,55 1,21 20,55 75,91
1847)
Emerita brasiliensis (Schmitt,
0 0,58 15,43 0,63 15,43 91,33
1935)

Epifauna

O número e densidade de tocas de Ocypode quadrata encontrados apresentaram diferenças


significativas (ANOVA p<0,05) entre os pontos, principalmente em relação a 1ª campanha,
tendo BP4 e BP2 valores superiores a BP3 e BP1, com este último não demonstrando
presença de tocas ativas, e com isso apresentando valor igual a zero (0,0). Em relação aos
valores encontrados para a 2ª campanha, foram encontrados valores somente em BP4, com
os demais pontos amostrais também apresentando valores iguais a zero (0,0) (Figura
9.2.2-59).

As tocas durante a 1ª campanha apresentaram os menores valores médios de tamanho no


ponto BP1, uma vez que não foram encontradas tocas neste ponto, enquanto o maior valor
foi encontrado em BP4 (36,5mm). Porém, desconsiderando a ausência no BP1, não foram
encontradas diferenças significativas (ANOVA p>0,05) entre os demais pontos. Na 2ª
campanha foram observados valores somente no ponto amostral BP4 (36,5mm), porém com
valores médios discretamente inferiores aos observados na 1ª campanha (Tabela 9.2.2-41 e
Figura 9.2.2-59)

Em relação à largura e comprimento médio da carapaça, observou-se uma tendência de


aumento dos valores do ponto BP1 (0,0) ao BP4, com padrão semelhante encontrado para o
peso médio (g) dos indivíduos analisados, porém não foram encontradas diferenças

ARCADIS logos 819


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significativas entre os pontos para os parâmetros analisados (ANOVA p>0,05), com os


valores da 2ª campanha apresentando padrão semelhante ao observado na primeira, com os
maiores valores sendo encontrado em BP4 (Tabela 9.2.2-41 e Figura 9.2.2-60).

Figura 9.2.2-59 - Valores médios do número e densidade de tocas de O. quadrata encontradas


nos pontos amostrais de praia arenosa na área de influência dos Terminais Ponta Negra na 1ª
campanha (Setembro/2012) e 2ª campanha (Janeiro/2013).

Figura 9.2.2-60 - Valores médios da largura e comprimento da carapaça e do peso dos


indivíduos de O. quadrata encontrados nos pontos amostrais de praia arenosa na área de
influência dos Terminais Ponta Negra na 1ª campanha (Setembro/2012) e 2ª campanha
(Janeiro/2013).

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Tabela 9.2.2-41 - Valores médios do número, densidade e tamanho de tocas, peso e largura e
comprimento da carapaça de O. quadrata encontradas nos pontos amostrais de praia arenosa
na área de influência dos Terminais Ponta Negra na 1ª campanha (Setembro/2012) e 2ª
campanha (Janeiro/2013).

1ª Campanha 2ª Campanha

BP1 BP2 BP3 BP4 BP1 BP2 BP3 BP4

N (Tocas) 0,0 14,0 4,0 17,0 - - - 90,0


Densidade (Tocas.m²) 0,0 0,1 0,0 0,2 - - - 4,5
Tamanho Médio da Toca (mm) - 26,9 8,1 36,5 - - - 33,8
Desvio Padrão (mm) - 16,7 15,2 8,0 - - - 11,9
Largura Média da Carapaça (mm) - 32,0 33,6 35,8 - - - 33,1
Comprimento Médio da Carapaça (mm) - 27,0 28,3 30,2 - - - 32,3
Peso Médio (g) - 27,0 28,3 30,2 - - - 33,1

D) Discussão dos Resultados


Neste trabalho, os filos com maiores números de indivíduos foram Arthropoda (Crustacea)
juntamente com Nemertea, onde o segundo ocorreu exclusivamente no MLS durante a 1ª
campanha, enquanto Crustacea ocorreu nos dois níveis ao longo das campanhas, porém
com maiores valores também no MLS. Crustacea apresentou a maior variedade de táxons
encontrados, com a característica das suas espécies representantes terem ocorrido com
valores baixos de indivíduos durante a primeira campanha e apresentado abundância
elevada durante a segunda campanha. A elevada ocorrência de Nemertea pode estar
associada ao fato deste grupo ser predador, e como o ambiente apresenta a característica de
ter grande porcentagem de areia grossa (observação de campo), o ambiente facilitaria a sua
locomoção ativa e forrageio, uma vez que ambientes com granulometria mais grosseiras
podem apresentar elevada abundância de predadores, pela facilidade de deslocamento e/ou
filtradores, pelo alimento estar em suspensão (ROHR & ALMEIDA, 2006).

A macrofauna bentônica de praia é constituída por organismos associados ao substrato e, na


zona entre-marés, é dominada por crustáceos, moluscos e poliquetas, os quais alternam sua
dominância de acordo com a variação das condições abióticas da área (PAIVA et al., 2005;
MOLINA & VARGAS, 1994), como verificado entre as duas campanhas, uma vez que
Crustacea foi dominante somente na 2ª campanha. As condições físicas ocorrentes nas
praias são um dos principais fatores que determinariam a alternância entre estes grupos
quanto à questão da dominância no ambiente. Os poliquetas tendem a dominar em regiões
protegidas, de baixa energia e compostas por sedimentos mais finos. Os crustáceos, por sua
vez, dominam em ambientes de alta energia e sedimentos mais grosseiros, enquanto os
moluscos ocupam ambientes de características intermediárias (DEXTER, 1983). Desta forma,
com exceção da elevada abundância de nemertineos, os grupos que dominaram a
macrofauna nos pontos de praia foram Crustacea, Polychaeta e Mollusca, onde este último
apresentou os menores valores de abundância, indicando que o ambiente apresentou
características diferentes em relação à energia do sistema, dadas as suas características

ARCADIS logos 821


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hidrológicas, uma vez que Crustacea apresentou elevado número de indivíduos na segunda
campanha.

VIANA et al. (2005), estudando a fauna do entre-marés de praias arenosas do Ceará também
encontrou esta relação do predomínio de Crustacea e Polychaeta nas duas faixas,
semelhante ao encontrado no atual estudo, relacionando que a maior ocorrência de
poliquetos no MLI estaria associada ao acumulo de água nesta região, sendo desta forma
uma área com menor estresse físico, proporcionando uma maior abundância destes
organismos. Padrão semelhante ao observado durante as campanhas, uma vez que os
poliquetos ocorreram somente no MLI, enquanto os crustáceos foram dominantes no MLS,
principalmente na 2ª campanha, o que também foi encontrado em outros estudos no litoral do
Rio de Janeiro (FERNANDES & SOARES-GOMES, 2006; VELOSO et al., 2003; VELOSO &
CARDOSO, 2001).

Alguns autores, quando comparando tipos morfodinâmicos de praia, encontraram um


aumento na abundância da macrofauna, de praias refletivas para dissipativas (BROWN &
MCLACHLAN 1990; DEFEO et al. 1992; BORZONE et al. 1996; BRAZEIRO 1999), enquanto
em praias refletivas espécies filtradoras são favorecidas pelas características físicas do
ambiente, que disponibilizam o alimento na coluna d’água, o que explicaria a ocorrência de E.
brasiliensis no ambiente, semelhante ao observado por FERNANDES & SOARES-GOMES
(2006) ao estudar a macrofauna na praia exposta de Costa Azul.

NEVES & BEMVENUTTI (2006) e PAIVA et al. (2005) também encontraram padrão
semelhante de zonação, tendo os isópodes cirolanídeos apresentado grande abundância na
faixa superior, enquanto os poliquetos predominaram na faixa mais inferior da zona entre-
marés. A ocorrência de zonação em praias arenosas é comum, como verificada por DEFEO
& MCLACHLAN (2005), VIANA et al. (2005), BARROS et al. (2001) e VELOSO et al. (2003).

Os valores baixos dos índices de estrutura da comunidade encontrados ao longo dos pontos
da Praia de Jaconé seriam característicos de ambientes de praias refletivas que
apresentariam areia grossa, com intensa ação de ondas, onde de acordo com VELOSO et
al., (1997), por características do impacto das ondas e instabilidade do substrato,
apresentariam menor riqueza, equitabilidade e estabilidade na composição da macrofauna
quando comparadas com praias dissipativas (DEXTER, 1984 & MCLACHLAN et al., 1993), o
que poderia indicar a variação significativa apresentada no MLI para alguns pontos.

Um fator a ser destacado é a relação apresentada entre Excirolana brasiliensis e os


indivíduos pertencentes à família Talitridae (isópoda), uma vez que nos locais onde E.
brasiliensis ocorreu no MLS, foi verificada a baixa ocorrência ou ausência de talitrídeos. Fato
semelhante também foi verificado por VELOSO et al., (2008) estudando praias sobre efeito
de pressões antrópicas. Segundo VELOSO et al., (2006) o cirolanideo seria uma das
espécies mais abundantes em praias arenosas, urbanizadas e/ou protegidas, do estado do
Rio de Janeiro. Desta forma, VELOSO et al., (2008), consideraram os talitrídeos os
organismos com melhores características para atuar como indicadores de áreas com pressão
antrópicas, pois normalmente estão ausentes nestas condições.

Em relação a O. quadrata, os valores encontrados do comprimento da carapaça foram


levemente menores aos de BRANCO et al., (2010), ALBERTO & FONTOURA (1999) e
NEGREIROS-FRANSOZO et al. (2002), respectivamente para o litoral de Santa Catarina

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(3,8cm), Rio Grande do Sul (3,97cm) e São Paulo (4,07cm), onde os autores encontraram
relação do tamanho da carapaça com o sexo e o distanciamento da linha de praia, com
fêmeas apresentando carapaça menor que os machos, e indivíduos pequenos predominando
mais próximos à água, e tendendo ao aumento em direção a área de dunas. Fatores como
granulometria, alimento e água também seriam fatores físicos que interfeririam no tamanho e
ocorrência de indivíduos desta espécie, o que poderia explicar as variações entre as
campanhas, além da característica biológica da espécie, como período reprodutivo e
forrageamento, que sofre interferência das condições climáticas e temperatura.

Os valores encontrados de densidade de tocas foram menores aos observados por ARAÙJO
et al. (2008) nas praias consideradas pelos autores, como menos influenciada pela ação
antrópica, indicando assim, que os locais poderiam estar sob algum tipo de impacto ou
agente estressor. Porém, BRANCO et al. (2010) ressalta que o número de tocas e densidade
devem ser usados com muita cautela, visto a característica de variação da atividade biológica
do organismo.

Em relação à similaridade entre as estações amostrais vários autores tentam associar as


principais variáveis ambientais, tais como tamanho do grão, declividade da praia, exposição
ao hidrodinamismo, teor de matéria orgânica e salinidade, como responsáveis pela
distribuição da macrofauna na região entremarés (DEFEO & MCLACHLAN, 2005, BARROS
et al., 2001 e VELOSO et al., 2003). Entretanto, em muitos casos o ambiente físico por si só
não explica os padrões encontrados na distribuição faunística de praias. Nesse caso, as
interações biológicas entre as espécies e os padrões de distribuição espacial e temporal das
populações explicam melhor esses padrões.

Desta forma, condições hidrodinâmicas, características físico-químicas do sedimento como


umidade, oxigenação e salinidade e as interações entre espécies são fatores que podem
estar interferindo na estrutura e distribuição da comunidade ao longo dos pontos amostrais da
área de influência dos Terminais Ponta Negra, entre as campanhas de amostragem da
comunidade de macrofauna praial, indicando que a principal característica para estrutura da
comunidade foi a ocorrência de fauna de distribuição restrita e reduzida abundância
principalmente para a 1ª campanha, determinando valores baixos para os índices de
estrutura da comunidade ao longo dos pontos amostrais nas duas campanhas, porém com a
2ª campanha apresentando valores discretamente superiores aos encontrados na 1ª
campanha.

E) Considerações finais
Em relação aos grupos que ocorreram, Nemertea e Arthropoda apresentaram os maiores
números de indivíduos na Área de Influência Direta e Diretamente Afetada, equivalente a
mais de 90% dos organismos encontrados nos pontos amostrais de macrofauna do
entremarés da praia, seguido por Annelida e Molusca que juntos representaram menos que
7% da abundância total.

A comunidade apresentou valores baixos para os índices de estrutura da comunidade, com


os maiores valores sendo encontrados no MLI. Os valores de diversidade variaram de 0,0
bits.ind-1 a 0,56 bits.ind-1. Esta variação nos valores dos índices seguiu o descrito na
literatura, onde o ambiente praial, devido às características de exposição da fauna ao
ambiente, apresentaria uma fauna com valores baixos para os índices da comunidade.

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Em relação à similaridade de Bray-Curtis, o MDS mostra a formação de dois grupos, com um


grupo formado pelas amostras do MLI e o outro com o MLS, demonstrando que os dois níveis
apresentam dissimilaridade quanto a composição e abundância da dos táxons da
macrofauna. Padrão semelhante encontrado para as campanhas, com a 1ª campanha
apresentando composição e abundância significativamente diferente da 2ª campanha. Esta
variação nos índices e na composição da comunidade demonstra que a endofauna apresenta
distribuição espacial e temporal resultante das modificações da composição do sedimento em
resposta às variações hidrodinâmicas do ambiente.

O número e densidade de tocas de Ocypode quadrata encontrado apresentou diferenças


significativas entre os pontos, tendo BP4 e BP2 valores superiores a BP3 e BP1 na 1ª
campanha, com este último não demonstrando presença de tocas ativas. Para a 2ª
campanha foram encontrados valores somente no BP4.

Em relação a largura e comprimento médio da carapaça, observou-se uma tendência durante


as campanhas de aumento dos valores do ponto BP1 ao BP4, com padrão semelhante
encontrado para o peso médio (g) dos indivíduos analisados, porém não foram encontradas
diferenças significativas entre os pontos para os parâmetros analisados (ANOVA p>0,05),
porém com a 2ª campanha apresentando valores somente em BP4. As características
encontradas demonstram que os maiores organismos encontram-se no ponto BP4,
demonstrando uma separação espacial e etária da população de Ocypode quadrata na área
estudada.

A construção dos Terminais Ponta Negra acarretará no soterramento da macrofauna do


trecho da praia de Jaconé, localizada na Área Diretamente Afetada, em consequência da
instalação do empreendimento. Além disso, a porção da praia localizada próxima à porção
continental do Quebramar Leste sofrerá alterações na estrutura da comunidade em
consequência da mudança da granulometria em resposta à presença física da estrutura.
Estes impactos serão diretos e irreversíveis para a macrofauna.

F) Registros fotográficos

Foto 9.2.2-69 - Emerita brasiliensis. Foto 9.2.2-70 - Talitrus saltator

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Foto 9.2.2-71 - Excirolana braziliensis Foto 9.2.2-72 - Ocypode quadrata capturado nos
transectos

9.2.2.9. Bentos de Substrato Consolidado

A) Metodologia Aplicada

a) Levantamento de dados secundários


Para a complementação de informações sobre a ocorrência dos bentos de substrato
consolidado na área de influência do empreendimento foi utilizada uma base de dados
secundária, o que incluiu resultados de artigos científicos publicados, assim como resumos
em eventos científicos da área, monografias de graduação, dissertações de mestrado e teses
de doutorado, estudos de impacto ambiental e monitoramentos ambientais ocorridos na área
de influência do empreendimento (CEPEMAR, 2004; SOARES & FERNANDES, 2005;
SALOMÃO & COUTINHO, 2007; BRASILEIRO et al., 2009).

b) Levantamento de Dados Primários


Durante os dias 12 e 13 de setembro de 2012 (1ª Campanha - estação seca) e dias 23 e 24
de janeiro (2ª Campanha - estação chuvosa) foram realizadas amostragens de bentos de
substrato consolidado em três pontos no costão de Ponta Negra, com o objetivo de
inventariar o maior número de organismos possíveis.

Foto 9.2.2-73 - Costão rochoso em Ponta Negra, Maricá, Rio de Janeiro.

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c) Área de estudo
Na área de influencia dos Terminais Ponta Negra foram realizadas amostragens em três
pontos do costão rochoso em duas estações do ano (Quadro 9.2.2-23 e Figura 9.2.2-61). Os
dois primeiros pontos, localizados na área de influencia direta do empreendimento, têm por
finalidade acompanhar as transformações que a comunidade bentônica local de costão
rochoso sofrerá após a instalação do terminal portuário, enquanto que o terceiro ponto,
localizado ao sul do empreendimento, servirá de ponto controle para os futuros estudos de
monitoramento da comunidade bentônica de substrato consolidado. Além disso, os pontos
escolhidos permitiam o acesso ao costão de maneira segura devido às suas feições
íngremes, e consequente batimento de ondas.

Figura 9.2.2-61 - Pontos amostrais (CR1, CR2 e CR3) dos Bentos de Substrato Consolidado.

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Quadro 9.2.2-23 - Pontos amostrais, com respectivas descrições e coordenadas geográficas.

Pontos Localização Coordenadas geográficas

CR01 ADA 737697.96 m E 7460230.87 m S


CR02 ADA 737696.81 m E 7459457.83 m S
CR03 AID 737046.86 m E 7458999.33 m S

d) Procedimentos Metodológicos
Para o levantamento da comunidade de costão rochoso (fito e zoobentos não fital), foram
realizadas amostras qualitativas e quantitativas em três faixas do costão rochoso (Mesolitoral
Superior, Mesolitoral Inferior e Infralitoral). Em cada uma das faixas do costão, três réplicas
foram extraídas, totalizando 9 quadrantes por área (3 áreas no total). Estas três áreas
perfizeram uma extensão de aproximadamente 1.500m do costão rochoso a partir da linha de
praia, dispostas nas porções extremas e centrais.

As amostras macrobentônicas (maiores que 1 mm) do fitobentos e zoobentos de substrato


consolidado foram coletadas na região de entre marés de acordo com a altura em relação à
maré e o grau de emersão/imersão de cada faixa (alto mesolitoral, baixo mesolitoral e
infralitoral). Para a área de estudo foram definidos três pontos de amostragem (Foto
9.2.2-74). Diante disso, foram dispostos nove quadrados (três por faixa do costão) por ponto
amostral, totalizando 27 quadrados.

Foto 9.2.2-74 - Coleta de amostras de bentos de substrato consolidado no costão


rochoso de Ponta Negra, Maricá, RJ (Imagem: Daniel Figueiras).

Metodologia 1

Para as amostragens de fitobentos, os organismos macrobentônicos foram amostrados quali-


quantitativamente através do método de ponto de interseção (30 pontos escolhidos
aleatoriamente no quadrado – método não interventivo), onde os organismos coloniais e
pontuais foram registrados sob cada ponto interseção (CASTRO et al., 1995), e anotados em

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planilhas específicas com as espécies comuns da região, previamente anotadas em forma de


checklist (GANDOLFI, 2000).

Para tanto, em cada faixa do costão foram realizadas três réplicas com quadrados de 25 x 25
cm, divididos em 100 sub-quadrados por ponto amostral. Posteriormente, as algas presentes
nos quadrados amostrados foram extraídas (raspadas – método interventivo) posteriormente
e acondicionadas em saco plástico para quantificação da biomassa. Além disso, amostras
foram coletadas aleatoriamente para a composição da lista de espécies (Foto 9.2.2-75)
(SABINO & VILAÇA, 1999).

Foto 9.2.2-75 - Modelo de disposição dos pontos de interseção (estruturas amarelas) no


quadrado amostral (Imagem: Krohling, W).

Metodologia 2

Para as amostragens de zoobentos (não fital), os organismos macrobentônicos também


foram amostrados quali-quantitativamente através da raspagem dos organismos presentes na
área delimitada por um quadrado (método interventivo). Para tanto, em cada faixa do costão
foram realizadas três réplicas com quadrados vazados de 50 x 50 cm por ponto amostral,
sendo posteriormente acondicionadas em saco plástico para triagem e análise em laboratório
(Foto 9.2.2-76). Além disso, amostras foram coletadas aleatoriamente para a composição da
lista de espécies (COUTINHO, 2002).

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Foto 9.2.2-76 - Raspagem das amostras de zoobentos no costão rochoso de Ponta


Negra, Maricá, RJ (Imagem: Ricardo Netto).

Metodologia 3

Para as amostragens de zoobentos (fital), os organismos macrobentônicos também foram


amostrados quali-quantitativamente através da raspagem do fitobentos presentes na área
delimitada por um quadrado (método interventivo). Para tanto, em cada faixa do costão foram
realizados três réplicas com quadrados vazados de 50 x 50 cm por ponto amostral, sendo
posteriormente acondicionadas em saco plástico e encaminhadas ao laboratório, onde a
fauna acompanhante foi extraída por meio da lavagem das algas para posterior triagem e
análise (HIKCS, 1985).

Foto 9.2.2-77 - Triagem das amostras de zoobentos (fital) do costão rochoso de Ponta
Negra, Maricá, RJ (Imagem: Ricardo Netto).

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Os organismos zoobentônicos encontrados (fital e não fital) foram anestesiados com mentol
(no caso dos moluscos, poliquetos e equinodermos) e/ou colocados no fixador (álcool a
70%), sendo posteriormente contados e identificados através de lupa PZO-Labimex e
microscópio Studar lab, chegando-se ao nível de gênero ou espécie, sempre que possível,
com o auxílio de chaves de identificação. Foram utilizadas as chaves taxonômicas de DAY
(1967) e AMARAL & NONATO (1996) para os poliquetos; MELO (1996) para caranguejos;
MOREIRA (1972) para isópodas; RIOS (1994) para os moluscos; TOMMASI (1970) para os
equinodermos e AMARAL et al. (2005) para os grupos Annelida (Polychaeta), Mollusca
(Polyplacophora e Bivalvia) e Echinodermata (Classe Ophiuroidea)

e) Análise de Dados
A abundância dos organismos fitobentônicos foi quantificada através da porcentagem de
cobertura vegetal e biomassa, enquanto que os organismos zoobentônicos foram
quantificados por meio do cálculo do número de organismos por metro quadrado. Cabe
ressaltar que, devido a grande dominância de poucas espécies nas diferentes faixas do
costão, além da curta faixa de costão para cada zona do entremarés, todos os cálculos foram
realizados considerando o costão como um ambiente, incluindo as três zonas do costão
amostradas: alto e mesolitoral e infralitoral.

Para a análise da diversidade biológica do bentos foram empregados os índices de


diversidade de Shannon (H’), equitabilidade de Pielou (J’) e riqueza total (S), que tem por
objetivo, conjuntamente, avaliar a estrutura da comunidade.

A análise da diversidade (H’) foi realizada com base nos resultados obtidos pelo índice de
diversidade de Shannon (PIELOU, 1975).

H’= -  (ni/N) . log (ni/N)

Onde, ni: valor de importância de cada espécie e N: total dos valores de importância.

A equitabilidade (J) de distribuição das capturas pelas espécies, estimada para cada estação,
será baseada na seguinte equação (PIELOU, 1975):

E = H’/log S,

onde: H’ = índice de Diversidade de Shannon; S= número de espécies.

A riqueza de espécies foi calculada através do número total de espécies encontradas (S).

Para a análise de eficiência amostral todas as espécies encontradas nas amostras foram
utilizadas como descritores. A eficiência amostral foi calcula utilizando a curva de acúmulo de
espécies onde foram utilizados o número de espécies (taxa) total (S) e o índice de Jacknife
encontrado em cada amostra coletada. O índice Jacknife estima a riqueza absoluta somando
a riqueza observada a um parâmetro calculado a partir do número de espécies raras e do
número de amostras (PALMER 1991). A fórmula para Jacknife usada foi a de primeira ordem:

(Jack 1): Jack 1= Sobs+ L (n-1/n), onde:

 Sobs é o número de espécies observado nas amostras,


 M= número de espécies que ocorrem em exatamente duas amostras,

ARCADIS logos 830


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 L é o número de espécies representadas em somente uma amostra e,


 n é o número de amostras.

A fim de determinar as variações espaciais na composição e abundância na estrutura da


comunidade bentônica, foi utilizada a Análise de Agrupamento, técnica não métrica de
escalonamento multidimensional (MDS - Non Metric Multidimensional Scaling) (CLARKE &
WARWICK, 1994). Os valores de ocorrência numérica das espécies que participaram das
análises de similaridade dos grupos foram transformados pela raiz quarta e pelo índice de
similaridade de Bray-Curtis. Foram consideradas as espécies que ocorram em uma
frequência mínima de 1%. Na comparação entre as áreas, todos os táxons foram
considerados e as dissimilaridades e similaridades médias entre amostras, computadas
através da análise de similaridade ANOVA.

B) Caracterização da Fauna da Área de Influência Indireta (AII)


Na região costeira próxima a área de influencia do empreendimento, a partir de dados
secundários, foram registradas 142 espécies de algas, sendo 34 clorofíceas, 29 feofíceas e
79 rodofíceas em estudos que abrangeram as regiões de Cabo Frio e arredores (com ênfase
nas áreas de Maricá, Saquarema, Araruama, Iguaíba Grande e São Pedro da Aldeia)
(Quadro 9.2.2-24). Nesse trabalho, BRASILEIRO et al., (2009) buscaram realizar a revisão da
literatura sobre as algas marinhas bentônicas da região de Cabo Frio e fornecer uma listagem
detalhada dos táxons com uma análise da composição florística e distribuição geográfica
desta importante região do litoral brasileiro. Esse esforço foi empreendido porque embora nas
últimas décadas diversos estudos sobre as algas marinhas bentônicas dessa região foram
realizados, toda a informação estava dispersa em publicações avulsas, dissertações e teses
em universidade brasileiras.

Em relação ao zoobentos, cujo levantamento bibliográfico inventariou 268 espécies para a


região, sendo três cnidários, 153 moluscos, 90 anelídeos, 14 crustáceos e oito equinodermos
(Quadro 9.2.2-25), foi compilado a partir de três referências bibliográficas. SOARES &
FERNANDES (2005) estudaram a distribuição espacial das assembleias de moluscos
bivalves sob influencia da ressurgência de Cabo Frio (RJ). SALOMÃO & COUTINHO (2007),
por sua vez, estudaram a influencia do batimento de ondas sobre as comunidades de
organismos bentônicos do entre marés em Arraial do Cabo (RJ), enquanto que no Estudo de
Impacto Ambiental do Campo de Jubarte, onde a área de influencia indireta incluía como
limite sul a região de Cabo Frio (RJ) (CEPEMAR, 2004).

ARCADIS logos 831


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Quadro 9.2.2-24 - Algas de provável ocorrência na região.

Táxon Fonte

Chlorophyta
ULVALES
Ulvaceae
Ulva fasciata Brasileiro et al., 2009
Ulva lactuca Brasileiro et al., 2009
DASYCLADALES
Polyphysaceae
Acetabularia calyculus Brasileiro et al., 2009
Acetabularia schenckii Brasileiro et al., 2009
PHAEOPHILALES
Phaeophilaceae
Phaeophila dendroides Brasileiro et al., 2009
DASYCLADALES
Ulvellaceae
Entocladia viridis Brasileiro et al., 2009
Pringsheimiella scutata Brasileiro et al., 2009
CLADOPHORALES
Anadyomenaceae
Anadyomene stellata Brasileiro et al., 2009
Cladophoraceae
Chaetomorpha antennina Brasileiro et al., 2009
Chaetomorpha aerea Brasileiro et al., 2009
Chaetomorpha brachygona Brasileiro et al., 2009
Chaetomorpha linum Brasileiro et al., 2009
Chaetomorpha minima Brasileiro et al., 2009
Chaetomorpha nodosa Brasileiro et al., 2009
Cladophora prolifera Brasileiro et al., 2009
Cladophora vagabunda Brasileiro et al., 2009
Cladophora albida Brasileiro et al., 2009
Cladophora coelothrix Brasileiro et al., 2009
Cladophora corallicola Brasileiro et al., 2009
Cladophora montagneana Brasileiro et al., 2009
Cladophora rupestris Brasileiro et al., 2009
Rhizoclonium africanum Brasileiro et al., 2009

ARCADIS logos 832


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Táxon Fonte

Rhizoclonium riparium Brasileiro et al., 2009


Siphonocladaceae
Cladophoropsis macromeres Brasileiro et al., 2009
Cladophoropsis membranacea Brasileiro et al., 2009
BRYOPSIDALES
Bryopsidaceae
Bryopsis pennata Brasileiro et al., 2009
Bryopsis plumosa Brasileiro et al., 2009
Derbesia marina Brasileiro et al., 2009
Derbesia tenuissima Brasileiro et al., 2009
Codiaceae
Codium intertextum Brasileiro et al., 2009
Codium isthmocladum Brasileiro et al., 2009
Codium taylorii Brasileiro et al., 2009
Codium decorticatum Brasileiro et al., 2009
Caulerpaceae
Caulerpa fastigiata Brasileiro et al., 2009
Phaeophyta
SCYTOSIPHONALES
Scytosiphonaceae
Chnoospora minima Brasileiro et al., 2009
Colpomenia sinuosa Brasileiro et al., 2009
Endarachne binghamiae Brasileiro et al., 2009
Petalonia fascia Brasileiro et al., 2009
DICTYOTALES
Dictyotaceae
Dictyota ciliolata Brasileiro et al., 2009
Dictyota cervicornis Brasileiro et al., 2009
Dictyopteris delicatula Brasileiro et al., 2009
Padina boergesenii Brasileiro et al., 2009
Padina antillarum Brasileiro et al., 2009
Zonaria tournefortii
FUCALES
Sargassaceae
Sargassum cymosum Brasileiro et al., 2009

ARCADIS logos 833


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Táxon Fonte

Sargassum filipendula Brasileiro et al., 2009


Sargassum furcatum Brasileiro et al., 2009
Sargassum stenophyllum Brasileiro et al., 2009
Sargassum vulgare Brasileiro et al., 2009
SPHACELARIALES
Sphacelariaceae
Sphacelaria brachygona Brasileiro et al., 2009
Sphacelaria tribuloides Brasileiro et al., 2009
SYRINGODERMATALES
ECTOCARPALES
Acinetosporaceae
Feldmannia irregularis Brasileiro et al., 2009
Hincksia mitchelliae Brasileiro et al., 2009
Chordariaceae
Elachista minutissima Brasileiro et al., 2009
Elachistiella leptonematoides Brasileiro et al., 2009
Hecatonema floridanum Brasileiro et al., 2009
Levringia brasiliensis Brasileiro et al., 2009
Myrionema strangulans Brasileiro et al., 2009
Protectocarpus speciosus Brasileiro et al., 2009
Ectocarpaceae
Bachelotia antillarum Brasileiro et al., 2009
Ectocarpus rallsiae Brasileiro et al., 2009
Ectocarpus rallsiae
Asteronema breviarticulatum Brasileiro et al., 2009
Asteronema rhodochortonoides Brasileiro et al., 2009
RALFSIALES
Ralfsiaceae
Ralfsia expansa Brasileiro et al., 2009
Phaeophyta
BANGIALES
Bangiaceae
Bangia fuscopurpurea Brasileiro et al., 2009
Porphyra acanthophora Brasileiro et al., 2009
Porphyra spiralis Brasileiro et al., 2009

ARCADIS logos 834


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Táxon Fonte

STYLONEMATALES
Stylonemataceae
Stylonema alsidii Brasileiro et al., 2009
CORALLINALES
Hapalidiaceae
Melobesia membranacea Brasileiro et al., 2009
Corallinaceae
Amphiroa beauvoisii Brasileiro et al., 2009
Amphiroa anastomosans Brasileiro et al., 2009
Amphiroa fragilissima Brasileiro et al., 2009
Arthrocardia flabellata Brasileiro et al., 2009
Corallina officinalis Brasileiro et al., 2009
Pneophyllum
Jania adhaerens Brasileiro et al., 2009
Jania rubens Brasileiro et al., 2009
Cheilosporum sagittatum Brasileiro et al., 2009
GELIDIALES
Gelidiaceae
Gelidium pusillum Brasileiro et al., 2009
Gelidium floridanum Brasileiro et al., 2009
Gelidium crinale Brasileiro et al., 2009
Gelidium floridanum Brasileiro et al., 2009
Pterocladiella capillacea Brasileiro et al., 2009
Gelidiellaceae
Gelidiella trinitatensis Brasileiro et al., 2009
GIGARTINALES
Gigartinaceae
Chondracanthus acicularis Brasileiro et al., 2009
Chondracanthus teedei Brasileiro et al., 2009
Hypneaceae
Hypnea musciformis Brasileiro et al., 2009
Hypnea cenomyce Brasileiro et al., 2009
Hypnea spinella Brasileiro et al., 2009
Hypnea valentiae Brasileiro et al., 2009
Hypneocolax stellaris Brasileiro et al., 2009

ARCADIS logos 835


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Táxon Fonte

Phyllophoraceae
Gymnogongrus griffithsiae Brasileiro et al., 2009
HALYMENIALES
Halymeniaceae
Cryptonemia seminervis Brasileiro et al., 2009
Grateloupia filicina Brasileiro et al., 2009
GRACILARIALES
Gracilariaceae
Gracilaria mammillaris Brasileiro et al., 2009
Gracilaria cervicornis Brasileiro et al., 2009
Pterocladiophilaceae
Gelidiocolax pustulata Brasileiro et al., 2009
RHODYMENIALES
Rhodymeniaceae
Rhodymenia pseudopalmata Brasileiro et al., 2009
Champiaceae
Champia feldmannii Brasileiro et al., 2009
Champia vieillardii Brasileiro et al., 2009
Gastroclonium parvum Brasileiro et al., 2009
CERAMIALES
Ceramiaceae
Aglaothamnium felliponei Brasileiro et al., 2009
Centrocerocolax ubatubensis Brasileiro et al., 2009
Centroceras clavulatum Brasileiro et al., 2009
Ceramium brasiliense Brasileiro et al., 2009
Ceramium brasilense Brasileiro et al., 2009
Ceramium dawsonii Brasileiro et al., 2009
Ceramium diaphanum Brasileiro et al., 2009
Ceramium flaccidum Brasileiro et al., 2009
Ceramium tenerrimum Brasileiro et al., 2009
Ceramium vagans Brasileiro et al., 2009
Gymnothamnion elegans Brasileiro et al., 2009
Spermothamnion nonatoi Brasileiro et al., 2009
Spyridia clavata Brasileiro et al., 2009
Spyridia filamentosa Brasileiro et al., 2009

ARCADIS logos 836


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Táxon Fonte

Spyridia hypnoides Brasileiro et al., 2009


Delesseriaceae
Cryptopleura ramosa Brasileiro et al., 2009
Dasyaceae
Dasya brasiliensis Brasileiro et al., 2009
Rhodomelaceae
Neosiphonia tongatensis Brasileiro et al., 2009
Osmundaria obtusiloba Brasileiro et al., 2009
Polysiphonia decussata Brasileiro et al., 2009
Neosiphonia ferulacea Brasileiro et al., 2009
Ophidocladus simpliciusculus Brasileiro et al., 2009
Polysiphonia howei Brasileiro et al., 2009
Polysiphonia scopulorum Brasileiro et al., 2009
Polysiphonia spinifera Brasileiro et al., 2009
Pterosiphonia pennata Brasileiro et al., 2009
Acanthophora spicifera Brasileiro et al., 2009
Bostrychia radicans Brasileiro et al., 2009
Bostrychia tenella Brasileiro et al., 2009
Bryocladia cuspidata Brasileiro et al., 2009
Bryocladia thyrsigera Brasileiro et al., 2009
Chondria atropurpurea Brasileiro et al., 2009
Chondria platyramea Brasileiro et al., 2009
Chondria polyrhiza Brasileiro et al., 2009
Herposiphonia secunda Brasileiro et al., 2009
Herposiphonia tenella Brasileiro et al., 2009
ERYTHROPELTIDALES
Erythrotrichiaceae
Erythrotrichia carnea Brasileiro et al., 2009
Sahlingia subintegra Brasileiro et al., 2009
HILDENBRANDIALES
Hildenbrandiaceae
Hildenbrandia rubra Brasileiro et al., 2009
ACROCHAETIALES
Acrochaetiaceae
Acrochaetium flexuosum Brasileiro et al., 2009

ARCADIS logos 837


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Táxon Fonte

Acrochaetium globosum Brasileiro et al., 2009


Acrochaetium microscopicum Brasileiro et al., 2009
PLOCAMIALES
Plocamiaceae
Plocamium brasiliense Brasileiro et al., 2009

Quadro 9.2.2-25 - Invertebrados de provável ocorrência na região.

Táxon Fonte

Zoobentos
Filo Cnidaria
Classe Anthozoa
Ordem Actiniaria
Ordem Scleractinia
Família Caryophylliidae
Deltocyathus eccentricus Salomão & Coutinho, 2007,
Caryophyllia ambrosia caribbeana Salomão & Coutinho, 2007
Família Fungiidae
Fungiacyathus symmetricus Salomão & Coutinho, 2007
Filo Mollusca
Família Prochaetodermatidae
Caudofoveata sp. Salomão & Coutinho, 2007
Família Chaetodermatidae
Agaronia travassosi Salomão & Coutinho, 2007
Ancilla dimidiata Salomão & Coutinho, 2007
Alvania xanthias Salomão & Coutinho, 2007
Anachis cf. strix Salomão & Coutinho, 2007
Basilissa alta Salomão & Coutinho, 2007
Basilissa spp. Salomão & Coutinho, 2007
Benthomangelia sp. Salomão & Coutinho, 2007
Benthonella gaza Salomão & Coutinho, 2007
Benthonella tenella Salomão & Coutinho, 2007
Brokula cônica Salomão & Coutinho, 2007
Buccinanops moniliferum Salomão & Coutinho, 2007
Caecum achironum Salomão & Coutinho, 2007

ARCADIS logos 838


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Táxon Fonte

C. antillarum Salomão & Coutinho, 2007


C. corneum Salomão & Coutinho, 2007
C. pulchellum Salomão & Coutinho, 2007
Calliostoma carcellesi Salomão & Coutinho, 2007
Calliostoma sp. Salomão & Coutinho, 2007
Calliotropis cf. aeglees Salomão & Coutinho, 2007
Calyptraea centralis Salomão & Coutinho, 2007
Cancellaria reticulata Salomão & Coutinho, 2007
Cerithiopsis emersonii Salomão & Coutinho, 2007
Conus archetypus Salomão & Coutinho, 2007
C. centurio Salomão & Coutinho, 2007
C. mindanus Salomão & Coutinho, 2007
Costoanachis sp. Salomão & Coutinho, 2007
Crepidula protea Salomão & Coutinho, 2007
Crepidula sp. Salomão & Coutinho, 2007
Cyclostrema sp. Salomão & Coutinho, 2007
Diodora sayi Salomão & Coutinho, 2007
Diodora sp. Salomão & Coutinho, 2007
Emarginula tuberculosa Salomão & Coutinho, 2007
Echinogurges sp. Salomão & Coutinho, 2007
Gabrielona sulcifera Salomão & Coutinho, 2007
Halistylus columna Salomão & Coutinho, 2007
Hancockia sp. Salomão & Coutinho, 2007
Hastula salleana Salomão & Coutinho, 2007
Marginella voscida Salomão & Coutinho, 2007
Nassarius sp. Salomão & Coutinho, 2007
Neritina zebra Salomão & Coutinho, 2007
Odontocymbiola americana Salomão & Coutinho, 2007
Olivanciollaria urceus Salomão & Coutinho, 2007
Olivella minuta Salomão & Coutinho, 2007
O. nivea Salomão & Coutinho, 2007
Opaliopsis nítida Salomão & Coutinho, 2007
Pleurotomella aguayoi Salomão & Coutinho, 2007
Polinices sp. Salomão & Coutinho, 2007
Prosipho sp. Salomão & Coutinho, 2007

ARCADIS logos 839


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Táxon Fonte

Puncturella granulata Salomão & Coutinho, 2007


Scaphander sp. Salomão & Coutinho, 2007
Spirotropis sp. Salomão & Coutinho, 2007
Siratus tenuivaricosus Salomão & Coutinho, 2007
Solariella sp. Salomão & Coutinho, 2007
Tricollia affinis Salomão & Coutinho, 2007
Turbonilla sp. Salomão & Coutinho, 2007
Typhis clerii Salomão & Coutinho, 2007
Turritella hookey Salomão & Coutinho, 2007
Vagum cassiforme Salomão & Coutinho, 2007
Zidona dufresnei Salomão & Coutinho, 2007
Família Sequenziidae
Família Acteonidae
Acteon sp. Salomão & Coutinho, 2007
Família Retusidae
Pyrunculus ovatus Salomão & Coutinho, 2007
Família Cyclostematidae
Vetulonia jefresii Salomão & Coutinho, 2007
Classe Pelecypoda (Bivalvia)
Abra cf. brasiliana Soares & Fernandes, 2005
Adrana Electra Soares & Fernandes, 2005
Americuna besnardi Soares & Fernandes, 2005
Amiantis purpuratus Soares & Fernandes, 2005
Anadara notabilis Soares & Fernandes, 2005
Arca zebra Soares & Fernandes, 2005
Barbatia cândida Soares & Fernandes, 2005
Botula fusca Soares & Fernandes, 2005
Cardiomya striata Soares & Fernandes, 2005
Chama sp. Soares & Fernandes, 2005
Chione cancelata Soares & Fernandes, 2005
C. intapurpura Soares & Fernandes, 2005
C. paphia Soares & Fernandes, 2005
C. pubera Soares & Fernandes, 2005
Chlamys spp. Soares & Fernandes, 2005
Corbula caribaea Soares & Fernandes, 2005

ARCADIS logos 840


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Táxon Fonte

C. cymella Soares & Fernandes, 2005


C. dietziana Soares & Fernandes, 2005
C. patagonica Soares & Fernandes, 2005
Cosa brasiliensis Soares & Fernandes, 2005
Crassatella sp. Soares & Fernandes, 2005
Crassinella lunulata Soares & Fernandes, 2005
Crassinella sp. Soares & Fernandes, 2005
Cuspidaria braziliensis Soares & Fernandes, 2005
C. rostrata Soares & Fernandes, 2005
Divaricella quadrisulcata Soares & Fernandes, 2005
Entodesma alvarezi Soares & Fernandes, 2005
Ervilia sp. Soares & Fernandes, 2005
Felaniella sp. Soares & Fernandes, 2005
Gastrochaena hians Soares & Fernandes, 2005
Glycymeris longior Soares & Fernandes, 2005
G. pectinata Soares & Fernandes, 2005
G. undata Soares & Fernandes, 2005
Goldia cerina Soares & Fernandes, 2005
Gregariella coralliophaga Soares & Fernandes, 2005
Laevicardium sp. Soares & Fernandes, 2005
Lima lima Soares & Fernandes, 2005
Lima scabra Soares & Fernandes, 2005
Lima sp. Soares & Fernandes, 2005
Limutula sp. Soares & Fernandes, 2005
Limopsis sp. Soares & Fernandes, 2005
Lunarca ovalis Soares & Fernandes, 2005
Mactra fragilis Soares & Fernandes, 2005
Mactra petiti Soares & Fernandes, 2005
Malletia cumingii Soares & Fernandes, 2005
Microcardium tinctum Soares & Fernandes, 2005
Modiolus amercanus Soares & Fernandes, 2005
Nucula puelcha Soares & Fernandes, 2005
N. semiornata Soares & Fernandes, 2005
N. cf. verrilli Soares & Fernandes, 2005
Nucula sp. Soares & Fernandes, 2005

ARCADIS logos 841


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Táxon Fonte

Nucula sp. Soares & Fernandes, 2005


Nucula verrilli Soares & Fernandes, 2005
Nuculana solidula Soares & Fernandes, 2005
Nuculana spp. Soares & Fernandes, 2005
Ostrea sp. Soares & Fernandes, 2005
Pandora bushiana Soares & Fernandes, 2005
Papyridea soleniformis Soares & Fernandes, 2005
Papyridea sp. Soares & Fernandes, 2005
Parvilucina sp. Soares & Fernandes, 2005
Pitar aresta Soares & Fernandes, 2005
Plicatula gibbosa Soares & Fernandes, 2005
Poromya sp. Soares & Fernandes, 2005
Portlandia af. fraterna Soares & Fernandes, 2005
Pronucula benguelana Soares & Fernandes, 2005
Pteria hirundo Soares & Fernandes, 2005
Pteria sp. Soares & Fernandes, 2005
Saturnia sp. Soares & Fernandes, 2005
Semele casali Soares & Fernandes, 2005
Somele sp. Soares & Fernandes, 2005
Solemya patagonica Soares & Fernandes, 2005
Solen tehuelchus Soares & Fernandes, 2005
Strigilla sp. Soares & Fernandes, 2005
Tellina pérsica Soares & Fernandes, 2005
T. petitiana Soares & Fernandes, 2005
T. radiata Soares & Fernandes, 2005
Tellina sp. Soares & Fernandes, 2005
Tivela sp. Soares & Fernandes, 2005
Tinadaria aff. cytherea Soares & Fernandes, 2005
Tindaria sp. Soares & Fernandes, 2005
Trachycardium muricatum Soares & Fernandes, 2005
Transenpitar americana Soares & Fernandes, 2005
Verticordia sp. Soares & Fernandes, 2005
Classe Scaphopoda
Graptacme cf. perlongum Soares & Fernandes, 2005
Fissidentalium sp. Soares & Fernandes, 2005

ARCADIS logos 842


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Táxon Fonte

Classe Cephalopoda Soares & Fernandes, 2005


Eledone gaucha Soares & Fernandes, 2005
E. massyae Soares & Fernandes, 2005
Loligo plei Soares & Fernandes, 2005
L. sanpaulensis Soares & Fernandes, 2005
Semirossia tenera Soares & Fernandes, 2005
Filo Annelida
Classe Polychaeta
Aedicira sp. CEPEMAR, 2004
Amphicteis gunneri CEPEMAR, 2004
Amphicteis sp. CEPEMAR, 2004
Anaitides tamoya CEPEMAR, 2004
Anphrogenia alba CEPEMAR, 2004
Arabella iricolor CEPEMAR, 2004
Aricidea sp. CEPEMAR, 2004
Armandia agilis CEPEMAR, 2004
Armandia sp. CEPEMAR, 2004
Asychis amphiglypta CEPEMAR, 2004
Bhawania obscura CEPEMAR, 2004
Capitella sp. CEPEMAR, 2004
Chaetopterus sp. CEPEMAR, 2004
Chirimia brasiliensis CEPEMAR, 2004
Chirimia sp. CEPEMAR, 2004
Chloeia viridis CEPEMAR, 2004
Cirratulus sp. CEPEMAR, 2004
Cirrophorus sp. CEPEMAR, 2004
Clymenella lombricoides CEPEMAR, 2004
Diopatra cúprea CEPEMAR, 2004
Drilonereis sp. CEPEMAR, 2004
Ehlerseleanidra incisa CEPEMAR, 2004
Euclymene sp. CEPEMAR, 2004
Euchone sp. CEPEMAR, 2004
Eunice bianullata CEPEMAR, 2004
Eunice. cariboea CEPEMAR, 2004
Eunice. floridana CEPEMAR, 2004

ARCADIS logos 843


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Táxon Fonte

Eunice sp. CEPEMAR, 2004


Exogone sp. CEPEMAR, 2004
Glycera americana CEPEMAR, 2004
Glycera sp. CEPEMAR, 2004
Goniada emerita CEPEMAR, 2004
Goniada sp. CEPEMAR, 2004
Harmothoe sp. CEPEMAR, 2004
Haploscoloplos sp. CEPEMAR, 2004
Hemipodus olivieri CEPEMAR, 2004
Hemipodus sp. CEPEMAR, 2004
Hyalinoecia juvenalis CEPEMAR, 2004
Hyalinoecia sp. CEPEMAR, 2004
Hydroides plateni CEPEMAR, 2004
Hypsicomus circunspiciens CEPEMAR, 2004
Jasmineira sp. CEPEMAR, 2004
Laonice branchiata CEPEMAR, 2004
Leitoscoplos robustus CEPEMAR, 2004
Linopherus sp. CEPEMAR, 2004
Lumbriclymene sp. CEPEMAR, 2004
Lumbrineiriopsis mucronata. CEPEMAR, 2004
Lumbrineris cingulata CEPEMAR, 2004
Lumbrineris sp. CEPEMAR, 2004
Lysidice ninetta CEPEMAR, 2004
Magelona riojai CEPEMAR, 2004
Magelona sp. CEPEMAR, 2004
Maldaninae gen. Sp. CEPEMAR, 2004
Marphysa kinbergi CEPEMAR, 2004
Megalomma bioculatum CEPEMAR, 2004
Melina uruguayi CEPEMAR, 2004
Mesochaepterus sp. CEPEMAR, 2004
Mooreonuphis intermedia CEPEMAR, 2004
Myrianida sp. CEPEMAR, 2004
Nephtys squamosa CEPEMAR, 2004
Nephtys sp. CEPEMAR, 2004
Nereis broa CEPEMAR, 2004

ARCADIS logos 844


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Táxon Fonte

Nereididae sp. CEPEMAR, 2004


Ninoe brasilensis. CEPEMAR, 2004
Nothria sp. CEPEMAR, 2004
Notomastus hemipodus CEPEMAR, 2004
Notomastus sp. CEPEMAR, 2004
Odontosyllis polycera CEPEMAR, 2004
Oenone fulgida CEPEMAR, 2004
Onuphidae sp. CEPEMAR, 2004
Ophelina sp. CEPEMAR, 2004
Owenia fusiformis CEPEMAR, 2004
Paradiopatra cf. hartmane CEPEMAR, 2004
Parandalia americana CEPEMAR, 2004
Paraonis sp. CEPEMAR, 2004
Paraoprinospio pinnata CEPEMAR, 2004
Petaloproctus sp. CEPEMAR, 2004
Pherusa sp. CEPEMAR, 2004
Phyllocomus biltoni CEPEMAR, 2004
Phylo felix CEPEMAR, 2004
Phyllodoce mucosa CEPEMAR, 2004
Phyllodoce sp. CEPEMAR, 2004
Piromis robereti CEPEMAR, 2004
Prionosp.io steenstrupi CEPEMAR, 2004
Psammolyce frimbiata CEPEMAR, 2004
Spiophanes sp. CEPEMAR, 2004
Sternaspis sp. CEPEMAR, 2004
Syllinae gen. sp. CEPEMAR, 2004
Terebellidae gen. sp. CEPEMAR, 2004
Tharyx sp. CEPEMAR, 2004
Classe Oligochaeta
Filo Arthropoda
Ordem Decapoda
Infraordem Anomura
Família Dorippidae
Ethusina abyssicola Salomão & Coutinho, 2007
Família Paguroidae

ARCADIS logos 845


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Táxon Fonte

Paguristes sp. Salomão & Coutinho, 2007


Ordem Isopoda
Gnathia sp
Ordem Amphipoda
Harpiniopsis galera Salomão & Coutinho, 2007
Phoxocephalus homilis Salomão & Coutinho, 2007
Amphilochus sp. Salomão & Coutinho, 2007
Família Ischyroceridae
Jassa sp.
Ischyrocerus sp. Salomão & Coutinho, 2007
Família Ampeliscidae
Ampelisca panamensis Salomão & Coutinho, 2007
Haploops sp. Salomão & Coutinho, 2007
Família Urothoidae
Carangolia sp. Salomão & Coutinho, 2007
Família Corophiidae
Corophium sp. Salomão & Coutinho, 2007
Família Liljeborgiidae
Liljeborgia sp. Salomão & Coutinho, 2007
Família Pardaliscidae
Pardisynopia sp. Salomão & Coutinho, 2007
Família Amanthillopsidae
Amanthillopsis atlantica Salomão & Coutinho, 2007
Família Melitidae
Elasmopus sp. Salomão & Coutinho, 2007
Filo Echinodermata
Classe Echnoidea
Família: Schizasteridae
Moira atropos
Classe Ofiuroidea
Amphiura sp. Salomão & Coutinho, 2007
Amphiura atlantica Salomão & Coutinho, 2007
Amphiura kimbergi Salomão & Coutinho, 2007
Ophiomisidium speciosum Salomão & Coutinho, 2007
Ophocten amitinum Salomão & Coutinho, 2007

ARCADIS logos 846


Estudo de Impacto Ambiental
Terminais Ponta Negra – TPN

Táxon Fonte

Ophiura fallax Salomão & Coutinho, 2007


Amphilepis teodorae Salomão & Coutinho, 2007
Ophiacantha sp. Salomão & Coutinho, 2007

C) Caracterização da Fauna das Áreas de Influência Direta (AID) e Diretamente


Afetada (ADA)

a) Composição Florística
Foram registrados na área de influência do empreendimento, a partir de dados primários, 38
espécies de algas. Na 1ª campanha foram registradas 37 espécies de algas, sendo 15 da
Classe Chlorophyta, cinco da Classe Phaeophyta e 17 da Classe Rhodophyta, enquanto que
na 2ª campanha 38 espécies de algas, sendo 15 da Classe Chlorophyta, cinco da Classe
Phaeophyta e 18 da Classe Rhodophyta foram registradas (Quadro 9.2.2-26). Na 1ª
campanha, os pontos amostrais P1 e P2 apresentaram 29 espécies cada, enquanto que em
P3 11 espécies foram registradas. Na 2ª campanha o Ponto 02 apresentou 35 espécies,
seguido do Ponto 01 com 30 espécies e Ponto 03 com 21 espécies registradas.

Das espécies encontradas nenhuma se encontra em listas de ameaças de extinção e,


embora espécies de algas constituam recursos de grande valor econômico em outros países
do mundo, as algas marinhas ainda são subutilizadas no Brasil devido a fatores como a falta
de um conhecimento mais aprofundado destas plantas. Entretanto, deve-se ressaltar que os
costões rochosos constituem um ambiente de alta sensibilidade e devem ser considerados
como estratégicos no processo de licenciamento do empreendimento.

Quadro 9.2.2-26 - Algas registradas em Maricá durante a 1ª campanha (Setembro/2012) e 2ª


campanha (Janeiro/2013) na área de influencia do empreendimento.

Registros

Táxon 1ª campanha 2ª campanha

Pontos Métodos Pontos Métodos

ULVALES
Ulvaceae
Ulva fasciata CR1, 2 e 3 Quantitativo CR1, 2 e 3 Quantitativo
Ulva lactuca CR1, 2 e 3 Quantitativo CR1, 2 e 3 Quantitativo
CLADOPHORALES
Anadyomenaceae
Anadyomene stellata CR1 Quantitativo CR1, 2 e 3 Quantitativo
Cladophoraceae
Chaetomorpha antennina CR1, 2 e 3 Quantitativo CR1, 2 e 3 Quantitativo
Cladophora prolifera CR1 Qualitativo CR1 e 2 Qualitativo

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Registros

Táxon 1ª campanha 2ª campanha

Pontos Métodos Pontos Métodos

Cladophora vagabunda CR1 e 2 Qualitativo CR1, 2 e 3 Qualitativo


Siphonocladaceae
Dictyosphaeria versluysii CR1 e 2 Quantitativo CR2 e 3 Qualitativo
Cladophoropsis membranacea CR1 e 2 Qualitativo CR1 e, 2 Qualitativo
Valoniaceae
Valonia aegagropila CR1 Qualitativo CR1, 2 e 3 Qualitativo
BRYOPSIDALES
Bryopsidaceae
Bryopsis pennata CR1 Qualitativo CR2 e 3 Qualitativo
Codiaceae
Codium intertextum CR1 e 2 Quantitativo CR1, 2 e 3 Qualitativo
Codium isthmocladum CR1 e 2 Quantitativo CR1, 2 e 3 Quantitativo
Codium decorticatum CR2 Qualitativo CR2 Qualitativo
Caulerpaceae
Caulerpa fastigiata CR1, 2 e 3 Quantitativo CR1, 2 e 3 Quantitativo
Caulerpa racemosa CR1 e 2 Qualitativo CR3 Qualitativo
SCYTOSIPHONALES
Scytosiphonaceae
Colpomenia sinuosa CR1, 2 e 3 Quantitativo CR1, 2 e 3 Qualitativo
DICTYOTALES
Dictyotaceae
Dictyota cervicornis CR2 e 3 Qualitativo CR2 e 3 Qualitativo
Padina boergesenii CR1 e 2 Qualitativo CR1 e 2 Qualitativo
FUCALES
Sargassaceae
Sargassum vulgare CR1 e 2 Quantitativo CR1, 2 e 3 Quantitativo
Sargassum filipendula CR1, 2 e 3 Qualitativo CR1, 2 e 3 Quantitativo
BANGIALES
Bangiaceae
Porphyra acanthophora CR1 Qualitativo CR1 e 2 Qualitativo
CORALLINALES
Corallinaceae
Amphiroa beauvoisii CR1, 2 e 3 Quantitativo CR1, 2 e 3 Qualitativo

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Registros

Táxon 1ª campanha 2ª campanha

Pontos Métodos Pontos Métodos

Arthrocardia flabellata CR1 e 2 Quantitativo CR1 e 2 Qualitativo


Jania rubens CR1 e 2 Quantitativo CR1 e 2 Qualitativo
GELIDIALES
Gelidiaceae
Gelidium pusillum CR1 e 2 Quantitativo CR1 e 2 Qualitativo
Gelidium floridanum CR1 e 3 Quantitativo CR1, 2 e 3 Qualitativo
Pterocladiella capillacea CR1 e 2 Qualitativo CR1 e 2 Qualitativo
GIGARTINALES
Gigartinaceae
Chondracanthus acicularis CR1 e 2 Quantitativo CR1, 2 e 3 Qualitativo
Chondracanthus teedei CR2 Qualitativo CR2 e 3 Qualitativo
Hypneaceae
Hypnea musciformis CR1 Qualitativo CR1 e 2 Qualitativo
HALYMENIALES
Halymeniaceae
Cryptonemia seminervis CR2 e 3 Quantitativo CR2 e 3 Qualitativo
NEMALIALES
Galaxauraceae
Dichotomaria marginata CR1 Quantitativo CR1 e 2 Qualitativo
GRACILARIALES
Gracilariaceae
Gracilaria mammillaris CR1 e 2 Quantitativo CR1 e 2 Qualitativo
Gracilariopsis lemaneiformis CR2 Qualitativo CR1 e 2 Qualitativo
RHODYMENIALES
Rhodymeniaceae
Rhodymenia pseudopalmata CR1 Qualitativo CR1 Qualitativo
CERAMIALES
Ceramiaceae
Centroceras clavulatum CR1 e 2 Qualitativo CR1 e 2 Quantitativo
Ceramium dawsonii CR1 Qualitativo CR1 e 2 Qualitativo
Spyridiaceae
Spyridia hypnoides - - CR1 e 3 Quantitativo

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b) Composição Faunística
Na 1ª campanha foram registradas na área de influência do empreendimento 58 espécies de
organismos zoobentônicos, sendo 22 pertencentes ao grupo não fital e 36 ao fital, em um
total de 8.443 organismos, enquanto que na 2ª campanha foram identificadas 48 espécies de
organismos zoobentônicos, sendo 13 pertencentes ao grupo não fital e 35 ao fital, em um
total de 15.375 organismos (Quadro 9.2.2-15). Das espécies encontradas, Perna perna
apresenta importância comercial, embora seja relatado no estado do Rio de Janeiro o uso de
poliquetos como isca para a pesca de linha. Nenhuma espécie encontra-se em Lista Nacional
de Espécies Ameaçadas de Extinção (IBAMA 2004).

Quadro 9.2.2-27 - Zoobentos registrados em Maricá na 1ª campanha (Setembro/2012) e 2ª


campanha (Janeiro/2013).

Registros

Táxon 1ª campanha 2ª campanha

Pontos Métodos Pontos Métodos

FILO CNIDARIA
Actiniidae
Amostragem
Bunodosoma spp CR1, 2 e 3 Amostragem aleatória CR1, 2 e 3
aleatória
FILO NEMERTEA
Nemertea CR1, 2 e 3 Raspagem CR1 Raspagem
FILO SIPUNCULA
Golfingiiformes
Phascolionidae
Phascolion sp. CR3 Raspagem CR1 Raspagem
FILO ANNELIDA
Phyllodocida
Syllidae
Syllis sp. CR1, 2 e 3 Raspagem CR1 Raspagem
Nereidae
Nereis riisei CR3 Raspagem - -
Neanthes succinea CR1, 2 e 3 Raspagem - -
Perinereis anderssoni CR2 e 3 Raspagem CR1, 2 e 3 Raspagem
Perinereis ponteni CR2 e 3 Raspagem CR1 e 3 Raspagem
Pseudonereis variegata CR1, 2 e 3 Raspagem CR1, 2 e 3 Raspagem
Cirratulida
Cirratulidae
Cirriformia sp CR3 Raspagem - -
Cirratulus sp CR1, 2 e 3 Raspagem - -

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Registros

Táxon 1ª campanha 2ª campanha

Pontos Métodos Pontos Métodos

Timarete sp CR3 Raspagem - -


Sabellida
Sabellariidae
Phragmatopoma caldata CR2 e 3 Raspagem - -
Lysidice sp. - - CR1 e 2 Raspagem
Eunicida
Eunidice
Marphisia sp. CR1, 2 e 3 Raspagem CR1, 2 e 3 Raspagem
Lumbriberidae
Lumbrineris sp CR3 Raspagem - -
Orbiniidae
Orbinia sp. CR3 Raspagem - -
Naineris sp. CR2 e 3 Raspagem - -
Terebellida
Terebellidae
Polycirrus sp. CR3 Raspagem - -
Pista sp. CR3 Raspagem - -
FILO MOLLUSCA
Lotiidae
Lottia subrugosa CR1, 2 e 3 Raspagem CR1, 2 e 3 Raspagem
Siphonariidae
Siphonaria pectinata CR2 e 3 Raspagem CR2 Raspagem
Fissurelloidea
Amostragem
Fissurella rosea CR3 Raspagem CR1, 2 e 3
aleatória
Littorinimorpha
Ranellidae
Linatella caudata CR3 Raspagem - -
Littorinidae
Echinolittorina ziczac CR1, 2 e 3 Raspagem CR1, 2 e 3 Raspagem
Cancellaria petuchi - - CR1 Raspagem
Neogastropoda
Muricidae
Stramonita haemastoma CR1, 2 e 3 Raspagem CR1, 2 e 3 Raspagem

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Registros

Táxon 1ª campanha 2ª campanha

Pontos Métodos Pontos Métodos

Columbellidae
Mitrella argus CR3 Raspagem CR1 Raspagem
Costoanachis sertulariarum - - CR2 Raspagem
Systellommatophora
Aplysiidae
CR2 e 3 Amostragem
Aplysia sp. - -
aleatória
Onchidiidae
Onchidella indolens CR3 Raspagem CR1 e 3 Raspagem
Mytiloida
Mytilidae
Perna perna CR1 e 2 Raspagem CR1, 2 e 3 Raspagem
Brachidontes exustus CR2 e 3 Raspagem CR1, 2 e 3 Raspagem
Brachidontes solisianus CR1, 2 e 3 Raspagem CR1, 2 e 3 Raspagem
Mytella guayanensis CR2 e 3 Raspagem - -
Modiollus carvalhoi CR3 Raspagem - -
Lithophaga lithophaga CR3 Raspagem CR3 Raspagem
Gregariella sp. CR1, 2 e 3 Raspagem - -
Veneroida
Veneridae
Cyclinella tenuis CR3 Raspagem - -
Myoida
Myidae
Sphenia fragilis CR2 e 3 Raspagem - -
Pterioida
Isognomonidae
Isognomon bicolor CR2 e 3 Raspagem CR1, 2 e 3 Raspagem
FILO ARTHROPODA
Sessilia
Chthamalidae
Chthamalus sp. CR1, 2 e 3 Raspagem CR1, 2 e 3 Raspagem
Tetraclitidae
Tetraclita sp. CR1, 2 e 3 Raspagem CR1, 2 e 3 Raspagem
Tanaidacea

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Registros

Táxon 1ª campanha 2ª campanha

Pontos Métodos Pontos Métodos

Leptocheliidae
Leptochelia sp. CR1, 2 e 3 Raspagem CR2 Raspagem
Kalliapseudidae
Kalliapseudes sp CR2 e 3 Raspagem - -
Isópoda
Jaeropsidae
Jaeropsis sp. CR3 Raspagem - -
Sphaeromatidae
Dynamenella tropica CR1, 2 e 3 Raspagem CR1, 2 e 3 Raspagem
Paradella sp. - - CR2 e 3 Raspagem
Anthuridae
Paranthura sp. CR3 Raspagem - -
Decapoda
Porcellanidae
Pachycheles greeleyi CR1, 2 e 3 Raspagem CR1, 2 e 3 Raspagem
Infraordem Brachyura
Larva Brachyura - - CR1, 2 e 3 Raspagem
Majidae
Epialtus bituberculatus CR1, 2 e 3 Raspagem CR1, 2 e 3 Raspagem
Acanthonix scutiformis - - CR2 Raspagem
Xanthidae
Pilumnus dasypodus CR3 Raspagem - -
Panopeidae
Panopeus americanus CR2 e 3 Raspagem CR2 Raspagem
Grapsidae
Pachygrapsus transversus CR1, 2 e 3 Raspagem CR1, 2 e 3 Raspagem
Amphipoda
Maeridae
Elasmopus sp - - CR1, 2 e 3 Raspagem
Elasmopus pectenicrus CR1, 2 e 3 Raspagem CR1, 2 e 3 Raspagem
Melitidae
Melita palmata - - CR2 Raspagem
Hyalidae

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Registros

Táxon 1ª campanha 2ª campanha

Pontos Métodos Pontos Métodos

Hyale nigra CR1, 2 e 3 Raspagem CR1, 2 e 3 Raspagem


Ampithoidae
Amphithoe sp. CR1, 2 e 3 Raspagem CR1, 2 e 3 Raspagem
Amphithoe ramondi CR1, 2 e 3 Raspagem CR1, 2 e 3 Raspagem
Atylidae
Atylus sp. - - CR2 Raspagem
Caprellidae
Caprella spp. - - CR2 e 3 Raspagem
Ischyroceridae
Jassa falcata CR3 Raspagem CR1, 2 e 3 Raspagem
Corophioidea
Corophium sp CR2 e 3 Raspagem CR2 e 3 Raspagem
Ampeliscidae
Ampelisca sp. - - CR2 Raspagem
FILO ECHINODERMATA
Camarodonta
Echinometridae
Amostragem
Echinometra lucunter CR2 e 3 Raspagem CR1, 2 e 3
aleatória
Amostragem
Lytechinus variegatus CR3 Amostragem aleatória CR1, 2 e 3
aleatória
Amostragem
Classe Holothurioidea CR2 e 3 Amostragem aleatória CR2 e 3
aleatória

c) Eficiência amostral
Para o fitobentos foi possível observar que a curva se aproximou da estabilização, indicando
que ainda existe a possibilidade do aumento do número de espécies registradas com o
mesmo esforço amostral. Nas 54 amostras efetuadas ao longo das duas campanhas, foram
registradas 14 espécies/táxons. Porém o índice de Jacknife mostra que este número pode
chegar a 17 (Figura 9.2.2-62). Cabe ressaltar que o número de espécies registradas nessa
análise considerou apenas as encontradas a partir do método de quadrados, que não é o
mais eficiente para levantamento de um inventário de espécies de uma região, por esse
motivo, nas duas campanhas foram realizadas coletas exploratórias no costão para
identificação de mais espécies, de modo que em duas campanhas foram registradas 38
espécies de algas.

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Figura 9.2.2-62 - Curva do coletor indicando o número de espécies encontradas das


amostragens (réplicas) realizadas para o fitobentos.

Para o zoobentos (não fital), foi possível observar uma tendência à estabilização
considerando o esforço amostral aplicado, ou seja, o potencial de encontrar novas espécies é
menor; entretanto, a partir dos dados secundários é possível dizer que existam mais espécies
na área de estudo. Nas 54 amostras foram registradas 19 espécies/táxons, sendo que o
índice de Jacknife mostra que este número pode chegar a 21 (Figura 9.2.2-63).

Figura 9.2.2-63 - Curva do coletor indicando o número de espécies encontradas a partir das
amostragens (réplicas) realizadas para o zoobentos (não fital).

Para o zoobentos (fital) foi possível observar que a curva não estabilizou, indicando que
ainda existe a possibilidade do aumento do número de espécies registradas com o mesmo
esforço amostral. Nas 54 amostras foram registradas 56 espécies/táxons. Porém, o índice de
Jacknife mostra que este número pode chegar a 72 (Figura 9.2.2-64). Os dados secundários

ARCADIS logos 855


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indicam que um elevado número de espécies zoobentônicas, especialmente as associadas


ao fitobentos, pode ser registrado na região.

Figura 9.2.2-64 - Curva do coletor indicando o número de espécies encontradas a partir das
amostragens (réplicas) realizadas para o zoobentos (fital).

d) Variação entre métodos de amostragem


As amostragens quantitativas de fitobentos foram realizadas a partir do método de ponto de
intersecção e por raspagem para aferição da biomassa, de modo que apresentavam objetivos
diferentes. Mesmo assim, nas amostragens de biomassa um maior número de espécies foi
registrado, sendo complementado pelas coletas aleatórias (puramente qualitativas).

Em relação ao zoobentos (não fital), as amostras quantitativas foram realizadas a partir de


raspagem, sendo espécies coletadas aleatoriamente para composição da lista de espécies
(qualitativa). Enquanto que para o fital, todos os organismos foram registrados a partir da
lavagem das algas. Nesse sentido, não foram utilizadas duas amostragens quantitativas para
que possa ser realizada comparação entre os métodos, mas sim, métodos complementares
para melhor registro da área de estudo.

e) Espécies ameaçadas e protegidas por legislação federal e/ou estadual


Durante as duas campanhas não foram registradas espécies ameaçadas e protegidas por
legislação federal e/ou estadual.

f) Espécies endêmicas, exóticas, raras ou não descritas


Durante as duas campanhas foi registrada uma espécie exótica, o bivalve Isognomon bicolor.

g) Espécies Migratórias
Durante as duas campanhas realizadas não foram registradas espécies migratórias.

h) Espécies de interesse econômico e/ou médico-veterinário


Durante as duas campanhas foi registrada uma espécies de importância comercial, o
mexilhão Perna perna.

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i) Espécies indicadoras de qualidade ambiental


Durante as duas campanhas não foram registradas espécies indicadoras de qualidade
ambiental.

j) Distribuição da flora e fauna no ambiente


 Fitobentos
Em termos de biomassa vegetal foi observado que o Ponto CR2 apresentou maior média de
biomassa vegetal na área de estudo durante a 1ª campanha, seguido do ponto CR03 e
CR01, enquanto que na 2ª campanha o ponto CR1 apresentou maior biomassa, seguido de
CR2 e CR3 (Figura 9.2.2-65). Entretanto, quando analisados os dados de biomassa entre os
pontos amostrais e campanhas não foi possível observar diferença significativa entre os
dados (ANOVA: Pontos Amostrais – F=0,45 e p=0,63; Campanhas – F=0,07 e p=0,79).

Figura 9.2.2-65 - Biomassa vegetal média (g.m2) registrada nos pontos amostrais na área
de influência do empreendimento em ambas as campanhas.

Quanto à variação da composição de espécies na área de estudo, na 1ª campanha foi


possível observar que Ulva spp. dominou os costões na área de estudo, especialmente no
Ponto CR3. Chaetomorphaantennina também apresentou grande dominância, assim como
Caulerpa racemosa e Cryptonemia sp. (Figura 9.2.2-66A). Na 2ª campanha, embora Ulva
spp. tenha mantido essa dominância, as algas do gênero Sargassum e as Coralináceas
também mantiveram alta frequência nos costões da área de estudo (Figura 9.2.2-66B).

A grande porcentagem de espaços vazios no costão foi um fator em destaque na 1ª


campanha, o que indica que na área de estudo ainda existem espaços disponíveis para
colonização de espécies. Essa condição pode ser reflexo da alta incidência de ondas no
costão. Na 2ª campanha foi observada uma redução na frequência de espaços vazios, o que
pode estar relacionado com o período de coleta realizado durante a estação chuvosa. Nota-
se que nessa última campanha há menos espaços vazios nos quadrantes amostrais em
relação ao montante observado durante a 1ª campanha.

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Figura 9.2.2-66 - Frequência das principais espécies de algas a partir da cobertura vegetal
registrada nos pontos amostrais na área de influência do empreendimento (A – 1ª campanha e
B – 2ª campanha).

Em relação aos índices ecológicos calculados, na 1ª campanha foi observado que a


diversidade e riqueza absoluta de espécies foram superiores no Ponto CR01, seguido dos
Pontos CR03 e CR02, enquanto que na 2ª campanha os valores de diversidade, riqueza e
equitabilidade aumentaram na área de estudo como um todo, sendo que a diversidade e
riqueza média decresceram entre o ponto CR1 e CR3, sendo esse último o que apresentou
maior equitabilidade (Figura 9.2.2-67 e Tabela 9.2.2-42). Em termos espaciais, o emprego de
um teste de hipótese de igualdade entre os pontos amostrais não determinou diferença
significativa (F=2,87 e p=0,06), embora o valor de “p” tenha se aproximado do estabelecido

ARCADIS logos 858


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como sendo resultado significativo. Entre as duas campanhas, entretanto, foi observada
diferença significativa entre as estações do ano (F=14,46 e p=0,0003), o que foi influenciada
pela distribuição mais equilibrada entre as espécies de algas no costão durante as
amostragens da 2ª campanha. A menor frequência de espaços vazios no costão nesse
período, provavelmente influenciada por condições oceanográficas mais estáveis na estação
chuvosa, favoreceu um aumento dos valores de índices ecológicos na área de estudo.

Figura 9.2.2-67 - Diversidade de Shannon (H’), equitabilidade (J) e riqueza absoluta de


espécies na área de influência do empreendimento em ambas as campanhas.

Tabela 9.2.2-42 - Diversidade de Shannon (H’), equitabilidade (J) e riqueza absoluta de espécies
(S) na área de influência do empreendimento em ambas as campanhas.

Ponto S J' H'(loge) d

1ª campanha

Média
CR01 2,00 0,47 0,50 0,53
CR02 1,00 0,08 0,06 0,92
CR03 1,11 0,20 0,14 0,80
Desvio Padrão
CR01 1,60 0,40 0,47 0,40
CR02 0,57 0,30 0,21 0,30
CR03 0,60 0,40 0,28 0,40
(continuação)

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2ª campanha

Média
CR01 0,82 0,73 3,22 0,18
CR02 0,63 0,71 2,56 0,37
CR03 0,55 0,79 2,44 0,45
Desvio Padrão
CR01 1,20 0,19 0,46 0,46
CR02 1,42 0,25 0,48 0,48
CR03 1,67 0,14 0,50 0,50

Quando verificado o índice de similaridade entre os pontos amostrais, não foi possível
observar um conjunto de dados agrupados, ocorrendo sobreposição das amostras, de forma
que o teste estatístico não revelou diferença significativa (Estatística R=-0,011 e p=62,5). Em
relação à variação temporal, foi observada a formação de dois grupos distintos indicando que
a composição de espécies foi diferente entre as campanhas realizadas na área de estudo,
como observado para a diversidade (Figura 9.2.2-68).

Figura 9.2.2-68 - MDS (Multidimensional Scaling) entre as estações amostrais e campanhas


demonstrando a similaridade utilizado o coeficiente de Bray-Curtis na área de influência do
empreendimento.

A partir de uma análise de dissimilaridade (SIMPER), foi possível identificar que as algas do
gênero Ulva foram determinantes na formação do grupo relacionado à 1ª campanha,
enquanto que as algas Coralináceas e Sargassum foram determinantes na formação do
grupo relacionado à 2ª campanha (Tabela 9.2.2-43). Essa análise corrobora o que foi
observado na área de estudo, quando na estação seca (1ª campanha) foi observada uma
grande dominância de Ulva spp. em comparação com a estação chuvosa (2ª campanha),
influenciando na estrutura da comunidade em termos temporais.

ARCADIS logos 860


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Tabela 9.2.2-43 - Análise de dissimilaridade (SIMPER) entre as campanhas utilizando o


coeficiente de Bray-Curtis na área de influência do empreendimento.

Grupo Grupo
1ª Campanha 2ª Campanha

Dissimilaridade

Contribuição%
Espécies

Cumulativa%
Abundancia

Abundancia
média

média

média

DP
Ulva spp. 5,78 0,52 30,61 1,05 35,94 35,94
Corallinaceae 0,07 7,78 21,36 0,97 25,08 61,02
Sargassum spp. 0,04 4,00 11,54 0,59 13,55 74,57
Centroceras clavulatum 0,00 2,59 7,50 0,66 8,80 83,37
Chaetomorpha antennina 1,93 0,22 5,03 0,47 5,91 89,28
Cryptonemia sp 0,93 0,00 2,31 0,22 2,71 91,99

 Zoobentos
Em termos de abundancia de organismos coletados, o Filo Mollusca foi dominante na área de
estudo (58%) na 1ª campanha, assim como na 2ª campanha Mollusca (65%) foi dominante,
influenciado pela abundancia de bancos de Perna perna na região durante a estação
chuvosa. Em relação ao número de espécies registradas Arthropoda apresentou a maior
riqueza de táxons, seguido de Mollusca e Annelida (Figura 9.2.2-69A e B).

A1

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A2

B1

B2

Figura 9.2.2-69 - Abundancia total de organismos na 1ª (A1) e 2ª campanhas (A2) e Riqueza


absoluta de espécies registradas na 1ª (B1) e 2ª campanhas (B2) entre os Filos animais na área
de influência do empreendimento.

ARCADIS logos 862


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Quanto à variação da abundância e densidade na área de estudo, foi possível observar que
os Pontos CR2 e CR3 apresentaram os maiores valores para os organismos do não fital na
1ª campanha, enquanto que na 2ª campanha CR01 apresentou maior abundancia (Figura
9.2.2-70A). Para os organismos do fital, a maior densidade e abundancia foi observada em
CR3 na 1ª campanha, sendo que na 2ª campanha o ponto CR2 apresentou maior abundância
e riqueza (Figura 9.2.2-70B). Quando analisados os dados de abundância para o zoobentos
entre os pontos amostrais e campanhas não foi possível observar diferença significativa para
a variação espacial (F=0,43 e p=0,65), entretanto, para a variação temporal foi observada
diferença significativa (F=3,76 e p=0,05).

Figura 9.2.2-70 - Abundância total, densidade (Indivíduos.m2) e núm. de espécies registradas


nos pontos amostrais na área de influência do empreendimento (A – Não Fital e B – Fital).

ARCADIS logos 863


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Em relação aos índices ecológicos calculados, foi observado que a diversidade e riqueza
absoluta de espécies foram superiores nos Ponto CR2 e CR3 para os organismos do Não
Fital, tanto na 1ª quanto na 2ª campanha, enquanto que para os organismos do Fital a
diversidade e riqueza absoluta de espécies aumentaram entre os Pontos CR1 e CR3 na 1ª
campanha, sendo que na 2ª campanha CR02 apresentou o maior índice de diversidade e
CR0,1 de riqueza. Quando empregado um teste de hipótese de igualdade entre os pontos
amostrais, não foi observada diferença significativa para ambos em termos espaciais (Não
Fital: F=2,10 e p=0,13 e Fital: F=1,73 e p=0,18), entretanto, para a variação temporal foi
observada diferença significativa apenas para o fital (Não Fital: F=0,53 e p=0,46 e Fital:
F=17,22 e p=0,0001) (Figura 9.2.2-71 e Tabela 9.2.2-44).

Figura 9.2.2-71 - Diversidade de Shannon (H’), equitabilidade (J) e riqueza absoluta de


espécies na área de influência do empreendimento (A – Não Fital e B – Fital).

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Tabela 9.2.2-44 - Diversidade de Shannon (H’), equitabilidade (J) e riqueza absoluta de espécies
(S) na área de influência do empreendimento para o zoobentos (Fital e Não Fital).

Não Fital Fital

1ª campanha

Média Média
Ponto Diversida Equitabilida Riqueza Ponto Diversida Equitabilida Riqueza
s de de Absoluta s de de Absoluta
CR1 0,19 0,29 2,11 CR1 0,27 0,37 2,70
CR2 0,46 0,53 2,89 CR2 0,68 0,43 7,22
CR3 0,48 0,47 3,89 CR3 0,68 0,41 8,11
Desvio Padrão Desvio Padrão
Ponto Diversida Equitabilida Riqueza Ponto Diversida Equitabilida Riqueza
s de de Absoluta s de de Absoluta
CR1 0,26 0,23 2,09 CR1 0,38 0,20 3,47
CR2 0,47 0,40 2,67 CR2 0,54 0,22 5,95
CR3 0,60 0,35 3,98 CR3 0,68 0,25 8,94

2ª campanha

Média Média
Ponto Diversida Equitabilida Riqueza Ponto Diversida Equitabilida Riqueza
s de de Absoluta s de de Absoluta
CR1 0,33 0,29 4,11 CR1 0,90 0,52 6,00
CR2 0,60 0,55 3,66 CR2 0,72 0,41 7,44
CR3 0,41 0,44 3,00 CR3 1,31 0,70 7,44
Desvio Padrão Desvio Padrão
Ponto Diversida Equitabilida Riqueza Ponto Diversida Equitabilida Riqueza
s de de Absoluta s de de Absoluta
CR1 0,21 0,22 2,03 CR1 0,47 0,24 2,12
CR2 0,58 0,33 2,69 CR2 0,54 0,16 4,42
CR3 0,46 0,26 2,69 CR3 0,67 0,14 4,22

Quando verificado o índice de similaridade entre os pontos amostrais, foi possível observar
um conjunto de dados agrupados para os pontos amostrais e campanhas realizadas, de
forma que o teste estatístico revelou diferença significativa em termos espaciais e temporais
para o não fital (Estatística Pontos Amostrais: R=0,195 e p=0,01 e Campanhas: R=0,236 e
p=0,01) (Figura 9.2.2-72A). Para os organismos do fital foi observada distinção entre os
pontos amostrais (Estatística R=0,134 e p=0,04), entretanto, em termos temporais os
resultados não foram significativos (R=0,043 e p=0,06) (Figura 9.2.2-72B).

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Figura 9.2.2-72 - MDS (Multidimensional Scaling) entre as estações amostrais demonstrando a


similaridade na área de influência do empreendimento para o zoobentos (A – Não Fital e B –
Fital). Foi utilizado o coeficiente de Bray-Curtis.

A partir de análise de dissimilaridade (SIMPER), foi possível observar que entre os


organismos do não fital a espécie P. perna foi responsável pela distinção do grupo
representado pelo ponto CR01, local onde foi observado um extenso banco de mexilhões. O
grupo 2, representado pelo ponto CR2, se destacou em função da contribuição da espécie I.
bicolor, única espécie exótica encontrada no presente estudo, enquanto que o grupo 3,
representado pelo ponto CR3, teve as espécies B. rodriguesi e B. solisianus como as que
mais contribuíram para a distinção do grupo. Em relação à variação temporal, P. perna e B.
rodriguesi foram responsáveis pela distinção da estação chuvosa (2ª campanha),
provavelmente influenciados pelo banco de mexilhões encontrado no ponto CR1, conforme
mencionado anteriormente (Tabela 9.2.2-45). Em relação aos dados de fital, a partir da
mesma análise de dissimilaridade (SIMPER), foi possível observar que a abundancia do
anfípoda H. nigra foi responsável pela distinção entre os pontos amostrais (Tabela 9.2.2-46).

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Tabela 9.2.2-45 - Análise de dissimilaridade (SIMPER) entre as campanhas utilizando o


coeficiente de Bray-Curtis na área de influência do empreendimento para os organismos do não
fital.

Dissimilaridade média = 96,39 Grupo CR1 Grupo CR2

Dissimilaridade

Contribuição%
Espécies

Cumulativa%
Abundancia

Abundancia
média

média

média

DP
Perna perna 185,33 56,83 37,72 1,00 39,13 39,13
Isognomon bicolor 0,22 63,50 22,82 0,73 23,68 62,81
Brachidontes rodriguesi 33,33 38,33 13,46 0,57 13,96 76,77
Brachidontes solisianus 0,00 57,39 11,13 0,42 11,55 88,33
Dissimilaridade média = 97,81 Grupo CR1 Grupo CR3
Brachidontes rodriguesi 33,33 217,72 34,08 0,81 34,85 34,85
Perna perna 185,33 7,17 28,16 0,76 28,80 63,64
Brachidontes solisianus 0,00 145,50 15,56 0,48 15,91 79,55
Dissimilaridade média = 92,18 Grupo CR2 Grupo CR3
Brachidontes rodriguesi 38,33 217,72 29,77 0,85 32,30 32,30
Perna perna 56,83 7,17 19,59 0,66 21,25 53,55
Brachidontes solisianus 57,39 145,50 18,43 0,57 19,99 73,54
Isognomon bicolor 63,50 2,33 15,96 0,61 17,31 90,85
Dissimilaridade média = 96,30 1ª Campanha 2ª Campanha
Perna perna 22,15 144,07 31,06 0,85 32,26 32,26
Brachidontes rodriguesi 0,00 192,93 29,13 0,80 30,25 62,51
Brachidontes solisianus 135,26 0,00 13,83 0,48 14,36 76,87

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Tabela 9.2.2-46 - Análise de dissimilaridade (SIMPER) entre as campanhas utilizando o


coeficiente de Bray-Curtis na área de influência do empreendimento para os organismos do
fital.

Dissimilaridade média = 82,52 Grupo CR1 Grupo CR2

Dissimilaridade

Contribuição%
Espécies

Cumulativa%
Abundancia

Abundancia
média

média

média

DP
Hyale nigra 93,83 129,44 42,78 1,54 51,84 51,84
Perinereis anderssoni 1,44 5,56 4,39 0,35 5,32 57,17
Elasmopus pectenicrus 9,94 14,61 4,26 0,76 5,17 62,33
Dissimilaridade média = 85,05 Grupo CR1 Grupo CR3
Hyale nigra 93,83 89,56 55,54 1,78 65,31 65,31
Perinereis anderssoni 1,44 12,94 4,55 0,73 5,35 70,66
Elasmopus sp. 19,28 0,83 4,28 0,51 5,04 75,69
Dissimilaridade média = 71,06 Grupo CR2 Grupo CR3
Hyale nigra 129,44 89,56 39,36 1,61 55,39 55,39
Perinereis anderssoni 5,56 12,94 5,30 0,57 7,46 62,85
Amphithoe ramondi 10,78 3,00 3,55 0,83 4,99 67,84

D) Discussão dos Resultados


Os ambientes de substrato consolidado são considerados um dos mais importantes
ecossistemas da região entre marés, visto que abrigam um grande número de espécies de
importância ecológica e econômica, propiciando locais de alimentação, refúgio, crescimento e
reprodução de diversas espécies, desde invertebrados até grandes peixes (GIBBONS, 1988,
SEPÚLVEDA et al., 2003). A alta diversidade biológica dos costões rochosos está
relacionada diretamente à sua heterogeneidade espacial, que contribui com a formação de
diversos nichos para a ocupação de diversos organismos, notadamente algas e invertebrados
marinhos (KELAHER, 2002; 2003; SCHREIDER et al., 2003).

Em virtude das comunidades fitobentônicas (algas) apresentarem importância econômica, as


informações existentes para essas comunidades são mais completas em relação a outros
organismos dos costões rochosos (MIOSSI et al., 2004). Não obstante, associada a essa
flora, existe uma diversificada fauna de invertebrados marinhos (fital), cujos padrões de
abundância e composição de espécies estão associados a diferentes tipos de algas. Essa
comunidade inclui organismos sésseis, como hidróides, corais e briozoários, e organismos
vágeis, como crustáceos, moluscos e equinodermos (KELAHER et al., 2001; CHEMELLO &
MILAZZO, 2002).

De maneira geral, no presente estudo foram identificadas 38 espécies de algas, entretanto, a


partir do registro de dados secundários foram registradas 142 espécies para essa região. Em
relação ao zoobentos, 70 espécies foram registradas e, assim como para o fitobentos, os

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dados secundários projetam um potencial de 268 espécies para a região costeira do Estado.
Entre os pontos amostrais a composição de espécies, riqueza e diversidade foram distintas
em função da variação da dominância de Ulva spp. especialmente na estação chuvosa (2ª
campanha), sendo que nessa estação ocorreu uma distribuição mais equilibrada de espécies
no costão, influenciando em maiores índices ecológicos. Assim, de forma a comparar a região
de estudo com outras localidades, abaixo é exposta uma série de trabalhos que levantaram
espécies de fitobentos no estado do Rio de Janeiro.

Na baía da Ilha Grande (RJ), por exemplo, SZÉCHY e NASSAR (2004) e FIGUEIREDO &
TÂMEGA (2007) encontraram 120 e 111 táxons, respectivamente, enquanto que PEDRINI et
al. (2010) registraram 49 táxons na Ilha Comprida, em Paraty (RJ). Na baía de Sepetiba (RJ),
AMADO FILHO et al. (2003) identificaram 96 táxons, sendo 61 rodofíceas, 18 clorofíceas, 15
feofíceas e duas cianofíceas. Em comparação com o presente trabalho, todos esses
ambientes possuem características dos costões diferentes daquelas encontradas em Ponta
Negra, ou seja, não apresentam um batimento de ondas intenso e, além disso, encontram-se
em áreas mais abrigadas, como baías e enseadas.

Em relação à dominância das espécies do gênero Ulva no presente estudo, deve-se


monitorar essa evolução durante a instalação e operação do empreendimento, visto que a
diminuição da hidrodinâmica na região em função do porto e potencial contaminação podem
desencadear processos de eutrofização, incrementando a densidade de clorofíceas na área.
Em diversos balneários do Brasil já pode ser verificado o aumento da densidade de
clorofíceas em função da má gestão dos recursos hídricos (SANTOS et al., 2006; SOUZA &
CONCENTINHO, 2004; FREITAS NETTO et al., 2009).

Na Ilha do Frade, Município de Vitória (ES), por exemplo, FREITAS NETTO et al. (2009)
registraram a dominância de espécies do gênero Ulva e Caulerpa, que em várias partes do
mundo também estão dominando regiões costeiras devido a fatores como poluição
(SCHRAMM, 1999). FALCÃO & SZÉCHY (2005) também observaram que na Ilha Grande
(RJ) as características comunidades de Sargassum estão sendo paulatinamente substituídas
por algas do gênero Caulerpa.

SZÉCHY et al. (2000) estudando comunidades bentônicas nos Estado do Rio de Janeiro e
São Paulo também observaram crescente dominância de Corallinaceae, Padina e
Dictyopteris delicatula nas faixas inferiores do costão rochoso. Embora não seja uma espécie
exótica, a dominância de poucas espécies no ambiente reduz a diversidade local. No
presente levantamento algas coralináceas estiveram presentes, em menor expressão quando
comparadas a Ulva spp., embora, na estação chuvosa (2ª campanha), a sua frequência tenha
aumentado. Os autores supracitados alertam sobre o grande potencial de disseminação
dessas espécies na região sudeste do Brasil, que leva a uma diminuição da diversidade nos
costões devido à dominância de apenas um grupo de espécies.

Em relação à comunidade zoobentônica, OIGMAN-PSZCZOL et al. (2004) observaram que


comunidades de invertebrados em costões rochosos apresentam reduzido número de
espécies, predominando cnidários, poríferos e equinodermos, quando considerados os
organismos do não fital. Esses filos são observados na região de estudo em manchas de
ocupação, especialmente nas faixas inferiores do costão. Entretanto, quando analisados os
organismos do fital, esse número é incrementado, com marcante dominância de anfípodas e
bivalves.

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FREITAS NETTO et al., (2009) registraram para o litoral da Serra (ES) marcada
superioridade do anfípoda Hyale nigra em termos de abundância. A macrofauna associada a
algas é um importante elemento estruturador da paisagem subaquática, visto que, além de
ser um elo entre os organismos produtores do costão (macroalgas) e a cadeia trófica costeira,
muitos utilizam as algas como recurso alimentar (DUFFY & HAY, 2000). Segundo
JACOBUCCI et al., 2006, os anfípodas são os animais dominantes neste sistema e são
sensíveis a uma grande variedade de poluentes, sendo considerados estratégicos em
programas de monitoramento ambiental, especialmente quando emissários são instalados em
uma determinada região. LERCARI et al. (2002), por exemplo, observaram que o lançamento
de efluentes em um canal no Uruguai afetou a abundância, composição e diversidade de
anfípodas da região. CHEMELLO & MILAZZO (2002), entretanto, registraram maior número
de espécies de moluscos em seu estudo, e associaram a riqueza do fital à complexidade
estrutural de espécies de algas marinhas bentônicas. No presente estudo os moluscos foram
dominantes em ambas as estações, especialmente em função dos bancos de mexilhões
encontrados nessa estação no ponto CR01, o que pode estar relacionado com a época de
colheita de mexilhões em locais em que ocorre a exploração desse recurso.

Quanto às espécies exóticas, foi registrada a espécie Isognomon bicolor na área de influência
do empreendimento em maior abundancia no ponto CR02 na estação chuvosa (2ª
campanha). A ocorrência desse bivalve invasor está relacionada à sua invasão nos costões
do litoral brasileiro. Originalmente introduzida no Caribe, essa espécie invadiu a região
entremarés do litoral brasileiro há cerca de 13 anos, fixando-se a substratos firmes, incluindo
vegetação de manguezais. A ocorrência dessa espécie já foi reportada nos estados do Rio
Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina
(MARTINS, 2000), além do Espírito Santo (FERREIRA et al., 2006).

Segundo FERREIRA et al. (2002), estudos diversos têm evidenciado que, além da água de
lastro, cascos de navios e outras estruturas submersas consistem em vetores potenciais na
introdução de organismos incrustantes. Três estudos de caso na região de Arraial de Cabo
(RJ), relacionado ao Porto do Anjos, registraram duas espécies de corais (Tubastrea
coccinea, Stereonephthya aff. curvata) e um molusco bivalve (Isognomon bicolor), como
exemplos de espécies invasoras que possivelmente foram introduzidas via incrustações.

Em relação às espécies de interesse econômico, destaca-se o sururu Perna perna, cuja


distribuição na faixa litorânea e estuários brasileiros está relacionado com a sua capacidade
de sobreviver em meio com grandes variações de salinidade, razão pela qual são
caracterizados como espécies eurialinas (SALOMÃO et al., 1980). Entretanto, PESSATTI et
al. (2002) mostraram que o estudo da fisiologia do mexilhão P. perna é importante para
estabelecer metodologias de monitoramento ambiental, pois qualquer alteração fisiológica
pode modificar os fluxos do metabolismo do animal e, possivelmente, ocasionar problemas na
resistência do animal. BROCK et al. (1985), por exemplo, associaram relações
pluviométricas, vazão de rios e a salinidade com a incidência de coliformes fecais no
mexilhão P. canaliculus, e verificaram que a água doce, por afetar a salinidade da água
(redução), permite a contaminação por coliformes, especialmente em áreas com maior
influencia urbana. Considerando que na área de estudo existe pouca influencia de água doce
sobre o ecossistema de costão rochoso, quaisquer fontes de água de origem antrópica
podem influenciar nos bancos de mexilhão existentes.

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Finalmente, na área de estudo foi possível observar uma alta heterogeneidade espacial,
apesar de se tratar de um ambiente sob intensa ação do batimento de ondas, o que leva à
seleção de espécies que suportam essa condição. COUTINHO (1995), que faz uma avaliação
crítica sobre as causas da zonação de organismos bentônicos em costões rochosos em seu
artigo, verificou que a distribuição vertical e riqueza das espécies aumentam dos ambientes
protegidos para os expostos a ação de ondas. Entretanto, embora seja esperado que a
instalação do empreendimento influencie em uma mudança na composição das espécies nos
pontos CR01 e CR02, visto que as estruturas do porto influenciarão em um ambiente com
menor incidência de batimento de ondas com grande presença de espaços vazios não
colonizados, não podemos afirmar categoricamente em que grau a diversidade será alterada.
Na 2ª campanha, por exemplo, onde as condições oceanográficas foram geralmente mais
brandas do que na estação seca, quando entradas de frentes frias são mais frequentes, foi
observado um aumento dos valores dos índices ecológicos na área de estudo, oposto ao
observado por COUTINHO (1995).

Dessa forma, é esperado é que ocorra uma série de mudanças nos pontos CR01 e CR02,
entretanto, o aumento ou não de diversidade nesse ambiente será regido segundo a teoria do
distúrbio intermediário, ou seja, apenas com a presença do terminal portuário é que se
processarão as mudanças na hidrodinâmica capazes de alterar os aspectos físicos da região
e, consequentemente os desdobramentos sobre a dinâmica das comunidades presentes no
costão rochoso.

Segundo XAVIER et al. (2008) em comunidades incrustantes marinhas o espaço livre no


substrato é um dos principais recursos limitantes para o estabelecimento de novos
organismos. Assim sendo, distúrbios físicos que removam biomassa se mostram importantes
agentes para a estruturação e dinâmica dessas comunidades, ou seja, a extensão do
distúrbio é uma característica que parece afetar os padrões de recolonização, e desta forma
altera a diversidade de espécies. Assim, a variação na diversidade é esperada que ocorra na
proporção em que as mudanças na hidrodinâmica são processadas.

Diante do exposto, XAVIER et al. (2008) em seu estudo sobre o efeito de distúrbios sobre
comunidades incrustantes na baía de Guanabara – RJ, concluíram a importância do
monitoramento dessas comunidades em longo prazo após um evento de distúrbio, como por
exemplo, a mudança de hidrodinâmica e demais desdobramentos da instalação de um
terminal portuário, pois os padrões iniciais de sucessão que geralmente confirmam a teoria do
distúrbio intermediário podem sofrer alterações ao longo do tempo, revelando assim
resultados diferentes. O mesmo autor enfatiza que esses resultados de longo prazo se
aplicam mais especificamente em estudos de impacto ambiental, que tradicionalmente
assume que a diversidade diminuirá após a instalação de um empreendimento, resultado de
um grande distúrbio provocado pelos impactos previstos no empreendimento.

E) Considerações Finais
A instalação do empreendimento na área de estudo influenciará na comunidade bentônica
local de duas maneiras: (i) disponibilização de substrato consolidado artificial para
colonização de fito e zoobentos, caracterizando-se como um impacto positivo; e (ii) redução
da hidrodinâmica local, potencial de contaminação e introdução de espécies exóticas,
caracterizando-se como impactos negativos sobre essas comunidades.

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A disponibilização de substrato artificial (terminal portuário) é o primeiro impacto que ocorrerá,


já que um recife artificial será criado, entretanto, junto com a disponibilização do substrato
consolidado do terminal portuário, os potenciais agentes poluidores advindos do processo de
construção civil, como ressuspensão de sedimento e lançamento de efluentes também
poderão estar presentes. Nesse momento, o recrutamento larval ocorrerá de forma intensa e
o controle dos agentes poluidores influenciará na qualidade ambiental das comunidades que
colonizarão esse substrato artificial, fato que poderá ser garantido com a execução de
eficientes programas de mitigação ambiental. A execução dessa medida mitigadora
representa importância ainda maior quando consideramos o costão natural.

Adicionalmente, a mudança da hidrodinâmica local, com a evolução da construção do


terminal portuário, promoverá uma alteração da intensidade em que o fator limitante
batimento de ondas causa nos costões naturais, alterando os processos que regem a
recolonização de espécies, assim como os padrões de diversidade local. Entretanto,
conforme descrito anteriormente, apenas o monitoramento em longo prazo pode revelar como
esse aspecto ambiental influenciará na comunidade bentônica de costão rochoso de Ponta
Negra, especialmente no que se refere aos pontos localizados na área de influencia direta.

Finalmente, medidas mitigadoras que evitem a introdução de espécies exóticas são


essenciais para garantir a preservação da riqueza e diversidade local do costão de Ponta
Negra, visto que a sobreposição de impactos (alteração da hidrodinâmica local e introdução
de espécies exóticas) podem comprometer as comunidades naturais da região.

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10.Estudo de modelagem numérica considerando a


instalação das estruturas previstas no
empreendimento
10.1. Prováveis interferências nos padrões de circulação hidrodinâmica,
de propagação de ondas e de transporte de sedimentos devido a
instalação das estruturas.
As prováveis interferências das estruturas previstas a serem instaladas são apresentadas e
discutidas através dos resultados das simulações numéricas para as configurações atual e
futura (contemplando a construção dos terminais de Ponta Negra). Neste ponto, cabe
salientar que o domínio, a grade numérica e as forçantes utilizadas em ambas simulações
(atual e futura) foram as mesmas e independem da configuração simulada. Somente assim,
mantendo-se as mesmas condições para ambas as simulações, é que se podem avaliar as
diferenças entre os impactos que decorram da configuração proposta.

A seguir é apresentada a avaliação dos impactos devido à implementação do


empreendimento. Analisa-se a configuração considerada em relação à configuração atual, na
hidrodinâmica, no clima de ondas e no transporte de sedimentos.

10.1.1. Alterações no campo de correntes e no campo de ondas


A principal diferença entre a configuração atual e a configuração futura é a construção de
dois molhes, bem como a realização de uma dragagem para implantação do canal de
acesso, bacia de evolução e berços de atracação dos terminais.

A Figura 10.1.1-1 e a Figura 10.1.1-2 apresentam os campos de correntes em instantes de


correntes para SW e para NE, respectivamente, para as condições atual e futura. As
principais alterações estão restritas à região do empreendimento e dependem da condição
hidrodinâmica analisada.

Ao observarmos um campo de correntes para SW (Figura 10.1.1-1), nota-se que, ao


considerar o empreendimento, a direção da corrente sofre alteração principalmente devido ao
molhe que está localizado à direita no empreendimento. Na configuração atual observa-se
uma intensificação da corrente próxima à costa. Na configuração futura, essa corrente mais
intensa ocorre próxima ao molhe localizado à direita. Além disso, na região interna do
empreendimento, as correntes apresentam magnitudes bastante baixas.

Analisando uma condição de corrente para NE (Figura 10.1.1-2), na configuração atual


observa-se que, quando a corrente passa o promontório à esquerda (o costão rochoso), se
reorienta contornando a linha de costa, pois as correntes se orientam pelas linhas
batimétricas. Isso deixa de ocorrer na configuração futura, uma vez que ao implementarmos
os molhes, a corrente precisa contornar o molhe localizado ao sul, se mantendo paralela a
este molhe. Ao alcançar o outro molhe (localizado à direita do empreendimento), muda de
direção, seguindo para norte (em direção à costa), paralela ao molhe. Observa-se, ainda, que
a corrente perde intensidade ao passar pela região dragada, no canal de acesso ao

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empreendimento. Na região interna do empreendimento, as correntes apresentam


magnitudes bastante baixas.

Conforme se afasta da região onde serão implementados os terminais, a intensidade e


direção da corrente se tornam cada vez mais semelhantes aos que já se observavam na
configuração atual.

Figura 10.1.1-1 - Resultados de magnitude média na coluna d’água e direção da corrente, em um


instante onde a direção da corrente é para SW, nas configurações atual (painel superior) e
futura (painel inferior). A barra lateral de cores indica a magnitude da corrente (em m/s) e os
vetores indicam a direção da corrente

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Figura 10.1.1-2 - Resultados de magnitude média na coluna d’água e direção da corrente, em um


instante onde a direção da corrente é para NE, nas configurações atual (painel superior) e futura
(painel inferior). A barra lateral de cores indica a magnitude da corrente (em m/s) e os vetores
indicam a direção da corrente.

A fim de verificar o efeito do empreendimento na incidência de ondas na região, foram


selecionados instantes que ilustram direções e alturas significativas de onda distintos e, para
estes instantes, são apresentados os resultados da modelagem para as configurações atual e
futura.

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Os instantes selecionados visaram representar condições de onda para condições de verão e


inverno, de acordo com as análises apresentadas anteriormente. Para caracterizar o período
de verão apresenta-se um instante de onda de ESE, com altura oscilando entre 1,0 e 2,0
metros. Para caracterizar o período de inverno selecionou-se um instante cuja onda é de S,
com altura próxima a 2,5 metros.

A Figura 10.1.1-3 apresenta uma onda proveniente de ESE, com altura oscilando entre 1,0 e
2,0 metros (representando a condição mais frequente observada para o período de verão). A
Figura 10.1.1-4 ilustra uma onda proveniente de S (representando uma condição de inverno)
com altura próxima a 2,5 metros.

Ao analisar os resultados, nota-se que as alterações, assim como já observado para a


corrente, são restritas à região do empreendimento: observa-se alteração na direção da onda
e diminuição da altura significativa na região interna do empreendimento.

O molhe localizado ao sul do empreendimento, por apresentar orientação leste-oeste, faz


com que as ondas incidentes de S, SW e SE sofram o processo de difração devido à
presença do obstáculo. Além disso, devido à orientação das linhas batimétricas, as ondas
sofrem o processo de refração, que é acentuado em função da dragagem do canal de
acesso.

Conforme se afasta da região onde serão implementados os terminais, a altura e direção se


tornam cada vez mais semelhantes aos já observados na configuração atual.

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Figura 10.1.1-3 - Resultados de altura significativa e direção da onda, em um instante de onda


proveniente de ESE e com altura entre 1,0 e 2,0 metros, para as configurações atual (painel
superior) e futura (painel inferior). A barra lateral de cores indica a altura significativa da onda
(em metros) e os vetores indicam a direção da onda.

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Figura 10.1.1-4 - Resultados de altura significativa e direção da onda, em um instante de onda


proveniente de S e com altura próxima de 2,5 metros, para as configurações atual (painel
superior) e futura (painel inferior). A barra lateral de cores indica a altura significativa da onda
(em metros) e os vetores indicam a direção da onda.

10.1.2. Alterações na Taxa de Deposição de Sedimentos


O sistema de modelos numéricos adotado para a avaliação dos impactos hidrodinâmicos e de
transporte de sedimentos, segundo a configuração a ser adotada para o empreendimento,
considera as características do fundo, assim como a concentração de sedimentos em
suspensão. Além disso, este modelo numérico permite a realimentação das mudanças
morfológicas de fundo durante o cálculo hidrodinâmico, ou seja, o modelo numérico tem a
capacidade de simular a deposição e a remobilização de sedimentos em decorrência das
características do fluxo hidrodinâmico.

Neste sentido, no item anterior foram apresentadas as possíveis alterações hidrodinâmicas e


no padrão de ondas decorrentes do empreendimento, as quais têm influência direta nas
alterações nas taxas de erosão e/ou sedimentação.

Foram utilizadas duas classes de sedimentos na simulação, como citado anteriormente, a


primeira com um diâmetro médio (d50) de 0,2 mm e a segunda com um d50 de 0,5 mm. Esta
condição foi baseada nos resultados granulométricos na área do empreendimento.

Na Figura 10.1.2-1 é apresentada a tendência dos locais de erosão e sedimentação anual


como resultado da simulação numérica para a configuração atual na região dos terminais
Ponta Negra (RJ). As variações batimétricas ocasionadas pela instalação do empreendimento
são identificadas através das variações nas taxas de erosão e/ou deposição. Com relação à
figura a seguir, os valores positivos indicam deposição e os valores negativos indicam erosão.

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Com relação à quantificação dos dados, para responder com precisão as taxas de
deposição/erosão é necessário validação da modelagem com resultados de sondagens
batimétricas em períodos distintos. Na ausência destes dados, os valores aqui demonstrados
são apenas estimativas resultantes da modelagem.

Figura 10.1.2-1 - Variação batimétrica anual, como resultado da simulação numérica, para a
região dos terminais Ponta Negra (RJ), na configuração (situação) atual.

A implementação dos terminais provoca alterações de pequenas proporções na circulação


hidrodinâmica. Embora pequenas, essas alterações hidrodinâmicas refletem-se em
processos erosivos e em processos deposicionais. De maneira geral, processos erosivos
tendem a ocorrer em regiões em que a intensidade do fluxo hidrodinâmico sofre acréscimo e,
processos deposicionais, em regiões onde há decréscimo do fluxo hidrodinâmico. Dentro
deste contexto, a Figura 10.1.2-2 apresenta os resultados da variação batimétrica de um ano
de simulação, após a implantação do terminal. Salienta-se que a configuração futura
considera além do aterro, as regiões com as dragagens já efetuadas (rebaixamento das cotas
batimétricas) e os molhes implementados.

Para realização desta modelagem buscou-se a reprodução de um ano padrão, com regimes
típicos dos campos de vento, corrente e onda, reproduzindo a variabilidade sazonal da
região. Espera-se que neste período de um ano de simulação, após a implantação do
empreendimento, as alterações de dinâmica sedimentar tenham atingido novo equilíbrio
dinâmico, representando as espessuras de erosão e/ou deposição nas condições
hidrodinâmicas simuladas.

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O valor de erosão obtido de aproximadamente 1 metro junto ao talude do quebra-mar,


representa a perda de espessura máxima do pacote de sedimentos sob as condições
hidrodinâmicas simuladas. Portanto, não é correto supor que, mantidas as condições
simuladas por outro período de tempo, o processo erosivo observado no período simulado
seja acumulativo. Desta forma, o valor apresentado não corresponde à taxa de erosão anual
e sim ao máximo de perda que um novo campo hidrodinâmico (após implantação do
empreendimento) é capaz de produzir. O mesmo raciocínio aplica-se para as regiões onde os
processos deposicionais foram observados.

Figura 10.1.2-2 - Variação batimétrica anual na região do empreendimento, como resultado da


simulação numérica, para a região dos terminais Ponta Negra (RJ), na configuração futura.

Na Figura 10.1.2-2 acima a região interna do empreendimento foi desconsiderada e foi


ampliada na Figura 10.1.2-3. A Figura 10.1.2-3 apresenta, para a região interna do
empreendimento, uma análise em paralelo que buscou concentrar apenas os resultados
desta região.

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Figura 10.1.2-3 - Variação batimétrica anual no interior do empreendimento, como resultado da


simulação numérica, para a região dos terminais Ponta Negra (RJ), na configuração futura.

Através da análise conjunta dos resultados para ambas as configurações (atual e futura),
infere-se que:

 O sentido predominante do transporte litorâneo não sofre alteração, persistindo na área


do empreendimento o predomínio de correntes de deriva rumo aos quadrantes sul;
 Não sofrem alterações também os padrões de erosão e deposição das praias a leste e
oeste do empreendimento.
 No entanto, observa-se que a construção dos molhes funciona como um anteparo ao livre
deslocamento da carga de tração (areias) junto ao fundo, originando um pequeno
acúmulo sedimentar a norte do molhe localizado à direita e a sul do molhe localizado à
sul;
 Associada a esta pequena área deposicional, o anteparo gerado pela construção dos
molhes também gera um deslocamento dos fluxos de deriva e, paralelamente, um
aumento das velocidades de deslocamento, propiciando as condições para que os fluxos
resultantes tenham competência para deslocar os sedimentos provenientes da feição
praial ao longo de toda a face externa da estrutura rochosa;
 O processo citado acima se estabelece de maneira similar ao que ocorre no costão
rochoso, onde o próprio anteparo rochoso (costão) desloca o sentido do transporte e influi
na intensidade do deslocamento;
 Os fluxos de enchente e vazante gerados na entrada do canal de acesso, associados aos
fluxos gerados pela incidência direta dos sistemas de ondas, particularmente em fases de

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tempestades, tendem a deslocar ao longo do tempo os sedimentos arenosos mais para


sul, gerando uma área marginal de elevada deposição;
 Desta forma, além das alterações citadas, a implantação das obras civis não acarretam
outras alterações significativas na dinâmica sedimentar das áreas do entorno do
empreendimento.

De maneira geral, as análises das variações batimétricas obtidas das comparações


executadas entre as situações atuais e futuras, não indiquem uma mudança no
comportamento do padrão de dinâmica sedimentar da área de entorno do empreendimento, e
nem processos de alteração nas ordens de grandeza das taxas de deposição de sedimentos,
uma modificação pontual nesta dinâmica é evidenciada pelo deslocamento espacial de um
centro deposicional (“banco”) localizado ao sul da área, para E, se estabelecendo nas
proximidades da entrada do canal de acesso do futuro Terminal.

Porém, este centro de deposição mais intensa não atinge diretamente a embocadura do
canal de acesso do Terminal, de maneira a alterar significativamente as taxas deposicionais
de seu entorno, podendo ser prevista apenas um pequeno aumento de deposição de
sedimentos arenosos junto à face sul, mais externa do futuro Terminal.

Esta preservação da dinâmica sedimentar junto às áreas costeiras fica evidenciada nas
análises comparativas entre ao quadro atual e a dinâmica futura, mas principalmente quando
se compreende que os processos erosivos, de variação de volumes arenosos depositados
junto à costa, ocorrem apenas durante os eventos meteorológicos extremos (frentes
frias/ressacas), conforme descrito por Lins de Barros et. al.(2003).

Desta forma, como o “banco” existente ao sul da área do empreendimento se localiza a cerca
de 20 m de profundidade, fora da profundidade de movimentação mais intensa por ação de
arrebentação dos sistemas de ondas incidentes, os mecanismos de movimentação de fundo
mais efetivos devem estar associados apenas à prevalência de condições hidrodinâmicas
existentes nos eventos de tempestade.

10.2. Estimativa de assoreamento das áreas que serão dragadas


Os resultados da modelagem de transporte de sedimentos na região do empreendimento
evidenciaram a baixa mobilidade sedimentar na área interna do TPN, pois ao longo do
período de tempo decorrido na modelagem, as maiores alterações batimétricas
corresponderam a valores inferiores a duas dezenas de centímetros (Figura 10.1.2-3).

Novamente, é importante destacar que estes valores não correspondem a “taxas de


sedimentação” cumulativas, ou seja, que em períodos sucessivos de tempo correspondentes
ao período simulado (um ano), não são somados os valores de alteração da superfície do
fundo, resultando em uma progressiva diminuição das profundidades nas áreas que
apresentaram tendências deposicionais. As escalas das tendências erosivas e deposicionais
obtidas da modelagem numérica correspondem às máximas variações batimétricas nas áreas
internas do porto decorrentes das condições hidrodinâmicas após a implantação do
empreendimento.

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Neste contexto, apenas a área de interligação entre o canal de acesso ao porto e as áreas
internas de atracação poderão necessitar de dragagens após a implantação decorrentes da
acomodação dos taludes naturais e ou escavados. As áreas internas limítrofes aos
enrocamentos decorrentes da acomodação dos perfis também apresentaram respostas
sedimentares que implicam em processos deposicionais. Estes processos também
correspondem às fases iniciais de acomodação dos novos perfis, porém nesta região não
terão qualquer impacto a navegabilidade no porto.

Assim, a pequena escala das variações batimétricas observadas são principalmente


decorrentes de remobilização arenosa de fundo associadas às alterações do padrão
hidrodinâmico advindas da fase de implantação do porto. Na ausência de uma fonte
significativa de aporte de sedimentos finos (lamosos) para a área interna do porto, é possível
afirmar que as taxas de deposição e volume de sedimentos assoreados em período não
inferior a uma década não condizem com necessidade de programação de dragagem das
áreas internas do porto.

10.3. Modelagem Numérica da Pluma de Dragagem


As modelagens da dispersão de sedimentos oriundos dos processos de dragagem na região
dos terminais de Ponta Negra (RJ) foram realizadas através da utilização do sistema de
modelos Delft3D, que acopla a dispersão de sedimento com a hidrodinâmica e a modelagem
de onda. As mesmas condições sazonais utilizadas nos estudo hidrodinâmicas foram usadas
como cenários de base para a dispersão da pluma de sedimentos. A seguir são mostradas
especificações técnicas, metodológicas e os resultados encontrados para os cenários
simulados.

10.3.1. Especificações das operações de dragagem


Um dos fatores mais importantes no controle do total de sólidos em suspensão é a velocidade
com que o sedimento deposita. Geralmente, materiais mais grosseiros possuem velocidades
de deposição maiores que os mais finos, que permanecem por mais tempo na coluna d’água.
As características básicas de deposição podem ser determinadas através da análise das
classes granulométricas do sedimento a ser modelado.

A granulometria dos sedimentos utilizada nas simulações foi estabelecida através de laudos a
partir de dados coletados em campo. Foram amostrados 53 pontos e, para a granulometria,
utilizou-se a classificação de grãos da planilha de Wentworth, 1922, presente na Resolução
CONAMA 454/04 (Tabela 10.3.1-1).
Para fins de modelagem, realizou-se uma média de granulometria entre os 53 pontos
amostrados, apresentada na Tabela 10.3.1-2. Utilizaram-se as 4 classes com maior
porcentagem de ocorrência: Areia Média, Areia Fina, Areia Muito Fina e Areia Grossa.

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Tabela 10.3.1-1 - Classificação de grãos da planilha de Wentworth.

Diâmetro (mm) Descrição

Maior que 2,0 Grânulos


2,0 a 1,0 Areia muito grossa
1 a 0,5 Areia grossa
0,5 a 0,25 Areia média
0,25 a 0,125 Areia fina
0,125 a 0,063 Areia muito fina
0,063 a 0,031 Silte grosso
0,031 a 0,016 Silte médio
0,016 a 0,008 Silte fino
0,008 a 0,004 Silte muito fino
<0,004 Argilas

Tabela 10.3.1-2 - Granulometria do material dragado (média dos 53 pontos amostrados).

Descrição Porcentagem

Grânulos 0,397
Areia muito grossa 0,678
Areia grossa 12,779
Areia média 42,582
Areia fina 25,016
Areia muito fina 17,396
Silte grosso 1,078
Silte médio 0,257
Silte fino 0,197
Silte muito fino 0,094
Argilas 0,208

As operações de dragagem simuladas correspondem à área de dragagem apresentada na


Figura 10.3.1-1 (canal de acesso dragado em 30 metros, bacia de evolução e berços de
atracação dragados em 25, 19, 14 e 10 metros). Foi considerada uma draga operando, do
tipo Hopper, com capacidade de cisterna de 15.000,00 m³.

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Figura 10.3.1-1 - Localização do empreendimento identificando o canal de acesso, bacia de


evolução e berços de atracação que serão dragados. A escala de cores ilustra a batimetria
(futura) considerada, em metros.

A Tabela 10.3.1-3 apresenta as características das operações de dragagem. Nesta tabela


observa-se que o volume total a ser dragado é de 12.000.000,0 m³, com capacidade de
cisterna de 15.000,0 m³ por viagem, demorando 1 hora para encher a cisterna e intervalo de
5 horas para descarte para o aterro hidráulico. Esses dados indicam ciclos de 6 horas,
totalizando 4 ciclos por dia e volume aproximado de 60.000,0 m³. Para dragar o volume total
de 12.000.000,0 m³ serão necessários 200 dias de operações de dragagem. Não foi
considerado overflow e a taxa de ressuspensão de sedimento durante o processo de
dragagem foi considerada de 3%, correspondendo a 450 m³ de sedimento por hora de
dragagem.

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Tabela 10.3.1-3 - Características das operações de dragagem.

3
Volume de sedimento por ciclo de dragagem 15.000,0 m
Tempo de carregamento da cisterna 1 hora
Intervalo entre os ciclos de dragagem 5 horas
Número de ciclos por dia ~4
3
Volume total a ser dragado 12.000.000,00 m

10.3.2. Dados de entrada e cenários simulados


O conjunto de dados de entrada e parâmetros do modelo que definem um cenário são: local
de dragagem, período de simulação, duração do ciclo, informações sobre o sedimento,
campo de correntes e ondas, opções de saída e parâmetros de simulação. Os resultados de
cada simulação correspondem, então, a um único cenário, definido pelo arquivo de entrada
de dados e parâmetros.

10.3.3. Cenários da dispersão do material ressuspendido durante a


dragagem
Para as simulações das operações de dragagem na região do empreendimento foram
elaborados dois cenários, sendo um para o verão e outro para o inverno, de modo a
acompanhar a evolução da pluma decorrente do processo de dragagem. Para cada
simulação foram considerados 30 dias de operações de dragagem, totalizando um volume de
1.800.000,00 m³.

Para a simulação de verão foi considerado o mês de janeiro e para o inverno o mês de junho,
estes meses foram selecionados baseados em análises das condições hidrodinâmicas locais
de modo a representar a área de influência da pluma de sedimentos durante as operações de
dragagem.

10.3.4. Resultados da dispersão do material ressuspendido durante a


dragagem
A Tabela 10.3.4-1apresenta um resumo dos resultados obtidos em cada um dos cenários
simulados na modelagem de dispersão das plumas de dragagem, na forma de concentração
de sedimento na coluna d’água e área total das trajetórias das plumas.

Observa-se que as maiores áreas de abrangência das plumas foram obtidas para o período
de inverno e que as plumas são limitadas à área próxima ao empreendimento. As maiores
concentrações ocorrem na boca da draga e concentram-se no fundo.

A maior concentração observada para o verão foi de, aproximadamente, 153 mg/l e, para o
inverno, de 147 mg/l. Estes valores são compatíveis com o encontrado por Nichols et al.
(1990) em monitoramentos realizados da Baía de Chesapeake, Virgínia, EUA, quando
encontraram valores de até 7.500 mg/l ou concentrações de 50 a 400 vezes maiores que a
encontrada naturalmente no local. No local do estudo a média da concentração natural na
superfície é de 28 mg/l e a concentração máxima da pluma de dragagem observada foi de
153mg/l (este valor corresponde a aproximadamente 5 vezes mais que a concentração local).

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Tabela 10.3.4-1 - Resumo dos resultados obtidos na modelagem.

Cenário Área (km²) Concentração (mg/l)

Inverno 10,8 147


Verão 10,4 153

A seguir, são apresentados os resultados das plumas de sedimentos que resuspenderam


durante as simulações das plumas de dragagem (Figura 10.3.4-1 a Figura 10.3.4-4). Nas
figuras são apresentadas as concentrações de sedimento na coluna d’água, no instante da
dragagem no canal (área mais externa a ser dragada) além da área total das trajetórias das
plumas ao longo do período de simulação. Ressalta-se que a pluma não ocupará toda a área
de abrangência em um mesmo instante, conforme ocorre a dragagem, pequenas plumas
surgem próxima à boca da draga e as mesmas vão dispersando com a corrente formando
trajetórias, o somatório das trajetórias corresponde a área total da pluma.

10.3.4.1. Resultados para o período de verão


A Figura 10.3.4-1 indica a área de influência da pluma de sedimentos ressuspendidos
durante as operações de dragagem para o verão. Os resultados são referentes à extração de
um volume correspondente a 1.800.000,00 m³ de sedimentos. O contorno em vermelho é
referente à área da pluma de sedimentos com concentrações de 5mg/l, onde concentrações
maiores que essa se encontram dentro desse contorno. A área de influência das trajetórias
das plumas para o período de verão foi de 10,4 km², com concentração máxima de 153 mg/l.
O background da região é de 28 mg/l na superfície, 37mg/l na coluna d’água e 48mg/l no
fundo (média a partir dos laudos enviados pela cliente). Os valores de concentração da pluma
apresentados no relatório correspondem à concentração no fundo, próxima à boca da draga.

Ressalta-se que durante as simulações das operações de dragagem, o sedimento que


ressupende sofre dispersão conforme a hidrodinâmica local. Os sedimentos que irão
ressuspender vão depositar rapidamente devido à granulometria do local. A área de
influência representada pelo contorno vermelho corresponde às áreas por onde a pluma de
sedimento dispersou, ora para leste ora para oeste, ou seja, não ocorre sedimento na coluna
d’água em toda a extensão da área apresentada em um mesmo instante.

Observa-se que a pluma permanece próxima à região que esta sendo dragada, onde o ponto
em vermelho corresponde às maiores concentrações. No interior do empreendimento
observa-se uma pluma com baixas concentrações: inferior a 5 mg/l. A pluma de sedimentos,
conforme deixa a área de dragagem, afasta-se do local e diminui sua concentração máxima.
Quanto mais distante do empreendimento, menor a concentração, isto devido aos processos
dinâmicos que envolvem a deposição dos grãos. Próximo à praia a concentração será muito
baixa se comparada com o background da região e o impacto visual será insignificante.

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Figura 10.3.4-1 - Área total das trajetórias das plumas, contorno em vermelho, e concentração
na coluna d’água em um instante de operação no canal (área mais externa a ser dragada), para
o período de verão.

10.3.4.2. Resultados para o período de inverno


A Figura 10.3.4-2 e Figura 10.3.4-3ilustra a área de influência da pluma de sedimentos
ressuspendidos durante as operações de inverno. O contorno azul escuro refere-se à área da
pluma com concentração de 5mg/l de sedimento, onde concentrações maiores que essa se
encontram dentro da área do contorno. Os resultados são referentes a 30 dias de dragagem
totalizando 1.800.000 m³ de sedimento. A área total das trajetórias das plumas foi de 10,8
km², com concentração máxima de 147 mg/l.

Ressalta-se que durante as simulações das operações de dragagem, o sedimento que


ressupende sofre dispersão conforme a hidrodinâmica local. A área de influência
representada pelo contorno azul corresponde às áreas por onde a pluma de sedimento
dispersou, ora para leste ora para oeste, não ocorrendo sedimento na coluna d’água por toda
a extensão da área em um mesmo instante.

Assim como observado para as simulações de verão, a pluma de sedimentos permanece


próxima à região que está sendo dragada (no caso o canal). O ponto em vermelho ao centro
da pluma corresponde às maiores concentrações. A pluma azul, próxima a linha de costa e
ao molhe localizado à direita, ocorre devido o sentido da corrente de SW para NE. Porém
quando a corrente volta a apresentar o sentido predominante, de NE para SW, o sedimento
irá acumular a norte do molhe localizado à direita conforme descrito anteriormente.

A pluma de sedimentos também diminui sua concentração máxima ao afastar-se da área de


dragagem. Quanto mais distante do empreendimento, menor a concentração. Próximo à praia
a concentração será muito baixa se comparada com o background da região e o impacto
visual será insignificante.

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Figura 10.3.4-2 - Área total das trajetórias das plumas, contorno em azul, e concentração na
coluna d’água em um instante de operação na entrada da área protegida pelo quebra mar para o
período de inverno.

Figura 10.3.4-3 - Área total das trajetórias das plumas, contorno em azul, e concentração na
coluna d’água em um instante de operação no canal (área mais externa a ser dragada) para o
período de inverno.

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10.3.4.3. Total das plumas de sedimentos


A Figura 10.3.4-4 indica a área de influência da pluma de sedimentos ressuspendidos
sobrepondo as áreas de verão e inverno, região hachurada de azul claro. Os contornos em
azul correspondem à concentração de 5mg/l para o inverno. O contorno vermelho
corresponde a 5 mg/l para o período de verão.

A área total das trajetórias das plumas (hachurada de azul claro), sobrepondo a área para o
verão e para o inverno, área pintada em azul, foi de 13,4 km². Lembrando que a pluma jamais
atingirá toda a área em um mesmo instante.

Figura 10.3.4-4 - Área total das trajetórias das plumas e contornos referentes a 5mg/l, para o
período de verão (vermelho) e de inverno (azul).

10.4. Análise do clima de ondas, modelagem numérica do transporte de


sedimento ao longo da costa para verificar as alterações na
morfologia da linha de costa em função das estruturas costeiras
O sistema de modelos numéricos Sistema de Modelado Costeiro (SMC) foi selecionado como
ferramenta para se atingir os objetivos propostos neste estudo. O objetivo básico do SMC foi
proporcionar uma ferramenta numérica no campo da engenharia de costas, que facilite aos
técnicos a elaboração de estudos passo a passo, e incrementem a qualidade de seus
estudos e, portanto, a confiabilidade de suas decisões. Neste estudo foram realizados dois
levantamentos de campo com o intuito de auxiliar e melhorar os resultados obtidos na
modelagem. O primeiro consistiu em um mapeamento batimétrico da zona de surf, e o
segundo em um levantamento de 9 perfis de praia ao longo do arco praial de Jaconé. Os

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resultados obtidos do levantamento enfatizam que a praia de Jaconé está condicionada a um


perfil uma característica de praia intermediária - refletiva.

Para o entendimento dos processos de propagação das ondas em águas rasas, foram
apresentados, inicialmente, os resultados de altura de onda e direção principal de
propagação, típicas de verão, inverno e frente fria, propagada antes e depois das instalações
dos Terminais Ponta Negra. A resolução da equação mild slope para a propagação de ondas
em águas rasas permitiu identificar as principais direções com que as ondulações atingem a
linha de costa atual e futura do arco praial de Jaconé. Não foram analisados no presente
estudo, os efeitos dos estados de mar locais gerados pelo vento (seawind).

10.4.1. Clima de ondas em águas profundas


As ondas são manifestações de forças atuantes em um fluído, tendendo a deformá-lo contra
a ação da gravidade e a tensão superficial, que juntas agem para manter o nível da superfície
do meio (DEAN & DALRYMPLE, 1991). Essa deformação requer alguma força para gerá-la,
podendo ser vento, perturbações meteorológicas, terremotos, atração planetária, entre outras
coisas. Uma vez que as ondas são criadas, a força gravitacional e a tensão superficial
permitem que elas se propaguem. A variação no tempo dos mecanismos forçantes das ondas
(direção, intensidade e duração do vento) são variáveis aleatórias, e é por isso que os
estudos relacionados a este tema requerem uma série de análises que representem os
regimes médios escalares e direcionais dos parâmetros dos estados de mar: altura
significativa de onda (Hs) e período de pico (Tp). Para caracterizar os regimes médios
escalares e direcionais dos parâmetros dos estados de mar apresentados anteriormente, se
faz necessária a utilização de base de dados de reanálise proveniente do modelo de terceira
geração WAVEWATCH III implementado para a região sudeste do Brasil como condição de
contorno. Esses dados gerados por modelo numérico definem as ondas em águas profundas,
tornando imprescindível a aplicação de modelos de propagação para sua transferência até
zonas costeiras. Os resultados apresentados a seguir representam o clima de ondas entre os
anos de 2005 e 2012 do ponto de coordenada 42,5°W e 23°S, localizado nas adjacências da
cidade de Maricá (RJ).

A caracterização do clima das ondas e o padrão de sazonalidade para os 8 anos de


simulação global no ponto de coordenada 42,5°W e 23°S, está representada na Figura
10.4.1-1 a Figura 10.4.1-3. A Figura 10.4.1-1 apresenta as séries temporais dos parâmetros
comumente utilizados para caracterização dos padrões de propagação de ondas: altura
significativa, direção e período de pico. Através da figura abaixo se observa que a maior
altura significativa medida foi de aproximadamente 4,7 m. No entanto, na maior parte do
tempo, os valores ficam próximos de 1,25 m. A direção de pico indica que a incidência de
ondas fica praticamente entre as direções de 90° e 200°, condizente com a orientação da
linha de costa da área de estudo. O período de pico, por sua vez, tem uma variação
significativa, apresentando na maior parte do tempo valores próximos de 10 segundos, porém
com alguns picos da ordem de 16 segundos.

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Figura 10.4.1-1 - Altura significativa (m), período de pico (s) e direção de pico (°) segundo dados
do modelo WW3 no período de 2005 a 2012.

A Figura 10.4.1-2 apresenta o espectro direcional de altura significativa e de período de pico


das ondas, onde as direções (em graus) indicam a origem da onda, a distância radial indica o
período de pico (em segundos) e a escala de cores indica a altura significativa (em metros).
No período simulado, as ondas de S estão associadas a períodos que alcançam os 20
segundos, representando as ondas mais intensas, de aproximadamente 5 m são
provenientes de SSW. A Tabela 10.4.1-1 mostra a distribuição de ocorrência conjunta de
altura significativa e direção das ondas e a Tabela 10.4.1-1 a distribuição de ocorrência
conjunta do período e direção das ondas, sendo que todas englobam o período de janeiro de
2005 a dezembro de 2012 e para o ponto de coordenadas 412,5 °W e 23°S. Através dessas
tabelas, observa-se que:

 As ondas mais frequentes que incidem no ponto são provenientes de S (34,4%) e SSW
(18,8%);
 As ondas de SE a E representam 30,7% do total das ondas incidentes, em média
divididas aproximadamente em 10% das incidências por direção;
 69,8% do total de 8 anos de dados de ondas incidiram com alturas entre 0,5 e 1,5 m e
0,6% são maiores que 3,5 m;
 Com relação ao período, 68,2% das ondas apresentaram períodos entre 8 e 12
segundos; 15,1% períodos entre 12 e 16 segundos, e em apenas 0,6% dos casos o
período variou entre 16,0 e 20,0 s;

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Para todo o período simulado, no ponto considerado, a onda alcançou alturas máximas de
4,8 m, proveniente da direção SSE, e 4,6 m, proveniente das direções SSW.

Figura 10.4.1-2 Espectro direcional de altura significativa (m) e período de pico das ondas (s),
segundo dados do modelo WW3 no período de 2005 a 2012. A escala representa a altura (m).

Tabela 10.4.1-1 Diagrama de ocorrência conjunta de altura significativa das ondas (m) e direção
de propagação, segundo dados do modelo WW3 no período de 2005 a 2012.

Tabela 10.4.1-2 Diagrama de ocorrência conjunta de período de pico (s) e direção de


propagação, segundo dados do modelo WW3 no período de 2005 a 2012.

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De forma análoga às analises apresentadas anteriormente, a figura e tabelas a seguir (Figura


10.4.1-3 e Tabela 10.4.1-3 a Tabela 10.4.1-6) apresentam a ocorrência conjunta de altura
significativa e direção da onda, e da altura significativa e período de pico, para os meses de
dezembro, janeiro e fevereiro (verão), março, abril e maio (outono), junho, julho e agosto
(inverno) e setembro, outubro e novembro (primavera) para os 8 anos de análise,
respectivamente. Nos meses de verão 32,5 % das ondas foram provenientes de S, seguidas
por 16,9% de SSW, sendo que as alturas significativas (Hs) máximas vieram de S e SSW
(3,5 m e 3,6 m) respectivamente. No entanto, em 78,6% das ocorrências, a altura significativa
ocorreu entre 0,5 e 1,5 m. Este padrão à passagem de sistemas frontais e à ZCAS (Zona de
Convergência do Atlântico Sul), um sistema típico do período de verão caracterizado como
um complexo convectivo estendendo-se num eixo de direção NW-SE desde região a
Amazônica até o Oceano Atlântico (ROBERTSON & MECHOSO, 2000). Nos meses de
outono (março, abril e maio), para os 8 anos de ondas analisados, a maior porcentagem das
ondas veio da direção S (36,7%) seguidos de SSW (19,2%), SSE (16,3) e SE (15%),
mostrando uma predominância de sistemas relacionados à passagem de frentes, onde as
ondas alcançaram os 4,8 m, caracterizando a incidência de marulhos ou swell, nesta região.

Os meses de junho, julho e agosto também caracterizaram a incidência de frentes frias se


aproximando sobre o ponto de águas profundas de Maricá (RJ). As alturas significativas
máximas foram de 4,6 m da direção SSW e 4,5 de S, sendo que estas direções somadas
representam uma frequência de 62,9% das ondas incidentes neste período. No entanto, 55%
das ocorrências a altura significativa ocorreu entre 1,0 e 2,0 m.

Os meses de setembro, outubro e novembro (primavera) estão caracterizados por uma maior
abrangência de direções das ondas que incidem sobre a região de estudo. A Tabela 10.4.1-6
mostra que as direções mais frequentes foram S (28,7%), SSE (16,6) e SSW (15,8 %),
seguido das direções SE (12,8%), E (12,7%) e ESE (12,4%) e representaram ondas de
alturas significativas máximas de 3,6 m, 3,3 m 3,7 m, 1,9 m, 2,6 m e 3,1 m respectivamente.

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Figura 10.4.1-3 Espectros direcionais mensais de janeiro a junho de altura significativa (m) e
período de pico (s) das ondas, segundo dados do modelo WW3.

Tabela 10.4.1-3 - Diagrama de ocorrência conjunta de altura significativa das ondas (m) e
direção de propagação, segundo dados do modelo WW3 para o período de verão entre os anos
de 2005 a 2012.

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Tabela 10.4.1-4 - Diagrama de ocorrência conjunta de altura significativa das ondas (m) e
direção de propagação, segundo dados do modelo WW3 para o período de outono entre os
anos de 2005 a 2012.

Tabela 10.4.1-5 Diagrama de ocorrência conjunta de altura significativa das ondas (m) e direção
de propagação, segundo dados do modelo WW3 para o período de inverno entre os anos de
2005 a 2012.

Tabela 10.4.1-6 - Diagrama de ocorrência conjunta de altura significativa das ondas (m) e
direção de propagação, segundo dados do modelo WW3 para o período de primavera entre os
anos de 2005 a 2012.

10.4.2. Modelagem de ondas com o modelo Oluca


Nesta etapa do trabalho foram implementados modelos numéricos visando simular a
transferência do campo de ondas à região de influência dos terminais Ponta Negra - RJ, com
o intuito de representar as diferenças do padrão das ondas antes e depois das Instalações
dos terminais. Para o estudo de propagação de ondas em águas rasas foi utilizado o modelo
Oluca-SP, desenvolvido pelo Grupo de Ingeniería Oceanográfica y de Costas (GIOC) de la
Universidad de Cantabria, cujo código é baseado no modelo REF-DIF, desenvolvido por Kirby

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e Dalrymple (1983), na Universidade de Delaware (G.I.O.C., 1999). O Oluca-SP é um modelo


espectral não dispersivo que resolve a fase (MRF) mediante a aproximação parabólica da
equação de declividades suaves (mild slope equation). Requer como entrada no contorno
exterior, um estado de mar direcional, representado por um espectro bidimensional
discretizado em componentes frequênciais e direcionais, as quais são propagadas de
maneira simultânea. O modelo discretiza o espectro de entrada fora da costa, em um número
de seções de energia, às quais se associam componentes de ondas com amplitude,
frequência e direção. A propagação de cada componente de energia permite, mediante
superposição linear, obter as características estatísticas do espectro em cada ponto do
domínio modelado.

Os resultados da modelagem de onda com o modelo OLUCA, juntamente com os resultados


do modelo COPLA, que calcula as correntes geradas pela quebra das ondas, servirão
posteriormente como forçante para o modelo de transporte de sedimento longitudinal, o
EROS.

O uso do modelo OLUCA é necessário devido à sua aplicabilidade em simular o


comportamento das ondas próximo da linha de costa. Os dados do modelo irão servir
posteriormente para a modelagem de transporte de sedimentos até a profundidade de
fechamento praial, até onde os sedimentos são mobilizados. Desta forma, essa modelagem
mais localizada na linha de praia poderá ser utilizada para estimar as alterações de linha de
costa (erosão e/ou acresção) decorrentes da instalação do empreendimento.

10.4.2.1. Discretização do domínio e batimetria


No presente estudo deseja-se analisar o comportamento de determinadas variáveis no
espaço e no tempo. A metodologia empregada (simulações numéricas) depende diretamente
da geometria bi e/ou tridimensional que se pretende analisar. A seguir, são descritos os
procedimentos adotados na consideração desses fatores críticos, e assim, garantir a
qualidade do estudo realizado. As grades numéricas implementadas representam um
compromisso entre os objetivos do projeto de modelagem final e a descrição dos processos
hidrodinâmicos na região. A especificação desta é feita pela fixação dos pontos de grade ao
longo da linha de costa (no plano) e pela batimetria (eixo vertical). Uma vez que estes pontos
ao longo da linha de costa são determinados, as demais características batimétricas são
associadas ao domínio. Foram implementadas, no modelo OLUCA, 4 grades numéricas
estruturadas, com resolução de 15 metros (Figura 10.4.2-1 e Tabela 10.4.2-1).

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Figura 10.4.2-1 Limites das malhas de cálculo utilizadas nas propagações das ondulações pelo
modelo OLUCA.

Tabela 10.4.2-1 Características das malhas de propagação de ondas.

Dispor de uma batimetria de boa qualidade é um elemento chave para qualquer estudo
referente à dinâmica marinha, já que a propagação das ondas até a costa responde, entre
outras coisas, à morfologia do fundo marinho. Quando se aproximam da costa, as ondas
sofrem transformações em função das formas do fundo e por isso, para um melhor
desenvolvimento desse estudo, foi necessário caracterizar o clima marítimo em
profundidades próximas à costa, onde se utilizou uma batimetria de alta resolução. Os dados
de profundidade foram obtidos através da digitalização dos valores batimétricos das cartas
náuticas da DHN, nos 1506 e 23000. Para a representação da batimetria na região do

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empreendimento foram utilizados dados de profundidade coletados em dois períodos, entre


25 de abril a 1 de maio de 2011, e entre 21 e 22 de agosto (Figura 1.1-60), ambos adquiridos
pela contratante (DTA-Engenharia, 2011) . Os mesmos dados foram considerados para os
estudos de modelagem numérica do modelo Delft.

Visando o ajuste fino da batimetria à linha de costa e as camadas de Sistemas de


Informações Geográficas (SIG) utilizadas pelos modelos matemáticos implementados na
região, também foram utilizadas informações provenientes de imagens de satélite,
complementando a base de dados na área. As cotas de profundidade foram associadas a
cada ponto da grade numérica do modelo através do sistema de interpolação triangular de
Delaunay com o método do vizinho natural (natural neighbor).

Os resultados finais da discretização da batimetria estão ilustrados na Figura 10.4.2-3 antes


das instalações do empreendimento e, depois das instalações dos terminais. Cabe ressaltar o
afloramento rochoso sobre a isóbata 35 metros na região adjacente às instalações dos
Terminais Ponta Negra.

Figura 10.4.2-2 Levantamento batimétrico realizado na zona de surf da praia do Jaconé entre os
dias 21 e 22 de agosto de 2013.

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Figura 10.4.2-3 - Batimetria atual na região dos Terminais Ponta Negra, painel superior, e
batimetria futura considerando o empreendimento, painel inferior.

10.4.2.2. Condições de contorno adotadas


Para caracterizar o funcionamento dos sistemas costeiros na região costeira de Maricá, se
faz necessária a utilização de base de dados de reanálise proveniente do modelo de terceira
geração WAVEWATCH III implementado para a região sudeste do Brasil como condição de
contorno. Esses dados gerados por modelo numérico definem as ondas em águas profundas,
tornando imprescindível a aplicação de modelos de propagação para sua transferência até
zonas costeiras. Por este motivo, foram selecionados casos representativos que
possibilitassem a reconstrução da série completa em águas rasas ao final da propagação.
Esta seleção foi feita em ambiente MatLab® através da metodologia proposta por Camus
(2009). O método de Máxima Dissimilaridade ou MaxDiss foi descrito por Kennard e Stone no
ano de 1969. A escolha dos casos representativos pela técnica MaxDiss ocorreu através da

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seleção de um subconjunto de dados, dentro do total de estados de mar (Altura Significativa -


Hs), Período de Pico – Tp, Direção de Pico - Dp), de tal forma que este subconjunto tivesse a
maior diversidade possível. É a partir dessa seleção que se obtém uma série reduzida de
casos representativos das ondas em águas profundas (CAMUS et al., 2010). A Figura
10.4.2-4 mostra a seleção dos 100 casos obtidos através da aplicação do algoritmo MaxDiss.
Os 100 casos selecionados fazem uma boa definição do contorno do domínio.

Figura 10.4.2-4 - Estados de mar selecionados (em azul) sobre a base de dados total (em
vermelho). Os estados de mar correspondem ao ponto de onda do WAVEWATCH III selecionado
em águas profundas para o estudo.

10.4.2.3. Resultados
Com o objetivo de caracterizar os processos que as ondas sofrem em sua propagação, e
representar a influência dos terminais, quando houver, antes de sua instalação e instalação
futura, a seguir será apresentada uma série de estados de mar que representam as seguintes
condições: verão (altura significativa 1,07 m, período de pico 11,18 segundos e direção média
de 173°), inverno (altura significativa 3,95 m, período de pico de 12,22 segundos e direção
média de 151°) e passagem de frente fria (altura significativa 3,04, período de pico de 10,86
segundos e direção média de 204°). As ondas, ao se propagarem desde águas profundas até
a costa, experimentam uma série de fenômenos que ocorrem através da transformação de
sua energia. Estes fenômenos têm sua origem no local onde as ondas são geradas pelos
ventos e vão, desde aí, sofrendo os seguintes processos: empinamento (aumento na altura
de onda através de uma diminuição do seu comprimento); refração (giro devido a uma
diferença entre celeridades que ocorre por mudanças de profundidades); difração (aporte

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lateral de energia perpendicular à direção de propagação entre a zona de incidência e uma


zona de sombra); reflexão (que ocorre pela presença de obstáculos); dissipação de energia
pelo fundo (indução por forças tangenciais que são produzidas na camada limite perto do
fundo); quebra da onda (quando a altura de onda coincide aproximadamente com a
profundidade), etc.

As ondas que incidem sobre a região, geram padrões de convergência conforme incidem
sobre a região do afloramento rochoso representado pela Figura 10.4.2-3. O padrão de
convergência dos raios das ondas que incidem sobre o afloramento provoca um aumento de
altura na região costeira de Jaconé (Figura 10.4.2-5 a Figura 10.4.2-7).

Sem a construção do empreendimento, a ondulação de S se propaga livremente,


apresentando um aumento de altura significativa ao propagarem sobre o afloramento rochoso
(Figura 10.4.2-5). A ondulação de SE propaga-se sem sofrer processo de refração acentuado
devido à orientação das linhas batimétricas (Figura 10.4.2-6). O contrário ocorre nas
ondulações provenientes de SSW, que ao se aproximarem da região costeira, sofrem um
processo de difração-refração, até posicionarem-se com seus raios perpendiculares à linha
de costa (Figura 10.4.2-7).

Depois das instalações dos Terminais, as ondas de verão (provenientes de S) sofrem


pequena difração no quebra mar leste, caracterizando um gradiente local de altura de onda
na região (Figura 10.4.2-5). As ondas de SE ao incidirem diretamente sobre a linha de costa,
não geram zonas de sombra ao redor do empreendimento (Figura 10.4.2-6). À medida que as
ondas incidem mais orientadas de SSW (Figura 10.4.2-7), as mesmas sofrem uma maior
interferência pela presença do promontório rochoso Ponta Negra, gerando processo de
difração-refração e um gradiente de altura de onda local na região.

Os resultados das propagações nas malhas de detalhe são apresentados nas figuras a seguir
(Figura 10.4.2-5 a Figura 10.4.2-7).

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Figura 10.4.2-5 - Altura significativa de onda e direção associada ao período de pico, para uma
ondulação típica de verão com Hs=1,07m, Tp=11,18s, proveniente de S, antes (à esquerda) e
depois (à direita) das instalações dos Terminais Ponta Negra.

Figura 10.4.2-6 - Altura significativa de onda e direção associada ao período de pico, para uma
ondulação típica de inverno com Hs=3,95m, Tp=12,22s, proveniente de SSE, antes (à esquerda)
e depois (à direita) das instalações dos Terminais Ponta Negra.

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Figura 10.4.2-7 - Altura significativa de onda e direção associada ao período de pico, para uma
ondulação típica de frente fria com Hs=3,04m, Tp=10,86s, proveniente de SSW, antes (à
esquerda) e depois (à direita) das instalações dos Terminais Ponta Negra.

A seguir, são apresentados os resultados obtidos através da técnica de interpolação


conhecida como Radial Basis Functions (RBF), adequada para dados de alta dimensão e não
distribuídos uniformemente (FRANKE, 1982). O objetivo da interpolação RBF é proporcionar
a série completa, neste caso de 8 anos, de estados de mar (altura significativa (Hs), período
de pico (Tp) e direção de pico (Dp) em pontos de interesse ao longo do arco praial de
Jaconé, tomando como base a série de casos selecionados e propagados desde águas
profundas até a região de interesse (Figura 10.4.2-4).

A Figura 10.4.2-8 representa os 4 pontos que foram estudados. Os pontos selecionados


representam 8 anos de estados de mar na região costeira da praia de Jaconé, para os dois
cenários analisados: antes e depois das instalações dos Terminais Ponta Negra.

A Figura 10.4.2-9 representa as ondas que incidem sobre o ponto P1. Os resultados
apresentados mostram que as ondas mais frequentes, antes das instalações dos terminais
(Figura 10.4.2-9, à esquerda), são oriundas de S, seguidos de SSE, SE e ESE. Já depois das
instalações, devido à presença do quebra mar leste (Figura 10.4.2-9, à direita), as ondas de S
passam a incidir com direção predominante de SSE, devido aos processos de refração e
difração gerados pela presença das novas estruturas.

Sobre o ponto P2 (Figura 10.4.2-10), nas duas situações (sem e com o empreendimento), as
ondas de S apresentaram um predomínio, seguido pelas ondas SSE, SE e ESE. As mais
intensas neste ponto alcançaram os 4,0 m e vieram da direção S. Como se pode observar,
não ocorreram diferenças significativas neste ponto para as duas situações implementadas.

Assim como no ponto P2, as ondas que incidem sobre os pontos P3 (Figura 10.4.2-11) e P4
(Figura 10.4.2-12) na região costeira de Jaconé apresentaram elevada similaridade entre os
pontos para ambas as situações analisadas. Os resultados mostraram que as ondas, ao se

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aproximarem da região costeira de Jaconé, depois da construção dos terminais, sofrem


mudanças de direção devido à presença das estruturas apenas no ponto P1, sendo que nos
demais pontos as ondas não sofreram qualquer tipo de alteração.

Figura 10.4.2-8 - Localização dos pontos que serão analisados para os dois cenários: antes e
depois das instalações dos Terminais Ponta Negra.

Figura 10.4.2-9 - Histograma direcional da altura significativa (m) para os 8 anos de dados (2005
e 2012), para os dois cenários analisados: antes e depois das instalações dos Terminais Ponta
Negra, nos pontos P1.

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Figura 10.4.2-10 - Histograma direcional da altura significativa (m) para os 8 anos de dados
(2005 e 2012), para os dois cenários analisados: antes e depois das instalações dos Terminais
Ponta Negra, nos pontos P2.

Figura 10.4.2-11 - Histograma direcional da altura significativa (m) para os 8 anos de dados
(2005 e 2012), para os dois cenários analisados: antes e depois das instalações dos Terminais
Ponta Negra, nos pontos P3.

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Figura 10.4.2-12 - Histograma direcional da altura significativa (m) para os 8 anos de dados
(2005 e 2012), para os dois cenários analisados: antes e depois das instalações dos Terminais
Ponta Negra, nos pontos P3.

10.4.3. Estudo da circulação gerada pela quebra de ondas – análise de curto


prazo utilizando o modelo Copla
As correntes provocadas pela quebra das ondas são, normalmente, a força dominante no
transporte de sedimentos em áreas pouco profundas. O conhecimento da dinâmica de uma
praia é fortemente condicionado por estas correntes. Como regra geral, a quebra das ondas
gera correntes, fundamentalmente paralelas à praia, que são função do ângulo com que a
ondulação atinge a costa (correntes de incidência oblíqua) e do gradiente de altura de onda.
Estas correntes, denominadas correntes longitudinais, são de especial importância na
disposição de equilíbrio de uma praia e, mais especificamente, em sua forma em planta, dada
sua importante capacidade de transporte de areia. As correntes longitudinais são geradas na
zona de arrebentação e, portanto, em uma área onde os sedimentos encontram-se em
suspensão (pela própria ação da quebra das ondas), sendo facilmente transportado pelas
correntes. Deste modo, para que uma determinada forma em planta esteja em equilíbrio é
necessário que, ou bem não existam correntes longitudinais, ou bem que, ainda existindo, o
gradiente de transporte gerado por estas seja nulo (a areia que é erodida em uma região é
substituída por areia de outra, de modo que se estabeleça um circuito fechado). Para o
cálculo das correntes geradas pela quebra de ondas foi utilizado o Copla-SP, modelo de
correntes em praias, induzidas pela quebra de ondulação espectral. Este modelo é aplicável
em uma análise de curto prazo, considerando um único evento ou estado de mar. O resultado
da simulação de correntes induzidas pela quebra de ondas, considerando a atual e a futura
configuração da linha de costa, é apresentado a seguir. Para o entendimento da dinâmica na
zona de arrebentação estão representados os estados de mar considerados anteriormente
(verão, inverno e frente fria).

O resultado da simulação considerando a atual morfologia da praia de Jaconé indica que,


para ondulações típicas de verão provenientes de S, por um efeito conjunto entre o ângulo de
incidência das ondas na costa e o gradiente de altura de onda gerado pela presença do

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afloramento rochoso, a linha de costa encontra-se dominada por uma corrente no sentido
oeste, com a presença de uma corrente de retorno no canto rochoso da Ponta Negra (Figura
10.4.3-1). Já o estado de mar proveniente da direção SSE (de inverno) gera correntes
direcionadas a oeste, seguido por uma diminuição de velocidade, que volta a aumentar
dirigindo-se em direção leste. Um mesmo padrão de correntes de retorno (no canto esquerdo
da praia de Jaconé) como comentado anteriormente é gerado por este tipo de estado de mar
(Figura 10.4.3-3).

Já as ondas de SSW que incidem de forma menos perpendicular à linha de costa, geram
correntes mais intensas, de maior capacidade de transporte, no local onde será construído o
empreendimento, e estas seguem em direção leste (Figura 10.4.3-5).

A dinâmica na zona de arrebentação sobre a morfologia futura está caracterizada por


correntes, no lado leste do empreendimento, com sentindo predominante a oeste para as
situações de verão e inverno (Figura 10.4.3-2 e Figura 10.4.3-4), e no sentido oposto pela
passagem de frentes frias na região (Figura 10.4.4-1). Já a dinâmica a oeste do
empreendimento é resposta da presença do promontório de Ponta Negra.

Figura 10.4.3-1 - Sistema circulatório gerado por uma ondulação com Hs=1,07m, Tp=11,18s,
proveniente de S, antes das instalações dos Terminais Ponta Negra.

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Figura 10.4.3-2 - Sistema circulatório gerado por uma ondulação com Hs=1,07m, Tp=11,18s,
proveniente de S, depois das instalações dos Terminais Ponta Negra.

Figura 10.4.3-3 - Sistema circulatório gerado por uma ondulação com Hs=3,95m, Tp=12,22s,
proveniente de SSE, antes das instalações dos Terminais Ponta Negra.

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Figura 10.4.3-4 - Sistema circulatório gerado por uma ondulação com Hs=3,95m, Tp=12,22s,
proveniente de SSE, depois das instalações dos Terminais Ponta Negra.

Figura 10.4.3-5 - Sistema circulatório gerado por uma ondulação com Hs=3,04m, Tp=10,86s,
proveniente de SSW, depois das instalações dos Terminais Ponta Negra.

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Figura 10.4.3-6 - Sistema circulatório gerado por uma ondulação com Hs=3,04m, Tp=10,86s,
proveniente de SSW, depois das instalações dos Terminais Ponta Negra.

10.4.4. Modelagem Numérica de transporte de sedimentos gerado pela


quebra de onda
A região costeira está submetida a impactos constantes das ondas, nos quais esse fluxo de
energia ocasiona diversos campos de correntes que são o motor para colocar em movimento
o sedimento existente na costa. No entanto, a esta ação das correntes é muito importante
somar o evento de suspensão do material como consequência da quebra das ondas, que
geram efeitos nas taxas de transporte. O transporte longitudinal ocorre principalmente na
zona de surfe, logo depois da quebra das ondas e antes que as correntes longitudinais sejam
máximas, que é o momento quando se disponibiliza uma grande parte do sedimento para a
suspensão. Três são os elementos que controlam este fenômeno: por um lado as correntes
longitudinais, por outro a morfologia da praia e, por último, o sedimento. As correntes
longitudinais são o mecanismo que força o transporte, sendo que os outros parâmetros por si
só não geram transporte mas, alteram sua ordem de magnitude. Por isso, muitas fórmulas
estão estruturadas em função deste parâmetro.

Para o estudo da modelagem de transporte litorâneo de sedimentos, foi utilizado o modelo


EROS, desenvolvido pelo Grupo de Ingeniería Oceanográfica y de Costas (GIOC) da
Universidad de Cantabria.

Nas simulações de evolução morfológica de uma praia, se faz necessário que cada um dos
elementos que modelam os processos físicos estejam integrados perfeitamente: ondas,
correntes e transporte de sedimentos. O modelo EROS utiliza como forçante os resultados
gerados pelo modelo OLUCA-SP e COPLA. Através destas condições hidrodinâmicas, da
batimetria inicial e das características do sedimento, o programa calcula o transporte de
sedimentos a partir das fórmulas de Bailard (1981). A formulação calcula o transporte total
através da soma do transporte em suspensão e do fundo por meio de um modelo
bidimensional e horizontal de evolução morfológica de uma praia em sua forma em planta.
Neste estudo foram adotadas as seguintes granulometrias como entrada do modelo EROS:

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D50 de 0,35 mm, D90 de 0,50 mm. O resultado da simulação de transporte de sedimentos
induzidas pela quebra de ondas, considerando a atual e a futura configuração da linha de
costa, é apresentado a seguir. É importante ressaltar que são apresentados casos
instantâneos representativos de estados de mar típicos da região (verão, inverno e frente
fria).

Os resultados enfatizam que ondas médias, típicas de verão, geram transporte na região
costeira de Jaconé no sentindo oeste, sendo o transporte potencial médio de 1 m³/hora/m.l.
(Figura 10.4.4-1). Depois da implantação dos terminais, os resultados mostram uma
tendência de deposição na região adjacente ao quebra mar leste (Figura 10.4.4-2).

As ondas de inverno, provenientes de SE geram um maior transporte de sedimentos na


região do promontório Ponta Negra que converge com o transporte em direção a oeste no
arco praial (Figura 10.4.4-3). É importante destacar o transporte transversal que desloca
sedimentos do arco praial junto à corrente de retorno presente na região. Os resultados
enfatizam que depois da construção dos Terminais Ponta Negra existe uma tendência de
acúmulo de sedimentos na região no lado leste do quebra-mar (Figura 10.4.4-4).

Assim como comentado no padrão de correntes, ondas de SSW que incidem de forma menos
perpendicular à linha de costa, geram correntes mais intensas, com maior capacidade de
transporte (transporte potencial máximo de 2 m³/hora/m.l), para ambas as situações (antes e
depois da construção das estruturas), em direção a leste (Figura 10.4.4-5 e Figura 10.4.4-6).
Em resumo, conforme foi apresentado, é sob condições de inverno e frente fria que ocorrem
as maiores taxas de transporte de sedimentos na região costeira de Jaconé.

Apesar do baixo transporte de sedimentos gerados pela incidência de ondas médias de


verão, a divergência das direções do transporte entre todos os tipos de incidência (à oeste no
verão e no inverno e a leste na passagem de frentes) faz com que o resultado final
(transporte líquido) não seja significativo, corroborando com a tendência de estabilidade da
linha de costa local.

Figura 10.4.4-1 - Transporte de sedimento gerado por uma ondulação com Hs=1,07m,
Tp=11,18s, proveniente de S, antes das instalações dos Terminais Ponta Negra.

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Figura 10.4.4-2 - Transporte de sedimentos gerado por uma ondulação com Hs=1,07m,
Tp=11,18s, proveniente de S, depois das instalações dos Terminais Ponta Negra.

Figura 10.4.4-3 - Transporte de sedimentos gerado por uma ondulação com Hs=3,95m,
Tp=12,22s, proveniente de SE, depois das instalações dos Terminais Ponta Negra.

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Figura 10.4.4-4 - Transporte de sedimentos gerado por uma ondulação com Hs=3,95m,
Tp=12,22s, proveniente de SE, depois das instalações dos Terminais Ponta Negra.

Figura 10.4.4-5 - Transporte de sedimentos gerado por uma ondulação com Hs=3,04m,
Tp=10,86s, proveniente de SSW, antes das instalações dos Terminais Ponta Negra.

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Figura 10.4.4-6 - Transporte de sedimentos gerado por uma ondulação com Hs=3,04m,
Tp=10,86s, proveniente de SSW, depois das instalações dos Terminais Ponta Negra.

10.5. Estudo de perfil de praia - Análise morfodinâmica de longo prazo


O perfil de praia se define como a variação da profundidade com a distância desde a linha de
costa. O perfil de praia depende da granulometria do sedimento, já que o transporte
transversal é função das ações hidrodinâmicas, das dimensões das partículas e de sua
densidade. Ao mesmo tempo é de se supor que a ondulação será afetada pelas alterações
na configuração do perfil, já que as ondas respondem à configuração batimétrica. Tal
circunstância leva a concluir que existe uma relação de equilíbrio entre a dinâmica marinha e
a morfologia do perfil. O perfil de equilíbrio pode ser definido (DEAN, 1991) como o resultante
do balanço entre forças construtivas e destrutivas que ocorre em condições de ondulação
estacionária, para um sedimento em particular. No caso do perfil de praia as aplicações deste
“perfil de equilíbrio” são múltiplas, destacando-se sua utilização em obras de regeneração e
restauração de praias e em múltiplos modelos numéricos e conceituais que devem supor uma
configuração prévia da morfologia do perfil de praia. O perfil de equilíbrio é utilizado, junto
com a planta de equilíbrio, na cubagem do volume de areia necessário em uma regeneração
de praia ou no dimensionamento do comprimento e cotas de obras de proteção do litoral, tais
como espigões de contenção de areias ou diques isentos. Historicamente foram propostos
diferentes modelos de perfil de equilíbrio, sendo o perfil parabólico de Brunn um dos mais
conhecidos, formulação posteriormente melhorada por Dean. Naturalmente, a partir de certa
profundidade, o perfil de equilíbrio já não responde ativamente às ações da ondulação
incidente, definindo-se uma profundidade a partir da qual o transporte de sedimentos
transversal e longitudinal não tem uma magnitude apreciável. Esta profundidade é conhecida
como profundidade de fechamento, ou profundidade limite do perfil ativo, e pode ser estimada
pela expressão:

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Onde,

Hs12=altura significativa local que é excedida 12 horas ao ano, Ts= período significativo
associado a Hs12.

10.5.1.1. Ajuste do perfil de equilíbrio para a praia de Jaconé


Nesse estudo foram utilizados dados de perfis da praia de Jaconé entre os dias 21 e 22 de
agosto de 2013. Os perfis foram coletados por meio de levantamento topobatimétrico,
utilizando uma estação total GEOMAX da série Zoom20 com precisão linear, para medições
com prisma, de 2 mm + 2 ppm e resolução angular de 1”, também para medições com
prisma, como as realizadas neste estudo.

A locação dos pontos levantados foi feita a partir da transferência de coordenadas dos
marcos geodésicos construídos pela Prefeitura de Maricá. A identificação, coordenadas
horizontais e a Z ortométrica destes marcos são apresentados na Tabela 10.4.4-1.

Tabela 10.4.4-1 - Identificação, coordenadas UTM SAD-69 e Z ortométrica dos marcos


geodésicos instalados pela Prefeitura de Maricá.

Para o levantamento topobatimétrico foram feitas medições com a estação total locada em
marcos de coordenadas conhecidas, obtidas por transferência, e o prisma posicionado em
diferentes cortes de seções ortogonais da praia de Jaconé, com a identificação dos pontos
como berma e linha d’água.

O levantamento cobriu uma extensão de cerca de 4 km, sendo os espaçamentos entre as


seções máximas de 400 metros aproximadamente (Figura 10.4.4-1).

Figura 10.4.4-1 - Localização dos perfis levantados entre os dias 21 e 22 de agosto.

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O levantamento realizado mostra que os perfis P1 e P2 estão marcados pela presença de


uma berma acentuada o que condiciona a este perfil uma característica de praia intermediária
- reflectiva. Esta característica por sua vez está condicionada por uma passagem de frente
fria nos dias anteriores ao levantamento, que retirou sedimentos da porção aérea da praia de
Jaconé e os depositou na parte subaérea do perfil (Figura 10.4.4-2). De modo geral os perfis
apresentaram uma face praial íngreme, de elevada declividade, e uma antepraia mais suave,
o que reflete a praia de Jaconé características de praia intermediária a reflectiva.

Figura 10.4.4-2 - Composição dos perfis levantados e batimetria utilizada no estudo. Em


vermelho, profundidade de fechamento média da praia de Jaconé de 7,0 metros.

A seguir são apresentados os resultados obtidos através do ajuste de Dean para os perfis da
praia de Jaconé (Figura 10.4.4-3 a Figura 10.4.4-1). É interessante destacar que na
formulação de Dean (1991) a forma do perfil depende do tamanho de sedimento, enquanto
que as ondas nos fornecem a cota de finalização ou profundidade de fechamento do perfil,
(h*). Desse modo, os resultados apresentados mostram que os sedimentos dos perfis
estudados apresentam características granulométricas de areia grossa a muito grossa. Além
disso, a forma convexa dos perfis sugere a existência de um volume de suprimentos de
sedimentos maior que a energia disponível para redistribuir estes sedimentos, sendo esta
característica típica de praias intermediárias a reflectivas, que ao receberem ondas mais
acentuadas tendem a transpor sedimentos para a região subaérea. Cabe destacar a
diminuição variação da profundidade de fechamento em direção ao perfil P9, devido a uma
menor incidência das ondas no canto esquerdo do arco praial de Jaconé do que no restante
do arco praial. O bom ajuste dos perfis medidos ao perfil de Dean referem-se à estabilidade
morfodinâmica do arco praial em estudo.

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Figura 10.4.4-3 - Ajuste do perfil 1 a um perfil de Dean. Pontos azuis representam dados do
levantamento, em vermelho o ajuste de Dean e em verde a profundidade de fechamento.

Figura 10.4.4-4 - Ajuste do perfil 2 a um perfil de Dean. Pontos azuis representam dados do
levantamento, em vermelho o ajuste de Dean e em verde a profundidade de fechamento.

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Figura 10.4.4-5 - Ajuste do perfil 3 a um perfil de Dean. Pontos azuis representam dados do
levantamento, em vermelho o ajuste de Dean e em verde a profundidade de fechamento.

Figura 10.4.4-6 - Ajuste do perfil 4 a um perfil de Dean. Pontos azuis representam dados do
levantamento, em vermelho o ajuste de Dean e em verde a profundidade de fechamento.

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Figura 10.4.4-7 - Ajuste do perfil 5 a um perfil de Dean. Pontos azuis representam dados do
levantamento, em vermelho o ajuste de Dean e em verde a profundidade de fechamento.

Figura 10.4.4-8 - Ajuste do perfil 6 a um perfil de Dean. Pontos azuis representam dados do
levantamento, em vermelho o ajuste de Dean e em verde a profundidade de fechamento.

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Figura 10.4.4-9 - Ajuste do perfil 7 a um perfil de Dean. Pontos azuis representam dados do
levantamento, em vermelho o ajuste de Dean e em verde a profundidade de fechamento.

Figura 10.4.4-10 - Ajuste do perfil 8 a um perfil de Dean. Pontos azuis representam dados do
levantamento, em vermelho o ajuste de Dean e em verde a profundidade de fechamento.

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Figura 10.4.4-11 - Ajuste do perfil 9 a um perfil de Dean. Pontos azuis representam dados do
levantamento, em vermelho o ajuste de Dean e em verde a profundidade de fechamento.

10.6. Estudo de tendência de linha de costa


Nesta etapa do estudo procurou-se caracterizar a morfologia e estabilidade atual da praia de
Jaconé, para posteriormente avaliar, o efeito da implantação dos Terminais Ponta Negra.
Para o estudo da forma em planta, além de assumir uma hipótese sobre a complexidade dos
processos litorais e seu estado de equilíbrio, se assume como ponto de partida que o perfil da
praia sempre alcança sua posição de equilíbrio e, a partir das condições de contorno e as
características médias das ondas, a forma em planta de equilíbrio pode ser prevista através
da utilização de modelos semi-empíricos, onde o transporte líquido longitudinal em cada
seção da praia é nulo e, são válidos para praias de enseada. Entende-se que uma praia
tenha alcançado uma forma em planta de equilíbrio se essa forma em planta não varia em
função da ação direta das ondas incidentes constantes no tempo. Dentro dos diferentes
modelos existentes na bibliografia para definir a forma em planta de equilíbrio de uma praia, a
parábola de Hsu & Evans (1989) é a mais utilizada por que permite o ajuste da forma em
planta das praias. Segundos os autores, a expressão que define a parábola é a seguinte:

Onde, R: raio vetor, medido desde o ponto de difração, que define a forma da praia, R0: raio
vetor, medido desde o ponto de difração, que corresponde ao extremo abrigado da praia, Co,
C1, C2 : coeficientes em função de β, β: ângulo (fixo) formado entre a direção das ondas e o
raio vetor R0, θ: ângulo (variável) entre a direção das ondas e o raio vetor R.

A partir dessa fórmula, González & Medina (2001) desenvolveram uma metodologia que
permite a previsão e o desenho da forma em planta de praias de enseada, onde o ângulo β =
90º - αmin é função de:

 O número de comprimentos de onda ou distância adimensional que exista até a linha de


costa (Y/L), sendo Y a distância até a linha de costa e L comprimento de onda.

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 A direção de onda, que corresponde à direção do fluxo médio de energia na zona do


ponto de difração (ponto de controle).

Desde o ponto de vista da incidência das ondas, se define neste tipo de modelo três tipos de
regiões:

 Região 1: não existe efeito do dique sobre as ondas e o gradiente de altura de onda na
quebra é nulo.
 Região 2: as ondas não são modificadas em sua direção de propagação, mas a difração
no dique cria um gradiente longitudinal de altura de onda.
 Região 3: alteração da direção de propagação e da altura das ondas na quebra por efeito
combinado da refração e da difração.

Essa metodologia preditiva da forma em planta de equilíbrio está incluída no Sistema de


Modelado Costeiro –, do Grupo de Engenharia Oceanográfica e de Costas (GIOC) da
Universidade de Cantábria, cujas ferramentas foram utilizadas para o desenvolvimento desse
estudo.

10.6.1.1. Ajuste da forma em planta de equilíbrio para a praia de Jaconé


Em primeiro lugar, deve-se ter em conta que a aplicação da formulação anterior só tem
sentido para praias que se encontram em equilíbrio estático, isto é, em situações nas quais o
transporte de sedimentos é nulo, ou o que é equivalente, em circunstâncias nas quais o
sistema de correntes tenha resultante nula. Se esta hipótese não é cumprida, a aplicação da
formulação nos permite valorar se o sistema praial estudado está longe de alcançar uma
posição de equilíbrio e/ou qual será esta posição. A aplicação na íntegra da metodologia
González & Medina (2001) à Praia de Jaconé requer a obtenção da direção do fluxo de
energia médio no ponto de interesse, o que definirá a direção das frentes de onda médias e o
ajuste da parábola de Hsu e Evans ao arco praial. Com o intuito de obter os fluxos de energia
ao longo da praia de Jaconé para o ajuste da praia de equilíbrio, foram transferidos 8 anos de
dados em 8 pontos em frente ao arco praial de Jaconé. Os resultados de fluxo de energia
foram obtidos por meio de uma soma vetorial do valor do fluxo médio de energia das ondas
geradas por cada um dos estados de mar. A obtenção deste valor de energia representa as
ondas dominantes na zona de estudo, sendo esse parâmetro um modelador do estado de
equilíbrio de uma praia. As expressões das quais se obtém esse parâmetro são as seguintes:

Com isso, se calcula o fluxo médio de energia para os 8 pontos representados na Figura
10.4.4-1. Os resultados de magnitude e a direção dos mesmos estão apresentados na Figura

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10.4.4-2. Como se pode observar, existe pequena variabilidade na direção do fluxo médio de
energia entre os 8 pontos. A maior diferença ocorreu no Ponto 2 por consequência da
presença do promontório de Ponta Negra, devido ao processo de difração-refração que
sofrem as ondas ao incidirem até chegarem à praia de Jaconé. Os pontos 2, 3 são os que
recebem menos energia, ao contrário dos pontos 4, 5, 6, 7 e 8. Os três primeiros (1, 2, 3)
recebem a incidência direta das ondas provenientes de SSE, enquanto que os pontos 5 a 8
estão expostos às ondulações de S, sem interferência da difração ocasionada pela presença
do promontório rochoso de Ponta Negra.

Figura 10.4.4-1 - Localização dos pontos de cálculo do fluxo de energia antes da implantação
dos Terminais Ponta Negra.

Figura 10.4.4-2 - Direção e magnitude do fluxo médio de energia analisado para os 8 pontos ao
longo do arco praial de Jaconé, antes das instalações dos Terminais Ponta Negra.

Seguindo a metodologia já indicada, se analisou a forma em planta da praia de Jaconé


utilizando o módulo de Modelado de Terreno do SMC, o qual incorpora diversas formulações
empíricas para se determinar a forma em planta de uma praia seguindo a metodologia de

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Gonzalez & Medina (2001). Devido o significado de “praia de enseada” estar associado a
uma forma, cuja forma da planta e do perfil se encontram confinados lateralmente por
contornos impermeáveis, naturais ou artificiais, e o fundo está coberto, em sua maior parte,
por areia, pode-se considerar a praia de Jaconé como uma praia que se inicia no promontório
Ponta Negra, o que lhe confere uma forma de meia parábola. A forma em planta da praia de
Jaconé fica definida, portanto, através de uma parábola de Hsu & Evans (1989), associada
ao elemento difrator na incidência das ondas, definido pelo promontório de Ponta Negra
(Ponto 1). A forma em planta ajustada apresenta uma tendência com trechos retilíneos
(Figura 10.4.4-3). Na Figura 10.4.4-3 está representada, em vermelho a forma em planta de
equilíbrio média da região e em rosa a região de influência direta do promontório Ponta
Negra.

O ajuste da forma em planta de equilíbrio para a situação atual nos permite concluir que, a
costa onde serão construídos os Terminais Ponta Negra encontram-se em estado de
equilíbrio (Figura 10.4.4-3).

Figura 10.4.4-3 - Forma em planta de equilíbrio da praia de Jaconé (em vermelho), em rosa a
região de alteração da onda pelo promontório de Ponta Negra, antes das instalações dos
Terminais Ponta Negra.

Com o objetivo de verificar o impacto da construção dos terminais, na estabilidade da linha de


costa, está caracterizado a seguir um novo ajuste da forma em planta de equilíbrio através do
ponto de difração formado pela presença do quebra-mar leste.

Para tal ajuste também foram calculados os fluxos médio de energia em 5 pontos na região à
leste do futuro empreendimento, sendo os quatros pontos laterais correspondentes aos
pontos 5,6,7 e 8 da Figura 10.4.4-1, e um ponto em águas profundas, escolhido como o ponto
difrator levado em consideração nesta análise. Os resultados de magnitude e a direção dos
mesmos estão apresentados pela Figura 10.4.4-4. Como se pode observar, o ponto 5 foi o
que apresentou uma maior variabilidade na direção e na magnitude do fluxo médio de

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energia entre os pontos, devido ao processo de difração e refração gerado pelo quebra-mar.
É resposta a este processo de transformação de onda, que a praia de Jaconé apresentará
uma tendência de posicionar-se no ajuste apresentado pela Figura 10.4.4-5.

Figura 10.4.4-4 - Direção e magnitude do fluxo médio de energia analisado para os 5 pontos ao
longo do arco praial de Jaconé, depois das instalações dos Terminais Ponta Negra.

Figura 10.4.4-5 - Futura forma em planta de equilíbrio da praia de Jaconé (em vermelho), em
rosa a região de alteração da onda pelo quebra-mar, depois das instalações dos Terminais
Ponta Negra.

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Com o intuito de fornecer dados do futuro avanço gerado pela presença do quebra mar, a
seguir são apresentados os resultados da tendência de linha de costa, como área e volume
de progradação. Os resultados mostram que a praia de Jaconé tenderá a uma progradação
máxima de 180 m de linha de costa em aproximadamente 531 m de extensão (Figura
10.4.4-6). Tal resultado corresponde a uma área total de 49.500,00 m², com um volume
estimado de 346.500,00 m³ de sedimentos da mesma composição da atual praia de Jaconé.
Desta forma, uma estimativa conservadora sobre um volume médio de progradação anual da
atual praia, considerando o período de tempo utilizado na análise (8 anos), como
correspondendo a uma acresção de aproximadamente 43.000,00 m³ por ano.

Figura 10.4.4-6 - Desenho final da progradação da linha de costa da praia de Jaconé depois das
instalações dos Terminais Ponta Negra.

10.7. Considerações finais


A dinâmica de circulação costeira é mostrada no item 10.1 com o padrão de circulação
costeira e as alterações previstas com a instalação do empreendimento. O estudo mostrou
que as alterações são restritas às proximidades do TPN, com mudança mais significativa no
interior do porto, onde ocorre a diminuição da altura significativa das ondas. As principais
alterações foram encontradas para as ondas de S, SW e SE, as quais sofrem difração e
refração no encontro ao TPN, porém, conforme o campo de ondas se afasta da estrutura, a
altura e direção se tornam cada vez mais semelhantes ao estado atual encontrado na região.
As inversões de deriva litorânea sofrem pequenas alterações na circulação hidrodinâmica, e
consequentemente nas inversões e taxas de transporte de sedimentos. Desta forma, o
predomínio da deriva costeira não terá alterações significativas, mantendo-se o padrão ao

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quadrante sul preferencialmente, ou seja, as praias a leste e a oeste do empreendimento não


terão alterações significativas nas taxas de erosão e deposição.

De acordo com a modelagem executada, as áreas de deposição foram aquelas em que


ocorreu diminuição da velocidade de fluxo, e as áreas de erosão as que tiveram um aumento
na velocidade. Esse acúmulo decorrente do balanço sedimentar ocorreu principalmente na
face norte do molhe norte, da mesma forma como ocorre nas condições atuais. Além disso,
uma deposição pontual foi observada nas proximidades de acesso ao futuro TPN, em virtude
do aprofundamento do canal de navegação, o que consequentemente diminuição o fluxo e a
sedimentação.

Os resultados apresentados anteriormente mostram que as mudanças nas taxas de


sedimentação causaram pouca alteração na morfodinâmica. De acordo com o estado atual,
após 1 ano de estabelecimento do porto haverá um novo equilíbrio costeiro em termos de
dinâmica sedimentar, com as mudanças previstas e já identificadas pelos estudos numéricos
e seus respectivos resultados citados anteriormente.

Entretanto, apenas um acúmulo de aproximadamente 230 m de progradação da linha de


costa irá ocorrer ao norte do molhe, localizado à direita do porto (face norte). Essa alteração
irá se prolongar por aproximadamente 700 m ao longo da praia a partir do início do molhe em
direção ao norte.

As simulações do padrão de circulação na zona de arrebentação para os estados de mar


representados mostraram que as correntes são formadas por um efeito conjunto entre o
ângulo de incidência das ondas na costa e o gradiente de altura de onda. Sendo as correntes
geradas por ondas de SSW que incidem de forma menos perpendicular à linha de costa, as
que geram correntes mais intensas, de muita capacidade de transporte. A situação atual da
morfologia da linha de costa do arco praial de Jaconé permitiu identificar que as frentes de
onda de SSE a S que atingem a o local do empreendimento, são quem condicionam sua
forma em planta de equilíbrio.

Desta maneira, o ajuste da forma em planta de equilíbrio da linha de costa onde será
construído o empreendimento foi realizado através do ajuste de uma curva parabólica que
tenha a mesma forma do fluxo médio de energia que atinge o promontório Ponta Negra,
antes que estas sejam condicionadas pela batimetria. A metodologia de ajuste da forma em
planta de equilíbrio mostrou que linha de costa onde será construído os Terminais Ponta
Negra encontra-se em estado de equilíbrio (praia estável). Com o objetivo de verificar o
impacto da construção dos terminais, na estabilidade da linha de costa, foi configurado um
novo ajuste da forma em planta de equilíbrio através do ponto de difração formado pela
presença do quebra-mar leste. Observou-se que o empreendimento irá gerar um acréscimo
de praia no lado leste da estrutura que acarretará em um volume de progradação de
346.500,00 m³ considerando o perfil estável e a profundidade de fechamento de
aproximadamente 7 metros. Desta forma, uma estimativa conservadora sobre um volume
médio de progradação anual da atual praia, para o período de tempo utilizado na análise (8
anos), correspondeu a uma acresção de aproximadamente 43.000,00 m³ por ano.

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