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6ª Conferência sobre
Tecnologia de Equipamentos

AVALIAÇÃO POR ULTRA-SOM DO TRATAMENTO TÉRMICO PARA


ALÍVIO DE TENSÕES

Carlos Alfredo Lamy


IEN/CNEN

João da Cruz Payão Filho


DEMM/UFRJ

Marcelo de Siqueira Queiroz Bittencourt


IEN/CNEN

Vitor Leonardo Ferreira Areas


DEMM/UFRJ

Trabalho apresentado no XXI Congresso


Nacional de Ensaios Não Destrutivos,
Salvador, agosto, 2002.

As informações e opiniões contidas neste trabalho são de exclusiva responsabilidade


do(s) autor(es) .
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SINÓPSE

Utilização da técnica ultra-sônica da birrefringência para avaliar o tratamento


térmico de alívio de tensões em duas chapas de aço estrutural unidas por uma solda
de topo. Para isso foi medido o tempo em que a onda cisalhante com incidência
normal leva para percorrer a espessura do material antes e depois do tratamento
térmico. Propositadamente trabalhou-se com um gradiente de temperatura no forno
para que o alívio de tensões não fosse homogêneo ao longo de toda solda. Foi
observado que esta técnica ultra-sônica é capaz de avaliar quais as regiões da chapa
em que o tratamento térmico foi mais eficiente no alívio das tensões existentes. Os
resultados mostraram que esta técnica ultra-sônica, barata, portátil, e não destrutiva,
pode ser usada para avaliar a eficiência do tratamento térmico para alívio de tensões,
podendo inclusive saber se é possível consumir menos energia e obter os mesmos
resultados para o tratamento térmico de alívio de tensões.
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1. Introdução

É bem conhecido o fato de que o processo de fabricação é um dos principais


causadores de tensões residuais em estruturas. Estas tensões podem alcançar valores
tão altos quanto o limite de escoamento do material, e quando combinadas com
tensões causadas por esforços externos podem exceder o limite de resistência do
material, causando o colapso da estrutura.

A soldagem é um dos processos de fabricação mais usados. Durante o processo são


geradas tensões devido à contração e expansão desiguais no cordão de solda, na zona
afetada pelo calor (ZTA) e no metal de base.

A completa eliminação destas tensões é difícil. Entretanto, elas podem se tornar


bastante prejudiciais a uma estrutura ou componente devido às solicitações em
serviço. Neste caso, o alívio dessas tensões não é somente desejável, mas necessário.

Dados experimentais [1] indicam que a distribuição de tensões numa junta soldada
ou próxima a ela é extremamente complexa e muito difícil de analisar.

Daí a importância de saber que tipo de tensões existe numa chapa soldada, a sua
magnitude, sua localização, etc., principalmente em juntas soldadas que fazem parte
de componentes de alta responsabilidade, isto é, de alto custo ou que coloquem vidas
humanas em risco.

Existem vários métodos em que as tensões residuais podem ser reduzidas, mas o
método mais comum e mais efetivo é o tratamento térmico de alívio de tensões
(TTAT).

Para um TTAT satisfatório, o aquecimento deve ser feito em um forno capaz de


uniformizar o aquecimento numa temperatura controlada.

O TTAT realizado numa peça de responsabilidade deveria ser avaliado. Entretanto,


seja por motivos técnicos ou econômicos, isto não é feito.

O ultra-som começa a surgir como uma ferramenta barata, fácil de ser usada, não
destrutiva e extremamente eficaz na avaliação da eficiência do TTAT.

As técnicas ultra-sônicas se baseiam nas variações da velocidade das ondas ultra-


sônicas, que ocorre quando esta se propaga através de um material que se encontra
submetido à tensão, podendo isto estar relacionado ao estado de tensão residual
através das constantes elásticas de terceira ordem do material. A esse fenômeno dá-se
o nome de anisotropia acústica.

As tensões internas de materiais metálicos influenciam na velocidade das ondas


ultra-sônicas. Esta variação da velocidade da onda ultra-sônica depende da sua
direção de propagação e da direção da movimentação das partículas (polarização) do
meio devido à passagem da onda em relação ao estado de tensão do material e aos
planos cristalinos. A este fenômeno dá-se o nome de “efeito acustoelástico” [2,3]

Neste trabalho, para a avaliação do TTAT, em várias regiões das chapas soldadas foi
emitida uma onda ultra-sônica cisalhante, com incidência normal à superfície e
polarização alinhada a direção de laminação e outra onda com polarização ortogonal
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a anterior. Esta técnica é chamada de técnica da birrefringência. Uma de suas grandes


vantagens é que não é necessário conhecer a espessura do material. É preciso,
entretanto, possuir um mecanismo capaz de medir tempo entre dois sinais eletrônicos
da ordem de nanossegundo e saber distinguir a influência da textura na velocidade da
onda.

A técnica de medida do tempo decorrido usada neste trabalho é a do pulso-eco


empregando a birrefringência de ondas cisalhantes com incidência normal, que
permite a verificação do estado plano de tensões (biaxial) ao longo da espessura do
material. Ela consiste na medida do tempo entre dois ecos da onda ultra-sônica.
Como a aplicação dessa técnica será usada para a verificação de tensão em material,
usando a birrefringência, não há a necessidade do cálculo da velocidade, já que a
onda percorre exatamente o mesmo espaço (espessura), podendo-se trabalhar
diretamente com os tempos medidos.

O objetivo deste trabalho é avaliar o TTAT de uma junta soldada pela técnica ultra-
sônica da birrefringência de uma forma rápida, não destrutiva e fácil de ser utilizada.

2. Desenvolvimento do trabalho

2.1. Metodologia

Neste trabalho foi utilizada uma chapa de aço SAE 1010. A chapa foi aplainada e
dividida longitudinalmente ao meio. Foram feitas marcações na superfície das chapas
para indicar os locais onde seria acoplado o transdutor para a medida do tempo de
percurso da onda ultra-sônica.

O sistema ultra-sônico montado para a aquisição dos sinais é composto de um


aparelho de ultra-som convencional Krautkrämer, modelo USK-6, que funciona
como um gerador de pulsos. Os pulsos gerados passam por um filtro de amplitude
que divide o sinal, emitindo-o parte, a uma voltagem de aproximadamente 8V, para
um osciloscópio digital analógico (Tektronix 2221A), e parte, a uma voltagem entre
300 a 350 volts, para excitar o único transdutor (emissor/receptor) que é fixado ao
corpo-de-prova. O sinal ultra-sônico é transmitido ao material e seu eco retorna ao
osciloscópio. Assim são observados no osciloscópio os sinais do pulso de excitação
do cristal piezoelétrico e de seu eco. É usado um gerador de atraso para permitir
localizar na tela do osciloscópio qualquer ponto do sinal ultra-sônico independente
da espessura do corpo-de-prova ou do ajuste da base de tempo. Além disso, ele
permite eliminar o pulso de excitação, e deixar na tela do osciloscópio apenas o eco
ultra-sônico. O sistema eletrônico montado está conectado a um microcomputador
para receber o sinal ultra-sônico do osciloscópio e permitir seu processamento.
Desta forma as medidas de tempo podem ser tomadas com uma precisão muito
grande, ao contrário do que ocorre quando são feitas visualmente diretamente da tela
do osciloscópio.

Para o processamento do sinal utiliza-se um algoritmo de correlação cruzada para


permitir a exatidão e resolução necessária às medidas do tempo de percurso da onda
ultra-sônica para a avaliação de tensão em materiais. A correlação cruzada, aqui, é
usada diretamente para medir o tempo do sinal aquisitado no osciloscópio,
eliminando a necessidade da localização de um ponto de referência entre dois ecos
consecutivos, o que é fonte de erros, seja por dificuldades de localização da
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referência ou pela falta de precisão na sua localização devido a existência de ruídos


no sinal. A defasagem entre os sinais, nesse caso, corresponde ao tempo de percurso
que a onda ultra-sônica levou na sua propagação através da espessura do material.
Vale ressaltar que antes deste processamento faz-se um aumento na taxa de
amostragem através da interpolação de pontos entre dois pontos de dados aquisitados
pelo osciloscópio. A eficiência desse processamento do sinal ultra-sônico pode ser
verificado pelos resultados demonstrados por Bittencourt [1].

Com um transdutor de ondas cisalhantes e incidência normal, com freqüência de 5,0


MHz, foram geradas e aquisitadas as ondas com a direção de polarização alinhada
com a direção longitudinal do corpo de prova e perpendicular a esta.

O material, assim como foi recebido, foi submetido a ensaios ultra-sônicos ao longo
da espessura para medida do tempo de percurso da onda em locais determinados. Foi
aquisitado, em cada local, uma onda com direção de polarização alinhada ao cordão
de solda do corpo-de-prova e uma onda com direção de polarização perpendicular ao
cordão de solda do corpo-de-prova.

O mesmo procedimento de aquisição de sinais foi realizado para obtenção dos


resultados depois das chapas soldadas e depois do tratamento térmico.

Depois das ondas aquisitadas as chapas foram unidas por solda. Inicialmente elas
foram fixadas, por pontos de solda, sobre uma outra chapa de aço, para restringir a
contração e expansão do corpo de prova durante a soldagem, gerando uma maior
concentração de tensões internas. Durante a soldagem das duas chapas houve o
rompimento dos dois pontos de fixação no centro do corpo-de-prova, devido às
tensões geradas pelo processo, como mostrado na figura 1. Será visto que este
rompimento dos dois pontos de fixação causaram um certo alívio nas tensões no
centro do corpo de prova. O processo de soldagem empregado foi o arco-elétrico,
com a solda sendo realizada em 6 passes, na posição plana, utilizando eletrodos
AWS 6013 e corrente de 155A.

Foram feitas novas aquisições de ondas ultra-sônicas nas regiões estabelecidas para
avaliar o estado de tensão no corpo de prova devido à soldagem.

Foi realizado, então, um tratamento térmico de alívio de tensões. Segundo o código


ASME, para o material utilizado, a estrutura soldada deve ser aquecida lentamente a
590oC-650oC, mantida nesta temperatura por pelo menos 1 hora por polegada de
espessura, então resfriada no forno lentamente até 315oC, podendo depois ser
resfriada ao ar. O forno utilizado para o tratamento foi da marca Combustol, próprio
para tratamentos térmicos sob atmosfera controlada, sendo usado gás argônio como
proteção do material contra oxidação durante o tratamento. Durante a execução do
tratamento foi medida a temperatura em 5 pontos distintos dentro da câmara do
forno, utilizando termopares, ao longo do comprimento do corpo de prova. Como já
era conhecido, os termopares indicaram um gradiente de temperatura de uma
extremidade a outra do corpo de prova (figura 1), como era desejado neste trabalho,
para mostrar o efeito da temperatura no alívio de tensões, e assim, evidenciar o fato
de que a técnica ultra-sônica é uma ferramenta útil na verificação da qualidade de um
tratamento térmico para esse fim.
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Foram feitas aquisições das ondas ultra-sônicas nos mesmos pontos antes
monitorados.

Figura 1 – Dimensões do CP. Disposição da solda de união e de fixação das chapas. Visualização do
rompimento da solda de fixação no centro do CP (nas chapas 1 e 2, na altura das linhas 6,T e 7), que
ocasionou um pré-alívio das tensões. Distribuição e nomenclatura dos pontos de aquisição das ondas.
Gradiente de temperatura durante o TTAT.

2.2. Resultados e Discussão

A diferença do tempo de percurso da onda ultra-sônica entre as duas direções


ortogonais, na coluna C da chapa 1 como recebida, é mostrada na figura 2 (curva
bolas azuis). Essa diferença no tempo entre os pontos está associada à anisotropia
acústica do material originada principalmente pela textura e/ou tensões residuais
devido ao processo de fabricação.

Na figura 2 pode-se observar a alteração na diferença do tempo de percurso da onda


nos mesmos pontos de aquisição anterior devido ao estado de tensões gerado pela
solda das chapas. Os pontos azuis se referem ao corpo-de-prova antes da solda,
enquanto que os triângulos vermelhos representam os resultados após a solda. Essa
variação do ∆T ao longo do comprimento do corpo-de-prova após a solda indica uma
distribuição heterogênea de tensão no material, resultado da complexidade da
distribuição de tensões em regiões próximas a junta soldada.

A figura 3 mostra os resultados obtidos pelo tratamento térmico em relação ao estado


após a solda nos pontos de aquisição da coluna C da chapa 1. Os triângulos
vermelhos, iguais aos da figura 2, representam os resultados após a solda, enquanto
que os quadrados verdes se referem ao corpo-de-prova depois do TTAT.

Segundo a literatura, o TTAT desse corpo-de-prova seria efetivo em temperaturas de,


no mínimo, 590oC e no tempo estabelecido para sua espessura. Comparando as
curvas da figura 4 pode-se observar que após o TTAT, as regiões que se mantiveram
dentro da temperatura estabelecida para alívio de tensões, sofreram alterações
consideráveis no ∆T em relação a curva que mostra o material após a solda. Até o
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ponto 5, a diferença de tempo entre as duas curvas é considerável e, a partir do ponto


6, vê-se que as curvas se aproximam e a curva verde tende a adotar o mesmo perfil
da curva vermelha. Isto demonstra que a partir do ponto 6, o tratamento térmico não
se mostrou efetivo ao alívio de tensões devido à temperatura, nesta região, durante o
tratamento, se encontrar abaixo da temperatura mínima estabelecida para o
tratamento térmico.

Chapa 1 Coluna C - antes da solda x depois da solda

48,00

43,00

38,00

33,00
∆ T (ns)

antes da solda
28,00
depois da solda
23,00

18,00

13,00

8,00
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Pontos

Figura 2 – Diferença do tempo de percurso da onda ultra-sônica na coluna C da chapa 1,


antes e depois da solda.

Chapa 1 Coluna C - depois da solda x depois do TTAT

o
623 C 618oC 571o C 442oC 420oC
45,00

40,00

35,00
∆ T (ns)

depois da solda
30,00
depois do TTAT

25,00

20,00

15,00
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Pontos

Figura 3 – Diferença do tempo de percurso da onda ultra-sônica na coluna C da chapa 1,


depois da solda e depois do TTAT.
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Chapa 1 Coluna C - antes da solda x depois da solda x depois do TTAT

o
623 C 618 oC 571o C o
442 C 420 oC
48,00

43,00

38,00

33,00
antes da solda
∆T (ns) 28,00 depois da solda
depois do TTAT
23,00

18,00

13,00

8,00
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Pontos

Figura 4 – Diferença do tempo de percurso da onda ultra-sônica na coluna C da chapa 1,


antes da solda, depois da solda e depois do TTAT.

A figura 4 mostra a diferença no tempo de percurso da onda nas três etapas de


aquisição da onda. Os pontos azuis se referem ao corpo-de-prova antes da solda (com
menores tensões), os triângulos vermelhos representam os resultados após a solda
(com maiores tensões) e os quadrados verdes se referem ao corpo-de-prova depois do
TTAT (tensões aliviadas, mas não totalmente).

O gráfico da figura 4 mostra que a partir do ponto 6, a curva verde tende a se afastar
da curva azul e se aproximar da vermelha. A curva azul não representa o estado da
chapa sem tensão, pois ela ainda apresenta anisotropia acústica. A curva azul
representa a anisotropia acústica da chapa como recebida que pode ter sido gerada
pela textura e/ou tensões residuais que já existiam.
O gráfico da figura 5 mostra, em triângulos laranja, a diferença entre os tempos
“após soldagem” (triângulos vermelhos da figura 4) e da chapa “como recebida”
(bolas azuis da figura 4). Mostra também, em bolas azul claro, a diferença entre os
tempos “após TTAT” (quadrado verde da figura 4) e da chapa “como recebida”
(bolas azuis da figura 4). Pode ser visto que do ponto 2 ao 6 da curva azul claro (após
TTAT) diminui o tempo em relação a curva laranja (após solda) confirmando o alívio
de tensões.
É interessante observar na figura 5 que em torno dos pontos 5, 6, 7 e 8 existe um
decréscimo de tempo da birrefringência acústica, que é sinalizado pela diferença
entre os triângulos vermelhos e as bolas azuis que está relacionado com as tensões,
para todas as situações: antes da solda e depois da solda. Isso corresponde ao fato do
ponto de solda, para fixação do corpo-de-prova na chapa de baixo, ter se rompido,
aliviando, assim, a tensão nesta região do corpo-de-prova.

A figura 6 mostra o efeito no tempo de percurso da onda, na coluna E da chapa 1 (a


faixa mais próxima do cordão de solda), no CP como recebido, após soldado e após o
TTAT. Verifica-se que o estado de tensões relativo ao CP após soldagem, mostrado
pela curva vermelha, tem aspecto completamente diferente daquele mostrado na
coluna C da chapa 1, o que evidencia a complexidade do estado de tensões gerado
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Chapa 1 Coluna C - Vizualizaçao do alívio de tensoes devido ao TTAT e do


rompimento do ponto de solda

12,00

10,00

8,00
Tempo (ns)

6,00

4,00

2,00

0,00
0 2 4 6 8 10 12

-2,00
Pontos

Diferença 'após soldagem' e 'como recebido' Diferença 'após TTAT' e 'como recebido'

Figura 5 – Gráfico mostrando que o alívio de tensões ocorreu do ponto 2 ao ponto 6


(590o C), isto é, onde a temperatura era aquela recomendada por norma.

pelo processo de soldagem. Porém, assim como mostrado para coluna C, o alívio de
tensões se torna evidente para temperaturas dentro da faixa estabelecida pela
literatura. A partir do ponto 5, a curva verde, relativa ao estado de tensões após
TTAT, mostra uma tendência em se aproximar da curva vermelha, demonstrando que
nesta região do CP praticamente não houve o alívio nas tensões.

Chapa 1 Coluna E - antes da solda x depois da solda x depois do TTAT

o o o o o
623 C 618 C 571 C 442 C 420 C
55,00

50,00

45,00

40,00

35,00 antes da solda


∆ T (ns)

depois da solda
30,00 depois do TTAT
25,00

20,00

15,00

10,00
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Pontos

Figura 6 – Diferença do tempo de percurso da onda ultra-sônica na coluna E da chapa 1,


antes da solda, depois da solda e depois do TTAT.

Outro resultado que se pode obter através desse estudo é em relação à economia de
energia, muito importante nos dias de hoje. A literatura propõe uma faixa de
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temperatura muito grande para o TTAT. Para garantir a eficiência do TTAT, muitas
vezes faz-se o tratamento com temperaturas próximas a temperatura máxima. No
caso deste estudo, a faixa de temperatura proposta era 590oC – 650oC. Pelos
resultados obtidos verificou-se que, para esse material com essas dimensões,
temperaturas em torno de 600oC são efetivas para o alívio de tensões, não havendo
necessidade de chegar a temperaturas maiores, o que causaria um maior gasto de
energia sem propósito.

3. Conclusões

Os resultados deste trabalho mostram que, embora sejam qualitativos, o ultra-som é


uma ferramenta promissora e de grande valor na avaliação da qualidade do
tratamento térmico de alívio de tensões, por se tratar de um modo rápido e não
destrutivo. É uma informação de grande utilidade, por se tratar de uma garantia de
segurança de estruturas e componentes.

O uso do ultra-som para a avaliação do estado de tensões é uma técnica nova, ainda
pouco conhecida, mas se mostra bastante eficaz. Estudos para o desenvolvimento da
técnica ultra-sônica têm sido realizados pela equipe do laboratório de ultra-som do
Instituto de Engenharia Nuclear com bons resultados.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] BITTENCOURT, M.S.Q., “Desenvolvimento de um Sistema de Medida de


Tempo Decorrido da Onda Ultra-sônica e Análise do Estado de Tensões em
Materiais Metálicos pela Técnica da Birrefringência acústica”, Tese de D.Sc.,
COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2000.

[2] LEON-SALAMANCA, T., BRAY, D.E., ”Residual Stress Measurement in Steel


Plates and Welds Using Critically Refracted Longitudinal (LCR) Waves”, Res
Nondestructive Evaluation, pp. 169-185, 1996.

[3] BRAY, D.E., JUNGHANS, P., “Application of LCR Ultrasonic Technique for
Evaluation of Post-Weld Heat Treatment in Steel Plates”, NDT & E International,
v. 28, n.4, pp. 235-242, 1995.

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