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TEOLOGIA FÁCIL

Entendendo a Bíblia
Mais Rapidamente!

GUIA DE ESTUDOS
7 LIÇÕES RÁPIDAS
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expressa autorização do Instituto de Teologia Logos.

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Porque Este Livro é Importante Para Você!

Este livro integra o Programa de Desenvolvimento Teológico do Instituto de Teologia Logos e nosso objetivo é
mostrar a você que estudar a Bíblia tendo em vista seu desenvolvimento bíblico, teológico e ministerial é pos-
sível, desde que você tenha acesso ao conhecimento sistemático, objetivo e claro.

Este livro vai lhe mostrar que aprender mais da Bíblia e desenvolver seu conhecimento teológico e ministerial
é uma tarefa que continuará por toda a sua vida, mas que ao encontrar um conteúdo de fácil compreen-
são, como o que estamos lhe oferecendo aqui, você pode tornar-se uma referência em sua área de estudos
e de atuação: seja teólogo, líder, pastor, missionário, palestrante, escritor, professor de Educação Cristã ou
Ensino Religioso.

Quanto mais conhecimento, mais desenvolvimento. Quanto melhor for a informação, mais rápido você vai
adquirir conhecimento e muito mais rápido atingirá seus objetivos.

E é para mostrar essa possibilidade (e os caminhos), que elaboramos este livro e estamos disponibilizando a
você.

Motive-se. Acredite!

Do seu amigo,
Prof. Netanias dos Santos, Th.D.
CAPÍTULO
O QUE É A
1 BÍBLIA?

A
palavra Bíblia vem do latim e grego e significa livro; um nome a-
propriado, já que a Bíblia é o Livro para todas as pessoas, de todos
os tempos. É um livro sem igual, único em sua categoria.

É um Livro Sagrado composto de 66 livros e incluem...

 Livros da Lei, tais como Levítico e Deuteronômio;


 Livros Históricos, tais como Esdras e Atos;
 Livros Poéticos, tais como Salmos e Eclesiastes;
 Livros de Profecia, tais como Isaías e Apocalipse;
 Livros Biográficos, tais como Mateus e João; e
 Cartas ou Epístolas (cartas formais), tais como Tito e Hebreus.

Quem Escreveu os Livros da Bíblia?


Cerca de 40 autores humanos diferentes escreveram a Bíblia. Ela foi escri-
ta durante um período de 1600 anos. Os autores foram reis, pescadores, sa-
cerdotes, oficiais do governo, fazendeiros, pastores e médicos. De toda essa
diversidade surge uma unidade incrível, com temas em comum por todo o
seu percurso.

A unidade da Bíblia deve-se ao fato de que, essencialmente, tem um Au-


tor: Deus. A Bíblia é “inspirada por Deus” (2 Timóteo 3:16). Os autores humanos
escreveram exatamente o que Deus queriam que escrevessem, e o resultado
foi a perfeita e santa Palavra de Deus (Salmos 12:6; 2 Pedro 1:21).

Como a Bíblia se Divide?


A Bíblia é dividida em duas partes principais: O Antigo Testamento e o No-
vo Testamento. Em resumo, o Antigo Testamento é a história de uma nação, e
o Novo Testamento é a história de um Homem. A nação foi a forma que Deus
usou para trazer o Homem ao mundo.

O Antigo Testamento descreve a fundação e preservação da nação de


Israel. Deus prometeu usar Israel para abençoar o mundo inteiro (Gênesis
12:2-3). Uma vez que Israel tinha sido estabelecida como nação, Deus fez sur-
gir uma família daquela nação através da qual a benção iria vir: a família de
Davi (Salmos 89:3-4). Então, da família de Davi foi prometido um Homem que
traria a benção prometida (Isaías 11:1-10).

O Novo Testamento detalha a vinda desse Homem prometido. Seu nome


era Jesus, e Ele cumpriu as promessas do Antigo Testamento por viver uma vi-
da perfeita, morrer para tornar-se o Salvador e ressuscitar dos mortos.

Quem é o Personagem Principal?


Jesus é o personagem principal da Bíblia – o livro inteiro é sobre Ele. O An-
tigo Testamento prediz Sua vinda e prepara o palco para Sua entrada ao
mundo. O Novo Testamento descreve Sua vinda e Seu trabalho para trazer
salvação a nosso mundo pecaminoso.

Jesus é mais do que uma figura histórica; na verdade, Ele é mais do que
um homem. Ele é Deus em carne, e Sua vinda foi o evento mais importante
da história do mundo. Deus Se tornou homem para nos dar um retrato claro e
compreensível de quem Ele é.

Como é Deus? Ele é como Jesus; Jesus é Deus na forma humana (João
1:14; 14:9).

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Como Podemos Resumir a Narrativa Bíblica?

 DEUS criou o homem e o colocou no Jardim do Éden.


 O homem pecou e deixou de ser aquilo para o que Deus o tinha des-
tinado. Foi então que Deus pôs em andamento o plano para a salva-
ção do homem e o fez chamando Abraão para que fundasse uma
nação, mediante a qual o plano seria executado.
 A nação não andou nos caminhos do Senhor e foram escravizados
no Egito. Após 400 anos, sob a direção de Moisés, o povo foi tirado
do Egito de volta à terra prometida de Canaã. A nação se tornou
um grande e poderoso reino.
 O reino foi dividido no fim do reinado de Salomão: Israel, ao norte, 10
tribos, levada cativa pela Assíria em 721 a.C., e Judá, ao sul, 2 tribos,
levada cativa pela Babilônia no ano 600 a.C.
 Encerra-se o Antigo Testamento. 400 anos mais tarde, cumpre-se a
promessa do aparecimento de Jesus, o Messias, a esperança da hu-
manidade, mediante Quem o homem seria redimido e nascido de
novo. Para realizar e consumar Sua obra salvadora, Jesus Cristo MOR-
REU pelo pecado humano, ressuscitou e ordenou que os discípulos
saíssem pelo mundo contando a história de Sua vida e Seu poder re-
dentor.
 Assim, obedecendo à ordem (a “grande comissão”), partiram os dis-
cípulos por toda parte, em todas as direções, levando as BOAS NO-
VAS, alcançando o mundo civilizado conhecido da época. Assim,
com o lançamento da obra da redenção humana, encerra-se o No-
vo Testamento.
 É importante entendermos que a Escatologia Bíblica é, também, par-
te do processo salvífico da humanidade, pois nela será revelado to-
do o poder de Deus ao homem, bem como parte da condenação
que o homem sofrerá ainda em vida, devido ao sua rebelião contra
Deus. É um tempo de descortinamento da verdadeira identidade do
Diabo para que os ímpios vejam quem eles seguiam. E a manifesta-
ção e instauração do reino de Cristo, dando aos homens mais uma
oportunidade de conscientizar-se da perfeita e agradável vontade
de Deus para todos.

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Como a Bíblia Foi Inspirada?

A própria Bíblia clama ser a Palavra de Deus. O termo inspiração é o ter-


mo teológico tirado da Bíblia que expressa a verdade que a Bíblia é a Pala-
vra de Deus.

Talvez a melhor definição de inspiração seja a de L. Gaussen:


Aquele inexplicável poder que o Espírito divino estendeu antigamente
aos autores das Sagradas Escrituras, para que fossem dirigidos mesmo
no emprego das palavras que usaram, e para preservá-los de qual-
quer engano ou omissão”.

Para entendermos a inspiração, devemos olhar para dois versículos clássi-


cos das Escrituras, a seguir:

“Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para re-


dargüir, para corrigir, para instruir em justiça.” (2 Timóteo 3:16)

A palavra inspiração é theopneutos, que significa theo (Deus) e pneutos


(assoprar). A palavra hebraica é nehemiah e é usada somente uma vez no
Antigo Testamento (Jó 32:8). O versículo está dizendo que Deus assoprou nos
escritores da Bíblia que escreveram assim as próprias Palavras de Deus. O ad-
jetivo empregado nesta passagem significa “insuflado por Deus” (cf. Gênesis
2:7).

A palavra Escritura vem do Grego graphe, que siginifica escrita, grafia,


palavra. Deus assoprou palavras! Podemos dizer então que tudo o que foi es-
crito (as Escrituras) foi dado pelo sopro de Deus. Portanto, o que Deus soprou
foram palavras (graphe). Cada palavra, cada letra é importante para Deus.

É importante entendermos que a Bíblia é inspirada; e não os escritores. Se


fosse o contrário, tudo aquilo que eles escrevessem, de uma forma geral, seri-
a Bíblia...

A próxima passagem é:

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“Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas
os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.” (2 Pedro
1:21)

Literalmente, o que o versículo está dizendo é que a inspiração é o pro-


cesso pelo qual o Espírito Santo moveu (ou dirigiu) os escritores das Escrituras
para que o que eles escrevessem não fossem palavras deles, mas a própria
Palavra de Deus. Deus nos está dizendo que Ele é o Autor da Bíblia, e não o
homem.

Os escritores da Bíblia são chamados “homens impelidos (ou, carrega-


dos) pelo Espírito Santo” (2 Pedro 1:20-21 cf. Apocalipse 19:9; 22:6; 2 Samuel
23:2). Eles foram “movidos, tomados, levados”. A palavra inspirados no versí-
culo acima é a mesma palavra grega que foi usada em Atos 27:15 (“o barco
foi ‘levado’”).

Inspiração é o poder estendido pelo Espírito Santo, mas não sabemos e-


xatamente como esse poder operou. É limitado aos escritores das Escrituras
Sagradas. Isto EXCLUI todos os outros livros chamados sacros por não serem
inspirados; também nega autoridade final a todas as igrejas, concílios eclesi-
ásticos, credos e clérigos.

Finalmente, é muito importante saber!


A inspiração não exclui a diversidade de expressão sobre o mesmo as-
sunto (Mateus 16:16; Marcos 8:29; Lucas 9:20). Até os 10 mandamentos têm
expressões diferentes, pois o Autor é Deus, e Ele pode Se exprimir de formas
diferentes sobre o mesmo assunto! (Êxodo 20:8-11; Deuteronômio 5:12-15).
O mais próximo que conseguimos chegar da inspiração é chamando-a
de orientação. Isto é, o Espírito Santo supervisionou a seleção dos materiais a
serem usados e das palavras a serem empregadas por escrito. Finalmente, Ele
preservou os autores de todos os erros e omissões. Temos na Bíblia, portanto, a
Palavra de Deus verbalmente inspirada.

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CAPÍTULO
QUEM É
2 JESUS CRISTO?
Diferentemente da pergunta “Deus Existe?”, bem poucas pessoas per-
guntam se Jesus Cristo existiu ou não. A grande maioria, incluindo até mes-
mos boa parte dos ateus, aceita que Jesus foi um homem que andou na ter-
ra, em Israel, há quase 2000 anos.

O debate começa quando se analisa o assunto da completa identidade


de Jesus. Quase todas as grandes religiões ensinam que Jesus foi um profeta,
um bom mestre ou um homem piedoso. O problema é que a Bíblia nos diz
que Jesus foi infinitamente mais do que um profeta, bom mestre ou homem
piedoso.

C. S. Lewis, em seu livro Mero Cristianismo, escreve o seguinte:


Tento aqui impedir que alguém diga a grande tolice que sempre
dizem sobre Ele [Jesus Cristo]: ‘Estou pronto a aceitar Jesus como
um grande mestre em moral, mas não aceito sua afirmação em
ser Deus.’ Isto é exatamente a única coisa que não devemos dizer.
Um homem que foi simplesmente homem, dizendo o tipo de coisa que Jesus
disse, não seria um grande mestre em moral. Poderia ser um lunático, no mes-
mo nível de um que afirma ser um ovo pochê, ou mais, poderia ser o próprio
Demônio dos Infernos. Você decide. Ou este homem foi, e é, o Filho de Deus,
ou é então um louco, ou coisa pior... Você pode achar que ele é tolo, pode
cuspir nele ou matá-lo como um demônio; ou você pode cair a seus pés e
chamá-lo Senhor e Deus. Mas não vamos vir com aquela bobagem de que
ele foi um grande mestre aqui na terra. Ele não nos deixou esta opção em a-
berto. Ele não teve esta intenção.”

Então, Quem é Jesus Segundo a Bíblia?


Primeiramente, vamos examinar as palavras de Jesus em João 10:30:

“Eu e o Pai somos um.”

Em um primeiro momento, pode não parecer uma afirmação em ser


Deus. Entretanto, veja a reação dos judeus perante Sua afirmação: “Os ju-
deus responderam, dizendo-lhe: Não te apedrejamos por alguma obra boa,
mas pela blasfêmia; porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mes-
mo” (João 10:33). Os judeus compreenderam o que Jesus havia dito como
uma afirmação em ser Deus.

Nos versículos seguintes, Jesus jamais corrige os judeus dizendo: “Não afir-
mei ser Deus”. Isto indica que Jesus realmente estava dizendo que era Deus
ao declarar: "Eu e o Pai somos um” (João 10:30).

Outro exemplo é João 8:58, onde Jesus declarou:

“Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão
existisse, eu sou.”

Mais uma vez, em resposta, os judeus tomaram pedras para atirar em Je-
sus (João 8:59). Ao anunciar Sua identidade como “Eu sou”, Jesus fez uma a-
plicação direta do nome de Deus no Antigo Testamento (Êxodo 3:14). Por
que os judeus, mais uma vez, se levantariam para apedrejar Jesus se Ele não
tivesse dito algo que creram ser uma blasfêmia, ou seja, uma auto-afirmação
em ser Deus?

João 1:1 diz que “o Verbo era Deus”.


João 1:14 diz que “o Verbo se fez carne”.

Isto mostra claramente que Jesus é Deus em carne.

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Tomé, o discípulo, declarou a Jesus: “Senhor meu, e Deus meu!” (João
20:28). Jesus não o corrige.

O Apóstolo Paulo O descreve como: “...grande Deus e nosso Senhor Je-


sus Cristo” (Tito 2:13).

O Apóstolo Pedro diz o mesmo: “...nosso Deus e Salvador Jesus Cristo” (II
Pedro 1:1).

Deus o Pai também é testemunha da completa identidade de Jesus:


“Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos; Ce-
tro de eqüidade é o cetro do teu reino” (Hebreus 1:8).

No Antigo Testamento, as profecias a respeito de Cristo anunciam sua di-


vindade: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado
está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselhei-
ro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Isaías 9:6).

Então, como argumentou C.S. Lewis, crer que Jesus foi um bom mestre
não é opção. Jesus claramente e inegavelmente se auto-afirma Deus. Se Ele
não é Deus, então mente; conseqüentemente não pode ser profeta, bom
mestre ou homem piedoso.

Quem somos nós para mergulharmos em discussões com a Palavra de


Deus no tocante ao que Jesus disse ou não disse? Como pode um
“estudioso” que está 2000 anos afastado de Jesus ter a percepção do que
Jesus disse ou não, melhor do que aqueles que com o próprio Jesus viveram,
serviram e aprenderam (João 14:26)?

Por que se faz tão importante a questão sobre a identidade verdadeira


de Jesus? Por que importa se Jesus é ou não Deus?

O motivo mais importante para que Jesus seja Deus é que se Ele não é
Deus, Sua morte não teria sido suficiente para pagar a pena pelos pecados
do mundo inteiro (I João 2:2). Somente Deus poderia pagar tamanho preço
(Romanos 5:8; II Coríntios 5:21).

Jesus tinha que ser homem para que pudesse morrer. A Salvação está
disponível somente através da fé em Jesus Cristo! Mas, a natureza divina de
Jesus é o motivo pelo qual Ele é o único caminho para salvação. A divindade
de Jesus é o porquê de ter proclamado: “Eu sou o caminho, e a verdade e a
vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (João 14:6).

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Jesus era Cristo? Quais os Requisitos?

O primeiro requisito para Jesus de Nazaré ser cristificado foi o fato de ele
não ser um homem do tipo que toda a raça humana é. Ele foi o único ho-
mem 100% humano, enquanto o restante dos seres humanos são apenas se-
mi-humanos. Por isso mesmo, enquanto Se manifestou em carne aos homens,
Ele preferia Se auto-intitular O Filho do Homem. Nosso Senhor não se denomi-
nou como filho de homem, mas sim Filho do homem, o que significa ser ele fi-
lho de uma geração 100% hominal. Ele foi gerado de modo diferente do res-
tante da humanidade.

O título Filho do Homem aplicado à pessoa de Cristo, lembra sua humani-


dade (João 1.14).

Esta expressão ocorre 79 vezes nos Evangelhos e 22 vezes no Apocalipse.


Em Ezequiel, a frase é empregada por Deus 91 vezes.

Segundo o Dr. Allmen, no Vocabulário Bíblico citado por Tasker a expres-


são Filho do Homem (Jo 3.13) havia se tornado uma figura messiânica mais
corrente. Esse é o motivo porque um exame dos textos evangélicos nos leva
a compreender que ao designar-se Filho do Homem o Senhor Jesus escolheu
esse título, pois não o comprometia com o nacionalismo judaico e pelas es-
peranças bélicas.

Tasker, Professor Emérito de Exegese do Novo Testamento na Universida-


de de Londres, em sua obra Mateus - Introdução e Comentário, defende a i-
déia de que Cristo apartou para si o título Filho do Homem, porque o termo
expressava melhor do que qualquer outro vocábulo os dois lados da sua na-
tureza. Por um lado, chamava a atenção para as limitações e sofrimentos a
que ele estava por necessidade sujeito durante a sua existência terrena; por
outro lado, também sugeria a sua transcendência, que se veria em toda a
sua glória quando os homens vissem o Filho do Homem vindo para juízo nas
nuvens do céu e reivindicando os seus direitos de propriedade sobre todos os
reinos de acordo com o vaticínio do profeta Daniel (Daniel 7.13,14).

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CAPÍTULO
DEUS CRIOU O
3 MAL?
Como pode existir o mal, se Deus é onipotente e totalmente bom?

Esta pergunta, juntamente com a questão a respeito da origem do mal,


é o fantasma que assombra todas as tentativas de se compreender o peca-
do. Mas, antes de continuarmos, façamos uma distinção entre algumas for-
mas do mal.

 O Mal Moral (ou, Pecado) é a iniqüidade cometida por criaturas do-


tadas de vontade.
 O Mal Natural é a desordem e decadência do Universo
(calamidades naturais, algumas doenças etc.). Está ligado à maldi-
ção que Deus pronunciou contra a terra (Gênesis 3.17,18).
 O Mal Metafísico é aquele involuntário, resultante da finitude das cri-
aturas (insuficiência mental e física, etc.).
A Bíblia afirma a perfeição moral de Deus (Salmos 100.5) e o seu poder
(Mateus 19.26). Foi Ele só quem criou (Gênesis 1.1,2) e tudo quanto Ele criou
era bom (Gênesis 1).

Ele não criou o mal, a que odeia (Salmos 7.11). Ele não tenta, nem é ten-
tado (Tiago 1.13). Apesar disso, dois textos bíblicos que parecem contradizer
esse fato devem ser considerados.

Isaías 45.7 diz que Deus cria o mal. Mas a palavra hebraica ra' (mal) tam-
bém possui um sentido que nada tem que ver com a moralidade (Gênesis
47.9) ou apresenta-se como antônimo de paz (Amós 6.3). Pode significar tam-
bém desventura, calamidade, desgraça, palavras que neste contexto são
boas traduções.

Resumindo!
Deus traz o julgamento moral, mas não o mal imoral.

O fato de Deus endurecer ou cegar as pessoas também levanta dúvidas,


e pode dar argumentos em favor de Deus ter criado o mal, afinal, ele tam-
bém está criando condições para este mal sobressair.

Porém, em todos os contextos quando a Bíblia afirma que Deus endure-


ceu pessoas, tratar-se de uma entrega passiva em que Deus simplesmente
deixa as pessoas viverem conforme desejam (Romanos 1.18-28) ou uma im-
posição ativa de endurecimento a pessoas que já assumiram um compromis-
so irrevogável com o mal (Êxodo 1.8-15,21; 2 Tessalonicenses 2.9,12).

Observe o exemplo de Faraó (Êx 1.8-15,21). Ele não foi criado com o pro-
pósito de ser endurecido (o que pode sugerir uma leitura superficial de Roma-
nos 9.17: “... te levantei”).

O verbo hebraico 'amad e seu equivalente na Septuaginta (LXX), diatere-


õ (Êxodo 9.16), referem-se a posição ou categoria (e não à criação), fato es-
te que está dentro do alcance semântico de exegeirõ (Romanos 9.17).

Faraó já mereceu o castigo divino quando rejeitou a petição de Moisés


pela primeira vez (Êxodo 5.2). Deus, porém, o preservou, para ser glorificado

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através do rei egípcio. Inicialmente, Deus apenas predisse o endurecimento
do coração de Faraó (Êxodo 4.21, hebraico 'achazzeq, “tornarei forte”; Êxo-
do 7-3; hebraico 'aqsheh, “tornarei pesado”, ou seja, difícil de ser movido).

Esse sistema está explícito em outros casos ou é compatível com eles e


com a santa justiça de Deus (Romanos 1.18). Por isso Deus pode acelerar a
pecaminosidade deliberada, visando seus próprios propósitos (Salmos 105.25),
mas os pecadores continuam arcando com a responsabilidade (Romanos
1.20).

Deus não criou o mal, porém realmente criou tudo que existe. Assim, o
mal não pode ter uma existência independente. O mal é a ausência ou a
perversão do bem. Este fato pode ser ilustrado pelo sal de cozinha, que é um
composto (ou mistura compacta) de duas matérias químicas: o sódio e o clo-
reto. Estes dois elementos, em separado, são altamente mortíferos. O sódio ir-
rompe em chamas ao entrar em contato com a água, e o cloro é um vene-
no fatal. Assim como a alteração na composição do sal, a criação perfeita
de Deus é mortífera quando o pecado lhe estraga o equilíbrio.

Das quedas de Satanás e de Adão surge todo o mal. Por isso, o mal natu-
ral provém do mal moral. Todas as doenças provêm, em última análise, do
mal, mas nem sempre de algum pecado do enfermo (João 9.1-3).

Por Deus ter a capacidade de impedir o mal (isolando a árvore do fruto


do conhecimento do bem e do mal, por exemplo) e não o ter feito, e, por sa-
ber o que aconteceria, parece que Ele permitiu que o mal surgisse (o que é
muito diferente de causá-lo).

E essa permissão implica no surgimento de um bem maior. Eis algumas su-


gestões:

 Que a humanidade amadureceria através do sofrimento (Hebreus


5.7-9);
 Que as pessoas poderiam amar a Deus livre e sinceramente, uma vez
que tamanho amor só pode existir onde houver a possibilidade do ó-
dio e do pecado;
 Que as maneiras como Deus se expressa seriam impossíveis de outra
forma (tais como seu ódio ao mal, Romanos 9.22; e seu amor gracio-

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so aos pecadores, Efésios 2.7). Todos esses pontos de vista têm sua
validade.

Qual é a Essência do Pecado?

Descrever o pecado é uma tarefa difícil. Talvez a dificuldade provenha


da sua natureza parasitária, posto que não tem existência em separado, mas
é condicionado por aquilo a que se agarra. Mesmo assim, delineia-se nas Es-
crituras uma imagem da existência derivada do pecado.

Há muitas sugestões a respeito da essência do pecado: a incredulidade,


o orgulho, o egoísmo, a rebelião, a corrupção moral, a luta entre a carne e o
espírito, a idolatria e combinações entre todos esses itens.

Embora todas essas idéias sejam informativas, nenhuma delas caracteriza


a totalidade dos pecados nem explica adequadamente o pecado como
natureza.

De modo mais significativo, todas estas idéias definem o pecado em ter-


mos de pecadores, que são muitos, variados e imperfeitos. O melhor concei-
to é o que define o pecado como algo cometido contra Deus. Somente Ele é
uno, consistente e absoluto, e a qualidade perversa e iníqua do pecado é re-
velada contra o pano de fundo de sua santidade.

Talvez a melhor definição do pecado seja a encontrada em 1 João 3.4:


“O pecado é iniqüidade”.

Seja o que mais o pecado for, ele é, no seu âmago, uma violação da lei
de Deus. E, já que toda a injustiça é pecado” (1Jo 5.17), então qualquer for-
ma de injustiça quebra a lei de Deus.

Além disso, a transgressão provoca a separação entre a pessoa e o


Deus. Logo, essa definição do pecado é bíblica.

A verdadeira natureza do pecado só pode ser observada quando em


contraste com Deus, e não pela comparação dos seus efeitos entre os seres
humanos.
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CAPÍTULO
QUAL A CAUSA DA
4 SALVAÇÃO?
A salvação começa com Deus, e isso, “antes da fundação do mun-
do” (Efésios 1:3,4; Apocalipse 13:8). Deus é o Alfa e o Ômega, o princípio e o
fim. Deus é a primeira causa de tudo. Por quê? “Ó Pai, porque assim te a-
prouve.” (Lucas 10:21).

Entendendo a situação deplorável do homem (Romanos 3:10-18) pode-


mos entender que a fé em Cristo é “obra de Deus” (João 6:29). É necessário
lembrar-nos que o assunto deste estudo é a salvação e não a condenação.

Os condenados pela justiça santa de Deus só podem culpar a sua pró-


pria cegueira espiritual e amor pelo pecado. Nunca podem responsabilizar a
Deus pela condenação (Eclesiastes 7:29).

Os salvos, de outra maneira, somente têm Deus para louvar pela salva-
ção (2 Tessalonicenses 2:13).
Deus Nos Salva Pela Sua Vontade
A vontade de Deus é a expressão do prazer de Deus. A vontade de Deus
não pode ser diferente da Sua natureza, portanto, ela é soberana, santa, po-
derosa e imutável.

É a Sua vontade que motiva as Suas ações. Efésios 1:11 declara que Deus
“faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade”. Tudo o que é en-
volvido no assunto da salvação é “segundo a Sua vontade” (Tiago 1:18).

É lógico que a vontade de Deus é uma causa da salvação, pois a vonta-


de de Deus é uma parte essencial da sua natureza expressando-a e sendo tu-
do que Deus é.

Muito além de a Sua vontade ser um tormento, é confortadora. Deus fa-


zendo as Suas obras conforme o bom prazer da Sua vontade, conforta o san-
to na sua tribulação. O servo Jó confiou na vontade de Deus na sua tristeza e
foi confortado (Jó 23:13).

A mesma vontade que nos salva é aquela que garanta-nos o aperfeiço-


amento da salvação até o memento que estamos na presença do Salvador
no céu (João 6:39,40). Tal conhecimento da vontade de Deus traz paz ao sal-
vo.

Mesmo que incluamos a vontade de Deus como parte da causa da sal-


vação devemos frisar que a vontade de Deus não é a própria condenação
ou a salvação; mas uma parte íntegra de ambas.

Deus Nos Salva Porque é Soberano

Quando falamos da soberania de Deus entendemos a qualidade de


Deus desejar e fazer o que lhe apraz. É o exercício da Sua supremacia ou a
expressão da sua santa independência.

A soberania de Deus deve ser considerada como parte da causa da sal-


vação juntamente com a sua vontade. É o Seu poder soberano que determi-

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na que a Sua vontade seja realizada (Isaías 46:10,11, “O meu conselho será
firme, e farei toda a minha vontade”).

Deus é soberano na salvação pois Ele não é obrigado a salvar qualquer


das suas criaturas rebeldes. A Sua soberania na salvação é entendida pelo
texto de Romanos 9:18, que diz: “Logo, pois, compadece-se de quem quer, e
endurece a quem quer.”

Deus, pelo soberania, faz o Teu povo chegar a Si (Salmos 65:4) e isso, vo-
luntariamente (Salmos 110:3).


Deus não é somente soberano, mas também é amor. Soberania isola-
da pode ser fria e dura. Amor isolado pode ser fraco. Deus não é frio e
duro nem fraco. Ele é tanto Todo-Poderoso quanto cheio de amor. A
soberania de Deus assegura que tudo que aconteça a nós é para Sua
glória e o amor de Deus assegura que tudo que aconteça a nós é para o
nosso bem.” (Maggie Chandler, Leaves, Worms, Butterflies and TULIPS).

A soberania de Deus, em relação a causa da salvação, é um assunto


que vai além do entendimento do homem. A soberania de Deus pode ser
considerada uma parte daquele que é encoberto e que pertence somente
ao SENHOR. Porem, aquela parte da soberania de Deus que é revelada pela
Palavra de Deus, é para nós e deve ser abordada (Deuteronômio 29:29).

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CAPÍTULO
COMO ENTENDER A
5 ESCATOLOGIA?
A maioria das diferentes escolas de interpretação pode ser entendida na
forma em que seu método explica o tempo.

 Os Preteristas afirmam que a maior parte do Apocalipse tem sua prin-


cipal referência no passado.
 Os Futuristas declaram que a maior parte do livro ainda deverá ter
cumprimento futuro.
 Os Historicistas estão seguros de que o livro foi cumprido parcialmen-
te no passado, está ainda tendo cumprimento no presente, e so-
mente se cumprirá plenamente no futuro.
 A Escola Idealista rejeita todas essas três escolas. O idealista diz que
essas três escolas são por demais específicas ao interpretar os símbo-
los proféticos. O idealista busca um método de interpretação mais
espiritual, filosófico ou poético.
Escola Idealista

A Escola Idealista de interpretação julga que o livro de Apocalipse é um


desdobrar de princípios em figuras. O propósito do livro de Apocalipse não é
falar de eventos específicos a virem. É somente para ensinar verdades espiri-
tuais que podem ser aplicadas a todas as situações (ou serem delas deriva-
das).

Contudo, é difícil ver um propósito no livro de Apocalipse se for somente


um retrato detalhado de princípios encontrados noutras partes. Se tais princí-
pios já foram ensinados claramente alhures, por que agora se apresentam
em forma tão misteriosa?

Erdman indaga:


os princípios não se tornam até mais impressionantes quando incorpo-
rados em eventos que o autor viu, e em eventos ainda mais momento-
sos que nas visões proféticas ele contemplou no horizonte de uma e-
ra mais luminosa que deveria ainda raiar?” (Charles R. Erdman, Revela-
tion).

Escola Preterista

O Preterismo é a metodologia mais popular para o exame do Apocalipse


entre os eruditos críticos. Essa escola é também conhecida como a contem-
porânea-histórica.

Os adeptos desta escola entendem que as principais profecias do livro


do Apocalipse cumpriram-se na destruição de Jerusalém (em 70 AD) e na
queda do Império Romano.

A força do Preterismo é que se baseia em considerável montante de ver-


dade. O livro de Apocalipse de João deve ter feito sentido para os seus pri-
meiros leitores, seus contemporâneos. Que pastor escreveria uma carta para
o seu rebanho que não tivesse imediato significado para essas ovelhas?

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A Escola Futurista

O Futurismo situa-se no outro extremo da interpretação, com relação ao


Preterismo.

O Futurismo acredita que o livro de Apocalipse, com a possível exceção


dos três primeiros capítulos, aplica-se totalmente ao futuro. O Futurismo apon-
ta à tribulação final da igreja e é, portanto especialmente dirigido aos cren-
tes nos primeiros últimos anos da história, mas não podemos negar o valor
presente das promessas e princípios achados na profecia, para os primeiros
cristãos.

Diz Todd sobre o Apocalipse:


Não devemos, destarte, procurar o cumprimento de suas predições
nem nas primeiras perseguições e heresias da igreja nem na longa sé-
rie de séculos desde a primeira pregação do Evangelho até agora,
mas nos eventos que devem imediatamente preceder, acompanhar e
seguir-se ao Segundo Advento de nosso Senhor e Salvador.” (J. H. Todd, Six
Discourses on the Apocalypse).

Os Futuristas tendem a ser Literalistas. Seguem a regra de que "todas as


declarações proféticas devem ser interpretadas literalmente a menos que a
evidência contextual, ou o bom senso, tornem esse procedimento impossível".
A maioria dos expositores (outros que não são futuristas) dizem que essa regra
devia ser revertida ao interpretar o Apocalipse.

A Escola Histórica

O Historicismo é o método de interpretação da profecia que declara


que o livro do Apocalipse é um histórico profético da igreja e do mundo, des-
de o tempo de João até o segundo advento de Cristo. As predições dadas
no livro do Apocalipse não são somente movimentos gerais na história, decla-
ra o Historicismo. Mesmo eventos específicos são preditos. Isso inclui a identifi-
cação de datas reais do calendário.

Hoje, somente um pequeno número de eruditos protestantes são conhe-


cidos como historicistas.

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CAPÍTULO
COMO INTERPRETAR
6 A BÍBLIA?
A Bíblia é um livro Espiritual que deve ser interpretado através da ilumina-
ção do Espírito Santo.

Mas, ao mesmo tempo a Bíblia é um livro, e a única correta interpreta-


ção é aquela que concorda com sua gramática, ou seja, com o que está es-
crito.

Por esta razão é importante que nós estejamos familiarizados com as re-
gras ou princípios da interpretação. A ciência da Hermenêutica é o estudo
desses princípios.

Hermenêutica é um assunto sério. A nossa interpretação da Bíblia irá de-


terminar nossas crenças e essas crenças determinarão como pensamos e a-
gimos.
A Bíblia é a Autoridade Absoluta

É impossível interpretar a Bíblia corretamente sem a convicção de que to-


da a Bíblia é a Palavra de Deus. Nós não temos o direito de rejeitar certas
partes da Bíblia porque elas se opõem às nossas tradições, opiniões, ou estilos
de vida.

O Espírito Santo é o Melhor Professor da Bíblia

O Senhor Jesus disse que enviaria o Espírito Santo para guiar a Igreja em
toda a verdade (João 14:26; 16:13) e sem Sua iluminação é impossível enten-
der a Bíblia (I Coríntios 2:14). Isso não significa que em “nome do Espírito San-
to” temos o direito de desviar do que está escrito na Palavra ou acrescentar
algo a ela. Nossos sentimentos e emoções têm pouco valor na formulação
de uma fé bíblica.

Apenas o que está escrito na Bíblia pode ser


afirmado como doutrina.
Também, devemos observar que a afirmação é que o Espírito Santo é o
MELHOR e não o ÚNICO professor da Bíblia, afinal, existem muitos corações
que não ouvem a voz do Espírito Santo, apenas de homens que possam estar
(ou não) orientados pelo Espírito Santo.

É notório, claro, que muitos cristãos, teólogos e estudiosos da Bíblia, se


propuseram (e ainda se propõem) a compreender a Bíblia com profundida-
de, e dos tais o Espírito Santo, não tira o mérito de, também, ensinar; afinal,
para essa tarefa foi distribuído (no âmbito da igreja - e para seu próprio cres-
cimento, amadurecimento e fortalecimento) o dom de Mestre.

A Própria Bíblia é o Seu Melhor Comentário

Quando nós não podemos entender a interpretação de uma parte da


Bíblia ou queremos alargar nossa compreensão dela, nós devemos buscar ex-
plicações em outras referências Bíblicas.

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Não queremos, com esta afirmação, colocar em descrédito ou desvan-
tagem os excelentes Comentários Bíblicos que temos à nossa disposição;
mas, queremos afirmar que, à medida que o cristão coloca qualquer Co-
mentário Bíblico acima da própria Bíblia, ou coloca-o como “moleta”, substi-
tuindo quase completamente o manuseio da Bíblia Sagrada na compreen-
são da sua mensagem, isso é bastante prejudicial à perfeição da sua vida
cristã.
A Bíblia Não se Contradiz

Portanto, sempre deve haver harmonia em nossas interpretações de tex-


tos diferentes. Se nossa interpretação de um texto contradiz a interpretação
de outro, então estamos errados.

Para evitar a grande maioria das contradições “criadas” pelo estudante


da Bíblia, vale a máxima de que a interpretação simples é normalmente a
melhor. A Bíblia não foi escrita para teólogos ou místicos, mas para o homem
comum. Apesar de haver alegorias, metáforas e símbolos na Bíblia, devemos
buscar a mais simples interpretação.

Textos Difíceis Devem Ser Interpretados à Luz de Textos Mais


Fáceis

Aqueles textos que a interpretação não é muito clara devem ser interpre-
tado à luz dos textos, que podem ser entendidos claramente.

O consenso geral entre teólogos é que sempre haverão textos mais sim-
ples que lançam luz sobre textos mais complexos. A nossa tarefa é buscá-los
com diligência, pois este processo da busca por si só é benéfica ao estudan-
te da Palavra de Deus.

A Gramática Determina a Interpretação

O texto ou verso que estamos estudando tem somente uma interpreta-


ção correta e é aquela na qual está de acordo com a gramática (o que es-
tá escrito). Mesmo se o texto tem várias aplicações, ele tem apenas uma in-
terpretação correta e é aquela que está de acordo com o que está escrito.

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Santo Agostinho já dizia que a Bíblia diz exatamente o que ela quer dizer;
ou seja, não é prudente acrescentar sentidos ao texto, mesmo quando estes
sentidos forem aparentemente interessantes.

A interpretação não deve ir além da revelação das Escrituras. O que a


Bíblia não explica nós devemos aceitar como um mistério. Se formos além
“do que está escrito” corremos perigo de formar falsa doutrina.

O Contexto é Importante

A Bíblia é como um quebra-cabeça no qual é impossível interpretar so-


mente uma peça sem um entendimento geral de todas as outras. Cada pa-
lavra deve ser interpretada no contexto da frase, cada frase no contexto do
parágrafo, cada parágrafo no contexto do livro e cada livro no contexto da
Bíblia inteira.

Outro fator importante é que Deus escolheu palavras para nos comuni-
car Sua palavra. Portanto é importante determinar o significado real
(gramatical, sintático) de cada palavra.

O Antigo Testamento Deve Ser Interpretado à Luz do Novo


Testamento

Para o Cristão, o Novo Testamento determina a aplicação do Antigo Tes-


tamento em sua vida. Um bom exemplo é a doutrina do Espírito Santo. No
Antigo Testamento, Ele poderia ser retirado dos crentes (Salmos 51:11), mas
no Novo, ele permanece eternamente com ele (João 14:16-17).

O Objetivo da Interpretação é a Exegese

A palavra Exegese vem do verbo grego exegeisthai (ex, fora; hegeisthai,


conduzir ou guiar).

Quando interpretamos as Escrituras devemos extrair o verdadeiro sentido


do texto e a todo custo devemos evitar ler textos a qual eu acho que ele po-
de significar.

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Devemos evitar interpretar a Bíblia de acordo com nossas próprias pre-
sunções ou ideias preconcebidas. Nossas presunções são como óculos colori-
dos que destorcem nossa visão das Escrituras. Devemos nos esforçar para reti-
rar nossos óculos e ver o texto como ele é. Esse é o maior trabalho do estu-
dante da Bíblia.

Além do mais, nossa interpretação pessoal deve ser comparada com a


da Igreja. Nos últimos 2000 anos, teólogos dedicados, pastores e outros Cris-
tãos estudaram as Escrituras. Devemos comparar nossas descobertas com a
deles. Se nossa interpretação não é encontrada entre os dedicados Cristãos
da história, possivelmente estamos errados. Não deveria haver “novas desco-
bertas” na doutrina Cristã. Judas refere à fé Cristã com aquele que foi “de u-
ma vez por todas” entregue aos santos (Judas 1:3).

Porém, devemos ter cuidado para não internalizar a máxima de que a


tradição possui autoridade igual ou superior ao das Escrituras.

A Declaração de Cambridge já nos alerta sobre esta atitude:


Reafirmamos a Escritura inerrante como fonte única de revelação divi-
na escrita, única para constranger a consciência. A Bíblia sozinha ensi-
na tudo o que é necessário para nossa salvação do pecado, e é o pa-
drão pelo qual todo comportamento cristão deve ser avaliado. Nega-
mos que qualquer credo, concílio ou indivíduo possa constranger a consciên-
cia de um crente, que o Espírito Santo fale independentemente de, ou con-
trariando, o que está exposto na Bíblia, ou que a experiência pessoal possa
ser veículo de revelação.”

É verdade que Deus deu à Igreja mestres fiéis as Escrituras e que devemos
nos atentar aos seus ensinos. Contudo, em último quesito, todo ensino deve
ser fundamentado sobre as Escrituras e não sobre a autoridade de qualquer
pessoa. E da mesma forma, somente as Escrituras devem ser usadas para
convencer o crente das doutrinas bíblicas e não “fulano disse”.

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CAPÍTULO
A ESCOLHA DE
7 TODO HOMEM!
“O fim de toda aprendizagem é conhecer Deus, e, mediante esse co-
nhecimento, amá-lo e ser como Ele é!” (John Milton, Teólogo Inglês).

"A sabedoria é a coisa principal; adquire pois a sabedoria, emprega tudo


o que possuis na aquisição de entendimento." (Salomão, Provérbios 4:7).

"A aprendizagem e o desenvolvimento se influenciam reciprocamente.


Quanto mais aprendizado, mais desenvolvimento." (Vigotsky, Filósofo e Peda-
gogo).

"Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de


que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade." (Apóstolo
Paulo, 2 Timóteo 2:15).
O fim último da vida humana, especialmente do cristão, é aprender e co-
nhecer melhor sobre si mesmo (especialmente, sua condição) e sobre o seu
Criador (especialmente, Deus e sua obra na criação).

Para isso, a Bíblia nos proporciona o mais completo, profundo, metódico,


claro e maravilhoso relato do próprio Deus, acerca da sua criação e de co-
mo pode restaurá-la à sua comunhão.

Porém, muitas vezes, o entendimento destas verdades não é algo simples


de se obter, haja visto, o próprio sábio Salomão, explicitar ser necessário in-
vestir “tudo”, para que esse entendimento e sabedoria possa ser adquirido;
alcançado.

Embora tenhamos ao nosso dispor homens (digo, pastores e mestres) que


nos colocam à par das verdades revelas de Deus ao homem; e mais: nos ex-
plicam e aplicam a mensagem da Palavra de Deus, de modo a vivermos u-
ma vida digna...

... o próprio Deus (através da Bíblia) nos constrange a buscarmos, por nós,
mesmos o entendimento que Ele coloca à nossa disposição; ou seja, tudo o
que o homem está habilitado e capacitado para estudar, interpretar e en-
tender sobre Deus, Ele mesmo nos disponibilizou nas páginas da Bíblia.

Outro fator importante neste conhecimento sobre Deus, é o que Paulo diz
em Romanos 1:18-20:


Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e
injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça. Porquanto o
que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho
manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mun-
do, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e clara-
mente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescu-
sáveis."

Mas, como identificar essas verdades biológicas, sociais, naturais, cosmo-


lógicas e metafísicas, explícitas e implícitas, sobre Deus, sem qualquer orien-
tação acerca dos fundamentos e métodos para chegarmos às conclusões
delineadas por Ele mesmo?

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E mesmo que cheguemos à algumas destas verdades por esforço pró-
prio, como teremos firmeza em expressá-las como sendo a verdade sobre
Deus - sem um padrão para compará-las e validá-las?

Por tudo isso, o grandioso desejo de Deus é que o conheçamos, para


que possamos compreendê-lo com muito mais perfeição e profundidade.

Veja o que diz o Apóstolo Paulo aos Efésios 1:17-18.

“Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu
conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação; tendo iluminados os
olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua
vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos; e qual a
sobreexcelente grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a
operação da força do seu poder.”

É por esta razão principal, que colocamos à sua disposição, o mais com-
pleto pacote de cursos Teológicos, que tem como objetivo levar você a co-
nhecer a Palavra de Deus com muito mais profundidade, mergulhando nas
grandiosas revelações divinas.

O estudo teológico nada mais é do que a sua disposição, como cristão,


de buscar compreender a Palavra de Deus de modo claro, objetivo e siste-
mático; proporcionando a você crescimento espiritual e capacidade de ins-
truir outros nas mesmas verdades.

Veja que foi exatamente isso que Paulo instruiu Timóteo a fazer:

 Aprender e meditar nas Sagradas Letras, ou seja, extrair o entendi-


mento completo disponível na Palavra de Deus, de modo a estar irre-
preensível e frutífero na obra (1 Timóteo 4:11-16);
 Ensinar outras pessoas na igreja, para que esse entendimento esteja
disponível a todos; cada um contribuindo com a expansão destas
verdades divinas (2 Timóteo 2:2).

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Mas, para isso, precisa haver um preparo, de tal forma que você seja irre-
preensível na fala, no trato e no ensino.

A sua autoridade bíblica é condicionada pelo seu conhecimento bíblico.

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