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Artigos Dirigidos: Tipologia Textual

Língua Portuguesa

NANCI DA COSTA BATISTA - Outros artigos do autor

Tipologia Textual

Avaliação dos Leitores:

ALTERA O TAMANHO DA LETRA

OS DIFERENTES TIPOS DE TEXTOS

Quando escrevemos um texto, o tema é o principal elemento que devemos considerar, além de
cuidarmos para que ele atinja o público a que se destina.
O texto pode ser classificado em literário, quando expressa a opinião pessoal do autor. Nesse
texto, haverá predominância de figuras e de subjetivismo. Como exemplo de texto literário, que pode
ser construído em prosa e verso, podemos citar o romance, o conto, a poesia. O texto não-literário se
preocupa em transmitir a mensagem de forma clara e objetiva, como uma notícia de jornal ou uma bula
de medicamento.
Nosso texto sempre conterá informações agrupadas na nossa mente: a leitura de livros e revistas,
peças teatrais e filmes assistidos, enfim, todo o material que recolhemos durante nossa vida. Ao redigir
um texto, o autor expõe seu ponto de vista a respeito de um assunto. Sendo assim, toda e qualquer
afirmação feita por ele traduzirá sua opinião, desnecessário será explicitar que se trata de uma opinião
dele.
Como as informações são muitas, devemos usar dois processos fundamentais na construção do
texto: análise e síntese. Na análise, o todo é dividido em partes para que possamos melhor
compreendê-lo. Também são classificadas as idéias principais e secundárias e, para isso, devemos
conhecer as estruturas sintáticas, o vocabulário e o conteúdo do tema escolhido. A síntese destina-se a
reduzir o texto, retirar as idéias secundárias. Análise e síntese se complementam.
Existem três tipos de texto em prosa: o narrativo - seqüência de fatos; o descritivo - seqüência de
aspectos e o dissertativo. O texto dissertativo pode ser argumentativo - seqüência de opiniões
(argumentação); expositivo - seqüência de informações didáticas (verbete de dicionário).

Descrição: O texto descritivo pode estar presente em qualquer tipo de texto. Não há texto totalmente
descritivo ou totalmente narrativo; as palavras carregam uma grande carga descritiva.
A descrição é um tipo de redação centrada no objeto e requer observação cuidadosa. Organiza-se
através de três aspectos: identificação (dar existência a um ser), localização (situar esse ser no espaço e
no tempo) e qualificação (determinar, qualificar esse ser de acordo com a perspectiva do narrador).
Há três as técnicas descritivas: pictórica (observador e objeto estão parados), topográfica (objeto
imóvel e observador em movimento) e cinematográfica (objeto e observador em movimento).

Narração: A redação narrativa é centrada no fato, no acontecimento. É um relato organizado de


acontecimentos reais ou imaginários. É comum o texto narrativo apresentar-se combinado com os
outros tipos de texto; entretanto, uma das diferenças primordiais entre eles é a evolução cronológica
das ações.
Tradicionalmente, um texto é formado por três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão. É
na introdução que se encaminha e se estrutura o que será tratado no desenvolvimento. É uma parte
importantíssima na qual o autor se compromete com o leitor a desenvolver as idéias preliminares,
introdutórias.
Numa narração, a introdução é a parte em que há equilíbrio, harmonia da história.
O desenvolvimento marca a desarmonia do fato narrativo. Finalmente, o fechamento; parte que pode
retornar ao equilíbrio anterior, ou fazer surgir uma nova situação de equilíbrio. Entre a harmonia inicial e
o fato narrativo pode ocorrer o suspense, formado pela omissão de informações durante certo espaço de
tempo da narração.
Personagens, circunstâncias e ação são elementos da narração. O seu núcleo é o incidente, o
episódio. Encontramos, ainda, os personagens atuantes, que estão quase sempre em conflito.

A Narração envolve:
Quem? Personagem;
Quê? Fatos, enredo;
Quando? A época em que ocorreram os acontecimentos;
Onde? O lugar da ocorrência;
Como? O modo como se desenvolveram os acontecimentos;
Por quê? A causa dos acontecimentos.

Dissertação: Numa dissertação, as idéias são apresentadas e analisadas, a fim de produzirmos um


ponto de vista baseado em argumentos lógicos. Na dissertação, não basta expor, narrar ou descrever, é
necessário explanar e explicar. O raciocínio é fundamental para esse tipo de composição e, quanto maior
a fundamentação argumentativa, mais brilhante será o resultado.
Centrado na idéia, o texto dissertativo pode se apresentar de duas formas, como já foi dito
anteriormente: argumentativo e expositivo.
Um texto é argumentativo quando apresenta razões com o intuito de persuadir ou convencer alguém.
Na lógica argumentativa, podemos estabelecer elementos básicos: a asserção inicial (premissa), a
asserção final (conclusão) e uma ou várias asserções intermediárias, que permitem passar de uma a
outra (inferência, prova, argumento).
A argumentação faz uso de dois processos: indução e dedução. A indução parte dos fatos para
chegar a algum modelo; a dedução parte de um julgamento geral a fim de descobrir implicações
específicas ou exemplos particulares.
A forma mais importante de dedução é o silogismo, composto por três proposições: premissa
maior, premissa menor e conclusão. O silogismo, para ser verdadeiro, deverá ter somente três termos,
cada um usado duas vezes, desde que não sejam ambíguos; apresentar premissas verdadeiras e uma
conclusão logicamente deduzida das premissas.

Intertextualidade: é um diálogo entre textos, entendendo-se com tais os escritos, os orais e os visuais
(as artes plásticas e o cinema). A intertextualidade implica extenso conhecimento de mundo, condição
necessária para que haja completa interação entre o autor e o receptor. Nesses textos, são inúmeras as
referências, como a provérbios, frases bíblicas, trechos de obras.
A Mona Lisa, obra de Leonardo da Vinci foi intertextualizada pelos pintores Marcel Duchamp e
Fernando Botero e até mesmo numa propaganda publicitária.
No slogan de uma revista brasileira lê-se: “Dize-me o que lês e dir-te-ei quem és”. Destinada
principalmente a um público de classe sociocultural elevada, o produtor espera que os leitores
reconheçam a frase da Bíblia (“Dize-me com quem andas e dir-te-ei quem és”) e, assim, adquirir a
confiança do leitor.

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