para a eficácia da IAF é necessário que o abacaxi- cultor atente-se para os intervalos entre aplicação Elaboração do indutor e de fertilizantes nitrogenados, pois in- dução dentro do período anterior a 30 dias antes Divino Nunes Mesquita (Engº. Agr. EMATER-AC) ou depois de aplicação de nitrogênio prolonga o mesquit@agronomo.eng.br período vegetativo, e consequentemente interfere Cel: (68) 9.9967-0413 negativamente na IAF.
IMPORTÃNCIA PARA IAF
O IAF do abacaxi é atualmente uma prática indis- pensável na abacaxicultura. É uma das práticas que proporciona obtenção de frutas em qualquer época do ano, possibilitando ao produtor escolher a época de produção onde ele irá ter maiores lu- Fotos: Gumercindo Teotônio Sobrinho cros, seja pelo preço de mercado ou pela possibili- dade de produzir quando as condições ambientais IAF E IIAF EM ABACAXIZEIROS forem menos favoráveis a pragas e doenças, ou Solicitação deste documento pode ser feita à EMATER-AC: (Ananas comossus) até mesmo quando a trafegabilidade nas vias de Av, das Nações,2.604, Estação Experimental escoamento for mais favorável. Rio Branco – AC, CEP 69908-620 Tel: (68) 3226-4365 INIBIÇÃO ARTIFICIAL FLORAL(IIAF) Outra prática a se realizar com objetivo de escalo- nar a produção do abacaxi é a inibição artificial floral (IIAF), a qual pode ser realizada com uso de diquat (Reglone) na dose de 6-7 mL/L (120-140 mL/20 L) do produto comercial adicionado uréia a 420g/20 L ou Cultar 250 SC 60-80 mL/20 L de cal- da. Sob consulta a um Eng.Agrônomo, no sentido Obs: proibida a reprodução e a distribuição, de reduzir custos com a inibição, pode-se utilizar salvo pelo autor dicloreto de paraquat.
EMATER ACRE
Obs: as mesmas práticas aplicadas à cultura principal
devem ser realizadas no manejo da ‘soca’. Na dúvida, consultar o Assistente Técnico (AT)! PERÍODO PARA INDUÇÃO O carbureto pode ser encontrado na forma granular O Ethrel é aplicado na forma líquida, podendo A indução artificial floral (IAF) no abacaxizeiro deve (4 mm x 15 mm) ou pedras grandes e pode ser apli- ser pulverizado sobre toda a planta ou somente ser realizada em função do estádio da planta, sen- cado sólido ou líquido. Se for aplicado sólido, a do- no ‘olho’ utilizando-se aproximadamente 50 mL do recomendado quando a folha D (folha mais lon- se varia de 0,5 a 1 g por planta, devendo haver acú- de calda por planta. ga do abacaxizeiro) apresentar comprimento médio mulo de água no ‘olho’ do abacaxizeiro para que o de 0,8-1,0 m (medida de 25 folhas/ha na lavoura). produto reaja e libere o gás acetileno, sendo esse No estado do Acre em plantios com o material RBR tipo de aplicação comumente usado em épocas 01 e SNG esses estádio pode ser conseguido aos 6 chuvosas. -8 meses após o plantio, desde que seja realizado No período de seca o carbureto deve– ser aplicado o manejo correto (calagem, adubações, controle de por via líquida e a dose deve ser aumentada, utili- pragas, doenças e plantas daninhas, e irrigação). zando 2,7 a 4 g para cada litro de água fria (<10 É importante que o plantio seja realizado com mu- ºC) e limpa. A mistura pode ser feita no pulveriza- das do mesmo porte (mesmo tamanho) para que a dor, agitando até que não se ouça mais barulho da indução seja eficaz. reação. A solução deve ser aplicada sem o ‘bico’ de modo que a calda (cerca de 50 mL) adentre pela roseta central (‘olho’). O envolvimento das pedras FOTOPERÍODO PARA APLICAÇÃO num pedaço de tecido ou aninhagem evita o entupi- A aplicação deve ser realizada de preferência ao anoitecer ou em horários com temperaturas ame- nas, como pela manhã ou início da noite, ou em dias nublados. Se houver chuva dentro de 6 horas após o uso do indutor, a aplicação deve ser refeita .
PRODUTOS E CONDIÇÕES AMBIENTAIS
Os produtos mais comumente utilizados pelos aba- caxicultores do Acre são carbureto de cálcio e o Ethrel (Etefon ). A escolha do indutor a ser usado deve ser feita de acordo com o meio mais viável de aplicação para o produtor, porém devido ao custo de aquisição, no momento o carbureto de cálcio e mais vantajoso. A dosagem deve considerar a temperatura no momento da aplicação, quanto mais quente mai- or deverá ser essa dosagem, que pode variar de 12,5 a 50 mL (12,5 a 25 mL se a concentração do produto for de 48% i.a ou 25 a 50 mL se a concentração for de 24% i.a) de etefon para 100 litros de água. Deve ser adicionado à calda, 2 kg de uréia e 360 g de hidróxido de cálcio. A partir de 40 a 50 dias após a aplicação do regulador, é possível observar o surgimento da inflorescência no centro da roseta foliar.