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6º ano

Núcleo Articulador
Conecta.vc
Identidades

Introdução p. 2

p. 3
Sumário

Por que trabalhar o componente Conecta.vc?

Sugestões para o desenvolvimento p. 4

Cardápio de atividades p. 8

Mapa de atividades p. 10
Introdução

“Quem sou eu?”


Essa é uma daquelas perguntas que nos acompanham durante toda a vida – e a
resposta para ela é sempre incompleta, afinal, estamos em permanente construção da
nossa identidade. O que dizer, então, dos adolescentes: a puberdade bate à porta;
cresce o desejo por autonomia para “cuidar da própria vida”; a responsabilidade em
relação aos estudos fica mais forte com a chegada ao Ensino Fundamental II, que tem
uma forma de organização curricular bastante diferente dos anos anteriores.Junto a
isso, vivenciam um mundo repleto de regras e desafios a serem enfrentados.

É pensando em questões como essas que o Conecta.vc propõe aos estudantes modos
de vivenciar essa fase de transições com mais tranquilidade e confiança, sabendo um
pouco mais sobre si. Conhecer a própria história de vida e também suas características,
interesses, ideias, pontos de vista, habilidades, gostos e dificuldades, dentre tantas
outras coisas, é um passo importante para que os alunos possam se sentir mais
acolhidos, preparados e apoiados para esse percurso.

Este material propõe atividades que podem ser agrupadas em dois grandes eixos. O
primeiro deles tematiza as identidades dos estudantes, seus gostos, histórias e
vivências prévias. É um modo de aproximar os adolescentes de si mesmos e dos
colegas, a partir de jogos, compartilhamento de relatos e opiniões e produções diversas.
Já o segundo eixo pauta as mudanças vivenciadas pelos alunos no contexto escolar
mais imediato: o que o EF II tem de diferente dos anos anteriores? O que é a proposta
de educação integral que estamos vivenciando? O que muda na nossa vida de
estudante? Como vamos nos relacionar com professores e colegas a partir daqui?

Mediar os encontros ao longo do semestre certamente será um trabalho desafiador.


Compreender e compartilhar as intencionalidades por trás de cada etapa desse
percurso – do planejamento das aulas até o último momento avaliativo – é muito
importante para que os adolescentes construam sentido para as ações nas quais
estarão engajados. Para isso, é fundamental que sua mediação seja sempre propositiva,
embasada na sua presença pedagógica e planejada a partir das orientações desta OPA,
que se oferece como uma referência importante para que o Conecta.vc seja um
componente com potencial transformador para você e para seu grupo de estudantes.

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Conecta.vc em diálogo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC)

A BNCC elenca dez competências gerais que permeiam todos os componentes


curriculares e que devem embasar os processos de aprendizagem, construção de
conhecimentos e formação de atitudes e valores dos estudantes. Destacamos duas
delas, a partir das quais foi construída a espinha dorsal do Modulo Raízes do
componente curricular Conecta.vc:

“9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-


se respeitar e promovendo o respeito ao outro, com acolhimento e valorização da
diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e
potencialidades, sem preconceitos de origem, etnia, gênero, idade,
habilidade/necessidade, convicção religiosa ou de qualquer outra natureza,
reconhecendo-se como parte de uma coletividade com a qual deve se comprometer.

10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade,


resiliência e determinação, tomando decisões, com base nos conhecimentos
construídos na escola, segundo princípios éticos democráticos, inclusivos,
sustentáveis e solidários.”

Por que trabalhar o componente Conecta.vc?


Porque é preciso conectar a escola aos estudantes. Esse componente se integra à
proposta curricular como possibilidade para formar e potencializar a ação de
adolescentes protagonistas, para que estes se sintam corresponsáveis pela sua
educação e se conectem com suas identidades, seus colegas e professores, a proposta
da escola, a família e o seu “tempo”.

Para isso, Conecta.vc situa os adolescentes no centro do processo educativo,


reconhecendo-os em suas identidades (tendo em vista especificidades as mais
variadas, como raça, gênero, orientação sexual, contexto cultural e socioeconômico),
singularidades e potencialidades, como sujeitos sociais e de direitos, capazes de
estabelecer laços sociais e relações com atores diversos e de gerir a própria
aprendizagem com autonomia crescente.
Desses aspectos derivam alguns grandes objetivos buscados por este componente:
o Proporcionar vivências e aprendizagens repletas de intencionalidade que
enderecem, de maneira positiva, as transformações, os valores e as relações que
os adolescentes estabelecem no cotidiano escolar e na vida familiar.
o Estabelecer canais de escuta e mediação entre o professor mediador e os
estudantes, em uma relação de confiança e acolhimento que empodere os
estudantes para agir, de maneira autônoma e refletida, nas mais diferentes
situações, tanto dentro quanto fora da escola.
o Oferecer espaço para que os adolescentes reflitam sobre suas experiências na
trajetória de estudantes e na relação com os demais, identificando seus
aprendizados pessoais, relacionais, cognitivos e produtivos, de modo a atribuírem
valor e significado a si mesmos, ao outro e ao conhecimento;

o Oferecer apoio e ferramentas para que professores e gestores possam apoiar o


processo de construção da identidade pelos adolescentes, exercendo as
premissas da presença pedagógica nas aulas do Conecta.vc.

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O que é o Conecta.vc
o Conjunto de encontros destinados à criação de situações educativas orientadas
e ricas em intencionalidades, que contribuam para a formação de adolescentes
autônomos e protagonistas.
o Momento de estímulo à reflexão dos adolescentes sobre a trajetória escolar e
sobre a conexão da experiência estudantil com seus valores, suas famílias, seu
território.
O que é e o que não é Conecta.vc?

o Espaço curricular que propicia a ação, o trabalho colaborativo e a reflexão,


tematizando as relações estabelecidas pelos estudantes com outros
adolescentes, com os adultos que os cercam, com o conhecimento e as práticas
vivenciadas na escola e fora dela.
o Avaliação da vivência e da rotina de estudos dos adolescentes, reconhecimento
dos desafios que enfrentam e valorização de suas aprendizagens – tanto no
Conecta.vc quanto em outros componentes da estrutura curricular.
o Exercício de desenvolvimento de um conjunto de competências fundamentais
para viver no século 21, como: autoconhecimento, colaboração, abertura para o
novo, responsabilidade, comunicação, pensamento crítico, resolução de
problemas e criatividade.
o Espaço para instigar os adolescentes a mapear e problematizar as questões
sociais, políticas e culturais do mundo contemporâneo e o modo como elas se
relacionam aos seus sonhos e contextos de vida.
O que não é Conecta.vc
o Espaço destinado a conversas descompromissadas e desorganizadas sobre a
vida dos adolescentes.
o Componente desvinculado dos demais componentes do currículo, da rotina de
estudos dos adolescentes e das questões do mundo contemporâneo.
o Espaço para a resolução de todos os desafios e problemas vivenciados pelos
estudantes em outros componentes.
o Momento para realizar um mergulho psicológico no universo interior de cada
adolescente, de suas angústias e problemas.

Sugestões para o desenvolvimento

Metodologias e gestão de encontros

Para a formação de adolescentes protagonistas, é fundamental que as práticas de


ensino teçam uma abordagem colaborativa, problematizadora e conectada com a vida
dos estudantes, de modo a desenvolver, de forma estruturada e intencional,
competências para o século 21.
Para isso, é fundamental que os professores pratiquem, nos encontros do Conecta.vc,
a presença pedagógica, a problematização e o exercício da aprendizagem colaborativa:

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Presença pedagógica

Metodologia que se fia na interação e na colaboração entre professores e estudantes,


convocando e auxiliando o estudante em seu processo de desenvolvimento cognitivo
e socioemocional; estabelecendo um vínculo de acolhimento, exigência e
compromisso, sem perder o foco no conhecimento a ser construído e no
desenvolvimento do aluno; utilizando-se de técnicas qualificadas de se fazer próximo
do aluno pelo viés da ação educativa, dando atenção, reconhecendo as
singularidades identitárias e os potenciais de cada adolescente; estimulando a
participação e promovendo a escuta atenta e a comunicação clara e respeitosa;
envolvendo os estudantes em situações de aprendizagem que exijam
responsabilidade e compromisso, ajudando-os a gerirem suas aprendizagens e
incentivando-os a crescer.

Problematização

Trata-se de investir numa postura mediadora que busque despertar e convocar o


estudante para participar ativamente da construção do conhecimento, criando
desafios e questões para reflexão, em vez de oferecer respostas prontas; aprofundar
os conhecimentos a partir do diálogo; lançar os estudantes na estimulante vivência
de criar, investigar e resolver problemas.

Aprendizagem colaborativa

Estimular a aprendizagem em times (alunos agrupados em duplas, trios, quartetos


etc.), o diálogo constante, potencializando nos adolescentes a corresponsabilidade
para aprenderem juntos, apoiando-se naqueles desafios grandes demais para
resolverem sozinhos e desenvolvendo autonomia crescente em relação ao professor,
que passa a atuar na mediação do trabalho dos alunos e da sua aprendizagem.

Essas metodologias norteiam a gestão dos encontros do Conecta.vc. Elas se


desdobram em várias outras atitudes importantes para balizar a sua mediação junto ao
grupo de orientandos, trazendo à tona o seu jeito de trabalhar, mas dialogando com o
material de referência de maneira bem próxima, sem descaracterizar a proposta. Para
isso, é preciso se preparar com cuidado para os encontros de orientação, que devem
oferecer condições para que essa complexa articulação se faça possível. Para isso,
alguns procedimentos são fundamentais:
 Preparação das aulas com foco na aprendizagem
Ao planejar a aula, esteja atento a uma série de cuidados e detalhes que são
decisivos à criação de um ambiente favorável ao desenvolvimento das atividades
com foco, autonomia e cooperação.

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Como são estruturadas as atividades?

Cada atividade apresenta proposta de passo a passo para seu desenvolvimento,


com indicações detalhadas para fomentar a sua mediação durante os encontros.
Elas se iniciam com um quadro que apresenta um resumo, seus objetivos, o
modo como a turma se organiza, os recursos e providências necessários e sua
duração prevista.

Além disso, há outros elementos que compõem a OPA e merecem destaque:

• Quadros com dicas metodológicas

Permeando o passo a passo, há quadros que detalham e esclarecem as


intencionalidades de cada parte da atividade, apontam suas especificidades
metodológicas, indicam referências bibliográficas e propõem alternativas para
possíveis desafios que possam aparecer durante o planejamento e a realização
das atividades. Essas orientações são importantes para o seu planejamento!

• Quadro “De olho na turma!”

Localizado ao final de cada atividade, apresenta questões para estimular a sua


avaliação do desenvolvimento da atividade, tanto no que se refere à atuação dos
adolescentes quanto à sua própria mediação.

 Organização do espaço da sala para traduzir as intenções educativas


O diálogo, o debate e o trabalho colaborativo devem marcar os encontros do
Conecta.vc, e a organização da sala de aula (ou do espaço em que serão realizados
os encontros) deve refletir essa escolha metodológica. Por isso, prepare a sala junto
com os alunos, organizando as cadeiras e dispondo o mobiliário, os pertences de
todos e os materiais necessários às atividades do dia de forma organizada. Lembre-
se que um ambiente limpo e arrumado é elemento facilitador de um trabalho com
foco e concentração. Já o contrário – um espaço “bagunçado” – é um convite à
dispersão. Dentro das possibilidades da escola, indica-se que as atividades
aconteçam não apenas em salas de aula, podendo ser realizadas na biblioteca,
espaço de convivência, quadra de esporte etc.

Para a maioria das atividades recomendamos que, na conversa inicial e no


“aquecimento” do encontro, a turma se organize em roda. Dessa forma, todos
podem se enxergar e a interação é estimulada. Para as outras etapas das
atividades, a turma se organiza conforme as indicações da OPA.

 Acolhida dos encontros e combinados com a turma


Os primeiros 20 minutos de cada encontro são decisivos para “aquecer” ou “esfriar”
os alunos para as atividades propostas. Acolher bem e propor um momento de
diálogo faz toda a diferença. E esse diálogo, aqui, vem carregado de
intencionalidades educativas: é o momento de reforçar os combinados da turma,
dialogar sobre os objetivos de cada atividade e explicitar que atuação se espera
deles. Aqui vão algumas dicas:

Avaliação em processo: logo no início do encontro, todos devem ser convidados a


falar de sua vivência na escola, de como está a frequência e a pontualidade nas
atividades, bem como a participação e o aproveitamento nas aulas e nas
experiências do núcleo. À medida que as experiências e dificuldades são relatadas,

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sugira reflexões (individuais e coletivas), destaque conquistas e desafios e encoraje
também as contribuições dos colegas. O essencial, nesse momento de abertura
dos encontros, é sempre discutir com os alunos as escolhas que eles têm feito, pois
é por meio de uma reflexão própria que eles ganham autonomia para gerir seus
estudos, ações e atitudes.

Pacto de trabalho: reapresente aos alunos os combinados – estabelecidos, de


forma consensual, na primeira atividade do semestre – sobre como atuar individual
e coletivamente;

Apresentação da proposta de trabalho do dia: exponha de forma clara os objetivos


da atividade do dia. Isso é essencial para que os alunos compreendam o sentido e
se envolvam com o que está sendo proposto. Dialogar sobre as intenções de cada
atividade é um aspecto central a ser observado a cada encontro com os alunos.

 Acompanhamento da participação dos adolescentes e da sua mediação


A atenção individualizada ao processo educativo de cada aluno é o fundamento da
orientação do Conecta.vc. Portanto, a participação de cada adolescente nos
encontros é de suma importância. Tal participação deve ser acompanhada a cada
aula e alguns instrumentos podem auxiliar nessa tarefa, como a lista de presença.
Para um monitoramento qualitativo, recomenda-se também realizar anotações com
pontos de atenção relacionados tanto aos adolescentes individualmente quanto à
turma, seus aprendizados e crescimentos. Com esses dados em mãos, você terá
uma fonte segura para refletir sobre o andamento dos encontros, os principais
desafios apresentados pelo seu grupo de orientandos e também sobre o seu próprio
trabalho de mediação.
Para estimular esse exercício constante de monitoramento, ao final de cada
atividade proposta na OPA há um quadro intitulado “De olho na turma!”. Nele são
apresentadas algumas perguntas que irão contribuir para a avaliação dos
encontros: os principais objetivos das atividades foram alcançados? A turma se
envolveu no desenvolvimento das ações? Há evidências de que os estudantes
conquistaram aprendizagens importantes para sua formação? Você atuou com
presença pedagógica e com uma postura problematizadora?

 Gestão cuidadosa do tempo e da atenção


Cada encontro tem um objetivo claro e um conjunto de ações essenciais à
consecução de tal objetivo. Por isso, é importante que, a cada atividade, seja
efetivamente implementado o ciclo de trabalho proposto. Para que isso se torne
possível, é necessário que o tempo seja bem utilizado e que se evite a dispersão
da atenção. Busque criar, com os alunos, uma cultura de respeito aos horários de
início e fim das atividades e cuidar para que os tempos de desenvolvimento
previstos para cada uma delas sejam respeitados. Evidentemente, ao perceber que
determinada atividade demandou mais tempo que o previsto, você pode rever o
planejamento e fazer os ajustes necessários para que a qualidade do trabalho seja
potencializada.
Por isso, é preciso: explicar de forma clara o trajeto a ser percorrido no encontro,
destacando os pontos que mereçam mais atenção do grupo de orientandos;
informar o tempo previsto para cada atividade e propor um combinado em relação
a como será feita a gestão desse tempo (se vai ficar a cargo dele ou de algum aluno,
em que momentos e como serão feitos os avisos de que o tempo de cada atividade
está se esgotando etc.); e detectar os momentos de dispersão, chamando a
atenção para o foco da atividade, sempre que houver situações de falta ou perda
de concentração.

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 Contextualização das atividades
O aluno precisa perceber que as atividades que vivencia na escola têm sentido em
sua vida, compreender que há intensa conexão entre os conhecimentos
trabalhados na escola, a realidade social e sua vida prática.
Você tem o papel importantíssimo no processo de dar visibilidade a essa conexão.
Nesse sentido, busque explicar, despertar a curiosidade, problematizar cada
experiência relatada ou vivenciada no Conecta.vc, relacionando-a com
inquietações, anseios e elementos cotidianos da vida dos adolescentes. Por isso, é
importante um cuidado permanente em dar significado às experiências vivenciadas
nos encontros, relacionando-as todo o tempo com os interesses e o cotidiano dos
estudantes.

Dicas para o planejamento das atividades

- Ler toda a OPA e estruturar, junto com os outros orientadores deste


Planejando o componente, se for o caso, o percurso formativo do semestre, a
bimestre partir das sequências propostas no Cardápio de Atividades.
- Articular com a equipe de gestão da escola e outros professores
arranjos diversos, como: agendar o uso do laboratório de
informática, reservar equipamentos de som e projeção e encaminhar
todo o planejamento necessário para a realização do momento de
culminância ao final do semestre.
- Planejar os encontros com antecedência, com atenção aos
Antes dos materiais, equipamentos e providências necessárias para a
encontros realização da atividade.
- Nas atividades de duração mais estendida, avaliar ajustes
necessários na gestão do tempo e na sua mediação.
- Cuidar da gestão do tempo e, nas atividades em que os estudantes
Durante os trabalham em times e têm que gerir o próprio tempo, orientar quanto
encontros a esse cuidado.
- Estar sempre aberto para responder dúvidas em relação às
atividades.
- Evidenciar o trabalho com competências socioemocionais.
- Garantir os momentos finais das rodas de conversas, que têm uma
função avaliativa do processo.
- Construir um registro do encontro, que indique questões dos
estudantes e da sua mediação.
- Realizar um momento de reflexão e autoavaliação sobre a sua
Depois dos orientação no componente (usar para isso o quadro “De olho na
encontros turma!”).

Cardápio de atividades
Tendo dialogado sobre os princípios e metodologias que permeiam o componente
curricular Conecta.vc, é hora de planejar os encontros da turma do 6º ano. Delinear esse
itinerário exige atenção e cuidado, pois é importante que ele possa ser plenamente
realizado e que seja repleto de sentido, tanto para você e seus colegas professores
quanto para os adolescentes.
A OPA funciona como um “cardápio de atividades”. Isso significa que este material
apresenta uma série de proposições que podem ser desenvolvidas com o seu grupo de
orientandos nos encontros do Conecta.vc, mas nem todas elas deverão ser realizadas,

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afinal, é provável que não haverá tempo para isso! Identifique no calendário da escola
o número de aulas previsto para o semestre (pode variar de um ano para o outro ou de
uma escola para outra, tendo em vista os acontecimentos cotidianos, feriados etc.), de
modo a adequar, se necessário, o planejamento e fazer o seu próprio roteiro. Isso
significa que o Conecta.vc de cada escola é singular, elaborado conforme a avaliação
dos professores-orientadores. O importante é que todos os professores que orientam
este componente na sua escola trabalhem, de modo colaborativo, na definição das
atividades que serão realizadas no semestre e compartilhem os momentos de
planejamento. O espaço da reunião pedagógica pode ser importante para que esse
planejamento coletivo se efetive.

O que deve ser levado em conta para a elaboração do planejamento do semestre?

 Tempo
O primeiro passo é consultar o calendário escolar e quantificar os tempos
destinados ao Conecta.vc durante o semestre. Assim, será possível calcular
quantas aulas as atividades devem cobrir e quais são elas.

Ainda de olho no calendário, vale a pena equilibrar a complexidade das atividades


do Conecta.vc de acordo com as ações previstas nos outros componentes e pela
escola. Por exemplo: é importante ter atenção às semanas de prova ou àqueles
períodos que podem demandar maior tempo de trabalho dos estudantes – nesses
casos, planeje atividades mais simples e de mais curta duração. Será mais fácil
garantir as aprendizagens propostas nas atividades mais complexas naquelas
semanas menos atribuladas.
 Disponibilidade de materiais e demais recursos
Ao selecionar as atividades, é importante garantir que os materiais básicos à sua
realização estarão disponíveis – pode ser papel, canetinhas, computador com
projetor, sistema de som, internet e assim por diante. Se julgar que alguma das
atividades ficará defasada pela ausência de algum desses materiais, prefira outras
em que os objetos estejam disponíveis ou pense em “planos b” e materiais
alternativos para a sua realização.
 Alinhamento com outras turmas e com as atividades da escola
É importante que você trabalhe de modo alinhado a outros professores que
orientam times do 6º ano, para que seja adotado um percurso similar junto aos
estudantes. Mas, se julgarem importante, é possível haver uma ou outra atividade
específica, tendo em vista o perfil dos adolescentes e seus interesses. Esse arranjo
pode funcionar de maneira estratégica, especialmente para aquelas atividades que
demandam uma logística mais complexa, como a realização dos momentos de
culminância ao final de cada semestre.

 “Estudante todo dia!”

A atividade com o título acima, que pode ser conferida no Mapa a seguir, é, na
verdade, um conjunto de proposições e dicas de planejamento para a mediação de
encontros mensais com foco no cotidiano escolar dos estudantes e no
desenvolvimento de suas aprendizagens. A sugestão é que eles aconteçam uma
vez ao mês, mas essa periodicidade pode aumentar caso você considere que será
proveitoso para a turma. Portanto, na construção do itinerário formativo, é
importante prever as aulas “Estudante todo dia!”.

 Desenvolvimento de Competências Socioemocionais

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As atividades do Conecta.vc - Identidades têm como objetivo fomentar o
desenvolvimento do senso de (1) identidade e (2) pertencimento e engajamento
com a escola. O senso de identidade é trabalhado nas atividades 1, 2, 6 e 7. Já o
senso de pertencimento à escola é trabalhado nas atividades 3, 4 e 5.

O desenvolvimento do senso de identidade é uma parte importante do


desenvolvimento socioemocional. Na adolescência, os jovens embarcam em um
processo de autodescoberta na tentativa de buscarem entender quem são. Este
processo é influenciado pelas relações com a família e com os pares, as quais
estão imersas também na escola. Nestas atividades, uma maneira de promover o
autoconhecimento é por meio do trabalho em colaboração com outras
pessoas. Ao interagir com outras pessoas durante as atividades, os alunos têm a
oportunidade de refletir a respeito de si, bem como a respeito do(s) colega(s) uma
vez que precisam pensar no que gostariam de saber sobre ele(s). Assim,
a curiosidade para aprender tem destaque. Como estas atividades visam engajar
os jovens em um processo de exploração de si, buscando o reconhecimento de
características pessoais, de aspectos que gostam em si, que os tornam especiais
e diferentes, elas têm potencial para promover a valorização da individualidade
e, como consequência, da autoconfiança. Nestas atividades, os jovens têm papel
central já que são incentivados a refletir a todo momento sobre si. É importante
deixá-los livres para pensarem e gerarem ideias. Estes dois elementos
(protagonismo e autonomia) tornam a atividade interessante podendo instigar o
entusiasmo e o engajamento dos alunos. Além disso, a experiência de descobrir a
respeito de si também pode ser estimulante.

O processo de desenvolvimento do senso de pertencimento e engajamento com a


escola enquanto contexto de desenvolvimento social e acadêmico exige uma
reflexão sobre vivências e expectativas, assim como sobre papeis e
responsabilidades. Conhecer as características particulares da escola também é
importante porque pode fortalecer o envolvimento dos alunos com ela bem como o
seu pensamento crítico em relação ao que acontece neste ambiente e que papel
têm nele. Os alunos precisam refletir sobre diferentes etapas do percurso escolar,
com ênfase na transição do Ensino Fundamental I para o II. A busca e o contato
com novas informações possibilitam que o aluno fortaleça a sua curiosidade para
aprender.

Diferentes ferramentas de trabalho são propostas: roda de conversa, apresentação


de trabalhos, trabalho em time, entrevista, escrita de textos criativos e atividades
artísticas. Competências que podem ser estimuladas por meio destas ferramentas
pedagógicas são o interesse artístico e a imaginação criativa (escrita de textos
criativos e criação de cartazes, por exemplo), iniciativa social, assertividade e
respeito (especialmente em rodas de conversas, trabalhos em time, apresentação
de trabalhos e realização de entrevistas). As competências de Autogestão,
nomeadamente, a organização, o foco e a responsabilidade têm espaço
destacado de desenvolvimento, já que as atividades incluem um tempo específico
para sua realização (o que demanda o bom manejo de tempo), bem como a
necessidade de distribuir tarefas e de assumir e cumprir combinados.

A proposta de avaliação para o desenvolvimento de competências socioemocionais


é formativa. De modo geral, a avaliação formativa tem o objetivo de monitorar
continuamente a aprendizagem dos alunos para que seja possível dar a eles
devolutivas sobre o que podem melhorar em seu aprendizado. Este processo de
feedback contínuo ajuda os estudantes a identificarem seus pontos fortes e fracos
para que possam então direcionar esforços às áreas que precisam ser aprimoradas.

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Seguindo essas orientações, o percurso planejado para os encontros do Conecta.vc
tem tudo para funcionar com sucesso. Mas não deixe de ter em conta que, apesar de
essenciais para a sua mediação, o cardápio de atividades e o seu planejamento devem
ser tomados como ferramenta flexível e adaptável, passível de mudanças. Se, em algum
momento do itinerário pensado para o semestre você julgar que outras atividades do
cardápio podem se adequar melhor às dinâmicas da sua turma de orientandos, ou se
os estudantes não estiverem mobilizados pelas atividades escolhidas, o percurso pode
e deve ser replanejado, por meio do diálogo com os demais professores e com a equipe
gestora, tendo sempre em conta os pontos discutidos aqui.

Mapa de atividades
Atividade 1 - Boas vindas ao Conecta.vc (p. 12)
A turma faz uma entrevista coletiva com o orientador para começar a construir o sentido
do que é o Conecta.vc. Em seguida, realiza uma rodada de apresentações pautada pela
história do nome de cada um.
2 aulas
Atividade 2 - Quem sou eu, espelho meu? (p. 15)
Os estudantes dialogam, em times, sobre aspectos de suas identidades, buscando
encontrar semelhanças e diferenças entre elas. Em um segundo momento, recorrem a
esse exercício de autoconhecimento para elaborar ilustrações a partir de impressões
digitais.
2 aulas
Atividade 3 - Terra à vista... (p. 18)
Tendo como ponto de partida a carta de Pero Vaz de Caminha sobre a descoberta do
Brasil, os estudantes escrevem uma carta sobre o Ensino Fundamental II, destacando
o que trazem de bom dos anos anteriores e as novidades dessa nova etapa.
3 aulas.
Atividade 4 - Que escola é essa, mano! (p. 23)
Divididos em times, os estudantes constroem roteiros de entrevista com foco no modelo
pedagógico da escola para conversar com professores e representantes da equipe de
gestão. Na etapa final, constroem cartazes e preparam apresentações para compartilhar
com a turma as principais informações coletadas nas entrevistas.
4 aulas.
Atividade 5 - Varal de combinados (p. 30)
Os alunos dialogam sobre como vivenciaram, nos anos anteriores, os combinados
escolares e, a partir dessa conversa, criam, de forma colaborativa, um varal de
combinados para a turma.
2 aulas
Atividade 6 - Ontem e hoje: retrato falado (p. 32)

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Os estudantes relembram alguns acontecimentos importantes de suas vidas – sejam
eles do passado mais distante ou recente. Em seguida, formam duplas, com quem
compartilham uma história. Essas histórias serão as bases para construção de
representações gráficas – “retratos falados” – dos acontecimentos relatados pelos
colegas.
2 aulas.

Atividade 7 - “Stop!” do autoconhecimento! (p. 36)


O jogo “Stop!” é mobilizado para promover um momento avaliativo do bimestre, que será
seguido de uma roda de conversas.
2 aulas.
Atividade 8 - Estudante todo dia! (p. 41)
São apresentadas proposições e dicas de planejamento para a mediação de encontros
mensais com foco no cotidiano escolar dos estudantes e no desenvolvimento de suas
aprendizagens.
1 aula / 1 vez ao mês

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Atividade 1
Boas vindas ao Conecta.vc
A turma faz uma entrevista coletiva com o orientador para começar
Resumo
a construir o sentido do que é o Conecta.vc. Em seguida, realiza
uma rodada de apresentações pautada pela história do nome de
cada um.
Colocar os estudantes em contato com a proposta do componente
Objetivos
curricular e promover uma rodada de apresentações dos
adolescentes e do professor mediador.
Competências socioemocionais que podem ser intencionalmente
Competências
desenvolvidas: Curiosidade para Aprender (Abertura ao Novo),
Socioemocionais
Respeito (Amabilidade), Iniciativa Social, Assertividade
(Engajamento com o Outro), Autoconfiança (Resiliência Emocional)
Roda de conversas.
Organização da
turma
Preparação prévia:
Recursos e
- Leitura dos textos introdutórios deste material e outros documentos
providências
sobre o Conecta.vc.
2 aulas
Duração Prevista

Descrição da atividade

1ª AULA
1. Antes de iniciar, escreva no quadro o termo Conecta.vc. Então, peça que os estudantes
se organizem em uma roda de conversas, apresente-se para a turma e conte como
serão esta e a próxima aula: em um primeiro momento, haverá um desafio para
descobrir o que é e quais são os objetivos deste componente curricular. Na segunda
aula, os adolescentes se apresentarão para que possam se conhecer um pouco melhor.

2. A partir da inscrição do quadro, pergunte à turma o que eles acreditam que o termo
Conecta.vc significa e o que eles imaginam que seja esse componente curricular.
Incentive que eles se expressem com liberdade e sem medo de errar, compartilhando
com a turma as ideias que surgirem, ainda que elas pareçam um pouco “sem pé nem
cabeça”. Busque aquecer a conversa a partir de questões como:

 O que o verbo “Conecta” sugere para vocês? Que sentidos ele pode ter?
 E quando adicionado do complemento “.vc”, quais outros sentidos são
sugeridos?
 O que vocês imaginam de um componente curricular chamado Conecta.vc? Será
que ele é muito parecido com as outras aulas? O que ele pode trazer de
novidade?
Acolha com entusiasmo e respeito todas as falas, mesmo aquelas que se distanciem do
que, de fato, é o Conecta.vc. Para tornar essa dinâmica mais participativa, peça que
alguns estudantes registrem no quadro aqueles termos mais recorrentes na fala dos

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colegas, que representem bem a pluralidade de opiniões e sugestões sobre o que pode
ser o Conecta.vc, formando, assim, um mapa de palavras.
3. Para construir os sentidos do que é o Conecta.vc, em vez de ser feita uma exposição
detalhada das características do componente, caberá aos estudantes investigar e
elaborar questões sobre o que ele é e como funciona. Para isso, farão uma “entrevista
coletiva” em que você será o entrevistado e eles, os repórteres.

Explique à turma que uma entrevista coletiva acontece quando diversos repórteres
entrevistam uma única pessoa (ou um conjunto específico de pessoas) ao mesmo
tempo. Prepare-se para essa momento lendo os textos introdutórios deste material e
outros documentos desta proposta de educação integral.

4. Para formular as perguntas que farão a você, os estudantes devem se reunir em duplas.
Estabeleça um tempo para que cada dupla elabore ao menos duas perguntas.

Instigue-os a formular questões que não sejam muito genéricas, como “O que é o
componente Conecta.vc?”. Perguntas um pouco mais específicas, como “O que ele
tem de diferente das outras aulas?”, “Por que esse componente é importante?” ou
“Como são suas atividades?” vão contribuir para que a entrevista seja bastante
produtiva e informativa.

5. Elaboradas as perguntas, é hora de realizar a entrevista. Retornem à roda de conversas


e peça que uma dupla se voluntarie para iniciar o processo. Explique que não há uma
ordem correta para as duplas se manifestarem: elas podem perguntar assim que se
sentirem à vontade.

Uma forma interessante de deixar a entrevista mais fluida é prosseguir a partir de


“ganchos” entre as perguntas. Isso significa que, sempre que você estiver respondendo
a um tópico que se aproxime das perguntas elaboradas por outras duplas, elas podem
apresentá-las, dando sequência ao assunto.

Explique também que perguntas iguais ou muito similares não precisam ser repetidas,
uma vez que já foram contempladas em respostas anteriores.

Durante as suas respostas, trace paralelos entre o que os estudantes imaginaram que
seria o Conecta.vc e sua proposta mais concreta. Destaque aqueles pontos de
aproximação, recorrendo para isso ao registro do mapa de palavras no quadro, e
explique os pontos de distanciamento. Uma boa forma de responder às perguntas é
apresentando alguns exemplos de atividades que acontecerão ao longo do semestre.

6. Finalizada a entrevista, busque complementar a sua fala caso algum dos pontos a seguir
não tenha sido abordado pelos estudantes. Explique:

 A integração deste componente à proposta de educação integral.


 As aproximações que ele propõe com o universo dos adolescentes – seus
valores, as relações que estabelecem com a família e com o território, o uso das
tecnologias digitais, os produtos culturais que gostam de ler/escutar/assistir.
 A diversidade das atividades do Conecta.vc, que conciliam jogos e brincadeiras,
reflexão e muita mão na massa (destaque também que, em várias das

14
atividades, eles terão autonomia para fazer escolhas importantes, sobre o que e
como responder aos desafios propostos).
 O que são e como funcionarão as atividades de acompanhamento do cotidiano
escolar (“Estudante todo dia!”).
 A importância do trabalho em time para as atividades do Conecta.vc.
Antes de partir para o próximo passo, responda às dúvidas e questionamentos trazidos
pelos estudantes.
7. Apresente o itinerário formativo proposto para o semestre, comentando brevemente as
atividades selecionadas.

Busque apreender as expectativas da turma quanto ao percurso proposto – esse pode


ser um bom termômetro para avaliar se serão necessárias modificações nesse itinerário.

8. Finalize informando que, na próxima aula, haverá uma rodada de apresentações um


pouco diferente daquelas a que estão acostumados. Para isso, peça que os estudantes
perguntem aos seus familiares “Qual é a história do meu nome? Como e por que ele foi
escolhido?” (eles podem fazer essa consulta em casa, mas, caso a segunda aula seja
“casada” com a primeira, no mesmo dia, sugira que eles contatem os familiares por
mensagem ou Whatsapp). Encerre agradecendo a todos pela presença e reforçando a
importância de estarem presentes na próxima aula.

2ª AULA

1. Faça o acolhimento dos estudantes e peça que se organizem em uma roda de


conversas. Dê início à rodada de apresentações, em que os estudantes contam a
história de seus nomes, de acordo com os relatos apresentados por seus familiares.

Não há uma ordem correta para que se apresentem. Pode-se seguir o sentido horário
ou anti-horário da roda ou você pode pedir que alguns deles se voluntariem para
começar a dinâmica, até que todos estejam à vontade para tomar a voz em frente a
toda a turma

Uma outra possibilidade é que você inicie essa roda de conversas, contando como
seu nome foi escolhido e a história por trás dele.

Além disso, você pode pedir que eles complementem o relato de apresentação com
algumas informações, a partir de questões como as apresentadas a seguir. Cuide
apenas para que os relatos não se prologuem, garantindo que todos aqueles que
queiram se apresentar possam fazê-lo.

 Em qual bairro você mora? É perto da escola?


 Quantos anos você tem?
 Em qual escola você estudava antes de vir para cá?
 Já conhecia alguns de seus colegas desde o EF I?

2. Para encerrar a aula, agradeça a todos pela presença e deseje à turma uma boa
parceria ao longo deste primeiro bimestre do Conecta.vc.

De olho na turma!

15
1. Como você avalia a entrevista coletiva? Os alunos se engajaram e fizeram
perguntas interessantes sobre o componente?

2. Como foi a recepção da turma à proposta do Conecta.vc e do itinerário do


semestre? Eles se mostraram interessados ou você considera realizar
alterações no percurso traçado?

3. A turma compreendeu bem o que é e como funciona o componente curricular?


Se não, como essa temática pode ser abordada ao longo dos próximos
encontros para que eles se familiarizem com a proposta?

4. Os estudantes conseguiram averiguar com seus familiares a história de seus


nomes? Ou já conheciam essa história? Durante a rodada de apresentação,
todos participaram, mostrando-se seguros para falar em público? Se não,
quais estratégias você pode utilizar para que todos se sintam à vontade para
se expressar, nas próximas atividades?

Atividade 2
Quem sou eu, espelho meu?
Os estudantes dialogam, em times, sobre aspectos de suas
Resumo
identidades, buscando encontrar semelhanças e diferenças entre
elas. Em um segundo momento, recorrem a esse exercício de
autoconhecimento para elaborar ilustrações a partir de impressões
digitais.
Promover valorização das identidades dos estudantes, convidando-
Objetivos
os a refletir e criar a partir da pergunta “Quem sou eu?”.
Competências socioemocionais que podem ser intencionalmente
Competências
desenvolvidas: Curiosidade para Aprender e Interesse Artístico
Socioemocionais
(Abertura ao Novo), Respeito (Amabilidade), Iniciativa Social,
Assertividade, Autoconfiança (Resiliência Emocional)
Roda de conversas e trabalho em times.
Organização da
turma
Materiais de trabalho:
Recursos e
- Papel.
providências
- Grafite / canetas esferográficas.
- Lápis de cor e canetinhas diversas.
2 aulas.
Duração Prevista

Descrição da atividade

1ª AULA

1. Organize uma roda de conversas e dialogue com os alunos sobre a proposta da


atividade. Puxe um bate-papo com a turma a partir da pergunta “Quem sou eu?”. Para
isso, apoie-se no texto abaixo, que apresenta alguns cuidados importantes sobre a
abordagem da temática da identidade e do autoconhecimento dos estudantes.

Vale a pena lembrar que a pergunta “Quem sou eu?” pode suscitar as mais diversas
reações nos estudantes, posto que ela aborda diretamente os desejos, medos,

16
vontades e relações que os adolescentes estabelecem ao longo da vida. Portanto, é
importante estar atento para que essa questão não se desdobre em um mergulho
psicológico no universo interior de cada adolescente. Nessa atividade, por exemplo,
as perguntas elaboradas abrem um caminho possível para delinear traços da
identidade dos alunos sem que seja necessário adentrar em aspectos psicológicos
ou demasiadamente pessoais, que poderiam levar a situações delicadas na sala de
aula. Assim, sugere-se que, sempre que perceber que a conversa está declinando
para temáticas muito pessoais, você busque retomar o fio da meada com os alunos.
O exercício da identidade no Conecta.vc é pensado para resultar de um processo de
reflexão e de experimentação intencional e orientada das relações estabelecidas
pelos adolescentes com seus pares, os adultos que o cercam, o conhecimento e as
práticas vivenciadas na escola e fora dela.

2. Em seguida, peça que os estudantes formem quintetos, buscando se agrupar com


colegas diversos. Assim, começa-se a construir relações de trabalho entre eles que
superam as “panelinhas”, abrindo a possibilidade de aprender a construir, a colaborar e
a se relacionar com pessoas distintas. De todo modo, por tratar-se de um período de
adaptação, nesse início de ano, é natural que eles busquem o conforto dos colegas mais
próximos.

Distribua a eles, então, um papel com um roteiro de perguntas e temáticas sobre os


quais os times devem dialogar, como as listadas abaixo. Durante a conversa, eles
podem elaborar novas perguntas, desde que estejam relacionadas à temática da
identidade, ou seja, a quem são eles. Estabeleça um tempo para que conversem e
registrem pontos importantes do diálogo em seus cadernos.

 O que você mais gostava de fazer na infância?


 O que você mais gosta de fazer atualmente?
 Quais características e habilidades suas você mais valoriza?
 Quais características ou habilidades gostaria de desenvolver melhor?
 Qual o seu Top 3 de artistas favoritos?
 Qual o seu Top 3 de vídeos ou filmes favoritos?

Durante esse tempo, acompanhe atentamente os adolescentes, aproximando-se


daqueles que pareçam mais dispersos ou demonstrem dificuldades para fazer o registro.
Incentive-os, dialogue com eles, ajude-os a focar, auxilie-os na escrita sempre que
possível.

3. Antes de encerrar, promova uma roda de conversas com toda a turma. O objetivo é
reconhecer que a identidade de cada um é formada na relação com os outros e que,
embora possam haver semelhanças entre suas identidades, também é verdade que
suas trajetórias de vida são únicas:

 Foi possível observar semelhanças entre vocês e seus colegas? Quais?


 Por que vocês acham que isso ocorre?
 E que tipo de diferenças entre vocês foi possível observar durante a conversa?

4. Encerre informando à turma que a continuidade da atividade será bastante divertida: a


construção de ilustrações usando impressões digitais.

2ª AULA

17
1. Inicie perguntando aos estudantes se eles sabem o que é impressão digital e se já
“tiraram” a digital para carteira de identidade ou algum outro tipo de documento.

2. Em seguida, fale um pouco sobre o que são as impressões digitais, baseando-se, para
isso, no texto abaixo.

“Impressão digital (tecnicamente datilograma ou dermatoglifo) é o desenho formado


pelas papilas (elevações da pele), presentes nas polpas dos dedos das mãos,
deixado em uma superfície lisa. As impressões digitais são únicas em cada indivíduo,
sendo distintas inclusive entre gêmeos univitelinos. Tal característica, chamada
unicidade, as faz serem utilizadas como forma de identificação de pessoas há séculos
(...)

A utilização de impressões digitais para identificar pessoas existe desde a


Antiguidade em diversos lugares, como Mesopotâmia, Turquestão, Índia, Japão e
China, com o objetivo de autenticar documentos e selar acordos civis e comerciais.”
Fonte: Wikipedia. Disponível em: bit.ly/imp-digital . Acesso em 18/12/2017.

3. Mostre à turma o trabalho da artista gráfica e ilustradora austríaca Ingrid Aspock.


Conforme ela conta na sua página na internet, o dedo indicador, que passeia pela tela
do smartphone deixando suas marcas, é o “herói” de sua série de ilustrações chamada
“Fingerprints” (que pode ser traduzida para “Digitais”, em português). Ela considera que
as digitais que deixamos nos nossos aparatos tecnológicos têm a capacidade de dar
um “toque humano” a eles.

“Fingerprints”
Disponível em: bit.ly/figerprints
Acesso em 17/12/2017.

Durante a exibição das imagens, busque destacar aos estudantes como elas contam
histórias a partir dos personagens criados com impressões digitais: na primeira, há um
maestro regendo um grupo de personagens, na segunda, um cantor com o topete do
Elvis Presley animando a plateia e, no terceiro, um super-herói salvando um ônibus de
cair no precipício.

4. A atividade que se segue é simples e divertida. Cada estudante deverá transformar em


ilustração uma de suas histórias, gostos, características, habilidades ou traços
identitários discutidos na aula anterior. Inspirados nas obras criadas por Ingrid Aspock,
a digital deles deve ter papel central na ilustração.

Para que escolham o que ilustrar, sugira que visitem as anotações feitas no caderno e
escolham aquele aspecto que os tornam mais singulares.

“Imprimir” as digitais no papel é fácil: basta colorir o dedo com bastante grafite ou tinta
de caneta esferográfica e rapidamente “carimbar” o papel (pó de grafite e pó de carvão
também podem ser utilizados e tornam o processo ainda mais fácil. Caso tenha acesso
a esses materiais com facilidade, leve para que os estudantes utilizem).

5. Finalizadas as ilustrações, a turma se reúne em uma roda de conversas para


compartilhar os trabalhos. Peça que alguns estudantes mostrem suas obras e expliquem
o que buscaram representar.

6. Para encerrar, parabenize a todos pelas ilustrações e sugira que elas sejam expostas
na parede da sala de aula por algum tempo, valorizando suas histórias e singularidades.

18
De olho na turma!

1. A identidade é um elemento chave para o primeiro módulo do Conecta.vc.


Segundo a sua avaliação, a atividade contribuiu como primeiro passo para
favorecer o autoconhecimento dos alunos?

2. Como foi para eles refletir sobre a identidade não só a nível íntimo e pessoal,
mas também a partir do diálogo com seus colegas, buscando encontrar pontos
em comum e diferenças? Acredita que isso tenha ajudado os alunos a se
conhecerem melhor?

3. Os estudantes se empenharam nas ilustrações com impressões digitais?


Conseguiram expressar, com criatividade, traços de suas identidades e
histórias? Que contribuições você trouxe para isso?

Atividade 3
Terra à vista...
Tendo como ponto de partida a carta de Pero Vaz de Caminha sobre
Resumo
a descoberta do Brasil, os estudantes escrevem uma carta sobre o
Ensino Fundamental II, destacando o que trazem de bom dos anos
anteriores e as novidades dessa nova etapa.
A partir de um processo de escrita colaborativa, valorizar as
Objetivos
vivências escolares dos estudantes nos anos anteriores e mapear
suas impressões sobre o Ensino Fundamental II.
Roda de conversas e trabalho em times.
Organização da
turma
Competências socioemocionais que podem ser intencionalmente
Competências
desenvolvidas: Curiosidade para Aprender e Imaginação Criativa
Socioemocionais
(Abertura ao Novo), Iniciativa Social, Assertividade e Entusiasmo
(Engajamento com o Outro), Respeito (Amabilidade), Organização
e Foco (Autogestão).
Materiais de trabalho:
Recursos e
- Filipetas de papel.
providências
- Folhas A4
- Lápis/caneta.

Materiais multimídia:
- Projetor e caixas de som para exibição de vídeos (se não estiverem
disponíveis, os estudantes podem usar seus smartphones, ou,
então, reserve o laboratório de informática para que os estudantes
possam assisti-los nos computadores).
3 aulas.
Duração Prevista

Descrição da atividade

1ª AULA

19
1. Após fazer o acolhimento da turma, apresente um breve panorama da atividade: eles
vão conhecer um pouco da história da carta de Pero Vaz de Caminha sobre o
descobrimento do Brasil e, a partir dela, elaborar uma carta da turma, relatando como
foi a chegada ao Ensino Fundamental II.

2. Faça a exibição do vídeo “Carta de Pero Vaz de Caminha - Literatura - Pedro Gonzaga
– Instantâneo” (disponível em: bit.ly/carta-caminha . Acesso em 16/12/2017). Oriente
que os estudantes assistam ao vídeo com atenção, registrando, em seus cadernos,
pontos importantes para serem debatidos a partir das seguintes questões:
 Qual foi o objetivo de Pero Vaz de Caminha ao escrever a carta?
 De acordo com o vídeo, qual pode ser um dos principais desafios ao se escrever
sobre algo ou algum lugar que não se conhece?
 Por que foi necessário hierarquizar as informações contidas na carta?

Antes da exibição, explique que o vídeo foi desenvolvido tendo em vista um público
um pouco mais velho, que está se preparando para vestibulares ou para o Enem.
Comente que eles não precisam se preocupar em memorizar as informações
presentes no vídeo, apenas prestar atenção aos elementos mais gerais que podem
compor uma carta que descreve um território desconhecido.

3. Após a exibição, faça um debate com a turma a partir das questões feitas anteriormente.

Peça que alguns estudantes tomem a palavra e respondam às perguntas a partir de


seus registros no caderno. Escute com atenção às respostas e teça alguns
comentários relativos a elas, buscando encaminhar um entendimento comum de que:
 O objetivo da carta era contar ao Rei de Portugal sobre o descobrimento desse
novo território (que mais tarde veio a se chamar Brasil), descrevendo alguns
de seus aspectos.
 Um dos principais desafios é descrever algo que nunca se viu antes – como é
o caso do abacaxi, relatado no vídeo.
 Hierarquizar as informações foi uma forma de estabelecer prioridades sobre o
que merecia mais atenção no relato – ou seja, o que mais interessaria ao rei
sobre a nova terra (nesse caso, a presença dos metais, a nudez dos
indígenas, a riqueza natural etc.).

Destaque como fica evidente, a todo momento, o caráter de novidade, surpresa e


choque da reação dos portugueses ao se depararem com a realidade e os modos de
vida dos indígenas, e como o texto da carta é, também, uma forma de tentar descrevê-
la.

4. Apresente à turma a questão que ilustra o desafio proposto para esta atividade: “se
considerarmos o Ensino Fundamental II como um novo território a ser conhecido e
vivenciado, o que escreveremos em nossa carta de descoberta?”

5. Peça, então, que a turma se divida em times de 5 estudantes, seguindo a orientação


geral do Conecta.vc de que busquem se agrupar com aqueles colegas com quem não
têm o costume de trabalhar sempre, evitando “panelinhas”.

6. Explique que os times deverão elencar:

 Dois aspectos do EF I de que mais gostavam.


 Dois aspectos do EF II que mais os surpreenderam.

20
Distribua a cada time quatro filipetas de papel. Nelas, os times devem escrever os
aspectos elencados, mas apenas depois de discutirem bastante e chegarem a um
consenso. Para isso, os integrantes devem conversar, recorrendo tanto às memórias
que guardam dos anos anteriores quanto às novidades com que se depararam no EF
II.

Explique também que, na próxima aula, dois representantes farão a apresentação das
filipetas de cada time para a turma, contando porque elencaram tais aspectos.

7. Ao final do encontro, recolha as filipetas e conte que na aula seguinte serão dados os
próximos passos na escrita colaborativa da carta.

Caso a escola tenha mais de uma turma de 6º ano, que tal integrar todas elas na
escrita colaborativa da carta?

Para isso, combine com os outros professores uma forma de compartilhar as


discussões entre as turmas e de adaptar as demais orientações da atividade para
esse novo contexto. Uma possibilidade é que as ações previstas para as próximas
duas aulas sejam feitas com as turmas reunidas. Se isso for inviável, outra
possibilidade é que os representantes dos times possam “circular” pelas diferentes
turmas, apresentando as discussões feitas em sala.

Se não for possível produzir as cartas em conjunto, pode ser muito interessante fazer
com que elas circulem entre as turmas, ou mesmo sugerir que elas sejam, desde o
princípio, endereçadas a elas. As possibilidades de personalizar a atividade são
diversas: apostem nisso para deixá-la ainda mais engajadora e divertida para os
estudantes.

2ª E 3ª AULAS

1. Com a turma em uma roda de conversas, peça que os representantes apresentem para
a turma os aspectos relacionados ao EF I e ao EF II elencados por seus times.

Divida o quadro em dois: um lado para cada etapa do Ensino Fundamental. Ao


assumir a fala, antes de iniciarem as explicações, os representantes colam as filipetas
nos respectivos lados do quadro.

No momento da explicação, cada estudante indica a filipeta de seu time e discorre


sobre a escolha feita. Incentive que os demais estudantes comentem as escolhas dos
outros grupos, promovendo o diálogo e a troca de impressões sobre as experiências
vividas por eles.

2. Em seguida, buscando dar destaque às impressões sobre o Ensino Fundamental mais


compartilhadas pela turma, cheguem a um consenso quanto aos aspectos que a turma
julga serem mais relevantes. Aqueles que não representam tão bem as opiniões da
maior parte dos adolescentes podem ser retirados.

3. Explique que os destinatários da carta serão eles próprios, que a lerão novamente ao
fim do ano, fazendo assim uma autoavaliação sobre tudo o que viveram no ano e no
Conecta.vc.

21
4. É chegado o momento de a turma escrever a carta. É apresentado, a seguir, um modelo
possível de carta, que poderá ser adotado ou adaptado por você e pela turma: dando
mais oportunidades para a autoria colaborativa dos estudantes, o resultado final terá
ainda mais a “cara deles”.

Data

Prezados colegas,

Chegamos há pouco a uma nova etapa do nosso percurso escolar, o Ensino


Fundamental II. A viagem até aqui foi muito divertida! Não há como esquecer de
aspectos tão importantes quanto aqueles que vivemos nos anos anteriores:

 Aspecto 1 (desenvolvido pelos estudantes)...


 Aspecto 2 (desenvolvido pelos estudantes)...
 Aspecto 3 (desenvolvido pelos estudantes)...

Também estamos empolgados com as surpresas que o Ensino Fundamental II


reserva para nós. Desde que chegamos, nesse pouco tempo que estamos aqui, muita
coisa já chamou nossa atenção, veja só:

 Aspecto 1 (desenvolvido pelos estudantes)...


 Aspecto 2 (desenvolvido pelos estudantes)...
 Aspecto 3 (desenvolvido pelos estudantes)...

Esperamos que, ao ler essa carta, você sinta um pouco das emoções que temos
vivido. Aguardamos a sua resposta!

Abraços,

Turma do 6º ano

5. Se a opção for mesmo por se inspirar no modelo apresentado acima, peça que os times
escolham, dentre as filipetas coladas no quadro, os aspectos sobre os quais desejam
escrever, de modo que a distribuição fique equilibrada. Estabeleça um tempo para que
os times escrevam um parágrafo de até 3 linhas para cada aspecto sob sua
responsabilidade.

Durante esse tempo, circule pela sala, acompanhando a escrita dos parágrafos,
respondendo a possíveis dúvidas, dando dicas e propondo ajustes, buscando garantir
que o resultado final dessa “montagem” seja coeso e coerente.

6. Ao fim do tempo, recolha os papéis, formem uma roda de conversas e montem a carta.
Peça que alguns estudantes se voluntariem para um revezamento de leitura em voz alta
da carta.

Durante a leitura, façam ajustes, correções e complementações, até chegarem a uma


versão final do documento.

7. Peça, então, que dois estudantes se voluntariem: um para transcrever, em papel, a


versão final da carta, e outro para digitá-la no computador ou celular.

22
A versão impressa ficará com você (cuide de marcar na sua agenda uma data ao final
do ano para que a turma possa reler a carta e refletir sobre as vivências do ano. Para
esse dia, prepare algumas perguntas que vão te apoiar na conversa com a turma).

Já a versão digital pode ser compartilhada de diversas maneiras: por e-mail, com a
equipe de gestão e outros professores da escola; por Whatsapp com outras turmas e
séries; com as famílias dos estudantes. Conversem sobre isso e busquem identificar
outros destinatários para quem gostariam de enviar a carta.

8. Finalize parabenizando a todos pelo esforço colocado na elaboração do texto e pelo


resultado final da produção, reforçando que no final do semestre voltarão a lê-lo para
relembrar as expectativas, lembranças e vivências do ano.

De olho na turma!

1. Como foi a experiência de escrever uma carta de maneira colaborativa? Todos


os estudantes participaram ativamente da atividade, contribuindo para a
elaboração da carta? Se não, saberia indicar quais não se engajaram e por
que não o fizeram? Como eles podem ser mobilizados para as próximas
aulas?

2. Como você avalia a fluência de escrita e leitura na turma? Foi possível


observar diferenças consideráveis entre os estudantes? Se sim, como esse
ponto pode ser trabalhado no Conecta.vc, em parceria com professores da
Área de Linguagens?

3. Como você avalia os aspectos apontados pelos estudantes sobre a vivência


escolar dos anos anteriores? Eles são valorizados e vistos de forma positiva
pelos alunos?

4. Em relação aos aspectos de surpresa e novidade elencados pelos estudantes,


o que eles podem indicar sobre as expectativas e desafios dessa nova fase
do percurso escolar?

23
Atividade 4
Que escola é essa, mano!
Divididos em times, os estudantes constroem roteiros de entrevista
Resumo
com foco no modelo pedagógico da escola para conversar com
professores e representantes da equipe de gestão. Na etapa final,
constroem cartazes e preparam apresentações para compartilhar
com a turma as principais informações coletadas nas entrevistas.
Familiarizar os estudantes com a proposta curricular e pedagógica
Objetivos
da escola a partir de um trabalho colaborativo que envolve
momentos de entrevista e elaboração de cartazes.
Competências socioemocionais que podem ser intencionalmente
Competências
desenvolvidas: Curiosidade para Aprender e Imaginação Criativa
Socioemocionais
(Abertura ao Novo), Iniciativa Social, Assertividade e Entusiasmo
(Engajamento com o Outro), Respeito (Amabilidade), Organização,
Foco e Responsabilidade (Autogestão).
Roda de conversas e trabalho em times.
Organização da
turma
Materiais de trabalho:
Recursos e
- Materiais de papelaria (tesoura, cola, canetinhas, papéis variados
providências
etc.), além de revistas e outros impressos que possam ser
recortados, para confecção de cartazes.

4 aulas.
Duração Prevista

Descrição da atividade

1ª AULA
1. Inicie a aula com os estudantes em roda. Faça o acolhimento inicial da turma, contando
sobre os objetivos da atividade e apresentando um breve resumo do que irá acontecer
nos próximos encontros.

2. Para aquecer a conversa, pergunte a eles o que já sabem sobre a escola em que estão
estudando, a partir de perguntas como:

 O que vocês entendem pela expressão “educação integral”?


 O que o EF II tem de diferente do EF I?
 Quais são os componentes do nosso ano e como eles se articulam?
 Como a escola se organiza e o que é a comunidade escolar?
 Qual o papel de vocês na escola? E das demais pessoas que convivem com
vocês?
Durante a conversa, busque criar um ambiente para que os estudantes se expressem
com tranquilidade e liberdade, inclusive levantando novas questões e dúvidas que
tenham a respeito da escola. Acolha todas as falas e explique que a atividade tem o
objetivo de elucidar e trazer respostas mais precisas a essas perguntas.

24
3. Conte que, nas próximas atividades, eles trabalharão em times, entrevistando os
professores e a equipe de gestão da escola. O desafio será entender um pouco mais
sobre o modelo pedagógico da instituição (divisão por áreas, componentes inovadores,
metodologias integradoras etc.) e compartilhar esses conhecimentos com a turma de
um modo criativo – uma apresentação oral utilizando cartazes e outros recursos que
eles considerem interessantes.

Para isso, cada time ficará responsável por entrevistar um professor das Áreas de
Conhecimento, e que um dos times fará o mesmo com um representante da equipe de
gestão. Dessa maneira, serão formados nove times, cada um responsável por uma das
seguintes áreas (se a divisão na sua escola for diferente, faça as adaptações
necessárias a partir deste roteiro):

 Equipe de gestão
 Língua Portuguesa
 Ciências da Natureza
 Educação Física
 Matemática
 Geografia
 Artes
 História
 Inglês

4. Estabeleça um número de integrantes para cada time. Em seguida, os estudantes


sinalizam o time do qual gostariam de participar de acordo com seus interesses nos
componentes curriculares. Caso a divisão não fique equilibrada, peça que alguns deles
se voluntariem para mudar de time.

A maior parte das atividades desta OPA são realizadas com os estudantes
trabalhando em times. Uma orientação importante diz respeito à variação dos
agrupamentos entre os alunos, de modo a estimular que, a cada atividade, eles se
agrupem com colegas diferentes, aprendendo com essa diversidade.

5. Os times, então, se agrupam. Exponha quais serão os próximos passos da atividade:

 Ainda nesta aula, construirão um roteiro de perguntas para a entrevista.


 No período entre este e o próximo encontro, deverão combinar um horário com
o entrevistado e realizar a conversa (pode ser no horário do recreio, antes ou
depois do início de uma aula, ao fim do dia, logo que as aulas acabarem etc.). O
time deverá registrar os pontos mais importantes da fala do entrevistado, seja
anotando em um caderno, seja gravando com o celular.
 Nos dois encontros seguintes, terão o tempo necessário para organizar as
informações coletadas e transformá-las em um produto criativo.
 Na aula final, os times apresentam seus produtos e acontece uma conversa para
esclarecer dúvidas e avaliar a atividade.

6. Distribua cópias dos roteiros disponíveis ao final da atividade. Explique que algumas
perguntas já foram elaboradas e que eles devem construir pelo menos mais duas para
complementar as que já estão lá. Esse é um instrumento importante para apoiá-los

25
durante a entrevista, contribuindo para que a conversa não perca o “foco” e que
questões importantes não deixem de ser feitas.

Estabeleça um tempo para que os times se reúnam, leiam e complementem o roteiro de


entrevistas.

Lembretes importantes para você:

- Conversar com os professores e gestores sobre a atividade, informando-os da


demanda de entrevistas pelos estudantes.

- Informar a eles os tópicos que serão abordados nas perguntas para que possam se
preparar para respondê-las. Um bom modo de fazer isso é remontando aos cadernos
das áreas e a outros textos que explicitam os principais pontos dessa proposta de
educação integral.

Lembretes importantes para os estudantes:

- Ao convidar os professores/gestores, explicar em que consiste a atividade e que tipo


de perguntas serão feitas.

- Combinar um horário para a entrevista que seja adequado tanto para o time quanto
para o entrevistado – e que seja respeitado.

- Ter em mãos, durante a entrevista, o roteiro preparado pelo time e os instrumentos


de registro (cadernos e/ou celulares).

- Ao final, agradecer ao entrevistado e destacar a importância de sua participação


para a atividade que estão desenvolvendo.

7. Peça que um estudante de cada time compartilhe com a turma as questões elaboradas.
Nesse momento, contribua, avaliando-as e propondo ajustes caso perceba que alguma
delas destoa do propósito da atividade.

8. Encerre ressaltando a importância de que realizem as entrevistas e os registros entre


este e o próximo encontro e desejando bom trabalho aos times.

2ª E 3ª AULAS
1. Inicie com a turma em roda, fazendo o acolhimento dos estudantes e pedindo que um
representante de cada time fale brevemente sobre como foi a realização da entrevista.
Para aquecer essa conversa, apresente algumas questões, como:

 Vocês conseguiram realizar a entrevista conforme planejaram?


 As respostas do entrevistado foram satisfatórias?
 O que foi mais desafiador?
 E o que foi mais interessante nesse processo?
 A partir das respostas do entrevistado, vocês já imaginaram como poderão
elaborar o cartaz?

26
2. Em seguida, peça que os times se agrupem para dar início à elaboração de suas
apresentações e seus cartazes. Para isso, repasse aos estudantes algumas
orientações:

Orientações:

- A apresentação deve ter, no máximo, 4 minutos.

- O time deve buscar apresentar à turma os pontos mais interessantes, curiosos e


importantes abordados pelo entrevistado. Em outras palavras, nem tudo o que o
entrevistado disse será repassado para a turma, apenas aquilo que o time considerar
mais relevante.

- O time pode reformular a fala do entrevistado (mantendo o sentido em relação ao


conteúdo abordado), de modo que o cartaz e a apresentação sejam feitos com “as
suas próprias palavras”.

- Na apresentação, o time expõe os principais pontos levantados pelo entrevistado.


No cartaz, devem aparecer apenas informações sucintas, ou seja, ele é apenas um
apoio para a apresentação do time.

- O time deve pensar o cartaz de forma criativa, para que ele seja sintético e, ao
mesmo tempo, expresse o que querem expor. Algumas alternativas interessantes
para isso pode ser a produção de um cartaz no formato de um esquema de ideias ou
de uma nuvem de palavras.

- Todos os integrantes participam da preparação da apresentação, discutindo quais


temas são mais importantes e quais pontos serão abordados, mas nem todos
precisam falar no dia da apresentação.

3. Disponibilize os materiais de papelaria para os estudantes, instruindo-os a utilizarem os


produtos com responsabilidade e de modo compartilhado, para que todos possam ter
acesso a eles. Uma boa forma de fazer isso é planejar o visual do cartaz em um esboço
ou rascunho a lápis antes de fazê-lo em tamanho real.

4. Durante as aulas, circule entre os times apoiando-os na construção das apresentações.


Aproveite para reforçar as orientações e esclarecer possíveis dúvidas, ajudando-os,
especialmente, a reformular, com as próprias palavras, as informações sobre a proposta
curricular e pedagógica da escola.

5. Nos 20 minutos finais da 3ª aula, sugira que ensaiem suas apresentações e ajustem os
pontos necessários. Estabeleça uma ordem para a apresentação dos times e
comunique-os, para que possam se organizar para a próxima aula.

6. Recolha e guarde os cartazes (caso algum time solicite mais tempo para finalizar o
trabalho, podem levar os cartazes para casa). Encerre parabenizando os estudantes
pelo trabalho realizado e reforçando a importância de que todos estejam presentes na
próxima aula, preparados para a apresentação.

27
4ª AULA

1. Com as cadeiras dispostas em formato de “U”, faça uma breve introdução à aula.
Comente que hoje é a etapa final desse processo em que eles vão conhecer um pouco
mais e entender um pouco melhor a proposta da escola em que estão estudando.

2. Após a introdução, abra o espaço de fala para a apresentação dos times, de acordo
com a ordem estabelecida anteriormente por você. Sugira que registrem suas dúvidas
e comentários sobre as apresentações no caderno, para que possam apresenta-los na
roda de conversas ao final da aula.

3. Professor, faça você também esses registros, para apresentar um feedback aos
estudantes durante a conversa avaliativa. Busque destacar, em suas anotações, a
importância do trabalho colaborativo para o resultado das apresentações, a
consistência das informações apresentadas pelos estudantes e a criatividade
envolvida na elaboração dos cartazes. Caso note alguma inconsistência ou a
apropriação equivocada de alguma informação por parte dos times, faça comentários
com os ajustes necessários, com cuidado para não constranger os estudantes.

4. Encerre a aula com uma roda de conversas avaliativa. Inicialmente, abra espaço para
que os estudantes apresentem suas dúvidas e questões, sejam elas direcionadas aos
times ou a você. Procure apoiar os estudantes nas respostas que forem dar. Em
seguida, apresente suas observações e, para finalizar, façam uma breve conversa a
partir das seguintes perguntas:
 O que aprendemos de mais importante sobre a nossa escola nessa atividade?
 Como foi trabalhar em time?
 O que foi mais desafiador e o que foi mais bacana durante esse processo?

De olho na turma!

1. Os estudantes conseguiram compreender um pouco melhor a proposta


curricular e pedagógica da escola? Como você pode apoiá-los, ao longo do
semestre, a aprofundarem esses conhecimentos sobre a escola?

2. Como foi mediar uma atividade de maior duração (4 aulas)? Foi desafiador
“amarrar as várias pontas” do processo proposto? Por quê?

3. Como você avalia as apresentações e os cartazes feitos pelos estudantes?


Houve discrepância entre os trabalhos apresentados, tendo em conta a
qualidade e o desenvolvimento coeso e coerente do conteúdo abordado? Se
sim, como você pode, em atividades futuras, apoiar os times para que
desenvolvam com mais precisão e conhecimento suas produções?

28
Roteiro de entrevista – Componentes curriculares

 O componente faz parte de qual Área de Conhecimento? Como ele se conecta


com as outras disciplinas?

 Nossa escola tem uma proposta diferente das outras em que você já deu aula?
Quais são as diferenças?

 Quais são suas expectativas para o ano? O que te deixa mais empolgado?

 O que você acha que será mais desafiador?

 O que são as metodologias integradoras? Como elas estarão presentes nesse


componente?

Roteiro de entrevista – Equipe de gestão

 O que a proposta da nossa escola tem de novidade em relação às suas


experiências anteriores?

 O que são as metodologias integradoras e como elas estarão presentes nas


Áreas de Conhecimento?

 Quais os principais desafios dessa proposta?

 Quais são suas expectativas para o ano? O que te deixa mais empolgado?

29
Atividade 5
Varal de combinados
Os alunos dialogam sobre como vivenciaram, nos anos anteriores,
Resumo
os combinados escolares e, a partir dessa conversa, criam, de forma
colaborativa, um varal de combinados para a turma.
Garantir a participação efetiva dos estudantes na elaboração dos
Objetivos
combinados da escola.
Roda de conversas e trabalho em times.
Organização da
turma
Competências socioemocionais que podem ser intencionalmente
Competências
desenvolvidas: Iniciativa Social, Assertividade e Entusiasmo
Socioemocionais
(Engajamento com o Outro), Respeito (Amabilidade),
Responsabilidade e Organização (Autogestão) e Interesse Artístico
(Abertura ao Novo).
Materiais de trabalho:
Recursos e
- Filipetas de papel.
providências
- Cartolina / papel craft.
- Canetas.
- Pregadores de papel/roupa.
- Barbante ou outro material que sirva como varal.
2 aulas
Duração Prevista

Descrição da atividade

1ª AULA

1. Inicie com a formação de uma roda de conversas e apresente aos alunos o percurso da
atividade, que resultará na construção de um “varal de combinados”. Para isso, promova
uma conversa a partir da pergunta: por que é importante haver combinados entre as
pessoas que vivem o dia a dia da escola?

Ouça os estudantes com atenção, promovendo um diálogo produtivo. Caso a fala deles
não contemple alguns aspectos essenciais sobre o assunto, destaque que os
combinados:

 ajudam a promover um ambiente saudável, amigável e com respeito às


diversidades;
 contribuem para que os estudantes se sintam corresponsáveis pela escola, pelo
próprio aprendizado e pelo dos colegas;
 estimulam o cuidado e a responsabilidade por manter o espaço físico bem
cuidado;
 estimulam a participação dos estudantes nas aulas e a responsabilidade por
construírem, juntos, um ambiente que favoreça as aprendizagens;
 pautam o bom convívio com toda a comunidade escolar: professores, equipe de
gestão, demais funcionários e familiares dos estudantes.

30
A atividade foi concebida tendo em vista a dinâmica de uma única turma, mas, se a
escola possuir mais de uma turma de 6° ano e quiser integrar as turmas nessa
atividade, ela pode ser personalizada para que seja construído um único varal. Se for
esse o contexto da escola, converse com os demais orientadores do Conecta.vc para
avaliar a melhor forma de fazer isso.

2. Amplie o debate para que eles comentem, a partir de suas vivências anteriores, e tendo
em vista os próximos anos no Ensino Fundamental II, o estabelecimento de combinados
na escola. Estimule a conversa com perguntas como:

 Participar da definição dos combinados escolares é importante para vocês?


Por quê?
 Nos anos anteriores, quais eram os combinados em suas escolas? Quais
eram os mais difíceis para se cumprir?
 Quais contribuíam para tornar a escola um ambiente propício ao diálogo e à
aprendizagem?

Busque ressaltar a importância de que os adolescentes participem dessa


elaboração, num esforço de estabelecer orientações que favoreçam o diálogo e o
sentimento de corresponsabilidade por um ambiente escolar acolhedor e propício às
diversas relações de ensino-aprendizagem.

3. Em seguida, a turma se divide livremente em quartetos e, com base na rodada de


diálogos anterior, elabora sugestões de combinados a partir da questão: “Para o Ensino
Fundamental II, quais combinados precisariam ser estabelecidos e por quê?”.

As sugestões de combinados podem ser feitas a partir de categorias definidas pela


turma. Abaixo são apresentadas algumas que podem servir como exemplo e inspiração:

 Participação e responsabilidade nas aulas.


 Cuidado com o espaço.
 Relação com os colegas.
 Relação com os professores, gestores e demais funcionários.

Estabeleça um tempo para que os times conversem e registrem suas sugestões nas
filipetas de papel. Peça que eles indiquem um colega para representar o time na roda
de conversas a seguir.

4. Retomem a formação de roda e peça que os representantes dos quartetos apresentem


para o restante da turma os combinados que construíram. A cada nova sugestão, a
turma comenta o que achou, se está de acordo ou não com ela e porquê, de modo que
o processo de curadoria dos combinados seja colaborativo.

5. Para encerrar, avise à turma que os combinados serão apresentados para uma leitura
da equipe de gestão da escola, que poderá propor alguns ajustes. Informe que, na
próxima aula, a turma irá montar um varal de combinados com essas filipetas.

Lembretes importantes para você:

31
- Não deixe de combinar com os alunos que os combinados serão analisados e
complementados pela equipe de gestão da escola. Será feita uma leitura crítica, que
poderá apontar ajustes e aprimoramentos. Avalie com os gestores a possibilidade de
um deles estar presente na próxima aula, apresentando comentários sobre os
combinados propostos pelos estudantes – sempre cuidando para reconhecer e
valorizar o trabalho dos adolescentes. Caso isso não seja possível, comunique aos
estudantes quais foram as mudanças sugeridas, para que todos fiquem cientes.

- Converse com os alunos sobre o melhor local para construir o varal: pode ser na
própria sala de aula, no corredor, no pátio etc. Elejam juntos o espaço e também
apresente a escolha para validação da equipe de gestão.

2ª AULA

1. Faça o acolhimento da turma e apresente as filipetas finais, que comporão o varal.


Passe a palavra para o representante da equipe de gestão ou, se não for esse o caso,
comunique à turma as adaptações feitas. Busque responder a possíveis dúvidas dos
estudantes quanto ao motivo das mudanças.

2. Em seguida, informe que chegou a hora de montar o varal no espaço escolhido. Para
isso, a turma se dividirá em dois times:

Time 1: Irá montar o varal e anexar nele as filipetas, com o uso dos pregadores.
Time 2: Fará um cartaz bem criativo, utilizando cartolina ou papel craft, com a expressão
“Varal de Combinados”, que será colado logo acima do varal.

Estabeleça um tempo para a montagem e acompanhe de perto o trabalho dos times,


orientando para que o processo saia conforme o combinado.

3. Quando estiver tudo pronto, convide os estudantes a fazer o registro fotográfico do mural
e compartilhar com seus familiares o resultado desse processo. Em seguida, faça uma
roda de conversas a partir da seguinte pergunta: “Como podemos nos engajar para
garantir que esses combinados realmente façam parte da nossa vida escolar, ao longo
do ano?”.

4. Finalize parabenizando a turma pelo trabalho e reforçando a importância de respeitar


os combinados construídos.

32
Atividade 6
Ontem e hoje: retrato falado
Os estudantes relembram alguns acontecimentos importantes de
Resumo
suas vidas – sejam eles do passado mais distante ou recente. Em
seguida, formam duplas, com quem compartilham uma história.
Essas histórias serão as bases para construção de representações
gráficas – “retratos falados” – dos acontecimentos relatados pelos
colegas.
Possibilitar que os adolescentes identifiquem e valorizem os
Objetivos
principais acontecimentos que marcaram suas vidas a partir do
compartilhamento da história com os colegas de turma.
Competências socioemocionais que podem ser intencionalmente
Competências
desenvolvidas: Curiosidade para Aprender e Interesse Artístico
Socioemocionais
(Abertura ao Novo), Respeito (Amabilidade), Iniciativa Social,
Assertividade e Entusiasmo (Engajamento com o Outro),
Autoconfiança (Resiliência Emocional).
Roda de conversas e trabalho em duplas.
Organização da
turma
Materiais de trabalho:
Recursos e
- Folhas A4.
providências
- Lápis/caneta.
- Revistas e jornais velhos, lápis de cor, tesoura, cola.
Materiais multimídia:
- Projetor e caixas de som para exibição de vídeos (se não estiverem
disponíveis, os estudantes podem usar seus smartphones ou, então,
reserve o laboratório de informática para que possam assisti-los nos
computadores).
2 aulas.
Duração Prevista

Descrição da atividade

1. Para começar a atividade, organize os alunos em uma roda de conversas e diga que,
nesse encontro, a orientação terá um foco: ajudá-los a identificar acontecimentos
importantes que marcaram suas vidas no passado e no presente e projetar alguns de
seus interesses e sonhos. Discuta com eles a proposta, expondo os seus objetivos e o
método de trabalho.

2. Em seguida, apresente o vídeo “Retrato Falado – Aeromoça”, exibido no Fantástico,


programa da Rede Globo, alguns anos atrás (duração de 10’11’’. Disponível em
bit.ly/retrato-falado . Acesso em 17/12/2017).

O vídeo narra um acontecimento marcante na vida de uma aeromoça, quando ela


precisou da ajuda de dois rapazes para chegar a tempo em seu trabalho e não ser
demitida. Após a exibição, promova uma breve conversa com os alunos a partir das
seguintes perguntas:

 Quais aspectos do “retrato falado” de Márcia Gaiotto mais a marcaram?

33
 Por que esses acontecimentos foram tão significativos para os projetos de
vida da aeromoça?

3. Depois do bate-papo, proponha uma dinâmica, orientando os estudantes a partir do


texto abaixo (você pode reproduzir o texto para cada aluno ou projetar na parede da
sala para leitura coletiva).

Feche os olhos e pense, por um minuto, nos três principais acontecimentos da


sua vida até os dias de hoje. Não precisa ser nada mirabolante, excêntrico ou coisa
do tipo. Afinal, muitas vezes, são as experiências mais simples as que mais marcam
a vida da gente.
Pensou? E então, é algo que você se sente à vontade para compartilhar com a turma?
Agora, tente, individualmente e em silêncio, analisar esses acontecimentos.
Pense:
 São acontecimentos positivos, que o deixaram feliz? Ou são daqueles que
chateiam a gente e que tentamos esquecer?
 São fatos que aconteceram com você ou com membros da sua família (pais,
irmãos, avós, primos etc.)? Eles têm a ver com a sua vida de estudante? Ou,
ainda, são de outra natureza, diferente das opções anteriores?
 Que sentimentos esses acontecimentos despertam em você?
 O que você pode aprender com eles?
Agora, pense nos dias atuais:
 O que de mais importante você está vivendo nesse momento? Pode ser
qualquer coisa!
 Que importância esses acontecimentos têm na sua vida, atualmente?
 Em que os acontecimentos atuais podem ser importantes para a sua vida no
futuro?
Essas reflexões serão importantes para realizar a atividade proposta a seguir. Antes
de começar, convide um colega para a atividade, que vai acontecer em duplas. A
ideia é que cada um faça um retrato falado de um acontecimento que marcou a sua
vida no passado ou que está deixando marcas importantes no presente.

4. Formadas as duplas, distribua as folhas de papel e disponibilize o material de papelaria.


Prossiga com a orientação, baseando-se no box que se segue. Estabeleça um tempo
para a produção das imagens.

Quem já viu filme policial deve conhecer esta prática: alguém descreve, com palavras,
a fisionomia de uma pessoa. Então, um desenhista tenta reproduzir o rosto dessa
pessoa. Na nossa atividade, a ideia tem a ver com essa prática, mas é um tanto
diferente.
Você vai contar, para o seu colega, o seu fato marcante, do passado ou do presente.
Em seguida, ele vai criar uma imagem que represente o acontecimento. Ela pode ser
um desenho, colagem ou qualquer outra representação gráfica – basta usar a

34
criatividade! O importante é transformar o fato em uma imagem! A descrição, então,
tem de ser bem detalhada, para que o colega tenha elementos para criar a
representação.
Façam assim: um conta para o outro o seu acontecimento e os dois anotam tudo no
caderno. Depois, ambos criam a imagem ao mesmo tempo. Uma dica: usem meio
papel A4 como base para o tamanho da imagem que será feita e abusem da
criatividade e dos materiais disponíveis! Outra dica: não deixem que o colega veja o
que está sendo criado. Vai ser legal fazer aquele suspense depois da imagem pronta!

Apoie-os na realização da atividade proposta. Ressalte que eles devem escolher fatos
que possam compartilhar à vontade, sem se sentirem constrangidos. Durante a
atividade, cuide de:

 acompanhar os adolescentes de perto, ajudando-os a compreender e a


praticar as comandas propostas;
 estimular os alunos a adotarem uma visão confiante diante dos
acontecimentos retratados.

5. Chegou a hora de mostrar a imagem para o colega da dupla e para os demais da turma.
Em uma roda de conversas, cada um apresenta o resultado do retrato falado,
comentando os elementos representados. Ajude-os a reconhecer em que esses
acontecimentos podem ser importantes para suas vidas no futuro.

6. Para finalizar, parabenize os estudantes pelo trabalho feito e fale um pouco sobre a
relação da atividade com o desenvolvimento do autoconhecimento.

Quando o assunto é conhecer a si mesmo, a primeira questão que vem à mente


provavelmente é “Quem sou eu?”. A partir dessa pergunta, várias outras se
desdobram e somos levados a pensar na relação que temos com as pessoas em
nossa família, na escola, na comunidade e no mundo. O autoconhecimento é uma
dimensão fundamental para a construção da identidade dos estudantes e para todo
o trabalho realizado ao longo do Conecta.vc.

É sempre importante aprofundar e exercitar o autoconhecimento, saber perscrutá-lo


e conhecer outros lados de si mesmo. Nesta atividade foi proposto que os estudantes
relembrassem acontecimentos que marcaram suas vidas e que os afetaram de algum
modo. Não se tratou apenas de buscar na memória esses acontecimentos, mas de
saber interpretá-los e entendê-los de tal modo que fosse possível representá-los
imageticamente. Esse é uma das diversas maneiras de se autoconhecer, de
identificar os próprios medos, desejos e alegrias, e assim estabelecer significado às
vivências na escola e fora dela.

De olho na turma!

1. Os estudantes se engajaram na atividade, mostrando interesse pela temática


proposta? Como você acredita que essa atividade se integrou à proposta
curricular do Conecta.vc?

2. Como foi para os estudantes transpor a ideia do retrato falado para uma
figuração de acontecimentos da própria vida deles? Eles compreenderam bem
a proposta e executaram o retrato falado conforme orientado? Ou houve

35
dificuldades durante o processo? Em caso de dificuldades, foi possível
elaborar exemplos e convidá-los a refletir sobre esse tópico no intuito de sanar
as dúvidas?

Atividade 7
“Stop!” do autoconhecimento!
O jogo “Stop!” é mobilizado para promover um momento avaliativo
Resumo
do semestre, que será seguido de uma roda de conversas.
Promover um momento divertido de apropriação de conhecimentos
Objetivos
e aprendizagens – em âmbito pessoal e escolar – realizadas ao
longo do semestre.
Competências socioemocionais que podem ser intencionalmente
Competências
desenvolvidas: Iniciativa Social e Entusiasmo (Engajamento com o
Socioemocionais
Outro), Autoconfiança (Resiliência Emocional), Respeito
(Amabilidade).
Jogo em times e roda de conversas.
Organização da
turma
Materiais de trabalho:
Recursos e
- Papel.
providências
- Lápis/caneta.

A atividade foi roteirizada tendo em vista a realização do “Stop!” da


maneira mais tradicional: com lápis e papel. Hoje já existem vários
recursos que permitem sua realização em ambiente digital,
demandando, para isso, acesso à internet e
computadores/smartphones. Se esses recursos tecnológicos
estiverem disponíveis na escola, considere adaptar a atividade para
o formato digital: isso pode engajar ainda mais os estudantes! Para
isso, explore com antecedência a plataforma escolhida e adapte o
seu roteiro, orientando os estudantes sobre como jogar a versão
digital do jogo.

Sugestão de site para jogar “Stop!” on-line:


 Stopots: stopots.com.br

2 aulas.
Duração Prevista

Descrição da atividade

1. Para começar, comente que esta atividade marca o encerramento do semestre e tem o
objetivo de promover o compartilhamento dos aprendizados desenvolvidos pela turma
de forma reflexiva e divertida.

2. Para aquecer a turma, peça que os estudantes relembrem todas as atividades


desenvolvidas no Conecta.vc desde o início do semestre. Busque, junto com eles,

36
recordar os momentos mais interessantes, os mais desafiadores, os trabalhos em time
e os produtos que foram desenvolvidos.

Durante a conversa, registre no quadro as principais palavras citadas pelos estudantes,


buscando montar um diagrama de palavras representativo do que foi conversado. Esse
esquema pode contribuir para que os adolescentes visualizem e estabeleçam novos
sentidos para as ações do bimestre.

3. Em seguida, pergunte quem da turma conhece o jogo “Stop!” (também chamado de


adedonha ou adedanha). É provável que boa parte dos estudantes já tenham brincado
desse jogo de palavras, então peça para alguns deles explicarem aos demais como ele
funciona. Se esse não for o contexto da turma, apresente a eles o jogo.

Trata-se de uma brincadeira realizada em dupla ou em grupo – não há um limite de


jogadores. Cada participante, com papel e lápis em mãos, desenha uma tabela. Para
cada coluna é designada uma categoria – que pode ser animal, substantivo próprio,
verbo, cor, fruta etc. Já as linhas representam as rodadas do jogo. A cada rodada é
sorteada uma letra, e as células da linha devem ser preenchidas com palavras
iniciadas com a letra sorteada, conforme o exemplo abaixo:

Nome Cor Verbo


A Arnaldo Amarelo Andar
G Gláucia Grená Gostar

O objetivo é completar a linha o mais rápido possível, antes dos outros jogadores,
tentando usar palavras diferentes das dos outros jogadores. O primeiro a terminar
grita “Stop!” e todos param o jogo.

Tem início, então, a contagem de pontos da rodada. Cada palavra certa que não for
repetida por nenhum jogador vale 2 pontos. Palavras corretas repetidas por outros
participantes valem 1 ponto. Quadros em branco valem 0. O jogo pode ter quantas
partidas o grupo quiser.

4. Conte que, para realizar o momento avaliativo, retomando as temáticas da identidade e


do autoconhecimento, a turma vai jogar um “Stop!” um pouco diferente. Desta vez, o
importante não é acumular mais pontos e ganhar o jogo, mas preencher a tabela de
modo criativo e reflexivo, para provocar uma conversa com o time.
Explique como será a dinâmica do jogo:
“Stop!” do autoconhecimento

 A turma se divide em times de 6 participantes, cada um com seu lápis e papel


(e sem panelinhas!).

 Cada adolescente constrói sua tabela do “Stop!” com sete categorias.

 Você distribui, para cada time, um conjunto de fichas de categorias pré-


definidas (disposto no final desta atividade).

 O time sorteia 5 das fichas, que serão as categorias do jogo, e as


complementa elaborando mais 2 categorias.

37
 O jogo decorre normalmente, com o sorteio de uma letra para que os
estudantes preencham a linha da rodada.

 Diferente do jogo tradicional, não é preciso correr muito para preencher a


tabela! Em vez de um “stop!”, a rodada só termina quando o terceiro
participante gritar a palavra.

 Então, todos leem suas respostas, categoria por categoria. Além disso, devem
comentá-las, explicando o “porquê” delas, estabelecendo um diálogo com os
demais colegas do time. A ideia é que eles explicitem como a resposta se
relaciona com a sua vida,

 Ao fim da rodada, realiza-se outra, e os times podem escolher, além de mudar


as letras, por alterar também as categorias, valendo-se das fichas restantes.

5. Deixe que os times joguem quantas partidas o tempo da aula permitir. Se considerar
pertinente e a turma estiver engajada e organizada, sugira que, após duas rodadas,
sejam formados novos times, para que os estudantes possam conhecer um pouco mais
sobre outros colegas.

Durante o tempo de jogo, circule entre a turma. Assegure que todos estão jogando da
maneira correta e auxilie aqueles que não se apropriarem da dinâmica corretamente.
Registre impressões gerais sobre as respostas dos estudantes, buscando analisar
questões como:

 As atividades do bimestre, voltadas à identidade e ao autoconhecimento,


parecem ter promovido boas reflexões nos estudantes?
 Que tipo de expectativas eles têm para o EF II?
 Que tipos de produtos culturais os adolescentes consomem?
 Quais estudantes se engajaram mais na atividade? Por quê? E quais se
mostraram menos mobilizados?

6. Para a segunda aula, reserve um tempo de 15 a 20 minutos para mais uma ou duas
rodadas do jogo “Stop!”, com a orientação de que os estudantes experimentem novas
formações dos times e novas categorias.

7. Ao fim desse tempo, peça que a turma se organize em uma roda para realizar uma
conversa de avaliação do jogo e também do bimestre. Inicie com algumas perguntas
sobre as rodadas do “Stop!”:
 O que acharam do jogo “Stop! do autoconhecimento”?
 Puderam refletir e expressar alguns traços de suas identidades, além de
conhecer um pouco mais sobre seus colegas?
 O que de mais interessante puderam conhecer sobre seus colegas. Foi possível
encontrar muitos traços em comum?
 E quanto às diferenças, houve algumas que vocês consideram curiosas ou
interessantes?
Participe da conversa não apenas como mediador, mas também comentando alguns
dos aspectos registrados por você.

38
8. Em seguida, conversem sobre o percurso do semestre. Debatam a partir de algumas
questões, como:

 O semestre contribuiu para que vocês se “conectassem” consigo mesmos – ou


seja, para que entendessem um pouco melhor quem são vocês e quais as suas
identidades? Como?
 Como foi participar de várias atividades trabalhando em time?
 O que de mais importante aprenderam sobre a escola em que estudam? E sobre
a rotina de estudos?
 Quais aspectos de suas identidades como estudantes vocês mais
desenvolveram? Por quê?
 Quais as expectativas de vocês para as próximas atividades do Conecta.vc?

9. Finalize agradecendo à turma pela parceria ao longo do semestre, fazendo um breve


panorama dos acontecimentos aprendizados.
De olho na turma!

1. Como foi a recepção da turma ao jogo? Compreenderam seus objetivos e se


engajaram na atividade? Por quê?

2. Pelas suas observações, diria que os estudantes conseguiram refletir sobre


quem são, seus gostos e preferências a partir do jogo? Quais evidências você
tem para corroborar sua impressão?

3. Como você analisa a avaliação feita pelos estudantes? Eles souberam


analisar de maneira crítica o percurso que viveram?

4. A partir da fala deles nessa avaliação final, quais aspectos podem ser
desenvolvidos com mais atenção nas próximas atividades do Conecta.vc para
que a mediação contribua ainda mais para a mobilização e para o
engajamento dos estudantes?

39
Fichas – “Stop!” do autoconhecimento
Ação Ação Ação Ação Ação
1 Que representa Que representa Que representa Que representa Que representa
quem eu sou quem eu sou quem eu sou quem eu sou quem eu sou

Ação Ação Ação Ação Ação


Que representa Que representa Que representa Que representa Que representa
2
minha vida de minha vida de minha vida de minha vida de minha vida de
estudante estudante estudante estudante estudante
Atividade Atividade Atividade Atividade Atividade
Que mais gosto Que mais gosto Que mais gosto Que mais gosto Que mais gosto
3 de fazer na de fazer na de fazer na de fazer na de fazer na
escola escola escola escola escola

Atividade Atividade Atividade Atividade Atividade


4 Que mais gosto Que mais gosto Que mais gosto Que mais gosto Que mais gosto
de fazer em casa de fazer em casa de fazer em casa de fazer em casa de fazer em casa

Nome Nome Nome Nome Nome


5 De uma pessoa De uma pessoa De uma pessoa De uma pessoa De uma pessoa
importante para importante para importante para importante para importante para
mim mim mim mim mim

Cor Cor Cor Cor Cor


6 Que simbolize Que simbolize Que simbolize Que simbolize Que simbolize
quem eu sou quem eu sou quem eu sou quem eu sou quem eu sou

Palavra Palavra Palavra Palavra Palavra


Que define Que define Que define Que define Que define
7 minhas minhas minhas minhas minhas
expectativas em expectativas em expectativas em expectativas em expectativas em
relação ao EF II relação ao EF II relação ao EF II relação ao EF II relação ao EF II

Animal Animal Animal Animal Animal


8 Com o qual me Com o qual me Com o qual me Com o qual me Com o qual me
identifico identifico identifico identifico identifico

Palavra Palavra Palavra Palavra Palavra


Que simbolize Que simbolize Que simbolize Que simbolize Que simbolize
9 minha relação minha relação minha relação minha relação minha relação
com meus com meus com meus com meus com meus
amigos amigos amigos amigos amigos
Música Música Música Música Música
Que significa Que significa Que significa Que significa Que significa
10
algo importante algo importante algo importante algo importante algo importante
para mim para mim para mim para mim para mim
Produto Produto Produto Produto Produto
cultural cultural cultural cultural cultural
11 Que considero Que considero Que considero Que considero Que considero
divertido ou divertido ou divertido ou divertido ou divertido ou
relevante relevante relevante relevante relevante

Lugar Lugar Lugar Lugar Lugar


12 Que gosto de Que gosto de Que gosto de Que gosto de Que gosto de
frequentar frequentar frequentar frequentar frequentar

Objeto Objeto Objeto Objeto Objeto


13 Que é Que é Que é Que é Que é
importante para importante para importante para importante para importante para
mim mim mim mim mim

40
Atividade 8
Estudante todo dia!
São apresentadas proposições e dicas de planejamento para a
Resumo
mediação de encontros mensais com foco no cotidiano escolar dos
estudantes e no desenvolvimento de suas aprendizagens.
Promover encontros em que os estudantes possam conversar e
Objetivos
refletir sobre o cotidiano escolar, assim como pensar em estratégias
de estudo que contribuam para as aprendizagens da turma.
Roda de conversas
Organização da
turma
Ação prévia e materiais de trabalho:
Recursos e
- Preparação, com antecedência, dos recursos e materiais
providências
necessários conforme a proposição que será realizada.
1 aula / 1 vez ao mês
Duração Prevista

Descrição da atividade

O que é?
O Conecta.vc, além de endereçar questões e temáticas importantes do universo
adolescente – como identidade, família, valores, corporeidade e movimento –, também
oferece momentos em que os estudantes podem planejar e refletir sobre o dia a dia na
escola e a rotina de estudos. Mais que uma atividade, portanto, o que se apresenta aqui
é um conjunto de proposições que podem ajudar você, professor, a mediar encontros
que tenham como objetivos:
 Acompanhar o desenvolvimento das aprendizagens desenvolvidas pelos
estudantes nas Áreas de Conhecimento.
 Oferecer apoio para que a rotina de estudos dos adolescentes, tanto dentro
quanto fora da escola, seja cada vez mais produtiva, potencializando o
desenvolvimento dos diversos saberes.
 Promover espaços de diálogo para compartilhamento de estratégias e boas
práticas de estudo que eles incorporam no cotidiano, assim como de dúvidas e
desafios que encontram no processo de aprendizagem.
 Valorizar as aprendizagens e os objetivos alcançados pelos estudantes ao longo
das atividades.
Quando devem ser realizados?
Para garantir que os encontros “Estudante todo dia!” alcancem seus objetivos e
expectativas de aprendizagem, a proposta inicial é que eles aconteçam uma vez por
mês, alternando as dinâmicas dos encontros conforme as propostas de
desenvolvimento que serão apresentadas no próximo tópico.
Caso você e os demais professores do Conecta.vc avaliem que mais encontros podem
ser proveitosos para a turma – ou mesmo se essa for uma demanda dos estudantes –,
a periodicidade pode ser alterada (um encontro a cada três semanas, por exemplo).
Como desenvolvê-los?

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A seguir, são apresentadas algumas proposições para a mediação dos encontros. Elas
não são roteirizadas na lógica do “passo a passo”, como as demais atividades do
Conecta.vc, mas podem servir como base para o seu planejamento.
Seu acompanhamento da turma ao longo das semanas pode servir como um
‘termômetro” para a seleção das proposições mais adequadas, daquelas que vão
garantir mais aprendizagens e apoio aos estudantes. Ao longo do bimestre, busque
alterná-las, para que os encontros tenham sempre um elemento de novidade,
possibilitando uma ampliação no mapeamento das questões, desafios e estratégias de
estudo apresentadas pelos alunos.
Importante lembrar que os encontros não precisam se limitar às proposições indicadas
aqui. Você e os demais orientadores do Conecta.vc têm toda a liberdade de planejar
novas sequências didáticas para os encontros.

Proposições
Acolhimento
Momento inicial (10 a 15 minutos) que pode acontecer em todos os encontros

- Inicie a aula acolhendo os estudantes e explicando a proposta do encontro.

- Promova uma conversa de aquecimento, reforçando os combinados feitos com os


estudantes no Conecta.vc (atividade “Varal de combinados”) e os objetivos formativos
dessa proposta de educação integral.

- Prossiga com uma conversa leve e informal, em que os estudantes contem um


pouco sobre o dia a dia escolar e as atividades que desenvolveram nas semanas
anteriores. Nesse momento, compartilhe com eles algumas dicas que podem
potencializar os momentos de estudos em casa (ver o próximo tópico). Também conte
com dicas compartilhadas pelos estudantes.

Proposição 1

- Selecione um breve texto que aborde temáticas relacionadas à adolescência e ao


cotidiano escolar de estudantes do Ensino Fundamental.

- Faça algumas cópias e promova um rodízio de leitura em voz alta na sala,


comentando, a cada parágrafo, os principais pontos abordados e apoiando os
estudantes na compreensão do texto e daquelas palavras e expressões
desconhecidas.

- Ao fim da leitura, promova uma roda de conversas em que você e os estudantes


retomem os principais pontos abordados no texto.

- Em seguida, peça que listem quais reflexões sobre o texto eles destacam e como
eles as relacionam com o próprio dia a dia na escola.

- Em outros encontros, volte a esses pontos nos momentos iniciais de acolhimento.

Proposição 2

- Elabore um breve roteiro de entrevistas, com perguntas simples. Por exemplo:


 Como foi a sua semana de estudos?

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 Quais conteúdos e atividades você resolveu com facilidade? Como poderia
apoiar outros colegas que tenham dúvidas ou dificuldades nelas?
 Em quais componentes você teve mais dificuldades? Por quê?

- Peça que os estudantes se dividam em duplas. Cada um entrevistará o outro colega


a partir das questões propostas no roteiro, registrando os principais pontos da
conversa em seus cadernos.

- Em uma roda de conversas, os alunos contam um pouco do que conversaram e


compartilham seus desafios e os conteúdos/atividades nos quais têm mais facilidade.

- A partir dessas falas, discuta com os estudantes como eles podem dar
encaminhamento para solucionar seus principais desafios de aprendizagem. Uma
opção, por exemplo, é estimular o estudo colaborativo. Nesse caso, mapeie como os
estudantes podem se agrupar em momentos de estudo, seja dentro ou fora da escola,
para se apoiar mutuamente. Outra opção é incentivar que os estudantes
compartilhem estratégias de estudo ou referências bibliográficas que costumam
utilizar (livros, apostilas, vídeo-aulas disponíveis no YouTube etc.)

Proposição 3

- Elabore dezenas de perguntas focadas no mapeamento da vida escolar dos


estudantes.

- Coloque-as em uma caixa ou saco (ou qualquer outro recipiente que tenha
disponível).

- Peça que cada estudante sorteie uma e responda para toda a turma (caso o
estudante não se identifique com a pergunta sorteada, pode passá-la para frente e
sortear outra).

- A caixa pode ser um recurso permanente, utilizada brevemente durante o tempo de


acolhimento de outras atividades (selecionando apenas dois ou três estudantes para
realizar o sorteio, por exemplo).

Proposição 4

- Dinâmica similar à anterior, mas, dessa vez, os próprios estudantes elaboram três
perguntas sobre o cotidiano escolar e as depositam em um recipiente.

- Em uma roda, cada estudante sorteia duas delas e, a partir dessas perguntas,
estabelece-se uma conversa em que todas participam.

Proposição 5

- Disponibilize aos estudantes material de papelaria (tesoura, cola, canetinhas, papéis


variados etc.), além de revistas e outros impressos que possam ser recortados.

- Proponha que eles construam, de forma livre e criativa, um registro artístico inspirado
na pergunta: “como foi a sua semana como estudante?”. (Vale qualquer tipo de
registro: pinturas, desenhos, colagens, charges, HQs, paródias musicais, rimas etc.).

- Estabeleça um tempo para que façam as produções e, ao final, em uma roda de


conversas, os registros são compartilhados e os estudantes contam um pouco do que
quiseram representar em seus trabalhos.

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Dicas de estudo e planejamento

- Use a agenda em seu dia a dia – com ela, você terá um espaço para planejar
cada dia de cada semana do ano. A agenda pode ser impressa, mas, atualmente,
já existem vários aplicativos de celular que cumprem a mesma função de forma
eficiente. Busque descobrir aquele que se adequa melhor às suas preferências e
organize a sua vida de estudante. Com um bom planejamento, você verá que é
possível usar muito bem o tempo e estudar tudo o que é necessário, sem estresse.

- Reveja os conteúdos trabalhados em sala de aula e realize os exercícios


indicados pelo professor das disciplinas. Esse hábito é fundamental para você
assimilar o conteúdo das aulas estudando de outra forma, diferente da que você
vivenciou em sala.

- Realize atividades de estudos variadas, priorizando as disciplinas nas quais


tem mais dificuldade. Planeje atividades de vários tipos, para achar o seu jeito de
aprender. Quer alguns exemplos? Fazer pesquisas na biblioteca, indo além dos livros
“obrigatórios”; assistir uma vídeo-aula; treinar a partir de exercícios e de testes;
analisar suas provas, identificando os erros e pensando em novas estratégias para
resolver as questões. São muitas as possibilidades de atividades para tornar os
estudos mais dinâmicos e produtivos.

- Se for realizar uma atividade de leitura, varie entre o livro-texto da escola e


outras fontes (outros livros, jornais, revistas, internet etc) e sempre combine a
leitura com um registro (por exemplo: resumo simples, resumo com
comentários e opiniões, esquema, quadro comparativo).

- Se for realizar uma atividade de treino, refaça exercícios em que teve


dificuldades; busque e faça exercícios diferentes dos que estão no livro da
escola; busque testes resolvidos, solucione as questões e depois recorra às
respostas, analisando os seus erros.

- Faça uma autoavaliação diária. Não deixe de dedicar um tempinho (e um espaço


na agenda), a cada dia, para fazer uma breve autoavaliação. Pergunte a você
mesmo(a): você realizou a atividade a que se propôs? Caso eventualmente não tenha
realizado, é legal indicar o porquê. Anote também dúvidas, dificuldades ou ideias de
estudo que surgirem...

- Realize uma atividade de lazer educativo. São jogos, atividades artísticas e


culturais que, ao mesmo tempo em que divertem, contribuem para a sua formação
educacional. Não deixe de adotar a prática desse tipo de lazer, pois ela certamente
irá contribuir muito para o seu bom desempenho nos estudos. Veja algumas opções:

 Leia uma HQ: A HQ, ou história em quadrinhos, é uma forma de arte muito
popular entre os adolescentes, por combinar imagens e textos, em narrativas
geralmente bem dinâmicas e, muitas vezes, ousadas. E as HQs narram as
mais variadas histórias – histórias, inclusive, que muitas vezes dialogam com
os conteúdos “de sala de aula”.

 Construa uma playlist temática: Pode ser divertido aprofundar os


conhecimentos sobre um tema a partir da pesquisa e seleção de uma lista de
músicas que tenha alguma relação com ele! Experimente!

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 Pratique um jogo educativo de tabuleiro: Vale usar qualquer jogo de
tabuleiro industrializado, desde que seja um modelo que estimule o raciocínio,
a criatividade ou teste conhecimentos (exemplos: Perfil, Uno, Imagem e
Ação...). Outra ótima opção são os jogos de tabuleiro tradicionais, como dama
e xadrez – eles também ajudam a desenvolver várias habilidades ligadas ao
raciocínio.

 Pratique um jogo educativo online: A internet está repleta de sites com


jogos muito interessantes, que abordam temáticas discutidas na escola e que
propõem problemas curiosos, desafiantes e divertidos para resolver online.
Use sua curiosidade, criatividade e pesquise por eles!

 Leia um bom livro: Escolha uma obra literária que tenha a ver com as suas
preferências e, também, com algum dos assuntos trabalhados nas disciplinas.

 Veja um filme legal: Todo mundo sabe que o cinema combina com a
educação. Um bom filme sensibiliza, faz pensar, informa. Há milhares de
documentários e obras de ficção que têm a ver com os conteúdos trabalhados
pela escola. Faça a sua escolha!

Dicas de planejamento e realização


- Ao selecionar a proposição que servirá como base para o encontro – ou mesmo ao
elaborar uma nova – separe os materiais necessários e prepare, com antecedência, os
recursos que serão utilizados (recipientes, fichas com perguntas etc.). Dessa forma,
será possível aproveitar ao máximo o tempo do encontro.
- O acolhimento e a conversa inicial são importantes para ditar o ritmo do encontro.
Prepare-se para esse momento formulando previamente e com intencionalidade as
perguntas e comentários que guiarão a conversa.
- Durante a mediação, busque estimular a participação dos estudantes a partir de
perguntas que não entreguem o conhecimento ou resposta esperada “de bandeja”. Para
isso, elabore perguntas que abram possibilidades para respostas bem desenvolvidas,
utilizando sempre “como?” e “por quê?”. Essa é uma maneira de trabalhar a metodologia
da problematização no Conecta.vc.
Problematização

Uma forma simples de entender como a problematização pode ser proveitosa nesses
momentos de diálogo é a partir da comparação das duas perguntas a seguir:

1. “A semana de vocês foi boa?”


2. “O que aconteceu de mais significativo na sua semana como estudante”?

Enquanto a primeira pergunta deixa implícita a resposta desejada – de que a semana


tenha sido boa –, a segunda deixa a resposta “em aberto”, incentivando que os
estudantes desenvolvam suas respostas a partir da reflexão, qualificação e
hierarquização dos acontecimentos da semana.

Outra dica é formular as questões no plural, em vez de endereçar as perguntas


individualmente. No lugar de “por que você teve essa dificuldade?”, uma questão
como “por que será que nós sempre temos dificuldade de abordar o professor quando
temos uma dúvida ou dificuldade” contribui para que os adolescentes que

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compartilham do mesmo desafio se sintam acolhidos e abre espaço para que todos
da turma reflitam sobre o aprendizado.

Além disso, problematizar os encontros “Estudante todo dia!” é uma forma de apoiar
os adolescentes a compreenderem a relevância desses momentos. Uma forma de
prosseguir com a problematização é a partir de questões como: “Vocês entendem a
importância desse processo de acompanhamento escolar que estamos vivenciando?
Por que acham que nós o criamos? Como vocês o avaliam? Por que o avaliam
assim?”

De olho na turma!

1. Os estudantes demonstram interesse nos encontros? Saberia indicar quais


proposições funcionaram ou podem funcionar melhor com a turma? Por quê?

2. Os encontros têm ajudado os estudantes a planejar melhor e refletir sobre a


rotina de estudos? Se não, quais novas proposições você pode elaborar para
otimizar esses encontros?

3. Os estudantes compreendem a relevância desses encontros voltados ao


autoconhecimento e à reflexão sobre o cotidiano escolar? Se não, como você
pode ajuda-los a se engajarem nesses encontros de forma intencional e
proveitosa?

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