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Sistemas organizacionais

Os seres necessitam, desde sempre, associarem-se a outros para melhor suprirem


suas necessidades de sobrevivência no planeta, isto é, para associarem-se com um
objetivo a ser alcançado, o qual não alcançariam isoladamente devido as suas
limitações. Estas associações, quando apresentam uma determinada estrutura e
acontecem de maneira organizada e espontânea são chamadas de organizações.
Assim, a nossa sociedade moderna e industrializada se caracteriza por ser uma
sociedade composta de organizações.

Segundo Chiavenato (1991), as organizações são estruturas sociais extremamente


complexas e multidimensionais que estão constantemente em mudança. Para que
uma estrutura organizacional possa ser chamada de sistema organizacional deve
apresentar, de acordo com Paladini (apud Castro, 1997), os seguintes elementos:
"(1) entradas; (2) saídas; (3) interação organizada das partes; (4) princípios
básicos de funcionamento; (5) busca de objetivos comuns; e, (6) realimentação".

A empresa tornou-se o modelo de referência para as atividades humanas em geral.


"A grande empresa privada tornou-se o paradigma da organização moderna"
(Schuck, 1995). Desta forma, a evolução da concepção de organização deve ser
coerente com a concepção de mundo e de homem. E os valores adotados na
elaboração destas concepções, por conseqüência, irão influir diretamente no
conceito de organização.

A teoria geral das organizações tem sido contemplada, através dos tempos, por
escolas com abordagens próprias visando à otimização do desempenho e dos
resultados organizacionais. Todas estas teorias tentam explicar comportamentos e
características peculiares aos seus objetos de estudo. A partir dos conceitos,
parâmetros e variáveis organizacionais oriundos de cada uma das escolas, foram
desenvolvidas ferramentas gerais e específicas para realizar, segundo sua ótica, o
desenvolvimento organizacional no todo ou em partes.

Destas abordagens, as mais novas tem como base teórica, a Teoria Geral dos
Sistemas, desenvolvida por von Bertalanffy que causou uma verdadeira revolução
no pensamento de todas as áreas do conhecimento.

3.1 Teoria dos Sistemas

A Teoria Geral dos Sistemas, desenvolvida por von Bertalanffy, constata que
existem princípios comuns a diferentes disciplinas e áreas de pesquisa. Baseado
nisto é desenvolvida a nova teoria, cujo "objeto principal é a formulação e
derivação dos princípios que são válidos para "sistemas" em geral (von Bertalanffy,
1968, apud Moro,1997).

Esta teoria causa uma verdadeira revolução no pensamento de todas as áreas do


conhecimento, o pensamento analítico dá lugar ao pensamento sintético. A idéia
inicial era de que para a compreensão do "todo", este deveria ser decomposto ou
reduzido em elementos mais simples e os mais fundamentais possíveis, para
primeiramente haver o entendimento das partes e só posteriormente, através da
união dos entendimentos parciais, ter-se a compreensão do "todo". No novo
pensamento, o entendimento do "todo", é o resultado de um contexto muito maior,
do qual faz parte, interfere e influencia e onde é influenciado e sofre interferência.
No seu desenvolvimento, esta teoria prepara o caminho para uma nova maneira de
pensar a realidade. Esta salienta que os elementos de uma realidade estão
interligados, de modo que a maneira correta de entender a realidade e seus
elementos é estudando-os em conjunto, assumindo a existência de inter-

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relacionamentos e efeitos recíprocos. Von Bertalanffy mostra, em seus estudos, o
quanto estes princípios são comuns a diferentes áreas da ciência, isto significa a
possibilidade de uma interação entre cientistas e pesquisadores, obtendo-se a
integração do conhecimento. À vista disto, experiência e informação podem ser
trocadas.

Os principais objetivos da Teoria Geral dos Sistemas, de acordo com von


Bertalanffy (apud Moro, 1997), são que: (1) existe uma tendência geral em direção
à integração de várias ciências, naturais e sociais; (2) tal integração aparenta estar
centrada em uma teoria geral dos sistemas; (3) tal teoria é, talvez, uma maneira
importante de se obter uma teoria exata nos campos não-físicos da ciência; (4)
desenvolvendo princípios unificadores que correm "verticalmente" através do
universo das ciências individuais, a teoria dos sistemas nos traz mais próximos do
objetivo da unidade das ciências; e, (5) isto pode levar a uma necessária
integração na educação científica.

3.1.1 Definição de Sistemas

Um sistema pode ser definido como um "conjunto de elementos em constante


interação" (von Bertalanffy, 1968, apud Moro, 1997). A analogia de sistemas é
realizada comparativamente com as células dos organismos. Estas, mesmo sendo
entes individuais são revestidas pela membrana plasmática com a chamada
permeabilidade seletiva, que permite que a célula realize uma certa troca com o
meio o qual está inserida. Da mesma forma, todos os elementos constituintes de
qualquer sistema estão em constante interação com o meio no qual o sistema está
inserido.

Segundo Pacheco Jr. (1997), o conceito de sistema ultrapassa os limites estáticos e


reclusos do conjunto de elementos até então encarados pela abordagem clássica,
passando a ter suas fronteiras abertas, não bem definidas e em completa fusão
com as de outros sistemas que formam o ambiente mais geral, possibilitando uma
nova ótica de análise e compreensão das coisas. Afirma-se que as propriedades dos
sistemas já não se podem ser bem descritas pelo conhecimento separado de seus
elementos e sim pelo entendimento da interdependência entre estes e destes com a
globalidade.

"Um sistema pode ser pensado como sendo uma quantidade ou conjunto de
elementos ou constituintes em ativa e organizada interação, como que atados
formando uma entidade, de maneira a alcançar um objetivo ou propósito comum
que transcende aqueles dos constituintes quando isolados" (De Greene, 1973, apud
Moro, 1997). Os conceitos desenvolvidos pela Teoria Geral dos Sistemas interferem
também na concepção das organizações. Assim as teorias tradicionais que
baseavam-se na concepção de sistemas como um conjunto fechado de elementos
cedem espaço para as novas teorias, baseadas na idéia de sistemas abertos,
mantendo uma dinâmica troca com o meio no qual está inserido.

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Fonte
CRUZ, Sybele Maria Segala da. Sistemas organizacionais. In: ____. Gestão de
segurança e saúde ocupacional nas empresas de construção civil. Florianópolis:
Novembro, 1998.

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