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CURSO TÉCNICO DE EDIFICAÇÕES

DISCIPLINA: TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL


PROF.: Lino Gilberto da Silva
ALUNO: ....................................................................................... 2016∕2
TURMA: 6030421 - IV Fase - Vespertino - Integrado

IFSC - CURSO TÉCNICO EDIFICAÇÕES - PÓS-MÉDIO - TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL I - MÓDULO I - Prof. LINO GILBERTO DA SILVA Pág. 1
SUMARIO

I.1 - ASPECTOS GERAIS DA CONSTRUÇÃO – Etapas de uma obra


1.1- Planejamento
1.1.1 - Introdução
1.2 - O Que é uma Residência?
1.2 - Código de Obras
1.3 - Projetos
1.4 - Legislação profissional
1.5 - Normas Técnicas
1.5.1 - ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
1.5.2 - Corpo de Bombeiros
1.5.3 - Vigilância Sanitária
1.5.4 - Normas do Ministério do Trabalho
1.6.1.1 - Objetivo e Campo de aplicação
1.7 - Documentos para Aprovação do Projeto
1.8 - Partes componentes de uma Edificação
1.8.1 - Alicerces ou Fundações
1.8.2 - Paredes
1.8.3 - Coberturas
1.8.4 - Instalações
1.8.4.1 - Elétrica
1.8.4.2 - Hidrosanitária
1.8.5 - Demais partes Componentes de uma Edificação

I.2 - LIMPEZA DO TERRENO


2.1 - Desmatamento
2.2 - Terraplanagem
2.3 - Demolições

I.3 - INSTALAÇÕES DO CANTEIRO DE OBRAS


3.1 - Tapumes
3.1.1 - Tapume com estrutura de madeira e fechamento com chapa de compensado.
3.1.2 - Tapumes com chapa e perfil metálico
3.2 - Instalação de Água para consumo na Obra
3.3 - Instalação de Energia Elétrica para consumo na Obra
3.4 - Canteiros de Serviços
3.5 - Instalação de Oficinas junto a Obra
3.6 - Canteiro de Obras
3.6.1 - Escritório
3.6.2 - Almoxarifado
3.6.3 - Depósitos
3.6.4 - Vestiário
3.6.5 - Instalações Sanitárias
3.6.6 - Alojamentos
3.6.7 - Refeitório
3.6.8 - Cozinha
3.6.9 - Central de Armadura
3.7 - Central de Concreto∕Argamassa

I.4 - LOCAÇÃO DA OBRA

I.5 - ESCAVAÇÕES
5.1 - Movimentos de terra

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5.1.1 - Conceito de Escavações
5.1.2 - Escavações com escoramento
5.1.3 - Escavações co esgotamento Dágua

I.6 - FUNDAÇÕES
6.1 - Fundações Superficiais ou Rasas
6.1.1 - Fundações Isoladas
6.1.1.1 - Fundações de alvenaria de tijolos
6.1.1.2 - Alicerce Comum, com Pedra Argamassada, assente sobre Lastro de Concreto
6.1.1.3 - Fundação de Concreto Ciclópico
6.1.1.4 - Fundação de Concreto Armado
6.1.2 - Fundação Continua
6.1.3 - Fundações Profundas (Indireta)
6.1.3.1 - Estacas
6.1.3.1.1 - Tipos de Estacas
6.1.3.2 - Tubulões o Caixões

I.7 - ARGAMASSAS
7.1 - Definição
7.2 - Utilização
7.3 - Função
7.4 - Materiais Componentes
7.4.1 - Cimento
7.4.1.1 - Tipos de Cimentos
7.4.2 - Cal
7.4.2.1 - Cal Virgem
7.4.2.2 - Cal Hidratada
7.4.2.3 - Cal Liquida
7.4.3 - Areia
7.4.3.1 - Classificação da Areia
7.4.4 - Saibro
7.4.5 - Argila
7.4.6 - Pó de Pedra
7.4.7 - Água
7.5 - Argamassa quanto a Consitência (Dosagem)
7.5.1 - Argamassa Macia ou Gorda
7.5.2 - Argamassa Normal
7.5.3 - Argamassa Dura ou Magra
7.6 - Classificação das Argamassas
7.6.1 - Argamassa Simples
7.6.2 - Argamassa Composta
7.7 - Argamassa mais Utilizadas:
7.8 - Dimensionamento da quantidade de Materiais para Argamassa
7.8.1 - Cálculo da quantidade de materiais para 1,00 m 3 de Argamassa no Traço: 1 Cim.
x 3 Areia Grossa
7.8.2 - Quantidades de materiais para uma saca de Cimento de 50 Kg
7.8.3 - Cálculo das Padiolas

I.8 - CONTRAPISO
8.1 - Definição
8.2 - Tipos de Contrapiso
8.2.1 - Contra piso com base de Brita (Argamassada)
8.2.2 - Contrapiso com base de Concreto Magro
8.2.3 - Contrapiso com Laje de Concreto Armado

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I.9 - IMPERMEABILIZAÇÃO
9.1 - Ação das Águas
9.2 - Problemas Causados
9.3 - Soluções
9.4 - Em que Consiste a Impermeabilização ?
9.5 - Tipos de Impermeabilização
9.5.1 - Impermeabilização de Massa ou por Colmagem
9.5.1.1 - Definição
9.5.1.2 - Objetivo
9.5.1.3 - Aditivos Usados
9.5.1.4 - Aplicação
9.5.2 - Impermeabilização de Superficie ou por Membrana
9.5.2.1 - Definição
9.5.2.2 - Principais caraccterísticas da Umidade
9.5.2.3 - Condiçoes para Aplicação
9.5.2.4 - Tipos de Impermeabilização por Membrana
9.5.2.4.1 - Impermeabilização Asfáltica
9.5.2.4.2 - Impermeabilização com Elastômeros
9.5.2.4.3 - Impermeabilização com Silicone
9.5.2.4.4 - Impermeabilização com Tintas
9.6 - Superficies a serem Impermeabilizadas
9.6.1 - Impermeabilização de Pisos
9.6.2 - Impermeabilização de Paredes
9.6.3 - Impermeabilização de Baldrame
9.6.4 - Impermeabilização de Caixas Dàgua

I.10 - ALVENARIA
10.1 - Definição
10.2 - Alvenaria de Tijolos
10.2.1 - Tipos de Tijolos
10.2.2 - Resistência a Compressão
10.2.3 - Vantagens
10.2.4 - Desvantagens
10.2.5 - Tipos de Paredes
10.2.6 - Escolha do Tipo de Parede
10.2.6.1 - Parede de Cutelo
10.2.6.2 - Parede Singela
10.2.6.3 - Parede de 3/4 de Tijolo
10.2.6.4 - Parede de 1 Tijolo
10.2.6.5 - Parede de 1 1/2 Tijolo
10.2.7 - Cantos e vista de frente das paredes de Tijolo Maciço
10.2.7.1 - Parede de Cutelo
10.2.7.2. - Parede Singela
10.2.7.3 - Parede de um Tijolo
10.2.8 - Cantos e vista de frente de parede de tijolo de 6 furos
10.2.8.1 - Paredes de 15 cm
10.2.8.2 - Paredes de 20 cm
10.2.9 - Assentamento dos Tijolos
10.2.9.1 - Argamassas Utilizadas
10.2.9.2 - Assentamento
10.2.10 - Tijolos a Vista
10.2.10.1 - Assentamentos de tijolos a aparente (vista)
10.2.11 - Cálculo do consumo de Tijolos e o Volume de Argamassa por M 2 de Parede

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10.2.12 - Exercício
10.3 - Verga e Contraverga
10.3.1 - Verga de Concreto Armado sobre o Vão de Janelas e Ferros Corridos embaixo
do Vão
10.3.1.1 - Vergas para Aberturas com Vão menor que 1,00 M
10.3.1.2 - Vergas para Aberturas com Vão maior que 1,50 M
10.3.2 - Vergas com altura de 5 cm
10.3.3 - Vergas para Janelas do tipo Veneziana
10.3.4 - Vergas para Janelas de Ferro ou Aluminio
10.4 - Fixação de Marcos de Portas e Janelas
10.5 - Alvenaria de Blocos de Concreto
10.6 - Alvenaria com Blocos de Concreto Celular Autoclavado
10.7 - Gesso Cartonado (DRYWALL)

11 - Bibliografias

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I.1 - ASPECTOS GERAIS DA CONSTRUÇÃO – Etapas de uma obra

1.1 - Planejamento

1.1.1 - Introdução

Uma das maiores aspirações do homem é, sem dúvida, sua moradia própria,
construída se possível, a seu modo e gosto.
Uma construção, por mais modesta que seja, consome muito dinheiro. Então, o
conhecimento prático de execução de obra, permite construir melhor e mais barato.
Se soubermos construir uma parede, como preparar e aplicar uma tinta, estamos em
condições de executar os serviços nós mesmos, ou contratar os serviços de um pedreiro
e um pintor, podendo fiscalizar melhor, o trabalho desses profissionais.
Procuraremos então, fornecer noções mais importantes, desde a escolha do terreno
até os trabalhos de acabamento de uma construção.

1.1.2 - O Que é uma Residência?

Desde o inicio de sua existência, o homem vem aperfeiçoando sua casa.


No começo da história da civilização, sentindo necessidade de abrigar-se da chuva,
vento, neve, e do ataque de animais, o homem buscou abrigo naquilo que a própria
natureza lhe oferecia, a caverna - eis a casa primitiva.
Com o passar dos tempos, o homem foi adquirindo ferramentas e aprendendo a
construir seu abrigo, em lugares para ele, mais conveniente.
Assim, apareceram as casas de pedra e de tronco de árvores. Devemos salientar,
entretanto que, a casa sofre influência não só do clima, como do modo de vida de quem
deve habitá-la.
Assim, o esquimó, nos desertos gelados do Ártico (polo norte), para abrigar-se do
frio intenso e outros animais faz, do gelo, seu Iglú. O índio Brasileiro, utilizando os
recursos da região, constrói sua Óca de palha.
Adaptando-se ao meio em que vive, utilizou o material mais comum na região, o
esquimó utilizou o gelo e o índio às folhas e troncos de árvores.
Com o avanço da civilização, passou o homem a contar com outros recursos e, em
conseqüência, a tornar-se mais exigente.
Um simples abrigo já não lhe servia mais. Passou a desejar temperaturas mais
amenas no seu interior (fresca no verão e quente no inverno), um local específico para
repouso, iluminação artificial, meios de diversão, meios de poder preparar seus alimentos,
meios que possibilitem limpeza corporal, etc...
Em locais de clima muito frio, por exemplo, onde cai neve constantemente, o tipo de
telha e inclinação do telhado tem importância muito grande.
Caso contrário, o peso da neve poderia destruir a cobertura. Para combater o frio
excessivo, há necessidade do aquecimento interno, sendo importantes nesses casos, as
lareiras.
Nos climas quentes, o telhado destina-se particularmente a receber e escoar para o
solo, as águas da chuva. A inclinação já não precisa ser tanta, sendo apenas a
necessária para escoar as águas. O combate ao calor intenso exige que o telhado seja
mal condutor do calor, que as janelas tenham aberturas amplas e permitam uma boa
ventilação natural.
Ventiladores e acondicionadores de ar são desejáveis. Garagens, lavanderias,
despensa, armários, etc..., são também requisitos de uma casa moderna.
Com esses objetivos, chegou o homem até nossos dias, com verdadeiras obras-
primas em termos técnicos e construtivos.

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As residências foram ficando cada vez mais requintadas. Mas o que é importante, é
que uma residência não deve chamar a atenção como um anúncio luminoso. A beleza
simples agrada sempre, ao passo que a exagerada torna-se dentro de pouco tempo,
monótona. Os cômodos variam de importância com a localização, clima, número de
pessoas da família, etc...
Se tentarmos localizar o ponto inicial de uma obra, quase sempre vamos encontrá-la
na primeira entrevista com o cliente. Na realidade, o Marco Zero dos trabalhos de uma
construção, na quase totalidade dos casos, é a entrevista inicial. Portanto, a primeira
entrevista tem muita importância, e já constitui trabalho profissional.
Considerando que o futuro cliente é praticamente um leigo, caberá então ao
profissional, orientar a entrevista para um caminho mais objetivo, c olhendo o maior
número possível de dados necessários para a elaboração do Anteprojeto.

Então, é necessário saber:


a - O que o cliente quer fazer;
b - O que o cliente pode fazer.
* Na prática, observa-se que o item a é sempre muito maior que o b, por isso, temos
que averiguar muito bem este item b.

Necessitamos então saber:


a - A localização, metragem e características do terreno;
b - O tipo de construção (residencial, comercial, industrial, e o número de
pavimentos;
c - A quantidade e designação dos cômodos necessários. Para o caso de
construção de residências convém indagar o número de pessoas, sexo e
idade, que nela irão morar, para que o projeto seja mais objetivo;
d - A metragem aproximada dos cômodos;
e - A descrição resumida e aproximada dos acabamentos, para ser possível
verificar as possibilidades de execução, em função da verba;
f - O valor total, disponível para a construção.

Ao encerrar-se a entrevista, é normal se prometer ao cliente, a elaboração de um


Anteprojeto, fixando determinado prazo para análise.
Porém, é indispensável uma visita ao terreno e fazer junto à prefeitura local uma
Consulta de Viabilidade Técnica, antes de dar inicio aos trabalhos.

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1.2 - CÓDIGO DE OBRAS

O código de obras é uma Lei instituída pelas Prefeituras Municipais (normalmente os


maiores municípios - em Florianópolis é a Lei l246, de l974), para estabelecer normas de
projetos e de construção em geral, destacando normas técnicas visando um
aperfeiçoamento cada vez maior da construção, aprimorando a paisagem e arquitetura
das edificações.

Obs.: “O atual Código de Obras de Florianópolis (LC 060/2000) não faz menção
específica às habitações de interesse social. O tópico que se pode destacar
refere-se a algumas mudanças e critérios para habitações com menos de
70,00m², conforme expresso no artigo 19 da Lei Municipal” (Art. 19 O projeto
das edificações de uso residencial unifamiliar, ou acréscimos destas, com
área máxima final de construção não superior a 70,00m² (setenta metros
quadrados) e um só pavimento)”.

Normaliza também:
a) De acordo com a legislação profissional os profissionais habilitados para
exercer tal função e de que maneira podem exercê-la:
b) Quais as condições para aprovação dos projetos e licenciamento da obra;
c) As penalidades (multas, embargos, etc...);
d) As demolições - de que maneira podem ser feitas;
e) As condições para construção de:
- Edificações residenciais unifamiliares e multifamiliares;
- Edificações não residenciais (Para uso industrial, comercial, atividades
profissionais, estabelecimentos hospitalares, escolas, etc.)
f) As condições em geral relativas às edificações:
- Sobre o terreno, Fundação, Estrutura, Paredes, Forros, Pisos, Coberturas.
Sempre em função das Normas Técnicas.

1.3 - Projetos

Para realização do projeto definitivo, é preciso fazer uma consulta à prefeitura local
“Consulta de Viabilidade Técnica”, para conhecer:
a) A área do lote que pode ser edificada;
b) O recuo mínimo de frente;
c) Os recuos mínimos laterais;
d) O recuo mínimo de fundos;
e) A altura máxima, para edifícios (se for o caso);
f) A existência ou não de projeto de desapropriação para alargamento da rua, ou
outro, melhoramento público.
Essas restrições impostas pela prefeitura (em função do local) são na realidade uma
necessidade. Sem elas, as construções urbanas seriam uma completa desordem. Dessa
maneira, após termos em mãos esses dados, podemos efetivamente passar à elaboração
do projeto definitivo.

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No projeto, devemos fazer constar:

a - Plantas propriamente ditas (planta baixa, cortes, fachada, cobertura, locação,


situação e Projeto de Instalações Hidrosanitária e Elétrico)

a.1 - Planta Baixa - Mostra a distribuição interna da construção, vista de cima;

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a.2 - Planta de Cortes - Mostra a construção, vista como se ela fosse serrada ao
meio (são necessários pelo menos dois cortes: longitudinal e transversal);

a.3 - Planta da Fachada - Mostra a construção vista de frente (se o terreno for de
esquina é necessário mostrar as duas fachadas);

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a.4 - Planta de Cobertura - Mostra a construção vista de pôr cima, mostrando o
caimento das águas do telhado. Nesta planta mostra-se também a posição
da fossa e do sumidouro no terreno;

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a.5 - Planta de Locação - Serve para posicionar a obra dentro do terreno
disponível para a construção.

a.6 - Planta de Situação - Serve para situar o terreno na quadra em que o mesmo
estiver localizado.

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b - Outras Plantas
b.1 - Planta Elétrica - Mostra toda a parte referente as instalações elétricas, como:
1 - Diâmetro e disposição dos eletrodutos;

2 - Disposição das tomadas, interruptores, pontos de luz e quadros;

b.2 - Planta de Instalação Telefônica/Internet/TV – Mostra a disposição dos pontos


de Telefone, Internet e TV.
b.3 - Planta de Prevenção Contra Incêndio - Mostra a posição do:
1 - Hidrante de Calçada;
2 - Tubulação;
3 - Caixas;
4 - Mangueiras
5 - Extintores;

b.4 - Planta Hidrosanitária - Mostra a parte referente as instalações água fria,


quente e esgoto, como:
1 - Diâmetro e disposição das tubulações;
2 - Posição dos aparelhos sanitários;
3 - Caixa d’água;
4 - Dimensões da fossa e do sumidouro.

b.5 - Planta do Estrutural - Mostra a execução do concreto armado e deve constar


desta planta:
1 - Dimensões das peças (Vigas, Pilares, Lajes, Fundações, etc...)
2 - Forma;
3 - Ferragens;
4 - Volume de concreto.

b.6 - Planta de Detalhes - Mostra alguns detalhes construtivos, que não


conseguimos mostrar nas demais plantas.
c - Perfil do terreno;
d - Quadro de especificações.
e - Memorial Descritivo

As escalas serão: 1:20 para planta de detalhes, 1:50 ou 1:100, para as plantas
baixa, cortes e fachadas; 1:100 ou 1:200 para planta de cobertura, locação e para o perfil
do terreno e a planta de situação nas escalas 1:200 a 1:1000. As demais plantas
também nas escalas de 1:50 ou 1:100.

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1.4 – Legislação Profissional

Técnico Industrial em Edificações tem a profissão reconhecida através do Decreto nº


90.922 de 06 de fevereiro de l985, que regulamentou a Lei nº 5.524 de 05 de novembro
de l968. E ainda o Decreto nº 4.560, de 30 de dezembro de 2002.

Art. 3º (Lei n° 5.524/68) - Os técnicos industriais e técnicos agrícolas de 2º grau,


observado o disposto nos arts. 4º e 5º, poderão:

I - conduzir a execução técnica dos trabalhos de sua especialidade;


II - prestar assistência técnica no estudo e desenvolvimento de projetos e
pesquisas tecnológicas;
III - orientar e coordenar a execução dos serviços de manutenção de equipamentos
e instalações;
IV - dar assistência técnica na compra, venda e utilização de produtos e
equipamentos especializados;
V - responsabilizar-se pela elaboração e execução de projetos compatíveis com a
respectiva formação profissional.

Art. 4º - As atribuições dos técnicos industriais de 2º grau, em suas diversas


modalidades, para efeito do exercício profissional e de sua fiscalização, respeitados os
limites de sua formação, consistem em:
I - executar e conduzir a execução técnica de trabalhos profissionais, bem como
orientar e coordenar equipes de execução de instalações, montagens,
operação, reparos ou manutenção;
II - prestar assistência técnica e assessoria no estudo de viabilidade e
desenvolvimento de projetos e pesquisas tecnológicas, ou nos trabalhos de
vistoria, perícia, avaliação, arbitramento e consultoria, exercendo, dentre
outras, as seguintes atividades:
1) coleta de dados de natureza técnica;
2) desenho de detalhes e da representação gráfica de cálculos;
3) elaboração de orçamento de materiais e equipamentos, instalações e mão de
obra;
4) detalhamento de programas de trabalho, observando normas técnicas e de
segurança;
5) aplicação de normas técnicas concernentes aos respectivos processos de
trabalho;
6) execução de ensaios de rotina, registrando observações relativas ao controle
de qualidade dos materiais, peças e conjuntos;
7) regulagem de máquinas, aparelhos e instrumentos técnicos.
III - executar, fiscalizar, orientar e coordenar diretamente serviços de manutenção e
reparo de equipamentos, instalações e arquivos técnicos específicos, bem
como conduzir e treinar as respectivas equipes;
IV - dar assistência técnica na compra, venda e utilização de equipamentos e
materiais especializados, assessorando, padronizando, mensurando e orçando;
V - responsabilizar-se pela elaboração e execução de projetos compatíveis com a
respectiva formação profissional;
VI - ministrar disciplinas técnicas de sua especialidade, constantes dos currículos
do ensino de 1º e 2º graus, desde que possua formação específica, incluída a
pedagógica, para o exercício do magistério nesses dois níveis de ensino.

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O Decreto nº 90.922 em seu parágrafo 10, do art. 4º, diz que "Os Técnicos de 20
Grau, das áreas de Arquitetura e de Engenharia Civil na modalidade Edificações, poderão
projetar e dirigir edificações de até 80,00 m2 de área construída, que não constituam
conjuntos residenciais, bem como realizar reformas, desde que não impliquem em
estruturas de concreto armado ou metálica, e exercer a atividade de desenhista de sua
especialidade".

Art. 13 do Decreto nº 90.922 - A fiscalização do exercício das profissões de técnico


industrial e de técnico agrícola de 2º grau será exercida pelos respectivos Conselhos
Profissionais.

Art. 14 do Decreto nº 90.922 - Os profissionais de que trata este Decreto só poderão


exercer a profissão após o registro nos respectivos Conselhos Profissionais da jurisdição
de exercício de sua atividade.

Art. 18 do Decreto nº 90.922 - O exercício da profissão de técnico industrial e de


técnico agrícola de 2º grau é regulado pela Lei nº 5.524, de 5 NOV 1968, e, no que
couber, pelas disposições das Leis nºs 5.194, de 24 DEZ 1966, e 6.994, de 26 MAIO
1982.

1.5 – NORMAS TÉCNICAS

1.5.1 - ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas


Ex. NBR – nº 16280 de 18 de abril de 2014 – Reforma em Edificações – Sistema de
Gestão de Reforma – Requisistos.

1.5.2 – Corpo de Bombeiros

(IN 004/DAT/CBMSC) Planta de situação e locação:


Locação: a locação é o desenho que representa a edificação dentro do terreno, com
suas cotas de afastamentos, recuos, e no caso dos projetos de segurança contra
incêndios, locação de dispositivos, tais como, hidrante de recalque, central de gás,
acessos, outras edificações e outros.
Situação: a planta de situação indica a forma e as dimensões do terreno, os terrenos
e as construções vizinha, representa o terreno em relação à rua em que se encontra
distância entre este e a esquina mais próxima, suas cotas, relevo, ruas que servem de
acesso e sua orientação norte-sul.

(IN 006/DAT/CBMSC) Sistema preventivo por extintores:


O extintor de incêndio é um aparelho de acionamento manual, portátil ou sobre
rodas, constituído de recipiente metálico, que pode ser de aço, cobre, latão ou material
equivalente e seus acessórios, que contém no seu interior um agente extintor, que pode
ser expelido por um agente propelente e dirigido sobre um foco de fogo.
Os extintores de incêndio recebem o nome de acordo com o agente extintor que
contêm:
I - água pressurizada;
II - espuma mecânica;
III - pós para extinção de incêndio (BC, ABC e D);
IV - gases (CO2, Halotron, Fe 36, etc).
Quantidade mínima de extintores:

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Em edificações com mais de um pavimento, são exigidas no mínimo dois extintores
de incêndio para cada pavimento, mesmo que em área inferior ao exigido para uma
capacidade extintora.
Quando a edificação for comercial (mercantil e/ou escritório), possuindo lojas
independentes e onde a porta principal não der acesso à circulação comum da edificação,
onde estiver instalado o sistema de segurança contra incêndio, para cada loja ou sala
deverá ser previsto, no mínimo, um extintor de incêndio.
Para áreas superiores a 400m2, com risco de incêndio Elevado é obrigatório o
emprego de extintores sob-rodas.
Para postos de reabastecimento de combustíveis é obrigatória a instalação de no
mínimo um extintor por bomba de abastecimento. (No caso do posto de reabastecimento
possuir apenas uma única bomba, deverá ser previsto no mínimo dois extintores de
incêndio).

A localização e a sinalização dos extintores obedecerão aos seguintes requisitos:


I - a probabilidade de o fogo bloquear o seu acesso ser a menor possível;
II - boa visibilidade e acesso desimpedido;
III - sua localização não será permitida nas escadas (junto aos degraus) e nem
em seus patamares.

(IN 009/DAT/CBMSC) Sistema de saídas de emergência:

Objetivo: Estabelecer e padronizar critérios de concepção e dimensionamento do


Sistema de Saídas de Emergência, dos processos analisados e fiscalizados pelo Corpo
de Bombeiros Militar do Estado de Santa Catarina – CBMSC.
Os acessos devem satisfazer as seguintes condições:
I - permitir o escoamento fácil de todos os ocupantes do pavimento;
II - permanecer desobstruídas em todos os pavimentos;
III - a largura dos acessos será medida na menor parte livre;
IV- a largura dos acessos será calculada pela fórmula constante no artigo 62 desta
IN.
V - os acessos são dimensionados em função dos pavimentos que servirem à
população.
Art. 22. Em qualquer edificação, os pavimentos sem saída em nível para o espaço
livre exterior, devem ser dotados de escadas e/ou rampas.
Art. 23. Todos os tipos de escadas (comum, protegida, enclausurada, enclausurada
à prova de fumaça e pressurizada) e rampas devem terminar obrigatoriamente no piso de
descarga, não podendo ter comunicação direta com outro lanço na mesma prumada.
Art. 24. As escadas, rampas e as antecâmaras não podem ser utilizadas como
depósitos, localização de móveis ou equipamentos, passagem de tubulações, colocação
de caixas de inspeção, caixas de passagens para fiação elétrica ou telefônica, colocação
de medidores de gás, medidores de água, colocação de hidrantes e de quaisquer outros
elementos que diminuam sua resistência ao fogo, e não podem possuir abertura para
tubulações de lixo.

1.5.3 – Vigilância Sanitária

- NBR 6492 - Representação de projetos de arquitetura;


- NBR 5261 - Símbolos gráficos de eletricidade – Princípios gerais para desenho de
símbolos gráficos;
- NBR 7191 - Execução de desenhos para obras de concreto simples ou armado;
- NBR 7808 - Símbolos gráficos para projetos de estruturas;
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- NBR 14611 - Desenho técnico – Representação simplificada em estruturas
metálicas; e
- NBR 14100 - Proteção contra incêndio – Símbolos gráficos para projetos.

1.5.4 – Normas do Ministério do Trabalho

NR 18 - Coondições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção


(118.000-2)

Alterado pela Portaria nº 644, de 09 de maio de 2013 - dou de 16/05/2013


Alterado pela Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978 – DOU 06/07/78
Alterado pela Portaria DSST n.º 02, de 20 de maio de 1992 - D.O.U 21/05/92
Alterado pela Portaria SSST n.º 04, de 04 de julho de 1995 - D.O.U 07/07/95
Alterado pela Portaria SSST n.º 07, de 03 de março de 1997 - D.O.U 04/03/97
Alterado pela Portaria SSST n.º 12, de 06 de maio de 1997 - D.O.U 07/05/97
Alterado pela Portaria SSST n.º 20, de 17 de abril de 1998 - D.O.U 20/04/98 (Retf.
07/05/98)
Alterado pela Portaria SSST n.º 63, de 28 de dezembro de 1998 - D.O.U 30/12/98
Alterado pela Portaria SIT n.º 30, de 13 de dezembro de 2000 - D.O.U 18/12/00
Alterado pela Portaria SIT n.º 30, de 20 de dezembro de 2001 - D.O.U 27/12/01
Alterado pela Portaria SIT n.º 13, de 09 de julho de 2002 - D.O.U 10/07/02
Alterado pela Portaria SIT n.º 114, de 17 de janeiro de 2005 - D.O.U 07/01/05
Alterado pela Portaria SIT n.º 157, de 10 de abril de 2006 - D.O.U 12/04/06
Alterado pela Portaria SIT n.º 15, de 03 de julho de 2007 - D.O.U 04/07/07
Alterado pela Portaria SIT n.º 40, de 07 de março de 2008 - D.O.U 10/03/08

1.6.1.1 – Objetivo e Campo de aplicação


Esta Norma Regulamentadora – NR estabelece as diretrizes de ordem
administrativa de planejamento e de organização, que objetivem a implementação de
controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio
ambiente de trabalho na indústria da Construção.
Consideram-se atividades da Indústria da Construção as constantes do Quadro I,
Código da Atividade Específica, da NR 4 - Serviços Especializados em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho e as atividades e serviços de demoliç ão, reparo,
pintura, limpeza e manutenção de edifícios em geral, de qualquer número de pavimentos
ou tipo de construção, inclusive manutenção de obras de urbanização e paisagismo.
É vedado o ingresso ou a permanência de trabalhadores no canteiro de obras,
sem que estejam assegurados pelas medidas previstas nesta NR e compatíveis com a
fase da obra. (118.001-0 / I3)
A observância do estabelecido nesta NR não desobriga os empregadores do
cumprimento das disposições relativas às condições e meio ambiente de tr abalho,
determinadas na legislação federal, estadual e/ou municipal, e em outras estabelecidas
em negociações coletivas de trabalho. (118.002-9 / I3)

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1.7 - Documentos para Aprovação do Projeto

a - Escritura;
b - Via da ART - Anotação de Responsabilidade Técnica;
c - Cópias dos projetos (3 cópias), assinadas pelo proprietário e pelo
responsável técnico;
d - Aprovação junto ao SUS - Sistema Unificado de Saúde;
e - Registro no IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas;
f - Registro no INSS - Instituto Nacional de Seguridade Social;
g - Aprovação do Corpo de Bombeiros, (para construções comerciais, industriais
e Multifamiliares);
h - Prefeitura Municipal
- Requerimento da pessoa interessada;
- Comprovante de recolhimento de taxas;
- Consulta de Viabilidade Técnica.

Depois de concluída a obra, para ocupar é necessário solicitar o habite-se, que é o


documento permitindo a utilização da mesma. Os habite-ses são fornecidos pelo: SUS,
Corpo de Bombeiros e Prefeitura e por último solicitar ao INSS a Guia de Quitação, que
só é fornecido após o pagamento das taxas.
Após emissão de todos os Habite-se se leva ao Cartório de Registro de Imóveis para
averbação da construção na escritura.

1.8 - Partes componentes de uma Edificação

Uma edificação, destinada à residência, compõe-se sob o aspecto de uma


construção em:
a - Alicerce (fundação);
b - Paredes;
c - Cobertura;
d - Instalações.

1.8.1 - Alicerces ou Fundações

Funcionam como os pés de uma construção. Formam normalmente, um elemento


achatado e resistente que, apoiado no solo, sustenta as paredes, vigas, pilares, cobertura,
etc.... Devem ter largura tal que não afundem no solo e resistência suficiente para que
não sejam esmagados sob o peso da estrutura.

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1.8.2 - Paredes

Separando a edificação do exterior, construem-se as paredes externas e entre os


cômodos, as paredes internas.
Não havendo na edificação estrutura de concreto armado, as paredes funcionam
também como elemento estrutural, uma vez que as mesmas destinam-se, nesse caso, a
sustentar o forro, o telhado com sua armação, caixa d’água, etc...
Para permitir a passagem de um cômodo para outro, abrem-se vãos nas paredes
internas, que são as portas.
Para possibilitar ventilação e iluminação natural, abrem-se vãos nas paredes
externas, destinadas às janelas e portas externas.

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1.8.3 - Cobertura

É a parte superior da edificação, que se destina a receber e conduzir ao solo a água


da chuva e em certos locais, a neve, impedindo que penetrem na casa.
As águas da chuva poderão ser jogadas pelo telhado, diretamente ao solo, ou
através de canalizações adequadas (calhas e condutores), à rede de águas pluviais.
Para regiões onde há queda de neve constante, o telhado tem forçosamente, que
ser fortemente inclinado, para que a neve possa escorrer livremente sobre ele e cair ao
solo.
A cobertura não terá que ser necessariamente um telhado. Poderá, nesse caso, ser
um terraço impermeabilizado ou uma laje de concreto armado impermeável, para que a
umidade não penetre na edificação.
Abaixo dos telhados, há geralmente um forro, que fecha por cima, os cômodos da
edificação, tornando-os mais estéticos e impedindo respingos de água da chuva no seu
interior. Esses forros poderão também ser lajes de concreto armado, de estuque, de
madeira, isopor ou outro material, como forro de PVC.
Em construções muito econômicas, pode não existir forro; é o caso das construções
de telha vã.

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1.8.4 - Instalações

1.8.4.1 - Elétrica
As Instalações Elétricas permitem acender lâmpadas nos pontos desejados, com
interruptores nos locais mais indicados para comando do acendimento, e ligar pequenos
aparelhos a tomadas comumente colocadas.

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1.8.4.2 - Hidrosanitária

As instalações de água e esgoto permitem a utilização de aparelhos sanitários,


lavatórios, banheiras, chuveiros, pias, tanques, etc... Fornecem a água necessária e
levam as águas servidas e dejetos para fora da residência.
Na verdade, são as instalações que dão vida à residência. Conforme o grau de
conforto e luxo varia o volume de instalações. Instalações de gás, telefone,
intercomunicadores, elevadores, calefação central, ar condicionado, são exemplos de
Outras Instalações.

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1.8.5 - Demais partes componentes de uma Edificação

As partes descritas até aqui, são as principais.


Não devemos, entretanto, esquecer outras partes sem as quais uma residência
ficaria incompleta.
- Os pisos da edificação são o chão interno com um revestimento, destinado a torná-
la forte, impermeável, e com bom aspecto. Conforme o destino do cômodo, temos um
piso impermeável e lavável, etc... Assoalho de madeira, laminados ladrilhos cerâmicos,
mármore, são muito encontrados para revestimento de pisos.
- As paredes também deverão ser revestidas, não só para lhe dar melhor aspec to,
mas também para torná-las mais resistentes e impermeáveis. São muito encontradas
paredes revestidas de cerâmicas, reboco, etc...
- Calçada, Vidros, etc...

I.2 - Limpeza do Terreno

O local destinado à construção deverá ser limpo de qualquer árvore, exceto aquela
que deverá ser aproveitada como elemento ornamental.
Não deve ser limpo apenas o local que irá ficar sob a construção, mas também as
áreas, em torno, para circulação dos operários e as destinadas às entradas da obra.
O local da obra bem organizado e limpo facilita o trabalho dos operários, permitindo
uma melhor fiscalização e controle dos serviços.

2.1 - Desmatamento

Normalmente o desmatamento do terreno, é executado por operários especialmente


contratados para isso, os quais usam em função do tipo de terreno e da obra, os mais
variados tipos de equipamentos ou instrumentos, que poderão ser:

Manuais - Enxadas, Foices, Pás, etc...


Mecânicos - Serras.

2.2 - Terraplanagem

Fica em função do tipo de terreno e da obra. Após ter sido efetuado o


desmatamento, procede-se a execução da terraplanagem, que é para determinadas
obras, fator fundamental para o seu melhor desenvolvimento.

A terraplanagem também poderá ser:


Manual - Para pequenas obras: Pás, Enxadas, Picaretas, etc...
Mecânico - Para grandes obras: Escavadeiras, Motoniveladoras, etc...

2.3 - Demolições

Antes de passar à fase seguinte da obra, procedam-se as demolições, no caso de


existir no terreno, no local onde deverá ser localizada a edificação, alguma edificação
anterior ou ainda pedras a serem demolidas.
As demolições deverão ser efetuadas, sob orientação, do responsável técnico da
obra, seguindo determinações da prefeitura local, contidas no Código de Obras - Capitulo
Demolições, no que se refere principalmente à segurança e formas de executar o
trabalho.

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I.3 - INSTALAÇÕES DO CANTEIRO DE OBRAS

3.1 – Tapumes

3.1.1 – Tapume com estrutura de madeira e fechamento com chapa de compensado.

3.1.2 – Tapumes com chapa e perfil metálico

3.2 - Instalação de Água para consumo na Obra

Uma das providências iniciais, logo após os serviços de limpeza, é a de conseguir


água para consumo da obra.
Deve-se utilizar uma das referências conseguidas na 1ª visita ao terreno, que é a
existência ou não de rede pública de água e esgoto.
- Em caso positivo, deve-se solicitar ao órgão competente (Empresa Concessionária
de Águas e Esgoto), o pedido de ligação provisória de água para consumo da obra, se for
empresa que construirá a obra, se for o proprietário a ligação poderá ser definitiva.
- No caso de não haver rede de água na rua, devemos imediatamente providenciar a
perfuração de um poço no local mais adequado dentro do terreno (que deverá ser
definitivo).
É bom lembrar que a perfuração do poço requer vários dias, devendo seu início,
portanto, ser antecipado ao dia marcado para início dos trabalhos.

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Se existir rede de água e não existir rede de esgotos, poderemos antecipar o início
dos trabalhos, realizando logo a perfuração do poço para uso na obra e que servirá
posteriormente para instalação da fossa ou sumidouro.
Dependendo do tipo de construção, no caso multifamiliar, comercial, industrial, etc...,
a concessionária exige a apresentação do projeto para análise e posterior ligação, mesmo
para inicio da construção.

3.3 - Instalação de Energia Elétrica para consumo na Obra

Antes de iniciara instalação do canteiro de obras, é necessário solicitar a empresa


concessionária de energia elétrica a instalação de uma rede para fornecimento de energia
elétrica para obra.
Assim como a instalação de água, a empresa concessionária de energia elétrica tem
um prazo máximo para a ligação, que depende muito, da tensão da rede na região.
Dependendo do tipo de construção, no caso multifamiliar, comercial, industrial, etc...,
a concessionária exige a apresentação do projeto para análise e posterior ligação, mesmo
para inicio da construção.

3.4 - Canteiros de Serviços

Resolvido o problema de abrigo, com a construção do barracão, inicia-se a


preparação do terreno para receber a construção do canteiro de serviços e
posteriormente, a locação da futura edificação.
O canteiro de serviços para pequenas obras é composto de:
a - Depósito de materiais (areia, brita, cimento, etc...);
b - Local para preparo de argamassas;

O local destinado ao canteiro de serviços deve ser escolhido atendendo tanto


quanto possível às seguintes condições:
a - Local onde possa permanecer até o final da obra sem atrapalhar os trabalhos;
b - Proximidade do ponto de água;
c - Espaços livres laterais para descarga de caminhões de areia e pedra;
d - Proximidade das peças entre si, depósito de materiais e local para preparo de
argamassa, que deverá ser limpo e regularizado.
1.3.5 - Instalação de Oficinas junto a Obra

A instalação de oficina junto à obra, tanto seja simples quanto complicada, deve ser
objeto de estudo realizado com devida antecedência e por pessoal especializado (o
técnico responsável normalmente), variando de acordo com a complexidade da obra.
Uma instalação racional permite respeitar os prazos impostos (Cronograma),
evitando-se perda de mão de obra, materiais, utensílios e máquinas, facilitando a boa
execução.
A instalação dessas oficinas compreende as construções auxiliares e as máquinas
necessárias para a execução de uma obra.

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1.3.6 - Canteiro de Obras

Parcial - Local onde é feito partes dos serviços auxiliares da obra.


Total - Local onde é feito todos os serviços auxiliares da obra.

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1.3.6.1 - Escritório -Compõem-se, geralmente, de dependências para os seguintes
elementos da administração da obra:

1) Engenheiros/Arquitetos
2) Técnicos
3) Mestre de Obras
4) Auxiliares de escritório
5) Segurança do Trabalho
6) Ambulatório
7) Sanitários
8) Encarregados.

1.3.6.2 - Almoxarifado
• Preferencialmente separado dos escritórios, porém nas suas proximidades;
• Mantido limpo e arrumado;
• Ficar próximo das entradas;
• Localizado de modo a permitir uma fácil distribuição dos materiais pelo canteiro.

1.3.6.3 - Depósitos
São locais destinados a estocagem de materiais volumosos ou de uso corrente,
podendo ser a céu aberto ou cercados, para possibilitar o controle.

1.3.6.4 - Vestiário
Todo canteiro de obras deve possuir vestiário para troca de roupa dos trabalhadores
que não residam no local. Deve ser equipado com:
• Armários individuais dotados de fechadura ou dispositivo com cadeado;
• Bancos, com largura mínima de 30 cm.

1.3.6.5 - Instalações Sanitárias


• Estar em locais de fácil e seguro acesso e no máximo a 150 m de distância do
posto de trabalho;
• Ter portas de acesso que impeçam o seu devassamento e ser construídas de
modo amaneiro resguardo conveniente.

1.3.6.6 - Alojamentos
• Área mínima de 3,00 m2 por módulo cama/armário, incluindo a circulação;
• No máximo duas camas na vertical (beliche);
• Lençol, fronha e travesseiro por cama, em condições adequadas de higiene, e
cobertor, quando as condições climáticas o exigirem;
• Armários individuais. É obrigatório o fornecimento de água potável, filtrada e fresca
no Alojamento.
Proporção: um bebedouro para cada grupo de 25 pessoas.
• Áreas de Vivência com alojamento: deve ser solicitada à concessionária local a
instalação de um telefone comunitário.
• É obrigatório o fornecimento gratuito, pelo empregador, de vestimenta de trabalho
e sua reposição, quando danificada.

1.3.6.7 - Refeitório
• Garantir o atendimento de todos os trabalhadores no horário das refeições;
• Assentos em número suficiente para atender aos usuários;
• Lavatório instalado em suas proximidades ou no seu interior.

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1.3.6.8 - Cozinha
• Pia para lavar os alimentos e utensílios;
• Instalações sanitárias de uso exclusivo dos encarregados de manipular gêneros
alimentícios, refeições e utensílios (que não se comuniquem diretamente com a cozinha);
• Equipamentos de refrigeração, para preservação dos alimentos.

1.3.6.9 - Central de Armadura

• Localizar o processamento do aço (corte/dobra/pré-montagem) nas proximidades


do estoque de aço e facilmente acessível quanto ao transporte vertical;
• Área da ordem de 50 m2;
• Cobertura seria o ideal, mas é obrigatória apenas sobre eventual policorte.

1.3.7 – Central de Concreto∕Argamassa

• Proximidades do estoque de areia;


• Próximo ao equipamento para transporte vertical;
• De preferência em local coberto (para viabilizar trabalho mesmo com chuva);
• Cuidado com interferências com outros fluxos de material.
• N° de betoneiras é função da demanda da obra por argamassas (mesmo que a
obra só demande uma, é conveniente ter uma menor para caso de emergências);
• Prever tablado para estoque dos sacos de aglomerante necessários para o dia de
trabalho.

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1.4 - LOCAÇÃO DA OBRA

Definição: É o ato de transportar a obra do papel (desenho) para o terreno. Na realidade é


o processo de transferência da planta baixa do projeto da edificação para o terreno, com
os recuos e afastamentos necessários. Deve-se adotar o máximo rigor e conferência das
medidas.
Faz-se um estudo comparativo dos projetos - Arquitetônico e Estrutural, para dar
inicio à locação.
Quando a obra não necessitar do projeto estrutural, a locação é baseada no
Arquitetônico.
- O primeiro passo para execução da locação é a definição do ponto de referência.

Pontos de referências, que podem ser usados:


- Poste no alinhamento do passeio;
- Ponto deixado pelo topógrafo quando da realização do controle do movimento de
terra;
- Terreno lateral;
- Referência de nível (RN)

Procedimentos que antecendem a locação da obra:


- o terreno deve estar limpo (capinado) e, preferencialmente, na cota de arrasamento
das fundações (estacas ou sapatas).
- é necessário conseguir a referência inicial que pode ser um ponto definido no
terreno e um rumo ou uma parede de construção vizinha. A referência mais comum em
obras urbanas é o alinhamento predial que geralmente é marcada por equipe de
topógrafo da prefeitura ou por empresa prestadora de serviços contratada pela município.
- estudar os projetos.
- providenciar todos os equipamentos e ferramentas necessários.

Equipamentos e ferramentas necessárias para se realizar a locação de uma obra:


- teodolitos e níveis;
- nível de mangueira;
- trena metálica de 30 metros (jamais usar trena de lona, plástico ou metro de
madeira);
- linhas de nylon;
- nível de pedreiro;
- Prumo;
- Arame;
- tinta esmalte (cores vermelha e branca), marreta, martelo e pregos etc.

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A Locação poderá ser feita através do processos Tábua Corrida (Tabeira) e pelo
processo de Cavaletes

- Processo da Tábua Corrida (Tabeira)– Gabarito


O Processo por tabeira é constituido de estacas e tábuas niveladas, em esquadro,
que circunda todo o contorno da obra, com distâncias laterais em torno de 1,20 m.

- Traçado de ângulos retos e paralelas sobre o gabarito utilizando esquadro metálico

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- Feito a marcação da obra na tabeira, transfere-se a mesma para o terreno com o
uso do prumo de centro.

Locação pode ser:


* Interna - pelo eixo da parede
* Externa - pela face externa
Observação - Sempre que houver necessidade de estaqueamento, sua locação será
feita antes das paredes.

Locação por Tabeira

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- Processo Cavalete: - Para grandes extensões (obras) adota-se então o uso de
equipamentos topográficos auxiliados por cavaletes. Faz-se a marcação aproximada, do
contorno da obra.

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Locação por Cavalete

Com linhas de nylon ou arame de aço recozido esticados, a partir das marcações do
gabarito e no cruzamento das linhas, transferir as coordenadas das estacas (Sapata ou
elemento que venha a ser executado), para o terreno, usando o fio de prumo, marcar o
ponto exato da estaca (centro), cravando um piquete (pintado de branco)

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No processo de Locação o nivelamento poderá ser feito com equipamentos, como
Estação Total, Nível a Lazer, Mangueira de Nível, etc...

nível de bolha

linha
. .
. .

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I.5 - ESCAVAÇÕES

5.1 - Movimentos de Terra

Movimentos de terras são trabalhos relacionados com a modificação do relevo de


um terreno.
As modificações do relevo de um terreno realizam-se pela execução de desmontes e
terraplanagem.
O Desmonte - Consiste em rebaixar o nível do terreno, pela extração de terras.

Terraplanagem - Consiste em trazer terras, para elevar o nível.

Ex. em corte

Na verdade, movimentos de terra, em termos gerais são os que abrangem uma


superfície muito grande se executam em terrenos abertos (para realização estradas,
aeroportos, etc ...).
* As escavações, são movimentos de terras cuja profundidade, em relação à
superfície ou largura, é mais importante.
As escavações servem para a construção de edifícios (normalmente para fundação).

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5.1.1 - Conceito de Escavações:

Chamamos escavação a toda largura, o movimento de terras gerais da superfície


construída, cuja profundidade está limitada, por exemplo, ao nível do solo dos subsolos.

A escavação em sulco é uma trincheira cuja largura mínima é de 0,40 m, e é


destinada a alojar as fundações, canalizações, etc..., dentro das devidas proporções.

A Escavação em Poços é um movimento de terras de pequena superfície e grande


profundidade. Este tipo de escavação realiza-se para se estabelecer, por exemplo, as
fundações de pilares isolados. As dimensões são reduzidas, mas dependem do
equipamento utilizado.

Chama-se Escavação em Galeria, a que se faz sob a terra e requer emprego de


escoramento, à medida que a escavação vai aumentando.

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1.5.1.2 - Escavações com Escoramento

As escavações são executadas por desmontes sucessivos, de camadas de 0,40 m


de profundidade.
Quando a profundidade de uma escavação é importante, para se prevenir
desmoronamentos e riscos de acidentes, é conveniente revestir as paredes escavadas.
A inclinação dos taludes naturais, em um determinado terreno, pode ser
desfavoravelmente influenciada por certos fatores:
- As possíveis infiltrações de água no interior da escavação, ou procedentes das
chuvas;
- O efeito das trepidações provocadas por máquinas e veículos, são elementos que
podem modificar os planos de abertura dos terrenos.

De qualquer maneira, as paredes de qualquer escavação devem ser revestidas,


quando a inclinação do talude exceder às seguintes relações:

1 : 1 - Em terrenos movediços ou desmoronáveis.

1 : 2 - Em terrenos moles, mas resistentes.

1 : 3 - Em terrenos muito compactos (firmes).

* As paredes de qualquer escavação devem ser revestidas, quando a inclinação for


maior que as citadas, para os diferentes terrenos.

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Assim, as escavações mais profundas, devem apresentar perfis transversais da
seguinte forma:
 Conservam-se o talude natural do terreno.

 Estaqueiam-se as paredes, para diminuir o terreno ocupado pela escavação

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 O revestimento se sobressai das banquetas para evitar o desmoronamento e
queda de terras para o fundo.
 Conservam-se os taludes naturais para a parte superior, mas reveste-se a parte
inferior.

 Quando as camadas encontradas são de diferentes consistências fazem-se os


estaqueamentos com tábuas verticais ou horizontais.

 Este método apresenta riscos porque é dificil sustentar o terreno com os


pontaletes apenas
A execução dos andaimes ou estaqueamento pode-se fazer segundo os costumes
locais.

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Contudo, muitos pontos são regulamentados pelos serviços de segurança das
Companhias de Seguro.

Entre elas citamos:


a - A largura das escavações a serem estaqueadas (escoradas) deve ser tal que o
escoramento possa ser feito em condições normais; como mínimo seria:

PROFUNDIDADE ATINGIDA LARGURA DO ESCORAMENTO


Até 1,00 m (livre)
1,50 m 0,65 m
2,00 m 0,75 m
3,00 m 0,80 m
4,00 m 0,90 m
> 5,00 m 1,90 m

b - O escoramento deve ser feito a tempo, e o material destinado para isso deve
estar junto à obra, com suficiente antecipação em bom estado e quantidade
suficientes.
c - O estaqueamento deve compreender tábuas de 4 a 5 cm de espessura ou perfil
metálico apropriado.
Os cotovelos usados devem ser de madeiras, roliças e corte adequados aos
esforços.
Os pontaletes devem ser metálicos e os de madeira, devem ser esquadriados
(arrumados-aprumados).
d - A distância livre entre as tábuas dependem da natureza do terreno.
* Em terreno mole (movediço), as tábuas devem estar bem juntas, para evitar
que o material possa fluir para dentro da escavação.
* Em terrenos resistentes, pode-se deixar um espaço vazio entre as tábuas.
e - Qualquer escavação com mais de 2,00 m de profundidade, deve ter uma
escada. Esta escada deve exceder ao nível do solo em 0,75 m pelo menos.

Para a execução de trabalhos especiais, necessitam-se cálculos estáticos e


supervisão de especialistas nesse tipo de atividade.

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5.1.3 - Escavação com Esgotamento D’água

Para se eliminar as águas de chuva ou infiltrações, instala-se na própria escavação


(em um ponto mais baixo), um sumidouro.
O sumidouro é um buraco de mais ou menos, 1,00 m de profundidade, para o qual
convergem todas as águas drenadas pelas escavações em gretas e fendas, mediante
pequenos canais escavados para isso. Do sumidouro a água é retirada por meio de
bombas ou outro meio de esgotamento para o exterior da escavação. Para obras de
grande importância, instala-se uma estação de esgotamento automática.

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I.6 - FUNDAÇÕES

È um elemento estrutural que recebe as cargas de uma edificação e transmite ao


solo.

6.1 - Fundações Superficiais ou Rasas

Consiste em transmitir diretamente para o solo a carga recebida de uma construção.


Com profundidade variando até 3,00 m.

6.1.1 - Fundações Isoladas

São formadas por sapatas ou blocos de Alvenaria de Pedra, Concreto Simples,


Ciclópico ou Armado e ainda de Tijolos Maciços.

6.1.1.1 - Fundação de Alvenaria de Tijolos

6.1.1.2 - Alicerce Comum, com Pedra Argamassada, assente sobre lastro de concreto

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6.1.1.3 - Fundação de Concreto Ciclópico

6.1.1.4 - Fundação de Concreto Armado

quando Df < B - Fundações diretas


quando Df > B - Fundações profundas

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6.1.2 - Fundações Contínuas

Quando é estendida sob todo o comprimento da parede, ou seja, onde tiver parede,
tem fundação.

Geralmente são Alvenaria de Pedra, Concreto Simples, Ciclópico ou Armado.

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6.1.3 – Fundações Profundas (Indireta)

6.1.3.1 - Estacas

As estacas são peças alongadas, cilíndrica ou prismática, que se cravam ou se


confeccionam no solo, com as seguintes utilizações:
a - Transmissão de cargas à camadas profundas do terreno;
b - Contenção dos empuxos de terras ou de água (estacas-pranchas);
c - Compactação de terrenos.

6.1.3.1.1 - Tipos de Estacas

As estacas que se destinam à transmissão de cargas a camadas profundas do


terreno podem ser classificadas em:
- Estacas de Madeira;

Esta
cas
de
Con
creto
(Pré-
mold
adas
ou Moldadas in loco);

- Estacas Metálicas

6.1.3.2 –
Tubulões o
Caixões
-
Tubulões ou
Caixões a Ar
Comprimido

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- Tubulões ou Caixões a Céu Aberto

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I.7 - ARGAMASSAS

7.1 - DEFINIÇÃO
São misturas de materiais Aglomerantes (Cimento, Cal, Gesso), com Agregado
Miúdo (Areia, Saibro, Pó de Pedra, Argila) e Água em proporções determinadas.

7.2 - UTILIZAÇÃO
- Elevação de alvenaria;
- Revestimento de pisos, paredes, e tetos;

7.3 - FUNÇÃO
- Tornar possível a ligação de todas as unidades da alvenaria proporcionando uma
transmissão mais regular de pressões;
- Anular irregularidades existentes em superfícies e impedir a penetração da
umidade através das juntas.

7.4 - MATERIAIS COMPONENTES

7.4.1 - CIMENTO

O cimento, ao sair da fábrica acondicionado em sacos de várias folhas de papel


impermeável, apresenta-se finamente pulverizado e praticamente seco, assim devendo
ser conservado até o momento da sua utilização.
Quando o intervalo de tempo decorrido entre a fabricação e a utilização não é demasiado
grande, a proteção oferecida e em geral, suficiente.
Caso contrário, precauções suplementares devem ser tomadas para que a integridade
dos característicos iniciais do aglomerante seja preservada.
A principal causa da deterioração do cimento é a umidade que, por ele absorvida,
hidrata-o pouco a pouco, reduzindo-lhe sensivelmente as suas características de
aglomerante.
O cimento hidratado é facilmente reconhecível. Ao esfregá-lo entre os dedos sente-se que
não está finamente pulverizado, constata-se mesmo, freqüentemente, a presença de
torrões e pedras que caracterizam fases mais adiantadas de hidratação.

RECOMENDAÇÕES:
O cimento sendo fornecido em sacos deve-se verificar sua integridade, não
aceitando os que estiverem rasgados ou úmidos. Os sacos que contém cimento
parcialmente hidratado, isto é, com formação de grumos que não são total e facilmente
desfeitos com leve pressão dos dedos, não devem ser aceitos para utilização em concreto
estrutural.
Para armazenar cimento é preciso, em primeiro lugar, preservá-lo, tanto quanto
possível, de ambientes úmidos e em segundo, não ser estocado em pilhas de alturas
excessivas, pois o cimento ainda é possível de hidratar-se.
É que ele nunca se apresenta completamente seco e a pressão elevada a que ficam
sujeitos os sacos das camadas inferiores reduz os vazios, forçando um contato mais
intenso entre as partículas do aglomerante e a umidade existente chegando a empedrar.
O empedramento às vezes é superficial, se o saco de cimento for tombado sobre uma
superfície dura e voltar a se afofar, ou se for possível esfarelar os torrões com os dedos, o
cimento deste saco pode ser utilizado. Caso contrário, ainda se pode tentar aproveitar o
cimento utilizando em aplicações de menor responsabilidade como pisos, calçada, lastros
etc. depois de peneirado em peneira com malha de 5 mm (peneira de feijão), mas não
deve ser utilizado em peças estruturais.

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Portanto para evitar essas duas principais causas de deterioração do cimento é
aconselhável:
- As pilhas não excederem de mais de 10 sacos, salvo se o tempo de
armazenamento for no máximo 15 dias, caso em que pode atingir 15 sacos;
- As pilhas devem ser feitas a 30 cm do piso sobre estrado de madeira e a 30 cm
das paredes e 50 cm do teto;
- Os lotes recebidos em épocas diferentes e diversas não podem ser misturados,
mas devem ser colocados separadamente de maneira a facilitar sua inspeção e seu
emprego na ordem cronológica de recebimento. Devem-se tomar cuidados especiais no
armazenamento utilizando cimento de marcas, tipos e classes diferentes;
- Deve ser de fabricação recente (90 dias), o ideal é até 30 dias;
- Só deve ser utilização do cimento, quando embalado originalmente de fábrica;
- Deve ser depositado em local livre de umidade;
- Peso Específico = 1420 Kg/m3.

7.4.1.1 – Tipos de Cimentos

 CPI - Cimento Portland Comum


É o cimento que possui um desempenho superior, situando-se entre os Cimentos
Portland Composto (CPII) e o Cimento Portland de Alta Resistência Inicial (CPV-ARI). É
um cimento especialmente desenvolvido para uso em Concreto Usinado e Prë-Moldados,
com desforma rápido.

Características Físicas 3 Dias 7 Dias 28 Dias


Resistência Normalizada 10 Mpa 20 MPa 32 MPa
Resistência CPI-S Votoram 28 Mpa 33 MPa 39 MPa

 Adições até 5% de material pozolânico ou carbonático


 Tempo de Pega  2 horas (cura inicial em Laboratório)
 Expansibilidade menor que 5 mm.

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 CPII - Cimento Portland Composto
É o Cimento Composto com adição de material carbonático; nasespecificações
fixadas pela Norma Brasileira.
Usado para argamassas de Assentamento, Revestimento e Rejuntamento; Concreto
Estrutural, Armado e Protendido, Simples e Aparente; Pré Moldados, Artefatos de
Cimento, Solo cimento e Pavimento de Concreto Simples e Armado.

 CPIIE - Cimento Portland Composto com Escória


(com adição de escória granulada de alto-forno) - Composição intermediária entre o
cimento Portland comum e o cimento Portland com adições (alto-forno e pozolânico). Este
cimento combina com bons resultados o baixo calor de hidratação com o aumento de
resistência do Cimento Portland Comum. Recomendado para estruturas que exijam um
desprendimento de calor moderadamente lento ou que possam ser atacadas por sulfatos.

Características Físicas 3 Dias 7 Dias 28 Dias


Resistência Normalizada 10 MPa 20 MPa 32 MPa
Resistência CPII-E 23 MPa 28 MPa 37 MPa

 CPIIF - Cimento Portland Composto com Filer


O Cimento Portland composto tem diversas possibilidades de aplicações e por isso é
um dos cimentos mais utilizados no Brasil. Suas propriedades atendem desde estruturas
em concreto armado até argamassas de assentamento e revestimento, concreto massa e
concreto para pavimentos. Recomenda-se não utilizar na necessidade de desforma rápida
sem cura térmica, concreto protendido pré-tensionado e meio fortemente agressivo.
O CPII F 32 tem adição de fíller calcário, em teor entre 6 e 10%.

Características Físicas 3 Dias 7 Dias 28 Dias


Resistência Normalizada 10 MPa 20 MPa 32 MPa
Resistência CPII-F 23 MPa 28 MPa 37 MPa

 O CPII Z 32 - Cimento Portland composto com pozolana


O Cimento Portland composto tem diversas possibilidades de aplicação e por isso é
um dos cimentos mais utilizados no Brasil.
Suas propriedades atendem desde estruturas em concreto armado até argamassas
de assentamento e revestimento, concreto massa e concreto para pavimentos.
Recomenda-se não utilizar na necessidade de desforma rápida sem cura térmica e
concreto protendido pré-tensionado.
O CP II-Z-32 leva, em sua composição, de 6 a 14% de pozolana.
 Tempo de Pega  3 horas (cura inicial em Laboratório)
 Expansibilidade menor que 5 mm.

Características Físicas 3 Dias 7 Dias 28 Dias


Resistência Normalizada 10 MPa 20 MPa 32 MPa
Resistência CPII-Z 23 MPa 28 MPa 37 MPa

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 CPIII - Cimento Portland Alto Forno - (AF)
Apresenta maior impermeabilidade e durabilidade, além de baixo calor de
hidratação, assim como alta resistência à expansão devido à reação álcali-agregado,
além de ser resistente a sulfatos. É um cimento que pode ter aplicação geral em
argamassas de assentamento, revestimento, argamassa armada, de concreto simples,
armado, protendido, projetado, rolado, magro e outras. Mas é particularmente vantajoso
em obras de concreto-massa, tais como barragens, peças de grandes dimensões,
fundações de máquinas, pilares, obras em ambientes agressivos, tubos e canaletas para
condução de líquidos agressivos, esgotos e efluentes industriais, concretos com
agregados reativos, pilares de pontes ou obras submersas, pavimentação de estradas e
pistas de aeroportos. Comporta adições de 35 a 70% de Escória e até 5% de material
carbonático. Sendo o cimento mais ecológico de todos os cimentos produzidos no
Brasil. Pois além da preservação das jazidas naturais e pelo menor lançamento de CO2
na atmosfera, aproveita o rejeito das siderúrgicas, a escória.

Características Físicas 3 Dias 7 Dias 28 Dias 90 Dias


Resistência Normalizada 10 MPa 20 MPa 32 MPa -
Resistência CPIII 18 MPa 25 MPa 34 MPa 44 MPa

 CPIV - Cimento Portland Pozolânico


É utilizado para Argamassa de Assentamento, Concretos Artefatos de cimento, Solo
cimento e usos em geral. Apresenta grandes vantagens quando aplicado em obras em
ambientes agressivos, trabalhos de fundações, em subterrâneos e em obras que
empregam grandes volumes de concreto.
Ex.: próximo ao mar.

Características Físicas 3 Dias 7 Dias 28 Dias 90 Dias


Resistência Normalizada 10 MPa 20 MPa 32 MPa -
Resistência CPIV-Votoram 18 MPa 25 MPa 34 MPa 44 MPa
 Adições até 55% de material pozolânico ou carbonático
 Tempo de Pega  3 horas (cura inicial em Laboratório)
 Expansibilidade menor que 1 mm.

 CPV - Cimento Portland Alta Resistência Inicial - (ARI)


É um cimento com elevada velocidade de reação. A designação ARI representa o
mínimo de resistência à compressão aos 7 dias, ou seja 32 MPa.
É desenvolvido especialmente para pré-moldados de médio e grande porte, obras e
peças que requeiram curto período de tempo de entrega e serviço. O desenvolvimento
rápido da resistência implica num ritmo acelerado de liberação de calor e exige cuidados
com a cura, principalmente no uso em peças com grandes dimensões. Um
acompanhamento técnico é necessário, para a adequada utilização deste supercimento.

Características Físicas 3 Dias 7 Dias 28 Dias


Resistência Normalizada 14 MPa 24 MPa 34 MPa
Resistência CPV-ARI 27 Mpa 32 MPa 40 MPa

 Adições até 24% de material pozolânico ou carbonático


 Tempo de Pega  2 horas (cura inicial em Laboratório)

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 CPV-ARI RS - Cimento Portland de alta resistência inicial resistente a
sulfatos
O Cimento Portland de alta resistência inicial resistente a sulfatos tem alta
reatividade em baixas idades em função do grau de moagem.
O clínquer é o mesmo utilizado para a fabricação de um cimento convencional, mas
permanece no moinho por um tempo mais prolongado. O cimento continua ganhando
resistência até os 28 dias, atingindo valores mais elevados que os demais,
proporcionando maior rendimento ao concreto. É largamente utilizado em produção
industrial de artefatos, concreto protendido pré e pós-tensionado, pisos industriais,
argamassa armada e concreto dosado em central.
O CP V-ARI RS é resistente a sulfatos devido à adição de cinza pozolânica,
tornando-o indicado para a produção de estruturas em ambientes agressivos.

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7.4.2 - CAL
A adição de cal em uma argamassa melhora fundamentalmente a trabalhabilidade, a
capacidade de reter água e a elasticidade, enquanto piora todas as outras propriedades.
Então são evidente que se deve utilizar a que melhore estas características, sem
prejudicar mais as outras.
A cal é um dos principais ligantes que deve compor uma boa argamassa; é obtida
através das seguintes rochas calcárias:
- Calcítica CaCO 3
- Dolomítica - CaMg (CO3) 2.

7.4.2.1 - CAL VIRGEM


A cal virgem apresenta características muito boas em relação à cal hidratada de
fábrica; evidentemente se esta for corretamente extinta, e ainda quando ela é pura e da
melhor qualidade. Para utilização em argamassa de alvenaria é necessário fazer a
extinção da cal durante, no mínimo, uma semana e para utilização em revestimentos é
necessário a extinção durante 3 semanas.

A cal virgem é obtida da seguinte fórmula:


Calcário = Carbonato de Cálcio
CaCO3 ------ CaO + CO2
100 ------ 56 + 44
CaO = Cal Virgem
CO2 = Gás ---> evapora-se durante a queima do CaCO3, para cada 100 Kg de
calcário 44 Kg evapora-se, os 56 Kg restantes transformam-se em cal virgem.
Para a extinção da cal é aconselhável misturá-la com areia fina, na proporção de 1
cal x 3 areia.
Peso específico = 1200 Kg/m3.

7.4.2.2 - CAL HIDRATADA


A cal hidratada comercializada entre nós é de muito baixa qualidade. Para utilização
em argamassa de alvenaria, pode-se misturá-la com os demais materiais na hora da
utilização; enquanto que, para argamassa de revestimento de parede é aconselhável
deixá-la descansar por 24 horas.
Na cal hidratada (seca), têm-se em torno de 20% do seu peso em água; que se
evapora durante a cura da argamassa, ou é absorvida pelo cimento.
CaO (cal virgem)+ H2O ---> Ca(OH)2 + vapor, transforma-se em Cal Hidratada ou
hidróxido de cálcio Ca(OH) 2.
Peso Específico = 830 Kg/m3

7.4.2.3 - CAL LÍQUIDA


É um produto que é adicionado a água de amassamento. Estes produtos atuam na
argamassa como plastificante, melhorando assim a trabalhabilidade da mesma, sem, no
entanto, substituir outras funções da cal, na argamassa. Exemplo: Assenterite, Quimical,
etc...

Observação
- Com 1,00 m3 de cal virgem obtém-se 1,50 m3 de cal em pasta
- Com 1,40 m3 de cal hidratada obtém-se l,00 m3 de cal em pasta

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7.4.3 - AREIA
A influência da granulometria e da forma dos grãos da areia utilizada é bastante
acentuada na argamassa.
- Deverá ser quartzosa;
- Deverá ser isenta de matérias orgânicas, sais e argila;
- Tem que ser: Lavada, Calcinada, Peneirada;
- Peso Específico: Areia Úmida = 1500 Kg/m 3
Areia Seca = 1600 Kg/m3;
- Obtenção em rios e minas;
- Vendida em m3 .

7.4.3.1 - CLASSIFICAÇÃO DA AREIA

a - Areia Grossa - é aquela em que os grãos passam na peneira 7 mm e que ficam


retidos na peneira 2 mm, (usada para concreto, salpico e
assentamentos de pisos);
b - Areia Média - a maioria dos grãos passa na peneira de 2 mm e que fica retida na
peneira de 0,42 mm (usada para alvenaria de tijolos e revestimento
de paredes);
c - Areia Fina - a maioria dos grãos passam na peneira 0,42 mm (usada para massa
fina - acabamento);

7.4.4 - SAIBRO
- É proveniente da desagregação do granito e gnaise;
- Deverá conter no máximo de 30 % de argila e no mínimo 20 % de areia;
- Deverá ser claro, isento de matéria orgânica, áspero, fortemente arenoso, quando
se destina a emboços e assentamento de pisos;
- Macios e ligüentos, quando para alvenaria e colocação de azulejos;
- Vendido em m3.

7.4.5 - ARGILA
- Deverá ser limpa e ter coloração uniforme;
- Isenta de raízes e impurezas;
- Seja rija ou dura; Quando seca apresentará coesão bastante para constituir
torrões, dificilmente desagregáveis por pressão dos dedos; quando úmida só será
moldada pelos dedos com grande esforço;
- Vendida em m3.

7.4.6 - PÓ DE PEDRA
- Deverá ser o resíduo do britamento do granito;
- Isenta de argila e matéria orgânica;
- Completamente livre de pó;
- Vendido em m3.

7.4.7 - ÁGUA
- Deverá ser potável;
- Em caso de se desconhecer a água, deve-se fazer análise química da mesma,
para não prejudicar o poder de agregação das argamassas e dos concretos, nem o
aspecto do serviço quando concluído;
- 35% da água colocada nas argamassas e concretos reagem com o cimento o 65%
restante evapora-se.

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7.5 - ARGAMASSA QUANTO A CONSISTÊNCIA (Dosagem)

7.5.1 - ARGAMASSA MACIA OU GORDA


É aquela em que há excesso de pasta na mistura; é fácil de trabalhar, porém
dificulta a produção do pedreiro; possui mais de 25% de aglomerante.

7.5.2 - ARGAMASSA NORMAL


É aquela em que o volume da pasta não preenche exatamente os vazios entre os
grãos; possui de 15 a 25% de aglomerante.

7.5.3 - ARGAMASSA DURA OU MAGRA


É aquela em que o volume de pasta não preenche totalmente os vazios entre os
grãos do agregado; exigindo muita habilidade do pedreiro; sendo indicadas para dias de
chuva, não oferecendo grande aderência e possuindo menos de 15% de aglomerante.

Observação - A argamassa média deve ter uma quantidade de aproximadamente


450 Kg/m3 de finos, na sua mistura.

7.6 - CLASSIFICAÇÃO DAS ARGAMASSAS

7.6.1 - ARGAMASSA SIMPLES


É aquela que possui apenas 1 aglomerante;

Ex.: 1 cimento x 3 areia.

7.6.2 - ARGAMASSA COMPOSTA


É aquela que possui 2 ou mais aglomerantes;

Ex.: 1 cimento x 1 cal x 6 areia

7.7 - ARGAMASSAS MAIS UTILIZADAS:

1) - Alvenaria de Pedra
1 cim. x 6 a 8 areia grossa
1 cim. x 8 a 12 saibro
1 cim. x 1 cal x 10 saibro

2) - Alvenaria de Tijolos
1 cim. x 2 a 3 cal x 8 areia média
1 cim. x 8 saibro
1 cim. x 4 areia média

3) - Emboço Externo
1 cim. x 6 areia média
1 cim. x 1 cal x 7 areia média
1 cim. x 7 partes cal e areia fina ( 1 x 3 ).

4) - Emboço Interno
1 cim. x 8 areia média
1 cim. x 2 cal x 12 areia média
1 cim. x 8 partes cal e areia fina (1 x 3)

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5) - Chapisco
1 cim. x 3 a 4 areia grossa

6) - Contrapiso
- Revestimento grosso 1 cim. x 3 areia grossa
- Colocação de pisos 1 cim. x 3 a 4 areia grossa
- Camada de regularização 1 cim. x 3 a 4 areia média

7) - Reboco - Massa Única


1 cim. x 1 cal x 5 areia fina
1 cim. x 2 cal x 6 areia fina.

8) - Massa Fina
1 cim. x 2 cal x 5 areia fina

Observação - No caso da utilização da cal líquida, ou da confecção de argamassa


com produtos especiais (aditivos), deve-se seguir a orientação do fabricante, para
composição do traço.

7.8 - DIMENSIONAMENTO DAS QUANTIDADES DE MATERIAIS PARA ARGAMASSA

- Processo dos volumes aparentes


1,00 m3 cimento 53 % de vazios
volume real 0,47 m3

1,00 m3 areia fina 50 % de vazios


volume real 0,50 m3

1,00 m3 areia média 45 % de vazios


volume real 0,55 m3

1,00 m3 areia grossa 40 % de vazios


volume real 0,60 m3

1,00 m3 cal em pasta 0 % de vazios


volume real 1,00 m3

7.8.1 - CÁLCULO DA QUANTIDADE DE MATERIAIS PARA 1,00 M 3 DE ARGAMASSA,


NO TRAÇO: 1 Cim. x 3 Areia Grossa

volume aparente volume real


3
1,00 m de cimento 0,47 m3
3,00 m3areia grossa (3 x 0,60) 1,80 m3
3
4,00 m x 15 % de água 0,60 m3
2,87 m3

a - Cimento
2,87 m3 argamassa 1,00 m3 de cimento
1,00 m3 argamassa X de cimento

X = 1,00 m3 x 1,00 m3 = 0,350 m3 0,350 m3 x 1420 Kg/m3 = 500 Kg


2,87 m3

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b - Areia
2,87 m3 argamassa 3,00 m3 areia
1,00 m3 argamassa X areia
X = 1,00 m3 x 3,00 m3 = 1,050 m3
2,87 m3

c - Água
2,87 m3 argamassa 0,60 m3 água
3
1,00 m argamassa X água
X = 1,00 m3 x 0,60 m3 = 0,209 m3 ou 209 litros
2,87 m3

7.8.2 - QUANTIDADES DE MATERIAIS PARA UMA SACA DE CIMENTO DE 50 Kg

a - Cimento = 50 Kg

b - Areia
500 Kg de cimento 1,05 m3 areia
50 Kg de cimento X areia

X = 50 kg x 1,05m3 = 0,105 m3
500 Kg

c - Água
500 Kg de cimento 0,209 m3 água
50 Kg de cimento X água

X = 50 kg x 0,209 m3 = 0,0209 m3 ou 21 litros


500 Kg

7.8.3 - CÁLCULO DAS PADIOLAS

Para efeito do cálculo das padiolas, considera-se as dimensões da boca da padiola


com 0,35m x 0,45 m.

0,35m x 0,45m x hm = 0,105 m 3

h = 0,105 m3 = 0,105 m3 = 0,66 m


0,35 x 0,45 0,1575 m2

0,66 m dividido por 3 (traço) é igual a 3 caixas de 0,35 x 0,45 x 0,22 m.

7.8.4 – Exercício - Calcule a quantidade de materiais necessários para revestir a obra


abaixo. Traço 1 cim. X 2 cal x 4 areia média. Usar argamassa de cal (traco 1 x 3).
Obs. 1 - Espessura do Revestimento = 0,02 m
2 - Revestir os dois lados das paredes
3 - Revestir o Teto.

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I.8 - CONTRAPISO

8.1 - DEFINIÇÃO - É a base para colocação do piso.

8.2 - TIPOS DE CONTRAPISO

8.2.1 - CONTRAPISO COM BASE DE BRITA (ARGAMASSA)


Em locais onde não vai transitar grandes cargas, costuma-se fazer contrapiso com
uma camada de brita, com espessura de aproximadamente 10 cm, e um recobrimento de
argamassa, com 5 cm de espessura, no traço 1 cim. x 4 areia grossa.

Apiloa-se e nivela-se o terreno, depois se coloca a camada de brita, recobrindo-se


com argamassa.

8.2.2 - CONTRAPISO COM BASE DE CONCRETO MAGRO


Em locais onde o piso vai receber grandes cargas é necessário fazer uma base que
resista estas cargas.
- Apiloa-se e nivela-se o terreno;
- Aplica-se uma camada de concreto simples, no traço 1 cim. x 3 areia grossa x 6 de
brita, com espessura de acordo com o tipo de carga, que o piso vai receber, sendo
aconselhável no mínimo 10 cm.
- Em aterros recentes é recomendável a utilização de uma malha de ferro,
espaçados em torno de 40 cm, para reforçar o terreno.

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8.2.3 - CONTRAPISO COM LAJE DE CONCRETO ARMADO
Assim, como em grandes camadas de aterro e que o piso vai receber grandes
cargas, o contrapiso com Laje de Concreto Armado funciona muito bem.
Para dividir um pavimento de outro, geralmente utiliza-se Laje de Concreto Armado,
Laje Prémoldada, ou outro tipo de laje, que neste caso, funciona também como base para
contrapiso.

I.9 - IMPERMEABILIZAÇÃO

9.1 - AÇÃO DAS ÁGUAS


Normalmente a água se torna perniciosa quando usada em excesso no concreto,
solapando as bases de fundações, deteriorando madeiras, etc... Entretanto são muito
mais comum à ação maléfica causada por infiltrações d´agua, provenientes das chuvas
ou do próprio solo.

9.2 - PROBLEMAS CAUSADOS


- Manchas ou umidade no interior das edificações;
- Desagregação dos materiais de construção, com o passar do tempo;
- Bolor, Mofo;
- Escorrimento ou gotejamento de água;
- Deslocamento de revestimento;
- Descasque da pintura;
- Corrosão.

9.3 - SOLUÇÕES
As soluções apresentadas ficam condicionadas ao tipo de infiltração que se deseja
dominar. Entretanto, pode-se afirmar que quando previstas, as infiltrações sempre
poderão ser vencidas.

9.4 - EM QUE CONSISTE A IMPERMEABILIZAÇÃO ?


A permeabilidade é a aptidão que as argamassas têm de se deixarem atravessar
pela água, e dela dependem em grande parte, a Incrustação (propriedade de aderir), a
Dissolução (propriedade de dissolver-se) e a Decomposição (separação dos
componentes).
A impermeabilização então consiste em fornecer as condições mais
adequadas na preparação e cuidados das superfícies, e o uso de equipamentos e
materiais, para impedir a penetração da umidade nos locais a serem protegidos.

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Atualmente, dispomos de produtos desenvolvidos especialmente para evitar a ação
prejudicial da água.
Podemos dividir os tipos de impermeabilização, de acordo com o ataque de água:
- contra a pressão hidrostática;
- contra a infiltração;
- contra a umidade do solo.
Os serviços de impermeabilização contra pressão hidrostática e contra água de
infiltração não admitem falhas; a impermeabilização para esses tipos, mais utilizada há
mais de 50 anos, é por meio de membranas onde a plasticidade é a grande vantagem,
pois acompanha o movimento das trincas que venham a se formar na estrutura
permanecendo impermeáveis mesmo sob pressão hidrostática.
Temos também, no Brasil, já há algum tempo, um produto mineral que se aplica na
estrutura, em especial as de concreto, que penetra nos poros através de água e se
cristaliza até cerca de 6 cm dentro da estrutura fechando os poros e ficando solidária com
a estrutura. Tem sido bem aceito, pois esse produto pode ser aplicado, e com grande
sucesso, nas recuperações de estruturas sujeitas a pressão hidrostática etc... E no caso
de umidade do solo, a impermeabilização mais utilizada é com argamassas rígidas e
impermeabilizantes gordurosas.

Como podemos observar, existem basicamente três sistemas principais de


impermeabilização:

O rígido:
- 1º Constituídos pelos concretos e argamassas impermeáveis, pela inclusão de um
aditivo.
- 2º Constituídos por cimentos especiais de cura rápida que são utilizados no
tamponamento.

O semiflexível: - Semelhante à impermeabilização rígida somente que os aditivos


favorecem pequenas movimentações.

O flexível: Constituído por lençóis de borracha butílica, membrana de asfalto com


elastômetros, lençóis termoplásticos, etc...

9.5 - TIPOS DE IMPERMEABILIZAÇÃO

9.5.1 - IMPERMEABILIZAÇÃO DE MASSA OU POR COLMAGEM

9.5.1.1 - DEFINIÇÃO
Na impermeabilização por massa ou por colmagem, usa-se hidrófugos de massa,
que são produtos que se incorporam as argamassas ou concretos na hora da mistura.

9.5.1.2 - OBJETIVO

Aumentar a compacidade das argamassas ou concretos, favorecendo a


impermeabilidade.

9.5.1.3 - ADITIVOS USADOS


a) - Plastificantes
b) - Incorporadores de Ar
c) - Aceleradores de Pega
d) - Impermeabilizantes Simples

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- Os aditivos Plastificantes e Incorporadores de ar, são produtos que aumentam a
trabalhabilidade das argamassas ou concretos, permitindo a redução de certa quantidade
de água de amassamento, conseqüentemente, diminuindo a porosidade.

- Os aceleradores de pega fazem com que as argamassas tenham endurecimento


mais rápido, o que permite a vedação de infiltrações, antes mesmo que as águas
carreguem os grãos miúdos leves, que fecham os poros.

- Os aditivos Impermeabilizantes simples são substâncias que formam gases durante


a pega, aumentando o volume das argamassas ou concretos, diminuindo a porosidade.

9.5.1.4 - APLICAÇÃO:
A impermeabilização por colmagem é geralmente usada em: Subsolos,
Reservatórios, Represas e elementos sob pressão d´agua e pisos.
Geralmente o processo de colmagem, dispensa o uso da impermeabilização por
membrana.

9.5.2 - IMPERMEABILIZAÇÃO DE SUPERFÍCIE OU POR MEMBRANA

9.5.2.1 - DEFINIÇÃO
É revestimento que se aplicam a superfície das argamassas, após o endurecimento,
constituindo uma vedação perfeita, principalmente em paredes contra a infiltração da
água.
A ação da umidade nos materiais e estruturas de construção, que advém a
necessidade dos procedimentos técnicos de impermeabilização, ou seja, a elaboração
dos projetos de especificação, orientação e execução de obras de impermeabilização.

9.5.2.2 – PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA UMIDADE

a) umidade do solo – lençol freático, vazamentos de tubulações subterrâneas e


umidade natural do solo;
b) umidade da atmosfera – chuva e outras intempéries e condensação;
c) umidade vinda de outras obras vizinhas – desnível com o arruamento e outras
obras, falta de drenagem superficial e proximidade com estruturas;
d) umidade provinda da construção – vazamentos, infiltrações, falta de ventilação,
falta e insolação, capilaridade dos materiais e falhas de projeto.
chuva

chuva condensação

vazamentos
falta de ventilação
condensação e insolação

percolações
infiltrações
infiltrações superficial

capilaridade
vazamentos
subterrâneos
lençol freático

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9.5.2.3 - CONDIÇÕES PARA APLICAÇÃO
- Devem ser aderentes e ligeiramente penetrantes nos capilares da superfície a
revestir;
- Resistentes as águas de contato;
- Devem constituír uma camada por si mesma impermeável e de difícil
envelhecimento;
- Não devem atacar quimicamente os constituintes das argamassas, nem serem
atacados por eles.

9.5.2.4 - TIPOS DE IMPERMEABILIZAÇÃO POR MEMBRANA

9.5.2.4.1 - IMPERMEABILIZAÇÃO ASFÁLTICA


São usados asfalto de petróleo, obtidos por destilação ou oxidação.
Necessitam de instalações convenientes para aquecê-los até ultrapassarem o ponto
de amolecimento (8O a 9O OC). Atualmente existem emulsões asfálticas, solúveis em
liquido apropriado que dispensam o aquecimento, mas necessitam de armações para
favorecer a fixação e aumentar a durabilidade.

9.5.2.4.2 - IMPERMEABILIZAÇÃO COM ELASTÔMEROS


São borrachas sintéticas que estão sendo aplicados como Impermeabilizantes,
possuindo grande resistência ao envelhecimento e a deterioração. A grande vantagem é
que não amolecem com o calor e não endurecem com o frio. São aplicados sobre a
superfície a impermeabilizar em duas demãos, com pincel ou pulverizador.

9.5.2.4.3 - IMPERMEABILIZAÇÃO COM SILICONE


São compostos sintéticos que se apresentam sob a forma de fluídos, resinas ou
borrachas. Sua ação é mais como repelente d´agua, sendo mais eficazes nas
impermeabilizações de superfícies verticais.

9.5.2.4.4 - IMPERMEABILIZAÇÃO COM TINTAS


São composições a base dos materiais já descritos.

9.6 – SUPERFICIES A SEREM IMPERMEABILIZADAS


9.6.1 - Impermeabilização de Pisos

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O conforto e a salubridade de um ambiente, seja para moradia como para trabalho,
depende entre outras coisas do absoluto controle da umidade que pode vir por
capilaridade do subsolo. Para tanto é importante prever um sistema de impermeabilização
eficiente dos pisos. Considerando que na maioria das vezes os pisos são assentados
sobre uma argamassa de proteção primária. É conveniente executar uma junta de
dilatação ao longo de todo o perímetro do ambiente junto ao rodapé (em áreas maiores
que 4,00 m2) e envolta de quaisquer elementos emergentes do piso (pilares, tubos, dutos
etc.).

Impermeabilização de
lastro de piso de
concreto em solos
normais a úmidos impermeabilização rígida
argamassa 1:3
cimento e areia + aditivo
impermeabilizante (hidrófugo)
chapisco 1:2 (cimento e areia)

lastro concreto

solo

9.6.2 - Impermeabilização de Paredes

É muito comum ocorrer nas edificações infiltrações de umidade nas partes inferiores
das paredes de alvenaria, com o aparecimento de manchas e bolhas na pintura. Esses
defeitos aparecem logo após o término da construção devido, principalmente, a
exiguidade dos prazos, pois raramente se espera a completa secagem das paredes antes
de executar o revestimento e a pintura. Em geral a umidade decorre da falta de proteção
das paredes durante a execução da obra, pela demora em terminar a cobertura, falta de
calçadas ou de respingos de chuva caindo lateralmente às paredes. Além das
impermeabilizações de vigas baldrames e alicerces serem necessárias para dar a devida
proteção também nas alvenarias e preciso proteger contra respingos, conforme sugere o
mestre Ripper (1995) no esquema mostrado na figura a seguir:

sócolo inclinado o sócolo deve ser


sócolo baixo não para evitar a de material
protege contra penetração da impermeável e
respingo água recuado

inclinado
formando
pingadeira
50 a 60 cm
50 a 60 cm

errado bom ótimo


mínimo 1,5 cm
adaptado de Ripper (1995)

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9.6.3 - Impermeabilização de Baldrame

Base de alvenarias de tijolos, junto ao baldrame em contato com solo úmido.

Impermeabilização de
baldrames em solos
normais a úmidos Assentar e revestir as 3
primeiras fiadas com
(solução 1) argamassa de
assentamento 1:3 com
impermeabilizante
do tipo Vedacit ou Sika 1

Argamassa 1:3 com


Canto impermeabilizante
arredondado do tipo Vedacit ou Sika 1

Pintura com emulsão asfáltica


15 cm

Viga baldrame
concreto armado

solo

Impermeabilização de
Canto
baldrames em solos arredondado
normais a úmidos
Pintura com emulsão asfáltica
(solução 2) tipo Neutrol, Igol
7,5
Argamassa 1:3 com
impermeabilizante
do tipo Vedacit ou Sika 1

Viga baldrame

Embasamento

Impermeabilização de
baldrames em solos
normais a úmidos
(solução 3)
Argamassa 1:3 com
impermeabilizante
30 a 50 cm

do tipo Vedacit ou Sika 1

Pintura com emulsão asfáltica


tipo Neutrol, Igol

Viga baldrame

Embasamento

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Impermeabilização de
baldrames em solos
Assentar e revestir as 3
normais a úmidos primeiras fiadas com
(solução 4) argamassa de
assentamento 1:3 com
impermeabilizante
do tipo Vedacit ou Sika 1

Manta butílica (estanca baldrame)


1,2 mm de espessura

15 cm

Viga baldrame
concreto armado

solo

9.6.4 - Impermeabilização de Caixas Dàgua

Na caixa d’água, como o contato com a água é constante, é preciso ter muito
cuidado com a proliferação da umidade para o restante da casa no sentido de cima para
baixo, ao contrário dos baldrames. Um exemplo de impermeabilização neste caso é
utilizar a membrana acrílica para revestimento da área total da laje e apenas na parte
onde ficará a caixa d’água pode ser utilizado à manta asfáltica para impermear o local
específico com finalidade de evitar ou prevenir que exista vazamento no futuro.

http://www.metalica.com.br/sistemas-de-impermeabilizacao-na-construcao-civil
http://www.portalconstrucoes.com.br/site/inicio.php?pagina=tipos-de-impermeabilizacao
http://www.ibibrasil.org.br/saiba-mais/o-que-e-impermeabilizacao
http://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=2210
http://equipedeobra.pini.com.br/construcao-reforma/44/conhecendo-os-
impermeabilizantes-veja-quais-sao-os-sistemas-de-245388-1.aspx
http://labvirtual.eq.uc.pt/siteJoomla/index.php?option=com_content&task=view&id=42&Ite
mid=159
http://www.sbq.org.br/ranteriores/23/resumos/0154-1/
http://www.lwartimpermeabilizantes.com.br/p/fita-impermeabilizante-autoaderente-lw-
kimanta-alicerce

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I.10 - ALVENARIA

10.1 - Definição
São maciços de pedras naturais ou artificiais, que servem como elemento de
vedação, estrutural e de divisão.

- Vedação
- Intempéries
- Acústicas (não totalmente)
- Calor e frio.

- Estrutural
- Peso da cobertura
- Peso da laje
- Caixa d’água.

- Divisão
- Paredes internas, e externas.

10.2 - ALVENARIA DE TIJOLOS


A alvenaria de tijolos tem vasto emprego nas construções e pode-se considerar
como sendo a mais difundida.

10.2.1 - TIPOS DE TIJOLOS

* Tijolo Maciço
a = 5 cm
b = 2 x a = 10 cm
c = 2 x b + 1 = 21 cm

* Tijolo Furado

furado leve pesado dimensões

2 furos sim sim 05 x 10 x 20 cm


4 furos sim sim 10 x 10 x 20 cm
6 furos sim sim 10 x 16 x 20 cm
8 furos sim sim 10 x 20 x 20 cm.

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Tijolo com furo cilíndrico Tijolo com furo prismático

10.2.2 - RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO


2 furos 4 furos 6 furos
Leve - 3,5 kg/cm2 4,5 kg/cm2 5,0 kg/cm2
Pesado - 5,0 kg/cm2 6,0 kg/cm2 6,5 kg/cm2

10.2.3 - VANTAGENS

a - TIJOLO MACIÇO

- Boa resistência a compressão


- Menor custo em relação ao tijolo furado
- Dá melhor vedação à umidade.

b - TIJOLO FURADO

- Grande variação de tamanho


- Bom isolante termo e acústico
- Mais leve
* Pouco peso na estrutura
* Fácil manuseio.

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10.2.4 - DESVANTAGENS

a - TIJOLO MACIÇO

- Devido ao peso
* Sobre carga da estrutura
* Dificulta a mão de obra.
- Falta de forma ( 1/2 tijolo )
- Muito desbitolado

b - TIJOLO FURADO
- Deixa penetrar umidade

10.2.5 - TIPOS DE PAREDES

1 - Parede de cutelo, espelho, 1/4 de tijolo ou 10 cm;


2 - Parede singela, frontal, 1/2 tijolo ou 15 cm;
3 - Parede de 3/4 de tijolo ou 20 cm;
4 - Parede de 1 tijolo ou 25 cm;
5 - Parede 1 1/2 tijolo ou 35 cm.

10.2.6 - ESCOLHA DO TIPO DE PAREDE

10.2.6.1 - Parede de Cutelo


São paredes de pouca altura e comprimento, que normalmente não recebem carga,
usada para paredes divisória de banheiro, box, etc...

10.2.6.2 - Parede Singela


São paredes mais usadas para divisões interna das construções.

10.2.6.3 - Parede de 3/4 de Tijolo


São usadas normalmente em alvenaria externa; como divisão externa das
construções, funcionando também, como elemento estrutural.

10.2.6.4 - Parede de 1 Tijolo


São usadas normalmente em paredes externa; como divisão externa das
construções e servindo como elemento estrutural.

10.2.6.5 - Parede de 1 1/2 Tijolo


São utilizadas em obras em que a alvenaria serve como elemento estrutural.

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10.2.7 - CANTOS E VISTA DE FRENTE DAS PAREDES DE TIJOLO MACIÇO

10.2.7.1 - Parede de Cutelo

Vista de frente Canto

10.2.7.2. - Parede Singela

Vista de frente Canto

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10.2.7.3 - Parede de um Tijolo

Canto

Vista de frente

10.2.8 - CANTO E VISTA DE FRENTE COM TIJOLO DE 6 FUROS

10.2.8.1 - Paredes de 15 cm

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10.2.8.2 - Paredes de 20 cm

Obs. Para que as juntas fiquem desencontradas é necessário usar no canto um tijolo
de 4 furos.

10.2.9 - ASSENTAMENTO DOS TIJOLOS

10.2.9.1 - ARGAMASSAS UTILIZADAS:

1 cim. x 3 areia média x 3 saibro;


1 cim. x 1 cal x 3 saibro x 4 areia média;
1 cim. x 2 cal x 3 saibro x 5 areia média.
1 cim. x 3 argamassa (1 cal e 3 areia) – alvenaria externa.
1 cim. x 4 argamassa (1 cal e 3 areia) – alvenaria interna.

10.2.9.2 - ASSENTAMENTO
O tijolo antes de serem assente, deverão ser molhados, pois do contrário absorverão
parte da água da argamassa, que em lugar de adquirir a dureza necessária, tornam-se
facilmente desagregáveis.
Estando as paredes devidamente locadas, procede-se o assentamento da primeira
fiada de cada uma das paredes; operação esta, que deve ser executada com o máximo
cuidado.
Deve-se tomar o cuidado no nivelamento da primeira fiada, da qual dependerá a
qualidade e facilidade da elevação da parede propriamente dita; vale lembrar que as lajes
normalmente apresentam desnivelamentos e embarrigamentos que, se não forem
compensados logo na primeira fiada, comprometerão toda a execução da parede, com
grande desperdício de material e mão de obra.
Assim sendo, devem-se nivelar previamente as primeiras fiadas dos tijolos,
utilizando-se régua e nível de bolha, ou então, partindo-se de pontos de nível demarcados
nos pilares com o auxílio de nível de mangueira, ou usar a regua nivelada (Escantilhão).

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O serviço deve ser iniciado pelos cantos; assentando os tijolos sobre uma camada
de argamassa previamente estendida sobre a fiada anterior, e assim sucessivamente.

O alinhamento vertical é obtido com o auxilio do prumo de pedreiro.

No sentido horizontal uniformizando as alturas e espessuras das juntas, utiliza-se o


ESCANTILHÃO, que é uma régua graduada, fiada por fiada. A graduação é feita pela
altura do tijolo, mais 1 cm (argamassa); ou ainda, o alinhamento pode ser obtido com a
colocação de dois tijolos extremos previamente nivelados. Em cujas extremidades correm
um fio de nylon, que se estende com o auxilio de tijolos e depois, por meio de pregos
colocados nas juntas.

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O tijolo é assente a mão, calcado, até tomar posição adequada, percutindo-se
ligeiramente com o cabo da colher; com a qual se retira o excesso de argamassa.
Os tijolos sempre apresentam pequenas diferenças de dimensão; em vista disto a
parede é prumada em uma das faces e a outra fica com as irregularidades próprias do
tijolo. Essa operação de regularização de uma das faces chama-se FACEAR. O
preenchimento das reentrâncias dos tijolos chama-se ENCASCOTAMENTO.

10.2.10 – TIJOLOS A VISTA

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10.2.10.1 – Assentamento de tijolo a vista ou aparente?

Antes de iniciar o assentamento de tijolo numa parede, deve-se fazer o nivelamento


da base, devendo para isso,obter o nível de trabalho. Depois de executar estas
verificações, deve marcar a implantação da parede de acordo com o projeto fornecido. As
marcações devem ser efetuadas sobre um pequeno revestimento de argamassa da
mesma da que vai assentar os tijolos e executadas com o bico da colher e o auxílio de
uma régua.

Deve distribuir os tijolos na marcação de forma a que possa prever onde e com que
medida terá que executar os cortes que eventualmente sejam necessários e a permitir um
enquadramento estético aceitável. O assentamento começa-se por assentar um tijolo
inteiro em cada extremo da parede, (caso esta não termine com cortes nos extremos) se
isso acontecer assentam-se estes. Estas peças devem ser cuidadosamente aprumadas,
alinhadas com as marcações e niveladas.

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Em seguida fixa o fio de alinhamento e assenta todos os restantes tijolos que
compõem a fiada, deixando sempre o espaço para a junta vertical (espaço entre cada
tijolo), que deve ser obtida recorrendo a uma bitola de madeira de 1 centímetro de
espessura. Depois preenche as juntas com argamassa da mesma da do assentamento.
Em seguida, assenta os tijolos correspondestes ao inicio da 2ª fiada, em cada um dos
extremos devidamente aprumados e nivelados e verificados os espaços entre os tijolos.
Deve esticar o fio de alinhamento, usando dois esticadores de fio, e proceder ao
assentamento dos restantes tijolos e preenchimento das juntas.

Para o assentamento da terceira fiada, repete o processo usado para a primeira


fiada. Tendo sempre em atenção as juntas verticais para que estas concordem em todas
as fiadas alternadas. Para o assentamento da 4ª fiada, repete o assentamento da 2ª fiada.
Á medida que vai executando o assentamento, vai limpando os tijolos com um pincel de
cerdas de nylon e bastante água limpa, para que as argamassas do assentamento e os
escorrimentos não venham a manchar os tijolos da parede.

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Deve ir repetindo todo o processo tendo o cuidado de que as fiadas impares sejam
iguais a todas as impares e as pares com todas as pares. Controlando sempre as
espessuras das juntas quer verticais quer horizontais, usando a bitola de marcação. Deve
ainda ir afundando as juntas com o bico da colher para mais tarde as poder tratar, com
argamassa de areia fina ao mesmo traço do usado no assentamento.

Importante: Verifique sempre se as juntas verticais e horizontais (espaços entre os


tijolos) estão coincidindo, ou seja, o espaço entre o tijolo da primeira fileira deve estar na
reta do tijolo da terceira fileira e o da segunda fileira na reto da quarta fileira e assim por
diante.
Atenção: A fiada 1 será igual a fiada 3, igual a fiada 5 e assim por diante nas fiadas
ímpares e a fiada 2 será igual a 4, a 6 e assim por diante nas fiadas pares.

Argamassa: O traço da argamassa não deve ser superior a 1. 5. Para evitar


escorrimentos que sujem a fachada, deve utilizar a argamassa com o mais baixo teor
possível de água, que deve ser potável. Nunca deve utilizar águas salinizadas.
Aconselha-se o uso de cal hidráulica ou cal viva apagada, quando a relação em volume
de cimento e areia for inferior a 1.4. deve proceder-se ao ensaio em obra, antes do início
da aplicação da argamassa.
Quando se utilizam aditivos (plastificantes, indutores de ar, corantes, hidrófugos)
deve executar-se um murete de prova, para conhecer a interação da argamassa aditivada
com o tijolo face à vista.

IFSC - CURSO TÉCNICO EDIFICAÇÕES - PÓS-MÉDIO - TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL I - MÓDULO I - Prof. LINO GILBERTO DA SILVA Pág. 75
Videos:
1 - Colocação Tijolos a Vista sob Isopor http://www.youtube.com/watch?v=Y2cTmM3Cq7s
2 - http://www.meiacolher.com/2014/07/aprenda-como-assentar-tijolos-vista-ou.html

10.2.11 - CÁLCULO DO CONSUMO DE TIJOLOS MACIÇOS E O VOLUME DE


ARGAMASSA POR M2 DE PAREDE DE 15 cm. (Tijolo 0,05 x 0,10 x 0,21m)

- Tijolo sem argamassa 0,21 x 0,05 = 0,0105 m2


- Tijolo com argamassa 0,22 x 0,06 = 0,0132 m2
- 1,00 m2 / 0,0132 m2 = 76 unidades
- 76x 0,0105 m2 = 0,798 m2 (área de tijolo)
- 1,00 m2 - 0,798 m2 = 0,202 m2 (área de argamassa)
- 0,202 m2 x 0,10 m = 0,0202 m 3 de argamassa.

10.2.12 - EXERCÍCIO

1 - Calcular a quantidade de tijolos de 4 furos (10x10x20 cm) e o volume de argamassa


necessário para confeccionar 1,00 m2 de parede de 15 cm.

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10.3 - VERGA E CONTRAVERGA
Sobre as aberturas de portas e janelas que não estiverem faceando o fundo de uma viga
devem ser executados vergas de concreto, armadas com pelo menos duas barras de aço
de diâmetro 5 mm ou 6,3 mm; o concreto pode ser dosado com traço 1 x 2,5 x 5 (cimento
x areia x brita 1 e brita 2), e o apoio da verga, em cada lado do vão, devem ser de no
mínimo 20 cm.

10.3.1 - VERGA DE CONCRETO ARMADO SOBRE O VÃO DE JANELA E FERROS


CORRIDOS EMBAIXO DO VÃO

10.3.1.1 - PARA ABERTURAS COM VÃO MENOR QUE 1,00 M


Embaixo das aberturas de janelas pode-se construir uma vigota de concreto armado
(Contraverga), ou simplesmente utilizar dois ferros corridos avançando no mínimo 20 cm
para cada lado do vão, como também está representado na figura anterior; a rigor,
sempre que os vãos forem pequenos (não excedendo a 1,00 m), os ferros corridos
poderão ser utilizados também sob o vão de porta ou janela, substituindo a verga. Em
ambos os casos (embaixo ou em cima da abertura), recomenda-se a utilização de dois
ferros de no mínimo 5,0 mm, introduzidos na argamassa de assentamento dos tijolos,
avançando no mínimo 30 cm para cada lado do vão.

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10.3.1.2 - PARA ABERTURAS COM VÃO MAIOR QUE 1,50 M
Para os vãos de portas ou janelas com largura superior a 1,50 m deverão ser
adotados tanto a verga como a contraverga, conforme mostra a figura abaixo, devendo
nesse caso a verga ser calculada como viga; o apoio da verga, em ambos os lados da
abertura, deve ser igual ou maior que 1/5 do vão. Quando numa mesma parede existirem
diversos vãos sucessivos, a verga deverá ser contínua, abrangendo todos os vãos, e
deverá apresentar barras de aço superiores e inferiores (verga calculada como viga
contínua).

10.3.2 - VERGA COM ALTURA DE 5 CM


Nos casos mais comuns de portas e janelas de habitações, cujas larguras dos vãos
normalmente não ultrapassam 1,50 m, a altura da verga pode ser estabelecida de forma a
compatibilizar-se a altura do vão com o retículo modular. Para os vãos de porta, por
exemplo, a verga resultaria com 5 cm de altura, empregando-se nos apoios tijolos
maciços de barro cozido para acerto da altura.

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10.3.3 - VERGAS PARA JANELAS DO TIPO VENEZIANA
Já para o caso das janelas de madeira tipo veneziana há diferença maior entre a
altura do marco da janela e a altura modulada do vão. Esta diferença presta-se inclusive
para a colocação de peitoril embaixo do marco, situação em que a altura da verga será
estabelecida descontando-se a altura do peitoril; no caso de acabamento simples, isto é,
revestimento do vão com argamassa (sem peitoril), a verga resultará com altura de 10 cm.

1.10.3.4 - VERGAS PARA JANELAS DE FERRO OU ALUMÍNIO


As janelas de ferro e alumínio normalmente poderão ser encomendadas com vãos
modulares, isto é, com medidas que sejam múltiplas das dimensões dos tijolos,
descontando-se as folgas necessárias para o revestimento; nesse caso, para a execução
da verga poderão ser empregados blocos tipo canaletas, dispensando o emprego de
formas para a execução da verga; para o caso da alvenaria estar sendo executada com
blocos.

10.4 - FIXAÇÃO DE MARCOS DE PORTAS E JANELAS

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A fixação de marcos de portas e janelas na parede deve ser feita através de tacos
de madeira, previamente embutidos na alvenaria a cada 80 cm ou de maneira a permitir a
fixação a cada montante do marco em pelo menos três pontos ao longo da altura. Esse
mesmo sistema pode ser empregado na fixação de rodapés de madeira.
No caso de portas de madeira, os marcos podem ser fornecidos com os tacos de
madeira previamente aparafusados nos seus montantes, devendo-se deixar na alvenaria
dentes para que esses tacos sejam posteriormente chumbados na parede.
Os tacos de madeira, previamente embutidos na alvenaria ou posteriormente
chumbados, devem ser bem molhados antes da sua colocação, empregando-se nessa
colocação argamassa no traço 1 cim. x 3 a 4 de areia média; esses tacos, isentos de
defeitos como rachados ou nós, devem ter dimensões aproximadas de 5 cm x 9 cm x 9
cm e devem apresentar reentrâncias, formando uma cintura, para que a ligação com a
alvenaria resulte satisfatória.

10.5 – Alvenaria de Blocos de Concreto

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São paredes executadas com blocos de concreto vibrado. Com o desenvolvimento
dos artigos pré-moldados, se estendem rapidamente em nossas obras.
O processo de assentamento é semelhante ao já descrito para a alvenaria de tijolos
maciços. As paredes iniciam-se pelos cantos utilizando o escantilhão para o nível da fiada
e o prumo.
A argamassa de assentamento dos blocos de concreto é mista composta por cimento cal
e areia no traço 1:1/2:6.

Vantagens: - peso menor


- menor tempo de assentamento e revestimento, economizando
mão-de-obra.
- menor consumo de argamassa para assentamento.
- melhor acabamento e uniformidade.

Desvantagens: - não permite cortes para dividi-los.


- geralmente, nas espaletas e arremates do vão, são necessários
tijolos comuns.
- difícil para se trabalhar nas aberturas de rasgos para
embutimento de canos e conduítes.
- nos dias de chuva aparecem nos painéis de alvenaria externa, os desenhos dos
blocos. Isto ocorre devido à absorção da argamassa de assentamento ser diferente da
dos blocos.
- Os blocos de concreto para execução de obras não estruturais têm o seu fundo
tampado para facilitar a colocação da argamassa de assentamento. Portanto, a elevação
da alvenaria se dá assentando o bloco com os furos para baixo.

O serviço de alvenaria de blocos de concreto é um dos mais comuns e


conhecidos da construção civil, e também uma solução construtiva que oferece qualidade,
economia e rapidez para a construção.
Disponível para a alvenaria estrutural e de vedação, o bloco de concreto atende a
diversos tipos de obras, com racionalização no processo construtivo e respeito ao meio
ambiente.
As principais vantagens da utilização do bloco de concreto são:
> Redução do tempo de execução
> Dispensa o uso de formas de madeira
> Redução no consumo de aço
> Racionalização e organização do canteiro de obras (entrega paletizada)
> Instalação das redes elétricas, telefônicas e hidráulicas sem quebra de paredes
> Economia de até 30% no consumo de argamassa de assentamento
> Redução significativa do custo final da obra
> Baixo índice de desperdício
> Redução do entulho gerado na construção

As obras em alvenaria devem satisfazer um número de exigências normativas tais como:

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> A estabilidade mecânica;
> Durabilidade em função da exposição á chuva;
> Isolamento térmico;
> Isolamento acústico;
> Resistência ao fogo que considera por um lado os blocos como incombustíveis e
por outro lado que as paredes devem garantir durante um determinado tempo as
seguintes funções: estabilidade ao fogo, corta chamas e corta fogo;

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Os blocos de concreto podem ser de tipos e formas muito diferentes. O tipo de
agregado é um dos fatores de diferenciação, podendo ser convencional ou leve. Os
blocos têm formas modulares variáveis que, em geral, devem atender os requisitos de
manuseio e aplicabilidade.

A normalização brasileira define basicamente dois tipos de blocos de concr eto, de


acordo com sua aplicação: para vedação, o bloco vazado de concreto simples para
alvenaria sem função estrutural (ABNT NBR 7173/82), e com função estrutural, o bloco
vazado de concreto simples para alvenaria estrutural (ABNT NBR 6136/1994). Qualquer
que seja a aplicação, o bloco dever ser vazado, ou seja, sem fundo. Este material
considera apenas os blocos com função estrutural.
O bloco vazado, ou seja, sem fundo permite utilizar os furos para a passagem das
instalações e para a aplicação do graute (concreto de alta plasticidade). A norma
brasileira faz uma designação dos blocos tomando como base a largura. A tabela mostra
a classificação para blocos estruturais. M-12, M-15 e M-20, se referem às larguras 11,5;
14 e 19 cm, respectivamente.

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A família 29 é composta de dois elementos básicos: o bloco B29 (14x19x29 cm),
o bloco B14 (14x19x19). Os blocos têm sempre 14 cm de largura. Ou seja, o comprimento
dos blocos é sempre múltiplo da largura, o que evita o uso dos elementos
compensadores, salvo para ajuste de vãos de esquadrias.
A família 39, designada por M15, possui dimensões modulares do comprimento
(20cm) diferentes da largura (15cm). A família 39 é composta de três elementos básicos:
o bloco B39 (39x19 cm) e largura variável; o bloco B19 (19x19 cm) e largura variável e o
bloco B54 (54x19 cm) e largura variável. Tal diferença exige a introdução de blocos
complementares com o objetivo de restabelecer a modulação nos encontros das paredes:
o 14x19x34, para amarração nos cantos, e o 14x19x54, para amarrações em "T".
Os blocos de 14x19x39 cm são especiais para paredes longas onde não há
cruzamento de paredes e que não exigem elementos compensadores, já que seu
comprimento não é múltiplo da largura. Os elementos compensadores são necessários
não só para ajuste de vãos de esquadrias, mas também para compensação da
modulação em planta baixa. Quando utilizamos os de 14X19X39 cm, precisamos de um
bloco especial, que é o bloco B34 (34x19x14 cm), para ajuste da unidade modular nos
encontros em "L" e em "T".

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O assentamento é feito em amarração. Pode ser junta a prumo (somente quando for
vedação em estrutura de concreto).

A amarração dos cantos e de parede interna com externa se faz utilizando barras de aço
a cada três fiadas ou utilizando um pilarete de concreto no encontro das alvenarias

Além do bloco comum, também é fabricado o meio bloco, que permite a execução
da alvenaria com junta de amarração, sem a necessidade de corte do bloco na obra.
Outras particularidades são os blocos tipo U (canaleta) que facilitam a execução de
cintas, vergas e contra-vergas e ainda o tipo J, que facilita a execução da cinta de
respaldo para lajes.
Os blocos de concretos podem estar com ou sem fundo. Os blocos sem fundos
facilitam a passagem de eletrodutos, tubos hidráulicos pelo seu interior, sem a
necessidade de corte na alvenaria.
Em anexo, algumas imagens dos Blocos de Concreto para Alvenaria Estrutural e de
Vedação:

10.6 - Alvenaria com Blocos de Concreto Celular Autoclavado

Areia, cal e cimento constituem as matérias de base do concreto celular.


Misturados em proporções específicas, adicionam-se água e uma pequena quantidade de
pó de aluminio cuja função é levantar a mistura.
Esta pasta descansa depois em moldes preenchidos parcialmente para permitir o
crescimento da pasta. O pó de aluminio libera o higrogenio que formas pequenas celulas
cheias de higrogenio. Resulta então um material sólido, leve e termicamente muito
isolante.
Após a desmoldagem, a pasta endurecida é cortada de acordo com o tipo de
produto desejado: blocos, vergas, contra verga, cinta, canaleta, etc.
O concreto celular pode ser utilizado em todos os tipos de construção: habitações
unifamiliares, prédios residenciais; edificios de industriais e construções especiais (escola,
hospitais, garagens, sector agrícola).

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O concreto autoclavado serve tanto para alvenaria interna ou externa, de divisão,
de vedação ou estrutural. Em todos os casos oferece as mesmas características no que
diz respeito a isolamento térmico, resistência ao fogo, isolamento acústico. Estas
características são diretamente proporcionais ao peso específico (também chamado de
massa volúmica a seco) e à espessura. O concreto celular é utilizado como excelente
isolante térmico e proporciona um ambiente agradável no verão.
O concreto autoclavado pode ser utilizado como material único em uma
construção do telhado a fundação. Neste sentido o concreto autoclavado é um material
inovador no campo da construçaõ civil. O produto tem bom desempenho e um leque
grande de elementos que permitem simplificar o processo relativo ao projeto em si. É
mais flexível para permitir a criatividade do arquiteto alem de proporcionar economia sem
sacrificar a qualidade.

O CCA (Concreto Celular de Autoclavado) oferece várias vantagens significativas


sobre outros materiais de construção, sendo um dos mais importantes materiais de baixo
impacto ambiental.
> Eficiência térmica melhorada reduz a carga de aquecimento e resfriamento em
edifícios.
> Estrutura porosa permite a resistência ao fogo superior.
> Trabalhabilidade permite um corte preciso, o que minimiza a geração de resíduos
sólidos durante o uso.

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> A eficiência dos recursos dá menor impacto ambiental em todas as fases do seu
ciclo de vida, desde o processamento de matérias-primas até a eliminação de resíduos.
> O peso leve reduz os custos de energia e no transporte.
> O peso leve economiza despesas trabalhistas.
> O peso leve aumenta as chances de sobrevivência durante a atividade sísmica.
> Tamanho maior leva uma maior rapidez em trabalhos de alvenaria.

Entre os tipos de blocos estruturais disponíveis no Brasil, o bloco celular


autoclavado é o menos empregado. Como para os outros blocos a ABNT publicou um
conjunto de normas que estabelecem as características e especificações mínimas para os
blocos de concreto celular. São as seguintes:
NBR 13438:1995 - Bloco de Concreto Celular Autoclavado – Especificação
NBR 13439:1995 - Bloco de Concreto Celular Autoclavado - Resistência à
compressão
NBR 13440:1995 - Bloco de Concreto Celular Autoclavado -Verificação da
densidade de massa aparente seca
NBR 14956-1:2003 - Bloco de Concreto Celular Autoclavado - Execução de
alvenaria sem função estrutural - Parte 1: Procedimento com argamassa colante
industrializada
NBR 14956-2:2003 - Bloco de Concreto Celular Autoclavado - Execução de
alvenaria sem função estrutural - Parte 2: Procedimento com argamassa convencional

A presença de celulas minúsculas de ar determina a estrutura do concreto celular.


Pode ser fabricado com massa volúmica variando entre 350 e 500 kg/m3 enquanto o
concreto convencional tem massa em torno de 2400 kg/m3. As celulas são de dois tipos:
as macrocelulas com diametro entre 0,5 e 2 mm. Para um concreto celular de 450 kg/m3,
as celulas sólidas e vazias representam as seguintes porcentagens:

Assim o volume de ar representa 80% do concreto celular enquanto a massa


sólida ocupa 20%. Portanto 1,00 m3 de materia prima produz 5,00 m3 de concretocelular.
É um aspecto ecológico muito importante. Uma dosagem minuciosa permite modificar o
diâmetro das celulas para obter uma determinada massa volúmica.

A alvenaria executada em concreto celular proporciona um ganho substancial de


área útil às edificações. Enquanto uma parede de tijolo cerâmico rebocado tem 15 cm de
espessura a mesma parede em concreto celular tem 8 cm. Sendo assim há um ganho de
88% de área. O concreto celular foi desenvolvido com o intuito de aumentar a
produtividade, otimizar os recursos disponíveis e de aumentar a rentabilidade no item
alvenaria. Os blocos leves podem chegar a ser 75% mais leve do que o sistema
tradicional de alvenaria.

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10.7 - GESSO CARTONADO (DRYWALL)
Dry Wall é um sistema construtivo a seco de alta tecnologia que utiliza chapas de
gesso acartonado fixadas sobre estruturas metálicas, que compõe as paredes internas e
o revestimento interno das paredes perimetrais do imóvel. Estas paredes possuem
características especiais que garantem maior qualidade e melhores resultados quando
comparadas com a alvenaria convencional.
O Dry Wall é centenário nos Estados Unidos e com mais de sessenta anos na
Europa. Chegou ao Brasil junto com a abertura econômica. O Dry Wall é utilizado em
regiões com terremotos, como a Califórnia e o Japão, regiões de temperaturas muito altas
ou muito baixas, regiões de grande umidade ou regiões muito secas como o México e a
Austrália. O Dry Wall chegou ao Brasil devidamente testado e aprovado por todos os
povos.

A utilização do Dry Wall na obra garante:


> Flexibilidade para Projetos
> Alívio de carga na estrutura
> Limpeza no canteiro de obras
> Pouco desperdício
> Rapidez na execução
> Acabamento sem trincas
> Conforto térmico e acústico
> Facilidade de acesso às instalações elétricas e hidráulicas
> Otimização do cronograma físico-financeiro da obra

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É recomendado com a verificação e teste de todas as instalações instaladas, deve-
se observar fixação dos pontos hidráulicos.
Podem ser também agregados os seguintes itens adicionais:
. Colocação de Rodapé metálico para evitar que as chapas de gesso em lugares
como banheiros absorvam umidade do piso.
. No caso de se fixar objetos com peso superior a 30 Kg, deve-se colocar reforços
dentro da divisória, se este reforço for de madeira, esta deve ser tratada.
Nas juntas, os materiais empregados são massas e fitas de reforço. As massas
comumente encontradas no mercado são a base de resinas ou de gesso. As fitas são
especiais, estas para aumento de aderência, nos cantos externos das divisórias é comum
o uso de cantoneiras perfuradas metálicas para proteção.

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I.11 - BIBLIOGRAFIAS:

1 - Apostila de Argamassa da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo


Departamento de Engenharia de Construção Civil
Disciplina - Técnicas e Materiais de Construção Civil.
2 - 20 etapas da Construção Civil - Fernando Ricardo Mangil
Livros Técnicos e Científicos Editora S.A.
3 - Manual Prático do Construtor e Mestre de Obra - Rino Vigorelli
Hemus Livraria Editora Ltda.
4 - Materiais de Construção - L. A. Falcão Bauer
Livros Técnicos e Científicos S.A. - 2 volumes.
5 - Prática das Pequenas Construções - Alberto de Campos Borges
Editora Edgar Blücher Ltda. - 2 volumes.
6 - Manual do Construtor - João Baptista Pianca
Editora Globo - 5 volumes.
7 - Manual do Construtor - Eng. Roberto Chaves
Ediouro.
8 - O Edifício até sua Cobertura - Hélio A. de Azeredo
Editora Edgar Blücher Ltda.
9 - Como evitar erros na construção - Ernesto Rippir
Editora Pini Ltda.
10 - Mecânica dos Solos - Homero Caputo - 2 volumes.
11 - Manual do Engenheiro - Editora Globo
12 - Manual de Pequenas Construções - Gérard Baud
Hemus Editora Ltda. ( Rua da Glória, 312 - Liberdade - São Paulo – SP;
CEP 01510 - Cx. Postal 9686;
13 - Normas do Ministério do Trabalho – NR 18 Condições e meio ambiente de trabalho
na indústria da Construção;
14 - Caderno de Encargos – Guedes, Milber Fernandes 3 Edição – São Paulo-SP
15 - Linkes na Internet – http://www.topografia.com.br
16 – Imagens Ilustrativa tirada da Internet

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