• Os modelos de negócio são importantes para explicar o
desempenho das empresas.
• Possibilitam o entendimento da lógica de criação de valor nas
organizações, podendo ser desenhados modelos inovadores para específicos do agronegócio (POLÁKOVÁ; KOLÁCKOVÁ; TICHÁ, 2015)
• A inovação é definida como a exploração de novas ideias como
forma de impulsionar a melhoria dos negócios, e assim gerar vantagens competitivas, (RANK; EMEDIATO; OSORIO, 2008; CARVALHO; DOS REIS; CAVALCANTE, 2011). INTRODUÇÃO
• Modelos de agronegócio: a inovação tem como finalidade
aumentar a produtividade e a participação de mercado para atender melhor as exigências e demandas do consumidor.
• A inovação torna-se imprescindível para a criação de novos
modelos de negócios, usando componentes que levem em consideração as especificidades desse setor em particular.
• Objetivo: analisar através da revisão sistemática de literatura,
as contribuições sobre inovação dos trabalhos presentes na literatura sobre os modelos de agronegócio, discuti-los e apontar lacunas para trabalhos futuros. REFERENCIAL TEÓRICO Modelos de agronegócio • Agronegócio: negócios ligados a agricultura e pecuária, ou seja, todas as operações desde a fabricação dos insumos, a produção, o processamento, a distribuição e o consumo de produtos agrícolas e pecuários (ARAÚJO, 2010).
• Segmentos: os fornecedores de insumos; as atividades que
gravitam em torno da agropecuária; os processos de transformação da agroindústria; as operações de armazenagem, transporte e distribuição (Soares e Jacometti, 2015).
• Modelo de negócios: é útil para compreender a lógica de criação,
entrega e captura de valor de uma empresa. Estes modelos estão presentes em vários setores inclusive no agronegócio. REFERENCIAL TEÓRICO • Modelo de Negócios de lona (canvas): proposição de valor, segmento de clientes, relacionamento com o cliente, canais, atividades, recursos, parcerias, estrutura de custos e fluxo de receitas (OSTERWALDER; PIGNEUR, 2010). • Recriação do modelo, aplicando-o no setor do agronegócio, tendo constatado a possibilidade de inovação do modelo tradicional (POLÁKOVÁ et al., 2015)
• Modelos desenvolvidos por Shafer et al. (2005): Proposição de
Valor para o Cliente, Lucro, Processos Chave e Recursos Principais.
• Modelos de pequenos negócios para o agronegócio: Producer-
driven, Buyer-driven e Intermediary-driven (FAO, 2012). MÉTODO • Revisão sistemática: agrupar, avaliar e conduzir uma síntese dos resultados encontrados nos estudos (CLARKE; HORTON, 2001). • Delimitação do escopo da análise: pesquisa na base WOS, por ser uma das principais bases de pesquisa no cenário internacional e pela sua abrangência no campo das Ciências Sociais (MINEIRO et al., 2018).
• Seleção dos artigos: termos de busca “agribusiness model” e
“innovation” com suas variações no plural e singular no campo de títulos.
• Delimitação nos últimos 10 anos, resultando 144 trabalhos.
Refinamentos: tipo de periódico (apenas artigos) e idioma (português ou inglês), ficando com 51 artigos. MÉTODO
• Os resumos desses artigos foram extraídos da base de dados e
lidos para identificar apenas aqueles que eram relacionados ao conteúdo abordado, sendo analisados ao final 19 trabalhos.
• Análise descritiva dos dados: leitura dos trabalhos e
enquadramento em categorias que expressam fatores de inovação que impactam nos modelos de negócio.
• Análise semântica dos dados: as categorias foram comentadas
em função da leitura completa dos trabalhos. Nesta etapa, o objetivo foi de detalhar o tema abordado pelos artigos, com considerações metodológicas e contribuições para a literatura. RESULTADOS • Predominância de estudos empíricos: três ensaios teóricos, um de revisão sistemática, oito estudos de caso qualitativos e sete são estudos de caso quantitativos.
• Desenvolvimento sustentável (02): desenvolvimento de
modelos de negócio inovadores com capacidade de serem sustentáveis. • Panta (2017) aborda o setor apiário, mostrando que novos modelos fornecem aporte completo para as organizações alcançarem o desenvolvimento sustentável. • Latesteijn e Rabbinge (2012) apresentam um método de captação de modelos de negócios sustentáveis a partir do desenvolvimento de uma plataforma de compartilhamento de ideias relacionadas ao setor agrário. RESULTADOS
• Aplicação do Enterprise Resource Planning (02): envolve
atributos de inovação do setor agrário voltados para a implantação do ERP.
• Os estudos mostram as vantagens da utilização do software
para a industrialização da agricultura, obstáculos e impactos causados nos modelos de negócio.
• Haberli, Oliveira e Yanaze (2017) voltam-se para a produção de
soja, milho e algodão. O trabalho traz resultados sobre a minimização de riscos relacionados a estoque, custo de transporte, variações climáticas, vulnerabilidade a pestes e doenças. RESULTADOS • Tecnologias que impactam a inovação em modelos de negócio no setor agrário (05): Onoyama et al. (2012) analisam a aplicação do método Technology roadmapping (TRM) na definição da programação da pesquisa da cadeia de produção de cenoura.
• A aplicação do TRM, possibilitou um levantamento da realidade da
cadeia produtiva de cenoura no Brasil e a explicitação clara de ações de pesquisa visando atender as demandas priorizadas desta cadeia.
• Cunico et al. (2017) tratam do processo de inovação das agroindústrias
do estado do Paraná no Brasil. O estudo aponta que o desenvolvimento tecnológico ocorre por meio de parcerias com o governo, empresas de consultoria ambiental e fornecedoras de máquinas e equipamentos.
• A pesquisa mostrou também que existe um grau positivo de
participação da indústria agrária na geração de ecoinovação. RESULTADOS • Estratégia e inovação (10): Neto et al. (2016) forneceram evidências empíricas acerca das relações entre a orientação para o mercado, orientação empreendedora e colaboração dos agentes externos no processo de inovação dos negócios das empresas rurais.
• Sereia et al. (2015) analisam os fatores determinantes na
decisão de inovação em produtos e em processos no setor agroindustrial de carnes.
• Os resultados apontaram grande investimento na inovação de
processos por parte das empresas, e que as principais fontes de inovação são feiras, exposições, conferências e clientes. RESULTADOS • Medeiros et al. (2016) mostram que a criação de alianças para a inovação esbarra na desconfiança entre os parceiros. Devido a isso é necessário que existam ferramentas de comunicação e modelos de proteção da propriedade intelectual no setor da agricultura.
• Agwu et al. (2015) analisaram dos determinantes da
participação dos empreendedores do agronegócio em inovação, mostrando que idade, gênero, tamanho da família, renda e nível de produção da empresa são os fatores que impactam na inovação. • Sivertsson e Tell (2015) mostrou como a indústria agrária pode superar dificuldades de concorrência com o mercado externo a partir da inovação de modelos de negócios. CONCLUSÃO • O campo do agronegócio está dividido entre pesquisas que tratam de pequenos produtores com características de produção familiar, e produtores que contém alta escala produtiva.
• A área apresenta uma grande defasagem de aplicação de
ferramentas de gestão já utilizadas há tempos em outros setores da indústria.
• Sugestão de trabalhos futuros: realização de revisões sistemáticas
focadas em determinadas áreas do setor do agronegócio com maior amplitude de bases de trabalhos científicos, uma vez que diferentes setores dessa indústria podem apresentar características específicas que interferem nos fatores de inovação. REFERÊNCIAS • AGWU, N. et al. Determinants of agribusiness entrepreneurs’ participation in innovations: a study of Abia State, Nigeria. Scientific Papers Series Management, Economic Engineering in Agriculture and Rural Development, v. 15, n. 3, p. 13-18, 2015. • ARAÚJO, M. Fundamentos de agronegócio. 3ª Edição. São Paulo: Atlas, 2010. • CARVALHO, H.; REIS, D.; CAVALCANTE, M. Gestão da Inovação. Curitiba: Aymará, 2011. • CLARKE, M.; HORTON, R. Bringing it all together: Lancet-Cochrane collaborate on systematic reviews. Lancet, v. 357. n. 1728, 2001. • DZODZI T.; AWETORI, J. When a good business model is not enough: land transactions and gendered livelihood prospects in rural Ghana. Feminist Economics, v. 20, n. 1, p. 202-226, 2014. • FAO. Smallholder business models for agribusiness-led development: Good practice and policy guidance. Rome, 2012. • HOLLOWAY, S.; SEBASTIAO, H. The role of business model innovation in the emergence of markets: A missing dimension of entrepreneurial strategy? Journal of Strategic Innovation and Sustainability, v. 6, n. 4, p. 86–100, 2010. • MENDES, J.; PADILHA JUNIOR, J. Agronegócio: uma abordagem econômica. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. • MINEIRO, A. et al. Da hélice tríplice a quíntupla: uma revisão sistemática. Economia e Gestão, Belo Horizonte, v. 18, n. 51, p. 77-93, set./dez. 2018. • OSTERWALDER, A; PIGNEUR, Y. Business Model Generation - Inovação em Modelos de Negócios: um manual para visionários, inovadores e revolucionários. Rio de Janeiro, RJ: Alta Books, 2011. • POLÁKOVÁ, J.; KOLÁCKOVÁ, G; TICHÁ, I. Business Model for Czech Agribusiness, Scientia Agriculturae Bohemica, v. 46, n. 3, p. 128-136, 2015. • ZOTT, C.; AMIT, R.; MASSA, L. The business model: theoretical roots, recent developments and future research. IESE Business School-University of Navarra, p. 1-43, 2010. Obrigada! rosanadagloria.92@hotmail.com