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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA / TOMÉ-AÇU
BACHARELADO EM ENGENHARIA AGRÍCIOLA 2018

PROJETO DE PESQUISA:
A INFLUÊNCIA DO SOMBREAMENTO NAS CULTURAS DE MILHO E FEIJÃO

PESQUISADORES:
Docentes: Dra. Maria José de Sousa
Trindade e Dra. Maria do Perpétuo
Socorro Progene Vilhena
Discentes: Alexandre Raynne Santos da
Costa, mat.: 2018004540; Benedito
Quintino Demetrio Gaia, mat.:
2016013308; Danilo Marcolino Leite
Santos, mat.: 2018019267; Fabricio Lira
Gaia, mat.: 2018004863; Jorge Wellington
Lira Rodrigues, mat.: 2018005225

TOMÉ-AÇU/PA
12/2018
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SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO...................................................................................................3
2 – OBJETIVOS........................................................................................................4
3 – REVISÃO DA LITERATURA...............................................................................5
4 – METODOLOGIA.................................................................................................7
5 – CRONOGRAMA.................................................................................................8
6 – RESULTADOS...................................................................................................9
7 – CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................10
8 – REFERÊNCIAS................................................................................................11
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1 – INTRODUÇÃO

O presente projeto de pesquisa tem como objetivo a observação da


germinação e do crescimento de culturas fortemente utilizadas em grandes
sistemas de produção, especificamente o milho e o feijão, sob efeitos de diferentes
graus de incidência da radiação solar, simulando um Sistema Agroflorestal (SAF),
com um intuito de que adeptos da agricultura familiar – ou quaisquer agricultores
que exerçam o modelo de SAF – possam se utilizar dessas culturas sem receio de
amargarem prejuízos incontroláveis.

Justifica-se a realização da pesquisa porque o município de Tomé-Açu


(local de realização da pesquisa), tem certa notoriedade decorrente de seu próprio
SAF, o Sistema Agroflorestal de Tomé-Açu (SAFTA), utilizado principalmente por
agricultores familiares e pequenos produtores rurais, que são maioria no município.

Sendo assim, a realização desse projeto tem como foco a utilização dessas
culturas por agricultores da região, com o intuito de fomentar apoio técnico para os
mesmos no que concerne à utilização dos SAF, já que os sistemas agroflorestais
têm a característica de serem ecologicamente corretos e de reviver a
biodiversidade que um dia foi devastada.
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2 – OBJETIVOS

OBJETIVOS GERAIS

Observar o desenvolvimento das culturas em consórcio de milho safrinha e


feijão caupi em zonas de sombreamento artificial de diferentes graus de
luminosidade, simulando o desenvolvimento das mesmas à um Sistema
Agroflorestal (SAF), com o intuito de uma possível utilização das culturas
pesquisadas por agricultores adeptos de SAF.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1 – Analisar a quebra de dormência das sementes de milho safrinha e feijão caupi;

2 – Observar a taxa de germinação das sementes de milho safrinha e feijão caupi;

3 – Verificar o percentual de crescimento das sementes de milho safrinha e feijão


caupi;

4 – Comparar o crescimento das culturas de milho safrinha e feijão caupi em relação


às zonas de sombreamento, simulando um Sistema Agroflorestal.
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3 – REVISÃO DA LITERATURA

O município de Tomé-Açu é uma referência quando o assunto é Sistema


Agroflorestal, tanto que o município tem um sistema agroflorestal próprio, que é o
Sistema Agroflorestal de Tomé-Açu – SAFTA. Este sistema tem como característica
a consorciação de plantas florestais, nativas ou plantadas, com espécies frutíferas
de variados tamanhos ou portes, tais como açaí, cupuaçu, cacau, pimenta-do-reino,
acerola, exóticas, etc.

De acordo com Barros et al (2009) os Sistemas Agroflorestais possuem


grande potencial de expansão na região amazônica, bem como na recuperação e
na ocupação produtiva de áreas desmatadas. Além disso, o cultivo de plantas
perenes exige menor espaço em comparação com o espaço exigido para a
produção de culturas anuais.

Steenbock, Vezzani (2013) destacam a relevância com o manejo correto dos


fatores que influenciam o desenvolvimento de um Sistema Agroflorestal, tais como
a produtividade primária, a sucessão natural de plantas, a reciclagem de nutrientes,
as relações ecológicas e a luminosidade.

Coelho et al (2008), quando trata da fertilidade do solo no que concerne à


nutrição e à adubação para o cultivo de milho, discorre sobre as exigências
nutricionais requeridas por essas plantas, sobre a acumulação desses nutrientes e
correto manejo da adubação, não sem antes comentar sobre a sensibilidade das
plantas de milho à deficiência de micronutrientes.

Cruz et al (2008) estuda o manejo da cultura do milho discorrendo sobre os


níveis dos índices dos fatores climáticos considerados ótimos para o sistema
produtivo do milho, dentre eles a temperatura, a umidade do solo, o fotoperíodo e
a radiação solar. Discorre também sobre outros fatores importantes a serem
considerados em um cultivo de milho, tais como a época e a profundidade da
semeadura, a densidade do plantio na linha e o espaçamento entres fileiras.

Tanto o manejo do solo, quanto os tratos culturais reservados à produção de


milho, anteriormente citados, são direcionados ao monocultivo, ou seja, plantio de
uma única espécie, em determinada área, geralmente realizado por grandes
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produtores rurais. Esse sistema carrega desvantagens ao meio ambiente, a


exemplo da redução da fauna e flora locais, surgimento de pragas sem predadores
naturais, necessitando-se do uso de agrotóxicos para combatê-las,
empobrecimento do solo por falta de nutrientes e redução da microfauna,
Assoreamento de rios e nascentes, etc.

Pode-se mitigar esses efeitos nocivos da monocultura com a adoção de


outras técnicas de plantio, tais como a consorciação e rotação de culturas, a adoção
do plantio direto e a produção por sistemas integrados. Destes últimos tem-se o
Sistema Agroflorestal, que, em resumo, é um consórcio de plantas madeireiras com
frutíferas e herbáceas.

Portes (1996) em seu trabalho sobre o consórcio com feijão, descreveu os


fatores limitantes nos rendimentos, as características morfológicas da planta de
feijão, a proporção de área ocupada entre milho e feijão e os diversos consórcios
praticados no Brasil envolvendo o feijão. Desses, aquele autor estudou, com
profundidade, o consórcio feijão x milho, e com menor intensidade os seguintes:
feijão x café, feijão x cana-de-açúcar, feijão x mandioca, etc.

Darós (20--) recomenda diversos tratos culturais para a produção de milho,


desde a escolha do cultivar até o armazenamento da produção. Assim, aquele
pesquisador passeia por técnicas já recomendadas por Coelho et al (2008) e por
Cruz et al (2008) e complementa com o controle de erosão, o combate ás plantas
invasoras e às pragas, o uso de medidas para o manejo de doenças, os processos
de colheita e secagem, além de comparar os coeficientes técnicos de produção
entre o plantio convencional e o plantio direto.

Analisando-se a literatura sobre milho e feijão, pode-se perceber que o


material é parco no que se refere à produção de milho e feijão em Sistemas
Agroflorestais, transformando este projeto em um embrião pra o advento de novas
pesquisas sobre o tema.
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4 – METODOLOGIA

Para o desenvolvimento da pesquisa, pretende-se construir 3 canteiros de


terra preta sobre o solo, ladeados por tábuas de madeira, cada um dos canteiros
medindo 84 cm de largura por 2,5 metros de comprimento e 25 cm de altura em
relação ao solo. Os canteiros serão separados por uma distância de 50 cm,
possibilitando a livre movimentação dos discentes pesquisadores.

No interior destes canteiros serão despejados em torno de 0,6 metros


cúbicos (m3) de terra preta, nos quais adicionar-se-ão as sementes de milho e as
de feijão caupi. Em cada canteiro haverá uma linha de feijão e uma de milho com
10 covas em cada linha. Em cada cova serão colocadas 3 sementes com 7 cm de
profundidade, sendo que uma semente de milho tenha 25 cm de distância de outra
semente de milho e 35 cm de distância à fileira de feijão.

Em dois dos três canteiros serão adicionadas telas de sombreamento,


também conhecidas como sombrites. Um terceiro canteiro ficará sem sombrite
servindo como testemunha ou evidência. Usar-se-ão dois sombrites diferentes, um
de 50% de sombreamento e outro de 25%, cada um sendo acoplado à um
respectivo canteiro, com o intuito de simulação do sombreamento das folhas de
outras culturas presentes em um SAF.

O acompanhamento do desenvolvimento das duas culturas será realizado


por tratos culturais e medições. Os tratos culturais serão efetuados pela rega, pela
adubação de manutenção e fertilização foliar. As plantas serão regadas de uma a
duas vezes ao dia, quando necessário, no início do dia às 07:00 h e no final do dia
às 18:00 h. A medições ficarão restrita ao crescimento da planta e contagem do
número de folhas.
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5 – CRONOGRAMA

MÊS/ ETAPAS Dia/Mês Dia/Mês Dia/Mês Dia/Mês Dia/Mês Dia/Mês Dia/Mês

Escolha do tema 10/12

Levantamento 11/12
Bibliográfico

Coleta de dados 14/12

Análise dos 07/12


Dados

Organização dos 09/12


Resultados

Revisão do texto 10/12

Entrega do 14/02
trabalho final
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6 – RESULTADOS

Espera-se que o consórcio das culturas de milho e feijão tenha razoáveis


germinação e crescimento com a menor quantidade possível de contato com a luz
solar, de tal sorte que seja possível a utilização dessas culturas em um Sistema
Agroflorestal.
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7 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este projeto tem a ambição de proporcionar o cultivo de milho e feijão em


Sistemas Agroflorestais aplicável à agricultura familiar e ao pequeno produtor rural.
Esse público alvo não dispõe de recursos para a aquisição de maquinário,
combustíveis, mão de obra qualificada, equipamentos de informática e de precisão,
bem como de sistemas de gerenciamento por software.

Essa falta de recursos financeiros transforma o agricultor familiar e o


pequeno produtor rural em clientes potenciais de cultivos de plantas que exijam
cuidados manuais e pontuais, tratos estes, típicos de um Sistema Agroflorestal.
Nesse sistema, o plantio é realizado por covas, a diversificação da flora não permite
a padronização de tamanhos, impossibilitando a utilização da mecanização nos
processos de plantio, poda e colheita.

Entretanto, esse público deve ter rentabilidade na sua produção. Daí a


escolha de culturas de ciclo curto, entre elas a cultura do milho e do feijão. O milho
tem ampla utilização na propriedade rural, seja para consumo humano, seja para
consumo animal ou ainda, para a comercialização do excedente produtivo. O feijão
diferencia-se do milho no que tange a inapropriação para a alimentação animal.

Assim, recomenda-se o prosseguimento desta pesquisa, criando-se técnicas


e tratos culturais próprios para o cultivo não só de milho e feijão, mas de outras
culturas de ciclo curto, quando inseridos no ambiente de um Sistema Agroflorestal.
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8 – REFERÊNCIAS

Barros, Andréa Vieira Lourenço de, et al. Evolução e percepção dos sistemas
agroflorestais desenvolvidos pelos agricultores nipo-brasileiros do município
de Tomé-Açu, estado do Pará. Amazônia: Ci. & Desenv., Belém, v. 5, n. 9, jul./dez.
2009.

Coelho, Antonio Marcos; et al. Cultivo do Milho: fertilidade dos solos. Embrapa
Milho e Sorgo. Sistemas de Produção, 2. ISSN 1679-012X. Versão Eletrônica - 4 ª
ediçãoSet./2008.

Cruz, José Carlos; et al. Cultivo do milho: manejo da cultura do Milho. Embrapa
Milho e Sorgo. Sistemas de Produção, 2. ISSN 1679-012X Versão Eletrônica - 4 ª
edição. Set./2008.

Darós, Romulo. Cultura do milho: manual de recomendações técnicas. AGRAER


- Agência Regional de Dourados. Dourados, (20--)

Portes, Tomás de Aquino. Produção de feijão nos sistemas consorciados.


Goiânia: Embrapa - CNPAF - APA, 1996.

Severino, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 22 Ed. ver, e


ampl. São Paulo: Cortez, 2002.

Steenbock, Walter, Vezzani, Fabiane Machado. Agrofloresta: aprendendo a


produzir com a natureza. Curitiba: 2013.

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