Você está na página 1de 58
Gilberto de Syllose¢ Cy eee tele pir lis Bateria e Contrabaixo na Musica Popular bap et Dba] INDICE lHtP60 G6 46 erinaweereonssreecernese een eee seeeaereere rer nuyera we reeee meen murcamemunamnmemen 9 A integracao baterid © CONTADAIKG: cesisccnesscswassemmneye restos ys em eneeraweanemmames 10 At Na@a dy GSC lta secs sen meen mere aeeee eenene me REN eye meemeeereremnieeees 12 Pequéna historia Ga batéeria NO Brasil scemveescenermwswessreeasereyeseoersserwerseereenwenn 13 Pequena histeria dO COntrabaixo NO Bras tbecveccecensiemesmnceemerreverses swe ewrewcaweses 14 SGA wreccnecen-cocecocelime A Waihi aziuels DEUS were eRe eelen en ere ours ee eran en cee mreerre eee nannennseman 17 SF 100) OT- Ban ALON ©) =| 0 eee 19 Samba Ge WOKS caves corececexeererceweeueweereorraeeeers ese eeeawmeey xsareeereweorameses 29 SAMDAa-CNOLO 0... cece e cee c cece eee cece eee cece nce e une e seas eee eens eee eeteeeenn nent nee eenseennneeee reese 2 | Samoa CROZAGG _....0.25 iceseererrwesemeuscnassenperseceeestn eee eRe rere 32 PartidO ALO cece eee cece cree cece ee ee eee cence eee e eee e cette eeeee nen e eee eeeeeaneeeeeeneneeeeeeseeenas oo Saniba CANCAG......%..1cnkemeuTeEE RE eoUN EOE TEE oo Samba funk ..ccccccccccccec cece eee e eect ee eaeeeeaeeececeeceeeeeteeeaeeeeeeeeeeeteeeeteeeeenteeeeet teeny 36 SATO FOG « ecre-eccnesecnirnelvessn dtd SReee eRe Sa eR ECR NRA RRR IeS RE eee oF PGEOTEIC: cecseanceresssiseareresnacacrieesecsurerancereoneesosmonnate acm eve swironvoseeuarensvarcensmorvtereneiewmemisocesteseereteenenmintenemnjaneressenconencea 38 BOSSA NOVA .eeecccccceecccceeeeee cee ceeee eee ee eee e esa nneeteeee teen eens ee eee etna eee ee seen nee seeeeneateneeneneees 41 Carnaval ...cccccccceccecccccccccuceeeneueennneneeeeaeeeeseeecgeeeegeeeeeeeeeeeeeeeeseeeeaneeeeneeeegeaaeanaeeeeees 47 NICHE TEPICTAG eemmreneecceraceresniiindli dae Renee Nn Sree eer een naearnenwunaresne 47 Marcha CarnavaleS vivinvicascsasnmesanarencnne memosninase rence ee eee NeTe eames 47 GA SBE weexceceseceseceecmrestenesnseseomieseomnnvn evnsnsacesillth dik CARSALES Sa rere 48 FrOVO voice cccccccccccececceeeeentueeeeneeeneeeeueeetneeeeeee tee ee tennessee eeeeeteeseenneeeenennenaaeeeeees 49 BOK (EKA) ceconceccerencenemnnennnneennmenmnatilils SUCRE ERNEST REI ana Oe EERE 51 IGE SEC scscecesecercsssncesecmseosecscmpesnomsnsanonencacermnsmamasnomearsess msn nsaonancesn-avssn siecdlesnseci le aS UTR GROSSE a rear a CRN 55 Bald .eeccccccccccecccucccceeeeeeeee cece eeeenae ease eee ee eee eeeetee ene e ees seeeetteteeenneneenttneenneenens 55 DEES csesmvssunsnen was ninrncmomnsnpnrncnrese:nomamoesnsosaseonanavasisasagmnesomsecmave mspomsnceynon hiWi a RLS BU ITN RSS SOS INO DST Tree OE RG 59 NMIAIACECO ceweeeeces arene ree ereseiwaeeneemnmannascsnnw meme EEERe EMR LLY 60 BAQUIE VEEOG snescccncnmsocnnsecnimmsecoronsctoranetenonactreinectsnsmsencninsncrnsaest RESIS REL RES DET AERIS EAE RNEC EN 62 Bacue de LUG00a eracqexsg preven arene anexesremansmmessrecmnaace memnenennaammnivmetes 63 ManQUe: DGAt ......c..ocnnmncnennanasenensenmnannennms «béldiek dig hiaWaie ne aeeeee Deere NERS 64 SS | peeecneses unease ein a eres gre nestor ree ee encore enecimeereremased 65 SAMBDA=FOGGAE onrccenncnneenccennennrsnnneneasmeunanacnensssnnmnnmennnd da dived ian Sees eeviee eUEWAERE 66 SFT an) Y= Te ( = = = D D a D D D & P E f 2 E iH [== — Ss SES 4 As coordenacées seguintes também devem ser estudadas na caixa. Porém estao contidas algumas notas tocadas simultaneamente pela mao direita e esquerda, gerando naturalmente um sentido de multiplicidade ou, como chamamos tecnicamente, flam, muito comum em diversas levadas de samba. A CONDUCAO DO CONTRABAIXO NO SAMBA Conhecimento ritmico: Para que o contrabaixista desenvolva uma boa linha, € importante conhecer o movimento do surdo e os padr6es ritmicos mais usados no samba. Essas “células ritmicas” serao demonstradas no decorrer dos exemplos. Conhecimento harmé6nico, articulacoes e ornamentos: A) Ténica e quinto grau — E o principal e mais usado movimento que o contrabaixo realiza. A tOnica vem no primeiro tempo, tocada de forma stacatto, e o quinto grau, no segundo tempo com maior acentuacao. Quando o quinto grau 6 tocado uma oitava abaixo, 0 som produzido 6 semelhante ao do surdo. Nos primeiros exemplos, o primeiro tempo foi suprimido, sendo a t6nica tocada apenas no segundo tempo do compasso. Ouca com atencao o surdo nos préximos quatro exemplos. ¥ FAIXA 13 TONICA E QUINTO GRAU C7M F7M C7M Dm7 a e 6). | =e =a on fo 2 2 . —— C7M G7 C7M Db7m be be a A VI a 24 8) Nota Morta e Martelado — Sao técnicas que auxiliam na ritmica e dao um toque especial. Ajudam naquilo que chamamos de “molho”, “swing”, “tempero”. A nota morta (X) - 6 produzida pela mao direita e¢ tem um melhor resultado sonoro quando tocada em uma regiao de maior tensao da corda (proximo a ponte). E escrita no pentagrama na regiao das cordas soltas. EXEMPLO NOTAS MORTAS NO PENTAGRAMA SS : Tx 1 A nota martelada (M) 6 produzida a partir do toque dos dedos da mao esquerda na corda solta sem a articulacdo da mao direita. Nao é adotado nenhum simbolo para representar este som, pois @ uma articulacaéo usada apenas para interpretacao. Essa sonoridade teve inicio no jazz com o baixo actistico. Para chamar a atencao do som da nota martelada esta escrita a letra “M” embaixo da nota. No exemplo 14, a nota martelada é precedida por uma nota solta e conectada por uma ligadura, tratando-se de uma nota ligada (item G). Havera uma outra abordagem da nota martelada na pagina 85, no item tapping. NOTA MORTA E MARTELADA FAIA 14 . , y C} Notas do acorde {ARPEJO) - E muito importante que o contrabaixista estude harmonia e aprenda a ler e entender o que as cifras estabelecem. Existem os acordes de trés sons — Triades (I, Ill, V) - e os de quatro sons — tetracordes ou tétrades (I, Ill, V, VIN). Veja a seguir o quadro com tipos de acorde e arpejos: 25 QUADRO COM TIPOS DE ACORDE E ARPEJOS. CIFRA TRIADE ARPEJO I Il Vv c Maior Cc E G Cm menor Cc Eb G C(#5) aumentada Cc E G# Cmi(b5) diminuta Cc Eb Gb CIFRA TETRADE ARPEJO I mM Vv Vil CIM Maior c! 7° Maior c E G B C7 Maior cf 7° menor ———————————_ C E G Bb Cm? menor ¢c/ 7? menor ———————- C Eb G Bb Cm (7M) menor c/ 7° Maior ————————————_- C Eb G B Cm?7 {b5) menor c/ 7* menor e 5° dim Cc Eb Gb Bb cP Diminuta c Eb Gb Bbb y PAIX 15 NOTAS DO ACORDE c Fm Omabs) at cm D) Notas Cromaticas - Sao aquelas que nado pertencem a4 escala do acorde. Podem ser utilizadas para aproximacado das notas do arpejo, da escala do acorde, ou ainda, para conectar acordes subseqlientes. O sinal “cr”, escrito embaixo da nota, identifica tal movimento. FAIKA 16 NOTAS CROMATICAS E) Notas diaténicas — Sao as notas que pertencem @ escala do acorde. Ajudam a enriquecer melodicamente as linhas de condugao. NOTAS DIATONICAS FAIXA 17 M Bmzibs) ENa) Ff) Ligaduras de duracdo - Une sons de mesma altura, somando suas duracées. E muito utilizada para a escrita de antecipacoGes e deslocamentos de acentuacGes que sao comuns no samba (sincopas). LIGADURAS DE DURACAOG FAIXA 18 x . E Bb? AT Eb? by G) Notas Ligadas: Sao notas conectadas por uma ligadura. A ligadura faz a conexao de uma nota para outra mais alta. No exemplo a seguir, o som da primeira nota é produzido pelos dedos da m4o direita, enquanto o som da segunda, apenas pelo movimento da mao esquerda. NOTAS LIGADAS FAIXA 19 y cm a Cm x nee eo 27 H)] Notas Puxadas: A nota puxada é sempre precedida por uma nota articulada na mesma corda, Portanto, a ligadura conecta uma nota 4 outra mais baixa. t " FAIXA 20 NOTAS PUXADAS c7™ x Cm7 re 1) Glissando: E um ornamento que consiste em fazer a mao escorregar de uma nota a outra, de maneira continua. E indicado por um tracgo irregular, ascendente ou descendente. x. FAIKA 21 GLISSANDO Pa a == Ee = J) Portamento: E um ornamento parecido com o glissando, sé que mais rapido e curto. Seu traco é reto e pode ser ascendente ou descendente. , a FAIXA 22 PORTAMENTO c7™ x be x 28 SAMBA DE MORRO (Samba batucada/ — E o samba ao estilo carioca dos compositores do Estacio, qué predomina a partir dos anos 30. Uma de suas principais caracteristicas esta na instrumentacao: surdo, pandeiro, cuica e tamborim. OQ samba cruzado, uma batucada adaptada 4 bateria, é tocado tradicionalmente com a mao direita na caixa enquanto os tons e o surdo sao tocados com a mao esquerda cruzada sobre o braco direito. SAMBA DE MORRO | FAIXA 23 v Fim Om? Gm7 Cr) Frm Dm eS Fe = 4 | — ae ry = 7 = pe 3 TJ a Gm7 cna Fim D7 Gm7 cng) ; > a + = — i = B Hh +e tS = —=sas pple 2H — Fim Dm? Gm7 cre) FIM fot «> 3 | ———— = - - | a 5 ; ] Ger ee be Lae. ee | y FAIXA 24 SAMBA DE MORRO II Am? Bre Bm? E7 Am? D? Gm™ SSP a ee 30 SAMBA CHORO FAIXA 25 C Cm Dmibs> Gang == =e —— 3 ite Cm? Fm7 abr = ; _ — a . ee Abr Dimi) Gaby —— ae see ee 31 f ¥ FAIXA 26 SAMBA CRUZADO Ho si SED a rar a= ss = # a Prat ay Ty » : at aa ao —— ye Joe ie | 32 PARTIDO ALTO - Construido com refrdes que sao repetidos em coro, o samba de partido alto é acompanhado por instrumentos de percussdo e palmas. As estrofes sdo improvisadas por solistas, também conhecidos por partideiros. Os bateristas e contrabaixistas brasileiros adaptaram essa linguagem para seus respectivos instrumentos, os quais nao fazem parte da instrumentacdéo tradicional do partido alto. E interessante notar que nessa sess4o ritmica predomina as variacées do pandeiro e do agogé. VARIACGES DO PANDEIRO FAIXA 27 ; 4 A batida com o polegar préximo ao aro, e também o tapa tocado no pandeiro, sao adaptados respectivamente ao bumbo e 4 caixa da bateria, criando algumas das formas de executar o partido alto. PARTIDO ALTO! FAIMA 28 ) / Esusioy Evi) Aq f 2 E oan Tt oa —— | — ae Cae — Pa eee ee Byiia) Bria) Esusie) E71) AT r 1 — ee SS a ee [es — = = p= led — s 1y a 4 1 pia B7b) F B7iN3) Bribr3) p - 33 My FAIXA 29 PARTIDO ALTO II MR, FAIXA 30 PARTIDO ALTO It Am? DT Am? 1 DT L244 3,7 = > o> = x. FAIXA 31 PARTIDO ALTO IV » 34 6 SAMBA-CANCAO - Com uma sofisticacéo poética, harménica e ritmicamente bem mais contido do que os sambas carnavalescos, se firmou durante as décadas de 30 e 40, impulsionado pela popularizacéo do radio. * x SAMBA CANGAO FAIXA 32 me «356 SAMBA-FUNK - O samba-funk mistura elementos do samba com a_ritmica marcante do funk. Essa fuséo ocorre nos anos 70 e tem como principal caracteristica a introdug&o da técnica de contrabaixo chamada de s/ap (ver na pag. 82 maiores detalhes) na musica brasileira. A faixa 36 6 popularmente conhecida como samba- rock, FAIXA 33 SAMBA FUNK | x. FAIXA 34 SAMBA FUNK II O7 Al 36 SAMBA FUNK Ill FAIXA 35 < F7M Abim7 Am7 T B eB*t ve f be Tt T ‘ if Pet ¥F ope et Oe ee « fe Ne |— 1 Dsus a - Dieusé - i Dtsued FIM rT - , OT TT pot t pop Tt * — p a . dR 7? aH iS 5 Z a . 5 o shat et —— | = Abaim? Am? D7sus4 Cisus4 Frm T I r T P P nn) F a SAMBA ROCK FAIXA 36 = E? D7 Df? E7 D7 D¢7 37e PAGODE - O termo pagode sugere uma festa com comida, bebida, danca e muita muisica; no caso, o samba. Tem como caracteristica instrumental a inclusao do banjo, do tanté e do repique de mao. A partir dos anos 80, o pagode se estabelece como género musical de grande forga popular e comercial. mR, FAIMA 37 PAGODE DE MESA : a ) FAIKA 38 PAGODE | chy 7 pe? Exfs) abis ALB 1 Dre) 2 Dg) . Omri) Dara Gra) Cay x 2 38 e PAGODE Il FAIXA 39 a Cc™ Dm7 Em? Dm7 BS eS eae ixf, 7 a x i 4 roel [at 2 SS 39 TOPICO II BOSSA NOVA Surgida no final da década de 50, trouxe grandes mudancas estilisticas relacionadas a harmonia, aos arranjos e as batidas do violao. A formacdo bateria, contrabaixo e piano tiveram influéncia da instrumentagao norte-americana do jazz. Na bateria é comum o uso das vassourinhas, que pode ocorrer de duas maneiras: ao par, ou uma sendo tocada pela mao direita enquanto a esquerda carrega uma baqueta. Quando percutir a pele da caixa com a mo direita (exemplo nas faixas 40, 44 e 45), procure apoiar a parte superior do corpo da vassourinha no aro do instrumento para obter um som melhor. Note que na bossa nova nado existe a marcacdéo ritmica de instrumentos de percussao que prevalece em outros estilos de samba. O baixista tem um trabalho ritmico desenvolvido com maior liberdade, mas sempre em conjunto com o baterista. As notas devem soar mais ligadas, dando uma sdlida base harménica para o violdo e piano. Fique atento aos acordes invertidos. BOSSA NOVA | FAIXA 40 ; 4 Am7 Bin7i5) Erib9) Am? Abm? Gm7 CT a o-abe—Z == — pei = Bm7bs) Enby Am? = —— [+] - VASSOURINHA TOCADA NA PELE DA CAIXA COM A MAO DIREITA 41 x. FAIXA 41 BOSSA NOVA II Na faixa 42 as duas vassouras sao raspadas na pele, porém a da mao direita também é percurtida, acentuando as variacées ritmicas do tamborim. A mao direita faz movimentos no sentido horario, enquanto a mao esquerda no sentido opostc BOSSA NOVA II FAIXA 42 ' Ccm7 Buim7 SSS FIA obiab Dmibs) Cmi ee — : t o —— ae 7 a | be. wea ba oss wl j 42 Na faixa 43 as duas vassouras séo raspadas na pele da caixa, porém a da mao direita é raspada e percurtida ao mesmo tempo. BOSSA NOVA IV FAIXA 43. W Bbrm Buim7 Cm7 CHaim7 7 —— — Sh + Zz a? feo —, a t fa | D718) Eby ge ebm | — = — — =, a ee ee | a= [4] - VASSOURINHA RASPADA NA PELE DA CAINA — 1 43 Na faixa 44 a mao esquerda gira em sentido horario e a mao direita percurte na pele da caixa. BOSSA NOVA V FAIXA 44 Q . DFM Dw) Emig) AT(13) D7M Dia} Emz(g) Av{13) 44 BOSSA NOVA VI FAIXA 45 2 Em7ay AT(13} Dmi(a) G73 Emig) Ebzia) Dm7) Db7ia) abt ag aby G7 can pbs Cary + 4 4 i LL 4 H+ 4 +4 4 4 + al =) > 3 “a l se 2 = —— MD - PERCUTIDA NA PELE DACAINA LINHA DA MAO ESQUERDA tT + T + T + T +L iT + iT ME - RASPADA VERTICALMENTE NA PELE DA CAINA 45 TOPICO Il CARNAVAL As primeiras escolas de samba criaram um tipo de musica chamada marcha- rancho. Eram denominados de ranchos os grupos que realizavam dancas para festas catélicas, como o Natal e o Dia de Reis. Durante o carnaval, os ranchos saiam as ruas cantando e dancgando, usando a frente um estandarte. MARCHA-RANCHO FAIXA 46 a D BED DE D E DDEEDDEE DB \ dl. — i LW H it Dm? Al x Om? Ze . MARCHA CARNAVALESCA FAIXA 47 om D E DE D DDEEODBD Vo o eA7e SAMBA-ENREDO - Bastante difundido no eixo Rio-Sao0 Paulo, o samba-enredo foi criado para acompanhar os desfiles das escolas de samba, estabelecendo-se comercialmente a partir dos anos 70. A instrumentacao do samba enredo é composta pelo cavaco (harmonia) e pela bateria, que 6 formada por um grande numero de instrumentos de percussaéo. Sao eles: os surdos de primeira, segunda e terceira (cortador), tamborins, caixas, ganzas, repiniques, pandeiros, culcas e reco-recos. Todos séo regidos pelo mestre de bateria, que comanda os musicos usando um apito e gestos. O samba-enredo 6 tocado num andamento mais rapido que os demais estilos de samba e, sendo assim, é necessdrio salientar a importancia do puxador que, junto com a bateria, determina a pulsacdo e a cadéncia da escola. A faixa 48 contém trés exemplos de samba-enredo adaptados 4 bateria, sendo que os dois primeiros sdo mais “bateristicos", ou seja, sao conduzidos de uma forma mais leve, enquanto que o terceiro, apesar de nao se tratar de uma escola de samba, imprime maior peso ao conjunto. e FAIXA 43, SAMBA-ENREDO NA BATERIA ne" FAIXA 49 SAMBA-ENREDO 48 FREVO - Originario do carnaval de Recife (PE), é caracterizado por ser uma marcha instrumental de andamento rapido. Na Bahia, a partir dos anos 50, com a criacdo do trio elétrico, estabeleceu-se o frevo baiano ou frevo elétrico. As faixas 50 e 51 se baseiam nas levadas tradicionais do frevo de orquestra que, inicialmente, foi criado e executado por uma bateria “desmembrada” ou percussao sinfénica (caixa, bumbo, pratos de choque etc.). A faixa 52 6 um exemplo de frevo elétrico. Foi a partir da eletrificacao do frevo que o contrabaixo elétrico ganhou o seu espaco definitivo ma conducao desse estilo. O grande responsavel por essa linguagem foi o trio elétrico de Dodé e Osmar na Bahia. FREVO | FAIXA 50 ; \ c x Dm x Gi 4 A = S — > = ah f+ ee == =F ote ———————— J r Ht c? x F Fain? CG AT _# be —t = — # { fe * _o i bar at Dm? GT Em? AT Dm G7? Cc 2 ae eS = -— -|$—— = 49 >. My, FAIXA 51 FREVO il ab 4 Cm x F7 x Bb D E DEDE BD ™ 2 MX, FAIXA 52 FREVO Ill Eb x Bb7 x x x eb Bh eb «50 « Atoxé (Ijexa) - O afoxé é 0 nome de um ritual religioso afro-baiano, e o ijex4é um dos ritmos caracteristicos dos afoxés. Como originalmente o ijexd & tocado somente por atabaques, cabe a bateria sintetizd-los e ao contrabaixo, apoiar sua ritmica. LINHA DO AGOGO COM VARIACOES FAIXA 53 am ia % JEXA 1 FAIXA 54 am A B/A A B/A A B/A A BIA WEXA II FAIXA 55 ame Am? x x x FIM(#11) we x x Dm7 > ! E79) x Enb9) G Am «51 M, FAIXA 56 WEXA til 52 TOPICO IV NORDESTE Baiao - Foi com a vinda de Luiz Gonzaga para o Rio de Janeiro, na década de 40, que o baido comecou a ser difundido. Assim como no samba, a bateria 6 adaptada a partir de instrumentos de percussdo. Os principais sfo a zabumba, 0 triangulo e o pandeiro. O bumbo e a caixa tam a funcao do boneco(a) e do bacalhau da zabumba. 0 primeiro é uma baqueta com a ponta envolvida em um tipo de espuma que é presa a haste por um tecido e fita adesiva. JA 0 bacalhau 6 uma vareta fina com o tamanho préximo ao do boneco(a). Geralmente feita de bambu, produz um som bastante “estalado”, com médios e grande projecao. ZABUMBA E TRIANGULO FAIXA 58 mm O triangulo e o pandeiro podem ser adaptados pelo chimbal e pelo prato de conducdo. Dessa maneira 6 possivel simular os toques abertos e fechados e a constancia ritmica do triangulo. TRIANGULO FAIXA 59 am 255 e As coordenacées abaixo também sao para as maos, sendo direcionadas para levadas com semicolcheias tocadas no chimbal. Note o uso de toques simples e alternados (single strokes). D Bs (oh do} E D to} zi ae oD E a Ein: fo) to} (0) J ate 3 —i_X = i — mu J x 4 of _ 2 4 a aE a —— =_— = = = ~ foy a = . F 1 : Z {| e of 2 | og ft st fz : = = 4 As linhas de contrabaixo criadas para o baiao dao apoio 4 ritmica usada pela zabumba e pelo bumbo da bateria, Seguem abaixo dois exemplos de baido, um de xaxado e dois de xote, sendo estes ultimos dois géneros bastante conhecidos da musica nordestina e bem préximos do baido. BAIAO I FAIXA 60 re 7 D a” b7 ” on fe tog Fe te to bet ie e57e \ FAIXA 61 BAIAO II Gm? A re = : — ee — | I SS } > f ae ee ge eee Ry FAIXA 62 BALAQ III wv. OTE | FAIXA 63 | Em? x 4 tt | DEDEDEDE D EE ——— oO XOTE Wl FAIXA 64 ™m DEDEDEDE H { 2590 Todas as linhas de contrabaixo escritas para neste topico foram concebidas a partir das acentuacGes e de elementos ritmicos caracteristicos do maracatu. As utilizagSes de linhas de contrabaixo nesse género ainda sao escassas. No exemplo 69, utilizei a técnica descrita na pagina 82, item E. My FAIXA 65 BAQUE VIRADO | G7 x x eta ; s 5 =< === El S — 1 x [2 x = SS _ es — fe esis bes z= M, FAIXA 66 BAQUE VIRADO II »62¢ Ri BAQUE DE LUANDA | FAIXA 67 ® BAQUE DE LUANDA II FAIXA 68 ™ x” F x oS SSS Se = Zs Sip peed | 63 j . RM, FAIXA 69 MANGUE BEAT | mR, FAIXA 70 MANGUE BEAT II 64. Axé - Género originario da Bahia, com uma grande difusdo comercial nos anos 90. Tem como caracteristicas principais a modernizacao e fusado de diversos ritmos e manifestacGes populares regionais (blocos afro, samba de roda, frevo, sarba-reggae, lambada}, além da influéncia de estilos africanos e afro-caribenhos (merengue, salsa, rumba e calipso). Os trios elétricos foram os principais responsdveis por essa fusdo e sua popularizagao. Estude essas acentuacées antes de tocar as faixas: AXE I 65 FAIXA 72 AXE II a D Ce Em AT SSS ‘ a, ®, FAIKA 73 SAMBA-AEGGAE | ° 66 « FAIXA 74 as ; ) SAMBA-REGGAE II Cm? Gm7 Cm7 Gm? 4 ~ : +, ~+ — ES 0 Bove: >, == a — ee ee = “et ede EE AXE Ill Em? x D x Cc x So eee BT x Em7 x D x Em7 Gap - _—— | 67 AXE IV f BX aa —— f ! FAIXA 77 A 2 CGC Am? Dm? G7 C Am7/Dm7 G7 Dm? G7 Cc pe Aa Se age o y FAIXA 78 AXE V Em? n wv x” —s —e PS 7 fe a tay — a — —— - BAIAG COM BLOCKS FAIXA 79 c™& 16X TTS f SSS SSS @ Deck Amado = Hock Grave Através desse procedimento vocé podera aplicar essa técnica aos ritmos aqui demonstrados e também a outros criados ou adaptados por vocé. Veja agora outros ritmos adaptados da mesma maneira: QUADRILHA jaa y: : + = 4 - = — t+. —— “55- =4 | | Chimbal = Nessa linha, 0 bumbo é tocado com o pedal esquerdo do pedal duplo, usando- sé a ponta do pé. Ja o chimbal é tocado com o calcanhar. Linhas dos pés agrupadas 73 Complete essa levada com uma linha de caixa ou simule o triaéngulo no chimbal, aproveitando-se das seminimas tocadas nele com o pé direito. Caixa LINHA DE CAIXA LINHA DO TRIANGULO ADAPTADA NO CHIMBAL Unindo as linhas dos pés com a do triangulo, e depois com a linha da caixa, temos respectivamente: ) t ) FAIKA 80 LINHA 005 PES/TRIANGULO Block Agudo Bl Grave ’ tL ) FAIXA 81 LINHA DOS PES/CAIXA D ED E DE DED ED E PDEEDDEE qe 2 ; 2 ae = 3 Vocé ainda pode unir a zabumba com as linhas dos pés ja vistas. Essa 6 uma linha tradicional de quadrilha: 74 LINHA DOS PES/ZABUMBA FAIXA B2 gS \ + oO oO + oO oO + Oo 0 a i! = SS Ss — —~— fo. ¢ © @ + 0 o + — — 4 = ee = —— = 3 [+]- Nota abafada na zabumba [O}- Nota sem abafar IJEXA Block e eee SE —_—_— E| - * . . Sd 7 eo? Agogo LINHA BASICA DE AGOGO TOCADA NO PE ESQUERDO Pode-se também executar essa linha com os blocks enquanto se toca o bumbo e o chimbal com o pé direito. Bumbo e ff: Chimbal “4. LINHA DO BUMBO / CHIMBAL 75 Estude as linhas agrupadas. LINHAS DOS PES Agora, com as maos, toque uma levada pop de ijexa. Chimbal, — Caixae Bumbo Estude as linhas das maos e dos pés agrupadas: T FAIXA 83. LINHA DAS MAOS E DOS PES Vocé pode também tocar congas junto com a bateria (posicionadas no lado esquerdo do seu sef}. Se a posicao tradicional das congas (conga e tumbadora, da esquerda para a direita) néo lhe deixar confortavel, inverta-a. [1] - tapa [P| - palma [DB] - dedos: [o] -borda E importante ressaltar que no ijexa as linhas de agogé variam em torno da mesma célula ritmica. Portanto, estude e aplique-as da mesma maneira, conforme exemplo do cD. FAIXA 53 ; ‘ MARACATU Como j4 vimos em algumas levadas do tépico “Nordeste”, no maracatu podemos adaptar as linhas dos tambores marcante, meido e tarol, respectivamente, ao bumbo, mao direita e mao esquerda. Agora adaptaremos levadas de gongué aos blocks no pé esquerdo e a adicionaremos as levadas de baque virado e baque de Luanda ja vistas: BAQUE VIRADO LINHA DE GONGUE ADAPTADA AOS BLOCKS NO PE ESQUERDO Estude as linhas dos pés agrupadas e depois agrupe-as as linhas das mdos: LINHAS DOS PES AGRUPADAS i FAIXA 85 BAQUE VIRADO COM OS PEDAIS 78 BAQUE DE LUANDA fe— SSE a o 2 . @ - LINHA DO GONGUE ADAPTADA AOS BLOCKS LINHAS DOS PES AGRUPADAS Estude entéo as linhas todas juntas: BAQUE DE LUANDA COM OS PEDAIS FAIXA 86 g / ey pes aay 4 a qa - Note que essas levadas de gongué sao apenas algumas das muitas encontradas nos baques do maracatu.Portanto, pesquise e aplique-as seguindo os mesmos procedimentos. 79 , ly FAIXA 89 EX. B- MUSICA - TOGANDO BAIXO Na faixa 90, vocé realizara o movimento de pancada (T) com o polegar e dedos médio e indicador. Isto néo 6 comum e exige um certo preparo. Antes de tocar o exercicio, sugiro que vocé treine primeiro o movimento dos dedos da mao direita (p, m, i) que esta indicado no alto do pentagrama, sem tocar as notas. A repeticéo é um fator muito importante ao estudar essa técnica, pois sé assim se adquire sequranca e um som com qualidade. Pratique com um metrénomo sempre em andamento lento e procure aumentar gradativamente. f FAIXA 90) EX. 1 - PANCADA (T) COM 3 DEDOS MD pmipmipm pmipmiipmi T pone r TT a FAIXA S1A EXEMPLO TERNARIO (ABERTURA - PASSAPORTE) m m m m M4 MJdgpum wa t M tM po to 2 fe ° a ~ 2 te ft ¢ Be f pe —— aot — = — =| —— a my FAIXA 91B TAP FREVO - ESPOSA ‘a £ to , q “}4 5 A s r= a __h = a — a done rps f- ‘is M M M M M M M M SS i + ; . + ~ =—+> ; bg = $3. 5 a a ee a te tb eb a SS Se = SS SS Fn : + \ \ S ae (a | : SE o— 2S : z oe = 0 \ + SSS SS =, y 5 5 +t : .— — M M M M M M M M M M = nae TAP SAMBA fad FAIXA S1C x MD + Fl + = _ 7 ON | CE pins pe a eH 2S eS = | oF a ae a ge M M M M M M M t z a —— — [= TAP BAIAO FAIXA 91D Me MD bu AS ee § 757 {Sa fs Fame ee ea set Sas tert ria Sekt See PP eee Pa TEMA — BATUCA DBA NO BAIXO ° 876 FAIXA 92 s

Você também pode gostar