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CONCEITO DE

MEDICINA LEGAL
Conceito:

Apesar do infindável debate teórico para


encontrar uma definição sobre o que é o
direito, é possível inferir que ele nasce das
necessidades básicas da sociedade e para
ela é voltado como condição precípua de sua
sobrevivência. Esta é a razão pela qual
todos do campos do conhecimento humano
têm repercussão na esfera jurídica e vice-
versa.
 Com as ciências medicas não seria
diferente, pois inúmeras questões levadas
aos nossos tribunais acabam por abranger
discussões técnicas puramente afetas à
área medica, tornando indispensável a
intervenção de profissional qualificado.

 Daí a necessidade de delimitar um


subconjunto de conhecimentos comuns a
essas áreas do saber humano(jurídico e
medico), e com ele procurar conceituar
medicina legal.
 Doutrinariamente encontramos três
correntes que procuram delimitar o campo
de abrangência e conceituar medicina
legal(Flamínio Fávero, Medicina
legal:introduçao ao estudo da medicina
legal, 1975, p. 13-16)

 Corrente restritiva.

 Corrente extensiva.

 Corrente intermediária ou eclética.


 Para os partidários da corrente
restritiva, a medicina legal não constitui
ciência autônoma, por não apresentar
objeto e método próprios, podendo ser
aplicada por qualquer médico no interesse
da justiça.

 Os que defendem a corrente extensiva


afirmam que a medicina legal possui objeto
e método próprios, podendo ser exercida
apenas por uma parcela de especialistas
denominados médicos-legistas.
 A corrente intermediária ou eclética, de que
são partidários, entre outros, nomes como Flamínio
Fávero, Almeida Júnior, Hilário Veiga de Carvalho,
Leão Bruno e Emilio Frederico Pablo Bonnet, afirma
que a medicina legal é, ao mesmo tempo, ciência e
arte. Ciência porque tem técnicas e métodos
sistematizados, voltados para uma finalidade
própria, e arte porque, nas mãos do perito, aplica
esses preceitos com o objetivo de solucionar uma
questão real colocada. Dessa maneira, embora não
possua método e objeto exclusivos, tem algumas
particularidades que a diferencia de outras
ciências. Essa é a posição mais aceita atualmente.
 Dentre as inúmeras definições para a
medicina legal, cada autor procura trazer sua
contribuição, salientando este ou aquele
atributo da matéria. Todos os conceitos, no
entanto, procuram demonstrar a intima relação
existente entre ela e o direito.

 Vejamos algumas definições mais


conhecidas:
 ´´A aplicação dos conhecimentos médico-
biológicos na elaboração e execução das leis
que deles carecem``(Fávero, 1975, p. 14)
 ´´A medicina a serviço das ciências
jurídicas e sociais``(Genival Veloso França,
Medicina legal, 1998, p. 3)

 ´´O conjunto de conhecimentos médicos e


paramédicos destinados a servir o Direito,
cooperando na elaboração, auxiliando na
interpretação e colaborando na execução
dos dispositivos legais, no seu campo de
ação de medicina aplicada``(Hélio Gomes,
Medicina legal, 1998, p. 7).
 ´´A ciência e arte extrajurídica auxiliar
alicerçada em um conjunto de conhecimentos
médicos, paramédicos e biológicos,
destinados a defender os direitos e os
interesses dos homens e da
sociedade``(Delton Croce e Delton Croce
Júnior, Manual de medicina legal, 1998, p.
1).
 ´´A ciência de aplicação dos
conhecimentos médico-biológicos aos
interesses do Direito constituído, do Direito
constituendo e à fiscalização do exercício
médico-profissional(Odon Ramos Maranhão,
Curso básico de medicina legal, 2002, p.
25)
 Poderíamos citar inúmeras outras
definições, procurando das uma visão geral
da medicina legal, e todas, como definições
que são, passiveis de criticas por enfocarem
determinada particularidade, esquecendo-se
de outras de interesse. O mais importante
é demonstrar a intima relação entre os
conhecimentos da natureza médica e
biológica colocados a serviço da justiça para
esclarecimento de questões com repercussão
no universo jurídico.

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