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Significado & Poder: Etnografias Contemporâneas

FLS5186 – Segundo semestre de 2019

Professor João Felipe Gonçalves


Departamento de Antropologia
Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
Universidade de São Paulo

Apresentação

Este curso tem por objetivo central apresentar e discutir diferentes formas pelas quais
antropólogos e antropólogas anglófonos/as do começo do século XXI têm trabalhado a questão
mais fundamental da antropologia contemporânea: a relação entre significado e poder – ou seja,
entre aspectos simbólicos ou culturais da vida social, por um lado, e desigualdades e conflitos
políticos e econômicos, por outro. Assim, o curso discute importantes autores e autoras
contemporâneos/as e examina tópicos como: soberania, racialidade, capitalismo, globalização,
etnicidade, colonialismo, cidadania, religiosidade e nacionalismo.

A maior parte da bibliografia do curso é composta de etnografias recentes focalizadas em


diferentes países de três áreas pós-coloniais: o Caribe, o Sudeste Asiático, e a África (das quais,
ademais, provêm dez dos/as vinte autores e autoras discutidos/as). Esse foco regional se deve à
grande importância das três áreas citadas para reflexões antropológicas contemporâneas, e
também visa a fornecer aos alunos e às alunas uma visão mais cosmopolita e comparativa.

Atividades

Cada aluno e aluna deverá:


- realizar as leituras indicadas e participar das discussões sobre elas em sala de aula;
- apresentar um seminário em uma das aulas, resumindo os argumentos das leituras indicadas
para a aula e levantando três questões para discussão, com duração máxima de 15 minutos e, em
alguns casos, em dupla;
- entregar um trabalho final, escrito individualmente, sobre tema de sua escolha, necessariamente
discutindo pelo menos quatro leituras indicadas sobre pelo menos duas das regiões discutidas.

Observação importante: à parte alguns casos no primeiro e no segundo itens do cronograma


abaixo, as leituras indicadas são todas em inglês e espera-se que os alunos e alunas leiam e
discutam livros inteiros (e não capítulos selecionados).

Avaliação

A nota final será baseada na avaliação das atividades, seguindo a seguinte proporção:
Participação em sala de aula – 20%
Apresentação de seminário – 30%
Trabalho final – 50%
2

Cronograma e bibliografia

Precedentes

14/08
Jean Price-Mars. 1968 (1928). “Las Creencias Populares”. In Así habló el tío. Havana: Casa de
las Américas. Tradução de Virgilio Piñera.
Aihwa Ong. 1988. “The Production of Possession: Spirits and the Multinational Corporation in
Malaysia.” American Ethnologist 15(1): 28-42.
John Comaroff e Jean Comaroff. 1990. “Goodly Beasts, Beastly Goods”. American Ethnologist
17(2):195-216.

Regiões

Devido a compromissos do professor no exterior e ao feriado da Semana da Pátria, não haverá


aulas nas três semanas posteriores à primeira aula. Entretanto, recomenda-se aos alunos e às
alunas que adiantem a leitura dos textos indicados para as semanas posteriores.
Ademais, são indicados para leitura obrigatória no período os seguintes textos:

Sidney Mintz. 1966. “The Caribbean as a Socio-Cultural Area”. Cahiers d’Histoire Mondiale 9:
912-937.
Russell H. Fifield. 1983. “Southeast Asia as a Regional Concept”. Southeast Asian Journal of
Social Science 11(2): 1-14.
Michel-Rolph Trouillot. 1992. “The Caribbean Region: An Open Frontier in Anthropological
Theory”. Annual Review of Anthropology. 21: 19-42.
Kwame Anthony Appiah. 1997 (1992). “A invenção da África” e “Identidades africanas”.
In Na casa de meu pai: A África na filosofia da cultura. Rio de Janeiro: Contraponto.
Tradução de Vera Ribeiro.
Benedict Anderson. 1998. “Introduction”. In The Specter of Comparisons: Nationalism,
Southeast Asia and the World. New York: Verso.

África

11/09
Achille Mbembe. 2001. On the Postcolony. Berkeley: University of California Press.

18/09
Mahmood Mamdani. 2001. When Victims Become Killers: Colonialism, Nativism, and the
Genocide in Rwanda. Princeton: Princeton University Press.

Sudeste Asiático

25/09
Ann Laura Stoler. 2002. Carnal Knowledge and Imperial Power: Race and the Intimate in
Colonial Rule. Berkeley: University of California Press.
3

02/10
Ara Wilson. 2004. Intimate Economies of Bangkok: Tomboys, Tycoons, and Avon Ladies in the
Global City. Berkeley: University of California Press.

Caribe

09/10
Aisha Khan. 2004. Callaloo Nation: Metaphors of Race and Religious Identity among South
Asians in Trinidad. Durham: Duke University Press.

16/10
Steven Gregory. 2007. The Devil behind the Mirror: Globalization and Politics in the
Dominican Republic. Berkeley: University of California Press.

África

23/10
James Ferguson. 2007. Global Shadows: Africa in the Neoliberal World Order. Durham: Duke
University Press.

30/10
John Comaroff e Jean Comaroff. 2009. Ethnicity, Inc. Chicago: University of Chicago Press.

Sudeste Asiático

06/11
Julius Bautista. 2010. Figuring Catholicism: An Ethnohistory of the Santo Niño de Cebu. Manila:
Ateneo de Manila University Press.

13/11
Allison Truitt. 2013. Dreaming of Money in Ho Chi Min City. Seattle: University of Washington
Press.

Caribe

20/11
Kristina Wirtz. 2014. Performing Afro-Cuba: Image, Voice, Spectacle in the Making of Race and
History. Chicago: University of Chicago Press.

27/11
Yarimar Bonilla. 2015. Non-Sovereign Futures: French Caribbean Politics in the Wake of
Disenchantment. Chicago: University of Chicago Press.

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