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Capitulo9 PDF
Capitulo9 PDF
OSCILAÇÕES 9
9.1 O movimento harmônico simples
De um modo geral, chamamos de oscilações aquela classe de
movimento que se repete no tempo, quer seja de uma maneira ordenada ou
não. O movimento que se repete regularmente com o passar do tempo é
chamado de periódico e o intervalo decorrente entre duas situações
equivalentes é o período do movimento.
O estudo de oscilações é uma parte importante da mecânica devido à
frequência com que este tipo de evento ocorre. O simples balançar das folhas
de uma árvore, as ondas de rádio, o som e a luz são exemplos típicos onde o
movimento oscilatório acontece. Dentre estes movimentos, aquele chamado de
harmônico é o mais simples, porém, é um dos mais importantes devido à sua
vasta aplicabilidade. No estudo do movimento harmônico simples (MHS) nós
vamos considerar apenas o caso unidimensional, onde a posição de um corpo
em relação à posição de equilíbrio é dada por uma expressão do tipo:
x ( t ) = A cos (ω0 t + φ )
x(t)
φ
A
A
t
-A T
v0
x(t) v(t)
v0
t
t
0 L/v0 2L/v0
-v0
(
v( t ) = x& ( t ) = − Aω0 sen (ω0 t + φ ) = Aω 0 cos ω 0 t + φ + π
2
)
a ( t ) = &x&( t ) = − Aω 02 cos (ω 0 t + φ ) = −ω 02 x( t )
de onde vemos que a velocidade está 90o fora de fase com a posição e que a
aceleração é proporcional ao deslocamento, porém com a sentido oposto. Da
2a lei de Newton, temos:
F = ma = −mω02 x = − kx
v0
x (t ) = x 0 cos ω 0 t + sen ω 0 t
ω0
d2x
+ ω 02 x = 0
dt 2
k
m
A força restauradora F = -kx gera uma energia potencial V(x) dada por:
x
V( x ) = − ∫ F( x ) dx = 1 kx 2
0 2
E = 1 mv 2 + 1 kx 2
2 2
Substituindo os valores de x(t) e v(t)encontramos:
E = 1 kx 02 + 1 mv 02
2 2
que é a energia inicial do sistema e que se mantém constante durante todo o
movimento, havendo apenas troca entre as energias cinética e potencial.
A conservação de energia permite outra maneira de encontrarmos a função
x(t) sem resolver a equação diferencial. Como
E = 1 kx + 1 mv = 1 mω 0 x + 1 m dx
2
2
2
2
2
2 2
2 dt
( ) 2
(dxdt ) 2
( )
2 2
= 2 E − 1 mω 0 x = ω 0 2E2 − x
m 2
2 2
mω0
dx = ω 2E − x 2 ⇒ dx = ω 0 dt
0
mω 0
2
dt 2E − x 2
mω0
2
dµ µ
Integrando entre x(0) – x0 e x(t) = x e usando ∫ a −µ
2 2
= arcsen , temos:
a
−1
sen x − sen
−1 x0
= ω0 t
2E
k 2E / k
Se chamarmos A = 2E k e φ = sen −1 ( x0
2E k
)
− π 2 , obtemos a
já conhecida solução:
x (t ) = A cos(ω0 t + φ)
x (t ) = x 0 cos ω 0 t .
b) x = 0, v = v 0 ⇒ 1
mv 0 ⇒
2 2 E = v0 e assim, x ( t ) = v0 sen ω t .
2 k ω0 ω0 0
V(x)
E
K
V x
-A A
k
k
y=0
m y0
m
mg
1 2
V (y ) = ky − mgy
2
onde o zero da energia potencial gravitacional foi tomado em y = 0.
Completando os quadrados vemos que V(y) é dada por:
m2g 2
V (y ) =
1
k(y −y 0 ) 2 −
2 2k
A curva que descreve a energia potencial V(y) está mostrada na Fig.
9.6. Comparando com o oscilador horizontal, vemos que a ação da gravidade é
o de deslocar o mínimo da curva de potencial para o ponto (y0, V(y0)) onde y0
= mg/k e V(y0) = -m2g2/2k. Nem a frequência ω0 nem a amplitude do
movimento são alterados por influência da gravidade.
V(y)
y0
y
m2g 2
−
2k
θ
L
M
r
mg
d θ + ω 2 sen θ = 0
2
2 0
dt
onde ω0 = g / L . Esta equação diferencial é muito difícil de ser resolvida mas
2
d mL2 & 2
θ + mgL(1 − cos θ ) = 0
dt 2
(
mL2 θ& &θ& + mgL sen θ θ& = mLθ& L&θ& + g sen θ = 0)
&θ& + g θ = &θ& + ω 2 θ = 0
0
L
onde a aproximação senθ ≈ θ foi usada.
O
D
θ
CM
M1 M2
0
x2
x1
M 2 &x& 2 = − kx
d ( x − x ) = −k 1 + 1 x
2
2 1
dt
2
M 2 M1
d2x k
= − x ⇒ &x& + ω 02 = 0
dt 2 µ
onde ω02 = k / µ e 1
µ = 1
M1 + 1
M2 é chamada de massa reduzida. Desta forma,
encontra-se uma equação diferencial bastante conhecida que descreve entre os
dois corpos como função do tempo. A introdução da massa reduzida faz com
que o oscilador constituído de dois corpos seja equivalente ao sistema de
apenas uma massa e uma mola. Esta consideração é bastante importante no
estudo de vibrações moleculares.
m
x
R
-kx
Fat
m&x& = Fat − kx
mR 2 &x& = −F R ⇒ F = − m &x&
at at
2 R 2
Substituindo na equação da translação,
3 m&x& = − kx ⇒ &x& + ω 2 x = 0
0
2
onde
2 k
ω02 =
3m
(λ 2
) ( )
− ω 2 + ω 02 − bλ Ae − λt cos(ωt + φ ) + 2λω − bω Ae − λt sen (ωt + φ ) = 0
m m
b b
2λ = ⇒ λ=
m 2m
bλ 2
λ2 − ω 2 + ω02 − =0 ω = ω0 − b 2
2
⇒
m 4m
x(t)
− bt
2m
Ae
realizado por F é nulo em cada período. Podemos tentar uma solução do tipo
x(t) = Asenωt. Substituindo na equação diferencial, encontramos o valor de A
dado por:
F0
A=
m(ω − ω 2 )
2
0
Quando ω0 < ω, A é negativo e isto indica que a resposta do sistema está 180o
fora de fase com o estímulo. A potência fornecida pela força F é:
F0
P( t ) = Fv = − F0 sen ωt cos ωt
m(ω − ω 2 )
2
0
F02
P( t ) = − sen 2ωt
2m(ω 02 − ω 2 )
A(ω)
Fig. 9.12 – Amplitude do movimento forçado sem atrito como função da frequência de
excitação.
F
&x& + b x& + ω 02 x = 0 sen ωt
m m
Novamente o sistema é obrigado a oscilar com freqüência ω, porém, devido ao
termo de amortecimento, pode haver uma parte da solução que esteja fora de
fase com F(t). Portanto, vamos supor que a solução seja do tipo:
cos ωt − ω A 1 +
2 bω A 2
m
2
2
m
(
+ A 1ω 0 + sen ωt − ω A 2 − bω A 1 + A 2 ω0
2
)
F0
= sen ωt
m
Como esta igualdade deve ser válida para qualquer instante de tempo,
devemos ter:
(ω 2
0 − ω 2 ) A 1 + bω A 2 = 0
m
− bω A 1 + (ω 02 − ω 2 ) A 2 = 0
F
m m
de onde podemos encontrar os valores de A1 e A2 e, conseqüentemente, x(t). A
solução pode ser colocada na forma:
F0 /m
x(t ) = sen(ωt − δ )
(ω 2
0 −ω )
2 2
( )
+ bω
m
2
bω
tgδ =
m(ω02 − ω 2 )
A(ω)
ω
ωR
Fig. 9.13 – Amplitude do movimento forçado com atrito como função da frequência de
excitação.
Exercícios
1 - Nos sistemas mostrados na Fig. 9.14 não há atrito entre as superfícies do
corpo e do chão e as molas têm massa desprezíveis. Encontre as
freqüências naturais de oscilação.
k1 k1
k2 k1 k2
M M M
k2
(a) (b) (c)
Fig. 9.14
2 - Composição de movimentos (Figuras de Lissajous) - Consideremos um
corpo sujeito a dois movimentos harmônicos em direções ortogonais:
x (t ) = A x cos(ω x t + ϕ x )
y(t ) = A y cos(ω y t + ϕ y )
3 - Considere um cilindro preso por duas molas que roda sem deslizar como
mostra a Fig. 9.15. Calcule a freqüência para pequenas oscilações do
sistema.
k k a
θ
a L
R
M
M
θ1 θ2
2L L L
k k
M k M
Fig. 9.17 Fig. 9.18
9 - Considere um disco de massa M e raio R (I = 12 MR 2 ) que pode rodar em
torno do eixo polar. Um corpo de massa m está pendurado em uma corda
ideal, que passa pelo disco (sem deslizar) e é presa a uma parede através
de uma mola de constante k, como mostra a Fig. 9.19. Calcule a
freqüência natural do sistema.
Fig. 9.19