Você está na página 1de 34

PROJETO AERODINÂMICO

DE HÉLICES
Prof. Dr. José Eduardo Mautone Barros – UFMG
Propulsão
Departamento de Engenharia Mecânica
Curso de Engenharia Aeroespacial

Apoio técnico
Marco Gabaldo
Frederico Vieira de Lima

1
1. Introdução
1.1 Definição
 Princípio Básico
Lei de ação e reação de Newton
(3ª Lei de Newton)
 É caracterizada pela aceleração pequena
(baixo DV) de uma grande massa de ar
através do uso de uma hélice não
carenada. (unducted)

2
1. Introdução
1.2 Histórico (Santos=Dumont)
1898
1908

1900 1909

3
Supertucano
1999
1. Introdução
1.2 Histórico (cont.)
Biplano
1934

Hércules C130
1954
Airbus A400
2009 4
1. Introdução
1.3 Tipos de
Motorização
 Motor elétrico
Siemens 260 kW

 Motor a pistão
(Otto ou Diesel)
SR305-230E
Diesel
5
1. Introdução
MISTRAL
1.3 Tipos de
Motorização
 Motor rotativo
(Wankel)
 Turbina a gás
(Turboélice)
SuperTucano
PT6A_CS

A400
TP400-D6
6
1. Introdução
1.4 Anatomia da Hélice
Propeller Tip

Trailing Leading
Edge Edge

Root Blade

Hub

7
Perfis ao longo da Pá
1. Introdução
1.5 Pá da Hélice

Forma em Planta da Pá

M < 0,5 0,5 < M < 0,7 M > 0,7 baixo ruído

8
1.6 Aerofólios
de Hélice
RAF 6
(mais antigo)
• Intradorso
reto
• Fácil
fabricação

9
1.6 Aerofólios de
Hélice
Clark Y
(similar ao RAF 6)
 Uso frequente
em aviação geral
 RAF 6 e Clark Y

10
1.6 Aerofólios
de Hélice
NACA 16
 Usado para
ponta das
hélices, junto
com o Clark Y

11
1.6 Aerofólios de
Hélice
ARA D
 Para Mach alto
(M=0,76)

12
1. Introdução
1.6 Aerofólios de Hélice
• Para hélices existentes:
• Deve-se medir os aerofólios usados na
hélice;
• Os dados de CL, CD e CM em função do
ângulo de ataque devem ser calculados ou
medidos e devem ser válidos para as faixas
fora da região linear do perfil;
• Observar a faixa do número de Reynolds.

13
1. Introdução
1.7 Parâmetros
• Diâmetro (D)
• Raio (R)
• Passo (pitch) (p)
• Secção (r/R)
• Corda (c)
• Espessura relativa (t/c)
• Ângulo da secção (b)
• Ângulo de ataque (a)
• Rotação da hélice (W)
• Velocidade axial de voo (V)
• Ângulo da velocidade resultante (F)

14
1.7 Parâmetros
 Passo (pitch) (p)
◦ Passo grosso
p/ cruzeiro
◦ Passo fino p/
decolagem

𝑝 = 2𝜋𝑟 tan(𝛽𝑟 )

15
Obs: A fabricante
1. Introdução Dowty usa 70% do
raio da pá como
referência.
1.8 Nomenclatura Usual
 Os dados de nominais de uma
hélice são relativos a secção
a 75% da raiz da pá.
𝑝 = 0,75 𝜋𝐷 tan(𝛽75 )
NOMENCLATURA
Diâmetro [in] x Passo [in]
McCauley DTM7557
Hamilton Standard 6353A-18
APC 6x4

16
1. Introdução
1.8 Nomenclatura Específica
 Código da Hartzel para a hélice do Super Tucano
 HC-B5MA-2/M9128NSK
◦ M - tipo de cubo
◦ 91 – diâmetro nominal da hélice em polegadas, o real
é 94 in (2,39 m)
◦ 28 – modelo de pá
◦ N – furo para tubo de Pitot
◦ R – ponta reta
◦ K – manta anti-gelo

17
1. Introdução
1.9 Coeficientes de Desempenho
Unidades
 Definições M = massa
L = comprimento
t = tempo
C = constante Velocidade na ponta
D = diâmetro da hélice da pá da hélice = 𝐧𝝅𝑫
n = rotação da hélice Sustentação
r = massa específica da atmosfera na pá da hélice = 𝟎, 𝟓𝝆 𝒏𝝅𝑫 𝟐 𝝅𝑫𝟐
n = viscosidade cinemática da Ft = Força equivalente transversal
atmosfera a ponta da hélice
K = módulo de elasticidade do ar 𝑸 = Torque no eixo da hélice
atmosférico 𝑾= Potência no eixo da hélice
V = velocidade axial de voo L = braço de medição

18
1. Introdução
1.9 Coeficientes de Desempenho
 Usando análise dimensional, Teorema de
Buckingham p, tem-se,
𝑇 = 𝑔 𝐷, 𝑛, 𝜌, 𝜈, 𝐾, 𝑉 = 𝐶𝐷𝑎 𝑛𝑏 𝜌𝑐 𝜈 𝑑 𝐾 𝑒 𝑉 𝑓
𝑀𝐿𝑡 −2 = 𝐿𝑎 𝑡 −𝑏 𝑀𝐿−3 𝑐
𝐿2 𝑡 −1 𝑑
𝑀𝐿−1 𝑡 −2 𝑒
𝐿𝑡 −1 𝑓

𝑒 𝑓
𝜈 𝑑 𝐾 𝑉
𝑇 = 𝐶𝜌𝑛2 𝐷4
𝐷2 𝑛 𝜌𝐷2 𝑛2 𝑛𝐷

𝑇 = 𝐶𝜌𝑛2 𝐷 4 g 𝑅𝑒, 𝑀, 𝐽
19
1. Introdução
1.9 Coeficientes de Desempenho
𝑛𝐷𝐷
No. de Reynolds 𝑅𝑒 =
𝜈
𝐷 2 𝑛2 𝑛𝐷 2
No. de Mach 𝑀2 = =
𝐾 𝜌 𝑎2
Razão de Avanço 𝑉 𝑛 𝑉
𝐽= =
Coeficiente de Tração 𝐷 𝑛𝐷
𝑇 𝑇
(ou Empuxo) 𝐶𝑇 = 2 2
= 2 4
𝜌 𝑛𝐷 𝐷 𝜌𝑛 𝐷
20
1. Introdução
1.9 Coeficientes de Desempenho
𝐹𝑡 𝐿 𝑄
Coef. de Torque 𝐶𝑄 = 2 2
= 2 5
𝜌 𝑛𝐷 𝐷 𝐷 𝜌𝑛 𝐷
𝑇𝑉 1 𝐶𝑇 𝐶𝑇
Eficiência 𝜂= = 𝐽=𝐽
2𝜋𝑛𝑄 2𝜋 𝐶𝑄 𝐶𝑝

Coef. de Potência
2𝜋𝑛𝐹𝑡 𝐿 2𝜋𝑛𝑄 𝑊
𝐶𝑃 = 2 2
= 3 5= 3 5
𝑛𝜌 𝑛𝐷 𝐷 𝐷 𝜌𝑛 𝐷 𝜌𝑛 𝐷
21
𝝉 = Torque no eixo da hélice
𝑪𝑫 = coeficiente de arrasto de um
1. Introdução elemento da secção da pá
B = Número de pás da hélice
AF varia em torno de 100
1.10 Coeficiente de Hélices
Fator de Atividade
(relacionado ao torque necessário
para rodar a pá, com V = 0)
𝑑𝜏 1
= 𝐶𝐷 𝜌 2𝜋𝑛𝑟 2 𝑐𝑑𝑟
𝑟 2
105 𝑅 3
𝐴𝐹 = 5
𝑐𝑟 𝑑𝑟
32𝑅 0,2𝑅

Fator de Atividade Total da Hélice


𝑇𝐴𝐹 = 𝐵. 𝐴𝐹
22
1. Introdução
1.10 Coeficiente de Hélices
 O fator de atividade é inversamente
proporcional ao coeficiente de potência,
indicando que um alto TAF melhora o
desempenho da hélice.
 Solidez - É a razão da área realmente
ocupada pelas pás em relação a área total
frontal.
 O aumento da solidez melhora o
desempenho da hélice.
23
1. Introdução
1.11 Mapas de Hélices
 São necessárias ao menos três curvas para cada
ângulo nominal de pá para caracterizar a hélice
 Necessita-se dados
geométricos
da hélice para usá-los
 Podem ser
calculados ou
medidos
 Verificar as unidades
e definições dos
coeficientes

24
1.11
Mapas
de
Hélices

25
1.11 Mapas
de Hélices
2 pás
10 pés de
Diâmetro
NACA
R 640

26
1.11 Mapas
de Hélices
4 pás
10 pés de
Diâmetro
NACA
R 640

27
1. Introdução
1.11 Mapas de Hélices
 Hélice de passo
constante

 Hélice de potência
constante (velocidade
constante de rotação)

28
1. Introdução
1.12 Demonstrações
1. Um motor elétrico tipo brushless mantém seu torque
constante numa ampla faixa de rotações. Qual a melhor
estratégia de controle, para uma maior eficiência
propulsiva, se for utilizada uma hélice de passo fixo? Usar
um mapa típico de hélice para explicar a estratégia. Qual é
a variável de controle do motor? Seria vantajoso usar uma
hélice de passo variável com velocidade constante?
2. Qual a rotação máxima de uma hélice de 1,8m de
diâmetro, considerando que o número de Mach máximo na
ponta da pá da hélice é de 0,8? Se a ponta da hélice for
enflechada de 45° em relação a linha radial, de quanto é o
aumento na rotação máxima?

29
1.12 Demonstrações
3. Com os dados da hélice bipá do CESSNA 172P de
1986, mostrados abaixo. Calcular o fator de
atividade da pá e o fator total de atividade da hélice.
Calcular também a solidez da pá a 0,75 do raio da
hélice.

30
1. Introdução
1.12 Demonstrações
4. Qual a possível
velocidade da aeronave
cujo motor desenvolve
um coeficiente de
potência de 0,1 na
rotação de
1500 rpm, com uma
hélice com ângulo
nominal de 30° e
diâmetro de 1,8m ? Qual
a eficiência da hélice?
Qual a potência requerida
ao motor? Usar o mapa
da hélice ao lado.
Considere nível do mar.

31
Bibliografia
 HOUGHTON, E. L. et CARPENTER, P. W. Aerodynamics for
Engineering Students. New York: John Wiley & Sons, 1993. 4ed.
515p.
 ROLLS-ROYCE. The Jet Engine. Derby: The Technical
Publications Department, Rolls-Royce plc, 1986. 278p.
 <http:/airfoiltools.com> acessado em 17/07/2015.
 HARTZELL. Application Guide. Manual No. 159. Piqua: Hartzell
Propellers, Rev. 47, June 2015.
 STACK, J., DRALEY, E. C., DELANO, J. B. et FELDMAN, L.
Investigation of the NACA 4-(3)(08)-03 and NACA 3-(3)(08)-045
two-blade propellers at forward Mach number to 0.725 to
determine the effects of compressibility an solidity on
performance. NACA Report No. 999. Langley Field: NACA,
1944.

32
Bibliografia
 HARTMAN, E. P. et BIERMANN, D. The aerodynamic
characteristics of full-scale propellers having 2,3, and 4 blades of
Clarck Y and R.A.F. 6 airfoil sections. NACA Report No. 640.
Langley Field: NACA, 1937.
 LOWRY, J. T. Performance of Light Aircraft. Reston: AIAA, 1999.
475p.
 TORENBEEK, E. Synthesis of Subsonic Airplane Design. Delft:
Delft University Press, 1982.
 RAYMER, D. P. Aircraft Design: A Conceptual Approach, AIAA
Education Series, AIAA, Washington, DC, 1a. Ed., 1989.
 HEIMBACH, S. Siemens develops world-record electric motor for
aircraft. Munich: SIEMENS AG, 2015.

33
(55 31) 8805-0114
mautone@ufmg.br
emautone@terra.com.br
www.mautone.eng.br

OBRIGADO!

34

Você também pode gostar