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Biossorção de metais pesados: uma revisão

Rafael Gustavo Garcia Rossi


Taina Kerolin Oliveira Chahin
Dayanne Silva Pereira

O artigo Biossorção de metais pesados: uma revisão, de SILVA et al.


(2014), é um trabalho que reúne estudos sobre a utilização de biossorventes
como técnica de tratamento de efluentes contaminados com metais pesados.
Ele traz a ideia do quão positivo é o emprego dessa nova tática,
estabelecendo em seus primeiros parágrafos os prejuízos causados pela
presença desses metais, e também as desvantagens na viabilidade da
utilização dos métodos até então comuns. Além disso, mostra como tais
métodos ocasionam efeitos colaterais, como novos resíduos indesejáveis, o
oposto da sorção feita a partir do material biológico.
O texto deixa claro que tal artifício precisa ser estudado e testado para
cada caso. Assim, mesmo sendo uma solução para alguns problemas no
procedimento de sorção, a biossorção tem seus pontos fracos, pois para
cada tipo de efluente e/ou metal, seria necessário o uso de um agente
biológico diferente, o que descarta a possibilidade de um agente universal.
Mas ainda assim essas pesquisas aparentam ser algo mais vantajoso do que
continuar usando os métodos químicos.
No entanto, outros trabalhos salientam a existência de mais fatores
desfavoráveis na biossorção. Graziela Salvador (2009), em seu estudo da
adsorção de cobre, afirma que o método biológico faz a remoção incompleta
dos metais e os equipamentos para sua utilização são de alto custo.
Segundo SILVA et al. (2014), embora alguns metais sejam “essenciais
em processos metabólicos vitais aos organismos”, são considerados os mais
graves poluentes e possíveis causadores de mutações e tumores. Essa
afirmação deixa claro a importância da sorção, sendo indispensável a
discussão a fim de encontrar o melhor método para sua total eficácia. No
texto, é explicado com detalhes como age no organismo a exposição desses
metais, para sustentar a afirmação.
Contrariando a ideia proposta no trabalho de Graziela Salvador (ibid.), os
autores de Biossorção de metais pesados: uma revisão garantem que a
estratégia biológica é extremamente mais eficaz que a química,
principalmente em grandes escalas, além de ter seu custo elevado apenas
na etapa inicial, durante as pesquisas. Enquanto, segundo eles, o método
químico mantém seu custo elevado até o último momento.
Mesmo com oposição, a biossorção se mantém firme como grande
concorrente das vigentes ferramentas de sorção. E conforme o artigo, ela
ganha força e credibilidade nas regulamentações ambientais como
tecnologia alternativa na remoção de metais pesados, já que nos últimos
anos tem apresentado um melhor desempenho, devido à empatia que
materiais biológicos têm por elementos metálicos.
Tais tratamentos utilizam um agente biológico específico para remoção
de contaminantes de um meio líquido. O trabalho mostra que para ser
considerado um biossorvente competente, ele deve apresentar uma série de
fatores que especificam sua capacidade, além de ser econômico e vantajoso
em relação aos demais agentes (que é, na verdade, o principal motivo para
sua utilização). Microrganismos são bastante particulares, pois para que
trabalhem de forma correta é necessário que todas as condições estejam
favoráveis exclusivamente para eles (volume, temperatura, pH, molaridade,
etc.). Portanto, a espécie e ferramenta utilizadas para a sorção diferem a
escala e qualidade do produto final, assim como a concentração e
propriedades do metal e do sorvente também interferem. Uma grande parte
do texto exemplifica e define cientificamente como esses processos
acontecem, para comprovar o ponto.
Estudos feitos por Dr. Ivo Homrich Schneider (1995), mostram que
alguns procedimentos químicos podem alterar o pH do meio em que ocorrerá
a sorção. Isso sustenta a tese de que a biossorção pode ser mais
promissora, ja que de acordo com Biossorção de metais pesados: uma
revisão, “o valor do pH da solução é um dos fatores que mais afeta a sorção
de metais pesados”, dessa maneira, pode deteriorar a estrutura do
biossorvente, ja que a adsorção depende do pH. Concluindo, o pH elevado
melhora a adsorção, mas, ao ultrapassar o nível limite, torna a remoção
metálica extremamente complexa.
Um importante fator determinante para o material a ser aplicado é a
isoterma de adsorção. O texto expressa o termo “isoterma de adsorção”
como: “o que expressa a relação entre a quantidade do metal que é sorvido
por unidade de massa do biossorvente e a concentração do metal em
solução no equilíbrio a uma determinada temperatura”. Ou seja, a isoterma
de adsorção é a comparação de equilíbrio entre a concentração na fase
líquida e a molaridade nas partículas adsorventes a uma determinada
temperatura.
Assim como afirma o trabalho, “Os estudos de cinética constituem o
primeiro passo para compreender o processo de biossorção”, dessa
maneira, a cinética se torna essencial para a determinação da velocidade
catalisadora da reação de sorção. Ela pode ser calculada empregando os
modelos matemáticos de pseudo-primeira ordem (capacidade de adsorção)
e pseudo-segunda ordem (tempo de adsorção), como afirma o artigo.
Segundo ele, o modelo de pseudo-primeira ordem é aplicável apenas nos
primeiros 20-30 minutos iniciais da sorção, e o de pseudo-segunda ordem
depende da quantidade de íon metálico presente na superfície do
adsorvente. Sendo assim, o de pseudo-primeira ordem é aplicável melhor na
teoria, ja que o resultado final é o fator determinante na aplicação
experimental. Já o de pseudo-segunda ordem, por ser variável em cada
situação específica, é mais preciso em casos reais.
Bioprocessos começam em escalas pequenas no laboratório,
aumentando para maiores, até atingir a escala industrial no reator.
Normalmente são tomadas precauções para que, ao escalar, nada além da
quantidade de produto altere. De acordo com o texto de SILVA et. al., na
biossorção em grande escala é importante que o reator mantenha suas
variáveis sem mudanças, para não alterar o produto final esperado.
Buscando tal, são utilizados reatores contínuos por apresentarem essas
características.
Consoante a isso, SILVA et al. (2014) descrevem os processos ocorridos
m três dos principais tipos de reatores utilizados, o de colunas de leito fixo, o
UASB e o de colunas de leito fluidizado. Cada um deles é rentável em uma
determinada situação. Como o reator de colunas de leito fixo consente que o
biossorvente seja reutilizado, talvez seja melhor para produtos em que o
biossorvente tenha o preço elevado ou seja dificultosa sua obtenção. Já o
reator UASB pode ser mais aproveitoso em cenários brutos de
contaminação. E o último reator citado, o de colunas de leito fluidizado,
provavelmente seria preferível em casos em que pequenas contaminações
não sejam tão prejudiciais.

Referências

SALVADOR, G., Estudo da adsorção de cobre (II) usando como


adsorvente pó da casca de coco verde ativada com hidróxido de sódio,
Florianópolis: UFST, 2009.

SCHNEIDER, I.A., “Biossorção de metais pesados com a Biomassa de


macrófitos aquáticos”, Porto Alegre: UFRS, 1995.

SILVA et. Al., Biossorção de metais pesados: uma revisão, Sumé: Saúde
e ciência, 2014.

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