Entropia Topológica de Endomorfismos de Grupos de Lie

Entropia Topológica de
Endomorfismos de
Grupos de Lie
Ricardo Sandoval
Universidade de Brası́lia
Fevereiro de 2019
Ricardo Sandoval (Universidade de Brası́lia) Entropia Topológica de Endomorfismos de Grupos de Lie Fevereiro de 2019 1 / 51
Entropia
φ : X → X.
Vamos observar (x, φ(x), φ2 (x), φ3 (x), ...).
Entropia
φ : X → X.
Entropia h(φ), h(φ) ≥ 0:
Entropia
φ : X → X.
• Medida da “caoticidade” de φ.
Entropia
φ : X → X.
• Medida da “caoticidade” de φ.
• Medida da “diversidade” de órbitas.
Exemplos
φ : R/Z → R/Z
φ(x) = 2x mod 1
Modelo simplificado:
Exemplos
φ : R/Z → R/Z
φ(x) = 2x mod 1
Modelo simplificado: h(φ) = log 2 e há uma “diversidade” de órbitas.
Exemplos
φ : R/Z → R/Z
φ(x) = 2x mod 1
φ:R→R
φ(x) = 2x
Exemplos
φ : R/Z → R/Z
φ(x) = 2x mod 1
φ:R→R
φ(x) = 2x
h(φ) = 0. As órbitas vão para “o infinito” então não há “diversidade” de
órbitas.
Entropia
Como calcular a entropia em espaços não-compactos em geral?
Entropia
Em geral calcular a entropia de uma transformação qualquer não é simples.
Entropia
Vamos então resolver o problema para endomorfismos,

pois eles possuem mais estrutura e simetrias.
Entropia
Vamos então resolver o problema para endomorfismos,

pois eles possuem mais estrutura e simetrias.
Ex: G = Rn : Transformações lineares.
Outras entropias
• Entropia de Kolmogorov-Sinai hµ (φ) (1958).

µ: é uma medida de probabilidade φ-invariante.
Outras entropias
• Entropia de Kolmogorov-Sinai hµ (φ) (1958).

µ: é uma medida de probabilidade φ-invariante.
• Entropia de Bowen-Dinaburg hd (φ) (1970).

d: é uma distância d no espaço X .
Entropia Topológica
• Entropia Topológica h(φ): Adler, Konheim e McAndrew (1965).
- Quantas “órbitas” diferentes passam pelos abertos de uma cobertura.
- Quantas “órbitas” diferentes passam pelos abertos de uma cobertura.
- Depende apenas da transformação e da topologia do espaço.
Entropia topológica adaptada para espaços não-compactos:
Cobertura Admissı́vel (Definição 2.4.2) - (2016)

Seja X um espaço topológico, dizemos que A é uma cobertura admissı́vel
quando pelo menos um de seus elementos tem complemento compacto.

An := A ∨ φ−1 (A) ∨ ... ∨ φ−(n−1) (A).

An := A ∨ φ−1 (A) ∨ ... ∨ φ−(n−1) (A).
1
h(φ, A) := lim log N(An ).
n→∞ n
h(φ) := sup h(φ, A).

A:admissı́vel
Princı́pio Variacional
Felizmente temos:
Princı́pio Variacional da Entropia (Teorema 2.6.1) - (2016)

Seja X um espaço metrizável separável e localmente compacto e seja
T : X → X uma transformação contı́nua, então
sup hµ (φ) = h(φ) = mı́n hd (φ),

µ d
onde
Felizmente temos:

φ : X → X uma transformação contı́nua, então

µ d
onde o supremo é tomado entre as medidas de probabilidade de Radon

φ-invariantes µ e
Felizmente temos:


µ d

φ-invariantes µ e
o mı́nimo é assumido em qualquer distância induzida por uma distância
definida na compactificação por um ponto de X .
Felizmente temos:


µ d

φ-invariantes µ e
o mı́nimo é assumido em qualquer distância induzida por uma distância
definida na compactificação por um ponto de X .
No caso compacto: hd são todas iguais entre si e iguais à h(φ).
hd (φ) = Fórmula de Bowen
E a entropia de Bowen tem fórmula:
Fórmula de Bowen (Corolário 4.2.7) - (1971)

Seja G grupo de Lie, φ : G → G um endomorfismo e dφ1 : g → g um
homomorfismo com autovalores λ1 , ..., λm contando com multiplicidade. Se
d é uma distância invariante à direita em G então
hd (φ) =

X
hd (φ) = log |λi |.
|λi |>1

X
|λi |>1
Para os nossos exemplos temos hd (φ) = log 2.

X
|λi |>1
Para os nossos exemplos temos hd (φ) = log 2.
E a entropia topológica ≤ hd (pelo Princı́pio Variacional).
Resultado Principal - Simplicado
Teorema 4.4.2 (simplificado) - (2017)

Seja G um grupo de Lie conexo e φ : G → G um endomorfismo sobrejetor
contı́nuo. Então temos que

h (φ) = h φ|T (G ) ,
onde T (G ) é o toro maximal do centro G .
tl;dr: A entropia está toda no Toro Central.
Resultado Principal
Qualquer grupo de Lie G e qualquer endomorfismo contı́nuo φ:
Teorema 4.4.2 - (2017)

Seja G um grupo de Lie e φ : G → G um endomorfismo contı́nuo. Então
temos que
h (φ) = h φ|T (Gφ ) ,
onde Gφ é o subgrupo maximal conexo de G tal que φ(Gφ ) = Gφ , e T (Gφ )

é o toro maximal do centro de Gφ . Em particular, sempre existe uma
probabilidade φ-invariante de entropia maximal.
tl;dr: A entropia está toda no Toro Central de Gφ .
Estratégia - Fibrados
Teorema 2.8.9 - (2017)

Sejam X e Y espaços topológicos metrizáveis e localmente compactos. Se
o seguinte diagrama comuta
φ
X /X
π π

Y /Y
ϕ
e as aplicações π, φ e ϕ são próprias e contı́nuas, e se além disso,

π : X → Y é um fibrado T -principal, onde T é um grupo compacto, e
existe τ : T → T tal que φ(x.t) = φ(x).τ (t), para todo x ∈ X e t ∈ T
então
h(φ) ≤ h(τ ) + h(ϕ).
Estratégia - Fibrados - Subgrupos normais invariantes
Teorema 2.8.9 (Adaptado - T (G )) - (2017)

Sejam G um grupo de Lie conexo e T (G ) um subgrupo compacto
invariante. Se o seguinte diagrama comuta
φ
G /G
π π

G /T (G ) / G /T (G )
ϕ
onde π, φ e ϕ são homomorfismos próprios e contı́nuos e π é a projeção

canônica então
h(φ) ≤ h(φ|T (G ) ) + h(ϕ).
G conexo, φ sobrejetor.
• Note: T (G ) - Subgrupo compacto.
h(T (G )) ≤ h(G ) ≤ h(T (G )) + h(G /T (G )).
G conexo, φ sobrejetor.
• Note: T (G ) - Subgrupo compacto.
h(T (G )) ≤ h(G ) ≤ h(T (G )) + h(G /T (G )).
Objetivo: Mostrar que h(G /T (G )) = 0!
Entropia - Pares de Li-Yorke
Outro indicador de caos:
Definição 2.8.1
Dada uma transformação contı́nua φ : X → X de um espaço topológico X ,
um par (a, b) ∈ X × X é chamado de par de Li-Yorke quando a 6= b e
existem duas subsequências nk → ∞ e mk → ∞ e existe c ∈ X tal que
(φnk (a), φnk (b)) → (a, b)
e
(φmk (a), φmk (b)) → (c, c).
Outro indicador de caos:
Definição 2.8.1
Dada uma transformação contı́nua φ : X → X de um espaço topológico X ,
um par (a, b) ∈ X × X é chamado de par de Li-Yorke quando a 6= b e
existem duas subsequências nk → ∞ e mk → ∞ e existe c ∈ X tal que
(φnk (a), φnk (b)) → (a, b)
e
(φmk (a), φmk (b)) → (c, c).
Ex: - Transformações em grupos discretos (Prop. 4.3.1).

- Transformações lineares em Rn (Prop. 4.3.2).
Teorema 2.8.9 - (2013)

φ : X → X uma transformação contı́nua própria. Se h(φ) > 0 então existe
um par de Li-Yorke para este sistema.
Teorema 2.8.9 - (2013)

φ : X → X uma transformação contı́nua própria. Se h(φ) > 0 então existe
um par de Li-Yorke para este sistema.
=⇒ Se φ não tem par de Li-Yorke então h(φ) = 0.
Como decompor
Proposição 4.3.3 - (2017)

Seja φ : G → G um endomorfismo contı́nuo e H um subgrupo fechado de
um grupo de Lie G tal que φ(H) ⊂ H. Considere o seguinte diagrama
comutativo
φ
G /G
π π

G /H / G /H
ϕ
onde π é a projeção canônica e ϕ não tem nenhum par de Li-Yorke. Então

φ tem um par de Li-Yorke se, e somente se, φ|H tem um par de Li-Yorke.
Como decompor
Proposição 4.3.3 - (2017)

Seja φ : G → G um endomorfismo contı́nuo e H um subgrupo fechado de
um grupo de Lie G tal que φ(H) ⊂ H. Considere o seguinte diagrama
comutativo
φ
G /G
π π

G /H / G /H
ϕ
onde π é a projeção canônica e ϕ não tem nenhum par de Li-Yorke. Então

φ tem um par de Li-Yorke se, e somente se, φ|H tem um par de Li-Yorke.
⇒ Se H e G /H não tem par de Li-Yorke então G não tem par de Li-Yorke.
Como decompor
Objetivo: “quebrar” o quociente em partes e mostrar que cada parte não

tem par de Li-Yorke logo:
h(G /T (G )) = 0
e demonstramos o teorema!
Como decompor - final
G /T (G )
R com T (R) = 1
G /T (G )
(G /T (G ))/R = S
R com T (R) = 1 R/N = A
G /T (G )
(G /T (G ))/R = S
N T (A)
R com T (R) = 1 R/N = A A/T (A)
G /T (G )
(G /T (G ))/R = S
N T (A)
R com T (R) = 1 R/N = A A/T (A)
G /T (G ) Z (S)
(G /T (G ))/R = S S/Z (S)
Proposições - Final
• R - Radical solúvel com T (R) = 1 - Prop. 3.2.5.
• N - Radical nilpotente simplesmente conexo - Prop. 3.1.4

- conjugado a linear em Rn .
• T (A) - Ordem finita - Teo. 3.3.3.
• A/T (A) - Linear em Rn .
• Z (S) - Discreto.
• S/Z (S) - Prop. 3.1.10 ([3]) - potência é conjugada

a restrição de transformação linear em Mn .
Referências
[1] A. Caldas and M. Patrão: Entropy of Endomorphisms of Lie Groups. Discrete

and Continuous Dynamical Systems 33 (2013), 1351-1363.
[2] A. Caldas and M. Patrão: Entropy and Its Variational Principle for Locally
Compact Metrizable Systems. Ergodic Theory and Dynamical Systems (2016),
1-26.
[3] M-K. Chuah e M. Zhang: Outer automorphism groups of simple Lie algebras
and symmetries of painted diagrams. Forum Mathematicum 29 (2017), 555-562.
[4] J. Hilgert and K.-H. Neeb: Structure and Geometry of Lie Groups. SMM,
Springer-Verlag, New York, (2012).
[5] M. Patrão: The topological entropy of endomorphisms of Lie groups.

https://arxiv.org/abs/1711.02562, Novembro (2017).
A ser publicado no Israel Journal of Mathematics
Obrigado!

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Entropia Topológica de

Vamos observar (x, φ(x), φ2 (x), φ3 (x), ...).

Vamos observar (x, φ(x), φ2 (x), φ3 (x), ...).

Entropia h(φ), h(φ) ≥ 0:

Vamos observar (x, φ(x), φ2 (x), φ3 (x), ...).

Entropia h(φ), h(φ) ≥ 0:

Vamos observar (x, φ(x), φ2 (x), φ3 (x), ...).

Entropia h(φ), h(φ) ≥ 0:

• Medida da “diversidade” de órbitas.

Como calcular a entropia em espaços não-compactos em geral?

Como calcular a entropia em espaços não-compactos em geral?

Em geral calcular a entropia de uma transformação qualquer não é simples.

Como calcular a entropia em espaços não-compactos em geral?

Em geral calcular a entropia de uma transformação qualquer não é simples.

Vamos então resolver o problema para endomorfismos,

Como calcular a entropia em espaços não-compactos em geral?

Em geral calcular a entropia de uma transformação qualquer não é simples.

Vamos então resolver o problema para endomorfismos,

Ex: G = Rn : Transformações lineares.

• Entropia de Kolmogorov-Sinai hµ (φ) (1958).

• Entropia de Kolmogorov-Sinai hµ (φ) (1958).

• Entropia de Bowen-Dinaburg hd (φ) (1970).

• Entropia Topológica h(φ): Adler, Konheim e McAndrew (1965).

• Entropia Topológica h(φ): Adler, Konheim e McAndrew (1965).

- Quantas “órbitas” diferentes passam pelos abertos de uma cobertura.

• Entropia Topológica h(φ): Adler, Konheim e McAndrew (1965).

- Quantas “órbitas” diferentes passam pelos abertos de uma cobertura.

- Depende apenas da transformação e da topologia do espaço.

Entropia topológica adaptada para espaços não-compactos:

Entropia topológica adaptada para espaços não-compactos:

Cobertura Admissı́vel (Definição 2.4.2) - (2016)

Entropia topológica adaptada para espaços não-compactos:

Cobertura Admissı́vel (Definição 2.4.2) - (2016)

An := A ∨ φ−1 (A) ∨ ... ∨ φ−(n−1) (A).

Entropia topológica adaptada para espaços não-compactos:

Cobertura Admissı́vel (Definição 2.4.2) - (2016)

An := A ∨ φ−1 (A) ∨ ... ∨ φ−(n−1) (A).

h(φ) := sup h(φ, A).

Princı́pio Variacional da Entropia (Teorema 2.6.1) - (2016)

sup hµ (φ) = h(φ) = mı́n hd (φ),

Princı́pio Variacional da Entropia (Teorema 2.6.1) - (2016)

sup hµ (φ) = h(φ) = mı́n hd (φ),

onde o supremo é tomado entre as medidas de probabilidade de Radon

Princı́pio Variacional da Entropia (Teorema 2.6.1) - (2016)

sup hµ (φ) = h(φ) = mı́n hd (φ),

onde o supremo é tomado entre as medidas de probabilidade de Radon

Princı́pio Variacional da Entropia (Teorema 2.6.1) - (2016)

sup hµ (φ) = h(φ) = mı́n hd (φ),

onde o supremo é tomado entre as medidas de probabilidade de Radon

No caso compacto: hd são todas iguais entre si e iguais à h(φ).

E a entropia de Bowen tem fórmula:

Fórmula de Bowen (Corolário 4.2.7) - (1971)

E a entropia de Bowen tem fórmula:

Fórmula de Bowen (Corolário 4.2.7) - (1971)

E a entropia de Bowen tem fórmula:

Fórmula de Bowen (Corolário 4.2.7) - (1971)

Para os nossos exemplos temos hd (φ) = log 2.

E a entropia de Bowen tem fórmula:

Fórmula de Bowen (Corolário 4.2.7) - (1971)

Para os nossos exemplos temos hd (φ) = log 2.

E a entropia topológica ≤ hd (pelo Princı́pio Variacional).

Teorema 4.4.2 (simplificado) - (2017)

onde T (G ) é o toro maximal do centro G .