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juliana
Nascimento
Coordenadora do Laboratório de Pesquisa Teatral da Escola Porto Iracema das Artes, do
hebe
Instituto de Arte e Cultura do Ceará (IACC)
Da trama
ao ato:
por uma dramaturgia
do ator
Resumo> Este trabalho propõe uma abordagem crítica da noção de
dramaturgia do ator, sua origem na teatrologia ocidental, seus signi-
ficados e usos correntes, tendo como ponto de partida as reflexões
de Eugenio Barba. Para tanto, propõe-se inicialmente uma reflexão
sobre a noção de dramaturgia e sobre as modificações de sentido
e de utilização que o termo sofreu a partir do século XX, em sua
interação com as transformações desencadeadas pelos encenadores.
Palavras-chave> dramaturgia; dramaturgia do ator; ator criador.
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D a t r a m a a o at o :
p o r u m a d r a m at u r g i a
d o at o r
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Juliana Mᵃ G. Carvalho NASCIMENTO; Hebe Alves DA SILVA
Por que falar do ator e de sua dramaturgia? doutoranda em teatro pelo Programa
de Pós-Graduação em Artes Cênicas
Justo quando um dos princípios mais caros ao teatro, da Universidade Federal da Bahia
a saber, a noção de presença física, se não é descartada, (UFBA), mestre em Psicologia pela
Universidade Federal do Ceará (2011).
é amplamente debatida e até relativizada, com a
chegada e uso dos meios de produção de presença 2 Professora Adjunta da Escola de
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vivo do qual [...] [ele] tinha que identificar não só as partes, mas,
inclusive, os níveis de organização, e depois suas relações.” (BARBA,
2010, p.39). A partir dessa compreensão, dramaturgia se configura
para ele como um “modo de trabalhar”, como um método equivalente
ao da anatomia. Nessa série de comparações com a biologia, o que
lhe interessava, sobretudo, não era a compreensão dos múltiplos
níveis de organização, mas sim essa “forma de olhar” atenta às lógicas
diversas e sobrepostas. Ele acrescenta que concretamente os níveis e
partes não são isoláveis, mas que a ação do pensamento e do olhar é
que viabiliza essa operação lógica de separação.
Assim, Barba (2010, p.39) coloca duas perspectivas: 3 Barba (1995, p.68) define trama
como a “[...] maneira pela qual as
ações trabalham [...]”.
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A dramaturgia do ator
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pessoais, bem como dos alheios, dos que se passam nos outros. Para
Barba (2010, p.57), “[...] as tensões e as modificações no corpo do
ator provocam um efeito imediato no corpo do espectador [...]”.
Essa reação física provocada no espectador exerce influência nas
significações que ele fornece à obra – ou seja, na dramaturgia do
espectador. Barba (2010) afirma que essa conexão entre o dinamismo
do ator/dançarino e o do espectador é denominada de “empatia
cinestésica” – ele fala também em “participação cinestésica”. Nessa
perspectiva, o diretor do Odin entende “[...] por ‘orgânico’ as ações
que provocam uma participação cinestésica no espectador e que,
para ele, tornam-se convincentes independentemente da convenção
ou do gênero teatral da qual o ator faz parte.” (BARBA, 2010, p.57).
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que traz a “biografia” do ator como substrato íntimo das suas ações
físicas. A potência e a organicidade dessas ações surgidas em treino
(e posteriormente fixadas e codificadas pelo ator) se dá sobretudo
por essa ligação, que não se perde de vista mesmo quando a ação
é deslocada do treino e inserida em um contexto de representação
teatral.
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os atores fazem.
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R e fe rên c ia s b ib l io g rá fi ca s
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