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Qualificativos em voga
A palavra teatro vem acompanhada normalmente de um adjetivo. Os
defensores da ortodoxia cênica recusam algumas qualificações, por julgá-las
pleonásticas. O conceito de teatro já compreenderia, por exemplo, o social e o
popular. Essas reivindicações extremadas, entretanto, não impedem que se
dependure sempre um qualificativo ao teatro. As escolas afixam-se a ele: teatro
romântico, realista, naturalista, simbolista, expressionista, surrealista, futurista,
dadaísta, etc. Há três décadas circulavam as expressões teatro poético e teatro de
idéias, que se opunham ao prosaico teatro digestivo da maioria dos cartazes. Foram
de outra natureza, há vinte anos, os adjetivos da moda: teatro político, teatro épico,
teatro popular - em geral expressões de uma ideologia de esquerda. O teatro
digestivo, que sob a forma francesa de boulevard costuma ser atacado em todo o
mundo, não abdica de seus direitos de cidadania. A insatisfação e a falência
reformista do teatro poético estimularam as pesquisas daquele que se convencionou
denominar teatro de vanguarda.
Eram esses os qualificativos em voga, quando se publicou a primeira edição
deste livro, em 1965. Depois, circularam no meio teatral, entre outras, menos
difundidas, as expressões teatro pobre, criação coletiva, happening e teatro do
oprimido, compreendendo sobretudo as técnicas do teatro-foro, teatro invisível e
teatro-imagem, na forma conceituada pelo teórico, dramaturgo e encenador
brasileiro Augusto Boal. É possível prever que, no futuro, outros qualificativos
estarão rotulando o teatro. Enquanto eles se sucederem, a arte cênica estará viva.
O boulevard
Vanguarda
Teatro político