Você está na página 1de 15

HABILIDADE 15

Estabelecer relações entre o texto


literário e o momento de sua
produção, situando aspectos do
contexto histórico, social e político.
HABILIDADE 15
Estabelecer relações entre o texto
literário e o momento de sua
produção, situando aspectos do
contexto histórico, social e político.
HABILIDADE 15
Estabelecer relações entre o texto
literário e o momento de sua
produção, situando aspectos do
contexto histórico, social e político.
- Interrelações da Obra - O que a obra revela sobre
com seu contexto a época e o que a época
revela sobra a obra.
- Literatura como
registro histórico - Leitura Historicizada
Que Stendhal confessasse haver escrito um de seus livros para cem leitores, coisa
é que admira e consterna. O que não admira, nem provavelmente consternará, é se este
outro livro não tiver os cem leitores de Stendhal, nem cinqüenta, nem vinte, e quando
muito, dez.. Dez? Talvez cinco. Trata-se, na verdade, de uma obra difusa, na qual eu, Brás
Cubas, se adotei a forma livre de um Sterne, ou de um Xavier de Maistre, não sei se lhe
meti algumas rabugens de pessimismo. Pode ser. Obra de finado. Escrevia-a com a pena
da galhofa e a tinta da melancolia, e não é difícil antever o que poderá sair desse
conúbio. Acresce que a gente grave achará no livro umas aparências de puro romance, ao
passo que a gente frívola não achará nele o seu romance usual; ei-lo aí fica privado da
estima dos graves e do amor dos frívolos, que são as duas colunas máximas da opinião.
(...) A obra em si mesma é tudo: se te agradar, fino leitor, pago-me da tarefa; se te não
agradar, pago-te com um piparote, e adeus

(Machado de Assis – Memórias Póstumas de Brás Cubas)


HABILIDADE 16

Relacionar informações sobre


concepções artísticas e procedimentos
de construção do texto literário.
HABILIDADE 16

Relacionar informações sobre


concepções artísticas e procedimentos
de construção do texto literário.
H16 - Relacionar informações sobre concepções artísticas e
procedimentos de construção do texto literário

Concepções artísticas: poética = intenção estética


como se quer a literatura
(intenção, a priori)

Procedimentos de construção do texto:


de que forma essa intenção de materializa?
Elementos linguísticos utilizados para certo “efeito”
(linguagem)

(Pensando o Naturalismo e o Parnasianismo)


Eram horríveis as enxaquecas de Barbosa.
(...) Um suor gélido umedecia-lhe, banhava-lhe a fronte. Do
lado direito a artéria temporal saltava tumefata,
engurgitada: o globo do olho contraía-se, minguava e, como
se estivesse contundido, pisado, era sensível à mínima
pressão. No alto da cabeça havia um ponto doloso, a sensação
como de um prego que aí estivesse fincado. Cada pulsação,
cada jato de sangue nas artérias era uma manelada que
parecia fazer estalar o crânio e afundar mais o prego. O
estômago enchia-se de bile. Uma fraqueza extrema, uma
necessidade imperiosa de alimentos se fazia sentir; mas à
simples ideia da ingestão de qualquer coisa, exacerbavam-se
os sofrimentos todos
(Julio Ribeiro – A Carne)
A SESTA DE NERO A UM POETA

Fulge de luz banhado, esplêndido e suntuoso, Longe do estéril turbilhão da rua,


O palácio imperial de pórfiro luzente Beneditino escreve! No aconchego
E mármor da Lacônia. O teto caprichoso Do claustro, na paciência e no sossego,
Mostra, em prata incrustado, o nácar do Oriente. Trabalha e teima, e lima, e sofre e sua!

Nero no toro ebúrneo estende-se indolente... Mas que na força se disfarce o emprego
Gemas em profusão do estrágulo custoso Do esforço: e trama viva se construa
De ouro bordado vêem-se. O olhar deslumbra, ardente, De tal modo, que a imagem fique nua
Da púrpura da Trácia o brilho esplendoroso. Rica mas sóbria, como um templo grego

Formosa ancila canta. A aurilavrada lira Não se mostre na fábrica o suplício


Em suas mãos soluça. Os ares perfumando, Do mestre. E natural, o efeito agrade
Arde a mirra da Arábia em recendente pira. Sem lembrar os andaimes do edifício:

Formas quebram, dançando, escravas em coréia. Porque a Beleza, gêmea da Verdade,


E Neto dorme e sonha, a fronte reclinando Arte pura, inimiga do artifício,
Nos alvos seios nus da lúbrica Pompéia. É a força e a graça na simplicidade.
HABILIDADE 17
Reconhecer a presença de valores
sociais e humanos atualizáveis e
permanentes no patrimônio literário
nacional.
HABILIDADE 17
Reconhecer a presença de valores
sociais e humanos atualizáveis e
permanentes no patrimônio literário
nacional.
H17 - Reconhecer a presença de valores sociais e humanos
atualizáveis e permanentes no patrimônio literário nacional.

Valores sociais e humanos: Categoria bastante abrangente.

- Sociais: Família, patriotismo, religiosidade, classes sociais;

- Humanos: Amor, solidão, envelhecimento... Reflexões que se


observam a partir de uma percepção individual.

Atualizáveis e permanentes:
Diferenças ao longo do tempo ou a manutenção de valores.
Menos uma diferenciação; duas formas de se abordar.
Receoso da agitação que se manifestava na província, o governo da
regência chamara à corte Bento Gonçalves, e afirma-se que ele voltara
disposto a empregar sua influência em bem da ordem pública. A verdade é
que, embora acusado de excitar os ânimos, não se aproveitou para
proclamar a revolta de tantas ocasiões que lhe ofereceram repetidos motins,
especialmente o de 24 de outubro de 1834.
Bem longe de defender a revolução, a julgou talvez com extrema
severidade. Não foi unicamente um crime político, um atentado à
integridade do Império, foi mais do que isso: foi um grande erro que
felizmente não se consumou. A separação do Rio Grande seria um sacrifício
de sua nacionalidade, que brevemente ficaria absorvida, senão aniquilada
pela anarquia das repúblicas platinas. Não se decepa um membro para dar-
lhe força
(José de Alencar – O Gaúcho)
Outro exemplo:
Questão 12 da lista: “Partida de
trem” – Clarice Lispectos

Você também pode gostar