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Introdução à Cenografia
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Introdução à Cenografia
• A Cenografia e o Espaço;
• As Definições da Cenografia;
• Espaço de Contemplação;
• O Espaço da Arte e da Representação;
• A Cenografia nos Espaços Cotidianos.
OBJETIVOS
DE APRENDIZADO
• Entender a definição da Cenografia como técnica de planejar e organizar espaços a partir de
conhecimentos técnicos de estilos e conceitos, entre outros;
• Aprender quais são os conceitos da Cenografia e suas definições através da História.
UNIDADE Introdução à Cenografia
A Cenografia e o Espaço
“A Cenografia é a visualização de uma ideia, é como se teletransportar para rea-
lidades paralelas, quando mesmo o impossível é possível.” (DEJTIAR, 2020).
A concepção de um espaço, partindo de uma ideia e seu desenho, está presente co-
tidianamente na prática do Profissional de Design.
Quando observamos a definição de Cenografia no Dicionário, a principal definição
em relação à profissão é a Arte de representar paisagens e locais.
Todo Projeto de Design é resultado de um imaginário e de referências e, portanto,
são cenários que compõem nossos Projetos de Design de Interiores.
Fonte: https://bit.ly/3fYUlZo
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Partindo do princípio de que a Cenografia está na arte de planejar, é importante
registrar a importância nos conhecimentos teóricos, além de noções de técnicas de re-
presentação e execução de Projeto.
Dessa forma: “Mais que a representação de ideias, o projeto de interiores, assim como
um projeto cenográfico, muito tem particularidades: o traço, o desenho e a concretização
do resultado como processo criativo” (ALMEIDA, 2013, p. 1).
As Definições da Cenografia
O termo Cenografia (skenographie, que é composto de skené, cena e
graphein, escrever, desenhar, pintar, colorir) se encontra nos textos gre-
gos – A poética, de Aristóteles, por exemplo. Servia para designar certos
embelezamentos da skené. Posteriormente, é encontrado nos textos em
latim (De arquitectura, de Vitrúvio): scenographia. Era usado, provavel-
mente, para definir no desenho uma noção de profundidade. No Renasci-
mento, os textos de Vitrúvio foram traduzidos e o termo Cenografia pas-
sou a ser usado para designar os traços em perspectiva e, notadamente,
os traços em perspectiva do cenário no espetáculo teatral. A Cenografia
existe desde que existe o espetáculo teatral na Grécia Antiga, mas em
cada época teve um significado diferente, dependendo da proposta do
espetáculo teatral. (MANTOVANNI, 1989, p. 13)
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UNIDADE Introdução à Cenografia
De forma geral, serão apontados alguns períodos e exemplos do espaço cênico: Tea-
tro grego, romano, medieval, elisabetano, renascentista, italiano e barroco, lembrando-
-se de que são alguns dos espaços cênicos apontados na História, vez que alguns autores
citam o espaço cênico como um local de espetáculo e, portanto, consideram locais de
rituais religiosos, presentes inclusive na Pré-história.
Espaço de Contemplação
Para os Espaços de Contemplação, o trabalho Introdução histórica sobre Ceno-
grafia – os primeiros rascunhos, de Vianna e Campello Neto, retratam os Espaços
de Rituais como importantes exemplos de espaços cênicos pensados para atender às
demandas do período:
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encontram, em cada um desses rituais, fatores de menor ou maior cons-
tância no teatro. Estes elementos apresentam características teatrais.
Dessa forma, o local das celebrações no qual se desenrolavam os rituais
seria a cena. (VIANNA; CAMPELLO NETO, 2010, p. 12)
Embora a citação faça referência ao período do Egito Antigo, podemos trazer a re-
ferência dos espaços de celebrações para aplicação atual da Cenografia nos Projetos de
Design de Interiores atuais, por exemplo, festas de casamentos temáticas demandam do
profissional um trabalho de Cenografia intenso, iniciando pela pesquisa de elementos de
composição capazes de responder às solicitações.
Na Figura a seguir (Figura 3), o Templo Karnak, localizado na margem do rio Nilo, foi
pensado para um espaço de contemplação de seus deuses.
Mesmo remetendo ao Egito em diferentes períodos, explore o site sugerido no Artigo Deco-
ração egípcia, sua casa brasileira no tipo exportação: para observar como as referências
histórias e culturais são importantes para a escolha de elementos que compõem o Projeto
de Design de Interiores. Disponível em: https://bit.ly/2RyW8Lj
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UNIDADE Introdução à Cenografia
O caráter religioso dos espaços cênicos permaneceu por diferentes períodos, como
na Antiguidade e na Grécia, por exemplo, onde os espaços foram passando por trans-
formações, o Teatro e sua relação direta com o meio social, assim como os Templos,
cumpriam a função de espaços coletivos e de encontros, importante para o cotidiano
das diferentes épocas.
Figura 6 – Teatro Clássico Figura 7 – Teatro Art Deco Figura 8 – Teatro Contemporâneo
Fonte: Getty Images Fonte: Wkimedia Commons Fonte: Getty Images
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Assim:
Tapeçarias, vestuários, formas de uso do espaço, tanto para os atores quanto para a
plateia, podem ser comparados nas imagens a seguir (Figuras 9 e 10).
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UNIDADE Introdução à Cenografia
Ao afirmar que “Iluminar é, antes de mais nada, um ato intuitivo que corresponde ao
de um artista plástico cuja paleta foi por ele escolhida ou a ele eventualmente imposta”
Ratto (1999, p. 93) discute o papel da iluminação artificial na Cenografia.
A transformação do papel da iluminação e o uso nos espaços cenográficos contem-
porâneos são observados por Camargo, como se observa na citação a seguir:
Os avanços tecnológicos permitiram fazer da iluminação cênica um es-
petáculo à parte, cheio de pirotecnias para encantar os olhos. Não rara-
mente, temos visto espetáculos em que a iluminação é impactante, como
se fosse algo a merecer um aplauso à parte. No entanto, se perguntamos
qual é a relação que há entre a cena e a luz, nem sempre obteremos res-
posta. Daí a necessidade de se investigar quando e por que a iluminação
se dá por si mesma (como acontecimento à parte) ou por uma relação
intrínseca com a cena. (CAMARGO, 2006, p. 18)
Figura 11 – Performance teatral em Xian, China Figura 12 – Fashion Week Madrid 2017 –
Fonte: Wikimedia Commons 2019 – Cenário Mercedes Benz
Fonte: Wikimedia Commons
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Na Figura 13, podemos observar um Stand de Exposições da Lego, na China
International Import Expo (CIIE), no Centro Nacional de Exposições e Convenções,
montado em novembro de 2020.
Figura 13 – Stand Lego China International Import Expo (CIIE) – Xangai, China
Fonte: Reprodução
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Enfim, a Unidade buscou contemplar, de forma resumida, alguns dos itens da Ce-
nografia no Design de Interiores e, a partir da próxima Unidade, faremos um resgate
histórico dos espaços cenográficos, do papel do cenógrafo e de suas aplicações.
Bons estudos!
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Arte da Cena
https://bit.ly/3glUV2j
Leitura
Urdimento
https://bit.ly/3cs0MBR
Cenografia e Arquitetura: Don Giovanni/Gehry + Rodarte
https://bit.ly/3ipJaKJ
O Que é Cenografia
https://bit.ly/3ipJf0Z
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Referências
ALMEIDA, A. D. S. O Cenógrafo e o Designer de Interiores, Revista Científica Semana
Acadêmica. Fortaleza, ano MMXII, n. 7, 10 jul. 2013. Disponível em: <https://semanaaca-
demica.com.br/artigo/o-cenografo-e-o-designer-de-interiores>. Acesso em: 29/01/2021.
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