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Extraído de

Física - Vol. 1, 9ª edição

1 - Introdução e Conceitos Matemáticos


Capítulo

Introdução e
1
As técnicas de animação e os
efeitos especiais usados no filme
Avatar dependem de com­pu­
tadores e conceitos matemáti­
cos, como, por exem­plo, trigo­

Conceitos Matemáticos
nometria e vetores. Estes con­
ceitos matemáticos também
serão úteis em todo este livro
em nossa discussão sobre física.
(© 20th Century Fox Licensing/
Merch/Everett Collection, Inc.)

1.1 A Natureza da Física


A ciência da física desenvolveu-se a partir dos esforços de homens e mulheres para ex-
plicar nosso ambiente físico. Estes esforços foram tão bem-sucedidos que atualmente as leis
da física englobam uma variedade extraordinária de fenômenos, incluindo órbitas planetárias,
ondas de rádio e TV, magnetismo, lasers e muitos outros.
A característica mais impressionante da física é a sua capacidade de prever como a natureza
se comportará em uma situação com base em dados experimentais obtidos em outra situação.
Tais predições colocam a física no cerne da tecnologia moderna e, portanto, podem ter um enor-
me impacto sobre nossas vidas. A indústria de foguetes e o desenvolvimento de viagens espa-
ciais estão firmemente enraizados nas leis físicas de Galileu Galilei (1564-1642) e Isaac Newton
(1642-1727). A indústria do transporte baseia-se fortemente na física para o desenvolvimento
de motores e o projeto de veículos aerodinâmicos. Toda a indústria eletrônica e a de compu-
tadores devem sua existência à invenção do transistor, que surgiu diretamente das leis da física
que descrevem o comportamento elétrico de sólidos. A indústria de telecomunicações depende
consideravelmente de ondas eletromagnéticas, cuja existência foi prevista por James Clerk
Maxwell (1831-1879) na sua teoria de eletricidade e magnetismo. A medicina usa métodos de
raios X, ultrassom e ressonância magnética para obter imagens do interior do corpo humano, e a
física é parte central de todos eles. A descoberta que provavelmente teve a maior repercussão na
tecnologia moderna foi a do laser. Campos que vão da exploração espacial à medicina se bene-
ficiam deste incrível dispositivo, que é uma aplicação direta dos princípios da física atômica.
Pelo fato de a física ser tão fundamental, ela é um curso obrigatório para estudantes em uma
grande variedade de áreas importantes do conhecimento. Seja bem-vindo ao estudo deste as-
sunto fascinante. Você aprenderá a ver o mundo através dos “olhos” da física e a raciocinar
como um físico. Neste processo, você aprenderá como aplicar os princípios da física a uma
vasta variedade de problemas. Esperamos que você aprenda a reconhecer que a física tem coi-
sas importantes a dizer a respeito do ambiente em que vivemos.

1.2 Unidades
Experimentos físicos envolvem a medição de uma variedade de grandezas, e uma boa
parte do esforço é gasto fazendo estas medições de forma tão precisa e reproduzível quanto
possível. O primeiro passo para garantir a precisão e a possibilidade de reproduzi-las é definir
as unidades nas quais as medições são feitas.
Neste texto, enfatizamos o sistema de unidades conhecido como unidades SI, sigla que vem
do francês “Le Système International d’Unités”. Por acordo internacional, este sistema empre-
1

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2  ■  Capítulo 1

Tabela 1.1  Unidades de Medição

Sistema

SI CGS BE

Comprimento Metro (m) Centímetro (cm) Pé (ft)


Massa Quilograma (kg) Grama (g) Slug (sl)
Tempo Segundo (s) Segundo (s) Segundo (s)

Figura 1.1  A barra do metro-


padrão de platina iridiada. ga o metro (m) como a unidade de comprimento, o quilograma (kg) como a unidade de mas-
(Cortesia do Bureau International sa e o segundo (s) como a unidade de tempo. Além dele, também estão em uso dois outros
des Poids et Mesures, França) sistemas de unidades. O sistema CGS utiliza o centímetro (cm), o grama (g) e o segundo (s)
para medir comprimento, massa e tempo, respectivamente, e o Sistema de Engenharia Britâ-
nico ou BE1 (a versão gravitacional) usa o pé (ft), o slug (sl) e o segundo (s). A Tabela 1.1 traz
um resumo das unidades usadas para comprimento, massa e tempo nos três sistemas.
Originalmente, o metro foi definido em termos da distância medida ao longo da superfície
da Terra entre o polo norte e o equador. Com o passar do tempo, foi necessário um padrão de
medição mais acurado e, por acordo internacional, o metro passou a ser a distância entre duas
marcas feitas em uma barra da liga de platina iridiada (veja a Figura 1.1) mantida a uma tem-
peratura de 0 °C. Hoje, para atender a exigências adicionais de maior acurácia, o metro é de-
finido como a distância que a luz percorre no vácuo em um tempo de 1/299 792 458 segundo.
Esta definição surge porque a velocidade da luz é uma constante universal definida como igual
a 299 792 458 m/s.
A definição de um quilograma como uma unidade de massa também sofreu mudanças ao
longo dos anos. Como discutido no Capítulo 4, a massa de um objeto indica a tendência que
o objeto possui de continuar em movimento com uma velocidade constante. Originalmente,
o quilograma foi expresso em termos de uma quantidade específica de água. Hoje, um qui-
Figura 1.2  O quilograma-padrão lograma é definido como a massa de um cilindro-padrão da liga de platina iridiada, como o
de platina iridiada é mantido na da Figura 1.2.
Agência Internacional de Pesos e Da mesma forma que as unidades de comprimento e de massa, a definição atual do segun-
Medidas em Sèvres, França. Esta do como uma unidade de tempo é diferente da definição original. Originalmente, o segundo
cópia foi destinada aos Estados foi definido como uma fração do tempo médio de uma rotação da Terra em torno de seu eixo,
Unidos em 1889 e é mantida no
National Institute of Standards and
um dia sendo igual a 86 400 segundos.2 O movimento de rotação da Terra foi escolhido porque
Technology. (Copyright Robert ele se repete naturalmente. Hoje, ainda usamos um fenômeno repetitivo que ocorre natural-
Rathe, National Institute of mente para definir o segundo, porém um fenômeno de natureza muito diferente. Usamos as
Standards and Technology) ondas eletromagnéticas emitidas por átomos de césio-133 em um relógio atômico como o da
Figura 1.3. Um segundo é definido como o tempo necessário para que ocorram 9 192 631 770
ciclos de onda.*
As unidades de comprimento, massa e tempo, juntamente com algumas outras unidades3
que aparecerão nos capítulos posteriores, são consideradas unidades SI fundamentais.4 A pa-
lavra “fundamental” se refere ao fato de que estas unidades são usadas em conjunto com várias
leis para definir unidades adicionais para outras grandezas físicas importantes, como, por exem-
plo, força e energia. As unidades para essas outras grandezas físicas são chamadas de unidades
derivadas, já que elas são combinações das unidades fundamentais. Unidades derivadas serão
apresentadas gradativamente, à medida que elas surjam naturalmente acompanhando as leis
físicas às quais estejam relacionadas.
Às vezes, o valor de uma grandeza em termos das unidades fundamentais ou derivadas é
um número muito grande ou muito pequeno. Nestes casos, é conveniente introduzir unidades
maiores ou menores que estejam relacionadas com as unidades normais por múltiplos de dez.
A Tabela 1.2 resume os prefixos que são usados para representar múltiplos de dez. Por exem-
plo, 1000 ou 103 metros são chamados de 1 quilômetro (km), e 0,001 ou 10-3 metro é chamado
de 1 milímetro (mm). Analogamente, 1000 gramas e 0,001 grama são chamados de 1 quilo-
grama (kg) e 1 miligrama (mg), respectivamente. O Apêndice A contém uma discussão da no-
tação científica e das potências de 10 como 103 e 1023.

1
Ainda em uso em países de língua inglesa. (N.T.)
2
Nesta tradução usamos a vírgula decimal, que é o padrão brasileiro. De acordo com as Normas do INMETRO utiliza-se
espaço entre os milhares para facilitar a leitura de números com 4 ou mais algarismos. O leitor acostumado a ler números
Figura 1.3  Este relógio atômico, com pontos decimais em calculadoras e programas de computador deve estar atento para não se confundir. (N.T.)
o NIST-F1, mantém a hora certa *Veja no Capítulo 16 uma discussão sobre ondas em geral e no Capítulo 24 uma discussão sobre ondas eletromagné-
com uma incerteza de cerca de um ticas em particular.
segundo em 60 milhões de anos. 3
Associadas a outras grandezas físicas. (N.T.)
(© Geoffrey Wheeler) 4
Ou unidades de base. (N.T.)

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Introdução e Conceitos Matemáticos  ■  3

Tabela 1.2  Prefixos-Padrão Usados para Representar Múltiplos de Dez

Prefixo Símbolo Fatora

tera T 1012
giga G 109
mega M 106
quilo k 103
hecto h 102
deca da 101
deci d 1021
centi c 1022
mili m 1023
micro m 1026
nano n 1029
pico p 10212
femto f 10215
a
O Apêndice A contém uma discussão de potências de dez e notação científica.

1.3 O Papel das Unidades na Solução de Problemas


■■ A Conversão de Unidades
Como qualquer grandeza – por exemplo, o comprimento – pode ser medida em muitas unida-
des diferentes, é importante saber como converter de uma unidade para outra. Por exemplo, o
pé (ft) pode ser usado para expressar a distância entre as duas marcas sobre a barra do metro-
padrão de platina iridiada. Existem 3,281 pés em um metro, e este número pode ser usado para
converter de metros para pés, como exemplificado a seguir.

  Exemplo 1    A Maior Queda d’Água do Mundo


A maior queda d’água do mundo é o Salto do Anjo na Venezuela, com uma altura total de queda de
979,0 m (veja a Figura 1.4). Expresse esta altura de queda em pés.
Raciocínio  Ao fazermos conversões de unidades, colocamos no papel as unidades explicitamente nos
cálculos e as tratamos como qualquer grandeza algébrica. Em particular, tiraremos proveito do seguin-
te fato algébrico: uma equação não se altera quando é multiplicada ou dividida por um fator unitário.
Solução  Como 3,281 pés 5 1 metro, conclui-se que (3,281 pés) / (1 metro) 5 1. Usando este fa-
tor unitário para multiplicar a equação “Comprimento 979,0 metros”, concluímos que


As linhas que aparecem cortando os metros reforçam o fato de que as unidades de metros se com-
portam como qualquer grandeza algébrica e se cancelam quando é feita a multiplicação, deixando
apenas a unidade desejada de pés para descrever a resposta. Quanto a isso, observe que 3,281 pés 5
1 metro também implica que (1 metro)/(3,281 pés) 5 1. Entretanto, escolhemos não multiplicar por
um fator de 1 nesta forma, pois as unidades de metros não teriam se cancelado.
Uma calculadora fornece a resposta5 como 3212,099 pés. Entretanto, procedimentos padroniza-
Figura 1.4  O Salto do Anjo na
dos para algarismos significativos indicam que a resposta deveria ser arredondada para quatro al-
Venezuela é a queda d’água mais
garismos significativos, já que o valor de 979,0 metros é acurado até apenas quatro algarismos sig-
alta do mundo. (© Cosmopol |
nificativos. A esse respeito, o “1 metro” no denominador não limita os algarismos significativos da Dreamstime.com)
resposta, pois este número é precisamente um metro pela definição do fator de conversão. O Apên-
dice B contém uma revisão de algarismos significativos.
 ■

■■Dicas para a Solução de Problemas.  Em qualquer conversão, se as unidades não se combinarem


algebricamente para fornecer o resultado desejado, a conversão não foi efetuada de manei-
ra adequada. Tendo isso em mente, o próximo exemplo reforça a importância de explicitar as
unidades e ilustra uma situação típica na qual várias conversões são necessárias.
5
Na maioria das calculadoras, o que apareceria no visor seria 3212.099 com pontos decimais. (N.T.)

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4  ■  Capítulo 1

  Exemplo 2    Limite Estadual de Velocidade


Expresse o limite de velocidade6 de 65 milhas/hora em metros/segundo.
Raciocínio  Como no Exemplo 1, é importante colocar no papel explicitamente as unidades nos cál-
culos e tratá-las como qualquer grandeza algébrica. Neste exemplo, aproveitamos duas relações bem
conhecidas — especificamente 5280 pés 5 1 milha e 3600 segundos 5 1 hora. Consequentemente,
(5280 pés)/(1 milha) 5 1 e (3600 segundos)/(1 hora) 5 1. Na nossa solução, usaremos o fato de que
ao multiplicarmos e dividirmos uma equação por esses fatores unitários, ela não se altera.
Solução  Multiplicando e dividindo por fatores unitários, achamos o limite de velocidade em pés
por segundo como mostrado a seguir:

Para converter de pés para metros, usamos o fato de que (1 metro)/(3,281 pés) 5 1:


 ■

Além do seu papel de nos guiar no uso de fatores de conversão, as unidades são de grande uti-
lidade na solução de problemas. Elas podem oferecer uma verificação interna para eliminar erros,
se forem feitas a cada passo de um cálculo e tratadas como qualquer fator algébrico. Em particular,
lembre-se de que apenas grandezas com as mesmas unidades podem ser somadas ou subtraídas
(■ Dicas para a Solução de Problemas). Assim, em um ponto de um cálculo, se você perceber que está so-
mando 12 milhas a 32 quilômetros, pare e reconsidere. Ou as milhas devem ser convertidas para
quilômetros ou os quilômetros devem ser convertidos para milhas antes de se efetuar a soma.
Um conjunto de fatores de conversão úteis é dado no verso da capa deste livro. A estratégia
de raciocínio que seguimos nos Exemplos 1 e 2 para converter unidades pode ser descrita da
seguinte maneira:

Estratégia de Raciocínio  Conversão de Unidades


1. Em todos os cálculos, coloque no papel as unidades explicitamente.
2. Trate todas as unidades como grandezas algébricas. Em particular, quando unidades idênticas forem
divididas, elas são eliminadas algebricamente.
3. Use os fatores de conversão localizados no verso da capa deste livro. Guie-se pelo fato de que ao se
multiplicar ou se dividir uma equação por um fator unitário, esta equação não se altera. Por exemplo,
o fator de conversão 3,281 pés 5 1 metro poderia ser aplicado na forma (3,281 pés)/(1 metro) 5 1.
Este fator unitário seria usado para multiplicar uma equação como “Comprimento 5 5,00 metros”
a fim de converter de metros para pés.
4. Confira para se certificar de que seus cálculos estão corretos verificando se as unidades se combinam
algebricamente para fornecer a unidade desejada para a resposta. Apenas grandezas com as mesmas
unidades podem ser somadas ou subtraídas.

Às vezes, uma equação é expressa de uma maneira que exige que se usem unidades espe-
cíficas para as variáveis na equação. Nestes casos, é importante entender por que apenas certas
unidades podem ser usadas na equação, como exemplificado a seguir.

  Exemplo 3  A Física do Índice de Massa Corporal


O índice de massa corporal (IMC) leva em conta sua massa em quilogramas (kg) e sua altura em
metros (m) e é definido da seguinte maneira:


No entanto, em países anglo-saxões, o IMC é frequentemente calculado usando o peso* de uma
pessoa em libras (lb) e sua altura em polegadas (in). Logo, a expressão para o IMC incorpora estas
quantidades, em vez da massa em quilogramas e da altura em metros. Partindo da definição dada
anteriormente, determine a expressão para o IMC que usa libras e polegadas.

6
Veremos no Capítulo 2 que esta velocidade é a velocidade escalar, que difere do vetor velocidade. Quando estiver claro,
pelo contexto, a qual das duas velocidades (escalar ou vetorial) nos referimos, usaremos simplesmente velocidade. (N.T.)
*Peso e massa são conceitos diferentes e a relação entre eles será discutida na Seção 4.7.

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Introdução e Conceitos Matemáticos  ■  5

Raciocínio  Começaremos com a definição do IMC e trabalharemos separadamente com o nume- Tabela 1.3  O Índice de
rador e o denominador. Determinaremos a massa em quilogramas que aparece no numerador a par- Massa Corporal
tir do peso em libras usando o fato de que 1 kg corresponde a 2,205 lb. Depois, determinaremos a
altura em metros que aparece no denominador a partir da altura em polegadas (in) com a ajuda dos IMC
seguintes fatos: 1 m 5 3,281 pés e 1 pé (1 ft) 5 12 in. Estes fatores de conversão estão localizados (kg/m2) Avaliação
no verso da capa deste livro.
Abaixo de 18,5 Abaixo do peso
Solução  Como 1 kg corresponde a 2,205 lb, a massa em quilogramas pode ser determinada a par-
18,5–24,9 Normal
tir do peso em libras da seguinte maneira:
25,0–29,9 Acima do peso
30,0–39,9 Obeso
40 ou mais Obesidade
mórbida
Como 1 ft 5 12 in, e 1 m 5 3,281 ft, temos7


Substituindo estes resultados no numerador e no denominador da definição do IMC, temos


Se, por exemplo, seu peso e sua altura forem iguais a 180 lb e 71 in, respectivamente, seu índice de
massa corporal é igual a 25 kg/m2. O IMC pode ser usado para avaliar aproximadamente se o seu
peso está normal para a sua altura (veja a Tabela 1.3).
 ■

■■ Análise Dimensional
Vimos que muitas grandezas são representadas especificando-se um número acompanhado de uma
unidade. Por exemplo, a distância até o telefone mais próximo pode ser de 8 metros, ou a veloci-
dade de um carro poderia ser de 25 metros/segundo. Cada grandeza, de acordo com a sua natureza
física, requer certo tipo de unidade. A distância deve ser medida em uma unidade de comprimento
como metros, pés ou milhas, mas não em uma unidade de tempo. Analogamente, a velocidade de
um objeto deve ser especificada como uma unidade de comprimento dividida por uma unidade de
tempo. Em física, o termo dimensão é usado para se referir à natureza física de uma grandeza e o
tipo de unidade usado para especificá-la. A distância possui dimensão de comprimento, simboli-
zada por [L], enquanto a velocidade possui dimensão de comprimento [L] dividida por tempo
dimensão de [T], ou [L/T]. Muitas grandezas físicas podem ser expressas em termos de uma
combinação de dimensões fundamentais, como comprimento [L], tempo [T] e massa [M]. Poste-
riormente, veremos algumas outras grandezas, como a temperatura, que também são fundamentais.
Uma grandeza fundamental como a temperatura não pode ser expressa como uma combinação das
dimensões de comprimento, tempo, massa, ou de qualquer outra dimensão fundamental.
A análise dimensional é usada para verificar relações matemáticas quanto à consistência
das suas dimensões. A título de ilustração, considere um carro que parte do repouso e acelera
até uma velocidade v em um tempo t. Suponha que queremos calcular a distância x percorrida
pelo carro, mas não temos certeza se a relação correta é x 5 ½vt2 ou x 5 ½vt. Podemos deci-
dir verificando as grandezas em ambos os lados da equação para ver se elas possuem as mes-
mas dimensões. Se as dimensões não forem as mesmas, a relação está incorreta. Para x 5 ½vt2,
usamos as dimensões para distância [L], tempo [T], e velocidade [L/T] da seguinte maneira:

Dimensões

7
Os símbolos de polegada são como in ou 0; os símbolos de pé são ft ou 9. (N.T.)

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6  ■  Capítulo 1

■■ Dicas para a Solução de Problemas. Dimensões se cancelam exatamente da mesma maneira que grandezas algébricas, e fatores nu-
É possível verificar se existem erros que méricos puros como ½ não possuem dimensões e podem, portanto, ser ignorados. A dimensão
podem ter aparecido durante manipulações do lado esquerdo da equação não coincide com as do lado direito, logo a relação x 5 (½)vt2 não
algébricas fazendo uma análise dimensional pode estar correta. Por outro lado, aplicando a análise dimensional a x 5 (½)vt, obtivemos
da expressão final.

Dimensões

A dimensão do lado esquerdo da equação coincide com a do lado direito, logo esta relação
está dimensionalmente correta. Se soubermos que uma das duas opções é a correta, então x 5
(½)vt é a correta. Contudo, na ausência de tal conhecimento, a análise dimensional não con-
segue identificar a relação correta. Ela consegue identificar apenas que escolhas podem estar
corretas, já que ela não leva em conta fatores numéricos como ½ nem a maneira como uma
equação foi deduzida a partir dos princípios da física.

Verifique Seu Entendimento


(As respostas são dadas no final do livro.)
 1. (a) É possível que duas grandezas tenham as mesmas dimensões, mas unidades diferentes?
(b) é possível que duas grandezas tenham as mesmas unidades, mas dimensões diferentes?
  2. Você sempre pode somar dois números que têm a mesma unidade (por exemplo, 6 metros 1 3 me-
tros). Você sempre pode somar dois números que têm as mesmas dimensões de comprimento [L]?
  3. A tabela ao lado lista quatro va-
riáveis, com as unidades corres-
pondentes. Variável Unidades
Estas variáveis aparecem nas
equações a seguir, com alguns x Metros (m)
números que não têm unidades. v Metros por segundo (m/s)
Em quais das equações as unida- t Segundos (s)
des do lado esquerdo do sinal de
igual são consistentes com as uni- a Metros por segundo ao quadrado (m/s2)
dades do lado direito?


  4. Na equação y 5 cnat2 você deseja determinar o valor inteiro (1, 2 etc.) do expoente n. As dimensões
de y, a e t são conhecidas. Sabe-se também que c não tem dimensões. A análise dimensional pode
ser usada para determinar n?

1.4 Trigonometria
Cientistas usam a matemática para ajudá-los a descrever como o universo físico fun-
ciona, e a trigonometria é um importante ramo da matemática. Três funções trigonométricas
são utilizadas ao longo deste texto. Elas são o seno, o cosseno e a tangente do ângulo u (letra
grega teta), abreviadas como sen u, cos u e tan u, respectivamente. Estas funções são definidas
a seguir em termos dos símbolos que aparecem no triângulo retângulo da Figura 1.5.
Figura 1.5  Um triângulo
retângulo. Definição de Sen u, Cos u e Tan u

(1.1)


(1.2)


(1.3)

h 5 comprimento da hipotenusa de um triângulo retângulo
ho 5 comprimento do cateto oposto ao ângulo u
ha 5 comprimento do cateto adjacente ao ângulo u

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Introdução e Conceitos Matemáticos  ■  7

O seno, o cosseno e a tangente de um ângulo são números sem unidades (nem dimensões), pois
cada um deles é o quociente entre os comprimentos de dois lados de um triângulo retângulo.
O Exemplo 4 ilustra uma aplicação típica da Equação 1.3.

  Exemplo 4    Usando Funções Trigonométricas


Em um dia de sol, um edifício alto faz uma sombra de 67,2 m de comprimento. O ângulo entre os
raios de sol e o chão é u 5 50,0°, como mostrado na Figura 1.6. Determine a altura do edifício.
Raciocínio  Queremos determinar a altura do edifício. Portanto, começamos pelo triângulo retân-
gulo colorido da Figura 1.6 e identificamos a altura como o comprimento ho do cateto oposto ao
ângulo u. O comprimento da sombra é o comprimento ha do cateto adjacente ao ângulo u. O quo-
ciente entre o comprimento do cateto oposto e o comprimento do cateto adjacente é a tangente do
ângulo u, que pode ser usada para determinar a altura do edifício.
Solução  Usamos a função tangente da seguinte maneira, com u 5 50,0° e ha 5 67,2 m:

(1.3) Figura 1.6  A altura ho do edifício


pode ser obtida usando
trigonometria a partir de um valor
 do ângulo u e do comprimento ha
da sombra do edifício.
O valor da tan 50,0° é obtido usando-se uma calculadora.
 ■

O seno, o cosseno ou a tangente pode ser usado em cálculos como os apresentados no Exem-
plo 4, dependendo de qual lado do triângulo possui um valor conhecido e de qual lado do tri-
ângulo está sendo pedido. Entretanto, a escolha de qual lado do triângulo será identificada ■■ Dicas para a Solução de Problemas.
como ho (cateto oposto) e de qual será identificado como ha (cateto adjacente) só pode ser
feita após se identificar o ângulo u.
Frequentemente, os valores dos comprimentos de dois lados do triângulo retângulo da Fi-
gura 1.5 são conhecidos, e o valor do ângulo u é desconhecido. O conceito de funções trigo-
nométricas inversas desempenha um papel importante em situações como estas. As Equações
1.4–1.6 fornecem as funções inversas do seno, do cosseno e da tangente em termos dos sím-
bolos usados no desenho. Por exemplo, a Equação 1.4 é lida como “u é igual ao ângulo cujo
seno é igual a ho/h”.

(1.4)


(1.5)


(1.6)

O uso do expoente “21” nas Equações 1.4–1.6 não significa que se deva “calcular 1 dividido
pelo valor da função”. Por exemplo, tan21 (ho/ha) não é igual a 1/tan(ho/ha). Outra forma de ex-
pressar as funções trigonométricas inversas é usar as abreviaturas arc sen, arc cos e arc tan em
vez de sen21, cos21 e tan21. O Exemplo 5 ilustra o uso de uma função trigonométrica inversa.

  Exemplo 5    Usando Funções Trigonométricas Inversas


A profundidade de um lago aumenta gradativamente a partir de sua margem,8 fazendo um ângulo
u praticamente constante, como indicado na Figura 1.7. Por questões de segurança, é necessário
saber a profundidade do lago em várias distâncias a partir da margem. Para fornecer informações a
respeito da profundidade, um guarda-vidas rema em linha reta a partir da margem em direção ao
interior do lago até uma distância de 14,0 m da margem e solta uma linha de pesca com um peso.
Medindo o comprimento da linha, o guarda-vidas determina a profundidade como igual a 2,25 m.
(a) Qual o valor de u? (b) Qual seria a profundidade d do lago a uma distância de 22,0 m contada
a partir da margem?
Raciocínio  Próximo à margem, os comprimentos dos catetos oposto e adjacente do triângulo re-
tângulo da Figura 1.7 são ho 5 2,25 m e ha 5 14,0 m, em relação ao ângulo u. Tendo feito esta
8
Este exemplo fornece a informação de que a variação da profundidade é gradual, permitindo uma modelagem descrita
por uma reta; em um local desconhecido, esta é uma hipótese que tem que ser verificada. Muitos afogamentos em praias
ocorrem quando o banhista imagina que esta variação continuará gradual à medida que se afasta da margem. (N.T.)

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8  ■  Capítulo 1

Figura 1.7  Se a distância medida


a partir da margem e a
profundidade da água em um
ponto qualquer forem conhecidas,
o ângulo u pode ser obtido com o
auxílio da trigonometria. Conhecer
o valor de u é útil, pois a
profundidade d pode ser
determinada em outro ponto em
função de u.

identificação, podemos usar o arco tangente (tan21) para determinar o ângulo do item (a). Para o
item (b), os catetos oposto e adjacente mais afastados da margem passam a ser ho 5 d e ha 5 22,0 m.
Com o valor de u obtido no item (a), a função tangente pode ser usada para determinar a profundi-
dade desconhecida. Considerando a forma com que a profundidade do lago aumenta com a distân-
cia na Figura 1.7, é de se esperar que a profundidade desconhecida seja maior que 2,25 m.
Solução  (a) Usando a função arco tangente dada pela Equação 1.6, chegamos a


(b) Com u 5 9,13°, a função tangente dada pela Equação 1.3 pode ser usada para determinar a pro-
fundidade desconhecida a uma maior distância da margem, em que ho 5 d e ha 5 22,0 m. Como
tan u 5 ho/ha, conclui-se que


que, como esperado, é maior do que 2,25 m.
 ■

O triângulo retângulo na Figura 1.5 fornece a base para definir as várias funções trigono-
métricas, segundo as Equações 1.1–1.3. Estas funções sempre envolvem um ângulo e dois
catetos do triângulo. Há também uma relação entre os comprimentos dos três lados de um
triângulo retângulo. Esta relação é conhecida como o teorema de Pitágoras e é usada com
frequên­cia neste texto.

Teorema de Pitágoras
O quadrado do comprimento da hipotenusa9 de um triângulo retângulo é igual à soma dos quadrados
dos comprimentos dos catetos10 do mesmo triângulo:

 (1.7)

1.5 Escalares e Vetores


O volume de água em uma piscina poderia ser de 50 metros cúbicos, ou o tempo para
vencer uma corrida poderia ser de 11,3 segundos. Em casos como estes, só importa a magni-
tude dos números. Em outras palavras, quanto volume ou tempo existe? Os ‘50’ especificam
a quantidade de água em unidades de metros cúbicos, enquanto os ‘11,3’ especificam a quan-
tidade de tempo em segundos. Volume e tempo são exemplos de grandezas escalares. Uma
grandeza escalar é uma grandeza que pode ser descrita por um único número (incluindo quais-
quer unidades) que fornece seu módulo ou magnitude. Outros escalares usuais são a tempera-
tura (por exemplo, 20 °C) e a massa (por exemplo, 85 kg).
Mesmo havendo muitas grandezas na física que são escalares, há também muitas que não o são,
e para estas grandezas o módulo fornece apenas parte das informações. Considere a Figura 1.8, que
Figura 1.8  Uma grandeza retrata um carro que se deslocou 2 km ao longo de uma linha reta da partida até a chegada. Ao se
vetorial possui módulo, direção e
sentido. A flecha neste desenho 9
O lado oposto ao ângulo reto. (N.T.)
representa um vetor deslocamento. Os dois lados que formam o ângulo reto. (N.T.)
10

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Introdução e Conceitos Matemáticos  ■  9

descrever o movimento, não basta dizer que “o carro se deslocou de uma distância de 2 km”. Esta
afirmação indicaria apenas que o carro chegou a algum lugar situado sobre um círculo, cujo centro
está no ponto de partida e cujo raio é de 2 km. Uma descrição completa deve incluir a direção e o
sentido de movimento juntamente com a distância, como na frase “o carro se deslocou de uma
distância de 2 km rumo ao nordeste, fazendo um ângulo de 30° com a direção oeste-leste”. Uma
grandeza que envolve naturalmente tanto módulo quanto direção e sentido é chamada de grande-
za vetorial. Como a direção e o sentido são características importantes dos vetores, flechas são
usadas para representá-los; a direção11 e o sentido da flecha fornecem a direção e o sentido do
vetor. A flecha da Figura 1.8, por exemplo, é chamada de vetor deslocamento, pois ela mostra pa-
ra onde o carro se deslocou do seu ponto de partida. O Capítulo 2 discute esse vetor em particular.
O comprimento da flecha da Figura 1.8 representa o módulo do vetor deslocamento. Se o
carro tivesse se deslocado 4 km em vez de 2 km do ponto de partida, a flecha teria sido dese-
nhada com o dobro do comprimento. Por convenção, o comprimento da flecha que represen-
ta um vetor é proporcional ao módulo do vetor.
Em física, há muitos tipos importantes de vetores, e a prática de usar o comprimento de uma fle-
cha para representar o módulo de um vetor se aplica a cada um deles. Todas as forças, por exemplo,
são vetores. Em uso corriqueiro, uma força é um puxão ou um empurrão, e a direção e o sentido
em que uma força atua são tão importantes quanto a magnitude ou módulo12 da força. O módulo
de uma força no sistema de unidades SI é medido em newtons (N). Uma flecha representando uma
força de 20 N é desenhada com o dobro do comprimento da que representa uma força de 10 N.
A distinção fundamental entre escalares e vetores é a característica da direção (e sentido).
Vetores possuem direção, enquanto os escalares não. O Exemplo Conceitual 6 ajuda a deixar
clara esta distinção e explica o que se entende pela “direção” de um vetor.

 Vetores, Escalares e o Papel dos Sinais


  Exemplo Conceitual 6  de Mais e de Menos

Há locais onde a temperatura é de 120 °C em uma época do ano e de 220 °C em outra época. Os
sinais de mais e de menos que indicam as temperaturas positiva e negativa implicam que a tempe-
ratura é uma grandeza vetorial? (a) Sim (b) Não
Raciocínio  Uma marca registrada de um vetor é que ele possui tanto módulo quanto direção e
sentido físicos associados a ele, como 20 metros para leste ou 20 metros para oeste.
A resposta (a) está incorreta.  Os sinais de mais e de menos associados a 120 °C e 220 °C não
expressam uma direção e sentido físicos, como para o leste ou para o oeste. Logo, a temperatura
não pode ser uma grandeza vetorial.
A resposta (b) está correta.  Em um termômetro, os sinais algébricos significam simplesmente
que a temperatura é um número menor ou maior do que zero na escala de temperatura que está sen-
do usada e não têm nada a ver com para o leste, para o oeste, ou para qualquer outra direção física.
A temperatura, então, não é um vetor. Ela é um escalar, e escalares podem, às vezes, ser negativos.
 ■

Muitas vezes, por conveniência, grandezas como volume, tempo, deslocamento, velocidade
e força são representadas na física por símbolos. Neste texto, escrevemos vetores com símbo-
los em negrito com flechas acima deles* e escrevemos escalares com símbolos em itálico.
Assim, um vetor deslocamento é escrito como “ 5 750 m, para o leste”, em que é um
símbolo em negrito. Sozinho, entretanto, separado da direção e do sentido, o módulo13 deste
vetor é uma grandeza escalar. Portanto, o módulo é escrito como “A 5 750 m”, em que o A é
um símbolo em itálico sem flecha.

Verifique Seu Entendimento


(A resposta é dada no final do livro.)
  5. Quais das seguintes afirmações, se houver alguma, envolvem um vetor?  (a) Eu caminhei duas
milhas ao longo da praia.  (b) Eu caminhei duas milhas em direção ao norte ao longo da praia.
(c) Eu saltei de um penhasco e bati na água me deslocando a 17 milhas por hora.  (d) Eu saltei de
um penhasco e bati na água me deslocando verticalmente para baixo a 17 milhas por hora. 
(e) Minha conta bancária apresenta um saldo negativo de –25 dólares.

11
A direção é dada pela reta suporte do vetor, podendo ter dois sentidos; muitas vezes, ao fornecermos a direção, também
indicamos o sentido, sendo comum nos referirmos a esta informação simplesmente como a direção do vetor. (N.T.)
12
O módulo é sempre positivo e devemos fornecer o sentido como uma informação adicional. (N.T.)
*Vetores também são representados às vezes em outros textos como símbolos em negrito, sem flechas acima deles.
13
É comum a referência a uma direção com um sentido embutido, como em “para o leste”. Neste caso, a magnitude
do vetor é um escalar que possui um valor positivo, também chamado de módulo do vetor. (N.T.)

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10  ■  Capítulo 1

1.6 Soma e Subtração Vetoriais


■■ Soma
Muitas vezes, precisamos somar dois vetores e o processo da soma deve levar em conta tanto
o módulo quanto a direção e o sentido dos vetores. A situação mais simples ocorre quando os
vetores apontam na mesma direção — ou seja, quando eles são colineares,14 como na Figura
1.9. Neste caso, um carro se move primeiro ao longo de uma linha reta, com um vetor deslo-
camento de 275 m para o leste. Depois, o carro se move novamente na mesma direção, com
um vetor deslocamento de 125 m para o leste. Estes dois vetores se somam fornecendo o
vetor deslocamento total que se aplicaria se o carro tivesse se movido da partida até a che-
gada em um único passo. O símbolo é usado, pois o vetor total é muitas vezes chamado de
Figura 1.9  Dois vetores vetor resultante. Com a origem da segunda flecha localizada na ponta da primeira flecha, os
deslocamentos colineares dois comprimentos simplesmente se somam fornecendo o comprimento do deslocamento total.
se somam fornecendo o vetor Este tipo de soma vetorial é idêntico à soma usual de dois números escalares (2 1 3 5 5) e
deslocamento resultante
pode ser efetuada neste caso só porque os vetores possuem a mesma direção e apontam no
mesmo sentido. Em casos como este, somamos os módulos individuais para obtermos o mó-
dulo do vetor resultante,15 sabendo de antemão quais devem ser a direção e o sentido. Formal-
mente, a soma é escrita da seguinte maneira:


Vetores perpendiculares são encontrados com frequência, e a Figura 1.10 indica como eles
podem ser somados. Esta figura se aplica a um carro que primeiro se desloca com um vetor
deslocamento de 275 m, de oeste para leste, e depois com um vetor deslocamento de 125 m,
de sul para norte. Os dois vetores se somam, fornecendo um vetor deslocamento resultante
Novamente, os vetores a serem somados são dispostos na forma de um polígono com a origem
de cada vetor coincidindo com a ponta do vetor anterior, e o vetor resultante fecha o polígono,
Figura 1.10  A soma de dois apontando da origem do primeiro para a ponta do último vetor sendo somado. O deslocamen-
vetores deslocamento to resultante é dado pela equação vetorial
perpendiculares fornece o
vetor resultante
A soma nesta equação não pode ser feita escrevendo-se R 5 275 m 1 125 m, pois os vetores
têm direções diferentes. Em vez disso, tiramos proveito do fato de o triângulo da Figura 1.10
ser um triângulo retângulo e usamos o teorema de Pitágoras (Equação 1.7). De acordo com
este teorema, o módulo de é


O ângulo u na Figura 1.10 fornece a direção do vetor resultante. Como agora os comprimentos
de todos os três lados do triângulo retângulo são conhecidos, o sen u, o cos u ou a tan u pode
ser usado para se determinar u. Observando que tan u 5 B/A e usando a função trigonométri-
ca inversa, chegamos a:


Assim, o deslocamento resultante do carro tem um módulo igual a 302 m e aponta para a di-
reção nordeste, fazendo um ângulo de 24,4° com a direção oeste-leste. Este deslocamento tra-
ria o carro da partida até a chegada na Figura 1.10 em um único passo em linha reta.
Quando dois vetores a serem somados não são perpendiculares, o arranjo poligonal não forma
um triângulo retângulo, e o teorema de Pitágoras não pode ser usado. A Figura 1.11a ilustra tal
caso para um carro que se move com um deslocamento de 275 m de oeste para leste, depois
com um deslocamento de 125 m em uma direção noroeste fazendo 55,0° com a direção leste-
oeste. Como sempre, o vetor deslocamento resultante possui a direção que une a origem do
primeiro vetor à ponta do último vetor sendo somado. A soma vetorial ainda é dada por


Figura 1.11  (a) Os dois vetores Entretanto, o módulo de não é R 5 A 1 B, pois os vetores não têm a mesma direção
deslocamento não são nem
colineares nem perpendiculares, e sentido, nem tampouco temos pois os vetores não são perpendiculares, logo
mas mesmo assim eles se somam
fornecendo o vetor resultante Ou seja, eles possuem a mesma reta suporte. Mesmo tendo a mesma direção, dois vetores podem ter sentidos opostos. (N.T.)
14

(b) Um dos métodos para somá-los Caso os vetores tivessem a mesma direção mas sentidos contrários, faríamos a diferença entre os módulos para ter-
15

utiliza uma técnica gráfica. mos o módulo do vetor resultante. Nos dois casos, é necessário arbitrar o sentido positivo. (N.T.)

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Introdução e Conceitos Matemáticos  ■  11

o teorema de Pitágoras não se aplica. Alguns outros meios devem ser usados para se determi-
nar o módulo, a direção e o sentido do vetor resultante.
Um dos enfoques usa uma técnica gráfica. Neste método, constrói-se um diagrama no qual
as flechas são desenhadas formando um polígono. Os comprimentos das flechas que represen-
tam os vetores são desenhados em escala, e os ângulos são desenhados com precisão (por
exemplo, com um transferidor). Depois, o comprimento da flecha que representa o vetor resul-
tante é medido com uma régua. Este comprimento é convertido para o módulo do vetor resultan-
te usando-se o fator de escala com o qual o desenho é construído. Na Figura 1.11b, por exemplo,
usa-se uma escala de um centímetro do comprimento da flecha para cada 10,0 m de desloca-
mento, e pode-se ver que o comprimento da flecha que representa é igual a 22,8 cm. Como
cada centímetro corresponde a 10,0 m de deslocamento, o módulo de é 228 m. O ângulo u,
que fornece a direção com sentido de pode ser medido com um transferidor, cuja leitura
será u 5 26,7° na direção nordeste, medido a partir da direção oeste-leste.

■■ Subtração
A subtração de um vetor de outro é feita de uma maneira que depende do seguinte fato: Quan-
do um vetor é multiplicado por 21, seu módulo e direção permanecem os mesmos, mas seu
sentido se inverte. O Exemplo Conceitual 7 ilustra o significado desta afirmação.

  Exemplo Conceitual 7    Multiplicando um Vetor por 21


Considere os dois vetores descritos a seguir:
1. Uma mulher sobe 1,2 m de uma escada, de tal forma que o seu vetor deslocamento é de 1,2 m
para cima ao longo da escada, como mostrado na Figura 1.12a.
2. Um homem está empurrando seu carro enguiçado com uma força de 450 N, tentando movê-lo
para o leste. O vetor força que ele aplica ao carro é de 450 N, de oeste para leste, como mos-
trado na Figura 1.13a.
Qual o significado físico dos vetores
(a) aponta para cima ao longo da escada e tem um módulo igual a 21,2 m; aponta de oes-
te para leste e tem um módulo igual a 2450N. (b) aponta para baixo ao longo da escada e tem
um módulo de 21,2m; aponta de leste para oeste e tem um módulo igual a 2450N. (c)
aponta para baixo ao longo da escada e tem um módulo igual a 1,2m; aponta de leste para oes-
te e tem um módulo de 450N.
Raciocínio  Um vetor deslocamento é (21) A presença do fator (21) inverte o sentido do
vetor mantendo a mesma direção, mas não altera o seu módulo. Analogamente, um vetor força
tem o mesmo módulo e direção que o vetor só que sentido contrário.
As respostas (a) e (b) estão incorretas.  Ao contrário de escalares que, às vezes, podem ser ne-
gativos, módulos de vetores nunca são negativos.
Figura 1.12  (a) O vetor
A resposta (c) está correta.  Os vetores têm o mesmo módulo e a mesma direção que deslocamento para uma mulher
mas apontam em sentidos contrários, como indicado nas Figuras 1.12b e 1.13b. subindo 1,2 m em uma escada é
(b) O vetor deslocamento para
uma mulher descendo 1,2 m em
Trabalho a Ser Resolvido em Casa Associado:  Problema 67 ■ uma escada é

Na prática, a subtração vetorial é feita exatamente da mesma forma que a soma vetorial,
exceto pelo fato de que um dos vetores sendo somado é multiplicado por um fator escalar de
–1. Para ver por que, olhe os dois vetores na Figura 1.14a. Estes vetores se somam,
fornecendo um terceiro vetor obtido de Portanto, podemos calcular o vetor
como que é um exemplo de subtração vetorial. Entretanto, também podemos es-
crever este resultado como e tratá-lo como uma soma vetorial. A Figura 1.14b

Figura 1.13  (a) O vetor força


para um homem empurrando um
carro com uma força de 450 N em
uma direção de oeste para leste é
(b) O vetor força para um
homem empurrando um carro com
uma força de 450 N em uma
direção de leste para oeste é

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12  ■  Capítulo 1

Figura 1.14  (a) Soma vetorial


de acordo com
(b) Subtração vetorial de acordo
com

mostra como calcular o vetor somando-se os vetores Observe que os vetores


estão dispostos na forma de um polígono com a origem de na ponta de e que
qualquer método adequado de soma vetorial pode ser empregado para determinar

Verifique Seu Entendimento


(As respostas são dadas no final do livro.)
  6. Dois vetores são somados para se obter um vetor resultante Os módulos de
são iguais a 3 m e 8 m, respectivamente, mas os vetores podem ter quaisquer orientações.
Quais são  (a) o valor máximo possível e  (b) o valor mínimo possível para o módulo de
  7. Dois vetores perpendiculares não nulos (com módulos diferentes de zero) podem ser somados de
tal forma que a sua soma seja nula?
  8. Três ou mais vetores com módulos diferentes podem ser somados de tal forma que sua soma seja nula?
  9. Como preparação para esta questão, reveja o Exemplo Conceitual 7. Os vetores satisfazem
à equação vetorial   (a) Como o módulo de se compara com o módulo de  
(b) Como a direção e o sentido de se comparam com a direção e o sentido de
10. Os vetores satisfazem à equação vetorial e seus módulos estão relacionados
pela equação escalar A2 1 B2 5 C2. Como o vetor está orientado em relação ao vetor
11. Os vetores satisfazem à equação vetorial e seus módulos estão relacionados
pela equação escalar A 1 B 5 C. Como o vetor está orientado em relação ao vetor

1.7 As Componentes de um Vetor


■■ Componentes Vetoriais
Suponha que um carro se mova ao longo de uma linha reta da partida até a chegada, como na
Figura 1.15, sendo o vetor deslocamento correspondente. O módulo, a direção e o sentido do
vetor fornecem a distância, a direção e o sentido que o carro percorreu ao longo da linha reta.
Entretanto, o carro também poderia chegar ao mesmo ponto deslocando-se primeiro de oeste
para leste, ter feito uma curva de 90° e depois se deslocado em direção ao norte. Esta trajetória
alternativa é representada no desenho e está associada aos dois vetores deslocamento Os
vetores são chamados de componente vetorial x e componente vetorial y de
As componentes vetoriais são muito importantes na física e possuem duas características
Figura 1.15  O vetor básicas evidenciadas na Figura 1.15. Uma é que as componentes se somam se igualando ao
deslocamento e suas
vetor original:
componentes vetoriais

As componentes quando somadas vetorialmente, transmitem exatamente o mesmo sig-
nificado que o vetor original elas indicam como o ponto de chegada está deslocado em re-
lação ao ponto de partida. A outra característica das componentes vetoriais que é evidente na
Figura 1.15 é que não são apenas dois vetores quaisquer que se somam para fornecer o
vetor original eles são vetores perpendiculares. Esta ortogonalidade é uma característica
valiosa, como veremos em breve.
Qualquer tipo de vetor pode ser expresso em termos de suas componentes, de maneira aná-
loga ao que foi exemplificado para o vetor deslocamento da Figura 1.15. A Figura 1.16 mostra
um vetor arbitrário e suas componentes vetoriais As componentes são desenhadas
paralelas a eixos x e y convenientes e são perpendiculares. Elas se somam vetorialmente se
igualando ao vetor original


Figura 1.16  Um vetor arbitrário
e suas componentes vetoriais Em certos casos, um desenho como o da Figura 1.16 não é a forma mais conveniente de se
representar componentes vetoriais e, para estes casos, a Figura 1.17 apresenta um método al-

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Introdução e Conceitos Matemáticos  ■  13

ternativo. A desvantagem desta alternativa é que o arranjo em forma de polígono de


está ausente, um arranjo que é um bom lembrete de que se somam fornecendo

Definição de Componentes Vetoriais


Em duas dimensões, as componentes vetoriais de um vetor são dois vetores perpendiculares
que são paralelos aos eixos x e y, respectivamente, e se somam vetorialmente de tal forma que

■■Dicas para a Solução de Problemas.  Em geral, as componentes de qualquer vetor podem ser usa-
Figura 1.17  Esta forma
das no lugar do próprio vetor em quaisquer cálculos onde seja conveniente fazê-lo. Os va- alternativa de se desenhar o vetor
lores calculados para as componentes vetoriais dependem da orientação do vetor em relação e suas componentes vetoriais é
aos eixos usados como referência. A Figura 1.18 ilustra este fato para um vetor mostrando completamente equivalente àquela
dois conjuntos de eixos, um conjunto (identificado pela 9) estando girado no sentido horário mostrada na Figura 1.16.
em relação ao outro. Em relação aos eixos de maior espessura, o vetor possui componentes
vetoriais perpendiculares a em relação aos eixos de menor espessura, o vetor pos-
sui diferentes componentes vetoriais A escolha de qual conjunto de componentes
usar é puramente uma questão de conveniência.

■■ Componentes Escalares
Frequentemente é mais fácil trabalhar com as componentes escalares, Ax e Ay (observe os sím-
bolos em itálico), do que com as componentes vetoriais Componentes escalares são
números positivos ou negativos (com unidades) que são definidos da seguinte maneira: A com-
ponente Ax possui um módulo igual a de e recebe um sinal positivo se apontar no sen-
tido positivo do eixo x (1x) e um sinal negativo se apontar no sentido negativo do eixo x
(2x). A componente Ay é definida de maneira análoga. A tabela a seguir mostra um exemplo
de componentes vetoriais e escalares:

Componentes Vetoriais Componentes Escalares Vetores Unitários Figura 1.18  As componentes


vetoriais do vetor dependem da
5 8 metros, na direção do eixo x, Ax 5 18 metros 5 (18 metros) orientação dos eixos usados como
sentido positivo referência.
5 10 metros, na direção do eixo y, Ay 5 210 metros 5 (210 metros)
sentido negativo

Neste texto deste livro, ao usarmos o termo “componente”, estaremos nos referindo a uma
componente escalar, a menos que haja indicação em contrário.
Outro método de expressar componentes vetoriais consiste em usar vetores unitários. Um ve-
tor unitário (também chamado de versor) é um vetor que possui um módulo unitário, mas que é
adimensional. Usamos um acento circunflexo (^) para distingui-lo de outros vetores. Assim,
é um vetor unitário adimensional de comprimento igual a 1 que aponta no sentido posi-
tivo do eixo dos x, e
é um vetor unitário adimensional de comprimento igual a 1 que aponta no sentido posi-
tivo do eixo dos y.16
Estes vetores unitários estão ilustrados na Figura 1.19. Com a ajuda de vetores unitários, as com-
ponentes vetoriais de um vetor arbitrário podem ser escritas como e
em que Ax e Ay são as suas componentes escalares (veja o desenho e a terceira coluna da tabe-
la anterior). O vetor é então escrito como 5

■■ Decompondo um Vetor em Suas Componentes


Se o módulo, a direção e o sentido de um vetor forem conhecidos, é possível determinar as Figura 1.19  Os vetores unitários
componentes do vetor. O processo de determinação das componentes é chamado de “decom- adimensionais e possuem
posição do vetor nas suas componentes”. Como ilustrado no Exemplo 8, este processo pode módulos iguais a 1, e apontam nas
ser feito com a ajuda da trigonometria, pois as duas componentes vetoriais perpendiculares e direções 1x e 1y,
o vetor original formam um triângulo retângulo. respectivamente. Expressos em
termos de vetores unitários, as
16
Frequentemente estes vetores unitários nos eixos x e y (e z no caso tridimensional) são representados como componentes vetoriais do vetor
respectivamente, ou ainda como e1, e2, e3, ... para um número qualquer de dimensões. (N.T.) são

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14  ■  Capítulo 1

  Exemplo 8    Determinação das Componentes de um Vetor


Um vetor deslocamento possui um módulo r 5 175 m e faz um ângulo de 50,0° em relação ao
eixo dos x na Figura 1.20. Ache as componentes x e y deste vetor.
Raciocínio  Basearemos a nossa solução no fato de que o triângulo formado pelo vetor e suas
componentes e na Figura 1.20 é um triângulo retângulo. Este fato nos permite usar as funções
trigonométricas seno e cosseno, definidas pelas Equações 1.1 e 1.2.
Solução  A componente y pode ser obtida usando o ângulo de 50,0° e a Equação 1.1, sen u 5 y/r:


Figura 1.20  As componentes x e De maneira análoga, a componente x pode ser obtida usando o ângulo de 50,0° e a Equação 1.2, u 5 x/r:
y do vetor deslocamento podem
ser obtidas usando trigonometria.

 ■

HABILIDADES MATEMÁTICAS  Qualquer um dos dois ângulos agudos de um triângulo retân-


gulo pode ser usado para determinar as componentes de um vetor. A escolha do ângulo é uma ques-
tão de conveniência. Por exemplo, em vez de se usar o ângulo de 50,0°, também é possível usar o
ângulo a na Figura 1.20. Como a 1 50,0° 5 90,0°, conclui-se que a 5 40,0°. A solução obtida
usando-se a produz as mesmas respostas que a solução usando-se o ângulo de 50,0°.

■■ Dicas para a Solução de Problemas. Como as componentes vetoriais e o vetor original formam um triângulo retângulo, o teore-
Você pode verificar se as componentes de ma de Pitágoras pode ser aplicado para conferir a validade dos cálculos, como no Exemplo 8.
um vetor estão corretas substituindo-as no Assim, com as componentes obtidas no Exemplo 8, o teorema pode ser usado para verificar se
teorema de Pitágoras a fim de calcular o o módulo do vetor original é, de fato, 175 m, como obtido inicialmente:
módulo do vetor original.

É possível que uma das componentes de um vetor seja nula. No entanto, isso não significa
que o próprio vetor seja nulo. Para que um vetor seja igual a zero, todas as componentes ve-
■■ Dicas para a Solução de Problemas. toriais devem se anular individualmente. Assim, em duas dimensões, dizer que 5 0 é equi-
valente a dizer que 50e 5 0. Ou, expresso em termos de componentes escalares, se
5 0, então Ax 5 0 e Ay 5 0.
■■ Dicas para a Solução de Problemas. Dois vetores são iguais se, e somente se, eles tiverem o mesmo módulo, a mesma direção
e o mesmo sentido. Assim, se um vetor deslocamento apontar de oeste para leste e outro apon-
tar de sul para norte, eles não são iguais, mesmo que cada um possua o mesmo módulo de 480
m. Em termos de componentes vetoriais, dois vetores, são iguais se, e somente se, ca-
da componente vetorial de um for igual à componente vetorial correspondente do outro. Em
duas dimensões, se então e Outra opção é usar componentes es-
calares, que permite escrever Ax 5 Bx e Ay 5 By.

Verifique Seu Entendimento


(As respostas são dadas no final do livro.)
12. Quais dos vetores deslocamento a seguir (se houver) são iguais?

Variável Módulo Direção e sentido


100 m nordeste fazendo 30° com a direção oeste-leste
100 m sudoeste, fazendo 30° com a direção leste-oeste
  50 m sudoeste, fazendo 30° com a direção leste-oeste
100 m nordeste, fazendo 60° com a direção sul-norte

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Introdução e Conceitos Matemáticos  ■  15

13. Dois vetores, são mostrados no desenho.  (a) Quais


são os sinais (1 ou 2) das componentes escalares, Ax e Ay,
do vetor   (b) Quais são os sinais das componentes
escalares, Bx e By, do vetor   (c) Quais são os sinais
das componentes escalares, Rx e Ry do vetor em que

14. Dois vetores com mesmo módulo são necessariamente


iguais?
15. O módulo de um vetor dobrou, sua direção e seu sentido
permaneceram os mesmos. Pode-se concluir que o módulo
de cada componente do vetor dobrou?
16. A origem de um vetor é fixada à origem de um sistema de Questão 13
coordenadas x, y. Originalmente o vetor aponta na direção
do eixo x no sentido positivo e tem um módulo de 12 unida-
des. À medida que o tempo passa, o vetor gira no sentido anti-horário. Qual o tamanho das compo-
nentes x e y do vetor para os seguintes ângulos de rotação?  (a) 90°  (b) 180°  (c) 270°  (d) 360°
17. Um vetor tem uma componente nula na direção x de um certo sistema de eixos. Este vetor tem neces-
sariamente uma componente nula na direção x de outro sistema de eixos (girado)?

1.8 Soma de Vetores por Meio de Componentes


As componentes de um vetor fornecem a forma mais conveniente e precisa de se somar
(ou subtrair) qualquer número de vetores. Por exemplo, suponha que o vetor seja somado
ao vetor O vetor resultante é em que A Figura 1.21a ilustra esta soma ve-
torial, junto com as componentes vetoriais x e y de Na parte b do desenho, os vetores
foram removidos, pois podemos usar as componentes vetoriais destes vetores no lugar
deles. A componente vetorial foi deslocada para baixo com a sua origem coincidindo com
a ponta da componente vetorial Analogamente, a componente vetorial foi deslocada
para a direita e disposta com a sua ponta coincidindo com a origem da componente vetorial
As componentes x são colineares e se somam para fornecer a componente x do vetor re-
sultante De maneira análoga, as componentes y são colineares e se somam para fornecer a
componente y de Em termos das componentes escalares, podemos escrever

As componentes vetoriais do vetor resultante formam os lados do triângulo retângu-


lo mostrado na Figura 1.21c. Logo, podemos determinar o módulo de usando o teorema de
Pitágoras:


O ângulo u que faz com o eixo x é dado por u 5 tan–1(Cy /Cx). O Exemplo 9 ilustra como
somar diversos vetores usando o método das componentes.

Figura 1.21  (a) Os vetores se somam fornecendo o vetor resultante As componentes


vetoriais x e y de e de também são mostradas. (b) O desenho ilustra que e
(c) O vetor e as suas componentes formam um triângulo retângulo.

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16  ■  Capítulo 1

Análise de Problemas com Múltiplos Conceitos


  Exemplo 9    O Método das Componentes de Soma Vetorial
Um corredor se desloca 145 m em direção nordeste fazen-
do 20° com a direção norte (vetor deslocamento e de-
pois 105 m em direção sudeste fazendo 35,0° com a dire-
ção leste (vetor deslocamento Usando componentes,
determine o módulo, a direção e o sentido do vetor resul-
tante destes dois deslocamentos.
Raciocínio  A Figura 1.22 mostra os vetores su-
pondo que o eixo y coincide com a direção de sul para
norte. Os vetores estão dispostos de modo que a origem
do segundo vetor esteja localizada na ponta do primeiro,
com o vetor resultante desenhado da origem de até
a ponta de As componentes dos vetores também são
mostradas na figura. Como e suas componentes formam
um triângulo retângulo, usaremos o teorema de Pitágoras
e trigonometria para expressar o módulo e o ângulo u que
especifica a direção e o sentido de em termos das suas
componentes. As componentes de serão então obtidas
a partir das componentes de e dos dados fornecidos Figura 1.22  Os vetores se somam fornecendo o vetor resultante
para estes dois vetores. As componentes vetoriais de também são apresentadas.
O vetor resultante pode ser obtido uma vez que as suas componentes
Dados Conhecidos e Incógnitas  Os dados para este tenham sido determinadas.
problema estão listados na tabela a seguir:

Descrição Símbolo Valor Comentário

Módulo do vetor 145 m


Direção e sentido do vetor Nordeste, Veja a Figura 1.22.
fazendo 20,0° com
a direção sul-norte
Módulo do vetor 105 m
Direção e sentido do vetor Sudeste, Veja a Figura 1.22.
fazendo 35,0º com
a direção oeste-leste
Variáveis Desconhecidas
Módulo do vetor resultante C ?
Direção e sentido do vetor u ?
resultante

Modelando o Problema

  PASSO 1    Módulo, Direção e Sentido de   Na Figura 1.22, o vetor e suas


componentes formam um triângulo retângulo. Aplicando o teorema de
Pitágoras a este triângulo retângulo temos que o módulo de é dado pela Equação 1a
à direita. Pelo mesmo triângulo, conclui-se também que a direção do ângulo u para o
vetor é dada pela equação 1b à direita.

  PASSO 2   
Componentes de   Como o vetor é a resultante dos vetores C vCx2 Cy2 (1a)
temos e podemos escrever as componentes escalares de como a soma
das componentes escalares de Cx Ax Bx Cy Ay By (2)
Cy
Cx Ax Bx e Cy Ay By tan 1 (1b)
Cx
Estas expressões podem ser substituídas nas Equações 1a e 1b para o módulo, direção
e sentido de como mostrado à direita. Cx Ax Bx Cy Ay By (2)

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Introdução e Conceitos Matemáticos  ■  17

Solução  Combinando algebricamente os resultados de cada passo, obtivemos


PASSO 1 PASSO 2

C vCx 2 Cy 2 v(Ax Bx)2 (Ay By )2


Cy Ay By
tan 1 tan 1
Cx Ax Bx

PASSO 1 PASSO 2

Para usarmos estes resultados, precisamos dos valores para as componentes individuais de
Recorrendo à Figura 1.22, obtivemos os seguintes valores

HABILIDADES MATEMÁTICAS  De acordo com as definições dadas nas Equações 1.1 e 1.2, as funções seno e cosseno são sen f 5 ho/h
e cos f 5 ha/h, em que ho é o comprimento do cateto de um triangulo retângulo que é oposto ao ângulo f, ha é o comprimento do cateto adja-
cente ao ângulo f, e h é o comprimento da hipotenusa (veja a Figura 1.23a). Aplicações das funções seno e cosseno para determinar as compo-
nentes escalares de um vetor ocorrem com frequência. Em tais aplicações, começamos identificando o ângulo f. A Figura 1.23b mostra a parte
relevante da Figura 1.22 e indica que f 5 20,0° para o vetor Neste caso, temos ho 5 Ax, ha 5 Ay e h 5 A 5 145 m; consequentemente,

+y

ho Ax

90∞

h A

Ay
ha 20,0∞

+x Figura 1.23  Desenho de


(a) (b) Habilidades Matemáticas.

Repare que a componente By é negativa, pois aponta para baixo, no sentido negativo da di-
reção y no desenho. Substituindo estes valores nos resultados para C e u teremos

Trabalho a Ser Resolvido em Casa Associado:  Problemas 45, 47, 50 e 54 ■

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18  ■  Capítulo 1

Verifique Seu Entendimento


(A resposta é dada no final do livro.)
18. Dois vetores, têm componentes vetoriais que são mostradas (na mesma escala) no desenho.
O vetor resultante é identificado por Qual desenho mostra a soma vetorial correta de
(a) 1,  (b) 2,  (c) 3,  (d) 4

Em capítulos posteriores, usaremos muitas vezes o método das componentes para obtermos
a soma vetorial. As principais características da estratégia de raciocínio usada nesta técnica são
resumidas a seguir, para referência futura.

Estratégia de Raciocínio  O Método das Componentes da Soma Vetorial


1. Para cada vetor a ser somado, determine as componentes x e y em relação a um sistema de coorde-
nadas x, y convenientemente escolhido. Certifique-se de que levou em consideração as direções e
os sentidos das componentes, usando sinais de mais ou de menos para representar se as componen-
tes apontam nos sentidos positivos ou negativos dos eixos, respectivamente.
2. Ache a soma algébrica das componentes x, que é a componente x do vetor resultante. Analogamen-
te, ache a soma algébrica das componentes y, que é a componente y do vetor resultante.
3. Use as componentes x e y do vetor resultante e o teorema de Pitágoras para determinar o módulo do
vetor resultante.
4. Use a função arco seno, arco cosseno ou arco tangente para achar o ângulo que especifica a direção
e o sentido do vetor resultante.

1.9 Conceitos & Cálculos


Este capítulo apresentou uma introdução à matemática da trigonometria e dos vetores,
que será usada em todo o texto deste livro. Portanto, nesta última seção consideramos vários
exemplos, a fim de rever algumas das características importantes desta parte da matemática.
O formato em três partes destes exemplos reforça o papel do entendimento conceitual na so-
lução de problemas. Inicialmente, apresenta-se o enunciado do problema. Depois, há uma se-
ção de perguntas e respostas sobre conceitos, seguida por uma seção de solução. O propósito
da seção de perguntas e respostas sobre conceitos é fornecer ajuda no entendimento da solução
e exemplificar como uma revisão dos conceitos pode ajudar antecipando algumas das caracte-
rísticas das respostas numéricas.

  Conceitos & Cálculos Exemplo 10 


Vetores Iguais
A Figura 1.24 mostra dois vetores deslocamento O vetor aponta para cima fazendo um
ângulo de 22,0° com o eixo dos x, mas seu módulo é desconhecido. O vetor tem uma componen-
te x dada por Bx 5 35,0 m, mas tem uma componente By na direção y desconhecida. Estes dois ve-
Figura 1.24  Os dois vetores tores são iguais. Ache o módulo de e o valor algébrico de By.
deslocamento são iguais.
O Exemplo 10 discute o Perguntas e Respostas sobre Conceitos  Qual a implicação do fato de o vetor ser igual ao
significado desta igualdade. vetor quanto aos módulos, às direções e aos sentidos dos vetores?

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Introdução e Conceitos Matemáticos  ■  19

Resposta  Quando dois vetores são iguais, cada um deles tem o mesmo módulo, a mesma di-
reção e o mesmo sentido.
Qual a implicação do fato de o vetor ser igual ao vetor quanto às componentes x e y dos vetores?
Resposta  Quando dois vetores são iguais, a componente x do vetor é igual à componente x
do vetor (Ax 5 Bx) e a componente y do vetor é igual à componente y do vetor (Ay 5 By).

Solução  Concentramos nossa atenção no fato de que tanto as componentes x quanto as compo-
nentes y dos vetores são as mesmas. Isso nos permite escrever que
(1.8)

(1.9)

Dividindo a Equação 1.9 pela Equação 1.8, chegamos a


Resolvendo a Equação 1.8 explicitando A obtivemos


 ■

  Conceitos & Cálculos Exemplo 11 


Usando Componentes para Somar Vetores
A Figura 1.25 mostra três vetores deslocamento Estes três vetores estão dispostos de tal
forma que a origem do vetor seguinte coincide com a ponta do vetor anterior, pois eles se somam
para dar o vetor deslocamento situado sobre o eixo x. Observe que o vetor é paralelo ao eixo x.
Qual é o módulo do vetor e o ângulo u que fornece sua direção?
Perguntas e Respostas sobre Conceitos  Qual a relação entre o módulo de e o de suas com-
ponentes escalares Ax e Ay?
Resposta  O módulo de é dado pelo teorema de Pitágoras na forma A 5 já que
um vetor e as suas componentes formam um triângulo retângulo (veja a Figura 1.26).
Figura 1.25  Os vetores
Algum dos vetores da Figura 1.25 tem um valor nulo para suas componentes x ou y? deslocamento se somam
resultando em um vetor
Resposta  Sim. Cada um dos vetores tem um valor igual a zero para sua componente y. deslocamento que está
Isso acontece porque estes vetores são paralelos ao eixo x. localizado ao longo do eixo x.
O que o fato de a soma dos vetores resultar no vetor diz sobre as componentes destes Observe que o vetor é paralelo
vetores? ao eixo x.

Resposta  O fato de que significa que a soma das componentes x de


é igual à componente x de (Ax 1 Bx 1 Cx 5 Rx) e a soma das componentes y de é
igual à componente y de (Ay 1 By 1 Cy 5 Ry).

Solução  Inicialmente, aplicamos o teorema de Pitágoras para relacionarmos A, o módulo do vetor


com as suas componentes escalares Ax e Ay:


Para obtermos o valor de Ax, usamos o fato de que a soma das componentes x de é igual
à componente x de
Figura 1.26  O vetor e suas
componentes Ax e Ay são
mostradas.

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20  ■  Capítulo 1

Para obtermos o valor de Ay, observamos que a soma das componentes y de é igual à com-
ponente y de (lembre-se também de que não possuem nenhuma componente y):


Com estes valores para Ax e Ay, concluímos que o módulo de é


Os valores de Ax e Ay também podem ser usados para determinar u. Consultando a Figura 1.26, ve-
mos que tan u 5 Ay /Ax. Portanto, temos

HABILIDADES MATEMÁTICAS  Usar a função inversa da tangente (arco tan) não é a única ma-
neira de se determinar o ângulo u. É possível também, por exemplo, usar a função inversa do cosse-
no. Consultando a Figura 1.26, vemos que

Ax Ax 10,22 m
cos ou cos 1
cos 1 59,9
A A 20,37 m
Outra possibilidade é usar a função inversa do seno. Consultando novamente a Figura 1.26, vemos que

Ay Ay 17,62 m
sen ou sen 1
sen 1 59,9
A A 20,37 m

 ■

Resumo dos Conceitos


1.2  Unidades  O sistema SI de unidades inclui o metro (m), o quilograma (kg) e o segundo (s)
como as unidades fundamentais para comprimento, massa e tempo, respectivamente. Um metro é
a distância que a luz percorre no vácuo em um intervalo de tempo de 1/299 792 458 segundo. Um
quilograma é a massa de um cilindro-padrão da liga de platina iridiada mantido na Agência Inter-
nacional de Pesos e Medidas. Um segundo é o tempo para que certo tipo de onda eletromagnética
emitida por átomos de Césio-133 complete 9 192 631 770 ciclos de onda.

1.3  O Papel das Unidades na Solução de Problemas  Para se converter um número de uma
unidade para outra, multiplique o número pelo quociente entre as duas unidades. Por exemplo, pa-
ra converter 979 metros em pés, multiplique 979 metros pelo fator (3,281 pés/1 metro).
A dimensão de uma grandeza representa a sua natureza física e o tipo de unidade usada para
especificá-la. Três destas dimensões são o comprimento [L], a massa [M] e o tempo [T]. A análise
dimensional é um método para conferir a consistência das dimensões nas relações matemáticas.

1.4  Trigonometria  As funções seno, cosseno e tangente de um ângulo u são definidas em termos
de um triângulo retângulo que contém u, como nas Equações 1.1-1.3, em que ho e ha são, respecti- (1.1)
vamente, os comprimentos dos catetos oposto e adjacente ao ângulo u, e h é o comprimento da 
hipotenusa. (1.2)

As funções inversas do seno, do cosseno e da tangente são dadas pelas Equações 1.4-1.6.
(1.3)
O teorema de Pitágoras afirma que o quadrado do comprimento da hipotenusa de um triângulo 
retângulo é igual à soma dos quadrados dos comprimentos dos dois catetos do mesmo triângulo,
de acordo com a Equação 1.7. (1.4)


(1.5)


(1.6)

(1.7)


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Introdução e Conceitos Matemáticos  ■  21

1.5  Escalares e Vetores  Uma grandeza escalar fica completamente descrita pela sua magnitu-
de, também chamada de seu módulo. Uma grandeza vetorial possui módulo, direção e sentido.
Vetores são frequentemente representados por flechas, cujo comprimento é proporcional ao módu-
lo do vetor, e a direção e o sentido da flecha indicam a direção e o sentido do vetor.

1.6  Soma e Subtração Vetoriais  Um procedimento para somar vetores utiliza uma técnica
gráfica, na qual os vetores a serem somados são dispostos na forma de um polígono de vetores,
no qual a origem de cada vetor sendo somado é feita coincidir com a ponta do vetor anterior.
O vetor resultante é desenhado unindo-se a origem do primeiro vetor à ponta do último vetor.
A subtração de um vetor é tratada como a soma de um vetor que foi multiplicado por um fator
escalar de 21. Ao se multiplicar um vetor por 21 inverte-se o seu sentido, mantendo a mesma
direção e o mesmo módulo.

1.7  As Componentes de um Vetor17  Em duas dimensões, as componentes vetoriais de um


vetor são dois vetores perpendiculares que são paralelos aos eixos x e y, respectiva-
mente, e que se somam vetorialmente de tal forma que A componente escalar Ax
possui um módulo que é igual ao de e recebe um sinal positivo se apontar no sentido posi-
tivo do eixo x e um sinal negativo se apontar no sentido negativo do eixo x. A componente es-
calar Ay é definida de maneira análoga.
Dois vetores são iguais se, e somente se, possuírem o mesmo módulo, a mesma direção e o
mesmo sentido. Dito de outra forma, dois vetores são iguais em duas dimensões se as componentes
vetoriais x de cada um deles forem iguais e se as componentes vetoriais y de cada um deles também
forem iguais. Um vetor é nulo se, e somente se, cada uma de suas componentes vetoriais for nula.

1.8  Soma de Vetores por Meio de Componentes  se dois vetores forem somados
para fornecer o vetor resultante de tal forma que então Cx 5 Ax 1 Bx e Cy 5 Ay 1
By, em que Cx, Ax e Bx são as componentes escalares dos vetores ao longo da direção x, e Cy, Ay e By
são as componentes escalares dos vetores ao longo da direção y.

Foco nos Conceitos


Observação: Os exercícios apresentados nesta seção, com numeração não sequencial, foram extraídos do banco de dados de questões dispo-
níveis apenas para a edição original em inglês. (N.E.)

Seção 1.6  Soma e Subtração Vetoriais 5. O primeiro desenho mostra três vetores deslocamento,
1. Durante uma corrida de revezamento, o corredor A percorre uma que são somados posicionando-se a origem de cada vetor na ponta do
certa distância de sul para norte e depois passa o bastão para o corredor vetor anterior. O vetor resultante é representado por Qual dos de-
B, que corre a mesma distância na direção sudeste. Os dois vetores des- senhos a seguir representa o vetor resultante correto para  
locamento podem ser somados resultando no vetor deslocamento (a) 1  (b) 2  (c) 3
total Que desenho representa corretamente o vetor resultante? 
(a) 1  (b) 2  (c) 3  (d) 4

6. O primeiro desenho representa a soma de três vetores deslocamen-


to, O vetor resultante é representado por Qual dos dese-
nhos a seguir representa o vetor resultante correto para  
(a) 1  (b) 2  (c) 3
2. Qual a relação entre o módulo R do vetor resul-
tante no desenho e os módulos A e B dos vetores
  (a) O módulo do vetor resultante é igual
à soma dos módulos de e de ou R 5 A 1
B.  (b) O módulo do vetor resultante é maior do
que a soma dos módulos de ou R . A 1 B.  (c) O módulo
do vetor resultante é menor do que a soma dos módulos de e
de ou R , A 1 B.
Seção 1.7  As Componentes de um Vetor
8. Uma mulher está correndo em linha reta, e seu deslocamento é re-
17
O sistema de coordenadas aqui utilizado é denominado coordenadas retangu-
lares cartesianas, no qual os eixos são perpendiculares entre eles. Existem outros presentado nos desenhos pelo vetor Qual desenho representa as
sistemas de coordenadas, que podem ser retangulares não ortogonais, coorde- componentes vetoriais corretas, para o vetor   (a) 1 
nadas polares, etc. (N.T.) (b) 2  (c) 3  (d) 4

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22  ■  Capítulo 1

Ax Bx

(a) 1(6,0 m) cos 35° 5 14,9 m 2(6,0 m) cos 35° 5 24,9 m


(b) 1(6,0 m) sen 35° 5 13,4 m 2(6,0 m) cos 35° 5 24,9 m
(c) 2(6,0 m) cos 35° 5 24,9 m 1(6,0 m) sen 35° 5 13,4 m
(d) 2(6,0 m) cos 35° 5 24,9 m 1(6,0 m) cos 35° 5 14,9 m
(e) 2(6,0 m) sen 35° 5 23,4 m 1(6,0 m) sen 35° 5 13,4 m

11. Uma pessoa dirige um carro por uma


distância de 450,0 m. O deslocamento do
carro é ilustrado no desenho. Quais são as
componentes escalares deste vetor desloca- Seção 1.8  Soma de Vetores por Meio de Componentes
mento?
17. O desenho a representa dois vetores enquanto o desenho b
(a) Ax 5 0 m e Ay 5 1450,0 m representa suas componentes. As componentes escalares destes vetores
(b) Ax 5 0 m e Ay 5 2450,0 m são as seguintes:
(c) Ax 5 1450,0 m e Ay 5 1450,0 m
(d) Ax 5 2450,0 m e Ay 5 0 m
(e) Ax 5 2450,0 m e Ay 5 1450,0 m
12. O desenho a representa um vetor deslocamento (450,0 m na
direção do eixo –y). Neste sistema de coordenadas x, y, as componen- Quando os vetores são somados, o vetor resultante é de mo-
tes escalares são Ax 5 0 m e Ay 5 –450,0 m. Suponha que o sistema do que Quais são os valores de Rx e Ry, as componentes
de coordenadas sofra um giro de 35,0° no sentido anti-horário, mas o x e y de
módulo (450,0 m), a direção e o sentido do vetor se mantenham
inalterados, como no desenho b. Quais são as componentes escalares,
Ax9 e Ay9 do vetor no sistema de coordenadas girado x9, y9?
(a) Ax9 5 2369 m e Ay9 5 2258 m
(b) Ax9 5 1369 m e Ay9 5 2258 m
(c) Ax9 5 1258 m e Ay9 5 1369 m
(d) Ax9 5 1258 m e Ay9 5 2369 m
(e) Ax9 5 2258 m e Ay9 5 2369 m

18. Os vetores deslocamento


quando somados um ao outro,
fornecem o vetor resultante de
modo que Use os da-
15. Suponha que os vetores no desenho tenham módulos de dos no desenho para determinar o
6,0 m e estejam direcionados como mostrado. Qual o valor de Ax e Bx, módulo R do vetor resultante e o
as componentes escalares de ao longo do eixo x? ângulo u que ele faz com o eixo 1x.

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Introdução e Conceitos Matemáticos  ■  23

Problemas
Os problemas que não estão marcados com um asterisco são considerados os mais fáceis de serem resolvidos. Problemas marcados com um único asterisco (*)
são mais difíceis, enquanto aqueles que receberam dois asteriscos (**) são os mais difíceis.

Este ícone representa uma aplicação biomédica.

Seção 1.2  Unidades duas cidades, e qual o ângulo que esta autoestrada faria com a direção
Seção 1.3  O Papel das Unidades na Solução de de leste para oeste?
Problemas 14. Uma ladeira que tem uma declividade de 12,0% é uma que sobe
12,0 m verticalmente para cada 100,0 m de distância na direção hori-
1. Um estudante vê um anúncio de jornal de um apartamento que tem zontal. Qual o ângulo de inclinação desta ladeira acima da horizontal?
uma área útil de 1330 pés quadrados (ft2). Qual é a área corresponden-
te em metros quadrados? 15. Os vértices de um quadrado estão situados sobre um círculo de
diâmetro D 5 0,35 m. Cada lado do quadrado tem comprimento L.
2. Ciclistas no “Tour de France” alcançam velocidades de 34,0 milhas por Determine L.
hora (mi/h) em trechos planos da estrada. Qual o valor desta velocidade
em (a) quilômetros por hora (km/h) e  (b) metros por segundo (m/s)? 16. O desenho mostra uma pessoa olhando para um edifício no topo
do qual está instalada uma antena. A distância horizontal entre os olhos
3. Vesna Vulovic sobreviveu à maior queda livre já registrada sem o da pessoa e o edifício é de 85,0 m. Na situação a, a pessoa está olhan-
uso de um paraquedas, quando seu avião explodiu e ela caiu de uma do para a base da antena, e sua linha de visada faz um ângulo de 35,0°
altura de 6 milhas e 551 jardas. Qual o valor desta distância em metros? com a horizontal. Na situação b, a pessoa está olhando para o topo da
4. Suponha que o cabelo no couro cabeludo de um homem cresça a antena, e sua linha de visada faz um ângulo de 38,0° com a horizontal.
uma taxa de 0,35 mm por dia. Qual o valor desta taxa de crescimento Qual é a altura da antena?
em pés por século?
5. Dadas as grandezas a 5 9,7 m, b 5 4,2 s e c 5 69 m/s, qual é o va-
lor da grandeza d 5 a3/(cb2)?
6. Considere a equação v 5 (1/3) zxt2. As dimensões das variáveis v, x
e t são [L]/[T], [L] e [T], respectivamente. O fator numérico 3 é adi-
mensional. Quais devem ser as dimensões da variável z, de modo que
os dois lados da equação tenham a mesma dimensão? Mostre como
você chegou à sua resposta.
7. Uma garrafa de vinho conhecida como um magnum contém um vo-
lume de 1,5 litro. Uma garrafa conhecida como um jeroboão contém
0,792 galão americano. Quantos magnuns existem em um jeroboão?
8. A unidade CGS para medição da viscosidade de um líquido é o poi- 17. Os dois balões de ar quente mostrados no desenho estão a 48,2 e
se (P): 1 P 5 1 g/(s ? cm). A unidade SI para viscosidade é kg/(s ? m). 61,0 m acima do solo. Uma pessoa no balão da esquerda observa que
A viscosidade da água a 0 °C é 1,78 3 1023 kg/( s ? m). Expresse esta o balão da direita está 13,3° acima da horizontal. Qual a distância ho-
viscosidade em poise. rizontal x entre os dois balões?
9. Cloridrato de azelastina é um spray nasal anti-histamínico. Um
frasco tamanho-padrão contém uma onça fluida (oz) do líquido.
Você está procurando este medicamento em uma drogaria europeia e
lhe perguntam quantos mililitros (mL) existem em uma onça líquida.
Usando os fatores de conversão a seguir, determine o número de mili-
litros em um volume de uma onça líquida: 1 galão (gal) 5 128 oz,
3,785 3 1023 metros cúbicos (m3) 5 1 gal e 1 mL 5 10–6 m3.
*10. Uma lata de tinta parcialmente cheia contém 0,67 galão americano
de tinta dentro dela.  (a) Qual o volume da tinta em metros cúbicos? 
(b) Se toda a tinta que resta for usada para cobrir uniformemente uma
parede (área da parede 5 13 m2), qual será a espessura da camada de
tinta fresca? Dê sua resposta em metros.
*11. Uma mola está presa ao teto por uma extremidade, e um objeto de
massa m está preso à sua extremidade livre. O objeto é puxado para bai-
xo, alongando desta forma a mola, e depois é solto. O objeto oscila para
cima e para baixo, e o tempo T necessário para uma oscilação completa *18. Qual o valor de cada um dos ângulos de um triângulo cujos com-
primentos dos lados são 95, 150 e 190 cm? (Sugestão: Use a lei dos
para cima e para baixo é dado pela equação T 5 em que k é cossenos dada no Apêndice E.)
conhecido como a constante de mola ou rigidez. Qual deve ser a dimen-
são de k para que esta equação esteja dimensionalmente correta? *19. O desenho representa íons de sódio
e de cloro posicionados nos vértices de um
Seção 1.4  Trigonometria cubo que é parte da estrutura cristalina do
cloreto de sódio (sal de cozinha comum).
12. Você está chegando de carro em St. Louis, Missouri, e a distância Cada aresta do cubo mede 0,281 nm (1 nm
avista o famoso arco do Portal-do-Oeste. Este monumento se eleva até 5 1 nanômetro 5 1029 m) de comprimento.
uma altura de 192 m. Você estima sua linha de visada com o topo do Qual o valor do ângulo u no desenho?
arco estando 2,0° acima da horizontal. A que distância aproximada- *20. Uma pessoa está em pé na beira d’água
mente (em quilômetros) você está da base do arco? olhando para o oceano (veja o desenho).
13. Uma autoestrada vai ser construída entre duas cidades, uma das A altura dos olhos da pessoa acima da água
quais está situada a 35,0 km ao sul e 72,0 km a oeste da outra. Qual o é h 5 1,6 m, e o raio da Terra é R 5 6,38 3
menor comprimento da autoestrada que pode ser construída entre as 106 m.  (a) Qual a sua distância até o hori- Problema 19

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24  ■  Capítulo 1

zonte? Em outras palavras, qual é a distância d dos olhos da pessoa até o Quais dois vetores quando somados fornecem uma resultante com o
horizonte? (Obs.: No horizonte, o ângulo entre a linha de visada e o raio menor módulo, e quais dois vetores quando somados fornecem uma
da Terra é igual a 90°.)  (b) Expresse esta distância em milhas. resultante com o maior módulo? Em cada caso, especifique o módulo,
a direção e o sentido da resultante.
26. O vetor tem um módulo de 63 unidades e aponta de leste para
oeste, enquanto o vetor tem o mesmo módulo e aponta de norte pa-
ra sul. Determine o módulo, a direção e o sentido de  (a) e 
(b) Especifique as direções e sentidos em relação à direção de
leste para oeste.
27. Dois ciclistas, partindo do mesmo local, estão pedalando em dire-
ção ao mesmo camping seguindo dois caminhos diferentes. Um ciclis-
ta pedala 1080 m para o leste, depois vira e pedala em direção ao nor-
te outros 1430 m antes de alcançar o camping. O segundo ciclista
parte dirigindo-se para o norte por 1950 m, depois muda de direção e
se dirige em linha reta para o camping.  (a) No ponto da virada, a que
distância do camping está o segundo ciclista?  (b) Para que direção
(medida em relação à direção de oeste para leste) deve seguir o segun-
do ciclista durante o último trecho do passeio de bicicleta?
*21. Três veados, A, B e C, estão pastando em um campo. O veado B 28. O desenho mostra um salto triplo em um tabuleiro de damas, co-
está localizado a 62 m do veado A em uma direção noroeste que faz meçando no centro do quadrado A e terminando no centro do quadra-
um ângulo de 51° com a direção oeste. O veado C está localizado em do B. Cada lado de um quadrado mede 4,0 cm. Qual o módulo do
uma direção nordeste em relação ao veado A, fazendo um ângulo de deslocamento da peça escura (que estava inicialmente no quadrado A)
77° com a direção oeste-leste. A distância entre os veados B e C é de durante o salto triplo?
95 m. Qual a distância entre os veados A e C? (Dica: Considere a lei
dos cossenos dada no Apêndice E.)
**22. Um acrobata sobre uma plataforma elevada se agarra a um tra-
pézio preso a um apoio por meio de um cabo de 8,0 m. (Veja o dese-
nho.) Imediatamente antes de ele saltar da plataforma, o cabo faz um
ângulo de 41° com a vertical. Ele salta, percorre uma trajetória curva
até o ponto mais baixo, volta a subir e larga o trapézio no instante em
que o trapézio está 0,75 m abaixo da sua altura inicial. Calcule o ân-
gulo u que o cabo do trapézio faz com a vertical neste instante.

29. Dados os vetores mostrados no re-


ticulado, esboce e calcule os módulos dos ve-
tores  (a) e  (b)
Use o método do polígono (posicionando a
origem do vetor na ponta do vetor anterior) e
expresse os módulos em centímetros com a
ajuda da escala do reticulado mostrada no de-
Seção 1.6  Soma e Subtração Vetoriais senho.
23. (a) Dois trabalhadores estão tentando mover um engradado pesado. *30. O vetor tem um módulo de 12,3 unidades e aponta para o
Um empurra o engradado com uma força que possui módulo de 445 oeste. O vetor aponta para o norte.  (a) Qual é o módulo de se
newtons e está dirigida de leste para oeste. O outro empurra com uma for- tiver um módulo de 15,0 unidades?  (b) Qual é a direção e
ça que tem um módulo de 325 newtons e está dirigida para o norte. o sentido de em relação à direção de leste para oeste? 
Quais são o módulo, a direção e o sentido da força resultante apli- (c) Qual é o módulo de se tiver um módulo igual a 15,0
cada ao engradado?  (b) Suponha que o segundo trabalhador aplique uma unidades?  (d) Qual é a direção e o sentido de em relação à
força em vez de Neste caso, quais são o módulo, a direção e o direção de leste para oeste?
sentido da força resultante aplicada ao engradado? Nos dois casos, *31. Um carro está sendo puxado para fora da lama por duas forças
expresse a direção e o sentido em relação à direção de leste para oeste. que são aplicadas pelas duas cordas mostradas no desenho. A linha tra-
24. Um vetor força aponta de oeste para leste e tem um módulo de cejada do desenho divide ao meio o ângulo de 30,0°. O módulo da força
200 newtons. Uma segunda força é somada a A resultante dos aplicada por corda é igual a 2900 newtons. Disponha os vetores for-
dois vetores tem um módulo de 400 newtons e aponta na direção leste- ça na forma de um polígono e use a técnica gráfica para responder às
oeste. Determine o módulo, a direção e o sentido de Observe que seguintes perguntas:  (a) Qual seria o módulo necessário da força
existem duas respostas. aplicada em uma única corda para alcançarmos o mesmo efeito obtido
25. Considere os quatro vetores força a seguir: com as duas forças somadas?  (b) Que direção a corda única teria em
relação à linha tracejada?

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Introdução e Conceitos Matemáticos  ■  25

*32. Um corredor se desloca em um percurso que possui dois tre- 39. A componente vetorial x de um vetor deslocamento tem um mó-
chos. O primeiro é um deslocamento de 2,50 km de norte para dulo igual a 125 m e aponta no sentido negativo do eixo x. A compo-
sul, e o segundo envolve um deslocamento dirigido de oeste para nente vetorial y tem um módulo igual a 184 m e aponta no sentido
leste. (a) O vetor deslocamento tem um módulo igual a negativo do eixo y. Determine o módulo, a direção e o sentido de
3,75km. Qual é o módulo de e qual é a direção e o sentido de Especifique a direção em relação ao sentido negativo do eixo x.
em relação à direção de norte para sul?  (b) Suponha que 40. Sua amiga escorregou e caiu no chão.
tivesse um módulo igual a 3,75 km. Qual seria neste caso o Para ajudá-la a se levantar, você a puxa
módulo de e qual a direção e o sentido de em relação à com uma força como mostrado no
direção de norte para sul? desenho. A componente vertical desta
*33. Em um piquenique, existe uma competição na qual mangueiras força é igual a 130 newtons, e a compo-
são usadas para jogar água em uma bola de praia vindo de três direções. nente horizontal é igual a 150 newtons.
Consequentemente, três forças atuam sobre a bola, (veja Determine  (a) o módulo de e  (b) o
o desenho). Os módulos de são F1 5 50,0 newtons e F2 5 90,0 ângulo u.
newtons. Usando um desenho em escala e a técnica gráfica, determine:  41. O vetor deslocamento tem componentes escalares Ax 5 80,0 m
(a) o módulo de e  (b) o ângulo u, de modo que a força resultante e Ay 5 60,0 m. O vetor deslocamento tem uma componente escalar
que atua sobre a bola seja nula. Bx 5 60,0 m e um módulo B 5 75,0 m. O vetor deslocamento tem
um módulo igual a C 5 100,0 m e está orientado segundo um ângulo
de 36,9° acima do eixo x positivo. Dois destes vetores são iguais. De-
termine quais são eles apoiando sua escolha com um cálculo.
*42. Dois barcos de corrida partem da mesma doca e se afastam dela
com a mesma velocidade constante de 101 km/h durante meia hora
(0,500 h), o barco azul apontando na direção sudoeste fazendo um ân-
gulo de 25,0o com a direção leste-oeste, e o barco verde apontando na
direção sudoeste fazendo um ângulo de 37,0o com a direção leste oeste.
Durante esta meia hora  (a) quanto mais para o oeste o barco azul se
afastou em comparação com o barco verde, e  (b) quanto mais para
o sul o barco verde se afastou em comparação com o barco azul?
Expresse suas respostas em km.
*43. O módulo do vetor força é igual a 82,3 newtons. A componen-
Seção 1.7  As Componentes de um Vetor
te x deste vetor está na direção do eixo 1x e tem um módulo igual a
34. Um vetor força tem um módulo igual a 575 newtons e está di- 74,6 newtons. A componente y aponta na direção do eixo 1y. 
rigido segundo um ângulo de 36° para baixo do eixo x positivo. (a) Ache a direção de em relação ao eixo 1x.  (b) Ache a compo-
Quais são  (a) a componente escalar x e  (b) a componente esca- nente de ao longo do eixo 1y.
lar y do vetor? **44. O desenho mostra um vetor força que tem módulo igual a 475
35. O vetor aponta na direção do eixo y no sentido positivo e tem um newtons. Determine as componentes  (a) x,  (b) y e  (c) z do vetor.
módulo igual a 100,0 unidades. O vetor aponta em um ângulo de 60,0°
acima do eixo x positivo e tem um módulo de 200,0 unidades. O vetor
aponta ao longo da direção x no sentido positivo e tem um módulo
de 150,0 unidades. Qual vetor tem  (a) a maior componente x e 
(b) a maior componente y?
36. A jogadora de futebol n.°1 está
a 8,6 m do gol, como mostrado no
desenho. se ela chutar a bola dire-
tamente (em linha reta) para a rede,
a bola tem um deslocamento iden-
tificado como Se, por outro lado, Seção 1.8  Soma de Vetores por Meio de Componentes
ela primeiro chutar a bola para a jo- 45. Consulte o Exemplo 9 da “Análise de Problemas com Múltiplos
gadora n.° 2, que depois chuta a bo- Conceitos” como preparação para este problema. Um jogador de gol-
la para dentro da rede, a bola sofre fe, praticando colocar a bola no buraco em um pequeno campo de gra-
dois deslocamentos sucessivos, ma curta, precisa de três tacadas de leve para colocar a bola no buraco
Quais são os módulos, as (hole the ball). Durante a primeira tacada de leve com a bola próxima
direções e sentidos de ao buraco (putt), ela rola 5,0 m para o leste. Na segunda tacada de leve,
37. As componentes do vetor a bola se desloca 2,1 m na direção nordeste, fazendo um ângulo de
são Ax e Ay (ambas positivas), e o 20,0° com a direção oeste-leste. A terceira tacada de leve é de 0,50 m
ângulo que ele faz em relação ao em direção ao norte. Que deslocamento (módulo, direção e sentido em
sentido positivo do eixo x é u. De- relação à direção de oeste para leste) teria sido necessário para colocar
termine o ângulo u se as compo- Problema 36 a bola no buraco já na primeira tacada?
nentes do vetor deslocamento 46. Os três vetores deslocamento no dese-
forem  (a) Ax 5 12 m e Ay 5 12 m,  (b) Ax 5 17 m e Ay 5 12 m, e  nho têm módulos A 5 5,00 m, B 5 5,00 m
(c) Ax 5 12 m e Ay 5 17 m. e C 5 4,00 m. Ache a resultante (módulo,
38. Durante a decolagem, um avião ganha altura com uma velocidade direção e sentido) dos três vetores desloca-
escalar de 180 m/s, fazendo um ângulo para cima de 34° em relação à mento por meio do método das componen-
horizontal. O módulo da velocidade e a direção e o sentido do avião tes. Expresse a direção e o sentido como um
constituem uma grandeza vetorial conhecida como o vetor velocidade. ângulo acima do eixo x positivo ou negativo.
O sol está brilhando em uma direção perpendicular ao plano horizon- 47. O Exemplo 9 da “Análise de Problemas
tal. Com que velocidade escalar a sombra do avião está se movendo com Múltiplos Conceitos” faz uma revisão
no solo? (Ou seja, qual é o módulo da componente horizontal do vetor dos conceitos envolvidos neste problema.
velocidade do avião?) Duas forças são aplicadas a um toco de ár- Problema 46

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26  ■  Capítulo 1

vore (cepo) para arrancá-lo do chão. A força possui um módulo na direção nordeste fazendo um ângulo de 22° com a direção oeste-
igual a 2240 newtons e aponta para o sudeste fazendo um ângulo de leste, porque seu guia cometeu um equívoco na leitura da bússola.
34,0° com a direção oeste-leste, enquanto a força possui um mó- Quais são  (a) o módulo e  (b) a direção e o sentido (em relação à
dulo igual a 3160 newtons e aponta para o sul. Usando o método das direção de oeste para leste) do vetor deslocamento necessários para
componentes, determine o módulo, a direção e o sentido da força re- levar a equipe de onde ela está até a estação de pesquisa?
sultante que é aplicada ao cepo. Especifique a direção e o *52. Duas equipes de campo de geologia estão trabalhando em uma área
sentido em relação à direção de oeste para leste. remota. Um rastreador do sistema de posicionamento global (GPS) no
48. Um filhote de elefante está encalhado em um buraco cheio de lama. seu acampamento base mostra a localização da primeira equipe como a
Para ajudar a retirá-lo do buraco, guardas de caça usam uma corda pa- 38 km de distância, na direção noroeste fazendo 19° com a direção les-
ra aplicar uma força como mostrado na parte a do desenho. Sozi- te-oeste, e a segunda equipe como a 29 km de distância, na direção nor-
nha, entretanto, a força é insuficiente. Portanto, duas forças adi- deste fazendo 35° com a direção sul-norte. Quando a primeira equipe
cionais são aplicadas, como mostrado na parte b do desenho. usa seu GPS para verificar a posição da segunda equipe, o que o GPS
Cada uma das forças adicionais possui o mesmo módulo F. O módulo indica como  (a) a distância da segunda equipe em relação a eles, e 
da força resultante que atua sobre o elefante na parte b do desenho é k (b) a direção e o sentido, medidos a partir da direção oeste-leste?
vezes maior do que aquele na parte a. Ache o quociente F/FA quando *53. O circuito de uma competição de veleiros é composto por quatro
k 5 2,00. trechos, definidos pelos vetores deslocamento como in-
dicado no desenho. Os módulos dos três primeiros vetores são A 5
3,20 km, B 5 5,10 km e C 5 4,80 km. A linha da chegada do circuito
coincide com a linha da partida. Usando os dados no desenho, ache a
distância do quarto trecho e o ângulo u.

49. O vetor deslocamento aponta de oeste para leste e possui um


módulo igual a 2,00 km. O vetor deslocamento aponta de sul
para norte e possui um módulo igual a 3,75 km. O vetor desloca-
mento aponta de leste para oeste e possui um módulo igual a
2,50 km. O vetor deslocamento aponta de norte para sul e possui
um módulo igual a 3,00 km. Determine o módulo, a direção e o *54. O Exemplo 9 da “Análise de Problemas com Múltiplos Conceitos”
sentido (em relação à direção de leste para oeste) do vetor resultante lida com os conceitos que são importantes neste problema. Um gafa-
nhoto dá quatro saltos. Os vetores deslocamento são (1) 27,0 cm, de
50. O Exemplo 9 da “Análise de Problemas com Múltiplos Conceitos” leste para oeste; (2) 23,0 cm, na direção sudoeste fazendo um ângulo
fornece conhecimentos prévios importantes para este problema. Os de 35,0° com a direção leste-oeste; (3) 28,0 cm, na direção sudeste
módulos dos quatro vetores deslocamento mostrados no desenho são fazendo um ângulo de 55,0° com a direção oeste-leste; e (4) 35,0 cm,
A 5 16,0 m, B 5 11,0 m, C 5 12,0 m e D 5 26,0 m. Determine o na direção nordeste fazendo um ângulo de 63,0° com a direção oeste
módulo e o ângulo que fornece a direção e sentido positivo do vetor leste. Determine o módulo, a direção e o sentido do vetor deslocamen-
resultante da soma destes quatro vetores. to resultante. Expresse a direção e o sentido em relação à direção de
leste para oeste.
*55. O vetor tem um módulo igual a 145 unidades e aponta na di-
reção noroeste, fazendo um ângulo de 35,0° com a direção leste-oeste.
O vetor aponta na direção nordeste, fazendo um ângulo de 65,0°
com a direção sul-norte. O vetor aponta na direção sudoeste, fazen-
do um ângulo de 15,0° com a direção norte-sul. Estes três vetores se
somam fornecendo um vetor resultante que é igual a zero. Usando
componentes, ache os módulos  (a) do vetor e  (b) do vetor
*56. O percurso seguido por uma excursionista é composto por três
vetores deslocamento O vetor tem a direção de uma
trilha medida com módulo igual a 1550 m em uma direção nordeste
que faz um ângulo de 25,0° com a direção oeste-leste. O vetor não
está ao longo de uma trilha medida, mas a excursionista usa uma
bússola e sabe que a direção é sudeste e faz um ângulo de 41,0° com
a direção norte-sul. Analogamente, a direção do vetor é de 35,0°
51. Em um safári, uma equipe de naturalistas parte em direção a uma noroeste a partir da direção leste-oeste. A excursionista acaba voltando
estação de pesquisas localizada a 4,8 km em uma direção nordeste que ao seu ponto de partida. Portanto, o deslocamento resultante é nulo,
faz um ângulo de 42° com a direção oeste-leste. Após viajarem em ou seja, Ache os módulos  (a) do vetor e 
linha reta por 2,4 km, eles param e descobrem que estavam viajando (b) do vetor

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Introdução e Conceitos Matemáticos  ■  27

Problemas Adicionais
57. Um chimpanzé sentado encostado em sua árvore favorita levanta- *66. Três forças atuam sobre um objeto, como indicado no desenho.
se e caminha 51 m de oeste para leste e 39 m de norte para sul até A força tem um módulo igual a 21,0 newtons (21,0 N) e sua direção
alcançar um cupinzeiro, onde ele almoça.  (a) Qual a distância mais faz 30° para a esquerda com o eixo 1y. A força tem um módulo
curta entre a árvore e o cupinzeiro?  (b) Que ângulo o vetor corres- igual a 15,0 N e aponta no sentido positivo do eixo x. Quais devem ser
pondente à menor distância faz com a direção de oeste para leste? o módulo, a direção e o sentido (especificados pelo ângulo u no dese-
58. Um macaquinho está acorrentado a uma estaca no solo. A estaca nho) da terceira força de modo que o vetor soma das três forças
está a 3,00 m de um poste vertical, e a corrente tem um comprimento seja 0 N?
de 3,40 m. Até que altura o macaquinho consegue subir no poste?
59. A rapidez com que um objeto se move e a direção e o sentido em
que ele se move constituem uma grandeza vetorial conhecida como
vetor velocidade. Uma avestruz está correndo a 17,0 m/s na direção
noroeste fazendo 68,0° com a direção leste-oeste. Qual é o módulo da
componente da velocidade da avestruz que está na direção  (a) sul-
norte? e  (b) leste-oeste?
60. O volume de líquido escoando por segundo é chamado de va-
zão volumétrica17 Q e tem as dimensões de [L]3/[T]. A vazão
de um líquido que atravessa uma agulha hipodérmica durante uma in-
jeção pode ser estimada pela seguinte equação:

O comprimento e raio da agulha são L e R, respectivamente, ambos *67. Antes de começar a resolver este problema, reveja o Exemplo Con-
com a dimensão [L]. As pressões nas extremidades opostas da agulha ceitual 7. O vetor força tem um módulo igual a 90,0 newtons e
são P2 e P1, ambas com as dimensões de [M]/{[L][T]2}. O símbolo h aponta para a direção oeste-leste. O vetor força tem um módulo
representa a viscosidade18 do líquido e tem dimensões de [M]/{[L][T]}. igual a 135 newtons e aponta na direção nordeste, fazendo um ângulo
O símbolo  representa pi e, como o número 8 e o expoente n, é adi- de 75° com a direção oeste-leste. Use o método gráfico e ache o mó-
mensional. Usando análise dimensional, determine o valor de n pre- dulo, a direção e o sentido de  (a) (forneça a direção e o
sente na expressão de Q. sentido em relação à direção oeste-leste) e  (b) (forneça a
61. Um transatlântico parte da cidade de Nova Iorque e navega na di- direção e o sentido em relação à direção leste-oeste).
reção nordeste fazendo 18,0° com a direção oeste-leste por 155 km. *68. Você mora no edifício da esquerda no desenho, e um amigo seu
Quanto ele se deslocou para o leste e quanto para o norte? Em outras mora no outro edifício. Vocês dois estão tendo uma discussão sobre a
palavras, quais são os módulos das componentes do vetor deslocamen- altura dos edifícios, e seu amigo afirma que a altura do edifício onde
to do navio  (a) na direção oeste-leste e  (b) na direção sul-norte? ele mora é maior do que 1,50 vez a altura do seu edifício. Para tirar a
62. Uma mulher pilota um avião seguindo uma trajetória composta por dúvida, você sobe até o telhado do seu edifício e estima que a sua linha
dois segmentos de reta. O vetor deslocamento para o primeiro seg- de visada até a borda superior do outro edifício faz um ângulo de 21°
mento tem um módulo igual a 244 km e uma direção nordeste que faz acima da horizontal, enquanto a sua linha de visada até a base do outro
um ângulo de 30,0° com a direção oeste-leste. O vetor deslocamento edifício faz um ângulo de 52° abaixo da horizontal. Determine o quo-
para o segundo deslocamento tem um módulo igual a 175 km e aponta ciente entre a altura do edifício mais alto e a altura do edifício mais
na direção leste-oeste. O vetor deslocamento resultante é e baixo. Diga se o seu amigo está certo ou errado.
faz um ângulo u com a direção oeste-leste. Usando o método das com-
ponentes, ache o módulo de e o ângulo da direção u.
63. Um artista de circo começa seu ato caminhando ao longo de um
fio elevado praticamente horizontal. Ele escorrega e cai na rede de
proteção, localizada 25,0 ft abaixo. O módulo do seu deslocamento
medido a partir do início da sua caminhada até a rede é de 26,7 ft. 
(a) Até que distância ao longo do fio elevado ele caminhou?  (b) Deter-
mine o ângulo que o seu vetor deslocamento faz para baixo em relação
à horizontal.
*64. Um vetor força aponta em um ângulo de 52° acima do eixo x posi-
tivo. Ele tem uma componente y igual a 1290 newtons. Ache  (a) o
módulo e  (b) a componente x do vetor força.
*65. O vetor tem um módulo de 6,00 unidades e aponta na direção **69. Quais são as componentes x e y do vetor que deve ser somado
oeste-leste. O vetor aponta na direção sul-norte.  (a) Qual é o mó- aos três vetores a seguir, de modo que a soma dos quatro vetores seja
dulo de se o vetor aponta para nordeste, fazendo 60,0° com nula? A direção oeste-leste é a direção 1x e a direção sul-norte é a
a direção oeste-leste?  (b) Ache o módulo de direção 1y.

Normalmente chamada simplesmente de vazão. (N.T.)


17

Esta viscosidade é uma propriedade característica de fluidos (gases e líquidos)


18

mais precisamente chamada de viscosidade dinâmica, por possuir a massa co-


mo uma de suas dimensões físicas. Ela é muitas vezes representada pela letra
grega m. A viscosidade cinemática é definida como a viscosidade dinâmica
dividida pela massa específica (por isso não contém a massa como uma de suas
dimensões) e muitas vezes é representada pela letra grega n. (N.T.)

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