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ESSE TEXTO É PARTE DO CONTIDO NA OBRA ONDE SOU COAUTORA E

RESPONSÁVEL PELA AREA DE DIREITO CONSTITUCIONAL – EDITORA RIDEEL


– PASSE AGORA OAB – DOUTRINA SIMPLIFICADA , 7ª. EDIÇÃO 2017, ONDE
DECLINO NO REFERIDO LIVRO AS DOUTRINAS E JURISPRUDÊNCIAS QUE
FUNDAMENTARAM MEU TRABALHO. A INTEGRA DO DIREITO
CONSTITUCIONAL (EMBORA DOUTRINA SIMPLIFICADA) CONSTAM DA
REFERIDA OBRA E SENDO AUTORA DO TEXTO, RESPEITO INTEGRALMENTE
OS DIREITOS AUTORAIS E A DETERMINAÇÃO DA EDITORA RIDEEL,
OFERECENDO PARTE DO CONTEUDO DO LIVRO.

Resumo de aspectos relevantes da Organização de Separação dos Poderes

Os poderes Legislativos, Executivo e Judiciário “harmônicos e independentes” como


consagrado vastamente na Constituição vigente(art. 2º e art. 60, § 4º, inciso I da
CF/88) é teoria consagrada por Montesquieu.
Assim preceitua o "Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos
entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário."
Nos tempos atuais, a divisão rígida das funções típicas de cada poder está sendo
superada, pelo que cada um dos órgãos realiza atividades que tipicamente não
seriam suas, mas, com a finalidade de melhor atingir a eficiência do Estado e dentro
dos limites estabelecidos no próprio texto da CF/88.
A Independência dos poderes, consagrada na Constituição não exprime divisão
estanque, separação rígida, isolamento, ponto há de ser cuidadosamente obedecido.
(Teoria da Separação dos Poderes).
Isto porque, sendo o poder um só, o que prevê a Constituição Federal é a divisão
funcional do poder através de órgãos e estruturas diferentes que, deverão atuar em
harmonia para o equilíbrio e preservação do Estado democrático de Direito.

A relevância da separação do poderes na CF/88 consiste no controle do poder e o


aumento da efetividade e eficiência do poder Estatal, as democracias em geral o
adotam, embora com concretização às vezes de forma diversa que o outro.

O STF em reiteradas decisões vem evidenciando que as funções típicas de cada


poder vem sofrendo reformulação no direito moderno mas, sem descurar da
separação dos poderes consagrada no artigo 2° . daCF/88

Em regra, a função típica de cada um dos 03 Poderes

Poder Legislativo- função típica –legiferante


Poder Executivo – função típica –administrativa
Poder Judiciário- função típica-judicante, Jurisdicional1
DO PODER LEGISLATIVO

Dentre as funções elementares do poder legislativo está a de fiscalizar o poder


executivo, votar leis relativas aos orçamentos e, em situações
específicas, julgar determinadas pessoas, como o Presidente da República ou os
próprios membros da Assembleia.

Em síntese, o Poder Legislativo é dotado fazer , emendar, alterar e revogar as


leis, não esquecendo que também lhe compete , através do Congresso Nacional, a
fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Poder
Executivo (artigo 49, inciso X, e 70 da CF), bem como investigar fato determinado, por
meio de Comissões Parlamentares de Inquérito- CPI, como analisaremos ainda no
capítulo destinado ao tema.

O sistema do BICAMERALISMO e o UNICAMERALISMO FEDERAL

A Constituição da Republica espelhou-se no modelo norte americano para criar


um LegislativoFederal bicameral, tradicionalmente mantido, com a composição do
Congresso Nacional em duas Casas: a Câmara dos Deputados representando o povo
e com Deputados eleitos pelo sistema proporcional e o Senado Federal
representando os Estados federados, com Senadores eleitos pelo sistema majoritário.

O sistema bicameral é a regra comum, embora as duas câmaras tenham


funções hierárquicas em pé de igualdade (a não ser as privativas de cada uma), uma
das casas pode preservar maior controle e como contra peso, revisa o projeto de lei.

Convém frisar que embora a Federação reconheça o sistema bicameral como


mais apropriado, com as duas Casas atuando separadamente, exceto nos casos

1
previstos no próprio texto da Lei Maior, o Brasil em sua trajetória histórica manteve o
unicameralismo em duas Cartas Políticas, ou seja, as de 1934 e 1937, retomando o
bicameralismo, na Constituição de 1946.
A Composição do Poder Legislativo na Constituição Federal: Congresso
Nacional

1.- Câmara dos Deputados – art.45 CF/88


Composição:
2.- Senado Federal- art. 46 CF/88
Sistema regra Bicameralismo- art. 44 CF/88

Unicameralismo–Revisão
Constitucional(Exceções Art. 3°. ADCT e
derrubada do veto Presidencial – 66 da CF/88)

Portanto, a regra comum é o bicameralismo, isto é, a existência de duas


câmaras que, em pé de igualdade ou não, participam do desempenho das tarefas
ordinariamente confiadas ao Legislativo, o unicameralismo somente nos casos
previstos pela própria Constituição Federal.

O Unicameralismo Estadual, Distrito Federal e Municipal: A composição


do Poder Legislativo na esfera Estadual, Distrito Federal e Municipal é pelo sistema
UNICAMERAL, somente uma Casa Legislativa

Estados – O poder Legislativo é exercido pela Assembléia Legislativa


Distrito Federal – O poder Legislativo é exercido pela Câmara Legislativa
Municípios – O poder Legislativo é exercido pela Câmara Municipal

UNICAMERALISMO - BICAMERALISMO -Tipo Federativo - Participação voluntária


da vontade nacional, ambas as casas cuidam da elaboração da lei, ou seja, o
Congresso Nacional compõem-se da Câmara dos Deputados e Senado Federal. O
unicameralismo foge ao campo das democracias populares com exceção como em
Luxemburgo.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - Onde estão os representantes do povo, em número


proporcional a população e representação de cada Estado Membro da Federação.
A Constituição federal no art. 45 estipula que a Câmara dos Deputados terá
representação proporcional ao número de cadeiras do partido político de cada unidade
da Federação e á população de cada Estado e do Distrito Federal.

Assim, fixa o número de no mínimo oito ou no máximo setenta Deputados ,


excepcionalmente os Territórios Federais que elegerão quatro Deputados Federais.

CÂMARA DOS DEPUTADOS – COMPOSIÇÃO PELO SISTEMA PROPORCIONAL


Deputados Federais Total de 513
Deputados por Estado membro e Distrito Federal No mínimo08
Deputados por Estado membro e Distrito Federal No máximo70
Deputados no Território Federal (quando existirem) No total 04

As atribuições da Câmara dos Deputados encontram-se elencadas no artigo 51


da CF/88, de importante leitura na íntegra para os estudos, com destaque, dentre
outras o contido no inciso Ido referido artigo.

SENADO FEDERAL – Senado representa as unidades federativas. Os Estados e o


Distrito Federal elegem três Senadoresconforme artigo 46 da CF/88, eleitos segundo
osistema majoritário para mandatos de oito anos, ressalvando que cada Senador será
eleito com dois suplentes e que a renovação do Senado ocorre, alternadamente, por
um e dois terços a cada quatro anos.
As atribuições do Senado Federal encontram-se elencadas no artigo 52 da
Constituição Federal vigente, assunto de importante leitura para os estudos , com
destaque , dentre outras, o contido nos incisos I e II do referido artigo

√ SISTEMA MAJORITÁRIO – Neste caso são eleitos os candidatos que


obtiverem o maior numero de votos nas eleições

√ SISTEMA PROPORCIONAL– Propicia assegurar uma representação proporcional


ao numero de votos obtidos por cada uma das Legendas Políticas.

A CF/88 prevê eleição pelo sistema proporcional para os Deputados Federais- Art.
45) Deputados Estaduais e Distritais ( art. 27, § 1) e Vereadores (art. 28, IV da
CF/88)

SENADO FEDERAL – COMPOSIÇÃO-SISTEMA MAJORITÁRIO


Senadores por Estado membro e Distrito Federal N. 03
Suplentes para cada Senador n. 02
Renovação alternada a cada 04 anos (mandato 08 anos) 1/3 à 2/3

Compete privativamente ao Senado Federal- processar e julgar o Presidente e


o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os
Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha do Exército e da Aeronáutica nos
crimes da mesma natureza conexos com aqueles; os Ministros do Supremo Tribunal
Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do
Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos
crimes de responsabilidade.

Do Procedimento Legislativo

O Congresso Nacional desenvolve suas atividades por legislaturas, sessões


ordinárias ou extraordinárias. Conforme dispõe o artigo 57 da CF/88, o
Congresso Nacional reúne-se anualmente na Capital Federal de 2 de fevereiro a
17 de julho e de 01 de agosto a 22 de dezembro, portanto, com dois períodos de
recesso em cada sessão legislativa anual.

A legislatura na Constituição da República é determinada de quatro anos,

portanto dividida em 04 sessões legislativas Ordinárias anuais.

O período destinado aos recessos não se computa como nova sessão

legislativa sendo que, neste período as Comissões Representativas do Congresso

Nacional poderá inclusive convocar sessão extraordinária nos moldes previstos na

Constituição Federal

AS COMISSÕES NO CONGRESSO NACIONAL

As Comissões são constituídas pelo Regimento Interno das Casas do Congresso


Nacional com a definição de suas atribuições e forma.

1.COMISSÕES PERMANENTES – Normalmente são formadas de acordo com os


Ministérios existentes, são temáticas, assuntos tratados de forma contínua. Essas
Comissões são formadas de acordo com o Regimento Interno das Casas e durante as
sessões legislativas perduram .

Exemplos: Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania - CCJC,


Comissão de Defesa do Consumidor - CDC, Comissão de Desenvolvimento
Econômico, Indústria e Comércio - CDEIC,Comissão de Direitos Humanos e Minorias -
CDHM, dentre outras.

2.COMISSÕES TEMPORÁRIAS – extinguem-se com o término da legislatura ou antes


dela, quando constituídas apenas para opinarem sobre determinada matéria.

3. COMISSÕES MISTAS-Câmara e Senado em sessão conjunta para dar pareceres.

4. COMISSÕES REPRESENTATIVAS – São formadas por membros da Câmara do


Senado para representação do Congresso Nacional para atuar no período de recesso
conforme artigo 57 da CF/88-”O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na
Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de
dezembro”

5. COMISSÕES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO-CPI´s-

São criadas com finalidade específica de investigação e coleta de provas por


determinado fato ou assunto de relevante interesse do Congresso Nacional
envolvendo parlamentares , com poderes de investigação das autoridades judiciais.
(art. 58 §3 CF/88) –

Assim, a CPI , em razão dos poderes de investigação próprios das autoridades


judiciais, poderá dentre outras providências previstas no Regimento Interno da Casa,
determinar ,inclusive, a quebra do sigilo fiscal, quebra do sigilo bancário, quebra do
sigilo de dados.

Ao determinar a quebra do sigilo de dados telefônicos, importante frisar, que a


CPI NÃO pode estender a ter conhecimento do teor das conversas entre as
pessoas investigadas sem ordem judicial, diante do princípio constitucional da
inviolabilidade das comunicações telefônicas. Portanto, limita-se a quebra do
sigilo de dados e registros telefônicos independentemente de prévia
autorização judicial, como exemplo ,não tendo competência para determinar a
interceptação telefônica.-
A criação das CPI´s tem amparo no artigo 58 §3 da CF/88, na Lei 10.001/2000, na Lei
Complementar 105/2001 e no Regimento Interno da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal.

São comissões temporárias e portanto, estabelece o Regimento Interno da Câmara


dos Deputados que a CPI poderá atuar inclusive durante o recesso parlamentar e terá
o prazo de 120 dias , prorrogável por até metade do prazo, mediante deliberação do
Plenário, para conclusão de seus trabalhos(art. 35 §3° RICD)

IMUNIDADES DOS PARLAMENTARES

São as prerrogativas previstas na Constituição Federal ao s Membros do


Congresso Nacional com o objetivo de garantir aos Parlamentares ampla liberdade no
exercício do mandato.

As prerrogativas concedidas aos Deputados federais e senadores no Poder


Legislativo Federal protegem a liberdade da função política que desempenham na
representatividade popular, reforçando assim a própria democracia pois atuam sem
pressão ou ameaças durante o seu mandato.

A Constituição Federal vigente insere dentre as prerrogativas parlamentares


duas espécies de Imunidade assim subdividida pela doutrina:

a)Imunidade Material
b)Imunidade Formal

a)Imunidade Material Também denominada Imunidade Real, Imunidade


Substantivaestá prevista no artigo 53caputda CF/88 , ressaltando que tais
prerrogativas protegem os Deputados e Senadores de condenação em
responsabilidade civil , penal ou administrativa desde que compatíveis com o
exercício de suas funções no mandato parlamentar, com a inviolabilidade de suas
opiniões, palavras e votos(“Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis,
civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos”).

A finalidade é propiciar liberdade aos parlamentares para apresentarem denúncias


sem receio de imputação de crimes contra a honra como calúnia, difamação ou injuria
ou eventual pedido de indenização na esfera cível, registrando ainda que essa espécie
de imunidade constitucional é de caráter absoluto.
ATENÇÃO!
O STF já decidiu que a inviolabilidade por opiniões, palavras e votos abrange
também as entrevistas jornalísticas, imprensa e outras manifestações do
parlamentar desde que vinculadas ao desempenho do mandato

b)Imunidade Processual Também denominada Imunidade Processual,se refere


às prerrogativas constitucionais relacionadas à prisão, foro privilegiado e trancamento
de processo do Parlamentar, conforme inserido no artigo 53, §§ da CF/88:

b.1.)Foro Privilegiado ou por prerrogativa de função - Art. 53 § 1º - Os Deputados


e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante
o Supremo Tribunal Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de
2001)-

Foro privilegiado-STF -Deputados Federais e Senadores


Foro privilegiado-TJ-Deputados Estaduais e Distritais

* Lembrete – o Foro privilegiado por prerrogativa de função se estende a qualquer tipo


de crime do Parlamentar.

ATENÇÃO – EMBORA O TEXTO CONSTITUCIONAL QUE TRATA DA


IMUNIDADE PARLAMENTAR NÃO TENHA SIDO ALTERADO POR EMENDA
CONSTITUCIONAL, POR DECISÃO ATUAL DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
HÁ UMA RESTRIÇÃO PARA O ALCANCE DA IMUNIDADE: STF decide por
unanimidade restringir foro privilegiado de deputados e senadores Houve divergência
sobre o alcance da medida, mas prevaleceu posição de manter no STF somente os
processos de crimes cometidos durante o mandato e relacionados ao exercício do
cargo.)( 05/2018)

b.2)Restrição quanto à prisão do Parlamentar – art. 53 § 2º CF-A prerrogativa


consiste em que o Parlamentar em regra não pode ser preso, exceto se presentes as
seguintes condições : b.1) prisão em flagrante e b.2) crime inafiançável.
Ademais, a prisão do parlamentar será apreciada pela Casa respectiva que resolverá
sobre a prisão mesmo que em flagrante, conforme inserido no§ 2º do artigo 53 da
CF/88
“Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser
presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão
remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da
maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. (Redação da EC 35/2001)”

Conforme expressa o texto constitucional,a aprovação da Casa consiste em


condição necessária para a manutenção da prisão em flagrante delito. A votação não
será secreta, mas sim em voto aberto (EC n. 35/01).
b.3.)Sustação do Processo – Art. 53, § 3° e 5º CF/88
“Recebida à denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a
diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por
iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus
membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. (Redação da EC
35/2001)“

4.) Quanto ao sigilo da fonte – artigo 53 § 6º CF/88 - Os Deputados e Senadores


não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em
razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles
receberam informações. (Redação da EC35/2001

Essa imunidade garante ao Parlamente buscar por todos os meios legais indícios,
informações , provas para denunciar em prol do interesse da sociedade, sem receio de
ser pressionadoa divulgar as fontes ou pessoas que lhe auxiliaram e confiaram .

e)Quanto à isenção do serviço militar – A prerrogativa consta do artigo 53§ 7 º


CF/88-
“A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e
ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva.
(Redação da EC 35/2001)”

b.5.) Preservação e Suspensão da Imunidade parlamentar-

A imunidade parlamentar é preservada mesmo durante o estado de sítio -Artigo 53 §


8° CF/88
A suspensão da imunidade- Constata-se que no mesmo§ 8º do referido artigo 53 da
CF/88, o texto inseriua possibilidade de suspensão da imunidade parlamentar na
votação determinada e por atos praticados fora do recinto onde cumpre suas funções
e incompatíveis com a execução da medida

Artigo 53 § 8° “As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o


estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos
membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do
Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida. (EC nº
35/2001)

IMUNIDADESPARLAMENTARES ESTADUAIS, MUNICIPAIS E DISTRITAIS


Aos Deputados Estaduais – art. 27, § 1°eDeputados Distritais – art. 32, 3° da
CF/88- mesmas regras previstas sobre imunidades parlamentares, inviolabilidade e
imunidade processual.
Aos Vereadores – art. 29,VIII da CF/88 – Somente é garantida a imunidade material
pela inviolabilidade de suas opiniões , palavras e votos no exercício do mandato e na
circunscrição do Município e deve constar da Lei Orgânica Municipal tal previsão

Perda do Mandato- O artigo 55 da CF/88 prevê os casos de perda do mandato ,


nos incisos de I à IV, §§ 1° ao 4°

DO PROCESSO LEGISLATIVO

Na definição clássica de JOSÉ AFONSO DA SILVA, “ processo legislativo é


o complexo de atos necessários à concretização da função legislativa do
Estado. Nesse sentido, pode-se afirmar que, de fato, ele representa um dos mais
importantes elementos de um regime democrático, na medida em que tem como
finalidade a mensuração da vontade geral da sociedade, que se concretiza na
lei.

O processo legislativo comum ordinário é aquele destinado à elaboração de leis ordinárias,


mas tem regras que são aplicáveis de maneira geral aos demais processos legislativos
sendo portanto o mais demorado dentre todos os procedimentos legislativos .

A Constituição Federal (artigo 61) elenca e legitima as pessoas ou órgãos que podem
apresentar projeto de Lei “A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a
qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do
Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos
Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos
casos previstos nesta Constituição”.

O não atendimento ao previsto no art. 61 da CF/88 pode provocar o vício formal


subjetivo e consequente inconstitucionalidade formal da lei ou ato normativo sendo
motivo de controle repressivo , por método difuso ou concentrado pelo Poder
Judiciário .

o poder de iniciativa pode ser ainda classificado como: iniciativa concorrente quando
atribuída a mais de um legitimado (pessoa ou órgão) para exercê-la em conjunto ou
isoladamente , dependendo de sua competência(art. 61 CF/88) ou de iniciativa
exclusiva (privativa ou reservada) nos casos previstos na Constituição Federal onde
é atribuída a uma única pessoa ou órgão a legitimidade para a iniciativa (art. 61 § 1°
CF/88, 84 III, etc) e a iniciativa popular .

Iniciativa Popular - A iniciativa popular para a apresentação de projetos leis


ordinárias e complementares está prevista no art. 61 § 2° da CF/88 como um dos
instrumentos da democracia “- A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação
à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do
eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três
décimos por cento dos eleitores de cada um deles”

1ª. Fase - Constitutiva: fase na qual se inicia pela apreciação da Comissão de


Constituição e Justiça e demais Comissões temáticas ligadas ao assunto constante do
projeto de lei que, após emitir parecer encaminhará para deliberação parlamentar e
votação no sistema bicameral ( as duas Casas do Congresso Nacional atuam
separadamente).- art. 64 §§ CF/88

2ª.fase- O projeto discutido, votado e aprovado em uma das Casas do Poder


Legislativo e encaminhado para a outra Casa denominada como Revisora para o mesmo
procedimento(deliberação parlamentar e , se aprovado o projeto, será esse encaminhado
para o Chefe do Executivo para sanção ou promulgação (deliberação executiva).

A deliberação parlamentar segue o contido no art. 47 da CF/88: ” Salvo


disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas
Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de
seus membros.

maioria simples⇒ maioria absoluta⇒ maioria relativa⇒ 3/5 dos


maioria dos membros contagem pela totalidade membros das Casas do
presentes na sessão dos membros da Casa do Congresso, para aprovação de
(lei ordinária) ordinária Congresso Nacional(lei Emendas Constitucionais (art.
- art. 47 CF/88 complementar) do art. 69 60, § 2º CF/88).
CF/88

3ª. FASE Deliberação Executiva


 
Ao receber o Projeto de Lei , o Chefe do Executivo poderá deliberar com sanção ou
veto (total ou parcial )
a) Sanção é a aquiescência  do Chefe do Executivo  aos termos do projeto. Prazo: 15
dias úteis , podendo ser Expressa: quando o Presidente manifesta por escrito sua
concordância e Tácita: Neste caso o Presidente não se manifestou no prazo de 1 dias
uteis e automaticamente sancionou o projeto da lei ( art. 66, caput e §§ 1º, § 2º § 3º ).
 
b)Veto – O Chefe do Executivo discorda com os termos do projeto de lei aprovado
pelo Congresso Nacional. O veto obrigatoriamente há que ser motivado, podendo ser
total ou parcial e comunicado no prazo de 48 horas os motivos ao Presidente do
Senado Federal (art. 66, § 1/ CF/88).

O projeto rejeitado retorna ao Legislativo para nova apreciação em sessão conjunta,


oportunidade em que o veto será aceito ou rejeitado(art. 66§§ 4º,5º e 6º).

IMPORTANTE REGRA - No caso de veto parcial o Presidente da Republica poderá


vetar artigos, parágrafos, incisos ou alíneas, mas sem acréscimo de palavras ou
trechos (art. 66, § 2º ) e diante da possibilidade de derrubada do veto Presidencial,
pode-se afirmar que no Brasil, o veto é RELATIVO e não ABSOLUTO.
 
4ª. Fase - Complementar: formada pela promulgação e publicação,o ato pelo qual se
atesta a existência de uma lei, neste caso ocorreu a transformação do projeto em lei que
após a publicação se torna obrigatória.
 
 Legitimados para a promulgação – Em regra cabe ao Presidente mas há uma
Exceção pois, caso o Chefe do Executivo não promulgue nos casos de sanção tácita
ou rejeição de veto, cabe, sucessivamente, ao Presidente do Senado e ao Vice (art.
66, § 7º CF/88) e será publicado pelo Congresso Nacional. 
5ª.fase- Publicação- é o ato de comunicação da lei que se torna obrigatória para
todos e executável.
 Em regra, os projetos legislativos segue os procedimentos mencionados mas algumas
espécies normativas estão sujeitas a procedimentos legislativos especiais, sendo:
 
√A Medida provisória: (art. 62). Casos de urgência e relevância. Iniciativa exclusiva
do Executivo. Tem, imediatamente, força de lei e deve ser apreciada pelo Congresso
Nacional em 60 dias podendo ser prorrogável por mais 60 dias sob pena de perder a
eficácia (EC 32/01).
 
√Projetos de leis financeiras: (Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias, de
iniciativa exclusiva do Executivo.
 
√Propostas de Emenda à Constituição (art. 60 CF/88) É discutida e votada em dois
turnos e exige para sua aprovação 3/5 dos votos das duas Casas do Congresso
Nacional, não tendo sanção ou veto presidencial será promulgação pela Mesa do
Congresso respeitada a ordem.

A elaboração das espécies normativas previstas no artigo 59 da CF/88


Emendas.
Leis complementares
Leis ordinárias
Leis delegadas
Medidas provisórias
Decretos legislativos
Resoluções

EMENDAS CONSTITUCIONAIS (Art. 60 CF/88):

A Constituição Federal vigente consigna as espécies normativas que modificam


o texto originário, sendo a emenda constitucional fruto do Poder Derivado e gozam de
supremacia ante as demais normas do sistema.

Ao analisarmos o poder originário e poder derivado nos referimos aos limites


das emendas constitucionais, tendo em vista o artigo 60 da CF/88 que estampa um
conjunto de normas que estabelecem as matérias que nãopodem ser objeto de
reforma (as chamadas cláusulas pétreas – art. 60 § 4°) além das outras exigências
quanto à votação, promulgação e matérias que lhe são competentes.

LIMITES FORMAIS
1)Apresentação da proposta da PEC - um terço, no mínimo, dos membros
da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal em conjunto ou separadamente,
Presidente da República, ou de mais da metade das Assembléias Legislativas das
unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de
seus membros.(art. 60, I, II, III CF/88)

2) Discussão e Aprovação do projeto – discutida e votada em cada Casa do


Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos,
3/5 dos votos dos respectivos membros no sistema bicameral (art. 60, § 2° CF/88)

3)Promulgação da PEC –Não há deliberação do Chefe do Executivo e será


promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o
respectivo número de ordem (art. 60, § 3° CF/88).

4) LIMITE CIRCUNSTANCIAL - A emenda a Constituição não poderá ocorrer na


vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.(art. 60, §
1° CF/88)

5) LIMITE MATERIAL – Núcleo de cláusula pétrea não poderão ser objeto de emenda
tendente a abolir o constante do artigo 60, § 4, incisos I, II, III e IV da CF/88

LEIS COMPLEMENTARES E LEIS ORDINÁRIAS

Em regra ponto que diferencia a lei complementar da lei ordinária consiste no nos
procedimentos adotados quanto ao da apresentação do projetos de lei.

√Lei complementar – votação da maioria absoluta dos membros do Congresso


Nacional (ar. 69 CF/88)- (aspecto formal) e trata de matérias reservadas pelo
Constituinte ( aspecto material)

√ Lei Ordinária – votação da maioria simples , não exige quorum qualificado (artigo
47 da CF/88)- (aspecto formal )e trata das demais matérias não reservadas (aspecto
material)

LEIS DELEGADAS
São leis de iniciativa e elaboração do Presidente da República que deverá solicitar
delegaçãoao Congresso Nacional (art. 68 CF/88) tendo o mesmo nível de lei
ordinária.
A doutrina trata a lei delegada como de iniciativa solicitadora , pois o próprio texto
constitucional consigna as matérias que não podem ser regulamentadas por essa
espécie normativa , sendo formalizada por meio de resolução do Congresso
Nacional(68§3° CF/88), não sendo procedimento comum no Brasil.(Ex: Lei Delegada
n. 13/92“Institui Gratificações de Atividade para os servidores civis do Poder
Executivo, revê vantagens e dá outras providências”

MEDIDAS PROVISÓRIAS
Embora conste do artigo 59 da CF/88 como espécie normativa, a disciplina para a
edição de Medida Provisória pelo Presidente da República se encontra no artigo 62 e
tem força de lei, embora com estas não se confundem.

As Medidas Provisórias e Alterações do artigo 62 da CF pela Emenda 32/2001

Anteriormente à Emenda 32/01, a Constituição Federal não determinava sobre


a reedição da Provisória e a forma, merecendo na doutrina crítica, face ao grande
número das Medidas Provisórias reeditadas pelo Poder Executivo.

A edição de medidas provisórias obedece a limites matérias consignados com


a promulgação da EC nº 32/2001 que trouxe importantes inovações para essa
espécie normativa, como segue :
⃰⃰ São editadas exclusivamente pelo Presidente da República em caso de
relevância e urgência.Veio substituir o Decreto-lei .

⃰ Limitações à adoção de medida provisória- Atualmente é vedada a edição de


medidas provisórias sobre matérias constantes do texto constitucional CF, art. 62, §
1º, alíneas de “a” a “d” ( assunto de importante leitura para os estudos ).

⃰ Medida provisória e instituição de impostos-A EC 32/2001 trouxe regra específica


sobre a produção de efeitos de medida provisória que institua ou majore impostos,
nos seguintes termos
“Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os
previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro
seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada”.
(art. 62, § 2° CF/88)
⃰ Eficácia e prazo -O §3º deste mesmo artigo, modifica o prazo de eficácia para 60
dias ( e não mais 30 dias), prazo este prorrogável por uma única vez por igual
período. Neste caso a doutrina trata como eficácia temporária, lembrando que esses
prazos não correm durante os períodos de recesso do Congresso Nacional(art. 62 § 4°
e § 7°)

⃰ Trancamento de Pauta no Congresso Nacional–(art. 62 § 6º) em comento


determina “Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias
contados de sua publicação, entrará em regime de urgência, subsequentemente, em
cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a
votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver
tramitando”. 

⃰A fase iniciadora da Medida Provisória–(art. 62 § 8º) As medidas provisórias terão


sua votação iniciada na Câmara dos Deputados. E caberá à comissão mista de
Deputados e Senadores examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer,
antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada uma das
Casas do Congresso Nacional(art. 62 § 9 º).

⃰ Medidas Provisórias no período de recesso (art. 62 -§ 10. É vedada a reedição,


na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que
tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.Embora não haja mais necessidade
deconvocação extraordinária do Congresso Nacional no caso de adoção de medida
provisória durante o período de recesso (a parte final do caput do art. 62, que previa a
convocação, foi suprimida pela referida Emenda Constitucional) .

⃰Necessidade de Decreto legislativo ( art. 62 -§ 11) . Não editado o decreto


legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias após a rejeição ou perda de
eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos
praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas

DECRETOS LEGISLATIVOS

Espécies normativas por meio das quais se expressa o Congresso Nacional no


desempenho de sua competência exclusiva prevista no Art. 49 da Constituição. Em
regra os decretos legislativos são atos de efeitos externos e o procedimento para sua
elaboração segue o que constar do Regimento Interno do Congresso Nacional.
A Título de memorização convém ressaltar a diferença entre Decreto Legislativo,
Decreto e Decreto autônomo

DECRETO LEGISLATIVO:competência exclusiva do Congresso Nacional, não


sujeitos à sanção Presidencial

DECRETO – (art 84 IV CF/88) Ato de regulamentar privativo do Chefe do Executivo


mas não inova, apenas regulamenta a fiel execução da lei existente. Caberá
exclusivamente ao Congresso Nacional sustar os atos normativos do Poder
Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites da delegação
legislativa; (art. 49, V CF/88)

DECRETO AUTÔNOMO OU INDEPENDENTE:EXCEÇÃO(art.84 VI CF/88) Como


exceção a regra de que somente a lei pode tratar de forma originária qualquer
questão, o texto da CF/88 prevê esse tipo de decreto “Compete privativamente ao
Presidente da República- VI – dispor, mediante decreto, sobre: a)organização e
funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa
nem criação ou extinção de órgãos públicos; b)extinção de funções ou cargos
públicos, quando vago pela (inserido da EC nº 32/01)

RESOLUÇÕES-- São espécies normativas por meio das quais se manifestam as


casas do Congresso Nacional no exercício de suas funções previstas nos Artigos 51 e
52 da Constituição e via de regra são atos de efeitos internos, como por exemplo na
delegação de competência para o Presidente da República editar leis delegadas
(artigo 68 CF), d) é facultado ao Senado fixar as alíquotas mínimas e máximas do
ICMS, nas condições estabelecidas no art. 155, §2º, V, etc.

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