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A Casa das Bengalas

O autor António Mota conta a história do avô Henrique (personagem principal desta
história) que ficou viúvo ao perder a sua companheira de sempre, de nome Laurinda, e
que o acompanhou nos bons e nos maus momentos. Foi sua mulher durante quarenta
e oito anos, era alta e magra, usava sempre aventais floridos e compridos.

 Para além do sentimento de perda, de tristeza, ele tornou-se um homem isolado que
vivia sozinho na aldeia de Torna-Ô-Rego (Concelho de Baião), nesta que era uma
aldeia quase desabitada. A sua filha, Sibilina, morava longe, numa cidade grande, em
Gaia.

O avô Henrique tinha sempre provérbios na pontada língua, era uma pessoa dura por
fora, mas carinhosa e sensível por dentro, levava sempre com ele o retrato da sua
falecida esposa e uma das suas grandes manias era a coleção infinita de calendários
antigos que surgiam espalhados pelas paredes da sua casa.

 Quando ficou sozinho começaram os seus problemas. Viu-se obrigado a ir viver para
o apartamento da sua filha em Gaia, com o seu neto Sebastião (conhecido por Tião).
Este não ficou nada satisfeito com isso pois tinha de dormir na sala, por ter sido
obrigado a dar o seu quarto ao avô. Esta situação também não foi do agrado do seu
genro Aníbal, começando assim um conflito entre gerações, em que o genro e o neto
não ajudavam, expressando as suas lamúrias, visto que sentiam a sua privacidade
invadida. Tudo isso fez com que a sua filha andasse enervada e rabugenta.

Por outro lado o avô também não gostava de viver no apartamento da filha, porque
estava habituado à aldeia, aos cheiros da manhã e ao cantar dos pássaros. Sentiu-se
completamente deslocado ao ver-se dentro de quatro paredes e ainda por cima teve
de utilizar o elevador, do qual não tinha conhecimento nenhum. Sentia-se preso como
um pássaro na gaiola e estava triste por ter deixado tudo o que gostava na sua terra: a
sua cadela, os seus animais e todos os seus amigos.

 A cidade não o seduzia nada, apesar de aí residir a escassa família que possuía.
Com os grandes confrontos familiares existentes e a instabilidade que trazia à família,
esta viu-se obrigada como último recurso a colocá-lo num lar de idosos tentando
afastar a solidão do avô, que precisava que alguém o ajudasse em termos de
companhia e acompanhamento. Aí ficou alojado no quarto 32.

 As visitas da sua família eram frequentes, mas muito rápidas, pois tinham sempre
muita pressa para regressar a casa. No entanto, o neto que não se esquecera do que
o avô lhe ensinara estava sempre pronto a satisfazer-lhe todos os seus caprichos,
trazendo sempre o que o avô lhe pedia, como uns pezinhos de flores – violetas,
porque estas flores traziam-lhe recordações da sua mulher.

Este livro que António Mota escreveu refere-se aos lares de idosos, onde muitas
pessoas colocam lá os seus idosos até ao fim das suas vidas e muitas famílias nem se
importam com isso.

Maria Henrique Rodrigues Lindo nº 11-6º C


Mensagem: Feliz daquele que cuida e trata os seus familiares com todo o amor e
carinho, porque todos, em todas as idades, merecem ser amados e bem
tratados.

Maria Henrique Rodrigues Lindo nº 11-6º C

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