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Estudo Revisional 1 - Motivação e Emoção

1) Discuta o que são Processos Psicológicos Básicos, qual é aqui o lugar da


motivação, e qual é o lugar do seu estudo na psicologia e na formação em
psicologia.
Processos Psicológicos Básicos são funções mentais como sensação, percepção,
atenção, memória, pensamento, linguagem, motivação, aprendizagem e etc. que
compõem a estrutura básica mental da vida humana (?) [Alisson] Apesar dessas
estruturas comporem partes diferentes da estrutura mental, isso não significa
absolutamente o mesmo que dizer que elas estão atuando autonomamente, ou seja, por
conta própria e sem relação com qualquer outra estrutura. Na verdade o que acontece é
exatamente o contrário disso, ​as partes estão em constante interação para poderem se
atualizar e funcionarem​, sendo que muitas delas inclusive dependem de outras para
poderem atuar/existir. Nesse contexto de estruturas básicas da mente que estão sempre
em inter-relação, uma função que merece destaque é a motivação e a importância de
seus estudos para qualquer área que necessite de explicações e compreensão a respeito
do comportamento humano. ​A motivação seria portanto a junção de mecanismo,
interiores e exteriores, que fundamentam e justificam as ações de um determinado
organismo, nos dando assim explicações sobre por que um ser toma ou não certa ação e
como esse porque é formado​. É necessário entendermos então dois pontos sobre a
motivação: o primeiro é que a motivação pode provir tanto de aspectos inatos ao ser -
como os instintos de sobrevivência - quanto de aprendizados ao longo da vida; e o
segundo é que ela se dá de forma extremamente exclusiva/subjetiva do indivíduo,
dependendo do contexto ambiental que ele se encontra e de suas experiências passadas.
A Psicologia, pelo fato de seu objeto de análise ser a mente e o comportamento humano,
se interessa fortemente sobre os estudos da motivação com o objetivo de buscar neles
uma série de explicações sobre o homem e o motivo de suas ações sobre o mundo.
Esses estudos da motivação buscam auxiliar na formação em Psicologia exatamente por
esse motivo: ​uma melhor compreensão das causas das ações humanas​, os pensamentos
dessas ações e a relação que ambos possuem com o ambiente do organismo. [Alisson]
Nesse contexto, o lugar da motivação é fundamental para se entender o sujeito, seja no
nível mais concreto e observável (como na psicologia do comportamento), seja no nível
mais abstrato (como na psicanálise e na fenomenologia).

2) Discuta em que medida o estudo da vontade se aproxima e em que medida se


afasta do estudo da motivação.

Estudo da vontade Estudo da motivação


- Vontade: apreciação guiada por um - Motivação: ponte entre a dimensão
entendimento sobre a coisa, capaz de interna (autodeterminante) e os fatores
controlar o desejo externos, passíveis de serem controlados.
Resposta 1: <sinceramente não sei o que ele quis dizer com “ o estudo da motivação
“mas vou falar sobre o conceito de vontade aqui e vcs desenrolam alguma coisa ai <# >
A ideia de vontade vem do filósofo pós renascentista René Descartes, que dizia que
a principal força motivacional era a vontade, esta seria uma faculdade que a mente,
agindo no interesse da virtude e da salvação e exercendo seu poder de escolha,
tem para controlar os apetites corporais e as paixões. < acredito que daqui para
frente (até o asterisco) exista um distanciamento do que eu entendo como estudo da
motivação, mas não tenho certeza > ​No processo de reduzir a compreensão da
motivação à compreensão da vontade foram produzidos resultados frustrantes,
pois esta era uma faculdade mental que de alguma maneira surgia de um
amontoado de capacidade inatas, sensações ambientais, experiências de vida e
reflexões sobre si própria e sua ideia*. Apesar desses resultados frustrantes alguns
progressos foram feitos; como a identificação dos atos de vontade como sendo
escolhas (Rand, 1964); esforços, ou seja, criação do impulso para agir (Ruckmick,
1936); e resistência. ++ O estudo da vontade alavancou o estudo da motivação,
visto que essa ficou entendida como uma faculdade da mente de controlar os
apetites corporais e as paixões. Entretanto, a vontade não era capaz de explicar
completamente - Descartes afirmava que se fosse possível compreender a vontade,
compreenderíamos a motivação - visto que eram vistos vários fatores que
reprimiam ela, como no caso do autocontrole. Esta ficou apenas como uma
faculdade mental mal compreendida que iniciou os estudos da motivação.

Resposta 2: ​O estudo da vontade se aproxima do estudo da motivação no momento em


que ​a vontade se torna a primeira grande teoria da motivação com Descartes. De
acordo com a primeira grande teoria a vontade seria a principal força motivacional, e a
compreendendo seria possível compreender a motivação. A ​vontade inicia e direciona a
ação, decidindo quando agir, além de ser excitada pelos impulsos causados pelas
necessidades corporais, os controlando. Descartes atribuiu à vontade os poderes
exclusivos da motivação, reduzindo a motivação à vontade. Entretanto, ao longo dos
anos, a vontade mostrou-se uma faculdade mental mal compreendida, sendo algo tão
complicado de entender quanto a motivação. É nesse momento que o estudo da
motivação se afasta do estudo da vontade, quando os filósofos percebem que ​não
conseguiram encontrar as leis pelas quais a vontade opera e muito menos sua natureza.
O estudo da motivação busca então outro rumo e deixa de lado a vontade.

3) Comente alguns fatores relevantes para a formação e difusão da noção de


motivação como objeto de estudo e aplicação na Psicologia.
Na transição do século XIX para o XX, alguns fatores levaram a ​motivação a se tornar
assunto de psicólogos, substituindo o conceito de ​vontade​. Em primeiro lugar,
diferentemente da universidade alemã, cuja atitude de conhecer era desinteressada de
aplicações práticas, a universidade norte-americana era sustentada por investimento
privado. Era guiada, portanto, por interesses econômicos dos fundadores, que visavam a
aplicação prática da psicologia em escolas e no exército, por exemplo. Desse modo,
assim como existia a psicologia publicitária e a psicologia do trabalho, existia a psicologia
da educação, cujas tarefas incluiam a otimização do aprendizado e o desenvolvimento de
testes mentais. ​Nesse contexto, o conceito de motivação começa a ganhar força, e surgiu
como uma ponte entre a dimensão interna e autodeterminante do indivíduo, e os fatores
externos, passíveis de serem controlados. A motivação começa a ganhar força pois, há
um interesse econômico em setores como a indústria e o marketing. Esses interesses
dizem respeito à melhora na produtividade do trabalhador e no consumo por produtos
comerciais inicialmente. A pergunta que se possui na época é sobre como fazer com que
as pessoas comprem e trabalhem mais. Assim, começa a surgir um interesse pela
motivação, cuja base concentra-se no entendimento dos processos que determinam às
ações e comportamentos dos indivíduos.
4) O que a diferenciação conceitual entre tipos naturais e tipos culturais pode nos
ensinar sobre o estudo da motivação em psicologia? E sobre a própria
psicologia?
Tipos naturais: ​coisas que existem na natureza e independem dos interesses humanos.
Questiona-se se a motivação seria uma dessas coisas.
Tipos Culturais: são individuais, adquiridos de acordo com o ambiente que estão
inseridos. Às mini-teorias baseiam-se nos tipos culturais, não levando a psicologia e a
motivação apenas como mecanicistas.

Resposta: As ciências nos levam a pensar que todas as coisas que falamos estão
inscritas no mundo como se elas não variassem no tempo e no espaço (por exemplo a
ideia de árvore). Porém, há objetos que não são assim, como a motivação, pois ela varia
dependendo do contexto social. Por isso, a motivação não é integralmente um tipo
natural, é também um tipo cultural devido às modificações sofridas durante a história.
Desse modo, a psicologia manifesta muitos constructos que são inter-relacionados
demonstrando, dessa forma, que esse tipo de discussão é importante para o estudo
teórico e prático da psicologia.

5) Apresente as ​principais questões, conceitos e proposições​ de cada uma das


teorias psicológicas da motivação estudadas na Unidade 2.
2 - ​McDougall​: ​Instintos: [Alisson] Instintos são tendências inatas da mente comuns a
todas as espécies, são características provenientes do respectivo processo de adaptação
ao ambiente, sendo que não podem ser erradicados ou desenvolvidos ao longo da vida
do organismo. ​Defende a ideia de que o avanço cultura/intelectual não atrofiou ou
extinguiu os instintos, somente os modelou em uma nova forma que fosse condizente
com as novas variações que surgiram​, determinando assim os processos mentais e o
caráter do indivíduo. Os processos psicofísicos que acompanham essas ações instintivas
- mesmo as mais puras - são de uma complexidade enorme, mas podemos destacar três
características não motoras que estão sempre presente: ​o aspecto cognitivo​, que se
encarrega do conhecimento a respeito do objeto; ​o aspecto afetivo​, está no âmbito de ter
uma excitação sentimental de acordo com o objeto que nos estimula; e o ​aspecto
conativo​, respectivo ao comportamento de se direcionar ao objeto de uma forma
específica. Devemos compreender, entretanto, que esses aspectos não agem
desconexamente sobre o animal, eles atuam de maneira cooperativa e até mesmo
complementar. ​Instintos seriam portanto elementos psicofísicos que constituem o
organismo e auxiliam a seleção de determinados estímulos como principais, reações
emocionais a respeito do objeto deste estímulo e a tomada de uma ação para com esse
objeto - ou no mínimo o impulso de agir. Esses impulsos instintivos sempre possuem
como objetivo último um fim que desejam alcançar e para isso exercem uma força motriz
sobre o aparato mental do organismo, caracterizando este como nada mais do que um
dispositivo a ser usado para a satisfação desejada, e às dores ou prazeres causadas por
esses comportamentos o seriam, então, consequências que guiam esses mesmos
comportamentos. ​Conclui-se portanto que os impulsos instintivos são a força motriz de
todo o aparato - tanto biológico quanto físico - que constitui um organismo e sua forma de
se relacionar com o mundo​. [Alisson]

3 - ​Woodworth​: ​Drive e Mecanismo​; reações preparatórias e consumatórias


Woodworth afirma que as psicologias do comportamento e da consciência falham em
explicar certas questões, por isso ele propõe a ​psicologia dinâmica​, interessada nos
estudos das causas e efeitos dos processos mentais e comportamentais. Com isso, ele
demonstra o que são drives e mecanismos. ​O drive é a força aplicada para dar partida ao
mecanismo, é o que impulsiona o mecanismo. O mecanismo reage à força aplicada e
então produz resultados. É preciso ressaltar que drives e mecanismos não são as
mesmas coisas que reflexos simples, pois mesmo quando o estímulo acaba o
comportamento continua, não sendo apenas estímulo- resposta. ​Devemos levar em conta
que há casos em que mecanismos operam como drives​, isso é, quando um mecanismo
estando parcialmente excitado se torna drive do outro, são casos de “reações
preparatórias e consumatórias”. ​As reações consumatórias possuem seus mecanismos
ativos (devorar a presa) que impulsionam as reações preparatórias (perseguir a presa)​. O
mecanismo responsável pela reação consumatória, colocado por um estímulo adequado
age como drive operando outros mecanismos que fornecem as reações preparatórias.
Além disso, Woodworth demonstra as capacidades inatas em contrapartida à teoria dos
instintos de McDougall, explicando que elas são mecanismos prontamente excitáveis
para a atividade, e assim requerem pouco estímulo para serem ativadas.

4 - ​Maslow​: ​Necessidades básicas e de desenvolvimento/motivação de deficiência e


motivação de crescimento
Motivação de crescimento é uma concepção gradativa de desenvolvimento motivacional
que se inicia nas necessidades básicas e segue em direção à individuação. Esse
crescimento não é visto somente uma satisfação progressiva das necessidades básicas,
mas também na forma de motivações específicas, além e acima das necessidades
básicas. A motivação de crescimento é, como o nome sugere, progressista, pois, após a
satisfação de um estágio mais básico, há o surgimento de uma necessidade para
satisfazer uma classe mais elevada das necessidades. Sempre indo em direção à
necessidade de individuação (Pirâmide de Maslow - A satisfação de um estágio básico
para se seguir a satisfação de um estágio mais elevado. Como satisfazer às
necessidades básicas antes da necessidade de segurança).
5 - ​Reeve​: Traça a história do estudo da motivação mostrando suas raízes nos filósofos
gregos, passando pelas ​grandes teorias (vontade, instinto e impulso), o declínio de cada
uma e indo até as ​miniteorias (uma teoria para cada fenômeno específico) mostrando
como elas atualmente se interligam com outros estudos - como a educação, cognição,
desenvolvimento etc.

6) Destaque e discuta ​diferenças e semelhanças ​entre as teorias apresentadas.


2 - McDougall: ​Instintos ​como fontes últimas iguais para todos. O que varia entre as
pessoas são os hábitos.
3 - Woodworth: Não se pode pensar só nos instintos, que são importantes, mas não
explicam tudo. Propõe novos conceitos: ​Drive e ​Mecanismo​; reações preparatórias e
consumatórias.
4 - Maslow: ​Necessidades básicas e de desenvolvimento/motivação de deficiência e
motivação de crescimento
5 - Reeve: Apresenta as grandes teorias (vontade, instinto e impulso) e diz que o certo
mesmo são as ​miniteorias​ (uma para cada fenômeno específico).

A teoria de McDougall e Woodworth e as duas primeiras Grandes Teorias


apresentadas por Reeve aproximam-se ao fornecer um conhecimento baseado
nas ciências naturais, limitando-se nas forças biológicas e nas necessidades
corporais, visto que era o conhecimento vigente da época. Na teoria do Impulso
apresentada por Reeve e compartilhada por Maslow, é levado em conta uma
ênfase no meio exterior, sendo esse a base para desencadear tais impulsos. Nas
miniteorias, também apresentadas por Reeve, busca-se os conhecimentos
particulares e as subjetividades, aprofundando essa visão da influência exterior.
++ completem ai se souberem pq minha mente parou de funcionar

Woodworth se aproxima de McDougall quando afirma que o instinto é um equipamento


inato do homem e que eles fornecem drive (impulso) para outros mecanismos. Porém,
Woodworth critica que os instintos sejam os únicos propulsores, pois se fosse assim tudo
seria funcional, isto é, não haveria interesse pelas coisas. Maslow e woodworth se
aproximam quando buscam fundamentar suas teorias em conceitos diferentes da
psicanálise e do behaviorismo, assim, Woodworth traz a ideia de psicologia dinâmica,
buscando trabalhar sempre em direção de uma visão mais clara do lado mental da
atividade vital, recusando-se contentar com as visões fragmentárias que nos são
oferecidas pelos estudiosos exclusivos tanto da consciência quanto do comportamento.
Maslow, por sua vez, critica o behaviorismo por não considerar que os critérios da vida
mental são subjetivos e critica a psicanálise por considerar a teoria do repouso. Os três
se diferenciam porque consideram os motivadores da vida mental equipamentos distintos.
McDougall acha que são instintos; Woodworth considera que são os drives e
mecanismos e também as reações preparatórias e consumatórias; Maslow considera as
motivações por deficiência e crescimento. (necessidades de crescimento e deficiência).
Reeve faz um caminho totalmente oposto aos três, já que considera que deve haver
teorias específicas para cada caso, ele defende a ideia de microteorias da motivação,
buscando os conhecimentos particulares e as subjetividades, aprofundando essa visão
da influência exterior.

7) Apresente e comente o debate estabelecido explícita ou implicitamente entre os


diferentes estudiosos da motivação contemplados até aqui.
Woodworth contraria McDougall ao afirmar que se estímulos fossem uma tendência inata
à reação, sem nenhum estímulo o organismo permaneceria inativo e não haveria maneira
de aprender ou adquirir as reações, ou seja, sem impulsos nenhuma atividade ocorreria.
Maslow faz uma crítica às teorias da motivação ao dizer que essas apresentam impulsos
desagradáveis. A psicanálise, por exemplo, baseia-se em pessoas doentes que odeiam
seus impulsos, e o behaviorismo delimita a motivação, não considerando o subjetivo.
Ademais, Reeve faz uma crítica direta às teorias anteriores, a da Vontade por produzir
resultados desapontadores -vontade era uma faculdade mental mal compreendida e o
autocontrole reprimia-a -, a do Instinto pois sem o instinto os animais não executariam
nenhuma ação - como proposto por McDougall - e se fosse só o instinto, os animais
iguais produziriam o mesmo comportamento - o que não ocorre. Reeve faz uma crítica a
teoria do Impulso de Freud por ter superestimado às forças biológicas, por ter excesso de
confiança nos dados com indivíduos com transtornos mentais e por não ter a
possibilidade de teste empírico. Segundo tal, as outras Teorias do impulso foram a
declínio, visto que afirmavam que o impulso emerge das necessidades corporais -
pessoas anoréxicas, por exemplo, não comem mesmo tendo enorme necessidade de
fazê-lo -, a redução do impulso é reforçada e produz aprendizagem - ratos comem
sacarina mesmo não tendo benefício nutricional, ou seja, ela não pode reduzir o impulso
-, e o impulso energizava o comportamento - importância das fontes externas que não
fisiológicas, por ex, uma pessoa que não está com sede pode ter um impulso para beber
sua bebida favorita ao sentir o cheiro/visto ela.

8) Comente em que medida o estudo teórico da motivação é relevante para a


psicologia aplicada (e profissional).
O estudo da motivação é relevante para a psicologia na medida que uma parte da mesma
se dedica a estudar o comportamento e tentar entender o que leva os indivíduos a agirem
como agem, o que está totalmente relacionado com o estudo da motivação - tendo em
vista que este se dedica a

9) O estudo em perspectiva histórica e contemporânea da motivação pode nos


ensinar algo sobre este campo, e sobre a Psicologia em geral? Comente.
Resposta 1​: Sim, no que diz respeito a ensinamentos sobre o campo da motivação,
podemos apreender que teorias envolta desse escopo de estudos tendem a ser
substituídas, entretanto, deixando contribuições que impulsionam as novas tendências de
estudos. As raízes do estudo da motivação tem seu início na Grécia, a estrutura
hierárquica tripartida de Platão, por exemplo, organiza a motivação da alma em: (1)
apetite da alma, em que se encontraria os desejos mais básicos como o sexo e fome; (2)
aspecto competitivo, como a honra e a fama; e (3) o aspecto calculista, esse sendo
superior e regendo as escolhas do homem. Tal perspectiva sobre a motivação passa por
transformações quando - após a formulação da teoria dualista de Descartes que separa a
mente do corpo - o foco dessa área deixa de ser a criação de uma teoria geral a respeito
da origem e apresentação da motivação, e começa a se dar pela ​criação de miniteorias
condizentes a fenômenos motivacionais específicos​, e não gerais como era
anteriormente. Tal transformação não só se estabelece em achados científicos que
mudam toda uma perspectiva de estudo e formulação teórica, mas também a novos
interesses em voga num dado contexto histórico. Não obstante, ampliando o prisma em
questão, tratando-se dos possíveis ensinamentos sobre a psicologia em geral, o estudo
propicia uma análise análoga para todo o campo psicológico, uma vez que neste também
é possível observar choque de teorias e seus subprodutos com perspectivas amplamente
diferentes. Além disso, de maneira semelhante temos interesses que circundam um dado
momento histórico e que guiam o modo de tratamento das teorias prevalecentes e a
direção de outras teorias concorrentes. Podemos citar os interesses que gravitam em
torno da prevalência do termo “motivação” em detrimento do de “conação”, dentro do
histórico de estudo sobre a emoção, para exemplificar como isso afeta a pesquisa
científica de toda uma época. Anteriormente já usavam-se termos que enunciavam certa
direção individual ligada à ação do indivíduo, entretanto, a motivação veio como um
apanhado de todos eles, um denominador comum. O termo conação, anterior a
motivação, cai em desuso - tal termo fazia um síntese de qualidades de direcionamento
que partiam de uma perspectiva interna da ação humana, ao passo que motivação estava
mais ligada ao contexto externo, relacionada à possibilidade de manipulação de tais
qualidades. Isso, portanto, coincidiu com o interesse prático de aplicação teórica das
universidades, de áreas como a da psicologia publicitária e da educação, pois isso
significava que ​havia a possibilidade de controle da ação dos homens - o que levou a um
maior investimento nesse escopo de estudos sobre a motivação em detrimento de
estudos anteriores sobre causas mais internas do comportamento humano.

Resposta 2​: (Alisson) Essa transformação de foco, de uma explicação generalizada para
pequenas explicações a respeito de fenômenos específicos e de uma motivação mais
biológica e menos metafísica, tem como base principalmente o contexto
sócio-cultural-econômico regente nessa época. Apesar da psicologia européia não estar
tão preocupada com a aplicabilidade comercial e funcional de seus estudos nessa parte
do espectro da mente, a psicologia que se fazia nos Estados Unidos já estava
extremamente voltada para esse objetivo. Devido ao fato das produções de
conhecimentos científicos no EUA ter como fonte de sustento os diversos investimentos
de indústrias privadas que tinha como intenção de algum conhecimento prático sobre
controle e previsão de comportamentos do ser humano, talvez o maior exemplo dessa
situação é a psicologia publicitária, a qual buscava ​compreender como poderia direcionar
as ações dos homens para uma atitude de consumo dos bens produzidos pela indústria.
Vemos então que seria necessário uma psicologia que produzisse conhecimentos
práticos a respeito das causas do direcionamento da ação humana [^] que se voltassem a
um estado biológico de motivação{^}, um estado que pudesse ser “tocado” e modificado e
não algo interno e inato da alma. Com esse ambiente social que estava mais preocupado
com a manipulação da motivação do que com a sua compreensão, a psicologia
começava a abraçar essas novas teorias emergentes.

10) Comente em que medida esta disciplina vem contribuindo (ou não) até aqui para
a sua formação.
Particular de cada um essa aqui

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