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FILIPE BRASILEIRO
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO…………………………………………………………………………. 3
1.1. Objetivo geral……………………………………………………………………... 4
1.2. Objetivos específicos…………………………………………………………….. 4
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA………………………………………………………….4
2.1 Aços………………………………………………………………………………... 4
2.2. Processos de fabricação……………………………………………………….. 10
2.3 Tratamentos térmicos…………………………………………………………... 14
2.4. Análises metalográficas………………………………………………………....15
3. MATERIAIS E MÉTODOS…………………………………………………………...16
3.1. Polimento e ataque químico…………………………………………………….18
3.2. Microdureza, micrografia, macrografia e análise química…………………. 20
3.3. Análises qualitativas e quantitativas…………………………………………...23
4. RESULTADOS ……………………………………………………………………...24
4.1. Microdureza ………………………………………………………………………24
4.2. Micrografia ………………………………………………………………………26
4.3. Macrografia ……………………………………………………………………...32
4.4. Análise química ………………………………………………………………...34
5. CONCLUSÃO …………………………………………………………………………34
6. REFERÊNCIAS ……………………………………………………………………….35
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1. INTRODUÇÃO
Em materiais cristalinos, a exemplo dos aços, a microestrutura exerce papel
importante pois os mais diversos processos de transformação térmicos, mecânicos
(recozimento, têmpera, encruamento, etc.) resultam em modificações na estrutura
cristalina, tamanho e contorno de grão, de forma a refletir os processos pelos quais
passaram e influenciar no comportamento final do produto. Conhecer e manipular a
microestrutura dos aços torna-se primordial em vista dos ganhos possíveis sem que
seja necessário modificar sua composição química. Por esses motivos, o estudo da
metalografia é extremamente importante para a caracterização dos materiais.
A metalografia é um segmento da área de metalurgia, que corresponde ao
estudo das estruturas morfológicas dos materiais metálicos, subdividindo-se em
macrografia e micrografia. A análise metalográfica tem uma gama de aplicações
como a determinação de defeitos na estrutura, formatos e tamanhos de grãos,
porosidade, fases do material além de possíveis tratamentos térmicos e
termoquímicos realizados na peça, etc.[11] Com essa amplitude de aplicações, a
metalografia é um método largamente utilizado para estudo de análise de falhas de
materiais, determinação do tipo de material além de possíveis desgastes causado
pelo ambiente ou agente químico ou físico. Isso representa a importância dessa
técnica de caracterização na indústria metalúrgica e siderúrgica.
É notório o crescimento nos últimos anos da importância na acreditação da
confiabilidade e qualidade das matérias primas recebidas dos fornecedores e dos
produtos repassados aos clientes. Em 2012, foram mais 1,1 milhão de certificados
ISO 9001 emitidos em 184 países.[12] Portanto, conjuntamente com as técnicas
metalográficas, o conhecimento para o melhor controle dos tratamentos térmicos e
processos de fabricação dos aços torna-se essencial para a qualidade dos produtos.
Tratamentos térmicos pode ser definido como uma operação ou um conjunto
de operações realizadas no estado sólido compreendendo o aquecimento, a
permanência em temperaturas pré-estabelecidas e o resfriamento, realizado com a
finalidade de alterar as microestruturas e como consequência as propriedades
mecânicas, magnéticas e elétricas.[13]
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Dentre os tratamentos térmicos, existe a normalização, recozimento, têmpera,
etc. Cada um destes será aplicado principalmente de acordo com sua microestrutura
original, a finalidade do aço enquanto produto e por conseguinte ao processo de
fabricação que será submetido. Iso em razão de aspectos da microestrutura estarem
estritamente relacionados com as variações de temperatura provindas destes. [14]
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 AÇOS
Ligas a base de ferro ocupam um lugar de destaque entre os materiais
industriais há, pelo menos dois séculos. Os aços são as ligas a base de ferro mais
amplamente aplicadas, principalmente devido a sua capacidade de serem
deformados plasticamente.[1]
A possibilidade de se obter desempenho extraordinário do aço, associada às
notáveis combinações de propriedades físicas e mecânicas , está intimamente ligada
à capacidade de se manipular as suas características, através do processamento, de
modo a obter as combinações de composição química e estruturas mais favoráveis
para determinada aplicação.[1]
Um aço resfriado lentamente a partir do campo austenítico apresentará, à
temperatura ambiente, uma ou mais fases: ferrita, perlita e cementita, dependendo
do seu teor de carbono. Porém se o resfriamento for muito rápido, apareceram
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outros constituintes metaestáveis, como a bainita e a martensita, que não são
previstos no diagrama de fases Fe-C.[2]
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com a austenita é menos compacta, apresentando interstícios tetraédricos menores
e, consequentemente, tendo menor capacidade de dissolver carbono.
Quando o limite de solubilidade para o carbono na ferrita α é excedido a
temperaturas abaixo de 727 °C uma fase chamada cementita é formada.
Mecanicamente, a cementita é muito dura e frágil, portanto a resistência de alguns
aços é aumentada substancialmente pela sua presença. A cementita apresenta
estrutura ortorrômbica com 12 átomos de ferro e 4 átomos de carbono.
Se um aço for resfriado lentamente e mantido a temperaturas inferiores a
727ºC, a estrutura austenítica não será mais estável, ocorrendo uma reação
eutetóide produzindo uma microestrutura característica chamada de perlita. A perlita
não é uma fase, mas sim uma mistura de duas fases, ferrita e cementita ou α +
Fe3C, que ocorrem sob a forma de lamelas paralelas.[2] Pode-se formar a perlita
grosseira e a perlita fina, dependendo da temperatura e da taxa de resfriamento, a
perlita grosseira forma-se a temperaturas mais altas e menores taxas de
resfriamento, sendo um material mais dúctil e de baixa dureza. A perlita fina
forma-se a temperaturas mais baixas e taxas de resfriamento mais rápidos, sendo
um material com dureza maior que a perlita grosseira.
Figura 2. Representações com microestruturas dos tipos de ferritas e de perlitas. A esquerda ferrita
equiaxial(branca) com perlita grossa(escura) e a direita ferrita acicular(branca) com perlita
fina(escura).
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formada a partir por finas agulhas de ferrita, que crescem em blocos chamados de
feixes onde dentro de cada feixe as agulhas são paralelas e com idêntica orientação
cristalográfica. A outra é a bainita inferior, que apresenta estrutura e características
parecidas com a superior, mas a diferença é que cementita precipita entre as
agulhas de ferrita e dentro das agulhas de ferrita, isto porque, em temperaturas
menores, a difusão do carbono é reduzida e estes não conseguem segregar
totalmente para a austenita adjacente, ocorrendo a precipitação dentro da ferrita.
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e, consequentemente, afetar a estrutura que se formara em um aço e suas
propriedades finais.[1]
Além do carbono, que nem sempre é um elemento desejado no aço, vários
elementos químicos podem estar presentes na composição química do aço,
chamados de elementos de liga. Os efeitos dos elementos de liga nos aços e ligas
especiais não são apenas alterações nas fases ou constituintes presentes em
equilíbrio, mas também na maneira e velocidade com que estas fases se formam,
alterando também as características das fases presentes.[2]
O Manganês pode ser usado como um elemento de liga na maioria dos aços.
Adicionado para aumentar a resistência e dureza, reduzindo a plasticidade, bem
como para aumentar a temperabilidade. Combate a fragilidade causada pelo enxofre
(sulfeto de ferro) através da formação de um sulfeto de manganês (MnS). Níveis
elevados de manganês produzem um aço austenítico com melhor resistência ao
desgaste e abrasão.[3] O aço manganês, também conhecido como aço Hadfield, é
uma liga de aço e de manganês. Na composição do aço comum, há a inclusão do
manganês, porém a parcela de manganês é muito pequena, podendo variar de
0,15% a 0,8%. O aço manganês contém cerca de 1% até 15% no que tange a
adição de manganês na composição do aço, sendo que possui uma forte tendência
de ser dissolvido na ferrita. Ao se adicionar este mineral na composição de uma liga
de aço, diversas propriedades são adquiridas e são únicas quando comparadas com
outras ligas, como a resistência ao magnetismo, resistência à abrasão, durabilidade
e dureza extrema que se torna ainda melhor na superfície, sem que haja um
aumento na fragilidade do material. Aços com alto manganês são aplicados como
aços estruturais e aços manganês de baixa liga são aplicados como aços para
construção mecânica e principalmente produtos que passam por forjamento. [3]
Tabela 1. Tabelas que descrevem os tipos de aços manganês de acordo com sua composição
química pela SAE-AISI e pela UNS.
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.Fonte: [3]
Figura 4. Diagrama de fases para ligas de F-Mn, feito por métodos de termodinâmica computacional.
Fonte: http://www.calphad.com/iron-manganese.html
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2.2. PROCESSOS DE FABRICAÇÃO
Uma das principais vantagens dos metais está em poder ser deformado,
atingindo as formas desejadas. No caso, em particular dos aços, essa deformação
conduz a alterações em suas propriedades.
A conformação mecânica tem, portanto, dois efeitos principais: dar forma e
altera propriedades ou características do material. Existem diversos tipos de
processos para deformar e conformar os metais, mas no caso será tratado sobre a
conformação a quente, conformação a frio, forjamento e fundição.[2]
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O aumento da temperatura de trabalho resulta em diminuição da resistência
mecânica e, consequentemente, diminuição da energia necessária para deformação
e aumento da ductilidade.
No trabalho a quente, o tamanho do grão e a microestrutura podem ser
alterados, por meio da recristalização. Sendo a recristalização o principal mecanismo
de alteração de microestrutura no trabalho a quente. Quando a energia de
deformação armazenada no material atinge determinado nível, conforme o material e
a temperatura, ocorre a nucleação de novos grãos não deformados, assim
ocorrendo o fenômeno de recristalização. Além de praticamente eliminar o aumento
de resistência associado ao encruamento, a recristalização forma novos grãos.
Dependendo do controle do processo de deformação (temperatura, grau de
deformação), é possível obter elevada taxa de nucleação e evitar que ocorra o
crescimento de grãos. [2]
2.2.3 FORJAMENTO
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O forjamento é a operação mais antiga entre as conformações. É usada para
dar forma aos metais através de martelamento ou esforço de compressão
(prensagem), tendendo a fazer o material assumir o contorno da ferramenta
conformadora, chamada matriz ou estampo.
É um processo normalmente realizado a quente. É indicado por conseguir
excelentes propriedades e por ser o único processo de conformação que consegue a
obtenção de formas e propriedades requeridas para peças de grandes dimensões.[2]
Dentre as formas de forjamento, se destacada a de matriz fechada, por
permitir a economia de material e, o mais importante, por permitir controle da
anisotropia associada ao trabalho mecânico, de forma para orientá-la
favoravelmente.
2.2.4 FUNDIÇÃO
O processo de fundição consiste em despejar o metal líquido num molde
contendo uma cavidade na geometria desejada para a peça final.[6]
Os processos podem ser classificados pelo tipo de molde e modelo e/ou pela
força ou pressão usada para preencher o molde com o metal líquido. O processo de
fundição permite obter, de modo econômico, peças de geometria complexa, sua
principal vantagem em relação a outros processos. Aplica-se a vários tipos de
metais, tais como aços, ferros fundidos, alumínio, cobre, zinco, magnésio e
respectivas ligas.[6]
Porém existem também desvantagens. Os aços fundidos, por exemplo,
podem apresentar elevadas tensões residuais, microporosidade, zonamento e
variações de tamanho de grão. Tais fatores resultam em menor resistência e
ductilidade, quando comparados aos aços obtidos por outros processos de
fabricação como conformação a quente. [6]
O processo de conformação mecânica consiste em uma força externa à
matéria-prima, obrigando-a a adquirir a forma desejada por deformação plástica. Em
outras palavras, são todos os processos que exploram a deformabilidade plástica
dos materiais. O volume e a massa do metal (matéria-prima) se conservam nestes
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processos. Tais processos alteram a geometria do material através de forças
aplicadas por ferramentas adequadas que podem variar desde pequenas matrizes
até grandes cilindros (como os empregados na laminação).[7]
Em função da temperatura e do material utilizado, a conformação pode ser
classificada como trabalho a frio, a morno e a quente. Cada um desses trabalhos
fornecerá características especiais ao material e à peça obtida. Além disso, os
processos de conformação mecânica, desenvolvidos para aplicações específicas,
podem ser classificadas com base em critérios tais como: o tipo de esforço que
provoca a deformação do material, a variação relativa da espessura da peça, o
regime de operação de conformação, o propósito da deformação, etc. Basicamente,
os processos de conformação mecânica para a produção de peças metálicas inclui
um grande número que, entretanto, em função dos tipos de esforços aplicados,
podem ser classificados em: forjamento, laminação, trefilação, extrusão e
conformação de chapas (estampagem, embutimento, tracionamento, dobramento e
corte).[7]
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Figura 6. Nucleação dos contornos de grão com transformação da austenita em perlita.
Fonte: Adaptado de VAN VLACK, 2004.
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2.4. ANÁLISES METALOGRÁFICAS
Pode-se definir metalografia como o estudo das características estruturais ou
da constituição dos metais e suas ligas, para relacioná-los com suas propriedades
físicas, químicas e mecânicas.
Para se conseguir essa relação entre estrutura observada ao olho nú, lupa ou
microscópio com as propriedades mecânicas, deve-se seguir uma linha predefinida
de procedimentos de acordo com os objetivos de caracterização a ser realizada. É o
que chamamos, exame metalográfico que pode ser baseado em conjunto de ensaios
com pretensões diversas .
Para a realização da análise, o plano de interesse da amostra é cortado,
lixado, polido e atacado com reagente químico, de modo a revelar as interfaces entre
os diferentes constituintes que compõe o metal.Quanto ao tipo de observação, está
subdividida, basicamente em duas classes: microscópica e macroscópica.
Através das análises macrográficas e das análises micrográficas é possível a
determinação de diversas características do material, inclusive a determinação das
causas de fraturas, desgastes prematuros e outros tipos de falhas. Em razão disto, a
preparação metalográfica tem grande importância na qualidade de uma análise.
Estes microscópios, em geral, possuem sistemas de fotografia integrados, que
permitem registro das análises realizadas.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Materiais utilizados:
● Liga metálica desconhecida
● Lixas com granulometrias: P180, P220, P360, P600, P800 e P1200
● Alumina 1μm e 0,3μm
● Água
● Álcool etílico
● Ácido Nital
● Lixadeira
● Politriz
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● Microscópio óptico Zeiss Scope A1
Metodologia:
Primeiramente foi escolhido o lado da peça mais adequado a ser estudada. A
principal seção a se escolher é de geometria regular em seções longitudinais e
transversais. Verificou-se a homogeneidade do material, e avaliou-se a posição e
verificou-se a existência de imperfeições. O corte da peça foi feito perpendicular às
linhas de marcação para facilitar a macroscópia da peça, o sentido do corte foi
suficiente para a realização de todos os ensaios sem necessidade de um novo corte
posteriormente.
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Figura 8. Peça cortada.
Fonte: Própria
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Figura 11. Politriz
Fonte:Própria
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curvas de profundidade de tratamentos superficiais como têmpera e cementação, a
escala de dureza é contínua, as impressões deixadas no material são extremamente
pequenas, a deformação do penetrador é nula, oferece grande precisão de medidas.
Princípio do método:
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O ensaio possibilitou a observação da heterogeneidade química existente,
resultante da estrutura de solidificação, assim como as alterações sofridas por esta e
devidas a tratamentos posteriores. Permite então evidenciar a distribuição das
impurezas metálicas, não metálicas e gasosas contidas na estrutura. A análise
macrográfica permite igualmente detectar a presença de fissuras, bolhas,
porosidades e gotas frias.
Para a preparação do corpo de prova de macrografia abrange as seguintes
fases: escolha e localização da secção a ser estudada, realização de uma superfície
plana e polida no lugar escolhido, ataque dessa superfície por um reagente químico
adequado. Os métodos mais utilizados em macrografia são aqueles que têm por
finalidade estudar as alterações macrográficas de aços em geral, ferros fundidos,
alumínio bruto e forjado.
Uma primeira tentativa de ataque foi realizada utilizando como reagente uma
mistura de 50% água destilada e 50% HCl(Ácido clorídrico) por 40 min a qual
acabou gerando um resultado inconclusivo. O resultado gerou a necessidade de se
tentar um reagente mais específico para aços com teores consideráveis de
manganês, neste caso usou-se um reagente de 100mL de água destilada com 10g
de Persulfato de Amônio por 10min.
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Σinterceptos
%f ase = valor total de pontos
x 100
n = 2G−1
Na expressão n é o número de grãos contados em uma área de 1 polegada
quadrada, aumentada em 100X e G o tamanho de grão ASTM, considerando que
cada grão dentro do circulo conta como 1, começando ou terminando no meio do
grão contar 0,5 , quando for ponto triplo considerar 1,5 , quando for ponto quádruplo
considerar como 2 e devem-se evitar sempre as junções.
4. RESULTADOS E ANÁLISES
4.1. Microdureza
O teste de dureza Vickers consiste em endentar o material sob teste com um
penetrador com ponta de diamante, na forma de uma pirâmide reta de base
quadrada e um ângulo de 136º entre as faces opostas , utilizando uma carga de 1 a
100 kgf.
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Figura 14. Demonstração da medição de microdureza Vickers
Fonte: Cursos Guru online
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Os resultados foram convertidos para Gpa para uma melhor análise, acerca
das propriedades mecânicas do material, sendo o fator multiplicador da correção:
HV = 0,009807Gpa.
Diante dos valores obtidos de microdureza (média igual a 218,2 HV),
percebe-se que o material passou por exposição térmica (tratamento) ou devido o
próprio processo de fabricação gerou-se um aumento em sua microdureza, já que o
material em sua forma natural possui valores menores de microdureza, na escala de
30HV. Então podendo-se aplicar este material em situações que necessitem maior
resistência mecânica e ao desgaste.
4.2. MICROGRAFIA
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Figura 16. Microestrutura ampliada 100x.
Fonte: Própria.
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Figura 18. Microestrutura ampliada 500x.
Fonte: Própria.
.
Figura 19. Microestrutura ampliada 1000x.
Fonte: Própria.
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Com a microscopia foi possível observa a microestrutura do aço
disponibilizado, uma técnica que possibilita uma observação bidimensional de uma
estrutura com características tridimensionais. Nas imagens obtidas o contorno de
grão é claramente visível, possibilitando a diferenciação dos grãos. Entende-se
também que o ataque químico foi relativamente bom, pois não atrapalhou a
visualização dos grãos. A partir da microestrutura foi possível determinar as fases
presentes no aço em questão, sendo estas a Ferrita equiaxial e a Perlita, o que
estaria de acordo com o Aço manganês 1522 devido ao sua composição química.
Para finalidades de confirmação desta hipótese pesquisou-se outros dados de
trabalhos e fontes exteriores para se comparar com as imagens obtidas.
Figura 20.Comparação das Microestrutura ampliadas em 1000x. A esquerda a obtido pelo projeto, a
direita e referência de um aço 1522.[4]
Figura 21.Comparação das Microestrutura ampliadas em 100x. A esquerda a obtido pelo projeto, a
direita e referência de um aço com composição próxima ao 1522 que sofre forjamento a quente.[5]
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A primeira referência para comparação se trata de uma imagem da
microestrutura do Aço 1522 de acordo com o banco de dados da Total Materia, o
maior banco de dados internacional de Materiais.[4] A segunda referência foi obtida
em um artigo que estuda a microestrutura de aços que sofrem forjamento a quente,
embora a composição química do aço deste artigo não seja exatamente a mesma do
aço estudado no projeto, possuem composição parecida, visto que o artigo
referenciado tem como base um método para estudar aços com 1% de Mn. As
microestruturas apresentam notáveis semelhanças quando a presença das duas
fases e tamanho de grão aproximado. A diferença em relação às formas dos grãos
na primeira comparação pode indicar que a peça estuda passou pelo processo de
forjamento, devido aos grãos característicos de forjamento observados pela
micrografia. A maior semelhança é vista na segunda comparação, que fortalece mais
a hipótese de que da peça estuda tenha passado pelo processo de conformação
mecânica de forjamento a quente, pois, neste processo é possível alinhar as fases
segundo as linhas de fluxo por meio da deformação.[7] Essas alterações de forma
são os principais responsáveis pelo aparecimento da anisotropia de propriedades
mecânicas, característica de produtos conformados a quente.[5] A maioria dos
materiais metálicos passa em alguma etapa de fabricação por processos de
deformação, nesses processos ocorrem várias alterações microestruturais
simultâneas como encruamento, recuperação e recristalização dinâmica.[10]
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Analisou-se microestruturas diferentes para aços com composições parecidas
com a da peça estudada com o intuito de comprovar que processos diferentes
resultam em microestruturas diferentes da encontrada. Na figura 22, é possível ver a
esquerda um aço com 0,35% C, 1,2% Mn e 0,7% Si[8] que passou por forjamento e
resfriamento forçado a ar, que acabou gerando uma microestrutura com fases
diferentes e tamanho de grão bastante reduzido na recristalização. A direita pode-se
ver uma microestrutura que pertence a um aço com 0,16% C e 1,23% Mn que
passou por uma conformação termomecânica de rolamento e em seguida tempera,
produzindo uma microestrutura com grãos bastante pequenos e perdendo parte da
deformação nos grãos que provavelmente tivesse sido obtida na conformação.[9]
Ambas as estruturas são claramente diferentes da obtida pelo projeto, enaltecendo a
constatação de que a peça estudada realmente sofreu forjamento.
Figura 23. Análise de fração de fase usando a micrografia com 500x de aproximação
Com o cálculo da Fração área encontrou-se que a fase 1(mais clara) tem %
fase igual a 60% e a fase 2 (escura), consequentemente, 40%. A estrutura que se
observa depende diretamente das transformações de fase que ocorreram no
processamento ou tratamento da peça estudada.
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Figura 24. Análise do tamanho de grão pelo método ASTM usando a micrografia com 100x de
aproximação
4.3 MACROGRAFIA
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Figura 25. Resultado do primeiro ataque químico para a macrografia, de água destilada com ácido
clorídrico, as linhas de deformação não estão claras.
Figura 26. A imagem a esquerda se trata da análise da superfície atacada com 50% de água
destilada e 50% de persulfato de amônio usando a macrografia a olho nu. Ao lado direito, se trata da
mesma imagem estilizada, com objetivo de melhorar a visualização das curvas.
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Como destacado na imagem, é possível visualizar a olho nu as linhas
curvadas. No caso, sendo possível então identificar que se trata de linhas de
conformação próprias para forjamento, conforme Colpaert.[1]
5. CONCLUSÃO
De acordo com os dados encontrados nas análises de ataque químico, fração
de área, dureza, macrografia e micrografia, em que foi encontrado um teor médio de
0,2% de Carbono e um teor considerável de Mn, aproximadamente 1,1%, o que
permitiu predizer que a peça se trata de uma SAE 1522, um tipo de aço chamado de
Aço-Mn ou Aço Manganês, também conhecido como Aço Hadfield, nomes que se
dão para aços com altos teores de Manganês em sua composição química. A
proximidade em relação ao valor da dureza aferida e a dureza deste aço 1522,
embora haja uma leve diferença talvez causada por erro de medição ou fato de que
a medição da dureza foi feita por microdureza sofrendo influência as fases, pode-se
usar esse resultado para fortalecer a definição do tipo de aço. Os resultados da
macrografia e da micrografia foram cruciais para se encontrar o método de
fabricação pelo qual a peça estudada passou, no caso ficou evidente em todas as
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constatações que a peça sofreu forjamento (conformação a quente) e sofreu um leve
tratamento térmico, no caso uma normalização. A microestrutura característica de
peças forjadas do material e as linhas de deformação presentes na macrografia da
peça serviram consideravelmente para a confirmação destas constatações.
6. REFERÊNCIAS
2. SILVA A. L. V. da C.; MEI P. R.. Aços e ligas especiais. Segunda edição. São
Paulo. Editora Blucher. 2006.
5 JANGA Y,; KOB D.; KIMC B. Application of the finite element method to predict
microstructure evolution in the hot forging of steel. Journal of Materials Processing
Technology, 85-94. 2000.
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7. SCHAEFFER L. Forjamento, Introdução ao Processo. Imprensa Livre. Porto
Alegre. 2001.
13. RED-HILL, R. E.; ABBBASCHIAN, R.L The hardening of steel. In:. . Physical
Metallurgy Principles. 3ed. Boston: PWS Puablisshing Company, 1994. cap.19,
p.632-687.
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15. RIOS, C. T.; AMARAL, M. P.; SOUZA, E. S. Influência de tratamentos térmicos
na microestrutura e propriedades mecânicas do ao SAE 4140. In: Congresso
Brasileiro de Engenharia e Ciência dos Materiais, 22º, 2016, Natal. Anais.
16. SILVA, R. A.; NETO, A. F. Estudo da microestrutura do aço SAE 1045 para a
melhoria da usinabilidade: Uma proposta para a gestão dos processos de usinagem.
In.: International Congress University Industry Cooperation. 4º, 2012, Taubaté.
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