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Projecto de 2010
Norma Portuguesa
Fotografia
oncursos, salões, exposições, mostras,
Regulamento de concursos, ostras, e apresentação
pública de imagens fotográficas
Photographie
Règlement de concours, salons,
alons, expositions, exhibitions, et présentation publique
d’images photographiques
Photography
Rules of contests, “salons”,
alons”, expositions, exhibitions,
xhibitions, and public presentation of
photographic images
ICS APROVAÇÃO
37.040 2010-05-27
ELABORAÇÃO
CT 174 (IPF)
EDIÇÃO
Maio de 2010
CÓDIGO DE PREÇO
X009
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Sumário Página
Preâmbulo ................................................................................................................................................. 4
2 Referências normativas......................................................................................................................... 5
Bibliografia ............................................................................................................................................... 33
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Preâmbulo
Após a publicação da primeira Norma Portuguesa sobre Fotografia – a norma NP 4459-1:2008 –
Vocabulário – Parte I – Equipamento fotográfico – Projectores – Papel fotográfico, filmes, e placas – o
Instituto Português de Fotografia (IPF) e a Comissão Técnica que lhe dá assistência no desempenho das suas
competências como Organismo de Normalização Sectorial (ONS) para a Fotografia – a CT 174 - decidiram
debruçar a sua atenção sobre os concursos de Fotografia, uma área em que muitos operadores assumem
posições de prepotência relativamente aos benefícios que procuram alcançar e de atropelo aos fins próprios
de um concurso de Fotografia e aos direitos dos fotógrafos concorrentes.
Com efeito, não é raros os regulamentos destes concursos inculcarem a ideia de que a entidade promotora
procura sobretudo obter, com baixos custos de produção, o enriquecimento do seu arquivo icónico.
A presente Norma tenta obviar a esta situação e estabelece o quadro padrão da regulamentação concursista
na Fotografia.
Sendo a apresentação publica das imagens o objectivo final de um Concurso esta norma versa, também,
regras da forma como as imagens fotográficas devem ser observadas para serem correctamente avaliadas.
A Norma é constituída por duas partes: na primeira definem-se os termos que devem constar do regulamento
ou documento descritor de um concurso fotográfico; a segunda é constituída por anexos que exemplificam a
sua utilização e ilustram o conceito dessas definições, indicando as "melhores práticas", técnicas e
operacionais, para a apresentação pública das imagens fotográficas.
Os conceitos de Fotografia e de imagem digital que se adoptam são, respectivamente, o da Norma
Portuguesa NP 4459-1:2008 -06.89 - Fotografia: técnica de obtenção de imagens por acção da luz num
material fotossensível e o da Norma ISO 12231:2009 – 2.38: digital imaging system that records and/or
produces images using digital data (sistema de imagem digital que regista e/ou produz imagens usando
dados digitais).
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2 Referências normativas
Os documentos a seguir referenciados são indispensáveis à aplicação deste documento. Para referências
datadas, apenas se aplica a edição citada. Para referências não datadas, aplica-se a última edição do
documento referenciado (incluindo as emendas).
NP 4459-1:2008 Fotografia – Vocabulário – Parte 1: – Equipamento fotográfico – Projectores –
Papel fotográfico, filmes, e placas
ISO 3664:2009 Graphic Technology and Photography – Viewing Images
ISO 23603:2005 Standard method of assessing the spectral quality of daylight simulators for
visual appraisal and measurement of color
ISO/DIS 12231:2009 Photography – Electronic still picture imaging – Vocabulary
CIE 13.3:1995 Method of measuring and specifying colour rendering properties of light sources
3 Termos e definições
Para os fins da presente Norma, aplica-se os seguintes termos e defenições:
3.3 âmbito
Identificação dos universos pessoal e geográfico que o concurso pretende abarcar: nacional ou internacional,
e possíveis restrições de acesso dos concorrentes.
NOTA 1: Define o universo dos fotógrafos que se pretende associar ao concurso. Os concursos de fotografia podem ter um âmbito
nacional, local, regional, grupos, clubes e outros; ou interesse na participação de fotógrafos de todo o Mundo, os concursos
internacionais.
NOTA 2: A decisão do âmbito do concurso não deve ser tomada de ânimo leve já que pode levar a situações em que a qualidade
das obras é preterida pela quantidade, com reflexos nos custos e dificuldades na mostra pública.
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3.4 regulamento
Definição de regras, apresentadas como o articulado de uma lei, numeradas para simplificação de
referenciação, de redacção concisa e unívoca, que devem abranger todas as matérias que possam interessar
para completa informação a todos os interessados.
NOTA 1: A numeração das normas do regulamento pode limitar-se à anteposição a cada texto de um número sequencial ou à
formulação mais complexa da adopção do termo “cláusula” ou “artigo”, antes de cada número.
NOTA 2: O regulamento deve conter toda a informação para que os concorrentes possam avaliar do interesse em participar e
saber quem o organiza e estar disponível, directa ou por acesso externo e digital, até à data limite de inscrição.
NOTA 2: Fundamental a definição se o Concurso se destina apenas aos Profissionais do sector (“aqueles que ganham, ou
ganharam a maioria do seu suporte de vida através da fotografia”, do latim “provisione”, que ganha), ou aos designados como
Amadores (“o que exerce qualquer arte por gosto e não por paga”, do latim “amatore”, que ama).
03.08 calendário
Indicação das datas limite para cada uma das fases do concurso, da inscrição até à classificação, e da
apresentação pública das obras.
03.09 inscrição
Condições e forma de inscrição e, se aplicável, dados sobre a taxa de participação e inscrição de obras.
03.10 aceitação
Determinação dos critérios de selecção e exclusão das obras, da sua adequação às regras e dos métodos de
avaliação para que a imagem seja aceite.
NOTA: Deverá sempre existir um clausulado de não admissão ou aceitação de qualquer prova por decisão da Organização ou dos
Júri do Concurso.
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03.12 prémios
Existência, tipo e condições de atribuição de prémios, monetários e/ou honoríficos, aos concorrentes.
NOTA: No regulamento deve ser evidenciado se a organização do Concurso atribui ou não distinções e prémios diferenciados: por
presença; por obras admitidas após selecção e premiadas após classificação.
03.19 catálogo
Condições e formato do catálogo, ou outra publicação de divulgação dos resultados a concurso e da
exposição.
NOTA: O regulamento deve conter toda a informação para que os concorrentes possam avaliar do interesse em participar e saber
que o organiza.
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NOTA 2: O boletim de inscrição, de conteúdo variável, deve incluir informações do concorrente (nome, morada, país de origem,
contactos e outros que permitam à organização um rápido acesso) e das obras entregues a concurso (categoria, tema / subtema, e
secção a que cada obra se apresenta) e outros elementos: v.g., local, data, especificações técnicas.
NOTA 2: Dos Concorrentes. Os princípios e obrigações do concorrente são éticos. As imagens enviadas a concurso devem ser
originais. Alguns regulamentos contemplam uma cláusula em que o participante certifica que o trabalho é da sua autoria ou se, em
co-autoria, indica claramente os outros autores. Noutros concursos, basta a aceitação do conceito moral que o autor, ao apresentar
essas obras, assume a sua plena autoria.
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Anexo A
(informativo)
A.3.3 âmbito
Os concursos internacionais poderão ser de nível global, ou de uma comunidade (a Comunidade Europeia,
um país, cidade ou localidade, membros de um clube, empresas, associações, etc.).
EXEMPLO: O Concurso de Fotografia “Olhares Plurais” destina-se a todos os fotógrafos residentes em território português.
A.3.4 regulamento
Dos exemplos seguintes, o primeiro é o mais simples e o mais usado.
EXEMPLOS: “5. Haverá três prémios”; “Clausula 5ª. Serão atribuídos 3 prémios”; “Artigo 5º. O concurso terá três prémios”.
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A.3.08 calendário
O calendário tem que ser divulgado na apresentação do regulamento e nele devem constar: data limite para
inscrição/ recepção dos trabalhos; datas de reunião do(s) Júri(s) de Selecção e Classificação; data e forma de
notificação dos resultados (carta, email ou portal); programa e calendário da exposição e das apresentações
públicas; data da sessão de atribuição de prémios. Se for o caso, data de devolução dos trabalhos rejeitados;
data de devolução dos trabalhos aceites e dos premiados.
Para facilitar a organização de concursos de maior dimensão, a data de recepção dos boletins de inscrição é
anterior à data limite para recepção dos trabalhos, para permitir preparar com maior rigor toda a infra-
estrutura de suporte, por se conhecer antecipadamente o número de obras a concurso.
A.3.09 inscrição
Preferencialmente a inscrição deverá ser livre e gratuita. Se existir uma taxa de inscrição ou de participação
(valor pelo total de obras a concurso, por classe, por tema, por secção, ou por cada obra), deverá ser
justificada pelos custos mínimos envolvidos no concurso: exposição, catálogo, organização, e devolução das
obras.
A.3.10 aceitação
Devem ser claras as condições de não-aceitação, ou não devolução das obras.
Como regra deverá imperar o bom senso, tendo em conta os objectivos do concurso, as possibilidades, e a
própria estratégia da organização para a promoção e desenvolvimento da obra fotográfica.
EXEMPLO: “As obras apresentadas a concurso poderão ser rejeitadas quando a Comissão Organizadora ou seus delegados, no seu
juízo de valor, considerem que não está em conformidade com as regras e condições da selecção e exibição”.
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Por CATEGORIA (a Classe, Ordem, Natureza) entende-se a maior estrutura hierárquica possível, associada
a regras limitativas das condições de admissão.
EXEMPLO: Concurso de imagens sobre Arquitectura; Natureza; Fotografias de uma cidade ou região.
É muito usada a expressão Tema Livre associado a qualquer imagem seleccionada pelos concorrentes (seria
mais adequada a designação de Categoria Única). Logicamente podem existir Concursos com uma única
Categoria sem Temas.
EXEMPLO: Exemplo em Portugal: Concursos sobre fotografias do “25 de Abril de 1974”, ou Categoria: Viagens, sem qualquer
limitação.
No meio Profissional concursos realizados pelas respectivas Associações por vezes têm como Categorias
comuns as áreas de trabalho mais representativas do sector: Retrato, Fotografia de Eventos (Casamentos,
Baptizados, e outros eventos sociais), Corpo, Crianças, Fotojornalismo, Publicidade, Comercial e Produtos,
Fotografia Industrial, Natureza Morta, Animais de estimação, com diversos temas e subtemas.
Como TEMA (o Objecto ou Assunto) entende-se uma subdivisão da Categoria em “grupos homogéneos” de
imagens representando o objecto, assunto ou composição a que serão associadas. A diversidade implica
maior capacidade logística da organização.
EXEMPLO: Na categoria Arquitectura podíamos enquadrar Temas como urbana, rural, paisagista, etc.; na Natureza , animais,
flores, insectos, fauna marítima, etc.
As SECÇÕES (a parte ou secção de um todo) indicam as técnicas de imagens aceites em cada grupo
homogéneo. Podem ser associadas a CATEGORIAS ou TEMAS já que caracterizam a forma de obtenção e
reprodução das obras (agrupamento de elementos da mesma espécie) e não o seu conteúdo.
Cada Secção corresponde assim a uma catalogação das imagens segundo a tecnologia com que foram
obtidas.
As mais vulgares são: Secção de Trabalhos ou Provas Monocromáticos ou Monocromos (muitas vezes
incorrectamente designada por Fotografias a Preto-e-Branco); Secção de Trabalhos ou Provas a Cores sobre
Papel ou outra superfície opaca (também conhecida por Imagens Policromáticas, Policromos, Fotografias a
Cores e, por vezes, pelo termo incorrecto de Fotografias Coloridas); Secção de Diapositivos ou
Transparências (erradamente, designados pelo termo inglês Slides); Secção de Imagem Digital (Electrónica
ou Numérica); Secção de Imagens Estereoscópicas; Secção de Processos Antigos; entre outras.
Na “gíria” dos Concursos fotográficos, as definições são mais abrangentes, a imagem monocromática é uma
imagem que varia do cinzento-escuro (negro) a cinzento claro (branco) com diferentes gradações de
cinzento. Mas se essa imagem for “tingida” uniformemente por uma técnica a cor (sépia, azul, prata, etc.)
continuará ser considerada monocromática.
Por outro lado, se um trabalho a preto e branco, for apenas modificado parcialmente, o que supõe alguma
técnica que lhe adicione uma tonalidade de uma ou mais cores em certas zonas, transforma-se numa obra a
cores (policromática) e deve entrar nessa secção. O que acontece frequentemente com a imagem digital.
A fotografia digital, pela sua abrangência (gravação e reprodução, e outras tecnologias) ampliou a noção das
Categorias tradicionais sendo comum o aparecimento da Secção de Imagem Digital, que incorpora todas as
imagens cujo processo fotográfico tem por base um processo não analógico.
Evitando situações complexas, de apreciação subjectiva, o regulamento deve definir claramente que cada
trabalho apresentado a concurso só deve estar associado a uma das Categorias, Temas (ou Subtemas) e
Secção do Concurso.
Por essa razão procura-se normalizar a referenciação das diferentes Secções técnicas por abreviaturas
comuns, em que as letras correspondem aos termos em língua inglesa: M, imagem monocromática; CP,
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provas a cor; CS ou S, diapositivos; DIG, imagem digital; PI, imagem projectada; AV, audiovisuais; VD,
vídeo.
Controverso é o conceito da fotografia ser obrigatoriamente a “realidade”, com especial reflexo no
Fotojornalismo. Hoje, a associação da imagem fotográfica a uma forma de representação mimética de a
qualquer realismo está ultrapassado.
Muitos concursos internacionais incluem temas como o de Imagem Criativa IC, ou Imagem Alterada IR,
que não poderão ser apresentadas a concurso noutro tema, em que a dificuldade maior é o da correcta
interpretação dessas definições.
Nos conjuntos de imagens, surgem os Foto-Ensaios CPID ou Foto-Histórias PJD (Photo Essay ou Photo
Story) em que o fotógrafo não é analisado por uma única imagem, mas pela capacidade de explorar um tema
ou assunto, pela utilização de um conjunto (séries ou sequências) de imagens: transparências, sequências
digitais ou provas impressas que, por montagem de imagens cronológicas ou não e com ou sem apoio
audiovisual, pretendem “narrar uma história”, ou perspectivar novos conceitos de leitura da imagem como
um todo.
E aqui começam as fronteiras entre a fotografia (imagem que “fixa o momento que passa”), o cinema
(conjunto de imagens, sequenciais ou não, que fixam os momentos que passam, organizadas à posteriori por
um processo de planeamento e montagem), o vídeo e outras técnicas mistas, e a zona intermédia de
sequências de imagens fixas, obtidas sequencialmente, nem sempre de pacífica resolução.
Discutível é a tendência para a aceitação nos concursos das designadas Monografias. Monografia é um
estudo ou pesquisa sobre um aspecto particular de uma ciência ou arte, da autoria de uma só pessoa, ou seja
uma análise externa do autor em relação à obra. O que o difere do autor fotográfico que apresenta um
conjunto de imagens organizado segundo critérios que podem ser diversificados, em tempo, locais e técnicas
e com regras “unificadoras” por vezes rebuscadas. Será preferível incluir no concurso o termo Portfolios, ou
Projectos Autorais.
O Portfolio deve ter um nome (não encoberto) e , para estes casos , deve ser fixado um número de imagens
(não de x a y, mas exactamente x), o que permitirá, realisticamente, avaliar se o fotógrafo consegue
transmitir a sua mensagem nesse limite, excluindo – ou nãos redundâncias e/ou falhas.
A.3.12 prémios
Nos primeiros tempos dos “Salões de Fotografia” a maior aspiração de qualquer concorrente era a de ser
seleccionado para a exposição e o catálogo associados ao concurso, o que era comprovado por um carimbo
ou vinheta que a entidade promotora colocava no verso da prova. Havia imagens que mais pareciam uma
colecção do que uma obra fotográfica … Mas, em honra a quem participa considera-se que, mesmo na
actualidade, a organização deveria sempre corresponder ao esforço e interesse dos concorrentes com a
emissão de, pelo menos, um Certificado de Participação.
Os prémios comuns são Placas ou Medalhas de vários níveis; Taças; Troféus Especiais; e outras Honras
contendo a informação do Concurso; Menções Honrosas; e prémios monetários ou materiais.
Cada prémio é associado a uma definição: melhor obra ou conjunto de obras por autor, categoria, tema ou
secção; melhor obra e sequentes numa classificação tipo pódio desportivo (1º, 2ºe 3º, com ex-aequo ou não);
melhor autor global; prémios de patrocinadores; por clubes e outros.
O Júri do Concurso tem o direito de não atribuir todos ou alguns prémios em função dos seus critérios, o que
deve estar expresso no regulamento.
Importante é a definição se são aceites obras já presentes noutros eventos, e se o autor pode ser premiado em
mais que uma Categoria, Tema e/ou Secção, ou pelo conjunto de obras diferenciadas.
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Exemplo: “Serão atribuídos os seguintes prémios: Medalhas FIAP (ouro, prata e bronze), medalhas PSA
(ouro e prata) e medalhas RACAL nas Secções A, B, C e D; Grande Prémio Algarve (Prémio da região de
Turismo do Algarve) para o melhor trabalho, nas secções A, B, C e D; Menções Honrosas FIAP; Medalhas
RACAL para os melhores trabalhos sobre tema Nu nas secções A e B. Medalhas RACAL para “O Melhor
Português” nas Secções A, B; c e D”.
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abordagem sem carácter comercial, em que a arte prevalece sobre outras finalidades e os trabalhos são
devolvidos aos participantes.
Contudo, embora com a mesma designação, existem outros concursos em que o objectivo final tem uma
vertente comercial mais vincada, onde os trabalhos apresentados se destinam ao comércio.
Em qualquer das situações existem direitos e deveres das partes envolvidas que importa estabelecer à partida,
de modo a que se evitem conflitos em momento posterior. Para o efeito, deverá ser subscrito um documento
onde o participante declara expressamente ter tomado conhecimento de todas as regras que regem o
concurso, submetendo-se voluntariamente ao seu cumprimento.
Estando a imagem sujeita à legislação dos Direitos de Autor em vigor no País organizador, devem ser
indicadas no Regulamento quais as regras que os concorrentes aceitam ao enviar os seus trabalhos para o
Concurso, nomeadamente as sobre a autorização de reprodução das obras.
Embora vigorando princípio da liberdade de vinculação entre as partes, a não inclusão de regras desta
natureza pode mostrar-se incompatível com os princípios da boa fé e da proporcionalidade, podendo ainda
configurar situações de enriquecimento sem causa.
No caso de concursos sem carácter comercial, pode ser adoptada a seguinte formulação:
Direitos de Autor
• Os direitos patrimoniais e morais de autor pertencem ao fotógrafo autor das fotografias apresentadas a
concurso;
• Os participantes autorizam a livre utilização pela entidade promotora das fotografias apresentadas a
concurso para fins de divulgação e publicidade da mesma, comprometendo-se esta a fazer sempre
menção ao nome do seu autor, e não podendo as mesmas ser utilizadas com fins lucrativos;
• Os participantes permitem à entidade promotora a reprodução de todas as fotografias que apresentem no
âmbito do presente concurso nos Órgãos de Comunicação Social, catálogos e outros documentos
relacionados com o concurso;
• O suporte utilizado para apresentação de fotografias a concurso (papel e/ou suporte digital) passa a ser
propriedade da entidade promotora, podendo ser livremente utilizado por esta, no contexto descrito
anteriormente;
• Quaisquer alterações ou adaptações às imagens carecem de autorização do autor, tendo em vista a
preservação da autenticidade da obra original.
Em concursos onde a vertente comercial prevaleça sobre a de competição artística, designadamente nos
casos em que as entidades promotoras têm em vista a aquisição de direitos patrimoniais de autor sobre
imagens fotográficas, poderá ser utilizas a seguinte formulação:
Direitos de Autor
• Os participantes, para efeitos do cumprimento do disposto no artigo 41º do Código de Direitos de Autor
e Direitos Conexos, autorizam, por escrito, a utilização das imagens pela entidade promotora para fins de
divulgação e publicidade, comprometendo-se este a fazer sempre menção ao nome do seu autor. A
entidade promotora, enquanto titular dos direitos de autor de conteúdo patrimonial sobre as imagens
premiadas, tem o direito de as utilizar e explorar, em Portugal ou no estrangeiro, sem qualquer restrição
quanto ao tipo e por qualquer modo actualmente conhecido ou que de futuro o venha a ser, podendo
ainda transmitir, total ou parcialmente, a título definitivo ou temporário, tais direitos a terceiros, bem
como conceder licenças, de carácter exclusivo ou não;
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As informações devem ser inscritas nas costas da prova ou da imagem, evitando-se se nos diapositivos a
colagem de etiquetas que dificultam a sua projecção. Nos concursos que o determinem é também aposto o
“título” que o autor atribui à sua obra (este item não deve ser obrigatório).
Factor muitas vezes esquecido
ecido (mas que gerou já profundas polémicas e até graves erros na análise das
imagens) é o da indicação nos diapositivos do formato correcto para projecção, um círculo ou símbolo, com
o nº de ordem da imagem em cada Secção.
Num diapositivo visionadodo correctamente sob uma fonte de iluminação directa, o sinal será colocado no
canto superior esquerdo do caixilho. O sinal ficará colocado no canto inferior direito do caixilho invertido
quando se coloca a imagem na posição correcta num projector pelo que,
que, quando se pega o diapositivo entre o
polegar e o indicador da mão direita, a marca fica tapada pelo polegar (“thumb
(“ spotted”).
”).
Visionamento directo Colocação para correcta projecção
A.3.17
3.17 número e apresentação dos trabalhos
O número de trabalhos a admitir ao Concurso depende da capacidade da entidade organizadora na recepção,
tratamento, organização, segurança e custos associados ao evento, nomeadamente na sua fase final
(exposição final dos trabalhos concorrentes e apresentação publica).
Associa-se
se à Categoria/Secção, sendo normal limitar um número máximo de trabalhos, independentemente
das Secções a que o concorrente se pretende apresentar.
EXEMPLO: “O concorrente pode apresentar
ar até 3 trabalhos por cada secção com um número máximo total de 10 obras”.
Excluem-se
se os concursos que aceitam Portfolios e Projectos Autorais com regras muito específicas.
A dimensão e apresentação das obras a concurso é um dos aspectos mais díspares dos do Concursos já que
depende das capacidades da organização e da forma com que se pretende atingir o público-alvo.
público
Regra básica é a indicação da forma de apresentação das fotografias e das dimensões, fixas, máximas e
mínimas, das provas e, eventualmente da própria
p imagem.
Alguns concursos obrigam a que os trabalhos estejam “enquadrados numa moldura /montagem externa,
normalizada”; outros, por razões de organização de exposição, preferem as obras sem montagem. O
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importante neste caso é que o critério seja conhecido evitando uma mostra diferenciada não apenas pelo
conteúdo.
Quanto aos diapositivos a dimensão mais aceite é o clássico “35 mm” (diapositivos de tamanho
24 mm × 36 mm) montados em caixilhos de tamanho 5 cm × 5 cm.
Na imagem digital, deve ser informado o formato das imagens que poderão ser recebidas. Os mais vulgares
são jpg, jpeg, gif ou png, sendo mais utilizado o jpeg. As capacidades da organização na projecção,
publicação de catálogo ou outra forma de apresentação pública, determinam a definição das regras para sua
aceitação.
Nos concursos com maior capacidade organizativa é normal aceitar imagens digitais organizadas em
ficheiros redimensionados no mínimo a 72 dpi, formato JPEG, com 1024 pixéis a 1500 pixéis (lado maior) e
768 pixéis a 1500 pixéis (lado menor), com compressão jpg de índice máximo 12, o que corresponde a um
ficheiro com cerca de 3 Mb. Na maioria dos concursos não são admitidas imagens em RAW ou TIFF por
limitações técnicas e questões relacionadas com direitos de autor.
Se a organização permitir o envio destas imagens por e-mail, deverão ser identificadas uniformemente e ser
acompanhadas pelo respectivo boletim de inscrição.
A.3.19 catálogo
Obrigatória a informação se a Organização irá produzir algum catálogo e se nele constarão todos os
trabalhos, ou apenas os aceites e premiados; e em que condições ele será entregue ou enviado aos
concorrentes (a todos, aos que pagaram a taxa de inscrição, por um valor adicional de aquisição, em formato
electrónico, etc.).
Esse catálogo deve inserir, além da ficha técnica do evento, o regulamento, composição e actas ou extractos
relevantes das mesmas emanados do Júri, publicação de pelo menos uma fotografia premiada por classe ou
tema, e relação de todos os concorrentes com indicação dos que foram admitidos para exposição e
premiados.
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Em concursos mais especializados por vezes é inscrita uma cláusula impeditiva da reprodução das imagens
fora do Catálogo ou com uma qualidade inferior a determinados parâmetros, obrigando-se os concorrentes a
formalizar a sua aceitação, no boletim de inscrição ou na própria obra.
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Anexo B
(informativo)
IDENTIFICAÇÃO (IDENTIFICATION)
Data limite para entrega dos trabalhos (Closing Date) – xx xxxxxx xxxx
CLASSE/TEMA (Classe) A. LIVRE (GENERAL)
AM1
AM2
AM3
APC1
APC2
APC3
AS1
AS2
AS3
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Anexo C
(informativo)
Seleccionar ou premiar uma obra fotográfica não constitui um “julgamento” definitivo dessa imagem. O que
o Júri faz, em função dos seus conhecimentos e posição crítica, do tipo e número de obras a concurso, entre
outros factores, é analisar as entradas a concurso e seleccionar as que considera mais adequadas a esse
contexto. O que significa que uma obra pode ser seleccionada ou premiada num concurso e noutro nem ser
aceite, sem que esse facto represente o seu valor numa escala absoluta. A não ser que a rejeição se repita com
outros Júris.
Grelha de Avaliação
Itens de avaliação mais utilizados nas grelhas dos Concursos: adequação à Classe, Tema e Secção a que a
imagem se apresenta; execução e qualidade técnica (tomada de vistas, impressão, apresentação, tratamento
da imagem final nas imagens digitais); características de atracção visual (força descritiva; impacto
emocional, enquadramento, composição, significado, originalidade); e de identidade autoral.
Sistemas de Qualificação e Classificação mais comuns
Sistema designado por “Australiano”
O sistema “australiano” de classificação de obras fotográficas baseia-se na classificação por opinião directa e
conhecida do Júri, em sessão que poderá ser aberta ao público.
De início cada membro do Júri classifica as obras, uma a uma, com um valor de 0 a 5 (de 0 – não aceite a 5 –
excepcional, o que significa aceite obrigatoriamente).
Em função do número de provas a concurso (por classe, tema, secção) são definidos os valores mínimos de
passagem para a fase seguinte (geralmente 3 fases). As provas que são classificadas com um 0 ou 5 são
obrigatoriamente analisadas em conjunto devendo os membros do Júri pronunciar-se sobre a sua opção que
ficará exarada em acta.
Exemplo: “Concurso de Categoria e Tema Livre, com duas Classes (provas monocromáticas e diapositivos).
Foram recebidas 500 provas monocromáticas e 3000 diapositivos. O Júri é constituído por 5 membros. Os
valores mínimos e máximo da pontuação serão assim (0 = 5 vezes 0 pontos e o máximo 25 = 5 vezes
5 pontos). Previamente a Organização e o Júri acordaram o número de 3 sessões de classificação, sendo os
limites mínimos para ultrapassar a primeira fase de 11 pontos (média de 2 pontos vezes 5 Júris + 1 ponto), e
para a segunda fase de 16 pontos (média de 3 pontos vezes 5, mais 1 ponto). Na última fase, após a
classificação final das provas, o Júri obrigatoriamente emite uma declaração de voto sobre as provas
classificadas nos primeiros lugares, prémios e menções honrosas”.
Sistema BSA (também aconselhado pela FIAP)
Nos concursos cujo regulamento é aceite pela BSA e FIAP, o Júri (o mesmo da selecção e avaliação) tem
que ter, no mínimo, 3 membros que obrigatoriamente visionam todas as imagens a concurso e votam se
devem, ou não, ser seleccionadas.
O sistema de votação pode variar de concurso para concurso.
O mais comum é o da tabela de votação de 1 a 5 (ou de 1 a 4; de 1 a 9 ou até de 1 a 100), sendo o 1 atribuído
a uma imagem “fraca” e o 5 (ou o máximo de outra escala) reservado para uma considerada “excepcional”,
potencialmente candidata a prémio.
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Na generalidade, um sistema usado principalmente na fase de pré-selecção dos concursos com muitas obras,
é o chamado “In or Out” (fica ou sai), em que o Júri utiliza apenas os valores mais alto e baixo da tabela.
Neste caso uma obra não pode ser aceite ou rejeitada por um único membro do Júri, mas apenas por uma
maioria de votos.
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Anexo D
(informativo)
Problema complexo, pelas suas repercussões nos resultados técnico, estético e de interpretação objectiva e
subjectiva das imagens, é o das condições de visualização das fotografias pelos Júris e pelos visitantes das
Exposições.
Essas condições baseiam-se em dois conceitos.
O primeiro tem como referencial normativo as definições da norma ISO 3664:2009 – Graphic Technology
and Photography – Viewing Conditions.
O segundo assenta na consciência de que, por razões operacionais, será muitas vezes tecnicamente
impossível garantir as condições ideais nesses actos. No entanto, é obrigação das comissões organizadoras
garantir um mínimo aceitável para condições de iluminação e ambientais de apresentação das obras. Para
além de uma obrigação técnica, é “uma obrigação moral” de respeito e consideração pelo esforço e trabalho
que os autores certamente colocaram na tomada de vistas e tratamento laboratorial das suas obras, que
poderão ser totalmente anulados por erros grosseiros de iluminação na visualização crítica e pública.
Esses valores continuarão a persistir independentes da evolução tecnológica, já que são condicionadas pela
psicologia e fisiologia da visão, ciências mais ou menos estabilizadas.
CONDIÇÕES TÉCNICAS DE VISUALIZAÇÃO DA IMAGEM FOTOGRÁFICA
As regras de visualização da imagem fotográfica ou produzida por outros meios gráficos assentam num
princípio-base: o uso de iluminações com maior intensidade do que teoricamente seria expectável, para
garantir a máxima capacidade de reprodução de densidades e restituição de tonalidade de cinzentos ou cores
nos media usados, principalmente na fase de análise e classificação pelo Júri.
Essa noção provém do conceito prático de que essas imagens, embora tenham uma aparência um pouco mais
densa do que sob uma iluminação normal de interior, correspondem melhor à prática corrente dos fotógrafos
produzirem imagens mais contrastadas para os concursos, acreditando que o seu impacto visual no Júri seja
superior.
CONDIÇÕES DE ILUMINAÇÃO TECNICAMENTE REQUERIDAS E ACEITÁVEIS
Os princípios de iluminação de imagens fotográficas devem adequar-se quanto possível à parametrização
normalizada publicada na Norma de referência ISO 3664:2009 .
São aferidos por tabelas de referência em todas as acções de comparação crítica de imagens: provas positivas
e visualização directa de transparências; avaliação directa e prática de provas fotográficas; visualização na
projecção de transparências e visualização em monitores coloridos.
A sua especificidade obrigaria a desenvolver um léxico de vocabulário técnico complementar ao já publicado
na Norma Portuguesa do Vocabulário, NP 4459-1:2008. Esse léxico estará disponível na tradução da Norma
de referência ISO 3664:2009.
Este anexo reflecte apenas as orientações, em regras práticas e operacionais, aplicáveis aos Concursos,
Mostras e Exposições Fotográficas.
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Logicamente, a terminologia do dia-a-dia, difere da científica e técnica. Por exemplo, quando referimos uma
fonte luminosa (uma vela, uma lâmpada, um flash, ou a luz do sol) é vulgar caracterizá-la por uma curva que
ilustra o seu comprimento de onda e que se conhece como o espectro luminoso tipo luz do dia, lâmpada de
tungsténio ou fluorescente, flash e outras (distribuição ou curva espectral). Esta é uma definição incompleta e
nada rigorosa.
Os condicionantes de iluminação teóricos a tomar em conta são:
A Matiz ou Qualidade da Cor (na gíria a noção da “cor em si”), que é garantida por quatro características
primárias:
• Cromaticidade, determina a aparência da cor do assunto sob a influência uma fonte luminosa. Existem
métodos acessíveis, para a sua verificação, que analisam as chamadas coordenadas num gráfico de
cromaticidade em relação a um ponto de reprodução de referência. Normalizado pelo índice de
cromaticidade cujo valor de referência é de 0,300. É especificada pelo observador de referência
colorimétrico CIE de 1964 para garantir a compatibilidade com o método apresentado na Norma
ISO/CIE 23602.
• Temperatura de Cor Correlacionada, determina a restituição da qualidade da cor na origem sob a
incidência de uma determinada fonte luminosa. A sua unidade de medida é o kelvin (de símbolo K). O
valor recomendado, similar à chamada “luz do dia”, varia de 5000 K a 5500 K.
• Distribuição Espectral Relativa da Potência do iluminante de referência, que é o iluminante
normalizado CIE D50, como definido no Quadro T.1 da Norma CIE 15-2004.
Corresponde à distribuição, mais ou menos uniforme, da energia espectral emitida por uma superfície.
Este componente é responsável pela verdadeira “impressão digital” de uma cor (reflectida ou absorvida),
principal factor para que a reprodução de uma imagem fotográfica seja correcta sob uma certa fonte
luminosa.
• Índice de Restituição das Cores – CRI, mede o grau em que a cor psicofísica de um objecto iluminado
por um iluminante teste é conforme à do mesmo objecto iluminado pelo iluminante de referência. É
verificado pela variação do valor em relação ao espaço cromático CIELAB (escala de 0 a 100), com o
iluminante normalizado CIE D50 através dos testes CRI e CIE51. Quanto maior o número, maior será a
capacidade de reproduzir correctamente as cores.
A resultante da integração destes componentes está presente em todas as fontes de iluminação e é conhecida
pelo seu Iluminante.
O Iluminante de uma fonte luminosa é representado por um conjunto de letras/números que indicam a
qualidade espectral de um tipo de luz emitida aplicado em todas as medições e na aplicação informática
(software) de análise colorimétrica. Formalmente é verificado pelo iluminante normalizado CIE D65 (por
vezes descrito apenas como D65), que corresponde à luz solar do meio-dia na Europa Ocidental, e por isso é
conhecido como iluminante da luz do dia.
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Fontes luminosas fluorescentes (existiam mais de 20 tipos, hoje em dia, 12 são activos)
F2 (ou F; F02; FCW; CWF; CWF2, Lâmpadas fluorescentes, conhecidas como tipo As mais comuns em escritórios
identificações não normalizadas) “ fluorescente luz do dia fria”
4100 K / CRI 60
Na restituição correcta das cores e tonalidades de cinzento, para além da Matiz das cores temos que ter em
consideração duas características das fontes de iluminação não menos importantes:
• A Intensidade Luminosa (ou curva de distribuição da intensidade da luz), que determina a variação
da radiação visível existente em todo o espaço da imagem, sem provocar zonas de maior ou menor
iluminação. Na gíria, diz-se tratar de zonas de “altas ou baixas luzes, ou as zonas claro-escuro” não
naturais nas imagens.
É geralmente a iluminância, de unidade lux (de símbolo lx), ponderada por zonas, que é medida nos
positivos ou provas de contacto.
Na luz transmitida na projecção de transparências ou diapositivos é medida a luminância (de unidade
candelas por metro quadrado (de símbolo cd/m2), ou lúmen por esterradiano (de símbolo lm/sr). O valor
recomendado é de 2000 lux para positivos e 1270 cd/m2 para transparências.
• O Equilíbrio ou Nivelamento, que se traduz por “desvanecimento da iluminação do centro da imagem
para os bordos”, provocando um desequilíbrio na sua leitura global.
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Este factor, complementar do anterior, é verificado pela leitura pontual do efeito da iluminação ao longo dos
eixos diagonais da imagem (em positivo ou transparência).
Impressões e Provas de Contacto Transparências
(superior a 60 % da iluminância (superior a 75 % da luminância
do centro da imagem) do centro da imagem)
2000 1270
lx cd/ m2
Além das características de iluminação e restituição da imagem em si, é fundamental controlar duas
condições complementares, relacionadas com os locais da apresentação:
• As condições do Meio Ambiente, ou seja as condições luminosas do meio envolvente à imagem a
analisarem (moldura, expositor, e outras, da sala como as zonas reflectoras do tecto, paredes, suportes de
iluminação, espelhos), que afectam as características de reprodução das tonalidades e cores.
Para evitar as dificuldades da sua medida, as organizações dos Concursos de maior rigor definem condições
obrigatórias para a iluminação das salas durante as exibições e projecções e, principalmente, da iluminação
das provas e transparências na fase de análise e classificação.
Parâmetro influente na análise das provas é o factor de reflexão das provas e positivos e o factor de
transmissão dos diapositivos.
Nos Positivos e Provas de Contacto, a zona envolvente da imagem deve ser do tipo neutra mate (neutral and
matt) com um factor de reflexão entre 10 % e 60 % na superfície (sendo 60 % o valor recomendado para os
sistemas que usam o cartão cinzento Munsell N8 para verificação).
Para as transparências o meio envolvente deve ser mais cuidado e rigoroso com um nível de luminância entre
5 % e 10 %, do valor recomendado ao centro da imagem, numa área de 50 mm em todas as direcções.
• Por fim, mas não menos importante, a condição do Posicionamento do Observador, ou seja o ângulo
de visão das imagens, certamente dos mais descurados, mas determinantes no correcto visionamento e
análise das imagens.
Basicamente, esta condição depende da conjugação de vários factores - fonte luminosa, dimensão da imagem
em si e do posicionamento dos olhos do observador, de forma a minimizar luminosidades, reflexos
indesejáveis e outros desviantes do correcto visionamento.
Não existindo um posicionamento normalizado de visionamento, os mais adoptados são a 90º na horizontal
ou na vertical ou, até 45 º em relação a um plano inclinado onde se coloca a imagem. Mas podem aceitar-se
outros posicionamentos que garantam a leitura normal da dimensão da imagem (cerca de duas vezes o
comprimento da sua diagonal) e permitam aproximação para o visionamento de pormenores ou imagens de
menor dimensão.
FERRAMENTAS E PRODUTOS AUXILIARES
Na análise da cor em si, nomeadamente dos rendimentos luminosos nos visionadores de diapositivos e
provas positivas, e da imagem projectada pelos projectores de diapositivos, existem no mercado miras e tiras
técnicas normalizadas que auxiliam a comparação e aferição da restituição luminosa e colorida.
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A PSA e a FIAP, assim como outros organizadores de Concursos, obrigam mesmo à utilização de estantes
visionadoras fixas ou portáteis de provas e transparências (light stands, judging prints light box, color
viewing stations, transparency viewers), construídas industrial ou artesanalmente, sob critérios bem
definidos.
O uso de fotómetros, cartões de densidade neutra para análise das tonalidades de cor e cinzentos, lupas de
ampliação complementam a capacidade para criação das condições correctas de visualização.
Erro básico é escolher a fonte luminosa pela apenas potência ou tipo de iluminação (incorrectamente
designadas por luz do dia, luz fria, luz quente e outras) por indicação de panfletos de dados técnicos menos
correctos, muitas vezes mal traduzidos ou omissos.
O fluxo luminoso de uma fonte de luz (vulgarmente associada à quantidade de luz) corresponde à radiação
emitida pela fonte luminosa como é avaliada pelo olho humano. O fluxo luminoso tem como unidade o
lúmen (de símbolo lm). Uma fonte de luz é também caracterizada pela sua eficácia luminosa, ou seja pelo
quociente desse fluxo luminoso dividido pela potência total, de unidade watt (símbolo W) consumida por
essa fonte, expressas em lm/W.
Essas grandezas determinam mais o custo, rendibilidade, duração e são inerentes a qualquer fonte de luz,
mas não correspondem aos critérios adequados para a correcta restituição dos tons e cores da imagem. E já
existem no mercado lâmpadas do tipo díodos emissores de luz (LED), constituídas por vários díodos
fotoemissores de grande luminosidade, de iluminação equilibrada e direccionada, com um diversificado
conjunto de formatos e tipologias luminosas, tecnologias inovadoras e a preços acessíveis.
É fundamental não menosprezar outro factor, não directamente relacionado com as fontes de iluminação e a
luz ambiente que contribui para a leitura correcta de uma imagem por diferentes observadores.
Sabemos que o olho humano (apoiado pela memória, hábito e interpretação) tem uma excelente capacidade
de adaptação à variação da temperatura de cor das fontes de luz entre 2800 K e 6500 K. Nesse intervalo de
temperatura de cor, os materiais fotográficos usuais podem apresentar maior diferenciação em relação à
própria iluminação em si (luminosidade, intensidade, contraste, véu evidente, etc.) do que à própria
temperatura de cor.
Esta capacidade do olho humano torna-se evidente se analisarmos fontes luminosas com “picos “ de
iluminação, por exemplo lâmpadas fluorescentes que, podendo teoricamente emitir a mesma cromaticidade
que uma fonte tipo luz do dia, geram imagens com uma “visibilidade” diversa da original (azulada,
esverdeada, anil, violácea, e outras), principalmente nas transparências directas não corrigidas.
O fenómeno psicofisiológico que permite ao observador, em condições de iluminação diversas (ou vários
observadores perante a mesma imagem), terem uma percepção – não real - da mesma “cor ou tonalidade”, é
conhecido como Metamerismo (ou Metameria).
O problema é que a metameria varia, entre outras, com as condições físicas do observador, a distância e o
ângulo de visão. O que acontece nas sessões de análise e mostra das imagens.
Apresenta-se, resumida, uma tabela de fontes de iluminação normalizada para a correcta reprodução das
tonalidades e cores em diferentes condições de visualização e os limites, teoricamente aceitáveis, para a sua
variação.
SUMÁRIO DAS CONDIÇÕES DE VISIONAMENTO -segundo a Norma ISO 3664:2009
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Nas acções de visionamento directo das imagens (o que acontece geralmente nas primeiras sessões dos
membros do Júri)
Código da condição de P1 T1
visionamento, segundo a Norma
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Código da condição de P2 T2
visionamento segundo a Norma
Uniformidade da iluminação da Superfícies < 1 m2: luminância / luminância (no centro) ≥ 0,75 Não aplicável
imagem
iluminância / iluminância (no centro)
≥ 0,75
Superfícies > 1 m2:
iluminância / iluminância (no centro)
≥ 0,60
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Anexo E
(informativo)
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Provas Fotográficas Condição ISO P1 (2000 ± 500) lx Visão entre 0º (na vertical ou
(positivos) horizontal) ou até 45º em estantes
(2000 ± 250) lx Temperatura de cor pode baixar até 2800 K se forem apropriadas
(recomendado) usadas lâmpadas de tungsténio (a)
Visionamento de Condição ISO T2 Temperatura de cor pode baixar até 2800 K se forem
Transparências por usadas lâmpadas de tungsténio (a)
Projecção
EXIBIÇÂO PÚBLICA DAS IMAGENS (Exposições, Mostras, Montras, Vitrinas, Projecções e outras)
Provas Fotográficas Condição ISO P1 Nível de iluminância pode baixar até 375 lx Visão entre 0º (na vertical ou
(positivos) horizontal) ou até 45º em estantes
Temperatura de cor pode baixar até 2800 K se forem apropriadas
usadas lâmpadas de tungsténio (a)
Visionamento directo Condição ISO T1 Nível de luminância pode baixar até o máximo entre Iluminação difusa
de Transparências 240 cd/m2 e 1000 vezes o valor da luminância de névoa
por encadeamento (b)
Temperatura de cor pode baixar até 2800 K se forem
usadas lâmpadas de tungsténio (a)
Visionamento de Condição ISO T2 Nível de luminância pode baixar até o máximo entre
Transparências por 40 cd/m2 e 1000 vezes o valor da luminância de névoa por
Projecção encadeamento (c)
Temperatura de cor pode baixar até 2800 K se forem
usadas lâmpadas de tungsténio (a)
a) Com fontes luminosas de temperatura de cor correlacionada diferente de 5000 K, as qualificações do metamerismo e do índice de restituição das
cores descritas nesta Norma ISO não se aplicam. Nestes casos, o utilizador deve basear-se sobre a similitude da distribuição espectral relativa da
potência da fonte luminosa de tungsténio como um radiador teórico de Planck. Se as distribuições espectrais relativas de potência forem
similares, as cromaticidades, as diferenças metaméricas e as restituições das cores também serão similares.
b) A iluminância de névoa por encadeamento, numa situação típica de visionamento directo, deve ser aproximadamente 0,3 vezes o valor da
iluminância da luz ambiente incidente na superfície do dispositivo de iluminação.
(c) A luminância de névoa por encadeamento numa situação típica de visionamento por projecção deve ser aproximadamente 0,0016 vezes o valor da
luminância da luz ambiente incidente no ecrã de projecção.
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Bibliografia