Choque séptico: importante causa de morte hospitalar após alta da
unidade de terapia intensiva.
O artigo "Choque séptico: importante causa de morte hospitalar após alta da unidade de terapia intensiva", escrito por estudantes da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (SP), foi realizado com o intuito de mostrar e avaliar as causas e os fatores associados a mortes de pacientes na enfermaria que receberam alta de unidades de terapia intensiva, com destaque, tem-se, a principal causa de óbito, o choque séptico. O artigo faz uma abordagem, de forma significativa, sobre o estudo realizado em relação às taxas de mortalidade devido o choque séptico. Dessa maneira, os autores procuraram avaliar os registros de todos os pacientes admitidos no período de 1° de fevereiro de 2013 a 30 de abril do mesmo ano em duas unidades de um hospital universitário público/privado, envolvendo também dados demográficos, clínicos, escores de risco e desfechos, retirados do Sistema de Monitorização Epimed e confirmados a partir do sistema de registro eletrônico do hospital. O artigo organizou-se pela introdução do assunto no âmbito brasileiro, seguido da metodologia utilizada e, os resultados obtidos. Em sua introdução, relata que o número de pacientes idosos com múltiplas comorbidades e que também, são constantemente subjugados a tratamentos prolongados, têm sido cada vez maior. Provavelmente esses pacientes, quando instalados em enfermarias ou outras unidades hospitalares, não recebam o determinado suporte, cuidados e atendimento qualificado, já que até leitos de cuidados semi-intensivos são desconhecidos no Brasil ainda que aja uma crescente demanda por eles. As crescentes solicitações por leitos podem ser causa da agilização de altas para enfermarias de pacientes que ainda não encontram-se totalmente livres de risco. É relevante observar que, em métodos, relacionado ao estudo piloto, foi realizada a avaliação de registros de todos os pacientes que foram admitidos, de abril a fevereiro de 2013 em duas unidades de 20 e 23 leitos de um hospital universitário público/privado. Para a análise dos dados demográficos, clínicos e, os outros citados, foi utilizado o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), posteriormente, os resultados foram apresentados por meio de tabelas. na primeira tabela foi demonstrado os dados clínicos, demográficos, medidas de suporte, escores prognósticos e taxas de letalidade dos pacientes admitidos no período. Dentre as causas mais comuns de admissão, foi destacado a Sepse, doenças neurológicas e insuficiência respiratória. Na segunda tabela foi demonstrado as características clínicas dos pacientes que morreram após a alta, e na terceira tabela são apresentadas as causas de mortes na UTI e após a alta da unidade, evidenciando que as principais causas de óbito foram choque séptico, em 51,2% faleceram na UTI e 58,3% após a alta. No tópico discussão, foi evidenciado no estudo que a taxa de mortalidade pós-alta foi quatro vezes maior em um grupo, assim discutindo algumas hipóteses como possíveis causas. Como primeira hipótese, foi relatado a pressão exercida para uma maior rotatividade de leitos tendo em vista a alta demanda de vagas, assim, causando uma alta mais precoce da UTI. É provável também que os cuidados pós-alta possam ser diferentes em vista da cobertura financeira e suporte oferecido na UTI. Em relação aos cuidados, é possível que esses pacientes não estejam recebendo o cuidado integrado e especializado para tal grau de fragilidade. Por fim, retratou-se no artigo que o choque séptico foi a principal causa de morte hospitalar após a alta da UTI, tendo em vista que o tempo de estadia mais prolongada na unidade e, a saída para a enfermaria do sistema publico de saúde associaram-se com maiores taxas de morte hospitalar. As informações fornecidas e apresentadas no artigo, evidencia uma visão mais objetiva e clara dos fatores associados as mortes na UTI, com uma abordagem mais ampla do assunto. Além disso, evidencia a importância da busca do reconhecimento e da conduta precoce frente aos pacientes sépticos, tanto no ambiente de terapia intensiva como em outros setores de internação hospitalar. Dessa forma, é válido ressaltar, que este estudo tem grande valor acadêmico, na área da saúde, pois mostra falhas nos serviços prestados.
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