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(gT

Kai Loh Uemoto


PRIMEIROSPASSOS
da QUALIDADE
NO CANTEIRO DE OBRAS

Kai Loh Uemoto

• Bacharel em Química pelo


Instituto de Química da
Universidade de São Paulo em
1972
PROJETO,EXECUCÃO
• Mestre em Engenharia pela
t:.1NSPEÇAO D"E
P Inturas
EPUSP - Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo em
1992

• Doutora em Engenharia Civil pela


EPUSP - Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo em
1998

• Química Pesquisadora do
Agrupamento de Materiais de
Kai Loh Uemoto
Construção Civil da Divisão
de Engenharia Civil do Instituto
de Pesquisas Tecnológicas do
stado de São Paulo S.A. (IPT)
de 1973 a 1996
PRIMEIROSPASSOS
da QUALIDADE
NO CANTEIRO DE OBRAS

,...
PROJETO,EXECUCAO
~I NSPEÇAO D"E
Pinturas

Kai Loh Uemoto

~T CAI A
.fl/l)lI//{1i1 () Nome da Rosa Eduora LIda.

Editora
Tula Melo
Esta publicação é resultado de uma parceria
oordenação técnica entre o CTE- Centro de Tecnologia de Edificações
Roberto de Souza
e a CAIXA- Caixa Econômica Federal. Esta par-
..
Revisão
ceria representa um significativo ganho tanto
Ilelena Guimarães Bittencourt
para o corpo técnico da própria CAIXA como
Projeto gráfico e capa
Sérgio Gonzalez
para o segmento acadêmico brasileiro, que ca-
recem de publicações que abordem detalha-
:ernacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
damente técnicas, descrevam metodologias de
:Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) desenvolvimento e implantação dos sistemas e
processos pesquisados, com diretrizes, informa-
ções objetivas, princípios de execução, classifi-
Uernoto, Kai Loh
Projeto, execução e inspeção de pinturas / Kai
cações, apontando, ainda, os cuidados e defi-
Loh Uernoto. - São Paulo: O Nome da Rosa, 2002. ciências verificadas.
(Coleção primeiros passos da qualidade no canteiro
de obras - ISBN 85-86872-06-7)
A CAIXA,como principal agente de fomento
ao Desenvolvimento Urbano do Governo Fede-
Bibliografia ral e, conseqüentemente, a maior empresa públi-
ISBN 85-86872-22-9
ca voltada ao aprimoramento do setor da Cons-
1. Construção - Controle de qualidade trução Civil, entende que este livro é uma impor-
2. Pintura de edifícios 3. Tintas J. Título 11. Série
tante ferramenta prática para complementação da
02-0147 CDD-6981 capa citação técnica de seus profissionais.

Índices para catálogo sistemático:

1. Pintura: Sistemas: Construção civil: Tecnologia 698.1 SUOUP


Superintendência Nacional de Parcerias e
Apoio ao Desenvolvimento Urbano
Primeira edição - agosto de 2002

Todos os direitos desta edição, reprodução ou tradução reservados pela


Nome da Rosa Editora Ltda. Nenhuma parte desta publicação pode ser
rcproduzida ou transmitida de nenhuma forma ou por nenhum meio, sem
autorização expressa da O Nome ela Rosa Editora Ltda. CAI A
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PABX (0"11) 3817 5000
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www.nomedarosa.corn.br
SUMÁRIO
Agradecimentos
Introdução 9

Aos membros da Comissão de Tintas para Sistemas de pintura


Edificações não Industriais do Cobracon (Comitê Constituintes básicos das tintas 13
Brasileiro de Construção Civil) da AB T - Asso- Principais constituintes dos sistemas de pintura 16
ciação Brasileira de Normas Técnicas, pela troca
de informações e experiên~ias. Recomendações para a especificação de sistemas de pintura
Classificação do ambiente 19
Descrição e características dos principais tipos de substratos 22
Aos amigos Ubiraci E. L. de Souza, eide M.
N. Sato, Vahan Agopyan, Vanderley M. John, Sil-
Tipos de tintas 33
via Selmo, pelo estímulo e pela contribuição para
o trabalho que venho desenvolvendo ao longo Cuidados no projeto do edifício
dos anos. Considerações gerais quanto ao projeto 59
Especificação do sistema de pintura 59
Ao amigo Wanderley D. Flauzino (in Facilidade de acesso para a execução de pintura 60
memoriam), por ter me iniciado no caminho do Condensação de umidade 61
Desempenho e Durabilidade de Tintas. Controle de fluxo de água nas superfícies 61

Aos meus pais (in memoriam), pelo incentivo Princípios gerais para a execução de sistemas de pintura
Materiais para preparo de superfícies 67
aos meus estudos.
Materiais e equipamentos para a execução de
sistemas de pintura 68
Ao Hugo e ao Emílio, pela contínua compreen-
Armazenamento dos produtos 70
são e apoio durante a elaboração deste livro. Preparação de substratos 71
Condições ambientais para a execução da pintura 80
Aplicação da tinta 81

Kai Loh Uemoto


Recomendações para a inspeção de trabalhos de pintura
Níveis de inspeção 87
Conformidade dos produtos 87
lnspeção 90

Conclusão 99

Bibliografia 101
INTRODUÇÃO

As pinturas, por proporcionarem elevada capacidade


de proteção e por seu efeito estético, têm ocupado um
lugar cada vez maior como material de acabamento de
superfícies externas e internas de edifícios. Elas represen-
tam a parcela mais visível de uma obra, têm uma grande
influência no desempenho e durabilidade das edificações
e dão o toque final que valoriza o empreendimento. A
pintura está deixando de ser a atividade que se resolve ao
final da obra, podendo ser programada muito antes do
início de sua execução. Ela não deve ser tratada isolada-
mente, mas fazendo parte de um sistema integrado de fato-
res que influenciam a qualidade da obra. Embora seja a
última etapa de execução da obra, a pintura deve ser pla-
nejada desde a fase de elaboração do projeto.
Alguns problemas com a pintura podem ser evitados
se forem considerados na fase de projeto, como a forma-
ção de manchas superficiais nas fachadas devido à con-
centração de fluxos de água de chuva.
Uma boa pintura inicia-se com a seleção correta dos
produtos, levando-se em conta o seu uso na edificação e
o meio ambiente onde ela será aplicada. A condição das
uperfícies e o cuidado prévio na sua preparação são fato-
res que interferem na sua qualidade e são fundamentais
para um bom desempenho da pintura.
Este livro foi elaborado com os conhecimentos práti-
os adquiridos pela autora quando foi pesquisadora do
[PT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de
, ão Paulo, o que permitiu um estreito contato com as cons-
trutoras, com os fabricantes de tintas, com os condôminos
usuários de modo geral. Ao longo deste trabalho junto
a setor produtivo e consumidor, constatou-se a necessí-
I de de reunir informações técnicas que orientassem os
I rofissionais e as empresas atuantes no setor da construção.

9
Tais informações foram reunidas nesta publicação, e fo-
ram desenvolvidas com base nas diretrizes da norma in-
glesa BS 6150 - Code of practice for painting of buildings.
Nesta publicação são apresentados os conceitos bási-
cos para a execução dos sistemas de pintura, as caracterís-
ticas dos sistemas de pintura mais comuns (por meio de
fichas técnicas), as características dos substratos mais fre-
qüentes e a influência do grau de agressividade do meio
ambiente nas pinturas, com o objetivo de auxiliar na sele-
ção dos produtos. Essas informações irão permitir tam-
bém uma especificação clara dos produtos pelos projetis-
tas e auxiliar o setor de uprimentos na realização de uma
compra técnica. Além disso, este trabalho mostra a impor-
tância dos pequenos detalhes do projeto, que podem au-
mentar a durabilidade e estética da pintura ao longo do
tempo.
SISTEMAS DE PINTURA
Discute-se também a importância do controle de rece-
bimento dos produtos na obra, a adoção de verificações e
ensaios expeditos, de forma a se observar se os produtos
que estão sendo entregues pelo fornecedor estão de acor-
do com o que foi adquirido pela área de suprimentos ou o
que foi especificado pela área de projeto.
Enfim, neste livro busca-se transmitir, em linguagem
simples e direta, soluções práticas para a melhoria dos
sistemas de pintura, visando a melhoria cio desempenho
final das edificações e a adoção de especificações e pro-
cedimentos de trabalho para as empresas da cadeia pro-
dutiva da Construção Civil.

10
Constituintes básicos das tintas

A tinta é um material que serve a um grande número de


funções e usos. A função decorativa existe desde os tempos
pré-históricos, mas a função protetora aparece mais recen-
temente. Com exceção da pintura sobre o metal, as outras
eram consideradas somente um meio de introduzir cor, não
sendo normalmente aplicadas de maneira a utilizar o seu
potencial protetor. Hoje em dia, nas edificações, o comum
é a combinação das funções estética e protetora.
As tintas são constituídas pelos seguintes componentes:
resina ou polímero, pigmento, solvente e aditivos. O que
difere um tipo de tinta do outro, no entanto, é a composi-
ção e o proporcionamento dos componentes (formulação).

• Resina: também chamada veículo não volátil, é o


aglutinante das partículas de pigmento e é ela o agente
formador de filme. A composição da resina tem elevada
importância nas propriedades da película, apesar de esta
er modificada pelo tipo e teor de pigmento presente.

• Pigmento: é o componente responsável pela cor, opa-


idade ou ação anticorrosiva, em caso de tintas para pro-
t ção de superfícies metálicas. Nas tintas látex, o pig-
mento de maior importância na formulação é o di óxido
I titânio devido ao seu elevado índice de refração. É
usado nas formulações para dar alvura, cobertura (opa-
'i lade) e durabilidade à tinta, através do seu poder de
I' flexão da luz.

So)vente: também chamado veículo volátil, é usado nas


limas com o objetivo de dissolver a resina e conferir
\ I.•.•' idade adequada para a sua aplicação. O seu teor
p -ralmente é corrigido momentos antes da aplicação,
,'( )11f rme a necessidade, pois depende da viscosidade

13
mibrilho e fosco. As tintas foscas possuem um PVC eleva-
da tinta e da porosidade e capacidade de absorção do
do, enquanto uma tinta semibrilho possui um PVC baixo.
substrato.
Além das pinturas que formam a barreira de proteção
ontra os agentes do meio ambiente, existem os silicones,
• Aditivos: são substâncias adicionadas em pequenas
que na maioria não formam barreira, mas conferem prote-
proporções e que dão as características especiais às tin-
ão ao substrato. São produtos hidrófobos, incolores e não
tas. Conforme o tipo, podem modificar as características
, lteram o aspecto da superfície. Repelem a água, inclusive
da tinta. Podem estabilizar as emulsões, aumentar a re-
aquela que contém sais dissolvidos, como a maresia.
sistência a fungos e bactérias, alterar a temperatura de
TaTabela 1 estão apresentadas as tintas convencio-
formação de filme etc.
nais mais utilizadas na Construção Civil; além destas, os
silicones, a caiação e as tintas à base de cimento, que são
o proporcionamento dos componentes tem elevada a argamassas decorativas.
importância nas propriedades das películas de tinta. O
conhecimento da composição da tinta permite estimar al- .
Substrato Tinta Verniz Silicone
gumas propriedades da pintura, como porosidade e dura-
bilidade da película, mas para uma melhor previsão do Látex PVAc
comportamento destes materiais há necessidade de com- Minerais Látex acrílico
plementar o conhecimento através da realização de ensaios porosos Caiação
de desempenho. Tinta à base de
Acrílico Silanos
Um dos parâmetros mais utilizados para descrever a • concreto cimento
Poliuretânico Siloxanos
composição (formulação) de uma tinta é a relação pig- • reboco Esmalte sintético
mento e resina, denominada internacionalmente por PVC • argamassa (alquídica)
(termo em inglês que significa Pigment Volume Content). • cerâmica Resina epóxi
O PVC é definido como sendo a fração volumétrica Borracha clorada
percentual do pigmento sobre o volume total de sólidos
A óleo
do filme seco: Alquídico
Madeira e A óleo
Vp Alq ';poliuretano
PVC = --- X 100 seus Esmalte sintético -
Poliuretânico
Vp+Vv derivados (alquídica)
Filtro solar
Onde, Vp = volume de pigmento Poliuretânico
Vv = volume de veículo sólido
Metálicos A óleo
ferrosóS e Esmalte sintético - -
o PVC é um fator que influi na porosidade e não ferrosos (alquídica]
permeabilidade de um sistema de proteção por barreira,
além de permitir distinguir os acabamentos brilhante, Tabela 1 • Tintas usuais no mercado

15
14
•• __ r~~~ -----------~ -- ---

Principais constituintes dos sistemas de pintura

o que nós chamamos de pintura não deve ser entendi-


do apenas como a tinta de acabamento. Ela é composta por
fundos e líquidos preparadores de paredes, mas as e, por
fim, a tinta de acabamento. Cada um dos produtos possui
uma função definida .

• Fundo: é um produto destinado à primeira demão ou


mai demãos sobre a superfície e funciona como uma
ponte entre o substrato e a tinta de acabamento. O fundo
é chamado de se1ador quando aplicado sobre superfícies
de argamassa e é indicado para reduzir e/ou uniformizar
a absorção de substratos. O fundo é chamado de prtmer
quando aplicado sobre superfícies metálicas; neste caso,
RECOMENDAÇÕES PARA
entram em sua composição pigmentos anticorrosivos que A ESPECIFICAÇAo DE
servem para inibir a corrosão da superfície metálica. E em SISTEMAS DE PINTURA
caso de superfícies não metálicas é chamado de
washpr'imer, que é um promotor de adesão. /

• Fundopreparador de paredes: tem como característi-


ca principal promover a coesão de partículas soltas do
substrato, por isso é especialmente recomendada a apli-
cação sobre superfícies não muito firmes e sem coesão,
como, por exemplo: argamassa pobre e sem resistência
mecânica, caiação, repinturas ou superfícies./' constituídas
por gesso ou artefatos de gesso.

• Massa: é um produto pastoso, altamente pigmentado e


serve para a correção de irregularidades da superfície já
selada. Este produto deve ser aplicado em camadas muito
finas para vitar o aparecimento de fissuras ou reentrâncias.

• Tinta de acabamento: é a parte visível do sistema de


pintura. É ela que apresenta as propriedades necessárias
para o fim a que se destina, inclusive tonalidade.

16
Embora a pintura seja a última etapa de uma obra, ela
deve ser considerada desde a definição do projeto do edi-
fício. As condições gerais do meio ambiente e as de uso
são os principais fatores que determinam a escolha do
sistema de pintura. A especificação do sistema de pintura
deve ser iniciada caracterizando-se o meio ambiente e o
tipo de substrato.

Classificação do ambiente

Segundo as diretrizes da Norma BS 6150, a definição


"meio ambiente" refere-se à atmosfera e às condições de
uso ou serviço às quais erá exposta a superfície pintada.
O ambiente deve ser classificado tendo em vista o re-
gime de chuvas e o grau de agressividade da atmosfera ao
redor da superfície do edifício. O meio ambiente é subdi-
vidido em ambiente interno e externo, com diferentes ní-
veis de agressividade.
O ambiente interno deve ser caracterizado conforme o
tipo de ocupação, como área seca ou úmida, e o externo,
aracterizado conforme o grau de agressividade atmosfé-
rica e condições climáticas. a falta de dados referentes às
aracterísticas do meio ambiente, esse nível pode ser obti-
I a partir da análise do aspecto apresentado pelas super-
n ies pintadas de edifícios vizinhos.
As Tabelas 2 e 3 auxiliam a classificação do ambiente
ern razão do regime de chuvas e da agressividade atmos-
f ~rica,e, com base nessas classificações e uso da Tabela 4,
(11 r-se-à o nível de agressividade do ambiente.

19
Regime anual de Exemplo de Grau de Ambiente Ambiente
Classificação chuvas cidades brasileiras agressividade externo interno

Área afastada da orla Ambientes secos,


Mais de 6 meses Teresina, Fortaleza
Baixo marítima (mais de bem ventilados, de
secos Fraco 1Okm), não industrial edifícios
Belo Horizonte, e com regime de residenciais e
Médio De 4 a 5 meses secos Cuiabá, Goiânia
chuva médio comerciais

Área próxima à orla


Belém, Manaus, Rio marítima, urbana ou
de Janeiro, São Paulo, 1 semi-industrial, com
Elevado Até 3 meses secos Ambiente com
Porto Alegre, Curitiba, regime de chuva
possibilidade de
Florianópolis, Salvador médio
condensação de
Área afastada da umidade, como
Tabela 2 - Classificação de acordo com o regime de chuvas Moderado cozinhas e
orla marítima,
urbana ou semi- banheiros, ou com
/ industrial, com pouca necessidade
2 de limpeza de
poluição atmosférica
média, mas superfície
afastada de fontes
Classificação Atmosfera de poluição

Área dentro da orla


Baixa Área não industrial (rural e urbana) Ambiente
marítima (até
freqüentemente
3km), não
Média Área sem i-industrial Intenso 1 submetido à
industrial, com
umidade e
regime de chuva
Elevada Área industrial e marítima condensação
intenso
elevada ou com
Área industrial, com necessidade de
Tabela 3 _ Classificação do ambiente Quanto à agressividaOe da
2 poluição atmosférica limpeza freqüente
atmosfera local
elevada das superfícies

Área dentro da orla


Ambiente rdustriel
marítima (até 3km)
Muito intenso &'OU com umidade e
e com elevada
corx:lensação elevadas
poluição atmosférica

Tabela 4 - Classificação do grau de agressividade


(adaptada da Norma BS 6150)

20 21
água solubilizam-se, e durante a secagem do substrato a
Freqüentemente, mais de um sistema de pintura pode
soluç~o salina migra para a superfície formando depósito
estar dentro das exigências quanto ao grau de agressividade
de sais brancos. Quando a tinta e seus complementos são
do meio ambiente. Neste caso, a seleção deve ser realiza-
aplicados nestas condições, pode ocorrer alteração de cor,
da levando-se em conta o custo, o tempo de vida útil, a
ataque alcalino, eflorescências (depósito de sais brancos
freqüência de manutenção, a disponibilidade do produto
pulverulentos) ete.
e o efeito estético desejado.

Descrição e características dos principais tipos de Seleção da tinta de acabamento para substratos à base de cimento
ou cal
substratos A seleção da tinta para substratos à base de cimento
ou cal. de~e ser realizada com base na Tabela 5 após a
Os tipos de superfícies mais comuns encontrados nas
classificação do grau de agressividade de ambientes obti-
edificações são alvenarias revestidas com argamassa de
da a partir da Tabela 4. Superfícies expostas em atmosfe-
cimento e/ou cal, concreto, madeira e metais ferrosos e
ras poluídas ou em contato com agentes químicos na for-
não ferrosos. Os sistemas de pintura existentes não são
ma gasosa, líquida ou sólida devem ser protegidas com
compatíveis com todos os tipos de superfícies e, portanto,
tintas da linha industrial. (Ex.: borracha c1orada, poliuretana
devem ser especificados levando-se em conta a existência
resina epóxi, resinas vinílicas etc.) ,
ou não de incompatibilidades. Cada uma dessas superfícies
possui características próprias de sua natureza, as quais
Condições dos substratos minerais porosos para receber pintura
influem no desempenho da tinta aplicada.

SUBSTRATOS MINERAIS POROSOS • Tintas à base de aglomerantes inorgânicos A aplicação


de tinta à base de cimento ou cal pode ser realizada
Referem-se a todos os tipos de superfícies minerais em substratos constantemente úmidos ou malcurados
porosos de ambientes internos e externos, constituídas por (recérn-execu ta dos) .
materiais à base de cimento ou cal, tais como: argamassa
de cimento, de cal e mista, gesso, reboco, massa fina, con- • Tintas à base de resinas sintéticas ou tintas a óleo: A apli-
creto, alvenaria etc. ação destes tipos de tinta só deve ser realizada quando o
substrato estiver seco e curado. Superfícies recérn-execu-
Características de substratos à base de cimento e/ou cal l' das, em condições favoráveis de secagem, devem aguar-
Quando recém-executado, apresenta umidade e dar no mínimo 30 dias para receber a pintura. Em perío-
alcalinidade elevadas, condições impróprias para aplica- I s não chuvosos a secagem de um substrato é de apro-
ção de quase todos os tipos de pintura. possuem elevada imadamente uma semana para cada 5mm de espessura
porosidade e rugosidade, que podem ser regularizadas I camada (BS 6150). Na secagem e/ou cura do substrato
com massa niveladora. lurante os períodos de chuva, recomenda-se cobrir as
Os sais presentes nestes substratos em presença de

23
22
E superfícies mais expostas, por exemplo, o topo da
c
CIl cc cr:: cr:: , cr:: cr:: cr:: platibanda de prédios, com filme de polietileno, coloca-

u do somente durante a chuva. Devido à incompatibilida-
- de da tinta a óleo com substratos alcalinos, a aplicação
@ @ @ , , ,
'"
u deste produto só deve ser realizada sobre a superfície
, ,
/ previamente tratada com tinta de fundo.
CIl
c
CI) cr:: cr:: cr:: cc cc cc
..,
o
~
c
'Q..-== CI) c:( cr:: cr:: cc cc

,
cc , , , SUBSTRATOS DE MADEIRA E DE SEUS DERIVADOS

(I)
"'CI
c:( cr:: cc cc cc cc Referem-se a todos os tipos de superfícies, internas e
'"'" ~ externas, constituídos por madeiras, tais como: portas, ja-
.... ,
-
E '"E cr:: @ cr:: cc cc
(I)
nelas, paredes de casas de madeira etc.
'"
'u;
'"
w
(I) cc cr:: cc cc @ @ , cr:: cc cc
"'CI
Características da madeira
'"c,
o .... , , ,
o @ cc Possui estrutura celular e apresenta baixa estabilidade
i= .:?
c dimensional. As dimensões variam de acordo com o teor
:; cc @ , , , cr:: ,
de umidade do meio ambiente. Retrai ao perder umidade
•... , ,
incha ao absorvê-Ia. O fenõmeno é reversível, resultan-
cr:: @ @ cc
I' do em movimentos alternados em razão das variações
o

cc cr:: , atmosféricas. A permeabilidade e a penetração de líqui-


~.., cr:: cr:: @ @ cr::
c:( dos são maiores no sentido longitudinal (na direção do
I- cr:: cc cc cc cc @ cr:: cc , comprimento das fibras).
Para uma mesma espécie de madeira, as contrações e
(I)
•... N •... N
o xpansões da peça variam conforme a direção considera-
'"
"'CI
o

- da, ou seja:
C
(I)
"'CI'" o (I)
o
"'CI
o
"'CI
.:; o ~ '"c:--
-
(.)
"'CI
o c (.)

==
e 'u;'" ....e ....e • direção longitudinal (sentido do crescimento da árvore
(I)
(I)
~ '" o "'CI

-
c
e
(.!:J
Cl
(I)
"'CI

o
(I)

.s
.t::
== ã
o
-= cOlTespondendo ao comprimento das peças): as varia-
'" ã ã ções dimensionais são pequenas;

(I)
"'CI

o .-
c,..CI
.-
- (I)

C
(I)

E
w X I- w a: :2: O - :2: I- w a: :2: O
• direção radial (sentido do centro para a periferia
correspondendo
maiores;
à espessura das peças): as variações são

I- '" • direção tangencial (cOlTesponde à largura das peças): a


R- Recomendável .
T- Texturizado
13- Brilhante
A- Acctínado
F- Fosco
variação dimensíonal é ainda maior.
@- Recomendável para até dois pavimentos

Tabela 5 - Sistemas de acabamento para substratos à base de cimento ou cal

24
25
A madeira, quando úmida, não é adequada para apli- • 12% para áreas externas de regiões secas;
cação de pintura. Durante a exposição ao ambiente, ela • 18% para áreas externas de regiões úmidas;
perde umidade e se retrai, levando ao aparecimento de • 10% a 12% para ambientes internos.
tensões entre a película e a superfície da madeira e resul-
tando em perda da aderência e/ou no aparecimento de A madeira com teor de umidade abaixo de 20% não é
fissuras. Também pode ocorrer a abertura de juntas entre suscetível à ação de fungos manchadores ou insetos que
as peças, o que permite a penetração de umidade. Além dela se alimentam, como, por exemplo: cupim, besouro
disso, a madeira, quando excessivamente úmida, impede etc. Portanto, recomenda-se que a pintura sobre este
a penetração das tintas, não permitindo boa aderência, substrato seja realizada preferencialmente com teor de
além de ocorrer formação de bolhas na película de pintu- umidade abaixo deste valor.
ra durante a secagem deste substrato. A aplicação de tintas ou vernizes em superfícies de
Quando muito seca, também não é adequada para madeira provenientes de espécies de árvores que contêm
aplicação de tinta. Ab orve umidade do ambiente e incha, resinas em sua constituição, deve ser realizada preferenci-
ocorrendo o aparecimento de tensões entre a película e a almente após a secagem da superfície com solução alcoó-
superfície da madeira, resultando em perda de aderêhci~ lica de goma-laca. A aplicação em madeira tratada só deve
e fissuração. Algumas espécies de árvores possuem resi- er realizada após a secagem ou evaporação do solvente
nas em sua constituição, como: ipê, jatobá, angíco-preto, existente no preservativo.
pínus-elliotí, pau-marfim, cedro. A exposição ao sol favo-
rece a exsudação das resinas, resultando em perda de ade- Tipo de Grau de Esmalte Sintético
rência e formação de bolhas na película de pintura. ambiente agressividade Brilhante Acetinado Fosco

Fraco R R -
Seleção da tinta de acabamento para substratos de madeira
A seleção da tinta ou verniz deve ser realizada com 1 R ® -
Moderado
base nas Tabelas 6 e 7 após a classificação do grau de 2 R ® -
agressividade de ambientes, obtida a partir da Tabela 4. Externo
1 ® - -
Intenso
Condições dos substratos de madeira para receber pintura 2 ® - -
A aplicação de tintas, vernizes, lacas e outros acaba-
Muito intenso - - -
mentos só deve ser realizada em madeira envelhecida e
seca com o teor de umidade em equilíbrio com a do am- Fraco R R R
biente. Nestas condições não há ganho ou perda de água,
Interno Moderado R R R
existindo assim estabilidade dimensional. A velocidade de
secagem da madeira varia de acordo com a temperatura, Intenso - - -
umidade relativa do meio e espécie de árvore. Geralmen- n ,
Recomendável @.
, até
Recomendável dOIS pavrruentos

te , considera-se teor de umidade de equilíbrio le: Tabela 6 - Sistema de acabamento pigmentado


para substratos à base de madeira

26 27
o SUBSTRATOS METÁLICOS FERROSOS
o u ,
o
::!
•..
ta
C/)
o
u...
@ @ @

== o
CT
ta
C/) Referem-se a todos os tipos de superfícies, internas e
e
.~ .!:
Q)
+-'
c externas, constituídos por metais ferrosos, como portões,
E ;;: ctl
cc @ @ , , ,
Q)
:E
0;::
grades, esquadrias, estruturas de ferro e aço.
::-
co

(I) o Características dos substratos metálicos


ta o u ,
o o C/) cc @ @ cc cc
E
Q)
.- o
"C ._
o
u... Esses tipos de superfícies, quando não protegidos, re-
+-' '- c
(I)

'C;;
==
E-
<ta vertem à forma de óxidos, pela combinação gradual do
Q)
ta ~ 2: metal com o oxigênio e a umidade da atmosfera, forman-
"C N == c
'"o E c..
o ctl
.s: cc cc cc @ @ cc cc cc do ferrugem. A resistência à corrosão de superfícies de
c.. Q)
::- 0;::
i= co ferro e aço depende da composição química desses
substratos, do processo de fabricação e do grau de
o I,
o u
C/) @ , , cc , agressividade do meio ambiente ao qual estão expostos.
o o
u...
::! A corrosão em atmosfera industrial ou marítima é mais
==
CT
ta
severa do que a que ocorre em atmosfera rural ou urbana.
N 2:
C Em atmosferas não agressivas somente ocorre corrosão
E ctl
:E @ @ @ , cc cc ,
Q)
::- 0;:: significativa quando a umidade relativa é superior a 70%;
co
em atmosferas industriais ou marítimas a corrosão é signi-

Q)
"C
Q)

ta
- N
- N

o
ficativa mesmo quando a umidade relativa é inferior a 70%.
A resistência à corrosão também é influenciada pelo
"C
microclima ao redor da superfície (orientação do sol, chu-
"C

== :~ o
C/)
c:
2: o
~ '" -o -o va, grau de exposição à atmosfera, fluxo do ar, freqüência
CI '"~ ctl
Q; o o~ ta o
Cl o -o
C/)
c .8 o Q;
-o
C/)
intensidade de condensação de umidade).
ta u
o Q) os u
o ~/
ctl
..t ~
+-'
c ~ ~
u... ~
+-'
c
-
Seleção da tinta de acabamento para substratos metálicos
Q)
"C

o .-
c..-C
-Q)

C
Q)
w X I- w a: 2: o - 2: I- w a: 2: o
A seleção da tinta deve ser realizada com base na Ta-
.-
I-
E
ta
I Ia 8 após a classificação do grau de agressividade de
ambientes, obtida a partir da Tabela 4.
R· Recomendável ®- Recomendável ate dois pavimentos Superfícies metálicas, expostas em atmosferas poluí-
Ia em contato com agentes químicos na forma gasosa,
Tabela 7 - Sistema de acabamento não pigmentado
para substratos à base de madeira
liquida ou sólida, devem ser protegidas com tintas da li-
nha industrial. (Ex.: borracha clorada, poliuretana, resina
(' óxi, resinas vinílicas etc.)

28
29
Tipos de tinta condições de exposição. As superfícies metálicas, expos-
Tipo de Grau de tas a atmosferas indu triais, marítimas ou de umidade ele-
Esmalte Esmalte Esmalte
ambiente agressividade
A óleo sintético sintético sintético
vada, devem ser preparadas com jateamento abrasivo,
(B) (A) (F) conhecídn como "jateamento comercial", isto é, após o
jateamento, a superfície até pode apresentar manchas e
Fraco R R R -
pequenos resíduos devido à ferrugem, carepa e tinta, mas
E deve estar completamente livre de óleo e graxa.
1 - R ® -
X Moderado Em caso de superfícies metálicas expostas a atmosfe-
T 2 - R ® -
E ras corrosivas do tipo industrial ou marinho, devem ser
R 1 - ® - - tomados cuidados especiais quanto à limpeza da superfí-
N Intenso cie. Os contaminantes depositados (sais ou compostos de
2 - ® - -
O enxofre) aumentam a suscetibilidade da superfície metáli-
Muito intenso - - - - ca à corrosão.

I
O intervalo de tempo entre a preparação da superfície
/
Fraco R R R R e a aplicação de tinta de fundo é muito crítico e deve ser
N
T o menor possível. O mesmo ocorre entre a aplicação de
E Moderado - R - - fundo anticorrosivo e a tinta de acabamento. Somente as
R tintas de fundo anticorrosivo à base de resina epóxí, rica
·N
Intenso - - - - em zinco, permitem maior tempo de exposição, aproxi-
O madamente de 6 meses.
R- Recomendável 13 Brilhante F- Fosco
- Recomendável até dois pavimentos A- Acetinado

Tabela 8 - Sistema de acabamento para substratos metálicos

Condições dos substratos metálicos para receber.plntura


O sistema de pintura é composto por unta de fundá,
intermediária e de acabamento. A compatibilidade entre
as camadas é fundamental para que não ocorram proble-
mas de falta de aderência e enrugamento. ,
As superfícies metálicas ferrosas (ferro e aço) so FO-
dem receber pintura quando isentas de contarrunaçoes,
de produtos de corrosão (ferrugem) e d~ carepas de
laminação e, além disso, protegidas com t1~t~ de fundo
anticorrosiva Cprimer). O grau de limpeza m1l11m~da su-
perfície varia conforme o tipo de tinta a ser aplicado e

30
31
/
TIPOS DE TINTAS
Os produtos mais comuns para a pintura de edifícios
serão aqui apresentados em forma de fichas de descrição
individuais com o objetivo de auxiliar a especificação dos
materiais, e contêm informações gerais quanto às suas ca-
racterísticas.

/ Sistemas acrílicos


Tinta
Tinta
látex acrílica
texturizada acrílica
• Fundo selado r acrílico pigmentado
• Massa acrílica
• Fundo (líquido) preparador de paredes

Sistemas vinílicos
• Tinta látex vinílica
• Fundo selado r vinílico
• Massa corrida

Sistemas alquidicos
• Esmalte sintético alquídico
• Fundo selador pigmentado
• Fundo anticorrosivo com cromato
• Fundo anticorrosivo com fosfato
• Massa a óleo
• Tinta a óleo

Tinta à base de cimento (argamassa decorativa)


/'
;al hidratada para pintura (caiação)

.\'llicones (produto de tratamento de su perfíci )

ernizes
• Verniz sintético alquídico
• Verniz sintético alquídico com filtro solar
• Verniz poliuretânico
• Fundo selador nitrocelulósico

35
Sistemas acrílicos Produto: Tinta texturizada acrílica
• Composição básica: formulada com base de dispersão
Produto: Tinta látex acrilica de copolímeros acrflicos ou estireno acrílico, contém

!
. Composição básica: formulada com base de
dispersão de copolímeros acrnicos, ou estlr~~o
Descrição
pigmentos como o dióxido de titânio e/ou outros
pigm~tos coloridos, cargas especiais para o efeito
acrilico,contém pigmentos cono o dlOXldode yta[1)o texturizado, aditivos e hidrorepelentes.
Descrição eloo ootros pigmentos coloridos, cargas e aditivos. • Acabamento: microtexturizada ou texturizada.
. Acabamento: semibrilho ou fosco aveludado.
• Recomendada para a aplicação sobre superfícies internas
I
\ . Recomendada para a aplicação sobre superfícies
internas e externas de alvenaria à base de cimento
Usos e externas de alvenaria à base de cimento e/ou cal
(argamassa), concreto, bloco de concreto.
Usos elou cal (argamassa), concreto, bloco de.concreto,
cimento amianto, gesso, cerâmica não vrtrificada. • É uma dispersão aquosa, isenta de solventes orgânicos.
Com baixo teor de produtos orgânicos voláteis (VOC),
• É uma dispersão aquosa, isenta de solventes apresenta baixa toxidade e causa menor agressividade
I orgânicos. Libera baixo teor de produtos / ao meio ambiente.
orgânicos voláteis (VOC), apresenta baixa • De secagem rápida, diluível em água, é geralmente
toxidade e causa menor poluição ao meio recomendada a aplicação de uma única demão.
biente do que as tintas de base solvente. • Apresenta elevada consistência, poder de enchimento e
\
I • De fácil aplicação e secagem rápida, permite a capacidade de corrigir/disfarçar imperfeições. O grau de
aplicação da segunda demão no mesmo dia; texturização permite diversos efeitos decorativos; quanto
intervaloentre demãos de aproXlmadam~e 4horas.
I
. De modo geral. apresenta mai~r res~st,encla d:
aderência, durabilidade, .reslstencla a agua e a

menor a diluição maior o relevo obtido.
A tinta de acabamento texturizado, comparativamente à
de acabamento liso, apresenta as seguintes diferenças:
alcalinidade do que os sistemas com base de >maior capacidade de correção de irregularidades,
Características
técnicas . poliacetato de vinil a (PVAc).. .
As películas obtidas com este tipo de tinta sao
mais porosas e/ou permeáveis do que aquelas
_
Caract.
preenche as fissuras superficiais, principalmente as que
apresentam maior grau de texturização;
I > maior resistência à penetração de chuva e películas
à base de óleo e esmalte sintético e menos técnicas
mais espessas;
orosas do que aquelas à base de PVAc. ,/
> maior resistência ao intemperismo, não só pelas
• be modo geral, o acabamento fo~co aveludadg
características do produto, mas também porque as
\ é mais indicado para fins decorativos do que
alterações superficiais, ocasionadas pelo intemperismo,
para proteção, enquanto o acabamento
I são menos visíveis, pois a texturização disfarça as
semibrilho é mais indicado para proteçao.
.
I
alterações causadas pelo intemperismo;
I
A estimativa de vida útil até a 1 ª rspintura. e,m
,
> custo mais elevado do que o acabamento liso; quanto
I ambientes externos de baixa agresslvldade, e
,I
maior o grau de texturização maior o custo;
de 5 anos. > a necessidade de aplicação de uma única demão
permite economia no custo da mão de obra.
• A resistência ao intemperismo é função da espessura da
camada; quanto maior a espessura maior a resistência.
• Problemas como a calcinação (pulverulência da película)
I
são pouco visíveis nesse tipo de pintura e, além disso, são
removidos pela água de chuva.

37
36

\
Produto: Massa acrílica
Produto: Fundo selador acrílico pigmentado
1\
• Composição básica: formulada com base de Descrição
· Composição básica: formulada com base de
dispersão de copolímeros acrílicos ou estireno
Descrição dispersão de copolímeros acrílicos ou estireno acrflico, contém pigmentos ou cargas e aditivos.
acrílico, contém pigmentos ou cargas e aditivos.

. Recomendado para reduzir e uniformizar a · Recomen~ada para uniformizar, nivelar e corrigir


imperfeições de superfícies internas e externas de
\ absorção de superfícies internas e externas muit o Usos argamassas de cal e/ou cimento (reboco) e
Usos porosas, sem pintura, como o reboco, concreto, concreto; é preferível o seu uso em ambientes
tijolo, gesso, massas niveladoras. Internos.

. Este tipo de produto é uma dispersão aquosa,


isenta de solventes orgânicos. Libera baixo teor d e
• Este tipo de produto é uma dispersão aquosa,
Isenta de solventes orgânicos. Libera baixo teor de
produtos orgânicos voláteis (VOC). apresenta baixa produtos orgânicos voláteis (VOC). apresenta baixa
toxidade e causa menor poluição ao meio ambiente ' toxidade e causa menor poluição ao meio ambiente
do que produtos de base solvente. Geralmente do que produtos de base solvente.
• ~e modo geral, a massa acrílica, comparativamente
Características . produzidos em cor clara como a branca.
O produto, comparativamente:
> ao líquido (fundo preparador de paredes).
Características
técnicas
a massa corrida (vinílica), apresenta:
::- maior resistência à aderência, à alcalinidadê e à
técnicas agua;
apresenta maior poder de enchimento e cobertur
> ao líquido com base PVAc, apresenta maior > maior dificuldade para aplicar e lixar.
I resistência à alcalinidade e à água.
Em condições normais de umidade e temperatu ra
· Em condições normais de umidade e temperatura
apresenta secagem rápida e permite lixar e aplicar
• a tinta de acabamento no mesmo dia.
apresenta secagem rápida e permite a aplicaçã o
I de tinta de acabamento no mesmo dia.

.:
I

I
I
I

I
I
1\

\
39
38
\
Sistemas vinílicos
Produto: Tinta látex vinílica
Produto: Fundo (líquido) preparador de paredes
II
, . Composição básica: formulada com base de
dispersão ou suspensão de copolímeros
• Composição básica: formulada com base de
dispersão de polímeros vinílicos (poliacetato de
Descrição Vinda ou PVAc), contém pigmentos como o
acrílicos ou estireno acrílico e aditivos. Descrição
dióxido de titânio e/ou outros pigmentos

I
'\
, . Recomendado para uniformizar ou reduzir a
absorção de superfícies porosas como o

coloridos, cargas e aditivos.
Acabamento: semibrilho ou fosco aveludado.
11
gesso, tijolo à vista, telha cerâmica, • Recomendada para a aplicação sobre superfícies
concreto, pedras; aumentar a coesão de Internas e externas de alvenaria à base de
II Usos
superfícies friáveis e sem resis.tência.A • Usos cimento e/ou cal (argamassa), concreto, bloco
mecânica como rebocos de baixa resistencra de concreto, cimento amianto, gesso, cerâmica
mecânica; aglomerar pulverulências de não vitrificada.
superfícies de caiação, gesso e pintura
I
II
calcinada. · É uma dispersão aquosa, isenta de solventes
orgânicos. Libera baixo teor de produtos
orgânicos voláteis (VOC), apresenta baixa
• Este tipo de produto apresenta elevado teor
de produtos orgânicos voláteis (VOC), f!1aior toxidade e causa menor poluição ao meio
ambiente do que tintas de base solvente.
! ,
toxidade e causa maior poluição ao meio
ambiente em relação a produtos de base · De fácil aplicação e secagem rápida, permite a
aplicação da segunda demão no mesmo dia·
Características aquosa.
Comparativamente a fundos seladores, intervalo entre demãos de aproximadamente
I técnicas • 4horas.
I apresenta:
"
> maior capacidade de penetração em • De modo geral, apresenta menor resistência de
I
,
aderência, durabilidade, resistência à água e à
substratos porosos; Características alcalinidade do que os sistemas com base de
> maior poder de aglomeração de partículas.
técnicas copolímeros acrílicos ou estireno acrílico.
· As películas obtidas com este tipo de tinta são
mais porosas e/ou permeáveis do que aquelas
\ com base de copolímeros acrílicos ou estire no
acrílico, a óleo e esmalte sintético.
• De modo geral, o acabamento fosco aveludado é
I mais i~dicado para fins decorativos do que para
proteçao, enquanto o acabamento semibrilho é
mais indicado para proteção.
,
· A estimativa de vida útil até a 1ª repintura, em
ambientes externos de baixa agressividade, é
de 3 anos.

l 40
41

\
fi
Produto: Fundo selador vinílico Produto: Massa corrida

· Comp osição básica: formulada com base de


disper são de polímeros viniiicos (poliacetato de Descrição
· Composição básica: formulada com base de
dispersão de polímeros virílicos (poliacetato de
Descrição vinila ou PVAc). contém pigmentos ou cargas e
vinila ou PVAc). contém ou não pigmentos ou cargas
e aditi vos. aditivos.

· Recomendado para reduzir e uniformizar a absorção


de su perfícies internas e externas muito porosas,
· Recomendada para uniformizar, nivelar e corrigir
imperfeições de superfícies internas e externas de
Usos Usos argamassas de cal e/ou cimento (reboco) e
sem pintura, como o reboco, concreto, tijolo,
gess o, massas niveladoras. concreto; é preferível o seu uso em ambientes
internos.

· Éum a dispersão aquosa, isenta de solventes


orgân icos. Libera baixo teor de produtos orgânicos · É uma dispersão aquosa, isenta de solventes
orgânicos. Libera baixo teor de produtos orgânicos
volát eis (VOC). apresenta baixa toxidade e causa
voláteis (Voe), apresenta baixa toxidade e causa
meno r poluição ao meio ambiente do que produtos
menor poluição ao meio ambiente do que produtos
de b ase solvente.
de base solvente.

Características
· O sei ador pigmentado, comparativamente:
> ao líqüido (fundo preparador de paredes).
Caracteristicas
técnicas
• De modo geral, a massa corrida, comparativamente
à massa acrílica, apresenta:
técnicas apre senta maior poder de enchimento e cobertura; > menor resistência à alcalinidade e à água;
> ao líqüido com base acrílica, apresenta menor > maior facilidade para a aplicação e lixamento.
I resis tência à alcalinidade e à água. • Em condições normais de umidade e temperatura
·• Geralmente produzido em cor clara como a branca.
Em c ondições normais de umidade e temperatura
apresenta secagem rápida e permite lixar e aplicar
a tinta de acabamento no mesmo dia.
apre senta secagem rápida e permite a aplicação
de ti nta de acabamento no mesmo dia.

42 43
I

I Sistemas alquídicos
II
Produto: Esmalte sintético alquídico
Produto: Fundo selador pigmentado
o Composição básica: formulada com base de resina
alquídica, sintetizada a partir de óleos secativos ou o
Composição básica: formulada com base de
semi-secativos, pigmentos orgânicos e inorgânicos resina alquídica, sintetizada a partir de óleos
ativos e cargas minerais inertes nos acabamentos secativos ou semi-secativos, pigmentos
Descrição
foscos e acetinados, secantes organometálicos, Descrição orgânicos e inorgânicos ativos e cargas
aditivos e solventes hidrocarbonetos alifáticos. minerais inertes nos acabamentos foscos e
o Acabamento: brilhante (uso exterior), acetinado (uso acetinados, secantes organometálicos, aditivos
geral) e fosco (uso interior). e solventes hidrocarbonetos alifáticos.
o Recomendado para a aplicação sobre superfícies
o
Usos metálicas, madeira, cerâmicas não vidradas e Recomendado para uniformizar, nivelar e corrigir
alvenaria. Usos pequenas imperfeições de superfícies de
madeira e seus derivados.
o As resinas alquídicas são provenientes de poliésteres,
resultantes de reações químicas entre poliálcoois e o
As resinas alquídicas são provenientes de
ácidos graxas ou óleos; a película forma-se por poliésteres, resultantes de reações químicas
oxidação durante a exposição ao ar. entre poliálcoois e ácidos graxas ou óleos; a
o Este tipo de produto apresenta elevado teor de película forma-se por oxidação durante a
produtos orgânicos voláteis (VOC), tem maior toxidade exposição ao ar.
e causa maior poluição ao meio ambiente em relação a
o' Este tipo de produto apresenta elevado teor de
produtos de base aquosa.
Características produtos orgânicos voláteis (VOC), maior
o Comparativamente aos sistemas de pintura com base
água, apresenta menor resistência à alcalinidade, toxidade e causa maior poluição ao meio
técnicas
portanto é imprescindível que seja aplicado sobre ambiente em relação a produtos de base
superfícies bem secas. A aplicação deste tipo de aquosa.
o
sistema em alvenaria recém-executada requer o uso O teor de pigmento presente neste tipo de
de tinta de fundo resistente à alcalinidade. A fundo permite corrigir pequenas imperfeições
secagem é mais lenta, não permitindo a aplicação da superficiais e uniformizar a absorção da
Caract. segunda demão no mesmo dia; intervalo entre madeira, para a aplicação posterior de
técnicas demãos de aproximadamente 10 horas. acabamento pigmentado.
o As películas obtidas com este tipo de tinta são
menos porosas e/ou permeáveis do que aquelas de
base água.
o Este tipo de pintura apresenta boa resistência em
ambientes não agressivos. Não é recomendado para
aplicação em substratos expostos a produtos químicos
ou umidade excessiva.
o De modo geral, o acabamento fosco aveludado é mais
indicado para ambientes internos, com fins decorativos,
do que para proteção, enquanto o acabamento alto
brilho é mais indicado para proteção.
o A estimativa de vida útil até a 1a repintura para
acabamentos brilhantes e acetinados, em ambientes
externos de baixa agressividade, é acima de 5 anos e,
para acabamentos foscos, até 5 anos.
44 45
Produto: Fundo anticorrosivo com cromato Produto: Fundo anticorrosivo com fosfato
• Composição básica: formulada com base de
resina alquídica, sintetizada a partir de óleos
. Composição básica: formulada com base de
resina alquídica, sintetizada a partir de óleos
secativos ou semi-secativos, pigmentos
Descrição secativos ou semi-secativos, pigmentos
Descrição inorgânicos anticorrosivos para proteção como
inorgânicos anticorrosivos para proteção como o
cromato de zinco e óxido de ferro, secantes
fosfato de zinco, secantes organometálicos,
organometálicos, aditivos e solventes
aditivos e solventes hidrocarbonetos alifáticos.
hidrocarbonetos alifáticos.

• Recomendado para inibir a corrosão de Usos


· Recomendado para inibir a corrosão de
substratos metálicos ferrosos (ferro e aço),
Usos substratos metálicos ferrosos (ferro e aço) e principalmente em repinturas.
não ferrosos.

• Este tipo de produto apresenta elevado teor de · Este tipo de produto apresenta elevado teor de
produtos orgânicos voláteis (VOC), maior
produtos orgânicos voláteis (VOC), maior
toxidade e causa maior poluição ao meio
toxidade e causa maior poluição ao meio
ambiente em relação a produtos de base
ambiente em relação a produtos de base aquosa.
aquosa. •
Características
técnicas
· O grau de proteção anticorrosiva e toxidade
varia conforme o teor e a composição do
Características
técnicas
O grau de proteção anticorrosiva e toxidade
varia conforme o teor e a composição do
pigmento e da resina.

pigmento e da resina.
Composição do pigmento: geralmente é · Composição do pigmento: geralmente constituído
por fosfato de zinco. Apresenta grande
constituído por cromato de zinco. Apresenta
vantagem em relação ao zarcão e não
secagem ultra-rápida e as características
apresenta toxidade. Alguns fabricantes
variam conforme a composição.
recomendam o uso em superfícies metálicas
não ferrosas.

46
47
Produto: Massa a óle o Produto: Tinta a óleo

. Composição básica: form ulada com base de


resina alquídica, sintetiza da a partir de óleos
· Composição básica: formulada com base de
óleos secativos ou semi-secativos, pigmentos
secativos ou semi-secati vos, pigmentos ativos orgânicos e inorgânicos ativos e cargas
Descrição
Descrição e inertes, secantes orga nometálicos, aditivos e minerais inertes, secantes organometálicos,
solventes hidrocarboneto s alifáticos e aditivos e solventes hidrocarbonetos alifáticos.
aromáticos. · Acabamento: alto brilho.

Usos
• Recomendada para nivel ar e corrig ir
imperfeições superficiais de substratos de Usos
· Recomendadas para a aplicação sobre
superfícies metálicas ferrosas, madeira e
madeira em interiores e exteriores. alvenaria.

. Comparativamente à ma ssa corrida e acrílica,


este tipo de produto apr esenta maior teor de
• Apresenta elevado teor de produtos orgânicos
voláteis (VOC). maior toxidade e causa maior
produtos orgânicos volát eis (VOC). maior poluição ao meio ambiente em relação a
Características
toxidade e causa maior poluição ao meio produtos de base aquosa.
técnicas
ambiente em relação a produtos de base
aquosa.
· Apresenta características semelhantes à tinta
esmalte sintético brilhante, porém com menor
durabilidade e velocidade de secagem. Não é
recomendada para aplicação em substratos
expostos a produtos químicos (solventes,
álcalis e ácidos) e umidade excessiva.
Características
técnicas
· Comparativamente aos sistemas de pintura de
base água, apresenta menor resistência à
alcalinidade, portanto é imprescindível que seja
I aplicada sobre superfícies bem secas. A
aplicação deste tipo de sistema em alvenaria
.-- .~

recém-executada requer o uso de tinta de

I fundo resistente à alcalinidade. A secagem é


mais lenta, não permitindo a aplicação da

...
J segunda demão no mesmo dia; intervalo entre
demãos de aproximadamente 10 horas.
I
I~ • As películas obtidas com este tipo de tinta são
menos porosas e/ou permeáveis do que
aquelas de base água.
II -

48 49

\
1~1
Tinta à base de cimento (argamassa decorativa) Cal hidratada para pintura (caiação)
Produto: Cal hidratada para pintura
. Composição básica: cal hidratada, podendo conter
pigmentos opacificantes e/ou coloridos, cargas
Descrição
minerais, sais higroscópicos e eventualmente produtos
repelentes à água.

• Recomendada para a aplicação sobre superfícies rústicas e


porosas como alvenrias de cimento e/ou cal, concreto, bloco
de concreto de superfícies externas/lnternas. Este tipo de
Usos tinta pode ser aplicado sobre superfícies úmidas e/ou
frescas. Não deve ser aplicado sobre superfícies muito lisas
como cerâmica, nem sobre superfícies pintadas com outros
tipos de tinta.

-
o
c
Q)
E
· Mecanismo de formação da camada de pintura:
fornecida como pó e misturada à água pouco antes do
uso. O leite de cal, quando aplicado à superfície, reage
com o anidrico carbônico (C02) do ar formando o
carbonato de cálcio (CaC03).
· Geralmente, dolomitos de granulação muito fina e
arredondada resultam em cal hidratada para pintura de
melhor desempenho do que os calcários.
· O produto, por ser uma suspensão aquosa, é isento de
solventes orgânicos, não libera produtos orgânicos voláveis
(VOC), tem baixa toxidade e não polui o meio ambiente.

-•..
o
==
"'C
o
• De modo geral, a película de caiação possui bom poder
de cobertura quando seca, mas baixo poder de cobertura
quando úmida.
e, Caract.
técnicas
· Devido a sua alcalinidade, é muito limitada em cores. A
maioria dos pigmentos orgânicos são incompatíveis
com este tipo de pintura, devido a sua suscetibilidade à
alcalinidade. Já os pigmentos minerais são compatíveis,
principalmente os óxidos de ferro.
• Forma camada bastanterpermeável ao vapor de água e a
gases, o que diferencia das pinturas convencionais. Essa
camada permite a "transpiração" do substrato úmido.
• · Possui baixa resistência a ácidos e elevada resistência à
alcalinidade e à água. A resistência à alcalinidade torna-
a muito recomendada para aplicação em substratos à
base de cimento, ou cal, recém-executados, não sendo
adequada para aplicação em ambientes industriais onde
a atmosfera é ácida.
· Comparativamente à pintura de base de cimento, possui
maior permeabilidade ao vapor de água e a gases.
50
51
Silicones (produto de tratamento de superfície) Vernizes

Produto: Verniz sintético alquídico


Produto: Silicones o
Composição básica: formulada com base de
resina alquídica, sintetizada a partir de óleos
o
Composição básica: constituídos por produtos secativos ou semi-secativos, secantes
organossilícicos como: organometálicos, aditivos e solventes
> Siliconatos . constituídos por metilsiliconato Descrição hidrocarbonetos alifáticos contendo ou não
de potássio, diluídos em água; pequena fração de aromáticos. No
> Silicones oligômeros ou siloxanos . acabamento fosco contém cargas sintéticas
constituídos por alquil alkoxisiloxanos, diluídos (agente regulador de brilho).
Descrição
em solventes aromáticos; o
Acabamento: brilhante e fosco.
> Siliconatos . constituídos por siliconatos
o
conjugados com silanos e siloxanos, diluídos Reco~endado para a aplicação sobre

. em solventes aromáticos.
Acabamento: não altera o aspecto da
Usos superflcles de madeira, em interiores. A
indicação de uso em exteriores deve ser
superfície. recomendada pelo fabricante do produto.
o
o Recomendados para a aplicação sobre As resinas alquídicas são provenientes de
superfícies de baixa e elevada porosidade poliésteres, resultantes de reações químicas
Usos como tijolo à vista, cerâmica, pastilhas não ent;e poliálcoois e ácidos graxos ou óleos; a
vidradas, concreto aparente, telhas, pedras película forma-se por oxidação durante a
naturais. exposiçao ao ar.

. São produtos que não vedam os poros, mas


o
Este tipo de produto apresenta elevado teor
de produtos orgânicos voláteis (VOC), maior
repelem a água sem formação de filme. O toxl~ade e causa maior poluição ao meio
tratamento permite o respiro do substrato, ambiente em relação a produtos de base
forma uma camada bastante permeável ao aquosa.
o
vapor de água e a gases e reduz a absorção A secagem é mais lenta, não permitindo a
de água líquida, o que o diferencia das Características aplicação da segunda demão no mesmo dia·
pinturas convencionais. técnicas intervalo entre demãos de aproximadament~
o Penetram nos poros formando uma camada 10 horas. A secagem e o endurecimento são
Características invisível e a maioria não altera a cor e o influ~nciados pelas condições do meio
técnicas aspecto original da superfície. ambiente, como umidade, temperatura teor
o A durabilidade do produto depende da de oxigênio, etc. t

o
profundidade de penetração no substrato. A A película formada mostra os nós e veios
capacidade de penetração depende da naturais da madeira; os acabamentos
porosidade da superfície, do seu teor de brilhante ou fosco não diferem no uso, apenas
umidade, do tipo de silicone e do tipo de no aspecto. A película formada não protege a
solvente utilizado. Alguns tipos apresentam madeira contra a ação da radiação solar.
baixa resistência à alcalinidade; o seu uso Geralmente, o acabamento brilhante
deve ser indicado pelo fabricante. apresenta maior resistência aos agentes do
meio ambiente.

52 53
Produto: Verniz sintético alquídico com filtro solar
Produto: Vetniz poliuretânico
• Composição básica: formulada com bas,e de
resina alquídica, sintetizada a partir de oleos
secativos ou semi-secativos, secantes • Composição básica: formulada com base de resinas
organometálicos, pigmento inor~ânico, aditivos poliuretânicas, secantes organometálicos, aditivos e
Descrição e solventes hidrocarbonetos alifáticos contendo solventes hidrocarbonetos alifáticos contendo ou não
Descriç ão pequena fração de aromáticos e pigmento inorgânico.
ou não pequena fração de aromáticos. ,No
acabamento fosco contém cargas smtencas No acabamento fosco contém cargas sintéticas
(agente regulador de brilho). (agente regulador de brilho).
(I
• Acabamento: brilhante e fosco. • Acabamento: brilhante e fosco.

Usos · Recomendado para a aplicação sobre superfícies


de madeira, em interiores e exteriores. 11
Usos
• Recomendado para a aplicação sobre superfícies de
madeira, em interiores e exteriores. Pode ser utilizado
em outros substratos.

· As resinas alquídicas são provenientes de


poliésteres, resultantes de reações ~uímicas
• A formação de película ocorre por oxidação durante a
exposição ao ar. O mecanismo é semelhante ao da
entre poliálcoois e ácidos graxos ou oleos; a resina alquídica.
película forma-se por oxidação durante a • Apresenta elevado teor de produtos orgânicos
exposição ao ar. voláteis (VOC), maior toxidade e causa maior
· Este tipo de produto apresenta elevado teor de
produtos orgânicos voláteis (VOC), maior
poluição ao meio ambiente em relação a produtos de
base aquosa.
toxidade e causa maior poluição ao meio • A secagem é mais lenta, não permitindo a aplicação
ambiente em relação a produtos de base da segunda demão no mesmo dia; intervalo entre
~u~a. .. demãos de aproximadamente 10 horas. A secagem e

Características
· A secagem é mais lenta, não permitindo a
aplicação da segunda demão no mesmo dia;
o endurecimento são influenciados pelas condições do
meio ambiente, como umidade, temperatura, teor de
intervalo entre demãos de aproximadamente Carac t. oxigênio, etc.
técnicas
10 horas. A secagem e o endurecimento são técnic as • Comparativamente ao verniz alquídico, forma película
influenciados pelas condições do meio de maior resistência de aderência, resistência
ambiente, como umidade, temperatura, teor de mecânica (abrasão e dureza), resistência química e
oxigênio, etc. intemperismo. Por ter elevada resistência à água, é
• A película formada mostra os nós e veios indicado para aplicações em pinturas marítimas. Por
naturais da madeira; os acabamentos brilhante sua resistência à álcalis, é adequado para aplicação
ou fosco não diferem no uso, apenas no em concreto.
aspecto. A presença de filtro solar na película • A película formada mostra os veios e nós da
formada protege a madeira contra a ação da madeira; os acabamentos brilhante ou fosco não
radiação solar. Geralmente, o ac~bamento diferem no uso, apenas no aspecto. A presença de
brilhante apresenta maior reststencia aos filtro solar na película formada protege a madeira
agentes do meio ambiente. contra a ação da radiação solar. Geralmente, o
II
,. acabamento brilhante apresenta maior resistência aos
agentes do meio ambiente.

54
55
I
I

I
Produto: Fundo selador nitrocelul ósico

Descrição
· Composição básica: formulad a com base de
nitrocelulose e resina alquídic a modificada,
solventes hidrocarbonetos aro máticos, álcoois,
acetatos e aditivos.

Usos
· Recomendado para selar sup erfícies de
madeira e seus derivados, for mando uma
barreira entre o sub strato e o acabamento.

· Apresenta baixa resistência à luz solar e à


umidade, não sendo recomend ado para uso
externo.
Características • Este tipo de produto apresent a elevado teor de
técnicas produtos orgânicos voláteis (V?C), maior (
toxidade e causa maior poluiç ao ao meio CUIDADOS NO PROJETO
ambiente em relação a produt os de base
aquosa.
DO EDIFíCIO

I
I
I

.
I

I
I1

II 56

I
Alguns aspectos do projeto influem na qualidade e
durabilidade da pintura, tanto na facilidade de aplicação
inicial como na sua manutenção ao longo da vida útil dos
edifícios, principalmente em superfícies externas. Peque-
nos detalhes de projeto muitas vezes podem provocar ele-
vados prejuízos estéticos na pintura, levando à redução
da durabilidade, além de ocasionar freqüentes interven-
ções na manutenção do edifício.

Considerações gerais quanto ao projeto

Na fase do projeto, deve-se tomar os seguintes cuidados:


• eliminar a água de construção dentro de prazos normais
e compatíveis com o planejamento da construção da obra;
• evitar superfícies com contornos angulosos, preferindo
sempre superfícies com formas arredondadas. A pintura
em contorno anguloso resulta em película de menor es-
pessura, portanto, menor proteção à superfície. São re-
comendados projetos com contornos que apresentem
raios de pelo menos 1,5mm;
• evitar projetos com substratos de baixa durabilidade e
que haja necessidade de manutenção freqüente em lo-
cais de difícil acesso;
• evitar o uso de pintura em substratos de baixa durabili-
dade e que necessitam manutenção freqüente. este caso,
o uso de pintura como acabamento é antieconõmico e
às vezes impraticável;
• evitar o uso de pinturas em ambientes muito agressivos.
Em substratos constantemente úmidos, com condensação
de umidade na sua superfície, é preferível o uso de re-
vestimento cerârnico.

Especificação do sistema de pintura

A especificação deve ser realizada com base nas dire-


trizes apresentadas no item "Recomendações para a
59
especificação de sistemas de pintura", e, além disso, reco-
menda-se: Condensação de umidade
• na especificação do sistema de pintura deve-se conside-
rar sugestões dadas pelos profissionais responsáveis pela Algumas partes do edifício, devido ao modo de uso,
execução da pintura; apresentam maior facilidade para a ocorrência de
• na escolha das cores de tintas devem ser levados em condensação de umidade, o que acelera a degradação da
conta, além do efeito estético da pintura, fatores relacio- pintura. Por exemplo, o desenvolvimento de fungos em
nados ao: tetos e paredes de banheiros e cozinhas, como podemos
> conforto térmico - as superfícies escuras absorvem mais observar na figura seguinte.
calor que as claras, tornando o ambiente interno mais
quente; , ..
> suscetibilidade da cor à radiação solar ou a alcalinidade
- os pigmentos azuis e verdes de modo geral são mais
suscetíveis aos agentes do meio, resultando em altera-
ção de cor ete.
> contraste causado pela presença de sais brancos sobre
superfície pintada com tinta de cor escura. ~ a umida~e
presente no substrato mineral pode solubilizar a fraçao
solúvel de seus constituintes e se depositar sobre a su-
perfície pintada.

Figura 1 - Desenvolvimento de fungos em teto de banheiro devido à


Facilidade de acesso para a execução de pintura condensação de umidade

Deve-se evitar projetos que favoreçam a condensação


• Todas as superfícies a serem pintadas devem ser
de umidade nas superfícies com pintura. Para ambientes
projetadas de modo a evitar formas geométricas ou con-
de área úmida, já na fase de projeto, devem ser previstos
dições que possam dificultar a aplicação do sistema de
pintura. boa ventilação e isolação térmica. A condensação cons-
tante pode ser evitada ou miniinizada melhorando a ven-
• As fachadas devem ser de fácil acesso à execução de
tilação natural do edifício através da existência de janelas,
pintura; o acesso à repintura deve ser planeja~o !á na
dutos e grelhas de ventilação, com ou sem dispositivos de
fase de projeto, inclusive prevendo-se a existencra de tiragem mecânica.
suportes para a ancoragem de andaimes ou arranjos SI-
milares.
• As superfícies que não serão expostas após o término Controle do fluxo de água nas superfícies
da obra, mas que exigem proteção, devem ser pintadas
antes de sua fixação. Para aumentar a vida útil ela pintura e valorizar a esté-
ti a das fachadas, recomenda-se que seja observado já no
I rojeto do edifício:
60
61
• A disposição construtiva dos componentes e elementos. • As superfícies inclinadas devem ser evitadas. Estas faci-
Evitar a incidência direta da água de chuva nas facha- litam a deposição de partículas em suspensão na atmos-
das, protegendo as partes mais expostas à chuva, como, fera, além de possibilitarem maior tempo de permanên-.
por exemplo, a platibanda, com rufos e pingadeiras. cia do filme de água de chuva.
• Os detalhes que evitam concentrações de água de chu- • O cuidado com as superfícies horizontais, que acumu-
va e facilitam a dissipação dos filmes de água que se lam poeira, poluição e outras partículas da atmosfera
formam sobre as superfícies. As fachadas deverão, sem- (que são arrastadas durante as chuvas, tendendo geral-
pre que possível, apresentar detalhes arquitetõnicos (fri- mente a escorrer pelas fachadas). Algumas geometrias
sos, pingadeiras, calhas, beirais ete.) que facilitem o es- de pingadeiras e de ressaltos na fachada contribuem para
coamento do filme de água (cf. PEREZ). A presença de o acúmulo de sujeiras. O fluxo de água de chuva pode
pequenas sali ncias, projeções
A ou outros detalhes provocar mancha superficial na pintura, logo abaixo
arquitetônicos na superfície das paredes contribui para a destes detalhes construtivos. Estes efeitos podem ser
dissipação dos fluxos da água que escorre sobre elas, minimizados modificando a geometria destes detalhes
devendo ter geometria, dimensões e posicionamento conforme ilustrados na Figura 3. A geometria (a) contri~
adequados. A Figura 2 mostra a influência ..da geometria bui para a perda da função decorativa da pintura e as
e as dimensões das saliências no grau de dissipação da geometrias (b) e (c) expulsam os fluxos de água (cf
água de chuva. PEREZ). As descontinuidades existentes nas proteções
horizontais tendem a con-
centrar fluxos verticais nes-
a ta região, acelerando a
perda da ação decorativa
da pintura. As geometrias
(a), (c), (e) e (f) mostra-
das na Figura 4 concen-
7 mm de projeção tram fluxos de água, e as
geometrias (b) e (d) redu-
b ziriam os efeitos.

Figura 3 . Efeito da geometria


39 mm de projeção 39 mm de projeção 39 mm de projeção dos ressaltos na expulsão dos
c fluxos de água sobre a pintura
Figura 2 . Efeito das saliências na superfície dos edifícios [cf PEREZ) de edifícios [cf, PEREZ)

62 63
• o efeito dos fluxos algumas vezes pode
ser minimizado
pela aplicação de tinta de acabamento texturizado. Os
acabamentos lisos propiciam a concentração de fluxo
de água e os acabamentos texturizados auxiliam no
espalhamento destes fluxos.

a PRINCíPIOS GERAIS
PARA ,A EXECUÇÃO DE
SISTEMAS DE PINTURA

c d

e f

Figura 4 . Efeito das pingadeiras nos fluxos de água (cf. PEREZ)

64
A experiência mostra que as falhas em pintura geral-
.mente se manifestam na interface da película com o
substrato, ou na própria película de pintura. Estes proble-
mas são ocasionados por uma combinação de fatores e
não unicamente devido à qualidade dos produtos aplica-
dos, conforme observados em estudos de caso. As princi-
pais causas de falhas na pintura ocorrem devido a proble-
mas com o substrato, como a presença de umidade ou a
sua baixa resistência mecânica. As falhas na pintura tam-
bém são causadas pela preparação inadequada, falta de
preparação do substrato, especificação incorreta da tinta,
condições inadequadas para a aplicação dos produtos ou
má qualidade destes produtos.
A seguir são apresentadas informações e recomenda-
ções relevantes para a execução de sistemas de pintura
visando reduzir a ocorrência de falhas.

Materiais para preparo de superfícies

• Espâtulas: usadas para a remoção de tintas e para a


aplicação de massas em áreas pequenas.

• Desempenadeiras: usadas na aplicação de massa Cor-


rida e acrílica, em áreas extensas.

• Lixas para madeira, ferro, massa e de água: usa-


das para reduzir a rugosidade e auxiliar na limpeza do
substrato, melhorar a aderência da pintura e, ainda, lixar
superfícies pintadas com tintas isentas de chumbo. Na
existência de pinturas contendo este pigmento, recomen-
da-se usar o lixam nto a úmido. O tipo e a granulação
do abrasivo deve ser compatível com as características
do substrato e da textura exigida.

67
guiares, e as trinchas largas e chatas são adequadas para
superfície plana e de grande extensão, não devendo ter
largura superior a 12,5cm.

• Rolos de lã de carneiro, de espuma de poliéster, de


.espuma rígida e de lã para epóxi: Os rolos de lã de
pêlo baixo (sintético ou de carneiro) são recomendados
Desempenadeira
para aplicação com tinta látex, os de espuma, para tinta a
óleo, esmalte sintético ou vernizes; e os de espuma rígi-
da, para acabamentos texturizados. Os rolos de lã de pê-
los mais curtos são recomendados para tinta epóxi. A apli-
cação é rápida e de grande rendimento, sendo adequada
para superfícies extensas e regulares.
Espátula
• Revólver ou pistola: O mais comum é o método por
pulverização com ar, geralmente usado em pinturas
automotivas, mas é também recomendado para a aplica-
ção de tintas a óleo, esmaltes ou vernizes. Opera com
pres ões inferiores ao sistema airless, o qual trabalha com
pressões mais elevadas. Este método' recomendado para
a aplicação em superfícies extensas, sem janelas e portas,
e de difícil acesso, tendo como principal vantagem a rapi-
Materiais e equipamentos para a execução de dez na execução da pintura, pois permite a obtenção de
sistemas de pintura espessuras maiores com um número mínimo de demãos.
A principal desvantagem é a necessidade de proteger as
• Pincel; trincha ou broxa: São recomendados para a superfícies que não serão pintadas com este equipamen-
pintura da maioria das tintas convencionais, em área pe- to. As condições de uso da pistola devem ser aquelas
quena e em superfícies irregulares; não são recomenda- recomendadas pelo fabricante da tinta.
dos para a aplicação em áreas extensas. A aplicação é
lenta, a película obtida é pouco uniforme e nem sempre • Recipientes para acondicionamento de tintas: Os
permite boa penetração no substrato. ão é adequado mais comuns são bandejas ou caçambas, que favorecem
para tintas de secagem rápida, especialmente em áreas a transferência da tinta para o rolo ou pincel. É muito
grandes. Os pincéis redondos ou ovais são recomenda- comum o uso das latas de tinta de 18L como recipiente
dos para a pintura de superfícies muito ásperas ou irre- para pintura.

68 69
• Mexedores: São ferramentas em formato de régua e o ato do recebimento das amostras, estas devem ser
são recomendados para auxiliar a homogeneização da registradas com a data de entrada e o número do lote , e o
tinta. armazenamento deve ser feito de modo que a sua utiliza-
ção tenha a mesma seqüência.

Preparação de substratos

SUBSTRATOS MINERAIS POROSOS

Condições para receber a pintura

Pincéis o substrato deve estar firme e coeso, uniforme e


desempenado, sem sinais de umidade, sujeira, poeira,
\ eflorescências ou partículas soltas , isento de óleo ,
gorduras ou graxas e microrganismos biológicos, como
~
r'- ~fT
/;7 mofo, fungos, algas, líquens etc. As superfícies à base
de cimento e/ou cal recém-executadas devem estar
curadas por pelo menos 30 dias.
Bandeja

Airless (pistola)
Preparação de substratos minerais porosos

LIMPEZA DA SUPERFÍCIE

• Remover as sujeiras, poeiras, materiais soltos de modo


geral, por escovação e eventualmente com auxílio de
Armazenamento dos produtos jatos de água. Em caso de superfícies de ambientes
externos de limpeza difícil, empregar raspagem com
Em obras de grande escala deve haver um local pró- espátula, escova de fios de aço ou jatos de areia.
prio para o armazenamento dos materiais para a pintura. • Remover graxa, óleo e outros contaminantes gorduro-
As tintas à base de solventes devem ser armazenadas em sos com sabão e detergente, seguido de lavagem com
local ventilado. As especiais, à base de solventes específi- água e deixando-se secar a superfície. Desaconselha-
cos, devem ser armazenadas conforme instruções fornecidas se neste caso o uso de solventes.
na embalagem do produto ou no catálogo do fabricante.

70 71
• Remover eflorescências por meio de escovação da TRATAME TOS SUPERFICIAIS
superfície seca, empregando-se escova de cerdas ma-
cias. • Em superfícies de elevada porosidade (absorção de
• Remover o bolor e outros microrganismos esfregan- água maior do que 15%) é recomendada a aplicação
do-se a superfície com escova de fios duros e solução prévia de fundos seladores com características compa-
de hipoclorito de sódio, com 4% a 6% de cloro ativo. tíveis com a tinta de acabamento, ou da própria tinta
A solução pode ser também constituída por água sani- de acabamento diluída em água ou solvente na pro-
tária ou produtos bactericidas, diluída com água na porção 1:1
proporção de 1:1. Se necessário, deixar a solução agir • Em superfícies de baixa resistência mecânica como
durante certo período, aproximadamente 1 hora, e reboco magro (fraco), com pouco cimento, apli~arfun-
enxaguar em seguida com água em abundância. ão do (líquido) preparador de superfícies, com rolo ou
utilizar esta solução em caso de superfícies de concre- pincel, na diluição indicada na embalagem do produ-
to armado. '" to ou no catálogo do fabricante. A resistência mecâni-
ca da superfície pode ser verificada esfregando-se essa
superfície com os dedo e exercendo-se certa pres-
CORREÇÃO DAS FALHAS DO SUBSTRA TO são, sendo considerada baixa quando não há coesão
entre os grãos de areia. A verificação também pode
• Eliminar as manchas de umidade causadas pela infil- ser realizada com o auxílio de fita adesiva (crepe):
tração de água de canos furados, telhas quebradas, aplica-se a fita com pressão sobre a superfície, remo-
calhas entupidas etc. Após a correção dos problemas, vendo-a de uma só vez com um forte puxão, obser-
deixar a superfície secar. vando-se a seguir a quantidade de argamassa aderida
• Reparar imperfeições como trincas, fissuras, saliências à fita. Quando a argamassa é friável sob pressão dos
e reentrâncias antes da aplicação da pintura. As im- dedos, e ta deve ser refeita.
perfeições de grandes dimensões e profundidade de- • Tintas com base solvente, a óleo ou esmalte sintético
vem ser reparadas com argamassa de revestimento na devem ser aplicadas sobre superfícies previamente tra-
textura semelhante à superfície a ser pintada e, prefe- tadas com fundo (líquido) preparador de superfícies
rencialmente, 30 dias antes da pintura. As imperfei- e, se necessário, em casos de substratos de base ci-
ções de dimensões pequenas devem ser reparadas com mento, deve-se aplicar o fundo selador pigmentado
massa niveladora, de característica compatível com a de base solvente.
tinta de acabamento. A massa deve ser aplicada com
desempenadeira de aço ou espátula, até o nivelamento
desejado. Não aplicar demãos com espessura excessi-
va. Deixar secar durante algumas horas e lixar com
uma lixa de granulação adequada.

72 73
OB1ENÇÃO DE SUPERFÍCIE COM ACABAMENTO USO PREPARAÇÃO DE SUPERFÍCIES LISAS

• Sobre a superfície já preparada aplicar sucessivas • Superfícies muito lisas, quase polidas, e pulverulentas,
demãos de massa, em camada finas, com como de gesso e artefatos de gesso, não permitem
desempenadeira de aço ou espátula. A ma sa deve boa aderência da pintura. As tintas devem ser aplica-
ser compatível com a tinta de acabamento e o tipo de das sobre superfícies previamente escovadas, sem
ambiente. Dependendo do nivelamento, aplicar de uma poeira remanescente, e tratadas com fundo (líquido)
a três demãos de massa, aguardando um intervalo entre preparador de superficie de base solvente.
demãos de aproximadamente uma hora. Quanto mais • A diluição do fundo é fundamental para o seu desem-
lisa a superfície menor o consumo de massa, e quanto penho, portanto recomenda-se observar com atenção
menor a espessura de massa aplicada maior a resis- a diluição indicada pelo fabricante.
tência da superfície de pintura à água.
• Recomenda-se a aplicação de massa na consistência
original, mas, se necessário, pode-se diluir com ~gua
ou solvente indicado, conforme o tipo de massa.
• Após duas a três horas de secagem, lixar a superfície.
• Consultar a Tabela 9, onde estão resumidos os siste-
mas básicos de preparação de superfícies.

Tintas com
Tratamentos Tintas de dispersão aquosa
base solvente
superficiais
Interior Exterior Interior/Exterior

Correção de Limpar
Massa acrílica/
imperfeições Massa acrílica Massa a óleo
vinílica
superficiais

Fundo
Regularização
Selador acrílico / Selador preparador + Selar
da absorção da
vinílico acrílico fundo selador de
superfície
base solvente

Correção da Fundo
resistência Fundo preparador de superfícies preparador de
mecânica superfícies

Acabamento Massa acrílica/ Ilustração 4 - Preparação de superfícies


Massa acrílica -
liso vinílica

Tabela 9 - Sistemas básicos de preparação de superfícies


74 75
SUBSTRATOS DE MADEIRA E SEUS DERIVADOS aplicar muita pressão. Deve ser empregada lixa de
granulação apropriada à textura da madeira para não
Condições da superfície para receber a pintura afetar suas fibras. O lixamento serve para eliminar as
farpas, alisar e uniformizar a superfície e remover a
SUPERFÍCIE NOVA SEM PINTURA camada deteriorada pelo internperisrno.
• Remover o pó resultante do lixamento com pano ume-
• A madeira deve estar envelhecida e seca, com teor de decido em aguarrás. .
umidade em equilíbrio com o ambiente. Deve estar
limpa, sem sujeira, poeira e depósitos superficiais,
como resinas exsudadas ou sais solúveis provenientes SUPERFÍCIES COM ACABAMENTOS ATURAIS
de tratamento preservante. Não apresentar farpas e (COM VERNIZ)
resíduos de serragem, óleos, gorduras ou graxas, agen-
tes de degradação biológica, tais como: bolores, fun- • Superfícies de madeira geralmente são seladas com o pró-
gos e insetos (cupins, brocas). prio verniz, diluído na proporção 1:1, com solvente
• Não apresentar a camada superficial degradada pela apropriado ou com fundos seladores para madeira.
ação do intemperismo, como da radiação solar e da Em alguns casos devem ser seguidas as recomenda-
umidade. ções do fabricante do produ to.
• Aplicar o verniz ou selador cuidadosamente nos vãos e
fendas.
Preparação de superfícies de madeiras e seus derivados • Aplicar mais duas ou três demãos do verniz diluído ,
conforme recomendação do fabricante, com intervalo
LIMPEZA DA SUPERFÍCIE entre demão de 6 a 8 horas e repassando-se uma lixa
320 a 400, antes da demão subseqüente.
• Remover a sujeira e depósitos superficiais como as re- • Superfícies de madeira não exposta ao intemperismo po-
sinas exsudadas e os sais solúveis por escovação, ras- dem ser seladas com fundo selador nitrocelulósico.
pagem com espátula e lavagem com água. Alguns ti-
pos de sujeira devem ser removidos com sabões e
detergentes domésticos, evitando-se o uso de produ- SUPERFÍCIES COM ACABAMENTOS
tos fortemente alcalinos. PIGMENTADOS
• Remover as graxas, os óleos e outros contaminantes gor-
durosos esfregando o local com pano levemente em- • Selar a superfície com fundo selador pigmentado para
bebido em solvente (aguarrás), lavando-se posterior- madeiras ou fundo selador base solvente. Ambos de-
mente com água e detergente doméstico. vem ser diluídos na proporção e com solvente reco-
• Lixar a superfície no sentido das fibras da madeira, sem mendados pelo fabricante do produto .

76
77
• Aguardar 6 a 8 horas de secagem e lixar a superfície com • Deve estar isenta de água depositada por condensação
lixa 240 a 320. e estar devidamente protegida com tinta de fundo
• Corrigir imperfeições, vãos e fendas com massa anticorrosiva.
niveladora e de enchimento.
• Aguardar 6 a 8 horas de secagem e lixar as áreas emassadas
com lixa 240 a 320. PREPARAÇÃO DE UPERFÍCIES NOVAS
• Aplicar posteriormente a tinta de acabamento conforme o
procedimento apresentado no item "Tipos de Tinta". • Remover depósitos superficiais ou contaminações com es-
cova de aço ou mesmo palha de aço e lixa, evitando-
se deixar a superfície polida.
SUPERFÍCIES DE MADEIRAS RESI OSAS • Remover as graxas, os óleos e outros contaminantes
gordurosos esfregando o local, várias vezes, com pano
• Deve ser tratada com uma a duas demãos de solução embebido com solvente (aguarrás), evitando-se espa-
de goma-laca, principalmente nos locais onde exis- lhar o óleo e a graxa sobre a superfície. Se necessário,
tem nós. A solução de goma-laca deve ser preparada escovar a superfície energicamente com escova de aço.
dissolvendo-se 20 a 25g de goma em 100m! de álcool • Remover a poeira remanescente à superfície, devido à lim-
etílico comercial. peza, com ar comprimido.
• A tinta de fundo deve ser sempre compatível com a • Remover as contaminações causadas pela exposição a
tinta ou o verniz para acabamento. Em caso de dúvi- atmosferas corrosivas do tipo industrial, marítimo ou
das, deve-se consultar o fabricante. químico (sais de cloretos, sulfatos, nitratos etc.) com
água limpa, enxaguar com água em abundância e se-
car, antes da aplicação da tinta de fundo anticorrosiva.
SUBSTRATOS METÁLICOS FERROSOS • A corrosão decorrente do processo de lavagem deve ser
removida com solvente (aguarrás).
Condições da superfície para receber a pintura • Aplicar a tinta de fundo anticorrosiva (tinta com pig-
mentos anticorrosivos como cromato de zinco, óxido
de ferro, fosfato de zinco) logo após a preparação da
SUPERFÍCIE NOVA
su perfície e preferencialmente no mesmo dia.
• Deve estar seca, isenta de materiais soltos ou conta-
minações como óleo, graxa, ferrugem e carepas de
laminação. Não deve apresentar contaminações cau-
sadas pela exposição a atmosferas agressivas do tipo
industrial ou marítimo ou devido ao contato com pro-
dutos químicos agressivos.

78 79
Condições ambientais para a execução da pintura ras ou ausência de contraste de cores entre demãos, o
nível de iluminação deve ser aumentado. Tapintura de
Recomenda-se aplicar o sistema de pintura nas superfícies internas onde se observa incidência de luz
condições ambientais descritas a seguir: contra os olhos do pintor (parte interna de vitrô), deve-
se colocar um anteparo contra a luz.
Condições de temperatura e umidade: pintar à tempe-
ratura ambiente entre 10°Ca 40°C e com umidade relati- Aplicação da tinta
va do ar inferior a 80%, a menos que o fabricante do
produto estabeleça outras condições de aplicação. Abertura de embalagens: as tintas dentro da embala-
gem não devem apresentar elevada sedimentação, coa-
Movimento do ar e vento: as superfícies externas devem gulação, geleificação, separação de pigmentos,
ser pintada na ausência de ventos fones, de partículas em empedramento, formação de pele, odor desagradável,
suspensão na atmosfera, de chuvas, de umidade superficial ou sinais de corrosão na superfície do produto.
ou excessiva do ar, como a condensação de vapor ou a
neblina. O mesmo cuidado deve ser mantido em todas as Homogeneização da tinta: os produtos devem ser ade-
demãos do sistema de pintura. As superfícies internas de- quadamente homogeneizados sob agitação manual ou
vem ser pintadas quando não há condensação de vapor na mecânica, antes da aplicação. Os pigmentos, eventual-
superfície a ser pintada e em condições climáticasque per- mente presentes, depositados no fundo da embalagem,
mitam que portas e janelas fiquem abertas. devem ser incorporados às tintas. Para melhor mistura
da tinta, a fração líquida da embalagem original deve ser
Fatores sazonais: recomenda-se programar a execução removida transferindo-se para uma outra embalagem,
do sistema de pintura nas estações do ano menos chu- isenta de sujeiras e corrosão. A fração sedimentada deve
vosas, em paredes sem incidência direta do sol e sem ser misturada, com a espátula ou "mexedores", com
condensação de umidade. movimentos de baixo para cima. ão devem ser utiliza-
dos objetos arredondados. Gradativamente, devolver a
Poluição atmosférica: as superfícies expostas em ambien- fração líquida do produto à embalagem original, conti-
tes com elevada poluição atmosférica devem ser muito nuando a agitação até completa homogeneização. De-
bem limpas antes da aplicação da pintura, e o intervalo volver a tinta da embalagem original para outra embala-
de aplicação entre demãos deve ser o menor possível. gem e vice-versa, repetindo esta operação diversas ve-
zes a fim de garantir total homogeneização.
Iluminação e ventilação: a aplicação do sistema de pin-
tura deve ser realizada em ambiente com boa ilumina- Diluição: geralmente os produtos são recebidos com a
ção e ventilação, e, em caso de a iluminação natural ser diluição indicada para a aplicação com rolos e pincéis.
insuficiente, esta pode ser substituída por iluminação Em caso de utilização de produtos que necessitem de
incandescente ou fria. Em caso de pintura de cores escu- diluição em obra, observar o seguintes itens:

80
81

~l
1) A diluição deve ser feita com água ou solvente apropria- fundo da bandeja, na parte rasa. A pintura deve ser ini-
do de acordo com o tipo e com a proporção indicada ciada de cima para baixo, procurando cobrir o maior
na' embalagem do produto ou do fabricante. comprimento possível. As emendas devem ser disfarça das
2) Geralmente é recomendada a adição de aguarrás para passando-se o rolo suavemente pela superfície de modo
produtos de base solvente, como o esmalte sintético, ;inta transversal às pinceladas.
a óleo e verniz e suas respectivas tintas de fundo e Iíqui-
dos preparadores. Na aplicação por pulverização pode Aplicação por pulverização: este tipo de aplicação deve
haver necessidade de maiores diluições, sendo sempre ser realizado conforme recomendação do fabricante da
importante usar a proporção indicada pelo fabricante. tinta, tipo de equipamento, condições de trabalho e ca-
3) Às vezes há necessidade de diluir as tintas de fundo, racterísticas de diluição da tinta.
tanto para melhorar a penetração no substrato como para
facilitar a aplicação. TÉCNICA GERAL DE APLICAÇÃO

Misturas: produtos de diferentes marcas comerciais não A quantidade de material aplicada em cada demão deve
devem ser misturados sem consulta prévia aos respecti- ser a mínima possível e espalhada ao máximo, de maneira
vos fabricantes. que a cobertura da superfície seja obtida através da apli-
cação de várias demãos. Cada demão deve ser aplicada
Aplicação com pincel; trincha ou broxa: devem ser com espessura uniforme e livre de poros, escorrimentos
merzulbados nos produtos somente até a metade do ete. Quaisquer falhas de pintura devem ser corrigidas, res-
com~rimento das cerdas. O excesso deve ser retirado peitando-se o tempo de secagem previsto antes da aplica-
espremendo-os contra a embalagem. As pinceladas de- ção da demão subseqüente. Cada demão deve ser aplica-
vem ser curtas, procurando depositar quantidades uru- da quando a anterior estiver suficientement seca, de modo
formes de material, de modo a formar uma camada lisa a não provocar enrugamento, descolamento ete. A última
e de espessura uniforme. O nivelamento e o alisamento demão deve propiciar à superfície uma película uniforme,
da película devem ser obtidos por meio de pinceladas sem escorrimentos, sem falhas ou imperfeições.
transversais longas em relação às primeiras, tomando-s ' Escorrimentos ou salpicos de tinta nas superfícies não
o cuidado de passar suavemente o pincel, de modo a destinadas à pintura (Vidros, pisos, concreto aparente ete.)
não deixar marcas novas. devem ser evitados. Os salpicos devem ser removidos
quando frescos, empregando-se pano úmido embebido
Aplicação com rolo: a molhagem do rolo deve ser f it:l em produtos à base de água e pano embebido com remo-
em recipiente apropriado. O rolo é colocado na parte vedor apropriado em produtos de base solvente.
rasa da bandeja e rolado até a parte mais funda cont '11 Para melhor proteção do substrato, deve ser aplicado
do tinta. Repetir o procedimento várias vezes para qu . () um número maior de demãos de tinta em superfícies mui-
rolo fique uniformemente impregnado. O excesso -; n: to porosas, ou com contornos angulosos, ou com certa
movido pressionando-o e rolando-o suavemente p ·It) inclinação.

82 83
A pintura recém-aplicada deve ser protegida contra
incidência de poeira e água, ou mesmo contra contatos
acidentais, durante a secagem.
De modo geral, cada demão do sistema deve estar seca
antes da aplicação da demão subseqüente. Como as con-
dições atmosféricas influem no tempo de secagem e con-
seqüentemente no intervalo entre dernãos, este não deve
ser inferior àquele recomendado na embalagem do pro-
duto ou pelo fabricante. Tintas de base água não exigem
longos períodos de secagem, podendo a demão seguinte
ser aplicada algumas horas após a primeira.

RECOMI§NDAÇÕES PARA A
INSPEÇAO DE TRABALHOS
DE PINTURA

84
Níveis de inspeção

Os níveis de inspeção variam conforme o tipo de pro-


jeto e da pintura A inspeção pode ocorrer no final da
execução quando a obra é de pequeno porte e a pintura
tiver função apenas decorativa. A inspeção em todas as
etapas é realizada quando o projeto for complexo, a área
de pintura muito extensa ou a pintura tiver função de
proteção e não decorativa. A inspeção em todas as etapas
deve ser efetuada por especialista independente. Todas
as operações ficam sujeitas à inspeção e à aprovação an-
tes do início da próxima etapa, contando com padrão de
mão-de-obra previamente estabelecido em cada uma das
etapas.

Conformidade dos produtos

De modo geral são utilizados os ensaios para assegu-


rar a conformidade dos produtos com as especificações
acordadas entre o con umidor (construtora ou empreitei-
ro) e o fornecedor. As especificações tomadas como refe-
rência podem ser aquelas do próprio fabricante, do país,
de outros países, ou mesmo aquelas da própria construto-
ra. a ausência de especificações próprias, o consumidor
pode solicitar do fornecedor documentos técnico , emiti-
dos por laboratório qualificado, com o máximo de 12 meses
de emissão, e que comprovem as características dos pro-
dutos.
Os ensaios podem ser regulares como parte do pro-
cesso de inspeção, ou somente em caso de dúvidas em
relação à qualidade dos produtos ou na eventual existên-
cia de adulterações. Os produtos devem atender às exi-
gências acordadas entr o consumidor e o fornecedor,
ca o contrário, devem ser rejeitados.

87
Uma forma prática de verificação de conformidade é
a avaliação comparativa com um padrão acordado entre
o construtor e o fornecedor. A amostragem deve ser rea- Tolerâ ncia de
lizada com os representantes de ambas as partes, deven- variaç ão (*)
do fazer em lata fechada sem uso, após a homogeneização
do produto. Deve ser registrado o número do lote. ± 2%
Basicamente podem ser utilizados os seguintes tipos
de verificações: ± 2%

± 2%
UNIFORMIDADE DOS LOTES DE PRODUTOS
± 2%
São ensaios rápidos, simples, geralmente determina-
dos por métodos químicos e físico-químicos, conforme Oev em
apres entar
exemplos mostrados na Tabela 10. Os produtos devem
espectro gramas
ser caracterizados segundo estes ensaios, os lotes subse-
de me smas
qüentes entregues na obra devem ser controlados pelos caracte rísticas
mesmos ensaios e os resultados devem apresentar as to-
lerâncias de variação especificadas nesta mesma tabela. Massa específica NBR-5829 NBR-5829 ±O, 1%
Estes ensaios são recomendados para obras de grande Viscosidade ASTMO-562 ASTM 0-562 ±5 %
porte ou de grande responsabilidade. Muitas vezes, eco- (-) Tolerância em relação aos valores indicados pelo fornecedor ou em relação à mostra inicial de refcrência.
nomicamente, é inviável a realização destes ensaios; neste Tabela 10 - Ensaios de controle de uniformidade
caso, recomenda-se guardar uma amostra colhida na re- de lote de tintas e vernizes
cepção e que poderá ser ensaiada futuramente, no caso
de dúvidas quanto às características dos produtos acei-
tos. de referência de superfície como base para a ins peção.
O aspecto de~sas su perfícies pode ser avaliado po r rné-
AVALIAÇÃO QUALITATIVA todos qua~ltatlvos sen oriais, como por comparaç ão vi-
sual do bnlho, da textura, da cor etc.
Podem ser realizadas avaliações qualitativas por com-
paração visual, em relação a uma amostra previamente ENSAIOS DE DESEMPENHO
acordada entre o fornecedor e o construtor. As caracte-
rísticas das su perfícies a serem pintadas e o aspecto das São ensaios que simulam as condições reais d uso.
pinturas podem ser registrados preparando-se padrões Podem ser feitos por laboratórios qualificados com base

88 89

~
em ensaios normalizados, mas alguns de fácil execução solvente), número de demãos, material para aplicação
podem ser realizados sobre superfícies existentes na pró- do produto etc. Em caso de não-atendimento dessas con-
pria obra, por técnico treinado para esta finalidade, como, dições, o inspetor deve determinar a interrupção dos tra-
por exemplo: rendimento, poder de cobertura "prático", balhos.
resistência à água, resistência de aderência e/ou coesão Durante a aplicação verificar se os produtos estão
da argamassa, resistência a produtos químicos domésti- diluídos corretamente e, se necessário, fazer a amostragem
cos, porosidade. do material que esteja sendo aplicado.
Certificar-se de que os produtos não estão sendo adul-
Inspeção terados. Em caso de dúvida, o produto deve ser avaliado
por um laboratório independente. As amostras coletadas
CONDiÇÕES DOS SUBSTRATOS para a realização dos ensaios devem estar em suas em-
balagens originais. A amostragem dos produtos e os en-
saios fazem parte dos procedimentos de inspeção.
É importante verificar se os substratos estão em con-
dições adequadas para receber pintura conforme de cri-
to no item "Princípios gerais para a execução de s~ste- RECEPÇÃO DOS TRABALHOS
mas de pintura".
A inspeção final a ser realizada pelo inspetor deve
ser efetuada junto com o contratante dos serviços, antes
EXECUÇÃO DOS TRABALHOS
da retirada dos andaimes.
Ao término dos serviços, deve ser verificado o estado
Durante a inspeção é importante verificar se os pro- das superfícies pintadas. A pintura deve estar uniforme,
dutos estão adequadamente selecionados, em conformi- sem imperfeições, sem escorrimentos e sem salpicos de
dade com o item "Recomendações para a especificação tinta nas superfícies adjacentes, não destinadas à pintu-
de sistemas de pintura". Em todas as etapas verificar se a ra. Caso contrário, a inspeção deve recomendar o reparo
execução está sendo realizada dentro do padrão de mão- localizado de trechos de pintura ou mesmo repintura de
de-obra e qualidade exigidas pela construtora e/ou con- ambientes completos. As correções podem ser realiza-
forme os procedimentos usuais de execução. das por repintura simples ou mesmo raspagem e posteri-
Em cada uma das etapas de execução dos serviços or repintura correta.
verificar se estão sendo obedecidas as recomendações O tipo de observação durante a inspeção varia con-
indica das no item "Princípios gerais para a execução de forme a função da pintura, se de proteção ou decorativa.
sistemas de pintura" quanto às condições para limpeza Em tintas de proteção o aspecto estético não é essencial.
das superfícies, forma de preparação do substrato, dilui-
ção dos produtos (proporção de diluição e tipo de

90 91
FUNÇÃO DO INSPETOR • a manutenção dos registros da inspeção e preparação
do relatório final;
o inspetor deve ser um indivíduo com bons conheci- • a realização da inspeção final ao término dos serviços.
mentos sobre materiais, processos e técnicas empregadas,
e cabe a ele assegurar: No esquema a seguir estão relacionadas as etapas para
a realização da inspeção.
• que os produtos não estejam deteriorados:
• que os produtos estejam em conformidade com as espe-
cificações;
• que as amostras de produtos sejam colhidas e guarda-
das para a realização de ensaios posteriores, caso haja
necessidade de pesquisar eventuais defeitos;
• que as condições de segurança para a execução dos
serviços estejam satisfatórias, eventualmente requeren-
do as providências necessárias;
• que os substratos e tejarn em condições adequadas
. para receber pintura, inclusive quanto ao teor de umi-
dade;
• que as condições ambientais para a execução das pin-
turas estejam adequadas;
• que as superfícies adjacentes, não destinadas à pintu-
ra, estejam convenientemente protegidas;
• que os produtos estejam sendo aplicados na seqüência
correta, inclusive o número de demãos, espessura da
película, cor, tipo de acabamento, e que estejam con-
forme as recomendações do fabricante do produto. A
demão subseqüente só deve ser iniciada após a visto-
ria e aprovação do serviço anterior executado;
• o volume de tinta consumido, contando as embala-
gens originais vazias;
• a homogeneização dos produtos aplicados, observando
o aspecto das embalagens originais vazias e comparan-
do com o volume de material gasto na área aplicada;

92 93
INSPEÇÃO DOS TRABALHOS DE PINTURA

Etapas de execução dos


Verificações / Exigências
serviços

• produtos em conformidade com as especificações


• condições de segurança satisfatórias para execução
1. Condições para início dos
• existência de proteção nas superfícies adjacentes não
serviços
destinadas à pintura
• existência de proteção contra respingos nos pisos
Substratos minerais porosos
• apresente 30 dias de cura, teor de umidade adequado
para a pintura e sem focos de umidade
• esteja coeso, uniforme, desempenado, sem imperfeições
profundas, como reentrâncias, fissuras e trincas
• sem eflorescências, sujeira, poeira, partículas soltas e
sem sinais de óleo, gorduras, graxas etc.
• sem sinais de microrganismos biológicos como mofo,
fungos, algas, liquens etc.
• esteja bem nivelada, lixada, sem pulverulência e resíduos
do lixamento

- Substratos de madeira e derivados


2. Condições dos substratos • esteja envelhecida e seca, com teor de umidade em
equilíbrio com o ambiente
• sem agentes de degradação biológica, como
microrganismos e insetos
• sem sujeira, poeira e depósitos superficiais, como resinas
exsudadas ou sais solúveis provenientes do tratamento
preservante, farpas e resíduos de serragem
• sem camada deteriorada pelo intemperismo, sinais de
óleo, gorduras, graxas, juntas abertas e vãos
• bem lixada, no sentido das fibras da madeira, e sem
resíduos do lixamento
co Substratos metálicos I
(J1

• seca, sem sinais de sujeira, poeira, depósitos superficiais,


óleos, gorduras, graxas, ferrugem e laminação e resíduos
do lixamento I
• a superfície não esteja polida e não tenha contaminações
provenientes da exposição a atmosferas corrosivas
• temperatura entre 10°C a 40°C e UR < 80% I
3. Condições ambientais • superfície sem incidência direta do sol
para execução da pintura • ambiente com boa ventilação e iluminação, sem ventos
fortes, chuvas ou umidade superficial
I
INSPEÇÃO DOS TRABALHOS DE PINTURA

Etapas de execução dos


Verificações / Exigências
serviços

Suhstratos minerais porosos


• a superfície selada (com selador, base de PVAc ou acrflico)
e, se necessário, tratada com fundo preparador de parede
• a massa niveladora aplicada esteja compatível com o
<D
substrato e com a tinta especificada, apresente espessura
Ol
média < 2mm e que esteja bem lixada, sem sinais de
fissuras ou trincas
Suhstratos de madeira e derivados
• os vãos e fendas devidamente preenchidos com massa
niveladora e selados
4. Condições das
• a massa niveladora aplicada esteja compatível com o
superfícies preparadas para
substrato e com a tinta especificada, esteja bem lixada e
aplicação de pintura
sem sinais de fissuras ou trincas; a superfície selada com
selador apropriado, com ou sem pigmentação
Suhstratos metálicos
• a superfície tratada com primer anticorrosivo apropriado e/ou
promotor de adesão, logo após a limpeza da superfície

• a tinta na embalagem não tenha sedimentação, coagulação,


geleificação, separação de pigmentos, formação de pele e
esteja bem homogeneizada
5. Aplicação da pintura • a diluição tenha sido realizada com solvente apropriado e
compatível com o substrato
• os materiais (rolos, pincéis) para a aplicação tenham sido
adequadamente selecionados

• realizada antes da retirada dos andaimes


• os produtos tenham sido aplicados na seqüência correta e
com número de demãos corretos
• a pintura de acabamento esteja com brilho, textura e cor
6. Recepção dos trabalhos /
uniformes e sem marcas de pincéis, falhas, emendas,
Inspeção final
escorrimentos e enrugamento
• as superfícies não destinadas à pintura estejam limpas, sem
sinais de salpicos e escorridos nas superfícies adjacentes e a
pintura fresca protegida contra incidência de poeira e água
CONCLUSÃO

o sucesso da pintura depende do cuidado com que


são tomadas as decisões, que se iniciam desde a fase da
concepção da obra até a pintura propriamente dita. Uma
boa pintura, com certeza, valoriza o empreendimento.
Dentro do mercado atual, bastante competitivo, tor-
na-se uma obrigação dos profissionais da construção o
fazer bem-feito, sem retrabalho, com o mínimo de des-
perdício de materiais e mão-de-obra, resultando em pro-
dutos finais com bom desempenho e durabilidade. É
dentro desse espírito que deve ser enquadrada a pintura.
Embora seja a parte visível dos edifícios, a pintura
não deve ser usada como um meio para corrigir as falhas
dos serviços que a precedem. Assim, especificar, execu-
tar e controlar bem o sistema de pintura deve contribuir
significativamente para a melhoria da qualidade da Cons-
trução Civil.
O objetivo principal deste livro foi o de sistematizar,
de maneira simples e direta, alguns conceitos e os proce-
dimentos técnicos para execução dos sistemas de pintu-
ra, para que os leitores tenham uma noção dos proble-
mas que podem ser evitados e para que sirvam de supor-
te para que as empresas sigam os primeiros passos na
gestão da qualidade no projeto e execução de sistemas
de pintura.
Procurou-se apresentar os sistemas de pintura mais
comuns, os substratos mais freqüentes na construção sob
uma abordagem direta, objetivando melhorar a qualida-
de e a produtividade na execução de obras, tão impor-
tantes no cenário atual de aumento de exigências do usuá-
rio e de ampliação do movimento da qualidade no setor
da Construção Civil em todo o Brasil.

99
Os procedimentos de aplicação aqui propostos não
BIBLIOGRAFIA
são os únicos e, por isso, devem ser conferidos com as
recomendações dos fabricantes dos produtos. Assim, as
informações descritas no livro devem passar por uma aná-
ASSOCIAçÃoBRASILEIRA
DE NORMAS CABNT).Execução
TÉCNICAS
lise e uma adaptação conforme as características das obras
a serem pintadas, a realidade regional do País e as carac-
de pinturas em edificações não industriais.
terísticas dos produtos a serem aplicados Procedimento BR 1324. Rio de Janeiro, 1991.

Code ofpracticeforpainting
BRITISHSTAl DARDSII STITUTION.
of buildings. CBS 6150). Londres, 1991.

PEREZ, A. R. Umidade nas edificações. Dissertação de


Mestrado, Escola Politécnica, Universidade de São
Paulo, 1986. 271p.

UEMOTO,K. L. Influência da formulação das tintas de


base acrílica como barreira contra a penetração
de agentes agressivos nos concretos. Tese de
Doutorado, Escola Politécnica, Universidade de São
Paulo, 1998. 178p.

100 101
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