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ESCOLA DE BOMBEIROS – RS – BRASIL


BUSCA SALVAMENTO E RESGATE TERRESTRE

Capítulo 1

CONCEITOS EM SALVAMENTO E RESGATE


TERRESTRE

META PRINCIPAL

NIVELAR OS CONCEITOS BÁSICOS EM AÇÕES DE BUSCA E RESGATE TERRESTRE

OBJETIVOS: Ao término deste capítulo você deverá ser capaz de:

1. Conceituar e reconhecer as ações de 4. Conhecer e identificar as equipes de


busca e salvamento. busca e salvamento.
2. Estabelecer condutas de segurança em
ações de busca salvamento e resgate
terrestre.
3. Conhecer e identificar as funções de
cada ME da guarnição de salvamento e
resgate terrestre.

BUSCA, PROTEÇÃO, SALVAMENTO E RESGATE

1•• INTRODUÇÃO

Os perigos resultantes das condições adversas da natureza e da imprevidência das pessoas


determinam que as comunidades bem organizadas criem serviços para atendimentos de
emergência. As atividades de resgatar vidas humanas, salvar animais e patrimônios, prevenir
acidentes e resgatar corpos são atividades desenvolvidas pela equipe de Busca, Salvamento e
Resgate dos Corpos de Bombeiros. Em nosso Estado, o Corpo de Bombeiros pertence à Brigada
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Militar e possui atividades como: Prevenção, Combate a Incêndio, atividades de Defesa Civil, Busca,
Proteção, Salvamento e Resgate.

2 • REFERÊNCIAS TÉCNICAS E ASPECTOS LEGAIS

- Constituição Federal: Art 144 – Aos Corpos de Bombeiros cabe além das atribuições
definidas em lei;
- Constituição Estadual do Rio Grande do Sul de 13 de outubro de 1989:
Art. 130 - “Cabe ao Corpo de Bombeiros da Brigada Militar as atividades de prevenção e
combate a incêndios, buscas, salvamento e defesa civil”.
- NR - 33
- NBR – 15475 – certificação e qualificação de pessoas com cordas
- NBR 14787 – Trabalhos em espaços confinados
- Portaria MS 2048/02 – Regula as urgências e emergências - 2002
- Manual SAR da Força Aérea (Ministério da Defesa) – 2012
- Manual de Busca Salvamento e Proteção – EMBM - 1981
- Manual de Instrução Salvamento Terrestre CBMERJ – MI – 1.1 – 1991
- Manual de Salvamento do CBMDF – 2007
- Manual de Busca e Resgate em Estruturas Colapsadas INSARAG – 2012
- Manual de Salvamento do CBPMESP –

3•• META PRINCIPAL

Estabelecer padrões de conduta e procedimentos para realização de busca salvamento e


resgate terrestre com segurança.
Diante de situações e circunstâncias dinâmicas o profissional de salvamento deve estar
preparado para atuar em condições precárias que requerem condições especiais de treinamento e
condicionamento, físico, técnico e emocional.
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4•• CONCEITOS

BUSCA (LOCALIZAÇÃO)
É toda operação aérea, aquática ou terrestre, que visa o encontro de pessoas, animais ou bens
materiais.
Tipos de Busca:
São Padrões estabelecidos para busca e localização de pessoas de acordo com o terreno e
meio de locomoção.

Busca em Paralelo:
Tipo de busca onde os componentes da guarnição se dispõe lado a lado (em linha) com
distância uniforme entre eles, variando de acordo com a quantidade de socorristas ou tamanho da
área. O mais comum é manter um intervalo de cerca de 1,5m, visando a manutenção de contato
visual e sonoro, além de distância de controle.

Busca em contorno:
Padrão de busca mais indicado para equipe de socorristas a pé em subida de morros
ciculares.
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Busca em espiral ou quadrangular sucessiva:


Padrão de busca utilizado para encostas ou morros com matas e desníveis de cota
acentuados. Também pode ser utilizados em áreas específicas sempre iniciando do ponto externo
para o interno, como por exemplo
uma queda de aeronave.

Busca circular:
Padrão de busca externa de edificações e em resgate veicular. Também utilizado em grande
pilha de escombros.

Busca Longitudinal:
Padrão de busca utilizado principalmente quando só há uma rota possível ou quando se
detém a informação da rota de desaparecimento da vítima.
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Busca em S:
Padrão de busca minuciosa quando disponível rádio comunicação e o socorrista deve
percorrer grande distância lateral e profundidade dentro do seu quadrante estabelecido.

PROTEÇÃO
É toda operação que visa a preservação da vida de pessoas e animais e bens materiais contra a
ação do fogo, estruturas em colapso, fumaça ou água.

SALVAMENTO
È toda operação terrestre, aquática e em altura, que visa o salvamento de vidas, tendo como foco
principal a manutenção das funções vitais, o não agravamento das lesões e ou recuperação de bens
materiais.
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Tipos de Salvamento:

Ex: pessoa
tentando se
SALVAMENTO EM
ALTURA É todo aquele que se realiza acima do solo. jogar do alto
de um prédio
Ex: retirada de
pessoas
SALVAMENTO
TERRESTRE É todo aquele que se realiza em terra. presas em
ferragens
Ex: retirada de
Pessoas que
SALVAMENTO
AQUÁTICO È todo aquele que se realiza em água. estejam se
afogando

RESGATE
É toda operação que visa à retirada de pessoas, animais, com ou sem vida, ou bens materiais
normalmente de locais de difícil acesso ou de difícil remoção, sem a obrigatoriedade de
equipamentos de manutenção do suporte básico de vida.

Tipos de Resgate:
a) Aéreo – utiliza-se aeronave para a remoção de algo ou alguém que tenha sido objeto de busca.
Ex: retirada de pessoas que se encontram perdidas em cânions, retirada de vítimas de matas, etc..;
b) Terrestre em nível do solo. Ex: Resgate Veicular (extricação);
c) Terrestre em subsolo. Ex: resgate em minas de prospecção de minérios, galerias pluviais da rede
pública, buracos, poços, cavernas e afins, todos com seus riscos específicos;
d) Terrestre em Altura: é toda a operação que necessite de equipamento de específico e não seja
necessária a montagem de sistema de ancoragem e descida de vítimas por cordas. Ex Retirada de
pessoas de elevadores.

SOCORRISTA/RESGATISTA
Profissional qualificado em salvamento, resgate e emergências médicas do Corpo de Bombeiros.
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SALVATAGEM
É toda operação que visa a preservação de bens materiais contra a ação do fogo, fumaça, água ou
estruturas em colapso.

Tipos de Salvatagem:

É à retirada de água do local. Edutor, balde, ralo, etc.


ESGOTAMENTO
É a retirada de gases de um local. Abertura de portas e
AERAÇÃO
janelas.
É a retirada de bens materiais do local sinistrado para preserva-
TRANSPORTE
los.
É a preservação de bens materiais Lonas, cobertores, etc.
COBERTURA
que não podem ser removidos do
local do sinistro.
É a iluminação do local do sinistro. Vtr AI, lanternas, etc.
ILUMINAÇÃO
REMOÇÃO DE FONTES DE PERIGO Botijões de gás, etc.

5 • SEGURANÇA NOS TRABALHOS de BSRT

O princípio de segurança visa dar a possibilidade da realização de operações de


grande risco, garantindo não só a execução correta das tarefas, mas também a sua vida e de outros.
Devemos considerar a segurança em primeiro lugar, caso contrário, nos tornaremos
mais uma das vítimas. Antes da realização de um trabalho que envolva risco, devemos administrar a
nossa própria segurança, para só então seguir na realização de nossas tarefas. Cada ocorrência
tem seus riscos específicos e requerem ações de segurança próprias. Assim, primamos pelos
conceitos de biossegurança.
O primeiro passo para trabalhar com segurança é ter confiança em si, para então
realizar um trabalho com risco controlado e desenvolver segurança para os outros (vítimas e
companheiros).
O treinamento deve ser constante, atentando também para o preparo físico e
psicológico, para adquirir bons reflexos e manter estabilidade emocional em condições adversas,
etc.
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No ato de efetuar um salvamento o bombeiro não pode deixar de advertir seus


companheiros, quanto à segurança em si e de quem está a sua volta. A segurança é um fator
primordial em um serviço de salvamento, pois sem ela o socorrista coloca em risco a sua própria
vida, bem como o sucesso da operação.
No salvamento, a segurança do socorrista é de responsabilidade de três
profissionais: (técnica dos seis olhos).

1º) do próprio socorrista;


2º) do seu companheiro (dupla);
3º) do seu comandante imediato.
Sempre que trabalharmos em local de risco devemos adotar uma posição de segurança, bem como
da correta utilização do EPI.
É importante para o Comandante de Guarnição expor ao efetivo que a utilização do
EPI não é facultativa, e, sim compulsória. Tal obrigatoriedade se deve por força legal, e, normas do
Ministério do Trabalho, Ministério da Saúde e Ciência e Tecnologia.

Segurança Individual

Inicialmente o socorrista deve estar com o cartão de vacinas em dia, e devidamente


protegido contra doenças infectocontagiosas, caso contrário uma exposição inadequada a esse risco
comprometerá a saúde futura do profissional. A utilização dos Equipamentos de Proteção Individual
(EPI) por si só não garante proteção plena. A correta utilização do EPI é tão importante quanto a
adoção de comportamento preventivo. O uso de EPI próprio deverá complementar essa segurança
como equipamento básico de segurança biológica para as contaminações por microogranismos e
atmosferas comprometidas. No serviço de bombeiros encontra-se presente as luvas de látex, óculos
de proteção e EPR, mas fundamentalmente uma conduta preventiva de controle de riscos
ambientais na ocorrência. Em fato, o EPI por si só não evita o dano, apenas minimiza o efeito lesivo.

Segurança coletiva

Como maior recomendação de segurança coletiva está o controle e gestão dos riscos
ambientais ou controle da cena. Este princípio estabelece que não há para o bombeiro cena segura
na plenitude, assim o profissional deverá trabalhar sempre com tempo resposta pelos prazos
biológicos e também considerando o cenário mais favorável com riscos controlados.
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Uma definição das atribuições dos componentes da guarnição de acordo com as


capacidades e preparo (estado) emocional já garante um bom caminho para uma ação mais segura.
É muito importante que todos da guarnição se sintam responsáveis pela segurança dos
outros componentes. Isso inclui uma comunicação adequada e que diminua possibilidade de
interpretações diferentes.

• Em resumo: são requisitos muito importantes para o Socorrista:


- Conhecimento na área;
- Capacidade;
- Conhecimento técnico, tático e psicológico;
- Segurança no que faz;
- Treinamento constante;
- Condicionamento físico e psicológico;
- Possuir bons reflexos;
- Estabilidade emocional em condições adversas.

• Quanto ao equipamento, exige-se que ele ofereça:

- Máxima segurança;
- Mínimo de peso;
- Menor volume;
- Fácil transporte e emprego.

6 • EQUIPES DE BUSCA SALVAMENTO E RESGATE TERRESTRE

As equipes de Busca e Salvamento devem ser compostas no mínimo por cinco integrantes e
no máximo por sete, buscando sempre a segurança, controle das ações e comunicação.
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É importante que o Comandante busque sempre adequar profissionais com especialização

em salvamento das diversas áreas, EPH, aquático, altura, colapsadas, PP, para que em uma
ocorrência sempre haja um capacitado a ser o socorrista 01 de acordo com a habilidade e demanda.
A composição deverá contar sempre com
Líder de equipe ou comandante da guarnição;
Resgatista ou socorrista 01 Especialista
Resgatista ou socorrista 02 EPH
Resgatista ou socorrista 03 Logística e Segurança (Extração)
Resgatista ou socorrista 04 Motorista e responsável pelas comunicações e segurança.

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