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27/03/2020 ESTATUTO PROVISÓRIO DE 1821

E statuto P rovisional de
1821
(08 de outubro de 1821)

Dada pelo Protetor da Liberdade do Peru, para o melhor regime de departamentos livres, a Constituição permanente do
Estado é estabelecida nesse meio tempo. Ao assumir o comando supremo em mim, sob o título de Protetor do Peru,
meu pensamento foi estabelecer as bases daquilo que aqueles que são chamados ao sublime destino de fazer as
pessoas felizes devem construir. Eu assumi toda a autoridade para responder por toda a Nação, declarei francamente
meus desígnios, para que sejam julgados de acordo com os resultados: e dos campos de batalha onde busquei a glória
de destruir a opressão, unidos Para meus camaradas de armas, vim me colocar na vanguarda de uma administração
difícil e amplamente responsável.

Eu poderia ter tornado a liberalidade de meus princípios mais cara no Estatuto Provisório, fazendo magníficas
declarações sobre os direitos do povo e aumentando a lista de funcionários públicos para dar um aparato mais popular
às formas atuais. Mas, convencido de que a superabundância de máximas louváveis não é a melhor maneira de
estabelecê-las, limitei-me às idéias práticas que podem e devem ser realizadas.

Enquanto houver inimigos no país, e até que o povo forme as primeiras noções do próprio governo, administrarei a
Diretiva Poder do Estado, cujas atribuições, sem serem as mesmas, são análogas às do Poder Legislativo e Executivo.
Abster-me-ei de me misturar no exercício solene das funções judiciais, porque sua independência é a única e verdadeira
salvaguarda da liberdade do povo; e não importa que máximas primorosamente filantrópicas sejam mantidas quando
quem faz a lei ou a executa, é também quem a aplica.

Antes de exigir dos povos o juramento de obediência, farei diante de todos aqueles que observarem e cumprirem o
Estatuto que forneço como garante de minhas intenções. Aqueles que, com a experiência do passado, meditam sobre a
situação atual e têm mais o hábito de analisar a influência de medidas administrativas, encontrarão na simplicidade dos
princípios que adotei a prova de que não ofereço mais do que que considero conveniente cumprir; que meu objetivo é
fazer o bem e não frustrá-lo, e que, conhecendo a extensão de minha responsabilidade, tentei equilibrar meus deveres
pela lei das circunstâncias, para não me expor a falhar com eles.

Com tais sentimentos e confiando na cooperação efetiva de todos os meus concidadãos, ouso esperar que, com o
tempo, consiga devolver o depósito, do qual cuidei, com a consciência de tê-lo mantido fielmente. Se, depois de libertar o
Peru de seus opressores, posso deixá-lo na posse de seu destino, irei à vida privada procurar minha última felicidade e
consagrarei o resto dos meus dias para contemplar a beneficência do grande Criador do universo e renovar meus votos
para a continuação de sua própria influência sobre o destino das gerações futuras.

PRIMEIRA SEÇÃO
Art. 1o. - A religião católica, apostólica e romana é a religião do Estado: O Governo reconhece como um de seus
primeiros deveres mantê-lo e preservá-lo por todos os meios ao alcance da prudência humana. Quem atacar
publicamente ou privadamente seus dogmas e princípios será severamente punido na proporção do escândalo que eles
teriam causado. Art. 2o.- Os que professam a religião cristã e discordam de alguns princípios da religião estatal, podem
obter permissão do governo, com consulta de seu Conselho de Estado, para usar o direito que lhes corresponde, desde
que sua conduta não ocorra. ser transcendental à ordem pública.

Art. 3o.- Ninguém pode ser funcionário público ou professar a religião do Estado.

SEGUNDA SEÇÃO
Art. 1o .- O poder diretivo supremo dos departamentos livres do Estado do Peru, agora reside no Protetor; suas
faculdades emanam do império da necessidade, da força da razão e da demanda pelo bem público.

Art. 2o.- O Protetor do Peru é o Generalíssimo das forças marítimas e terrestres, e sendo seu principal dever libertar
todos os povos que fazem parte integrante do território do Estado, pode aumentar ou diminuir a força armada conforme
julgar apropriado. .

Art. 3o.- Ele poderá impor contribuições, estabelecer direitos e exigir empréstimos para subsidiar gastos públicos com a
consulta de seu Conselho de Estado.

Art. 4o.- Formulará regulamentos para o melhor serviço e organização das forças navais e terrestres, incluindo nelas as
milícias do Estado.

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Art. 5o.- Organizará o comércio interno e externo de acordo com os princípios liberais dos quais depende
essencialmente a prosperidade do país.

Art. 6o.- Realizará as reformas que julgar necessárias em todos os departamentos da administração pública, abolindo
os empregos existentes no antigo regime ou criando novos.

Art. 7o.- Estabelecerá o selo provisório do Estado, mas não alterará o peso e a lei que a moeda do Peru possui até o
presente.

Art. 8o.- Ele nomeará os enviados e cônsules próximos aos tribunais estrangeiros e promoverá o reconhecimento da
independência do Peru, ajustando tratados diplomáticos ou comerciais que estejam de acordo com os interesses do
país, todos em consulta com seu Conselho de Estado.

Art. 9o.- Terá o tratamento da excelência, que não poderá ser concedido a nenhum outro indivíduo ou corporação,
exceto o que será indicado posteriormente, porque a dignidade do governo o exige. Todos aqueles que anteriormente
tiveram o tratamento da Excelência, a partir de agora terão o uso do Mais Ilustre.

TERCEIRA SEÇÃO
Art. 1o. - Os Ministros de Estado são os chefes imediatos em seus respectivos departamentos, de todas as autoridades
que dependem de cada um deles.

Art. 2o.- Eles emitirão todas as ordens e comunicações oficiais diretas em nome do Protetor, dentro e fora do território
do Estado sob sua responsabilidade e assinatura única, o acordo de ambos deverá ser rubricado pelo Protetor, no livro
correspondente a cada ministério.

Art. 3o.- As ordens e regulamentos emitidos pelo Protetor para a reforma da administração serão assinados por ele e
pelo ministério correspondente.

Art. 4o.- Nas comunicações com governos estrangeiros, eles entrarão em contato com o ministério a quem são
responsáveis, mantendo a mesma regra em relação àquele que o remeter.

Art. 5o.- Todas as comunicações oficiais serão feitas diretamente aos Ministros, observando a classificação dos
negócios com os quais lidam.

Art. 6o.- O tratamento dos Ministros será o da Usia Mais Ilustre, com o ditado do Senhor Mais Ilustre.

SECCIÓN CUARTA
Art. 1o.- Habrá un Consejo de Estado compuesto de doce individuos a saber: Los tres Ministros de Estado, el Presidente
de la Alta Cámara de Justicia, el General en Jefe del Ejército unido, el jefe del E.M.G. del Perú, el Teniente General
Conde de Valle- Oselle, el Dean de esta Santa Iglesia, el Mariscal de campo Marqués de Torre-Tagle, el Conde de la
Vega y el Conde de Torre-Velarde. La vacante que queda se llenará en lo sucesivo.

Art. 2o.- suas funções serão as seguintes: dar sua opinião ao Governo em casos de difícil deliberação, examinar os
principais planos de reforma que o Protetor contemplava, fazer as observações que melhor consultam o bem público e
propor as observações que melhor consultam o bem público e propõem aquelas que são vantajosas para a prosperidade
do país.

Art. 3o.- O Conselho de Estado realizará suas sessões no Palácio: o Protetor comparecerá, quando for o caso, para
resolver, após consulta e discussão das árduas deliberações.

Art. 4o.- O Conselho de Estado nomeará um secretário sem voto, que emitirá a ata que possui e ficará encarregado de
elaborar os projetos que formular de acordo com o artigo 2.

Art. 5o.- O Conselho reunir-se-á sempre que necessário, e a urgência dos negócios será a regra a seguir para aumentar
ou diminuir suas sessões.

Art. 6o.- O Conselho de Estado será tratado como Excelência.

QUINTA SEÇÃO
Art. 1o - Os presidentes dos departamentos são os executores imediatos das ordens do governo em cada um deles.

Art. 2o.- Suas atribuições especiais são: administrar o governo econômico do departamento e aumentar as milícias em
caso de necessidade, na medida do necessário, com o consentimento do inspetor geral; promovendo a prosperidade do
tesouro do Estado, observando escrupulosamente a conduta dos funcionários neste importante campo e propondo
melhorias ou reformas ao governo às quais possam estar sujeitos de acordo com as circunstâncias locais de cada
departamento. cuide para que a justiça seja administrada imparcialmente e que todos os funcionários públicos inferiores
a eles cumpram os deveres de que são responsáveis, corrigindo os infratores e relatando ao governo.

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Art. 3o.- Os presidentes são os juízes policiais dos departamentos e, como tal, zelam pela observância da moral pública,
pelos estabelecimentos de primeira letra e seu progresso, e por tudo relacionado ao avanço do processo. cidades e
saúde de seus habitantes.

Artigo 4.- São sancionados os artigos 5, 6 e 9 do Regulamento Provisório Huaura, de 12 de fevereiro deste ano,
relativos aos poderes dos Presidentes dos departamentos.

SEXTA SEÇÃO
Art. 1o. - Os Municípios subsistirão da mesma forma que antes , e serão presididos pelo Presidente do departamento.

Art. 2o.- As eleições dos membros do órgão municipal a partir do próximo ano serão feitas popularmente, de acordo com
o Regulamento que será dado separadamente.

Art. 3o.- O tratamento do Município da capital será o da VSI, e de todo o restante do Estado o da VE

SÉTIMA SEÇÃO
Art. 1o - O Poder Judiciário será administrado pela Alta Câmara de Justiça e demais tribunais subordinados existentes
atualmente ou que serão estabelecidos no futuro.

Art. 2o.- Os mesmos poderes que as chamadas Audiências tinham anteriormente correspondem à Alta Câmara de
Justiça e, por enquanto, conhecerão mais os casos civis e criminais de cônsules e enviados estrangeiros e de
funcionários públicos que cometerem crimes durante o ano. da sua autoridade. Sua jurisdição também é estendida, por
enquanto, para conhecer as barragens feitas pelos navios de guerra estaduais ou por aquelas que obtêm patentes
corsárias, de acordo com a lei das nações. As funções do Tribunal Mineiro são igualmente retomadas na Câmara Alta.

Art. 3o.- A Câmara Alta nomeará uma comissão composta por indivíduos de seu próprio seio e outros jurisconsultos que
se distinguem por probidade e luz, para formar imediatamente um regulamento da administração da Justiça que
simplifique o de todos os tribunais inferiores, que seja baseado na igualdade perante a lei de que todos os cidadãos
gozam, na abolição dos direitos que os juízes percebem e que a partir de agora sejam estritamente proibidos. A mesma
comissão apresentará um regulamento para a fundamentação do julgamento de barragens. Art. 4o.- Os membros da
Câmara Alta permanecerão em seus destinos enquanto durar sua boa conduta. O tratamento da Câmara será o da VSI

SEÇÃO
OITO Art. 1o. - Todo cidadão tem o mesmo direito de preservar e defender sua honra, sua liberdade, sua segurança, sua
propriedade e sua existência, e não pode ser privado de nenhum desses direitos, exceto pelo pronunciamento da
autoridade competente; dados de acordo com as leis. Quem foi injustamente enganado, poderá reclamar perante o
Governo essa infração e publicar livremente pela imprensa o procedimento que deu origem à sua denúncia.

Art. 2o.- A casa de um cidadão é sagrada, que ninguém pode invadir sem ordem expressa do Governo, dada com
conhecimento da causa. Quando essa condição está ausente, a resistência é um direito que legitima os atos que dela
emanam. Nos demais departamentos, será exclusivo dos presidentes realizar as buscas indicadas; e somente nos casos
de traição ou subversão da ordem, os Governadores e o Tenente Governador podem fazê-lo.

Art. 3o.- Traição significa qualquer maquinação a favor dos inimigos da independência do Peru: o crime de sedição
consiste apenas em reunir forças armadas em qualquer número que resista às ordens do governo, em mudar uma
cidade ou parte dele com o mesmo objetivo e na formação de associações secretas contra as autoridades legítimas:
ninguém será julgado como sedicioso pelas opiniões que ele tem em matéria política, se algumas das circunstâncias
mencionadas não ocorrerem.

Art. 4º - A liberdade de imprensa é sancionada sob as regras que serão prescritas separadamente.

NONA SEÇÃO
Art. 1o - Os cidadãos peruanos são aqueles que nasceram ou nascerão em qualquer um dos estados das Américas que
juraram a independência da Espanha.

Art. 2o.- Os demais estrangeiros podem ser naturalizados no país, mas não receberão carta dos cidadãos, mas nos
casos prescritos no Regulamento publicado no dia 4 deste, que é naturalmente sancionado.

ÚLTIMA SEÇÃO
Art. 1o.- Todas as leis que governavam o antigo Governo permanecem em vigor, desde que não se oponham à
independência do país, nas formas adotadas por este Estatuto e nos decretos ou declarações que s emitidos pelo atual
governo.

Art. 2o.- Este Estatuto regerá até que a independência seja declarada em todo o território do Peru, caso em que um
Congresso geral será convocado imediatamente para estabelecer a Constituição e a forma permanentes de governo que
governarão no Estado.

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ARTIGOS ADICIONAIS
Art. 1o.- Incentivado pelo governo de um sentimento de justiça e equidade, reconhece todas as dívidas do governo
espanhol que não foram contratadas para manter a escravidão do Peru e hostilizar os outros povos independentes da
América.

Art. 2o.- Este Estatuto será jurado pelo Protetor como base fundamental de seus deveres e como garantia que ele
concede aos povos livres do Peru, da franqueza de seus pontos de vista e, imediatamente, de todas as autoridades e
cidadãos constituídos. O Estado jurará, por sua parte, obedecer ao Governo e cumprir o Estatuto Provisório do Peru. Nos
outros departamentos, os Presidentes jurarão perante os Municípios e diante deles todos os funcionários e outros
cidadãos. A fórmula dos juramentos que eles devem fazer é a seguinte:

JUROS DO PROTETOR
Juro por Deus e pela Pátria e prometo minha honra que cumprirei fielmente o Estatuto Provisório por mim concedido pelo
melhor regime e direção dos departamentos livres do Peru, enquanto estiver estabelecida a Constituição permanente do
Estado, que defenderei sua independência e liberdade, e promoverei sua felicidade por todos os meios ao meu alcance.

JUROS DOS MINISTROS DO ESTADO


Juramos cumprir e fazer cumprir o Estatuto Provisório do Peru e cumprir com todo o zelo e retidão exigidos pelo serviço
público, os deveres impostos a nós pelo Ministério pelo qual estamos encarregados.

JUROS DE OFICIAIS PÚBLICOS E OUTROS CIDADÃOS


Juro por Deus e pela Pátria que reconheço e obedeço ao Governo Protetor em tudo, para cumprir e fazer cumprir a parte
que toca no Estatuto Provisório dos departamentos livres do Peru, defender sua independência e promover com zelo a
prosperidade deles.

Dado no Palácio Protetor de Lima, em 8 de outubro de 1821. José de San Martín. - Juan García del Río. - Bernardo
Monteagudo. - Hipólito Unanue.

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